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Curso de Ervaria

Autocuidado ancestral através das ervas

Apostila de apoio

III Turma de formação

Facilitadora: Laura Ossei Daltro Dias

Maio/2020
Sumário
1 Sobre a autora da apostila 2

2 Introdução 3

3 Conhecendo as folhas – um resgate ancestral 4


3.1 Ervaria e Intuição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

4 O despertar das folhas 6


4.1 Técnica 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
4.2 Técnica 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6

5 Efeitos Medicinais das Folhas 7


5.1 Chás . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
5.1.1 Infusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
5.1.2 Decocção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
5.2 Curativos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
5.2.1 Ervas e seu modo de uso para curativos e doenças de
pele . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

6 Tinturas para tratamentos caseiros 15

7 Retomando cuidados ancestrais – Xaropes 18

8 A sabedoria ancestral das garrafadas 21

9 Banhos de Folhas 24
9.1 Folhas para banhos e seus benefícios energéticos . . . . . . . . 26

10 A cabaça de Ossayn 27
10.1 As folhas de cada Orixá . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
10.2 Os orixás e suas folhas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28

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1 Sobre a autora da apostila
Pedagoga formada pela Universidade de
São Paulo (USP), ativista do movimento
negro e do movimento social, Doula e
membro do Coletivo Doulas Pretas, - O
primeiro coletivo de Doulas negras do Bra-
sil. aromaterapeuta e iniciada para Oyá
desde 2017. Maranhense, bisneta de Fran-
cisca Salazar, que foi Mãe de Santo de
Tambor de Mina e Terecô na cidade de São
Luís – MA. O Curso de Ervaria e essa apostila é reflexo do intenso mergulho
realizado com o intuito de resgatar os saberes e a identidade de sua bisavó
juntamente com seu legado e história. Mergulho que acontece desde 2013
e se intensificou em 2017. “É preciso fazer o movimento de voltar, baixar
e ouvir, aprender com nossos ancestrais, mesmo que eles não estejam mais
na terra em matéria física. É essencial procurar resgatar quem foram, o que
sabiam, o que eles gostariam de passar para nós e ensinar, para dessa forma,
seguirmos em frente, honrando aqueles que vieram antes de nós”

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2 Introdução
Saudações aos ventos ancestrais que te trouxeram a essa formação que é
acima de tudo um resgate da herança deixada para nós por nossos ancestrais.
Esse curso é parte de um intenso processo de resgate da minha ancestra-
lidade e dos saberes de minhas mais velhas, minhas avós e tias. Inspirado
na sabedoria e nos rezos da Encantaria Maranhense, saberes quilombolas e
indígenas.
Aproximar-se das ervas com o intuito de cura e espiritualidade é retornar
o contato com as práticas dos nossos mais velhos, aproximar de nós nossos
guias espirituais.
É importante ressaltar que movimentar a ervaria com base nos saberes
ancestrais, é algo que necessita ser feito com responsabilidade, seriedade,
afeto e sinceridade.
Este curso é um ponta pé inicial de um resgate ancestral individual seu,
que certamente já tem acontecido cada uma a seu nível e só acrescentará
nessa caminhada.
Aqui compartilharei com vocês as receitas e práticas de minha família, de
minha casa de asé, de muito estudo e dedicação.
Eu te convido a partir daqui, fazer o movimento de busca dos saberes
das tuas ancestrais, avós, tias. Fazer isso é se dedicar a ouvir, estudar,
experimentar. Retornar ao lugar de criança e aprender, para assim levar
adiante, para tua descendência, saberes que estão no teu dna.
Em tempos de internet e tecnologia, onde tudo encontramos, te convido
a retornar ao papel, lápis, ouvidos, olhos, curiosidade e respeito.
Resgatar saberes que curaram vidas, almas e que são responsáveis por
nossa existência nos dias de hoje. Sem os saberes dos nossos mais velhos,
talvez não estivéssemos aqui. Seja bem vinda a esse mergulho!

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3 Conhecendo as folhas – um resgate ancestral

Inicio essa apresentação as folhas, trazendo a reflexão de que cada folha


é uma entidade, misteriosa e cheia de potências. As folhas tem poderes
curativos para o corpo e também para o espírito. São capazes de erguer uma
pessoa de uma cama, de uma doença, capazes de resgatar potências positivas
e transformar a vida e o modo como lidamos com o mundo. Entretanto,
quando não utilizadas da forma correta, se tornam perigosas, capazes de
transformarem potências positivas em negativas, derrubarem uma pessoa na
cama doente espiritualmente ou mentalmente, serem remédios ou veneno.
Por isso, o uso responsável e sério das folhas é essencial para qualquer que seja
o uso que vá ser realizado. Começar com respeito desde sua colheita/compra,
pedindo licença a planta e a Ossayn (o orixá que cuida das folhas), é o
primeiro passo. Respeito é a palavra-chave para esse processo, seja um chá
ou um banho. Invocar as forças da natureza, a ancestralidade, é respeitar e
compreender que folhas são entidades vivas e saber movimentá-las da forma
correta é ter poder nas mãos, para ter esse poder é preciso honrar cada uma
delas, por mais simples que sejam. As ervas tem a capacidade de conversar
com nosso corpo, alma e Ori!
Nossos mais velhos sabiam de todo o poder contido em uma folha, se-
mente, casca, cipó, raízes, por isso respeitavam, desde a retirada até o feitio.
Existem raízes, cipós e folhas, que quando retiradas do pé da forma errada,
se tornam venenos letais, como é o caso do pé de “Quando é” (mergulharemos
nessa planta mais para frente).

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Não é incomum termos em nossa memória as recordações de nossos avós
medicando alguém de nossa família num momento de necessidade. Remédios
que não eram encontrados em farmácias, remédios muitas vezes mais efetivos
que muitos comprimidos. Usados para baixarem febres, dores de garganta,
estômago, ulceras, pedras nos rins, útero, ovários. São muitas formas e muitas
lembranças, inúmeros parentes nossos foram curados através do uso das folhas
muitas vezes colhidas no fundo do quintal. É preciso voltar ao início de
tudo para o que se perdeu em tempos de industrialização farmacêutica e do
ceticismo, que faz com que muitos desprezem todos as potencialidades que a
sabedoria ancestral e tradicional possui.

3.1 Ervaria e Intuição


Aprender a utilizar as ervas, folhas, cascas, raízes, cipós, toda a vastidão en-
contrada no Império das folhas, é um passo essencial. A partir do momento
em que você se abre para saber utilizá-las com as receitas e saberes ances-
trais, o olhar e a intuição tendem a se expandir. É natural que após esse
acúmulo e domínio de como usar as folhas, insigths surjam e num momento
de necessidade, combinações de ervas para chás e banhos, apareçam. Ouvir
a voz que vem de dentro do peito, de forma aberta, sensível, sem desconfi-
anças, mesmo que com medo, é abrir-se para a espiritualidade e intervenção
de seus guias e ancestrais. Ouvir a intuição é se entregar. Estar entregue é
primordial pois sem a entrega, essa sabedoria se torna apenas ciência e dessa
forma impedimos nossa evolução e desenvolvimento dos saberes que estamos
nos dispondo a adquirir.

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4 O despertar das folhas
A fitoterapia não é algo incomum na so-
ciedade. Plantas são usadas há milênios
para a cura de doenças. Uma planta con-
segue captar grande parte da energia vi-
tal presente na atmosfera. Desta forma, as
plantas possuem grande energia vital acu-
mulada. Quando essa energia é desperta da forma correta, dá a seu manipu-
lador condições de colocar sob a planta suas intenções que deseja, por isso,
ao manipular uma erva, é necessário foco, concentração e intenção definida.

Ativação
Para ativar uma erva ensino duas técnicas.

4.1 Técnica 1
A primeira é acender uma vela e apresentá-la aos guias superiores, conversa
e mostrar sua intenção para eles, em oração. Lavar as folhas e colocá-las ao
lado da vela em um vaso com água por 2h, logo após colocá-la no sereno, caso
esteja de dia, colocá-la ao ar livre, na sombra, dentro do vaso ou recipiente
com água.

4.2 Técnica 2
A segunda técnica deve ser feita em ambiente silencioso em que você consiga
se concentrar e se conectar consigo mesma. Coloque as folhas sob um pano
branco, feche os olhos e imponha as mãos sob as ervas, imagine um facho
de luz verde prateado, saindo do meio de sua cabeça e de suas mãos. Após
esse momento, pegue as folhas e ainda de olhos fechados, gire-as no sentido
anti-horário. Pronuncie sua intenção para essa erva, o que vai fazer o que
precisa. Retorne as ervas para o pano branco e inicie o processo de produção
do seu banho, chá, sumo.

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5 Efeitos Medicinais das Folhas
Chás e curativos
Chás, pomadas e curativos com bases em ervas são utilizados há séculos
pelos povos tradicionais, indígenas e quilombolas. Feitos para auxiliar em
tratamentos de acidentes ou mesmo doenças. Os chás tem poderes que au-
xiliam no fortalecimento do sistema imunológico, desconfortos estomacais,
intestinais, no sistema digestivo e etc.
As pomadas também são grandes conhecidas para o tratamento de ma-
chucados, assim como as ervas que ajudam no processo curativo de feridas
ou irritações.

5.1 Chás
Conhecer as ervas, aromas, formatos e texturas, são essenciais para que os
efeitos desejados se realizem. Não é incomum que diversas pessoas se confun-
dam quanto as ervas. Por isso tocar, sentir o aroma e conhecer o formato são
indispensáveis. Até mesmo as grandes marcas que produzem chás tendem a
vendê-los de forma errada, nas fotos das embalagens de chás, é comum as
ervas descritas no nome da embalagem não correspondam ao que vem no
produto. Por isso é tão importante que se possível montemos nosso jardim
de ervas e flores em nossa casa ou quintal. Além da segurança de que a erva
que você está usando de fato é a correta, há também outro axé (poder), em
uma planta que é cuidada por nossas próprias mãos.
Os chás são tão poderosos, que estão presentes em diversos processos
iniciáticos das religiões de matrizes africanas (vale ressaltar que as religiões
de matrizes africanas ultrapassam a umbanda e o candomblé, mas os chás
também são muito utilizados nos processos iniciáticos dessas religiões), como
parte dos resguardos. Além dos efeitos medicinais (que são o que abor-
daremos mais neste ponto da apostila), também tem forte relação com o
fortalecimento do espirito e do Ori.
Como pontuamos no início da apostila o ceticismo é um dos principais
motivos que nos levaram ao afastamento da sabedoria popular tradicional e

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ancestral.
O desprezo pela forma séria com que devemos tratar as ervas podem nos
fazer cair em diversos erros e frustrações, por isso é importante compreender
que apesar de naturais, as ervas também possuem substancias químicas que
podem tornar-se risco real para a saúde. Outra coisa que é importante ter
atenção são as doses de ervas que utilizamos para um chá. É incrível, mas
apesar dos chás serem uma sabedoria milenar, no mundo ocidental, poucos
sabem fazer um chá que realmente tenha o efeito desejado e não se torne
tóxico. Nos aprofundaremos nesse aspecto mais a frente.
Aqui na apostila abordarei alguns chás e seus efeitos para e formas de
auxiliarem nossa saúde e recuperação física e espiritual. Podemos preparar
chás de duas formas: a infusão e a decocção.

5.1.1 Infusão

O método de infusão é bem conhecido e praticado por muitos de nós. Folhas


aromáticas exigem o preparo através do modo de infusão, que consiste em
jogar a água fervente sob as folhas e tampar o recipiente por cerca de 5
minutos. Enquanto as folhas estão em infusão, elas liberam os óleos essenciais
e os princípios ativos que possuem. As folhas que passam por esse processo
são por exemplo a Erva Cidreira, Lavanda, Hortelã, Camomila, Macela.

5.1.2 Decocção

O método de decocção geralmente é feito com cascas e ervas não aromáticas.


Esse método é realizado colocando as folhas e cascas na panela juntamente
com a água e levando até o fogão. As cascas e ervas passam pelo processo de
fervura por mais ou menos 5 minutos. Após esse momento, se cobre a panela
e deixa-se no recipiente por mais cinco minutos. Logo após coa-se e pode ser
ingerido.
∗É importante ressaltar que, após prontos, os chás tanto por infusão devem ser inge-
ridos em até 10 minutos. Por possuírem óleos essenciais e propriedades ativas, as mesmas
evaporam e o efeito dos chás podem ser menores do que o esperado.

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Quanto de folhas/cascas devo usar?

Usa-se cerca de 1 punhado das ervas


escolhidas. A Artemísia, por exem-
plo, deve ser usada de meio a 1 pu-
nhado.

∗Separei 12 folhas e cascas e suas formas de utilização para chás.


Rosas: 1 punhado de pétalas de rosas e 500 ml de água
Método: Infusão
Efeitos: Diminui cólicas menstruais, auxilia o organismo a prevenir proble-
mas cardiovasculares, osteoporose. O chá rosas brancas e amarelas são fortes
aliadas no combate a ansiedade e estresse, atuam no sistema nervoso pro-
porcionando relaxamento e tranquilidade. As rosas tem ação antibacteriana
e antifúngica. Auxilia no combate a prisão de ventre, dores nos olhos, dores
de garganta. Pode ser tomado juntamente com 1 colher de mel.

Macela: Meio punhado e 300 ml de água


Método: Infusão
Efeitos: A Macela auxilia no tratamento de azia, sensação de empacha-
mento, auxilia no tratamento de pedras na vesícula, cólicas intestinais, di-
arreias, problemas gástricos e digestivos como gastrite e ulceras. Também é
um poderoso calmante, tem ação antiviral e antifúngica e anti-inflamatória.
Deixar repousar por 5 minutos e ingerir. Não é recomendado o adoçamento
deste chá.

Macela: Meio punhado e 300 ml de água


Método: Infusão
Efeitos: A Macela auxilia no tratamento de azia, sensação de empacha-
mento, auxilia no tratamento de pedras na vesícula, cólicas intestinais, di-
arreias, problemas gástricos e digestivos como gastrite e ulceras. Também é
um poderoso calmante, tem ação antiviral e antifúngica e anti-inflamatória.

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Deixar repousar por 5 minutos e ingerir. Não é recomendado o adoçamento
deste chá.

Artemísia: 1 punhado e 300 ml de água


Método: Infusão
Efeitos: auxilia no combate a enxaquecas, enjoos e dores de cabeça, tem
efeito anti-inflamatório, ação vermifuga, ação digestiva, combate dores abdo-
minais e alivia os efeitos da TPM e dores abdominais. Auxilia no alívio de
caibras e sintomas de menopausa, fortalece o sistema imunológico, estimula
a circulação sanguínea, tem ação diurética.
∗O chá de artemísia é contraindicado para gestantes pois tem efeito abortivo.

Casca de Laranja: 2 cascas de laranja e 250 ml de água


Método: Decocção
Efeitos: indicado principalmente para problemas estomacais como azia, má
digestão, diarreia, dores no estômago, refluxos. Melhora o hálito e controla o
amarelamento dos dentes. Combate problemas de gengivite, auxilia na for-
mação da placa de proteção dental. Fortalece o sistema imunológico. Auxilia
na regeneração das células, tem poder antioxidante. (As cascas de laranja
devem ser usadas secas. Deixar secar por 3 dias protegido do sol e em local
com circulação de ar. Após esse processo as cascas de laranja estão prontas
para serem usadas).

Casca de Jatobá: 2 colheres de casca de jatobá e 1 litro de água


Método: Decocção
Efeitos: indicado para problemas respiratórios, descongestionante, estimu-
lante e diurético. Ação adstringente, anti-inflamatória, e antibacteriana.
Combate aftas, problemas na próstata, tem ação vermifugara, combate a
fraqueza e falta de disposição. Ferver por 10 minutos. Pode ser ingerido 2 a
3 vezes ao dia.

Jasmim: 20 gramas e 300ml de água


Método: Infusão

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Efeitos: equilibra a produção hormonal, é calmante e antidepressivo, com-
bate a depressão pós parto, combate sentimentos negativos e obsessivos, di-
minui a irritabilidade, tem efeito relaxante muscular, combate a insonia, tem
ação analgésica e expectorante, combate gripes e resfriados, combate o coles-
terol, ajuda na prevenção de câncer, é antioxidante.

Hortelã: 1 punhado e 450 ml de água


Método: Infusão
Efeitos: possui efeito expectorante, melhora a digestão, alivia problemas
respiratórios como asma e bronquite, alivia náuseas, melhora a saúde bucal,
combate problemas de memoria e esquecimento, previne câncer, combate
problemas de mal hálito.

Manjericão: 1 punhado e 250 ml de água


Método: Infusão
Efeitos: tem ação anti-inflamatória e sedativa, é analgésico e diminui qua-
dros de dor, combate envelhecimento precoce, é antisséptico e antibacteri-
cida, ajuda na digestão e trás benefícios para a saúde estomacal, tem efeito
digestivo. É antitérmico e diminui inflamações na garganta. Diminui cólicas
menstruais, alivia o estresse, problemas nervosos, a sensação de cansaço e
desanimo, fortalece a imunidade, a fadiga. É diurético e ajuda também no
combate a problemas renais. Rico em ferro, auxilia na formação de glóbulos
vermelhos no sangue.

Casca de cajueiro: 2 colheres de casca de cajueiro e 1 litro de água


Método: Decocção
Efeitos: combate problemas de diabetes, previne problemas cardíacos, re-
duz o triglicérides, combate cáries, é antifúngico e antibacteriano, tem efeito
depurativo e diurético. Combate todos os tipos de problemas estomacais.

Alho: 3 dentes de alho e 250 ml de água


Método: Infusão
Efeitos: equilibra o organismo, tem efeito anti-inflamatório, combate febres

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altas, combate problemas cardiovasculares, fortalece o sistema imunológico,
é antifúngico e antibacteriano, combate a tosse e dores de garganta.

Guaco: 1 colher de chá e 100 ml de água


Método: Decocção
Efeitos: combate a tosse, é broncodilatadora e anti-inflamatória. Combate
a diarreia, é analgésica, antialérgica. Muito indicado para asma e bronquite,
auxilia no tratamento de artrite, reumatismos, ulceras, desconfortos estoma-
cais. Diminui cólicas e dores de barriga.
∗Não recomendado para gestantes e crianças de até 1 ano de idade.

Dipirona: Meio punhado e 250 ml de água


Método: Infusão
Efeitos: combate dores de cabeça, dor de dente, alivia cólicas menstruais e
ajuda a regular o ciclo menstrual, tem efeito analgésico, combate dores de
estômago, é descongestionante.
∗Não recomendado para gestantes e pessoas com problemas de ulcera gástrica,
duodenal, ou aclusão biliar.

5.2 Curativos
As possibilidades de uso das ervas são diversas, neste momento entraremos no
universo curativo das ervas. As práticas naturais de tratamentos de doenças
e ferimentos externos no corpo sempre foram usadas pelos povos tradicionais
quilombolas e indígenas.
Aprenderemos aqui como usar uma erva pilada ou macerada para ser
posta sobre feridas ou mesmo tratar doenças como o surgimento de tumores,
irritações na pele causadas por problemas sanguíneos ou baixa imunidade.
Este aprendizado é parte essencial das nossas ancestrais que devem ser res-
gatadas.

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5.2.1 Ervas e seu modo de uso para curativos e doenças de pele

Babosa (Aloe vera): Trata queimaduras, lesões e afecções na pele. Alivia


irritações na pele causadas por picadas de insetos, feridas, acnes, queda de
cabelo.
Modo de uso: usa-se fresca, abrir a babosa e retirar o sumo de dentro,
colocar sob a parte do corpo afetada e deixar até secar. Utilizar o quanto
julgar necessário.

Folha de Cajueiro: A folha de cajueiro é um potente anti inflamatório, seu


chá tem propriedades potentes e capazes de desinflamar feridas expostas.
Modo de uso: fazer o chá de folhas de cajueiro e ainda morno colocar sob
a ferida inflamada ou erupção na pele. Repetir o processo 2x ao dia.

Tanchagem: a tanchagem tem propriedades anti inflamatórias, anticoagu-


lantes e é potente contra furúnculos.
Modo de usar: a tanchagem pode ser usada como chá. Pode ser utilizada
para tratar problemas renais e no fígado, azias, diarreia, retenção de líquido.
Mas no caso do tratamento externo, o chá pode ser jogado sobre a área que
necessita de tratamento. Também é aconselhável a extração do sumo das
folhas em um pilão e colocá-las sob a região afetada, juntamente com o sumo.

Alho: o alho é um poderoso anti-inflamatório, antifúngico, antibactericida,


e cicatrizante, capaz de tratar herpes bucal, arranhões e cortes leves.
Modo de uso: machucar um dente de alho e colocar sob a região afetada.
Não deixar mais que 20 minutos em contato com a ferida, caso haja muito ar-

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dor suspender o uso. Outra forma de uso é colocar três dentes de alho em um
copo de vinho, deixar repousar por 3h e após isso colocar sob a região afetada.

Manjericão: O manjericão tem propriedades cicatrizantes e anti inflamató-


rias. Indicado para alergias e irritações na pele.
Modo de uso: Lavar bem o manjericão, pilar as folhas em um pilão e colocá-
las sob a região afetada ou tomar banho com as folhas maceradas. Não se
enxugar após o banho. Deixe a pele absorver as propriedades da folha.

Cúrcuma: a cúrcuma é uma poderosa raiz anti-inflamatória e antioxidante.


Modo de uso: caso consiga a cúrcuma em pó, dissolva na água e lave a
região afetada. Caso esteja em raiz bata com água no liquidificador e tome
o banho.

Folha de melão de São Caetano: As folhas de melão de São Caetano


ajudam a combater alergias, coceiras e irritações. Tem ação cicatrizante e
anti-inflamatória.
Modo de usar: Pilar as folhas e extrair o sumo. Colocar as folhas e o
sumo sob a região afetada e deixar por 30 minutos. Refazer o procedimento
quantas vezes julgar necessário.

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6 Tinturas para tratamentos caseiros
As tinturas medicinais são extratos con-
centrados compostos de ervas medicinais
e álcool. As tinturas permitem que as
propriedades medicinais das ervas utiliza-
das sejam conservadas durante um período
longo. Em contato com o álcool é extraído
das folhas, cascas ou raízes suas propri-
edades. Muito comuns em farmácias de
manipulação e lojas de produtos naturais,
podem ser facilmente produzidas de forma
caseira, com álcool de cereais, conhaque,
vinagre de maçã, água de chuva ou vodca,
flores ou folhas secas/frescas. Como esta-
mos estudando até aqui, conseguimos observar que há diversas formas de
extrair suas substâncias. Cada um desses processos é capaz de extrair dife-
rentes quantidades da substancia que se deseja. É importante ressaltar que
as tinturas possuem alta quantidade de substanciais medicinais e como vimos
logo no inicio, folhas, se usadas de forma incorreta podem tornar-se perigo-
sas. Por isso, no que se refere as tinturas, é sempre aconselhável diluí-las em
água para ingestão. As tinturas podem ser utilizadas via oral, emplasto ou
compressa, o que determinará o uso é a erva que será utilizada.
Gosto de utilizar o álcool de cerais, mas a vodca e a água ardente tam-
bém são válidas. As tinturas podem ser utilizadas de diversas formas, como
por exemplo na preparação de cosméticos, perfumes, sabonetes e etc. Além
das propriedades medicinais as tinturas também podem ser utilizadas para
perfumar ambientes ou mesmo criar perfumes. A baunilha e a canela são
exemplos de ervas capazes de tornar uma tintura extremamente aromática.
As tinturas possuem o mesmo poder fitoterápico e terapêutico das folhas ou
seja, suas propriedades seguem as mesmas, sem alteração. A tintura só fica
atrás da extração de óleos essenciais no que se refere a extração de propri-
edades e substancias medicinais. Podemos criar a tintura de cascas, raízes,

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folhas, flores e até mesmo frutos estando frescos ou secos.
Para criar uma tintura vamos precisar de:
• Folhas, flores, raízes + 1 pote de palmito + álcool de cereais
• Folhas, flores, raízes + garrafa de vidro escura + água
• Folhas, flores, raízes + garrafa de vidro escuro + 1/2 água 1/2 álcool
Acrescente as ervas e cubra com o líquido. Fechar a garrafa ou pote e con-
servar por até 3 semanas em local escuro, seco e arejado. Após o período
em processo de conserva, coar as a tintura e conservá-la em uma garrafa de
vidro escura.
∗Obs: jamais coloque a tintura em garrafa de plástico isto interfere na
qualidade e pureza do produto.

Disponibilizo aqui algumas ervas que gosto de usar para tintura:

Manjericão: antiestresse, alivia dor de cabeça , auxilia no sistema cardio-


vascular, diminui o mau hálito, melhora o sistema respiratório.

Folha de laranjeira: relaxante, calmante, expectorante, digestiva, afrodi-


síaca, fortalece a imunidade, alivia dores de cabeça, combate a febre, tem
propriedades antiespasmódicas e por isso tem poder de combater cólicas es-
tomacais.

Rosas: combate aftas, dores de garganta, combate a frigidez, auxilia em


problemas de vista.

Lavanda: combate o cansaço, tensão, sensação de esgotamento, ansiedade,


estresse, insonia, antidepressivo, auxilia no combate a acne, cólica, fadiga,
vertigem, infecções vaginais, é antibactericida, antifúngico, anti séptico, anti-
inflamatório, diurético, digestivo.

Mirra: rejuvenesce, fortalece as gengivas, combate o envelhecimento, com-


bate a acne, alergias de pele, úlceras.

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Jasmim: calmante, revigorante, relaxante, analgésico, combate os sintomas
da menopausa, TPM e cólicas, é anti-inflamatória, ajuda na cicatrização de
feridas e machucados.

Hortelã: combate o mau hálito, infecções bucais, dores de garganta, má


digestão e tem efeito vermifugo.

Laranja/Tangerina: use as cascas. Pode ser usado como perfume no corpo


e no ambiente. Elimina odores de ambiente, é anti-inflamatório, digestivo e
repelente.

Maracujá: use as folhas. Combate a menopausa, nervosismo, estresse, do-


res de cabeça, melhora a insonia.

Melissa/Cidreira: calmante, perturbação no sono, pensamentos acelera-


dos, nervosismo, ansiedade.

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7 Retomando cuidados ancestrais – Xaropes
O uso dos xaropes para tratar gripes, res-
friados, irritações e alergias, sempre foram
ferramentas muito utilizadas pelos mais
velhos. Até 10 anos atrás tratávamos fe-
bres, e gripes, principalmente em crianças
com os Xaropes. Provavelmente você fez
uso de algum xarope ainda pequeno e nesta
parte da apostila vamos resgatar as formas
de feitio dos xaropes e deixarei aqui dicas
de alguns xaropes.
Com o avanço da medicina ocidental e
a industria farmacêutica o uso dos xaropes
foram substituídos por analgésicos e os remédios para gripe ou antialérgico.
Mas, os xaropes ainda são utilizados para amenizar os desconfortos causa-
dos por tosses sintomáticas, gripes fortes, resfriados e alergias. Mediante a
propriedade de cada folha ou elemento medicinal ali utilizado de acordo com
cada tipo de problema e por isso deve ser preparado de formas diferentes.
Exitem xaropes expectorantes, antitussígeno que tem ação direta nas tosses
secas e também existem os xaropes antialérgicos. Lembrando que os xaropes
são medicamentos que não devem ser utilizados de forma indiscriminada. É
necessária atenção no feitio e na ingestão deste medicamento.

Algumas receitas de xaropes usados na minha família.

Xarope de agrião com mel: o agrião possui propriedades expectorantes


descongestionantes e fortalece o sistema imunológico.
• 1 maço de agrião
• 1 limão
• 2 colheres de limão
Modo de fazer: bata no liquidificador o agrião, em seguida acrescente o mel
e o limão. Leve a mistura até o fogão e deixe adquirir uma textura pastosa.
Tome 1 colher 3x ao dia. (Conservar em garrafa escura de vidro e fechada

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com rolha)
∗ Ideal para tosses secas e descongestionamento das vias aéreas.

Xarope de gengibre, canela, guaco e alho: o gengibre, a canela, o guaco,


alho e o limão, são aliados no combate a gripes fortes e baixa imunidade.
Auxilia no tratamentos de gripes fortes, alergias e febre alta.
• 1 casca de canela em pau
• 1 limão descascado
• 1 dente de alho
• 1 xícara de lascas de gengibre
• 1 xícara de açúcar cristal
• 4 folhas de guaco
Modo de fazer: derreta o açúcar em uma panela fazendo uma calda, acres-
cente o gengibre, as folhas de guaco e deixe ferver por 15 minutos. Adicione
o limão, o alho e a canela. Deixe ferver por mais 5 minutos. Após o período
de fervura, deixe infusionar por mais 30 minutos. Reserve tudo em garrafa
escura/âmbar. Conserve em local seco, arejado e escuro. ∗Ideal para febres,
alergias, sensação de pulmão cansado, dificuldade de respirar. Não recomen-
dado para crianças menores de 1 ano e gestantes. Tomar de 7 a 10 dias.

Xarope de guaco: guaco e mel.


• 1 xícara de açúcar
• 1 litro de água fervendo
• 10 folhas de guaco
• 1 xícara de mel.
Modo de fazer: Derreta açúcar em 1 panela fazendo uma calda. Em se-
guida acrescente a água e as folhas de guaco, mexa a panela até o açúcar
derreter. Deixe ferver por 20 minutos ou até as folhas de guaco estarem bem
amolecidas. Depois acrescente o mel e misture até criar uma textura ho-
mogênea. Reserve tudo em uma garrafa de vidro escura/âmbar. Mantenha
fechado com uma rolha e tome uma colher de sopa antes de dormir. ∗Auxilia
em gripes, resfriados, sinusite, bronquite e renite, tosses com catarro, infla-
mação, garganta seca e rouquidão. Não recomendado para crianças menores

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de 1 ano de idade e gestantes. Tomar de 7 a 10 dias.

Xarope de ervas: tomilho, orégano, anis, alcaçuz seca, mel, manjericão.


Modo de fazer: ferva o anis estrelado e o alcaçuz por 15 minutos. Desligue
o o fogo e acrescente as demais ervas, tomilho, orégano, manjericão, aguarde
esfriar e em seguida acrescente o mel. Conserve num frasco de vidro/âmbar.
Tome 3x ao dia.
∗Ideal para fortalecimento do sistema respiratório, relaxamento, garganta
seca e irritada. Tomar de 3 a 5 dias.

Xarope de cebola com mel: cebola, mel e limão


Modo de fazer: use uma cebola grande, corte-a em cruz e ponha para fer-
ver em fogo baixo. Depois de cozida deixe a cebola descansar na água por
1h. Mantenha a panela fechada, depois coe e adicione o mel, misture bem
e guarde em um recipiente de vidro/âmbar e mantenha fechado. Crianças
devem tomar 2 colheres por dia e adultos devem tomar 4 colheres por dia.
Tomar de 7 a 10 dias.
∗Ideal para expelir catarros, combate a gripe forte e febre.

Xarope de romã com mel: cascas de romã , água e mel


Modo de fazer: cozinhe as cascas de romã na água. Quando a água engros-
sar acrescente mel e deixe esfriar. Reserve em um recipiente de vidro/âmbar.
Mantenha em local seco e arejado.
∗Ideal para combater problemas respiratórios, fortalecer o sistema imunoló-
gico, alivia tosse e dores de garganta, rico em vitamina A, B e C, a romã é
antioxidante. Tomar 1 colher 2x ao dia.

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8 A sabedoria ancestral das garrafadas
Garrafadas e Beberagens
As garrafadas e beberagens são he-
ranças deixadas pelos povos tradi-
cionais. As garrafadas existem a
séculos e permanecem no cenário
da sabedoria popular, seus poderes
medicinais e espirituais firmam sua
presença no cenário contemporâneo
para aqueles que se dispõem a bus-
car seus efeitos e formas de uso.
As garrafadas podem ser utilizadas com vinho, água ardente ou mesmo
água, acrescentadas com diversas cascas, raízes ou folhas. É possível produzir
uma garrafada com até 56 ervas/cascas/raízes. A sabedoria das beberagens
e garrafadas se perderam com o avanço da industria farmacêutica. Se tornou
incomum a presença de folhas e cascas que antes eram facilmente achadas
em qualquer quintal, nas casas pelo Brasil a fora.
O feitio de garrafadas e beberagens seguem sendo muito presentes no Ma-
ranhão e nas comunidades e terreiros de Tambor de mina, Terecô e Tambor
da Mata. Seguem sendo ensinadas pelas mães, pais de santo, encantados e
pretos velhos.
Uma garrafada pode ser rezada e geralmente é feita com uma vela acesa
ao lado e concentração, intenção.

Garrafada para fortalecer o sangue/combate a anemia

Ingredientes: Raiz de açaí e raiz de jardineira/colonia


Modo de fazer: 1 punhado de raiz de açaí e um pedaço equivalente a 1
dedo de raiz de colonia/jardineira. Pilar as raízes em um pilão, acrescentar
1 litro de água. Armazenar em garrafa de vidro ou garrafa pet. Armazenar
de 24h a 72h na geladeira.
∗Consumir 15 dias em caso de anemia leve e 1 mês em caso de anemia grave

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(o uso pode ser prolongado dependendo do nível de anemia). Tomar 3x ao
dia. Recomendado tomar suco rico em vitamina C após a garrafada, para
potencializar seus efeitos.

Garrafada para fortalecer o útero – regular a menstruação e com-


bate a cólica

Ingredientes: 3 cascas de aroeira, 1 fava de juncá, 3 cascas de barbatimão,


meia garrafa de vinho moscatel
Modo de fazer: acrescente as cascas de aroeira, barbatimão e a fava de
juncá bem quebradas a garrafa de vinho. Deixe curtir por 1 semana no es-
curo (não colocar na geladeira).
∗Tomar uma dose todos os dias pela manhã por 15 dias.
∗∗Não tomar estando menstruada.
? Gestantes não devem tomar essa garrafada.

Beberagem para limpeza intestinal

Ingredientes: Batata de purga e suco de tamarino


Modo de fazer: 1 copo concentrado de suco de tamarino 2 colheres de
batata de purga. ∗Tomar em 3 goles, em jejum pela manhã. Em caso de
pessoa com intestino levemente preso, usar somente 1 colher de batata de
purga. Em caso de pessoa com intestino com funcionamento normal, usar
meia colher de farinha de purga.

Beberagem para estômago

Ingredientes: 1 Folha de Santa Quitéria, 4 folhas de gervão, 1 copo de leite


Modo de fazer: bater as folhas com leite e consumir pela manhã. Não
adoçar.

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Garrafada para ovários e útero

Ingredientes: cascas de caju Modo de fazer: coloque as cascas de caju


dentro de uma garrafa de vidro ou garrafa pet, acrescente água até encher a
garrafa. Deixe curtir por 3 a 5 dias em local escuro e arejado.
∗Tomar todos os dias por 15 dias.
∗∗Extra: colocar as cascas de molho em bacia ou recipiente com água e deixar
curtir por 1 noite e lavar a vagina.

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9 Banhos de Folhas
Os banhos de folhas são fundamen-
tais para nossa conexão do nosso ser
com a espiritualidade, nossos guias,
Orixás e ancestralidade. Os banhos
de folha servem para limpar, puri-
ficar e nos reenergizar. Cada folha
tem fundamento e dono, são capa-
zes de afastar más energias, fadigas, desgastes espirituais e mentais, as folhas
nos aproximam dos nossos guardiões. Para tomar um banho de folha é pre-
ciso acima de tudo fé. Não se toma banho de folha de qualquer forma, menos
ainda se toma banho de folha apenas por tomar. Deve haver uma real ne-
cessidade para realizar o banho de folhas.
Qualquer folha, por mais simples que seja, deve ser utilizada da forma
correta. Combinações de ervas para banho feitas de qualquer jeito podem
acarretar problemas energéticos e espirituais graves, efeitos reversos e inde-
sejados. Um banho de folha pode estagnar ou ativar, diminuir ou acelerar
energias.
Aqui destrincharemos algumas ervas e algumas combinações de banho
que devem ser feitos e tomados com responsabilidade e cuidado.

Banho de Abre Caminho (para abrir os caminhos financeiros, re-


solução de problemas)

Alfazema: essa erva purifica, combate a ansiedade e a hiperatividade, irri-


tabilidade, dores de cabeça
Alecrim: afasta más energias, atrai felicidade, alegria de viver, aumenta a
autoestima
Arruda: afasta inveja, mau olhado, olho gordo, trás prosperidade, entusi-
asmo, ânimo
Louro: atrai dinheiro, prosperidade, fertilidade, proteção, purificação
Manjericão: afasta más energias, acalma, cura males, revitaliza, reforça as
defesas espirituais.

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∗Macerar as folhas em 1 litro de água e tomar do pescoço para baixo.

Banho para atrair paz

Rosas brancas: atraem paz, combatem a ansiedade e afastam más energias,


ansiedade, angústia.
Lavanda: combate nervosismo, más energias, insonia, cansaço, desacelera e
trás alegria de viver
∗Usando um pilão, pile as pétalas de rosas e a lavanda, acrescente 1 litro de
água e tome o banho da cabeça aos pés

Banho para acalmar o Ori

Canjica: Acalma os pensamentos, melhora o sono, trás clareza e paz.


∗Coloque a canjica de molho na água de um dia para o outro. Pela manhã
separe a água de canjica da canjica. Tome seu banho higiênico e logo tome
o banho de canjica da cabeça aos pés.

Banho para levantar ânimo e dar proatividade

Folha de levante: Aumenta a circulação de energias positivas, repõe a


energia perdida no dia-dia e confere ânimo
Melaço: atrai amor, dinheiro
∗Macere a folha de levante e acrescente 1 colher de mel em 1 litro de água.
Tome o banho do pescoço para baixo.

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9.1 Folhas para banhos e seus benefícios energéticos

• Eucalipto: Purifica o ambi-


ente e fortalece a energia de
cura em pessoas e ambientes,
afasta energias negativas
• Guiné: Corta demandas, laços
de vampirismos e purifica inten-
samente pessoas e ambientes
• Hibisco: Confere vitalidade,
vigor e ânimo
• Hortelã: Repõe a energia que
se perdeu e revitaliza e refresca
pessoas a ambientes
• Incenso Bastardo: Aumenta
• Abre Caminho: Como o
a vibração espiritual de pessoas
nome diz, é uma excelente erva
ou locais, favorece a meditação
para abrir caminhos
• Lavanda: Acalma e tranqui-
• Alecrim: Confere Energias
liza pessoas e ambientes
Positivas e auxilia na concen-
• Levante: Aumenta a circula-
tração
ção de energias positivas, re-
• Alfavaca: Equilibra o ambi-
põe a energia perdida, confere
ente Arruda Purifica o ambi-
ânimo
ente de energias negativas
• Louro: Expande a intuição,
• Anis estrelado: Energizador e
atrai prosperidade
equilibrador para mediunidade,
• Manjericão: Equilibrador de
trás equilíbrio
pessoas, ambiente, afasta nega-
• Arruda: Alto poder de lim-
tividades, pensamentos negati-
peza em banhos e defumações.
vos
Purifica e atrai boas energias e
• Rosa Branca: Acalma, com-
prosperidade
bate ansiedade, insonia
• Boldo: Limpa suavemente o
• Rosa Vermelha: Atrai sen-
ambiente, trás calma, clareza,
sualidade, ativa a libido, trás
serenidade, esfria o Ori
atração
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10 A cabaça de Ossayn
O itã sobre a divisão das folhas entre os Orixás
Ossayn gostava de ficar sozinho nas florestas, vagando pelas matas, preferia
viver assim a estar na companhia dos demais orixás. Através de suas andan-
ças pela floresta, Ossayn se dedicou a estudar as folhas e aprendeu sobre seus
benefícios e energias e poderes medicinais. Desta forma Ossayn aprendeu
tudo sobre todas as folhas e as guardava dentro de uma cabaça. Por conta
disso, todos os orixás quando precisavam de algum remédio ou feitiço, neces-
sitavam de ir até Ossayn pedir ajuda, mas ele não mostrava nem as folhas e
nem os segredos de sua cabaça para ninguém.
Os demais orixás ficaram enfurecidos e decidiram que precisavam fazer
algo sobre isso, então Oyá tomou a frente e disse que resolveria a situação.
Oyá soprou um vento forte e derrubou a cabaça de Ossayn. Assim, cada orixá
rapidamente pegou um montante de folhas para si, mas Ossayn conseguiu
ficar para si com as mais poderosas e continuou sendo o dono dos poderes
mágicos de todas as folhas. Por isso, sempre que se vai colher uma folha,
seja de onde for, pede-se licença para Ossayn.

10.1 As folhas de cada Orixá


Após Oyá soprar a cabaça de Ossayn cada Orixá pegou uma folha para si e
aqui apresentarei um pouco dessas folhas. Trago a consciência que o mundo
é vasto de folhas, flores, raízes, cascas, por isso este curso e apostila é um
primeiro passo para um mergulho muito mais intenso que você passará a
partir de agora. Então, reitero o convite feito ao início, de que você busque
os saberes dos teus ancestrais, da tua família e além disso, que mergulhe cada
vez mais na vastidão que as folhas e seus donos possuem. Abra-se para sua
ancestralidade, honre seus ancestrais, busque este resgate. Busque os saberes
das tuas matriarcas!

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10.2 Os orixás e suas folhas
• Oxalá: alecrim, algodão, boldo, erva cedreira, funcho, girassol, evante,
malva.
• Erês: alecrim, alfazema, amoreira, hortelã, laranjeira, manjericão, rosa
branca, sálvia.
• Exú: arruda, beladona, cactos, cana de açúcar, carqueja, comigo nin-
guém pode, mamona, mangueira, picão preto, pimenta da costa, pinhão
roxo, unha de gato, urtiga.
• Iansã: bambu, dormideira, espada de Iansã, louro, manjericão, pitan-
gueira, romã
• Iemanjá: alfazema, anis, chapéu de couro jasmim, lágrima de Nossa
Senhora, lavanda, mastruço, pata de vaca, unha de vaca.
• Irokô: cajueiro, colônia, jaqueira, noz moscada.
• Logunedé: Todas as ervas de seu pai Oxossi e sua mãe Oxum, além
das suas próprias que são piperegum amarelo e piperegum verde.
• Nanã Buruku: alfavaca, assa peixe, avenca, cipreste, crisântemo roxo,
erva-cidreira, manacá, oriri, quaresmeira, pinhão roxo.
• Obá: alteia, bambu, cambuí amarelo, cordão de frade, cravo da índia,
dormideira, espirradeira, hortelã, lírio do brejo, louro, manjericão roxo,
maravilha bonina.
• Ogum: abre-caminho, agrião, aroeira, carqueja, espada de São Jorge,
flecha de ogum, jatobá, jurupitã, losna, pata de vaca, pinhão roxo,
vence tudo.
• Omolú/Obaluaê: alfavaca roxa, babosa, canela de velho, fruta de
pomba, gervão, mamona, mostarda, velame.
• Ossain: Mamona, Pitangueira, Erva-Vintém, Jureba roxa, Nos-de-
cola, Espada de São Jorge, Bredo
• Oxossi: alecrim do campo, alfavaca, carapiá, eucalipto, guiné caboclo,
jurema, salgueiro, samambaia.
• Oxum: alfavaca, arnica, camomila, erva-cidreira, gengibre, ipê ama-
relo, rosa amarela, rosa branca.
• Oxumaré/Bessen: alteia, angelicó, araticum-de-areia, graviola, ingá-

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bravo, língua de vaca.
• Pretos velhos: arruda, eucalipto, guiné, manjerona, pinhão roxo.
• Xangô: alfavaca roxa, café (folhas), cipó-mil-homens, erava de São
João, flamboiant, hortelã, levante, mangueira, manjerona, mentrasto,
nega-mina.

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