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DOENÇAS PULMONARES

22 RELACIONADAS AO ASBESTO
Luiz Eduardo Nery
Professor Adjunto-Doutor da Disciplina de Pneumologia UNIFESP-Escola Paulista de Medicina.
Mário Terra Filho
Professor Associado da Disciplina de Pneumologia – INCOR-USP.
Ericson Bagatin
Professor Assistente-Doutor da Área de Saúde Ocupacional da UNICAMP.
Professor Adjunto-Doutor da Disciplina de Pneumologia da Faculdade de Medicina de Jundiaí

INTRODUÇÃO Os primeiros relatos científicos relacionando a


exposição a essas fibras com agravos à saúde foram
O asbesto ou amianto, fibra mineral abundante publicados no inicio do século passado. Inúmeros
na natureza, vem sendo utilizado pelo homem des- estudos epidemiológicos sistemáticos foram apresen-
de os primórdios da nossa civilização. São fibras tados, mostrando uma direta correlação entre exposi-
com propriedades químicas e cristalográficas que ção ocupacional ao asbesto e doenças pleuro-pulmo-
se caracterizam, entre outras, pela sua resistência, nares. Segundo Murray,(5) um dos primeiros relatos
seja ao fogo ou à abrasão mecânica e química, além de fibrose pulmonar nos anos 20, faz referência ao
de ser material isolante acústico e térmico. São de- termo “asbestose” empregado para descrever essa
nominados geologicamente, como minerais pneumocomiose. A relação câncer de pulmão e a
asbestiformes, classificados em dois subgrupos: os evidente causalidade com a exposição foi relatado no
serpentinitos ou serpentinas representadas pelo as- clássico estudo epidemiológico de Doll, em 1955.(6)
besto tipo crisotila ou asbesto branco e o grupo dos Também as alterações pleurais benignas – placas
anfibólios que incluem a crocidolita (asbesto azul), pleurais, mesmo na ausência de asbestose, foram
amosita (asbesto marrom), tremolita, antofilita e consideradas. O mesotelioma maligno, associado a
actinofilita. São silicatos hidratados, com composi- esse mineral foi descrito por Wagner em 1960, entre
ções químicas e físicas diferentes, de fundamental os trabalhadores da mineração de crocidolita, na África
repercussão sobre a patogênese das doenças asbes- do Sul.(7)
to-relacionadas. Seu uso comercial data do final do Mais recentemente, os estudos de mortalida-
século XIX. A produção mundial alcançou seu pico de envolvendo grande número de trabalhadores nas
entre os anos 70 e 80, em torno de 5 milhões de atividades de isolamento, construção de navios e
toneladas por ano e, desde então, observa-se um da mineração,(8;9) bem como a vastíssima literatura
declínio e estabilização ao redor de 4 milhões de disponível, colocam o asbesto, como uma das subs-
toneladas por ano. A crisotila representa 95% da tâncias químicas mais estudadas e discutidas nos
produção mundial, visto que a utilização dos últimos tempos pela comunidade científica interna-
anfibólios está proibida, tendo seu uso restrito à cional. No Brasil, apesar da utilização comercial ter se
aplicações específicas. O maior produtor mundial é iniciado no começo do século passado e, a mineração
a Rússia seguidos pelo Canadá,China, Brasil e a partir de 1940, com produção inicial de cerca de
Zimbabwe.(1; 2; 3; 4) 4.000 ton./ano até 1967 e em torno de 200.000 ton./

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Fonte: SAMA - Sociedade Anônima Mineração do Amianto
Fig.1 - Produção anual de asbesto nas minas de São Félix (Bahia -1940 a 1967) e Canabrava (Goiás início em 1967 até 2000).

ano ultimamente(2;4) (Fig. 1), apenas algumas referên- os diferentes tipos de fibras e da intensidade de expo-
cias bibliográficas estão disponíveis;(10;11;12) são rela- sição, ainda hoje, é motivo de acaloradas discussões
tos de casos pontuais de doenças pleuro-pulmonares e assunto dos mais controversos.(13) Como explicar as
associadas com a exposição ao asbesto. diferenças observadas nos diversos grupos de traba-
Iniciado em 1996 e concluído no final de 2000, lhadores com exposições distintas, no que diz respeito
o primeiro estudo epidemiológico, com metodologia aos efeitos ou agravos sobre a saúde? As pesquisas
de investigação apropriada para estimar os perfis de mais recentes procuram avaliar os efeitos das diferen-
morbidade e mortalidade, foi conduzido por um grupo tes características físicas e químicas desses minerais,
interinstitucional (UNICAMP, USP, UNIFESP, especialmente a biopersistência, bíossolubilidade, efei-
FUNDACENTRO, com a cooperação internacional tos celulares e moleculares, na tentativa de elucidar
de investidores canadenses, americanos e britânicos). esses gradientes de toxicidade biológica.(14;15;16;17) Téc-
Foi denominado: Projeto Asbesto-Mineração: “Mor- nicas modernas, como a contagem do tipo e número
bidade e Mortalidade Entre Trabalhadores Expostos de fibras de asbesto por grama de tecido pulmonar
ao Asbesto na Atividade de Mineração: 1940-1996”,(2) seco, em fragmentos de biopsia ou material de autop-
devendo seus resultados serem encaminhados breve- sia, tem-se revelado da maior importância para a ca-
mente à publicação em periódicos de circulação naci- racterização diagnóstica e prognóstica, estabelecimento
onal e internacional. do nexo-causal e análise de risco da exposição
ambiental e ocupacional a esse agente.(18) Nesse sen-
Efeitos Biológicos tido, esta técnica tem proporcionado uma avaliação
das fibras de asbesto mais adequada em relação a exposições passadas
onde, pela história ocupacional não foi possível evi-
Desde as primeiras discussões sobre os efeitos à denciar a presença de anfibólios.
saúde associados com a produção e utilização desse Todos os tipos de asbesto podem induzir fibrose
mineral, a caracterização da toxicidade relacionada com pulmonar, câncer de pulmão, mesotelioma da pleura,

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peritônio e pericárdio e alterações pleurais benignas. pos de asbesto (fibra de asbesto revestida com íons
Os efeitos dessa fibra sobre outros órgãos ou tecidos férricos) no tecido pulmonar, maior que o descrito na
são descritos na literatura. Com exceção do população geral.(3;22;23)
mesotelioma de pleura e peritônio, as demais doenças
dependem da relação dose-resposta, ou seja, con- Patologia
centrações variáveis de fibras de asbesto nos ambien-
tes de trabalho tem relação direta com a patogênese Microscopicamente, ocorre fibrose intersticial
dessas doenças.(19) Dessa forma a identificação e a difusa e bilateral, mas predominantemente nas regiões
quantificação do nível de fibras entre indivíduos, póstero-basais dos lobos inferiores, próximo à super-
ambiental e ocupacionalmente expostos, é fundamen- fície pleural e em sua evolução, a fibrose avança para
tal no estabelecimento e analise do risco inerente a as porções centrais do parênquima. Nas fases mais
essa exposição. Assim, a dose, tipo, dimensão, dura- avançadas, pode-se observar a formação de
bilidade, características químicas de superfície dessas faveolamento. Como estes achados são inespecíficos,
fibras influenciam, decididamente, nas diferentes eta- o diagnóstico histológico de asbestose requer portan-
pas da toxicidade, carcinogênese e fibrogênese.(20) to, a identificação de fibrose intersticial difusa num
A deposição ou eliminação dessas fibras no trato pulmão bem inflado, distante de regiões com lesões
respiratório, conseqüentemente decorrem da concen- tumorais ou outras massas e a presença de 2 ou mais
tração, forma e tamanho dessas partículas. Sabe-se corpos de asbesto numa área de secção de tecido de
que poeiras com diâmetro maior que 10µm, dificilmente 1cm2.(22)
atingem os pulmões. Entretanto, podemos encontrar Em casos de forte suspeita de asbestose, onde
fibras longas (200-300 µm) e finas (< 5 µm) no tecido não são detectados corpos de asbesto, o diagnóstico
pulmonar. A presença dessas fibras na via aérea esti- diferencial com fibrose pulmonar idiopática deve ser
mula o macrófago alveolar e outras células na produ- feito somente pela contagem de fibras não revestidas
ção de citocinas, iniciando uma reação inflamatória que no tecido pulmonar, que deve situar-se acima do limite
evoca um processo de reparação tissular culminando superior da normalidade obtido em estudos controles.
em fibrose intersticial persistente e progressiva. Em
relação ao câncer, os efeitos da toxicidade celular e Epidemiologia
molecular, podem acarretar morte celular, mutações e
aberrações cromossomiais com transformação celu- Asbestose tem sido relacionada em vários estu-
lar maligna.(21) Alguns autores consideram os anfibólios, dos, à magnitude e a duração da exposição ao asbes-
especialmente a crocidolita, mais carcinogênica que a to. Quanto maior o tempo e a intensidade da exposi-
crisotila para células mesoteliais .(18) Esses mecanis- ção, maiores são as possibilidades de ocorrência e da
mos da patogênese ainda não estão totalmente escla- gravidade doença .
recidos e necessitam estudos futuros para sua melhor Foram detectados casos de asbestose, muitos
compreensão.(17) anos depois de exposição curta, mas extremamente
intensa, como na indústria têxtil 50 anos atrás. Poste-
Asbestose riormente, foi observado quadro semelhante em tra-
balhadores não protegidos, utilizando “sprays” de as-
Consideramos asbestose como uma fibrose besto seco.
intersticial pulmonar conseqüente à exposição à poei- Embora trabalhos da década de 20 e 30 façam
ra de asbesto.(16;22) referência ao tempo de latência de 5 anos para apa-
As manifestações clínicas e as alterações recimento da doença, os estudos das últimas décadas
anátomo-patológicas não são significantemente distin- tem referido período de latência de 15 anos ou mais
tas para separá-la de outras causas de fibrose pulmo- para ocorrência de asbestose.(3) Com as medidas atu-
nar; sendo necessário para estabelecimento do “nexo ais de higiene ocupacional, longos períodos de latência
causal”, história de significante exposição à poeira de (30 a 40 anos) e menores alterações pulmonares são
asbesto no passado e/ou detecção de fibras ou cor- esperadas.(3;24)

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Quadro Clínico sição ocupacional à poeiras. A presença de pequenas
opacidades irregulares (s,t,u), com profusão de grau
Um dos sintomas mais importantes da asbestose 1 ou maior, visualizadas nos 2/3 inferiores dos pul-
é a dispnéia, e o sinal de exame físico mais descrito mões, são compatíveis com o comprometimento pul-
são estertores creptantes nas base pulmonares. Ou- monar. Nos estágios mais avançados notamos acen-
tros sintomas como tosse e expectoração são prova- tuação do infiltrado intersticial, culminando no
velmente relacionados às doenças das vias aéreas; dor faveolamento ou “honeycombing”, associado à
torácica e baqueamento digital são sintomas distorção significante do parênquima. Embora estas
inespecíficos, provavelmente de eventual doença as- alterações não sejam exclusivas da asbestose, quan-
sociada.(24) do associadas à placas pleurais o diagnóstico de
Em estudo realizado pelo nosso grupo(25), a ava- asbestose tem que ser considerado como de alta pro-
liação clínica de pacientes com asbestose provenien- babilidade, desde que comprovada a real exposi-
tes da indústria do fibrocimento e da mineração, mos- ção(3;22;23;24) (Figura 2).
trou que dispnéia foi o sintoma mais referido e depen- Nos últimos anos, tem sido utilizado com maior
dendo da escala de dispnéia utilizada, sua ocorrência frequência a Tomografia Computadorizada (TC) e
variou de 31% (Escala de Mahler) a 72% (Escala do principalmente da Tomografia Computadorizada de
MRC). A maioria dos casos referia dispnéia de leve a Alta Resolução e cortes finos (TCAR) no diagnóstico
moderada intensidade. Estertores creptantes foram ra- das alterações pleuro-pulmonares associadas ao as-
ramente observados nestes pacientes. besto.(26)
Embora a baixa disponibilidade e o custo eleva-
Avaliação Radiológica e Tomográfica do Tórax do ainda limitem o uso da TCAR como instrumento
de investigação epidemiológica, seu emprego na ava-
O Radiograma de tórax, realizado e classificado liação clínica está se tornando mandatório, sendo hoje
segundo as recomendações da OIT, 1980, ainda é o praticamente indispensável na detecção das imagens
instrumento mais aceito para investigação intersticiais iniciais, no diagnóstico das anormalidades
epidemiológica de populações com história de expo- pleurais e na investigação de prováveis neoplasias de

Fig.2 - Radiograma do tórax e Tomografia Computadorizada


de Alta Resoluçào de paciente com asbestose, mostrando
comprometimento intersticial, inlusive com áreas de
faveolamento.

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pleura e pulmão. dados refletem características clínicas e funcionais
Na TCAR, obrigatoriamente realizada em distintas das referidas em outros estudos. Desde a ob-
decúbito ventral, identificamos na asbestose: servação original de Murray em 1907, tem sido
espessamento dos septos interlobulares, bandas que descritas mudanças progressivas na ocorrência e
estendem-se da pleura ao parênquima, pontos e li- gravidade das alterações funcionais ventilatórias e
nhas subpleurais e nos estágios mais avançados, de trocas gasosas. Diferenças na exposição cumu-
anormalidades císticas tipo faveolamento e lativa, tipo de fibra utilizada e cuidados de prote-
bronquiolectasias de tração (sinais de alta predição ção no ambiente de trabalho são os fatores que mais
de fibrose intersticial). Estas alterações são habitu- provavelmente contribuiram para a mudança das
almente localizadas nas regiões periféricas e poste- características dos casos de asbestose identificados
riores dos lobos inferiores(17;22;26) (Figura 2). atualmente, quando comparados aos descritos na
No projeto Asbesto-Mineração(2) citado anteri- primeira metade do século passado.(2;3;22;23;27)
ormente, foram realizadas 767 TCAR, sendo consta-
tado a maior sensibilidade desta em relação ao radio- ANORMALIDADE PLEURAIS BENIGNAS
grama de tórax na identificação das alterações RELACIONADAS AO ASBESTO
intersticiais. Por outro lado, um número expressivo de
indivíduos com alterações radiológicas (1/0 ou mais), Estas, são habitualmente agrupadas em:
a TCAR não mostrou comprometimento intersticial pul- a) derrame pleural benígno,
monar, mostrando também a maior especificidade deste b) placas pleurais,
exame. Dos 35 casos de asbestose identificados, em c) espessamento pleural difuso e
4133 indivíduos avaliados, 14 deles tinham profusão d) atelectasia redonda.
radiológica 0/0 ou 0/1 e 21, profusão 1/0 ou maior.
Derrame Pleural Benígno
Função Pulmonar
Os mecanismos básicos da formação do derra-
Distúrbio ventilatório restritivo tem sido descrito me são desconhecidos. O contacto direto das fibras
como característico de asbestose; e distúrbio de asbesto, provenientes da drenagem linfática, com
ventilatório obstrutivo de pequenas vias aéreas, su- as células pleurais, parece ser o evento primário le-
gerido como a anormalidade funcional precoce. vando à liberação de fatores quimiotáticos para
Entretanto, esta última é alteração inespecífica e neutrófilos e outras células inflamatórias; sendo suge-
mais comumente atribuída ao tabagismo. Redução rido como o fator inicial e de manutenção do processo
de capacidade de difusão pulmonar e hipoxemia inflamatório.(3)
arterial desencadeada por esforço físico são tam- A presença do líquido exsudativo é transitória,
bém identificadas, podendo ocorrer mesmo nas fa- freqüentemente levando à cicatrização e espessamento
ses iniciais da doença.(3;24;27) pleural costo-diafragmático. O volume de fluido é usu-
No projeto Asbesto-Mineração,(2) das 4076 almente menor que 500ml, podendo o derrame ser uni
espirometrias analisadas nos indivíduos expostos ao ou bilateral.
asbesto, por volta de 20% foram alteradas; e des- A caracterização diagnóstica de derrame pleural
tas, distúrbio ventilatório obstrutivo foi observado benígno é freqüentemente feita por exclusão. A maio-
em 80% dos casos. Especificamente nos pacientes ria dos casos foi detectada em exames de rotina de
com asbestose, das 33 espirometrias analisáveis, (2 trabalhadores ou ex-trabalhadores assintomáticos,
pacientes não colaboraram na realização dos tes- expostos ao asbesto; sendo que um terço dos casos
tes) distúrbio ventilatório restritivo foi observado apresentava-se com dispnéia e dor torácica. Raramente
em 9% e obstrutivo em 21% dos casos. Da mesma há alteração significativa dos testes de função pulmo-
forma, alterações difusionais e hipoxemia no exer- nar.
cício foram encontradas em menos de 10% dos pa- Radiologicamente o derrame oblitera o ângulo
cientes com asbestose estudados (n = 28).(2) Estes costo-frênico e pode ser mobilizado no decúbito late-

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ral, sendo a TCAR indicada para auxiliar no diagnós- cas aparecem como espessamentos lineares e com
tico de exclusão de mesotelioma. Biópsia pleural é margens bem marcadas. Podem ocorrer entretanto
comumente indicada, para excluir outras causas de desde formas arredondadas ou nodulares até formas
derrame pleural. finas e homogêneas, de difícil delimitação nas margens.
Embora Epler (28) tenha descrito incidência de Em especial deve-se estar atento para as placas em
pleurisia benígna em 3% dos indivíduos expostos ao frontal, “face on”, que podem simular lesões
asbesto, como a única manifestação presente nos pri- parenquimatosas (Figura 3).
meiros 10 anos de exposição, raramente temos de- A TC e a TCAR sem dúvida trouxeram avanço
tectado esta anormalidade pleural nos indivíduos ex- significante na detecção das placas (Figura 3), tanto
postos e procedentes quer da mineração, quer da in- no sentido de maior sensibilidade: detecção na região
dústria do fibrocimento. Algumas explicações podem para-vertebral e diafragmática, não visíveis no radio-
ser aventadas: estamos analisando principalmente ex- grama de tórax; assim como, maior especificidade na
trabalhadores, com longo período de latência; a ex- diferenciação das placas em relação à gordura extra
posição cumulativa, o tipo de exposição e o tipo de pleural, ou projeções musculares, que seriam errone-
fibra presentes nas duas populações analisadas pro- amente referidas como placas no Rx de tórax.(2;22;26)
vavelmente foram diferentes. Estes indivíduos são habitualmente assin-
O derrame pleural benígno habitualmente regride tomáticos e raramente existe comprometimento da fun-
espontaneamente sem seqüelas ou com cicatrização ção pulmonar, exceto quando ocorre espessamento
pleural mínima. pleural difuso associado. Na evolução, as placas po-
dem se tornar confluentes e calcificadas, mas não existe
Placas Pleurais relato de malignização das mesmas.

Placas pleurais representam áreas circunscritas Espessamento Pleural Difuso


de espessamento fibroso, localizadas na pleura parietal.
Habitualmente são áreas focais e irregulares, localiza- É uma doença da pleura visceral. O mecanismo
das adjacentes à parte externa da pleura parietal, sen- etiopatogênico mais aceito é a cicatrização de um der-
do na realidade extra pleurais. Raramente podem se rame pleural benigno, resultando em áreas de
formar adjacentes à pleura visceral e nas fissuras espessamento pleural que podem se estender às
interlobares. fissuras interlobares e interlobulares. Outros meca-
Placas pleurais são as manifestações mais fre- nismos menos aceitos são: confluência de grandes
qüentes da exposição ao asbesto, sendo considera- placas pleurais e extensão da fibrose sub-pleural para
das o marcador mais acurado de exposição quando a pleura visceral.
ocorrem bilateralmente. O tempo de latência para No Rx de tórax, o espessamento pleural difuso
aparecimento destas placas varia de 20 a 30 anos aparece como opacidade pleural maior que 25% de
embora existam relatos com períodos de 3 a 57 extensão na parede torácica, com obliteração do
anos.(3;22;24) ângulo costo-frênico. O acometimento bilateral é o
Histologicamente as placas apresentam fibrose maior preditor da associação com exposição ao as-
hialina, sendo localizadas na porção sub-mesotelial da besto. Diagnóstico diferencial deve ser feito com
pleura parietal, usualmente na margem costal, diafrag- doenças infecciosas pleurais, principalmente em re-
mática e áreas para-espinais. Podem ocorrer também giões de alta prevalência destas.
no pericárdio e na pleura mediastinal. Estas placas são Na TC ou TCAR observamos habitualmente
compostas de camadas de colágeno acelular sendo a espessamento com extensões de 5cm a 8cm (lateral e
superfície coberta com fina camada de células longitudinal) com espessura >3 mm. Ocorre extensão
mesoteliais. Em determinados casos ocorrem focos da fibrose aos espaços interlobares e interlobulares
de calcificação nas placas. Fibras e corpos de asbes- formando imagens referidas como “crow’s foot” e
to não são habitualmente identificados. atelectasia redonda.
Do ponto de vista radiológico, tipicamente as pla- Clinicamente, dispnéia aos esforços e tosse seca

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Fig.3 - Radiograma do Tórax mostrando placas
frontais, e TCAR mostrando placas pleurais
parietais e diafragmáticas bilaterais, com aspecto
nodular e em platô

são os sintomas habitualmente relatados. Quando o O paciente é habitualmente assintomático, sendo


envolvimento pleural é unilateral o comprometimento encaminhado com a suspeita de tumor de pulmão. Ain-
funcional ventilatório é pequeno, entretanto, quando da hoje vários destes “pseudo-tumores” são resseca-
bilateral e principalmente quando houver associação dos. Com o advento da TC, da TCAR, e da Tomografia
com asbestose, poderemos observar quadro de dis- com emissão de positrons (PET-SCAN), a exclusão
túrbio ventilatório restritivo moderado à acentuado, de processo malígno é feita com razoável segurança.(29)
além de anormalidades significantes nas trocas gaso- Radiológica e tomograficamente as característi-
sas pulmonares.(3;22;23) cas mais marcantes da atelectasia redonda são: lesão
arredondada com 2 a 7cm com base adjacente a
Atelectasia Redonda pleura e sombras curvilineares que se extendem do
hilo (rabo de cometa). Quando a localização é
Trata-se de anormalidade pleuro-paren- intrapulmonar existe espessamento pleural adjacente
quimatosa induzida pela exposição ao asbesto, causa- à lesão, espessamento da fissura interlobar e evolu-
da por espessamento pleural focal, com retração e ção lenta, em contraste com os tumores que tem
colapso parcial, com torsão do pulmão adjacente. evolução rápida.(3)
Descrita raramente no radiograma de tórax convenci- Embora a lesão seja de natureza benígna, após
onal, tem sido mais freqüentemente relatada com o ad- diagnóstico estabelecido por critérios previamente
vento da TC e da TCAR. mencionados, recomendamos seguimento clínico, ra-

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diológico e tomográfico, periodicamente. alterações sugestivas de asbestose em 57 (34%), fi-
cou evidente em termos de pesquisa, que o estudo
CÂNCER DE PULMÃO populacional com a utilização de propedêutica arma-
da utilizando apenas a radiologia convencional é insu-
Introdução ficiente para a identificação de casos de asbestose.
Com base nos conhecimentos atuais, podemos
Adenocarcinoma de pulmão é considerado por considerar que são necessárias altas exposições cu-
alguns autores como o tipo histológico mais comum mulativas ao asbesto (>25 fibras/ano), e um intervalo
de câncer relacionado ao asbesto. Entretanto Churg(30) de tempo de pelo menos 10 anos da primeira exposi-
fazendo meta-análise de múltiplos estudos realizados ção para que possamos atribuir o câncer pulmonar a
na literatura médica recente concluiu que os 4 grandes esta fibra.(22) A presença de asbestose é um indicador
tipos histológicos (carcinoma epidermóide, carcinoma de alta exposição e pode ser considerada um risco
de pequenas células, carcinoma de grandes células e adicional quando comparada apenas com a exposi-
adenocarcinoma) ocorrem nos expostos, na mesma ção. A contagem e a identificação dos tipos de fibras
proporção que no grupo controle. encontradas no pulmão, podem contribuir de maneira
O risco de câncer nesta população é pelo menos importante no estabelecimento do vínculo causal.
10 vezes maior que no grupo controle(6) e 50 vezes
superior se além de exposto, o indivíduo é fumante. Diagnóstico
Quanto à localização da neoplasia, não existe
nenhuma preferência se central ou periférica, lobos A avaliação clínica, o diagnóstico e o tratamento
superiores ou inferiores, quando comparamos po- de câncer pulmonar ocupacional são realizados da ma-
pulações de expostos ao asbesto ou não. Entretan- neira tradicional. Devemos considerar entretanto que
to não podemos deixar de registrar o trabalho con- o risco de neoplasia maligna no grupo de expostos ao
duzido por Karjalainen, em 1993, que identificava amianto é muito maior, de tal maneira que diante de
108 trabalhadores expostos ao asbesto, portadores anormalidades clínicas e/ou radiológicas devemos fa-
de câncer de pulmão, localizados preferencialmen- zer exploração extensa e cuidadosa e frequentemente
te em lobos inferiores, independentemente da pre- com a utilização de métodos invasivos.(3;6;22)
sença de asbestose.(31)Atualmente existe grande con- Uma particularidade do grupo de expostos ao
trovérsia se o risco de câncer de pulmão é maior em asbesto é a maior prevalência de atelectasia redonda,
trabalhadores expostos ao asbesto, independente da que são caracterizadas radiologicamente como opaci-
presença de asbestose. A literatura médica é farta em dades, nódulos ou massas junto a pleura, e que muitas
trabalhos que apontam a necessidade do encontro de vezes não podem ser diferenciadas de neoplasias ma-
asbestose para que possamos atribuir à exposição lignas mesmo com a utilização de tomografias pulmo-
ocupacional o risco aumentado de neoplasia de pul- nares. Aqui no Brasil o nosso grupo tem utilizado com
mão. Por outro lado, existem pesquisas bem consis- bons resultados na caracterização de atelectasia re-
tentes que concluem que a exposição ao asbesto ba- donda, a tomografia por emissão de pósitrons (PET-
seada nas histórias clínica e ocupacional é suficiente SCAN), reduzindo de maneira acentuada as indica-
para tal assertiva. Devemos considerar, entretanto, que ções de biópsia pulmonar.(29)
a maioria destes trabalhos, estudou os expostos em
bases clínicas, ocupacionais e radiologia torácica con- MESOTELIOMA
vencional (OIT, 1980)(32) , sendo fundamental a avali-
ação do risco, especialmente em relação a dose ou a Introdução
exposição cumulativa.
Desde 1989, quando Staples(26) demonstrou que O mesotelioma maligno é um tumor raro que
169 trabalhadores expostos ao asbesto com radio- pode acometer a pleura e que na grande maioria dos
grama de tórax normal e que a tomografia casos esta relacionado com a exposição ao asbesto,
computadorizada de alta resolução (TCAR) apontou mas não ao tabagismo. Dos tipos de fibras relaciona-

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das ao desenvolvimento desta neoplasia destacam-se o reconhecimento desta neoplasia. Atualmente em
os anfibólios (crocidolita, amosita, tremolita). A crisotila grande número de casos é necessário a utilização de
produzida no Brasil tem uma importância menor na diversos marcadores imuno-histoquímicos para que
gênese desta doença. Outro ponto de destaque é o possamos firmar diagnóstico de certeza. O tratamento
longo período de latência, 30 a 40 anos, entre a expo- habitualmente é paliativo e feito com o propósito de
sição e o aparecimento do mesotelioma. controle da dor; o prognóstico é reservado.

Diagnóstico PROGNÓSTICO E SEGUIMENTO DAS


DOENÇAS RELACIONADAS AO ASBESTO
A história clínica, exame físico e alterações radi-
ológicas e tomográficas, sugerem o diagnóstico. A prin- No Brasil não há até o presente qualquer es-
cipal característica do quadro clínico é a dor, acom- tudo epidemiológico prospectivo analisando doenças
panhada nos casos avançados de perda de peso e asbesto-relacionadas; sendo entretanto referido em
dispnéia. O derrame pleural é comum e recidivante. A outros países, que por volta de 20% dos casos de
manifestação radiológica mais freqüente é a imagem asbestose diagnosticados apresentam progressão da
de espessamento pleural difuso, irregular ou bocelado. doença.(3;24) Exposição cumulativa, tipo de fibra utili-
A tomografia computadorizada evidencia naqueles zada e susceptibilidade individual são os fatores
casos mais característicos o espessamento pleural com determinantes do maior risco de surgimento e progres-
bordo interno irregular, por vezes nodular e são da doença. Embora seja descrito aparecimento
circunferencial (encarceramento pulmonar)(3;22) (Figu- das lesões pleuro-pulmonares anos após o afastamento
ra 4). da exposição, existem hoje evidências experimentais
Grandes fragmentos pleurais obtidos por de que a interrupção da exposição reduz a taxa de
toracoscopia ou biópsia a céu aberto são necessários progressão de asbestose.(3;20)
para o estabelecimento do diagnóstico de certeza. In- No que diz respeito ao seguimento dos traba-
felizmente fragmentos pleurais obtidos através de agu- lhadores e ex-trabalhadores expostos, mas sem anor-
lhas geralmente são insuficientes para caracterizar o malidades pleuro-pulmonares, recomendamos: avali-
mesotelioma. Diferenciação com adenocarcinoma em ação clínica, radiológica e espirométrica anual. Na-
certos casos é bastante complexa, dificultando muito queles com alta exposição cumulativa, principalmente

Fig.4- Radiograma do tórax e TCAR


de paciente com mesotelioma
malígno, acometendo o hemitórax direito.

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anterior a 1980, ou naqueles que trabalharam com effects. Br J Ind Med, 1990,47:361-365.
anfibólios, indicamos além do controle descrito, avali- 6.Doll R. Mortality from lung cancer in asbestos workers. Br J
Ind Med, 1955, 12: 81-6.
ação inicial e seguimento por TCAR. 7.Wagner JC, Lieggs CA, Manchand P. Diffuse pleural
Na eventual detecção pela TCAR de anor- mesothelioma and asbestos exposure in the Month-Western
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(asbestose), recomendamos além do controle anual 8.Selikoff IJ, Hammond EC, Seidman H. Mortality experience
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avaliação clínica. The 1891-1920 Birth cohort of Quebec Chrysotile miner and
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peita de neoplasia pleural ou pulmonar deve ser
extensivamente investigada, utilizando os procedi- 10.Nogueira DP, Certain DA, Uesugui SJ, Ribeiro HP.
Asbestose no Brasil: Um risco ignorado. Rev. Saúde Publ.
mentos invasivos já descritos. 1975, 9: 427-432.
Em função dos conhecimentos atuais da 11.Algranti E, Lima CQB, Vieira AV. Asbesto e carcinoma brôn-
etiopatogenia da asbestose, novos avanços no di- quico: pesquisa de fibras em tecido pulmonar de três pacien-
agnóstico e prevenção deverão ocorrer na próxima tes portadores de carcinoma brônquico. Rev Paul Med 1989,
década.(16;17) Deve-se ressaltar entretanto, que a ex- 107: 133-138.
12.De Capitani EM. Alterações pulmonares e pleurais causa-
tração e o processamento criteriosos destes mine- das pela exposição ao asbesto: Uma revisão. J Pneumol, 1994;
rais ainda são e serão a melhor e mais eficaz forma 20: 207-218.
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Os autores agradecem as contribuições dos Pro- 15.McDonald JC, McDonald AD. Chrysotile, tremolite and
fessores Jorge Issamu Kavakama, Reynaldo Tavares carcinogenicity. Ann Occup Hyg 1997,41:699-705
Rodrigues e Vera Luiza Capelozzi por informações 16.Mossman BT, Churg A. Mechanism in the pathogenesis
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