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Tubarão
2019
CAROLINE PERTILE NUNES
Tubarão
2019
CAROLINE PERTILE NUNES
Tubarão
2019
______________________________________________________
Prof. e Orientador Adriano de Souza Neto, Me
Universidade do Sul de Santa Catarina
______________________________________________________
M.V. Helena Galliccho Domingues
Universidade do Sul de Santa Catarina
______________________________________________________
M.V. Davi Borges, Esp
Universidade do Sul de Santa Catarina
Dedico a conquista dessa vitória
primeiramente à Deus; à minha mãe Valdirene
Pertile, por sempre estar ao me lado e me
apoiar em minhas escolhas. As minhas amigas,
Amanda Catharina e Heloisa por me
aguentarem neste período de loucura, e ao meu
Professor Orientador Adriano de Souza Neto
por me encorajar e me auxiliar neste projeto,
me orientando da melhor forma possível.
RESUMO
Dermatophytoses are among the zoonoses that most affect adults and children and
is one of the most present skin disorders in the small animal clinic. The disease is caused by
dermatophytes, and the main fungal agents present in infections in companion animals are
Microsporum canis, M. gypseum and Trichophyton mentagrophytes. The effective diagnosis
of this pathology as well as its correct treatment are essential so that it does not increase the
cases of transmission. This study focused on the evaluation of the epidemiological profile of
dermatophytosis in dogs and cats in the region of Grande Florianópolis, SC. We analyzed
1034 reports of fungal culture from a laboratory of the region, verifying the animal species,
sex, race, age and fungal species. The prevalent animal species was canine (75.14%),
followed by feline (24.86%). Regarding sex, both species had a prevalence in females (53.2%
in dogs and 54.1% in cats). For males, the frequency was 46.2% in dogs and 44.7% in cats.
Non-breed animals were prevalent in this study (20.6% in dogs and 57.2% in cats).
Concerning defined breed animals, the prevalence of canine was Shih Tzu (13%), Yorkshire
Terrier (10,7%), Pug (5,8%), Labrador Retriever (4,1%), Lhasa Apso (4,1%), Buldogue Francês
(3,5%), Pinscher (3,1%), Golden Retriever (3,0%), Maltês (3,0%) e Poodle (3,0%). In cats, the
prevalence of cats with defined breed was: Persa (31.5%), Siamês (5.1%) and Exótico (1.2%).
Finally, in relation to age, the animals were divided into three groups (<1 year old; 1 to 7
years old; > 7 years old). Both species presented prevalence in the group from 1 to 7 years old
(53.7% in dogs and 43.6% in cats). The second most frequent group in dogs was >7 years old
(23%) and in cats the group of <1 year old (20.2%). The predominant dermatophyte was
Microsporum canis, both in canines and felines (98.97% in dogs and 99.61% in cats),
followed by Microsporum gypseum (0.77%) and Trichophyton mentagrophytes (0.26% ) in
dogs. In felines, the second most frequent dermatophyte was Microsporum gypseum (0.39%).
The results obtained in this study are of great importance for the region, helping in the
understanding of how this zoonosis acts and contributing to a correct diagnosis, treatment,
control and prevention in animals.
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 10
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................................... 12
2.1 ETIOLOGIA ....................................................................................................................... 12
2.2 EPIDEMIOLOGIA ............................................................................................................. 14
2.3 PATOGENIA ..................................................................................................................... 18
2.4 SINAIS CLÍNICOS ............................................................................................................ 19
2.5 DIAGNÓSTICO ................................................................................................................. 24
2.5.1 Lâmpada de Wood ........................................................................................................ 25
2.5.2 Cultura fúngica .............................................................................................................. 27
2.5.3 Exame direto .................................................................................................................. 28
2.5.4 Dermatoscopia ............................................................................................................... 29
2.5.5 Biópsia ............................................................................................................................ 31
2.5.6 PCR ................................................................................................................................. 32
2.6 TRATAMENTO ................................................................................................................. 32
2.6.1 Tratamento tópico ......................................................................................................... 33
2.6.2 Tratamento sistêmico .................................................................................................... 33
2.7 CONTROLE E PREVENÇÃO .......................................................................................... 34
2.7.1 Vacina ............................................................................................................................. 35
3 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................ 37
4 RESULTADOS .................................................................................................................... 38
4.1 NORMAS PARA PUBLICAÇÃO DE ARTIGOS ............................................................ 38
4.1.1. Objetivo ......................................................................................................................... 38
4.1.2. Normas Gerais .............................................................................................................. 38
4.1.3 Forma de apresentação ................................................................................................. 39
4.1.4 Anúncios publicitários................................................................................................... 40
4.1.5 Comitê de Ética .............................................................................................................. 40
4.1.6 Apresentação de originais e suporte físico .................................................................. 40
4.1.7 Numeração, citação, ilustrações e posição das tabelas, quadros, figuras e gráficos 43
4.1.8 Termos científicos .......................................................................................................... 43
4.1.9 Exemplos de referências................................................................................................ 44
4.1.10 Avaliação ...................................................................................................................... 46
4.1.11 Advertências ................................................................................................................. 47
5 ARTIGO CIENTÍFICO ...................................................................................................... 48
Resumo .................................................................................................................................. 48
Abstract .................................................................................................................................. 49
Introdução ............................................................................................................................. 50
Material e Métodos .............................................................................................................. 51
Resultados e Discussão .................................................................................................... 52
Conclusão.............................................................................................................................. 57
Referências ........................................................................................................................... 58
6 CONCLUSÃO...................................................................................................................... 61
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 62
10
1 INTRODUÇÃO
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 ETIOLOGIA
assintomáticos, os quais podem disseminar a doença para outros animais e até mesmo
humanos. É considerado altamente patogênico para os cães, porém causam menos reações
inflamatórias. Em relação ao seu cultivo, o M. canis é evidenciado por colônias brancas
aveludadas com o verso apresentando pigmentação alaranjada; de crescimento rápido e
numerosos macroconídeios fusiformes, apresentando paredes rugosas e espessas; é
caracterizado como ectotrix, ou seja, possui esporos finos nos pelos infectados. Pode ser
encontrado em cães, gatos, macacos e cavalos e não faz parte da microbiota normal da pele de
cães e gatos (CABAÑES, 2000; MEDEIROS; CREPALDI; TOGNOLI, 2009; MEZZARI;
FUENTEFRIA, 2012; MORIELLO et al., 2017).
O Trichophyton mentagrophytes contém cinco variedades (mentagrophytes,
interdigitale, quinckeamun, erinacei e nodulare). Trichophyton mentagrophytes var.
mentagrophytes possui crescimento rápido, com colônia de aspecto algodoada e seu verso
com pigmentação bege-claro a vinho-escuro. Apresentam hifas em raquete, espiral e
macroconídeos (em grandes ou pequenos volumes), podendo ser arredondados, unicelulares,
isolados ou até mesmo em cachos. É caracterizado como zoofílico (LACAZ et al., 2002;
MEZZARI; FUENTEFRIA, 2012).
O Microsporum gypseum trata-se de uma espécie geofílica, podendo infectar
animais e humanos quando os mesmos entram em contato com o solo. A sua infecção é
menos comum e é encontrado em solos ricos em matéria orgânica, onde se decompõem em
fragmentos queratinizados. Sua infecção não é considerada uma zoonose, mesmo que possa
ocorrer transmissão de animais para humanos. Cães e gatos geralmente se infectam pelo
hábito de cavar e arrancar raízes dos solos contaminados. Em gatos pode ocorrer regressão
espontânea dos sinais clínicos em até 4 meses (BIER et al., 2013; NARDONI et al., 2013).
Em relação ao seu cultivo possui colônia pulverulenta de coloração camurça e seu
verso com pigmentação pardacento. Apresenta numerosos macroconídeos fusiformes, paredes
rugosas e superfície irregular, além de produzir poucos esporos ectotrix (MEZZARI;
FUENTEFRIA, 2012; OLIVEIRA, 2014).
2.2 EPIDEMIOLOGIA
estudo feito por VEASEY (2017) em São Paulo apontou uma predominância do dermatófito
Microsporum canis, posteriormente Trichophyton tonsurans, Microsporum gypseum e por fim
o Trichophyton mentagrophytes. Além disso, mostrou que a incidência foi maior em homens
do que em mulheres, esses apresentando 64% dos casos de dermatofitoses (DE AGUIAR
PERES et al., 2010; VEASEY et al., 2017).
De acordo com um estudo retrospectivo realizado em 2017 na cidade de Itajaí em
Santa Catarina, os pacientes atendidos com infecção fúngica durante o período de janeiro de
2014 a junho de 2016 apresentaram como agente etiológico uma prevalência de 90,5% para
Trichophyton mentragrophytes seguido igualmente (4,7%) pelos dermatófitos
Epidermophyton floccosum e Microsporum canis, sendo que o agente T. mentagrophytes é um
dos mais presentes na clínica de pequenos animais, estreitando a relação de transmissão
homem-animal da dermatofitose (FAJARDO et al., 2017).
Além de ser um dos distúrbios de pele que mais acomete os humanos, as
dermatofitoses também são as micoses cutâneas mais presentes na clínica de pequenos
animais. Tais eventos estão diretamente relacionados, uma vez que o contato entre os animais
de estimação e seus donos têm aumentado nos últimos tempos, levando uma maior
disseminação da doença, já que se trata de uma patologia com caráter zoonótico,
principalmente em casos em que o animal é considerado portador assintomático, dificultando
o seu diagnóstico e tratamento e facilitando a disseminação para os seus tutores (NWEZE,
2011; SANTOS, 2015).
Foi realizado um estudo na Itália, onde relacionou o isolamento de dermatófitos
de cães e gatos que coabitavam com tutores que possuíam diagnóstico de tinea corporis
(nome dado a dermatofitoses em humanos). O resultado foi que, 36,4% dos cães e 53,6% dos
gatos apresentaram Microsporum canis, outros 14,6% dos gatos apresentaram o fungo sem
haver sinais clínicos da doença, levando a conclusão de que os cães e gatos são uma
importante fonte de transmissão de dermatofitoses para os humanos, inclusive quando não
apresentam sinais da doença (CAFARCHIA et al., 2004).
Em relação ao clima, a patologia tem se mostrado mais comum em climas
tropicais e temperados, especialmente em regiões que possui condições climáticas quentes e
úmidas. No Brasil, na região do Nordeste, foi constatado que há uma maior prevalência nos
meses de março, abril e maio, após o isolamento de uma população de cães e gatos. Já na
região Sudeste não há uma distribuição sazonal da doença (CHAVES, 2007; NEVES et al.,
2011).
17
novamente a mais isolada, presente em 11 amostras. A maioria dos gatos positivos tinham
acesso à rua e em relação ao sexo o mais acometido desta vez foi o macho (FERREIRO et al.,
2014).
O conhecimento sobre a epidemiologia dos dermatófitos locais é de extrema
importância para a orientação correta em relação ao diagnóstico e tratamento do paciente,
visto que, com estes estudos é possível melhorar a identificação do dermatófito levando
benefícios ao micologista no momento do reconhecimento do fungo (MORIELLO et al.,
2017).
2.3 PATOGENIA
Figura 2- Eritema e alopecia causada por infecção de Microsporum canis em um gato persa
Figura 3 - Nódulo ulcerado com grânulos no pescoço de um gato Persa com pseudomicetoma
dermatofítico causado por M. canis.
A alopecia circular (figura 4), pode estar presente tanto em cães como em gatos,
porém nos cães geralmente é mal interpretada. Sinais clínicos como, foliculite, lesões
granulomatosas, dermatite miliar em gatos, derformidade da unha, podem ocorrer. A foliculite
facial e furunculose podem ser confundidas com uma doença autoimune (CHAH et al., 2012;
RHODES, 2014).
22
Figura 5 - A – Lesões alopécicas próximas a orelha, ponte nasal, olho e região perilabial de
um felino com dermatofitose. B – Lesões nos dígitos do mesmo animal.
Outro sinal clínico, que pode estar presente é a dermatofitose nodular, mais
conhecida como quérion (figura 6), como já foi citado. Possui uma característica de múltiplos
eritemas alopécicos, nódulos exsudativos, sendo que é comumente causada pelo dermatófito
Microsporum canis (CORNEGLIANI; PERSICO; COLOMBO, 2009).
2.5 DIAGNÓSTICO
fungo secrete uma substância denominada pteridina, e ela é só produzida por fungos que
invadiram pelos em crescimento ativo (figura 9) (CHAVES, 2007; MOLINA DE DIEGO,
2011).
Figura 8 - Fluorescência positiva pela lâmpada de Wood, dos pelos infectados por M. Canis
em felinos.
distância de no máximo 10 cm, para que possa ser possível a visualização do pelo, além de
diminuir a fluorescência falso-positiva de pelos e escamas (MORIELLO, 2014).
Em um estudo feito por Moriello (2014), 200 amostras de pelos de gatos,
pertencentes a um abrigo, foram coletados com uma escova de dente e passaram por uma
análise pela lâmpada de Wood. Todas as amostras obtiveram resultado positivo para
fluorescência, mesmo os animais não apresentando lesões. Deste modo, a lâmpada de Wood é
imprescindível como método de triagem, mas não como diagnóstico definitivo, sendo
necessário o uso de outros testes para a confirmação de dermatofitoses (MORIELLO, 2014;
RÊGO, 2017).
A cultura fúngica, é descrita por muitos autores como o padrão ouro para
diagnóstico de dermatofitoses e é considerada a técnica mais sensível entre as disponíveis
(figura 8). Porém, este método, apesar de confirmar o diagnóstico clínico da infecção fúngica,
é detectado apenas a presença ou não de esporos dos fungos. Mesmo sendo considerado
padrão ouro, não deve ser utilizado como único meio de diagnóstico, pois como em qualquer
outro método também apresenta falsos-positivos e falsos-negativos. Isso pode ocorrer devido
a erros pré-analítico, analítico ou pós-analítico (BOND, 2010; MORIELLO et al., 2017).
C
Fonte: PATEL, 2011.
28
A coleta da amostra pode ser realizada da seguinte forma: deve ser feita a assepsia
do local onde será coletado e realizar a escarificação das lesões utilizando uma lâmina de
bisturi. Outros métodos também são feitos utilizando fita adesiva, arrancamento de pelo e
fricção com uma escova de dente, que deve estar previamente esterilizada. O primeiro trata-se
de uma fita adesiva de 4 cm de comprimento que deve ser pressionada na lesão e em seguida
em uma placa de cultura. Já o segundo método é o ato de arrancar pelos onde há lesões
sugestivas de dermatofitoses (CHAVES, 2007; MORIELLO et al., 2017). O último método é
conhecido também como escova de Mackenzie, o qual é coletado a amostra e inserido a
escova diretamente na placa que será feita a cultura fúngica. Estudos revelam que o mesmo se
mostrou mais eficaz quando comparado ao método de arrancar pelos, já que os artrósporos
estão mais propensos a ficarem presos nas cerdas, além disso é menos traumático para o
animal e minimiza falsos-negativos no acompanhamento do tratamento (MORIELLO, 2014).
Em relação ao meio de cultivo, o ágar Sabouraud permite a multiplicação de
dermatófitos e de algumas leveduras, inibindo o crescimento de bactérias e fungos saprófitas.
As colônias iniciam seu crescimento de uma a quatro semanas, sendo que o meio deve ser
incubado em temperatura de 25 a 28ºC, tendo uma avaliação diária do crescimento fúngico.
Outro meio utilizado é o DTM (Dermatophyte Teste Medium), disponível para a área médica
veterinária quanto humana. Neste meio ocorre uma mudança de coloração quando há o
crescimento fúngico, devido ao dermatófito utilizar o substrato proteíco presente, alterando o
pH para alcalino (CHAVES, 2007).
Outro meio que pode ser utilizado é o ágar de uréia, o qual auxilia a identificação
de espécies uréases-negativas pertencentes ao gênero Trichophyton. Já o ágar BCP é utilizado
para diferenciar alguns dermatófitos, como, T. rubrum, T. mentagrophytes, T. soudaneses, T.
megninii, M. persicolor e o M. equinum, através da liberação de íons de amônia da caseína e a
catabolização por glicose. O ágar Cicloheximida é comumente utilizado para a identificação
de T. rubrum, através da pigmentação avermelhada dos isolados presentes. Há também o meio
de isolamento de extrato de levedura (BCP – roxo de Bromcresol), o qual cultiva todos os
dermatófitos, porém é mais utilizado quando requer um rápido crescimento para a
visualização de microcolônias de T. verrucosum (VISHNU et al., 2015).
Figura 9 - Artrósporos nos pelos visualizados através do exame direto (x100) (tricograma).
2.5.4 Dermatoscopia
Figura 11 - Achados dermatoscópicos em gato com dermatofitose (M. canis) com aumento
de 10 vezes. Região na margem da orelha: estruturas semelhantes a vírgula (indicada por
setas), pelos quebrados e opacos, com espessura homogênea.
2.5.5 Biópsia
2.5.6 PCR
2.6 TRATAMENTO
eficiente em meio ácido, por isso é recomendado que seja administrado após as refeições. A
dose recomendada para cães é de 5-10 mg/kg, a cada 24 horas e para gatos 10 mg/kg, a cada
24 horas, tendo como possíveis efeitos adversos dermatite ulcerativa local, vômito e elevação
de enzimas hepáticas (BOND, 2010; MADDISON; PAGE; CHURCH, 2010; MORIELLO et
al., 2017).
A griseofulvina é um medicamento considerado fungistático, e é utilizado para o
tratamento de dermatofitoses causadas por Microscoporum e Trichophyton, inibindo a síntese
de ácidos nucleicos e a mitose celular. Atualmente este medicamento está sendo substituído
pelo itraconazol, por ter mais tolerância especialmente em relação aos felinos e também por
ser mais eficiente contra Microsporum canis. Não pode ser utilizada em animais gestantes, já
que possui caráter teratogênico e deve ser manuseada com o uso de luvas. Sua dosagem varia
de acordo com o tamanho da molécula do medicamento: formulação em micropartículas, 20-
50 mg/kg/dia, fracionadas a cada 12 horas, formulação em ultramicropartículas, 5-20
mg/kg/dia, fracionadas a cada 12 horas, estas dosagens servem tanto para cães quanto para
gatos. Seus efeitos adversos variam de vômito, diarreia, anorexia a supressão da medula
óssea, principalmente em gatos filhotes (BOND, 2010; MADDISON; PAGE; CHURCH,
2010; PATEL, 2011).
Já a terbinafina é um medicamento antifúngico sintético que pertence à classe das
alilaminas. Seu mecanismo de ação é a inibição da enzima esqualeno epoxidase, sendo que a
maioria das vezes é utilizada simultaneamente ao itraconazol em casos de infecções graves.
Possui uma alta eficácia, principalmente em felinos. Sua dosagem varia de acordo com o grau
da infecção fúngica, sendo que, em casos de infecções profundas: 5-10 mg/kg, a cada 24
horas, combinadas com intraconazol; já em casos de dermatofitoses leves: 30-40 mg/kg, a
cada 24 horas. Os efeitos adversos mais comuns são relacionados ao trato grastrointestinal,
sendo a hepatoxicidade raramente pode ocorrer (MADDISON; PAGE; CHURCH, 2010;
MORIELLO et al., 2017).
2.7.1 Vacina
duas doses e após 36 dias foram expostos aos agentes diretamente. Cerca de 28 destes animais
não desenvolveram a doença em relação ao dermatófito M. canis, já os vacinados contra T.
verrucosum apresentaram evidentemente a patologia (MORIELLO et al., 2017).
Em um segundo estudo envolvendo gatos filhotes, foi utilizado a vacina inativada
contra M. canis. Neste, foi observado o desenvolvimento de anticorpos IgG e IgM contra o
dermatófito, porém não conferiu proteção contra a infecção quando foram expostas ao agente
posteriormente. Já em um estudo realizado na Polônia revelou que houve proteção contra a
infecção em gatos com mais de 1 mês de idade. Estes animais (cerca de 27 gatos) receberam
uma dose de 3 mL de uma vacina inativada para M. canis, duas vezes com um intervalo de 15
dias. Todos os animais obtiveram uma remissão clínica no dia 15, apresentaram cultura
negativa no dia 28 e assim permaneceram. Já o segundo grupo que não recebeu a vacinação
apresentou lesões e cultura positiva para dermatofitose (MORIELLO et al., 2017).
Em alguns países como a Noruega, já se utiliza vacinas com cepas vivas e
atenuadas para T. verrucosum em rebanhos bovinos e as mesmas apresentam um resultado
positivo. Sendo assim, o maior desafio para os imunologistas atualmente é a produção de uma
vacina eficaz para animais de companhia (BOND, 2010).
37
3 MATERIAL E MÉTODOS
4 RESULTADOS
4.1.1. Objetivo
Os trabalhos enviados para publicação devem ser inéditos, não sendo permitida a
sua apresentação simultânea em outro periódico. À MEDVEP reservam-se todos os
direitos autorais dos trabalhos publicados, inclusive de tradução, permitindo, entretanto, a
sua posterior reprodução como transcrição e com devida citação de fonte, sendo que
nenhum dos autores será remunerado.
A MEDVEP receberá para publicação trabalhos redigidos em português, sendo
os textos de inteira responsabilidade dos autores. A redação deve ser clara e precisa, evitando-
se trechos obscuros, incoerências e ambigüidades.
A MEDVEP reserva-se o direito de submeter todos os trabalhos originais à
apreciação da Comissão de Publicação Científica. Os conceitos emitidos nos trabalhos
publicados serão de responsabilidade exclusiva dos autores, não refletindo obrigatoriamente a
opinião da Comissão Científica e do Conselho Editorial.
As datas de recebimento, reformulação (se houver) e de aceitação do
trabalho constarão, obrigatoriamente, no final do mesmo, quando da sua publicação.
39
Todos os trabalhos que envolvam estudos com seres vivos, deverão estar de
acordo com os Princípios Éticos para Uso de Animais de Laboratório, do SBCAL/COBEA,
http://www.cobea.org.br, e terem sido aprovados pela Comissão de Ética da Instituição.
Enviar cópia da aprovação do CEP (Comitê de Ética em Pesquisa).
OBS.: Trabalhos que não atendam este item não serão publicados.
Neto (1); dois autores: Macedo, Silva (2); mais de dois autores: Alvarenga et al.
(3); ou no final da frase entre parênteses (Porto Neto, Macedo, Silva, Alvarenga et al.) (4).
4.1.7 Numeração, citação, ilustrações e posição das tabelas, quadros, figuras e gráficos
Gomes SLR. Novos modos de conhecer: os recursos da Internet para uso das
Bibliotecas Universitárias [CD-ROM]. In: 10º Seminário Nacional de Bibliotecas
Universitárias; 1998 Out 25-30; Fortaleza. Anais. Fortaleza: Tec Treina; 1998.
Barata RB. Epidemiologia no século XXI: perspectivas para o Brasil. In: 4º
Congresso Brasileiro de Epidemiologia [online]; 1998 Ago 1-5; Rio de Janeiro. Anais
eletrônicos. Rio de Janeiro: ABRASCO; 1998 [citado 1999 Jan 17]. Disponível em: URL:
http://www.abrasco.com.br/apirio98/
4.1.10 Avaliação
4.1.11 Advertências
5 ARTIGO CIENTÍFICO
Resumo
Abstract
Dermatophytoses are among the zoonoses that most affect adults and
children and is one of the most present skin disorders in the small animal clinic. The
disease is caused by dermatophytes, and the main fungal agents present in
infections in companion animals are Microsporum canis, M. gypseum and
Trichophyton mentagrophytes. The effective diagnosis of this pathology as well as its
correct treatment are essential so that it does not increase the cases of transmission.
This study focused on the evaluation of the epidemiological profile of
dermatophytosis in dogs and cats in the region of Grande Florianópolis, SC. We
analyzed 1034 reports of fungal culture from a laboratory of the region, verifying the
animal species, sex, race, age and fungal species. The prevalent animal species was
canine (75.14%), followed by feline (24.86%). Regarding sex, both species had a
prevalence in females (53.2% in dogs and 54.1% in cats). For males, the frequency
was 46.2% in dogs and 44.7% in cats. Non-breed animals were prevalent in this
study (20.6% in dogs and 57.2% in cats). Concerning defined breed animals, the
50
prevalence of canine was Shih Tzu (13%), Yorkshire Terrier (10,7%), Pug (5,8%),
Labrador Retriever (4,1%), Lhasa Apso (4,1%), Buldogue Francês (3,5%), Pinscher
(3,1%), Golden Retriever (3,0%), Maltês (3,0%) e Poodle (3,0%). In cats, the
prevalence of cats with defined breed was: Persa (31.5%), Siamês (5.1%) and
Exótico (1.2%). Finally, in relation to age, the animals were divided into three groups
(<1 year old; 1 to 7 years old; > 7 years old). Both species presented prevalence in
the group from 1 to 7 years old (53.7% in dogs and 43.6% in cats). The second most
frequent group in dogs was >7 years old (23%) and in cats the group of <1 year old
(20.2%). The predominant dermatophyte was Microsporum canis, both in canines
and felines (98.97% in dogs and 99.61% in cats), followed by Microsporum gypseum
(0.77%) and Trichophyton mentagrophytes (0.26% ) in dogs. In felines, the second
most frequent dermatophyte was Microsporum gypseum (0.39%). The results
obtained in this study are of great importance for the region, helping in the
understanding of how this zoonosis acts and contributing to a correct diagnosis,
treatment, control and prevention in animals.
Introdução
Material e Métodos
Resultados e Discussão
N % n % n % n %
Dos 777 exames de cães avaliados, 160 (20,6%) eram de animais Sem
Raça Definida (SRD), seguidos por 101 (13%) da raça Shih Tzu, 83 (10,7%) da raça
Yorkshire Terrier e 45 (5,8%) da raça Pug. As raças Labrador Retriever e Lhasa
54
Apso tiveram a mesma frequência (32 animais cada). Já as raças Buldogue Francês,
Pinscher, Golden Retriever, Maltês e Poodle apresentaram frequências
semelhantes, variando de 3,0 a 3,5%. As raças que obtiveram frequências abaixo de
2,4% foram agrupadas e classificadas como “outras” (Tabela 2).
Esses dados corrobam com o que foi encontrado por COSTA (2015) (14),
onde constatou-se que de 92 cães acometidos por dermatofitoses, 22 eram SRD, e
também por MATTEI (2009) (15), o qual evidenciou a prevalência em cães SRD e
nos cães com raça definida, obteve-se uma maior frequência de Yorkshire Terrier.
Porém, diverge em relação a outros autores, como, BALDA, et al. (2004) (13), que
apresentou uma prevalência em cães com raça definida, principalmente cães da
raça Yorkshire Terrier.
raça definida tiveram uma frequência maior, já quando se tratou de felinos com raça
definida, os persas apresentaram uma maior prevalência.
Com isso, nota-se que as dermatofitoses não possuem uma
predisposição racial. Apesar disso, a frequência de cães e gatos com pelo longo
comparados aos animais com pelo curto ainda foi maior. Isso pode ser justificado
devido a estes animais apresentarem pelos alongados que proporcionam condições
ótimas de temperatura e umidade, facilitando a proteção e propagação dos
dermatófitos (4). Já para outros autores (17), pode ser explicado pela diferença nas
defesas cutâneas desses animais de raça definida, como, por exemplo a secreção
sebácea. Para os felinos da raça Persa ainda existe a teoria de que a predisposição
está associada ao hábito de serem mantido juntos em grandes grupos, o que facilita
a disseminação do dermatófito (17).
n % n %
Microsporum canis
769 98,97% 256 99,61%
Microsporum gypseum
6 0,77% 1 0,39%
Trichophyton
2 0,26% - -
mentagrophytes
Conclusão
sendo o mais frequente nos diagnósticos, tendo uma baixa frequência dos outros
fungos dermatófitos (Microsporum gypseum e Trichophyton mentagrophytes).
Este estudo irá auxiliar nos futuros diagnósticos de dermatofitoses,
ajudando na compreensão para tratamentos, controle e prevenção desta zoonose na
região estudada.
Referências
19. VEASEY, J. V. et al. Epidemiological profile of tinea capitis in São Paulo City.
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6 CONCLUSÃO
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