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Fatos e fotos de uma família
01 - Ignês Novello
A Ignês nasceu no dia 03 de dezembro de 1933. A primeira dos 13 filhos da
família do Firmino e da Virgínia Novello.
Como a nossa mãe era professora e saia de casa para trabalhar, para cuidar dos
primeiros filhos ela contratava uma moça que também tomava conta da casa. Uma
destas moças era a Luiza Boff, que mais tarde seguiu a vida religiosa na Congregação
das Irmãs Murialdinas em Fazenda Souza.
Logo que a Ignês cresceu um pouco, ajudou a mãe a cuidar dos irmãos que iam
chegando. Ela o Alcides, a Maria e o Claudino, foram também os primeiros a ajudar o
pai na roça.
Com 15 anos, saiu de casa para entrar no convento das Irmãs de São José, em
Flores da Cunha, mas por necessidade o pai teve que buscá-la e assim ela pode ajudar
mais um pouco em casa.
No ano de 1950, já com 17 anos, voltou
para o Convento onde ficou por dois anos como
Juvenista. “O pior foi sair de casa, senti muita dor
por deixar todos os irmãos pequenos.” Conta ela
quando relembra o passado.
Em 1952, saiu de Flores da Cunha com
todos os seus pertences, inclusive o colchão, e de
caminhão e foi para Garibaldi onde fez o
Postulado. No ano de 1954 vestiu o hábito das
irmãs de São José.
Neste dia o pai e a mãe foram assistir a
cerimônia, o que deixou a Ignês muito
emocionada, pois ela sabia das dificuldades de se
locomoverem até lá. Diz a Ignês: “Durante a
cerimônia eu dava umas espiadelas para ver se os
enxergava, mesmo sem ter muitas esperanças,
mas fiquei muito feliz quando percebi que eles
estavam lá.”
Em 1955 pronunciou os primeiros votos e foi para Vacaria no Hospital Nossa
Senhora das Oliveiras, depois de 4 anos foi transferida para Porto Alegre na Santa Casa
de Misericórdia onde fez o curso de Enfermagem.
Em 1960 voltou para Garibaldi onde fez os votos perpétuos. Só depois é que ela
pode voltar para casa. Nisso haviam se passado 9 anos sem visitar a família.
Como eu me lembro do dia que ela voltou para casa vestida com aquele hábito,
diferente de tudo o que eu já tinha visto! Que festa! Era minha irmã que eu não conhecia
de olhar, mas muito de ouvir falar.
A palavra saudades fez parte do dicionário da família por muitos anos. Saudades
dos pais e irmãos, saudades da filha e irmã. Irmãos que nasciam e ela não via, irmãos
que casavam e ela não participava. Só alguém muito determinada como ela para
conseguir superar tudo isso.
Quando a Ignês entrou na vida religiosa, as irmãs mudavam de nome. Ela passou
a usar o nome de Irmã Luiza Fermina.
Durante 3 anos ficou no Hospital Pompéia onde podíamos visitá-la com
freqüência. Depois foi para Santa Catarina no Hospital de Seara, veio para o Hospital
São João Bosco em São Marcos e ainda foi para o Hospital de Antonio Prado.
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Não é muito difícil imaginar o que a Ignês passou a fazer depois que se
aposentou. Quantas famílias como esta ela visitou e procurou ajudar, conversando,
incentivando, ensinando os cuidados com as crianças e principalmente fazer remédios
caseiros. Muitas vezes visitou doentes durante meses para levar a comunhão, aplicar
injeções, levar alguma coisa para comer ou até mesmo só para conversar um pouco com
aquele doente que estava abandonado pelos familiares.
Numa visita que fizemos quando estava em Amambaí, Mato Grosso do Sul, ela
nos levou até uma reserva indígena que ficava próxima da cidade. Esta foto foi feita na
frente de uma escola que ficava dentro da reserva, onde a professora também era de
origem indígena.
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É nestes locais que aprendemos a dar valor ao que temos. Nesta reserva além da
falta de comida, roupa, moradia, até a água tinha que ser pega no rio que ficava a quase
um Km de distância.
Mais pessoas
seriam necessárias
para tirar estas
famílias da miséria.
A Ignês é uma
destas pessoas que
não recebe nada em
troca do bem que faz
aos pobres e
doentes, ou talvez é
a que mais recebe
pois, dificilmente
vemos ela triste,
desanimada ou
preocupada com o
futuro, com dinheiro
e não é porque tenha muito, mas porque aprendeu a dar valor ao que tem.
Esta é uma das casas da reserva indígena. As três crianças moravam nela. Os
pais tinham ido para a cidade pedir esmolas e eles ficaram sozinhos um cuidando do
outro. Mas o que mais me impressionou nesta visita, foi a alegria de viver que estas
pessoas têm. Uma alegria que tanta gente poderosa não sabe e nunca experimentou na
vida que leva. Perguntamos ao chefe da casa quantas pessoas faziam parte da sua
família, porém ele não soube responder.
Abaixo vemos outra casa, um pouco melhor, mas muito pequena pelo número de
pessoas que moravam nela.
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O primeiro da família a casar foi o Alcides. Casou com a Maria Rech, no dia 24
de maio de 1958, na Capela de São Valentin de Ana Rech.
Bem diferente dos dias de
hoje, quando os noivos vão num
estúdio fazer várias fotos e depois o
fotógrafo vai à Igreja e na festa
fotografar cada movimento, a foto
ao lado é do casamento do Alcides
com a Maria e foi feita na olaria, em
frente à boca de um forno, onde se
cozinhavam os tijolos.
Era costume da época, antes
de ir para a igreja, os convidados
passarem na casa da noiva para
fazer a “colacion”, que era uma sopa
feita com caldo de galinha e massa
fininha, pão, queijo e salame,
biscoitos, grostolis e outras coisas
mais.
Depois todos iam para a igreja
assistir a cerimônia e no final do
casamento o almoço era servido na
casa dos pais do noivo.
Outro costume um tanto
estranho da época era que a mãe da
noiva não ia ao casamento, nem na igreja, nem na festa. Depois de servida a “Colacion”
ela ficava lavando a louça e limpando a casa. Nunca descobri porque isto acontecia, mas
imagino a tristeza das mães por não poder acompanhar a filha num dia tão importante.
Não se falava em lua de mel. No dia seguinte os noivos aproveitavam para
arrumar a casa e na segunda-feira os dois iam para a roça. Talvez fossem trabalhar bem
pertinho, quem é que sabe?
O Alcides e a
Maria tiveram 6 filhos:
a Ana, a Isabel, o Sérgio
Luiz que faleceu com
poucos dias de vida, a
Lídia, o Sérgio Antônio
e o Luciano.
Na foto ao lado,
feita no dia do
casamento da Isabel, a
família está completa. A
Isabel casou dois meses
depois que o Luciano
nasceu. Depois de todos
os filhos grandes,
recomeçaram tudo com
o pequeno Luciano.
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Basta olhar as fotos feitas no dia das bodas para ver a alegria da família em
poder comemorar esta data com familiares e amigos.
Diz a Ana: “Na época não dava para ter feito a festa, mas a vontade de reunir os
amigos foi mais forte e damos um jeito. Foi muito bom, é uma coisa que a gente não
esquece nunca mais”.
Foi uma festa muito bonita. Primeiro a celebração da missa, depois uma janta
tipicamente italiana, foi servida para os convidados.
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ISABELLI
NÍCOLAS
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assim nasciam não ficavam em incubadoras e dependiam apenas de sorte e dos cuidados
da família. O Sérgio não tinha muitas chances de sobreviver pois
Além de pequeno, não tinha forças para se alimentar e apesar dos esforços e
cuidados, no dia 18 de agosto, com apenas 35 dias, acabou falecendo.
Lembro muito bem deste dia, quando o pai e o Ângelo Rech, o outro avô,
fizeram lá em casa mesmo, com madeira que o pai tinha no porão, o caixão para o
enterro. Depois do enterro, voltamos a pé para casa. Quando chegamos lá na
encruzilhada onde o Alcides descia, a mãe tentou consolá-lo dizendo: -“Agora vai para
casa descansar que nas últimas noites vocês não dormiram nada”.
O Alcides balançou a cabeça e disse: -“È, mas o Sergio não tá mais lá.” Virou
as costas e desceu o moro chorando. Ele era o retrato da tristeza.
2.4 – Lídia Novello
No dia dois de fevereiro de 1985 a Lídia casou com o Euclides Berti na Igreja
Matriz de Ana Rech. Depois da cerimônia religiosa, numa bela festa no salão de Capela
de São Valentin, receberam os familiares e amigos.
Por uma infeliz coincidência no
dia anterior ao casamento, faleceu o
avó materno da Lídia.
Com certeza foi muito difícil
para a Maria lidar com duas emoções
tão diferentes no mesmo dia. Isto
prova que ela é uma mulher muito
forte e preparada para enfrentar
grandes dificuldades.
A vida da Lídia não foi muito
diferente da irmã Ana. O marido
sempre trabalhou com caminhão e ela
cuidou da casa, das filhas e também
dos sogros, pois quando casou ficou
morando com eles. Precisou cuidar
dos dois, principalmente da sogra que
ficou muito tempo doente e
dependendo de cuidados em tempo
integral.
A vida ainda reservava uma
grande tristeza para o casal. O
primeiro filho, tão esperado que
nasceu no dia 09 de janeiro de 1986,
devido a problemas de saúde, morreu
logo após seu nascimento. Mesmo
assim a Irmã Benedita, parteira do
Hospital Fátima de Flores da Cunha,
batizou o menino com o nome de José. A vida dá voltas que nós nem sempre
entendemos. Depois de uma grande perda, estava reservada para os dois a alegria de ver
o nascimento de três lindas meninas.
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Com menos de dois anos de casados já tinham dois filhos. Primeiro nasceu o
Mauro, no dia 12 de novembro de 1986, e no dia 05 de janeiro de 1988 nasceu a Mirian.
Como o pai, ele também trabalhava com parreirais, verduras, alho e tantas outras
coisas, não tinha moleza, era trabalho e mais trabalho. Até a Ivone entrou no ritmo.
Quando o Sérgio casou ficou morando uns anos com os pais. Depois de uns
tempos construiu sua casa nas terras que eles haviam comprado do Aldo.
Esta foto ao lado foi feita no dia da 1ª
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Mas a alegria dos dois não parou ali. No dia 11 de junho de 2010 a família
cresceu com a chegada do Gabrile.
Este bebe que está no colo da Ivone é o primeiro neto dela e do Sérgio, e mais um
dos bisnetos da Maria e do Alcides.
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As fotos abaixo são o registro deste dia. Depois de uma bela cerimônia religiosa
eles receberam os amigos com um delicioso jantar no salão da Capela de São Valentin.
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Uma grande tristeza tomou conta de toda a família. É muito difícil chegar na
casa onde morava e não encontrá-lo mais. Até hoje quando penso nele, parece-me vê-lo
andando no meio dos parreirais, sempre com pressa, fazendo duas ou três coisas ao
mesmo tempo. Acredito que Deus precisava de mão de obra para fazer algo muito
importante e por isto o levou.
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Mais tarde ela percebeu que ele tinha um leve problema nos pés e para corrigi-lo
tinha que usar botas ortopédicas. Apesar das botas serem caras, nunca deixou que ele
ficasse sem, pois não queria que sofresse no futuro.
Depois de dois anos, no dia 14 de março de 1968 nasceu o Dirceu. Pouco tempo
depois a família voltou para São Marcos, na velha casa.
Com muito sacrifício, conseguiram comprar umas terras encostadas as suas,
onde mais tarde construíram uma nova casa.
Mesmo com a casa pequena, a família não parava de crescer. No dia 07 de
agosto de 1971, receberam mais um presente, nasceu o Carlos.
Sempre cuidando dos parreirais, da lavoura e das vacas leiteiras, eles
conseguiram criar os filhos, não com fartura, mas sempre com o necessário.
Por volta de 1981, mais uma mudança. Desta vez foram morar na casa dos
nossos pais, pois os filhos já tinham casado todos e tinha muito trabalho, principalmente
nos parreirais. Mais uma vez abandonaram suas coisas para cuidar as dos outros.
Um tempo depois voltaram para a sua
casa e desta vez só saíram para morar na casa
nova.
O que sempre chamava atenção na
Maria, era a simplicidade e a alegria de viver.
Ela não reclamava das dificuldades, valorizava o
que tinha, era organizada e sempre gostou de
flores ao redor da casa.
Esta casa não era uma simples casa,
representava a realização de um sonho, uma
conquista que foi construída passo a passo, dia a
dia, com esforço e trabalho.
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Falar da Catarina é falar em família. Não dá para falar dela, sem falar do apego e
carinho que ela tinha e tem pela família.
Ela nasceu no dia 16 de maio de 1938. Desde muito nova tinha a
responsabilidade de cuidar dos irmãos quando a mãe saia para dar aula. Ela sempre teve
muito carinho com eles.
Para os primeiros filhos que
nasceram, a mãe havia
contratado a Luiza Boff para
ajudar, mas depois que os filhos
cresceram um pouco a Luiza foi
embora e a Ignês, a Maria e a
Catarina tomavam conta dos
irmãos menores.
“O dia que a Luiza
(Ghigheta) foi embora nós
abraçamos ela com tanta força
para tentar segura-lá, mas ela foi
e todos ficaram desesperados”,
lembra a Catarina que ainda
parece sentir a dor da despedida.
Outro momento muito difícil foi à saída de casa da Ignês. “Quando o pai e a mãe
saíam de noite para visitar os nonos Dall’Alba que estavam muito doentes, nós
ficávamos em casa e todos de acordo, sempre se inventava alguma coisa boa para
comer. Geralmente se fazia mandolate. Depois, era feita a limpeza para que ninguém
descobrisse e o que sobravam a gente guardava para comer no dia seguinte. No dia antes
da Ignês sair, o pai e a mãe foram visitar os nonos, mas naquela noite não teve festa,
cada um foi para o seu canto chorar.”
Depois de me contar isso, escorriam lágrimas pelos olhos dela, como se
revivesse a dor sentida naquela despedida, não só uma tristeza, mas uma dor física.
Passados alguns anos ela começou a namorar e no dia 27 de dezembro de 1958
casou com o Luiz Rech. Na véspera do casamento, como era costume, o Luiz foi na
casa do pai buscar o enxoval (a dota), carregando-o numa carroça.
No caminho, não sei se por descuido ou por ter muitos buracos na estrada, um
dos poucos vestidos dela, foi parar nas rodas da carroça e acabou rasgando.
O Luiz ficou muito triste e
não sabia como contar o fato, mas
tudo se resolveu a contento.
O casamento da Catarina, foi
algo que merece registro. Eu e as
outras irmãs choramos o tempo
todo. Na época eu tinha 5 anos,
mas lembro que chorei, até dormir.
Nos primeiros dias depois do
casamento a saudades era tanta que
doía não só o coração, mas todo o
corpo, isto também ela sentia. “A.
saudades era tanta que me escondia
para chorar, pois morava com a sogra e ela podia pensar que estava arrependida.
Foi antes de se mudar para o Campestre da Serra que nasceu a Beatriz e a
Teresinha. A mudança aconteceu quando estava grávida da Inês. Lá foram morar numa
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casa muito velha e pequena. Foi nesta casa que nasceu a Inês, a Lídia, o Leocir, a Cirlei
e a Vanir. Ele tiveram sete filhos, mas a pequena Lídia que nasceu prematura, não
sobreviveu.
Com certeza foi uma vida de muito trabalho, sacrifício e dedicação para manter a
família unida e dar o necessário para todos.
Depois de alguns anos fazendo economias e muito esforço, construíram uma
casa nova, desta vez bem bonita e espaçosa.
Esta foto mostra a frente da casa
onde a Catarina mora até hoje, numa
das vezes que a Inês foi visitá-los,
quando ainda tinha as crianças
pequenas. Foi nela que os filhos
cresceram e começaram a programar o
seu futuro.
Para a Catarina deve ter sido o
tempo mais feliz, pois ter todos os
filhos morando juntos com certeza seria
o seu maior desejo. Porém a vida nem
sempre é como queremos e os filhos,
um de cada vez foram saindo de casa e
para seguir o ciclo da vida.
É muito forte a religiosidade na família. Com certeza uma das grandes alegrias
foi a Beatriz ter escolhido a vida religiosa. No dia 19 de janeiro de 1986, a Beatriz que
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decidiu seguir a vida religiosa, fez a sua profissão de fé. A família toda presente, estava
muito feliz e realizada, principalmente os pais e avós.
Esta foto registra o momento em que faz perante Deus, pais e a comunidade o
juramento de manter-se fiel
aos votos de castidade,
obediência e pobreza
conforme as normas da
congregação.
O compromisso de
dedicar sua vida em favor
dos menos favorecidos da
sociedade, doentes e
abandonados.
Os votos perpétuos,
ela os fez com 27 anos, no
dia 18 de janeiro de 1986.
Os que se dedicam a
vida religiosa, não tem uma morada fixa, elas vão para o lugar onde necessitam mais de
pessoas que podem se dedicar em tempo integral aos mais necessitados. Hoje, a Bea
mora aqui em Caxias depois de ter morado numa cidade onde a carência era muito
intensa.
Sempre que pode,
vai passar uns dias em
casa para curtir a vida
em família, ver a mãe,
os irmãos e sobrinhos,
pois o pai faleceu no
ano de 2005.
No ano de 2006 a
Beatriz completou 25
anos de Vida Religiosa e
estava prevista uma
festa para comemorar a
data, mas infelizmente o
Luiz não pode esperar
para comemorar. As
Bodas aconteceram, mas
a comemoração foi bem discreta com a presença só da família que ainda estava
sofrendo a perda do pai.
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A Tere voltou para casa. Depois de algum tempo namorou e casou com o Lori
Citon no dia 26 de janeiro de 1991. O casamento foi na Igreja Nossa Senhora das
Graças, próxima de casa, numa cerimônia simples, mas com a importância que este
acontecimento merece.
Iniciava assim mais
uma família que foi
morar numa bela casa,
bem próxima a dos pais
do Lori.
Tempos depois, para
a felicidade da família
nasceu um lindo garoto
que recebeu o nome de
Douglas. Hoje é um
moço muito bonito, que
pensa continuar na
mesma profissão do pai
cultivando parreiras, pois
acredita muito na agricultura e gosta de trabalhar com atividades relacionadas a terra.
No dia 31 de maio de 1996, a Tere e o Lori, receberam mais um belo presente. A
cegonha deixou um pacote cor de rosa e dentro estava a Chaiane. Completamente
diferente do irmão, sonha com um futuro brilhante. Sua preocupação é estudar e andar
sempre muito bonita, o que não lhe dá muito trabalho, pois já é linda por natureza.
As fotos que vemos a seguir são da família da Terezinha e do Lori.
A vida do casal também não foi muito fácil. Trabalhar na colônia, criar os filhos,
garantir que nada falte em casa e que os dois possam estudar mesmo morando longe da
escola, exige muita dedicação e trabalho. Tudo isso para que os dois cresçam e não
precisem passar pelas mesmas dificuldades dos pais.
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É sempre muito gostoso visitar a família, difícil é você sair sem antes almoçar ou
jantar com eles. O Lori e a Tere são tão atenciosos com as visitas que não sabem o que
fazer para agradar e em pouco tempo preparam uma refeição e ainda antes de sair
colhem frutas da sua plantação para presentear as pessoas.
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Para uma família muito religiosa é sempre uma grande alegria ver um filho
fazendo a sua Primeira Comunhão. A foto acima registra o grande dia da Tatiele.
Acompanhada de toda a família, mostra com o seu sorriso a importância deste dia.
Alegria que é partilhado por todos os familiares, pois a educação religiosa faz
parte do cuidado que dedicam aos filhos.
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Nesta foto está ela com as sobrinhas Micheli e Francieli, com quem passa muito
tempo, trabalhando e se divertindo como vemos as três cuidando destes pequenos
cabritinhos.
4.7 – Vanir Rech
Quando parecia que a família estava completa, no dia 23 de agosto, nasceu mais
uma menina, a Vanir “o pedotchin do pai”, como era chamada pelo Luiz.
Estar perto da Vanir significa estar junto com o bom humor, a alegria e o riso
espontâneo.
A foto acima registra o dia do casamento dela com o Valmir Suzin que
aconteceu em 23 de março de 1999.
A família estava presente neste dia tão importante para os dois. Ao lado dos pais,
irmãos, cunhados e sobrinhos, sua felicidade estava estampada no rosto.
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Logo após o casamento foram morar numa casa bem próxima dos pais. Muito
bonita e bem cuidada, cercada por um jardim e gramado, é o retrato dos que moram lá
dentro.
O mais importante
presente chegou no dia
04 de abril de 2001
num pacote rosa, e o
nome escolhido foi
Micheli. Porém a
Micheli precisava de
uma parceira para fazer
a bagunça completa.
Foi no dia 18 de
dezembro de 2003 que
nasceu a Francieli.
Agora sim, olhos
atentos pois as duas
juntas formam um
quarteto quando se trata
de fazer artes.
Olhando as meninas dá para perceber que herdaram da mãe o sorriso e a ternura,
isto sem esquecer é claro o pai que também tem estas características.
“Sabe tia né”, é uma das palavras que a Vanir sempre diz quando algum de nós
pergunta como ela está. Mesmo com alguns problemas de saúde, não se deixa dominar
pela tristeza e nem pelo cansaço, pois cuidar de duas meninas tão arteiras, ajudar o
marido na colônia, dar uma mãozinha a mãe sempre que necessário e ainda manter o
bom humor, não é nada fácil. Seria injusto dizer que ela consegue isto sozinha, ao lado
tem um marido como poucos que a ajuda no cuidado com as meninas, a casa e tudo o
que é preciso para que reine a harmonia no lar.
Os cabelos do Luiz
branquearam. Pessoa de bom
humor e disposição para o
trabalho, em pouco tempo
foi mudando como se fosse
uma árvore sem água.
Vários médicos foram
consultados sobre a doença e
pouco descobriram sobre o
que ia mudando a sua
maneira de viver.
Até que foi descoberto
um tumor que precisava ser
retirado. Fazendo os exames
pré-operatórios, mais uma
surpresa desagradável, no resultado a constatação de que ele estava com leucemia.
Sem perder a esperança de voltar para casa, foi ao hospital fazer a cirurgia, mas
infelizmente nada mais podia ser feito e depois de uma semana na UTI faleceu no dia 11
de agosto de 2005. Esta foto foi acima registra um dos últimos encontros de família em
que o Luiz estava presente.
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Mauro Mateus
Emanuelle
YHONI
TATIELE
D
O
U
G
L
L
A
S
CHAIANE
MICHELI
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FRANCIELI
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rosto do casal. Para os pais, era uma mistura de alegrias e saudades, porque os dois
iriam morar no Mato Grosso do Sul, na cidade de Campo Grande.
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Na foto abaixo estão os quatro, esbanjando alegria para todos que quiserem
conferir.
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No meio de tanta
conversa, revelação de
alguns segredos como
entrar na sala quando
não tinha ninguém para
comer chocolate em pó
que era usado na
merenda diária, ou
como faziam para
organizar as festas
surpresa no dia do
professor ou do seu
aniversário.
Foi tudo agradável
que não vimos o tempo
passar. Foi um encontro
inesquecível.
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Um destes passeios foi para conhecer o Rio de Janeiro. Parece regra que toda
pessoa que visita o Cristo Redentor faça uma foto de braços abertos. Com ele não foi
diferente.
Uma das marcas fortes do Oneide era a ligação com a família. Não era difícil vê-
lo nas tardes de domingo visitando o nono Firmino quando este estava doente, ou
durante a semana chegar até a casa do nono Ângelo que morava bem pertinho, para
conversar e dar um pouco de sua atenção as pessoas. Ele mesmo dizia para o pai:
“Vamos visitar o nono enquanto está vivo, pois não adianta chorar depois que ele
morrer”.
Porém algumas coisas nesta vida estão além da nossa compreensão. Uma delas é
a morte de um moço de 22 anos, com um futuro brilhante pela frente, mas que foi
interrompido no final da tarde do dia 17 de novembro de 1989. Depois de ter almoçado
com os amigos e passado parte da tarde com eles , voltou para casa e foi para o quarto
assistir televisão. Quando o irmão Pedro entrou no quarto para chamá-lo ele já estava
sem vida. Vítima de um ataque cardíaco, sem se despedir de ninguém, ele partia para o
além. Com certeza a vida tinha suas razões para que isto acontecesse.
Por ser uma pessoa muito especial, uma nuvem de tristeza cobriu todos os que o
conheciam. A sua ausência deixou um vazio muito grande na família. Nesta hora cada
um reage do jeito que pode. Alguns choram e desabafam, outros sofrem calados. Mas é
certo que a morte do Oneide provocou muitas lágrimas.
Todos sofreram muito, mas a Lourdes, além de ser a mãe, era de temperamento
mais introvertido, tinha dificuldades de externar sua tristeza e foi guardando por muito
tempo uma dor visível aos olhos de todas as pessoas que chegavam perto dela.
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lindas meninas,
com certeza são
responsáveis pelo
sorriso estampado
no rosto e a razão
de viver do Roberto
e da Andréia.
Profissionalmente
realizados, os dois
só tem a
preocupação de
criar as filhas e o
direito de viver
com elas cada
momentos que a
vida proporciona,
com a felicidade
merecida.
Quando começavam a se recuperar da perda do Oneide, no final do ano de 1995
a família descobre que a mãe estava com câncer. Mesmo tendo feito químio e
radioterapia, depois de 7 meses de sofrimento, no dia 28 de junho de 1996, ela faleceu.
Foi um período muito triste e mais uma vez a família toda sofreu junta esta
perda. Com certeza ela foi recebida pelo filho, o qual nunca conseguiu esquecer.
Para nós que aqui ficamos, restam as lembranças dos bons momentos que
vivemos juntos e a saudades do vazio que deixou.
A vida segue.....
05 – Claudino Novello e Odila Zago
Os filhos todos casados, a morte da Lourdes, deixou um grande vazia e a solidão
tomou conta da vida do Claudino. Mesmo com os filhos morando por perto, dedicando-
lhe muita atenção, ele se sentia muito só, principalmente no final do dia quando todos
vão para as suas casas, parece que a noite fica ainda mais longa.
Porém quando a vida
quer, não precisa de lugares
mirabolantes, nem de muito
luxo para aproximar duas
pessoas.
Uma pneumonia fez o
Claudino ficar internado uns
dias no hospital onde
trabalhava uma enfermeira,
irmã da Odila, que sabendo
de sua história providenciou
um encontro entre os dois.
O local encolhido para o
encontro não podia ser mais
romântico: o pátio do Hospital Fátima. Mais curioso ainda é que um não conhecia o
outro, apenas sabiam algumas características, mas o destino se encarrega de resolver
estes pequenos detalhes e os dois lá mesmo se conheceram.
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Fatos e fotos de uma família
Uma festa tão linda merece registro. Na primeira foto está muito orgulhoso e
feliz o aniversariante na hora dos parabéns, ao lado mais orgulhoso está ele com os
filhos Roberto, Lenir, Inês, Pedro e o Gabriel.
Nesta outra foto ele
esta rodeado dos netos.
No colo do Roberto a
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Fatos e fotos de uma família
Eduarda, ao lado o
Amauri, o Matheus e o
Gustavo. Na frente o
Felipe, o Lucas, o filho
Gabriel e a neta Marina.
O nosso desejo como
família é festejar muitos
aniversários juntos, ou
aproveitar qualquer data
para se reunir e celebrar a
vida, a coisa mais
importante que temos e
merece ser comemorada,
seja com um churrasco ou
mesmo um “menestrão”, o que vale mesmo é se reunir.
Estes são os oito netos do Claudino.
Lucas e Felipe
Amauri e Matheus
Eduarda e Giovana
Marina e Gustavo
06 – Irma Novello
A Irma sempre foi muito tranqüila e simples. Nasceu no dia 14 de março de
1941, no mesmo dia que a mãe fez a mudança da casa velha para a casa grande onde
moramos por muito tempo com um maior conforto e espaço.
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Fatos e fotos de uma família
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Fatos e fotos de uma família
Com muito trabalho, economias e fé na vida construíram uma casa nova, mais
espaçosa, que dava mais conforto a todos.
6.1 – Roberto Carlos Paloschi
A família sempre foi religiosa e
todos foram batizados, fizeram a 1ª
comunhão e a crisma.
A foto ao lado registra o dia da 1ª
comunhão do Roberto. Junto com
eles está a avó Adelina, uma ótima
cozinheira, procurada em toda a
redondeza para fazer o almoço nas
festas.
O Roberto sempre foi muito
simples e determinado. Começou a
trabalhar com 9 anos, fazendo
pequenas cestas de vime para colocar
chocolates de Páscoa, sempre na
mesma empresa, mas variando de
trabalhos até que passou a trabalhar
no escritório. Nunca deixou de lado
os estudos e formado em Ciências
Contábeis, passou a assumir mais
responsabilidades e com certeza mais
dindin.
Menino muito caseiro, estudioso
e ligado a família, passou a infância e adolescência sem dar muitas preocupações aos
pais.
Desde criança sempre teve uma paixão: Futebol de Botão. Quando estava
cansado, para relaxar um pouco, jogava umas partidas de Botão, mesmo que não tivesse
parceiro para acompanhá-lo.
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Fatos e fotos de uma família
Bem diferente dos irmãos, a Rosane sempre foi mais rebelde. Dá para dizer que
deu um pouco de trabalho e preocupação aos pais, mas nada que se comparem as
alegrias e a dedicação que deu ao pai principalmente nos últimos anos de sua vida.
Em maio de 1996 casou
com Rudimar Caberlon. Deste
casamento nasceu o Dudu
(Eduardo), que sem dúvida
trouxe imensas alegrias a todos
os familiares.
Depois de alguns anos,
por motivos particulares, esta
união chegou ao fim, mas que
deixou para toda a família um
belo presente, um campeão
chamado Eduardo.
O Dudu além de ser um
bom filho é um ótimo aluno e
mais ainda um campeão
mundial de Taekwondo STF.
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Fatos e fotos de uma família
Dizem que antes de vir ao mundo escolhemos como e onde queremos nascer. O
Artur, responsável por tantas artes, com certeza entrou na fila da bagunça muitas vezes.
Com um sorriso que cativa a todos, fica difícil dizer não as suas brincadeiras.
Este lindo caipirinha foi um presente que Deus mandou para alegrar a vida dos
pais e também dos avós, que com suas artes (que não são poucas) deixa todos
encantados e sempre atentos, pois a cada pequeno descuido ele apronta uma nova.
Na foto da direita o Dudu com o Artur no colo, que apesar da diferença de idade,
demonstra muito carinho e dispensa grandes cuidados pelo mano.
Só para lembrar no futuro aqui vão algumas artes dele: - Uma manhã, enquanto
o Dudu limpava as migalhas que o Artur deixou no sofá, ele aproveitou para temperar
com azeite o chão da cozinha. - Enquanto passava à tarde na casa da avó Irma, arrancou
uma porta da estante que depois foi correndo mostrar como se fosse um troféu. - Outro
dia também pegou a babe (chave) do portão, pois ele é fascinado por chaves e tentou
abri-lo, mas como não conseguiu jogou a chave dentro do pátio trancando a ele e a avó
do lado de fora. Vamos deixar assim, pois do contrario o livro ficaria muito extenso.
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Nem tudo é como um conto de fadas, “E foram felizes para sempre”. No dia 06
de abril de 2002, numa manhã de sábado, os dois saiam para passar o final de semana
em Angra dos Reis. Quando estavam próximos a Parati, um acidente provocado por um
irresponsável, colocou um ponto final na vida de quem ainda era cheia de sonhos. Uma
menina de 24 anos partiu sem dizer um adeus a ninguém e uma família inteira ficou
marcada pela tragédia.
“Eu sabia que não podia durar para sempre, pois tudo era perfeito demais entre
nós dois.” Esta foi uma das declarações feita pelo Rogério durante o velório.
Fica difícil entender e principalmente aceitar, mesmo passados 8 anos, a dor
ainda é grande e a saudades cada vez maior.
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Quando era menina, a Teresinha ficou num colégio interna para estudar e talvez
um dia substituir a mãe na escola. Durante o tempo que ficou em Porto Alegre
estudando, não vinha para casa e pela 1ª vez eu descobri que saudades dói, não só na
alma, mas no corpo também.
Quantas vezes ao anoitecer nós íamos à frente da casa e chamávamos por ela
esperando que escutasse e voltasse. Eu era criança e ainda não sabia que se chamava
saudades, mas sabia que doía.
Quando voltou para casa já era “estudada” e logo foi requisitada para dar aula na
Escola Olavo Bilac.
Depois de alguns anos de namoro, a
Terezinha casou com o Claudino
Paloschi no dia 28 de dezembro de 1968.
O casamento foi na Capela de São
Valentin e o almoço no salão da
sociedade. Foi a primeira da família que
fez a festa no salão, pois até então todos
comemoravam na casa do noivo.
Quando casou foi morar com a
sogra e ficaram juntas até que a Dona
Adelina faleceu. Para ir até a escola
caminhava muito ou ia a cavalo para ficar
menos tempo longe de casa.
Foram muitos anos de sacrifícios e
determinação, pois não era só a distância
que devia vencer, as dificuldades de
trabalhar numa escola multisseriada eram
inúmeras e o material disponível era
pouco.
Ela foi uma das minhas
professoras, mas principalmente foi com
ela que aprendi a dar aula. Como eu
também era “estudada”, depois de alguns
anos trabalhando na mesma
escola, juntas fizemos o
Ginásio e mais tarde o
Magistério. Na época do
magistério ela já era casada
e tinha o Evandro pequeno.
Quantas dificuldades,
quanto sofrimento para ir
estudar e deixar o nenê em
casa. É verdade que
contava sempre com a
ajuda do marido e da sogra,
mesmo assim foi muito
difícil. Com certeza o
salário que recebe como
aposentada não é o que
deveria receber por todo o
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Fatos e fotos de uma família
trabalho que fez, mas a alegria de ser reconhecida como professora pela maioria dos
moradores de São Valentin, compensa tanta dedicação.
Além de professora também cuidou da casa e criou dois filhos maravilhosos.
O primeiro foi o Evandro que nasceu
no dia 1º de julho de 1972. Seis anos
depois, no dia 06 de setembro nasceu o
Leandro.
Apesar de nascer prematuro,
desenvolveu rapidamente e logo não
precisava mais de cuidados especiais.
Com a vinda do Leandro ficou ainda
mais difícil trabalhar fora e logo que a
professora Inês Bonato se aposentou
conseguiu uma escola mais perto de casa,
em São Valentin.
Na foto ao lado está o registro do dia
da 1ª Comunhão de Evandro.
Além de professora foi por muitos
anos catequista. Foram muitos os alunos
que preparou para a 1ª comunhão e a
crisma, sempre como voluntária.
Sempre preocupados com os filhos,
ela e o Claudino não mediram esforços
para que os dois pudessem estudar até se
Mas a vida da Tere não foi só formar.
ensinar, sempre que pode trabalhou na
colônia, principalmente na lavoura,
parreirais e também com vacas leiteiras
onde além de vender o leite faz queijos
muito gostosos.
A foto ao lado é da casa da Tere e
do Claudino, onde nasceram e cresceram
os filhos e eles dois moram até hoje.
Mesmo construindo uma casa no Jardim
Eldorado eles nunca quiseram abandonar
a vida da colônia. Realmente é difícil
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Fatos e fotos de uma família
Depois de ter feito a 4ª série na escola próxima de casa, foi obrigado a estudar
em São Ciro. Não era fácil continuar estudando, pois para chegar até o Colégio tinha
que enfrentar uma caminhada até a Parada Cristal onde passava o ônibus que o levava
até a Escola. Na volta tudo se repetia. Foram anos de luta até terminar o Segundo Grau.
Homenagem à primeira professora
Depois de muitos anos de aposentada, uma bela homenagem dos ex-alunos foi
organizada no dia 30 de maio de 2010 no Salão de Festas da Ivete onde ficava a escola
onde nos duas trabalhamos muito tempo. Entre as organizadoras da festa estava a Iria
Scariote, a Salete e a Ivete Berti. Uma missa cheia de homenagens de ex-alunos,
seguida de um almoço muito gostoso e muita conversa, marcou este dia
Depois do almoço algumas brincadeiras e principalmente muito tempo para
recordar o passado. Quantos fatos foram lembrados.
Saber que muitos dos alunos não puderam continuar estudando, faz pensar nas
grandes diferenças que o povo enfrenta, porém ao ver como todos eles conduziram suas
vidas, faz sentir orgulho de ter convivido e de alguma forma colaborado para que
aprendessem a ler e escrever, algo tão importante nos dias de hoje.
Uma grande
emoção foi saber
que a ex-aluna
Helena Scariote
guarda ainda
livros e cadernos
dos tempos da
escola.
No caderno,
um desenho do
tempo que estava
no 1º Ano
primário.
A poesia
“Pinheiros” de
Rodrigo Júnior
faz parte do livro
O canto
brasileiro, um dos
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poucos livros utilizados pelos alunos da época e que ela guarda com muito carinho.
Foi um dia para nunca ser esquecido.
Os netos de Teresinha e do Claudino
Nas fotos abaixo estão os netos da Teresinha e o Claudino. A esquerda é da
Luiza e a da direita é do o Endryus, duas lindas crianças que enchem de orgulho os
avós.
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Fatos e fotos de uma família
que estava chegando. Um ano depois de casados, no dia 16 de julho de 1972, nasceu o
Adriano.
Trabalhar na roça ou parreirais com uma criança pequena é difícil, mas era
necessário. Mesmo tomando todos os cuidados, a criança fica um pouco quieta e logo
depois começa a chorar. Com o Adriano não foi diferente. O jeito era aproveitar os
momentos que ele ficava dormindo e depois voltar para casa, afinal em casa sempre tem
o que fazer, principalmente com um bebê pequeno.
Depois do Adriano, no dia 31 de outubro de 1975, nasceu a Simone. Muitas
alegrias, mas também mais trabalho, mais preocupação.
Como dizia o bisavô Zauppa “é pra frente que se anda” e a família voltou a
crescer no dia 09 de janeiro de 1979 com o nascimento do Rodrigo. Ainda tinha espaço
para mais um e no dia 14 de setembro de 1983, para formar o quarteto, nasceu o Éder.
O tempo passou, a olaria foi desativada, os filhos cresceram e era hora de
mandá-los para a escola. Junto com os estudos iniciavam também a trabalhar. Logo o
Adriano mostrou muita vontade e resolveu ir em busca de um futuro melhor. Trabalhou
muito tempo com o alho junto com os Berti. O trabalho era muito cansativo e contínuo,
porém o esforço valeu a pena, antes de casar ele já tinha sua casa toda mobiliada.
As Bodas de Prata -
No dia 25 de maio de 1996
completou 25 anos do dia que
eles escolheram viver juntos.
Era preciso comemorar com a
família e os amigos.
Numa cerimônia com
muita emoção e beleza, uma
missa foi rezada na Capela de
São Valentin para celebrar a
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Fatos e fotos de uma família
vida, as alegrias e as
conquistas destes 25 anos.
Muita emoção quando a
família juntou-se ao coral e
juntos cantaram a Oração da
Família.
Depois da celebração religiosa todos passaram para o salão onde foi servida
aquela janta. Mais uma vez a família estava reunida partilhando da alegria desta data.
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Fatos e fotos de uma família
Sempre companheira dos pais e irmãos, ajudava a mãe nas tarefas de casa.
Depois de conhecer e namorar o Luis Bernardi casou no dia 02 de junho de 2001.
O Luis trabalha plantando e
vendendo alfaces. Moram perto de
Flores da Cunha, numa bela casa que
foi construída por ele com muito bom
gosto.
Depois de alguns anos de
casados, no dia 15 de fevereiro de
2006, nasceu o Gustavo Antonio
Novello Bernardi. O Gu, como eles
chamam carinhosamente, deu um
grande susto logo após o nascimento.
Um problema no pulmão fez com que
ficasse vários dias na UTI. Mas
felizmente tudo não passou de um
grande susto, hoje ele é um menino
saudável e muito lindo.
Ele já aprontou algumas artes, como
entrar no banheiro e fechar a porta que
só abria por dentro. Depois de muito
choro, (não sei quem chorava mais, se
os pais ou ele) tiveram que subir por
uma escada, retirar a janela do banheiro
para resgatá-lo. Mas pais sempre perdoam e logo que estava em segurança o choro era
de alívio. A família viveu outros momentos difíceis. Durante um assalto, os três
ficaram várias horas na mira de um revolver, algo que é muito difícil de esquecer,
principalmente quando a vida do pequeno Gu está em risco.
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queria porque além de bom de briga também era bom de corrida. Como o pai depois de
passar um tempo e se acalmar esquecia tudo, ficou por isso mesmo.
Uma vez ele foi mordido por uma cobra lá no parreiral onde tinha a uva rosada
(la ua de la mama). Naquele tempo não se ia pro médico por “pouca coisa” e o problema
foi resolvido lá em casa mesmo. Vai à receita: primeiro matar a cobra que metade da
raiva passa. Depois esmagar alho e colocar na mordida. Ainda bem que a cobra não era
muito venenosa, se não até chegar ao hospital, já era.
Outro susto foi num dia em que estava fazendo lenha e o machado enroscou
numa corda e acertou o pé. Desta vez foi para o hospital fazer pontos e tudo ficou bem.
Quando o Cornélio cresceu, começou trabalhar na olaria. Eram poucas as noites
que não tivesse pedaços de tijolos, lenha e até barro na cesta que levava a comida, pois
o tempo para o almoço era curto e alguém tinha que levá-lo até lá.
Esta eu não vou esquecer nunca. Uma noite ele chegou em casa como sempre muito
cansado e tarde que os outros já tinha ido dormir. Depois de aquecer a sopa eu sentei ao
lado dele e comi um pote de súgulo (creme de uva engrossado com farinha de trigo no
lugar de maisena). Ele estava tão cansado que pediu uma colher e eu ofereci a minha.
Deu uma olhada e para não ter que buscar outra disse: “então lambe bem tá!” Na mesma
hora começamos a rir e depois eu levantei e fui buscar a colher e assim ele comeu o seu
súgulo sem nojo. Também não vou esquecer do ar de cansado que ele tinha ao chegar
em casa, jantava, lavava os pés e caia na cama como uma pedra. Quando a olaria
fechou, ele comprou um caminhão e por vários anos viajou pelo Brasil transportando as
mais diversas cargas. Com certeza era um trabalho um pouco mais leve que o da olaria.
Mesmo viajando para outros estados, um dia descobriu que a sua cara-metade
era uma pessoa que morava perto de casa.
A Inês Rech passou a fazer parte da
família Novello, depois de alguns anos de
namoro, no dia 19 de maio de 1979, quando
aconteceu o casamento dos dois na Igreja
Matriz de Flores da Cunha. Os amigos e
familiares comemoram com um jantar no
Salão da Capela de São Valentin.
Com muito bom gosto o Cornélio construiu esta bela casa da foto para morar. O
sonho de quase todos os casais é encher a casa com o sorriso e as brincadeiras dos
filhos. Não demorou muito e no dia 26 de outubro de 1980 nasceu o Cristiano e no
dia.29 de agosto de 1983 chegou a Catiane.
No dia 8 de
maio de 2004,
juntamente com os
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filhos, amigos e
familiares,
festejaram os 25
anos de casados. A
comemoração das
Bodas de Prata
iniciou com uma
missa de
agradecimento na
Capela de São
Valentin e depois
todos foram
recebidos com um
jantar festivo no
salão da capela. É
claro que não faltou
aquela torta.
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Fatos e fotos de uma família
Com certeza teve participação nas bagunças feitas em casa, mas muito mais nas
alegrias que os dois proporcionaram aos pais e familiares.
Aos poucos foi crescendo e se tornando uma linda garota. Concluiu o Segundo
Grau, começou a trabalhar e ao mesmo tempo se enamorou do Josemir Rech. Alguns
anos de namoro e no dia 17 de outubro de 2009, numa bela cerimônia aconteceu o
casamento dos dois. A recepção aos amigos e familiares aconteceu no salão da Capela
de São Valentin.
Hoje moram numa bela casa que ele construiu com muito bom gosto perto da
casa dos pais dele. Dentro da casa há um clima de paz, boas energias e felicidade, o que
indica que nela os dois devem ser muito felizes.
Para registrar este dia várias fotos foram feitas. Na da esquerda está a Catiane
com o marido Josemir. Na foto da direita está ela ao lado do mano Cristiano.
Um brinde ao futuro do casal e que a vida dos dois seja feita de muitas alegrias.
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Fatos e fotos de uma família
Quando criança foi para a escola, brincava e ajudava nos trabalhos de casa. Foi
ela que no dia do acidente com a mãe, teve a idéia e a coragem de pegar todos os panos
e enrolar o braço para estancar o sangue que com certeza lhe salvou a vida.
Depois que acabou o tempo da escola trabalhou na colônia e também em casa
(sabia cozinhar muito bem). Fez também o curso de Corte e Costura e mais tarde de
Bordado Industrial.
No dia 24 de maio de 1974, na
Igreja Matriz de Flores da Cunha,
casou com o Reinaldo Bassanesi.
A festa aconteceu no salão da
Capela de Santa Bárbara.
Logo depois de casados foram
morar próximo da Cantina de
Vinhos Bassanesi onde o Reinaldo
trabalhava.
Era um lugar muito bonito,
uma casa muito confortável, no
meio das árvores, tendo um grande
parreiral na frente e nos fundos
havia um lago com muitos peixes.
O Reinaldo sempre trabalhou
com parreirais e na cantina fazendo
e vendendo vinho junto com os
irmãos, uma paixão que ele
preserva até hoje.
A Gema cuidava das crianças,
bordava e ainda trabalhava nos
parreirais e na horta.
O primeiro filho
deles foi o Daniel.
A foto ao lado
registra o batizado do
Dani, onde da para
ver que eu sou a
dinda.
Para nós foi um
dia muito especial e
emocionante.
Parece mentira
que um bebe tão
pequeno, depois de
alguns anos se torne
um homem, e que
belo homem. Mais um
dos grandes mistérios
que cercam a beleza da vida humana.
Foi nesta casa, lugar tranqüilo cercado de belas árvores, que três anos depois de
casados, no dia 25 de junho de 1977, nasceu o Daniel. O Dani era ainda pequeno
quando no dia 26 de setembro de 1980, nasceu o Cassiano.
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Fatos e fotos de uma família
Hoje é um funcionário da cantina que mora na casa, pois pouco tempo depois do
nascimento dos filhos eles mudaram para Flores da Cunha.
Eu sempre gostei muito do lugar onde eles moravam, mas a decisão deles de sair
da colônia facilitou os estudos dos filhos.
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Fatos e fotos de uma família
O Cassi é mais festeiro, gosta muito de viajar e também junto com o Dani e
outro grupo de amigos fazem trilhas de moto sempre que aparece uma oportunidade,
sem esquecer da Eliane com quem namora a alguns anos.
Para reunir os amigos, eles construíram uma Cabana nas terras do pai, próximo
ao parreiral, onde fazem jantas, peixadas, e até festa de São João com direito a fogueira
e tudo mais.
Uma boa lareira foi construída dentro da casa para espantar o frio que é muito
forte no local, principalmente nas noites de inverno. Demonstrando muita criatividade e
imaginação, a iluminação do interior foi feita com lustres, utilizando rodas de carreta,
que dão um toque country.
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Fatos e fotos de uma família
Falando em brincar, um dia ele me prometeu uma funda que eu tanto queria, mas
para isso deveria beber água de uma poça no meio da estrada. O sacrifício valia a pena,
afinal eu ia ter o meu primeiro brinquedo, só meu. O que eu não sabia é que ele estava
brincando e logo após ter bebido a água, ele saiu correndo e falou que tudo não passava
de uma brincadeira. Nem é preciso dizer que eu chorei.
Mas a minha vingança chegou, te
peguei de calça curta!!! Garanto que tu
não tem esta foto ao lado.
Da nossa infância guardo muitas
lembranças boas. O lugar preferido para
brincar era o potreiro onde tinha pedras
que às vezes viravam casas, outras vezes
estradas ou qualquer coisa que a nossa
imaginação alcançasse. Subir e descer nas
árvores para pegar frutas, para se
esconder ou simplesmente para ver quem
tinha mais coragem de chegar às pontas,
atirar pedras para derrubar coquinhos,
acertar alvos e até uma coisa muito feia,
acertar passarinhos.
Uma pena que a gente cresce e
tem que começar a trabalhar e estudar.
Muito cedo começamos a puxar a
mangueira usada para sulfatar as
parreiras, levar a “colacião” na roça,
buscar água na fonte e lenha para o
fogão, ele mais do que eu é claro, afinal
era mais velho e homem.
O mais prejudicado no acidente
com a pólvora foi ele, porém ou ele
sempre escondeu de todos nós a sua
revolta ou aceitou como um acidente e
pronto. O que eu tenho certeza é que
nunca o ouvi reclamando, usando como
desculpa para não fazer determinadas
atividades e nem culpando ninguém pelo
que aconteceu.
A mãe contava que uma vez ele
caiu da janela da cozinha e foi cair no
jardim que ficava a uns três metros de
altura. Vaso ruim não quebra!
Brincadeiras a parte, mas ele foi o
irmão que mais me ajudou nos trabalhos
de casa quando ficamos só nos dois o pai e a mãe, pois o Cornélio viajava. Ele
carregava água, rachava lenha, cuidava dos animais, isto enquanto descansava, pois o
trabalho na roça e parreiral era dele e do pai.
Eu não sei se ele lembra do dia seguinte que voltamos da praia e fomos capinar
lá perto da casa onde hoje mora o Cornélio. No meio do milho, um calor danado, uma
preguiça e nós deitamos na terra mesmo e dormimos. Só voltamos ao trabalho quando o
sol estava descendo, não antes de comer a merenda.
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Fatos e fotos de uma família
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Fatos e fotos de uma família
linda, com o cabelo ruivo cacheado e os olhos verdes, trouxe muita felicidade aos pais e
toda a família. No dia 27 de janeiro de 1999 o Luiz e a Leda passaram a ser “nonos”.
Hoje a Márcia é secretária de escola, está fazendo Biologia e pretende ser
professora. A Natacha passa parte da semana com os avós e outra parte com os pais. É
uma menina inteligente, estudiosa e muito carinhosa.
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Fatos e fotos de uma família
Esta doce menina é a Giovana responsável pela felicidade e orgulho dos pais e
junto com a prima Natacha enche de alegria e bagunça a casa dos avós.
12.3 – 12.4 - Marcos Novello – Marcelo Novello
Os gêmeos Marcos e Marcelo nasceram no dia 1º de fevereiro de 1988.
Para quem convive com eles é fácil saber quem é o Marcos e quem é o Marcelo,
mas quando eram menores ficava difícil descobrir quem era quem.
Muita coisa dá para falar dos dois. Primeiro eu não sei como a Leda e o Luiz não
piraram quando eles eram pequenos. Se a comida, as fraldas e as roupas eram duplas, as
artes eram ao quadrado.
Vou contar algumas que eu presenciei. Um dia fomos à casa do Luiz e mesmo
antes de desligar o motor do carro eles já estavam entrando pela janela; uma vez a Leda
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Fatos e fotos de uma família
foi tomar banho e esqueceu uma cadeira no chão, sim no chão porque elas ficavam
normalmente em cima da mesa, mais que depressa arrastaram a mesma e subiram na
mesa e depois subiram na cadeira que estava sobre a mesa e com um agravante, os dois
na mesma cadeira; numa outra vez que fomos na casa deles a Leda fez sagu. Por alguns
minutos saímos da cozinha e quando voltamos eles estavam pintados de sagu e ainda
tinham passado as mãos sujas pela parede, chão e nos móveis. A Leda com toda calma
pegou um pano, limpou os dois, depois os móveis e o chão, sem stres, sem gritar e nem
bater neles. Foi ali que eu descobri porque ela conseguia cuidar sozinha dos dois, é claro
que o Luiz sempre estava presente e ajudou muito, mesmo assim não deve ter sido fácil.
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Fatos e fotos de uma família
Senhora e do meu Anjo da Guarda, a ajuda do marido e filhos, de todos os meus irmãos
e cunhados e de todos os meus amigos.
Vou tentar resumir um pouco a história da minha vida. Nasci no dia 30 de maio
de 1953, a última dos 13 filhos do Firmino e da Virgínia. A infância foi pobre, mas
tranqüila. Com nove anos fui para um colégio interna onde aprendi por livre-forçada-
vontade, cuidar da minha vida. Com 13 anos comecei a minha vida profissional dando
aula na Escola Olavo Bilac. Continuei estudando do jeito que dava, sempre com muito
sacrifício já que ficava longe da cidade e de ônibus. Consegui fazer o magistério antes
de casar, sempre trabalhando e ainda ajudando em casa.
Em março de 1980 nasceu a menina mais linda que eu já tinha visto. O nome
escolhido foi Tatiana. Em dezembro de 1981, o presente de Natal chegou com um dia
de atraso. Joel foi o nome que o pai escolheu para o bebe mais fofinho do mundo.
Hospital Fátima
Hospital Fátima
Cheguei !!!
!!!
Nasceu uma Princesinha !!!!!! Nasceu “Joel”
Joel”
“ Tatiana ” Filho de Jorge e Anita Trentin
Filha de Jorge e Anita Trentin Nasceu no dia 26/12/1981 às 09 horas,
pesando 4.100 kg e medindo 51 cm
Nasceu no dia 15/03/1980 às 09 horas,
pesando 4.150 kg e medindo 53 cm de altura. de altura.
A nossa família estava completa. Era hora de retornar a escola, não que em casa
não tivesse trabalho, pois duas crianças pequenas se encarregam disto.
Novo concurso, agora pelo município de Caxias. Quatro meses depois fui
chamada e novamente fui mandada para o interior. Era como se fosse uma prova de
resistência. Confesso que pensei em desistir, mas a vontade de ser independente e
exercer a minha profissão falou mais alto e aos poucos tudo foi se normalizando.
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Fatos e fotos de uma família
filhos. Lá se vai a nossa independência, a nossa vida particular para viver por eles. Nada
nem ninguém nos dão tantas alegrias e tantas preocupações. Só eles nos fazem chorar de
alegria ao pronunciar as primeiras palavras, ao nos dar aquele abraço cheio de carinho e
saudades mesmo que tenhamos ficado fora apenas algumas horas, só por eles passamos
uma noite acordados sem reclamar ou esperando que voltem das festas, da escola ......
para esquecer logo que tudo fica bem ou que eles retornem.
O tempo passa, eles crescem e agora querem espaço para viver a sua vida. Surge
então à dificuldade de aceitar que eles podem viver sem nós, que não somos seus donos,
pois para os pais, os filhos nunca crescem. Todos já ouviram alguém dizer que criamos
os filhos para o mundo, mas entre ouvir e viver há uma grande diferença. É difícil
aceitar que cada um tome o seu rumo e se torne independente, o certo é que eles nunca
deixarão de ser nossas crianças.
Sempre tive o maior orgulho da minha família.
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muita determinação e força de vontade para concluir. Duas cirurgias e de novo Deus
resolveu me dar outra chance de ficar. Novamente a família e os amigos foram
fundamentais na minha recuperação. Desta vez não tive medo de morrer, principalmente
depois da Cirurgia para trocar a válvula mitral.
Não sei se vão acreditar, mas logo que estava acomodada na UTI a mãe veio me
visitar. Então perguntei a ela se tinha vindo me buscar, pois antes de entrar na sala de
cirurgia pedi para que me acompanhasse e se eu morresse viesse me buscar. Ela me
respondeu: “Não filha, eu vim para te cuidar e fica tranqüila que tudo vai ficar bem”.
Mesmo com o desconforto do tubo para respirar, senti muita paz e junto à certeza de
que tudo ficaria bem.
Mas uma nova complicação me levava de volta ao bloco cirúrgico, desta vez
para retirar um trombo no intestino. Eu via os olhos vermelhos dos familiares, mas nem
me dei conta que a minha situação era muito grave. Novamente o Todo Poderoso guiou
a mão do cirurgião e tudo ficou bem.
Sai do hospital depois de 31 dias, numa quinta-feira e no sábado tinha uma prova
na faculdade. Mesmo tendo estudado um pouco, desta vez colei das colegas que alias
foram generosas comigo durante o tempo todo, levando material, digitando trabalhos
meus para enviar pela Internet, principalmente me incentivando para continuar até a
formatura.
O dia tão esperado chegou. Dois de fevereiro de 1998, um dia para não mais ser
esquecido. A emoção tomou conta de todo o grupo durante a missa que foi rezada na
Igreja dos Capuchinhos em agradecimento pela conquista alcançada.
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É claro que não poderia faltar a Turma do Bem e a Turma das Poderosas. Estes
dois grupos são de ex-colegas de escolas onde trabalhei. Foi gratificante reunir os dois
grupos neste dia tão importante.
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Da formatura do Pré a Faculdade foi uma longa caminhada, mas com dedicação
e esforço chegou lá. Logo depois da formatura veio o casamento. Uma união que durou
17 anos entre namoro e casamento. Dizer que não deu certo seria negar todos os
momentos felizes vividos por eles e pelas duas famílias. Tudo na vida é um
aprendizado. Hoje como amigos cada um procura a sua felicidade sem mágoas e nem
ressentimentos.
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A Aline é uma
pessoa especial.
Eu só desejo
que os dois sejam
muito felizes e que
um dia sobre um
espaço para os
netos.
Eu sei esperar
e também aceitar
se não for a
vontade dos dois.
O importante é que
decidam o que é
melhor para eles e
vivam a sua vida
da melhor forma.
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