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Contr olador
Lógico
CLP Pr ogramável
3ª Par te
Parte
Paulo Cesar de Carvalho
"L
adder” significa escada a mais utilizada para a programação dos, mas, o nome e sintaxe das ins-
em inglês. O nome ladder de CLPs. truções variam em cada marca de
foi dado em função da A maioria dos programadores de forma que ele deverá consultar os
listagem do programa pa- CLP’s atuais são softwares que o manuais de programação toda vez
recer uma escada. A idéia original da usuário instala em um computador que tiver que programar uma marca
linguagem ladder era propiciar uma de mesa ou laptop e, através de uma diferente, porém uma vez aprendi-
ferramenta de programação que fos- porta serial ou placa colocada no dos os conceitos, o usuário será
se facilmente aprendida por usuários “slot” do computador, realiza a co- capaz de programar qualquer mar-
que conhecessem comandos elétri- municação com o CLP. ca. Este artigo pretende enfocar os
cos, afinal os programadores de CLPs Na ilustração desta página, você conceitos que servem para a maio-
precisavam lidar com uma ferramenta vê um computador com o software já ria dos equipamentos do mercado.
que fosse parecida com os comandos instalado e configurado para operar Antes de iniciar a programação
elétricos que eles estavam acostuma- como programador de CLP . Através de um CLP, a primeira coisa a fazer
dos a projetar. Existem outras lingua- do cabo serial são feitas todas as co- é entender alguns conceitos referen-
gens de programação como, por municações com o CLP. tes à linguagem ladder:
exemplo, o STEP5 e Lista de Instru- Para os CLPs que dispõem de
ções. Neste artigo, vamos tratar da recurso de DECLARAÇÃO DO
linguagem ladder que ainda é programação EQUIPAMENTO A SER
off-line não é PROGRAMADO
necessário
que o pro- Normalmente, um software pro-
gramador gramador pode ser utilizado para vá-
esteja co- rios tipos diferentes de CPU de um
nectado a mesmo fabricante e o técnico deve
eles para informar para qual CPU se destina
desenvol- o programa. Você pode fazer toda a
ve r o programação sem estar conectado
software, no CLP, e o programa ficará arma-
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Figura 6 - Um ponto de entrada digital físico estará LIGADO quando estiver circulando corrente na
entrada. Neste caso, se FC2 não estiver atuado, o ponto de entrada E2 estará LIGADO.
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cima para baixo e da esquerda
para direita, ou seja, de “A” para “B”.
Vamos agora entender através
de exemplos o efeito da varredura
de acordo com a forma como o pro-
grama é escrito:
Exemplo 1 - A figura 10 apre-
senta uma lógica ladder com duas
entradas digitais: E1 e E2 e três saí-
das digitais: S1, S2 e S3. Suponha
que somente uma das duas entra-
das esteja ligada. O que acontece-
rá com as 3 saídas?
Solução: Como a corrente ló-
gica flui da esquerda para a direi-
Figura 11 - As três saídas são ligadas quando E1 está ligada.
ta, e devido aos ramos paralelos
da lógica, a figura 11 mostra que
as 3 saídas serão ligadas somen-
te se E1 estiver ligada. Na figura
12 vemos o que acontecerá se so-
mente a entrada E2 estiver ligada.
Obser ve que, devido aos ramos
paralelos estarem em colunas di-
ferentes e a “corrente lógica” não
voltar (só vai da esquerda p/ à di-
reita), somente as saídas S2 e S3
ficarão energizadas.
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CLP e que se todos estiverem ligados
deverá acionar uma saída S1 .
1a Solução: Utilizando somente
uma lógica. Para entender o funcio-
namento da lógica considere a Fi-
gura 17. A saída S1 será o resulta-
do da lógica “E” das 13 entradas. Ob-
servar que nesta solução a saída S1
demorará 2 varreduras para ligar. Na
primeira varredura o contato auxili-
ar A0 está desligado, e só vai ligar
após a bobina A0 ligar. Na Figura
18, como foram utilizadas 2 lógicas,
a saída S1 liga na mesma varredu- Figura 14 - A1 é o resultado da lógica “ou“ de E1, E2, E3 e E4.
ra. No final da varredura da lógica
0, supondo todas as entradas liga-
das, a bobina auxiliar A0 será liga-
da e a varredura da lógica seguinte
já começa pelo A0 que já vai estar
ligado.
EXEMPLO DE APLICAÇÃO
PRÁTICA UTILIZANDO AS
INSTRUÇÕES RNA, RNB e RB.
Considere a figura 19 que exibe Figura 15 - A2 será o resultado da lógica "ou" de A1 com E5, E6 e E7.
uma bomba de águas pluviais que
retira a água de chuva acumulada
em um poço de uma estação de trem
subterrânea. Imagine que a bomba
deva ser ligada quando o poço atin-
gir o nível alto e desligada quando
o mesmo atingir o nível baixo. Se,
mesmo com a bomba ligada o nível
muito alto for atingido, o CLP deve-
rá acionar uma sirene de alarme in-
dicando para a manutenção que
poderá ocorrer transbordamento do
poço.Considere ainda que os
sensores de nível baixo e alto são
do tipo NA, e o sensor de nível mui- Figura 16 - S1 será o resultado da lógica "ou" das 10 entradas.
to alto é do tipo NF.
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viação da descrição do sinal. Du-
rante a programação você poderá
utilizar o endereço do operando ou
o TAG para programar. O tipo de
sinal detalha se o ponto de entra-
da ficará ligado ou desligado
quando o sensor não estiver atua-
do, e é fundamental para a progra-
mação. O sensor conectado à en-
trada digital E3 foi escolhido NF
por questões de segurança, pois,
se o fio par tir, a sirene tocará
como se houvesse risco de trans-
bordamento, alertando a manuten-
ção que, posteriormente, irá cons-
tatar que o problema não foi oca-
Figura 18 - Se todas as entradas estiverem ligadas, a saída S1 ligará na mesma varredura.
sionado pelo acionamento do
sensor :
Saídas Digitais: Como vimos
anteriormente, são os sinais co-
mandados pelo CLP , exemplo:
bobinas de relés e contatoras, vál-
vulas solenóides, atuadores em
geral. Neste caso (tabela 2) mos-
tra pontos de saída digitais.
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chave aberta e a bobina que acio-
na a bomba (iG_BB) ficará desli-
gada. Na lógica 1 a instrução RNF
associada a LHH será uma chave
a b e r t a e a s a í d a d a sirene
(LIG_SIR) ficará desligada.
2- O nível está acima do míni-
mo e abaixo do nível alto: LLO=LIG;
LH=DSL e LHH=LIG. Nesta condi-
ção, a instrução RNA associada à
LH estará funcionando como chave
aberta e a instrução RNA associa-
da a LLO funcionará como chave
fechada. Como os dois contatos es-
tão em série, a bobina que aciona a
bomba (LG_BB) ficará desligada.
3- O nível está acima do nível
alto e abaixo do nível muito alto –
LLO=LIG; LH=LIG e LHH=LIG. Nes-
ta condição, as instrução RNA as-
sociadas a LLO e LH estarão funci-
onando como chave fechada. Como
os dois contatos estão em série, a
bobina que aciona a bomba (iG_BB)
ligará. Neste momento a tendência
será diminuir o nível do tanque e o
sensor de nível alto desligar. No en-
tanto, a bomba só deverá desligar
quando o nível ficar menor que o mí- Figura 20 - Conexão elétrica dos sinais de Entrada e Saída digitais no CLP.
nimo. Para isso foi colocado um con-
tato da bobina (LIG_BB) em parale-
lo com o contato do nível alto (LH),
este contato é chamado de selo e
garantirá que a bomba permanece-
rá ligada até que seja atingido o ní-
vel baixo.
4- Ocorreu um problema com a
bomba e o nível continuou a subir
a t i n g i n d o o n í ve l m u i t o a l t o.
LLO=LIG; LH=LIG e LHH=DSL.
Nesta condição, as instr uções
RNA associadas a LLO e LH con-
tinuam como chave fechada e a
bomba continua ligada. Como o
contato do sensor de nível muito
alto é normal fechado, quando for
atingido o nível muito alto, a ins-
trução RNF da lógica 1 funciona-
rá como uma chave fechada acio-
nando a saída (LG_SIR) que liga-
rá a sirene.
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