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Desde o surgimento do movimento anarquista, entre fins do século XVIII e início do século XIX, os
instrumentos midiáticos foram bastante utilizados pela classe dominante para pintar um quadro da anarquia
fundado no deturpamento e omissão da verdadeira bandeira erguida pelos anarquistas: a liberdade plena
associada ao conceito de igualdade.
o anarco sindicalismo que vigorou, principalmente, nos inicio do século XX entre os operários que
trabalhavam no Brasil
A anarquia é um estado de sociedade onde governa a razão. Em anarquia todos os seres humanos tem
direito a vida e a usufruto das riquezas naturais e do trabalho coletivo.
o É uma sociedade baseada fundamentalmente na liberdade plena, para que o ser humano possa
desenvolver todas as suas capacidades e potencialidades formando a verdadeira ideia de que todos
somos iguais, irmão.
O Anarquismo é uma ideologia que tem por base a auto gestão e a quebra de hierarquias e dominações.
O veganismo tem sido elitizado, e os artigos veganos industrializados são produzidos através da exploração de mão
de obra e da natureza.
Os entrevistados, uma vez que se preocupam com a questão animal e com a questão de classe, procuram
alternativas em coletivos e outros meios mais horizontais.
No entendimento deles, sem haver uma libertação humana e uma tomada de consciência, não há como libertar os
animais em larga escala e o veganismo ficará sempre limitado às camadas que podem ter tempo para produzir
comidas artesanais, ou dinheiro para comprar os caros produtos veganos presentes nos grandes supermercados
Naquele contexto [crise do Stalinismo e Maio de 1968), não é de se espantar que havia uma
preocupação com o retorno do “fantasma” representado pelo antigo “rival” ideológico do marxismo.
Determinada historiografia, a qual julgava que as mudanças estruturais e conjunturais haviam resolvido
definitivamente o problema do anarquismo, buscou responder, ainda que minimamente, essas críticas
da esquerda
O ressurgimento do anarquismo parecia um “fenômeno curioso e à primeira vista inesperado. Há dez
anos atrás teria parecido sumamente improvável.
Não pretendo relativizar a influência predominante dos partidos comunistas ao redor do mundo nesse
período, que me parece inegável, e nem exagerar ao interpretar a força política dos anarquistas.
O anarquismo, nesse contexto, não ressurge de maneira “inesperada”; estudos de base histórica
apontam que há permanência das práticas políticas anarquistas em diversas regiões nesse período
Após o relatório de Kruschev, que denunciou os crimes de Stálin, a maioria dos historiadores do Partido
Comunista da Grã-Bretanha (PCGB) optou pelo rompimento; Hobsbawm, ao contrário, permaneceu no
partido
Não estamos reduzindo a produção do autor ao seu “contexto”, mas ressaltando as tensões e
continuidades de seus argumentos dentro do quadro da tradição marxista e de suas guinadas teóricas
No início de seu artigo, Hobsbawm sustenta que o anarquismo “parecia pertencer ao período pré-
industrial e, em todo caso, à era anterior à Primeira Guerra Mundial e à Revolução de Outubro, exceto
na Espanha”
considera o anarquismo “um capítulo definitivamente encerrado no desenvolvimento dos movimentos
revolucionários e operários modernos
Ele reforça a visão do anarquismo como um fenômeno pré-político e antimoderno, ao dizer que é
“possível construir um modelo teórico de anarquismo libertário compatível com a moderna tecnologia
científica, mas infelizmente não será socialista”.
Para ele, “o principal atrativo do anarquismo era emocional e não intelectual”. Essa caricatura
romântica e individualista sobre o anarquismo é reforçada pelo autor, quando ele afirma que “as versões
extremadas do liberalismo individualista são, logicamente, tão anarquistas quanto Bakunin”
Ele reafirma que “o anarquismo não tem qualquer contribuição significativa a fazer à teoria socialista,
embora seja um elemento crítico útil”.
Podemos sintetizar a tese de Hobsbawm sobre o anarquismo em duas “grandes” questões,
o 1) O anarquismo é uma versão extremada de liberalismo e está assentado sobre raízes
individualistas ou “pequeno-burguesas”.
o 2) O anarquismo é um fenômeno político ligado a um contexto pré-industrial ou de países
subdesenvolvidos. Com o desenvolvimento das forças produtivas, essa ideologia política
desaparece junto com as estruturas atrasadas que o gestaram.
Em suma, o anarquismo é uma forma de ação pré-política ligada a um contexto específico de estágio de
desenvolvimento das forças produtivas e só floresceu em países periféricos e pouco desenvolvidos
industrialmente
o individualismo – ou um liberalismo extremado, como deixa entender Hobsbawm – não constitui um
dos fundamentos do anarquismo
Não podemos compreender o anarquismo apenas pelas suas obras (os chamados clássicos); é preciso
analisar suas práticas ao longo da história.
Apesar de reconhecer a influência anarquista em determinados movimentos de massa, Hobsbawm
insiste na tese que reduz consideravelmente a prática política anarquista às estratégias individualistas.
Essa concepção tende a reduzir a ideologia política anarquista ao denominador comum da negação do
Estado.
a ligação estreita do anarquismo e o movimento operário na constituição do sindicalismo de intenção
revolucionária e na formação de consciência de classe dos trabalhadores em distintos períodos.
As limitações dessa tese são ainda mais claras: pressupõem que o anarquismo tornou-se proeminente
com a CGT francesa (1895) e morreu com as barricadas de Barcelona, ao fim da Guerra/Revolução
Espanhola, em 1939
Um exemplo dessa tendência são os estudos sobre o movimento operário brasileiro, nos quais o
anarquismo aparece sempre, aos olhos do centro de análise, geralmente marxista, como uma ideologia
pré-política. A maturidade do movimento operário parecia, enfim, atingida com a formação do Partido
Comunista Brasileiro, em 1922. O anarquismo era visto como um estágio, talvez infantil, da experiência
da classe.
Obviamente, muitos anarquistas eram críticos do sindicalismo e enxergavam os limites de um
movimento que só poderia avançar sobre os “escombros” da velha sociedade capitalista; uma minoria
presente nos círculos anarquistas de vários países, segundo contextos históricos específicos, rejeitava a
ação sindical e restringia-se ao campo da propaganda pelo fato