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Colégio Técnico Industrial de Santa Maria


Língua Portuguesa - Prof. Saigon Quevedo (2ª Série) – Módulo 01

O GÊNERO TEXTO PUBLICITÁRIO1

IDENTIFICAÇÃO E DESCRIÇÃO DO GÊNERO

Os textos publicitários são aqueles que têm o objetivo de anunciar alguma coisa, fazer com que
uma informação torne-se pública, desde uma campanha de vacinação até os anúncios de produtos e/ou
prestação de serviços. Podemos encontrar os textos publicitários circulando em diversos suportes de
comunicação, como os midiáticos (televisão, internet e rádio) e jornalísticos (jornais, revistas), e espalhados
pelas vias urbanas (outdoors, pontos de ônibus, postes de iluminação pública etc.).
Linguagem

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Disponível em: ARAÚJO, Luciana Kuchenbecker. Textos publicitários. Brasil Escola. Disponível em
<http://brasilescola.uol.com.br/redacao/textos-publicitarios.htm>. Acesso em 07 de mai 2017.
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Podemos dizer que a linguagem, sobretudo no que se refere à sua função e ao tipo, é a
característica mais relevante dos textos publicitários, já que se trata do principal recurso que o autor
da peça (texto) publicitária tem para que os efeitos de sentido gerados sejam aqueles desejados pelo autor
para alcançar os leitores.

Quanto à função da linguagem dos textos publicitários, ela pode ser abordada de várias
formas: linguagem referencial (quando o texto tem o objetivo de divulgar uma informação real), linguagem
emotiva (quando o texto pretende alcançar seu objetivo por meio da emotividade dos leitores)
e linguagem apelativa ou conativa (quando o texto tem o objetivo de convencer alguém a fazer ou comprar
alguma coisa, é conhecida como retórica).
Com relação ao tipo de linguagem, os textos publicitários podem ser criados a partir das linguagens verbal
(oral ou escrita), não verbal (imagens, fotografias, desenhos) e mista (verbal e não verbal).
É relevante ressaltarmos também que a linguagem dos textos publicitários é pensada no sentido
de atingir um grande número de interlocutores, ou seja, as massas, e, por essa razão, deve ser de fácil
compreensão, objetiva, simples e acessível a interlocutores de todos as classes e faixas etárias.

Criatividade
De maneira geral, para conseguir causar efeitos de sentido e seduzir, chamar a atenção dos
interlocutores, os autores das peças publicitárias fazem trocadilhos e trabalham as linguagens verbal e não
verbal de maneira criativa.

Objetividade
Geralmente, os textos publicitários têm extensão bem reduzida, já que circulam em suportes
cujo espaço também é reduzido e o valor de cada anúncio depende de seu tamanho. A seção
dos classificados de jornal, que é um exemplo de texto publicitário, é um bom exemplar para que possamos
observar essa característica. Outro exemplo que ilustra a objetividade dos textos publicitários é a criação
de slogan (uma frase curta e de fácil memorização) ou manchetes, os quais resumem em um único
enunciado as informações e os objetivos do texto.

Exemplos de slogan:
 Cheetos, é impossível comer um só. (Elma Chips) Vem pra Caixa você também. Vem! (CEF)
 A rádio que toca notícias, só notícias. (Rádio CBN) Helmann’s, a verdadeira maionese
 TIM, viver sem fronteiras Bombril, mil e uma utilidades
 Tomou Doril, a dor sumiu Viva o lado Coca-cola da vida
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Publicidade e o público
Em virtude de seu caráter persuasivo e pelo fato de alcançar as grandes massas, o texto
publicitário exerce grande influência e poder sobre o público. Esse texto promove o compartilhamento de
ideias, produtos e serviços e, de certa forma, orientações ideológicas.
Devido ao seu papel importante na nossa cultura, existe uma autorregulamentação para a
divulgação/publicação de textos publicitários, a qual define limites de atuação e aprovação (ou não)
quanto à veiculação de alguns anúncios. Essa autorregulamentação é necessária porque, conforme
o Código de Defesa do Consumidor (CDC), os textos publicitários respondem pela qualidade dos produtos
e serviços que estão sendo oferecidos, portanto, não devem realizar propaganda enganosa, que é crime.
Ainda de acordo com o CDC, propaganda enganosa significa qualquer modalidade de informação falsa,
capaz de induzir o consumidor ao erro no que diz respeito à natureza, característica, qualidade,
quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços.

Estrutura do texto publicitário


O texto publicitário é composto, muitas vezes, por imagem, título, texto, assinatura e slogan. A
assinatura é o nome do produto/serviço e do anunciante. Slogan, como já dissemos, é um enunciado
conciso e de fácil associação ao produto e lembrança do leitor. O título/headline é um enunciado breve
com o objetivo de captar a atenção do leitor, incitando sua curiosidade. O texto deve incitar no consumidor
o interesse, o desejo por aquilo que está sendo oferecido/anunciado.
A extensão do texto publicitário depende da intencionalidade discursiva do autor/anunciante e
do espaço disponível/sugerido pelo suporte de circulação no qual o texto será veiculado: jornal,
revista, outdoors, jingles em rádio (aliado à musicalidade), redes sociais, sites etc.

GÊNERO E SOCIEDADE
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REGISTRO DA LÍNGUA

LEITURA
Crônica de um amor anunciado2

Toda pessoa apaixonada é um publicitário em potencial. Não anuncia cigarros, hidratantes ou


máquinas de lavar, mas anuncia seu amor, como se vivê-lo em segredo diminuísse sua intensidade.
O hábito começa na escola. O caderno abarrotado de regras gramaticais, fórmulas matemáticas e
lições de geografia, e lá, na última página, centenas de corações desenhados com caneta vermelha. Parece
aula de ciências, mas é introdução à publicidade. Em breve se estará desenhando corações em árvores,
escrevendo atrás da porta do banheiro e grafitando a parede do corredor: Suzana ama João.
A partir de uma certa idade, a veia publicitária vai tornando-se mais discreta. Já não anunciamos nossa
paixão em muros e bancos de jardim. Dispensa-se a mídia de massa e parte-se para o telemarketing.
Contamos por telefone mesmo, para um público selecionado, as últimas notícias da nossa vida afetiva.
Mas alguns não resistem em seguir propagando com alarde o seu amor. Colocam anúncios de verdade no
jornal, geralmente nos classificados: Kika, te amo. Beto, volta pra mim. Everaldo, não me deixe por essa
loira de farmácia. Joana, foi bom pra você também?
O grau máximo de profissionalismo é atingido quando o apaixonado manda colocar sua mensagem
num outdoor em frente a casa da pessoa amada. O recado é para ela, mas a cidade inteira fica sabendo
que alguém está tentando recuperar seu amor. Em grau menor de assiduidade, há casos em que
apaixonados mandam despejar de um helicóptero pétalas de rosas no endereço do namorado, ou gastam
uma fortuna para que a fumaça de um avião desenhe as iniciais do casal no céu. A criatividade dos amantes
é infinita.
O amor é uma coisa íntima, mas todos nós temos a necessidade de torná-lo público. É a nossa vitória
contra a solidão. Assim como as torcidas de futebol comemoram seus títulos com buzinaços, foguetório e
cantorias, queremos também alardear nossa conquista pessoal, dividir a alegria de ter alguém que faz
nosso coração bater mais forte. É por isso que, mesmo não sendo adepta do estardalhaço, me consterno
por aqueles que amam escondido, amam em silêncio, amam clandestinamente. Mesmo que funcione
como fetiche, priva o prazer de ter um amor compartilhado.

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Marta Medeiros: disponível em: https://pensador.uol.com.br/texto_publicitario/. Acesso em: 07 de
mai 2017.
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PRODUZINDO O TEXTO PUBLICITÁRIO

A PROPOSTA

O GÊNERO TEXTO PUBLICITÁRIO NO ENEM

ENEM 2011- O texto é uma propaganda de um adoçante que tem o seguinte mote: “Mude sua embalagem”. A
estratégia que o autor utiliza para o convencimento do leitor baseia-se no emprego de recursos expressivos,
verbais e não verbais, com vistas a:
a) ridicularizar a forma física do possível cliente do produto anunciado, aconselhando-o a uma busca de
mudanças estéticas.
b) enfatizar a tendência da sociedade contemporânea e buscar hábitos alimentares saudáveis, reforçando tal
postura.
c) criticar o consumo excessivo de produtos industrializados por parte da população, propondo a redução desse
consumo.
d) associar o vocábulo “açúcar” à imagem do corpo fora de forma, sugerindo a substituição desse produto pelo
adoçante.
e) relacionar a imagem do saco de açúcar a um corpo humano que não desenvolve atividades físicas,
incentivando a prática esportiva.

ENEM 2013- O emprego dos recursos verbais e não


verbais nesse gênero textual adota como uma das
estratégias persuasivas:

A) evidenciar a inutilidade terapêutica do cigarro.


B) indicar a utilidade do cigarro como pesticida contra ratos
e baratas.
C) apontar para o descaso do Ministério da Saúde com a
população infantil.
D) mostrar a relação direta entre o uso do cigarro e o
aparecimento de problemas no aparelho respiratório.
E) indicar que os que mais sofrem com as consequências
do tabagismo são os fumantes ativos, ou seja, aqueles que
fazem uso direto do cigarro.
Ver Resposta

MOSTRE QUE SUA MEMÓRIA É MELHOR DO QUE A DE COMPUTADOR E GUARDE ESTA CONDIÇÃO: 12X SEM JURO
Campanha publicitária de loja de eletroeletrônicos. Revista Época. N° 424, 03 jul. 2006.

ENEM 2010- Ao circularem socialmente, os textos realizam-se como práticas de linguagem, assumindo configurações
específicas, formais e de conteúdo. Considerando o contexto em que circula o texto publicitário, seu objetivo básico é:
A) influenciar o comportamento do leitor por meio de apelos que visam à adesão ao consumo.
B) definir regras de comportamento social pautadas no combate ao consumismo exagerado.
C) defender a importância do conhecimento de informática pela população de baixo poder aquisitivo.
D) facilitar o uso de equipamentos de informática pelas classes sociais economicamente desfavorecidas.
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E) questionar o fato de o homem ser mais inteligente que a máquina, mesmo a mais moderna.

Os meios de comunicação podem contribuir para a resolução


de problemas sociais, entre os quais o da violência sexual
infantil. Nesse sentido, a propaganda usa a metáfora do
pesadelo para
A) informar crianças vítimas de violência sexual sobre os
perigos dessa prática, contribuindo para erradicá-la.
B) denunciar ocorrências de abuso sexual contra meninas,
com o objetivo de colocar criminosos na cadeia.
C) dar a devida dimensão do que é abuso sexual para uma
criança, enfatizando a importância da denúncia.
D) destacar que a violência sexual infantil predomina durante
a noite, o que requer maior cuidado dos responsáveis nesse
período.
E) chamar a atenção para o fato de o abuso infantil ocorrer
durante o sono, sendo confundido por algumas crianças com
um pesadelo.
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Disponível em: G1.Globo. Acesso em: 26 jan. 2016.

Em todo feriado prolongado, o Governo Federal lança campanhas de conscientização em relação aos perigos nas rodovias. Um dos temas
mais abordados é a combinação nada perfeita do álcool e direção. Analisando o anúncio em questão, é possível afirmar que:
A) o texto não verbal não faz referência ao feriado em questão.
B) a iniciativa tem o objetivo de causar impacto e sensibilizar a população sobre os cuidados com o trânsito durante as festas.
C) há exagero ao retratar um acidente, o que reduz a credibilidade da campanha.
D) o modo imperativo “Seja você” não é indicado para o resultado esperado, visto que não devemos influenciar os leitores em propagandas.

O slogan de uma marca é responsável por transmitir, em poucas palavras, todo o conceito da empresa. A Coca-Cola, marca de refrigerante
reconhecida mundialmente, tem um marcante slogan “Viva o lado coca-cola da vida”. Esse slogan foi veiculado entre 2006 e 2009 e, hoje em
dia, ainda é referenciado nos anúncios da empresa. Analisando as imagens apresentadas anteriormente e o slogan em questão, po demos
afirmar que:
A) o slogan não procura representar um estado eufórico.
B) o slogan não manipula o consumidor.
C) o slogan efetua-se por um verbo no imperativo (viva), o qual supõe uma perspectiva futura para o sujeito efetivar essa vivência.
D) o verbo viver, no modo imperativo, não faz o consumidor se incluir na mensagem, o que prejudica o objetivo do anúncio: influenciar o leitor.
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Colégio Técnico Industrial de Santa Maria


Língua Portuguesa – Prof. Saigon Quevedo SEGUNDO/Módulo 02

O GÊNERO NOTÍCIA (Em: https://www.todamateria.com.br/genero-textual-noticia/)

A Notícia é um gênero textual jornalístico e não literário que está presente em nosso dia a dia,
sendo encontrada principalmente nos meios de comunicação. Trata-se, pois, de um texto
informativo sobre um tema atual ou algum acontecimento real, veiculada pelos principais meios
de comunicação: jornais, revistas, meios televisivos, rádio, internet, dentre outros.
Por esse motivo, as notícias possuem teor informativo e podem ser textos descritivos e narrativos
ao mesmo tempo, apresentando, portanto, tempo, espaço e as personagens envolvidas.
Em virtude de a notícia compor a categoria preconizada pelo ambiente jornalístico, caracteriza-
se como uma narrativa técnica. Tal atribuição está condicionada principalmente à natureza
linguística, pois diferente da linguagem literária, que, via de regra, revela traços de intensa
subjetividade, a imparcialidade neste âmbito é a palavra de ordem.
Assim sendo, como a notícia pauta-se por relatar fatos condicionados ao interesse do público em
geral, a linguagem necessariamente deverá ser clara, objetiva e precisa, isentando-se de quaisquer
possibilidades que porventura tenderem a ocasionar múltiplas interpretações por parte do
receptor.

CARACTERÍSTICAS E DESCRIÇÃO DO GÊNERO


As principais características do gênero textual notícia são:
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• Texto de cunho informativo


• Textos descritivos e/ou narrativos
• Textos relativamente curtos
• Veiculado nos meios de comunicação
• Linguagem formal, clara e objetiva
• Textos com títulos (principal e auxiliar)
• Textos em terceira pessoa (impessoais)
• Discurso indireto
• Fatos reais, atuais e cotidianos

ESTRUTURA E EXEMPLO DE NOTÍCIA


Geralmente as notícias seguem uma estrutura básica classificada em:

Título Principal e Título Auxiliar


A notícia é formada por dois títulos, ou seja, um principal, também chamado de Manchete, que
sintetiza o tema que será abordado, e outro um pouco maior, o qual auxilia o entendimento do
título principal, ou seja, é um recorte do assunto que será explorado, por exemplo:
Olimpíadas Rio 2016 (Título Principal)
Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016 (Título Auxiliar)

Lide
Na linguagem jornalística, a Lide corresponde à introdução da notícia, portanto, trata-se do
primeiro parágrafo que responderá as perguntas: O Que? Quem? Quando? Onde? Como?
Porque?
Trata-se de um parágrafo em que todas as informações que estarão contidas na notícia deverão
aparecer. É uma ferramenta muito importante, visto que desperta a atenção do leitor para a leitura
da notícia. Segue abaixo um exemplo:

O Rio de Janeiro, sede dos jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016, vem se preparando para
receber milhões de turistas no maior evento esportivo do planeta. Os Jogos Olímpicos ocorrerão
entre os dias 05 e 21 de agosto e os Jogos Paraolímpicos, que contempla os atletas com
necessidades especiais, acontecerão de 7 a 18 de setembro.

Corpo da Notícia
Nessa parte, será apresentada a notícia com descrições mais detalhadas. Segue abaixo um
exemplo:

Segundo a página oficial do “Rio 2016”, os Jogos Olímpicos vão ocorrer durante 17 dias (05 e 21
de agosto) em quatro regiões da Cidade Maravilhosa, que totalizam 32 locais de competição:
Copacabana, Barra, Maracanã e Deodoro. As Modalidades Olímpicas incluem 42 esportes, onde
participarão 10.500 atletas de 206 países. Duas novas modalidades foram inclusas nos jogos
Olímpicos de 2016: o Golfe e o Rugby.
Já os Jogos Paraolímpicos, destinados para atletas com necessidades especiais, acontecerão
durante 11 dias (7 a 18 de setembro) nas mesmas regiões da cidade (Copacabana, Barra, Maracanã
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e Deodoro), que no total contemplam 20 locais de competição. São 23 modalidades esportivas,


onde participarão 4.350 atletas de 178 países. A novidade é a inclusão de duas novas modalidades:
a Canoagem e o Triatlo.

Notícia e Reportagem
Ainda que a notícia e a reportagem sejam textos jornalísticos, a notícia se difere da reportagem
na medida que é um texto informativo e impessoal, sem teor opinativo, característico das
reportagens. Além disso, as notícias não são textos assinados pelo autor, enquanto as reportagens
apresentam o nome do repórter.
Dentre outras diferenças que podem surgir entre esses tipos de textos, vale lembrar que a notícia
apresenta um tema atual de modo inteiramente informativo, enquanto a reportagem aprofunda-
se mais sobre os temas sociais e de interesse da sociedade apresentando as opiniões do autor.

LEITURA (Disponível em: http://brasilescola.uol.com.br/historiag/invencao-imprensa.htm)


Quando se estuda o período do Renascimento, geralmente se destaca o advento de
algumas invenções, tais como o telescópio e o relógio de precisão. Uma dessas invenções que
provocaram uma verdadeira revolução no terreno da escrita e da leitura foi a imprensa, isto é, a
máquina de impressão tipográfica inventada pelo alemão Johann Gutenberg no século XV.
O nome imprensa remete, nos dias atuais, quase que automaticamente às instituições de
divulgação de notícias e opiniões sobre fatos cotidianos, isto é: aos jornais e revistas
especializados, sejam diários, semanários ou mensários. Esse nome, entretanto, designa,
originariamente, um tipo de dispositivo técnico capaz de reproduzir palavras, frases, textos ou
mesmo livros inteiros através de caracteres ou tipos móveis. Esse dispositivo foi inventado por
Gutenberg na década de 1430.
Durante milênios, a escrita restringia-se a modos de réplica muito limitados, como as
tabuinhas com escrita cuneiforme dos povos sumérios, os papiros egípcios, os ideogramas
chineses, entre outras variadas formas de reprodução, cujo acesso era restrito a pequenos grupos
de pessoas, geralmente escribas. Apenas com a invenção de Gutenberg a propagação de livros,
como a Bíblia – o primeiro dos livros inteiros publicados pela técnica da imprensa –, passou a ficar
intensa. Isso se dava, fundamentalmente, em razão da facilidade que havia na reprodução dos
textos. Não era necessário copiar à mão palavra por palavra como se fazia até então. Fazia-se um
molde com os caracteres móveis e, a partir dele, imprimiam-se quantas cópias o estoque de tinta
à base de óleo suportasse. O nome que passou a ser dado ao conjunto de papéis impressos em
caracteres móveis foi códice, do latim codex.
O primeiro livro impresso foi a Bíblia, em idioma vernáculo (em alemão). Esse fato foi de
fundamental importância à Reforma Protestante, que se desenrolou no século XVI, haja vista que
até então a Bíblia era lida em latim e sua circulação não era tão grande tal como passaria a ser a
partir da invenção da imprensa. O historiador francês Roger Chartier, um dos grandes estudiosos
da história do livro e da leitura, destacou que a invenção de Gutenberg foi tão revolucionária que
só pode ser comparada à invenção do computador e da reprodução digital da escrita, como pode
ser verificado no trecho a seguir:
“Minha primeira pergunta será a seguinte: como, na longa história do livro e da relação ao
escrito, situar a revolução anunciada, mas, na verdade, já iniciada, que se passa do livro (ou do
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objeto escrito), tal qual o conhecemos, com seus cadernos, folhetos, páginas, para o texto
eletrônico e a leitura num monitor? […] A primeira revolução é técnica: ela modifica totalmente,
nos meados do século XV, os modos de reprodução dos textos e de produção dos livros. Com os
caracteres móveis e a prensa de imprimir, a cópia manuscrita deixa de ser o único recurso
disponível para assegurar a multiplicação e a circulação dos textos.” (CHARTIER, Roger. Do códige ao
monitor: a trajetória do escrito. Estud. av. 1994, vol.8, n.21, pp. 185-199. ISSN 0103-4014.) Por Me. Cláudio Fernandes

GÊNERO E SOCIEDADE
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REGISTRO DA LÍNGUA
É composta de palavras e expressões passíveis na variedade linguística aceitas no nível formal.
Linguagem objetiva (mais denotativa que conotativa) e não contém expressões que denunciem a
opinião do autor.

PRATICANDO O GÊNERO
1) CAMPANHA DE VACINAÇÃO INICIA SEGUNDA
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2) DESMATAMENTO É RECORDE NO BRASIL
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3) INVERNO COMEÇA COM CHUVA NO RS
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GÊNERO NOTÍCIA NO ENEM

Anfíbio com formato de cobra é descoberto no Rio Madeira (RO)


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Animal raro foi encontrado por biólogos em canteiro de obras de usina. Exemplares estão no Museu Emilio Goeldi, no Pará

O trabalho de um grupo de biólogos no canteiro de obras da Usina Hidrelétrica Santo Antônio, no Rio Madeira, em Porto Velho, resultou na
descoberta de um anfíbio de formato parecido com uma cobra. Atretochoana eiselti é o nome científico do animal raro descoberto em
Rondônia. Até então, só havia registro do anfíbio no Museu de História Natural de Viena e na Universidade de Brasília. Nenhum deles tem a
descrição exata de localidade, apenas “América do Sul”. A descoberta ocorreu em dezembro do ano passado, mas apenas agora foi
divulgada. XIMENES, M. Disponível em: http://g1.globo.com. Acesso em: 1 ago. 2012.

A notícia é um gênero textual em que predomina a função referencial da linguagem. No texto, essa predominância evidencia-se pelo(a)
A) recorrência de verbos no presente para convencer o leitor.
B) uso da impessoalidade para assegurar a objetividade da informação.
C) questionamento do código linguístico na construção da notícia.
D) utilização de expressões úteis que mantêm aberto o canal de comunicação com o leitor.
E) emprego dos sinais de pontuação para expressar as emoções do autor.

ASPECTOS GRAMATICAIS
PREPOSIÇÃO

Mãe abandona duas crianças pequenas e


vizinhos chamam polícia
Profissionais constaram situação de abandono e abrigaram as crianças.
Essa não seria a primeira vez que mãe abandona as filhas enquanto sai.

Duas meninas, uma com menos de um ano de idade e a outra com dois anos, foram resgatadas pelo Conselho
Tutelar de Santos, no litoral de São Paulo, após vizinhos denunciaram a mãe das crianças. Ao chegar à
residência na manhã desta terça-feira (18) os profissionais constaram a situação de abandono e levaram as
duas crianças para um abrigo. De acordo com informações da Delegacia da Mulher de Santos, onde o caso foi
inicialmente tratado, essa não seria a primeira vez que a mãe abandona as filhas sozinhas em casa, no bairro
Chico de Paula, enquanto sai durante a noite. As crianças foram encaminhadas até a delegacia e posteriormente
foram levadas a um abrigo. Até o momento a mãe das crianças não foi localizada.

Preposição é uma palavra invariável que liga dois termos da oração, subordinando um ao outro. A
preposição estabelece ainda, uma certa relação de dependência entre elas.

Moravam em Maceió É uma novela imprópria para crianças

É possível percebermos que o termo introduzido por preposição pode estar se referindo a um verbo ou a
um nome. Observe os casos em que a preposição pode estar ligando duas orações de um período,
subordinando uma à outra:

Fiz de tudo para te esquecer. Foi advertido por estar se comportando mal.

Preposições essenciais
São palavras que funcionam basicamente como preposição:
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a, ante, até, após, de, desde, em, entre, com, contra, para, por, perante, sem, sobe e sob.

Preposições acidentais
São palavras de outras classes gramaticais que, perdendo sua significação original, passam a exercer o
papel de preposição: como, conforme, segundo, durante, fora, exceto etc..

Locução prepositiva
Chamamos de locução prepositiva o conjunto de palavras com valor e emprego de preposições: atrás de,
através de, embaixo de, a fim de, de acordo com, por causa de, longe de, perto de, ao redor de, junto a,
ao lado de, apesar de, por trás de, acerca de, cerca de, em favor de, de conformidade com etc.

Eram agradáveis para com os amigos. A proposta estava de acordo com o pedido

Combinações e contrações
As proposições podem se unir a palavras de outras classes gramaticais por combinação ou contração. Se,
na junção de elementos, não há alteração fonética, ocorre combinação; caso contrário, ocorre contração.

Combinação: a + o(s) = ao(s) a + onde = aonde

Contração: de + o(s) = do(s) de + a(s) = da(s) em + o(s) = no(s)

Chegou de carro (meio) Voltou de Pirapetinga (origem)


Saiu com os colegas (companhia) Vivia sem dignidade (falta ou ausência)
Trabalhava para sobreviver (finalidade) Morava em um local deserto (lugar)
Morreu de desgosto (causa) Usava um vestido de algodão (matéria)
O carro de Margarida é antigo (posse) Conversamos sobre cinema (assunto)

EXERCÍCIOS
1) Assinale a alternativa que indica corretamente o valor semântico das preposições em destaque nas frases:
I. Ele sempre cuidou da família com muita dedicação.
II. Com a doença do pai, ela voltou para a cidade natal.
III. Desde pequenos, os príncipes eram preparados para a liderança.
IV. A pequena casa de madeira foi destruída a machado.
a) modo – companhia – modo – modo b) causa – modo – finalidade – instrumento
c) modo – modo – causa – causa d) modo – causa – finalidade – instrumento
e) companhia – causa – semelhança – modo

2) (Fuvest – SP) O segmento em que a preposição destacada estabelece uma relação de causa é:
a) A carruagem parou ao pé de uma casa amarelada.
b) A escada, de degraus gastos, subia ingrememente.
c) No patamar da sobreloja, uma janela com um gradeadozinho de arame […]
d) […] uma janela com gradeadozinho de arame, parda do pó acumulado...
e) […] coava a luz suja do saguão.

3) Assinale a alternativa que indique a definição correta de preposição:


a) Preposição é a palavra invariável que liga duas outras palavras, estabelecendo entre elas determinadas relações de sentido e
de dependência.
b) Preposição é a palavra invariável que liga duas orações ou duas palavras de mesma função em uma oração.
c) Preposição é a palavra ou conjunto de palavras que exprimem sentimentos, emoções e reações psicológicas.
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d) Preposição é a palavra cuja função principal é indicar o posicionamento, o lugar de um ser, relativamente à posição ocupad a
por uma das três pessoas gramaticais.
e) Preposição é a palavra que exprime uma quantidade definida, exata de seres (pessoas, coisas etc.), ou a posição que um ser
ocupa em determinada sequência.

4) As preposições são invariáveis e têm como função ligar as palavras, estabelecendo assim uma relação de dependência
sintática entre elas. Na tirinha de Fernando Gonsales, a preposição “de” em “cadeira de balanço” assume o valor semântico de:
a) causa b) instrumento c) finalidade d) modo e) tempo

5) A preposição que há na frase: “Muitos morreram de fome” expressa relação de:


a) causa b) modo c) intensidade d) instrumento e) meio

6) Assinale a alternativa em que a preposição destacada estabeleça o mesmo tipo de relação que na frase matriz: Criaram-se a pão e água.
a) Desejo todo o bem a você. b) A julgar por esses dados, tudo está perdido. c) Feriram-me a pauladas.
d) Andou a colher alguns frutos do mar. e) Ao entardecer, estarei aí.

7) (FAU – SANTOS) “O policial recebeu o ladrão a bala. Foi necessário apenas um disparo; o assaltante recebeu a bala na cabeça e morreu
na hora.”
No texto, os vocábulos em destaque são respectivamente:
a) preposição e artigo b) preposição e preposição c) artigo e artigo
d) artigo e preposição e) artigo e pronome indefinido

8) Assinale a alternativa em que ocorre combinação de uma preposição com um pronome demonstrativo:
a) Estou na mesma situação. b) Neste momento, encerramos nossas transmissões.
c) Daqui não saio. d) Ando só pela vida.
e) Acordei num lugar estranho.

9) Assinale a alternativa em que a norma culta não aceita a contração da preposição de:
a) Aos prantos, despedi-me dela. b) Está na hora da criança dormir.
c) Falava das colegas em público. d) Retirei os livros das prateleiras para limpá-los.
e) O local da chacina estava interditado.

10)“As preposições são palavras _____ que _____ dois termos de uma oração numa relação de _____.”

A alternativa que preenche corretamente a lacuna é:


a) variáveis; separam; coordenação. b) variáveis; separam; subordinação.
c) variáveis; conectam; subordinação. d) invariáveis; separam; subordinação.
e) invariáveis; conectam; coordenação.
11) Todas as orações abaixo apresentam uma preposição de modo, EXCETO:
a) Os estudantes estavam em fila. b) O representante de sala foi eleito por votação.
c) Estava estudando com muita atenção. d) Trato os clientes com educação.
e) Cortou a carne com uma faca afiada.

12) As preposições podem apresentar diferentes valores semânticos, ou seja, elas são utilizadas para indicar relações de sentido nas orações.
A alternativa abaixo que NÃO corresponde a explicação entre parênteses é:
a) A próxima paragem fica a 5 km daqui. (preposição de instrumento)
b) Escrevemos o texto em inglês. (preposição de modo)
c) Estou doente desde domingo. (preposição de tempo)
d) Ana Paula se arrumou para o encontro. (preposição de finalidade)
e) Ficaremos em casa esse final de semana. (preposição de lugar)

13) I. Ele é especialista _____ comunicação e marketing.


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II. Comprei a passagem de ônibus _____ 20 reais.


III. Estamos _____ 5 km de Manaus.
As preposições que preenchem corretamente as lacunas são:
a) de, por, há b) de, a, em c) em, por, a d) em, a, desde e) a, desde, há

14) Há preposição de causa em:


a) Morrer de rir b) Morar em Alegrete c) Comer com a colher d) Viajar à noite e) Torcer contra o time

15) As locuções prepositivas são duas ou mais palavras que exercem a função da preposição na frase. Assinale a alternativa qu e contém
uma locução prepositiva.
a) Às vezes me sinto esgotada. b) À medida que o tempo passava, a dor aumentava.
c) Sem dúvida ganharemos as eleições. d) Estaremos em frente do cinema.
e) Assim que parar de chover, irei às compras.

16) Algumas preposições sofrem contração ou combinações com algumas palavras variáveis. A respeito disso, assinale a alternativa correta:
a) aonde (a + onde) - tipo de contração b) deste (de + este) - tipo de combinação c) nisso (em + isso) - tipo de contração d)
aos (a + os) - tipo de contração e) a + a = à - tipo de combinação

17) Das alternativas abaixo, a preposição que indica uma relação de causa é:
a) Muitas pessoas morreram de fome. b) Estive com meus pais o final de semana.
c) Nessa aula falaremos sobre a questão ambiental. d) O professor pediu para fazer o teste a caneta.
e) Ouvimos a notícia pelo rádio.

18) As chamadas preposições essenciais são aquelas que só funcionam como preposição. Das alternativas abaixo, a oração que NÃO
contém uma preposição desse tipo é:
a) Estarei em casa depois da aula. b) Fizemos o bolo consoante a receita. c) Somos contra o aborto. d)
Quero uma empada de palmito. e) Faço o curso de inglês desde 2018.

19) I. Durante a passeata houve muitos confrontos.


II. Estamos aqui por você.
III. Embora esteja chovendo, irei ao cinema com a família.

De acordo com os termos em destaque, a alternativa correta é:


a) Durante é uma preposição essencial de tempo. b) Durante é uma conjunção subordinativa causal.
c) Por é uma preposição essencial. d) Por é uma locução prepositiva.
e) Embora é uma conjunção coordenativa aditiva.

20) I. Nas férias, viajamos de navio.


II. O artesanato era de madeira.
III. O ônibus saiu de João Pessoa.
Nas orações acima, a preposição “de” estabelece as seguintes relações semânticas:
a) meio, especialidade, tempo b) meio, conteúdo, tempo c) meio, matéria, lugar
d) modo, instrumento, lugar e) modo, assunto, distância

Colégio Técnico Industrial de Santa Maria


Língua Portuguesa – Prof. Saigon Quevedo SEGUNDO/Módulo 03
16

O GÊNERO REPORTAGEM

Você já notou que todas as atividades humanas estão relacionadas com a utilização
da língua? O tempo todo estamos envolvidos em diversas situações em que a comunicação
faz-se necessária, por isso, é natural que exista uma infinidade de gêneros textuais. Os gêneros
textuais estão a serviço das interações verbais, sejam elas orais ou escritas, e por esse motivo
não podem ser considerados como estruturas textuais invariáveis. Embora dinâmicos e
incontáveis, apresentam características que possibilitam sua sistematização, já que são
enunciados que se assemelham temática, estilística e estruturalmente. Entre os diversos
gêneros, estão os gêneros jornalísticos, cuja função social é de grande relevância, haja vista a
influência da mídia na contemporaneidade. Quando os textos do universo jornalístico são
estudados a partir da visão de gênero, o entendimento das ações discursivas neles realizadas
é facilitado. Para que você conheça melhor o discurso adotado pela mídia, o Brasil Escola
apresenta para você algumas características do gênero textual reportagem. Vamos lá?

A reportagem:
17

► Os gêneros jornalísticos podem ser divididos em duas grandes categorias: os gêneros que
compõem o jornalismo opinativo e os gêneros que constituem o jornalismo informativo. No
jornalismo opinativo, as opiniões do autor do texto ficam explícitas; no jornalismo informativo,
os textos têm como objetivo noticiar, ou seja, narrar acontecimentos. A reportagem é
considerada pelos estudiosos da linguagem como um gênero “problemático”, já que não
possui definição clara dentro do campo linguístico;

► Alguns estudiosos defendem que a reportagem nada mais é do que uma notícia ampliada,
enquanto outros acreditam que se trata de um gênero autônomo. Entre os que defendem a
primeira visão, a reportagem extrapola os limites da notícia, mas apresenta relação direta com
o gênero. Para aqueles que acreditam ser a reportagem um gênero autônomo, ela não pode
ser relacionada com a notícia, já que sua função não é a cobertura de um fato, ou seja, não
possui caráter noticioso;

► O propósito comunicativo da reportagem é informar a respeito de um assunto, o que não


significa que esse assunto esteja necessariamente relacionado com temas do momento. Para
Patrick Charaudeau, teórico que estuda os discursos da mídia, a “reportagem jornalística trata
de um fenômeno social ou político, tentando explicá-lo”. Esse fenômeno social sobre o qual o
estudioso se refere diz respeito aos acontecimentos produzidos no espaço público e que são
de interesse geral.

► A reportagem apresenta elementos que não são próprios do gênero notícia, entre eles o
levantamento de dados, entrevistas com testemunhas e/ou especialistas e uma análise
detalhada dos fatos. Embora preze pela objetividade, característica importante dos gêneros
jornalísticos, a reportagem invariavelmente apresenta um retrato do assunto a partir de um
ângulo pessoal, por isso, ao contrário da notícia, ela é assinada pelo repórter. Nesse gênero é
comum encontrar também o recurso da polifonia, pois nele existem outras vozes que não a do
repórter, por isso o equilíbrio entre os discursos direto e indireto. A finalidade maior da
polifonia é permitir que o repórter aborde o tema de maneira global e, dessa maneira, isente-
se da apresentação dos fatos.

Observe agora dois exemplos que vão ajudá-lo(a) a compreender


melhor as diferenças entre reportagem e notícia.

Exemplo de Reportagem:

Professores não falam de educação


18

Tese de mestrado defendida na Universidade de São Paulo (USP) expõe a falta de voz dos educadores na mídia
Por Cinthia Rodrigues

Os professores não contam para ninguém o que se passa dentro da escola – ao menos, não
para jornalistas. Há cerca de 10 anos, desde que a ONG Observatório da Educação começou a
acompanhar o tratamento dado pela mídia a políticas educacionais, o educador não tem voz nas
reportagens sobre o tema. A cada novo índice ou política pública proposta, gestores falam,
historiadores, economistas e acadêmicos opinam, mas educadores não são ouvidos.
O fenômeno, acompanhado por Fernanda Campagnucci desde 2007, quando era editora
do site do Observatório da Educação, foi tema de mestrado defendido pela jornalista em 2014 na
Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP). A dissertação “O silêncio dos professores”
identifica e analisa o processo de construção desse silenciamento.
O trabalho mostra como os profissionais responsáveis por ensinar as pessoas a terem
capacidades como autonomia, pensamento crítico e capacidade de reflexão sentem-se tolhidos a não
falar sobre sua profissão e rotina. São figuras raras não apenas nas reportagens educacionais, mas no
próprio debate sobre as medidas a tomar para que seu desempenho seja bom.
“É um silêncio construído e reiterado”, afirma Fernanda, que entrevistou dez profissionais
de várias regiões da cidade de São Paulo para explicar por que não falam ou o que ocorre quando
conversam com jornalistas. O estudo também ouviu jornalistas que comentam suas tentativas frustradas
de entrevistas. A conclusão é de que os educadores não são silenciados propositalmente ou deixam de
falar por convicção, mas por uma “impregnação na cultura institucional” que inclui fatores como
condições de trabalho e autoimagem do professor.
Muitos citam que declarações à imprensa são proibidas por lei. De fato, até 2009, um
resquício da ditadura, popularmente chamado de “lei da mordaça”, proibia as entrevistas. Uma
campanha do próprio observatório culminou na mudança da legislação, mas não do comportamento
dos professores. “Mesmo os mais novos, quando entram, aprendem com os mais velhos que não devem
falar do que acontece dentro da escola. Eles não citam exatamente o artigo, no máximo o estatuto do
servidor sem ser específico”, conta.
As entrevistas também mostraram que o cuidado é aprendido na prática. Dos dez
professores, dois foram escolhidos por já terem falado em reportagens e um deles foi repreendido pela
diretora. “Embora as secretarias de Educação afirmem que há liberdade de expressão, o trabalho para
silenciar é explícito”, diz Fernanda. Durante as greves estaduais, por exemplo, um comunicado dúbio
reforça que não é permitido falar pelas instituições e acaba reprimindo qualquer fala. Da mesma forma,
quando ocorre um caso pontual, como um episódio de violência, uma equipe de “gestão de crise” é
enviada para “intermediar” o diálogo. Como resultado, nenhum professor comenta o assunto.
A desvalorização geral do educador também acaba por impactar subjetivamente o
professor. “Ele vê reportagens que falam sobre educação e sabe que não é assim. Às vezes vive um
conflito entre a realidade que vivencia e a que é retratada, mas acaba tão estigmatizado pela mídia,
pela sociedade, até mesmo dentro da família que muda a sua autoimagem e aceita”, lamenta a
pesquisadora.
Outro problema é a precariedade do trabalho. A profissão tem grande número de
profissionais temporários, contratados sem concurso e que são dispensados após alguns meses.
Também são muitos os docentes em estágio probatório por terem sido aprovados há menos de três
anos. Mesmo os que são efetivos têm pouco vínculo com a direção, pela alta rotatividade ou pela
jornada que, não raro, estende-se por mais de uma escola. No Estado de São Paulo, por exemplo, 26%
dos docentes lecionam em dois ou mais estabelecimentos. “Eles não se sentem seguros o suficiente,
estão em um ambiente burocrático e sem vínculos fortes, por isso uma entrevista é algo tão difícil”,
explica a mestre.
19

Segundo sua pesquisa, depois de certo ponto da carreira, falar sobre o próprio trabalho
passa a ser estranho para o professor que nunca tomou tal iniciativa. “A situação toda vai criando uma
pré-disposição para não falar que depois se torna permanente ao longo da carreira.”
O levantamento mostrou também que os casos de professores retratados em reportagens
são exceções extremas, em que os educadores aparecem como heróis apesar de um contexto ruim ou
como responsáveis pela má qualidade na Educação, de forma isolada. A constatação deu origem à
campanha “Nem herói nem culpado, professor tem que ser valorizado”, do mesmo Observatório da
Educação. “Estas reportagens reforçam ainda mais a visão de que os educadores em geral não estão
preparados.”
Para ela, apesar de todos os setores da sociedade e especialmente os governos desempenharem um
papel de protagonista no silêncio, educadores e jornalistas podem ajudar a romper o ciclo vicioso. Por
parte da imprensa, Fernanda diz que é preciso enfocar a falta de liberdade de expressão. “A mídia não
pode naturalizar o silenciamento dos professores nem deixando de procurá-los e nem em respostas
como ‘não respondeu à reportagem’. Quanto mais for enfatizada a razão dos educadores não
constarem nos textos, maior a visibilidade para este problema”, diz.
Ao mesmo tempo, ela acredita que o tema deve constar das formações continuadas dentro
das escolas e servir de reflexão para os educadores. “Todo esforço para mostrar a realidade influencia
para que haja mudanças. É um processo amplo, que envolve questões objetivas e subjetivas do
educador sobre o seu papel. O primeiro passo é tomar consciência”, conclui.
Disponível em: Carta na Escola. Acesso em 22/06/17.

Exemplo de Notícia:

GÊNERO E SOCIEDADE
20

PRODUZINDO O GÊNERO

REGISTRO DA LÍNGUA

Para fazer uma boa reportagem, o repórter deve-se valer de uma linguagem clara e
objetiva, visto que a finalidade desse tipo texto é atingir e ser entendido por todos, sem
exceções.

A REPORTAGEM E OS CONCURSOS

1) UFPR (2000) Considere as seguintes características:


1. Texto expressionista de subjetividade exacerbada.
2. Predominância da forma narrativa e humanização do relato.
3. Texto de natureza impressionista e objetividade dos fatos narrados.
4. Predominância da forma descritiva e desumanização do relato.
5. Texto literário e alta subjetividade.
São estabelecidas para o gênero reportagem as características:
a) 1 e 3 apenas. b) 2 e 3 apenas. c) 2, 3 e 4 apenas. d) 3, 4 e 5 apenas. e) 1 e 2 apenas.

2) Nós, brasileiros, estamos acostumados a ver juras de amor, feitas diante de Deus, serem quebradas por traição,
interesses financeiros e sexuais. Casais se separam como inimigos, quando poderiam ser bons amigos, sem
traumas. Bastante interessante a reportagem sobre separação. Mas acho que os advogados consultados, por sua
competência, estão acostumados a tratar de grandes separações. Será que a maioria dos leitores da revista tem
obras de arte que precisam ser fotografadas antes da separação? Não seria mais útil dar conselhos mais básicos?
Não seria interessante mostrar que a separação amigável não interfere no modo de partilha dos bens? Que, seja
qual for o tipo de separação, ela não vai prejudicar o direito à pensão dos filhos? Que acordo amigável deve ser
assinado com atenção, pois é bastante complicado mudar suas cláusulas? Acho que essas são dicas que podem
interessar ao leitor médio. Disponível em: http://revistaepoca.globo.com. Acesso em: 26 fev. 2012 (adaptado).

O texto foi publicado em uma revista de grande circulação na seção de carta do leitor. Nele, um dos leitores
manifesta-se acerca de uma reportagem publicada na edição anterior. Ao fazer sua argumentação, o autor do
texto

a) faz uma síntese do que foi abordado na reportagem.


b) discute problemas conjugais que conduzem à separação.
c) aborda a importância dos advogados em processos de separação.
d) oferece dicas para orientar as pessoas em processos de separação.
e) rebate o enfoque dado ao tema pela reportagem, lançando novas ideias.
3) Apesar da ciência, ainda é possível acreditar no sopro divino – o momento em que o
Criador deu vida até ao mais insignificante dos micro-organismos?
21

“Claro que sim. Estaremos falando sempre que, em algum momento, começou a existir algo, para poder evoluir
em seguida. O ato do criador precede a possibilidade de evolução: só evolui algo que existe. Do nada, nada
surge e evolui.” (RESPOSTA DE DOM ODILO SCHERER, CARDEAL)

“É claro que é possível, assim como se pode acreditar que um super-homem veio para a Terra há 530 milhões
de anos e ajustou o DNA da fauna cambriana, provocando a explosão da vida daquele período. Mas não há
razão para crer em fantasias desse tipo.” (RESPOSTA DE DANIEL DENNET, FILÓSOFO)

Os dois entrevistados responderam a questões idênticas, e as respostas a uma delas foram reproduzidas aqui.
Tais respostas revelam opiniões opostas: um defende a existência de Deus e o outro não concorda com isso.
Para defender seu ponto de vista,
A) o religioso ataca a ciência, desqualificando a Teoria da Evolução, e o ateu apresenta comprovações científicas
dessa teoria para derrubar a ideia de que Deus existe.
B) Scherer impõe sua opinião, pela expressão “claro que sim”, por se considerar autoridade competente para
definir o assunto, enquanto Dennett expressa dúvida, com expressões como “é possível”, assumindo não ter
opinião formada.
C) o arcebispo critica a teoria do Design Inteligente, pondo em dúvida a existência de Deus, e o ateu argumenta
com base no fato de que algo só pode evoluir se, antes, existir.
D) o arcebispo usa uma lacuna da ciência para defender a existência de Deus, enquanto o filósofo faz uma ironia,
sugerindo que qualquer coisa inventada poderia preencher essa lacuna.
E) o filósofo utiliza dados históricos em sua argumentação, ao afirmar que a crença em Deus é algo primitivo,
criado na época cambriana, enquanto o religioso baseia sua argumentação no fato de que algumas coisas
podem “surgir do nada”.

4) O horóscopo, os classificados e as notícias, entre outros gêneros, aparecem nos jornais diariamente. Apesar
da especificidade de cada um, pode-se afirmar que se dirigem:
A) a públicos diferentes, pois as notícias não costumam interessar aos jovens, apenas aos leitores adultos.
B) a pequenos públicos, pois apenas uma pequena parcela de leitores se interessa por classificados.
C) a públicos específicos, pois o horóscopo é destinado exclusivamente às mulheres.
D) a públicos indeterminados, pois é impossível aos jornais pesquisar o perfil de seus assinantes e compradores
nas bancas.
E) a grandes públicos, pois, mesmo tratando de assuntos mais gerais ou privados, podem interessar a uma
enorme quantidade de leitores.

ASPECTOS GRAMATICAIS
CONJUNÇÕES

Conjunções são palavras que atuam como elementos de ligação entre termos semelhantes de uma oração ou
entre duas orações, estabelecendo relações de coordenação ou de subordinação. As conjunções são invariáveis,
não sendo flexionadas em gênero e número.
22

Exemplo de conjunção ligando termos de uma oração: Vi sua mãe e seu pai na feira.

Exemplo de conjunção ligando orações: Estudei muito e aprendi a matéria.

Classificação das conjunções: As conjunções estabelecem relações de coordenação ou


subordinação, sendo assim classificadas em conjunções coordenativas e conjunções subordinativas.

CONJUNÇÕES COORDENATIVAS: As conjunções são classificadas como coordenativas quando ligam


orações com sentido completo, que têm existência independente.

Conjunções coordenativas aditivas: Transmitem uma ideia de adição:

e, nem, também, bem como, não só...mas também, etc.

___________________________________________________________________________________________

Conjunções coordenativas adversativas: Transmitem uma ideia de oposição:

Mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não obstante, etc.

___________________________________________________________________________________________

Conjunções coordenativas alternativas: Transmitem uma ideia de alternância.

Ou, ou...ou, já…já, ora...ora, quer...quer, seja...seja, etc.

___________________________________________________________________________________________

Conjunções coordenativas conclusivas: Transmitem uma ideia de conclusão:

Logo, pois, portanto, assim, por isso, por consequência, por conseguinte, etc.

___________________________________________________________________________________________

Conjunções coordenativas explicativas: Transmitem uma ideia de explicação:

Que, porque, porquanto, pois, isto é, etc.

___________________________________________________________________________________________

CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS: As conjunções são classificadas como subordinativas quando ligam


orações que dependem uma da outra para ter sentido completo, não tendo existência independente. Podem ser
integrantes, introduzindo orações substantivas, ou adverbiais, introduzindo orações adverbiais.

Conjunções subordinativas integrantes: Introduzem uma oração que atua como sujeito, objeto direto, objeto
indireto e predicativo, entre outros, e que completa o sentido da oração principal:
23

Que, se.

___________________________________________________________________________________________

Conjunções subordinativas causais: Introduzem uma oração que apresenta a causa do acontecimento da
oração principal:

Porque, que, porquanto, visto que, uma vez que, já que, pois que, como, etc.

___________________________________________________________________________________________

Conjunções subordinativas consecutivas: Introduzem uma oração que apresenta a consequência do


acontecimento da oração principal:

Que, tanto que, tão que, tal que, tamanho que, de forma que, de modo que, de sorte que, etc.

___________________________________________________________________________________________

Conjunções subordinativas adverbiais finais: Introduzem uma oração que apresenta o fim ou finalidade do
acontecimento da oração principal:

a fim de que, para que, que

___________________________________________________________________________________________

Conjunções subordinativas adverbiais temporais: Introduzem uma oração que apresenta uma
circunstância de tempo ao acontecimento da oração principal:

Quando, enquanto, agora que, logo que, desde que, assim que, apenas, etc.

___________________________________________________________________________________________

Conjunções subordinativas condicionais: Introduzem uma oração que apresenta uma condição para a
realização ou não do acontecimento da oração principal:

Se, caso, desde, salvo se, desde que, exceto se, contando que, etc

___________________________________________________________________________________________

Conjunções subordinativas concessivas

Introduzem uma oração que apresenta uma ideia de contraste e contradição do acontecimento da oração principal:

Embora, conquanto, ainda que, mesmo que, se bem que, posto que, etc.

___________________________________________________________________________________________
24

Conjunções subordinativas comparativas: Introduzem uma oração que apresenta uma comparação com o
acontecimento da oração principal:

Como, assim como, tal qual, tanto como, etc.

___________________________________________________________________________________________

Conjunções subordinativas conformativas: Introduzem uma oração que apresenta uma ideia de
conformidade em relação ao acontecimento da oração principal:

Conforme, como, consoante, segundo, etc.

___________________________________________________________________________________________

Conjunções subordinativas proporcionais: Introduzem uma oração que apresenta uma ideia de
proporcionalidade com o acontecimento da oração principal:

à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto mais… mais, etc.

___________________________________________________________________________________________

EXERCÍCIOS

1. (PUC-SP) Assinale a alternativa que possa substituir, pela ordem, as partículas de transição dos períodos abaixo, sem alterar
o significado delas.
"Em (primeiro lugar), observemos o avô. (Igualmente), lancemos um olhar para a avó. (Também) o pai deve ser observado.
Todos são altos e morenos. (Consequentemente), a filha também será morena e alta."
a) primeiramente, ademais, além disso, em suma
b) acima de tudo, também, analogamente, finalmente
c) primordialmente, similarmente, segundo, portanto
d) antes de mais nada, da mesma forma, por outro lado, por conseguinte
e) sem dúvida, intencionalmente, pelo contrário, com efeito.

2. (Enem-2014)
Miss Universo: "As pessoas racistas devem procurar ajuda"
SÃO PAULO - Leila Lopes, de 25 anos, não é a primeira negra a receber a faixa de Miss Universo. A primazia coube a Janelle "Penny"
Commissiong, de Trinidad e Tobago, vencedora do concurso em 1977. Depois dela vieram Chelsi Smith, dos Estados Unidos, em 1995;
Wendy Fitzwilliam, também de Trindad e Tobago, em 1998, e Mpule Kwelagobe, de Botswana, em 1999. Em 1986, a gaúcha Deise Nunes,
que foi a primeira negra a se eleger Miss Brasil, ficou em sexto lugar na classificação geral. Ainda assim a estupidez humana faz com que,
vez ou outra, surjam manifestações preconceituosas como a de um site brasileiro que, às vésperas da competição, e se valendo do anonimato
de quem o criou, emitiu opiniões do tipo "Como alguém consegue achar uma preta bonita?" Após receber o título, a mulher mais linda do
mundo - que tem o português como língua materna e também fala fluentemente o inglês - disse o que pensa de atitudes como essa e também
sobre como sua conquista pode ajudar os necessitados de Angola e de outros países.
COSTA, D. Disponível em: http://oglobo.globo.com. Acesso em: 10 set 2011 (adaptado)
O uso da expressão “ainda assim” presente nesse texto tem como finalidade
a) criticar o teor das informações fatuais até ali veiculadas.
b) questionar a validade das ideias apresentadas anteriormente.
c) comprovar a veracidade das informações expressas anteriormente.
d) introduzir argumentos que reforçam o que foi dito anteriormente.
e) enfatizar o contrassenso entre o que é dito antes e o que vem em seguida.

3. (PUC-SP) No período: "Da própria garganta saiu um grito de admiração, que Cirino acompanhou, embora com menos
entusiasmo", a palavra destacada expressa uma ideia de:
a) explicação b) concessão c) comparação d) modo e) consequência
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4. (Enem-2010)
Os filhos de Anna eram bons, uma coisa verdadeira e sumarenta. Cresciam, tomavam banho, exigiam para si, malcriados, instantes cada
vez mais completos. A estouros. O calor era forte no apartamento que estavam aos poucos pagando. Mas o vento batendo nas cortinas que
ela mesma cortara lembrava-lhe que se quisesse podia parar e enxugar a testa, olhando o calmo horizonte. Como um lavrador. Ela plantara
as sementes que tinha na mão, não outras, mas essas apenas. LISPECTOR, C. Laços de família. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

A autora emprega por duas vezes o conectivo mas no fragmento apresentado. Observando aspectos da organização, estruturação e
funcionalidade dos elementos que articulam o texto, o conectivo mas
a) expressa o mesmo conteúdo nas duas situações em que aparece no texto.
b) quebra a fluidez do texto e prejudica a compreensão, se usado no início da frase.
c) ocupa posição fixa, sendo inadequado seu uso na abertura da frase.
d) contém uma ideia de sequência temporal que direciona a conclusão do leitor.
e) assume funções discursivas distintas nos dois contextos de uso.

5. (UFPB-2010) No fragmento “A vida ganhou em qualidade, prorrogando a juventude, sem com isso perder os benefícios da
longevidade bem-vinda [...]", a oração destacada expressa ideia de:
a) Condição b) Consequência c) Concessão d) Comparação e) Causa

6. (PUC-SP) Em: “… ouviam-se amplos bocejos, fortes como o marulhar das ondas…” a partícula como expressa uma ideia de:
a) comparação b) causa c) explicação d) conclusão e) proporção

7. (UEL-PR) Não gostava muito de novelas policiais; admirava, porém, a técnica de seus autores. Comece com: Admirava a
técnica...
a) visto como b) enquanto c) conquanto d) porquanto e) à medida que

8. (Fuvest-SP) "Podem acusar-me: estou com a consciência tranqüila." Os dois pontos (:) do período acima poderiam ser
substituídos por vírgula, explicitando-se o nexo entre as duas orações pela conjunção:
a) portanto b) e c) como d) pois e) embora

9. (Mackenzie-SP) Assinale “como” assume a mesma função que exerce em "como fosse trazido à sua presença um pirata".
a) Como você conseguiu chegar até aqui?
b) Como todos podem ver, a situação não é das melhores.
c) Não só leu os livros indicados, como também outros de interesse pessoal.
d) Como não telefonou, resolvi procurá-lo pessoalmente.
e) O arquiteto projetou o jardim exatamente como lhe pediram.

10. (Fuvest-SP) "Que não pedes um diálogo de amor, é claro, desde que impões a cláusula da meia-idade."
O segmento destacado poderia ser substituído, sem alteração do sentido da frase, por:
a) desde que imponhas. b) se bem que impões. c) contanto que imponhas.
d) conquanto imponhas. e) porquanto impões.

11. (Enem-2016) O senso comum é que só os seres humanos são capazes de rir. Isso não é verdade?
Não. O riso básico — o da brincadeira, da diversão, da expressão física do riso, do movimento da face e da vocalização — nós compartilhamos
com diversos animais. Em ratos, já foram observadas vocalizações ultrassônicas — que nós não somos capazes de perceber — e que eles
emitem quando estão brincando de “rolar no chão”. Acontecendo de o cientista provocar um dano em um local específico no cérebro, o rato
deixa de fazer essa vocalização e a brincadeira vira briga séria. Sem o riso, o outro pensa que está sendo atacado. O que nos diferencia dos
animais é que não temos apenas esse mecanismo básico. Temos um outro mais evoluído. Os animais têm o senso de brincadeira, como
nós, mas não têm senso de humor. O córtex, a parte superficial do cérebro deles, não é tão evoluído como o nosso. Temos mecan ismos
corticais que nos permitem, por exemplo, interpretar uma piada.
Disponível em: http://globonews.globo.com. Acesso em: 31 maio 2012 (adaptado).

A coesão textual é responsável por estabelecer relações entre as partes do texto. Analisando o trecho “Acontecendo de o cientista provocar
um dano em um local específico no cérebro”, verifica-se que ele estabelece com a oração seguinte uma relação de
a) finalidade, porque os danos causados ao cérebro têm por finalidade provocar a falta de vocalização dos ratos.
b) oposição, visto que o dano causado em um local específico no cérebro é contrário à vocalização dos ratos.
c) condição, pois é preciso que se tenha lesão específica no cérebro para que não haja vocalização dos ratos.
d) consequência, uma vez que o motivo de não haver mais vocalização dos ratos é o dano causado no cérebro.
e) proporção, já que à medida que se lesiona o cérebro não é mais possível que haja vocalização dos ratos.

12. (UFMS-2010) Observe o emprego das conjunções nos períodos abaixo.


26

I. Ora Maria estuda História, ora ela ouve música.


II. Ou você estuda História, ou você ouve música.
III. Se você for estudar História, não ouvirá música.
IV. Se você for ouvir música, não estudará História.
Levando em consideração que a conjunção é um dos elementos linguísticos responsáveis pela orientação argumentativa do discurs o, é
correto afirmar:

1) O sentido de alternância só ocorre no caso de I, pois é possível que a pessoa, no caso Maria, faça as duas coisas: estudar e ouvir
música.
2) Em II, III e IV não existe a possibilidade de as duas coisas se realizarem, porque há a ideia de uma exclusão explícita, marcada tanto
pela conjunção “ou” como pela conjunção “se”.
4) A idéia de alternância está presente em todos os períodos, uma vez que se trata de períodos compostos por orações subordinadas
alternativas.
8) A alternância é nítida em II, III e IV, que são períodos cujas orações classificam-se como “condicionais”.
16) A conjunção “ou” nem sempre expressa exclusão.

13. Mariza saiu de casa atrasada e perdeu o ônibus. As duas orações do período estão unidas pela palavra “e”, que,
além de indicar adição, introduz a ideia de

a) oposição b) condição c) consequência d) comparação e) união

14. Tarefa (Enem 2014) Na organização do poema, os empregos da conjunção “mas”


Morder o fruto amargo e não cuspir articulam, para além de sua função sintática,
Mas avisar aos outros quanto é amargo
Cumprir o trato injusto e não falhar a) a ligação entre verbos semanticamente semelhantes.
Mas avisar aos outros quanto é injusto
Sofrer o esquema falso e não ceder b) a oposição entre ações aparentemente inconciliáveis.
Mas avisar aos outros quanto é falso
c) a introdução do argumento mais forte de uma sequência.
Dizer também que são coisas mutáveis...
E quando em muitos a não pulsar d) o reforço da causa apresentada no enunciado introdutório.
— do amargo e injusto e falso por mudar —
então confiar à gente exausta o plano e) a intensidade dos problemas sociais presentes no mundo.
de um mundo novo e muito mais humano.
CAMPOS, G. Tarefa. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1981.
27

EXERCÍCIOS COM GABARITO COMENTADO

1. Considere a sentença abaixo:


Marcos enfrentou congestionamento no trânsito e perdeu o início da reunião.
As duas orações do período estão unidas pela conjunção “e”, que, nesse caso, além de indicar ideia de adição, também indica ideia de:
a) condição b) oposição c) consequência d) adversidade e) união

2. “Não me aguardem, porque não poderei chegar a tempo.” Neste período a conjunção em destaque estabelece uma relação de:
a) adição b) oposição c) alternância d) explicação e) conclusão

3. (PUC-SP) No período: “Da própria garganta saiu um grito de admiração, que Cirino acompanhou, embora com menos entusiasmo”, a palavra destacada expressa
uma ideia de:
a) explicação b) concessão c) comparação d) modo e) consequência
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4. Quanto mais vemos o que há de bom em nós, mais vemos o que há de bom nos demais”.
Existe no período composto acima, uma clara relação de:
a) conformidade b) causalidade c) proporcionalidade d) comparação e) tempo

5. (PUC-SP) Em: “… ouviam-se amplos bocejos, fortes como o marulhar das ondas…” a partícula como expressa uma ideia de:
a) comparação b) causa c) explicação d) conclusão e) proporção

6. (AFR-Vunesp) A alternativa que substitui, correta e respectivamente, as conjunções ou locuções em destaque nos períodos abaixo é:
I. Visto que pretende deixar-nos, preparamos uma festa de despedia.
II. Terá sucesso, contanto que tenha amigos influentes.
III. Casaram-se e viveram felizes, tudo como estava escrito nas estrelas.
IV. Foi transferido, portanto não nos veremos com muita frequência.
a) porque, mesmo que, segundo, ainda que b) como, desde que, conforme, logo
c) quando, caso, segundo, tão logo d) salvo se, a menos que, conforme, pois
e) pois, mesmo que, segundo, entretanto

GABARITO COMENTADO
1. C Comentário: Dependendo do contexto, uma mesma conjunção pode estabelecer relações diferentes entre as orações. É o que o ocorre com o e no período
em questão, atuando como uma conjunção consecutiva, uma vez que expressa a ideia de consequência, de resultado. Pode ser substituída por outra de igual
valor, como aqui: Marcos enfrentou congestionamento no trânsito, tanto que perdeu o início da reunião.
2. D Comentário: A conjunção estabelece uma relação de explicação. As conjunções que pertencem a esse grupo, como o próprio nome sugere, explicam, dão
um motivo ou razão. As principais conjunções explicativas são: que, porque, pois (anteposto ao verbo), porquanto.
3. B Comentário: A ideia expressa pela palavra é a de concessão, por se tratar de uma conjunção concessiva. As conjunções que pertencem a essa classificação
introduzem uma oração que expressa ideia contrária à da principal, sem, entretanto, impedir sua realização.
4. C Comentário: A relação é a de proporcionalidade. As conjunções proporcionais iniciam uma oração subordinada que exprime um fato realizado ou
simultâneo ao declarado na oração principal.
5. A Comentário: A palavra como, dependendo do contexto, pode expressar vários significados. No período em questão, empregada como conjunção, introduz
uma oração com ideia de comparação com um elemento da oração principal. Trata-se, nesse caso, de uma conjunção comparativa.
6. B Comentário: Respectivamente, tanto as conjunções grifadas quando as que as substituem, mantendo o significado, expressam a ideia de: causa, condição,
conformidade e conclusão.
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Língua Portuguesa – Prof. Saigon Quevedo – SEGUNDO/Módulo 4

O GÊNERO ENTREVISTA
A Entrevista é um dos gêneros textuais com função geralmente informativa, veiculado sobretudo pelos
meios de comunicação: jornais, revistas, internet, televisão, rádio, dentre outros. Há diversos tipos de entrevistas
dependendo da intenção pretendida: a entrevista jornalística, entrevista de emprego, entrevista psicológica, a
entrevista social, dentre outras. Elas podem fazer parte de outros textos jornalísticos, por exemplo, a notícia e a
reportagem.
Trata-se de um texto marcado pela oralidade produzido pela interação entre duas pessoas, ou seja, o
entrevistador, responsável por fazer perguntas, e o entrevistado (ou entrevistados), quem responde às perguntas.
A Entrevista possui uma função social muito importante, sendo essencial para a difusão do conhecimento, a
formação de opinião e posicionamento crítico da sociedade, uma vez propõe um debate sobre determinado tema,
donde o discurso direto é sua principal característica. Ou seja, as palavras proferidas pelo entrevistado e o
entrevistador são transcritas de maneira fidedigna e, portanto, pode haver muitas marcas de oralidade bem como
observações (geralmente entre parênteses) que descrevem as ações de ambos, por exemplo: (risos).
No entanto, é notório um tipo de formalismo nas entrevistas, exposto pela linguagem utilizada entre
ambos, com apresentação de um discurso coerente.

Características

Textos informativos e/ou opinativos, presença do


entrevistador e do entrevistado, linguagem dialógica e oral,
marca do discurso direto e da subjetividade, mescla da
linguagem formal e informal.
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Para produzir uma entrevista esteja atento à sua estruturação:


Escolha do Tema: a entrevista pode ser um texto em que você vá utilizar para dar consistência a um outro
trabalho, ou mesmo, para conhecer melhor o trabalho de outra pessoa. Seja qual for o tema escolhido, por
exemplo, o novo livro do escritor, fica claro que ele deverá comparecer à entrevista.

Elaboração de Roteiro: Feito a escolha do tema e do entrevistado, é muito importante a elaboração de um


roteiro de forma que o entrevistador o tenha em mãos na hora da entrevista. Além disso, pesquise, analise e
estude sobre o tema, pois como a entrevista garante a presença de alguém podem surgir outras perguntas
durante, a partir das respostas do entrevistador. O roteiro deverá ter um objetivo claro e ser apresentado em
formas de perguntas e cuidado para que não fique muito longo, no entanto, tenha outras perguntas em mente
se for necessário.

Título: Se necessário, coloque um título na entrevista. Ele norteará melhor o objetivo delimitando o tema
proposto, bem como seduz o leitor à sua leitura. Por exemplo: Entrevista com Eduardo Pereira: apontamentos
sobre sua nova obra. Se necessário faça uma introdução (que pode ser curta), mas que informe o leitor do que
será discutido. Nesse caso, apresente o assunto que será discutido, bem como o perfil do entrevistado e sua
experiência profissional.

Revisão: A parte final é tão importante quanto a inicial. Afinal, não adianta ter as ideias e apresenta-las de
maneira informal, ou seja, um texto que não abrigue coerência e coesão. Se a intenção é fazer uma entrevista
com o entrevistado e depois apresentar para um público leitor, você deverá utilizar uma câmera ou gravador e
depois realizar o trabalho de Transcrição das falas de ambos.

Exemplo de entrevista (trecho)

Segue abaixo a entrevista entre o jornalista Júlio Lerner e a escritora brasileira Clarice Lispector, veiculada no
programa “Panorama”, da TV Cultura, dia 1 de fevereiro de 1977, ano da morte da escritora.

Clarice Lispector, de onde veio esse Lispector?


É um nome latino, não é? Eu perguntei a meu pai desde quando havia Lispector na Ucrânia. Ele disse que há
gerações e gerações anteriores. Eu suponho que o nome foi rolando, rolando, rolando, perdendo algumas sílabas
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e foi formando outra coisa que parece “Lis” e “peito”, em latim. É um nome que quando escrevi meu primeiro
livro, Sérgio Milliet (eu era completamente desconhecida, é claro) diz assim: “Essa escritora de nome
desagradável, certamente um pseudônimo…”. Não era, era meu nome mesmo.

Você chegou a conhecer o Sérgio Milliet pessoalmente?


Nunca. Porque eu publiquei o meu livro e fui embora do Brasil, porque eu me casei com um diplomata brasileiro,
de modo que não conheci as pessoas que escreveram sobre mim.

Clarice, seu pai fazia o que profissionalmente?


Representações de firmas, coisas assim. Quando ele, na verdade, dava era para coisas do espírito.

Há alguém na família Lispector que chegou a escrever alguma coisa?


Eu soube ultimamente, para minha enorme surpresa, que minha mãe escrevia. Não publicava, mas escrevia. Eu
tenho uma irmã, Elisa Lispector, que escreve romances. E tenho outra irmã, chamada Tânia Kaufman, que
escreve livros técnicos.

Você chegou a ler as coisas que sua mãe escreveu?


Não, eu soube há poucos meses. Soube através de uma tia: “Sabe que sua mãe fazia um diário e escrevia
poesias?” Eu fiquei boba…

Nas raras entrevistas que você tem concedido surge, quase que necessariamente, a pergunta de como
você começou a escrever e quando?
Antes de sete anos eu já fabulava, já inventava histórias, por exemplo, inventei uma história que não acabava
nunca. Quando comecei a ler comecei a escrever também. Pequenas histórias.

Quando a jovem, praticamente adolescente Clarice Lispector, descobre que realmente é a literatura
aquele campo de criação humana que mais a atrai, a jovem Clarice tem algum objetivo específico ou
apenas escrever, sem determinar um tipo de público?
Apenas escrever.

Você poderia nos dar uma ideia do que era a produção da adolescente Clarice Lispector?
Caótica. Intensa. Inteiramente fora da realidade da vida.

Desse período você se lembra do nome de alguma produção?


Bem, escrevi várias coisas antes de publicar meu primeiro livro. Eu escrevia para revistas — contos, jornais. Eu
ia com uma timidez enorme, mas uma timidez ousada. Eu sou tímida e ousada ao mesmo tempo. Chegava lá
nas revistas e dizia: “Eu tenho um conto, você não quer publicar?” Aí me lembro que uma vez foi o Raimundo
Magalhães Jr. que olhou, leu um pedaço, olhou para mim e disse: “Você copiou isso de quem?” Eu disse: “De
ninguém, é meu”. Ele disse: Você traduziu?” Eu disse: “Não”. Ele disse: “Então eu vou publicar”. Era sim, era
meu trabalho.

Clarice, a partir de qual momento você efetivamente decidiu assumir a carreira de escritora?
Eu nunca assumi.

Por quê?
Eu não sou uma profissional, eu só escrevo quando eu quero. Eu sou uma amadora e faço questão de continuar
sendo amadora. Profissional é aquele que tem uma obrigação consigo mesmo de escrever. Ou então com o
outro, em relação ao outro. Agora eu faço questão de não ser uma profissional para manter minha liberdade.

COMO PRODUZIR UMA BOA ENTREVISTA


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A grande maioria das entrevistas, entretanto, são programadas. Assim sendo, vamos detalhar
um passo a passo que lhe auxiliará, e muito, no momento de realizar suas entrevistas! Antes disso, dê
uma olhada pelo nosso blog, pois já discorremos sobre equipamentos básicos para
gravação, softwares de gravação, qual microfone escolher, qual o tipo de gravação, bem como
programas para tratamento de áudio, que lhe ajudarão a realizar uma entrevista de ótima qualidade,
independente do lugar onde esteja.

 Faça sua pesquisa


Saiba tudo sobre os fatos e a história da pessoa que quer entrevistar, assim como os assuntos que
serão abordados no decorrer da entrevista. Para isso, é necessário que seja feito uma pesquisa bem
elaborada sobre o assunto, as pessoas e demais aspectos possíveis em relação ao entrevistado.

 Elabore um roteiro
Após feita a pesquisa sobre o entrevistado e tendo finalizado o que será discutido na entrevista, elabore
um roteiro com as perguntas em ordem de temas. Fique atento à resposta dada, pois ela pode dar
abertura para uma outra pergunta mais interessante e, até mesmo, reveladora.

 Faça perguntas bem elaboradas


É importante dizer que as perguntas do seu roteiro devem ser bem elaboradas, pois não há
continuidade, nem fluidez na entrevista, se as respostas são, na sua maioria, “sim” ou “não”. Lembre-
se das cinco perguntas chave do jornalismo, para elaborar um questionário inteligente e objetivo.

 Use a entrevista como fonte de conhecimento ou de averiguação


Entrevistas devem ser tratadas de maneira séria, sempre com a intenção de proporcionar
conhecimento aos leitores e/ou averiguar fatos de determinados acontecimentos e assuntos.
Contudo, em entrevistas informais e de entretenimento, pode haver descontrações para deixar o
entrevistado mais à vontade ou ainda, tornar a matéria mais divertida e irreverente.

 Dite o ritmo da entrevista


Defina um ritmo às suas entrevistas, começando por assuntos mais básicos e informações pessoais
do entrevistado, como nome, idade, profissão. Em seguida, tendo conquistado a confiança dele,
aborde assuntos mais interessantes ou polêmicos. O importante é saber prender o entrevistado e
desenvolver uma entrevista que se pareça com uma conversa, onde as respostas fluam de maneira
satisfatória e natural, sem parecer forçada.

 Mantenha o ritmo da entrevista


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Quando se conquista um bom ritmo numa entrevista, é necessário também, que ele se mantenha. É
comum entrevistas começarem bem e depois a conexão se perder durante a conversa. Estabelecer
um ritmo do começo ao fim de uma entrevista é um ponto importante para se tornar um bom
entrevistador.

 Dê a fala sempre ao entrevistado


O entrevistado deve falar mais que o entrevistador, ou seja, o papel daquele que faz as perguntas
nunca deve se sobressair daquele que as reponde. Dessa forma, tenha cuidado para não falar algo
impensado, por instinto.

 Seja educado
Quando alguém aceita ser entrevistado, devemos sempre lembrar que aquela pessoa está cedendo
um pouco do tempo dela a você. Por isso, sempre trate-a bem, com cordialidade, gentileza e respeito.

 Não fale sobre suas opiniões


A verdade dói, mas deve ser dito: suas opiniões não importam! Se importassem, você seria o
entrevistado. Portanto, nunca deixe suas opiniões sobressaírem ao seu profissionalismo. Mesmo que
você discorde de tudo o que o entrevistado esteja falando, mesmo que ele esteja realmente errado. A
opinião é dele. Você só deve transmitir o que está sendo dito, da forma mais fiel possível.

 Saiba tocar em assuntos delicados


Em alguns casos, podemos nos deparar com entrevistas que tragam à tona assuntos extremamente
delicados. Então, o entrevistador deve estar preparado para saber o momento certo de abordar o tema,
como também, deve saber abordá-lo de forma mais sutil e delicada possível. Essa técnica vale,
especialmente, se o entrevistado for alguém respondendo a algum crime ou se a matéria for
investigativa.

 Preste a atenção
Essa dica é mais do que óbvia, contudo, um dos maiores erros cometidos por entrevistadores é se
mostrarem desinteressados pelo assunto, pela pessoa ou pela matéria que estão trabalhando.
Portanto, mesmo que você deteste o assunto da entrevista ou não tenha o mínimo de interesse, seja
um bom profissional e preste a atenção no entrevistado e em tudo o que ele diz. Dessa forma, você
pode até se acostumar e, passar a gostar do assunto, aprender algo novo ou, quem sabe, mudar de
opinião.

 Mantenha a calma
Outro detalhe importante que é a causa dos maiores erros cometidos por entrevistadores: o
nervosismo. É extremamente importante manter-se calmo para que a entrevista flua da melhor maneira
possível e para que seu entrevistado se sinta seguro e confortável.

PRODUZINDO O GÊNERO ENTREVISTA


Entrevistado: CASAGRANDE
Tema: Futebol e Drogas Número de perguntas: 10 Veículo de divulgação: Jornal Zero Hora

Entrevistada: Prefeita de Itacururuguá


Tema: Mulher e Política Número de perguntas: 10 Veículo de divulgação: Página de Facebook

Entrevistado: Reitor da UFSM


Tema: Como ser gestor em umas das maiores universidades da América Latina
Número de perguntas: 10 Veículo de divulgação: Jornal da turma
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ASPECTOS GRAMATICAIS: INTERJEIÇÕES

Interjeição é uma palavra invariável (não sofre variação em gênero, número e grau), que
representa um recurso da linguagem afetiva, de modo que expressa sentimentos, sensações, estados
de espírito, sendo sempre acompanhadas de um ponto de exclamação (!). As interjeições são
consideradas “palavras-frases” na medida em que representam frases-resumidas, formadas por sons
vocálicos (Ah! Oh! Ai!), por palavras (Droga! Psiu! Puxa!) ou por um grupo de palavras, nesse caso,
chamadas de locuções interjetivas (Meu Deus! Ora bolas!).

Tipos de Interjeições
Apesar de não possuírem uma classificação rigorosa, posto que a mesma interjeição pode expressar
sentimentos ou sensações distintas, as interjeições ou locuções interjetivas são classificadas em:

Advertência: Cuidado!, Olhe!, Atenção!, Fogo!, Olha lá!, Alto lá!, Calma!, Devagar!, Sentido!, Alerta!,
Vê bem!, Volta aqui!
Afugentamento: Fora!, Toca!, Xô!, Xô pra lá!, Passa!, Sai!, Roda!, Arreda!, Rua!, Cai fora!, Vaza!
Agradecimento: Graças a Deus!, Obrigado!, Agradecido!, Muito obrigada!, Valeu!, Valeu a pena!
Alegria: Ah!, Eh!, Oh!, Oba!, Eba!, Viva!, Olá!, Olé! Eta!, Eita!, Eia!, Uhu!, Que bom!
Alívio: Ufa!, Uf!, Arre!, Ah!, Eh!, Puxa!, Ainda bem!, Nossa senhora!
Ânimo: Coragem!, Força!, Ânimo!, Avante!, Eia!, Vamos!, Firme!, Inteirinho!, Bora!
Apelo: Socorro!, Ei!, Ô!, Oh!, Alô!, Psiu!, Olá!, Eh!, Psit!, Misericórdia!
Aplauso: Muito bem!, Bem!, Bravo!, Bis!, É isso aí!, Isso!, Parabéns!, Boa!, Apoiado!, Ótimo!, Viva!,
Fiufiu!, Hup!, Hurra!
Chamamento: Alô!, Olá!, Hei!, Psiu!, ô!, oi!, psiu!, psit!, ó!
Concordância: Claro!, Certo!, Sem dúvida!, Ótimo!, Então!, Sim!, Pois não!, Tá!, Hã-hã!
Contrariedade: Droga!, Porcaria!, Credo!
Desculpa: Perdão!, Opa!, Desculpa!, Desculpe!, Foi mal!
Desejo: Oxalá!, Tomara!, Quisera!, Queira Deus!, Quem me dera!
Despedida: Adeus!, Até logo!, Tchau!, Até amanhã!
Dor: Ai!, Ui!, Ah!, Oh!, Meu Deus!, Ai de mim!
Dúvida: Hum?, hem?, hã?, Ué!, Epa!
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Espanto: Oh!, Puxa!, Quê!, Nossa!, Nossa mãe!, Virgem!, Caramba!, Xi!, Meu Deus!, Senhor Jesus!,
Ui!, Crê em Deus pai!
Estímulo: Ânimo!, Coragem!, Adiante!, Avante!, Vamos!, Eia!, Firme!, Força!, Toca!, Upa!, Vai nessa!
Medo: Oh!, Credo!, Cruzes!, Ui!, Ai!, Uh!, Barbaridade!, Socorro!, Francamente!,, Que medo!, Jesus!,
Jesus Maria e José!
Satisfação: Viva!, Oba!, Boa!, Bem!, Bom!, Upa!, Ah!
Saudação: Alô!, Oi!, Olá!, Adeus!, Tchau!, Salve!, Ave!, Viva!
Silêncio: Psiu!, Shh!, Silêncio!, Basta!, Chega!, Calado!, Quieto!, Bico fechado!
Veja também: Bem-vindo, Bem vindo, Benvindo ou Bemvindo?

Locução Interjetiva
As locuções interjetivas são compostas de uma ou mais palavras que desempenham o papel da
interjeição. Com efeito, se a interjeição é uma palavra que expressa uma ideia, a locução interjetiva
trabalha da mesma forma, por exemplo: Ai de mim!, Puxa vida!, Virgem Santa!, Valha-me Deus!, Cruz
Credo!, Quem me dera!

EXERCÍCIOS
1) Sabemos que cada classe de palavras exerce alguma função morfológica no interior dos enunciados. Assim, podemos dizer que as
interjeições têm a função de:
a) imitar os sons da realidade, como o latido de um cão, o barulho de uma porta sendo fechada, um vidro quebrado, um telefone tocando.
b) exprimir, de forma instantânea e enfática, sentimentos, emoções e reações psicológicas por meio dos sinais de pontuação, de gestos,
bloqueios e efeitos sonoros. Exemplos: Psiu! Oh! Uau!
c) repetir os fonemas tônicos para que as palavras possam ser rimadas e dar sonoridade ao texto.
d) enfatizar palavras e expressões a partir do uso exagerado de sinais de pontuação.
e) realçar a combinação fonética intencional por parte do autor para causar efeitos sensoriais durante a leitura/declamação dos textos.

2) Leia o poema “Canção do Exílio Facilitada”, de José Paulo Paes, que é uma paródia do poema “Canção do Exílio”, do poeta romântico
Gonçalves Dias, para responder às questões 2 e 3:
Canção do Exílio Facilitada
LÁ? AH!
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SABIÁ...
PAPÁ...
MANÁ...
SOFÁ...
SINHÁ...

BAH!
Tendo em vista a linguagem empregada e seus efeitos de sentido, podemos dizer que no poema há:
a) Onomatopeias: emprego de uma palavra ou de um grupo de palavras no intuito de imitar os sons da realidade.
b) Linguagem Fática: os sons produzidos pela linguagem fática não são dicionarizados, ou seja, não têm sentido próprio.
c) Palavras com sentido próprio e duas interjeições (ah! e bah!) que sintetizam o estado de espírito do eu lírico em relação à pátria e ao
lugar em que se encontra.
d) Palavras com sentido próprio e três interjeições (sabiá!, papá!, cá!), as quais tentam imitar os sons da realidade.
e) Aliteração: repetição de consoantes para produzir um efeito sonoro significativo.

3) Analisando o poema de José Paulo Paes, é possível afirmar que as interjeições que compõem o poema são:
a) Lá e Maná (embora exerçam funções morfológicas distintas, são sinônimas e podem ser substituídas uma pela outra sem que haja
prejuízo semântico);
b) Maná e Papá (já que não geram efeitos de sentido porque não têm significado próprios);
c) Sinhá e cá (imitam a fala coloquial de pessoas mais simples em diálogos informais);
d) Ah e bah (expressões que exprimem sentimentos, emoções e reações psicológicas);
e) Sabiá, sofá e sinhá (substantivos comuns que terminam com a sílaba tônica “á”.

4) Marque a única alternativa que não é composta apenas por Interjeições ou Locuções Interjetivas:
a) Uau! Psiu! Que horror! b) Ai de mim! Ora bolas! Psiu! c) Oh, céus! Alto lá! Quem me dera!
d) Au, au, au! Puxa vida! Alô! e) Oba! Viva! Ufa!

5) (AMOESC) Analise as proposições abaixo:


I. Interjeição é palavra invariável ou sintagma que forma, por si só, frases que exprimem uma emoção, uma sensação, uma ordem, u m
apelo ou descrevem um ruído;
II. Conjunções são palavras invariáveis que possuem uma função estritamente fonética, e não estabelece uma relação entre orações ou
termos que se assemelham;
III. Pronome é palavra invariável em gênero, número e pessoa, indica a pessoa do discurso.
Dos itens acima:
a) Apenas o item I está correto. b) Apenas os itens I e II estão corretos.
c) Apenas os itens I e III estão corretos. d) Todos os itens estão corretos.

6) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas abaixo:


“_____ que nada tenha acontecido com Maurício.” “_____! Com quem eu estou falando?” “_____, você fala demais!”
a) Oxalá, hum, irra b) Tchau, que pena, claro c) Hum, claro, ué
d) Queira Deus, alô, bico calado

7) “Nossa Senhora! Como você pôde fazer isso!” A locução interjetiva destacada expressa:
a) espanto b) saudação c) satisfação d) desejo

8) Assinale a oração que expressa pena:


a) Chega! Não aguento mais! b) Quem me dera ganhar uma herança!
c) Pobre coitado! Nem casa tem. d) Bravo! Cante mais uma vez.
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Colégio Técnico Industrial de Santa Maria


Língua Portuguesa - Prof. Saigon Quevedo (2ª Série) SEGUNDO/Módulo 05

GÊNERO TEXTUAL RECEITA

A receita é um gênero textual que apresenta duas partes bem definidas – ingredientes e
modo de fazer -, que podem ou não vir indicadas por títulos. A primeira parte apenas relaciona
os ingredientes, estipulando as quantidades necessárias, indicadas em gramas, xícaras, colheres,
pitadas, etc.
No modo de fazer, os verbos se apresentam quase sempre no modo imperativo (o modo
verbal que expressa ordem, conselho, etc.), pois essa parte indica, passo a passo, a sequência
dos procedimentos e da junção dos ingredientes a ser seguida para se obter o melhor resultado
da receita – no caso, pastéis de forno recheados de goiaba. Às vezes, o imperativo é substituído
pelo infinitivo, como, por exemplo, “Preparar a massa: misturar com as pontas dos dedos [...]”,
“Aos poucos, abrir pequenas porções da massa [...]”, etc.
Uma receita pode apresentar outras informações, como grau de dificuldade, tempo
médio de preparo, rendimento, calorias, etc. Pode, ainda, conter dicas para decoração ou para
variações.
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Nesse gênero textual costuma-se empregar uma linguagem direta, clara e objetiva, pois sua
finalidade é levar o leitor ou cozinheiro a obter sucesso no preparo de prato culinário.

CARACTERÍSTICAS DO GÊNERO

Contém título; normalmente apresenta uma estrutura constituída de: título, ingredientes e modo
de preparo ou de fazer, no modo de fazer, os verbos geralmente são empregados no imperativo,
pode conter indicação de calorias por porção, rendimento, dicas de preparo ou de como decorar
e servir, etc., linguagem direta, clara e objetiva, emprega o padrão culto da língua.

Escondidinho de carne seca

Ingredientes

Purê de mandioca:
1 kg de mandioca amassada, 1 caixa de creme de leite, 1 colher de sopa de manteiga ou
margarina
1 copo de leite, Sal a gosto

Carne seca:
400 g de carne seca (depois de ficar 12 horas de molho, cozinhar e desfiar), 100 g de bacon, 1
tomate (picado em cubos), 1/2 pimentão verde (picados em cubos), Cheiro verde a gosto, 1
copo de requeijão culinário, 1 dente de alho moído, 1 pacote de queijo ralado, 1 cebola grande
(picada em rodelas), 1 tomate médio sem pele, Molho de pimenta

Modo de Preparo do purê de mandioca


1. Em uma panela, colocar a manteiga, o sal, a mandioca e o leite
2. Depois de bem misturado colocar o creme de leite e deixar reservado

Modo de preparo da Carne seca


1. Em uma panela colocar a carne seca, o bacon, o pimentão, o dente de alho, o tomate, a
cebola, o cheiro verde, o molho de pimenta e refogar bem em fogo médio (não colocar sal)
2. Colocar em um refratário ou forma
3. Acrescentar por cima o purê, o requeijão e o queijo ralado
4. Levar ao forno em fogo baixo por aproximadamente 30 minutos

EXERCÍCIOS

01.Na receita lida, o título é “Escondidinho de carne seca”.


a) Qual é a estrutura do texto?
b) Qual é o objetivo do texto?
02.Que tipo de linguagem foi empregada? Por quê?
03. Identifique no texto verbos que transmitem ação. Em que modo estão esses verbos?
04. Considerando que as receitas culinárias orientam as pessoas sobre como preparar
determinados pratos, responda: por que predomina nesse tipo de texto o modo imperativo?
05. Que palavras foram usadas para indicar a quantidade dos ingredientes?
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06. Identifique palavras ou expressões que indicam as etapas do processo temporal (o que é
primeiro, o seguinte, etc). Qual é a importância dessas partículas temporais para realização da
receita?
07. Faça uma lista de palavras que estão relacionadas ao universo culinário e que não foram
citadas nas questões anteriores.

PRODUZINDO A RECEITA

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1) ENEM - Receitas de vida por um mundo mais doce

Pé de moleque
Ingredientes
2 filhos que não param quietos
3 sobrinhos da mesma espécie
1 cachorro que adora uma farra
1 fim de semana ao ar livre

Preparo
Junte tudo com os ingredientes do Açúcar Naturale, mexa bem e deixe descansar. Não as crianças, que não vai adiantar. Sirva
imediatamente, porque pé de moleque não para. Quer essa e outras receitas completas? Entre no site cianaturale.com.br. Onde tem doce,
tem Naturale.
Revista Saúde, n. 351, jun. 2012 (adaptado).

O texto é resultante do hibridismo de 2 gêneros textuais. A respeito desse hibridismo, observa-se que a
a) receita mistura-se ao gênero propaganda com a finalidade de instruir o leitor.
b) receita é utilizada no gênero propaganda a fim de divulgar exemplos de vida.
c) propaganda assume a forma do gênero receita para divulgar um produto alimentício.
d) propaganda perde poder de persuasão ao assumir a forma do gênero receita.
e) receita está a serviço do gênero propaganda ao solicitar que o leitor faça o doce.
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2) ENEM - Receita
Tome-se um poeta não cansado,
Uma nuvem de sonho e uma flor,
Três gotas de tristeza, um tom dourado,
Uma veia sangrando de pavor.
Quando a massa já ferve e se retorce
Deita-se a luz dum corpo de mulher,
Duma pitada de morte se reforce,
Que um amor de poeta assim requer. SARAMAGO, J. Os poemas possíveis. Alfragide: Caminho, 1997.

Os gêneros textuais caracterizam-se por serem relativamente estáveis e podem reconfigurar-se em função do propósito
comunicativo. Esse texto constitui uma mescla de gêneros, pois
a) introduz procedimentos prescritivos na composição do poema.
b) explicita as etapas essenciais à preparação de uma receita.
c) explora elementos temáticos presentes em uma receita.
d) apresenta organização estrutural típica de um poema.
e) utiliza linguagem figurada na construção do poema.

ASPECTOS GRAMATICAIS
ADVÉRBIO

Advérbios são uma classe de palavras que costuma


acompanhar os verbos, dando-lhes características. Além
disso, eles também acompanham adjetivos e outros
advérbios. Podem ser classificados como advérbios de
tempo, de lugar, de modo, de intensidade, de afirmação,
etc.
ANTES DE MAIS NADA:
41

Função dos advérbios: A função dos advérbios é dar características aos verbos ou
intensificar o sentido de adjetivos e de outros advérbios. A maneira como os advérbios podem
ajudar a caracterizar ou a intensificar o sentido dos outros elementos do enunciado é relevante
para entendermos os tipos de advérbios existentes.

O TREM PAROU.

O TREM PAROU LONGE.

O TREM PAROU MUITO LONGE.

ERA UM TREM MUITO COMPRIDO.

Classificação dos advérbios: Os advérbios são classificados em sete categorias de acordo


com o sentido que ajudam a produzir no texto.

1) Advérbio de lugar
Caracteriza o lugar ao qual o verbo se refere. São palavras como “aqui”, “ali”, “lá”, “cá”, “perto”,
“longe”, “dentro”, “fora”, “atrás”, entre outras.

Venha para cá! Vamos nos mudar para longe.

2) Advérbio de tempo
Dá ideia de tempo e período dos verbos a que se referem. São palavras como “ontem”, “hoje”,
“amanhã”, “antes”, “depois”, “cedo”, “tarde”, “sempre”, “nunca”, entre outras.

Eu te encontro amanhã. Nunca vi esse filme. Ela costuma dormir cedo.


42

3) Advérbio de modo
Ajuda a especificar a maneira como a ação dos verbos foi feita. São palavras como “bem”,
“mal”, “melhor”, “pior”, “devagar”, “rápido”, entre outras. Quando se acrescenta o sufixo –mente
a muitos adjetivos, estes passam a ser advérbios de modo.

Você foi bem na prova? Ele corre devagar. Andou silenciosamente pelo corredor.

4) Advérbio de intensidade
Ajuda a entender a intensidade da ação do verbo. Por caracterizar intensidade, é comum ser
utilizado também para adjetivos e até mesmo outros advérbios. Dentre os mais comuns, temos
“muito”, “pouco”, “mais”, “menos”, “bastante”, “demais”, “tão”, entre outros. Em casos
particulares, “nada” também pode ser considerado advérbio de intensidade.

Eles leem muito. Eu te acho bonito demais! Ele fala tão pouco...

5) Advérbio de afirmação
Essas palavras complementam ou reforçam o sentido de afirmação. São palavras como “sim”,
“certo”, “claro”, “positivo”, “decerto”, “realmente”, entre outras que contribuem para marcar o
valor afirmativo.

Eu vou, sim! Estudamos, claro. Realmente tivemos muitas encomendas.

6) Advérbio de negação
Ao contrário dos advérbios de afirmação, estes complementam ou reforçam o sentido de
negação. São palavras como “não”, “nem”, “negativo”, entre outras. Em alguns casos
particulares, algumas palavras, como “nenhum”, “nada”, “nunca”, “jamais”, podem ser
consideradas advérbios de negação se estiverem intensificando um adjetivo, um advérbio ou
caracterizando um verbo.

Ela nem foi à festa. Eu não estou nada convencido.

7) Advérbio de dúvida
Complementam ou reforçam o sentido de dúvida. São palavras como “talvez”, “quiçá”,
“possivelmente”, “provavelmente”, “porventura”, entre outras.

Porventura não terias um copo d’água? Não decidimos ainda, mas talvez faremos.

Locução adverbial
Duas ou mais palavras juntas exercendo a função de advérbio são chamadas de locução
adverbial. As locuções adverbiais costumam ser formadas por mais de um advérbio, sendo
comum também haver preposições com elas. Se essas palavras não estiverem em conjunto
dentro do enunciado, elas não farão sentido. Essas locuções também podem ser classificadas
à maneira dos advérbios comuns.

- Locuções adverbiais de lugar: “ao redor de”, “em cima de”, “embaixo de”, “à esquerda”, “à
direita”, “por aqui”, “por ali”, “por perto”, entre outros.

- Locuções adverbiais de tempo: “logo mais”, “em breve”, “de manhã”, “mais tarde”, “nunca
mais”, entre outros.

- Locuções adverbiais de modo: “ao contrário”, “em detalhes”, entre outros.


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- Locuções adverbiais de intensidade: “em excesso”, “de todo”, “muito menos”, entre outros.

- Locuções adverbiais de afirmação: “de fato”, “com certeza”, “sem dúvidas”, entre outros.

- Locuções adverbiais de negação: “nunca mais”, “de modo algum”, “de jeito nenhum”, entre
outros.

EXERCÍCIOS
1) Encontre o advérbio presente nas frases a seguir. Em seguida, identifique a circunstância apresentada por ele.
a) Vivi aqui os melhores dias da minha infância.
b) Amanhã meus pais farão 50 anos de casados.
c) Ítalo parece um menino muito feliz.
d) No fim de semana, talvez viajemos para o sítio.
e) A vida foi feita para ser aproveitada intensamente.
f) Essa blusa certamente vai ficar bonita em você.
g) Eu jamais torceria por esse time.
h) Primeiramente, gostaríamos de agradecer a presença de todos.
i) Marcos leu só metade da matéria antes de fazer a prova.
j) Corri tanto que até tive cãibras.

1) Na frase “Talvez seja bom que os homens não se sintam seguros sobre a Terra”, a palavra destacada é classificada como:
a) Pronome b) Advérbio c) Verbo d) Adjetivo

2) São considerados tipos de advérbio, EXCETO:


a) Negação b) Intensidade c) Dúvida d) Certeza

3) Nas frases:
“ O caso mais emblemático talvez seja...”/ “... ele é provavelmente a pessoa que mais salvou vidas”.
As palavras destacadas são advérbios de:
a) Intensidade b) Dúvida c) Certeza d) Tempo

4) (IDIB) Os termos sublinhados no trecho “Reage sem cessar e com paciência de beneditino” podem ser classificados como:
a) Adjetivos b) Locuções adjetivas c) Locuções adverbiais d) Substantivos

5) Na frase “O único jeito é reduzir drasticamente os preços das matérias primas”, a palavra sublinhada é um advérbio de:
a) Modo b) Tempo c) Negação d) Lugar

6) (FAUEL) Observe a frase “Policarpo era patriota. Desde moço, aí pelos vinte anos, o amor da pátria tomou-o todo inteiro”. A
palavra aí indica uma noção de:
a) Imprecisão b) Precocidade c) Pontualidade d) Anterioridade

7) (VUNESP) Na frase “A instrução, porém, ainda é terrivelmente falha”, os advérbios destacados expressam, respectivamente, situações
de:
a) Afirmação e intensidade. b) Modo e causa. c) Afirmação e causa. d) Tempo e intensidade.

8) Na frase “Tal receptividade decerto não elimina...”, o advérbio destacado estabelece relação de:
a) Dúvida b) Modo c) Afirmação d) Intensidade

9) Na fala: “A vida se torna mais agradável quando a gente tem o que esperar do futuro”, a palavra destacada estabelece circunstância de:
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a) Intensidade b) Lugar c) Dúvida d) Tempo

10) (COTEC) Leia este trecho de uma entrevista da revista VEJA com o escritor Jonh Green, autor de A Culpa é das Estrelas, para responder
à questão:
“A literatura, então, pode ajudar quem sofre com problemas mentais?”
“A literatura pode nos fazer menos sozinhos, e talvez nos ajude a nos entendermos melhor”.
O termo talvez, nesse texto, foi usado para indicar:
a) Verificabilidade da ocorrência do fato; b) Impossibilidade da ocorrência do fato;
c) Utopia em relação à ocorrência do fato; d) Probabilidade de ocorrência do fato.

11) Na frase “A taxa de desemprego tem caído lentamente e a desocupação ainda atinge milhões”, os advérbios destacados passam ideia
de:
a) Modo e meio. b) Modo e tempo. c) Tempo e tempo. d) Intensidade e dúvida.

12) Todos os termos a seguir são advérbios terminados em –MENTE, exceto:


a) Fielmente. b) Veemente. c) Comumente. d) Rapidamente.

13) (CTA/Computação-SP) Assinale a alternativa em que “meio” funciona como advérbio:


a) Achei-o meio triste. b) Só quero meio metro. c) Parei no meio da avenida.
d) Comprei um metro e meio. e) Descobri o meio de acertar

14) (PUC-SP) Assinale a alternativa em que somente advérbios foram acrescentados à frase: “O tempo passou.”
a) O sofrido tempo não passou muito rápido, infelizmente.
b) O tempo passou bastante, majestoso.
c) Realmente, o tempo passou depressa demais.
d) Sim, o curto tempo já passou.

15) (FUVEST) Assinale a alternativa em que ocorre advérbio no grau comparativo de superioridade:
a) Ninguém mora tão longe quanto ela. b) Ninguém mora muito longe.
c) Ninguém mora mais longe do que ela. d) Ninguém mora menos longe do que ela.
e) Ninguém mora tão longe.

16) (PUC-SP) Assinale a alternativa em que ocorre um advérbio de modo:


a) Anteriormente eles haviam dito o contrário. b) Sempre esperei este dia.
c) Ninguém viajará para cá. d) Não reagiu favoravelmente ao discurso.
e) Há pessoas mais antigas que você.

17. (UFABC) - Leia o fragmento do texto. A população estava tão acostumada a viver (I) naquelas condições (II) que o alívio
só foi sentido plenamente quando as placas, painéis e outdoors foram definitivamente removidos. (III) Se essa redução se
confirmar, dentro de mais meses será inevitável, (IV) também, a queda dos prêmios seguro tanto de veículos como de seguro
de vida. Os trechos destacados (I, II, III e IV) expressam, respectivamente, circunstâncias de
a) lugar; restrição; condição; adição. b) meio; causa; meio; acréscimo.
c) lugar; consequência; meio; conclusão. d) modo; consequência; causa; conclusão.
e) modo; consequência; condição; acréscimo.

18. (UFABC) - Observe a frase – “Onde chega o bonde, chega o progresso.” – e assinale a alternativa em que o emprego da
palavra destacada está de acordo com a norma padrão.
a) Aonde para o bonde, para o progresso. b) Aonde se perde o bonde, perde-se o progresso.
c) Aonde há bonde, há progresso. d) Aonde circula o bonde, circula o progresso.
e) Aonde vai o bonde, vai o progresso.

19) (FUVEST) - Na frase “O Sol ainda produzirá energia (...)”, o advérbio ainda tem o mesmo sentido que em:
a) Ainda lutando, nada conseguirá. b) Há ainda outras pessoas envolvidas no caso.
c) Ainda há cinco minutos ela estava aqui. d) Um dia ele voltará, e ela estará ainda à sua espera.
e) Sei que ainda serás rico.

20) (UNIFESP) - Na passagem – ... e anula mesmo a educação mais primorosa. – o termo em destaque pode ser substituído,
sem prejuízo de sentido, por
a) provavelmente. b) até. c) propriamente.
d) deveras. e) eventualmente.
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Colégio Técnico Industrial de Santa Maria


Língua Portuguesa – Prof. Saigon Quevedo (2ª Série) – Módulo 6

GÊNERO TEXTUAL ABAIXO-ASSINADO


A democracia cria pessoas livres que podem expressar seus pensamentos e opiniões, reivindicar acerca de
algum assunto em se tratando de situações específicas, enfim. Tais aspectos, quando contextualizados às situações
sociocomunicativas de que fazemos parte, parecem ganhar ainda mais notoriedade, sobretudo fazendo referência
aos gêneros textuais. Alguns deles, por excelência, caracterizam-se como sendo essencialmente argumentativos,
os quais possibilitam ao emissor se posicionar criticamente frente a um determinado problema, com o intuito de
direcioná-lo a uma pessoa com plenos poderes para apresentar as devidas soluções. Entre tais modalidades figuram
o manifesto, a carta argumentativa e este do qual falamos: o abaixo-assinado.
Por tratar de assuntos de interesses coletivos, o abaixo-assinado permite que um grupo de pessoas se
reúna e faça a solicitação necessária, podendo essa ser endereçada a um prefeito, ao reitor de uma universidade,
ao síndico de um condomínio, entre outros. Dessa forma, trata-se de uma situação cujo contexto requer um
tratamento específico, sobretudo em se tratando do padrão formal da linguagem. Assim, a estrutura atribuída a tal
gênero obedece aos seguintes parâmetros:

Vocativo – Trata-se de um espaço no qual deverá conter o nome do destinatário e/ou o cargo, seguido do pronome
de tratamento adequado;
Corpo do texto – Parte que apresenta a exposição dos argumentos propriamente ditos, acompanhados das
respectivas solicitações que os justifiquem;
Local, data e assinatura dos solicitantes – Junto das assinaturas é possível conter dados pessoais, tais como o
documento de identidade, endereço, entre outros.

EXEMPLO:

ABAIXO – ASSINADO

Ilmo Senhor Fulano de tal, Secretário da Ordem Pública,

Nós, residentes e domiciliados à Rua da Ladeira, vimos por meio deste, declarar que o
estabelecimento denominado Bar do Necrotério, com endereço na mesma rua citada CAUSA
INCÔMODOS à vizinhança porque não respeitar o horário de silêncio, já que costumeiramente
fecha suas portas depois do horário permitido pela prefeitura. Assim sendo, pedimos que o
referido bar seja autuado por desrespeito ao sossego público.

Santa Maria, 23 de abril de 2022

Atenciosamente, assinam este documento:

NOME ENDEREÇO CPF ASSINATURA


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ASPECTOS GRAMATICAIS
VERBOS
________________________________________________________
________________________________________________________
________________________________________________________

INFINITIVO: tem características de um substantivo, podendo assumir a função de sujeito ou de


complemento de um outro verbo, e até mesmo ser precedido por um artigo. (QUERER)

GERÚNDIO: assemelha-se mais a um advérbio, já que exprime condições de tempo, modo,


condição e lugar. (QUERENDO)

PARTICÍPIO: possui valor e forma de adjetivo, pois além de modificar o substantivo, apresenta
ainda concordância em gênero e número. (QUERIDO)

CUIDADO:

Particípio Regular: (DO) ___________________________________________________

Particípio Irregular: (TO, SO) ______________________________________________

QUANDO CHEGUEI LÁ, ELE JÁ ESTAVA ______________. (morrer)

QUANDO CHEGUEI LÁ, ELE JÁ HAVIA _______________. (morrer)


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Modos Verbais

MODO INDICATIVO: O verbo expressa uma ação que provavelmente acontecerá, uma certeza,
trabalhando com reais possibilidades de concretização da ação verbal ou com a certeza comprovada
da realização daquela ação.

MODO SUBJUNTIVO: Ao contrário do indicativo, é o modo que expressa a dúvida, a incerteza,


trabalhando com remotas possibilidades de concretização da ação verbal.

MODO IMPERATIVO: Apresenta-se na forma afirmativa e na forma negativa. Com ele nos dirigimos
diretamente a alguém, em segunda pessoa, expressando o que queremos que esta(s) pessoa(s)
faça(m). Pode indicar uma ordem, um pedido, um conselho etc., dependendo da entonação e
do contexto em que é aplicado.

PPres. do Indicativo Imp. Afirmativo Pres. Do Subjuntivo Imperativo Negativo


EU Não
TU Não
ELE Não
NÓS Não
VÓS Não
ELES Não
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TEMPO VERBAL: informa, de uma maneira geral, se o verbo expressa algo que já
aconteceu, que acontece no momento da fala ou que ainda irá acontecer. São essencialmente
três tempos: PRESENTE, PASSADO ou PRETÉRITO e FUTURO.

Os tempos verbais são:

CLASSIFICAÇÃO DOS VERBOS

a) Regulares: são aqueles que possuem as desinências normais de sua conjugação e cuja
flexão não provoca alterações no radical.

________________________________________________________________________

b) Irregulares: são aqueles cuja flexão provoca pequenas alterações no radical ou nas
desinências.

________________________________________________________________________

c) Anômalos: profundas alterações no radical

d) Abundantes: são aqueles que apresentam mais de forma para a mesma conjugação.

________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
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e) Defectivos: são aqueles que não apresentam conjugação completa.

________________________________________________________________________

f) Impessoais: são aqueles que não apresentam sujeito.

1) Havia poucos ingressos à venda. (Havia = Existiam)


Houve duas guerras mundiais. (Houve = Aconteceram)
Haverá reuniões aqui. (Haverá = Realizar-se-ão)
Deixei de fumar há muitos anos. (há = faz)

2) fazer, ser e estar (quando indicam tempo)


Faz invernos rigorosos no Sul do Brasil. Era primavera quando a conheci.

g) Principais e Auxiliares: São aqueles que entram na formação dos tempos compostos e das
locuções verbais. O verbo principal varia e o auxiliar se apresenta sempre no infinitivo,
gerúndio ou particípio.

h) Pronominais: São aqueles verbos que se conjugam com os pronomes oblíquos átonos me,
te, se, nos, vos, se, na mesma pessoa do sujeito.

________________________________________________________________________
________________________________________________________________________

i) Derivados: Os verbos derivados de “pôr”, “ter”, “vir” e “ver” (como “repor”, “manter”,
“intervir” e “rever”) devem ser conjugados seguindo o mesmo padrão de seus verbos de
origem.

Exs:

Repor: O colaborador pôs = O colaborador repôs/ Quando ele puser = Quando ele repuser.

Manter: Ele teve = Ele manteve / Quando ele tiver = Quando ele mantiver.

Intervir: O diretor veio ao meu encontro = O diretor interveio a meu favor/ Se ele viesse
= se ele interviesse/ Quando ele vier = Quando ele intervier.

Rever: O gerente viu os documentos = O gerente reviu os documentos/ Se ele visse = Se


ele revisse.
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VOZES VERBAIS

As vozes verbais indicam a relação entre o sujeito e a ação expressa pelo verbo. Em português, o verbo
se distribui em três vozes:

- Voz ativa: quando o sujeito pratica a ação, é um sujeito agente.


Ex.: A criança alimentou o animal.
Sujeito verbo ativo objeto

No exemplo dado, a criança (sujeito) pratica a ação.

- Voz passiva: quando o sujeito sofre a ação verbal, é um sujeito paciente.


Ex.: O animal foi alimentado pela criança.
sujeito verbo passivo agente

No exemplo dado, o animal (sujeito) recebe a ação.

Há dois tipos de voz passiva:

a) Voz passiva sintética: formada por verbo transitivo na terceira pessoa mais o pronome apassivador se.
Ex.: Vende -se computador.
verbo pronome sujeito

b) Voz passiva analítica: formada pelo verbo auxiliar (ser ou estar) mais o particípio de um verbo
transitivo.
Ex.: O menino foi penteado pelo pai.
sujeito locução verbal agente

- Voz reflexiva: quando o sujeito pratica e ao mesmo tempo recebe a ação. A voz reflexiva apresenta a
seguinte estrutura: verbo na voz ativa + pronome oblíquo exercendo a função de objeto.
Ex.: A menina penteou -se (a si mesma).
sujeito verbo pronome oblíquo o.d.

MODO INDICATIVO
PRESENTE PRETÉRITO PERF. PRETÉRITO IMPERF.

PRET. MAIS QUE PERF. FUTURO DO PRESENTE FUTURO DO PRETÉRITO


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MODO SUBJUNTIVO
PRESENTE PRETÉRITO IMPERFEITO FUTURO

QUESTÕES DE VERBOS NO ENEM


1) ENEM (2021) DECRETO N. 28 314, DE 28 DE SETEMBRO DE 2007 Demite o Gerúndio do Distrito Federal e dá outras providências.
O GOVERNADOR DO DISTRITO FEDERAL, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 100, incisos VII e XXVI, da Lei Orgânica do
Distrito Federal, DECRETA: Art. 1º Fica demitido o Gerúndio de todos os órgãos do Governo do Distrito Federal. Art. 2º Fica proibido, a
partir desta data, o uso do gerúndio para desculpa de INEFICIÊNCIA. Art. 3º Este Decreto entra em vigor na data de sua public ação. Art.
4º Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 28 de setembro de 2007. 119° da República e 48° de Brasília
Disponível em: www.dodf.gov.br. Acesso em: 11 dez. 2017

Esse decreto pauta-se na ideia de que o uso do gerúndio, como "desculpa de ineficiência", indica
a) conclusão de uma ação.
b) realização de um evento.
c) repetição de uma prática.
d) continuidade de um processo.
e) transferência de responsabilidade.

2. (ENEM – 2003)
Eu começaria dizendo que poesia é uma questão de linguagem. A importância do poeta é que ele torna mais viva a linguagem. Carlos
Drummond de Andrade escreveu um dos mais belos versos da língua portuguesa com duas palavras comuns: cão e cheirando.
Um cão cheirando o futuro
(Entrevista com Mário Carvalho. Folha de SP, 24/05/1988. adaptação)

O que deu ao verso de Drummond o caráter de inovador da língua foi:


a) o modo raro como foi tratado o “futuro”.
b) a referência ao cão como “animal de estimação”.
c) a flexão pouco comum do verbo “cheirar” (gerúndio).
d) a aproximação não usual do agente citado e a ação de “cheirar”.
e) o emprego do artigo indefinido “um” e do artigo definido “o” na mesma frase.

EXERCÍCIOS
01. Marque a alternativa em que houver equívoco de concordância verbal:
a) Há dias estamos esperando por vocês. b) Houve momentos que pensei em desistir, mas não desisti.
c) Houveram candidatos que não trouxeram caneta esferográfica preta. d) Há duas semanas consegui marcar minha consulta.
e) O Brasil enfrenta problemas econômicos e sociais.

2. (Fuvest- SP) Entre as mensagens abaixo, a única que está de acordo com a norma escrita é:
a) Confira as receitas incríveis preparadas para você. Clica aqui!
b) Mostra que você tem bom coração. Contribua para a campanha do agasalho!
c) Cura-te a ti mesmo e seja feliz.
d) Não subestime o consumidor. Venda produtos de boa procedência.
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e) Em caso de acidente, não siga viagem. Pede o apoio de um policial.


03. (FUVEST) Assinale a frase que não está na voz passiva:
a) O atleta foi estrondosamente aclamado. b) Que exercício tão fácil de resolver!
c) Fizeram-se apenas os reparos mais urgentes. d) Escolheu-se, infelizmente, o homem errado.
e) Entreolharam-se agressivamente os dois competidores.

04. Qual das frases abaixo apresenta a flexão incorreta do verbo “haver”?
a) Há tempos venho tentado falar com você, mas nunca consigo. b) Fiz uns exames há dois meses, mas ainda não fui buscar os resultados.
c) Houveram vezes que o calor estava tão grande que o chocolate não dava ponto.
d) Eu hei de aprender matemática um dia. e) Onde há fumaça, há fogo.

05. Assinale a alternativa correta quanto ao uso de verbos abundantes:


a) foi elegido pelas mulheres, apesar de haver eleito a maioria dos homens;
b) por haver aceitado as condições do acordo, seus documentos foram entregues ao escrivão;
c) antes de chover, ele tinha cobrido o carro;
d) tem fazido muito calor ultimamente;
e) por ter morto um animal indefeso, o caçador foi matado pelos índios.

06. “Acredito que Maria tenha feito a lição”, passando-se a oração sublinhada para a voz passiva, o verbo ficará assim:
a) foi feita b) tenha sido feita c) esteja sendo feita d) tenha estado feita e) seja feita

07. (TRT-RJ) “... fique alerta.” Se trocarmos a pessoa do verbo para a segunda do singular, mantendo-se o mesmo tempo e modo verbal, a frase
teria a forma:

a) fiquem alerta b) ficas alerta c) fica alerta d) ficai alerta e) fiques alerta

08. (CESGRANRIO-RJ) Não há devida correlação temporal nas formas verbais em:
a) Seria conveniente que o leitor ficasse sem saber quem era Miss Dollar. b) É conveniente que o leitor ficaria sem saber quem era Miss Dollar.
c) Era conveniente que o leitor ficasse sem saber quem era Miss Dollar. d) Será conveniente que o leitor fique sem saber quem era Miss Dollar.
e) Foi conveniente que o leitor ficasse sem saber quem era Miss Dollar.

09. (FAAP) Assinale a resposta correspondente à alternativa que completa corretamente o espaço em branco:
“Não ________. Você não acha preferível que ele se ________ sem que você o __________?”
a) interfere – desdiz – obriga. b) interfira – desdisser – obrigue. c) interfira – desdissesse – obriga.
d) interfere – desdiga – obriga. e) interfira – desdiga – obrigue.

10. (FUVEST-SP) Assinale a frase em que aparece o pretérito mais-que-perfeito do verbo ser:
a) Não seria o caso de você se acusar? b) Quando cheguei, ele já se fora, muito zangado.
c) Se não fosse ele, tudo estaria perdido. d) Bem depois se soube que não fora ele o culpado.
e) Embora não tenha sido divulgado, soube-se do caso

11. (UFMG) Em todas as alternativas, a lacuna pode ser preenchida com o verbo indicado entre parênteses, no subjuntivo, exceto em:
a) Olhou para o cão, enquanto esperava que lhe _______ a porta (abrir).
b) Por que foi que aquela criatura não ________ com franqueza? (proceder)
c) É preciso que uma pessoa se ________ para encurtar a despesa. (trancar).
d) Deixa de luxo, minha filha, será o que Deus ________. (querer)
e) Se isso me ______ possível, procuraria a roupa. (ser)

12. (Cefet-MG) Empregou-se o verbo no futuro do subjuntivo em:


a) … afrontava os perigos (…) para vir vê-la à cidade. b) Se algum dia a civilização ganhar essa paragem longínqua…
c) Continuaram ainda a dialogar com certo azedume. d) Tinha-me esquecido de contar-lhe que eu fizera uma promessa…
e) e encontrei o faroleiro ocupado em polir os metais da lanterna.

13. (CESGRANRIO) “Acesas” é particípio adjetivo de “acender”, verbo chamado abundante, porque possui dupla forma de particípio (acendido e
aceso). Em abundância, que é geralmente do particípio, em alguns verbos ocorre em outras formas. Assim, por exemplo, é o caso de:
a) coser b) olhar c) haver d) vir e) dançar

14. (CESGRANRIO) No trecho: “...fui obrigado a dá-lo de presente a um bandido, seu amigo, quando, provou que completara na véspera o seu
vigésimo nono assassinato”, o mais-que-perfeito foi empregado com seu valor normal; na linguagem literária ele pode também aparecer no
valor de:
a) imperativo afirmativo b) pretérito imperfeito do subjuntivo c) pretérito perfeito do indicativo
d) infinito pretérito e) futuro do pretérito composto

15. A frase “Procure compreender seus pais” está na 3ª pessoa do singular. Passando-a à 2ª pessoa do singular, teremos:
a) procuras compreender vossos pais b) procurai compreender teus pais c) procura compreender seus pais
d) procura compreender teus pais e) N.R.A.
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16. (PUC-RJ) "Se eu soubesse ... não tinha aceitado! Indique a opção em que o verbo está flexionado no mesmo tempo, modo e voz de tinha
aceitado:
a) "Desse lado do sobrado apoiava-se a uma escarpa da colina. (...)" b) "Se não fosse isso teria eu vindo?"
c) "(...) como uma riqueza que Deus dá para ser prodigalizada". d) "(...) nunca a palavra amor fora proferida em referência a nós".
e) "(...) e assumira para comigo o despotismo da mulher amada com paixão".

17. (MACK) Assinale a alternativa que completa corretamente a seguinte frase:


"Quando .......... mais aperfeiçoado, o computador certamente .......... um eficiente meio de controle de toda a vida social."
a) estivesse – será b) estiver – seria c) esteja – era d) estivesse – era e) estiver - será

18. (PUC-PR) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas:


1. O intruso já tinha sido .......... . 2. Não sabia se já haviam .......... a casa.
3. Mais de uma vez lhe haviam .......... a vida. 4. A capela ainda não havia sido .......... .
a) expulsado, coberto, salvo, benzida b) expulso, cobrido, salvo, benzida c) expulsado, cobrido, salvado, benta
d) expulso, coberto, salvado, benta e) expulsado, cobrido, salvo, benzida

19. (MACK)
I - Embora o jogo estivesse monótono, a torcida se exaltou muito; II - O torcedor gritou tanto que ficara rouco;
III - É preciso que se evita gritar muito. Com relação ao uso dos tempos verbais:
a) somente a I está adequada b) I, II e III estão adequadas c) somente a II está adequada
d) somente a I e III estão adequadas e) I, II e III estão inadequadas

20. (UE PONTA GROSSA-PR) Nesse fragmento poético: "Cantando espalharei porto da parte / Se a tanto me ajudar o engenho e arte", encontram-
se, respectivamente, formas verbais nominais:
a) participial e infinitiva b) gerundial e infinitiva c) infinitiva e participial d) infinitiva e gerundial e) gerundial e participial

21. (MACK) A forma verbal correta é: a) interviu d) entretece b) reavenha e) manteram c) precavesse

22. (CESGRANRIO) Assinale o período em que aparece forma verbal incorretamente empregada em relação à norma culta da língua:
a) Se o compadre trouxesse a rabeca, a gente do ofício ficaria exultante.
b) Quando verem o Leonardo, ficarão surpresos com os trajes que usava.
c) Leonardo propusera que se dançasse o minuete da corte.
d) Se o Leonardo quiser, a festa terá ares aristocráticos.
e) O Leonardo não interveio na decisão da escolha do padrinho do filho.

23. (FUVEST) ....... em ti; mas nem sempre ....... dos outros.
a) Creias – duvidas b) Crê – duvidas c) Creias – duvida d) Creia – duvide e) Crê - duvides

24. (PUC) Uma das alternativas abaixo está errada quando à correspondência no emprego dos tempos verbais. Assinale qual é esta alternativa:
a) Porque arrumara carona, chegou cedo à cidade. b) Se tivesse arrumado carona, chegaria cedo à cidade.
c) Embora arrume carona, chegará tarde. d) Embora tenha arrumado carona, chegou tarde.
e) Se arrumar carona, chegaria cedo à cidade.

25. (SANTA CASA) Transpondo para a voz ativa a frase:


"Os ingressos haviam sido vendidos com antecedência", obtém-se a forma verbal:
a) venderam b) vendeu-se c) venderam-se d) haviam vendido e) havia vendido

26. (UNIMEP-SP) "Assim eu quereria a minha última crônica: que fosse pura como este sorriso." (Fernando Sabino)
Assinale a série em que estão devidamente classificadas as formas verbais em destaque:
a) futuro do pretérito, presente do subjuntivo b) pretérito mais-que-perfeito, pretérito imperfeito do subjuntivo
c) pretérito mais-que-perfeito, presente do subjuntivo d) futuro do pretérito, pretérito imperfeito do subjuntivo
e) pretérito perfeito, futuro do pretérito

27. “No desempenho de tuas funções, ________ atencioso com todos, _________ ser útil sempre e não _________ as tuas
responsabilidades”.
a) sê – procure – negue b) seja – procura – negue c) seja – procure – negues d) sê – procura – negues e) seja – procura – negues.

28. Assinale a alternativa em que os verbos estão conjugados conforme a norma culta.
a) A diretora não interveio na nota do aluno; ele foi, pois, reprovado. b) Quando você ver o Bonê, diga-lhe que estamos com saudade.
c) Quando você o vir, dize-lhe que ainda o amo muito.
d) Se você se colocasse em meu lugar, perceberá melhor o problema, meu amor! e) Quando você o ver, dê o recado.

29.Encontra-se voz passiva na seguinte alternativa:


a) “... tal o estrago que a bicharada tinha aprontado nas roças e retiros.» b) E então, pouco a pouco, o luminoso contorno ia sendo perturbado pela escuridão.
c) Encontraram-se com seus mestres os alunos do curso de Medicina. d) O profeta falará a verdade.
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Colégio Técnico Industrial de Santa Maria


Língua Portuguesa – Prof. Saigon Quevedo (2ª Série) – Módulo 7

ANÁLISE SINTÁTICA

A análise sintática interna examina a estrutura de um período que pode ser


dividido em orações e determina a função sintática dos termos de cada
oração. Neste texto, daremos uma breve noção do que é frase, oração,
período e falaremos dos termos que compõem as orações:

FRASE
É todo enunciado capaz de transmitir tudo que pensamos a quem nos ouve:
Cuidado! Que horror! Por que agridem a natureza?

ORAÇÃO
É a frase que apresenta sujeito e predicado ou apenas predicado:
Nossa viagem será longa. Choveu durante a noite.

PERÍODO
É um enunciado composto de uma ou mais orações. Pode ser simples (apenas uma oração) ou composto (mais de uma
oração). De uma forma prática, cada oração é organizada em torno de um verbo:
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Período simples: O amor vence sempre.

Período composto: O comandante garante que a tropa chegará a tempo.

Todas as frases verbais devem ter, obrigatoriamente, o sujeito e o predicado. O sujeito é tão importante que, quando a
oração não o tiver, precisa-se ressaltar que a oração é sem sujeito ou é inexistente.

Portanto:
Termos Essenciais = sujeito e predicado
Termos Integrantes= predicativo, objeto direto e indireto, agente da passiva e complemento nominal
Termos Acessórios = aposto, vocativo, adj.adnominal e adj. adverbial

DICAS:
1) SUJEITO NÃO começa por preposição.
2) Para encontrar o sujeito, faz-se ao verbo a pergunta QUEM É QUÊ? ou QUE É QUÊ?
3) Para encontrar o obj. direto, faz-se ao verbo a pergunta O QUÊ?
4) Para encontrar o obj. indireto, faz-se ao verbo a pergunta com uma PREPOSIÇÃO + QUE/QUEM?

SUJEITO: É o ser do qual se diz alguma coisa. É constituído de um nome, pronome ou qualquer termo substantivado. O
sujeito possui um núcleo que é o nome ou pronome e ao redor dele podem aparecer palavras secundárias como artigos e
adjetivos:

Todos os ligeiros rumores da mata tinham uma voz para a selvagem filha do sertão.
Sujeito: Todos os ligeiros rumores da mata.
Núcleo do sujeito: rumores

O sujeito pode ser:


1 )Simples: Um só núcleo do sujeito: O gato bebeu o leite.

2) Composto: Mais de um núcleo: Jairo e Mônica foram à escola juntos.

3) Elíptico ou Implícito: Reconhecido pela desinência verbal: Viajarei amanhã.

4) Indeterminado: Quando não se indica o agente da ação verbal.


Pode-se apresentar de três formas:
a) Usando-se o verbo na 3ª pessoa do plural: Atropelaram uma senhora na esquina.
b) Usando-se o verbo na 3ª pessoa do singular acompanhado do pronome se, que neste caso passa a ser índice de
indeterminação do sujeito: Aqui se vive bem.

5) Sujeito inexistente: São constituídas com verbos impessoais. O conteúdo verbal não é atribuído a nenhum ser:
Ventava muito durante o desfile.

São verbos impessoais:


1) Haver no sentido de existir, ocorrer, acontecer: Havia quadros nas paredes.
2) Fazer, passar, ser e estar com referência ao tempo: Faz muito calor naquela cidade.
3) Chover, ventar, nevar, gear, relampejar, amanhecer, anoitecer e outros que exprimem
fenômenos meteorológicos: Ontem choveu muito.

ATENÇÃO: Usados em sentido figurado, esses verbos têm sujeito.


Choveram pétalas sobre a imagem da santa. Pétalas = sujeito)

PREDICADO: É a declaração que se faz a respeito do sujeito. Há três tipos de predicado:


1- PREDICADO NOMINAL
Seu núcleo é um nome (substantivo, adjetivo, pronome). É ligado ao sujeito por um verbo de ligação:
Nossas praias são lindíssimas.
Sujeito: Nossas praias
Núcleo do sujeito: praias
Predicado nominal: são lindíssimas
Verbo de ligação: são
Predicativo do sujeito: lindíssimas
ATENÇÃO: O predicativo do sujeito é uma qualidade ligada ao sujeito pelo verbo de ligação. São verbos de ligação: ser, estar,
permanecer, ficar, parecer, etc.
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2- PREDICADO VERBAL
Seu núcleo é um verbo seguido ou não de complemento ou termos acessórios. Classifica-se em:
a) Intransitivo: O verbo não precisa de complemento.
Carlos morreu.
Sujeito: Carlos
Predicado verbal: morreu (verbo intransitivo)

b) Transitivo direto: O verbo precisa de complemento que é ligado a ele de forma direta, ou seja, sem o auxílio de preposição.
Este complemento chama-se objeto direto.
Comprei um novo aparelho
Sujeito: Eu (elíptico)
Predicado verbal: comprei um novo aparelho.
Verbo transitivo direto: comprei
Objeto direto: um novo aparelho.

c)Transitivo indireto: O verbo precisa de complemento que é ligado a ele de forma indireta, ou seja, com o auxílio de preposição.
Este complemento chama-se objeto indireto.
Todos precisam de afeto.
Sujeito: Todos
Predicado verbal: precisam de afeto
Verbo transitivo indireto: precisam
Objeto indireto: de afeto

d)Transitivo direto e indireto: O verbo necessita dos dois complementos: o direto e o indireto.
A empresa fornece comida aos trabalhadores.
Sujeito: A empresa
Núcleo do sujeito: empresa
Predicado verbal: fornece comida aos trabalhadores
Verbo transitivo direto e indireto: fornece
Objeto direto: comida
Objeto indireto: aos trabalhadores

3- PREDICADO VERBO-NOMINAL
Tem dois núcleos significativos: um verbo e um nome. Formado por um verbo transitivo ou
intransitivo e um predicativo do sujeito ou do objeto.
Isabel fez os doces nervosa.
Sujeito: Isabel
Predicado verbo-nominal: fez os doces nervosa
Verbo transitivo direto: fez
Objeto direto: os doces
Predicativo do sujeito: nervosa (...fez os doces e estava nervosa)

PREDICATIVO: Há o predicativo do sujeito e do objeto.


1- PREDICATIVO DO SUJEITO: É o termo que exprime um atributo, qualidade, estado ou modo de ser do sujeito, ao qual se
prende por um verbo de ligação, que está presente no predicado nominal e no verbo-nominal.

A vida tornou-se insuportável. A ilha parecia um monstro. O menino abriu a porta ansioso.

2- PREDICATIVO DO OBJETO: É o termo que se refere ao objeto de um verbo transitivo.

O juiz declarou o réu inocente. Alguns chamam-no (de) impostor. A mãe viu-o desanimado.

OBJETO DIRETO: É o complemento de verbos transitivos diretos. Este complemento, normalmente, vem ligado ao
verbo sem auxílio de preposição.

João comprou uma bola. Eu quero comer doces. O professor divulgou as notas

OBJETO INDIRETO: É o complemento de verbos transitivos indiretos. Esse complemento vem ligado ao verbo por
meio de preposição.

Os filhos precisam de carinho. Assisti ao jogo.


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COMPLEMENTO NOMINAL: É o complemento de nomes (substantivos, adjetivos e advérbios) sempre regido de


preposição, reclamado pela sua significação transitiva incompleta. Representa o recebedor, o paciente, o alvo da declaração
expressa por um nome.

A defesa da pátria é nossa obrigação O respeito às leis é fundamental ao país

AGENTE DA PASSIVA: É o complemento de um verbo na voz passiva. Representa o ser que pratica a ação expressa
pelo verbo passivo. Geralmente, vem acompanhado pela preposição por:

Uma bola foi comprada por João. A verdade foi falada pelo profeta

ADJUNTO ADNOMINAL
É o termo de valor adjetivo que serve para especificar ou delimitar o significado de um substantivo. Pode ser expresso:
a) pelos adjetivos:
Na areia podemos fazer até castelos soberbos, onde abrigar o nosso íntimo sonho.

b) pelos artigos:
O ovo é a cruz que a galinha carrega na vida.

c) pelos pronomes adjetivos:


Vários vendedores de artesanato expunham suas mercadorias.

d) pelos numerais:
Casara-se havia duas semanas.

e) pelas locuções adjetivas:


Tinha uma memória de prodígio.

ATENÇÃO!!ADJUNTO ADNOMINAL X COMPLEMENTO NOMINAL


Não se deve confundir o adjunto adnominal formado por locução adjetiva e o complemento nominal. Este
é o paciente da ação expressa por um nome transitivo. Aquele representa o agente da ação ou a origem,
qualidade de alguém ou de alguma coisa.
Eleição do presidente. (Presidente é paciente da eleição, sofre a ação)
Discurso do presidente. (Presidente é agente do discurso, pratica a ação)

ADJUNTO ADVERBIAL: É o termo que exprime uma circunstância (de tempo, lugar, modo, etc.)
Aqui não passa ninguém. Lá embaixo aparece Jacarecanga sob o sol do meio-dia.

APOSTO: É uma palavra ou expressão que explica ou esclarece, desenvolve ou resume outro termo da oração:

D. Pedro II, imperador do Brasil, foi um monarca sábio.


Casas e pastos, árvores e plantações, tudo foi destruído pela enchente.
Prezamos acima de tudo duas coisas: a vida e a liberdade.

ATENÇÃO!! O aposto não pode ser formado por adjetivos. Nestes casos, tem-se um predicativo.
Audaciosos, os dois surfistas atiraram-se às ondas. (Audaciosos = predicativo do sujeito)

VOCATIVO: É o termo usado para chamar alguém ou alguma coisa.


A ordem, meus amigos, é a base do governo. Meu nobre perdigueiro, vem comigo!

ATENÇÃO!!O vocativo é um termo à parte. Não pertence à estrutura da oração, por isso não se anexa ao sujeito nem
ao predicado.

Classifique os adjuntos adverbiais:


1)Saiu de casa para andar de bicicleta e nunca mais voltou.
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2) Eu entrei de gaiato nesta escola.


3) Não acho muito agradável fazer 80 anos em 2220.
4) Esperou, pacientemente, durante 3 horas, as balconistas.
5) Recentemente no zoo da capital, dois leões morreram com bolos de carne envenenada.
6) Um dia, ela repousava no claro da floresta.
7) Moro muito longe daqui.
8) Saiu pisando devagarinho.
9) Eu vi uma mulher verdadeiramente bela.
10) Voltei pacientemente ao ponto de partida.

Classifique os verbos segundo a indicação abaixo:


( 1) verbo intransitivo (2) verbo transitivo direto (3 ) verbo transitivo indireto (4) verbo de ligação

( ) Os índios fabricavam enfeites e cestos. ( ) Eles não produziam lixo.


( ) Esses homens precisam de máscaras. ( ) As margens do rio estavam sujas.
( ) Gostamos de professor de matemática. ( ) A gurizada brincava ao léu, empinando papagaio.
( ) Em breve, ombreará com os mestres. ( ) Acredito em sua palavra.
( ) O lixo sempre traz epidemias. ( ) Os índios cuidavam do seu rio.
( ) As árvores e as plantas cresceram. ( ) Os homens procuravam alimentos.
( ) Meus amigos gostam muito de peixe. ( ) Apareceram , um dia, os meus próprios livros.
( ) O hipocondríaco morreu, mas ninguém acreditou. ( ) De lá você enxergará o horizonte.
( )Todos pareciam cansados. ( ) Aqui todos são alegre e saudáveis.
( ) O doce está gelado. ( ) Os animais procuravam pousada.
( ) O marquês desobedece às ordens do rei. ( ) Em toda a parte andava acesa a guerra.
( ) Em pouco tempo a semente germinou. ( )Todos roncavam, menos o enfermo.
( ) Maria galgou as escadas. ( ) É preciso crer em alguma coisa.
( ) Disse algumas palavras. ( ) Não estou doente.
( ) A terra permanece elevada. ( ) Os jovens estavam entusiasmados.

Classifique os sujeitos das frases abaixo:


Minha vida era um palco iluminado. Aconteceram coisas horríveis naquele verão.
O Presidente chegou ontem a Brasília. O dois é um número inteiro.
Bois, vacas e bezerros andavam misturados. Falei com ela ontem à tarde.
Falaram muito mal de você na reunião. Choveu pouco no último verão.
Precisa-se de digitadores. Nevou na Europa no outono passado.
Viajamos para a Itália. Telefonaram para você.
Faz dois anos que ele saiu. Havia cinco alunos na biblioteca.
Está frio. Venta muito forte naquela região.
Acredita-se em ETs. Há dois meses que não vejo Reinaldo.
Lígia sumiu. Os dinossauros também viveram nos polos.
Têm aumentado as denúncias contra médicos. Nos galhos, brincavam livremente os pássaros.
Foram saindo disfarçadamente os culpados. São inadmissíveis os crimes de guerra.
Apareceu no jardim de Ana um ramalhete de flores. No último verão foram reformadas casas da vila.
Aconteceram coisas estranhas naquele dia. Assassinaram mais um líder.
Agora é tarde. Acordei de um sonho estranho.
Precisa-se de professores de português. Rapaz, beba este refrigerante.
Eles se houveram com dignidade. Pode haver fatos contrários.
Podem existir fatos contrários. Necessita-se do apoio de todos.
Reformam-se ternos. Trabalha-se durante a noite.
Deve haver pessoas generosas. Trabalha-se com afinco naquela empresa.

1. (MACK-SP) Em: “ – Perdi a mala! – um diz de cara acabrunhada”, um tem a função sintática de:

a) adjunto adnominal b) sujeito simples c) adjunto adverbial d) aposto e) aposto

2. (FMU) Em "Eu era enfim, senhores, uma graça de alienado.", os termos da oração grifados são respectivamente, do ponto de vista
sintático:
a) adjunto adnominal, vocativo, predicativo do sujeito b) adjunto adverbial, aposto, predicativo do objeto
c) adjunto adverbial, vocativo, predicativo do sujeito d) adjunto adverbial, vocativo, objeto direto
e) adjunto adnominal, aposto, predicativo do sujeito

3. 5. Todas as orações a seguir apresentam predicado verbal, EXCETO:


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a) O rapaz andava tristonho depois da partida da noiva. b) Mariana fez o dever de casa rapidamente.
c) Eles correram uma meia maratona neste fim de semana. d) O vento sacudia as folhas das árvores.

4. (CESGRANRIO) Assinale a frase cujo predicado é verbo-nominal:


a) "Que segredos, amiga minha, também são gente ..."
b) "... eles não se vexam dos cabelos brancos ..."
c) "... boa vontade, curiosidade, chama-lhe o que quiseres ..."
d) "Fiquemos com este outro verbo."
e) "... o assunto não teria nobreza nem interesse ..."

5. Assinale a(s) oração(ções) que apresentam agente da passiva.


a) O pudim de pão foi feito por mim.
b) Caminhamos pela estrada florida.
c) A casa foi pintada pelo Henrique.
d) Os pais são responsáveis pelos filhos.
e) Ficamos na praia por muito tempo.

6. Identifique a opção que NÃO apresenta aposto.


a) Filho do meu coração, você tem de estudar mais!
b) Aquela aluna, um poço de insegurança, não abria a boca na sala de aula.
c) Paula, a vizinha do sétimo andar, quebrou a perna.
d) Estes livros são diferentes: este é mais técnico, aquele é mais literário.
e) Maria, minha prima, acertou 4 números na Mega.

7. Assinale a alternativa em que o termo destacado é um adjunto adverbial.


a) Todos nós ficamos contentes com a sua conquista.
b) Sua conta foi paga por um admirador secreto.
c) Micaela vai à academia de manhã cedo.
d) Precisamos falar com o síndico sobre a falta de água.
e) As duas são tuas filhas?

8. (EPCAR) A partícula apassivadora está exemplificada na alternativa:


a) Fala-se muito nesta casa. b) Grita-se nas ruas. c) Ouviu-se um belo discurso.
d) Ria-se de seu próprio retrato. e) Precisa-se de um dicionário.

9. (EPCAR) O se é índice de indeterminação do sujeito na frase:


a) Não se ouvia o sino. b) Assiste-se a espetáculos degradantes. c) Alguém se arrogava o direito de gritar.
d) Perdeu-se um cão de estimação. e) Não mais se falsificará tua assinatura.

10. (EPCAR) O se é pronome apassivador em:


a) Precisa-se de uma secretária.
b) Proibiram-se as aulas.
c) Assim se vai ao fim do mundo.
d) Nada conseguiria, se não fosse esforçado.
e) Eles se propuseram um acordo.

11. (UF-SC) No período "Avistou o pai, que caminhava para a lavoura", a palavra que classifica-se morfologicamente como:
a) conjunção subordinativa integrante b) pronome relativo
c) conjunção subordinativa final d) partícula expletiva
e) conjunção subordinativa causal

12. (FTM-ARACAJU) Das expressões sublinhadas abaixo, com as ideias de tempo ou lugar, a única que tem a função sintática do
adjunto adverbial é:
a) "Já ouvi os poetas de Aracaju"
b) "atravessar os subúrbios escuros e sujos"
c) "passar a noite de inverno debaixo da ponte"
d) "Queria agora caminhar com os ladrões pela noite"
e) "sentindo no coração as pancadas dos pés das mulheres da noite"

13. (BB) "Ande ligeiro, Pedro".


a) sujeito b) objeto direto c) vocativo d) aposto e) adjunto
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14. (UC-MG) A classificação dos verbos sublinhados, quanto à predicação, foi feita corretamente em:
a) "Não nos olhou o rosto. A vergonha foi enorme." - transitivo direto e indireto
b) "Procura insistentemente perturbar-me a memória." - transitivo direto
c) "Fiquei, durante as férias, no sítio de meus avós." - de ligação
d) "Para conseguir o prêmio, Mário reconheceu-nos imediatamente." - transitivo indireto
e) "Ela nos encontrará, portanto é só fazer o pedido." - transitivo indireto

15. (UF-UBERLÂNDIA) "Ele observou-a e achou aquele gesto feio, grosseiro, masculinizado." Os termos sublinhados são:
a) predicativos do objeto b) predicativos do sujeito c) adjuntos adnominais
d) objetos diretos e) adjuntos adverbiais de modo

16. (FMU) Observe os termos sublinhados na passagem: "O rio vai às margens. Vem com força de açude arrombado." Os termos
sublinhados são, respectivamente:
a) predicativo do sujeito e adjunto adnominal de modo b) adjunto adverbial de modo e adjunto adnominal
c) adjunto adverbial de lugar e adjunto adverbial de modo d) adjunto adverbial de modo e objeto indireto
e) adjunto adverbial de lugar e complemento nominal

17. (UF-GO) "O corpo, a alma do carpinteiro não podem ser mais brutos do que a madeira." A função sintática dos termos sublinhados
é, pela ordem:
a) objeto direto - predicativo do sujeito b) sujeito – sujeito c) predicativo do sujeito - sujeito
d) objeto direto - predicativo do sujeito e) predicativo do sujeito - predicativo do sujeito

18. Na oração "Esboroou-se o balsâmico indianismo de Alencar ao advento dos Romanos", a classificação do sujeito é:
a) oculto b) inexistente c) simples d) composto e) indeterminado

19. (MACK) Em "O hotel virou catacumba":


a) o predicado é nominal b) o predicado é verbo-nominal c) o predicado é verbal
d) o verbo é transitivo direto e) estão corretas c e d

20. (MACK) Em "E quando o brotinho lhe telefonou, dias depois, comunicando que estudava o modernismo, e dentro do modernismo
sua obra, para que o professor lhe sugerira contato pessoal com o autor, ficou assanhadíssimo e paternal a um tempo", os verbos
assinalados são, respectivamente:
a) transitivo direto, transitivo indireto, de ligação, transitivo direto e indireto
b) transitivo direto e indireto, transitivo direto, transitivo indireto, de ligação
c) transitivo indireto, transitivo direto e indireto, transitivo direto, de ligação
d) transitivo indireto, transitivo direto, transitivo direto e indireto, de ligação
e) transitivo indireto, transitivo direto e indireto, de ligação, transitivo direto

21. Indique a única alternativa que não apresenta agente da passiva:


a) A casa foi construída por nós.
b) O presidente será eleito pelo povo.
c) Ela será coroada por ti.
d) O avô era querido por todos.
e) Ele foi eleito por acaso.

22. Assinale a alternativa correta: “para todos os males, há dois remédios: o tempo e o silêncio”, os termos grifados são respectivamente:
a) sujeito – objeto direto;
b) sujeito – aposto;
c) objeto direto – aposto;
d) objeto direto – objeto direto;
e) objeto direto – complemento nominal.

23. (MACK) "Não serei o poeta de um mundo caduco."; "Entre eles considero a enorme realidade."; "Não serei o cantor de uma
mulher"; "O tempo é a minha matéria." As expressões sublinhadas nos versos do texto exercem, respectivamente, as funções de:
a) adjunto adnominal - adjunto adverbial - complemento nominal - predicativo do sujeito
b) complemento nominal - adjunto adverbial - complemento nominal - predicativo do sujeito
c) predicativo do sujeito - núcleo do predicado - adjunto adnominal - núcleo do predicativo do sujeito
d) predicativo do sujeito - núcleo do predicado - complemento nominal - predicativo do sujeito
e) complemento nominal - adjunto adverbial - adjunto adnominal - núcleo do predicativo do sujeito

24. (PUC) "Nesse momento começaram a feri-lo nas mãos, a pau." Nessa frase o sujeito do verbo é:
a) nas mãos b) indeterminado c) eles (determinado) d) inexistente ou eles: dependendo do contexto
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