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NATAL
2019
RAFAEL MENEZES DA SILVA
NATAL
2019
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências Sociais Aplicadas - CCSA
Silva, Rafael Menezes da.
Análise dos aspectos socioeconômicos e da influência de facções
sobre os crimes violentos letais intencionais no Brasil: uma
abordagem econométrica para o período de 2011 a 2017 / Rafael
Menezes da Silva. - 2019.
60f.: il.
________________________________________________________
Rafael Menezes da Silva
BANCA EXAMINADORA
_________________________________________________________
PROF. DR. DIEGO DE MARIA ANDRÉ (Orientador)
Universidade Federal do Rio Grande do Norte. (UFRN)
_________________________________________________________
PROF.DR.(a) JANAINA DA SILVA ALVES (Avaliador)
Universidade Federal do Rio Grande do Norte. (UFRN)
NATAL
2019
Dedico esse trabalho ao Deus criador, a
minha esposa Odara Shéridan e filhos:
Lucas, Bernardo e Asafe.
AGRADECIMENTOS
Intentional lethal violent crimes in Brazil have grown significantly in the last decade. Efforts
to reduce these high rates can be seen in increasing public security spending. To develop
the analysis of the problem, the economics of crime uses its assumption of economic
rationality and the maximization of expected utility. The potential criminal compares gains
and costs of crime activity. Thus, the dynamics of homicides in the country is of high
complexity and it foresees individuals who, in making this comparison, see economic gains
from the deaths of other individuals. The present work aimed to analyze the effect that
some socioeconomic variables have on lethal crime in Brazil, besides developing an
analysis on the relationship of this lethal crime with the criminal factions acting in the
country. For this study, the methodology used is applied in nature with a quantitative
approach; Stacked panel data were used for the 27 Brazilian states from 2011 to 2017. A
multiple linear regression model was estimated using the ordinary least squares method.
The results show the strong relationship between intentional lethal violence and criminal
factions. This relationship is also present with socioeconomic factors such as education
and income. It is concluded that the role of the state is essential in combating intentional
lethal violent crime and its absence leaves sufficient room for the strengthening of
paramilitary organizations representing prison collectives that have important international
drug and weapons connections.
1. INTRODUÇÃO............................................................................................................. 10
CAPÍTULO 2 - REVISÃO DE LITERATURA .................................................................... 14
2.1 A ECONOMIA DO CRIME .................................................................................................. 14
CAPÍTULO 3 - ANÁLISE DOS DADOS E ESTATÍSTICA DESCRITIVA ........................... 22
3.1 DESCRIÇÃO DA BASE DE DADOS. ............................................................................... 22
3.2. ANÁLISE DESCRITIVA...................................................................................................... 24
3.2.1-Crimes Violentos Letais Intencionais no Brasil ........................................................ 25
3.2.2- Tráfico de entorpecentes............................................................................................ 26
idh 3.2.3- Índice de Desenvolvimento Humano Municipal ..................................................... 28
3.2.4-Gastos com Segurança Pública................................................................................. 30
1. INTRODUÇÃO
A insegurança é cada vez mais incorporada nas rotinas dos cidadãos e é raro
encontra quem, seja de forma direta ou indireta, não tenham passado por alguma
experiência traumática pertinente a criminalidade; Horários de funcionamentos de
centros comerciais são reduzidos com o intuito de diminuir o risco de assalto; presença
de câmeras, cercas elétricas e concertinas adornam faixadas das residências por todo
o país. Experiências traumáticas envolvendo violência urbana funcionam como
gatilhos para doenças psíquicas, como a síndrome do pânico e crises de ansiedade.
Ribeiro et al., (2009) atribui a violência urbana uma parte importante dos problemas
de saúde mental em países em desenvolvimento como Brasil.
As perdas causadas pela criminalidade são incalculáveis, mas para se ter uma
dimensão econômica do problema exposto, recorremos a uma pesquisa desenvolvida
pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento, onde Caprirolo et al.(2017) ilustra
bem o impacto financeiro do crime no Brasil. Segundo essa pesquisa, que leva em
conta prejuízos materiais, tratamentos médicos e horas de trabalho perdidas, o crime
rouba cerca de 10% do PIB nacional, o que dá mais de 100 bilhões de reais por ano.
mundial, o país concentra cerca de 14% dos homicídios do mundo. Além dos prejuízos
materiais, tratamentos médicos e horas de trabalho perdidas foram incluídos no
cálculo os custos de segurança pública e privada, custos de encarceramento e os
custos com processos judiciais. Constatou-se um aumento significativo desses custos
passando de cerca de 113 bilhões ao ano, em 1996, para 285 bilhões em 2015.
Estimou-se que, para cada homicídio de jovens de 13 a 25 anos, o valor presente da
perda da capacidade produtiva é de cerca de 550 mil reais. Logo, a perda cumulativa
de capacidade produtiva decorrente de homicídios, entre 1996 e 2015, superou os
450 bilhões de reais. (SAE-PR,2018)
ilegal que seja, e seu modelo tem como pressuposto a racionalidade econômica do
potencial criminoso. O presente trabalho consiste na estimação de uma regressão
linear múltipla por MQO (mínimos quadrados ordinários), utilizando dados em painel
empilhado para os estados brasileiros no período de 2011 a 2017. Espera-se constatar
relação da violência letal intencional com a atuação de organizações criminosas e
suas atividades correlatas, bem como constatar também que a educação e a renda
tem efeitos negativos com a taxa de crimes violentos letais intencionais.
elevadas foram registradas nas áreas mais pobres da cidade. O risco relativo de morte
por essa causa entre os estratos de piores e o de melhores condições de vida variou
entre 2,9% e 5,1%, sendo essa relação estatisticamente significante. Os resultados
encontrados são sugestivos das possíveis relações entre homicídios e desigualdades
sociais.
Os autores ainda estimaram que um aumento de 100 policiais para cada 100
mil habitantes reduziria os homicídios em 5,3%. Além disso, os autores mostram a
ambiguidade existente em algumas variáveis, como, por exemplo, a renda vista pela
ótica de ganhos associados ao crime incita uma relação de que quanto maior a renda
média de determinado local, maior será o número de vítimas em potencial.
Araújo (2018) contribuiu com sua análise para o entendimento dos fatores que
estão na origem das facções criminosas. O autor destaca uma visão sistemática para
a boa compreensão dos fenômenos do crime organizado com seus componentes,
sistema carcerário, a polícia e outros órgãos de persecução penal, e suas múltiplas
vertentes. Comprova o crescimento das facções originárias da região Sudeste do país
(PCC e CV), como também o surgimento de facções na região Nordeste. O autor cita
como exemplo a facção denominada GDE (guardiões do estado) que, nos últimos
anos, vem aterrorizando a população da região metropolitana de Fortaleza e atua em
todo Estado do Ceará com ações sempre muito violentas.
urbana, juntamente com evidências empíricas sobre esses elos. Padilha et al (2018)
forneceram evidências empíricas da associação espacial entre o tráfico de drogas e a
taxa de homicídios na Região Metropolitana do Recife. O trabalho apresenta
evidências que sugerem que o maior tráfico de droga afeta positivamente a ocorrência
de homicídios nos bairros analisados (elasticidade em torno de 0.34%). Tal evidência
é obtida mesmo depois de considerar a influência de um grande conjunto de variáveis,
incluindo condicionantes socioeconômicos tradicionais da violência e novos controles,
como o percentual de domicílios dos bairros que pertencem a favelas e a densidade
de empregos em bares e restaurantes. Os resultados do trabalho também indicam
que uma parcela (15%) do efeito estimado decorre de spillovers do tráfico de drogas
de bairros vizinhos sobre a taxa de homicídio de cada localidade.
VER FOTO DO
QUADRO
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O Estado de São Paulo, com a taxa de 10,7, e de Santa Catarina, com a taxa
de 16.5 mortes para cada 100 mil habitantes, apresentam as menores taxas para o
ano de 2017. Esses estados, junto com o Piauí, apresentaram as menores taxas da
série. Vale lembrar do Estado do Paraná e Distrito Federal, apresentaram em 2017
quedas respectivas de 26,52% e 36,27%, em relação ao ano de 2011.
O estado do Rio de Janeiro, com uma taxa de 40,4 mortes para cada 100 mil
habitantes, sempre em evidência no cenário nacional nos noticiários relacionados a
violência urbana, ocupa a décima primeira posição.
Estados como Minas Gerais (150,3), Mato Grosso do Sul (120,6), Santa
Catarina (122,5), seguidos de Mato Grosso com (116,7), São Paulo (109,4) e Espírito
Santo (98,7) concentram as maiores taxas registradas em 2017 e de toda a série. O
curioso é que a maioria desses estados, como exposto no item 2.2.1, apresentam as
menores taxas de homicídios da série, como se houvesse um controle dos homicídios
nesses estados, uma vez que a violência letal, apesar de ter ligação direta com a essa
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atividade, não beneficiaria essa prática pois chamaria a atenção das autoridades
repressoras. A exceção ficaria com os estados que estão em disputa pela hegemonia
dessa atividade, como veremos mais à frente.
É importante ressaltar que essa atividade funciona como o “core businesss” das
facções criminosas atuantes no país: movimenta cifras bastante elevadas e
fortalecendo esse tipo de organização e financiando crimes cada vez mais ousados.
Em outras palavras, é a criminalidade gerando criminalidade, o efeito inércia como
enfatizou Santos (2009)
acima de 0.7 em 2017. O destaque vai para Roraima, que apresentou uma melhora
nesse índice de 15,28%.
A maioria dos estados apresentaram gastos na casa dos milhões, com exceção
de São Paulo, Pernambuco, Paraná e Mato Grosso do Sul, onde esses gastos anuais
ficaram acima dos bilhões devido ao maior contingente policial desses estados.
3.2.5-Grau de Informalidade
3.2.6-Índice de GINI
A respeito do PCC, pode-se dizer que é considerado uma das mais fortes e
organizadas facções criminosas do país. Estudiosos afirmam que ela teria surgido em
1993, dentro do presídio de Taubaté, em São Paulo, com estatuto e organização
hierárquica. O objetivo central do PCC, inicialmente, era contestar o tratamento dado
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aos presos e exigir melhores condições no sistema carcerário. Com o tempo, o PCC
passou a atuar no tráfico de drogas e a desempenhar ações criminosas dentro e fora
das prisões e fora do estado de origem. Em 2006, a facção amedrontou o Estado de
São Paulo e paralisou a maior cidade do país, com ataques em unidades prisionais e
fora delas, atingindo centenas de civis. Hoje, o PCC opera em rotas internacionais do
tráfico e teria atuação em todas as 27 unidades da federação.
(BIGOLI;BEZERRO,2015).
6. Jamais usar o Partido para resolver conflitos pessoais, contra pessoas de fora
porque o ideal do Partido está acima de conflitos pessoais. Mas o Partido estará
sempre Leal e solidário à todos os seus integrantes para que não venham a
sofrer nenhuma desigualdade ou injustiça em conflitos externos.
7. Aquele que estiver em Liberdade "bem estruturado" mas esquecer de contribuir
com os irmãos que estão na cadeia, serão condenados à morte sem perdão.
8. Os integrantes do Partido tem que dar bom exemplo à serem seguidos e por
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isso o Partido não admite que haja assalto, estupro e extorsão dentro do
Sistema.
10. Todo integrante tem que respeitar a ordem e a disciplina do Partido. Cada um
vai receber de acordo com aquilo que fez por merecer. A opinião de Todos será
ouvida e respeitada, mas a decisão final será dos fundadores do Partido.
11. O Primeiro Comando da Capital PCC fundado no ano de 1993, numa luta
descomunal e incansável contra a opressão e as injustiças do Campo de
concentração "anexo" à Casa de Custódia e Tratamento de Taubaté, tem como
tema absoluto a "Liberdade, a Justiça e Paz".
12. O partido não admite rivalidades internas, disputa do poder na Liderança do
comando, pois cada integrante do Comando sabe a função que lhe compete de
acordo com sua capacidade para exercê-la.
13. Temos que permanecer unidos e organizados para evitarmos que ocorra
novamente um massacre semelhante ou pior ao ocorrido na Casa de Detenção
Carandiru em 02 de outubro de 1992, onde 111 presos foram covardemente
assassinados, massacre este que jamais será esquecido na consciência da
sociedade brasileira.
Porque nós do Comando vamos mudar a prática carcerária, desumana, cheia
de injustiças, opressão, torturas, massacres nas prisões.
16. O importante de tudo é que ninguém nos deterá nesta luta porque a semente do
Comando se espalhou por todos os Sistemas Penitenciários do estado e conseguimos
nos estruturar também do lado de fora, com muitos sacrifícios e muitas perdas
irreparáveis, mas nos consolidamos à nível estadual e à médio e longo prazo nos
consolidaremos à nível nacional. Em coligação com o Comando Vermelho – CV e PCC
iremos revolucionar o país dentro das prisões e nosso braço armado será o Terror "dos
Poderosos" opressores e tiranos que usam o Anexo de Taubaté e o Bangú I do Rio de
Janeiro como instrumento de vingança da sociedade na fabricação de monstros.
Fonte: https://istoe.com.br
FONTE COMPLICADA
A partir destes elementos citados podemos notar o alto nível dessa organização
criminosa. O Primeiro Comando da Capital (PCC) tornara-se um coletivo criminal
poderoso com ações dentro e fora de presídios, como relata Tellese e Hirata (2010).
O outro ponto importante é visto no décimo sexto item, que prediz o que
constata-se nos dias de hoje no que se refere ao crescimento da organização no
medio e longo prazo. Ele também expõe a volatilidade das coligações feita pelas
organização criminosa: facções que ontem eram associadas, hoje são arquirrivais de
acordo com suas coveniências. Vale lembrar que posteriormente esse estatuto
serviria de modelo para novas facções.
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Lima (2001) enfatiza que ao passar do tempo e a corrupção dos ideias iniciais
(Paz, Justiça e Liberdade), o CV tornou-se uma organização criminosa que extrapolou
os limites do presídio da Ilha Grande. O CV dominou sozinho o comércio de
substâncias ilícitas na região metropolitana do Rio de Janeiro até meados dos anos
90. A essa época, a organização fundada, entre outros, por Rogério Lemgrüber,
dedicava-se exclusivamente a atividades criminosas.
A facção FDN é apontada pela polícia federal como a terceira maior facção do
país e a facção que quebrou a aliança de 20 anos entre CV e PCC . Com o apoio do
CV, a FDN pôs em prática o plano de acabar com a facção paulista no Amazonas.
Apesar da aproximação com o CV, a facção não é subordinada a nenhuma outra
organização.
Segundo Melo e Rodrigues (2017), A facção teve sua fundação em 2013 dentro
de presídios da região metropolitana de Natal. O surgimento dessa facção foi
semelhante ao observado na região Norte, quando grupos de traficantes locais
ameaçados pela expansão da facção paulista (PCC) organizaram-se no intuito de
combater essa expansão. É um exemplo de facção regional. Atualmente essa facção
é a de maior atuação no Rio Grande do Norte. Um episódio marcante que revelou o
conflito envolvendo essa facção foi a rebelião ocorrida no presídio do Rio Grande do
Norte, em janeiro de 2017, conhecida como o massacre de alcaçuz. O genocídio
culminou com a morte de 26 presos, e o desaparecimento de outros 16 presos.
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O GRETL APLICA LOG É SÓ ESCOLHER EM QUAIS. O IDEAL É NÃO COLOCAR LOG EM UMA SÓ. COLOCAR EM TODAS.
CVLI=βₒ+β₁₁TE+β₂₂log(GPS)β₃₃GI+β₄₄GINI+β₅₅IDHM+β₆₆N+β₇₇NE+β₈₈S+COβ₉₉
+β₁₀
₁₀PCC+β₁₁
₁₁CV+β₁₂
₁₂FR+β₁₃
₁₃CF+µ PODIA TER COLOCADO SÓ AS
₁₀ ₁₁ ₁₂ ₁₃
VARIÁVEIS QUE USOU E JÁ
COM OS COEFICIENTES
Y = xβ+ µ
Onde:
µ’ µ = (y-xβ)’(y-xβ) (1)
µ’ µ = y’y-y’xβ-(xβ)’ y+(xβ)’ (xβ) (2)
µ’ µ = y’y-y’xβ-β’ x’y+ β’x’xβ (3)
µ’ µ = y’y-2β’x’y+ β’ x’xβ (4)
Assim, na equação (4) temos a soma dos quadrados dos resíduos. Então, para
minimizar a soma dos quadrados dos resíduos deriva-se a equação(4) em relação ao
β e iguala-se a zero (condição de primeira ordem)
-2x’y+2x’xβ=0 (5)
2x’xβ = 2x’y (6)
X’xβ= x’y (7)
R² 0,396 R² ajustado 0,349 Desvio padrão dos resíduo 11,230 (df = 168)
39,60 %
Estatística F 8,464 (df= 13; 168) P valor 0,0024***
R QUADR OU R QDRA AJUSTADO É UM PRA CADA MODELO = VER FOTO DO CVLI =
O QTO O CONJUNTO DAS VARIÁVEIS AFETA A VARIÁVEL DEPENDETE o CVLI DEPENDE EM 39,6% DAS VARIÁVEIS INDEP,
EXPLICAM EM 39.6 %
Nota: *p<0,1; **p<0,05; ***p<0,01
Fonte: Elaborada pelo autor. O QTO CADA UMA INFLUENCIA, É AS VARIÁVEIS
INDIVIDUAIS.
Existe uma razoabilidade ao acreditar que locais onde as pessoas que vivam
em locais com maiores possibilidades de acesso à educação e renda sofram menos
com a violência letal. Vale lembrar que o IDHM é um número semelhante ao índice
de GINI, mas com sentido oposto, ou seja, é um número entre zero e um e quanto
mais próximo de um mais desenvolvido é o estado. Desse modo, dado o acréscimo
de 0.1 unidade no IDHM, ocorrerá um decréscimo na magnitude de 11.14 na taxa de
homicídios.
O Nordeste despertou interesse das facções que atuam no âmbito nacional por
sua posição estratégica na exportação de drogas para os Estados Unidos da América
e Europa e menor repressão que no Sudeste. A região representa boa parcela do
mercado consumidor de drogas do país e apresentam um enorme potencial de
escoamento dessa mercadoria, com rotas já bem conhecidas e utilizadas pelos
narcotraficantes (UNODC,2017).
Sendo assim, o resultado estimado para essa variável revela a diferença média
da taxa de homicídios entre os estados que apresentam atuação de facções regionais
em relação a estados que não apresentam, que foi de 6.6128 para o período em
análise.
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Além disso, como mostra Paiva (2019), as áreas de conflitos entre os coletivos
prisionais geralmente apresentam uma massa carcerária de altíssimo grau de
periculosidade e que apresentam um histórico sangrento e sombrios. Vale lembrar das
penitenciárias federais de segurança máxima nos estados do Paraná, Mato Grosso
do Sul e Rio Grande do Norte onde encontramos os líderes das maiores facções do
país.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Notou-se que a busca pelo domínio do tráfico de drogas gera uma disputa
desenfreada entre as facções. Sendo assim, concluímos que locais intensivos nessa
atividade são locais mais violentos. Além disso, as facções regionais, em sua maioria,
não atuam sozinhas, fazem alianças com facções maiores nacionais, em troca de
apoio logístico para suas atividades, de modo tecer uma verdadeira rede criminosa
pelo país e protagonizam uma verdadeira guerra urbana.
A atuação da força nacional bem como as ações com o exército brasileiro que
atuam na garantia da lei e da ordem já apresentam um resultado positivo na redução
de homicídios, corroborando com o resultado encontrado no presente trabalho para
os gastos com segurança pública.
REFERÊNCIAS
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http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=33410
&Itemid=432 Acessado em 22 ago. 2019.
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modelagem multivariada para tomada de decisões. Rio de Janeiro:
Campos/Elsevier,2009.
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Livraria da Física, 2006.
LOURENÇO, L.C.; ALMEIDA, O.L. de. “Quem mantém a ordem, quem cria
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MACEDO AC,; PAIM JS,; SILVA LMV,; COSTA MCN. Violência e desigualdade
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PAIVA, Luiz Fábio Silva.” Aqui não tem gangue, tem facção”: as transformações
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icacoes-e-analise/relatorio-de-
conjuntura/custos_economicos_criminalidade_brasil.pdf Acesso em: 22 ago 2019.
SILVA JÚNIOR, Inaldo Bezerra da. "Impactos das políticas de segurança sobre a
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Econometria Espacial." (2016).
UNODC. United Nations Office on Drugs and Crime. 2017. Disponível em:
http://www.unodc.org/wdr2017/ Acesso em: 22 ago. 2019.