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SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO CLIMÁTICA

Os sistemas de classificação climática analisam e definem os climas das


diferentes regiões levando em consideração vários elementos climáticos
ao mesmo tempo.

Existem inúmeros tipos de sistemas de classificação do clima

Sistema de classificação climática de Koppen

Sistema de classificação climática de Thornthwaite


Sistema de classificação climática de Koppen

A classificação climática de Köppen, é um sistema de classificação global


dos tipos climáticos mais utilizada em geografia, climatologia e ecologia.

Baseia-se no pressuposto de que a vegetação natural de cada grande


região da Terra é essencialmente uma expressão do clima nela
prevalecente. Assim, as fronteiras entre regiões climáticas foram
seleccionadas para corresponder, tanto quanto possível, às áreas de
predominância de cada tipo de vegetação,

Na determinação dos tipos climáticos de Köppen são


considerados a sazonalidade e os valores médios anuais e
mensais da temperatura do ar e da precipitação.
Sistema de classificação climática de Thornthwaite

A classificação de Thornthwaite baseia-se essencialmente na


comparação da precipitação com a evapotranspiração potencial,
num determinado local ou região, sendo essa comparação feita
através de balanços hidrológicos.
PRINCIPAIS CLIMAS DO MUNDO (Classificação de KÖppen)

CLIMAS TROPICAIS
CLIMAS TEMPERADOS
CLIMAS SECOS CLIMAS TEMPERADOS
COM INVERNOS SEVEROS
COM INVERNOS SUBTIS

CLIMAS POLARES
Segundo KÖppen, o clima pode ser dividido em 5 grupos principais
que correspondem a 5 tipos de vegetação diferentes:

CLIMAS POLARES

CLIMAS TEMPERADOS

CLIMAS SECOS

CLIMAS TROPICAIS

CLIMAS FRIOS OU
CONTINENTAIS
CLIMAS TROPICAIS

Ex.: Florestas tropicais (Amazónia)

É a designação dada aos climas das regiões intertropicais caracterizados


por serem megatérmicos, com temperatura média do ar em todos os
meses do ano superior a 18 °C, não terem estação invernosa e terem
precipitação anual superior à evapotranspiração potencial anual.
CLIMAS SECOS

Os climas secos (áridos e semiáridos) são caracterizados pela


precipitação (volume de chuvas) menor do que a taxa de
evapotranspiração.
CLIMAS TEMPERADOS

O clima temperado é caracterizado por temperaturas que variam


regularmente ao longo do ano, com a média acima de 10 °C, nos meses
mais quentes e entre -3º e 18 °C, nos meses frios. Possuem quatro
estações bem definidas: um verão relativamente quente, um outono com
temperaturas gradativamente mais baixas com o passar dos dias, um
inverno frio, e uma primavera, com temperaturas gradativamente mais
altas com o passar dos dias.
CLIMAS FRIOS OU CONTINENTAIS

Clima continental é um tipo de clima que apresenta temperatura média


acima de 10 °C nos meses de maior calor, e a média do mês mais frio é
abaixo de -3 °C (ou 0 °C em algumas versões). Normalmente ocorrem
no interior dos continentes, ou em suas costas orientais, ao norte da
latitude 40º Norte. Climas do Grupo D não existem no Hemisfério Sul,
devido à massa menor de terras.
CLIMAS POLARES

Os climas glaciais ou clima polar são um conjunto de climas, agrupados


na Classificação climática de Köppen-Geiger no grupo E. Ocorre nas
costas eurasianas do Ártico, na Groenlândia, ao norte do Canadá, no
Alasca, na Patagónia e na Antártida.
O parâmetro principal que define um clima como sendo do Grupo E
(clima glacial), é a ocorrência de temperatura média do ar abaixo de
10°C no mês mais quente do ano.
CLIMA MEDITERRÂNICO

O clima mediterrânico é caracterizado por


ter um verão seco.
É dos poucos climas do Mundo sem
chuvas no verão.

É um clima temperado, com o Verão


quente e seco, chuvas na estação fria
e um Inverno moderado.

O regime térmico deste clima é irregular, com verões quentes e


Invernos frescos. A amplitude térmica anual é moderada. Apresenta
alguns meses secos (em média 5 ou 6 meses secos). O regime
pluviométrico também é irregular, sendo a chuva relativamente
abundante no Inverno e rara no Verão. Em consequência, os Verões são
quentes e secos e os Invernos frescos e húmidos.
CLIMA MEDITERRÂNICO

Só ocupa 2% das terras emersas do mundo, encontrando-se apenas em 5


regiões do globo: margens do mar mediterrânico, Califórnia, sul da Austrália, e
em manchas muito pequenas no Chile e na África do Sul.
No Quadro 1 encontram-se os valores médios mensais de temperatura, humidade do ar e
precipitação registados durante um período de 30 anos (1961 a 1990) na estação
meteorológica da Tapada da Ajuda (38 42’ de latitude Norte e 9 11’ de longitude Oeste)

Com base no sistema de classificação de koppen, caracterize o tipo


climático da região.
Valores mensais
Valores médios da Valores médios da
Meses do ano acumulados
temperatura do ar HR do ar
da precipitação (mm)
Janeiro 11,2 85 110,2
Fevereiro 11,8 80 76,7
Março 14,0 81 105,3
Abril 16,0 74 51,8
Maio 17,5 71 43,8
Junho 20,6 68 14,4
Julho 22,8 68 2,8
Agosto 23,0 70 3,5
Setembro 21,6 73 34,3
Outubro 18,6 78 61,1
Novembro 14,6 81 84,0
Dezembro 11,6 84 105,8
ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS
Está o clima a mudar?
Está o clima a mudar?
- História do clima

10 a 20.000 anos 280 ppm

190 ppm

80 a 100.000 anos
Temperatura anual média da atmosfera à superfície no Hemisfério
Norte desde o ano 1000 (IPCC, 2001)

T média global aumentou 0,6  0,2 °C


Aumentos anormais,
tanto no valor como
na rapidez com que
ocorrem.
Está o clima a mudar?
Sim, o aquecimento do sistema climático é inequívoco e verificado pelo
aumento das temperaturas globais do ar e do oceano, fusão do gelo e
neve e subida do nível médio do mar.

Evidências:

 Os anos de 1995 a 2006 ficaram entre os 12 anos mais quentes já registados


desde 1850.

 No século XXI (2001-2005), a temperatura aumentou em média 0,7 ºC em


relação a 1850-1899.

 O nível do mar subiu a uma taxa média de 1,8 mm por ano, no período de
1961 a 2003.

 Ao longo do período de 1993 a 2003, esta taxa subiu para cerca de 3,1 mm
por ano, com a perda da cobertura de gelo da Groenlândia e da Antártica.
Quais as causas desta mudança?
- Principais causas das alterações climáticas

 Pequenas variações na excentricidade da órbita


da Terra em torno do Sol,
 Variação na inclinação do eixo da Terra
Processos
relativamente à elíptica;
Naturais
 Movimento de precessão do eixo da terra
 Actividade vulcânica
 Actividade solar

Actividades  Emissão de gases com efeito de estufa


Humanas  Alteração do uso do solo
Actividades humanas:
 Emissão de gases com efeito de estufa

Alteração na composição da atmosfera


Intensificação do efeito de estufa

 Alteração do uso do solo (ex. desflorestação)


- Alterações climáticas

Segundo o “Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas”


(IPCC), (2001) as alterações climáticas resultam de uma variação
estatisticamente significativa (no mínimo mais de 30 anos) no estado
médio do clima ou na sua variabilidade, sem identificação absoluta
das causas da mudança.

Segundo a “Conferência Quadro das Nações Unidas para as Alterações


Climáticas” (CQNUAC) (2000), as alterações climáticas resultam de
uma mudança do clima atribuída directamente ou indirectamente à
actividade humana que altera a composição global da atmosfera.
E define variabilidade climática como uma mudança climática devido a
causas naturais
Principais gases de efeito de estufa (GEE)

Vapor de água (H20)  36 – 72%

Dióxido de carbono (CO2)  9 – 26%

Metano (CH4)  4 – 9%

Ozono (O3)  3 – 7%

Óxido nitroso (N2O)

Efeito de estufa natural


Aumento do efeito de estufa natural

As actividades humanas resultam na emissão de 3 principais gases de


efeito de estufa:

CO2

CH4

N2O
DIÓXIDO DE CARBONO – CO2

combustíveis fósseis (75%)


DIÓXIDO DE CARBONO – CO2

combustíveis fósseis (75%)

Emissões de CO2 resultantes de vários combustíveis fósseis.


Fonte: IPCC (2007)
DIÓXIDO DE CARBONO – CO2

Desflorestação

↓ET
Clima mais
quente e seco

↓nuvens
Abate de
↓R
árvores Solo desprotegido
< absorção de H2O

↑T
↓humidade do solo
Desertificação ↓fertilidade
DIÓXIDO DE CARBONO – CO2

Mas, nem todo o CO2 libertado para a atmosfera CICLO DO CARBONO


a partir das actividades humanas contribui para o
aumento deste gás na atmosfera…

Atmosfera
750 Gt C

continentes
oceanos 20 000 Gt C
40 000 Gt C
DIÓXIDO DE CARBONO – CO2

CICLO DO CARBONO

As emissões de CO2 para a atmosfera inserem-se no ciclo biogeoquímico


do carbono.

Processos fundamentais envolvidos no ciclo biológico:

fotossíntese
6CO2 + 6H2O + energia (luz solar)  C6H12O6 + 6O2

respiração/combustão,
C6H12O6 (matéria orgânica) + 6O2  6CO2 + 6 H2O + energia

Fotossíntese e Respiração são processos de reciclagem do carbono e do


oxigénio em várias formas químicas em todos os ecossistemas.
METANO – CH4

Actividades pecuárias
Fermentação entérica

Dejectos animais
A produção de metano dá-se também a partir dos dejectos
animais, principalmente quando manipulados na forma líquida,
em condições de anaerobiose.
METANO – CH4

Cultura arroz

O CH4 é produzido em solos inundados por bactérias anaeróbias

Na ausência de oxigénio determinados microrganismos têm a capacidade


de converter hidratos de carbono em CH4 e CO2, num processo designado
por digestão anaeróbica:
C6H12O6 → 3 CO2 + 3CH4
ÓXIDO NITROSO – N2O

_ _
NO3  NO2  NO + N2O  N2
CICLO DO AZOTO
ÓXIDO NITROSO – N2O

Fertilizantes azotados

Utilização de culturas fixadoras de azoto

Mobilização de azoto armazenado


TRABALHO PRÁTICO:
Elaboração de um poster (1 página A4) sobre o tema:

ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS: de que se trata?


… uma forma de alertar a população para a importância do tema…
Para os mais aventureiros e destemidos, um desafio:
principais implicações na atividade agrícola
(este tema será abordado na próxima aula)

Prazo de entrega: 12:15 H


IMPACTOS DAS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS NA AGRICULTURA

As alterações climáticas que foram projectadas, de acordo com os


cenários climáticos definidos, têm impactos positivos e negativos na
maioria das actividades humanas. A Agricultura sofrerá impactos
múltiplos em todos os cenários. As principais alterações far-se-ão sentir
em vários aspectos principais:

1. Datas de ocorrência dos eventos fenológicos


2. Crescimento e produção das culturas
3. Uso da água e necessidades hídricas das culturas
4. Competição de infestantes e eficiência de herbicidas
5. Taxa de erosão do solo
6. Incidência de pragas e doenças e eficiência de pesticidas
7. Condições económicas, financeiras e sociais dos agricultores

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