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TÉCNICO EM
ELETROTÉCNICA

INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS


Linhas Elétricas

PROFESSOR Msc. ANDRÉ MENDES MARTINS


Linhas elétricas
Introdução
DEFINIÇÃO:
Conjunto constituído por um ou mais condutores, com os elementos de sua fixação e suporte e, se for o caso, de
proteção mecânica, destinado a transportar energia elétrica ou a transmitir sinais elétricos.
As linhas podem ser constituídas:
– apenas por condutores e elementos de fixação, como é o caso dos condutores diretamente fixados em paredes ou
em tetos, e dos condutores fixados sobre isoladores em paredes, tetos ou postes;
– por condutores em condutos (conduto é o elemento de linha que contém os condutores elétricos);
– por condutores sobre suportes; ou ainda,
– do tipo pré-fabricada, como os “barramentos blindados”.

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Linhas elétricas
Tipos (de acordo com a NBR 5410)
CONCEITOS:

A seleção e a instalação de linhas elétricas devem levar em conta os


princípios fundamentais (proteção contra choques elétricos, efeitos térmicos,
sobrecorrente e correntes de falta e outras mais), enunciados na NBR 5410,
que sejam aplicáveis aos condutores, suas terminações e emendas, aos
suportes e suspensões a eles associados e aos seus invólucros ou métodos
de proteção contra influências externas.

Os tipos de linhas elétricas admitidos pela NBR 5410 estão indicados na


Tabela 33 da norma. Algumas linhas elétricas podem ser vistas na figura ao
lado.

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Linhas elétricas
Condutos elétricos
DEFINIÇÃO:

Chamamos de conduto elétrico (ou simplesmente Os condutos são divididos em duas famílias, conforme figura
conduto) uma canalização destinada a conter ao lado: condutos abertos e condutos fechados.
condutores elétricos. Nas instalações elétricas são
utilizados vários tipos de condutos: eletrodutos, calhas,
molduras, blocos alveolados, canaletas, bandejas,
escadas para cabos, poços e galerias.

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Linhas Elétricas
Condutos Elétricos
ELETRODUTOS
Um eletroduto é um elemento de linha elétrica fechada, de seção circular ou não, destinado a conter condutores
elétricos, permitindo tanto a enfiação quanto a retirada dos condutores por puxamento. Na prática, o termo se refere
tanto ao elemento (tubo), quanto ao conduto formado pelos diversos tubos. Os eletrodutos podem ser metálicos (aço,
alumínio) ou de material isolante (PVC, polietileno, fibro-cimento.etc). São usados em linhas elétricas embutidas ou
aparentes.

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Linhas Elétricas
Eletrodutos
Sua função principal é proteger os condutores elétricos contra
certas influências externas (ex. choques mecânicos, agentes
químicos, etc.) podendo também, em alguns casos, proteger o
meio ambiente contra riscos de incêndio e de explosão
resultantes de faltas envolvendo condutores, além de servir
como condutor de proteção.

Embora a definição atual de eletroduto não faça qualquer referência à forma da seção, os eletrodutos de seção circular
são os de uso mais frequente e constituem o tipo mais comum de conduto.
Em função do material de composição, os eletrodutos podem ser metálicos ou isolantes, e ainda magnéticos ou não
magnéticos. Eles classificam-se, segundo a IEC, em rígidos, curváveis, transversalmente elásticos e flexíveis.

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Linhas Elétricas
Eletrodutos Metálicos
Os eletrodutos metálicos rígidos são geralmente de aço-carbono, com proteção interna e externa feita com materiais
resistentes à corrosão, podendo, em certos casos, ser fabricados em aço especial ou em alumínio (muito comum nos
Estados Unidos). Normalmente a proteção dos eletrodutos de aço-carbono é caracterizada por um revestimento de zinco
aplicado por imersão a quente (galvanização) ou zincagem em linha com cromatização, ou por um revestimento com tinta
ou esmalte, ou ainda com composto asfáltico (externamente). No Brasil, devem obedecer às seguintes normas:

ABNT NBR 5597 Eletroduto de aço-carbono e acessórios, com revestimento protetor e rosca NPT – Requisitos (2007).
ABNT NBR 5598 Eletroduto de aço-carbono e acessórios, com revestimento protetor e rosca BSP – Requisitos (2009).
ABNT NBR 5624 Elet. rígido de aço-carbono, com costura, com revestimento protetor e rosca ABNT NBR 8133 (2011).
ABNT NBR 13057 Elet. rígido de aço-carbono, com costura, zincado eletrolit. e com rosca ABNT NBR 8133 (1994).

Os galvanizados são geralmente aplicados em instalações externas (aparentes) ou em linhas subterrâneas, em contato
direto com a terra ou envelopados em concreto. Os fabricados segundo a ABNT NBR 13057 são destinados, em princípio,
a instalações não industriais, sendo feitas as mesmas restrições quanto à aplicação dos esmaltados e galvanizados.
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Linhas Elétricas
Eletrodutos Metálicos
ABNT NBR 13057 (ZINCADOS)
Os eletrodutos em conformidade com a NBR 13057 são galvanizados eletroliticamente (zincados) e possuem rosca de
acordo com a NBR 8133. São utilizados em ambientes internos e voltados ambientes com atmosfera menos agressiva
(comércios, por exemplo).

Espessura = 0,6 mm Espessura = 0,9 – 1,5 mm Espessura = 1,5 – 2,65 mm


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Linhas Elétricas
Eletrodutos Metálicos
ABNT NBR 5624 (GALVANIZADO)
Os eletrodutos em conformidade com a NBR 13057 são galvanizados a fogo (por imersão a quente) e possuem rosca de
acordo com a NBR 8133. São utilizados em ambientes externos e industriais.

Médio Pesado

Espessura = 0,9 – 1,5 mm Espessura = 1,5 – 2,65 mm


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Linhas Elétricas
Eletrodutos Metálicos
ABNT NBR 5598 (GALVANIZADO – ROSCA BSP)
Os eletrodutos em conformidade com a NBR 5598 são galvanizados a fogo (por imersão a quente) e possuem rosca de do
tipo BSP e rebarba interna removida (RIR). São desenvolvidos para serem aplicados em áreas classificadas, onde haja
risco de explosão através de gases ou vapores inflamáveis, ou ainda em áreas onde haja a presença de fibras ou poeiras
combustíveis, como por exemplo: mineração, siderúrgicas, alimentícias, automobilísticas, papel e celulose, usinas de
álcool, frigoríficos, armazéns, depósitos de grãos e silos, entre outras.

Pesado

Espessura = 2,25 – 5,00 mm 10


Linhas Elétricas
Eletrodutos Metálicos
ABNT NBR 5597 (GALVANIZADO – ROSCA NPT)
Os eletrodutos em conformidade com a NBR 5597 são galvanizados a fogo (por imersão a quente) e possuem rosca de do
tipo NPT e rebarba interna removida (RIR). São desenvolvidos para serem aplicados em áreas classificadas, onde haja
risco de explosão através de gases ou vapores inflamáveis, ou ainda em áreas onde haja a presença de fibras ou poeiras
combustíveis, como por exemplo: mineração, siderúrgicas, alimentícias, automobilísticas, papel e celulose, usinas de
álcool, frigoríficos, armazéns, depósitos de grãos e silos, entre outras.

Pesado

Espessura = 2,25 – 5,30 mm 11


Linhas Elétricas
Eletrodutos Plásticos
Os eletrodutos isolantes rígidos ou flexíveis constituem um outro tipo importante de conduto. São fabricados
principalmente em polímeros (plásticos) como o PVC ou polietileno (PE), mas podem ser de barro vitrificado (manilhas),
cimento-amianto, etc. Para linhas acima do solo, aparentes ou embutidas, os de PVC são os mais utilizados no Brasil e
para linhas subterrâneas em envelopes de concreto os de PE.

O eletrodutos poliméricos devem atender à norma ABNT NBR 15465 - Sistemas de eletrodutos plásticos para instalações
elétricas de baixa tensão - Requisitos de desempenho (2008) que prevê os requisitos de desempenho para eletrodutos
plásticos rígidos (até DN 110) ou flexíveis (até DN 40), de seção circular. Estes eletrodutos podem ser aplicados aparentes,
embutidos ou enterrados, e são empregados em instalações elétricas de edificações alimentadas sob baixa tensão.

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Linhas Elétricas
Eletrodutos Plásticos
Classe de resistência Esforço de
Os eletrodutos plásticos são divididos Eletroduto Codificação de cores
mecânica compressão
em: rígidos, flexíveis corrugados e Rígido Pesado 1250 N Preto
Leve 320 N Amarelo
Flexível
flexíveis planos. Os corrugados têm Médio 750 N Ocre/Laranja
corrugado
Pesado 1250 N Preto
perfil corrugado ao longo de sua seção Leve 320 N Amarelo ou preto com faixas amarelas
Flexível
longitudinal, já nos planos o perfil é Médio 750 N Ocre/laranja com faixa ocre/laranja
plano
Pesado 1250 N Preto ou preto com faixas azuis
igual.

Classificação quanto à Classificação quanto à


Aplicação
resistência mecânica propagação de chama
Tipo A: embut. em laje ou Médio Propagante de chama
enterrado na área extern. da edif. Pesado Não propagante de chama
Leve
Tipo B: embutido em alvenaria. Médio Não propagante de chama
Pesado
Tipo C: aparente. Pesado Não propagante de chama
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Linhas Elétricas
Eletrodutos Plásticos - Acessórios
Numa linha elétrica com eletrodutos, são usados os seguintes acessórios:
• luva (rígidos) - peça cilíndrica rosqueada internamente, destinada a unir dois tubos ou um tubo e uma curva;
• bucha (rígidos) - peça de arremate das extremidades dos eletrodutos, destinada a evitar danos à isolação dos
condutores por eventuais rebarbas, durante o puxamento. Instalada na parte interna da caixa de derivação;
• arruela (rígidos) - peça rosqueada internamente (porca), colocada na parte externa da caixa de derivação,
complementando a fixação do eletroduto à caixa;
• curva (rígidos) - de 45° e 90°;
• abraçadeira (rígidos e flexíveis);
• box (flexíveis) - peça destinada a fixar um eletroduto
flexível a uma caixa ou a um eletroduto rígido;

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Linhas Elétricas
Eletrodutos Plásticos – Dimensões
DIMENSÕES PRINCIPAIS DOS ELETRODUTOS FLEXÍVEIS E
RÍGIDOS DE PVC (ABNT NBR 15465)

𝜋 2
𝐴𝐸 = 𝑑𝑒 − 2𝑒 (mm²)
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𝐴𝐸 = á𝑟𝑒𝑎 ú𝑡𝑖𝑙 𝑑𝑜 𝑒𝑙𝑒𝑡𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜

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Eletrodutos
Prescrições para instalações
O QUE DIZ A NORMA TÉCNICA:
6.2.11.1.1 É vedado o uso, como eletroduto, de produtos que não sejam expressamente apresentados e
comercializados como tal.
NOTA: Esta proibição inclui, por exemplo, produtos caracterizados por seus fabricantes como mangueiras .

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Eletrodutos
Prescrições para instalações
O QUE DIZ A NORMA TÉCNICA:
6.2.11.1.2 Nas instalações elétricas abrangidas pela NBR 5410 só são admitidos eletrodutos não-propagantes de chama.

6.2.11.1.3 Só são admitidos em instalação embutida os


eletrodutos que suportem os esforços de deformação
característicos da técnica construtiva utilizada.

6.2.11.1.4 Em qualquer situação, os eletrodutos devem suportar


as solicitações mecânicas, químicas, elétricas e térmicas a que
forem submetidos nas condições da instalação.
6.2.11.1.5 Nos eletrodutos só devem ser instalados condutores
isolados, cabos unipolares ou cabos multipolares.
NOTA: Isso não exclui o uso de eletrodutos para proteção
mecânica, por exemplo, de condutores de aterramento.
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Eletrodutos
Prescrições para instalações
O QUE DIZ A NORMA TÉCNICA:
6.2.11.1.6 As dimensões internas dos eletrodutos e de suas conexões devem permitir que, após montagem da linha, os
condutores possam ser instalados e retirados com facilidade. Para tanto:
a) a taxa de ocupação do eletroduto, dada pelo quociente entre a soma das áreas das seções transversais dos
condutores previstos, calculadas com base no diâmetro externo, e a área útil da seção transversal do eletroduto, não
deve ser superior a:
• 53% no caso de um condutor; 𝑁 = 𝑇𝑎𝑥𝑎 𝑑𝑒 𝑜𝑐𝑢𝑝𝑎çã𝑜 𝑑𝑜 𝑒𝑙𝑒𝑡𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜 (%);
𝐴𝐶 𝐴𝐸 = Á𝑟𝑒𝑎 ú𝑡𝑖𝑙 𝑑𝑜 𝑒𝑙𝑒𝑡𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜 (𝑚𝑚2 );
• 31% no caso de dois condutores; 𝑁≤
𝐴𝐸 𝐴𝐶 = Á𝑟𝑒𝑎 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢𝑡𝑜𝑟 (𝑚𝑚2 );
• 40% no caso de três ou mais condutores;
b) os trechos contínuos de tubulação, sem interposição de caixas ou equipamentos, não devem exceder 15 m de
comprimento para linhas internas às edificações e 30 m para as linhas em áreas externas às edificações, se os trechos
forem retilíneos. Se os trechos incluírem curvas, o limite de 15 m e o de 30 m devem ser reduzidos em 3 m para cada
curva de 90°.
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Eletrodutos
Prescrições para instalações
O QUE DIZ A NORMA TÉCNICA:
NOTA: Quando não for possível evitar a passagem da linha por locais que impeçam, por algum motivo, a colocação de
caixa intermediária, o comprimento do trecho contínuo pode ser aumentado, desde que seja utilizado um eletroduto
de tamanho nominal imediatamente superior para cada 6 m, ou fração, de aumento da distância máxima calculada
segundo os critérios da alínea b). Assim, um aumento, por exemplo, de 9 m implica um eletroduto com tamanho dois
degraus acima do inicialmente definido, com base na taxa de ocupação máxima indicada na alínea a).
6.2.11.1.7 Em cada trecho de tubulação delimitado, de um lado e de outro, por caixa ou extremidade de linha, qualquer
que seja essa combinação (caixa-caixa, caixa-extremidade ou extremidade-extremidade), podem ser instaladas no
máximo três curvas de 90° ou seu equivalente até no máximo 270°. Em nenhuma hipótese devem ser instaladas curvas
com deflexão superior a 90°.
6.2.11.1.8 As curvas, quando originadas do dobramento do eletroduto, sem o uso de acessório específico, não devem
resultar em redução das dimensões internas do eletroduto.

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Eletrodutos
Prescrições para instalações
O QUE DIZ A NORMA TÉCNICA:
6.2.11.1.9 Devem ser empregadas caixas:
a) em todos os pontos da tubulação onde houver entrada ou saída de condutores, exceto nos pontos de transição de uma
linha aberta para a linha em eletrodutos, os quais, nestes casos, devem ser rematados com buchas;
b) em todos os pontos de emenda ou de derivação de condutores;
c) sempre que for necessário segmentar a tubulação, para atendimento do disposto em 6.2.11.1.6-b).
6.2.11.1.10 A localização das caixas deve ser de modo a garantir que elas sejam facilmente acessíveis. Elas devem ser
providas de tampas ou, caso alojem interruptores, tomadas de corrente e congêneres, fechadas com os espelhos que
completam a instalação desses dispositivos. As caixas de saída para alimentação de equipamentos podem ser fechadas
com as placas destinadas à fixação desses equipamentos.
NOTA: Admite-se a ausência de tampa em caixas de derivação ou de passagem instaladas em forros ou pisos falsos, desde
que essas caixas efetivamente só se tornem acessíveis com a remoção das placas do forro ou do piso falso e que se
destinem exclusivamente a emenda e/ou derivação de condutores, sem acomodar nenhum dispositivo ou equipamento.
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Eletrodutos
Prescrições para instalações
O QUE DIZ A NORMA TÉCNICA:
6.2.11.1.11 Os condutores devem formar trechos contínuos entre as caixas, não se admitindo emendas e derivações senão
no interior das caixas. Condutores emendados ou cuja isolação tenha sido danificada e recomposta com fita isolante ou
outro material não devem ser enfiados em eletrodutos.
6.2.11.1.12 Na montagem das linhas a serem embutidas em concreto armado, os eletrodutos devem ser dispostos de
modo a evitar sua deformação durante a concretagem. As caixas, bem como as bocas dos eletrodutos, devem ser fechadas
com vedações apropriadas que impeçam a entrada de argamassas ou nata de concreto durante a concretagem.
6.2.11.1.13 As junções dos eletrodutos embutidos devem ser efetuadas com auxílio de acessórios estanques aos materiais
de construção.
6.2.11.1.14 Os eletrodutos só devem ser cortados perpendicularmente a seu eixo. Deve ser retirada toda rebarba
suscetível de danificar a isolação dos condutores.

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Eletrodutos
Prescrições para instalações
O QUE DIZ A NORMA TÉCNICA:
6.2.11.1.15 Nas juntas de dilatação, os eletrodutos rígidos devem ser seccionados, o que pode exigir certas medidas
compensatórias, como, por exemplo, o uso de luvas flexíveis ou cordoalhas destinadas a garantir a continuidade elétrica de
um eletroduto metálico.
6.2.11.1.16 Quando necessário, os eletrodutos rígidos isolantes devem ser providos de juntas de expansão para
compensar as variações térmicas.
6.2.11.1.17 A enfiação dos condutores só deve ser iniciada depois que a montagem dos eletrodutos for concluída, não
restar nenhum serviço de construção suscetível de danificá-los e a linha for submetida a uma limpeza completa.
6.2.11.1.18 Para facilitar a enfiação dos condutores, podem ser utilizados:
a) guias de puxamento; e/ou
b) talco, parafina ou outros lubrificantes que não prejudiquem a isolação dos condutores.
NOTA: Os guias de puxamento só devem ser introduzidos após finalizadas as tubulações, e não durante sua execução.

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Linhas elétricas
Tipos (de acordo com a NBR 5410)
CABOS E CONDUTOS ELÉTRICOS:

Os cabos elétricos são divididos em três famílias, conforme figuras abaixo: condutores isolados, cabos unipolares e cabos
multipolares.

Condutor isolado Condutor unipolar e multipolar


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Linhas elétricas
Tipos de acordo com a NBR 5410
CABOS E CONDUTOS ELÉTRICOS:

A Tabela 33 da NBR 5410 estabelece que os condutores isolados (providos unicamente de isolação) devem ser instalados
unicamente dentro de condutos fechados, ao passo que cabos unipolares e multipolares (que possuem cobertura)
podem ser utilizados em condutos abertos, condutos fechados, diretamente fixados, etc.

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Critérios Técnicos de Dimensionamento
Introdução
DEFINIÇÃO:
Chamamos de dimensionamento técnico de um circuito a aplicação dos diversos itens da NBR 5410/2004 relativos à
escolha da seção de um condutor e do seu respectivo dispositivo de proteção.

CRITÉRIOS:
Os seis critérios da norma são:
• Seção mínima (Conforme item 6.2.6);
• Capacidade de condução de corrente (Conforme item 6.2.5);
• Queda de tensão (Conforme 6.2.7);
• Sobrecarga (Conforme item 5.3.3);
• Curto-circuito (Conforme item 5.3.5);
• Proteção contra choques elétricos (Conforme item 5.1.2.2.4 – quando aplicável).

Para considerarmos um circuito completa e corretamente dimensionado, é necessário realizar os seis cálculos acima,
cada um resultando em uma seção! Deve-se considerar como seção final aquela que for a maior dentre todas
calculadas.

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Critérios Técnicos de Dimensionamento
Seção mínima
O QUE DIZ A NORMA?
6.2.6.1 – Seção dos condutores de fase
6.2.6.1.1. – A seção dos condutores de
fase, em circuitos de corrente
alternada, e dos condutores vivos, em
circuitos de corrente contínua não
deve ser inferior ao valor pertinente
dado na tabela ao lado.

6.2.6.2 – Condutor neutro


6.2.6.2.2. – O condutor neutro em um
circuito monofásico deve ter a mesma
seção do condutor de fase.

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Critérios Técnicos de Dimensionamento
Capacidade de condução de corrente
O QUE DIZ A NORMA?
6.2.5.1 – Introdução
6.2.6.1.1. – As prescrições desta seção são destinadas a garantir uma vida satisfatória a condutores e isolações
submetidos aos efeitos térmicos produzidos pela circulação de correntes equivalentes às suas capacidades de condução
de corrente durante períodos prolongados em serviço normal.
Tabela 2 – Temperaturas características de condutores

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Critérios Técnicos de Dimensionamento
Capacidade de condução de corrente
Portanto a primeiro parâmetro a ser determinado é quantidade máxima de corrente suportada, pelo respectivo
condutor. Essas capacidades variam conforme o método de instalação das linhas elétricas e foram determinadas por
ensaio ou por cálculo! São eles:
• A1: condutores isolados em eletroduto de seção circular embutido em parede termicamente isolante;
• A2: cabo multipolar em eletroduto de seção circular embutido em parede termicamente isolante;
• B1: condutores isolados em eletroduto de seção circular sobre parede de madeira (ou alvenaria);
• B2: cabo multipolar em eletroduto de seção circular sobre parede de madeira (ou alvenaria);
• C: cabos unipolares ou cabo multipolar sobre parede de madeira (ou alvenaria);
• D: cabo multipolar em eletroduto enterrado no solo;
• E: cabo multipolar ao ar livre;
• F: cabos unipolares justapostos (na horizontal, na vertical ou em trifólio) ao ar livre;
• G: cabos unipolares espaçados ao ar livre.

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Critérios Técnicos de Dimensionamento
Capacidade de condução de corrente
Tabela 3 – Tipos de linhas elétricas (Tabela 33 da NBR5410/2004)

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Critérios Técnicos de Dimensionamento
Capacidade de condução de corrente

As linhas elétricas mais comuns em uma instalação residencial e comercial são as de número 7,8 e 61!

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Critérios Técnicos de Dimensionamento
Capacidade de condução de corrente
Definido o tipo de linha elétrica do circuito a ser instalados é necessário definir o tipo de condutor, a isolação, a
temperatura de referência do ambiente e o número de condutores carregados!
TIPO DE CONDUTOR
Os condutores mais utilizados em instalações elétricas de baixa tensão são os de cobre e alumínio.
OBS.: Os de alumínio possuem determinadas restrições de uso (Ver NBR5410/2004 item 6.2.3).

TIPO ISOLAÇÃO
Os materiais mais utilizados em instalações elétricas de baixa tensão são o PVC (policloreto de polivinila), o EPR
(Borracha etileno-propileno) e o XLPE (polietileno reticulado).

Figura 1 – Condutor isolado Figura 2 – Condutor unipolar e multipolar


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Critérios Técnicos de Dimensionamento
Capacidade de condução de corrente
NÚMERO DE CONDUTORES CARREGADOS

Tabela 3 – Número de condutores carregados a serem considerados

TEMPERATURA DE REFERÊNCIA DO AMBIENTE


A temperatura a ser considerada de referência é de 30°.
OBS.: Para outras temperaturas deve-se corrigir por meio de fatores de correção (Ver NBR5410/2004 item 6.2.5.3).

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Critérios Técnicos de Dimensionamento
Capacidade de condução de corrente
O QUE DIZ A NORMA?
A NBR 5410 fornece 4 tabelas (tabelas
36 a 39) com as capacidades de
condução de corrente dos condutores
em função do tipo de condutor,
isolação e método de instalação.

EXEMPLO
Qual a capacidade de um condutor de
cobre, #2,5mm², isolação PVC, 70°C,
instalado em eletroduto diretamente
enterrado no solo que compõe um
circuito monofásico?

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Critérios Técnicos de Dimensionamento
Queda de tensão
O QUE DIZ A NORMA?
6.2.7 – Quedas de tensão
6.2.7.1. – Em qualquer ponto de utilização da instalação, a queda de tensão verificada não deve ser superior aos
seguintes valores, dados em relação ao valor da tensão nominal da instalação:
a) 7%, calculados a partir dos terminais secundários do transformador MT/BT, no caso de transformador de
propriedade da(s) unidade(s) consumidora(s);
b) 7%, calculados a partir dos terminais secundários do transformador MT/BT da empresa distribuidora de eletricidade,
quando o ponto de entrega for aí localizado;
c) 5%, calculados a partir do ponto de entrega, nos demais casos de ponto de entrega com fornecimento em tensão
secundária de distribuição;
d) 7%, calculados a partir dos terminais de saída do gerador, no caso de grupo gerador próprio.

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Critérios Técnicos de Dimensionamento
Queda de tensão
O QUE DIZ A NORMA?
6.2.7.2. – Em nenhum caso a queda de tensão nos circuitos terminais pode ser superior a 4%.

Figura 3 – Fornecimento em tensão secundária de distribuição Figura 4 – Fornecimento em tensão primária de distribuição

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Critérios Técnicos de Dimensionamento
Queda de tensão
FORMAS DE SE CALCULAR A QUEDA DE TENSÃO PERCENTUAL

Equação 1 – Queda de Tensão em Sistema Monofásico Equação 2 – Queda de Tensão em Sistema Trifásico
200 𝑥 𝜌 𝑥 ∑(𝐿𝑐 𝑥 𝐼𝑐 ) 100 𝑥 3 𝑥 𝜌 𝑥 ∑(𝐿𝑐 𝑥 𝐼𝑐 )
∆𝑉 = ∆𝑉 =
𝑆𝑐 𝑥 𝑉𝑓𝑛 𝑆𝑐 𝑥 𝑉𝑓𝑓

∆𝑣 = 𝑞𝑢𝑒𝑑𝑎 𝑑𝑒 𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 % ; EXEMPLO


𝜌 = 𝑟𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑜 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢𝑡𝑜𝑟 Calcular a queda de tensão em um circuito monofásico, 220V, com
(1/56 Ω. 𝑚𝑚²/𝑚); comprimento de 100m, em um cabo com bitola #25mm², e corrente
de projeto de 85A?
𝐿𝑐 = 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑜 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑖𝑡𝑜 𝑚 ;
200 𝑥 𝜌 𝑥 (100 𝑥85)
𝐼𝑐 = 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑛𝑜 𝑐𝑖𝑟𝑐𝑢𝑖𝑡𝑜 𝐴 ; ∆𝑉 = = 5,52%
25 𝑥 220
𝑉𝑓𝑛 = 𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 𝑓𝑎𝑠𝑒 𝑒 𝑛𝑒𝑢𝑡𝑟𝑜 𝑉 ;
𝑉𝑓𝑓 = 𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑒𝑛𝑡𝑟𝑒 𝑓𝑎𝑠𝑒 𝑒 𝑓𝑎𝑠𝑒 𝑉 ;

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Condutores elétricos
Bibliografia
CREDER, Hélio. Instalações Elétricas. LTC, 14° Edição, 2002.

FILHO, João Mamede. Instalações Elétricas Industriais. LTC, 8° Edição, 2010.

ELEKTRO/PIRELLI. Manual de Instalações Elétricas Residenciais. São Paulo, 2003.

CEMIG. Manual de Instalações Elétricas Residenciais. Minas Gerais. 2003.

Obrigado!
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