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SIEMENS Micromaster 420/430/440 – Comunicação USS S71200

Micromaster 420/430/440
Guia prático de orientação da comunicação entre Micromaster e S71200 via TIA Portal
V13.

Mateus Pinheiro Camargo, André Luís Braga.

Objetivo: Explicar como funciona a comunicação USS e troca de dados entre um S7 1200 e um
Micromaster 440 via TIA Portal V13.

Aviso: Este documento apresenta dicas e exemplos sobre o produto e supõe que o leitor possua conhecimento básico prévio
sobre o mesmo. Para informações completas e atualizadas, deve-se consultar o manual do produto. O intuito deste texto é
meramente didático, podendo ser alterado pela Siemens sem aviso prévio. Os exemplos devem ser adaptados ao uso final e
exaustivamente testados antes de utilizados em projetos reais.

Índice
1. Configurações do Drive MM440...................................................................................... 1.
2. Configurações do CLP S7 1200..................................................................................... 3.
3. Teste da Comunicação entre CLP e MM440................................................................... 8.
4. Referências.................................................................................................................... 10.
5. Suporte Técnico............................................................................................................. 11.

1. Configurações do Drive MM440

Abaixo segue as informações necessárias para realização da comunicação entre um


CLP S7 1200 e um Micromaster 440. No drive, basicamente você precisa alterar os parâmetros
de endereçamento de Rede, a taxa de transmissão de dados (baudrate), tamanho do PZD
(quantas words que serão trocadas ciclicamente) serão enviadas, tamanho do PKW (quantas
words que serão trocadas aciclicamente) e os parâmetros que o drive irá enviar/receber em
relação ao CLP: Status Word, Setpoint, Dados de corrente, tensão, frequência, etc.

Neste exemplo foi utilizado o barramento COM Link do drive para comunicação, ou seja,
foram utilizados os terminais 29 (P+) e 30(N-) e o Módulo CM1241- RS485, assim como visto
na figura abaixo:

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Figura 1 – Esquema de ligação do cabo de comunicação via Rede USS

Neste projeto foram dados os seguintes comandos através do CLP: Comando de


ON/OFF1, OFF2 e troca de dados, recebendo dado de tensão no link DC (r0026) e tensão de
saída (r0025).

Como dito anteriormente, a parametrização por parte do drive será a seguinte:

Seleção do comando de liga e seleção da referência de velocidade:

- P0700[0]=5 (Seleção do comando de liga via Rede USS COM Link)


- P1000[0]=5 (Seleção da frequência via rede USS COM Link)

Parâmetros da Rede USS:

- P2009[0]=0 (Denormalização do Setpoint desabilitada)


Obs: Com a denormalização desativada, o drive irá aceitar o comando de setpoint vinda
da segunda Control Word, que irá variar de 0 a 100% obedecendo de 0 a 4000H.
- P2010[0]=8 (Valor da taxa de transmissão de dados (Baudrate).
O valor definido para o baudrate necessita ser o mesmo definido na rede USS e
também no bloco programado no TIA Portal V13, neste caso o valor 8, significa uma
taxa de 38400 baud.
- P2011[0]=7 (Endereço do Drive na rede USS),

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Este parâmetro define o valor do endereço do Drive na rede USS. O valor definido
necessita ser o mesmo programado no bloco do TIA Portal V13.

Tamanhos dos PZDs e PKWs:

- P2012[0]=4 (Tamanho do PZD que será enviado ao CLP para troca de informações,
tem que ser o mesmo setado no bloco do TIA Portal V13 e neste caso serão trocadas 4
Words).
- P2013[0]=4 (Tamanho do PKW que será enviado ao CLP para troca de informações,
tem que ser o mesmo setado no bloco do TIA e neste caso serão trocadas 4 Words).
Obs: Para funcionamento do bloco no TIA Portal V13, o tamanho de PZD e PKW devem
ser IGUAIS.

Palavras enviadas ao CLP:

- P2019[0]=52.0 (Primeira Status Word enviada a primeira word)


Neste caso é necessário o envio da mesma, para que o CLP assuma o controle do
Drive. Caso queira mais detalhes da Status Word, veja o parâmetro r0052 na lista de
parâmetros do Micromaster 440.
- P2019[1]=21.0 (Segunda Word associada ao setpoint)
- P2019[2]=26.0 (Parâmetro de leitura de tensão do link DC associada a terceira word)
- P2019[3]=25.0 (Parâmetro de leitura de tensão de saída associada a quarta word)

Obs: No caso de leituras de valores das variáveis, é importante adequar os parâmetros


de referência do drive, com os dados de placa inseridos no comissionamento. Por
exemplo, neste guia o dado de tensão nominal do motor é de 230V (Parametrizado no
P0304=230V), portanto a adequação correta para tratativa dos valores é que no
P2001=230V.

2. Configurações do CLP S7 1200

Para realizar a comunicação entre uma CPU S7 1200 e um Drive MM440 via
protocolo USS é necessário configurar dois blocos de instruções no programa da CPU
para comunicação USS: “USS_PORT” e “USS_DRV”.

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O bloco de comunicação “USS_PORT” é responsável por gerenciar a


comunicação em uma rede USS. No programa do CLP deve ser usado uma instrução
“USS_PORT” por porta de comunicação PtP (ponto a ponto) para ou a partir do drive.
Além disso, todas as instruções USS que são atribuídas a uma rede USS e a uma porta
de comunicação PtP devem utilizar o mesmo DB instance.
O bloco de instrução “USS_DRV” é responsável por trocar informação com o
drive através da criação de mensagens de solicitação e interpretação das mensagens
de resposta do inversor de frequência. Um instrução separada deve ser usada para
cada drive na rede, porém todas as instruções USS atribuídas para uma rede USS e um
módulo de comunicação PtP devem o mesmo DB instance. O programador deve criar o
DB quando a primeira instrução “USS_DRV” for inserida no programa. Quando a
instrução “USS_DRV” for executada pela primeira vez, o drive indicado no endereço
USS (parâmetro do drive) é inicializado no DB instance. Depois dessa inicialização, a
instrução “USS_PORT” pode começar a comunicação com o drive indicado no
endereço USS. Uma troca do endereço do drive requer uma troca do status do CLP de
STOP para RUN, pois isso inicializa o DB instance do programa.
Agora serão adicionados os blocos de comunicação USS para o S7 1200. Nesse
exemplo, a configuração da comunicação será feita dentro do main block (OB1). Assim,
na aba instructions, o programador deve arrastar e soltar os blocos de comunicação
USS_PORT e USS_DRV para as linhas do programa. Esses blocos de comunicação se
encontram em communication >> communication process >> USS. Seguem imagens
ilustrativas:

Observação 01: Quando os blocos de comunicação MB_COMM_LOAD e


MB_MASTER são adicionados, automaticamente são criados os instances DBs desses
blocos, ou seja, quando o bloco for arrastado para as linhas do programa aparecerá um
Pop Up sobre a criação dos DB's. Nesse exemplo, os blocos de comunicação foram
associados aos DBs 2 e 3.

2.1) Parametrização do bloco USS_PORT:

Na configuração do bloco “USS_PORT” são necessários três parâmetros de entrada:


“PORT”, “BAUD” e “USS_DB”.

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O parâmetro "PORT" é onde se entra o ID da porta que está sendo utilizada


para comunicação, no caso desse exemplo é a CM 1241 (RS485). O ID da CM pode ser
adicionado de duas maneiras: procurando pela CM ou entrando o número de ID do
hardware. No exemplo, entramos com o ID do hardware (esse valor pode ser
encontrado: “device configuration” >> “properties” >> “hardware identifier”), 270. O
parâmetro "BAUD" é o valor da baudrate da comunicação. Na programação do
Micromaster esse valor é configurado no P2010[0] e o mesmo valor deve ser
configurado no bloco, nesse exemplo foi selecionado 38400 bps. Por fim, no parâmetro
“USS_DB”, deve ser entrado o DB instance criado quando o bloco USS_DRV foi
inserido no programa, nesse caso, o DB criado foi o DB1, desse modo deve se entrar o
valor %DB1 no parâmetro do bloco.

Além disso, foi criado um lógica para armazenar o status do bloco “USS_PORT”
no caso de um erro ter ocorrido. Para isso, a lógica é quando um bit de erro ocorrer no
bloco, o valor do status do bloco é transferido para uma memória auxiliar. A imagem
com a configuração do bloco e a lógica para armazenamento segue:

Figura 2 – Bloco USS_PORT via Rede USS

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2.2) Parametrização do bloco USS_DRV:

O bloco “USS_DRV” possui uma vasta gama de parâmetros a serem configurados e


isso varia de aplicação para aplicação. Do lado esquerdo do bloco estão os parâmetro
de configuração e escrita do CLP no drive, enquanto que do lado direito do bloco estão
os parâmetros de status do bloco e leitura de valores do drive pelo CLP.

Nesse FAQ, o bloco foi configurado para ligar (RUN) por um entrada digital física no
CLP (%I0.0) e fazer parada por inércia (OFF2) por outra entrada digital física no CLP
(%I0.1). Obs: a parada por inércia é acionada com o bit referente na primeira Control
Word do drive vai de 1 para 0; portanto, para que o drive ligue, a entrada digital deve
estar em alto (valor = 1). A direção de rotação pode ser configurado no parâmetro “DIR”
do bloco, no exemplo ela está com valor 1 (true), ou seja, indica que a direção é para
frente quando o parâmetro “SPEED_SP” é positivo. O parâmetro “DRIVE” é o
endereço USS do drive na rede, que pode ser encontrado no parâmetro P2011[0]. O
parâmetro “PZD_LEN” é o tamanho dos telegramas que serão trocados entre CLP e
Drive, esse valor deve estar casado com o parâmetro P2012[0] e P2013[0] do drive,
nesse exemplo foi utilizado 4 telegramas de escrita e 4 telegramas de leitura.

No parâmetro “SPEED_SP”, o programador configura o valor de setpoint do


inversor de frequência, esse valor deve ser entrado em termos de porcentagem, ou
seja, o valor varia de 0 até 100% do valor nominal do configurado no comissionamento
do MM4. No exemplo, nosso motor trabalha com um valor nominal de frequência de 60
Hz, ou seja, se entrarmos o valor 50 no parâmetro o motor operará em 30 Hz e se
entrarmos o valor 100 o motor operará em 60 Hz.

No lado direito do bloco temos as opções STATUS 1, 3, 4...8, que são referentes as
ControlWords de leitura de valores do drive pelo CLP. A primeira Control Word (Status1)
por default da comunicação dos inversores Siemens é Control Word, onde o
programado pode encontrar os 16 bits de informação de status do drive (ON/OFF1,
OFF2, OFF3,”Pulse Enable”, etc...) A Control Word 2, também por definição, é a
velocidade de rotação, porém no bloco USS_DRV, esse parâmetro de leitura está como
SPEED.

Os Status 3...8 são status livres e podem ser configurados a gosto do programador
na parametrização do drive. Nesse exemplo, parametrizamos nos índices 3 e 4 do
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P2019, os valores referente a tensão no link DC e tensão de saída do drive (r0026.0 e


r0025.0, respectivamente). Além disso, memórias auxiliares foram adicionadas ao bloco
para que esse valores fossem armazenados e tratados, pois os valores enviados
dependem do fundo de escala especificado na parametrização do inversor. Segue
imagem do bloco “USS_DRV” parametrizado pra essa aplicação:

Figura 3 – Bloco USS_DRV via Rede USS

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3. Teste da Comunicação entre CLP e MM440

Para testar a configuração, descarregamos o programa no CLP e ligamos o MM4


pela entrada digital associado ao parâmetro RUN do bloco “USS_DRV”. Transmite-se
um setpoint de 100% (60 Hz) e cria-se um “watch table” para monitorar os status do
blocos de comunicação, os blocos de comunicação não retornaram falha e o motor
entrou em rotação com frequência nominal. Segue imagem ilustrativa:

Figura 4 – “Watch Table” monitorando status dos Blocos USS

3.1) Monitoramento da tensão do link DC e da tensão de saída do inversor:

Os valores transmitidos do MM4 para o CLP obedecem a um fundo de escala


configurado na parametrização do inversor. No parâmetro XX e YY do drive é escolhido
o valor de fundo de escala para tensão ou corrente, esse valor é equivalente a 16#4000
(hexadecimal) ou 16384. O valor transmitido para o CLP será referente a esse fundo de
escala. Nessa programação colocamos o valor de 230 V para o fundo de escala do
MM4, ou seja, esse valor equivale a 16#4000. Para que o CLP mostre o valor real que
está sendo monitorado pelo inversor é preciso fazer o tratamento desse valor lido. Esse
tratamento é feito com os blocos “NORM_X” e “SCALE_X”. A lógica é passar o valor
enviado do drive para o CLP por uma normalização onde o bloco especifica qual é o
valor mínimo (nesse caso 0) e o valor máximo (nesse caso 16384 ou 16#4000), depois
devemos passar o valor de saída do bloco NORM_X pelo bloco SCALE_X para que
esse valor seja escalonado em relação ao valor configurado como fundo de escala do
inversor, ou seja, no bloco SCALE_X, o valor mínimo é 0 e o valor máximo é 230 V.
Segue imagem ilustrativa da tratativa dos valores de tensão do link DC e tensão de
saída:

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Figura 5 – Blocos “Norm_X” e “Scale_X”

Depois de feita a tratativa dos valores lidos, os valores de saída do bloco


SCALE_X foram monitorados em um watch table com o motor funcionando em
frequência nominal (60 Hz). Segue imagem:

Figura 6 – “Watch Table” monitorando valores de Tensão Link DC e Tensão de Saída

O que estava de acordo com os valores mostrados no BOP do drive MM4.

3.2) Monitoramento de falha no inversor:

Por fim, parametrização o drive para que ele entrasse em falha quando uma entrada
digital do próprio drive fosse acionada. Essa falha foi lida no bloco “USS_DRV” no
parâmetro FAULT do bloco, esse parâmetro quando em 0 mostra que o drive não está
em falha, quando em 1, o drive está em falha. Segue imagem:

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Para monitoramente do bit que mostra se o drive está em falha ou não, entramos no DB
instance do bloco “USS_PORT” e monitoramos online os valores.

4. Referências

4.1 - Manual do Micromaster 440 – Lista de Parâmetros:


https://support.industry.siemens.com/cs/document/23708204/parameter-list%3A-micromaster-
440?dti=0&dl=en&lc=pt-BR .

4.2 – Manual Step 7 V13 SP1:


https://support.industry.siemens.com/cs/br/pt/view/109054417/en

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5. Suporte Técnico
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Tel.: 0800 7 73 73 73

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