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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Instalações Elétricas

A instalação elétrica compreende a implementação física dos componentes das ligações elétricas, a
conexão entre a fonte geradora de energia elétrica e as cargas elétricas. Nas instalações elétricas em
baixa tensão, a fonte geradora vem da concessionária e as cargas são as eletrodomésticas e eletroe-
letrônicos que conectamos nas tomadas.

Características das instalações elétricas.

Uma instalação elétrica pode ser dividida nas seguintes partes:

 Infraestrutura da instalação elétrica: compõem a infraestrutura os eletrodutos, caixas de passagem,


caixa de medidores, fixadores para cabos, bandejas elétricas, leitos elétricos, eletrocalhas, suportes e
etc.

 Medição e proteção: Esta parte da instalação elétrica é composta por todos os medidores, disjunto-
res, fusíveis e relés que monitoram e protegem as instalações elétricas.

 Cabeamento: São os condutores responsáveis por conectar a fontes às cargas elétricas, como equi-
pamentos elétricos e eletrônicos, motores e etc.

 Controle: A parte de controle numa residência por exemplo são interruptores para o sistema de ilu-
minação, sensores para automatização ou sistemas para controle de uma bomba de piscina. Sua fun-
ção é acionar e desacionar cargas.

Instalações elétrica prediais, comerciais e industriais, qual a diferença?

Os tipos de instalações elétricas são instalações elétricas prediais, comerciais e industriais. As princi-
pais diferenças entre elas são a complexidade das instalações e a potência instalada.

Em uma instalação elétrica predial ou residencial, o sistema de controle basicamente é composto por
interruptores para as lâmpadas e provavelmente nenhum relé vai ser usados nesta instalação. Já em
uma instalação elétrica industrial, serão usados vários sistemas de medição para controlar o consumo
energético em cada fase de uma produção, diversos relés para controle de processo e proteção de
máquinas e equipamentos, vários sistemas de controle utilizando comandos elétricos e automação
elétrica.

A potência instalada de equipamentos em uma instalação é muito maior em caso de instalações elé-
trica industriais se comparada as instalações residências elétricas, esta diferença cria a necessidade
de muitos sistemas de medição, proteção e controle e isto muda a complexidade dos sistemas.

Classificação das instalações elétricas!

As instalações elétricas podem ser classificadas em:

 Instalação em tensão reduzida ou extra baixa tensão.

Instalação de tensão reduzida é a instalação que opera com tensão elétrica nominal menor ou igual à
75V em corrente contínua, ou menor ou igual à 50V em corrente alternada.

 Instalação em baixa tensão (BT).

Instalação de baixa tensão é a instalação que opera com tensão elétrica nominal superior à 75V e
menor ou igual à 1500V em corrente contínua, superior à 50V e menor ou igual à 1000V em corrente
alternada.

 Instalação em alta tensão (AT).

Instalação de alta tensão, é a instalação cuja tensão excede os valores definidos para baixa tensão,
podendo atingir várias centenas de kV

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Projetos de instalações elétricas, qual a importância?

O projeto elétrico é a reunião das informações das instalações elétricas, todo projeto de instalações
elétricas é composto por tabelas de informações, diagramas elétricos e símbolos das instalações elé-
tricos. Todo projeto deve seguir as normas de instalações elétricas como a NBR 5410 Instalações
elétricas de baixa tensão, a NBR 5444 Símbolos gráficos para instalações elétricas prediais e a NR
10 Segurança em instalações e serviços em eletricidade.

Segurança em instalações elétrica é um ponto muito importante e o projeto colabora para que a segu-
rança desta instalação elétrica seja garantida, o projeto de instalação elétrica contém todos os parâ-
metros de segurança que devem ser adotados.

Nos cursos de formação superior como engenharia elétrica, engenharia civil ou arquitetura existem
muitas matérias específicas sobre instalações elétricas, onde são debatidos e explicados vários dos
muitos termos que se relacionam com as instalações elétricas e suas características.

Abordamos aqui um pouco sobre instalações elétricas e podemos ver muitos outros assuntos sobre
instalações elétricas sendo abordados no YouTube, como neste vídeo abaixo:

A mudança constante nas tecnologias cria a necessidade de buscar informações atualizadas sobre
instalações elétricas. Os novos componentes, as técnicas usadas para instalações e muitos outros
detalhes sobre novos estudos na área da eletricidade, por isso é tão importante sempre procurar in-
formações com profissionais que se preocupam com conteúdo de qualidade

Isolação dos Condutores Elétricos

Histórico

Os primeiros cabos isolados de que se tem notícia datam de 1795, utilizados em uma linha telegráfica
na Espanha e eram isolados em papel. Seguiram-se os condutores cobertos por guta percha (uma
planta nativa da Índia), os cabos em papel impregnado em óleo, os cabos em borracha natural (início
do século XX), em borracha sintética (EPR) e PVC (ambos logo após a Segunda Guerra Mundial).

Embora possuíssem excelentes características isolantes, os cabos isolados em papel foram per-
dendo aplicações ao longo do tempo, principalmente devido à dificuldade de manuseio durante a sua
instalação, sobretudo na realização de emendas e terminações. Isso propiciou a popularização dos
cabos com isolações sólidas, tais como o PVC.

Para que Serve a Isolação?

A função básica da isolação é confinar o campo elétrico gerado pela tensão aplicada ao condutor no
seu interior. Com isso, é reduzido ou eliminado o risco de choques elétricos e curtos-circuitos.

Podemos comparar a camada isolante de um cabo com a parede de um tubo de água. No caso do
tubo, a parede impede que a água saia de seu interior e molhe a área ao seu redor. Da mesma
forma, a camada isolante mantém as linhas de campo elétrico (geradas pela tensão aplicada) “pre-
sas” sob ela, impedindo que as mesmas estejam presentes no ambiente ao redor do cabo.

No caso do tubo, não pode haver nenhum dano à sua parede, tais como furos e trincas, sob pena de
haver vazamento de água.

Da mesma forma, não podem haver furos, trincas, rachaduras ou qualquer outro dano à isolação,
uma vez que isso poderia significar um “vazamento” de linhas de campo elétrico, com subsequente
aumento na corrente de fuga do cabo, o que provocaria aumento no risco de choques, curtos-circui-
tos e até incêndios.

Principais Características das Isolações Sólidas

De um modo geral, as isolações sólidas possuem uma boa resistência ao envelhecimento em serviço,
uma reduzida sensibilidade à umidade e, desde que necessário, podem apresentar um bom compor-
tamento em relação ao fogo. Vejamos a seguir as principais características específicas do composto
isolante mais utilizados atualmente: o PVC.

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Cloreto de Polivinila (PVC)

 é, na realidade, uma mistura de cloreto de polivinila puro (resina sintética), plastificante, cargas e
estabilizantes;

 sua rigidez dielétrica é relativamente elevada, sendo possível utilizar cabos isolados em PVC até a
tensão de 6 kV;

 sua resistência a agentes químicos em geral e a água é consideravelmente boa;

 possui boa característica de não propagação de chama.

O Dimensionamento dos Cabos em Função da Isolação

As duas principais solicitações a que a camada da isolação está sujeita são o campo elétrico (tensão)
e a temperatura (corrente).

A Tensão Elétrica

Em relação à tensão elétrica, como vimos anteriormente, o PVC está limitado a 6 kV, o que o torna
recomendado para emprego em cabos de baixa tensão, seja de potência, de controle, de sinal ou
para ligação de equipamentos.

A principal característica construtiva dos cabos associada com a tensão elétrica é a espessura da iso-
lação.

Ela varia de acordo com a classe de tensão do cabo e da qualidade do material utilizado e é fixada
pelas respectivas normas técnicas aplicáveis. Em geral, quanto maior a tensão elétrica de operação
do cabo, maior a espessura da isolação.

A Corrente Elétrica

É sabido que todo condutor elétrico percorrido por uma corrente aquece. E também é sabido que to-
dos os materiais suportam, no máximo, determinados valores de temperatura, acima dos quais eles
começam a perder suas propriedades físicas, químicas, mecânicas, elétricas etc.

Desse modo, a cada tipo de material de isolação correspondem três temperaturas características que
são:

 Temperatura em Regime Permanente


É a maior temperatura que a isolação pode atingir continuamente em serviço normal. É a principal ca-
racterística na determinação da capacidade de condução de corrente de um cabo.

 Temperatura em Regime de Sobrecarga


É a temperatura máxima que a isolação pode atingir em regime de sobrecarga. Segundo as normas
de fabricação, a duração desse regime não deve superar 100 horas durante doze meses consecuti-
vos, nem superar 500 horas durante a vida do cabo.

 Temperatura em Regime de Curto-circuito


É a temperatura máxima que a isolação pode atingir em regime de curto-circuito. Segundo as normas
de fabricação, a duração desse regime não deve superar 5 segundos durante a vida do cabo.

A tabela 3 indica as temperaturas características das isolações em PVC e EPR.

Temperatura em Regime Temperatura em So- Temperatura em


(°C) brecarga (°C) curto-circuito (ºC)

70 100 160

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Temperaturas Características do PVC

Temperatura em Temperatura em So- Temperatura em


Regime brecarga (°C) curto-circuito (ºC)
(°C)

90 100 160

Temperaturas Características do EPR

Cobertura

Em algumas aplicações, é necessário que a isolação seja protegida contra agentes externos tais
como impactos, cortes, abrasão, agentes químicos, etc.

Nesses casos, os cabos elétricos são dotados de uma cobertura e são então chamados de cabos
unipolares ou multipolares.

A escolha do material de cobertura deve levar em conta os diversos agentes externos, sendo que
para aplicações de uso geral, com solicitações externas “normais”, o material mais utilizado como co-
bertura é o PVC, cujas características principais encontram-se nas tabelas 4 e 5.

Características mecânicas MB

Nível de perdas dielétricas R

Resistência as intempéries B

Resistência a propagação de chama B

Resistência ao ozônio E

Resistência ao calor B

Resistência ao óleo B

Tabela 4: Principais características do PVC

Ácidos Solventes

Ácido acético 50% Resistência Total Álcool Etílico Resistência Limitada

Ácido Clorídrico 10% Resistência Total Álcool Metílico Resistência Limitada

Ácido Nítrico 10% Resistência Total Água - 100% Resistência Total

Ácido Sulfúrico 10% Resistência Total Fenol Nenhuma Resistência

Bases Benzeno Nenhuma Resistência

Amoníaco Resistência Total Tolueno Nenhuma Resistência

Soda 10% Resistência Total Butanol Resistência Limitada

Soda 70% Resistência Total Petróleo Resistência Limitada

Sais Acetona Nenhuma Resistência

Cloreto de Bário Resistência Total Óleo de transformador Resistência Limitada

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Dicromato de Potássio Resistência Total

Dicromato de Sódio Resistência Total

Cal Resistência Total

Sulfato de Cobre Resistência Total

Tabela 5: Resistência do PVC aos produtos químicos

Características Gerais dos Cabos Elétricos de Potência em Baixa Tensão

Resistência à Chama

Um cabo elétrico pode apresentar um volume significativo de material combustível na isolação, na co-
bertura (quando ela existir) e, eventualmente, em outros componentes. Assim, é importante que,
quando da ocorrência de um incêndio, os cabos não sejam agentes propagadores da chama, colo-
cando em perigo as pessoas e o patrimônio.

Com o objetivo de garantir que os cabos sejam resistentes à chama, eles são ensaiados de modo a
comprovar que uma chama não possa se propagar indevidamente pelo cabo, mesmo em casos de
exposições prolongadas ao fogo.

Para os cabos isolados em PVC, é previsto o Ensaio de queima vertical (fogueira), conforme a NBR
6812: trata-se de submeter um feixe de cabos de 3,5 m de comprimento à chama produzida por um
queimador padrão, durante 40 minutos. Ao final da exposição, o dano provocado pelo fogo deve estar
limitado a um certo comprimento da amostra ensaiada.

Os condutores isolados que superam o ensaio de queima vertical são designados por BWF e os ca-
bos unipolares ou multipolares são chamados de resistentes à chama.

Mais do que estética, a identificação por cores dos condutores em uma instalação elétrica tem como
finalidade facilitar a execução das conexões, emendas e todas as intervenções em geral para manu-
tenção. Além disso, a correta identificação aumenta em muito a segurança das pessoas que lidam
com o sistema.

A norma brasileira de instalações de baixa tensão (NBR 5410/97) faz recomendações claras a res-
peito da maneira adequada para se identificar os componentes em geral e os condutores em particu-
lar.

A seguir, são destacados os itens da Norma Brasileira relativos à identificação dos condutores.

Condutor Neutro

 "6.1.5.3.1 Qualquer condutor isolado, cabo unipolar, ou veia de cabo multipolar utilizado como con-
dutor neutro deve ser identificado conforme essa função. Em caso de identificação por cor, deve
usada a cor azul-claro na isolação do condutor isolado ou da veia do cabo multipolar, ou na cobertura
do cabo unipolar.

NOTA - A veia com isolação azul-claro de um cabo multipolar pode ser usada para outras funções,
que não a de condutor neutro, se o circuito não possuir condutor neutro ou se o cabo possuir um con-
dutor periférico utilizado como neutro."

Observe que a norma não obriga o uso de cores para identificar um condutor, uma vez que ela diz:
"Em caso de identificação por cor ....". Em alternativa às cores, podem ser utilizadas gravações nu-
méricas aplicadas na isolação do cabo ou também podem ser empregados sistemas externos de
identificação tais como anilhas, adesivos, marcadores, etc. (figura 2).

Outro ponto importante está destacado na Nota anterior, onde se permite o uso da cor azul-clara para
outra função apenas no caso da veia de um cabo multipolar. Ou seja, mesmo que uma instalação não

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possua o neutro, caso se utilizem condutores isolados e/ou cabos unipolares, o azul-claro não poderá
ser utilizado em nenhuma hipótese.

Condutor de Proteção

"6.1.5.3.2 Qualquer condutor isolado, cabo unipolar, ou veia de cabo multipolar utilizado como condu-
tor de proteção (PE) deve ser identificado de acordo com essa função. Em caso de identificação por
cor, deve ser usada a dupla coloração verde-amarelo (cores exclusivas da função de proteção), na
isolação do condutor isolado ou da veia do cabo multipolar, ou na cobertura do cabo unipolar.

NOTA - Na falta da dupla coloração verde-amarelo, admite-se, provisoriamente, o uso da cor verde."

Nesse caso, não se admite utilizar, sob nenhuma hipótese, as cores verde-amarela e verde para ou-
tra função que não a de proteção. Quanto ao termo " admite-se, provisoriamente...", não há nenhuma
data limite estabelecida para se eliminar o uso da cor verde como proteção. Aliás, é mais comum en-
contrar-se no mercado o cabo totalmente verde do que o verde-amarelo.

Condutor PEN

 Trata-se aqui do condutor com dupla função: proteção (PE) e neutro (N). Lembre-se que seu uso
ocorre nos sistemas de aterramento tipo TN-C e que há limitações quanto à seção nominal mínima
desses condutores (ver item 6.4.6.2 da NBR 5410/97). Sobre a identificação do PEN, temos:

"6.1.5.3.3 Qualquer condutor isolado, cabo unipolar, ou veia de cabo multipolar utilizado como condu-
tor PEN deve ser identificado de acordo com essa função. Em caso de identificação por cor, deve ser
usada a cor azul-claro, com anilhas verde-amarelo nos pontos visíveis ou acessíveis, na isolação do
condutor isolado ou da veia do cabo multipolar, ou na cobertura do cabo unipolar."

Os " pontos visíveis ou acessíveis..." mencionados ocorrem, por exemplo, no interior dos quadros,
caixas de passagem e de ligações.

 Condutor Fase

"6.1.5.3.4 Qualquer condutor isolado, cabo unipolar, ou veia de cabo multipolar utilizado como condu-
tor de fase deve ser identificado de acordo com essa função. Em caso de identificação por cor, po-
derá ser usada qualquer cor, observadas as restrições estabelecidas em 6.1.5.3.1, 6.1.5.3.2 e
6.1.5.3.3.

NOTA - Por razões de segurança, não deve ser usada a cor da isolação exclusivamente amarela,
onde existir o risco de confusão com a dupla coloração verde-amarelo, cores exclusivas do condutor
de proteção."

Resumidamente, os fases podem ser de qualquer cor, exceto azul-claro, verde ou verde-amarela.

 Coberturas dos Cabos de Baixa Tensão Uni ou Multipolares

Analisando-se os itens anteriores, verificamos que, no caso de identificação por cores, as coberturas
dos cabos unipolares devem ser azul-claro para o condutor neutro e PEN, verde ou verde-amarela
para o PE e de qualquer outra cor que não as anteriores para os fases

Já para os cabos multipolares, em princípio, a cobertura pode ser de qualquer cor, uma vez que as
prescrições referem-se apenas às veias no interior do cabo. Uma recomendação sensata, no entanto,
é não se utilizar coberturas de cabos multipolares nas cores azul-clara, verde ou verde-amarela, para
que não haja confusão com as funções de neutro e proteção.

Maneiras de Instalar Recomendadas para Cabos de Potência em Baixa Tensão

A instalação de cabos de potência em baixa tensão no Brasil é normalizada pela NBR 5410 - Instala-
ções Elétricas de Baixa Tensão.

Ela prevê que os cabos devem ser instalados em função do seu tipo construtivo, ou seja, conside-
rando-se se eles são condutores nus, condutores isolados, cabos unipolares ou cabos multipolares,
conforme a tabela 6.

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Método de Instalação

Tipo de Ele- Mol- Direta- Ba- Su- Ca- Di- So-


Cabo tro- dura mente deja porte lha reto bre
duto fixados es- (sem Iso-
cada fixa- la-
para ção) do-
ca- res
bos
pra-
te-
leira

Cond. Isola- + + – – – + – +
dos

Cabos Uni- + + + + + + + +
polares

Cabos Mul- + 0 + + + + + 0
tipolares

Condutor – – – – – – – +
Nu

Tabela 6: Escolha do tipo de linha Elétrica

Eletrodutos

Os eletrodutos acomodam os cabos pelas paredes de uma instalação e são parte importante da infra-
estrutura elétrica ou seja a parte da instalação que propriamente não se utiliza da eletricidade para
funcionar mas que faz parte da instalação elétrica. Todos os componentes que suportam, fixam e pro-
tegem cabos e outros componentes elétricos fazem parte desta infraestrutura como caixas, painéis,
fixadores e etc.

Constituem uma parte relativamente barata da instalação elétricos sendo os primeiros itens da insta-
lação elétrica a serem instalados e comumente os primeiros da lista de compras solicitada pelo eletri-
cista. Talvez por serem, os eletrodutos, de preço relativamente baixo com relação a outros compo-
nentes da instalação elétrica é que sua importância é subestimada.

A NBR 5410 deixa bem claro que caso seja necessário, a utilização de eletrodutos, estes devem-se
normatizados, existem diversas NBR’s específicas para cada tipo de eletroduto, tanto para eletrodu-
tos de embutir quanto para eletrodutos de sobrepor. Existem basicamente três normas importantes
sobre os eletrodutos:

 NBR 15465 Sistemas de eletrodutos plásticos para instalações elétricas de baixa tensão – Requisi-
tos de desempenho

 NBR 5597 Eletroduto de aço-carbono e acessórios, com revestimento protetor e rosca NPT — Re-
quisitos

 NBR 5598 Eletroduto de aço-carbono e acessórios, com revestimento protetor e rosca BSP — Re-
quisitos

Nas instalações elétricas residências o eletroduto mais comum é o tipo flexível corrugado. Fabricados
normalmente em material PVC ou similar eles possuem um custo baixo e uma boa maleabilidade e
são encontrados nas seguintes bitolas:

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Dentro da NBR5444-Símbolos gráficos para instalações elétricas prediais é estipulado uma tabela
para a conversão normatizada de polegadas para milimetro embasada na NBR5626-Instalação pre-
dial de água fria.

Tabela de equivalência entre polegadas e milímetros

É extremamente importante o uso desta tabela para conversão pois a grande maioria dos eletrodutos
são dimensionados em milimetro e em seguida devem ser encontrada sua equivalência em polega-
das pois é nesta unidade de medida que os fabricantes disponibilizam os eletrodutos.

Existe um métodos matemático levando em consideração uma série de fatores para dimensiona-
mento correto de um eletroduto. Desse modo é importante que se tenha os dados dos fabricantes dos
condutores para um dimensionamento correto dos eletrodutos o que é confuso devido a grande quan-
tidade de variações em fabricação de cabos.
No caso de instalações mais simples a tabela abaixo pode ser usada de modo a referenciar e simplifi-
car o dimensionamento dos eletrodutos, esta tabela não é absoluta mas sua consulta é simplificada
devido a facilidade de interpretação e pouca margem de erro.

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Tabela De Dimensionamento de Eletroduto.

Esta tabela leva em consideração dois critérios, a quantidade de cabos em um eletroduto e a seção
destes condutores. Para sua utilização basta selecionar a coluna contendo o número de cabos dentro
do eletroduto em questão em seguida cruzar coma linha referente a seção dos cabos dentro deste
eletroduto, a casa de interseção entre coluna e linha resulta no valor em polegadas do eletroduto ade-
quado para comportar estes cabos.

Veja o exemplo:

Dois circuitos de tomadas de uso geral passando em um mesmo condutor, a coluna selecionada será
a de 6 cabos, dois fases, dois neutros e dois terras, sendo um fase, um neutro e um terra para cada
circuito. Os cabos utilizados para estes circuitos de acordo com o projeto são de 2,5mm².

Exemplo de utilização da tabela de dimensionamento de eletroduto.

Observando a interseção entre coluna e linha nota-se que o eletroduto adequado para suportar os
dois circuitos do exemplo é um eletroduto de 1”.

Esta tabela já leva em consideração uma taxa adequada de ocupação para o eletroduto, e esta taxa é
importante para garantir a temperatura adequada dentro do eletroduto bem como a facilidade de pas-
sagem de cabos e manutenção futura destes circuitos dentro do eletroduto.

Dispositivos de Proteção

Disjuntores DR E DPS

Em qualquer instalação elétrica, torna-se fundamental utilizar dispositivos responsáveis pela segu-
rança de pessoas e do patrimônio em particular. Sabemos que os disjuntores são componentes que
desempenham bem a função de preservar a integridade dos locais e transeuntes ali presentes, pois
estão programados para atuar em situações extremas de risco.

Nessas circunstâncias, eles pressentem falhas nos circuitos com alimentadores (fios condutores) e
por serem termo sensíveis, quando ocorre o aumento de temperatura provocado pela elevação da
intensidade referente ao campo magnético um relé interno desarma evitando a continuidade da cor-
rente. São os chamados disjuntores termomagnéticos.

Juntamente aos dispositivos citados anteriormente, que respondem pelo curto-circuito (corrente
acima do valor nominal suportado pela instalação) e sobrecarga (tensão acima da permitida, podendo
provocar a queima de equipamentos elétricos), devemos utilizar disjuntores de proteção visando au-
mentar a segurança da instalação em algumas situações corriqueiras. Tais dispositivos são:

DPS (Dispositivo de Proteção contra Surtos de Tensão): Disjuntor que atua quando uma tensão que
percorre os alimentadores é alta, descarregando-a para a terra de forma direta.

DR (Disjuntor Diferencial Residual ou Interruptor Residual): Disjuntor que atua numa instalação em
que o valor da corrente de fuga, que representa a soma algébrica das correntes instantâneas em
cada fase, ultrapassa o valor nominal permitido.

A Norma Técnica da ABNT intitulada NBR 5410 recomenda que sejam utilizados os disjuntores de
proteção nas instalações elétricas prediais.

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Dispositivo de Proteção Contra Surtos De Tensão (DPS)

Esse disjuntor possui função equivalente a do para-raios, tão conhecido por nós. As descargas at-
mosféricas produzidas pela existência de fortes raios durante uma tempestade, requer o uso de pro-
teção contra queima de equipamentos devido a essas intempéries. Para isso utilizamos comumente o
para-raios que funciona como solução destinada a manter a integridade da edificação, além de evitar
queimas de equipamentos elétricos ligados a interruptores.

Foi desenvolvido um dispositivo capaz de atuar quando um raio segue outro caminho através do qual
não é reconhecido pelo para-raios (desvio de descarga elétrica produzida) e chega ao interior das re-
sidências, podendo provocar a perda de alguns eletrodomésticos aí existentes (o DPS), que comple-
menta o sistema de proteção contra descargas atmosféricas. Um especialista no ramo é o profissional
mais indicado para dar a solução exata que você precisa.

Exemplo de Dispositivo de Proteção Contra Surtos de Tensão ou DPS

Comparação Entre Para-Raios E Dps

Basicamente podemos dizer que a utilidade do para-raios é a mesma do DPS, posto que funcionam
como proteção interna para as residências. Porém, levando-se em conta o aspecto funcional, dize-
mos que cada um protege a edificação de maneira distinta. Esses dispositivos constituem um SPDA
(Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas) regulamentado pelas normas técnicas NBR
5410, NBR 5419 e NBR 7117 da ABNT.

Analisando a questão financeira que incide em custos, o sistema de para-raios possui instalação one-
rosa, mas é recomendado para prédios e indústrias, além de locais que possuam equipamentos de
uso essencial que devam ser preservados. Apesar de funcionar como proteção essencial quanto a
incidência direta do raio, sobretudo em locais elevados que possuam esse dispositivo acima e situa-
dos próximos a morros ou montanhas, com árvores altas nos arredores, etc. a instalação interna em
cada apartamento não estará a salvo de sobrecarga elétrica produzida pelo raio no momento em que
atinja o alvo, esta irá incidir sobre a rede de fornecimento que por consequência provocará instabili-
dade na alimentação dos circuitos que abastecem cada unidade consumidora.

O Dispositivo de Proteção Contra Surtos Atmosféricos (DPS) é portanto a solução ideal para se pre-
venir contra sobrecargas elétricas. Funciona como um disjuntor que pode ser instalado ou no Quadro
Geral de Distribuição ou entre o equipamento e a tomada de energia (nesse caso individual).

Protege os circuitos de alimentação internos nas instalações ou equipamentos utilizados, de sobre-


cargas provocadas pelos surtos atmosféricos (raios) com pulsos de tensão elevados, descarregando-
a diretamente na terra por meio dos condutores de aterramento existentes. Podemos citar ainda que
esses dois dispositivos (para-raios e DPS) são complementares e constituem o sistema de proteção
contra sobrecarga quando ela ocorre.

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Exemplo de para-raios no alto de uma edificação

Disjuntores Diferencial Residual: Proteção De Pessoas E Instalações Elétricas

O dispositivo que reconhece fugas de corrente quando ocorre vazamento de energia dos condutores
é chamado Disjuntor Residual (DR). Ele é responsável por evitar que uma pessoa ou animal seja
atingida(o) pelo choque elétrico que ocorre através do contato acidental com partes da instalação ou
superfícies que estejam conduzindo. Sua atuação permite o desligamento automático em duas situa-
ções distintas:

Contato Direto: Quando alguém toca a superfície de um condutor carregado eletricamente, em con-
dições de funcionamento normal (Ex.: Orifícios de uma tomada de força que alimenta equipamentos
eletrodomésticos);

Contato Indireto: Quando alguém toca uma superfície que normalmente não conduz energia, porém
devido a uma falha no isolamento dos fios, passa a funcionar como um condutor qualquer (Ex.: Par-
tes metálicas de uma geladeira antiga).

As correntes interrompidas pelo disjuntor residual são da ordem de centésimos de ampère e não re-
conhecidas pelo disjuntor termomagnético comum, podendo provocar a morte de uma pessoa caso
cheguem a percorrer o corpo humano. O critério ideal de um sistema de aterramento considera o uso
do condutor de proteção, além do disjuntor residual como proteção auxiliar.

Condições Que Tornam Obrigatório O Uso Dos Disjuntores Dr

A NBR 5410/97 (aplicada a instalações elétricas de baixa tensão) em seu item 5.1.3.2.2 determina
ser obrigatório por medidas de segurança, o uso do disjuntor diferencial nos seguintes casos:

1. Em circuitos que sirvam a pontos de utilização situados em locais que contenham chuveiro ou ba-
nheira.

1. Em circuitos que alimentam tomadas situadas em áreas externas à edificação.

1. Em circuitos que alimentam tomadas situadas em áreas internas que possam vir a alimentar equi-
pamentos na área externa.

1. Em circuitos que sirvam a pontos de utilização situados em cozinhas, copas, lavanderias, áreas de
serviço, garagens e demais dependências internas normalmente molhadas ou sujeitas a lavagens.

Algumas observações devem ser feitas quanto à aplicação desse dispositivo:

 A exigência quanto ao uso do disjuntor residual aplica-se a tomadas de força cuja corrente nominal
seja no máximo 32 A;

 Em se tratando de pontos de utilização conforme citados no item 4, admite-se a exclusão daqueles


que alimentem aparelhos de iluminação situados a pelo menos 2,50 m do chão;

 O DR pode ser usado por ponto (individualmente por equipamento), por circuito ou por grupos de
circuitos (módulos).

A referida norma prescreve ainda que os circuitos de iluminação e tomadas devem ser separados em
todo e qualquer tipo de edificação, seja qual for o ambiente considerado (quarto, sala, etc.)

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Precauções Ao Utilizar Dispositivos DR

Um disjuntor apenas desarma (desliga) em condições nas quais pressente a falta em uma instalação
elétrica que pode ser um curto-circuito ou sobrecarga (também intitulada sobre tensão). Quando ocor-
rem desligamentos frequentes, fique atento pois isso representa sobrecarga na rede interna. Trocar o
disjuntor por outro de maior capacidade seria a solução? Não. Pois isso requer troca de condutores
(fios e cabos elétricos) por outros de bitola maior. É necessário avaliar qual anomalia interna da insta-
lação é responsável direta por esse problema. Converse com um profissional competente que lhe
dará a solução necessária, mas nunca efetue a substituição do dispositivo sem a devida consulta pré-
via. Isso vale tanto para disjuntores comuns quanto para os DR, que também podem desarmar sem
motivo aparente.

Quando falamos de instalações elétricas em baixa tensão, é fundamental destacar a utilização dos
dispositivos de proteção que assegurem a integridade das pessoas e animais que habitem uma resi-
dência, além de ser preservado o patrimônio dos usuários da eletricidade. As normas adotadas pela
ABNT estão avançando cada vez mais, estimulando o uso dos disjuntores que ampliam a segurança
necessária que se pretende obter. Dessa forma, instalações antigas perdem sua capacidade e podem
oferecer eventuais riscos, portanto é obrigatório realizar as devidas reformas quando forem conveni-
entes. Observando essas recomendações podemos evitar inúmeros transtornos que possam ocasio-
nar situações desagradáveis e perdas irreparáveis.

Tomadas e Interruptores

Tomadas e interruptores são dispositivos do projeto elétrico de uma casa e eles têm fundamental im-
portância no uso e distribuição da energia elétrica dentro da casa, bem com traz um impacto muito
grande na usabilidade do imóvel e no conforto que a energia elétrica pode proporcionar aos morado-
res de uma casa. Portanto o planejamento e o uso correto de tomadas e interruptores é de vital im-
portância para permitir que é usabilidade do imóvel possa ser alcançada com eficiência.

Tomadas

As tomadas são os meios nos quais a energia elétrica é distribuída dentro do imóvel para que seja
ligado aparelhos eletroeletrônicos, eletrodomésticos e outros dispositivos elétricos que é uma pessoa
possa ter dentro de sua casa. As tomadas podem ser de 110 ou 220 volts dependendo da necessi-
dade e do aparelho que você pretende ligar ali. Alguns equipamentos exigem obrigatoriamente o uso
de tomadas 220 como é o caso do ar condicionado e outros aparelhos elétricos. Na região sudeste do
Brasil é comum usarmos as tomadas 110 para quase toda a casa e usar 220 em situações específi-
cas.

Interruptores

Os interruptores são pontos de contato para ativação de lâmpadas dentro do imóvel, através dele que
é possível acender e apagar as luzes e portanto vale muito o posicionamento que eles têm dentro de
cada cômodo, sendo o mais comum a sua colocação na entrada do cômodo ou em um local de fácil
acesso para que seja ativado e desativado uma lâmpada com facilidade por qualquer pessoa.

Uma característica das tomadas e interruptores é o aproveitamento do ponto de energia e neste caso
é comum colocar tomadas e interruptores juntos, isto quando não se coloca tomadas duplas ou inter-
ruptores duplos para permitir o aproveitamento do ponto de acesso de energia elétrica naquele local.

O padrão de tomada determinado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), o bipolar
com aterramento (2P+T), é fabricado com capacidade para 10 A ou 20 A. Dentre os interruptores, por
sua vez, há os simples - com acionamento a partir de apenas um ponto - e os paralelos, que permi-
tem acionar a luz a partir de múltiplos pontos. Em ambos os casos, é o uso que determina qual mo-
delo usar.

Para tomadas, o fator determinante é a potência dos aparelhos a serem conectados. Aquelas com
plugues com diâmetro de 4 mm atendem a aparelhos que demandam até 10 A - a maioria dos equi-
pamentos domésticos. Já as com plugues com 4,8 mm de diâmetro são usadas para aparelhos que
consomem mais energia - até 20 A, como secadores de cabelo e aquecedores de ar. Nesse caso,
não apenas o plugue, mas toda a instalação elétrica deve ter sido dimensionada para tal finalidade.

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Observar a diferença entre os plugues proporciona mais segurança e também economia, pois apenas
alguns pontos precisam receber fiações, disjuntores e tomadas com maior capacidade de corrente. O
terceiro furo das tomadas é destinado ao fio terra.

Normas Técnicas e Diretrizes

Trabalhos em instalações elétricas devem seguir as orientações da NBR 5.410 - Instalações Elétricas
de Baixa Tensão. Instalações de plugues e tomadas até 20 A/250 V em corrente alternada devem ser
feitas de acordo com a NBR 14.136:2012 - Plugues e Tomadas para Uso Doméstico e Análogo até 20
A/250 V em Corrente Alternada. Interruptores, plugues e tomadas são certificados compulsoriamente.
Logo, todos os produtos à venda precisam contar com o selo do Instituto Nacional de Metrologia,
Qualidade e Tecnologia (Inmetro).

Amperagem

O dimensionamento das tomadas depende da potência - corrente nominal - dos aparelhos que serão
instalados. Até 10 A (televisores, aparelhos de DVD, entre outros): 4 mm. A partir de 10 A e até 20 A
(secadores de cabelo, ferro de passar roupa, aquecedores de ambiente, entre outros): 4,8 mm.

Interruptor Simples X Paralelo

Interruptores simples controlam um ou mais pontos de iluminação por meio de apenas um botão. Ne-
les, o fio fase conecta-se a um borne. Do outro borne sai o fio que se liga à lâmpada. O fio neutro da
rede deve ser conduzido direto à lâmpada. Já o interruptor paralelo permite comandar um ou mais
pontos de iluminação a partir de interruptores diferentes. Ou seja, é possível acender a luz num ponto
e apagar em outro, por exemplo.

Fixação
A escolha por espelhos para tomadas ou interruptores com ou sem parafusos aparentes não é téc-
nica, mas estética e financeira. Espelhos com parafusos aparentes costumam ser mais econômicos.

Por motivos de segurança, o mais recomendável é que os conduítes sejam sempre de PVC. Conduí-
tes de metal devem, portanto, ser substituídos. Quanto aos bornes, há os que permitem fixar o fio por
encaixe e os que exigem parafusos. Estes costumam ser mais eficientes quando há mais de um fio
no mesmo borne. Já bornes por encaixe podem reduzir o tempo de montagem.

Ponto de Luz

Nas instalações elétricas uma das mais importantes ligações sem dúvida é a ligação de uma lâmpada
através de interruptor simples, esta é uma das primeiras ligações que um eletricista deve aprender a
realizar.

Para esta atividade precisaremos dos seguintes materiais:

 1 Interruptor simples de uma seção.

 1 Receptáculo (boquilha) de rosca E27 (rosca para lâmpada comum).

 1 Disjuntor para proteção do circuito.

 1 Conector tipo sindal para a conexão da alimentação da energia elétrica.

 1 lâmpada.

Um bom eletricista deve em primeiro lugar saber ler um projeto elétrico residencial, este projeto é
composto, na maioria dos casos, pelo desenhos arquitetônicos da residência e de esquemas elétri-
cos.

Existem três tipos de diagrama elétricos, para esta montagem vamos usar um diagrama multifilar.

Atenção: Antes de iniciar a prática tomar todas as precauções de segurança, caso haja qualquer dú-
vida não execute, os acidentes com eletricidade podem ser fatais.

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Deve-se inicialmente fixar o disjuntor e o conector sindal, caso você esteja fazendo esta ligação em
uma instalação em residência não será necessária, já que haverá um disjuntor paro o circuito que
você estará manipulando.

Em seguida deve se ligar um cabo da saída do conector sindal até a entrada do disjuntor.

Ligar o próximo cabo da saída do disjuntor até o borne (parafuso conector) do interruptor simples.
Caso a instalação seja em uma residência, deve-se fazer de acordo com o diagrama multifilar acima,
fazer uma emenda em derivação no cabo fase (no diagrama representado pelo cabo vermelho) e co-
necta-lo ao borne do interruptor.

Ligar o próximo cabo no segundo borne do interruptor, este cabo é chamado de retorno (no diagrama
representado pelo cabo amarelo). O retorno deve ter sua outra ponta conectada ao receptáculo no
borne que leva ao contato central, isto é um procedimento de segurança pois caso seja o retorno li-
gado ao contato lateral no instante que se encosta a lâmpada na rosca lateral a mesma já pode ficar
energizada caso o interruptor esteja em posição ligada, causando assim um possível choque elétrico.

O próximo passo é fazer uma emenda de derivação no cabo neutro (no diagrama representado pelo
cabo azul), em seguida liga-lo ao borne lateral do receptáculo.

Reapertar todos os parafusos e fixar os demais componentes, lâmpada e interruptor. Usar um multí-
metro para testar a continuidade dos cabos e para averiguar se a ligação está correta.

Lâmpadas Incandescentes

São as lâmpadas mais antigas, que todos nós já tivemos ou ainda temos em nossas casas. Por te-
rem baixa eficiência, estão sendo subsituídas pelas lâmpadas fluorescentes (apenas 5% da energia
elétrica consumida por uma incandescente é transformada em luz, o restante é transformado em ca-
lor).

Uso: Em residências e espaços comerciais – para iluminação geral (em pendentes, plafons, lustres)
e para iluminação decorativa ou de efeito (abajures, arandelas, luminárias de piso). Os modelos de
lâmpadas espelhadas são para o uso em spots, para que a luz não seja desperdiçada, mas sim fo-
cada. Também estão presentes na iluminação interna de fogões e geladeiras;

 Características: Luz Amarelada - aconchegante, ótima reprodução de cores, emitem calor;

Lâmpadas Halógenas

Também são consideradas lâmpadas incandescentes (uma corrente elétrica percorre um filamento
liberando calor e luz), mas por possuirem halogêneo (geralmente bromo ou iodo) em sua constituição,
são chamadas de lâmpadas halógenas.

Algumas destas lâmpadas são ligadas diretamente na tensão de rede 110V ou 220V (as quais apre-
sentam baixa eficiência - mas superior às incandescentes comuns) e outras são ligadas em baixa ten-
são - 12V (obrigatório o uso de transformador) - sendo estas consideradas de alta eficiência.

Exemplos: Halógena Palito ou Lapiseira, Halógena haloPAR (20,30, 38...), Halógena Halopin, Haló-
gena Bipino, Dicróica e Mini Dicróica, Halógena AR (48, 70, 111).

Uso: São indicadas para conferir destaque a objetos ou a uma determinada área, pois apresentam
alto controle do facho de luz. Podem ser usadas em residências e comércios e instaladas em penden-
tes, lustres e em spots embutidos. Alguns modelos estão disponíveis em diferentes cores.

 Características: Luz amarelada, ótima reprodução de cores, emitem calor, possuem durabilidade
maior que as demais incandescentes;

Lâmpadas Fluorescentes

São as mais conhecidas e indicadas para o uso residencial e comercial, pois apresentam alta efi-
ciência e baixo consumo de energia.

São comercializados 3 modelos:

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

 Tubular: a mais comum e antiga das fluorescentes, é necessário o uso de reatores eletrônicos ex-
ternos;

 Compacta eletrônica: seu acendimento é automático devido ao reator que já faz parte da lâmpada;

 Compacta não integrada: não apresenta o reator acoplado à lâmpada.

Uso: Substituem as lâmpadas incandescentes e podem ser utilizadas na iluminação geral de


residências e comércios (em pendentes, plafons, lustres), iluminação decorativa ou de efeito (abaju-
res, arandelas, luminárias de piso).

 Características: há lâmpadas fluorescentes com diferentes cores de luz (branca, azulada, amare-
lada, ...), não emite calor, reprodução de cor aproximadamente 85% (Saiba Mais: Luminotécnica);

Os fabricantes têm investido bastante nas lâmpadas fluorescentes: existem diversas cores e até
mesmo a luz negra, tanto nos modelos compactos como nos tubulares.

A maioria das pessoas conhece as lâmpadas fluorescentes de cor branca ou azulada, mas também
podemos encontrar modelos com temperaturas de cor baixa, que apresentam cor amarelada, seme-
lhante à luz da lâmpada incandescente comum.

Lâmpadas de Descarga (HID)

Uma descarga (de alta pressão) elétrica entre os eletrodos leva os componentes internos do tubo
de descarga a produzirem luz. Este tipo de lâmpada leva de 2 a 15 minutos para acender por
completo e necessitam de reatores eletrônicos para sua ignição (acionamento) e operação (man-
ter-se ligada).

Possui baixo consumo de energia e a luz produzida é extremamente brilhante, possibilitando a


iluminação de grandes áreas, além de serem compactas – lâmpadas relativamente pequenas.

Há 4 modelos de lâmpadas de descarga:

 Multivapores Metálicos

 Vapor de Sódio

 Vapor de Mercúrio

 Lâmpadas Mistas

Uso: São utilizadas principalmente na iluminação interna de grandes lojas, galpões, fábricas, em
vitrines e na iluminação de áreas externas (postes de ruas).

 Características: há lâmpadas de descarga com diferentes qualidades de reprodução de cores e


durabilidade variável, alguns modelos emitem menos calor que as halógenas;

LED´s - Lighting Emitted Diodes

São consideradas as lâmpadas mais modernas – produto de última tecnologia. Convertem energia
elétrica diretamente em energia luminosa, através de pequenos chips. É considerado um produto
ecologicamente correto por consumir pouca energia e possuir uma vida extremamente longa. Devido
a alta eficiência e ao baixo consumo estão substituindo as lâmpadas fluorescentes no uso residencial.

Uso: Iluminação geral e iluminação de destaque em ambientes residenciais e comerciais. Podem


ser utilizadas em spots (sobre bancadas, objetos decorativos), arandelas (criar efeitos na pa-
rede), balizadores (iluminação de corredores e escadas) e na iluminação de fachadas.

 Características: possuem baixíssimo consumo de energia e vida útil muito grande; há lâmpadas de
diferentes tonalidades de cor; e não emitem calor;

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Fibra Ótica

É um filamento de vidro ou de elementos poliméricos utilizado para transmitir a luz. Isto é, ao lan-
çar um feixe de luz em uma das extremidades do filamento de fibra, esta parte de luz percorre toda a
fibra por meio de reflexões sucessivas até “sair” pela outra extremidad (isto em uma velocidade altís-
sima).

É necessária apenas uma fonte geradora de luz para que esta possa percorrer o(s) cabo(s) de
fibra ótica e assim iluminar vários outros pontos. Por isso, a iluminação com fibra ótica é conside-
rada econômica, de baixa manutenção e segura - os filamentos transmitem a luz e não a energia
elétrica.

Modelos:

 Filamentos: 0,5 a 1,5 milímetros.

 Cabos: de 8 a 17 milímetros (com luz pontual e lateral).

Alguns efeitos:

 Céu estrelado

 Chão de estrelas

 Cortina de luz

Lâmpadas de Neón

A lâmpada de neón é composta por um tubo com gás neón em seu interior (este tubo pode ter dife-
rentes formatos). Quando submetida à eletricidade, a lâmpada de neón emite uma luz vermelha (dife-
rentes gases produzem diferentes cores).

A tensão necessária para o funcionamento do tubo dependerá das dimensões deste e do gás utili-
zado; pode ser direto da rede ou com transformador.

 Uso: É utilizada para iluminação decorativa, principalmente comercial. Seu inconveniente é o ruído
emitido pelo reator.

Minuteria

Um dispositivo existente que demonstra ser bastante útil e indispensável ao controle fundamental do
consumo energético fazendo-se uso de qualquer sistema com cargas de iluminação, é a minuteria.

Basicamente, podemos dizer que seria importante criar hábitos de consumo racional e para isso nada
melhor que estabelecer normas direcionadas aos usuários da eletricidade (todo e qualquer cliente be-
neficiado com o fornecimento de energia elétrica pela concessionária de sua cidade).

Considerando-se que em tempos atuais qualquer economia adquirida é muito bem-vinda, os edifícios
comerciais ou residenciais estão na busca permanente por atrair uma queda nos gastos que possa
interferir positivamente em seus planejamentos financeiros.

Implica em reduzir de modo inteligente a forma como é utilizada a energia contratada, pela qual se
paga um determinado valor mediante seu uso.

Uma prática atualmente conhecida, tendo como principal objetivo a economia que se pretende alcan-
çar, é a utilização da minuteria como forma de estabelecer um controle ideal sobre o acendimento
das lâmpadas em determinadas áreas (geralmente escadas e halls de serviço) nos condomínios.

Após as 22 horas em qualquer prédio sabemos que o fluxo de pessoas diminui, sendo assim não há
necessidade que todos os pontos de luz permaneçam acesos a noite inteira.

É aí que em alguns locais específicos, certas lâmpadas podem acender apenas no momento em que
pessoas estiverem transitando, apagando após um determinado tempo automaticamente.

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Minuteria – Definição e Modelos

Minuteria é, portanto, uma espécie de interruptor para controle do tempo em que as lâmpadas às
quais esteja associado, devem permanecer ligadas. Esse tempo é de aproximadamente 1 minuto, ra-
zão pela qual o dispositivo mencionado recebera tal nome. Isso evita que o circuito de serviço perma-
neça ligado quando for desnecessário.

Podemos dizer que há minuterias cujos contatos são secos.

O dispositivo é chaveado e, portanto, apresenta conforme visto, dois estágios. Na posição A da chave
de reversão, as lâmpadas permanecem acesas sem a necessidade de pressionar os botões dos pavi-
mentos (térreo ou andares superiores), antes das 22 horas. Na posição B, ao ser pressionado o botão
de um dos pavimentos, o circuito da bobina que atrai a lâmina fecha, estabelecendo o caminho para a
fase (alimentação) através dos contatos m e n. Ao pressionar-se o botão do pavimento que se pre-
tende iluminar temporariamente, pode-se soltá-lo em seguida pois um mecanismo de relojoaria man-
tém os contatos fechados durante algum tempo (de um minuto conforme sabemos).

Atualmente usa-se interruptores temporizados individualmente em cada pavimento substituindo assim


a minuteria, porém tendo a mesma função dela. O uso de minuteria pode ser individual ou coletivo, a
depender da quantidade de lâmpadas que serão comandadas. Quanto ao uso coletivo, podemos di-
zer que há um limite de potência a ser suportado pelo equipamento, segundo a sua capacidade nomi-
nal de carga.

Minuteria Eletromecânica: Acionamento dos pontos de luz feito pelo uso de um botão (interruptor
simples) para fechamento dos contatos.

Minuteria Eletrônica: Mais modernas, substituem adequadamente suas precursoras, apresentando


dimensões reduzidas e sendo de fácil instalação. Seus dois tipos são: de sobrepor com uso de su-
porte pelo qual são fixadas à parede ou instaladas junto aos disjuntores no QD (Quadro de Distribui-
ção) e de embutir podendo ser montadas facilmente em uma caixa 10 x 5 cm.

O único cuidado que se deve ter ao instalar a minuteria é de manter uma distância mínima entre ela e
outras minuterias ou disjuntores, evitando assim que ocorra superaquecimento da mesma (aonde os
contatos metálicos laterais dissipam calor proveniente da sua operação).

Funcionamento Da Minuteria

 Ao pressionar-se o botão de interruptor (ou pulsador) da minuteria, aciona-se o circuito que a con-
tém, provendo a tensão elétrica responsável por sua alimentação;

 É programado um tempo que estabelece a manutenção do estado de acendimento das lâmpadas o


qual varia de 15 segundos a 5 minutos;

 Após a determinação do período que define o funcionamento dos pontos de luz comandados pelo
dispositivo (minuteria), a luminosidade das lâmpadas cairá pela metade quando faltarem apenas 10
segundos para completar o tempo escolhido para atuação.

Sabemos que a importância de economizar energia é algo que vem sendo discutido há muito tempo.
Atualmente os eletrodomésticos são fabricados para funcionar de modo otimizado, evitando desperdí-
cios.

Isso se reflete também na maioria dos pequenos dispositivos auxiliares que se tornam providenciais
quando se trata do combate a utilização desnecessária da eletricidade, a exemplo da minuteria. Cria-
se portanto uma consciência que estimula as pessoas a mudar seus hábitos, promovendo uma evolu-
ção com atitudes mais conscientes e que se ajustem ao pensamento em questão.

Quadro de Distribuição

Um quadro de distribuição é um equipamento elétrico destinado a receber energia elétrica de uma ou


mais fontes de alimentação e distribui-las a um ou mais circuitos. Destinado a abrigar um ou mais dis-
positivos de proteção e/ou manobra e a conexão de condutores elétricos interligados a eles, a fim de
distribuir a energia elétrica aos diversos circuitos. Em qualquer instalação elétrica, devemos saber

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

como realizar os procedimentos correspondentes à execução de um projeto elaborado previamente,


em conformidade com as especificações previstas na NBR 5410 (norma que regulamenta as instala-
ções elétricas em baixa tensão) e NR-10 (segurança em instalações e serviços em eletricidade).

No caminho até os interruptores e tomadas, essa energia passa pelo quadro de medição que está as-
sociado a um equipamento que mede o consumo mensal (medidor) e daí então chega através de um
ramal de entrada ao chamado quadro de distribuição de onde partirão os circuitos que irão alimentar
pontos de luz (ou lâmpadas), interruptores para acionamento das lâmpadas (comandos), tomadas
que fornecerão energia aos aparelhos eletroeletrônicos a elas plugados, além de cargas cuja potên-
cia é considerada elevada como chuveiros elétricos, máquinas de lavar, forno micro-ondas, etc.

Os disjuntores conforme vimos, servem para proteger os circuitos que alimentam as cargas em todo o
ambiente (seja residencial ou comercial).

Existem dois barramentos contendo os condutores neutro e de proteção aonde o primeiro deve estar
isolado eletricamente do quadro de distribuição e o segundo (de proteção) deve estar acoplado a ele,
constituindo, portanto, a proteção dos circuitos contra choques no contato indevido com superfícies
conduzindo energia, sendo que este encontra-se ligado ao aterramento geral da instalação.

Emendas

Considerando a parte prática da elétrica, uma das primeiras coisas que o eletricista tem de aprender
é a realizar emendas. Mas ao contrário do que a maioria dos ditos profissionais em elétrica pensam, a
emenda é uma das partes mais importantes de uma instalação, uma emenda executada de maneira
errada pode prejudicar completamente uma instalação e causar muitos danos.

Deve-se iniciar sabendo os tipos de cabos e tipos de emendas possíveis. Existem dois tipos de ca-
bos, os rígidos e os flexíveis. O cabo rígido é formado por apenas um fio de cobre (em alguns casos
de alumínio), o cabo flexível é formado por vários fios de cobre (em alguns casos alumínio) em com-
pensação esses fios são bem mais finos.

É importante entender que a seção do cabo (a grossura, ou espessura) é a mesma, seja o cabo rí-
gido ou flexível, apenas diferindo na quantidade de fios que formam essa espessura. Como por
exemplo, quando digo que um cabo tem 4,0mm² de espessura, independente do mesmo ser flexível
ou rígido ele terá os mesmos 4,0mm² de espessura.

Para cada tipo de cabo há métodos específicos para realizarmos as emendas. Quando temos dois
cabos separados e queremos uni-los em uma emenda nunca conseguiremos as mesmas característi-
cas mecânicas de um cabo fundido, mas se bem executada uma emenda, essas diferenças podem
ser minimizadas ao máximo.

Veja os tipos de emenda para cada tipo de cabo.

Emendas para cabos rígidos:

 Emenda em prolongamento;

 Emenda rabo de rato;

 Emenda em derivação;

Emendas para cabos flexíveis:

 Emenda em prolongamento;

 Emenda em derivação;

Sempre que for possível deve ser feita o estanhamento dos cabos, o estanhamento é um processo
em que o estanho penetra no cobre garantindo que esta emenda vai ser o mais próximo possível de
um cabo fundido e desta maneira irá reduzir o aquecimento desta emenda.

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Toda emenda é um ponto de aquecimento em uma instalação elétrica, alguns cuidados devem ser
tomados, ao executar uma emenda, para minimizar este aquecimento:

 A emenda deve ser bem apertada, utilizando sempre alicate para dar o aperto final;

 Evitar área de contato da parte emendada com a capa plástica de isolação (reduzindo o aqueci-
mento da capa plástica);

 Um aperto demasiado pode romper o cabo que está sendo emendado.

 Para o cabo flexível no momento de decapar o cabo, deve ser tomado um cuidado extra com os fios
finos para que eles não sejam danificados, pois isso diminui a quantidade de corrente que este cabo
suporte aumentando o aquecimento.

Mais de 50% dos problemas em uma instalação elétrica são problemas com emendas. Problemas re-
latados por clientes, do tipo: Mal contato ao ligar ou desligar aparelhos, cheiro de queimado próximo
a tomadas e lâmpadas piscando são indícios de problemas em emendas, esses problemas podem
reduzir em muito a vida útil de aparelhos elétricos e eletrodomésticos além da grande possibilidade
de incêndio devido a aquecimento de emendas.

Para manter sempre a segurança dos usuários da instalação e a segurança de sua própria instalação
contrate sempre eletricistas ou técnicos experientes e conceituados, e lembre-se: “A segurança não
tem preço.”

Instalações Elétricas de Média e Alta Tensão

As informações sobre a expectativa de vida no Brasil revelam que os brasileiros estão vivendo mais,
o que induz a acreditar que a saúde do povo está melhor e que a morte entre os mais jovens não
ocorre de forma natural, mas sim pela influência de outros fatores. Dentre estes fatores encontram-se
os acidentes do trabalho como uma causa "absurda" que engrossa esta estatística.

Segundo dados do Ministério da Previdência, no ano de 1999 ocorreram 3.605 mortes provenientes
de um total de 393.628 acidentes de trabalho. O número real de acidentes de trabalho ocorridos no
Brasil deve ser, no mínimo, o dobro dos dados registrados pelas estatísticas oficiais.

É que nas contas da Previdência não aparecem registros referentes aos trabalhadores do mercado
informal, servidores públicos e nem mesmo os contribuintes individuais do INSS, como autônomos e
outros (Jornal do Brasil, 25/03/01).

Em determinadas situações, quando ocorrem acidentes de grandes proporções as atenções se vol-


tam para a questão da prevenção de acidentes, talvez mais pela repercussão e o valor do dano do
que, propriamente, pelos operários acidentados.

Considera-se, entretanto, que não existe dano maior do que a perda de vidas humanas, fato que
ocorre diariamente nos diferentes tipos de atividades profissionais.

Em algumas atividades, ditas perigosas, como os serviços em redes de energia elétrica, ainda ocor-
rem graves acidentes, mesmo contando com padrões preestabelecidos de segurança.

A rede de distribuição aérea de energia elétrica normalmente é constituída por condutores sobre es-
truturas de ferro ou madeira, apoiadas nos postes de concreto ou madeira. Essa rede se estende por
toda região urbana e rural onde houver consumidores instalados.

Na realidade, condutores, postes e estruturas fazem parte da paisagem e da vida cotidiana das pes-
soas. Elas aprendem a conviver com as utilidades e os perigos das redes aéreas de distribuição.
Apesar da padronização das estruturas, as características de cada ponto são as mais diversificadas,
variando por bairro, rua e poste, devido à influência do meio ambiente.

Esses fatos tornam os serviços realizados na rede bastante complexos, haja vista as condições dife-
renciadas de cada local bem como a consequente dificuldade em orientar, programar e planejar os
serviços.

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

A situação se agrava na realização dos serviços não programados (serviços emergenciais), cujo prin-
cipal objetivo é o rápido restabelecimento do fornecimento de energia, quando interrompido. Na maio-
ria das vezes, os serviços de caráter emergencial são realizados a qualquer hora e em qualquer local,
geralmente, sob pressão dos clientes, da opinião pública e da própria empresa.

O controle de riscos é também bastante complexo em virtude da multiplicidade de combinações de


acontecimentos e suas consequências.

Mesmo as concessionárias possuindo e utilizando manuais de procedimentos técnicos e de segu-


rança, referentes às atividades desenvolvidas, ainda ocorrem vários acidentes de trabalho e inciden-
tes (geralmente não relatados pelas equipes). Esses manuais, normalmente sofrem atualizações em
função do resultado das investigações e análise dos acidentes ocorridos.

Machado; Porto & Freitas (2000) alertam que várias concepções das análises de acidentes tendem a
culpar os trabalhadores (as próprias vítimas), limitando o aprendizado das organizações com suas
falhas.

Principalmente quando se considera que esse tipo de análise limitado é empregado frequentemente
no Brasil, encontrando-se ainda presente em diversas concepções oficiais sobre acidentes de traba-
lho, como nas normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e na Comunicação de
Acidente de Trabalho (CAT) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), em que há um campo es-
pecífico para o preenchimento do objeto causador.

Nos serviços emergenciais, além da exposição à energia elétrica, existem os perigos relacionados ao
meio ambiente. Esses perigos são de difícil previsão e prevenção, podendo se constituir em causas
indiretas de vários acidentes.

A prevenção, em relação aos riscos provenientes dos procedimentos técnicos, pode ser melhorada
ao longo do tempo, pois os riscos, em sua maioria, são conhecidos e podem ser facilmente mapea-
dos e controlados. As interferências e consequências dos fatores relacionados ao meio ambiente, en-
tretanto, não são bem conhecidas e nem divulgadas, principalmente devido ao aspecto localizado e
imediatista das análises de acidentes, conforme descrito anteriormente.

Este artigo, portanto, tem como objetivo identificar os principais fatores ambientais característicos dos
serviços emergenciais em redes aéreas de distribuição de energia elétrica, que contribuem para a
ocorrência dos acidentes de trabalho, visando a melhoria dos métodos de prevenção existentes.

Além dos fatores ambientais outros fatores influenciam a ocorrência de acidentes do trabalho nos ser-
viços emergenciais em redes aéreas de distribuição de energia elétrica, como os fatores pessoais,
sociais, gerenciais, organizacionais, etc. Optamos, entretanto, pelo estudo dos fatores ambientais de-
vido a sua relação direta com a imprevisibilidade dos serviços emergenciais.

As principais questões a serem apuradas referem-se ao nível de insegurança dos serviços emergen-
ciais, à influência dos fatores ambientais na ocorrência de acidentes e à importância do fator pessoal
na prevenção de acidentes nos serviços em redes aéreas de distribuição de energia elétrica.

Caracterização Da Empresa Estudada

O estudo desenvolveu-se na Light, empresa concessionária de energia elétrica do Estado do Rio de


Janeiro, responsável pela distribuição de energia elétrica no Município do Rio de Janeiro e Municípios
da Baixada Fluminense e Vale do Paraíba.

A Light divide sua área de concessão em quatro Superintendências Regionais: Litorânea, Leste,
Oeste e Interior. O estudo se desenvolveu na Superintendência Regional Oeste, que é responsável
pelos serviços na Zona Oeste no Município do Rio de Janeiro e também nos Municípios de Nova Igu-
açu e Belford Roxo.

Essas regiões possuem características bem diversas, reunindo áreas oceânicas, urbanas e rurais,
proporcionando, assim, considerável representatividade no que concerne aos ambientes de trabalho.
As principais características da Regional Oeste são mostradas no quadro 1.

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Quase todos os serviços operacionais são terceirizados, com exceção dos serviços emergenciais,
nos quais a empresa mantém em torno de 50% de mão-de-obra própria, visando as manobras nas
redes de Alta Tensão (AT). No total, a quantidade de mão-de-obra própria representa aproximada-
mente apenas 30% do efetivo operacional, ficando a maior parte dos serviços por conta das empre-
sas contratadas.

O Sistema De Distribuição De Energia Elétrica

Para um melhor entendimento dos aspectos da segurança do trabalho nos serviços em redes de dis-
tribuição, apresenta-se a seguir, resumidamente, algumas características componentes dos Sistemas
de Distribuição de Energia Elétrica. Não se pretende aprofundar nos aspectos ligados à Engenharia
Elétrica no campo dos Sistemas de Potência, mas apenas inserir o leitor no ambiente onde são reali-
zadas as atividades operacionais e onde ocorrem a maioria dos acidentes.

A energia elétrica gerada nas usinas (Hidrelétrica, Térmica ou Nuclear) para chegar ao consumidor
final passa por processos de transformação que modificam os níveis de tensão com o objetivo de di-
minuir as perdas inerentes ao processo de transmissão e a adequação aos limites requeridos pelos
consumidores. (MORAES, 2001, p.16)

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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

A energia elétrica, produzida na usina geradora, é transmitida às subestações abaixadoras, através


de linhas condutoras chamadas "Linhas de Transmissão", em Alta Tensão (AT- tensões acima de
69kV). As subestações abaixadoras, localizadas em pontos estratégicos, próximo aos grandes cen-
tros de consumo, transformam a energia de Alta para Média Tensão (MT – normalmente tensões de
7kV a 69kV).

A energia é então conduzida aos diversos bairros através das "Linhas de Distribuição Primárias" (em
MT) até os chamados "Transformadores de Distribuição", instalados nos postes e câmaras subterrâ-
neas, ou abrigados em dependências prediais (subestações consumidoras) de consumidores de mé-
dio porte. Dos Transformadores de Distribuição para os consumidores industriais e comerciais de pe-
queno porte e grupos residenciais, a energia é conduzida pelas "Linhas de Distribuição Secundárias",
em Baixa Tensão (BT – normalmente tensões de 127V a 440V) (ELETROBRÁS, 1982).

A rede de distribuição de energia elétrica a que nos referimos trata-se, portanto, de todos os compo-
nentes do sistema elétrico situados desde a saída da subestação até a entrada das instalações dos
consumidores, em Média e Baixa Tensão. O termo "Média Tensão" é utilizado normalmente pelas
concessionárias de energia elétrica, porém, de uma forma geral, utilizam-se apenas os termos "Baixa
Tensão" e "Alta Tensão", com esta última englobando também a MT.

As redes de distribuição podem ser aéreas ou subterrâneas. No Brasil predomina a rede aérea, fi-
cando a rede subterrânea restrita a alguns grandes centros com forte concentração de carga.

O objetivo institucional de uma empresa distribuidora de energia elétrica é fornecer a energia ao cli-
ente, dentro dos padrões de qualidade estabelecidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica
(ANEEL), órgão regulador governamental. A qualidade, nesse caso, é representada pela continuidade
do fornecimento e os níveis de tensão entregues aos clientes.

Para descrever as atividades operacionais de uma empresa distribuidora de energia elétrica, elabora-
mos um resumo, apresentado no Quadro 2, contendo as principais atividades operacionais.

Os Reparos Emergenciais

Dentre as atividades operacionais desenvolvidas pelas concessionárias de energia elétrica, todas


aquelas que envolvem interrupção e restabelecimento do fornecimento têm, sem dúvida, importância
bastante considerável não só pelos aspectos institucionais e qualitativos representados pela perda da
continuidade do sistema elétrico como também pelos aspectos financeiros decorrentes da perda de
receita.

A dependência da energia elétrica é tão grande na civilização moderna que a sua falta pode acarretar
transtornos imensuráveis a toda sociedade, desde grandes empresas até a mais humilde residência.
Na verdade, o desejo das concessionárias seria que nunca houvesse interrupção de energia, fato que
não depende apenas da empresa, já que o sistema de distribuição está exposto às intempéries do
meio ambiente (SENIA, 2001).

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Diferente da maioria dos negócios, para os clientes das concessionárias o fato de receber energia
ininterruptamente e em níveis que atendam suas necessidades é uma obrigação da empresa, não im-
portando os limites estabelecidos pelo órgão regulador governamental.

Dessa maneira, as empresas devem estar preparadas para restabelecer o fornecimento ao cliente o
mais rápido possível. Como as falhas podem ocorrer a qualquer momento, as empresas mantêm
equipes específicas para o atendimento das reclamações de falta de energia, que pode envolver ape-
nas uma residência, algumas ruas ou mesmo bairros inteiros (MUSSER, 2001).

Essas equipes, chamadas "turmas de emergência", são geralmente compostas por dois eletricistas
treinados para realizar pequenos reparos visando o restabelecimento imediato do fornecimento, o que
representa a maioria dos casos. Se por ventura a normalização depender de um reparo mais traba-
lhoso são acionadas as equipes de manutenção, equipadas com ferramentas e equipamentos pesa-
dos. Os serviços emergenciais são realizados a qualquer momento, em qualquer local e sob quais-
quer circunstâncias.

Percebemos que as equipes de emergência são responsáveis pela grande maioria dos serviços
emergenciais em redes de distribuição, onde a principal característica dos riscos fica por conta da im-
previsibilidade dos reparos e da rapidez exigida, não permitindo, na maioria dos casos, um planeja-
mento adequado para as tarefas. O grau de complexidade dos reparos dependerá da situação em
cada local específico onde a tarefa será realizada.

O Ambiente De Trabalho

A NBR 14280, seção 2.8.3, refere-se à Condição Ambiente de Insegurança (Condição Ambiente)
como sendo o meio que causou o acidente ou contribuiu para sua ocorrência. E acrescenta que o ad-
jetivo "ambiente" inclui tudo que se refere ao meio, desde a atmosfera do local de trabalho até as ins-
talações, equipamentos, substâncias utilizadas e métodos de trabalho empregados.

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Diariamente, o ambiente, as ferramentas, as máquinas e as posturas assumidas, dentre outras variá-


veis presentes no ambiente de trabalho, nos colocam à mercê de danos à nossa integridade e à
nossa saúde, consistindo nos chamados riscos ambientais (LIMA, 2000).

Nos serviços em redes de distribuição de energia elétrica, o ambiente de trabalho é constituído pelas
ruas. O trabalho ao ar livre, como alguns costumam chamar, faz com que, além dos riscos inerentes
às atividades, o trabalhador se exponha a todas as outras variáveis que influenciam a vida normal de
qualquer pessoa, inclusive por manifestações da natureza.

A NR 9 considera como riscos ambientais "os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos
ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de ex-
posição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador"(BRASIL, 1997).

Os riscos químicos representam os elementos presentes no campo de atuação da toxicologia, que


estuda os efeitos nocivos decorrentes das interações de substâncias químicas com o organismo. En-
tre essas formas, destacam-se as névoas, neblinas, fumos, poeiras, gases e vapores.

Os riscos biológicos relacionam-se à capacidade de organismos vivos – bactérias, fungos, helmintos,


protozoários e vírus, entre outros chamados patogênicos – causarem doenças ao organismo humano.

Riscos físicos são aqueles que compreendem danos de variáveis como ruído, vibração, temperaturas
extremas (altas e baixas), pressões anormais, radiações ionizantes e não ionizantes.

Barbosa Filho (2001) acrescenta aos citados mais dois grupos de riscos, que são os riscos de aciden-
tes e os riscos ergonômicos.

Os riscos de acidentes são decorrentes da presença material de oportunidades de dano resultantes


do atrito entre peças, partes móveis, arestas cortantes, sistemas motores desprotegidos, etc. Outros
autores também utilizam a classificação de riscos de acidentes, como a presença de piso irregular, o
trânsito de meios de deslocamento de cargas, fiação exposta, etc.

Os riscos ergonômicos podem assumir uma variada gama de particularidades. Vão desde uma inade-
quação antropométrica, situações bastante comuns em nossas empresas, até mesmo a discussões
acerca da prescrição das tarefas e das informações fornecidas para seu cumprimento. Da interpreta-
ção dos sinais e do reconhecimento dos comandos e das ações requeridas em sua execução; do
controle de mecanismos; da análise da jornada, passando pelas posturas viciosas e exigências indivi-
duais; a condição de conforto oferecida pela vestimenta e calçados; pela rotina de atividades, habili-
dades e preferências pessoais do trabalhador, respeitando-se as mais distintas diferenças individuais,
resultando numa adaptação deste ao seu trabalho e vice-versa.

Melo (2002) observa que para efeito de análise das atividades em redes de distribuição é necessário
acrescentar aos riscos citados, anteriormente, a influência social ou os riscos sociais, que se referem
às atitudes da comunidade e outros riscos próprios da vida urbana, inclusive a violência, um dos mai-
ores problemas urbanos das grandes cidades do País atualmente.

Os serviços das empresas de distribuição de energia elétrica interferem na rotina das pessoas, não
apenas, pela interrupção do fornecimento, mas também pelas mudanças e transtornos físicos causa-
dos pela execução das atividades. Essas interferências podem gerar atitudes negativas da comuni-
dade com reflexo nos aspectos da segurança dos trabalhadores.

Os trabalhadores em serviços nas redes de distribuição estão praticamente expostos a quase todos
os tipos de riscos porquanto o local de trabalho inclui toda a área geográfica de atuação da concessi-
onária. A mesma equipe pode realizar serviços em uma área rural, com insetos, cobras e outros ani-
mais, como pode trabalhar na área urbana com trânsito intenso e grande pressão social. Pode efetuar
o trabalho sob sol ou chuva intensa; ventania; brejos; esgoto; próximo ou dentro de residências, co-
mércio e indústrias das mais variadas atividades.

Melo (2002) aponta três fatores permanentes no trabalho das equipes nos serviços em redes aéreas
de distribuição como condicionantes para o nível de risco da atividade: o trabalho em altura, o traba-
lho com eletricidade e o trabalho nas ruas.

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Para os dois primeiros, existem condições de controle que se não eliminam os riscos, pelo menos di-
minuem sua intensidade. Para o trabalho nas ruas, praticamente não existe nenhuma forma de con-
trole, ficando por conta de recomendações de caráter geral.

Mesmo existindo nas empresas normas e padrões de controle para o trabalho em altura e o trabalho
com eletricidade, a característica física de cada local não permite, algumas vezes, o cumprimento das
regras estabelecidas. Tal fato faz com que os eletricistas improvisem procedimentos por conta pró-
pria. O próprio treinamento para as atividades envolve as situações-padrões estabelecidas nas nor-
mas, considerando que os postes, equipamentos e acessórios das redes de distribuição permane-
cem, em cada local, de acordo com os padrões de engenharia e que não existe nenhum fator externo
de interferência.

Mas a situação na prática é bem diferente. Os postes, na realidade, se constituem em elementos que
fazem parte da paisagem urbana e são utilizados paralelamente para outras finalidades, autorizadas
ou não. O poste pode conter, além das redes elétricas, também cabos telefônicos e de televisão, con-
dutores, luminárias e outros equipamentos de iluminação pública, placas de identificação das ruas e
de sinalização do trânsito, cartazes e faixas de propagandas, condutores clandestinos, etc. É também
muito comum encontrar o posicionamento das estruturas e equipamentos fora das especificações es-
tabelecidas pelos padrões para montagem e construção de redes aéreas.

Todas estas situações acabam influenciando os procedimentos para a realização dos serviços, desde
a dificuldade para o correto posicionamento da escada, por exemplo, até a locomoção do eletricista
sobre o poste o que pode levá-lo, instintivamente, a adotar ações e posturas inadequadas.

Então, quando nos referimos ao local de trabalho, além do logradouro em si, estamos também consi-
derando o ponto de reparo (poste ou instalação do cliente). Dessa forma, pode-se dizer que as condi-
ções do meio ambiente onde o serviço é executado englobam as condições do ponto de reparo e as
condições próprias da região específica.

Geralmente, quando ocorre um acidente, as análises condicionam a apuração das causas apenas
aos procedimentos normativos existentes, sem se aprofundar na investigação de outros aspectos que
podem ter contribuído para o acidente, entre eles, os relativos ao meio ambiente onde a tarefa é exe-
cutada. Dessa forma, cria-se uma lacuna em relação aos aspectos da prevenção de acidentes no que
tange aos fatores ambientais, fato que estimulou a realização do presente estudo.

Os Acidentes No Setor Elétrico

Não existe uma fonte específica de dados sobre acidentes do trabalho exclusivamente em serviços
nas redes de distribuição de energia elétrica. Também são incluídos nas estatísticas os acidentes
ocorridos em todas as atividades das empresas. Porém, como a distribuição agrega a maior quanti-
dade de pessoas e é onde ocorre a maioria dos acidentes, acaba também exercendo a maior influên-
cia nas estatísticas do setor elétrico.

Os dados relativos aos acidentes com os eletricitários, categoria profissional que atua com os servi-
ços em redes de alta, média e baixa tensão entre a geração, a transmissão e distribuição de energia
elétrica, atualmente, são feitos pela Fundação COGE (Comitê de Gestão Empresarial), que assumiu
a incumbência que era atribuída ao GRIDIS (Grupo de Intercâmbio e Difusão de Informações sobre
Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho).

Com a privatização das empresas concessionárias de energia, a partir de 1995, a terceirização dos
serviços em rede de distribuição veio aumentando, gradativamente, representando hoje, na Light, por
exemplo, algo em torno de 70% do efetivo operacional.

Como a estatística oficial das empresas engloba apenas os acidentes próprios, não considerando o
serviço terceirizado, significa que os dados oficiais, atualmente, não permitem uma análise confiável.
Optamos em apresentar os dados relativos aos anos de 1996 e 1997 por ser o período que marca a
fase em que o processo de privatização estava em sua fase inicial e grande parte dos serviços opera-
cionais ainda era efetuada com mão-de-obra própria.

Conforme o GRIDIS, em um universo de 52.452 eletricitários, pertencentes a 23 empresas, foram re-


gistrados 2.043 acidentes de trabalho em 1997, sendo nove com morte (Viegas,1998)

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É importante salientar, que nem todas as empresas informam todos os dados à entidade, sendo
muito difícil a tentativa de estatísticas comparativas. O quadro 4 apresenta a estatística de acidentes
de trabalho dos anos de 1996 e 1997, elaborada pelo GRIDIS, relativa às empresas cujos dados pu-
deram ser comparados.

Incidência De Acidentes

O Quadro 5 mostra os tipos de acidentes de maior incidência dentre as empresas do setor elétrico.
Percebemos que os danos por exposição à energia elétrica, surpreendentemente, não configuram o
tipo de acidente que apresenta a maior incidência, pelo menos entre os eletricitários. De acordo com
o levantamento do GRIDIS, impactos sofridos pelos trabalhadores e queda com diferença de nível fo-
ram os acidentes mais comuns registrados entre a categoria.

Atos Inseguros E Natureza Das Lesões

Os Quadros 6 e 7 demonstram que os principais atos de insegurança, durante o trabalho em redes


elétricas são descuidos, postura ou posição insegura, não uso de EPIs e uso indevido da parte do
corpo.

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É importante ressaltar que, praticamente, não existem dados relativos a acidentes com turmas tercei-
rizadas.

Metodologia

A metodologia utilizada para a realização do trabalho consistiu basicamente em pesquisa bibliográfica


e pesquisa de campo. A pesquisa bibliográfica foi desenvolvida buscando-se associar os diversos
elementos conceituais referentes à segurança do trabalho com as características dos serviços emer-
genciais em redes de distribuição de energia elétrica.

A escassez de obras específicas sobre o assunto nos proporcionou uma pesquisa, como diz Lakatos
(1991), não apenas como uma mera repetição do que já foi dito ou escrito, mas como um exame do
tema sob novo enfoque.

O tipo de pesquisa de campo realizada foi o que Lakatos (1991) define como pesquisa exploratória
com utilização de procedimentos específicos para coleta de dados. O procedimento utilizado foi base-
ado numa técnica conhecida como "Técnica dos Incidentes Críticos", que consiste na identificação de
incidentes e acidentes de pequena gravidade que não tenham sido relatados.

Sua aplicação consiste em entrevistar um certo número de pessoas que tenham executado serviços
específicos dentro de determinados ambientes, pedindo para que descrevam atos inseguros que te-
nham cometido ou observado e condições inseguras que tenham chamado sua atenção. Os partici-
pantes são estimulados a descrever tantos "incidentes críticos" quanto eles possam recordar, sem se
importar se resultaram ou não em lesão, ou dano à propriedade (CARDELA, 1999, p. 151; SOUZA,
1999, p. 85). Lakatos (1991) classifica essa forma de entrevista como sendo do tipo despadronizada
e não dirigida, onde há liberdade total por parte do entrevistado, que poderá expressar suas opiniões
e sentimentos. A função do entrevistador é de incentivo, levando o informante a falar sobre determi-
nado assunto, sem, entretanto, forçá-lo a responder.

Identificação Dos Riscos E Sistema De Proteção

Procuramos, através da análise dos procedimentos normativos existentes para as diversas tarefas
desenvolvidas nos serviços emergenciais, identificar os riscos reconhecidamente presentes nessas
atividades, sua influência para a ocorrência de acidentes e os níveis de controle e proteção. Percebe-
mos que quase todos os serviços seguem a mesma linha, só se diferenciando basicamente na execu-
ção prática do reparo, ou seja, todos se referem à preparação do local, ao trabalho com escadas, à
postura para o trabalho, aos cuidados com a eletricidade e à influência do meio ambiente. Então, para
a realização do estudo escolhemos um procedimento normativo que pudesse espelhar as diversas
situações características desses serviços. Os procedimentos normativos operacionais na Light são
denominados Procedimento Técnico Light (PTL).

O escolhido foi o "Procedimento Técnico para Operação de Chaves sem Dispositivo de Abertura em
Carga" (PTL 0241 DT/96). Essas chaves funcionam como interruptores que seccionam (chaves de
faca) e/ ou protegem (chaves fusíveis) os circuitos de Alta Tensão. Todas as vezes que ocorrem inter-
rupções nos referidos circuitos, são realizadas várias manobras de abertura e fechamento das cha-

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ves, com o intuito de identificar e isolar o local do defeito. O mesmo tipo de manobra também é utili-
zado para a transferência de carga entre circuitos, fato bastante comum em sistemas de distribuição
e também realizado pelas equipes de emergência.

Procurando destacar os riscos apontados no procedimento técnico analisado, elaboramos um re-


sumo, apresentado no Quadro 8, cuja primeira coluna mostra os riscos descritos, a segunda coluna
associa os riscos relacionados com os prováveis tipos de acidentes pessoais consequentes, de
acordo com a NBR 14280, seção 5.3.2 e a terceira coluna assinala a existência ou não de proteção
para cada tipo de risco, apontada no PTL. Consideramos a existência de proteção apenas nos casos
em que a mesma tenha efetivamente condições de evitar a lesão, interpondo-se entre o agente
agressivo (fonte) e o alvo (homem).

A análise mostra que 70% dos riscos apontados no procedimento normativo da empresa para a exe-
cução do serviço não possuem um sistema de proteção eficiente, ficando o controle resumido a reco-
mendações, avisos, alertas e sinalizações.

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