Você está na página 1de 67

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

CAROLINE PERTILE NUNES

ESTUDO RETROSPECTIVO DA OCORRÊNCIA DE DERMATOFITOSES EM


CÃES E GATOS NA REGIÃO DA GRANDE FLORIANÓPOLIS, SC

Tubarão
2019
CAROLINE PERTILE NUNES

ESTUDO RETROSPECTIVO DA OCORRÊNCIA DE DERMATOFITOSES EM


CÃES E GATOS NA REGIÃO DA GRANDE FLORIANÓPOLIS, SC

Defesas de resultados do projeto de pesquisa


apresentado no Curso de Medicina Veterinária
da Universidade do Sul de Santa Catarina,
como requisito parcial à aprovação da
disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso
II.

Orientador: Prof. Adriano de Souza Neto, Me.

Tubarão
2019
CAROLINE PERTILE NUNES

ESTUDO RETROSPECTIVO DA OCORRÊNCIA DE DERMATOFITOSES EM


CÃES E GATOS NA REGIÃO DA GRANDE FLORIANÓPOLIS, SC

Defesas de resultados do projeto de pesquisa


apresentado no Curso de Medicina Veterinária
da Universidade do Sul de Santa Catarina,
como requisito parcial à aprovação da
disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso
II.

Orientador: Prof. Adriano de Souza Neto, Me


.

Tubarão
2019

______________________________________________________
Prof. e Orientador Adriano de Souza Neto, Me
Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________________________
M.V. Helena Galliccho Domingues
Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________________________
M.V. Davi Borges, Esp
Universidade do Sul de Santa Catarina
Dedico a conquista dessa vitória
primeiramente à Deus; à minha mãe Valdirene
Pertile, por sempre estar ao me lado e me
apoiar em minhas escolhas. As minhas amigas,
Amanda Catharina e Heloisa por me
aguentarem neste período de loucura, e ao meu
Professor Orientador Adriano de Souza Neto
por me encorajar e me auxiliar neste projeto,
me orientando da melhor forma possível.
RESUMO

As dermatofitoses estão entre as zoonoses que mais acometem adultos e crianças e é


um dos distúrbios de pele mais presente na clínica de pequenos animais. A doença é causada por
dermatófitos, sendo que os principais agentes fúngicos presentes nas infecções em animais de
companhia são o Microsporum canis, M. gypseum e o Trichophyton mentagrophytes. O
diagnóstico eficaz dessa patologia, assim como o seu tratamento correto são essenciais para que
não aumente os casos de transmissão. Este estudo teve como foco a avaliação do perfil
epidemiológico de dermatofitoses em cães e gatos na região da Grande Florianópolis, SC. Foram
analisados 1034 laudos de cultura fúngica provenientes de um laboratório da região, verificando a
espécie animal, sexo, raça, idade e espécie fúngica. A espécie animal prevalente foi a canina
(75,14%), seguida pela felina (24,86%). No que diz respeito ao sexo, ambas as espécies
apresentaram uma prevalência em fêmeas (53,2% em cães e 54,1% em gatos). Já os machos, a
frequência foi de 46,2% em cães e 44,7% em gatos. Os animais sem raça definida foram
prevalentes neste estudo (20,6% em cães e 57,2% em gatos). Quanto aos animais de raça definida
apresentaram uma prevalência em caninos de: Shih Tzu (13%), Yorkshire Terrier (10,7%), Pug
(5,8%), Labrador Retriever (4,1%), Lhasa Apso (4,1%), Buldogue Francês (3,5%), Pinscher
(3,1%), Golden Retriever (3,0%), Maltês (3,0%) e Poodle (3,0%). Já em felinos a prevalência de
gatos com raça definida foi de: Persa (31,5%), Siamês (5,1%) e Exótico (1,2%). Por fim, em
relação a idade, os animais foram divididos em três grupos (<1 ano; 1 a 7 anos; >7 anos). Ambas
as espécies apresentaram prevalência no grupo de 1 a 7 anos (53,7% em cães e 43,6% em gatos).
O segundo grupo mais frequente em cães foi >7 anos (23%) e em gatos o grupo de <1 ano
(20,2%). O dermatófito predominante foi o Microsporum canis, tanto em caninos quanto em
felinos (98,97% em cães e 99,61% em gatos), seguido por Microsporum gypseum (0,77%) em
cães e Trichophyton mentagrophytes (0,26%). Já em felinos, o segundo dermatófito mais
frequente foi o Microsporum gypseum (0,39%). Os resultados obtidos neste estudo são de grande
importância para a região, auxíliando na compreensão de como esta zoonose se comporta e
contribuindo para um correto diagnóstico, tratamento, controle e prevenção dos animais.

Palavras-chaves: Microsporum canis, canino, felino, cultura fúngica Florianópolis.


ABSTRACT

Dermatophytoses are among the zoonoses that most affect adults and children and
is one of the most present skin disorders in the small animal clinic. The disease is caused by
dermatophytes, and the main fungal agents present in infections in companion animals are
Microsporum canis, M. gypseum and Trichophyton mentagrophytes. The effective diagnosis
of this pathology as well as its correct treatment are essential so that it does not increase the
cases of transmission. This study focused on the evaluation of the epidemiological profile of
dermatophytosis in dogs and cats in the region of Grande Florianópolis, SC. We analyzed
1034 reports of fungal culture from a laboratory of the region, verifying the animal species,
sex, race, age and fungal species. The prevalent animal species was canine (75.14%),
followed by feline (24.86%). Regarding sex, both species had a prevalence in females (53.2%
in dogs and 54.1% in cats). For males, the frequency was 46.2% in dogs and 44.7% in cats.
Non-breed animals were prevalent in this study (20.6% in dogs and 57.2% in cats).
Concerning defined breed animals, the prevalence of canine was Shih Tzu (13%), Yorkshire
Terrier (10,7%), Pug (5,8%), Labrador Retriever (4,1%), Lhasa Apso (4,1%), Buldogue Francês
(3,5%), Pinscher (3,1%), Golden Retriever (3,0%), Maltês (3,0%) e Poodle (3,0%). In cats, the
prevalence of cats with defined breed was: Persa (31.5%), Siamês (5.1%) and Exótico (1.2%).
Finally, in relation to age, the animals were divided into three groups (<1 year old; 1 to 7
years old; > 7 years old). Both species presented prevalence in the group from 1 to 7 years old
(53.7% in dogs and 43.6% in cats). The second most frequent group in dogs was >7 years old
(23%) and in cats the group of <1 year old (20.2%). The predominant dermatophyte was
Microsporum canis, both in canines and felines (98.97% in dogs and 99.61% in cats),
followed by Microsporum gypseum (0.77%) and Trichophyton mentagrophytes (0.26% ) in
dogs. In felines, the second most frequent dermatophyte was Microsporum gypseum (0.39%).
The results obtained in this study are of great importance for the region, helping in the
understanding of how this zoonosis acts and contributing to a correct diagnosis, treatment,
control and prevention in animals.

Keywords: Microsporum canis, canine, feline, fungal culture, Florianópolis.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Tinea corporis causado por M. canis em uma criança ............................................. 15


Figura 2- Eritema e alopecia causada por infecção de Microsporum canis em um gato persa 20
Figura 3 - Nódulo ulcerado com grânulos no pescoço de um gato Persa com pseudomicetoma
dermatofítico causado por M. canis. ......................................................................................... 21
Figura 4 - Lesões alopécicas circulares e de formato irregular (setas), distribuídas de forma
generalizada em um cão com dermatofitose causada por Microsporum canis. ....................... 22
Figura 5 - A – Lesões alopécicas próximas a orelha, ponte nasal, olho e região perilabial de
um felino com dermatofitose. B – Lesões nos dígitos do mesmo animal. ............................... 23
Figura 6 - Lesão em quérion (seta), de aspecto piogranulomatoso, localizada na região
torácica de um cão com dermatofitose causada por Microsporum. canis. ............................... 23
Figura 7 – Avaliação diagnóstica, através da lâmpada de Wood, em um cão com suspeita de
dermatofitose. ........................................................................................................................... 25
Figura 8 - Microsporum canis: macronídeos e hifa por cultura fúngica. .................................. 27
Figura 9 - Artrósporos nos pelos visualizados através do exame direto (x100) (tricograma). . 29
Figura 10 - DermLite DL3N ..................................................................................................... 30
Figura 11 - Achados dermatoscópicos em gato com dermatofitose (M. canis) com aumento de
10 vezes. Região na margem da orelha: estruturas semelhantes a vírgula (indicada por setas),
pelos quebrados e opacos, com espessura homogênea. ............................................................ 31
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Classificação dos principais dermatófitos e seu habitat. ........................................ 13


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 10
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................................... 12
2.1 ETIOLOGIA ....................................................................................................................... 12
2.2 EPIDEMIOLOGIA ............................................................................................................. 14
2.3 PATOGENIA ..................................................................................................................... 18
2.4 SINAIS CLÍNICOS ............................................................................................................ 19
2.5 DIAGNÓSTICO ................................................................................................................. 24
2.5.1 Lâmpada de Wood ........................................................................................................ 25
2.5.2 Cultura fúngica .............................................................................................................. 27
2.5.3 Exame direto .................................................................................................................. 28
2.5.4 Dermatoscopia ............................................................................................................... 29
2.5.5 Biópsia ............................................................................................................................ 31
2.5.6 PCR ................................................................................................................................. 32
2.6 TRATAMENTO ................................................................................................................. 32
2.6.1 Tratamento tópico ......................................................................................................... 33
2.6.2 Tratamento sistêmico .................................................................................................... 33
2.7 CONTROLE E PREVENÇÃO .......................................................................................... 34
2.7.1 Vacina ............................................................................................................................. 35
3 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................ 37
4 RESULTADOS .................................................................................................................... 38
4.1 NORMAS PARA PUBLICAÇÃO DE ARTIGOS ............................................................ 38
4.1.1. Objetivo ......................................................................................................................... 38
4.1.2. Normas Gerais .............................................................................................................. 38
4.1.3 Forma de apresentação ................................................................................................. 39
4.1.4 Anúncios publicitários................................................................................................... 40
4.1.5 Comitê de Ética .............................................................................................................. 40
4.1.6 Apresentação de originais e suporte físico .................................................................. 40
4.1.7 Numeração, citação, ilustrações e posição das tabelas, quadros, figuras e gráficos 43
4.1.8 Termos científicos .......................................................................................................... 43
4.1.9 Exemplos de referências................................................................................................ 44
4.1.10 Avaliação ...................................................................................................................... 46
4.1.11 Advertências ................................................................................................................. 47
5 ARTIGO CIENTÍFICO ...................................................................................................... 48
Resumo .................................................................................................................................. 48
Abstract .................................................................................................................................. 49
Introdução ............................................................................................................................. 50
Material e Métodos .............................................................................................................. 51
Resultados e Discussão .................................................................................................... 52
Conclusão.............................................................................................................................. 57
Referências ........................................................................................................................... 58
6 CONCLUSÃO...................................................................................................................... 61
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 62
10

1 INTRODUÇÃO

Nos últimos anos o mercado pet brasileiro tem aumentado consideravelmente. De


acordo com um levantamento feito pela Abinpet (2018), de 2016 a 2017 houve um
crescimento de 7,9%, classificando o Brasil como o terceiro país com o maior faturamento em
mercado pet do mundo. Isso demonstra que a relação homem-animal vem crescendo
juntamente, facilitando o contato e a disseminação de patologias consideradas zoonóticas,
como as dermatófitoses (NEVES et al., 2011; NWEZE, 2011).
As dermatofitoses estão entre as zoonoses que mais acometem adultos e crianças,
sendo também um dos distúrbios de pele mais presente na clínica de pequenos animais. A
doença é causada por dermatófitos, tendo três gêneros: Epidermophyton, Microsporum e
Trichophyton. Os principais presentes nas infecções em animais de companhia são o
Microsporum canis, M. gypseum e o Trichophyton mentagrophytes, sendo que dentre estes, o
M. gypseum é o único dermatófito que não possui caráter zoofílico (MOLINA DE DIEGO,
2011; MORIELLO et al., 2017).
Em humanos acarreta quadros clínicos conhecido por tineas, acometendo pele
(tinea corporis), cabelo e unhas (tinea capitis, tinea barbae) (SEGAL; FRENKEL, 2015
PASQUETTI et al., 2017). Já em animais acarreta quadro clínico de dermatofitose
propriamente dita, apresentando alopecia, eritema, crostas, escamas, entre outros sinais
clínicos (NEVES et al., 2011; NARDONI et al., 2013; MORIELLO et al., 2017). Algumas
características influenciam na ocorrência das dermatofises, como por exemplo, idade
(pacientes jovens estão mais propensos a se infectar), raça (há uma predileção em Yorkshire
terrier e gatos Persas) (OLIVEIRA et al., 2015; MORIELLO et al., 2017).
Atualmente existem vários métodos de diagnóstico de dermatofitoses, dentre eles
a lâmpada de Wood é o meio de diagnóstico point-of-care e a cultura fúngica é descrita como
padrão ouro (MOLINA DE DIEGO, 2011; MORIELLO et al., 2017). O diagnóstico eficaz
dessa patologia, assim como o seu tratamento correto são essenciais para que não aumente os
casos de transmissão dos animais de companhia para seus tutores (MORIELLO et al., 2017).
Com isso, o objetivo deste trabalho foi realizar um estudo retrospectivo de cães e
gatos que apresentaram diagnóstico de dermatofitoses, através da cultura fúngica, na região da
Grande Florianópolis – SC, durante o período de janeiro de 2015 a dezembro de 2018. Foram
analisadas as características dos pacientes, levando em consideração as variáveis: espécie,
idade, sexo e raça, além da espécie do dermatófito presente no laudo, para posteriormente ser
determinado um perfil epidemiológico da doença. Os resultados e a discussão serão
11

apresentados em forma de artigo, mostrando as tabelas com as frequências de cada variável


analisada no estudo.
12

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 ETIOLOGIA

As dermatofitoses são classificadas em três gêneros: Epidermophyton,


Microsporum e Trichophyton. O gênero Epidermophyton possui apenas duas espécies
conhecidas, o E. floccosum e E. sckodaleae, sendo o primeiro o único patogênico para o ser
humano. Possui como características microscópica a presença de macronídeos aglomerados
ou isolados, com forma de tacos e parede lisa e moderadamente espessa. Suas colônias são
visíveis de 7 a 9 dias após a incubação, com coloração amarelo-esverdeada e aspecto
aveludado (MOLINA DE DIEGO, 2011).
Em relação ao gênero Microsporum, possui cerca de 20 espécies diferentes, dentre
elas 10 são patogênicas ao ser humano. Em sua microscopia apresenta elevados macronídeos
isolados, possuindo parede fina, intermediária ou até mesmo grossa, com superfície variando
de lisa à áspera. Já o gênero Trichophyton possui aproximadamente 30 espécies, sendo o mais
frequente quando se trata de infecção humana. Microscopicamente apresenta macronídeos
escassos, com parede fina e lisa, tendo seu formato de charuto, fuso ou cilíndrico. Suas
colônias podem aparecer em aspectos variados, podendo apresentar aspecto de pó, algodão à
aveluada (MOLINA DE DIEGO, 2011).
Atualmente registra-se cerca de mais de 30 espécies de fungos dermatófitos,
sendo que os principais organismos presentes na clínica de pequenos animais, são:
Microsporum canis, Microsporum gypseum e Trichophyton mentagrophytes (MOLINA DE
DIEGO, 2011; MORIELLO et al., 2017).
Esses são classificados como fungos queratinofílicos, ou seja, parasitam apenas
tecidos queratinizados de homens e animais, como, pelo, unhas e pele, sem desenvolvimento
em tecido vivo. São divididos em: antropofílicos (possuem como reservatório os humanos;
são afetados por fatores étnicos, sociológicos e ambientais), zoofílicos (podem ser
patogênicos ou não para os animais, mas extremamente patogênico aos humanos) e geofílicos
(são encontrados no solo com distribuição irregular, de acordo com as características físico-
químicas do solo; são patogênicos em seres humanos) (VEASEY et al., 2017). Abaixo há
uma tabela da classificação dos principais dermatófitos e seus respectivos hábitats.
13

Tabela 1 - Classificação dos principais dermatófitos e seu habitat.


Antropofílicos Zoofílicos Geofílicos
E. floccosum M. canis (gato, cão, cavalo) E. stockdaleae
M. audouinii M. equinum (cavalo) M. amazonicum
M. ferrugineum M. fulvum M. boullardii
T. concentricum M. gypseum M. cookei
T. gourvilii M. galinae (aves de curral) M. gypseum
T. kanei M. nanum (gado, porco) M. nanum
T. megninii M. persicolor (rato de campo) M. praecax
T. mentagrophytes var.
T. equinum (cavalo) M. racemosum
interdigitale
T. mentagrophytes var.
M. raubitschekii M. ripariae
mentagrophytes(roedores, cão)
T. mentagrophytes var. erinacei
T. rubrum M. vanbreuseghemii
(ouriço)
T. mentagrophytes var.
T. schoenleinii M. ajelloi
quinckeanum (rato)
T. soudanense T. sarkisoriii (camelo) T. flavescens
T. tonsurans T. simii (aves) T. gloriae
T. verrucosum (bovinos,
T. violaceum T. longifusum
ovelha, dromedário)
T. yaoundei T. phaseoliforme
T. terrestre
Fonte: MOLINA DE DIEGO, 2011.

Os dermatófitos, na condição parasitária, possuem hifas e artroconídios, unidade


de reprodução assexuada. Em meio de cultivo geralmente crescem em ágar Sabouraud-
dextrose. Possuem um pH ácido, de aproximadamente 5,6, dando-o uma atividade
bacteriostática e seletiva. São classificados como fungos aeróbios não fermentadores. Sua
temperatura ideal para multiplicação é entre 25ºC a 30ºC (CHENGAPPA; POHLMAN,
2017).
O Microsporum canis é o dermatófito mais encontrado em pequenos animais.
Cerca 90% dos casos de dermatofitoses trata-se de M. canis, seguindo de Trichophyton
mentagrophytes e Microsporum gypseum. O primeiro é caracterizado como zoofilico,
podendo infectar animais sem causar sinais clínicos, identificando-os como portadores
14

assintomáticos, os quais podem disseminar a doença para outros animais e até mesmo
humanos. É considerado altamente patogênico para os cães, porém causam menos reações
inflamatórias. Em relação ao seu cultivo, o M. canis é evidenciado por colônias brancas
aveludadas com o verso apresentando pigmentação alaranjada; de crescimento rápido e
numerosos macroconídeios fusiformes, apresentando paredes rugosas e espessas; é
caracterizado como ectotrix, ou seja, possui esporos finos nos pelos infectados. Pode ser
encontrado em cães, gatos, macacos e cavalos e não faz parte da microbiota normal da pele de
cães e gatos (CABAÑES, 2000; MEDEIROS; CREPALDI; TOGNOLI, 2009; MEZZARI;
FUENTEFRIA, 2012; MORIELLO et al., 2017).
O Trichophyton mentagrophytes contém cinco variedades (mentagrophytes,
interdigitale, quinckeamun, erinacei e nodulare). Trichophyton mentagrophytes var.
mentagrophytes possui crescimento rápido, com colônia de aspecto algodoada e seu verso
com pigmentação bege-claro a vinho-escuro. Apresentam hifas em raquete, espiral e
macroconídeos (em grandes ou pequenos volumes), podendo ser arredondados, unicelulares,
isolados ou até mesmo em cachos. É caracterizado como zoofílico (LACAZ et al., 2002;
MEZZARI; FUENTEFRIA, 2012).
O Microsporum gypseum trata-se de uma espécie geofílica, podendo infectar
animais e humanos quando os mesmos entram em contato com o solo. A sua infecção é
menos comum e é encontrado em solos ricos em matéria orgânica, onde se decompõem em
fragmentos queratinizados. Sua infecção não é considerada uma zoonose, mesmo que possa
ocorrer transmissão de animais para humanos. Cães e gatos geralmente se infectam pelo
hábito de cavar e arrancar raízes dos solos contaminados. Em gatos pode ocorrer regressão
espontânea dos sinais clínicos em até 4 meses (BIER et al., 2013; NARDONI et al., 2013).
Em relação ao seu cultivo possui colônia pulverulenta de coloração camurça e seu
verso com pigmentação pardacento. Apresenta numerosos macroconídeos fusiformes, paredes
rugosas e superfície irregular, além de produzir poucos esporos ectotrix (MEZZARI;
FUENTEFRIA, 2012; OLIVEIRA, 2014).

2.2 EPIDEMIOLOGIA

As dermatofitoses estão entre as zoonoses mais comuns do mundo, estando


classificadas como o segundo distúrbio de pele mais comumente encontrado em adultos e o
terceiro mais encontrado em crianças menores de 12 anos. Nos últimos anos essas infecções
têm aumentado drasticamente, ganhando uma maior importância em relação a sua incidência,
15

principalmente em pacientes em estados imunocomprometidos, como em casos de AIDS,


diabetes mellitus e em transplantes de órgãos (NEVES et al., 2011; NWEZE, 2011).
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, as dermatofitoses acometem
aproximadamente 25% da população mundial, sendo que de 30 a 70% dos adultos podem ser
portadores assintomáticos, facilitando a disseminação da patologia. Em países em
subdesenvolvimento as dermatofitoses são consideradas endêmicas, especialmente em
crianças, devido à falta de tratamento ou falta de antifúngicos eficientes (NWEZE, 2011;
SEEBACHER; BOUCHARA; MIGNON, 2008).
Apresentam como quadro clínico em humanos as “tineas”, que acometem pele
(tinea corporis), cabelo e unhas (tinea capitis, tinea barbae). A tinea capitis é a dermatofitose
mais comum entre crianças, tendo como principais agentes causadores o Trichophyton
tonsurans e o Microsporum canis. Sua incidência tem aumentado devido o contato de animais
portadores assintomáticos e possui como sinais clínicos lesões altamente inflamatórias. Além
da tinea capitis, o dermatófito M. canis também é o causador do quadro de tinea corporis
(figura 1) (SEGAL; FRENKEL, 2015 PASQUETTI et al., 2017).

Figura 1 - Tinea corporis causado por M. canis em uma criança

Fonte: PASQUETTI et al, 2017.

No Brasil, nas regiões Sul e Sudeste, a incidência de dermatofitoses têm


aumentado, tendo como causa primária o dermatófito Trichophyton rubrum, posteriormente o
Microsporum canis e o Trichophyton mentagrophytes. Já na região Nordeste a prevalência é
de Trichophyton tonsurans, Trichophyton rubrum, seguido por Microsporum canis. Um
16

estudo feito por VEASEY (2017) em São Paulo apontou uma predominância do dermatófito
Microsporum canis, posteriormente Trichophyton tonsurans, Microsporum gypseum e por fim
o Trichophyton mentagrophytes. Além disso, mostrou que a incidência foi maior em homens
do que em mulheres, esses apresentando 64% dos casos de dermatofitoses (DE AGUIAR
PERES et al., 2010; VEASEY et al., 2017).
De acordo com um estudo retrospectivo realizado em 2017 na cidade de Itajaí em
Santa Catarina, os pacientes atendidos com infecção fúngica durante o período de janeiro de
2014 a junho de 2016 apresentaram como agente etiológico uma prevalência de 90,5% para
Trichophyton mentragrophytes seguido igualmente (4,7%) pelos dermatófitos
Epidermophyton floccosum e Microsporum canis, sendo que o agente T. mentagrophytes é um
dos mais presentes na clínica de pequenos animais, estreitando a relação de transmissão
homem-animal da dermatofitose (FAJARDO et al., 2017).
Além de ser um dos distúrbios de pele que mais acomete os humanos, as
dermatofitoses também são as micoses cutâneas mais presentes na clínica de pequenos
animais. Tais eventos estão diretamente relacionados, uma vez que o contato entre os animais
de estimação e seus donos têm aumentado nos últimos tempos, levando uma maior
disseminação da doença, já que se trata de uma patologia com caráter zoonótico,
principalmente em casos em que o animal é considerado portador assintomático, dificultando
o seu diagnóstico e tratamento e facilitando a disseminação para os seus tutores (NWEZE,
2011; SANTOS, 2015).
Foi realizado um estudo na Itália, onde relacionou o isolamento de dermatófitos
de cães e gatos que coabitavam com tutores que possuíam diagnóstico de tinea corporis
(nome dado a dermatofitoses em humanos). O resultado foi que, 36,4% dos cães e 53,6% dos
gatos apresentaram Microsporum canis, outros 14,6% dos gatos apresentaram o fungo sem
haver sinais clínicos da doença, levando a conclusão de que os cães e gatos são uma
importante fonte de transmissão de dermatofitoses para os humanos, inclusive quando não
apresentam sinais da doença (CAFARCHIA et al., 2004).
Em relação ao clima, a patologia tem se mostrado mais comum em climas
tropicais e temperados, especialmente em regiões que possui condições climáticas quentes e
úmidas. No Brasil, na região do Nordeste, foi constatado que há uma maior prevalência nos
meses de março, abril e maio, após o isolamento de uma população de cães e gatos. Já na
região Sudeste não há uma distribuição sazonal da doença (CHAVES, 2007; NEVES et al.,
2011).
17

A idade do paciente é mais uma variável que influencia na ocorrência das


dermatofitoses. Apesar de ocorrer em qualquer idade, os jovens (inferior a um ano) e
pacientes com imunossupressão estão mais propensos a serem acometidos. Além disso, a
incidência vai depender também do tempo de exposição do animal ao fungo, como a
exposição a ambientes externos, os quais vão ficar mais expostos ao solo e consequentemente
às espécies geofílicas (NOBRE; MEIRELES; CORDEIRO, 2007; OLIVEIRA et al., 2015).
A questão sobre raças dos animais ainda é algo que está sendo debatido. Em cães,
alguns autores relatam que há uma predileção de dermatofitoses em Yorkshire terrier e em
gatos, a raça Persa. Isso pode ser explicado pelo fato de que esses animais apresentarem pelos
alongados, o que facilita a proteção e propagação dos fungos, devido as condições ótimas de
temperatura e umidade, principalmente em gatos Persas. Traumas na pele dos animais é algo
que também contribui para a contaminação dos dermatófitos, além de umidade e presença de
ectoparasitas (NEVES et al., 2011; MORIELLO et al., 2017).
Outro fator que ainda apresenta discussão quanto sua influência nas
dermatofitoses é o sexo do animal. Muitos autores trazem essa variável como algo que não
tem influência direta. Um estudo retrospectivo realizado por MATTEI (2009) envolvendo
cães e gatos com dermatofitoses mostrou que a doença ocorreu 49% em fêmeas e 51% em
machos, tanto em caninos como em felinos. Já em outro estudo realizado por OLIVEIRA et al
(2015) apresentou uma maior prevalência em fêmeas do que em machos (MATTEI, 2009;
OLIVEIRA et al., 2015).
No sul do Brasil alguns estudos já foram publicados caracterizando a prevalência
das dermatofitoses em cães e gatos. DA SILVA et al (2011) publicou a prevalência das
espécies fúngicas envolvidas nos casos de infecção fúngica em cães e gatos do município de
Xanxerê/SC. O agente etiológico mais presente foi o Microsporum canis, seguido por M.
gypseym e M. nanum. O mesmo resultado ocorreu em um estudo realizado em Florianópolis,
Santa Catarina, em 2017, envolvendo a frequência de dermatófitos isolados de gatos que não
apresentavam dermatopatia. Os resultados mostraram que, de 198 animais, apenas seis foi
possível realizar o isolamento do agente etiológico, sendo que as culturas foram positivas para
os agentes Microsporum canis (66,7%) e Microsporum gypseum (33,3%). A maioria dos
animais acometidos eram fêmeas e possuíam contato com outros gatos. Em relação a idade, a
maioria apresentou-se entre jovem e adulto (DA SILVA et al., 2011; FRAGA et al., 2017).
Já em um estudo feito em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, em 2014, seguindo os
mesmos objetivos do anterior, foram encontradas 16 amostras positivas para dermatofitoses
(16/191) e somente o gênero Microsporum foi isolado. A espécie Microsporum canis foi
18

novamente a mais isolada, presente em 11 amostras. A maioria dos gatos positivos tinham
acesso à rua e em relação ao sexo o mais acometido desta vez foi o macho (FERREIRO et al.,
2014).
O conhecimento sobre a epidemiologia dos dermatófitos locais é de extrema
importância para a orientação correta em relação ao diagnóstico e tratamento do paciente,
visto que, com estes estudos é possível melhorar a identificação do dermatófito levando
benefícios ao micologista no momento do reconhecimento do fungo (MORIELLO et al.,
2017).

2.3 PATOGENIA

Os dermatófitos (denominação comum para o grupo de três gêneros de fungos:


Microsporum, Epidermophyton e Trichophyton) possuem uma forma infecciosa denominada
de artrósporo, os quais são esporos constituídos pelas desarticulações das hifas de fungos
filamentosos. Este grupo é queratinofílico, ou seja, possui sua nutrição a partir da degradação
da queratina (BIER et al., 2013; MORIELLO et al., 2017). É por esta razão que os
dermatófitos infectam apenas os tecidos superficiais ricos em queratina, sem poder invasor,
desempenhando o mecanismo de quebra das ligações S-S das cadeias de polipeptídeos que a
queratina, como uma escleroproteína, possui (MEDEIROS; CREPALDI; TOGNOLI, 2009).
A transmissão dos dermatófitos se dá pelo contato direto com animais infectados
ou por contato indireto como a exposição a ambientes que contenham esporos ou até mesmo
queratinócitos da epidermopoese e através de fômites, como, instrumentos de uso diário
(roupas de cama, coleiras, potes de água ou comida, escovas, cortadores, caixas de
transportes, etc..), ectoparasitas (DA SILVA et al., 2011).
Supõe-se que a maioria das infecções por Trichophyton spp., são adquiridas
através do contato com roedores infectados ou até mesmo ao seu ambiente, como os seus
ninhos (NEVES et al., 2011). Já o Microsporum gypseum possui uma menor infecção e
quando ocorre é devido ao contato com solos contaminados por este ser um fungo geofílico
(MORIELLO et al., 2017).
O desenvolvimento de uma infecção dermatofítica ocorre em três etapas: a
primeira constitui na aderência dos artroconídios aos corneócitos. Isso se torna necessário
devido aos mecanismos de defesa do hospedeiro, além da contínua exposição da pele a
temperatura, luz ultravioleta e a falta de umidade, que podem fazer com que o fungo seja
eliminado devido a descamação do epitélio. Esse processo deve ocorrer entre 2 a 6 primeiras
19

horas de exposição ao dermatófito, sendo mediado por adesinas específicas de carboidratos


que são expressas na superfície dos artroconídios, além das proteases que são secretadas pelos
dermatófitos (DE AGUIAR PERES et al., 2010; MORIELLO et al., 2017). A segunda etapa
compreende a introdução dos tubos germinativos que emergem dos artroconídios e adentram
no estrato córneo, caracterizando-se como etapa de infecção e ocorre dentro de 4 a 6 horas.
Por fim, a terceira etapa consiste na invasão do dermatófito através das hifas, no estrato
córneo e a sua multiplicação em diversas direções (MORIELLO et al., 2017).
A nutrição dos dermatófitos irá ocorrer após a sua adesão, obtendo nutrientes
através de macromoléculas que estão presentes no tecido do hospedeiro. Essas
macromoléculas servirão como fonte de carbono, nitrogênio, fósforo e enxofre, e auxiliarão
no desenvolvimento e na sobrevivência do fungo (DE AGUIAR PERES et al., 2010). O ciclo
de vida do fungo irá se completar em 7 dias a partir da incubação, quando as hifas irão iniciar
a formação dos artroconídios e após três semanas o animal terá a típica lesão clínica das
dermatofitoses (MORIELLO et al., 2017).

2.4 SINAIS CLÍNICOS

Os sinais clínicos das dermatofitoses ocorrem devido a invasão das estruturas


queratinizadas e a inflamação causada pelo fungo. Normalmente são lesões assimétricas,
apresentando prurido variável. Quando presente, o prurido ocasiona traumas na pele do
animal devido ao ato de se coçar. Outros sinais clínicos presentes são: alopecia, eritema
(figura 2), crostas e escamas (NEVES et al., 2011; NARDONI et al., 2013; MORIELLO et
al., 2017).
20

Figura 2- Eritema e alopecia causada por infecção de Microsporum canis em um gato persa

Fonte: PATEL, 2011.

Em cães, quando ocorre infecções por Microsporum canis, geralmente não há


reações inflamatórias, apresentando como sinais clínicos: escamas, manchas alopécicas e
quérion ocasionalmente. Já em casos de infecções por Trichophyton mentagrophytes e
Microscoporum gypseum há reações inflamatórias com extensas escamas disseminadas e
apresentam supuração secundária. Em gatos, nos casos de Microsporum canis normalmente
ocorre sinais subclínicos, não inflamatórios. Em filhotes pode ocorrer inflamação e quando
debilitados, pode ocorrer sinais generalizados. Além disso, em gatos da raça Persa, pode haver
micetomas ocasionais (CHENGAPPA; POHLMAN, 2017).
Um sinal clínico menos comum que pode acometer cães e gatos é o
prseudomicetoma dermatofítico, também conhecido como micetoma. Nesse caso, os fungos
invadem a derme e dão origem a massas lobuladas compostas por agregados micelianos,
entrelaçados e envolvidos por uma matriz homogênea e eosinofílica. Trata-se de nódulos que
fistulam, ulceram e drenam os detritos serosos a purulentos e o tratamento de escolha é
geralmente a excisão cirúrgica associado a antifúngicos sistêmicos (MORAES et al., 2001;
MORIELLO et al., 2017). Na maioria dos casos ocorre quando há infecção por M. canis;
cerca de 90% das infecções dermatofíticas em gatos que apresentam esse sinal clínico é
devido a este dermatófito, levando a formação de nódulos (figura 3) de consistência firme a
friável e com formato irregular. Alguns autores relatam que há uma possível relação
21

simbiótica entre dermatófitos zoofílicos e ectoparasitas, como a pulga, na disseminação dessas


lesões. A imunossupressão decorrente de processos infecciosos ou da terapia também é
apontada como auxílio no desenvolvimento do pseudomicetoma. Apesar de haver
discordância em relação a patologia, a predisposição da raça Persa é plenamente reconhecida
(MORAES et al., 2001; TOSTES; GIUFFRIDA, 2003 GONÇALVES; FILHO, 2015).

Figura 3 - Nódulo ulcerado com grânulos no pescoço de um gato Persa com pseudomicetoma
dermatofítico causado por M. canis.

Fonte: BOND et al, 2001.

A alopecia circular (figura 4), pode estar presente tanto em cães como em gatos,
porém nos cães geralmente é mal interpretada. Sinais clínicos como, foliculite, lesões
granulomatosas, dermatite miliar em gatos, derformidade da unha, podem ocorrer. A foliculite
facial e furunculose podem ser confundidas com uma doença autoimune (CHAH et al., 2012;
RHODES, 2014).
22

Figura 4 - Lesões alopécicas circulares e de formato irregular (setas), distribuídas de forma


generalizada em um cão com dermatofitose causada por Microsporum canis.

Fonte: CHAVES, 2007.

Em particular, nos felinos os pelos aparecem desgastados e tonsurados,


apresentam hiperqueratose folicular, resultando em comedões (XAVIER et al., 2008;
MEDEIROS; CREPALDI; TOGNOLI, 2009). As infecções nos felinos geralmente são
inaparentes, podendo haver presença de minúsculas lesões, o que dificulta a detecção das
mesmas, sendo investigados normalmente quando há quadros de dermatofitoses nos tutores
ou em outros animais presentes no mesmo local. Estudos demonstram que é mais comum as
lesões ocorrerem na face, orelhas e focinhos dos gatos, progredindo para os membros, patas e
outras áreas do corpo (figura 5) (NOBRE; MEIRELES; CORDEIRO, 2007; MORIELLO et
al., 2017).
23

Figura 5 - A – Lesões alopécicas próximas a orelha, ponte nasal, olho e região perilabial de
um felino com dermatofitose. B – Lesões nos dígitos do mesmo animal.

Fonte: RÊGO, 2017.

Outro sinal clínico, que pode estar presente é a dermatofitose nodular, mais
conhecida como quérion (figura 6), como já foi citado. Possui uma característica de múltiplos
eritemas alopécicos, nódulos exsudativos, sendo que é comumente causada pelo dermatófito
Microsporum canis (CORNEGLIANI; PERSICO; COLOMBO, 2009).

Figura 6 - Lesão em quérion (seta), de aspecto piogranulomatoso, localizada na região


torácica de um cão com dermatofitose causada por Microsporum. canis.

Fonte: CHAVES, 2007.


24

Em geral, as dermatofitoses ocasionam desde infecções agudas autolimitantes a


quadros crônicos. O quadro clínico do animal irá variar de acordo com o seu estado
imunitário e da cepa do dermatófito infectante (MORAES et al., 2001; NEVES et al., 2011).

2.5 DIAGNÓSTICO

O diagnóstico das dermatofitoses é imprescindível para se realizar o correto


tratamento, além de ser necessário para que possa haver uma limitação da transmissão para
outros animais e humanos. Para tanto, é necessária atenção na realização do diagnóstico, pois
há dois fatores que geram complicações: o primeiro, é a dificuldade da detecção de lesões nos
animais, devido a difícil visualização de pelos infectados. Já a segunda, trata-se de falsos
positivos, já que ao entrar em contato com fômites, o animal pode contaminar sua pelagem
sem necessariamente ter sinais clínicos evidentes (portadores assintomáticos) (MORIELLO et
al., 2017).
Durante a consulta veterinária, é importante que o profissional esteja atento as
informações passadas pelo proprietário. O local onde o animal vive; se possui acesso à rua e a
outros animais; há quanto tempo as lesões estão presentes e qual a sua evolução; se as pessoas
com quem o animal convive também apresentam lesões parecidas. Todas essas informações
auxiliarão no correto diagnóstico do paciente. Outro ponto importante, como dito
anteriormente, é a identificação das lesões, que por muitas vezes podem não ser visualizadas
devido aos pelos do animal. Deve-se estar atento as áreas de focinho, lábio, periocular,
margens da orelha, dígitos, área axilar e cauda (MORIELLO, 2014).
A qualidade da amostragem para a realização de testes também é fundamental
estabelecer o correto diagnóstico. O material coletado deve possuir uma quantidade suficiente
para ser possível a identificação do fungo. Quando houver coleta de lesões descamativas, a
mesma deve ser depositada diretamente no meio de cultura para não haver perda de material.
Já em casos de lesões purulentas, é necessário analisar o material exsudativo através de
semeadura e visualização microscópica (MOLINA DE DIEGO, 2011).
Antes de iniciar o tratamento para a infecção, deve-se realizar o diagnóstico da
dermatofitose, pois além da questão econômica (fármacos possuem um preço elevado), há
também a questão dos efeitos colaterais indesejáveis no animal (BIN et al., 2010). Atualmente
há vários métodos de diagnóstico de dermatofitose, os quais serão descritos a seguir.
25

2.5.1 Lâmpada de Wood

A lâmpada de Wood foi inventada pelo físico Robert W. Wood em 1903 e é


considerado um meio de diagnóstico point-of-care, ou seja, é realizado no momento em que o
animal está sendo atendido, antes mesmo de coletar amostras para exames posteriores (figura
7). Esse método deve ser realizado em uma sala escura, utilizando a lâmpada que deve ser
aquecida por pelo menos 10 minutos antes de seu uso (MOLINA DE DIEGO, 2011;
MORIELLO et al., 2017).
A lâmpada emite uma luz ultravioleta com comprimento de onda de 320 a 365
nm, através de um filtro de óxido de níquel. Ao entrar em contato a pele emite uma coloração
azul, já as áreas infectadas por dermatófitos que produzem substâncias fosforescentes irá
emitir uma fluorescência de cor verde azulada ou verde amarelada (MOLINA DE DIEGO,
2011; MORIELLO et al., 2017).

Figura 7 – Avaliação diagnóstica, através da lâmpada de Wood, em um cão com suspeita de


dermatofitose.

Fonte: CHAVES, 2007.

Os dermatófitos da espécie Microsporum canis são os mais comuns a apresentar a


fluorescência, que geralmente é na coloração verde-amarela (figura 8). Outros dermatófitos,
como, M. distortum, M. audouinii e T. schoenleinii também podem apresentar a fluorescência,
porém é menos comum, já para os fungos T. tonsuran, T. violaceum e outras espécies de
Trichophyton a fluorescência é negativa. Para ocorrer a fluorescência é necessário que o
26

fungo secrete uma substância denominada pteridina, e ela é só produzida por fungos que
invadiram pelos em crescimento ativo (figura 9) (CHAVES, 2007; MOLINA DE DIEGO,
2011).

Figura 8 - Fluorescência positiva pela lâmpada de Wood, dos pelos infectados por M. Canis
em felinos.

Fonte: RÊGO, 2017.

Figura 9 - Fluorescência vista sob a lâmpada de Wood, na pelagem de gato.

Fonte: PATEL, 2011.

Muitos autores relatam frequentes resultados falsos-positivos e falsos-negativos.


Alguns pontos podem ser levantados que justificam esses resultados: a qualidade do
equipamento, contenção adequada do animal e principalmente as condições adequadas na
hora de realizar o exame. Um exemplo seria a questão da presença de crostas no animal, que
acaba por impedir que a luz atinja o pelo infectado, resultando em um diagnóstico negativo
para dermatofitoses. Outro ponto é a proximidade da luz com a pele. Deve-se manter uma
27

distância de no máximo 10 cm, para que possa ser possível a visualização do pelo, além de
diminuir a fluorescência falso-positiva de pelos e escamas (MORIELLO, 2014).
Em um estudo feito por Moriello (2014), 200 amostras de pelos de gatos,
pertencentes a um abrigo, foram coletados com uma escova de dente e passaram por uma
análise pela lâmpada de Wood. Todas as amostras obtiveram resultado positivo para
fluorescência, mesmo os animais não apresentando lesões. Deste modo, a lâmpada de Wood é
imprescindível como método de triagem, mas não como diagnóstico definitivo, sendo
necessário o uso de outros testes para a confirmação de dermatofitoses (MORIELLO, 2014;
RÊGO, 2017).

2.5.2 Cultura fúngica

A cultura fúngica, é descrita por muitos autores como o padrão ouro para
diagnóstico de dermatofitoses e é considerada a técnica mais sensível entre as disponíveis
(figura 8). Porém, este método, apesar de confirmar o diagnóstico clínico da infecção fúngica,
é detectado apenas a presença ou não de esporos dos fungos. Mesmo sendo considerado
padrão ouro, não deve ser utilizado como único meio de diagnóstico, pois como em qualquer
outro método também apresenta falsos-positivos e falsos-negativos. Isso pode ocorrer devido
a erros pré-analítico, analítico ou pós-analítico (BOND, 2010; MORIELLO et al., 2017).

Figura 8 - Microsporum canis: macronídeos e hifa por cultura fúngica.

C
Fonte: PATEL, 2011.
28

A coleta da amostra pode ser realizada da seguinte forma: deve ser feita a assepsia
do local onde será coletado e realizar a escarificação das lesões utilizando uma lâmina de
bisturi. Outros métodos também são feitos utilizando fita adesiva, arrancamento de pelo e
fricção com uma escova de dente, que deve estar previamente esterilizada. O primeiro trata-se
de uma fita adesiva de 4 cm de comprimento que deve ser pressionada na lesão e em seguida
em uma placa de cultura. Já o segundo método é o ato de arrancar pelos onde há lesões
sugestivas de dermatofitoses (CHAVES, 2007; MORIELLO et al., 2017). O último método é
conhecido também como escova de Mackenzie, o qual é coletado a amostra e inserido a
escova diretamente na placa que será feita a cultura fúngica. Estudos revelam que o mesmo se
mostrou mais eficaz quando comparado ao método de arrancar pelos, já que os artrósporos
estão mais propensos a ficarem presos nas cerdas, além disso é menos traumático para o
animal e minimiza falsos-negativos no acompanhamento do tratamento (MORIELLO, 2014).
Em relação ao meio de cultivo, o ágar Sabouraud permite a multiplicação de
dermatófitos e de algumas leveduras, inibindo o crescimento de bactérias e fungos saprófitas.
As colônias iniciam seu crescimento de uma a quatro semanas, sendo que o meio deve ser
incubado em temperatura de 25 a 28ºC, tendo uma avaliação diária do crescimento fúngico.
Outro meio utilizado é o DTM (Dermatophyte Teste Medium), disponível para a área médica
veterinária quanto humana. Neste meio ocorre uma mudança de coloração quando há o
crescimento fúngico, devido ao dermatófito utilizar o substrato proteíco presente, alterando o
pH para alcalino (CHAVES, 2007).
Outro meio que pode ser utilizado é o ágar de uréia, o qual auxilia a identificação
de espécies uréases-negativas pertencentes ao gênero Trichophyton. Já o ágar BCP é utilizado
para diferenciar alguns dermatófitos, como, T. rubrum, T. mentagrophytes, T. soudaneses, T.
megninii, M. persicolor e o M. equinum, através da liberação de íons de amônia da caseína e a
catabolização por glicose. O ágar Cicloheximida é comumente utilizado para a identificação
de T. rubrum, através da pigmentação avermelhada dos isolados presentes. Há também o meio
de isolamento de extrato de levedura (BCP – roxo de Bromcresol), o qual cultiva todos os
dermatófitos, porém é mais utilizado quando requer um rápido crescimento para a
visualização de microcolônias de T. verrucosum (VISHNU et al., 2015).

2.5.3 Exame direto

O exame direto é uma técnica de diagnóstico utilizada comumente no momento


do atendimento. Este método avalia a presença de hifas e artrósporos utilizando a microscopia
29

(figura 11). Normalmente é realizada em casos de diagnóstico positivo através da lâmpada de


Wood. Ainda que seja um passo essencial para o diagnóstico da infecção fúngica, este método
não possibilita a identificação do agente envolvido. O exame é realizado com pelos que estão
quebradiços, sendo arrancados na direção do seu crescimento, ou, raspando a periferia de
lesões anulares que possuem borda inflamatória. Posteriormente é posto em uma lâmina de
vidro com óleo mineral, solução de hidróxido de potássio 10 ou 20% ou parafina líquida e
coberto por uma lamínula. Sua análise é feita em um microscópio (BOND, 2010; PATEL,
2011; COURTELLEMONT et al., 2017; MORIELLO et al., 2017; VERRIER; MONOD,
2017).
Este método necessita de profissional treinado e possui a vantagem de apresentar
baixo custo. A ausência de hifas ou esporos não exclui o diagnóstico de dermatifose,
necessitando neste caso o uso de outro método de diagnóstico.

Figura 9 - Artrósporos nos pelos visualizados através do exame direto (x100) (tricograma).

Fonte: RÊGO, 2017.

2.5.4 Dermatoscopia

A dermatoscopia é uma técnica não invasiva que permite a visualização ampliada


da pele e é realizada com uma câmera iluminada, observando características morfológicas que
são muitas vezes imperceptíveis a olho nu (figura 12). Em gatos é relatada como um potencial
teste point-of-care. Os pelos de gatos, quando infectados por Microsporum canis e
30

Trichophyton tonsurans, possuem uma característica semelhantes a vírgulas (ligeiramente


curvados), que não são encontrados em gatos saudáveis, além de pelos opacos, quebrados e
com uma espessura homogênea (figura 13) (SCARAMPELLA et al., 2015;
SCARAMPELLA; ZANNA; PEANO, 2017).

Figura 10 - DermLite DL3N

Fonte: DONG et al, 2016.

Trata-se de outro método de diagnóstico inicial de dermatofitoses e permite a


visualização de múltiplas lesões em pouco tempo, além de não provocar desconforto ao
animal. Em um estudo feito por DONG et al (2016), foram analisados 67 gatos através da
dermatoscopia e da cultura fúngica; 36 gatos foram positivos para dermatofitoses através da
cultura, sendo que destes, 21 obtiveram resultado positivo na dermatoscopia. Isto mostra que
este método é útil como um auxílio para identificar amostras de pelos infectados para a
realização da cultura fúngica ( SCARAMPELLA et al., 2015; DONG et al., 2016).
31

Figura 11 - Achados dermatoscópicos em gato com dermatofitose (M. canis) com aumento
de 10 vezes. Região na margem da orelha: estruturas semelhantes a vírgula (indicada por
setas), pelos quebrados e opacos, com espessura homogênea.

Fonte: SCARAMPELLA et al, 2015.

2.5.5 Biópsia

A biópsia na dermatofitose é raramente utilizada, já que a maioria dos casos são


diagnosticados e resolvidos antes de ser necessário o uso do exame histológico. Este método
avalia a presença do fungo, mas não indica a sua espécie. Normalmente é utilizado quando há
presença de lesões incomuns ou mais graves devido a infecção. Deve ser recolhido amostras
de tecidos onde há lesões e enviar ao laboratório, onde é utilizado colorações de ácido
periódico de Schiff (PAS) e metenamina prata de Grocott-Gomori (GMS) além da coloração
hematoxilina e eosina (H&E) ( PATEL, 2011; MORIELLO et al., 2017).
Normalmente as características encontradas no histopatológico são: padrões
nodulares, piogranulomatoso, visualização de folículos pilosos infectados ou uma dermatite
perivascular superficial. Já os pseudomicetoma é caracterizado por paniculite granulomatosa
com a presença de elementos fúngicos (BOND, 2010).
32

2.5.6 PCR

O método de reação em cadeia de polimerase é pouco utilizado na medicina


veterinária para o diagnóstico de dermatofitose, apesar de identificar se há ou não a presença
de dermatófitos e também a sua espécie. É comumente utilizado quando a cultura fúngica
apresenta resultado negativo. O resultado por PCR pode ser obtido em apenas um dia, um dos
pontos positivos do teste. Os métodos utilizados variam de acordo com o método de extração
de DNA e primers (MORIELLO et al., 2017; MORIELLO; LEUTENEGGER, 2018).
O PCR quando apresenta resultado positivo, pode demonstrar uma infecção ativa
como também uma infecção não ativa, já que o mesmo detecta um organismo fúngico já
morto. Este método apesar de se mostrar eficiente ainda possui um custo elevado, sendo
preferível realizar outros meios de diagnóstico (MORIELLO et al., 2017).
Em um estudo feito por MORIELLO et al (2018), foram analisados 52 gatos
provenientes de abrigos que possuíam lesões de pele. Foi realizado o teste de PCR e cultura
fúngica na amostragem, sendo que obtiveram um resultado satisfatório em relação ao PCR.
Dos 52 gatos, 49 apresentaram resultado positivo para dermatofitose em ambos testes. O PCR
identificou 45 de 46 gatos infectados por Microsporum canis e dois de quatro gatos positivos
para Trichophyton spp. Além disso, identificou adequadamente dois gatos que não estavam
infectados. Com isso, pode-se concluir que o teste por PCR é extremamente confiável para o
diagnóstico da doença (MORIELLO; LEUTENEGGER, 2018).

2.6 TRATAMENTO

Os animais com diagnóstico de dermatofitoses devem receber tratamento tanto


tópico quanto sistêmico, para reduzir a infecção e a contaminação ambiental. O tratamento
deve ser realizado mesmo que haja remissão dos sinais clínicos, e até que se obtenha três
culturas negativas consecutivas com duas semanas de intervalo, sendo continuado por 2 a 4
semanas após os resultados negativos. Caso o tratamento for interrompido o animal irá
apresentar remissão dos sinais clínicos e uma possível resistência aos antifúngicos (BOND,
2010; PATEL, 2011).
Um animal só pode ser considerado curado, quando apresentar culturas negativas
ao longo de vários meses, com isso faz-se necessário o acompanhamento do paciente ao longo
do tratamento (HNILICA, 2006).
33

2.6.1 Tratamento tópico

A terapia tópica em animais com dermatofitoses é imprescindível, pois é o único


meio de matar os esporos presentes no pelo. Para o tratamento tópico ter sucesso, em animais
com pelos longos é necessário realizar uma tosa antes da aplicação do medicamento, isso irá
facilitar também a retirada de esporos, reduzindo a contaminação ambiental. Atualmente estão
disponíveis soluções antifúngicas contendo miconazol, clotrimazol e enilconazol, em forma
de shampoos, spray, loções e cremes, que devem ser aplicadas por até duas semanas mesmo
após a cultura negativa, juntamente a aplicação de shampoo a base de clorexidine 3%
(MATTEI, 2009; MORIELLO et al., 2017).
O uso de cal de enxofre também apresenta uma eficácia no tratamento, sendo
aplicada semanalmente sob a forma de enxágue. Em estudo feito com gatos positivos para
dermatofitose, a cal de enxofre e o enilcolazol foram eleitos como primeira opção de escolha
na terapia tópica. Outro ponto que deve ser levado em consideração é a escovação do pelo do
animal antes do uso de antifúngicos tópicos, já que auxilia na visualização das lesões
(MORIELLO, 2014).

2.6.2 Tratamento sistêmico

O tratamento sistêmico tem como objetivo cessar a infecção fúngica e sua


proliferação. Em todos os casos de dermatofitose, devem ser utilizados a terapia sistêmica. Os
antifúngicos mais utilizados na medicina veterinária são: itraconazol, cetoconazol, terbinafina
e griseofulvina ( PATEL, 2011; MORIELLO et al., 2017).
O cetoconazol é o primeiro composto azólico disponível em forma oral, sendo
utilizado frequentemente na medicina veterinária. Apesar de sua eficiência não ser alta é um
dos antifúngicos mais baratos. Sua dosagem varia de 5 a 10 mg/kg, sendo administrado uma
vez ao dia, em gatos. Em cães a dose é maior, 5-20 mg/kg, a cada 12 horas. Alguns efeitos
adversos são: anorexia, aumento de enzimas hepáticas e supressão dos níveis basais de
cortisol (MADDISON; PAGE; CHURCH, 2010; PATEL, 2011).
O itraconazol apesar de ser o medicamento mais caro, é geralmente o mais seguro
e mostra-se mais eficiente em relação ao cetoconazol, sem ser necessário a associação de
outros fármacos na terapia sistêmica de dermatofitose. Nota-se uma certa demora no início da
melhora clínica após o uso do itraconazol, portanto em casos graves é preciso utilizar a
anfotericina B simultaneamente. Sua biodisponibilidade depende do pH gástrico, sendo mais
34

eficiente em meio ácido, por isso é recomendado que seja administrado após as refeições. A
dose recomendada para cães é de 5-10 mg/kg, a cada 24 horas e para gatos 10 mg/kg, a cada
24 horas, tendo como possíveis efeitos adversos dermatite ulcerativa local, vômito e elevação
de enzimas hepáticas (BOND, 2010; MADDISON; PAGE; CHURCH, 2010; MORIELLO et
al., 2017).
A griseofulvina é um medicamento considerado fungistático, e é utilizado para o
tratamento de dermatofitoses causadas por Microscoporum e Trichophyton, inibindo a síntese
de ácidos nucleicos e a mitose celular. Atualmente este medicamento está sendo substituído
pelo itraconazol, por ter mais tolerância especialmente em relação aos felinos e também por
ser mais eficiente contra Microsporum canis. Não pode ser utilizada em animais gestantes, já
que possui caráter teratogênico e deve ser manuseada com o uso de luvas. Sua dosagem varia
de acordo com o tamanho da molécula do medicamento: formulação em micropartículas, 20-
50 mg/kg/dia, fracionadas a cada 12 horas, formulação em ultramicropartículas, 5-20
mg/kg/dia, fracionadas a cada 12 horas, estas dosagens servem tanto para cães quanto para
gatos. Seus efeitos adversos variam de vômito, diarreia, anorexia a supressão da medula
óssea, principalmente em gatos filhotes (BOND, 2010; MADDISON; PAGE; CHURCH,
2010; PATEL, 2011).
Já a terbinafina é um medicamento antifúngico sintético que pertence à classe das
alilaminas. Seu mecanismo de ação é a inibição da enzima esqualeno epoxidase, sendo que a
maioria das vezes é utilizada simultaneamente ao itraconazol em casos de infecções graves.
Possui uma alta eficácia, principalmente em felinos. Sua dosagem varia de acordo com o grau
da infecção fúngica, sendo que, em casos de infecções profundas: 5-10 mg/kg, a cada 24
horas, combinadas com intraconazol; já em casos de dermatofitoses leves: 30-40 mg/kg, a
cada 24 horas. Os efeitos adversos mais comuns são relacionados ao trato grastrointestinal,
sendo a hepatoxicidade raramente pode ocorrer (MADDISON; PAGE; CHURCH, 2010;
MORIELLO et al., 2017).

2.7 CONTROLE E PREVENÇÃO

O confinamento do animal portador de dermatofitoses é essencial para minimizar


a disseminação da doença, tanto para outros animais presentes no local quanto para humanos,
principalmente crianças. Em gatis e canis é muito importante que cada animal tenha sua
gaiola para evitar contaminações (MORIELLO, 2014).
35

Realizar a descontaminação do ambiente em que o animal vive, é essencial no


tratamento das dermatofitoses, já que os esporos dos fungos conseguem sobreviver por muito
tempo no local. Além disso, esse manejo diminui o risco de transmissão dos dermatófitos para
outros animais além de minimizar o contágio dos fômites presentes no local. Antes de realizar
a desinfecção, deve-se confinar o animal infectado em um cômodo que possa ser facilmente
descontaminado (HNILICA, 2006; PATEL, 2011; MORIELLO et al., 2017).
Tapetes, carpetes e camas que o animal utiliza, devem ser frequentemente limpos
e aspirados com a ajuda de aspirador de pó. Em casos de tecidos que podem ir a máquina de
lavar, é importante usar o ciclo de lavagem mais longo possível, já que a agitação da máquina
auxilia na remoção de esporos e se for preciso, esse processo pode ser repetido (MORIELLO,
2014). Instrumentos que entraram em contato com os animais portadores de dermatofitoses
devem ser igualmente desinfetados, incluindo também comedouros, bebedouros, escovas,
tolhas de banho, brinquedos, entre outros (MORIELLO et al., 2017).
Atualmente há vários agentes desinfetantes disponíveis no mercado para a
descontaminação do ambiente, como, hipoclorito de sódio, amônia quartenária, peróxido de
hidrogênio, porém o mais utilizado é o hipoclorito de sódio, em uma diluição de 1:10 a 1:100.
Este agente deve ser utilizado em todos os itens mencionados anteriormente. Os banhos com
medicamentos tópicos, também são essenciais na diminuição da transmissão da
dermatofitoses, e na contaminação do local e é essencial que nenhum animal novo seja
introduzido até que o tratamento esteja concluído (HNILICA, 2006; MORIELLO et al.,
2017).
A lâmpada de Wood é uma ótima alternativa para o controle de esporos no
ambiente. Normalmente é utilizada em gatis e canis que foram expostos a contaminação
fúngica. Já a cultura fúngica é mais utilizada quando há suspeita de uma nova contaminação
ambiental ou caso suspeitar-se de uma falha na descontaminação. Neste caso deve ser
coletado amostras para a cultura após a limpeza do local, lembrando que pode apresentar um
resultado positivo mesmo não havendo contaminação, já que há a presença de dermatofitoses
humanas, como por exemplo, o dermatófito Trichophyton rubrum (MORIELLO, 2014).

2.7.1 Vacina

Atualmente há disponível 18 relatórios publicados em relação a segurança e


imunologia do uso de vacinas vivas e inativadas para a prevenção de dermatóofitoses em cães
e gatos. Em um estudo, cães receberam a vacina viva contra T. verrucosum ou M. canis, em
36

duas doses e após 36 dias foram expostos aos agentes diretamente. Cerca de 28 destes animais
não desenvolveram a doença em relação ao dermatófito M. canis, já os vacinados contra T.
verrucosum apresentaram evidentemente a patologia (MORIELLO et al., 2017).
Em um segundo estudo envolvendo gatos filhotes, foi utilizado a vacina inativada
contra M. canis. Neste, foi observado o desenvolvimento de anticorpos IgG e IgM contra o
dermatófito, porém não conferiu proteção contra a infecção quando foram expostas ao agente
posteriormente. Já em um estudo realizado na Polônia revelou que houve proteção contra a
infecção em gatos com mais de 1 mês de idade. Estes animais (cerca de 27 gatos) receberam
uma dose de 3 mL de uma vacina inativada para M. canis, duas vezes com um intervalo de 15
dias. Todos os animais obtiveram uma remissão clínica no dia 15, apresentaram cultura
negativa no dia 28 e assim permaneceram. Já o segundo grupo que não recebeu a vacinação
apresentou lesões e cultura positiva para dermatofitose (MORIELLO et al., 2017).
Em alguns países como a Noruega, já se utiliza vacinas com cepas vivas e
atenuadas para T. verrucosum em rebanhos bovinos e as mesmas apresentam um resultado
positivo. Sendo assim, o maior desafio para os imunologistas atualmente é a produção de uma
vacina eficaz para animais de companhia (BOND, 2010).
37

3 MATERIAL E MÉTODOS

O estudo foi submetido ao CEUA (Comissão de Ética no Uso de Animais) cujo


número do protocolo 18.039.5.05.IV. O estudo retrospectivo foi realizado no Laboratório Vet
Análises, em Florianópolis/SC, onde foram avaliados os exames de cultura fúngica de cães e
gatos, coletados de um sistema próprio do laboratório, realizados no período de janeiro de
2015 a dezembro de 2018. Todos os exames contendo as informações epidemiológicas
necessárias foram utilizados sem exclusão.
Verificaram-se os seguintes dados cadastrais nos laudos: espécie animal (canina e
felina), raça (todas as raças registradas no laudo), sexo (macho e fêmea), idade classificados
em filhote (0 à 1 ano de idade), adultos (de 1 ano à 7 anos de idade) e idoso (acima de 7 anos)
e espécie fúngica do dermatófito identificado no exame.
Os dados populacionais sobre espécie fúngica, espécie animal, raça, sexo, idade
tiveram suas frequências distribuídas em cada variável. Para isso, foi utilizado o software
Excel 2016 do pacote Office 2016 da plataforma Windows 10, tendo como análise estatística
utilizada a forma de prevalência.
38

4 RESULTADOS

Os resultados serão apresentados em forma de artigo científico formatado de


acordo com as normas da revista Medvep.

4.1 NORMAS PARA PUBLICAÇÃO DE ARTIGOS

MEDVEP – Revista Científica de Medicina Veterinária – Pequenos Animais e


Animais de Estimação

4.1.1. Objetivo

A MEDVEP – Revista Científica de Medicina Veterinária – Pequenos Animais e


Animais de Estimação têm sua publicação trimestral, com trabalhos de pesquisa, casos
clínicos e revisões de literatura, destinados aos Médicos Veterinários e profissionais de áreas
afins, além de atualizações e informações diversas.

4.1.2. Normas Gerais

Os trabalhos enviados para publicação devem ser inéditos, não sendo permitida a
sua apresentação simultânea em outro periódico. À MEDVEP reservam-se todos os
direitos autorais dos trabalhos publicados, inclusive de tradução, permitindo, entretanto, a
sua posterior reprodução como transcrição e com devida citação de fonte, sendo que
nenhum dos autores será remunerado.
A MEDVEP receberá para publicação trabalhos redigidos em português, sendo
os textos de inteira responsabilidade dos autores. A redação deve ser clara e precisa, evitando-
se trechos obscuros, incoerências e ambigüidades.
A MEDVEP reserva-se o direito de submeter todos os trabalhos originais à
apreciação da Comissão de Publicação Científica. Os conceitos emitidos nos trabalhos
publicados serão de responsabilidade exclusiva dos autores, não refletindo obrigatoriamente a
opinião da Comissão Científica e do Conselho Editorial.
As datas de recebimento, reformulação (se houver) e de aceitação do
trabalho constarão, obrigatoriamente, no final do mesmo, quando da sua publicação.
39

4.1.3 Forma de apresentação

Elementos constituintes obrigatórios e ordem de apresentação:


Trabalho de pesquisa: Título em português, título em inglês, nome(s) do(s)
autor(es), titulação do(s) autor(es), resumo, palavras-chave, introdução, revisão da
literatura, proposição, material e métodos, resultados e discussão, conclusões ou
considerações finais, abstract, keywords e referências.
Relato de casos clínicos: Título em português, título em inglês, nome(s)
do(s) autor(es), titulação do(s) autor(es), resumo, descritores, introdução e revisão
da literatura, proposição, relato do(s) caso(s) clínico(s), discussão, conclusões
ou considerações finais, abstract, keywords e referências.
Revisão da literatura: Título em português, título em inglês, nome(s) do(s)
autor(es), titulação do(s) autor(es), resumo, palavras-chave, introdução e proposição, revisão
da literatura, discussão, conclusão ou considerações finais, abstract, keywords e referências.
Matéria da capa: A pauta e os elementos constituintes obrigatórios ficam a critério
do corpo editorial, dos consultores indicados e do(s) autor(es) responsável(eis) pela
produção da matéria.
Editorial: Opinião comentada do editor, corpo editorial ou autor convidado, em
que se discutem o conteúdo da revista e possíveis alterações na missão e/ou forma da
publicação.
Conversando com o leitor: Título em português, nome(s) e titulação do(s)
autor(es), comentários sobre assuntos de relevância, com citação no corpo do texto da(s)
fonte(s) da informação apresentada.
Entrevista: Pergunta: questões pertinentes sobre um determinado assunto da
área médica, formulada de maneira sucinta. Resposta: restrita à questão formulada,
com nome(s) do(s) entrevistado(s) e titulação.
Lançamentos e tecnologia: Notícia de lançamento de material ou equipamento
de Medicina Veterinária; usar o mínimo possível de propaganda nos artigos, reservar
um espaço para propaganda.
40

4.1.4 Anúncios publicitários

Devem estar em conformidade com as especificações contratadas com o setor


comercial. A revista MEDVEP exime-se de qualquer responsabilidade pelos serviços e/ou
produtos anunciados, cujas condições de fornecimento e veiculação publicitária estão sujeitas
ao Código de Defesa do Consumidor e ao CONAR (Conselho Nacional de Auto-
regulamentação Publicitária).

4.1.5 Comitê de Ética

Todos os trabalhos que envolvam estudos com seres vivos, deverão estar de
acordo com os Princípios Éticos para Uso de Animais de Laboratório, do SBCAL/COBEA,
http://www.cobea.org.br, e terem sido aprovados pela Comissão de Ética da Instituição.
Enviar cópia da aprovação do CEP (Comitê de Ética em Pesquisa).
OBS.: Trabalhos que não atendam este item não serão publicados.

4.1.6 Apresentação de originais e suporte físico

Os originais destinados à MEDVEP deverão ser redigidos de acordo com o Estilo


Vancouver.
Os originais deverão ser redigidos na ortografia oficial e digitados na fonte
Arial tamanho 12 em folhas de papel tamanho A4, com espaço duplo e margem de 2cm de
cada um dos lados, tinta preta, páginas numeradas no canto superior direito, não
sendo impostas regras para o tamanho do artigo ou o número de figuras; porém, se por
demais extenso, o conselho editorial pode pedir para que seja reduzido. Encaminhar também
cópia do trabalho gravada em CD Rom, sempre acompanhada de 1 cópia em papel,
sem nenhuma identificação dos autores. Em folha à parte deve constar o título do
trabalho, nome completo dos autores, suas titulações mais importantes, endereço principal
para correspondência, telefone e e-mail. (De todos os autores.)
Os elementos que fazem parte do texto devem ser apresentados como se segue:
Primeira página:
a) Título e subtítulo (português/inglês): deve ser conciso contendo somente
as informações necessárias para a identificação do conteúdo.
41

b) Especificação: se o trabalho é resumo ou parte de dissertação/tese ou


monografia mestrado/doutorado ou especialização, iniciação científica ou outros.
c) Nome(s) do(s) autor(es): por extenso na ordem a ser publicada, contendo
sua titulação e instituição à qual é afiliado(a).
d) Endereço principal para correspondência e e-mail: do autor responsável pelo
artigo.
Demais páginas: devem ser estruturadas conforme a categoria do artigo (item 3).
a) Título e subtítulo (português/inglês).
b) Resumo e Abstract: consiste na apresentação concisa e seqüencial, em um
único parágrafo; deve ter no máximo 250 palavras, ressaltando-se o objetivo, material e
métodos, resultados e conclusões.
c) Palavras-chave e Keywords: correspondem às palavras ou expressões
que identifiquem o conteúdo do artigo. Para a determinação dos descritores, deve-se
consultar a lista de “Descritores em Ciências da Saúde – DeCS”, elaborada pela BIREME
(http:// decs.bvs.br). De 3 a 5 descritores.
d) Introdução: deve apresentar com clareza a proposta do estudo tratado na
pesquisa. O
objetivo deve ser concisamente apresentado.
e) Revisão de Literatura: deve ser pertinente, abrangendo os clássicos e artigos
atuais.
f) Relato do(s) caso(s) clínico(s): com informações claras e suficientes para
bom entendimento, ilustrado com fotos. Citar autorização do paciente/responsável
para divulgação do caso clínico.
g) Material e métodos: identificar os métodos, equipamentos e procedimentos em
detalhes suficientes para permitir que outros pesquisadores reproduzam os resultados.
Métodos publicados devem ser referenciados, incluindo métodos estatísticos, oferecendo
referências e descrições breves que tenham sido publicadas, mas ainda não sejam bem
conhecidas, descrever métodos novos ou substancialmente modificados, dar as razões para
usá-los e avaliar as suas limitações. Citar aprovação CEP (nº protocolo).
h) Resultados: devem ser apresentados com o mínimo possível de discussão
ou interpretação pessoal, acompanhados de tabelas e ilustrações, quando necessário. Não
repetir no texto todos os dados já apresentados em ilustrações e tabelas,
enfatizando somente as observações importantes. Podem ser apresentados juntamente com
a discussão.
42

i) Discussão: enfatizar os aspectos novos e importantes do estudo e as


conclusões resultantes. Deve restringir-se ao significado dos dados obtidos, evitando-se
hipóteses não fundamentadas nos resultados. Relatar observações de outros estudos relevantes
e relacioná-los ao conhecimento já existente.
j) Conclusão(ões) ou Considerações finais: deve(m) ser pertinente(s) ao(s)
objetivo(s) propostos e justificadas nos dados obtidos. Devendo ser respondida a hipótese de
trabalho.
k) Referências as referências devem ser numeradas consecutivamente na ordem
em que são primeiramente mencionadas no texto. Identificar as referências no texto, tabelas e
legendas por números arábicos entre parênteses. Os títulos de periódicos devem ser
abreviados de acordo com Index Medicus e impressos sem negrito, itálico ou grifo, devendo-
se usar a mesma apresentação em todas as referências, não devendo ser pontuados. Nas
publicações com até seis autores, citam-se todos; acima de seis autores, citam-se os seis
primeiros, seguidos da expressão et al. A exatidão das referências é de responsabilidade dos
autores. Comunicações pessoais, trabalhos em andamento e os não publicados não devem ser
incluídos na lista de referências, mas citados em notas de rodapé com asterisco.
Folhas à parte:
a) Agradecimentos (se houver): agradecimentos de ajuda técnica, apoio financeiro
e material devem especificar sua natureza, sua contribuição. Podem ser mencionadas pessoas
que tenham contribuído intelectualmente para o artigo, mas cujas contribuições não
justifiquem a autoria. Os autores devem obter autorização das pessoas às quais são dirigidos
os agradecimentos.
b) Legendas: deverão ser claras, concisas e precedidas da numeração
correspondente.
c) Endereço, telefone e e-mail de todos os autores: para o encaminhamento
de correspondências pela Comissão de Publicação.
d) Norma de publicação e declaração de responsabilidade assinada por todos
os autores.
Citação no texto: é a menção no texto de uma informação extraída de um
documento ou um canal de informação. Não serão aceitas citações no Sistema alfabético,
somente no Sistema numérico (números entre parênteses): quando uma publicação tiver dois
autores, ambos são citados; quando a citação tiver três ou mais autores, apenas o primeiro
deve ser citado, seguido da expressão et al. Exemplos: um autor: Segundo Porto
43

Neto (1); dois autores: Macedo, Silva (2); mais de dois autores: Alvarenga et al.
(3); ou no final da frase entre parênteses (Porto Neto, Macedo, Silva, Alvarenga et al.) (4).

4.1.7 Numeração, citação, ilustrações e posição das tabelas, quadros, figuras e gráficos

As ilustrações (gráficos, desenhos, etc.) devem ser construídas preferencialmente


em programa apropriado como Word, Excel, Corel ou outros, fornecidas em formato
digital junto com o CD Rom do artigo e também apresentadas em folhas separadas (papel)
e numeradas consecutivamente em algarismos arábicos.
As fotografias deverão ser fornecidas em slides ou cromos originais, não-
digitalizadas, com cópias numeradas e com o nome do artigo, não contendo nenhuma forma
de identificação dos autores. O autor deverá ter uma cópia deste material caso ocorra extravio.
Câmeras digitais: Para obter uma impressão com qualidade em uma imagem
digital, geralmente é necessário resolução entre 240 e 300 pixels por polegada (ou em termos
de impressão, pontos por polegada, ppp). A câmera deve produzir um tamanho de imagem
de 3.900 × 5.400 pixels. As imagens deverão ser gravadas em CD-ROM e com cópia.
TODAS AS ILUSTRAÇÕES (GRÁFICOS, DESENHOS, FOTOS, ETC.) ESTARÃO
SUJEITAS À AVALIAÇÃO E ELAS DEVEM SER ENVIADAS SEPARADAMENTE DO
TEXTO. Para mais informações, enviar e-mail para edicao@medvep.com.br.
As tabelas, quadros, gráficos e figuras devem ser numerados consecutivamente
em algarismos arábicos.
As legendas de tabelas e quadros devem ser colocadas na parte superior destes.
As legendas de figuras e gráficos devem ser colocadas na parte inferior destes.
Todas as tabelas, quadros, figuras e gráficos, sem exceção, devem ser citados no
texto.

4.1.8 Termos científicos

Os termos científicos devem ser grafados por extenso, em vez de


seus correspondentes simbólicos abreviados.
Unidades de medida devem ser apresentadas rigorosamente de acordo com o
Sistema Internacional de Medidas.
44

4.1.9 Exemplos de referências

a) Livro com um autor


Carranza Junior FA. Glickman periodontia clínica. 7ª ed. Trad. de André M. Rodrigues.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1992.
b) Livro com dois autores
Primosh RE, Mathewson RJ. Fundamentals of pediatric dentistry. 4th ed.
Chicago: Quintessence; 1999.
c) Em suporte eletrônico
Falzon MR. Implants: adults and children [monograph on CD-ROM]. 3rd ed. New
York: Wiley; 2000.
Carmell LP, Green DL. Histopathology [monograph online]. Philadelphia: Lippincott;
2001. [cited 2002 Jan 22]. Available from: URL: http://www.hist.com/dentistry
d) Capítulo de livro
Porter RJ, Meldrum BS. Antiepileptic drugs. In: Katzung BG, editor. Basic and
clinical pharmacology. 6th ed. Norwalk, CN: Appleton and Lange; 1995. p.361-80.
e) Em suporte eletrônico
Chandler RW. Principles of internal fixation. In: Wong DS, Fuller LM.
Prosthesis [monograph on CD-ROM] 5th ed. Philadelphia: Saunders; 1999.
Tichemor WS. Persistent sinusitis after surgery. In: Tichemor WS. Sinusitis: treatment
plan that works for asthma and allergies too [monograph online]. New York: Health On the
Net Foundation; 1996 [cited 1999 May 27]. Available from: URL:
http://www.sinuses.com/postsurg.htm
f) Artigo de periódico
Meira r, Barcelos R, Primo LG. Respostas do Complexo dentino-pulpar aos traumatismos em
dentes decíduos. J Bras Odontopediatr Odontol Bebê 2003; 6(20):50-55.
g) Com mais de seis autores
Ono I, Ohura T, Narumi E, Kawashima L, Nakamura IR, Otawa LL et al. Three-
dimensional analysis of craniofacial bones. J Craniomaxillofac Surg 2000; 20:49-60.
h) Em suporte eletrônico
Zöllner N, Antoniazzi JH. Estudo in vitro da permeabilidade radicular de dentes humanos, na
presença ou não de doença periodontal. ECLER Endod [periódico online] 1999;
1(1). Disponível em: URL: http://www.bireme.br/scler [2000 dez.1]
i) Artigo sem indicação de autor
45

Ethics of life and death. World Med J 2000; 46:60-64.


j) Organização ou Sociedade como autor
Organização Panamericana da Saúde. Prevenção e controle de doenças infecciosas.
Bol Oficina Sanit Panam 1999;151:223-72.
k) Volume com suplemento
Shen HM. Risk assessment of nickel carcinogenicity. Environ Health Perspect
1994;102 Suppl 1:275-82.
l) Fascículo com suplemento
Moy AB. Centripetal tension and endothelial. Chest 1994;105(3Suppl):107-8.
m) Resumo
Collins JG, Kirtland BC. Experimental periodontics retards hamster fetal growth
[abstract 1117]. J Dent Res 1995;74:158.
n) Artigo citado por outros autores – apud
Edwards MK. Magnetic resonance of the head and neck. Dent Clin North
Am 1993;37(4):591-611 apud Dutra VD, Fontoura HES. A utilização da ressonância
magnética nuclear em odontologia: revisão da literatura e relato de caso. Rev Fac Odontol
Porto Alegre 1995;36(2):20-3.
o) Dissertações e Teses
Soares-Gow S. Avaliação da permeabilidade da superfície dentinária radicular
após apicectomia e tratamento com os lasers de Er:YAG ou CO2 9,6: um estudo in vitro
[Tese de Doutorado]. São Paulo: Faculdade de Odontologia da USP; 2001.
p) Em suporte eletrônico
Ballester RY. Efeito de tratamentos térmicos sobre a morfologia das partículas de pó e curvas
de resistência ao CREEP em função do conteúdo de mercúrio, em quatro ligas comerciais
para amálgama [Tese em CD-ROM]. São Paulo: Faculdade de Odontologia da USP; 1993.
Lourenço LG. Relação entre a contagem de microdensidade vasal tumoral e o prognóstico do
adenocarcinoma [Tese online]. São Paulo: Universidade Federal de São Paulo;
1999[citado 1999 Jun 10]. Disponível em: URL: http://www.epm.br/cirurgia/gastro/laercio
q) Trabalho apresentado em evento
Lima MGGC, Duarte RC, Sampaio MCC. Prevalência dos defeitos de esmalte em crianças
de baixo peso [resumo A027]. In: 16ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de
Pesquisa Odontológica; 1999 set. 8-11; Águas de São Pedro. Anais. São Paulo: SBPqO; 1999.
p.12.
r) Em suporte eletrônico
46

Gomes SLR. Novos modos de conhecer: os recursos da Internet para uso das
Bibliotecas Universitárias [CD-ROM]. In: 10º Seminário Nacional de Bibliotecas
Universitárias; 1998 Out 25-30; Fortaleza. Anais. Fortaleza: Tec Treina; 1998.
Barata RB. Epidemiologia no século XXI: perspectivas para o Brasil. In: 4º
Congresso Brasileiro de Epidemiologia [online]; 1998 Ago 1-5; Rio de Janeiro. Anais
eletrônicos. Rio de Janeiro: ABRASCO; 1998 [citado 1999 Jan 17]. Disponível em: URL:
http://www.abrasco.com.br/apirio98/

4.1.10 Avaliação

Os originais que deixarem de cumprir qualquer uma das normas aqui


publicadas relativas à forma de apresentação, por incompletude ou inadequação, serão
sumariamente devolvidos antes mesmo de serem submetidos à avaliação quanto ao mérito do
trabalho e à conveniência de sua publicação.
Uma vez aprovados na avaliação quanto à forma de apresentação, os originais
serão submetidos à apreciação da Comissão de Publicação, Conselho Editorial ou de
Assessores ad hoc, que dispõem de plena autoridade para avaliar o mérito do trabalho e
decidir sobre a conveniência de sua publicação, podendo, inclusive, reapresentá-los aos
autores, com sugestões para que sejam feitas as alterações necessárias no texto e/ou para que
os adaptem às normas editoriais da revista.
Os prazos fixados para nova submissão dos originais corrigidos serão informados
no ofício que acompanha os originais e deverão ser rigorosamente respeitados. A
nova submissão fora dos prazos estipulados acarretará o cancelamento definitivo do processo
de avaliação.
Os trabalhos que, a critério da Comissão de Publicação, do Conselho Editorial ou
de Assessores ad hoc, não forem considerados convenientes para publicação na
MEDVEP serão informados aos autores que poderão enviar para outros veículos se assim
desejarem.
Durante todo o processo de avaliação, os nomes dos avaliadores permanecerão
em sigilo perante os autores, e os nomes dos autores permanecerão em sigilo perante
os avaliadores. Para tanto, serão utilizados originais sem identificação dos autores.
47

4.1.11 Advertências

A preparação dos originais deve ser realizada seguindo-se rigorosamente as


normas aqui publicadas. A não observância de qualquer uma das normas acarretará a
devolução sumária dos originais, antes mesmo de sua apreciação pela comissão de avaliação.
48

5 ARTIGO CIENTÍFICO

ESTUDO RETROSPECTIVO DA OCORRÊNCIA DE DERMATOFITOSES EM


CÃES E GATOS NA REGIÃO DA GRANDE FLORIANÓPOLIS, SC

Retrospective study of the dermatophytoses occurrence in dogs and cats in


the region of Grande Florianópolis, SC

Caroline Pertile Nunes¹, Adriano de Souza Neto², Helena Galliccho Domingues³


¹Acadêmico(a) do Curso de Medicina Veterinária da Universidade do Sul de Santa
Catarina (UNISUL), Tubarão, SC, Brasil, E-mail: carolpertilemv@gmail.com.
²Professor do Curso de Medicina Veterinária da Universidade do Sul de Santa

Catarina (UNISUL), Tubarão, SC, Brasil, E-mail: adriano.asn@hotmail.com.


³Médica Veterinária e Responsável pelo Laboratório VetAnálises, Florianópolis, SC,
E-mail: vet_analises@yahoo.com.br.

Resumo

As dermatofitoses estão entre as zoonoses que mais acometem adultos e


crianças e é um dos distúrbios de pele mais presente na clínica de pequenos
animais. A doença é causada por dermatófitos, sendo que os principais agentes
fúngicos presentes nas infecções em animais de companhia são o Microsporum
canis, M. gypseum e o Trichophyton mentagrophytes. O diagnóstico eficaz dessa
patologia, assim como o seu tratamento correto são essenciais para que não
aumente os casos de transmissão. Este estudo teve como foco a avaliação do perfil
epidemiológico de dermatofitoses em cães e gatos na região da Grande
Florianópolis, SC. Foram analisados 1034 laudos de cultura fúngica provenientes de
um laboratório da região, verificando a espécie animal, sexo, raça, idade e espécie
fúngica. A espécie animal prevalente foi a canina (75,14%), seguida pela felina
(24,86%). No que diz respeito ao sexo, ambas as espécies apresentaram uma
prevalência em fêmeas (53,2% em cães e 54,1% em gatos). Já os machos, a
frequência foi de 46,2% em cães e 44,7% em gatos. Os animais sem raça definida
foram prevalentes neste estudo (20,6% em cães e 57,2% em gatos). Quanto aos
animais de raça definida apresentaram uma prevalência em caninos de: Shih Tzu
(13%), Yorkshire Terrier (10,7%), Pug (5,8%), Labrador Retriever (4,1%), Lhasa
Apso (4,1%), Buldogue Francês (3,5%), Pinscher (3,1%), Golden Retriever (3,0%),
49

Maltês (3,0%) e Poodle (3,0%). Já em felinos a prevalência de gatos com raça


definida foi de: Persa (31,5%), Siamês (5,1%) e Exótico (1,2%). Por fim, em relação
a idade, os animais foram divididos em três grupos (<1 ano; 1 a 7 anos; >7 anos).
Ambas as espécies apresentaram prevalência no grupo de 1 a 7 anos (53,7% em
cães e 43,6% em gatos). O segundo grupo mais frequente em cães foi >7 anos
(23%) e em gatos o grupo de <1 ano (20,2%). O dermatófito predominante foi o
Microsporum canis, tanto em caninos quanto em felinos (98,97% em cães e 99,61%
em gatos), seguido por Microsporum gypseum (0,77%) em cães e Trichophyton
mentagrophytes (0,26%). Já em felinos, o segundo dermatófito mais frequente foi o
Microsporum gypseum (0,39%). Os resultados obtidos neste estudo são de grande
importância para a região, auxíliando na compreensão de como esta zoonose se
comporta e contribuindo para um correto diagnóstico, tratamento, controle e
prevenção dos animais.

Palavras-chaves: Microsporum canis, canino, felino, cultura fúngica Florianópolis.

Abstract

Dermatophytoses are among the zoonoses that most affect adults and
children and is one of the most present skin disorders in the small animal clinic. The
disease is caused by dermatophytes, and the main fungal agents present in
infections in companion animals are Microsporum canis, M. gypseum and
Trichophyton mentagrophytes. The effective diagnosis of this pathology as well as its
correct treatment are essential so that it does not increase the cases of transmission.
This study focused on the evaluation of the epidemiological profile of
dermatophytosis in dogs and cats in the region of Grande Florianópolis, SC. We
analyzed 1034 reports of fungal culture from a laboratory of the region, verifying the
animal species, sex, race, age and fungal species. The prevalent animal species was
canine (75.14%), followed by feline (24.86%). Regarding sex, both species had a
prevalence in females (53.2% in dogs and 54.1% in cats). For males, the frequency
was 46.2% in dogs and 44.7% in cats. Non-breed animals were prevalent in this
study (20.6% in dogs and 57.2% in cats). Concerning defined breed animals, the
50

prevalence of canine was Shih Tzu (13%), Yorkshire Terrier (10,7%), Pug (5,8%),
Labrador Retriever (4,1%), Lhasa Apso (4,1%), Buldogue Francês (3,5%), Pinscher
(3,1%), Golden Retriever (3,0%), Maltês (3,0%) e Poodle (3,0%). In cats, the
prevalence of cats with defined breed was: Persa (31.5%), Siamês (5.1%) and
Exótico (1.2%). Finally, in relation to age, the animals were divided into three groups
(<1 year old; 1 to 7 years old; > 7 years old). Both species presented prevalence in
the group from 1 to 7 years old (53.7% in dogs and 43.6% in cats). The second most
frequent group in dogs was >7 years old (23%) and in cats the group of <1 year old
(20.2%). The predominant dermatophyte was Microsporum canis, both in canines
and felines (98.97% in dogs and 99.61% in cats), followed by Microsporum gypseum
(0.77%) and Trichophyton mentagrophytes (0.26% ) in dogs. In felines, the second
most frequent dermatophyte was Microsporum gypseum (0.39%). The results
obtained in this study are of great importance for the region, helping in the
understanding of how this zoonosis acts and contributing to a correct diagnosis,
treatment, control and prevention in animals.

Keywords: Microsporum canis, canine, feline, fungal culture, Florianópolis.

Introdução

Nos últimos anos o mercado pet brasileiro tem aumentado


consideravelmente. De acordo com um levantamento feito pela Abinpet (2018), de
2016 a 2017 houve um crescimento de 7,9%, classificando o Brasil como o terceiro
país com o maior faturamento em mercado pet do mundo. Isso demonstra que a
relação homem-animal vem crescendo juntamente, facilitando o contato e a
disseminação de patologias consideradas zoonóticas, como as dermatófitoses (1, 2).
As dermatofitoses estão entre as zoonoses que mais acometem adultos e
crianças, sendo também um distúrbio de pele importante na clínica de pequenos
animais. A doença é causada por dermatófitos, tendo três gêneros: Epidermophyton,
Microsporum e Trichophyton. Os principais presentes nas infecções em animais de
companhia são o Microsporum canis, M. gypseum e o Trichophyton mentagrophytes,
sendo que dentre estes, o M. gypseum é o único dermatófito que não possui caráter
zoofílico (3, 4).
51

Em humanos acarreta quadros clínicos conhecido por tineas, acometendo


pele (tinea corporis), cabelo e unhas (tinea capitis, tinea barbae) (5, 6). Já em
animais acarreta quadro clínico de dermatofitose propriamente dita, apresentando
alopecia, eritema, crostas, escamas, entre outros sinais clínicos (1, 7, 4). Algumas
características influenciam na ocorrência das dermatofises, como por exemplo,
idade (pacientes jovens estão mais propensos a se infectar), raça (há uma
predileção em Yorkshire terrier e gatos Persas) (8, 4).
Atualmente existem vários métodos de diagnóstico de dermatofitoses,
dentre eles a lâmpada de Wood é o meio de diagnóstico point-of-care e a cultura
fúngica é descrita como padrão ouro (3, 4). O diagnóstico eficaz dessa patologia,
assim como o seu tratamento correto são essenciais para que não aumente os
casos de transmissão dos animais de companhia para seus tutores (4).
Com isso, o objetivo deste trabalho foi realizar um estudo retrospectivo de
cães e gatos que apresentaram diagnóstico de dermatofitoses, através da cultura
fúngica, realizado em um laboratório veterinário de análises clínicas, na região da
Grande Florianópolis – SC. Os laudos foram coletados durante o período de janeiro
de 2015 a dezembro de 2018. Foi analisada a distribuição de frequência das
características dos pacientes, levando em consideração as variáveis: espécie, idade,
sexo e raça, além da espécie de dermatófito presente no laudo, para posteriormente
ser determinado um perfil epidemiológico da doença, assim, contribuindo para
maiores informações e conhecimento de como a doença se comporta na região.

Material e Métodos

O estudo foi submetido ao CEUA (Comissão de Ética no Uso de Animais)


cujo número do protocolo 18.039.5.05.IV. O estudo retrospectivo foi realizado no
Laboratório Vet Análises, em Florianópolis/SC, onde foram avaliados os exames de
cultura fúngica de cães e gatos, coletados de um sistema próprio do laboratório,
realizados no período de janeiro de 2015 a dezembro de 2018. Todos os exames
contendo as informações epidemiológicas necessárias foram utilizados sem
exclusão.
Verificaram-se os seguintes dados cadastrais nos laudos: espécie animal
(canina e felina), raça (todas as raças registradas no laudo), sexo (macho e fêmea),
idade classificados em filhote (0 á 1 ano de idade), adultos (de 1 ano à 7 anos de
52

idade) e idoso (acima de 7 anos) e espécie fúngica do dermatófito identificado no


exame.
Os dados populacionais sobre espécie fúngica, espécie animal, raça,
sexo, idade tiveram suas frequências distribuídas em cada variável. Para isso, foi
utilizado o software Excel 2016 do pacote Office 2016 da plataforma Windows 10,
tendo como análise estatística utilizada a forma de prevalência.

Resultados e Discussão

Foram analisados um total de 1034 laudos de cultura fúngica realizados


no Laboratório Vet Análises entre os anos de 2015 a 2018. Destes, 777 (75,14%)
eram provenientes de caninos e 257 (24,86%) de felinos (Tabela 1).
Este resultado vai de encontro com o estudo realizado por PALUMBO, et
al. (2010) (9), onde foram encontrados 136 cães e 22 gatos com dermatofitoses,
tendo uma prevalência da espécie canina em relação a felina. Porém, difere de
APPELT (2010) (10), onde em um estudo realizado em Porto Alegre, a prevalência
foi de felinos.
CABAÑES (2000) (11) traz que a variação de ocorrência de
dermatofitoses em cães é de 3,8 a 33,3%. Já em felinos essa oscilação é maior,
variando de 10 a 40%. O resultado deste estudo em relação a espécie felina vai ao
encontro com estas informações (24,86%). Entretanto, a espécie canina ultrapassou
estes dados (75,14%). Esta diferença de resultado pode ter ocorrido pela maior
demanda de caninos em clínicas veterinárias da região.

Tabela 1: Frequência de espécie e sexo em animais diagnosticados com


dermatofitoses.
Macho Fêmea NI Total

N % n % n % n %

Canino 359 46,2% 413 53,2% 5 0,6% 777 75,14%

Felino 115 44,7% 139 54,1% 3 1,2% 257 24,86%


(NI = Não Informado)
Fonte: Autor, 2019.
53

Em relação ao sexo, em cães, 53,2% foram fêmeas e 46,2% machos. Em


felinos a prevalência também foi de fêmeas com 54,1%, já em machos teve uma
frequência de 44,7% (Tabela 1). Apesar da diferença pequena na distribuição da
frequência, os resultados são semelhantes aos encontrados por PALUMBO (2010)
(9) e SANTOS (2015) (12), onde apresentaram uma prevalência de fêmeas para
ambas as espécies. Alguns autores (13) evidenciam que há uma maior frequência
em machos em relação a espécie felina. Isso pode ser explicado devido a diferença
de oleosidade na pele entre machos e fêmeas.
Já APPELT (2010) (10) traz que não há predisposição quanto ao sexo do
animal, tanto em cães como em gatos. A prevalência em fêmeas neste estudo pode
se dar a imunossupressão devido ao período estral, já que as dermatofitoses são
características em animais imunossuprimidos. Para confirmar essa hipótese, faz-se
necessário um estudo incluindo o período estral dos animais analisados.

Tabela 2: Frequência racial em caninos diagnosticados com dermatofitoses.


Raça Frequência
n %
SRD 160 20,6%
Shih Tzu 101 13%
Yorkshire Terrier 83 10,7%
Pug 45 5,8%
Labrador Retriever 32 4,1%
Lhasa Apso 32 4,1%
Buldogue Francês 27 3,5%
Pinscher 24 3,1%
Golden Retriever 23 3,0%
Maltês 23 3,0%
Poodle 23 3,0%
Outras 204 26,3%
Fonte: Autor, 2019.

Dos 777 exames de cães avaliados, 160 (20,6%) eram de animais Sem
Raça Definida (SRD), seguidos por 101 (13%) da raça Shih Tzu, 83 (10,7%) da raça
Yorkshire Terrier e 45 (5,8%) da raça Pug. As raças Labrador Retriever e Lhasa
54

Apso tiveram a mesma frequência (32 animais cada). Já as raças Buldogue Francês,
Pinscher, Golden Retriever, Maltês e Poodle apresentaram frequências
semelhantes, variando de 3,0 a 3,5%. As raças que obtiveram frequências abaixo de
2,4% foram agrupadas e classificadas como “outras” (Tabela 2).
Esses dados corrobam com o que foi encontrado por COSTA (2015) (14),
onde constatou-se que de 92 cães acometidos por dermatofitoses, 22 eram SRD, e
também por MATTEI (2009) (15), o qual evidenciou a prevalência em cães SRD e
nos cães com raça definida, obteve-se uma maior frequência de Yorkshire Terrier.
Porém, diverge em relação a outros autores, como, BALDA, et al. (2004) (13), que
apresentou uma prevalência em cães com raça definida, principalmente cães da
raça Yorkshire Terrier.

Tabela 3: Frequência racial em felinos diagnosticados com dermatofitoses.


Raça Frequência
n %
SRD 147 57,2%
Persa 81 31,5%
Siamês 13 5,1%
NI 6 2,3%
Exótico 3 1,2%
Outras 7 2,7%
(NI = Não Informado).
Fonte: Autor, 2019.

No que se diz respeito aos felinos, os Sem Raça Definida também


apresentaram uma maior frequência, com 147 animais (57,2%), seguidos por 81
(31,5%) Persas, 13 (5,1%) Siamês, 6 (2,3%) a raça não foi informada, 3 (1,2%) eram
exóticos e os que obtiveram frequência abaixo de 1% foram classificados como
“outras”.
Os dados foram ao encontro com o estudo realizado por RÊGO (2017)
(16), o qual evidenciou uma prevalência de felinos Sem Raça Definida
diagnosticados com dermatofitoses, seguido pelos felinos da raça Persa. O mesmo
ocorreu no estudo feito por COSTA (2015) (14), onde mostra que os felinos sem
55

raça definida tiveram uma frequência maior, já quando se tratou de felinos com raça
definida, os persas apresentaram uma maior prevalência.
Com isso, nota-se que as dermatofitoses não possuem uma
predisposição racial. Apesar disso, a frequência de cães e gatos com pelo longo
comparados aos animais com pelo curto ainda foi maior. Isso pode ser justificado
devido a estes animais apresentarem pelos alongados que proporcionam condições
ótimas de temperatura e umidade, facilitando a proteção e propagação dos
dermatófitos (4). Já para outros autores (17), pode ser explicado pela diferença nas
defesas cutâneas desses animais de raça definida, como, por exemplo a secreção
sebácea. Para os felinos da raça Persa ainda existe a teoria de que a predisposição
está associada ao hábito de serem mantido juntos em grandes grupos, o que facilita
a disseminação do dermatófito (17).

Tabela 4: Frequência de idade de caninos e felinos diagnosticados com


dermatofitoses.
Classificação
Frequência
Idade
Canino Felino
n % n %
NI 56 7,2% 46 17,9%
<1 125 16,1% 52 20,2%
1a7 417 53,7% 112 43,6%
>7 179 23% 47 18,3%
(NI = Não Informado; <1 = animais com menos de 1 ano; 1 a 7 = animais entre 1 a 7 anos; >8 = animais acima de 7 anos).
Fonte: Autor, 2019.

Em relação a idade, os animais foram classificados em três grupos:


menores que 1 ano (<1), de 1 a 7 anos (1 a 7) e maiores que 7 anos (>7). A
prevalência em caninos foi no grupo de 1 a 7 anos, apresentando um percentual de
53,7%, seguidos pelo grupo de >8 anos com 23% e posterior o grupo <1 ano com
16,1%. Em relação aos felinos o grupo de 1 a 7 anos também apresentou um maior
percentual (43,6%), seguido pelo grupo de <1 ano (20,2%) e posteriormente o grupo
de >8 anos (18,3%) (Tabela 4).
56

Ambas as espécies apresentaram maior frequência no grupo de 1 a 7


anos. Estes dados vão ao encontro com o que SANTOS (2015) (12) apresentou,
onde os cães classificados entre 4 a 6 anos e 7 anos em diante apresentaram maior
frequência. Diferente de outros trabalhos, como o de NEVES, et al. (2011) (1), que
traz que os cães e gatos de até 12 meses diagnosticados com dermatofitoses,
apresentaram uma maior frequência no estudo realizado. BIER (2013) (18) cita que
os animais filhotes são os mais propensos a dermatofitoses, além de apresentarem
uma maior capacidade de transmitirem fungos, como o Microsporum canis, devido a
imaturidade do sistema imune, pela baixa auto-higienização e por permanecerem
aglomerados por mais tempo quando filhotes, facilitando a disseminação do
dermatófito. Apesar disso, a prevalência não deixou de abranger os animais jovens
condizendo com a literatura.

Tabela 5: Frequência de fungos dermatófitos em caninos e felinos diagnosticados


com dermatofitose.
Fungo Canino Felino

n % n %

Microsporum canis
769 98,97% 256 99,61%

Microsporum gypseum
6 0,77% 1 0,39%

Trichophyton
2 0,26% - -
mentagrophytes

Fonte: Autor, 2019.

Por fim, o dermatófito mais presente no estudo, tanto em cães quanto em


gatos, foi o Microsporum canis (98,97% e 99,61% respectivamente), o qual sua
prevalência já é relatada na literatura. Em cães, o Microsporum gypseum teve uma
frequência de apenas 0,77% e Trichophyton mentagrophytes com 0,26% de
frequência. Já em gatos, o segundo mais presente foi o Microsporum gypseum com
apenas 0,39% (Tabela 5).
57

Estes resultados foram semelhantes ao que BIER (2013) (18) constatou em


seu estudo, onde evidenciou uma porcentagem de 94,4% de Microsporum canis
isolados de amostras de cães e em 100% das amostras positivas de gatos. RÊGO
(2017) (16) também apresentou uma prevalência no dermatófito Microsporum canis
ao isolar fungos em felinos.
A porcentagem de M. canis neste estudo foi significativamente alta em
ambas as espécies. Estes dados também vão ao encontro com estudos realizados
em pacientes humanos em São Paulo e Fortaleza, que apontam o M. canis como o
principal agente presente nos diagnósticos de Tinea capitis (1, 19). Isso evidencia o
estreito contato entre os animais de companhia e seus tutores, facilitando a
disseminação de doenças zoonóticas, como é o caso das dermatofitoses.
O Microsporum canis é caracterizado como zoofílico e é isolado em cerca de
60% em felinos, mesmo não apresentando lesões, e em 90% dos casos de
dermatofitoses em gatos, sendo estes considerados reservatório natural de M. canis.
(MORETTI, 2013). Além dos felinos, pode infectar os caninos sem causar sinais
clínicos também, o que facilita a disseminação da doença para outros animais e
humanos. Por esta razão, este fungo é tão presente em diagnósticos de
dermatofitoses (20, 21).
A limpeza de locais, como, casas, pet shops e clínicas veterinárias, acarreta
a um menor risco de infecção. Mas ainda se têm dificuldade de completa
descontaminação, pelo fato de que os fungos já possuem certa resistência às
substâncias químicas utilizadas. Com isso, os locais e objetos que os animais
portadores assintomáticos de M. canis têm acesso, acabam se tornando importantes
fontes de infecção para outros animais e humanos. Outra explicação para essa
contaminação zoonótica é o aumento da interação entres os cães e gatos com os
seres humanos, levando a uma possível reinfecção diante da disseminação de
esporos no ambiente de convívio (22).

Conclusão

O estudo revelou uma prevalência de animais sem raça definida


diagnosticados com dermatofitose. O dermatófito Microsporum canis se apresentou
58

sendo o mais frequente nos diagnósticos, tendo uma baixa frequência dos outros
fungos dermatófitos (Microsporum gypseum e Trichophyton mentagrophytes).
Este estudo irá auxiliar nos futuros diagnósticos de dermatofitoses,
ajudando na compreensão para tratamentos, controle e prevenção desta zoonose na
região estudada.

Referências

1. NEVES, R. D. D. M. et al. A retrospective of dermatophytosis in dogs and cats


Veterinary Hospital at the Universidade Federal de Mato Grosso, in the years
2006 to 2008. Ciencia Rural, v. 41, n. 8, p. 1405–1410, 2011.

2. NWEZE, E. I. Dermatophytoses in domesticated animals. Revista do


Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, v. 53, n. 2, p. 94–99, 2011.

3. MOLINA DE DIEGO, A. Aspectos clínicos, diagnósticos y terapéuticos de las


dermatofitosis. Enfermedades Infecciosas y Microbiologia Clinica, v. 29, n.
SUPPL. 3, p. 33–39, 2011.

4. MORIELLO, K. A. et al. Diagnosis and treatment of dermatophytosis in dogs


and cats.: Clinical Consensus Guidelines of the World Association for
Veterinary Dermatology. Veterinary Dermatology, v. 28, n. 3, p. 266–268,
2017.

5. SEGAL, E.; FRENKEL, M. Dermatophyte infections in environmental contexts.


Research in Microbiology, v. 166, n. 7, p. 564–569, 2015.

6. PASQUETTI, M. et al. Infection by Microsporum canis in Paediatric Patients: A


Veterinary Perspective. Veterinary Sciences, 2017.

7. NARDONI, S. et al. Canine and feline dermatophytosis due to microsporum


gypseum: A retrospective study of clinical data and therapy outcome with
griseofulvin. Journal de Mycologie Medicale, v. 23, n. 3, p. 164–167, 2013.
59

8. OLIVEIRA, A. R. DE et al. INCIDÊNCIA DE DERMATÓFITOS EM FELINOS


ATENDIDOS NO HOSPITAL VETERINÁRIO DA UNIVERSIDADE DE
FRANCA (UNIFRAN-SP). ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico
Conhecer, v. 11, p. 1476–1487, 2015.

9. PALUMBO, M. et al. Estudo epidemiológico das dermatofitoses em cães e


gatos atendidos no serviço de dermatologia da Faculdade de Medicina
Veterinária e Zootecnia da UNESP – Botucatu Epidemilogic survey of
dermatophytosis in dogs and cats attended at the dermatology service.
Semina: Ciências Agrárias, Londrina, p. 459–468, 2010.

10. APPELT, C. E. Estudo restrospectivo das dermatofitoses diagnosticada em


cães e gatos em Porto Alegre, RS, Brasil, no período de 1979 a 2009. [s.l.]
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2010.

11. CABAÑES, F. J. Dermatofitosis animales. Recientes avances. Revista


iberoamericana de micología, v. 17, p. 8–12, 2000.

12. SANTOS, M. S. DOS. PANORAMA DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE


ANIMAIS COM DERMATOFITOSES TÍTULO: ATENDIDOS NO HOSPITAL
VETERINÁRIO DE LEME-SP. 2015.

13. BALDA, A. C.; LARSSON, C. E.; OTSUKA, M.; GAMBALE, W. Estudo


retrospectivo de casuística das dermatofitose em cães e gatos atendidos no
Serviço de Dermatologia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia
da Universidade de São Paulo. Acta Scientiae Veterinariae, v. 32, p. 133-
140. 2004.

14. COSTA, B. S. DA. Faculdade De Agronomia E Medicina Veterinária. [s.l.]


Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília,
2015.

15. MATTEI, A. S. Diagnóstico de dermatofitose em pequenos animais: um


estudo retrospectivo na região sul do Rio Grande do Sul. [s.l.] Universidade
60

Federal do Rio Grande do Sul, 2009.

16. RÊGO, I. B. Estudo retrospectivo da ocorrência de dermatofitose nos felinos


domésticos atendidos no Hospital Veterinário da UnB entre os anos de 2016-
2017. [s.l.] Universidade de Brasília/Faculdade de Agronomia e Medicina
Veterinária, 2017.

17. CAFARCHIA, C. et al. The epidemiology of canine and feline


dermatophytoses in southern Italy. Mycoses, v. 47, n. 11–12, p. 508–513,
2004.

18. BIER, D. et al. Isolamento de dermatófitos do pelo de cães e gatos


pertencentes a proprietários com diagnóstico de dermatofitose. Archives of
Veterinary Science, v. 18, n. 1, p. 1–8, 2013.

19. VEASEY, J. V. et al. Epidemiological profile of tinea capitis in São Paulo City.
An Bras Dermatol, v. 92, n. 2, p. 283–4, 2017.

20. MEDEIROS, F.; CREPALDI, N.; TOGNOLI, L. Dermatófitos - revisão de


literatura. Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária, 2009.

21. NEVES, J. J. A. et al. Presence of dermatophytes in infected pets and their


household environment. Arq. Bra. Med. Vet. Zootec., v. 58, p. 138, 2015.

22. UHRLAS, S.; KRÜGER, C.; NENOFF, P. Microsporum canisMicrosporum


canis. Der Hautarzt, v. 66, n. 11, p. 855–862, 2015.
61

6 CONCLUSÃO

As dermatofitoses é um distúrbio de pele muito importante e frequente na


clínica de pequenos animais, além de ser uma das zoonoses que mais acometem
adultos e crianças. O seu correto diagnóstico é indispensável para ser realizado um
tratamento eficaz, evitando possíveis transmissões dos animais para seus tutores.
O presente estudo revelou uma prevalência de animais sem raça definida
diagnosticados com dermatofitose. O dermatófito Microsporum canis se apresentou
sendo o mais frequente nos diagnósticos, tendo uma baixa frequência dos outros
fungos dermatófitos (Microsporum gypseum e Trichophyton mentagrophytes).
Este estudo irá auxiliar nos futuros diagnósticos de dermatofitoses,
ajudando na compreensão para tratamentos, controle e prevenção desta zoonose na
região estudada.
62

REFERÊNCIAS

BIER, D. et al. Isolamento de dermatófitos do pelo de cães e gatos pertencentes a


proprietários com diagnóstico de dermatofitose. Archives of Veterinary Science, v. 18, n. 1,
p. 1–8, 2013.

BIN, L. L. C. et al. Comparação De Métodos Diagnósticos Para Dermatofitose Em Animais


De Companhia. Colloquium Agrariae, v. 5, n. 1, p. 46–51, 2010.

BOND, R. Superficial veterinary mycoses. Clinics in Dermatology, v. 28, n. 2, p. 226–236,


2010.

CABAÑES, F. J. Dermatofitosis animales. Recientes avances. Revista iberoamericana de


micología, v. 17, p. 8–12, 2000.

CAFARCHIA, C. et al. The epidemiology of canine and feline dermatophytoses in southern


Italy. Mycoses, v. 47, n. 11–12, p. 508–513, 2004.

CHAH, K. F. et al. Dermatophytes from skin lesions of domestic animals in Nsukka, Enugu
State, Nigeria. Veterinary Dermatology, v. 23, n. 6, p. 1–4, 2012.

CHAVES, L. J. Q. Dermatomicoses em cães e gatos: Avaliação do diagnóstico clínico-


laboratorial e dos aspectos epidemiológicos em uma população de portadores de lesões
alopécicas circulares. p. 88, 2007.

CHENGAPPA, M. M.; POHLMAN, L. M. Dermatófitos. In: MCVEY, S.; KENNEDEY, M.


(Eds.). . Microbiologia veterinária. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. p. 329–
333.

CORNEGLIANI, L.; PERSICO, P.; COLOMBO, S. Canine nodular dermatophytosis


(kerion): 23 cases. Veterinary Dermatology, v. 20, n. 3, p. 185–190, 2009.

COURTELLEMONT, L. et al. epidemiologia verrucosum Trichophyton infecção no Hospital


Universitário de Rennes , França : Um estudo retrospectivo de 12 anos. p. 1–5, 2017.
63

DA SILVA, V. F. et al. Agentes fúngicos da dermatofitose em cães e gatos do município de


Xanxerê, Santa Catarina. Semina: Ciencias Agrarias, v. 32, n. 3, p. 1095–1100, 2011.

DE AGUIAR PERES, N. T. et al. Dermatófitos: Interação patógeno-hospedeiro e resistência a


antifúngicos. Anais Brasileiros de Dermatologia, v. 85, n. 5, p. 657–667, 2010.

DONG, C. et al. Evaluation of dermoscopy in the diagnosis of naturally occurring


dermatophytosis in cats. Veterinary Dermatology, v. 27, n. 4, p. 275-e65, 2016.

FAJARDO, A. D. et al. Epidemiological Study of Surface Fungal Infections in Itajaí, Santa


Catarina. Revista Brasileira de Análises Clínicas, v. 49, n. 4, p. 396–400, 2017.

FERREIRO, L. et al. Isolamento de dermatófi tos e fungos saprotrófi cos do pelame de gatos
sem dermatoses na região metropolitana de Porto Alegre - RS , Brasil Isolation of
Dermatophytes and Saprotrophic Fungi from the Hair Coat. Acta Scientiae Veterinariae, v.
42, n. 1, p. 8, 2014.

FRAGA, C. F. et al. Dermatófitos em gatos sem dermatopatias na região metropolitana de


Florianópolis, Brasil. Acta Scientiae Veterinariae, v. 45, n. 1, p. 1–7, 2017.

GONÇALVES, S. R. F.; FILHO, J. D. DA S. PSEUDOMICETOMA DERMATOFÍTICO


EM FELINO SRD: RELATO DE CASO. Revista Científica de Medicina Veterinária,
2015.

HNILICA, K. A. Dermatophytosis: Decontaminating multianimal facilities. Comp Contin


Edu Pract Vet, v. 28, n. 8, p. 564–579, 2006.

LACAZ, C. DA S. et al. Tratado de Micologia Médica. 9. ed. São Paulo: Sarvier, 2002.
MADDISON, J. E.; PAGE, S. W.; CHURCH, D. B. Farmacologia clínica de pequenos
animais. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

MATTEI, A. S. Diagnóstico de dermatofitose em pequenos animais: um estudo


retrospectivo na região sul do Rio Grande do Sul. [s.l.] Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, 2009.
64

MEDEIROS, F.; CREPALDI, N.; TOGNOLI, L. Dermatófitos - revisão de literatura. Revista


Científica Eletrônica de Medicina Veterinária, 2009.

MEZZARI, A.; FUENTEFRIA, A. M. Micoses Cutâneas. In: MEZZARI, A.; FUENTEFRIA,


A. M. (Eds.). . Micologia no laboratório clínico. 1. ed. Barueri, SP: Manole, 2012. p. 44–67.

MOLINA DE DIEGO, A. Aspectos clínicos, diagnósticos y terapéuticos de las


dermatofitosis. Enfermedades Infecciosas y Microbiologia Clinica, v. 29, n. SUPPL. 3, p.
33–39, 2011.

MORAES, M. A. et al. Pseudomicetoma dermatofítico: relato de um caso devido a


Trichophyton tonsurans. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 34, n. 3,
p. 291–294, 2001.

MORIELLO, K. Feline dermatophytosis: Aspects pertinent to disease management in single


and multiple cat situations. Journal of Feline Medicine and Surgery, v. 16, n. 5, p. 419–
431, 2014.

MORIELLO, K. A. et al. Diagnosis and treatment of dermatophytosis in dogs and cats.:


Clinical Consensus Guidelines of the World Association for Veterinary Dermatology.
Veterinary Dermatology, v. 28, n. 3, p. 266–268, 2017.

MORIELLO, K. A.; LEUTENEGGER, C. M. Use of a commercial qPCR assay in 52 high


risk shelter cats for disease identification of dermatophytosis and mycological cure.
Veterinary Dermatology, v. 29, n. 1, p. 26–66, 2018.

NARDONI, S. et al. Canine and feline dermatophytosis due to microsporum gypseum: A


retrospective study of clinical data and therapy outcome with griseofulvin. Journal de
Mycologie Medicale, v. 23, n. 3, p. 164–167, 2013.

NEVES, R. D. D. M. et al. A retrospective of dermatophytosis in dogs and cats Veterinary


Hospital at the Universidade Federal de Mato Grosso, in the years 2006 to 2008. Ciencia
Rural, v. 41, n. 8, p. 1405–1410, 2011.
65

NOBRE, M. O.; MEIRELES, M. C. A.; CORDEIRO, J. M. C. Importância do felino


doméstico na epidemiologia da dermatofitose por Microsporum canis. Revista da Faculdade
de Zootecnia, Veterinária e Agronomia. Campus de Uruguaiana., v. 7/8, n. 1, p. 84/91,
2007.

NWEZE, E. I. Dermatophytoses in domesticated animals. Revista do Instituto de Medicina


Tropical de São Paulo, v. 53, n. 2, p. 94–99, 2011.
OLIVEIRA, A. R. DE et al. INCIDÊNCIA DE DERMATÓFITOS EM FELINOS
ATENDIDOS NO HOSPITAL VETERINÁRIO DA UNIVERSIDADE DE FRANCA
(UNIFRAN-SP). ENCICLOPÉDIA BIOSFERA, Centro Científico Conhecer, v. 11, p.
1476–1487, 2015.

OLIVEIRA, J. C. DE. Paracoccidioidomicose (Micose de Lutz ou Blastomicose Sul


Americana). 4. ed. Rio de Janeiro: [s.n.].

PASQUETTI, M. et al. Infection by Microsporum canis in Paediatric Patients: A


Veterinary PerspectiveVeterinary Sciences, 2017.

PATEL, A. Dermatophytosis in cats and dogs. Companion animal, v. 2, n. 1, p. 310–316,


2011.

RÊGO, I. B. Estudo retrospectivo da ocorrência de dermatofitose nos felinos domésticos


atendidos no Hospital Veterinário da UnB entre os anos de 2016-2017. [s.l.] Universidade
de Brasília/Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, 2017.

RHODES, K. H. Dermatofitose. In: RHODES, K. H.; WERNER, A. H. (Eds.). .


Dermatologia em pequenos animais. 2. ed. São Paulo: Santos, 2014.

SANTOS, M. S. DOS. PANORAMA DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE ANIMAIS


COM DERMATOFITOSES TÍTULO: ATENDIDOS NO HOSPITAL VETERINÁRIO
DE LEME-SP. 2015
66

SCARAMPELLA, F. et al. Dermoscopic features in 12 cats with dermatophytosis and in 12


cats with self-induced alopecia due to other causes: An observational descriptive study.
Veterinary Dermatology, v. 26, n. 4, 2015.

SCARAMPELLA, F.; ZANNA, G.; PEANO, A. Dermoscopic features in canine


dermatophytosis: some preliminary observations. Veterinary Dermatology, v. 28, n. 2, p.
255–256, 2017.

SEEBACHER, C.; BOUCHARA, J. P.; MIGNON, B. Updates on the epidemiology of


dermatophyte infections. Mycopathologia, v. 166, n. 5–6, p. 335–352, 2008.

SEGAL, E.; FRENKEL, M. Dermatophyte infections in environmental contexts. Research in


Microbiology, v. 166, n. 7, p. 564–569, 2015.

TOSTES, R. A.; GIUFFRIDA, R. Pseudomicetoma dermatofítico em felinos. Ciência Rural,


v. 33, n. 2, p. 363–365, 2003.

VEASEY, J. V. et al. Epidemiological profile of tinea capitis in São Paulo City. An Bras
Dermatol, v. 92, n. 2, p. 283–4, 2017.

VERRIER, J.; MONOD, M. Diagnosis of Dermatophytosis Using Molecular Biology.


Mycopathologia, v. 182, n. 1–2, p. 193–202, 2017.

VISHNU, S. et al. Dermatophytes: Diagnosis of dermatophytosis and its treatment. African


Journal of Microbiology Research, v. 9, n. 19, p. 1286–1293, 2015.

XAVIER, G. A. A. et al. Dermatophytosis caused by Microsporum canis and Microsporum


gypseum in free-living Bradypus variegatus (Schiz, 1825) in the state of Pernambuco, Brazil.
Brazilian Journal of Microbiology, v. 39, n. 3, p. 508–510, 2008.

Você também pode gostar