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A nossa família

Fatos e fotos de uma família

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Fatos e fotos de uma família

01 - Ignês Novello
A Ignês nasceu no dia 03 de dezembro de 1933. A primeira dos 13 filhos da
família do Firmino e da Virgínia Novello.
Como a nossa mãe era professora e saia de casa para trabalhar, para cuidar dos
primeiros filhos ela contratava uma moça que também tomava conta da casa. Uma
destas moças era a Luiza Boff, que mais tarde seguiu a vida religiosa na Congregação
das Irmãs Murialdinas em Fazenda Souza.
Logo que a Ignês cresceu um pouco, ajudou a mãe a cuidar dos irmãos que iam
chegando. Ela o Alcides, a Maria e o Claudino, foram também os primeiros a ajudar o
pai na roça.
Com 15 anos, saiu de casa para entrar no convento das Irmãs de São José, em
Flores da Cunha, mas por necessidade o pai teve que buscá-la e assim ela pode ajudar
mais um pouco em casa.
No ano de 1950, já com 17 anos, voltou
para o Convento onde ficou por dois anos como
Juvenista. “O pior foi sair de casa, senti muita dor
por deixar todos os irmãos pequenos.” Conta ela
quando relembra o passado.
Em 1952, saiu de Flores da Cunha com
todos os seus pertences, inclusive o colchão, e de
caminhão e foi para Garibaldi onde fez o
Postulado. No ano de 1954 vestiu o hábito das
irmãs de São José.
Neste dia o pai e a mãe foram assistir a
cerimônia, o que deixou a Ignês muito
emocionada, pois ela sabia das dificuldades de se
locomoverem até lá. Diz a Ignês: “Durante a
cerimônia eu dava umas espiadelas para ver se os
enxergava, mesmo sem ter muitas esperanças,
mas fiquei muito feliz quando percebi que eles
estavam lá.”
Em 1955 pronunciou os primeiros votos e foi para Vacaria no Hospital Nossa
Senhora das Oliveiras, depois de 4 anos foi transferida para Porto Alegre na Santa Casa
de Misericórdia onde fez o curso de Enfermagem.
Em 1960 voltou para Garibaldi onde fez os votos perpétuos. Só depois é que ela
pode voltar para casa. Nisso haviam se passado 9 anos sem visitar a família.
Como eu me lembro do dia que ela voltou para casa vestida com aquele hábito,
diferente de tudo o que eu já tinha visto! Que festa! Era minha irmã que eu não conhecia
de olhar, mas muito de ouvir falar.
A palavra saudades fez parte do dicionário da família por muitos anos. Saudades
dos pais e irmãos, saudades da filha e irmã. Irmãos que nasciam e ela não via, irmãos
que casavam e ela não participava. Só alguém muito determinada como ela para
conseguir superar tudo isso.
Quando a Ignês entrou na vida religiosa, as irmãs mudavam de nome. Ela passou
a usar o nome de Irmã Luiza Fermina.
Durante 3 anos ficou no Hospital Pompéia onde podíamos visitá-la com
freqüência. Depois foi para Santa Catarina no Hospital de Seara, veio para o Hospital
São João Bosco em São Marcos e ainda foi para o Hospital de Antonio Prado.

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No ano de 1980, na Igreja dos Capuchinhos, ela e o Alcides batizaram a Tatiana


o que foi uma grande alegria para nós e com
certeza para eles também.

Não é muito difícil imaginar o que a Ignês passou a fazer depois que se
aposentou. Quantas famílias como esta ela visitou e procurou ajudar, conversando,
incentivando, ensinando os cuidados com as crianças e principalmente fazer remédios
caseiros. Muitas vezes visitou doentes durante meses para levar a comunhão, aplicar
injeções, levar alguma coisa para comer ou até mesmo só para conversar um pouco com
aquele doente que estava abandonado pelos familiares.

Numa visita que fizemos quando estava em Amambaí, Mato Grosso do Sul, ela
nos levou até uma reserva indígena que ficava próxima da cidade. Esta foto foi feita na
frente de uma escola que ficava dentro da reserva, onde a professora também era de
origem indígena.

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É nestes locais que aprendemos a dar valor ao que temos. Nesta reserva além da
falta de comida, roupa, moradia, até a água tinha que ser pega no rio que ficava a quase
um Km de distância.
Mais pessoas
seriam necessárias
para tirar estas
famílias da miséria.
A Ignês é uma
destas pessoas que
não recebe nada em
troca do bem que faz
aos pobres e
doentes, ou talvez é
a que mais recebe
pois, dificilmente
vemos ela triste,
desanimada ou
preocupada com o
futuro, com dinheiro
e não é porque tenha muito, mas porque aprendeu a dar valor ao que tem.
Esta é uma das casas da reserva indígena. As três crianças moravam nela. Os
pais tinham ido para a cidade pedir esmolas e eles ficaram sozinhos um cuidando do
outro. Mas o que mais me impressionou nesta visita, foi a alegria de viver que estas
pessoas têm. Uma alegria que tanta gente poderosa não sabe e nunca experimentou na
vida que leva. Perguntamos ao chefe da casa quantas pessoas faziam parte da sua
família, porém ele não soube responder.
Abaixo vemos outra casa, um pouco melhor, mas muito pequena pelo número de
pessoas que moravam nela.

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Fatos e fotos de uma família

Eram muitas, umas


dez, principalmente
crianças e muitos
cachorros.
Descobri que os
índios não podiam
fazer plantações de
fruteiras. Na hora não
entendi, mas depois
fiquei sabendo que
assim seria mais fácil
tirá-los do local se o
governo tivesse
interesse.
Uma das coisas que ela não perde quando tem oportunidade é viajar. Já visitou o
Cristo Redentor, as Sete Quedas antes que desaparecessem, a Foz do Iguaçu, Itaipu, e
muitas outras belezas naturais do Brasil.

Nos eventos religiosos também procura


estar presente. Mas com certeza uma das coisas
que mais gosta quando está no sul, é de se
reunir com a família.
Depois de Amambaí foi para Vicentina, voltou para Amambaí e mais alguns
anos no assentamento Itamaraty. No dia 27 de dezembro de 2007, voltou para o sul e
hoje está em Pinto Bandeira, distrito de Bento Gonçalves.
Se não fosse freira e minha irmã, eu diria que é como um andarilho.
Hoje tem que compensar o que perdeu no passado. Foram poucos os casamentos
e festas da família que ela estava presente. Ela estava longe quando a maioria dos
irmãos casou, mas principalmente estava longe quando o Alcides, a Lourdes, a Maria e
a Rosiléia morreram. Foi difícil para todos nós que estávamos aqui perto um do outro,
imaginem ela sozinha, sem poder se despedir das pessoas que muito amava.
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02 - Alcides Novello e Maria Rech

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O primeiro da família a casar foi o Alcides. Casou com a Maria Rech, no dia 24
de maio de 1958, na Capela de São Valentin de Ana Rech.
Bem diferente dos dias de
hoje, quando os noivos vão num
estúdio fazer várias fotos e depois o
fotógrafo vai à Igreja e na festa
fotografar cada movimento, a foto
ao lado é do casamento do Alcides
com a Maria e foi feita na olaria, em
frente à boca de um forno, onde se
cozinhavam os tijolos.
Era costume da época, antes
de ir para a igreja, os convidados
passarem na casa da noiva para
fazer a “colacion”, que era uma sopa
feita com caldo de galinha e massa
fininha, pão, queijo e salame,
biscoitos, grostolis e outras coisas
mais.
Depois todos iam para a igreja
assistir a cerimônia e no final do
casamento o almoço era servido na
casa dos pais do noivo.
Outro costume um tanto
estranho da época era que a mãe da
noiva não ia ao casamento, nem na igreja, nem na festa. Depois de servida a “Colacion”
ela ficava lavando a louça e limpando a casa. Nunca descobri porque isto acontecia, mas
imagino a tristeza das mães por não poder acompanhar a filha num dia tão importante.
Não se falava em lua de mel. No dia seguinte os noivos aproveitavam para
arrumar a casa e na segunda-feira os dois iam para a roça. Talvez fossem trabalhar bem
pertinho, quem é que sabe?

O Alcides e a
Maria tiveram 6 filhos:
a Ana, a Isabel, o Sérgio
Luiz que faleceu com
poucos dias de vida, a
Lídia, o Sérgio Antônio
e o Luciano.
Na foto ao lado,
feita no dia do
casamento da Isabel, a
família está completa. A
Isabel casou dois meses
depois que o Luciano
nasceu. Depois de todos
os filhos grandes,
recomeçaram tudo com
o pequeno Luciano.

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A vida do Alcides e da Maria foi muito difícil, principalmente logo depois do


casamento. Depois de um ano de casados, no dia 28 de abril de 1959, nasceu a Ana e
um ano e 9 meses depois, no dia 25 de janeiro de 1961, nasceu a Isabel.
Com duas crianças pequenas e pouca grana, mesmo assim resolveram comprar
terras em Campestre da Serra e na cara e coragem se mudaram para lá. Depois da
estrada onde passava o ônibus, ainda precisavam andar muitos quilômetros a pé.
Trabalharam muito e pouco tempo depois o Alcides adoeceu. Quando o pai
soube que ele estava doente, foi buscá-lo e levá-lo ao médico. A Maria ficou sozinha
cuidando das crianças e da roça. Para poder ir trabalhar, precisava colocar as duas numa
cesta e levá-las junto.
Estradas ruins, sem carro, como era longe ir até a casa deles. Foram poucas as
visitas que receberam neste tempo em que moraram lá.
Este foi o período mais difícil da vida do casal. Longe de tudo, pouco dinheiro,
as crianças pequenas, e por último a doença do Alcides. Depois de 15 meses resolveram
voltar e trabalhar novamente na olaria.
Acho que o Alcides foi à pessoa que mais trabalhou nas redondezas. Para ele não
tinha tempo ruim. Podia estar chovendo, sol forte ou anoitecendo, ele trabalhava direto.
“Para descansar”, à noite eles iam tirar a palha do milho, limpar alho, “travasar” vinho e
outras coisas mais.
Logo depois da volta de Campestre da Serra, no dia 14 de julho de 1962, nasceu
o Sérgio Luiz, que faleceu com apenas 35 dias.
Passou um tempo e no dia 02 de setembro de 1961, nasceu a Lídia, depois no dia
05 de novembro de 1965 nasceu o Sérgio Antônio.
Os filhos cresceram e aos poucos foram ajudando na colônia, mas o trabalho
também aumentava. Eles plantaram mais parreirais, alho, verduras, ainda criavam
animais principalmente vacas para vender o leite, o que dava muito trabalho. Trabalho,
trabalho e mais trabalho.
2.1 – Ana Novello
Depois de alguns anos de namoro, com 20 anos, a Ana casou com o Ulisses
Berti no dia 21 de julho de 1979, na Igreja Matriz de Ana Rech. A festa foi na Capela de
São Valentin, no salão onde o Alcides trabalhou muitos dias, como voluntário, para
construí-lo.
Ela foi a primeira neta do pai a casar e também a lhe dar um neto.
Quando casaram foram morar perto dos pais do Ulisses, numa bela casa que ele
mesmo construiu e onde moram até hoje.
Eles tiveram dois filhos, o Ailes que nasceu no dia 15 de julho de 1981, e a Helen
que nasceu no dia 05 de maio de 1991.
O Ulisses sempre trabalhou como caminhoneiro. Algumas vezes a Ana viajou
junto, mas com o nascimento dos filhos ficou mais difícil acompanhar o marido nas
viagens.
Mesmo assim ela nunca foi de se lamentar. Cuidava da casa, dos filhos e ainda
trabalhava no parreiral e lavoura.
Com certeza também enfrentaram algumas dificuldades, principalmente muito
trabalho, mas os dois sempre estão alegres e de bom humor.
Quando nasceram os netos (gêmeos), ela foi o braço direito da nora, ajudando a
cuidar das crianças como só uma avó sabe cuidar.
Abaixo vemos a foto do casamento e das bodas de prata da Ana e do Ulisses.
No dia 24 de junho de 2004, para comemorar suas Bodas de Prata, organizaram
uma bela festa na Capela de São Valentin, onde dividiram com os familiares e amigos
as alegrias e conquistas destes 25 anos de casados.

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Basta olhar as fotos feitas no dia das bodas para ver a alegria da família em
poder comemorar esta data com familiares e amigos.

Diz a Ana: “Na época não dava para ter feito a festa, mas a vontade de reunir os
amigos foi mais forte e damos um jeito. Foi muito bom, é uma coisa que a gente não
esquece nunca mais”.
Foi uma festa muito bonita. Primeiro a celebração da missa, depois uma janta
tipicamente italiana, foi servida para os convidados.

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2.1.1 – Ailes Berti


Logo que conseguiu fazer a carta de motorista, o Ailes começou a viajar como o
pai. Nesta época conheceu a Daiane e iniciou um namoro. Depois de algum tempo de
namoro, no dia 21 de outubro de 2006, ele casou com Daiane Sgnhorelli e no dia 25 de
fevereiro de 2007 foram duplamente presenteados com o nascimento do Nícolas e da
Isabelle. A Ana foi à primeira sobrinha a ser avó, e de gêmeos e a Maria foi a primeira
da família a ser bisavó.
Na foto abaixo vemos o registro do dia do casamento e ao lado o casal de
gêmeos que formam a sua família: a Isabelli e o Nicolas.

ISABELLI
NÍCOLAS

2.2 – Isabel Novello


A Isabel casou com o Nelson Lipreri no dia doze de dezembro de 1981na Igreja
Matriz de em Ana Rech..
Numa bela festa, os dois receberam os amigos e familiares, num jantar no salão
da Capela de São Valentin. Depois de casados foram morar em Santa Bárbara de Ana
Rech onde moram até hoje.
Eles sempre trabalharam na colônia com parreirais, verduras e fruteiras.
Para alegrar a vida da família, no dia 01 de novembro de 1983, nasceu a Carine.
Depois de 18 anos, no dia 21 de julho de 2001, foi a vez do Eduardo, que recebeu não
só o carinho dos pais mas também da irmã que ficou muito feliz com a chegada do
mano e até ajudou a cuidar dele. Hoje a Carina já está esperando um bebe, isso significa
que a Isabel e o Nelson serão avós.

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A foto a cima é do casamento da Isabel com o Nelson e ao lado estão os dois


filhos do casal.
O Eduardo que está com 10 anos, é um menino muito ativo, decidido, bem
arteiro que já demonstra uma personalidade muito forte. A Carine é uma moça muito
bonita, sempre preocupada com os pais e o irmão. Hoje está casada, grávida e morando
em Bento Gonçalves. O primeiro neto da Isa e do Nelson deve chegar em dezembro.

O conteúdo desta barriguinha se chama Bernardo Cristiano Taufer como o pai.


Olhando as fotos da para imaginar o carinho com que os pais esperam o herdeiro. Pura
alegria que se estende a toda a família.
2.3 – Sergio Luiz Novello
Quando voltara de Serra do Meio a Maria estava novamente grávida.
Depois de duas meninas, no dia 14 de julho 1962 nasceu o Sérgio Luiz. Muito
frágil por ser prematuro, tinha poucas chances de sobreviver. Na época, os bebes que

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assim nasciam não ficavam em incubadoras e dependiam apenas de sorte e dos cuidados
da família. O Sérgio não tinha muitas chances de sobreviver pois
Além de pequeno, não tinha forças para se alimentar e apesar dos esforços e
cuidados, no dia 18 de agosto, com apenas 35 dias, acabou falecendo.
Lembro muito bem deste dia, quando o pai e o Ângelo Rech, o outro avô,
fizeram lá em casa mesmo, com madeira que o pai tinha no porão, o caixão para o
enterro. Depois do enterro, voltamos a pé para casa. Quando chegamos lá na
encruzilhada onde o Alcides descia, a mãe tentou consolá-lo dizendo: -“Agora vai para
casa descansar que nas últimas noites vocês não dormiram nada”.
O Alcides balançou a cabeça e disse: -“È, mas o Sergio não tá mais lá.” Virou
as costas e desceu o moro chorando. Ele era o retrato da tristeza.
2.4 – Lídia Novello
No dia dois de fevereiro de 1985 a Lídia casou com o Euclides Berti na Igreja
Matriz de Ana Rech. Depois da cerimônia religiosa, numa bela festa no salão de Capela
de São Valentin, receberam os familiares e amigos.
Por uma infeliz coincidência no
dia anterior ao casamento, faleceu o
avó materno da Lídia.
Com certeza foi muito difícil
para a Maria lidar com duas emoções
tão diferentes no mesmo dia. Isto
prova que ela é uma mulher muito
forte e preparada para enfrentar
grandes dificuldades.
A vida da Lídia não foi muito
diferente da irmã Ana. O marido
sempre trabalhou com caminhão e ela
cuidou da casa, das filhas e também
dos sogros, pois quando casou ficou
morando com eles. Precisou cuidar
dos dois, principalmente da sogra que
ficou muito tempo doente e
dependendo de cuidados em tempo
integral.
A vida ainda reservava uma
grande tristeza para o casal. O
primeiro filho, tão esperado que
nasceu no dia 09 de janeiro de 1986,
devido a problemas de saúde, morreu
logo após seu nascimento. Mesmo
assim a Irmã Benedita, parteira do
Hospital Fátima de Flores da Cunha,
batizou o menino com o nome de José. A vida dá voltas que nós nem sempre
entendemos. Depois de uma grande perda, estava reservada para os dois a alegria de ver
o nascimento de três lindas meninas.

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Eliane Claudia Luana


Estas três lindas crianças formam hoje a família da Lídia e do Euclides. A
primeira é a Eliane que nasceu no dia 27 de janeiro de 1988, no meio está a Claudia que
nasceu no dia 14 de agosto de 1992 e por último nasceu a Luana no dia 28 de abril de
1997. Com certeza hoje as três moças são motivo de orgulho para os pais.
2.5 – Sérgio Antônio Novello
Em 1987, no dia oito de março aconteceu o casamento do Sérgio com a Ivone
Trentin. Nesta foto está toda a família do Alcides e da Maria, faltando apenas alguns
netos e a nora Sueli Rech, hoje esposa do Luciano. As três crianças que estão na frente
são o Luciano, a Carine filha da Isabel e o Ailes filho da Ana.

Com menos de dois anos de casados já tinham dois filhos. Primeiro nasceu o
Mauro, no dia 12 de novembro de 1986, e no dia 05 de janeiro de 1988 nasceu a Mirian.
Como o pai, ele também trabalhava com parreirais, verduras, alho e tantas outras
coisas, não tinha moleza, era trabalho e mais trabalho. Até a Ivone entrou no ritmo.
Quando o Sérgio casou ficou morando uns anos com os pais. Depois de uns
tempos construiu sua casa nas terras que eles haviam comprado do Aldo.
Esta foto ao lado foi feita no dia da 1ª

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Comunhão do Mauro. Nela está à família


do Sérgio, menos a Morgana que ainda não
havia nascido.
Quando os dois filhos já estavam
grandes, no dia 15 de agosto de 2000
nasceu a Morgana. O tempo passou, os
filhos cresceram e passaram a ajudar os
pais nas mais diversas atividades. O Mauro
a exemplo do pai, mostrou desde novo que
seria um grande trabalhador.
A Mirian ajudava a mãe nas tarefas
de casa e também a cuidar da maninha por
quem sempre teve muito carinho. Ainda
muito nova começou a namorar e com
apenas 19 anos, casou no dia 27 de abril de
2007 com o Daniel Rech.
As fotos a seguir, registram este dia
festivo. Mesmo com a aparência de uma
menina ela assumiu a vida de casada com
muita alegria e responsabilidade. A foto da.
direita é dela com a mana que foi aia deste casamento.

Mas a alegria dos dois não parou ali. No dia 11 de junho de 2010 a família
cresceu com a chegada do Gabrile.
Este bebe que está no colo da Ivone é o primeiro neto dela e do Sérgio, e mais um
dos bisnetos da Maria e do Alcides.

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Fatos e fotos de uma família

A alegria de ter um neto fica bem visível no


sorriso dos avós que o exibem como o melhor dos
troféus.
A Mirian ainda conserva a carinha de
adolescente, mas se tratando dos cuidados com o
filho mostra ser bem adulta.
O pai Daniel sente o maior orgulho de ter um
filho e faz planos para num futuro bem próximo
levá-lo a dar uns passeios de moto ou até com o
trator.
O Gabriel é um docinho, já aprendeu a
sorrir e encanta todos que se aproximam dele
fazendo jus ao nome de anjo que lhe deram.
Com certeza não vai ser filho único, pois
os dois já pensam em dar um maninho ou maninha
para ele.

2.6 – Luciano Novello


Depois que a Ana já estava casada e a Isabel de casamento marcado para
dezembro, no dia 30 de outubro de 1981, nasceu o Luciano no Hospital de Antonio
Prado.
A história do Luciano é muito bonita e prova que nada nesta vida acontece por
acaso e que amor não depende de sangue.
Como o Alcides não tinha telefone em casa a Ignês me ligou de Antônio Prado
pedindo para avisá-los que tinha nascido o menino que eles queriam adotar. Na mesma
hora fomos dar a notícia a eles.
O Alcides e a Maria ficaram em dúvida se adotariam o nenê, afinal já havia
passado tanto tempo da época que eles haviam feito o pedido, a Ana já havia casado e a
Isabel estava com casamento marcado.
Voltamos para casa e por ser muito tarde fiquei de ligar para a Ignês no dia
seguinte, porém antes de amanhecer o dia, tocou a campainha e lá estavam os dois,
preocupados que já tivéssemos dado o retorno para a Ignês. No mesmo dia, foram até lá
conhecer o nenê e comprar as roupas para ele. Depois de passar pelo juiz e legalizar a
situação, voltaram com o Luciano nos braços.
A Maria saia com ele no colo toda orgulhosa e o Alcides babava de alegria. Com
certeza foi tão amado quanto os outros e este amor também é recíproco.
O Luciano chegava e a Isabel saia. Nada de brigas não, é que ela estava com o
casamento marcado para dezembro do mesmo ano.
Numa conversa que tivemos o Luciano e eu dias atrás, ele confessou que até
hoje não sabe o que é aproveitar a vida. “Eu acho que o meu pai morreu de tanto
trabalhar. Dá para contar quantas vezes ele foi à praia ou pescar. No domingo de manhã
íamos sempre ao culto, mas depois sempre tinha alguma coisa para fazer. Na época de
plantar o alho, durante o dia nós íamos à colônia trabalhar e de noite, no paiol debulhar
alho para plantar no dia seguinte. Enquanto se trabalhava rezávamos o terço, um
costume que o pai sempre teve”. Estas palavras foram ditas pelo Luciano com muita
tristeza, pois gostava muito do pai e sabe que o tempo não volta mais.
Mas o tempo passa e a vida continua com os que ficam. Depois de namorar por
um tempo, no dia dois de dezembro de 2006, o Luciano casou com a Sueli e ficou
morando bem perto da casa da mãe.

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Fatos e fotos de uma família

As fotos abaixo são o registro deste dia. Depois de uma bela cerimônia religiosa
eles receberam os amigos com um delicioso jantar no salão da Capela de São Valentin.

Depois de trabalhar com parreirais, aviário e muitas coisas mais ligadas a


agricultura, ele resolveu trabalhar com um caminhão, mas o trabalho que eles tem em
andamento não permite que ele abandone a colônia e assim ele voltou. Hoje ele trabalha
cuidando dos parreirais, do aviário e de todo serviço ligado a casa como cortar lenha,
tratar os animais e ainda ajudando a mãe nos trabalhos dela.
As Bodas de Prata do Alcides e da Maria

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Fatos e fotos de uma família

Em 11 de junho de 1983 o Alcides e a Maria comemoraram Bodas de


Prata. Como bom festeiro que era, reuniu a grande família para comemorar esta data. A
missa e a festa foram na Igreja de São Valentin onde eles haviam casado.
Junto com eles, sempre estava o Luciano. Na época o Alcides já era avô do Ailes, e
sentia o maior orgulho em sair com os dois nenês, o neto e o filho que tinham
praticamente a mesma idade.
Além dos filhos, genros e um neto, uma neta também já estava a caminho, a
Isabel estava grávida da Carine.
Durante a festa, muita alegria, fotos, e até uns passos de dança. Com a mesma
disposição que o Alcides trabalhava, também sabia se divertir. Dificilmente tirava
férias, mas gostava muito de uma festinha com os filhos, os irmãos e amigos, e quando
não estava trabalhando, não dispensava um jogo de cartas aos domingos de tarde.
Nas nossas festas de família o Alcides estava sempre presente. Era muito bom
sentar perto para ouvir suas histórias, às vezes sérias outras vezes muito engraçadas.
Além de ser um dos que mais trabalhou, foi um dos que mais sofreu. Quando
pequenos, ele e a Ignês e alguns dos outros mais velhos tinham que capinar o parreiral
(o saiber) um lugar muito ruim, cheio de pedras, guaxumba e outras tantas pestes.
Segundo ele dizia: “Não sei como aquelas parreiras não secaram porque as
maldiçoes que nós dávamos era para secar até a raiz”.
Mais tarde, quando foi morar na Serra do Meio, além de muito trabalho, ficou
doente e teve que abandonar tudo. O jeito era voltar para a olaria, um trabalho muito
pesado e contínuo.
Quando o Alcides
construiu a casa
“nova”, fez questão da
gruta ao lado, como
tinha lá no pai. (Nesta
foto além da gruta no
fundo dá para ver parte
da casa do Luciano e
da Sueli, bem próxima
da casa da mãe).
Sempre pensando no
futuro, esqueceu um
pouco do presente.
Talvez nem ele tenha
se dado conta de que não precisava ter trabalhar tanto, ou seria porque gostava mesmo
de trabalhar, o certo é que a vida dele foi esta. Para ele sempre foi motivo de orgulho ser
agricultor.
Muito trabalho, algumas festas, muita preocupação com os filhos e com o futuro.
Assim era a vida da família do Alcides que no dia 14 de novembro 1997, com apenas 62
anos, vítima de um enfarto, foi o primeiro dos irmãos a juntar-se ao pai e a mãe.
Sua vida foi marcada pela disposição para o trabalho e participação nos eventos
da comunidade. Nas festas religiosas sempre colaborava cuidando dos jogos ou assando
churrasco. Muitas vezes foi festeiro e fabriqueiro da Capela onde passava praticamente
todo o domingo tomando conta da “bodega” e ainda trabalhou muito como voluntário
na construção do novo salão. Participava da encenação do Presépio Vivo em Ana Rech,
onde fazia o papel de pastor. Mesmo cansado depois de um dia de trabalho, nunca
deixou de participar dos ensaios para que tudo desse certo.

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Fatos e fotos de uma família

Fez também uma figuração no Filme O


Quatrilho, desfilou na Festa da Uva
representando os colonos e ainda participou do
ofertório na missa celebrada na Réplica de
Caxias, conforme mostram as fotos abaixo.

Uma grande tristeza tomou conta de toda a família. É muito difícil chegar na
casa onde morava e não encontrá-lo mais. Até hoje quando penso nele, parece-me vê-lo
andando no meio dos parreirais, sempre com pressa, fazendo duas ou três coisas ao
mesmo tempo. Acredito que Deus precisava de mão de obra para fazer algo muito
importante e por isto o levou.
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San Rocco - Itália


03 - Maria Novello e Jardelino Polo

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Fatos e fotos de uma família

Não é difícil definir a Maria. Pessoa simples,


tranqüila, religiosa. Pessoa do bem que só tinha
orgulho quando se tratava dos filhos, noras e
netos, e também era muito ligada aos pais e
irmãos, pois sempre que podia participava das
reuniões da família.
Olhando as fotos das festas de Natal, dos
casamentos, de aniversários ou um simples almoço
de família, ela sempre estava presente.
Mesmo dependendo de ônibus principalmente
quando os filhos eram pequenos, ela nunca deixou
de visitar os pais e os irmãos.
A Maria casou com o Jardelino Polo no dia 21
de setembro de 1963. Não tem nenhuma foto do
casamento deles. Um acidente fotográfico estragou o filme e assim ficaram sem
nenhuma lembrança deste dia.
A vida do casal foi muito sacrificada. Logo depois do casamento eles foram
morar em Santo Henrique, próximo a São Marcos.
Esta era a casa onde eles
moraram por vários anos.
A casa era pequena, com
apenas dois quartos, sala e
cozinha.
Um tempo depois foram
morar nas terras da Dona Jaira
Polo, irmã do Jardelino, onde
cuidavam dos parreirais, vimes e
outros serviços da colônia. A casa
ficava no meio dos pinheiros, num
lugar bem deserto, que
desagradava a Maria e ao
Jardelino.
Juntos, eles enfrentaram muitas dificuldades, mas com muito otimismo, sempre
acreditando que tudo iria melhorar.
Para diminuir os gastos ela mesma costurava as roupas dos filhos, modéstia a
parte costurava muito bem, plantava tudo o que podia na lavoura para o uso da família,
cuidava das vacas e com o leite que vendia comprava o que precisava para ter um pouco
mais de conforto.
De todos nós irmãos, acredito que ela era a mais tranqüila e apesar de todas as
dificuldades que enfrentou junto com o Jardelino, nunca desanimou. Ficava muito
satisfeita a cada pequena conquista.
Depois de ter sofrido um aborto, engravidou e desta vez no dia 06 de abril de
1966, nasceu o Celso. Com que carinho ela fazia as roupinhas dele, bordava os babeiros
e lençóis, sem deixar de lado todo o trabalho de casa e ainda ajudar o Jardelino na roça
ou parreirais.
Quando pequeno o Celso chorou muito de dor de ouvido. Eles moravam lá em
São Valentin, na casa da Dona Jaira, no meio do mato, sem carro, longe de médicos, a
solução era recorrer aos remédios caseiros, porém nem sempre faziam efeito.

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Fatos e fotos de uma família

Mais tarde ela percebeu que ele tinha um leve problema nos pés e para corrigi-lo
tinha que usar botas ortopédicas. Apesar das botas serem caras, nunca deixou que ele
ficasse sem, pois não queria que sofresse no futuro.
Depois de dois anos, no dia 14 de março de 1968 nasceu o Dirceu. Pouco tempo
depois a família voltou para São Marcos, na velha casa.
Com muito sacrifício, conseguiram comprar umas terras encostadas as suas,
onde mais tarde construíram uma nova casa.
Mesmo com a casa pequena, a família não parava de crescer. No dia 07 de
agosto de 1971, receberam mais um presente, nasceu o Carlos.
Sempre cuidando dos parreirais, da lavoura e das vacas leiteiras, eles
conseguiram criar os filhos, não com fartura, mas sempre com o necessário.
Por volta de 1981, mais uma mudança. Desta vez foram morar na casa dos
nossos pais, pois os filhos já tinham casado todos e tinha muito trabalho, principalmente
nos parreirais. Mais uma vez abandonaram suas coisas para cuidar as dos outros.
Um tempo depois voltaram para a sua
casa e desta vez só saíram para morar na casa
nova.
O que sempre chamava atenção na
Maria, era a simplicidade e a alegria de viver.
Ela não reclamava das dificuldades, valorizava o
que tinha, era organizada e sempre gostou de
flores ao redor da casa.
Esta casa não era uma simples casa,
representava a realização de um sonho, uma
conquista que foi construída passo a passo, dia a
dia, com esforço e trabalho.

Esta foto foi feita no dia das


Bodas de Ouro dos nossos pais.
Como em todas as ocasiões
festivas, toda a família estava
presente para comemorar.
Neste vai e vem os filhos foram
crescendo, começaram a trabalhar e assim as dificuldades diminuíram. Morando perto
da cidade, não precisaram morar fora para ir trabalhar. Cada um procurou seu emprego
e com esforço, aos poucas foram construindo suas casas para morar depois de casados.
A Maria e o Jardelino continuaram morando e trabalhando na colônia, sempre
cuidando dos animais, principalmente das vacas leiteiras.
3.1 - Celso Polo
Lembro do Celso quando ainda era bebe. Nas férias passava alguns dias na casa
da Maria e as vezes cuidava dele enquanto ela ia para a colônia. Levei muitos sustos
pois quando chorava ficava sem respirar e eu não sabia o que fazer. Outro hábito dele
quando estava com sono, era enrolar o dedo nos cabelos, hábito que ainda não perdeu.
O Celso cresceu, estudou, começou trabalhar e também a namorar.

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Fatos e fotos de uma família

No dia 20 de janeiro de 1996, na Igreja Matriz de São Marcos, casou com a


Neiva Pirolli.
Antes de casar eles já haviam
construído a sua casa, feita com
muito carinho e muitas economias.
Depois de um toque feminino,
estava pronta para morar.
Com muita elegância os dois se
vestem e posam para uma foto que
vai guardar para sempre a emoção
daquele dia.
Depois da cerimônia religiosa,
os amigos e familiares reuniram-se
na Churrascaria Morandi para
comemorar este dia tão importante
na vida dos dois.
Era o primeiro dos três filhos
que casava. O sonho da Maria se
realizava. Ela tinha ganhado uma
filha, pois era este o sentimento
que tinha pelas noras.
Ainda faltava algo para que a
felicidade fosse completa, a vinda
de um neto. Este dia chegou. A
realização do sonho se chamou
Ivana.
Uma menina sorridente, que veio para enfeitar a casa dos pais e completar a
alegria dos avós, nasceu no dia 30 de novembro de 1996.
A Ivana é uma garota muito vaidosa, que por ser filha única foi criada cheia de
mimos, mas que ela
retribui com carinho e
dedicação aos pais e o
compromisso sério
com os estudos.
Hoje eles ainda
moram na mesma
casa que construíram
ao casar, mas sempre
com muito cuidado na
conservação da
mesma, com uma boa
horta nos fundos e o
belo jardim que
enfeita a frente.
O grande orgulho
do casal com certeza é
a filha Ivana. Cercada
de atenção e cuidados, levam uma vida cheia de sonhos, principalmente no que se
refere a sua linda Ivana.

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Fatos e fotos de uma família

3.2 – Dirceu Polo


Antes de contar a vida de casado do Dirceu quero registrar aqui um
acontecimento engraçado relacionado a ele. Quando criança ele passou uns dias lá na
casa do nono Firmino. Certo dia, na hora do almoço, não lembro porque estava
chateado, mas sei que não queria comer. A mãe insistiu e ofereceu pão. Depois de pegar
o pão ela perguntou com que ele gostaria de comê-lo e sem pensar muito a resposta foi:
com polenta. Nós começamos a rir, mas para não dar o braço a torcer, com muito
esforço comeu o pão e a polenta e depois saiu da mesa, com certeza ainda com fome.
No dia 30 de março de 1996,
depois de alguns anos de namoro,
casou com a Marisa Leonardelli na
Igreja Matriz de São Marcos.
Estava tudo pronto para o
casamento, mas São Pedro resolveu
dar um susto nos dois. Um forte
temporal caiu sobre a cidade de São
Marcos destelhando casas, inclusive
a deles.
O pior do temporal foi o colchão
molhado e como conseqüência na
primeira noite de casados nem
puderam dormir na cama deles.
Até à hora do casamento o susto
havia passado e a cerimônia foi
muito bonita.
Depois de casados todos foram
comemorar com um jantar delicioso
no Salão da Capela São Judas
Tadeu, no bairro Tapejara.
Antes de casar ele trabalhou em
uma oficina em São Marcos, cidade
dos caminhoneiros. Com certeza não
faltaria trabalho, mas alguma razão o levou a trabalhar na Brasdisel em Caxias do Sul,
junto com o irmão Carlos.
A doçura de uma
criança sempre traz alegrias
para os familiares. Dois anos
depois de casados, a Marisa
estava grávida e no dia 07 de
agosto de 1999, num pacote
todo azul, a cegonha trouxe o
Fernando. Mais uma vez a
família toda estava em festa.
Nada diminui a alegria
de viver desta linda criança
que desde cedo aprendeu a
superar obstáculos.
É só olhar para a foto ao
lado que não fica nem uma
dúvida do que afirmamos.

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Fatos e fotos de uma família

3.3 – Carlos Polo


Nesta foto abaixo está toda a família da Maria, no dia do casamento do Carlos.
Falta apenas a Carol que com certeza esqueceram de convidar. Era nestas horas que a
Maria se dava o direito de sentir orgulho.

O Carlos casou com a Eliziane Velho, no dia 16 de dezembro de 2000, na Igreja


Matriz de São Marcos. Mais uma vez a família estava em festa. Com um jantar no Salão
Paroquial, aconteceu a comemoração desta data e a entrada de mais uma nora na
família.
Depois de casados,
foram morar num
apartamento, mas não se
adaptaram e logo
construíram uma bela casa
ao lado do Celso.
No dia 16 de
setembro, mais uma vez a
família comemorava a
alegria do nascimento de
uma criança. Desta vez o
pacote era cor de rosa e
dentro estava a Carolina.
Com muita alegria e
orgulho, eles vivem
momentos inesquecíveis ao
lado da Carol que é uma criança muito ativa, arteira, alegre e sabe surpreender a todos
com suas respostas aos estímulos que recebe.
O Carlos trabalha na Brasdisel e a Eliziane divide seu tempo cuidando da casa,
da filha e trabalhando numa escolinha infantil.
Tudo acontecia normalmente, cada um trabalhando e cuidando da família e a
Maria como boa mãe, fazia pão, tirava o leite e repartia com todos os filhos, não por
obrigação, mas porque isto lhe dava muito prazer.
Várias vezes eu lhe falei que admirava sua postura com relação às noras, ela as
queria como filhas e elas a respeitavam como mãe.

23
Fatos e fotos de uma família

Além de trabalhar, a Maria gostava muito de visitar os irmãos e sempre que


podia ia para a praia, tudo com muita simplicidade e alegria que era sua principal
característica. Também era muito religiosa, não deixava de ir à missa aos domingos e
nunca perdia a procissão da Festa de Nossa Senhora Aparecida.
E foi justamente no dia 12 de outubro de 2007, depois de participar da procissão
e da missa da festa dos caminhoneiros, que Nossa Senhora Aparecida resolveu convidá-
la a dar um passeio pelos céus. Sem se despedir de ninguém, ela partiu deixando muita
saudades, mas também muitas lições e boas lembranças.
É difícil aceitar que uma pessoa cheia de vida, cheia de sonhos, possa partir
assim tão de repente, porém mesmo sem entender, sabemos que a vontade de Deus é
soberana.
Daria para falar muito sobre ela, mas é muito difícil aceitar o que aconteceu. Até
hoje ainda parece um pesadelo e nunca mais consegui ir até a casa onde ela morava,
talvez para não perder aquela imagem que eu tenho na lembrança, sempre que
chegávamos lá, ela descia a escada lateral e vinha nos receber com muita alegria.
Tenho certeza que este é o sentimento de toda a família. Então quero dizer que
temos muitas saudades e te amamos muito Maria.

Estas são as fotos dos netos


da Maria e do Jardelino. A
Ivana, filha do Celso e da Neiva,
hoje já uma bela adolescente que
já tem sonhos para o futuro, o
Fernando, filho do Dirceu e da
Neiva, menino muito ativo e
carismático, e a Caroline, filha
do Carlos e da Eliziane, uma
menina dona de um sorriso que
encanta a todos.

04 - Catarina Novello e Luiz Rech

24
Fatos e fotos de uma família

Falar da Catarina é falar em família. Não dá para falar dela, sem falar do apego e
carinho que ela tinha e tem pela família.
Ela nasceu no dia 16 de maio de 1938. Desde muito nova tinha a
responsabilidade de cuidar dos irmãos quando a mãe saia para dar aula. Ela sempre teve
muito carinho com eles.
Para os primeiros filhos que
nasceram, a mãe havia
contratado a Luiza Boff para
ajudar, mas depois que os filhos
cresceram um pouco a Luiza foi
embora e a Ignês, a Maria e a
Catarina tomavam conta dos
irmãos menores.
“O dia que a Luiza
(Ghigheta) foi embora nós
abraçamos ela com tanta força
para tentar segura-lá, mas ela foi
e todos ficaram desesperados”,
lembra a Catarina que ainda
parece sentir a dor da despedida.
Outro momento muito difícil foi à saída de casa da Ignês. “Quando o pai e a mãe
saíam de noite para visitar os nonos Dall’Alba que estavam muito doentes, nós
ficávamos em casa e todos de acordo, sempre se inventava alguma coisa boa para
comer. Geralmente se fazia mandolate. Depois, era feita a limpeza para que ninguém
descobrisse e o que sobravam a gente guardava para comer no dia seguinte. No dia antes
da Ignês sair, o pai e a mãe foram visitar os nonos, mas naquela noite não teve festa,
cada um foi para o seu canto chorar.”
Depois de me contar isso, escorriam lágrimas pelos olhos dela, como se
revivesse a dor sentida naquela despedida, não só uma tristeza, mas uma dor física.
Passados alguns anos ela começou a namorar e no dia 27 de dezembro de 1958
casou com o Luiz Rech. Na véspera do casamento, como era costume, o Luiz foi na
casa do pai buscar o enxoval (a dota), carregando-o numa carroça.
No caminho, não sei se por descuido ou por ter muitos buracos na estrada, um
dos poucos vestidos dela, foi parar nas rodas da carroça e acabou rasgando.
O Luiz ficou muito triste e
não sabia como contar o fato, mas
tudo se resolveu a contento.
O casamento da Catarina, foi
algo que merece registro. Eu e as
outras irmãs choramos o tempo
todo. Na época eu tinha 5 anos,
mas lembro que chorei, até dormir.
Nos primeiros dias depois do
casamento a saudades era tanta que
doía não só o coração, mas todo o
corpo, isto também ela sentia. “A.
saudades era tanta que me escondia
para chorar, pois morava com a sogra e ela podia pensar que estava arrependida.
Foi antes de se mudar para o Campestre da Serra que nasceu a Beatriz e a
Teresinha. A mudança aconteceu quando estava grávida da Inês. Lá foram morar numa

25
Fatos e fotos de uma família

casa muito velha e pequena. Foi nesta casa que nasceu a Inês, a Lídia, o Leocir, a Cirlei
e a Vanir. Ele tiveram sete filhos, mas a pequena Lídia que nasceu prematura, não
sobreviveu.
Com certeza foi uma vida de muito trabalho, sacrifício e dedicação para manter a
família unida e dar o necessário para todos.
Depois de alguns anos fazendo economias e muito esforço, construíram uma
casa nova, desta vez bem bonita e espaçosa.
Esta foto mostra a frente da casa
onde a Catarina mora até hoje, numa
das vezes que a Inês foi visitá-los,
quando ainda tinha as crianças
pequenas. Foi nela que os filhos
cresceram e começaram a programar o
seu futuro.
Para a Catarina deve ter sido o
tempo mais feliz, pois ter todos os
filhos morando juntos com certeza seria
o seu maior desejo. Porém a vida nem
sempre é como queremos e os filhos,
um de cada vez foram saindo de casa e
para seguir o ciclo da vida.

4.1 – Beatriz Rech


A Beatriz é a filha mais velha do Luiz e a Catarina. Desde criança demonstrou
vontade de ser religiosa. Ela saiu de casa com 14 anos e foi para o convento das Irmãs
Murialdinas em Fazenda Souza. Estudou, vestiu o hábito, depois o véu e em 1981 fez os
primeiros votos.
A foto abaixo registra um encontro em Fazenda Souza, no dia que a Beatriz fez
os 1º votos. Ela estava muito feliz e a família também compartilhava desta felicidade.

É muito forte a religiosidade na família. Com certeza uma das grandes alegrias
foi a Beatriz ter escolhido a vida religiosa. No dia 19 de janeiro de 1986, a Beatriz que

26
Fatos e fotos de uma família

decidiu seguir a vida religiosa, fez a sua profissão de fé. A família toda presente, estava
muito feliz e realizada, principalmente os pais e avós.
Esta foto registra o momento em que faz perante Deus, pais e a comunidade o
juramento de manter-se fiel
aos votos de castidade,
obediência e pobreza
conforme as normas da
congregação.
O compromisso de
dedicar sua vida em favor
dos menos favorecidos da
sociedade, doentes e
abandonados.
Os votos perpétuos,
ela os fez com 27 anos, no
dia 18 de janeiro de 1986.
Os que se dedicam a
vida religiosa, não tem uma morada fixa, elas vão para o lugar onde necessitam mais de
pessoas que podem se dedicar em tempo integral aos mais necessitados. Hoje, a Bea
mora aqui em Caxias depois de ter morado numa cidade onde a carência era muito
intensa.
Sempre que pode,
vai passar uns dias em
casa para curtir a vida
em família, ver a mãe,
os irmãos e sobrinhos,
pois o pai faleceu no
ano de 2005.
No ano de 2006 a
Beatriz completou 25
anos de Vida Religiosa e
estava prevista uma
festa para comemorar a
data, mas infelizmente o
Luiz não pode esperar
para comemorar. As
Bodas aconteceram, mas
a comemoração foi bem discreta com a presença só da família que ainda estava
sofrendo a perda do pai.

4.2 – Terezinha Rech


A Terezinha, quando criança morou muito tempo lá em casa, pois tinha alguns
problemas de saúde e morando mais perto de médicos facilitava muito.
Para mim foi muito importante este período, pois queria muito ter um irmão
menor e ela fazia este papel. Todos nós gostávamos muito da Terezinheta, e não lembro
porque nem quando, mas um dia ela voltou para a Serra morar com os pais.
Mais tarde, quando o nono Firmino ficou doente, ela voltou e ajudou muito a
cuidar dele.
Depois que o nono morreu, ela ainda ficou morando com a nona Virgínia até que
ela adoeceu e foi morar com a Gema em Flores da Cunha.

27
Fatos e fotos de uma família

A Tere voltou para casa. Depois de algum tempo namorou e casou com o Lori
Citon no dia 26 de janeiro de 1991. O casamento foi na Igreja Nossa Senhora das
Graças, próxima de casa, numa cerimônia simples, mas com a importância que este
acontecimento merece.
Iniciava assim mais
uma família que foi
morar numa bela casa,
bem próxima a dos pais
do Lori.
Tempos depois, para
a felicidade da família
nasceu um lindo garoto
que recebeu o nome de
Douglas. Hoje é um
moço muito bonito, que
pensa continuar na
mesma profissão do pai
cultivando parreiras, pois
acredita muito na agricultura e gosta de trabalhar com atividades relacionadas a terra.
No dia 31 de maio de 1996, a Tere e o Lori, receberam mais um belo presente. A
cegonha deixou um pacote cor de rosa e dentro estava a Chaiane. Completamente
diferente do irmão, sonha com um futuro brilhante. Sua preocupação é estudar e andar
sempre muito bonita, o que não lhe dá muito trabalho, pois já é linda por natureza.
As fotos que vemos a seguir são da família da Terezinha e do Lori.

A vida do casal também não foi muito fácil. Trabalhar na colônia, criar os filhos,
garantir que nada falte em casa e que os dois possam estudar mesmo morando longe da
escola, exige muita dedicação e trabalho. Tudo isso para que os dois cresçam e não
precisem passar pelas mesmas dificuldades dos pais.

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Fatos e fotos de uma família

É sempre muito gostoso visitar a família, difícil é você sair sem antes almoçar ou
jantar com eles. O Lori e a Tere são tão atenciosos com as visitas que não sabem o que
fazer para agradar e em pouco tempo preparam uma refeição e ainda antes de sair
colhem frutas da sua plantação para presentear as pessoas.

4.3 – Inês Rech


“A Inês se salvou de tanto rezar” diz a Catarina, quando lembra que num
domingo de tarde, depois de muita febre, perceberam que ela estava respirando muito
mal, quase se sufocando. O Luiz pegou a menina no colo e foi até a BR 116 para levar a
filha para um hospital. Na época, passavam poucos ônibus, principalmente aos
domingos. “O jeito foi tentar uma carona. O primeiro que parou, não importava se para
Vacaria ou São Marcos, eu entrei e pedi que andasse o mais rápido possível, pois a
menina já respirava com muita dificuldade. De Campestre a São Marcos foi uma
eternidade. O motorista do caminhão me deixou na frente do Hospital, mas a Inês já não
dava sinais de vida. Quando entrei no hospital, entreguei a filha para o médico e pedi
que a salvasse.”
Nem sempre o Luiz contava este fato sem ter que interromper, pois a emoção
ainda era muito forte. Depois de entregar a menina aos médicos, ele foi a Capela rezar.
As suas preces foram atendidas. Com muita dedicação e esforço o médico e as
enfermeiras conseguiram fazer uma traqueotomia e a respiração aos poucos foi
normalizando.
Quem consegue imaginar o sofrimento da Catarina em casa, sem notícias da
filha, pois não tinha telefone e o Luiz sem poder deixar o Hospital, nem ela podia deixar
os outros filhos em casa sozinhos pois eram ainda crianças e nem mesmo sabia em que
hospital estavam.
Mas tudo vira passado e quando termina bem só resta agradecer. Com certeza a
Inês tinha uma missão importante nesta terra e aqui está ela para cumpri-la.
Não foi só este momento difícil que ela enfrentou, mas nada tira dela o bom
humor e a bondade com as pessoas.
A primeira da família a casar foi a Inês. Ela casou com o Adelino Oss Emer, no
dia 02 de maio de 1981.
Numa festa muito bonita, mas principalmente com muita seriedade os noivos
disseram sim na Igreja Matriz de São Manuel e depois receberam os familiares e amigos
no salão para comemorar esta data importante.
Depois de casados os dois ficaram morando em São Manuel. Ali iniciaram uma
vida a dois que logo passaria a três e depois quatro.
No dia 04 de março de 1982, 10 meses depois de casados, nasceu o Mateus e no
dia 03 de julho de 1983 nasceu o Mauro.
A família estava completa. Mesmo morando em São Manuel por um tempo o
Adelino viajou com um caminhão, enquanto a Inês ficava em casa cuidando dos filhos e
trabalhando na colônia.
Para que os filhos pudessem estudar e também por problemas de saúde da Inês,
compraram um restaurante na BR 116 e lá foram morar por alguns anos. Mesmo assim a
família não abandonou os parreirais. Por acreditar nas atividades agrícolas e gostar da
tranqüilidade do interior, voltaram a morar na sua antiga casa onde além da agricultura,
estão se dedicando a criação de aves (perus).
O lugar onde eles moram é bem afastado, mas a beleza da natureza e a
tranquilidade de viver neste local compensa qualquer distancia.
Nesta foto feita
enfrente a casa onde

29
Fatos e fotos de uma família

moram, está toda a


família da Inês e a
esposa do Mateus.
Aos fundos aparece
uma parte do parreiral
cercado de vários
tipos de fruteiras.
Mesmo depois de
terem se formado, o
Mateus e o Mauro
decidiram continuar
trabalhando na
colônia. Para eles
nada é melhor que
poder viver na
tranqüilidade e
liberdade que esta lhes
proporciona, apesar do trabalho cansativo para cuidar dos parreirais, do aviário e das
outras tantas atividades que fazem.
Hoje o Adelino resolveu participar da política onde ocupa o cargo de vereador
de Campestre da Serra, tentando com sua participação melhorar a vida dos agricultores
da região, quase sempre esquecidos pelo poder público.
Nada segura o tempo e lá não foi diferente, os filhos cresceram, namoraram e o
Mateus no dia 10 de outubro de 2009 casou com a Queli Bresolin. Uma linda festa
marcou esta data. Os noivos, pais, irmãos, tios e demais parentes estavam presentes para
participar desta decisão tão importante.
Depois de casados foram morar ao lado da casa dos pais, pois o Mateus vai
continuar trabalhando com o pai e o irmão.

O Mauro resolveu seguir os passos do


irmão. Em 15 de maio de 2010 casou com a
Ednéia na Igreja de São Manuel em Campestre da Serra. A festa foi no salão da Igreja,
mesmo local onde também o irmão havia casado.
Eles também ficaram morando no mesmo lugar dos pais para dar continuidade
ao trabalho que a família vem realizando com parreirais e aviário.
É importante dizer que todos eles se preocupam com a preservação das florestas,
animais e do rio que passa aos fundos de suas terras melhorando a vida do planeta e
tendo uma qualidade de vida bem melhor.

30
Fatos e fotos de uma família

Sempre que possível


eles iam visitar os pais. Era
uma reunião de família,
alguns iam almoçar, outros
só iam passar a tarde.
A Inês é muito família,
se preocupa com os filhos,
irmãos e os pais, mas sem
sofrimento, procurando
sempre algo de bom em
todos os acontecimentos
mesmo que pareça não
existirem.
Felizmente vivemos
momentos alegres na vida, e
a Inês também guarda boas lembranças da infância rodeada de irmãos, tendo sempre o
carinho dos pais, depois o casamento, o nascimento dos filhos, as conquistas diárias, a
alegria em ver os “meninos” se tornando homens, sem nunca perder o respeito e o
carinho pelos pais.
Agora que os dois estão casados, quem sabe a família vai continuar crescendo,
podendo vir alguns netos... É só uma questão de tempo.
4.4 – Lídia Maria Rech
Quando a Inês tinha um ano e três meses, no dia 25 de abril de 1963 nasceu a
Lídia. Por ser prematura e pesando apenas 900 gramas, sobreviver era um desafio. A
menina nasceu no hospital, mas foi liberada alguns dias depois.
Mesmo se desdobrando em cuidados para mantê-la aquecida, pois o inverno
chegou e fazia muito frio, quando parecia que estava se desenvolvendo normalmente,
ganhando peso dia-a-dia, no dia 03 de junho de 1963, a pequena Lídia faleceu vítima de
uma pneumonia.
A família estava de luto, mas as três filhas mais velhas estavam ali para reclamar
atenção e cuidados. Como bons pais, juntando forças com as outras filhas e também
acreditando que agora tinham um anjinho no céu, procuraram levar a diante a vida
apesar da dor e saudades.
4.5 – Leocir Rech
Depois de 4 meninas, nasceu o Leocir no dia 15 de maio de 1964. A alegria de
ter o filho homem foi muito grande.
Com saúde e muita vitalidade, os quatro cresciam brincando, comendo e
dormindo sempre com o olhar atento dos pais. Mais tarde veio a escola, o trabalho na
roça, pois era preciso ajudar visto que os trabalhos eram muitos, e os trabalhadores
ainda poucos.
O Luiz sempre teve no Leocir um aliado. Juntos eles trabalhavam, contando
sempre com a participação das irmãs por quem ele tinha o maior carinho.
Depois de ser gente grande, era hora de encontrar uma mulher para construir
mais uma família. Não conheci nem uma das outras namoradas, nem sei se teve, mas a
Margarete Argenta foi a que prendeu o Leocir com seu amor e carinho. Depois de
algum tempo de namoro, no dia 05 de novembro de 1994, aconteceu o casamento numa
bela cerimônia na Igreja de Campestre da Serra e uma recepção no salão da Capela de
Nossa Senhora das Graças, esta data foi
comemorada com a presença dos amigos e

31
Fatos e fotos de uma família

familiares. Depois do casamento foram


morar na casa que ele construiu, bem
próxima dos pais, onde continuaria
trabalhando nos parreirais, fruteiras e mais
tarde com cantina de vinho.
Para dar mais sentido a essa união,
providenciaram logo um bebe que trouxe
muita alegria ao casal e a toda família.
No dia 19 de novembro de 1995,
nasceu a Tatiele, uma linda menina, que
enche de orgulho a todos pela sua beleza,
doçura e dedicação aos estudos.
Um intervalo de 5 anos e no dia 9 de
agosto, mais um participante chegava para
ocupar o seu lugar na casa, desta vez um
menino que se chamou Yhoni.
Faltava mais alguém para que a
alegria fosse completa. Uma menina
nasceu no dia três de agosto de 2007. o
nome escolhido foi Emanuela.

Para uma família muito religiosa é sempre uma grande alegria ver um filho
fazendo a sua Primeira Comunhão. A foto acima registra o grande dia da Tatiele.
Acompanhada de toda a família, mostra com o seu sorriso a importância deste dia.
Alegria que é partilhado por todos os familiares, pois a educação religiosa faz
parte do cuidado que dedicam aos filhos.

4.6 – Cirlei Rech


A Cirlei é a sexta filha do Luiz e a Catarina. Nasceu no dia 2 de dezembro de
1965. Ela tem uma característica pouco comum nos dias de hoje: a simplicidade e um
sorriso sempre estampados no rosto, é muito carinhosa e dedicada a família.
Como todos os irmãos teve uma
infância tranqüila e cheia de cuidados,

32
Fatos e fotos de uma família

mas desde cedo teve que aprender a


cuidar da casa e acompanhar o pai nos
trabalhos da colônia.
Depois de algum tempo de
namoro, casou com o Irineo Oss Emer
no dia 19 de outubro de 1985, antes de
completar 20 anos.
A cerimônia religiosa foi na
Igreja de São Manuel onde também
aconteceu a recepção aos convidados
no salão de festas.
Logo após o casamento foram
morar bem pertinho dos pais dela.
Tempos depois, um pouco
desiludidos com o trabalho na colônia,
resolveram mudar para São Marcos procurando algo melhor, mas não foi como
desejavam e assim resolveram voltar para a sua casa.
Depois de casada a vida não
mudou muito, sempre trabalhando com
parreirais, fruteiras e ainda criando os
animais para o consumo próprio ao
lado do marido, pessoa voltada ao
trabalho, sempre pensando num futuro
melhor.
Quando o pai faleceu deixou um
vazio muito grande na família. Os dois,
demonstrando sua generosidade e
dedicação pela mãe, deixaram sua casa
para morar com ela, dividindo os
trabalhos e principalmente para evitar
que ela ficasse sozinha.
A qualquer hora que chega
alguém na casa é muito bem recebido
por todos eles, que herdaram do Luiz o
hábito de servir bem as visitas, fazendo
com que sintam vontade de voltar. É
sempre uma alegria chegar a casa
deles.
Se o rosto é o espelho da alma, dá
para afirmar que a Cirlei é muito feliz.
Eles não tiveram filhos, mas isto não significa que o amor pelas crianças tenha
ficado adormecido e nem fez deles pessoas amargas. Os sobrinhos que moram perto,
recebem dos dois todo o carinho e atenção que só pai e mãe são capazes de dar.

33
Fatos e fotos de uma família

Nesta foto está ela com as sobrinhas Micheli e Francieli, com quem passa muito
tempo, trabalhando e se divertindo como vemos as três cuidando destes pequenos
cabritinhos.
4.7 – Vanir Rech
Quando parecia que a família estava completa, no dia 23 de agosto, nasceu mais
uma menina, a Vanir “o pedotchin do pai”, como era chamada pelo Luiz.
Estar perto da Vanir significa estar junto com o bom humor, a alegria e o riso
espontâneo.

A foto acima registra o dia do casamento dela com o Valmir Suzin que
aconteceu em 23 de março de 1999.
A família estava presente neste dia tão importante para os dois. Ao lado dos pais,
irmãos, cunhados e sobrinhos, sua felicidade estava estampada no rosto.

34
Fatos e fotos de uma família

Logo após o casamento foram morar numa casa bem próxima dos pais. Muito
bonita e bem cuidada, cercada por um jardim e gramado, é o retrato dos que moram lá
dentro.
O mais importante
presente chegou no dia
04 de abril de 2001
num pacote rosa, e o
nome escolhido foi
Micheli. Porém a
Micheli precisava de
uma parceira para fazer
a bagunça completa.
Foi no dia 18 de
dezembro de 2003 que
nasceu a Francieli.
Agora sim, olhos
atentos pois as duas
juntas formam um
quarteto quando se trata
de fazer artes.
Olhando as meninas dá para perceber que herdaram da mãe o sorriso e a ternura,
isto sem esquecer é claro o pai que também tem estas características.
“Sabe tia né”, é uma das palavras que a Vanir sempre diz quando algum de nós
pergunta como ela está. Mesmo com alguns problemas de saúde, não se deixa dominar
pela tristeza e nem pelo cansaço, pois cuidar de duas meninas tão arteiras, ajudar o
marido na colônia, dar uma mãozinha a mãe sempre que necessário e ainda manter o
bom humor, não é nada fácil. Seria injusto dizer que ela consegue isto sozinha, ao lado
tem um marido como poucos que a ajuda no cuidado com as meninas, a casa e tudo o
que é preciso para que reine a harmonia no lar.
Os cabelos do Luiz
branquearam. Pessoa de bom
humor e disposição para o
trabalho, em pouco tempo
foi mudando como se fosse
uma árvore sem água.
Vários médicos foram
consultados sobre a doença e
pouco descobriram sobre o
que ia mudando a sua
maneira de viver.
Até que foi descoberto
um tumor que precisava ser
retirado. Fazendo os exames
pré-operatórios, mais uma
surpresa desagradável, no resultado a constatação de que ele estava com leucemia.
Sem perder a esperança de voltar para casa, foi ao hospital fazer a cirurgia, mas
infelizmente nada mais podia ser feito e depois de uma semana na UTI faleceu no dia 11
de agosto de 2005. Esta foto foi acima registra um dos últimos encontros de família em
que o Luiz estava presente.

35
Fatos e fotos de uma família

Estes são os netos da Catarina e o Luiz Rech

Mauro Mateus
Emanuelle

YHONI
TATIELE

D
O
U
G
L
L
A
S

CHAIANE
MICHELI

36
Fatos e fotos de uma família

FRANCIELI

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As mais belas paisagens

05 - Claudino Novello e Lourdes Rech

37
Fatos e fotos de uma família

O Claudino nasceu no dia 13 de


agosto de 1939. Teve uma infância normal
e como os outros foi para escola, mas logo
que tinha forças, foi para a roça e depois
para a olaria.
Cresceu, namorou e depois de alguns
anos de namoro ele casou com a Lourdes
Rech e foram morar numa terra que o pai
havia comprado para os filhos.
Com toda certeza, não deve ter sido
fácil o início da vida de casados.
Eles foram morar numa casa de
madeira com dois quartos, sala, cozinha e
porão. (do de i Zamboni)
O casamento foi no dia 13 de abril de
1961.
Eu pouco lembro deste dia, mas
recordo que a festa foi feita lá na casa do
pai e no final da tarde, quando eles se
preparavam para descer até sua casa, a mãe
chamou os dois e lhes deu a sua benção. A seguir, partiram a pé, junto com alguém da
família para ajudar a carregar os presentes do casamento. Começava neste dia mais uma
história de vida. Vida cheia de muitas alegrias, mas também muitas lágrimas. Juntos
viveram a alegria do nascimento dos 5 filhos. No dia 13 de janeiro de 1962 nasceu a
Lenir, no dia 04 de julho de 1963 nasceu a Inês. Depois de duas meninas nasceram 3
meninos: o Pedro no dia 06 de abril de 1965, o Oneide no dia 26 de fevereiro de 1967 e
por último, o Roberto no dia 23 de janeiro de 1972. Todos de parto normal e em casa. A
preocupação, o medo que alguma coisa desse errado, atingia em parte a alegria do
nascimento dos filhos.
Quando eu era criança, com apenas 9 anos, as vezes ia lá na casa do Claudino
cuidar da Lenir que era ainda bebe. Eu lembro que ela dormia bastante e quando
começava a chorar, levava-a na roça para a mãe dar o mama e trocar as fraldas. Naquela
época as crianças ainda eram enfaixadas e assim era até mais fácil de carregá-las.
Os dois lutaram muito para criar os filhos. Era preciso comprar roupas, comida e
material para ir à escola. Mesmo cuidando dos filhos, sobrava tempo para a Lourdes
acompanhar o Claudino nos trabalhos da roça e lavoura. Além da roça o Claudino
trabalhou na pedreira e na olaria que além de ser um trabalho pesado era longe de casa.
Com muito esforço e economia eles conseguiram comprar um terreno e depois
construir uma casa aqui na cidade e assim garantir que os filhos pudessem continuar
estudando até conseguir se formar.
No início foi um pouco difícil, mas aos poucos todos foram arrumando emprego
e assim colaborando com as despesas da casa e dos estudos. Acredito que foram os
tempos mais tranqüilos da família.
Mas nada é para sempre. Cada um foi buscando seu caminho dentro do que
achava mais interessante, caminhos diferentes, mas que tinham em comum a dedicação
e o profissionalismo. Todos buscaram sua felicidade mas sem se afastar um do outro.
5.1 – Lenir Novello
A Lenir casou com o Amarildo Brusamarelo, no dia 25 de julho de 1987, na
Igreja Imaculada Conceição dos Padres Capuchinhos. A felicidade estava estampada no

38
Fatos e fotos de uma família

rosto do casal. Para os pais, era uma mistura de alegrias e saudades, porque os dois
iriam morar no Mato Grosso do Sul, na cidade de Campo Grande.

Eles tiveram dois filhos: o Amauri que nasceu no dia 10 de janeiro de


1989 e o Matheus nascido no dia 03 de novembro de 1992.
O Amarildo, mesmo formado em Engenharia Química, resolveu dedicar-se ao
cultivo de soja. Comprou uma fazenda, próxima a Campo Grande onde fica trabalhando
durante a semana, enquanto a Lenir fica na cidade para que os filhos possam estudar.
No final de semana ele volta, para passar junto com a família ou a família vai até
a fazenda para ficar mais tempo com o pai.
A Lenir é uma
mãe muito carinhosa e
junto com o Amarildo
soube muito bem
educar os dois filhos.
Esta foto ao
lado, feita na chácara
do Claudino, registra
uma das visitas que a
família fez ao sul com
os dois filhos o
Amauri e o Matheus,
pois sempre que
possível eles vem
juntar-se a família
para matar a saudades
e socializar todas as novidades.
5.2 – Inês Novello
Acompanhada dos familiares, numa cerimônia muito bonita, a Inês casou com o
Romeu Zilioto no dia 09 de Janeiro de 1988, na Igreja do Pio X.
Depois do sim, os familiares e

39
Fatos e fotos de uma família

amigos comemoraram esta união com


um jantar no restaurante Gianella.
Por dois anos ficaram morando no
andar térreo da casa dos pais dela, para
depois construírem uma bela casa no
mesmo bairro, onde moram até hoje.
De todos os filhos do Claudino, ela
é a mais parecida dos Novello.
A Inês estava no último ano da
faculdade quando engravidou. O
primeira neném do casal nasceu no dia
28 de janeiro de 1991. Era prematura e
faleceu com apenas dois dias.
Foi uma experiência muito dolorosa,
mas que não destruiu o desejo de ter
outros filhos e depois de algum tempo,
mesmo contrariando as indicações do
médico, resolveram encomendar outro
bebe. Desta vez, no dia 26 de outubro
de 1993, nasceu um lindo e saudável
menino que foi batizado com o nome de
Gustavo.
Ele trouxe muita alegria para
toda a família e amigos que torciam
muito para um final feliz nesta
gravidez.
Mesmo assim a felicidade da
família não estava completa, faltava a
Marina. Algum tempo depois com
todos os cuidados que uma gravidez
de risco exige, no dia 08 de janeiro
de 1995, nasceu a Marina, para
completar esta bela família.
A Inês é uma pessoa muito
simples com quem é muito agradável
bater um longo papo.
Quando veio morar na cidade
começou a estudar e logo que pode a
trabalhar. Era preciso ser
independente e também ajudar os
pais, pois a família era grande e um
único trabalhador remunerado.
Trabalhou muito tempo nas Lojas
Prataviera e de lá foi para a Randon
onde o Romeu também trabalha.
Os filhos estão crescendo e como, já que o Gustavo com apenas 14 anos é o mais
alto da Família. Os dois estão estudando e são ótimos alunos. Dizem que o Gustavo não
para quieto na sala de aula, mas isto é sinal de inteligência. A Marina é uma menina
com olhar muito doce, parece que é mais comportada, além de inteligente e bonita.
5.3 – Pedro Novello

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Fatos e fotos de uma família

Falar do Pedro é falar de simplicidade, alegria, amigos e família. Quando criança


foi meu aluno na Escola Felipe dos Santos. Com certeza não era para estudar que
chegava por primeiro na escola. Antes de começar a aula precisava brincar um pouco.
Quando veio para a cidade era ainda bem novo, porém nunca perdeu o gosto
pela colônia, sempre que pode, vai passar os finais de semana na chácara, as vezes para
jogar, dormir ou saborear com os amigos e família um bom churrasco, mas também para
trabalhar cortando grama, cuidar das fruteiras e manter tudo em ordem para aproveitar
mais a natureza.
Além de estudar, também trabalhava como “auxiliar de pedreiro” junto com o
pai, depois trabalhou alguns anos numa fábrica e por fim, conseguiu ele mais o pai,
montar a sua fábrica de cabos de baldes. No início a mesma foi improvisada ao lado da
casa onde moravam, mas à medida que as encomendas aumentavam o lugar foi ficando
pequeno e então foi preciso construir um pavilhão mais espaçoso onde trabalham até
hoje.
Sempre foi muito parceiro dos pais e com eles enfrentou muitos problemas, mas
sem perder a esperança de um dia construir um futuro melhor.
Um dia conheceu a Simone, pessoa carismática além de bonita e eles se
enamoraram. Depois de alguns anos de namoro, algumas interrupções para refletir sobre
a relação, descobriram que a vida a dois seria bem melhor. Foi então que no dia 27 de
fevereiro de 1993, na Igreja Santa Catarina, com uma bela festa, eles concretizaram,
perante todos os amigos e familiares esta união.
Logo depois de casados os dois
foram morar no andar térreo da casa
dos pais dele. Foi nesta casa que eles
receberam os dois maiores presentes
de suas vidas: o Lucas que nasceu no
dia 03 de fevereiro de 1997 e o Felipe
no dia 30 de dezembro de 1998.
Com o nascimento deles formou-se
mais uma família linda e feliz.
A Simone sempre foi uma mãe
dedicada e muito carinhosa. Depois
do nascimento do primeiro filho,
optou por trabalhar só em casa para
cuidar dele e logo depois do outro.
Não dá para negar que são duas
crianças lindas, mas também muito
sapecas e deram muito trabalho aos
pais, principalmente nos primeiros
anos de vida, porém o que é isso
comparado à alegria de ter dois filhos
saudáveis e felizes? Com certeza este
é o desejo dos dois com relação aos
filhos. Espero que os dois tenham
herdado a alegria do pai e a ternura da
mãe.
O Pedro e a Simone formam um casal harmonioso. Com muita calma, respeito e
simplicidade procuram criar os filhos dando-lhes o que tem de melhor que é o exemplo.

41
Fatos e fotos de uma família

Na foto abaixo estão os quatro, esbanjando alegria para todos que quiserem
conferir.

Quando crianças, ainda morando no interior de Flores da Cunha, o Pedro, a


Lenir, a Inês, o Oneide foram meus alunos.
Esta foto foi feita na escada que levava até a sala de aula, ou melhor, ao Salão da
Igreja de São Caetano que servia também como escola. Junto também estudavam os
filhos do Valdir.
Eu lembro com muitas
saudades desta época. Mesmo
sendo escola multisseriada
(várias turmas na mesma sala),
os alunos eram bem diferentes
dos que temos nas escolas hoje.
Ainda existia muito respeito ao
professor, e o relacionamento
entre os alunos era de amizade e
companheirismo.
Apesar de trabalhar em
duas escola, adorava brincar com
eles no recreio, de caçador,
esconde-esconde, roda, policia e
ladrão e outras brincadeiras que
que eles criavam.
Ao lado da escola tinha o cemitério e em cima do morro ficava a Igreja de São
Caetano. Tudo era espaço para brincar. Ninguém tinha medo de se esconder atrás dos
túmulos quando a brincadeira era de se esconder.
No ano de 2005, no dia 17 de setembro, o Pedro organizou um encontro com a
turma para rever os colegas e passar o dia relembrando a infância. Foi um dia
inesquecível. Muitas novidades; a maioria deles já casou e já tem filhos, cada um tomou
um rumo diferente, mas todos guardam características da sua infância.
Tantas recordações.

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Fatos e fotos de uma família

No meio de tanta
conversa, revelação de
alguns segredos como
entrar na sala quando
não tinha ninguém para
comer chocolate em pó
que era usado na
merenda diária, ou
como faziam para
organizar as festas
surpresa no dia do
professor ou do seu
aniversário.
Foi tudo agradável
que não vimos o tempo
passar. Foi um encontro
inesquecível.

5.4 – Oneide Novello


O Oneide sempre foi um menino muito inteligente. Quando criança foi meu aluno
e desde os primeiros dias demonstrou muita compreensão e habilidade nos estudos.
Uma manhã ele chegou na escola bem antes dos irmãos e com o “guarda-pó”
amassado. Tentando explicar a roupa amassada ele falou: “Eu sou muito esperto, para
fazer mais ligeiro chegar à escola e poder brincar antes de começar a aula eu fui dormir
vestido, pronto para sair de casa”.
Quando a família veio para a cidade ele continuou seus estudos e mais tarde
resolveu montar uma malharia na parte térrea da casa onde moravam. Tudo estava indo
muito bem, a malharia já tomava proporções de micro empresa e prometia muito
sucesso. Comprou máquinas modernas para melhorar a qualidade das malhas e
aumentar a produção. Aos poucos foi conquistando o mercado e com o resultado do seu
trabalho comprou seu primeiro carro.
Ele tinha muitos amigos e como todo rapaz de sua idade gostava de se reunir ao
grupo para conversar, fazer um bom churrasco, passear e conhecer lugares diferentes.

43
Fatos e fotos de uma família

Um destes passeios foi para conhecer o Rio de Janeiro. Parece regra que toda
pessoa que visita o Cristo Redentor faça uma foto de braços abertos. Com ele não foi
diferente.
Uma das marcas fortes do Oneide era a ligação com a família. Não era difícil vê-
lo nas tardes de domingo visitando o nono Firmino quando este estava doente, ou
durante a semana chegar até a casa do nono Ângelo que morava bem pertinho, para
conversar e dar um pouco de sua atenção as pessoas. Ele mesmo dizia para o pai:
“Vamos visitar o nono enquanto está vivo, pois não adianta chorar depois que ele
morrer”.
Porém algumas coisas nesta vida estão além da nossa compreensão. Uma delas é
a morte de um moço de 22 anos, com um futuro brilhante pela frente, mas que foi
interrompido no final da tarde do dia 17 de novembro de 1989. Depois de ter almoçado
com os amigos e passado parte da tarde com eles , voltou para casa e foi para o quarto
assistir televisão. Quando o irmão Pedro entrou no quarto para chamá-lo ele já estava
sem vida. Vítima de um ataque cardíaco, sem se despedir de ninguém, ele partia para o
além. Com certeza a vida tinha suas razões para que isto acontecesse.
Por ser uma pessoa muito especial, uma nuvem de tristeza cobriu todos os que o
conheciam. A sua ausência deixou um vazio muito grande na família. Nesta hora cada
um reage do jeito que pode. Alguns choram e desabafam, outros sofrem calados. Mas é
certo que a morte do Oneide provocou muitas lágrimas.
Todos sofreram muito, mas a Lourdes, além de ser a mãe, era de temperamento
mais introvertido, tinha dificuldades de externar sua tristeza e foi guardando por muito
tempo uma dor visível aos olhos de todas as pessoas que chegavam perto dela.

5.6 – Roberto Novello


Acredito que o Roberto seja o filho com o temperamento mais parecido com a
mãe. Pessoa muito educada, elegante, mas de pouca conversa.
Quando saiu da colônia era ainda criança. Estudou muito e hoje é formado em
Direito, mas trabalha com computação.
Como os outros irmãos, sofreu muito com a morte do Oneide e depois da mãe.
Mas a vida
não é feita só de
tristezas. Um dia
conheceu a Andréia
e depois de algum
tempo juntos, no dia
21 de dezembro de
1993, receberam o
mais belo presente
que um pai e uma
mãe poder ganhar: a
Giovana, uma linda
menina que passou a
ser o maior orgulho
da família.
Durante 14 anos
parecia que a família
seria formada só pelos três, mas no dia 28 de janeiro de 2008, nasceu mais uma
princesinha muito desejada, a Eduarda que com certeza dobrou a felicidade do casal.
Essas duas

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Fatos e fotos de uma família

lindas meninas,
com certeza são
responsáveis pelo
sorriso estampado
no rosto e a razão
de viver do Roberto
e da Andréia.
Profissionalmente
realizados, os dois
só tem a
preocupação de
criar as filhas e o
direito de viver
com elas cada
momentos que a
vida proporciona,
com a felicidade
merecida.
Quando começavam a se recuperar da perda do Oneide, no final do ano de 1995
a família descobre que a mãe estava com câncer. Mesmo tendo feito químio e
radioterapia, depois de 7 meses de sofrimento, no dia 28 de junho de 1996, ela faleceu.
Foi um período muito triste e mais uma vez a família toda sofreu junta esta
perda. Com certeza ela foi recebida pelo filho, o qual nunca conseguiu esquecer.
Para nós que aqui ficamos, restam as lembranças dos bons momentos que
vivemos juntos e a saudades do vazio que deixou.
A vida segue.....
05 – Claudino Novello e Odila Zago
Os filhos todos casados, a morte da Lourdes, deixou um grande vazia e a solidão
tomou conta da vida do Claudino. Mesmo com os filhos morando por perto, dedicando-
lhe muita atenção, ele se sentia muito só, principalmente no final do dia quando todos
vão para as suas casas, parece que a noite fica ainda mais longa.
Porém quando a vida
quer, não precisa de lugares
mirabolantes, nem de muito
luxo para aproximar duas
pessoas.
Uma pneumonia fez o
Claudino ficar internado uns
dias no hospital onde
trabalhava uma enfermeira,
irmã da Odila, que sabendo
de sua história providenciou
um encontro entre os dois.
O local encolhido para o
encontro não podia ser mais
romântico: o pátio do Hospital Fátima. Mais curioso ainda é que um não conhecia o
outro, apenas sabiam algumas características, mas o destino se encarrega de resolver
estes pequenos detalhes e os dois lá mesmo se conheceram.

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Fatos e fotos de uma família

Depois deste encontro, vieram outros e após meses de namoro, no dia 16 de


maio de maio de 1998 eles casaram.
Aos poucos, sempre com muito
respeito, foi conquistando a todos e hoje
temos muito orgulho de ter mais um
membro na família Novello.
Começava uma nova etapa na vida
do Claudino. Mais um capítulo desta
história passava a ser escrito.
Uma vida calma e tranqüila foi
interrompida com a notícia de uma
gravidez. Mas Deus sempre sabe o porquê
das coisas e para a alegria de todos nós, no
dia 08 de outubro de 1999 nasceu um lindo
menino, Gabriel, o mais novo sobrinho da
nossa família.
A Odila trabalhava como enfermeira
no hospital, também cuidou muito tempo
de pessoas idosas em suas residências, mas
com a vinda do Gabriel a vida dela tomou
outro rumo, passou há dividir seu tempo
entre o filho, a casa e o marido, sem
esquecer da sua filha Renato e dos netos.
Recentemente, no dia 02 de agosto de 2009, uma festa foi organizada para
comemorar os 70 anos do Claudino. Depois de uma missa a família e os convidados
almoçaram no salão da Capela de São Valentin.
Uma festa merecida pela dedicação que ele sempre teve com os familiares e
amigos que compartilharam da alegria que a data representava.

Uma festa tão linda merece registro. Na primeira foto está muito orgulhoso e
feliz o aniversariante na hora dos parabéns, ao lado mais orgulhoso está ele com os
filhos Roberto, Lenir, Inês, Pedro e o Gabriel.
Nesta outra foto ele
esta rodeado dos netos.
No colo do Roberto a

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Fatos e fotos de uma família

Eduarda, ao lado o
Amauri, o Matheus e o
Gustavo. Na frente o
Felipe, o Lucas, o filho
Gabriel e a neta Marina.
O nosso desejo como
família é festejar muitos
aniversários juntos, ou
aproveitar qualquer data
para se reunir e celebrar a
vida, a coisa mais
importante que temos e
merece ser comemorada,
seja com um churrasco ou
mesmo um “menestrão”, o que vale mesmo é se reunir.
Estes são os oito netos do Claudino.
Lucas e Felipe

Amauri e Matheus

Eduarda e Giovana

Marina e Gustavo

06 – Irma Novello
A Irma sempre foi muito tranqüila e simples. Nasceu no dia 14 de março de
1941, no mesmo dia que a mãe fez a mudança da casa velha para a casa grande onde
moramos por muito tempo com um maior conforto e espaço.

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Fatos e fotos de uma família

A vida antes do casamento da Irma foi


igual a dos irmãos. Quando criança foi à
escola até terminar o primário. Depois da
escola, trabalho em casa e na roça, cuidar dos
irmãos mais novos e quando sobrava um
tempinho, nem que precisasse fazer um
cercado com grimpas para os pequenos não
saírem do lugar, conseguia brincar um pouco.
“A vítima fui eu.”
Cresceu, namorou e no dia 13 de agosto
de 1966, casou com o Remi Paloschi, na
Igreja de São Valentin. O almoço foi na casa
da Dona Adele, onde a família se reuniu para
comemorar.
Na época do casamento da Irma não era
costume fazer festa muito grande, alguns
amigos, padrinhos e familiares.
Depois de casados eles foram morar em
Ana Rech, onde o Remi havia comprado uma
casa e trabalhava na Madeireira dois Irmãos.
A Irma aprendeu bordar na máquina comum para ajudar nas despesas da casa.
Mesmo morando no Bairro de Ana Rech, ainda não tinha energia elétrica e era no pedal
que fazia lindos bordados.
Era muito comum os casais terem
logo um filho e eles também
encomendaram o seu que nasceu no dia 12
de setembro de 1967. O nome escolhido
foi Roberto.
Quando ele tinha 5 anos, nasceu a
Rosane, que com certeza ajudou a cuidar e
também com quem brincou muito.
Três anos depois nasceu a Roziléia.
A família deles estava completa. O
Roberto iniciava sua vida escolar e até
fazer pequenas tarefas, enquanto as
meninas ficavam em casa com a mãe.
Nada de escolinha ou babá, a rotina era
bordar, cuidar das crianças e da casa.
Nada era fácil para eles. O trabalho, os
cuidados com a casa e os filhos, a entrega
dos bordados com data marcada, tomavam
todo o tempo. Era preciso dar conta de
tudo.
Uma bela horta no fundo do lote, as
vezes cuidada pela Irma, outras vezes pelo Remi, abastecia a casa de legumes e
verduras. O grande sonho deles não era ter muitas riquezas, o sonho era com relação aos
filhos. Eles precisavam estudar, se formar e trilhar o seu próprio caminho sem ter que
passar pelas mesmas dificuldades que os dois passaram.

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Fatos e fotos de uma família

Com muito trabalho, economias e fé na vida construíram uma casa nova, mais
espaçosa, que dava mais conforto a todos.
6.1 – Roberto Carlos Paloschi
A família sempre foi religiosa e
todos foram batizados, fizeram a 1ª
comunhão e a crisma.
A foto ao lado registra o dia da 1ª
comunhão do Roberto. Junto com
eles está a avó Adelina, uma ótima
cozinheira, procurada em toda a
redondeza para fazer o almoço nas
festas.
O Roberto sempre foi muito
simples e determinado. Começou a
trabalhar com 9 anos, fazendo
pequenas cestas de vime para colocar
chocolates de Páscoa, sempre na
mesma empresa, mas variando de
trabalhos até que passou a trabalhar
no escritório. Nunca deixou de lado
os estudos e formado em Ciências
Contábeis, passou a assumir mais
responsabilidades e com certeza mais
dindin.
Menino muito caseiro, estudioso
e ligado a família, passou a infância e adolescência sem dar muitas preocupações aos
pais.
Desde criança sempre teve uma paixão: Futebol de Botão. Quando estava
cansado, para relaxar um pouco, jogava umas partidas de Botão, mesmo que não tivesse
parceiro para acompanhá-lo.

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Fatos e fotos de uma família

Um dia conheceu a Margarete, se enamorou e depois de alguns anos, no dia 24


de setembro de 1994, casaram na Igreja Matriz Nossa Senhora de Lourdes. Uma bela
recepção aos familiares e amigos, marcada por muita alegria, aconteceu no salão da
Capela de São Valentin.

A graça e a simpatia destas duas meninas, são um presente para qualquer


família. A Érica uma menina meiga, ainda na sua inocência, além de estudar, dedica
parte do seu tempo com brincadeiras. A Maiara já uma adolescente, dedica seu tempo à
família, aos estudos e a longos papos com os amigos e encontro virtuais.
Com certeza são os dois maiores presentes que a vida entregou nas mãos da
Margarete e do Roberto e dos avós que se enchem de orgulho quando falam delas.
6.2 – Rosane Paloschi

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Fatos e fotos de uma família

Bem diferente dos irmãos, a Rosane sempre foi mais rebelde. Dá para dizer que
deu um pouco de trabalho e preocupação aos pais, mas nada que se comparem as
alegrias e a dedicação que deu ao pai principalmente nos últimos anos de sua vida.
Em maio de 1996 casou
com Rudimar Caberlon. Deste
casamento nasceu o Dudu
(Eduardo), que sem dúvida
trouxe imensas alegrias a todos
os familiares.
Depois de alguns anos,
por motivos particulares, esta
união chegou ao fim, mas que
deixou para toda a família um
belo presente, um campeão
chamado Eduardo.
O Dudu além de ser um
bom filho é um ótimo aluno e
mais ainda um campeão
mundial de Taekwondo STF.

Dos 23 brasileiros que participaram do campeonato mundial em Little Rock,


Arkansas, de 24 a 27 de junho de 2010, 5 eram caxienses e mereceram uma homenagem
do Jornal o Pioneiro pelas diversas medalhas de Ouro e Prata que trouxeram para o
Brasil. O Eduardo voltou com duas de ouro e uma de prata, um verdadeiro campeão.
Depois da separação a Rosane resolveu dar continuidade a sua vida e a pessoa
escolhida para seguir com ela foi o Èmerson Adamatti. Como a família era muito
comportada, resolveram encomendar alguém para bagunçar tudo e dar ainda mais
alegria aos pais, o mano, os avós e toda a família.

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Fatos e fotos de uma família

Dizem que antes de vir ao mundo escolhemos como e onde queremos nascer. O
Artur, responsável por tantas artes, com certeza entrou na fila da bagunça muitas vezes.
Com um sorriso que cativa a todos, fica difícil dizer não as suas brincadeiras.

Na foto acima está à família da Rosane. O filho Eduardo, a Rosane com o


Arturzinho no colo e o pai Émerson.

Este lindo caipirinha foi um presente que Deus mandou para alegrar a vida dos
pais e também dos avós, que com suas artes (que não são poucas) deixa todos
encantados e sempre atentos, pois a cada pequeno descuido ele apronta uma nova.
Na foto da direita o Dudu com o Artur no colo, que apesar da diferença de idade,
demonstra muito carinho e dispensa grandes cuidados pelo mano.
Só para lembrar no futuro aqui vão algumas artes dele: - Uma manhã, enquanto
o Dudu limpava as migalhas que o Artur deixou no sofá, ele aproveitou para temperar
com azeite o chão da cozinha. - Enquanto passava à tarde na casa da avó Irma, arrancou
uma porta da estante que depois foi correndo mostrar como se fosse um troféu. - Outro
dia também pegou a babe (chave) do portão, pois ele é fascinado por chaves e tentou
abri-lo, mas como não conseguiu jogou a chave dentro do pátio trancando a ele e a avó
do lado de fora. Vamos deixar assim, pois do contrario o livro ficaria muito extenso.

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Fatos e fotos de uma família

6.3 – Rosiléia Simoni Paloschi


No dia 23 de setembro de 1977, nasceu uma menina muito loirinha que recebeu
o nome de Roziléia Simoni Paloschi.
Na foto ao lado ela forma o casal caipira
com um colega, no dia da festa de São João
na escola onde estudava. Não podia ser
diferente já que participava de todas as
atividades que eram propostas, mesmo que
exigissem algum esforço.
Como todas as crianças, gostava de
brincar e passear. Cresceu e logo que foi para
a escola mostrou um grande potencial. Dizer
que era inteligente é uma grande verdade,
porém tudo foi conquistado com muita
dedicação aos estudos o que fez dela uma
pessoa especial.
Como para os irmãos, nada foi fácil
na vida dela. Começou a trabalhar bem
novinha sem que isto lhe prejudicasse os
estudos. Lia muito, estudava mais ainda,
conciliando tudo com o trabalho, pois
precisava ajudar nos estudos.
Não era nem uma santinha, pois
aprontou algumas artes que lhe renderam
alguns pontos pelo corpo.
Para quem não conheceu a Rosi, basta
olhar esta foto e terá uma definição de como
ela era. Simples, amante da natureza,
aproveitava todas as oportunidades para
fazer e conhecer coisas e lugares diferentes,
sempre ligados à vida.
Mesmo sendo “estudada”, sabia
conversar com o doutor do mesmo modo que
falava com o analfabeto.
Numa das últimas conversas que
tivemos, confessou que o seu grande desejo
era se dedicar as pesquisas e assim descobrir,
quem sabe, algum remédio para curar
doenças que ainda são incuráveis.
Foi em Campinas que conheceu o
Rogério, um estudante com sonhos e gostos
parecidos com os dela. Foi com ele (foto ao
lado) que viveu os últimos meses de vida.
Ela estava feliz e realizada.Vivia com muita simplicidade, aproveitando cada
minuto, como se soubesse que não teria muito tempo antes de partir.
Depois de se formar em Engenharia Química, buscou logo uma bolsa de estudos
para continuar seus estudos numa Universidade conceituada. Com muita coragem e
determinação, foi para Campinas fazer mestrado. Mesmo com muitos compromissos,
sempre sobrava um tempinho para curtir a casa ao lado do Rogério, cuidando de cada
detalhe para que ficasse do jeito deles.

53
Fatos e fotos de uma família

Nem tudo é como um conto de fadas, “E foram felizes para sempre”. No dia 06
de abril de 2002, numa manhã de sábado, os dois saiam para passar o final de semana
em Angra dos Reis. Quando estavam próximos a Parati, um acidente provocado por um
irresponsável, colocou um ponto final na vida de quem ainda era cheia de sonhos. Uma
menina de 24 anos partiu sem dizer um adeus a ninguém e uma família inteira ficou
marcada pela tragédia.
“Eu sabia que não podia durar para sempre, pois tudo era perfeito demais entre
nós dois.” Esta foi uma das declarações feita pelo Rogério durante o velório.
Fica difícil entender e principalmente aceitar, mesmo passados 8 anos, a dor
ainda é grande e a saudades cada vez maior.
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Vista de uma bela cidade de Feltre - Itália


07 - Valdir Novello e Terezinha Rech
O Valdir e a Teresinha casaram em São Valentin, no dia 04 de maio de 1963.
Esta foto marca o início da família dos dois. Ela foi feita ao lado da casa onde
eles foram morar logo depois do casamento.
Quando o Valdir casou, foi morar na
terra do Zamboni, junto com o Claudino até

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Fatos e fotos de uma família

fazer a sua casa.


A Teresinha era irmã da Lourdes e
assim as duas podiam se fazer companhia já
que era longe de qualquer outra família.
A casa que eles construíram era bem
simples, dois quartos, sala e cozinha. Mais
tarde, quando nasceram os filhos, ela foi
ampliada com o famoso “puxado”.
Para chegar até lá, só de carroça ou a
cavalo.
Nesta época eles trabalhavam na
colônia e na olaria. Momentos bem difíceis
para quem está começando a vida a dois.
Não demorou muito e no dia 17 de
fevereiro de 1964, depois de passar por
muitos problemas na hora do parto, nasceu a
Leda, primeira filha, parto normal e em
casa. Com certeza devem ter sentido muito
medo. A mãe estava lá ajudando, mas mais

que isso, rezando para dar tudo certo.


Eu lembro que ao anoitecer, nós fomos até lá perto da casa do Valdir para ter
notícias, mas como tudo era muito sigiloso, uma das irmãs que estava comigo gritou
para a mãe logo que saímos do mato. Era porque criança não podia chegar perto. Já
imaginou chegar na hora que a nenê estivesse nascendo?
“Mama venhiu casa?” e a mãe
respondeu em código: “nó, parque
qua el tempo nol ga mia schara
ancora”.
Tudo bem que eu era nova, mas
entendi tudo, só não podia falar nada
para não levar uma bronca.
Esta foto foi feita ao lado da
casa do Claudino quando a Lenir já
tinha nascido e a Leda estava a
caminho.
Os problemas eram muitos, mas
que nada, era preciso enfrentá-los, o
que eles fizeram com muita sabedoria
e bravura.
Quando a Leda tinha um ano e meio nasceu o Firmino no dia 27 de agosto de
1965. Outro parto feito em casa. Para ajudar, só a parteira que normalmente era uma
senhora com um pouco mais de experiência, mas nada de formação de enfermagem.
Mais um ano e meio e no dia o4 de janeiro de 1967 nasceu o Leonardo.
A família estava completa. O trabalho na olaria era cansativo e distante. Ou o
Valdir dormia lá no sogro, ou caminhava alguns Km para voltar para casa.
Os filhos cresceram, começaram a estudar, primeiro na escola Olavo Bilac e
depois na Felipe dos Santos, lá em São Caetano.
O Valdir resolveu sair da
colônia e ir trabalhar com um

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Fatos e fotos de uma família

caminhão, trabalho que faz até


hoje. Para facilitar a volta
para casa com o caminhão,
eles se mudaram para esta casa
que fica em Ana Rech, onde
moram até hoje.
O tempo foi passando e os
filhos começaram a namorar e
depois, um após outro, foram
casando.
Não é diferente da família
dos outros irmãos mais velhos,
hoje eles estão sozinhos apesar
de ter dois filhos morarem
bem perto.

7.1 – Leda Novello


A Leda foi a primeira da família
a se casar. Ela casou com o Ivo Turella
no dia 17 de fevereiro de 1990 na Igreja
Matriz de Ana Rech. A festa foi no
salão da Igreja Matriz, onde os
familiares e amigos se reuniram para
comemorar esta data tão importante.
Para chegar à casa dos pais a Leda
só precisa atravessar a rua.
Depois de casada, a Leda se
dedicou aos cuidados dos filhos e da
casa e o Ivo, mesmo depois de
aposentado, continua trabalhando na
Randon, uma empresa local.
No dia 27 de março de 1992,
nasceu uma menina que foi batizada
com o nome de Rúbia. Era uma nenên
tão pequena, principalmente o rostinho,
que se perdia no meio das roupinhas.
Foram momentos de muita tensão
para toda a família, porque ela teve que
ficar uns dias a mais no Hospital.
Felizmente tudo ficou bem.
No dia 1º de novembro de 1995,
nasceu o Ricardo que trouxe mais
alegria e completou a família.

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Fatos e fotos de uma família

Esta é a família da Leda e do Ivo. Os filhos já adolescentes estão estudando e se


preparando para o futuro.
7.2 – Firmino Novello
Três anos depois da Leda, o
Firmino casou com a Rosangela
Albuquerque no dia 11 de dezembro de
1993, na Igreja Matriz de Ana Rech.
Depois da cerimônia religiosa, a
família e os amigos, reuniram-se num
jantar no salão da Igreja Matriz para
comemorar a data.
Os dois foram morar na frente da
casa do Valdir, na mesma casa onde o pai
morou alguns anos.

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Fatos e fotos de uma família

Para completar a felicidade do casal, no


dia 20 de maio de 1996 nasceu a Fernanda
Eloísa. Uma linda menina, estudiosa e que
adora dançar balet.
Esta foto ao lado foi feita logo após uma
apresentação de dança, que foi assistida
pelos pais corujas.
A Rosângela trabalhou muito tempo em
casa e assim pode cuidar da filha enquanto
era pequena. Hoje trabalha numa empresa e
a avó que mora pertinho toma conta da neta.
O Firmino, que tem o nome do avô,
sempre trabalhou como caminhoneiro.
Numa de suas viagens viveu uma
experiência muito triste, foi assaltado por
marginais em São Paulo, que levaram o
caminhão e ainda o deixaram amarrado no
mato. Felizmente ele conseguiu se soltar e
pedir ajuda numa casa próxima, mas o
caminhão nunca mais apareceu.
Mas a vida é assim, o que não podemos é
desistir de lutar e o Firmino como bom “Novello”, mostrou sua coragem, comprou outro
caminhão e começou tudo novamente.

7.3 – Leonardo Novello


O Leonardo casou com a Viviane Richesi no dia 20 de dezembro de 1997 na
Igreja Matriz de Ana Rech. A comemoração foi no salão da Igreja de Fazenda Souza.

A foto acima da esquerda registra o casamento do Leonardo com a Viviane e a


da direita é da família deles (por enquanto).
O Leonardo é muito brincalhão e sempre de muito bom humor. Mesmo nos
momentos difíceis mantém a alegria e procura a solução sem fazer grandes dramas.
Como o pai e o irmão, ele também sempre

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Fatos e fotos de uma família

foi caminhoneiro. Daria para dar algumas voltas


ao mundo se juntassem a quilometragem que os
três já fizeram.
Depois de um ano de casados a Viviane
engravidou e no dia 26 de outubro de 1999, a
cegonha entregou um pacotinho todo rosa e
dentro uma linda menina que foi batizada com o
nome de Natália. Um belo presente que fez a
alegria da família.
Hoje a Natália já está estudando e também
faz curso de balet.
Na foto ao lado está ela no intervalo de
uma apresentação. Com certeza os pais estavam
na platéia babando de orgulho ao ver a filhota
dançando.
Logo depois de casada a Viviane cuidava
da casa e da filha, mesmo assim conseguiu se
formar em pedagogia e hoje é professora e
trabalha numa escolinha em Ana Rech.

Estes são os 4 netos do Valdir e da Terezinha

Acima, à esquerda estão os filhos


da Leda: a Rúbia e o Ricardo e
abaixo a Fernanda que é filha do
Firmino e da Rosângela. A esquerda
está a Natália filha do Leonardo e da
Viviane. Quatro lindas “crianças”
que são a alegria e o orgulho dos
pais e de toda a família.

08 – Terezinha Novello e Claudino Paloschi

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Fatos e fotos de uma família

Quando era menina, a Teresinha ficou num colégio interna para estudar e talvez
um dia substituir a mãe na escola. Durante o tempo que ficou em Porto Alegre
estudando, não vinha para casa e pela 1ª vez eu descobri que saudades dói, não só na
alma, mas no corpo também.
Quantas vezes ao anoitecer nós íamos à frente da casa e chamávamos por ela
esperando que escutasse e voltasse. Eu era criança e ainda não sabia que se chamava
saudades, mas sabia que doía.
Quando voltou para casa já era “estudada” e logo foi requisitada para dar aula na
Escola Olavo Bilac.
Depois de alguns anos de namoro, a
Terezinha casou com o Claudino
Paloschi no dia 28 de dezembro de 1968.
O casamento foi na Capela de São
Valentin e o almoço no salão da
sociedade. Foi a primeira da família que
fez a festa no salão, pois até então todos
comemoravam na casa do noivo.
Quando casou foi morar com a
sogra e ficaram juntas até que a Dona
Adelina faleceu. Para ir até a escola
caminhava muito ou ia a cavalo para ficar
menos tempo longe de casa.
Foram muitos anos de sacrifícios e
determinação, pois não era só a distância
que devia vencer, as dificuldades de
trabalhar numa escola multisseriada eram
inúmeras e o material disponível era
pouco.
Ela foi uma das minhas
professoras, mas principalmente foi com
ela que aprendi a dar aula. Como eu
também era “estudada”, depois de alguns
anos trabalhando na mesma
escola, juntas fizemos o
Ginásio e mais tarde o
Magistério. Na época do
magistério ela já era casada
e tinha o Evandro pequeno.
Quantas dificuldades,
quanto sofrimento para ir
estudar e deixar o nenê em
casa. É verdade que
contava sempre com a
ajuda do marido e da sogra,
mesmo assim foi muito
difícil. Com certeza o
salário que recebe como
aposentada não é o que
deveria receber por todo o

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Fatos e fotos de uma família

trabalho que fez, mas a alegria de ser reconhecida como professora pela maioria dos
moradores de São Valentin, compensa tanta dedicação.
Além de professora também cuidou da casa e criou dois filhos maravilhosos.
O primeiro foi o Evandro que nasceu
no dia 1º de julho de 1972. Seis anos
depois, no dia 06 de setembro nasceu o
Leandro.
Apesar de nascer prematuro,
desenvolveu rapidamente e logo não
precisava mais de cuidados especiais.
Com a vinda do Leandro ficou ainda
mais difícil trabalhar fora e logo que a
professora Inês Bonato se aposentou
conseguiu uma escola mais perto de casa,
em São Valentin.
Na foto ao lado está o registro do dia
da 1ª Comunhão de Evandro.
Além de professora foi por muitos
anos catequista. Foram muitos os alunos
que preparou para a 1ª comunhão e a
crisma, sempre como voluntária.
Sempre preocupados com os filhos,
ela e o Claudino não mediram esforços
para que os dois pudessem estudar até se
Mas a vida da Tere não foi só formar.
ensinar, sempre que pode trabalhou na
colônia, principalmente na lavoura,
parreirais e também com vacas leiteiras
onde além de vender o leite faz queijos
muito gostosos.
A foto ao lado é da casa da Tere e
do Claudino, onde nasceram e cresceram
os filhos e eles dois moram até hoje.
Mesmo construindo uma casa no Jardim
Eldorado eles nunca quiseram abandonar
a vida da colônia. Realmente é difícil

imaginar os dois longe das plantações e do cuidado com os animais.

6.1 – Evandro Paloschi


Na época da faculdade o Evandro trabalhou no Banco do Brasil, primeiro como
estagiário, depois fez concurso e foi efetivado.
Neste período conheceu a Luciane e depois de algum tempo de namoro, casaram
no dia 12 de junho de 1999, na Igreja Matriz de Ana Rech. Os familiares e amigos
comemoraram a data com um jantar num restaurante da cidade.
A Luciane cursava Direito e trabalhava como secretária de escola, além de
cuidar da casa. O Evandro deixou o trabalho no Banco e começou a trabalhar com
informática dentro da sua área de formação.
Depois de 4 anos de casados, para ocupar o tempo que sobrava de madrugada, a
cegonha resolveu fazer uma surpresa para os dois. Foi no dia 11 de novembro de 2003,

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Fatos e fotos de uma família

num daqueles pacotes


onde diz: “Cuidado
Frágil”, deixou um
presente que com certeza
foi o maior e melhor que
os dois já receberam. Uma
linda menina que foi
registrada com o nome de
Luiza.
Toda criança chora
de vez em quando, mas
com ela foi o contrário, de
vez em quando não
chorava. E para quem
ficou preocupado achando
que era problema de
saúde estava enganado, é
que ela já sabia que quem
chora quando pequeno fica mais bonito quando cresce e a Luiza resolveu fazer jus ao
que lhe era de direito.
6.2 – Leandro Paloschi
O Leandro nasceu no dia 06 de
setembro de 1978. Apesar de ser prematuro,
não demorou muito para crescer e
desenvolver como qualquer outra criança.
Ele sempre foi ligado à família e
apesar do estudo não ser o seu esporte
preferido, está quase se formando em
Engenharia Mecânica, mas o que ele gosta
mesmo de fazer é passar o fim de semana
mexendo na terra.

Com trator ou com as mãos, sempre


encontra um tempo para ajudar os pais a
cuidar da lavoura e dos parreirais.
Este docinho ao lado é o Endryus,
filho do Leandro.

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Fatos e fotos de uma família

Depois de ter feito a 4ª série na escola próxima de casa, foi obrigado a estudar
em São Ciro. Não era fácil continuar estudando, pois para chegar até o Colégio tinha
que enfrentar uma caminhada até a Parada Cristal onde passava o ônibus que o levava
até a Escola. Na volta tudo se repetia. Foram anos de luta até terminar o Segundo Grau.
Homenagem à primeira professora
Depois de muitos anos de aposentada, uma bela homenagem dos ex-alunos foi
organizada no dia 30 de maio de 2010 no Salão de Festas da Ivete onde ficava a escola
onde nos duas trabalhamos muito tempo. Entre as organizadoras da festa estava a Iria
Scariote, a Salete e a Ivete Berti. Uma missa cheia de homenagens de ex-alunos,
seguida de um almoço muito gostoso e muita conversa, marcou este dia
Depois do almoço algumas brincadeiras e principalmente muito tempo para
recordar o passado. Quantos fatos foram lembrados.

Saber que muitos dos alunos não puderam continuar estudando, faz pensar nas
grandes diferenças que o povo enfrenta, porém ao ver como todos eles conduziram suas
vidas, faz sentir orgulho de ter convivido e de alguma forma colaborado para que
aprendessem a ler e escrever, algo tão importante nos dias de hoje.
Uma grande
emoção foi saber
que a ex-aluna
Helena Scariote
guarda ainda
livros e cadernos
dos tempos da
escola.
No caderno,
um desenho do
tempo que estava
no 1º Ano
primário.
A poesia
“Pinheiros” de
Rodrigo Júnior
faz parte do livro
O canto
brasileiro, um dos

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Fatos e fotos de uma família

poucos livros utilizados pelos alunos da época e que ela guarda com muito carinho.
Foi um dia para nunca ser esquecido.
Os netos de Teresinha e do Claudino
Nas fotos abaixo estão os netos da Teresinha e o Claudino. A esquerda é da
Luiza e a da direita é do o Endryus, duas lindas crianças que enchem de orgulho os
avós.

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Fatos e fotos de uma família

Por do sol num lago em San Rocco, Itália


09 – Líbio Novello e Zita Boff
O Líbio foi o primeiro lá de casa que comprou um radinho a pilha. Quando nós
íamos trabalhar, ele levava junto o rádio, pendurava no arame do parreiral e todos
podiam ouvir música trabalhando. Era uma novidade que poucos tinham na época.
Junto com os irmãos trabalhou muito na colônia, olaria e parreirais.
Um dia conheceu a Zita, se enamorou dela e pouco tempo depois estavam
casando. No dia 22 de maio de 1971, na Igreja Matriz de São Marcos numa cerimônia
simples, mas muito significativa os dois iniciaram uma vida juntos que já dura quase 40
anos. Depois da cerimônia religiosa os familiares e amigos comemoraram com um
almoço no salão da Capela de São Valentin.
Antes de casar ele
trabalhou na colônia e
também na olaria. Quando
casou já tinha um parreiral e
mesmo assim continuou na
olaria que ficava bem perto
da casa onde eles foram
morar.
A Zita trabalhava na
colônia, nos parreirais, na
lavoura e ainda criava
alguns animais para as
necessidades da casa.
“O primeiro ano
depois de casados foi muito
difícil. Os tijolos não tinham
preço e pouca venda, e era o
nosso único ganha pão. Só

65
Fatos e fotos de uma família

depois da primeira colheita


da uva é deu para folgar um
pouco.” Diz o Líbio.
Agora era pensar no bebe

que estava chegando. Um ano depois de casados, no dia 16 de julho de 1972, nasceu o
Adriano.
Trabalhar na roça ou parreirais com uma criança pequena é difícil, mas era
necessário. Mesmo tomando todos os cuidados, a criança fica um pouco quieta e logo
depois começa a chorar. Com o Adriano não foi diferente. O jeito era aproveitar os
momentos que ele ficava dormindo e depois voltar para casa, afinal em casa sempre tem
o que fazer, principalmente com um bebê pequeno.
Depois do Adriano, no dia 31 de outubro de 1975, nasceu a Simone. Muitas
alegrias, mas também mais trabalho, mais preocupação.
Como dizia o bisavô Zauppa “é pra frente que se anda” e a família voltou a
crescer no dia 09 de janeiro de 1979 com o nascimento do Rodrigo. Ainda tinha espaço
para mais um e no dia 14 de setembro de 1983, para formar o quarteto, nasceu o Éder.
O tempo passou, a olaria foi desativada, os filhos cresceram e era hora de
mandá-los para a escola. Junto com os estudos iniciavam também a trabalhar. Logo o
Adriano mostrou muita vontade e resolveu ir em busca de um futuro melhor. Trabalhou
muito tempo com o alho junto com os Berti. O trabalho era muito cansativo e contínuo,
porém o esforço valeu a pena, antes de casar ele já tinha sua casa toda mobiliada.

As Bodas de Prata -
No dia 25 de maio de 1996
completou 25 anos do dia que
eles escolheram viver juntos.
Era preciso comemorar com a
família e os amigos.
Numa cerimônia com
muita emoção e beleza, uma
missa foi rezada na Capela de
São Valentin para celebrar a

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Fatos e fotos de uma família

vida, as alegrias e as
conquistas destes 25 anos.
Muita emoção quando a
família juntou-se ao coral e
juntos cantaram a Oração da
Família.
Depois da celebração religiosa todos passaram para o salão onde foi servida
aquela janta. Mais uma vez a família estava reunida partilhando da alegria desta data.

9.1 – Adriano Novello


Mesmo trabalhando muito sobrou um tempo para conhecer e namorar a Angelita
Marciel Borges com quem casou no dia 1º de novembro de 1997 na Igreja Matriz de
Ana Rech. É claro que não podia faltar uma janta para comemorar esta data com a
família e amigos.

As fotos acima registram dois


momentos especiais na vida do casal:
a festa do casamento e a vinda da
Isadora, esta lindeza que esta no colo
dos pais.
A Isadora nasceu no dia 14 de outubro de 2005 e foi recebida com todo o
carinho e alegria por todos os familiares. Ela é muito linda e esperta, porém dá muito
trabalho aos pais, pois gosta de aprontar muitas artes.
9.2 – Simone Novello
No dia 31 de outubro de 1975 nasceu a Simone. Uma menina doce e muito
meiga, mas que está sempre ligada na bateria, pois sempre tem assunto para comentar.

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Fatos e fotos de uma família

Sempre companheira dos pais e irmãos, ajudava a mãe nas tarefas de casa.
Depois de conhecer e namorar o Luis Bernardi casou no dia 02 de junho de 2001.
O Luis trabalha plantando e
vendendo alfaces. Moram perto de
Flores da Cunha, numa bela casa que
foi construída por ele com muito bom
gosto.
Depois de alguns anos de
casados, no dia 15 de fevereiro de
2006, nasceu o Gustavo Antonio
Novello Bernardi. O Gu, como eles
chamam carinhosamente, deu um
grande susto logo após o nascimento.
Um problema no pulmão fez com que
ficasse vários dias na UTI. Mas
felizmente tudo não passou de um
grande susto, hoje ele é um menino
saudável e muito lindo.
Ele já aprontou algumas artes, como
entrar no banheiro e fechar a porta que
só abria por dentro. Depois de muito
choro, (não sei quem chorava mais, se
os pais ou ele) tiveram que subir por
uma escada, retirar a janela do banheiro
para resgatá-lo. Mas pais sempre perdoam e logo que estava em segurança o choro era
de alívio. A família viveu outros momentos difíceis. Durante um assalto, os três
ficaram várias horas na mira de um revolver, algo que é muito difícil de esquecer,
principalmente quando a vida do pequeno Gu está em risco.

9.3 – Rodrigo Novello

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Fatos e fotos de uma família

Este cidadão ao lado é o Rodrigo, o


terceiro filho do Líbio e da Zita.
Ele nasceu em 09 de janeiro de 1979.
Da mesma forma que os irmãos,
descobriu cedo o que significa a palavra
trabalho. No início trabalhou com os Berti,
depois com caminhão viajou muito pelo
Brasil, Chile e Argentina, hoje é sócio do
Roberto numa fábrica de cabos de baldes.
Ele diz que não vai casar nunca. Será
que eu vou terminar de escrever este livro
sem uma foto do casamento dele? Mesmo
assim vou dar o meu recado: Rodrigo, o
nunca, termina no dia em que você se
apaixonar por uma bela menina, ou então O que não pode é desperdiças este gato.
apela pra Santo Antônio.
9.4 – Eder Novello
O Eder é o nenê da casa, nasceu no dia 14 de setembro de 1983. No início
estudou e depois começou a trabalhar. Aprendeu a profissão de mecânico e trabalhou
algum tempo numa oficina. Conheceu a Márcia Rech, namorou e com ela casou no dia
17 de dezembro de
2005 na Igreja Matriz
de Ana Rech.
Os pais do Eder
contaram que um dia
ele chegou em
perguntando:
-“O que vocês
vão fazer no dia 17
de dezembro? Algum
compromisso para
este dia?”
Eles pensaram
um pouco, para
responder pois afinal
faltavam uns dois
meses.
- Não. Por que?
Na maior calma ele falou: “É que nós vamos casar neste dia.”
Os pais pensavam que estava brincando, mas era verdade e no dia marcado,
numa bela cerimônia os dois passaram a fazer parte do grupo dos casadinhos.
Depois de casados foram morar em Flores da Cunha, mas nem um dos dois
gostou e um tempo depois voltaram para a colônia, montaram um aviário para galinhas
poedeiras. É um trabalho que exige dedicação sete dias por semana, mas os dois
abraçaram com muita determinação e tem tudo para ser um bom negócio.
Os netos do Líbio e da Zita
Nas fotos abaixo o Gustavo e a Isadora, os dois netos do Líbio e a Zita, motivo
de grande orgulho e alegria de toda a família.

69
Fatos e fotos de uma família

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As mais belas paisagens


10 – Cornélio Novello e Inês Rech
O Cornélio nasceu no dia 30 de dezembro de 1947. Mesmo sendo um pouco
mais velho, nós brincamos muito juntos, porém quando precisavam de alguém para
fazer algum trabalho, ele era o primeiro a ser chamado.
Era muito brincalhão, mas quando se incomodava, “sai de perto”. Um dia ele
estava brigando com o Luiz até que o pai resolveu dar uma surra nele, mas ficou só no

70
Fatos e fotos de uma família

queria porque além de bom de briga também era bom de corrida. Como o pai depois de
passar um tempo e se acalmar esquecia tudo, ficou por isso mesmo.
Uma vez ele foi mordido por uma cobra lá no parreiral onde tinha a uva rosada
(la ua de la mama). Naquele tempo não se ia pro médico por “pouca coisa” e o problema
foi resolvido lá em casa mesmo. Vai à receita: primeiro matar a cobra que metade da
raiva passa. Depois esmagar alho e colocar na mordida. Ainda bem que a cobra não era
muito venenosa, se não até chegar ao hospital, já era.
Outro susto foi num dia em que estava fazendo lenha e o machado enroscou
numa corda e acertou o pé. Desta vez foi para o hospital fazer pontos e tudo ficou bem.
Quando o Cornélio cresceu, começou trabalhar na olaria. Eram poucas as noites
que não tivesse pedaços de tijolos, lenha e até barro na cesta que levava a comida, pois
o tempo para o almoço era curto e alguém tinha que levá-lo até lá.
Esta eu não vou esquecer nunca. Uma noite ele chegou em casa como sempre muito
cansado e tarde que os outros já tinha ido dormir. Depois de aquecer a sopa eu sentei ao
lado dele e comi um pote de súgulo (creme de uva engrossado com farinha de trigo no
lugar de maisena). Ele estava tão cansado que pediu uma colher e eu ofereci a minha.
Deu uma olhada e para não ter que buscar outra disse: “então lambe bem tá!” Na mesma
hora começamos a rir e depois eu levantei e fui buscar a colher e assim ele comeu o seu
súgulo sem nojo. Também não vou esquecer do ar de cansado que ele tinha ao chegar
em casa, jantava, lavava os pés e caia na cama como uma pedra. Quando a olaria
fechou, ele comprou um caminhão e por vários anos viajou pelo Brasil transportando as
mais diversas cargas. Com certeza era um trabalho um pouco mais leve que o da olaria.
Mesmo viajando para outros estados, um dia descobriu que a sua cara-metade
era uma pessoa que morava perto de casa.
A Inês Rech passou a fazer parte da
família Novello, depois de alguns anos de
namoro, no dia 19 de maio de 1979, quando
aconteceu o casamento dos dois na Igreja
Matriz de Flores da Cunha. Os amigos e
familiares comemoram com um jantar no
Salão da Capela de São Valentin.

Com muito bom gosto o Cornélio construiu esta bela casa da foto para morar. O
sonho de quase todos os casais é encher a casa com o sorriso e as brincadeiras dos
filhos. Não demorou muito e no dia 26 de outubro de 1980 nasceu o Cristiano e no
dia.29 de agosto de 1983 chegou a Catiane.
No dia 8 de
maio de 2004,
juntamente com os

71
Fatos e fotos de uma família

filhos, amigos e
familiares,
festejaram os 25
anos de casados. A
comemoração das
Bodas de Prata
iniciou com uma
missa de
agradecimento na
Capela de São
Valentin e depois
todos foram
recebidos com um
jantar festivo no
salão da capela. É
claro que não faltou
aquela torta.

10.1 – Cristiano Novello


Este garoto
fofinho sentado no
meio das meninas é o
Cristiano no dia do
aniversário de um
aninho.
Quando criança
foi muito arteiro ao
ponto de se esconder
dentro do forno do
fogão a gás.
Com seis anos
foi para a escola.
Todos os dias ele
tinha que subir um
morro até a parada do
ônibus. Com chuva,
sol ou frio, nada era
motivo para deixar de
ir ao colégio.
Como todo bom aluno ele gostava mesmo era do recreio. Não quero ser injusta,
ele gostava também de olhar as meninas e por último até dava uma estudada para
disfarçar. Mas a vida não é só isso, depois de terminar o Segundo Grau foi procurar
emprego. Hoje trabalha numa revenda de máquinas e para as coisas do coração está
dando um tempo. Enquanto isso é curtir a vida e esperar que apareça a mulher que vai
ocupar o espaço que por hora está vazio.

10.2 – Catiane Novello


A Catiane sempre foi como o mano, o orgulho dos pais. Uma menina doce,
educada, estudiosa e muito amorosa.

72
Fatos e fotos de uma família

Com certeza teve participação nas bagunças feitas em casa, mas muito mais nas
alegrias que os dois proporcionaram aos pais e familiares.
Aos poucos foi crescendo e se tornando uma linda garota. Concluiu o Segundo
Grau, começou a trabalhar e ao mesmo tempo se enamorou do Josemir Rech. Alguns
anos de namoro e no dia 17 de outubro de 2009, numa bela cerimônia aconteceu o
casamento dos dois. A recepção aos amigos e familiares aconteceu no salão da Capela
de São Valentin.
Hoje moram numa bela casa que ele construiu com muito bom gosto perto da
casa dos pais dele. Dentro da casa há um clima de paz, boas energias e felicidade, o que
indica que nela os dois devem ser muito felizes.
Para registrar este dia várias fotos foram feitas. Na da esquerda está a Catiane
com o marido Josemir. Na foto da direita está ela ao lado do mano Cristiano.

Um brinde ao futuro do casal e que a vida dos dois seja feita de muitas alegrias.

11- Gema Novello e Reinaldo Bassanesi


A gema nasceu no dia 01 de outubro de 1949. Como os outros irmãos mais
novos ela também foi cuidada principalmente pelas irmãs mais velhas, pois a mãe
trabalhava fora e esta função era delas.

73
Fatos e fotos de uma família

Quando criança foi para a escola, brincava e ajudava nos trabalhos de casa. Foi
ela que no dia do acidente com a mãe, teve a idéia e a coragem de pegar todos os panos
e enrolar o braço para estancar o sangue que com certeza lhe salvou a vida.
Depois que acabou o tempo da escola trabalhou na colônia e também em casa
(sabia cozinhar muito bem). Fez também o curso de Corte e Costura e mais tarde de
Bordado Industrial.
No dia 24 de maio de 1974, na
Igreja Matriz de Flores da Cunha,
casou com o Reinaldo Bassanesi.
A festa aconteceu no salão da
Capela de Santa Bárbara.
Logo depois de casados foram
morar próximo da Cantina de
Vinhos Bassanesi onde o Reinaldo
trabalhava.
Era um lugar muito bonito,
uma casa muito confortável, no
meio das árvores, tendo um grande
parreiral na frente e nos fundos
havia um lago com muitos peixes.
O Reinaldo sempre trabalhou
com parreirais e na cantina fazendo
e vendendo vinho junto com os
irmãos, uma paixão que ele
preserva até hoje.
A Gema cuidava das crianças,
bordava e ainda trabalhava nos
parreirais e na horta.
O primeiro filho
deles foi o Daniel.
A foto ao lado
registra o batizado do
Dani, onde da para
ver que eu sou a
dinda.
Para nós foi um
dia muito especial e
emocionante.
Parece mentira
que um bebe tão
pequeno, depois de
alguns anos se torne
um homem, e que
belo homem. Mais um
dos grandes mistérios
que cercam a beleza da vida humana.
Foi nesta casa, lugar tranqüilo cercado de belas árvores, que três anos depois de
casados, no dia 25 de junho de 1977, nasceu o Daniel. O Dani era ainda pequeno
quando no dia 26 de setembro de 1980, nasceu o Cassiano.

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Fatos e fotos de uma família

Hoje é um funcionário da cantina que mora na casa, pois pouco tempo depois do
nascimento dos filhos eles mudaram para Flores da Cunha.
Eu sempre gostei muito do lugar onde eles moravam, mas a decisão deles de sair
da colônia facilitou os estudos dos filhos.

A foto acima da esquerda é do


Dani com dois aninhos junto com os
dindos e a da direita é da família no dia

das Bodas de Ouro dos nossos pais.


Na época o Daniel e o Cassiano ainda eram pequenos, mas a personalidade e as
características físicas não mudaram muito. O Dani sempre foi muito responsável,
começou a trabalhar muito cedo e hoje trabalha numa fábrica de exportação de madeiras
junto com o sogro. No ano de 2008, depois de alguns anos de namoro, iniciou uma nova
família com a Michelle Lusa e os dois foram morar num apartamento na mesma cidade.

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Fatos e fotos de uma família

O Cassi é mais festeiro, gosta muito de viajar e também junto com o Dani e
outro grupo de amigos fazem trilhas de moto sempre que aparece uma oportunidade,
sem esquecer da Eliane com quem namora a alguns anos.
Para reunir os amigos, eles construíram uma Cabana nas terras do pai, próximo
ao parreiral, onde fazem jantas, peixadas, e até festa de São João com direito a fogueira
e tudo mais.
Uma boa lareira foi construída dentro da casa para espantar o frio que é muito
forte no local, principalmente nas noites de inverno. Demonstrando muita criatividade e
imaginação, a iluminação do interior foi feita com lustres, utilizando rodas de carreta,
que dão um toque country.

O Dani e a Michele formam um belo


casal. Filhos é coisa para o futuro, mas um
dia pode ser que a cegonha faça uma
surpresa e traga um de presente.

O Cassi e a Eliane ainda estão na


fase do namoro, mas tudo leva a crer que
um dia também vão formar uma bela
família.
12 - Luiz Novello e Leda Sgaraboto
O Luiz nasceu no dia 13 de agosto de 1951. Ele foi o primeiro da família que
nasceu no hospital. A nossa infância foi muito parecida. Com menos de 2 anos de
diferença, brincamos e crescemos juntos.

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Fatos e fotos de uma família

Falando em brincar, um dia ele me prometeu uma funda que eu tanto queria, mas
para isso deveria beber água de uma poça no meio da estrada. O sacrifício valia a pena,
afinal eu ia ter o meu primeiro brinquedo, só meu. O que eu não sabia é que ele estava
brincando e logo após ter bebido a água, ele saiu correndo e falou que tudo não passava
de uma brincadeira. Nem é preciso dizer que eu chorei.
Mas a minha vingança chegou, te
peguei de calça curta!!! Garanto que tu
não tem esta foto ao lado.
Da nossa infância guardo muitas
lembranças boas. O lugar preferido para
brincar era o potreiro onde tinha pedras
que às vezes viravam casas, outras vezes
estradas ou qualquer coisa que a nossa
imaginação alcançasse. Subir e descer nas
árvores para pegar frutas, para se
esconder ou simplesmente para ver quem
tinha mais coragem de chegar às pontas,
atirar pedras para derrubar coquinhos,
acertar alvos e até uma coisa muito feia,
acertar passarinhos.
Uma pena que a gente cresce e
tem que começar a trabalhar e estudar.
Muito cedo começamos a puxar a
mangueira usada para sulfatar as
parreiras, levar a “colacião” na roça,
buscar água na fonte e lenha para o
fogão, ele mais do que eu é claro, afinal
era mais velho e homem.
O mais prejudicado no acidente
com a pólvora foi ele, porém ou ele
sempre escondeu de todos nós a sua
revolta ou aceitou como um acidente e
pronto. O que eu tenho certeza é que
nunca o ouvi reclamando, usando como
desculpa para não fazer determinadas
atividades e nem culpando ninguém pelo
que aconteceu.
A mãe contava que uma vez ele
caiu da janela da cozinha e foi cair no
jardim que ficava a uns três metros de
altura. Vaso ruim não quebra!
Brincadeiras a parte, mas ele foi o
irmão que mais me ajudou nos trabalhos
de casa quando ficamos só nos dois o pai e a mãe, pois o Cornélio viajava. Ele
carregava água, rachava lenha, cuidava dos animais, isto enquanto descansava, pois o
trabalho na roça e parreiral era dele e do pai.
Eu não sei se ele lembra do dia seguinte que voltamos da praia e fomos capinar
lá perto da casa onde hoje mora o Cornélio. No meio do milho, um calor danado, uma
preguiça e nós deitamos na terra mesmo e dormimos. Só voltamos ao trabalho quando o
sol estava descendo, não antes de comer a merenda.

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Fatos e fotos de uma família

Na foto abaixo da esquerda está o Luiz e a Leda no dia do casamento. A


cerimônia aconteceu no dia 30 de junho de 1979 na Igreja Matriz de Flores da Cunha e
a janta no salão da Capela de São Valentin.

Na foto ao lado direito estão eles


dois com todos os filhos no dia da 1ª
Comunhão da Mara.
Depois de dois anos de casados a Márcia chegou para a alegria de toda a família.
Menos de dois anos depois era a vez da Mara. Duas meninas muito quietas e
comportadinhas. Passados seis anos mais uma gravidez e desta vez eram gêmeas. Sim
gêmeas porque no ultra-som mostrava que seriam duas meninas. Chegou à hora do parto
e junto a surpresa, as duas meninas na verdade eram dois meninos. No dia 1º de
fevereiro a alegria veio em dose dupla, era a vez do Marcos e o Marcelo ocupar o seu
lugar na família Novello. A família estava completa.

12.1 - Márcia Novello


No dia 27 de março de 1981 nasceu a Márcia. Uma menina loirinha que
encantou a família do Luiz e da Leda. Desde criança mostrava ser muito inteligente e
logo que entrou na escola mostrou o gosto pelos livros e a dedicação aos estudos.
Nos primeiros anos estudou na escola perto de casa. Neste período a prefeitura
de Flores da Cunha resolveu fechar todas as escolinhas do interior, recolher todos os
alunos diariamente e juntar os mesmos em Escolas Núcleo. A Márcia passou a
freqüentar a Escola Tiradentes de São João.

Com dezessete anos decidiu casar. Na


verdade parecia mais uma menina fazendo a
sua primeira comunhão do que casando.
A chegada da filha Natacha, uma menina

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Fatos e fotos de uma família

linda, com o cabelo ruivo cacheado e os olhos verdes, trouxe muita felicidade aos pais e
toda a família. No dia 27 de janeiro de 1999 o Luiz e a Leda passaram a ser “nonos”.
Hoje a Márcia é secretária de escola, está fazendo Biologia e pretende ser
professora. A Natacha passa parte da semana com os avós e outra parte com os pais. É
uma menina inteligente, estudiosa e muito carinhosa.

12.2 – Mara Novello


A Mara nasceu no dia 11 de
novembro de 1982. Como a irmã, ela
também viveu na companhia dos
pais, na mesma casa onde nós
nascemos e fomos criados.
Aos 7 anos entrou na escola
onde sempre foi um exemplo de
dedicação aos estudos.
Sempre foi uma menina alegre
e decidida. Quando queria uma coisa
ia à luta até consegui-la.
Um dia conheceu o Gelson
Meili, e os dois namoraram por um
tempo até que resolveram casar. O
casamento aconteceu no dia 11 de
setembro de 2004 na Igreja Matriz de
São Ciro. Com um belo jantar no
salão da Capela de São Valentin, os
amigos e familiares participaram da
alegria desta união.
Quando os manos nasceram ela tinha apenas 4 anos, mas um dia conversando
com a mãe disse: “Mãe eu te ajudo a cuidar dos teus filhos, mas quando eu tiver os
meus tu vai me ajudar também.” O pedido foi atendido, hoje a Leda ajuda a cuidar da
neta para que a filha possa trabalhar e continuar estudando.

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Fatos e fotos de uma família

Esta doce menina é a Giovana responsável pela felicidade e orgulho dos pais e
junto com a prima Natacha enche de alegria e bagunça a casa dos avós.
12.3 – 12.4 - Marcos Novello – Marcelo Novello
Os gêmeos Marcos e Marcelo nasceram no dia 1º de fevereiro de 1988.

Para quem convive com eles é fácil saber quem é o Marcos e quem é o Marcelo,
mas quando eram menores ficava difícil descobrir quem era quem.
Muita coisa dá para falar dos dois. Primeiro eu não sei como a Leda e o Luiz não
piraram quando eles eram pequenos. Se a comida, as fraldas e as roupas eram duplas, as
artes eram ao quadrado.
Vou contar algumas que eu presenciei. Um dia fomos à casa do Luiz e mesmo
antes de desligar o motor do carro eles já estavam entrando pela janela; uma vez a Leda

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Fatos e fotos de uma família

foi tomar banho e esqueceu uma cadeira no chão, sim no chão porque elas ficavam
normalmente em cima da mesa, mais que depressa arrastaram a mesma e subiram na
mesa e depois subiram na cadeira que estava sobre a mesa e com um agravante, os dois
na mesma cadeira; numa outra vez que fomos na casa deles a Leda fez sagu. Por alguns
minutos saímos da cozinha e quando voltamos eles estavam pintados de sagu e ainda
tinham passado as mãos sujas pela parede, chão e nos móveis. A Leda com toda calma
pegou um pano, limpou os dois, depois os móveis e o chão, sem stres, sem gritar e nem
bater neles. Foi ali que eu descobri porque ela conseguia cuidar sozinha dos dois, é claro
que o Luiz sempre estava presente e ajudou muito, mesmo assim não deve ter sido fácil.

A foto acima registra o aniversário de


21 anos dos gêmeos. Os dois cresceram e os
tempos mais difíceis passaram. Na escola
eram ótimos alunos e logo que puderam
foram trabalhar meio dia como estagiários na
Marco Pollo e no outro turno continuaram
estudando até terminar o Segundo Grau.
Hoje trabalham o dia inteiro e fazem
faculdade a noite.
A Natacha e a Giovana da foto ao
lado são primas, mas as duas vivem como
irmãs, pois passam os dias na casa dos avós
e só se separam no final de semana quando
cada uma vai para casa dos pais.

Ao lado estão as duas netas do Luiz e da


Leda.
13 – Anita Novello e Jorge Trentin
A minha vida tem dois lados muito diferentes. Se olhada com pessimismo eu
diria que sofri e passei por momentos bem difíceis, mas eu prefiro olhá-la com
otimismo e dizer que sou uma pessoa de muita sorte, pois venci um câncer, uma cirurgia
no coração e outras coisinhas mais. É claro que não foi sem a proteção de Deus, Nossa

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Fatos e fotos de uma família

Senhora e do meu Anjo da Guarda, a ajuda do marido e filhos, de todos os meus irmãos
e cunhados e de todos os meus amigos.
Vou tentar resumir um pouco a história da minha vida. Nasci no dia 30 de maio
de 1953, a última dos 13 filhos do Firmino e da Virgínia. A infância foi pobre, mas
tranqüila. Com nove anos fui para um colégio interna onde aprendi por livre-forçada-
vontade, cuidar da minha vida. Com 13 anos comecei a minha vida profissional dando
aula na Escola Olavo Bilac. Continuei estudando do jeito que dava, sempre com muito
sacrifício já que ficava longe da cidade e de ônibus. Consegui fazer o magistério antes
de casar, sempre trabalhando e ainda ajudando em casa.

No dia 25 de fevereiro de 1978 casei


com o Jorge Trentin. Mais uma mudança na
minha vida. Morar na cidade de Caxias e
continuar trabalhando em Flores da Cunha.
Depois de sofrer um aborto resolvi
parar por um tempo de dar aula para cuidar
do novo bebe que estava a caminho e assim
realizar o meu sonho de ser mãe.

Em março de 1980 nasceu a menina mais linda que eu já tinha visto. O nome
escolhido foi Tatiana. Em dezembro de 1981, o presente de Natal chegou com um dia
de atraso. Joel foi o nome que o pai escolheu para o bebe mais fofinho do mundo.

Hospital Fátima
Hospital Fátima
Cheguei !!!
!!!
Nasceu uma Princesinha !!!!!! Nasceu “Joel”
Joel”
“ Tatiana ” Filho de Jorge e Anita Trentin
Filha de Jorge e Anita Trentin Nasceu no dia 26/12/1981 às 09 horas,
pesando 4.100 kg e medindo 51 cm
Nasceu no dia 15/03/1980 às 09 horas,
pesando 4.150 kg e medindo 53 cm de altura. de altura.

A nossa família estava completa. Era hora de retornar a escola, não que em casa
não tivesse trabalho, pois duas crianças pequenas se encarregam disto.
Novo concurso, agora pelo município de Caxias. Quatro meses depois fui
chamada e novamente fui mandada para o interior. Era como se fosse uma prova de
resistência. Confesso que pensei em desistir, mas a vontade de ser independente e
exercer a minha profissão falou mais alto e aos poucos tudo foi se normalizando.

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Fatos e fotos de uma família

Eu tenho ou não razão quando digo que são


as crianças mais lindas do mundo?
A vida muda muito depois que se têm

filhos. Lá se vai a nossa independência, a nossa vida particular para viver por eles. Nada
nem ninguém nos dão tantas alegrias e tantas preocupações. Só eles nos fazem chorar de
alegria ao pronunciar as primeiras palavras, ao nos dar aquele abraço cheio de carinho e
saudades mesmo que tenhamos ficado fora apenas algumas horas, só por eles passamos
uma noite acordados sem reclamar ou esperando que voltem das festas, da escola ......
para esquecer logo que tudo fica bem ou que eles retornem.
O tempo passa, eles crescem e agora querem espaço para viver a sua vida. Surge
então à dificuldade de aceitar que eles podem viver sem nós, que não somos seus donos,
pois para os pais, os filhos nunca crescem. Todos já ouviram alguém dizer que criamos
os filhos para o mundo, mas entre ouvir e viver há uma grande diferença. É difícil
aceitar que cada um tome o seu rumo e se torne independente, o certo é que eles nunca
deixarão de ser nossas crianças.
Sempre tive o maior orgulho da minha família.

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Fatos e fotos de uma família

Mas a vida me reservava algumas surpresas. Um dia um diagnóstico médico me


informava que estava com câncer.
Mente quem disser que recebe uma notícia desta com tranqüilidade. O meu
mundo desabou. Pela primeira vez senti um medo maior que eu pudesse enfrentar. Um
pensamento tomava conta do meu cérebro, eu ia morrer. Felizmente a família e os
amigos estavam pertinho e aos poucos os medos foi substituído por esperança. Decidi
que faria tudo o que dependesse de mim para provar que poderia vencer mais uma
batalha. Deus estava do meu lado, não porque eu merecesse mais que alguma outra
pessoa, mas talvez porque ainda não havia terminado a minha missão na terra.
Passado o susto e tomada à decisão de continuar vivendo, era preciso enfrentar a
cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia necessárias para o sucesso do tratamento.
Aos poucos a vida foi retornando ao normal. Às vezes ouvia comentários como:
Não fica triste, tu pode viver mais uns três ou quatro anos; quem vai cuidar de mim
quando tu vai morrer? É não adianta, essa doença não tem cura! Ainda os comentários
das pessoas que ficavam olhando por que o meu cabelo havia caído. Um dia passando
frente uma creche, um grupo de crianças começou a rir e um deles disse: Olha ai uma
mulher careca. A melhor mesmo foi ver um homem esbarrando num pilar dentro do
Banco Itaú, pois ficou espantado ao me ver com apenas uns fios de cabelo.
Confesso que às vezes ficava triste, mas na maioria das vezes ria muito.
Depois de um tempo tudo voltou ao normal. Voltei a dar aula, a cuidar da casa e
fazer tudo que fazia antes.
Alguns anos depois a Tati se formou e logo depois casou. Foi então que eu
descobri o que significava a síndrome do ninho vazio. Faltava uma companheira de
algumas discussões, mas de longos papos. Era preciso fazer alguma coisa para
preencher o vazio que havia ficado. Era hora de realizar um sonho que vinha sendo
adiado há muitos anos, cursar uma faculdade.
Com certo medo me inscrevi no vestibular e fui aprovada. No início tudo era
novidade e muito gostoso, mas no último ano fiquei 91 dias no Hospital e foi preciso

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Fatos e fotos de uma família

muita determinação e força de vontade para concluir. Duas cirurgias e de novo Deus
resolveu me dar outra chance de ficar. Novamente a família e os amigos foram
fundamentais na minha recuperação. Desta vez não tive medo de morrer, principalmente
depois da Cirurgia para trocar a válvula mitral.
Não sei se vão acreditar, mas logo que estava acomodada na UTI a mãe veio me
visitar. Então perguntei a ela se tinha vindo me buscar, pois antes de entrar na sala de
cirurgia pedi para que me acompanhasse e se eu morresse viesse me buscar. Ela me
respondeu: “Não filha, eu vim para te cuidar e fica tranqüila que tudo vai ficar bem”.
Mesmo com o desconforto do tubo para respirar, senti muita paz e junto à certeza de
que tudo ficaria bem.
Mas uma nova complicação me levava de volta ao bloco cirúrgico, desta vez
para retirar um trombo no intestino. Eu via os olhos vermelhos dos familiares, mas nem
me dei conta que a minha situação era muito grave. Novamente o Todo Poderoso guiou
a mão do cirurgião e tudo ficou bem.
Sai do hospital depois de 31 dias, numa quinta-feira e no sábado tinha uma prova
na faculdade. Mesmo tendo estudado um pouco, desta vez colei das colegas que alias
foram generosas comigo durante o tempo todo, levando material, digitando trabalhos
meus para enviar pela Internet, principalmente me incentivando para continuar até a
formatura.
O dia tão esperado chegou. Dois de fevereiro de 1998, um dia para não mais ser
esquecido. A emoção tomou conta de todo o grupo durante a missa que foi rezada na
Igreja dos Capuchinhos em agradecimento pela conquista alcançada.

As três colegas abaixo, Ivanete, Ivonete e Margarete eu devo muita gratidão,


pois sempre estiveram ao meu lado durante todo o curso e principalmente nos
momentos difíceis.

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Fatos e fotos de uma família

Além da formatura neste dia


completamos trinta anos de
casados. Era preciso comemorar
com os familiares e amigos, pois a
felicidade era tanta que precisava
ser dividida. Foi então que
resolvemos reunir esta grande
família num restaurante para
marcar a data com um jantar.

É claro que não poderia faltar a Turma do Bem e a Turma das Poderosas. Estes
dois grupos são de ex-colegas de escolas onde trabalhei. Foi gratificante reunir os dois
grupos neste dia tão importante.

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Fatos e fotos de uma família

13.1 – Tatiana Trentin


Tati. É assim que a chamamos desde pequena. Quando criança era muito tímida
e logo que voltei a trabalhar na escola, chorava muito quando chegava à hora que eu
tinha que sair ao ponto de ter febre. Sempre mostrou uma personalidade muito forte e
aos poucos foi se tornando independente. Não demorou a demonstrar que era vaidosa,
mas também ótima aluna conseguindo sempre as melhores notas.

Da formatura do Pré a Faculdade foi uma longa caminhada, mas com dedicação
e esforço chegou lá. Logo depois da formatura veio o casamento. Uma união que durou
17 anos entre namoro e casamento. Dizer que não deu certo seria negar todos os
momentos felizes vividos por eles e pelas duas famílias. Tudo na vida é um
aprendizado. Hoje como amigos cada um procura a sua felicidade sem mágoas e nem
ressentimentos.

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Fatos e fotos de uma família

13.2 – Joel Trentin


Um presente de Natal atrasado. Em 26 de dezembro de 1981 nasceu o Joel.
O Joel sempre foi muito arteiro e estudar nunca foi a sua diversão preferida. “Pra
que tira 50 se 49,5 arredonda pra 50?” Esta era a filosofia dele. Verdade seja dita, nunca
reprovou.
Quando criança gostava de jogar
bola, vídeo game, andar de bicicleta e fazer
muitas molecagens.

Na foto acima está ele com a Aline


assistindo um jogo de futebol no Beira Rio.
Eles tem duas paixões em comum: o
Timão Colorado e os cachorros, como
vemos nas fotos.

A Aline é uma
pessoa especial.
Eu só desejo
que os dois sejam
muito felizes e que
um dia sobre um
espaço para os
netos.
Eu sei esperar
e também aceitar
se não for a
vontade dos dois.
O importante é que
decidam o que é
melhor para eles e
vivam a sua vida
da melhor forma.

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