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ARAÇUAI

VALE DO JEQ UITIN H O N H A

Programa de
desenvolvimento
rural integrado da área
- caracterização e diretrizes

S E P L A N / F JP / C O D E V A L E
Secretaria de Agricultura / S O A P A
CEPA
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F.J.P. - BIBLIOTECA

NÃO DAN*fcSP P ^ l ^ S í u h l A
GOVERNO DO ESTADO de m in a s g e r a is
SECRETARIA DE PLAN EJAM EN TO E'COORDENAÇÃO G ERAL/FJP/CO DEVALE
SECRETARIA DA AGRICULTURA / SOAPA
CEPA - Comissão Estadual de Planejamento Agrícola do MO

Apresentação
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
SECRETARIA DE PLAN EJAM EN TO E COORDENAÇÃO GERAL/FJP/COO EVALE
SECRETARIA DA AGRICULTURA / SOAPA
CEPA - Comissão Estadual de Planejamento Agrícola do MG

APRESENTAÇÃO

O Governo do Estado de Minas Gerais, junt


com o Governo Federal, tem atuado de forma crescente no Vale
do Jequitinhonha, visando ã atenuação dos graves problemas sõ
cio-econônicos que afligem sua população, bem como a melhoria
de suas condições de vida.

Com este objetivo e obedecendo a nova orienta


ção quanto â aplicação dos recursos - com ênfase para os se
tores econômico e sociais - foi elaborado o presente Programa
de Desenvolvimento Rural Integrado para a área de Araçuaí.

Um Termo de Referência, apresentado em 1975 ao


Banco Mundial, serviu de base a elaboração do presente doeu
mento, cuja preparação esteve a cargo de Grupo de Trabalho
constituído pela Secretaria de Planejamento e Coordenação Ge
ral, contando com a participação de representantes das seguin
tes instituições:

- Comissão de Desenvolvimento do Vale do Jequi


tinhonha - CODEVALE;
- Fundação João Pinheiro;
- Secretaria de Estado da Agricultura;
- Fundação Rural Mineira - RURALMINAS;
- Comissão Estadual de Planejamento Agrícola
CEPA;
- Banco do Brasil.

A elaboração do Programa de Desenvolvimento Ru


ral Integrado prevê três etapas, abrangendo, respectivamente:

í
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- Justificativa e caracterização da Area-Progra


ma e definição de diretrizes para o Programa;

- Reelaboraçao de diretrizes identificadas na


fase anterior; definição e elaboração de sub-
programas e projetos que comporão o Programa
Integrado. Nesta etapa, contar-se-ã com a par
ticipação de várias instituições estaduais e
federais e com a própria equipe do Banco Mun
dial, que colaborará na definição das metas
básicas do programa e dos respectivos proje­
tos;

- Negociação e organização operacional e adroi


nistrativa do Programa.

O Presente documento corresponde ã primeira eta


pa e contém uma caracterização detalhada das principais ativi
dades econômicas e aspectos sociais da Ãrea-Programa, bem co
mo proposições preliminares para discussão com entidades inte
ressadas, tendo em vista o desenvolvimento do Programa.

A equipe técnica trabalhou, nesta etapa, com in


formações secundárias disponíveis em instituições estaduais,
tendo sido necessário dispender um grande esforço no sentido
de uma sistematização e reelaboraçao, devido sobretudo a es
cassez e, muitas vezes, a inconsistência das mesmas.

Quatro seções compõem este volume. Na primeira


- Introdução - procura-se discutir o conceito de Desenvolvi —
mento Rural Integrado normalmente empregado em planos e pro­
gramas semelhantes, tentando-se aplicá-lo a situaçao do Vale
do Jequitinhonha. Na segunda, são analisados indicadores sõ
cio-econômicos da Ârea-Programa, objetivando-se posicioná-la
em relação ao Vale do Jequitinhonha e ao Estado de Minas Ge

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SECRETARIA d e p l a n e j a m e n t o e c o o r d e n a ç ã o g e r a l / f j p / c o d e v a l e
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rais. A t-exrpíra seção visa a caracterização da situação eco


nômica e social da Ãrea-Programa, fazendo-se análise dos as;
pectos seguintes: recursos humanos e naturais, educação, saú
de, estrutura produtiva - agropecuária, setor industrial e
serviços - e infraestrutura.

Finalmente, na última seção sãò apresentadas di^


retrizes preliminares tendo em vista a definição e elaboração
de sub-programas e projetos. Outros estudos gue estão em fase
de conclusão, tais como, a análise da organização espacial da
área-programa serão divulgados posteriormente.

Este documento será encaminhado ao Governo Fede


ral, devendo as sugestões dali emanadas orientar a elaboração
de sub-programas e projetos.

Participaram da elaboração deste documento,como


integrantes do Grupo de Trabalho, os seguintes Técnicos:

. Ana Amélia Camarano de Mello Moreira - FJP/DPP(coordenadora)


. Andirana Veiga Resende - APC/Secretaria da Agricultura
. Antônio Luiz de Macedo Costa - CODEVALE
. Atahualpa Valença Padilha - FJP/DTMA
. Cêzar Manoel de Medeiros - Banco do Brasil
. Decio Eduardo Valadares - CODEVALE
. Flávio Guilhon de Castro - CEPA
. Flávio Riani - FJP/DPP
. Gilberto Goulart Pessoa - Diretor Geral da CODEVALE
. Luís Carlos Santos Neves - FJP/DPP
. José Afonso da Silva - FJP/DP (coordenador)
. José Dirceu da Silveira - CODEVALE
. Marcius Mário Murta - RURALMINAS
. Marcos Coimbra - FJP/DPP

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. Mark Rubinstein - RURALMINAS


. Mateus Ferreira da Silva - CEPA
. Paulo Roberto Haddad - FJP/Diretor de Planejamento (supervi
são)
. Ronaldo da Flora Coelho - CEPA
. Ronan Vieira de Oliveira - RURALMINAS
. Vitor Soares Lopes - RURALMINAS
. Wagner Soares Costa - APC/Secretaria da Agricultura.

EQUIPE DE APOIO:

Capa Max Jensen


Montagem Iraci Fernandes
Datilografia Dagoberto de Oliveira Barbosa
Elvira Maria Falabella de Castro
Geraldo Guimarães das Mercês
Geraldo Luiz Ribeiro
José Eustáquio Machado
Pedro Costa Couto (coordenação)
Sênio Lúcio Neiva Costa
Coordenador
Setor
Grafico Wladimir Dias Ferraz

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I - Introdução
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X - INTRODUÇÃO

O setor agropecuário apresenta nos países em


volvimento segmentos modernos e tradicionais. U uma coexistên­
cia coerente com o estágio e tipo de desenvolvimento destes paí
ses, face as próprias condições em que participam do mercado in
temacional,

Grande parcela da população destes países pertence


ao meio rural, ligada ao seu segmento tradicional e pratican­
do uma agropecuária de subsistência, num nível muito baixo de
produtividade e de situação econômico-social. Os seus problemas
são muito complexos variando desde a falta de condições ínfimas
de vida ate o acesso mínimo aos serviços de marcados modernos
monetarizados, não se observando significativa participação nos
frutos do progresso de seus países.

O segmento tradicional ou de subsistência do s


agropecuário se caracteriza por pouco dinamismo, apresentando
uma modernização muito lenta e limitada, com uma produtividade
muita baixa, o que tende a agravar a situação desta população.

A população deste setor constitui um grande compo­


nente do segmento de pobreza absoluta e relat i v a ^ do país, se
não o maior, é incapaz, dado ao seu nível de renda, de comprar
os serviços normalmente oferecidos, como serviços de saúde, edu

(1) A monografia de Política Setorial do Banco Mundial define


pobreza absoluta como renda per capital de até US$50,0 e po
breza relativa como 1/3 da renda per capita do país.
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cação, tendo, portanto, acesso aos mesmos somente quando gratui


.tamente oferecidos. 0 mesmo acontece com relação aos serviços
de apoio ãs suas explorações, colocados à sua disposição por õr
gãos do Governo, como assistência técnica e extensão rural, pes
quisa, crédito e infra-estrutura de comercialização. Dado isto,
pouco são as suas chances de reduzir este nível de pobreza, bem
como e bastante difícil seu acesso aos serviços de saúde, educa
ção, saneamento, habitação. A produtividade torna-se bastante
baixa, não permitindo que esta população alcance um nível de
renda suficiente para sair do nível de subsistência.

Para que esta população, em sua maioria, consiga


transpor este nível mínimo de subsistência, considerando certas
regras estabelecidas pela economia de mercado, ê necessário que
lhes seja concedido um nível mínimo de condições de vida, atra­
vés de medidas suficientes para proporcionar os efeitos deseja­
dos. Estas medidas devem ser coordenadas no sentido de se atin­
gir vários setores, face a multiplicidade de problemas que se
deseja atacar.

O instrumento capaz de atingir tal grau de coorde­


nação e de ação multidisciplinar deverá ser um programa que in­
tegre todos os setores e ações, sendo portanto um programa lnte
grado de desenvolvimento rural.

A - O Enfoque do Problema

Os problemas rurais tem sido tratados, na maioria


das vezes, sob um enfoque preponderantemente setorial, cujo ob­
jetivo ê o de elevar a produtividade ou a produção.

Os programas que objetivam a promoção de ativida­


des rurais isoladas têm apresentado resultados satisfatórios a-
penas no que diz respeito aos segmentos modernos e mais desenvol
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vidos do setor agropecuário. Com relação aos grupos de produto­


res que se caracterizam por uma menor capacidade técnica, ou
que se situam ao nível de subsistência da economia, tais progra
mas têm produzido poucos benefícios na proporção em que estes
pequenos produtores são excluídos do processo de modernização e
da própria comercialização de seus produtos a nível de mercado.

Estes programas tem sido constituídos de promoção


de produtos isolados ou execução de projetos de colonização vin
culados a projetos de irrigação.

Os programas de irrigação, complementados com pro­


jetos de colonização ou desenvolvimento agropecuário, permiti­
ram nos casos que contaram com recursos necessários de assistên
cia técnica e creditícia, substancial desenvolvimento de algu­
mas áreas. No entanto, seus altos custos e o fato que as áreas
potencialmente irrigáveis sao mais restritas, tem-se constituí­
do em fatores limítantes para a ampliação destes programas, be­
neficiando sÕ um pequeno número de população rural.

Com o propósito de incorporar ao processo económico


e social os estratos tradicionais ou de subsistência da popula­
ção rural, tem-se intensificado, em anos recentes, alguns pro­
gramas de desenvolvimento comunitário. Estes programas tem fra
cassado devido a escassa e frágil integração com os planos e
programas nacionais e regionais de apoio â ação local.

Eles contam, geralmente, com a participação de or­


ganismos internacionais. A experiência tem indicado que a mera
ampliação dos serviços de apoio à produção e a intensificação
da ação no setor agropecuário não são suficientes para mudar
suas condições e solucionar seus problemas. Tais programas são
compostos de ações parciais, existindo escassa coordenação ope­
rativa dos distintos serviços entre si e outras atividades com­
plementares, como estradas, educação, capacitação de mão-de-
-obra, etc. Esta ineficiência não deve surpreender se se tem em
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conta que as condições que prevalecem na maior parte do setor


agropecuário são pouco propicias a serem modificadas mediante
ações parciais com escassa coordenação. Os programas para produ
zirem resultados satisfatórios devem considerar expressamente
os fatores locais, tanto os relativos aos de meio físico como
os fatores econômicos e sociais que condicionam o comportamento
do produtor, exigindo assim a sua atuação sobre um nível de in­
formação maior aos que são proporcionados pelos planos setori
ais.

A abordagem mais ampla de planos de desenvolvimen­


to do setor agropecuário tem falhado, em geral, pelo escasso co
nhecimento dos recursos naturais, de técnicas suficientemente
testadas as condições locais e ao comportamento e aspirações do
produtor, somado ao fato que os serviços e instituições não es­
tão totalmente adaptados ãs funções que deveriam desenvolver e
ã regimes de comercialização e propriedade da terra, bastante
inadequados.

Partindo das experiências anteriores, o Plano de


Desenvolvimento Rural Integrado pretende iniciar um processo de
desenvolvimento econômico e social em áreas cuja evolução depen
de essencialmente da atividade agropecuária. Tem como objetivos
básicos colocar em prática, numa área previamente definida, a
transformação do meio rural, e estabelecer os laços operativos
para as metas contidas nos planos a nível nacional que envolvem
as respectivas regiões, de tal forma a obter uma melhoria das
condições de vida da população.

Optar-se por uma estratégia de desenvolvimento in­


tegrado, implica na hipótese de que sem um nível mínimo de coor
denação e de integração das ações e decisões dificilmente conse
gue-se vencer a pobreza da população rural.
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É importante que se explicite o enfoque de integra


çao que deve estar contido no programa. Esta integração é pensa
da em diversos níveis e áreas de decisão a fim de se aproveitar
todas interdependências e externalidades.

A primeira integração a ser considerada está na


própria definição do programa. Ê a integração entre os objeti­
vos e metas nacionais e estaduais e as definidas no programa.

Dito de outro modo, tem o propósito de colocar em


execução políticas, objetivos e metas em relação a transforma­
ção do meio rural, estabelecidos nos planos nacionais e estadu­
ais, formando um nexo operativo entre as decisões dos planos e
a ação dos organismos responsáveis pela realização de ativida­
des com tal finalidade.

Esta integração entre níveis hierárquicos de deci­


são ê importante para que não ocorra descompasso entre eles e
não sejam inutilizadas as decisões inferiores, que neste caso,
são as próprias do programa. Se o programa não parte de decisão
superior, ou não está sincronizado com suas orientações, a via­
bilidade e a perspectiva de êxito diminuem bastante, na medida
que deverão ser desenvolvidos amplos mecanismos de negociação e
justificativas para que ele seja aceito, provocando quando de
sua execução, pelo menos modificações ou atrasos. Esta compati­
bilidade de objetivos, onde o programa constitui um instrumento
operativo de real eficácia das políticas determinadas a nível
nacional ou estadual, é a base para seu êxito e a possibilidade
de que realmente as políticas desenhadas a nível maior atinjam
adequadamente o grupo marginal da população rural.

Um segundo nível de integração deste programa diz


respeito a definição de políticas ou ações setoriais, tanto en­
tre setor econômico e social, quanto atividades produtiva e de
infra-estrutura.
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Para que se atinjam os objetivos do programa, a


meta social deve fazer parte de todo o processo de programa
ção. Ao contrário de outras abordagens, que supunham que a ex
pansão da base econômica determinaria automaticamente um rumo a
dequado para as transformações sociais, esta nova perspectiva
de planejamento parte do princípio de que ê obrigatória a inter
venção do Estado na área social, procurando maximizar benefl^
cios nem sempre alcançados pela dinâmica pura da aceleração eco
nômica.

Duas ordens de razão demonstram a necessidade de


uma programação social; a primeira tem a ver com a própria natu
reza do desenvolvimento social, o caráter dos bens que a com
põem, a repercussão sobre a qualidade de vida, além dos aspec
tos do valor social que nele estão traduzidos. A segunda decor
re do próprio processo de desenvolvimento, que requer do Estado
uma estratégia dinâmica que ora dê ênfase ãs atividades direta
mente produtivas, através de fomento da iniciativa privada ou
de inversões próprias, ora privilegie investimentos em capital
social básico, tais como educação, saude e saneamento.

 planificação social neste caso, cabe o papel de


prever e analisar as necessidades sociais graças a um conjunto
de medidas coordenadas e integradas â ação econômica e ã organi.
zação espacial. Essas medidas visam à melhoria das condições de
existência da população, satisfazendo as necessidades dos gru
pos e comunidades e melhorando a qualidade dos serviços, a
través de uma política de valorização dos recursos humanos.

Ao se vincularem os aspectos económicos e sociais,


se parte do princípio que se,bem os objetivos sociais consti^
tuem o fim último de todas as ações do programa, sua concretiza
ção está condicionada ror metas econômicas capazes de dar-lhes
respaldo e gerar excedentes necessário para financiamento. Em
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relação ã dimensão da atividade diretamente produtiva e da in­


fra-estrutura, ê importante haver uma estreita ligação e comple
mentariedade entre as mesmas para que as externalidades de am­
bas sejam aproveitadas ao máximo, transformando-se simultanea­
mente, entre causa e efeito. É grande a discussão na literatura
sobre que atividade deve ser precedente: se é a atividade produ
tiva que estimula a definição de infra-estrutura económico-so­
cial ou são os gastos em capital social básico como sustentação
da atividade econômica que criam as condições para sua expansão,
ou se ê a infra-estrutura que deve vir primeiro e induzir o apa
recimento das atividades produtivas e criar as condições neces­
sárias para que apareçam estas atividades. Tem-se na literatura,
farta constatação de experiências exitosas e frustradas que pre
miaram uma atividade em detrimento de outra, levando-nos a con­
clusão que uma e outra atividade pode servir de início ao desen
cadeamento de um processo de desenvolvimento, dependendo de cer
tas condições específicas. Assim, apesar de se poder definir
uma prioridade entre atividades diretamente produtiva e ativida
des de apoio ou infra-estrural, é importante que sejam conside-
dos conjuntamente e que se aproveite no programa, todas as ex­
ternalidades e complementariedades.

Um terceiro nível de integração que se postula no


programa e que está indiretamente ligado ã integração anterior
e relativo à definição das alternativas de desenvolvimento da
região e o aproveitamento de seu potencial de recursos. Em ge­
ral, as definições para desenvolvimento da região com recursos
subutilizados não contemplam adequadamente o aproveitamento ra­
cional destes recursos. Em primeiro lugar, porque tem-se dado
pouca importância ao conhecimento desta potencialidade na medi­
da que se tem destinado um montante de recursos muito pequeno
para a geração de informações e, também, porque tem sido esco­
lhida uma tecnologia para exploração de alguns recursos natu­
rais conhecidos e disponíveis, totalmente inadequada.
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Sob esta abordagem, além da eliminação das limita­


ções normalmente existentes em programas que contemplam medidas
parciais, integra-se o processo de urbanizaçao â modernização
agropecuãria, na medida em que são controlados os fluxos migra­
tórios, retendo a população rural no seu meio via melhoria . de
suas condições de vida. Retenção, no entanto, que não deve ser
vista como solução para alguns problemas urbanos, mas como um
dever e diréito da população rural as melhores condições de vi
da e, portanto, de usufruir dos benefícios do desenvolvimento e
conômico do país.

B - Os Objetivos do Programa

Como já foi salientado, são complexos e abrangen


tes os problemas rurais que o programa pretende solucionar e é
importante, portanto, que os objetivos sejam bem definidos.

Além disto, e dada a escassez de recursos, salien


(2)
ta Boisier , e importante que se concentrem os recursos em
certa parcela da população rural beneficiadora do programa me­
diante a estruturação de um sistema hierarquizado e interconec-
tado de centros rurais os quais servirão de área de concentra­
ção da população rural dispersa pela região, com o objetivo de:

1) reorganizar o espaço econômico de maneira


racional, reduzindo os custos de integração física do territó­
rio;

2) facilitar e reduzir os custos da prestação


serviços sociais básicos, tais como saúde, educação;

(2) Boisier, S. Métodose Técnicas de Planificacion Regional -


- CEPAL/ILPES- 1975- pg 195/196
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3) facilitar e reduzir os custos de prestação de


serviços de infra-estrutura económica-armazenagem, comercializa
ção de insumos e de produtos finais, e outros;

4) intensificar e reduzir os custos de assistência


técnico-creditícia e de extensão rural;

5) promover a incorporação de agricultores de sub


sistência e do segmento tradicional da agropecuária ao setor
monetário da economia mediante a localização adequada de infra-
-estrutura de mercado;

6) estabelecer um sistema de transportes e de comu


nicações que, ao possibilitar maior funcionalidade do espaço re
gional, facilitará o acesso popular às localidades dotadas de
serviços básicos;

7) facilitar a incorporação S economia de mercado


da agropecuária tradicional e de subsistência mediante a locali^
zação adequada da infra-estrutura econômica, tais como armazena
gem e comercialização de produtos e insumos;

8) modernizar os valores, atitudes e pauta de con­


duta do produtor rural com a concentração destes nos centros ru
rais, facilitando a participação popular em decisões relativas
à melhoria da prestação de serviços nestes centros-

A área na qual o programa atuará deve ser conside­


rada como um complexo físico-sócio-económico cujos problemas se
encontram ligados a fatores internos e externos â unidade de
produção e além desta visão de conjunto físico-sõcio-econômico
da área, o programa deve também estar voltado para os problemas
internos e externos aos estabelecimentos de produção agropecuá­
ria.
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Estes fatores ou problemas, conforme salienta Alva


(3)
rez , implicam em aspectos vinculados a potencialidade dos re
cursos naturais da área, acesso aos mercados e ã capacidade dos
mesmos em absorver a produção da área, capacidade técnica e ad­
ministrativa do produtor, possibilidade de incorporar tecnolo­
gia adequada, capacidade física do estabelecimento agropecuário
e condições sociais que estão ligados ao produtor, sua família
e ã comunidade rural.

Aceitando-se que, em geral, existe uma forte inter


dependência entre estes fatores, ou problemas, e dadas as condi
ções em que normalmente se desenvolve o setor agropecuário na
América Latina, quaisquer ações que se realizem em relação ao
meio físico, ou ao estabelecimento agropecuário, ou família do
produtor rural ou à sua comunidade, repercutir-se-ão em trans­
formações em outros aspectos que também condicionam o comporta­
mento do produtor.

A multiplicidade dos problemas e soluções para o


meio rural, e a escassez dos recursos, implica em que o progra­
ma se concentre naqueles objetivos capazes de atacar mais pro­
fundamente os problemas mais significativos e importantes, dei­
xando que os demais sejam resolvidos indiretamente pela solução
dos prioritários. Ou seja, o programa não deve propor a solução
simultânea de todos os problemas e sim, concentrar naqueles cu­
ja solução atinja ou condicione os demais.

Em última instância os objetivos de uma política


de desenvolvimento rural integrado, ou de qualquer política de
desenvolvimento é melhorar as condições de vida da população.
Um dos principais meios para a consecução destes objetivos tem
sido a elevação das fontes de renda da população rural que po­
dem ser alcançadas mediante o aumento da produção, produtivida-

(3) Alvarez, 0. "Projetos de Desarrollo Integrado de Áreas de


Base Agropecuária - DIABA".
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de e emprego.

A concentração de recursos em aspectos sociais a-


penas, pode não produzir efeitos duradouros nas condições de vi^
da desta população. 0 aumento da produção agropecuária e da pro
dutividade desempenham papel importante nestes programas.

Partindo daí, um dos critérios usados para selecio


nar áreas de atuação do programa deve ser onde haja possibilida
des reais de se desenvolverem projetos agropecuários ou agroin­
dústrias rentáveis. Não existindo a possibilidade de desenvol­
ver projetos diretamente produtivos e economicamente viáveis, é
preferível utilizar mecanismos alternativos para alcançar os ob
jetivos desejados.

0 programa deve concentrar recursos em determina­


dos serviços tais como assistência técnica e extensão rural,pes
guisa, crédito rural, melhoria da infra-estrutura de comerciali
zação, melhoria de acesso aos mercados de produtos e fatores,
melhorar as condições de saúde e educação para que seus resulta
dos se traduzam nos objetivos pretendidos. Nestes programas, de
pendendo da magnitude dos problemas, serão selecionadas as solu
ções mais adequadas, escolhendo-se inclusive, a ordem de priori
dade em que serão desencadeados.

C - Estratégia de Elaboração e Implementação

Considerando-se que o objetivo primordial do pro­


grama de desenvolvimento rural integrado é proporcionar de for­
ma concentrada, recursos e serviços a determinada área ou áreas
agropecuárias, com o intuito de expandir as oportunidades de em
prego permanente e temporário, e elevar o nível de renda e qua­
lidade de vida da população rural via estímulos âs atividades
diretamente produtivas e ã melhoria da infra-estrutura econômi­
ca e social, certos princípios devem ser observados na sua ela-
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boração e implementação.

(4)
Boisier considera que os principais componentes
de uma política de desenvolvimento rural integrado devem ser:

- a seleção das áreas de atuação, jã que o progra­


ma não deve ser aplicado homogeneamente em uma região muito ex­
tensa e, portanto, o êxito de uma política desta natureza depen
derã fundamentalmente da área selecionada.

- fortalecimento de centros rurais e/ou agro-vilas,


visando a concentração de recursos nestes centros, reestruturan
do sua infra-estrutura sõcio-econômica e definindo em função da
Ârea, os equipamentos de educação, saúde, eletrificação, siste­
ma viário e outros serviços, que deverão ser instalados nestes
centros.

- definição dos serviços de apoio âs atividades


produtivas, notamente equipamentos de assistência técnica e de
comercialização. Sendo um dos propósitos básicos do programa fa
cilitar a extensão rural e a prestação de assistência técnica
aos agricultores devem ser incluídas atividades paralelas tais
como: - a experimentação, extensão, demonstração e controle do
uso da técnica e, assistência financeira. 0 mesmo se pode dizer
em relação às facilidades físicas de comercialização, pois uma
das principais dificuldades do pequeno produtor, ê o acesso ao
mercado para que possa oferecer competitivamente, os seus produ
tos.

- regularização fundiária e a organização de produ


tores em associação, cooperativas e grupos de informações cons­
tituem medidas institucionais de longo alcance ao permitir aces
so à terra a uma parcela ponderável de população rural e ao su­
perar as dificuldades de participação aos mercados de produtos,
insumos e serviços pelos pobres destas áreas.

(4) Boisier, op. cit.


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Quanto maior for a intensidade das mudanças que se


desejam introduzir, maior será o número de variáveis que devem
ser consideradas mais críticas a interação entre as diferentes
ações a realizar para lográ-los e menores as possibilidades de
restringir a ação ao âmbito estritamente agrário ou econômico.
A necessidade de considerar os fatores que condicionam o compor
tamento do produtor, e os fatores externos â área que condicio­
nam este comportamento faz com que durante a preparação destes
programas se considerem os seguintes aspectos sugeridos por Al-
(5)
varez :

- capacidade e vocaçao produtiva dos recursos natu


rais e possibilidades de aumentar a capacidade de uso mediante
obras de irrigação e drenagem;

- características do mercado potencial, sistema de


comercialização e possibilidades industriais, principalmente a~
tividades agroindustriais;

- localização, características dos núcleos urbanos,


custos de transporte e sistema viário;

- características da unidade de produção, capacida


de do produtor incluindo recursos técnicos e financeiros, assi£
tência técnica e financeira disponível;

- pautas de comportamento individual e coletiva,po


líticas e atividades nacionais que condicionam o comportamento
de área.

(5) Alvarez, obra citada


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Da análise destes elementos podemos retirar as


pautas de comportamento do complexo físico-sócio-econômico que
sustenta a atividade da área, os elementos exógenos que atuam
como condicionantes, o potencial de desenvolvimento e. a impor
tância relativa dos fatores que devem ser modificados para ini
ciar o processo de transformação que se tenha estabelecido como
objetivo.

O programa deve ter tres metas distintas. A


referente aos objetivos do programa, expressa em indicadores co
mo renda, emprego, produção, tanto para a área global como para
segmentos de população incorporados aos projetos do programa.Es
tas metas estão condicionadas às ações a serem desencadeadas e
baseadas em pressupostos sobre o comportamento das unidades de
produção e da população da área.

As metas de produção, que constituem uma solução '


dos problemas rurais ligados à exploração agropecuária, permi
tem assegurar factibilidade âs metas referentes aos objetivos
do programa. Estas metas dependem das decisões dos produtores a
gropecuários e agro-industriais frente às condições estabeleci
das nos respectivos projetos de crédito, assistência técnica e
comercialização.

E finalmente, tem-se as metas que estabelecem as o


bras físicas a serem realizadas^o número de famílias a serem atendidas
e que são as únicas que tem caráter executivo. 0 programa, ten
do por objetivo a melhoria da prestação de serviços existentes,
tem um destinatário imediato constituído pelas instituições que
realizam as inversões e prestam os serviços para promover e ori^
entar as mudanças programadas nas unidades de produção e famí
lia rural.

Estes projetos executivos constituem o conjunto de


atividades que cada órgão executor deve realizar em cada setor
para alcançar os objetivos e metas propostos. Compreendem as a
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15

tividades relacionadas aos serviços de apoio â produção, os e


quipamentos urbanos relativos aos serviços de saúde, educação ,
etc, que serão prestados à população.

Os serviços de apoio ã produção incluem os proje


tos de extensão e assistência técnica, pesquisa agropecuária, '
crédito, comercialização, provisão de insumos e serviços de me
canização. Estes serviços baseados nos programas de produção con
tribuem para criar as economias externas necessárias aos tipos
e características dos estabelecimentos agropecuários contempla
dos no programa. Este serviço poderá permitir a modernização da
vida rural dentro da estrutura de produção e de posse da proprjL
edade existente de acordo com os objetivos nacionais.

A implementação e elaboração do programa com as ca


racteristicas anteriormente descritas requerem um conjunto de
antecedentes e informações cujas obtenções pressupõem estudos e
diagnósticos com custos e tempos de execução não desprezíveis .

Não é difícil mencionar exemplos de programas ela


borados com escasso conhecimento relativo sobre fatores locais-
-econÔmico-sociais, culturais e naturais, ou a subestimação da
importância destes fatores ou as vezes presas na aplicação de
técnicas, práticas e atividades que sao aplicadas com base empl^
rica insuficiente, sem muita reflexão sobre os diversos aspec
tos que tem condicionado a existência destes problemas rurais e
os mecanismos necessários para sua superação.

Entretanto, não é necessário que todos os fatores


sejam suficientemente conhecidos e estudados para se definirem
as diretrizes do programa. Com o conhecimento existente podem-
-se definir certas orientações, programando-se inclusive o apro
fundamento de certos aspectos. 0 importante é que as diretrizes
estabelecidas sejam bem refletidas e bem conhecidas suas exter
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nalidades para que não se gerem problemas ao Invês de resolvê-


-los. Mesmo assim o programa deve ser bastante flexível para que
a melhoria do conhecimento sobre fatores econômicos, sociais ,
culturais e naturais sejam incorporadas aos programas ao longo
do tempo. A própria experiência na execução de certos aspectos
do programa permitirá o aprimoramento e a adequação das orien~
tações e metas estabelecidas.

D - Seleção da Ãrea e Operacionalização do Programa

Visando a caracterizar melhor a atividade agrope


cuãria na região, identificaram-se, em uma abordagem preliird
nar, áreas em que predominam as atividades agrícolas e pecua
rias. Com base nas informações constantes no "Levantamento da Es
trutura Fundiária e Agrária do Vale do Jequitinhonha"- CODEVALE
e na Sinopse Preliminar do Censo Agropecuário de 1970, foi pos
sível determinar essas áreas segundo o seguinte critério:11áreas
predomlnantemente agrícolas" - são aquelas cujos municípios a
presentam os maiores percentuais de áreas aproveitáveis destina
dos ã agricultura e também baixo número de cabeças de gado bovi
no. No outro extremo, estariam as áreas classificadas como "pre
dominantemente pecuárias’1. Utilizando ainda estes critérios, fo
ram definidas 11áreas de atividades rurais mistas" , constituídas
de municípios com certo equilíbrio entre as variáveis definido
ras. Nesta última classificação, pode-se dividir os municípios
em 2 grupos de ãrea. No primeiro grupo, englobaram-se aqueles '
municípios em que tanto as atividades agrícolas quanto as pecuã
rias são igualmente importantes para a região, e no segundo es
tão municípios onde ambas atividades não são significativas.

Numa região heterogênea sob vários aspectos como ê


o Vale do Jequitinhonha seria pouco realístico imaginar uma e£
tratégia de desenvolvimento com a mesma orientação para a re
gião. Ê importante estabelecer diferentes estratégias para cada
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sub-ãrea mais homogênea, de acordo com seus problemas e poten


cialidades.

Utilizando este mesmo raciocínio, conclui-se que


é imprescindível estabelecer sub-ãreas que o programa de desen
volvimento rural integrado deve abranger. Este raciocínio se a
plica não sõ devido à heterogeneidade da região mas também devi^
do â constatação que não se pode "pulverizar" recursos em toda
a área se se deseja estimular seu desenvolvimento, principalmen
te por causa da pobreza absoluta e relativa de certas áreas do
Vale.

Como já foi salientado a orientação básica do


programa ê a alocação de recursos de forma concentrada e inte­
grada em certos pontos da região. E importante então a seleção
de sub-ãreas que devem compor o programa, bem como o tipo de es
tabelecimento agrícola que se pretende beneficiar.

fi inviável a atuação em toda a area de um programa


específico, não sõ pela quantidade de recursos necessários mas
também pela especificidade de cada sub-ãrea. A area programa es
colhida constitui a area prioritária para atuação do Governo
neste tipo de programa. Outros programas com diferentes orienta
ções e contando com recursos de outras instituições deverão ser
desencadeados para as outras sub-ãreas.

Para a seleção da área programa dentro do Vale do


Jequitinhonha, tomaram-se como critérios preliminares algumas
características que a area precisa possuir, as quais atendam aos
objetivos visualizados para um programa de desenvolvimento ru
ral.

A área programa deveria possuir então, as seguin


tes características:
governo do estado de m in a s g e r a is

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a) apresentar grande potencial agrícola;


b) possuir tradição em produção agrícola;
c) possuir alta proporção de estabelecimentos de
tamanho médio (abaixo de 100 ha);
d) possuir um contingente populacional rural vulto
so;
e) possuir alta proporção de população rural dedi­
cando-se a exploração agrícola, com baixo ní
vel de renda e condições de vida inadequadas.

Utilizando estes critérios e a descrição apresenta


da em estudo anterior sobre as características e atividades que
estão sendo desenvolvidas em cada sub-ãrea e respectivos municí
pios, foram selecionados os seguintes municípios: Malacacheta,
Novo Cruzeiro, Padre Paraíso, Caraí, Minas Novas, Chapada , do
Norte, Francisco Badaró, Berilo, Virgem da Lapa, Araçuaí, Coro­
nel Murta, Itinga e Comercinho^ .

Uma vez selecionada a ârea programa de desenvolvi­


mento rural integrado, será necessário fortalecer a infra-estru
tura de alguns lugares povoados. Os municípios e distritos esco
lhidos deverão ter as características de "lugar central" da ã-
rea onde prestarão os diversos tipos de serviços urbanos.

As obras públicas a serem executadas, por outro la


do, cumpririam também, a finalidade de empregar muitos trabalha
dores ociosos que carecem de terras e que executam tarefas agrí
colas temporárias. Entre os benefícios secundários de um progra
ma de desenvolvimento rural integrado, no tocante ás obras pú­
blicas complementares, durante a fase de construção ou fortale-

(6) Vide Apêndice, onde estão detalhados todos os critérios uti


lizados para a escolha da Ârea Programa, A execução cabe ao
município de Capelinha que, segundo tais critérios, deveria
pertencer ã área-programa, foi excluída em virtude da im­
plantação de projetos florestais cujos impactos são de difí
cil avaliação, especialmente no que diz respeito do uso da
terra e sobre o nível de emprego.
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cimento de determinados lugares centrais, podemos citar aqueles


que se propagam através da demanda de mão-de-obra criada pelas
obras de construção civil ligadas â infra-estrutura econômica e
social.

A conclusão geral mais importante e que os progra­


mas de obras públicas devem ser coordenados com outros progra­
mas componentes da política global de desenvolvimento rural in­
tegrado .

A oferta educacional deve ser programada, tendo em


conta, tanto as características rurais da Srea-programa, como o
lugar central ou lugares centrais envolvidos. No que diz respei
to à saúde, as necessidades físicas e o tipo de atendimento mé­
dico, eles devem ser dimensionados em função das enfermidades
mais frequentes e a localização dos Centros de Saúde estarão
condicionados, também, â cada lugar central definido na área
programa de desenvolvimento rural integrado.

Os serviços sociais básicos, não sõ os equipamen­


tos de educação e saúde, mas a rede de abastecimento de ãgua e
esgoto bem como a prestação de outros serviços, são considera
dos pela população rural, dado o seu conjunto de preferências,
mais importantes do que os benefícios produtivos, porque se tra
duzem em veículos rápidos para melhorar sua qualidade de vida.

Um dos objetivos primordiais da política de desen­


volvimento rural integrado ê promover a assistência técnica e a
extensão rural aos agricultores, em especial para aqueles cujo
acesso as fontes de tecnologia é mais difícil, o que implica em
definir criteriosamente o equipamento necessário de assistência
técnica específica para a área programa.

A orientação geral para a escolha da assistência


técnica dependerá tanto dos recursos naturais característicos
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da área, como o uso do solo no momento em que o programa seja


executado e da natureza especifica dos pacotes tecnológicos e
projetos agropecuários de maior aderência na região.

Por outro lado,.a assistência técnica deverã com


preender não sõ a experimentação, a extensão, a demonstração, o
acompanhamento, o controle e a definição das novas pesquisas ne
cessarias ao uso das técnicas de manejo, mas também a assistên­
cia financeira como uma função paralela de apoio e de definição
de adequada política de crédito.

O esquema de comercialização vem se constitui


um dos principais obstáculos ao acessq em especial dos pequenos
produtores, ao sistema de mercado nos países em desenvolvimen
to, particularmente em suas regiões menos adiantadas.

A política de desenvolvimento rural integrado in


clui, como uma de suas finalidades fundamentais, a elevação do
poder competitivo dos pequenos agricultores. Neste sentido, re
veste-se da maior importância a fixação de uma política de Pre
ços Mínimos de Garantia, em condições pelo menos idênticas às
prevalentes no mercado, aliada a um sistema de Armazenagem e
de Comercialização de Insumos suficientes para impedir avilta
mentos de preços ao produtor e para evitar exploração monopolís
tica de intermediários ou de produtores mais fortes.
A própria pobreza que caracteriza a população que
potencialmente deverã ser beneficiada para implantação da polí
tica de desenvolvimento rural integrado, pode estar intimamente
ligada a estrutura de propriedade da terra, aspecto que por si
só jã basta para, de alguma forma, afetar o regime de estatuto
da terra e justificar algum tipo de reforma agrária.

Uma modificação no regime de oropriedade, no entan


to, não devera buscar apenas uma distribuição mais justa, mas,
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em primeiro lugar, deverá garantir que cada propriedade conte


nha, pelo menos uma mínima parte, de terra de boa qualidade a
gropecuãria.

Outro aspecto importante a considerar sao as asso­


ciações e cooperativas de produtores existentes na área, em vir
tude das evidentes vantagens potenciais que oferecem para supe
rar as dificuldades de acesso ao mercado enfrentadas pelos po
bres das zonas rurais. São capazes de assegurar grau de infor
inações aos seus membros; de facilitar a obtenção de recursos,de
crédito, de insumos e outros produtos adquiridos de terceiros ;
de promover uma melhor comercialização dos excedentes agríco
las; e de incentivar o emprego de práticas mais modernas de cul
tivo e de colheita aos agricultores individuais.

A promoção da indústria merece destaque especial em


uma política de desenvolvimento rural integrado. Verifica-se, a
tualmente, um rápido processo de desaparecimento do artesanato
nas populações rurais, enquanto que a modernização da agricultu
ra cria uma demanda por novos insumos e bens de consumo que, em
grande parcela, podem ser produzidos localmente.

Será objetivo da política de desenvolvimento rural


integrado na área, combinar estas tendências através de medidas
de apoio ao artesanato e da implementação gradativa de estrutu
ras nos lugares centrais orientados para a prestação de servi
ços demandados pelas zonas rurais. Uma indústria rural voltada
para o aproveitamento e beneficiamento dos recursos locais pode
rã, não sõ proporcionar oportunidades de emprego, mas também e
levar a renda, minimizar os fluxos migratórios rurais-urbanos ,
incrementar a oferta de bens e serviços aos agricultores a um
custo mais baixo e promover a integração rural-urbana.

Em uma etapa posterior, a expansão da indústria ru


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ral possibilitará uma distribuição espacial mais racional e a


trairá investimentos industriais de outros centros urbanos, re
tendo seus próprios recursos e exportando sua produção exceden­
te .

Ao lado das obras públicas de fortalecimento dos 1


lugares centrais, melhoria dos centros de saúde pública e de e
ducação, e de outros estabelecimentos encarregados da prestação
do serviço de apoio rural, o programa de desenvolvimento rural
integrado pretende, de igual modo, dotar o meio agropecuário des
serviços de irrigação, de colonização e de eletrificação rural,
bem como de armazenagem a nível de fazenda.

A importância da infra-estrutura, seja urbana ou


rural, não deve, no entanto, ser superestimada. Nos programas '
de desenvolvimento rural integrado, os objetivos a serem alcan
çados dependem fundamentalmente do aperfeiçoamento nos serviços
de assistência técnica, de extensão rural, do sistema de comer
cialização, de pesquisa agropecuária e do crédito rural, de for
ma simultânea e integrada.

Finalmente, com relação a uma política de crédito


rural integrado ela visa â integração das atividades produtivas
a nível de propriedade-integração "horizontal" - e das etapas
subseqüentes de beneficiamento, industrialização e comercializa
çào - integração "vertical";

Contem linhas especiais de financiamento agropecuã


rio que cobrem todas as etapas de investimento, custeio e co
mercialização da produção - desde o financiamento para a elabo
ração do projeto até a construção de armazéns e silos.

Visando, por outro lado, reduzir ao mínimo os ris


cos de aplicação inadequada de recursos, o programa de crédito
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rural integrado deve se caracterizar pelo sistema de credito o


rientado, em que a assistência técnica participa de todas as fa
ses dos trabalhos nas propriedades agrícolas, desde os estudos
de pré-viabilidade e elaboração de projetos e propostas de em
préstimos até a avaliação e assistência técnica de forma siste
matizada.

Alem do credito ã nível de estabelecimentos rurais,


o programa de crédito rural integrado terá por objetivos contem
piar:

- projetos de eletrificação rural;


- projetos de estradas vicinais e de penetração;
- projetos de constituição de patrulhas mecaniza
das e de outros serviços mecanizados;
- projetos de florestamento e reflorestamento;
- projetos de utilização de máquinas de beneficia-
mento e industrialização da produção, dentro
e fora das propriedades rurais;
.- projetos de organização mediante incentivos, de
sistemas associativos de comercialização da
produção;
- projetos de estímulos à produção interna de insu
mos agropecuários;
- projetos de aquisição e utilização de sementes ,
fertilizantes e outros insumos;
- projetos de construção de armazéns e silos (a
nível de fazenda ou não) e de regularização
fundiária.

Em geral, os grandes produtores têm sido os princi


pais beneficiários do crédito institucional e, em média, mais
de 50% dos pequenos agricultores não tem tido acesso ao crédito
nos países em desenvolvimento, particularmente âs linhas espe
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24

ciais de crédito de longo-prazo e baixos encargos financeiros .

Um programa de crédito rural integrado visa portan


to, a colocar à disposição dos pequenos produtores rurais, um
conjunto de instrumentos - tais como a assistência técnica em
todas as etapas do processo produtivo - de modo a superar as i
nelasticidades de oferta de financiamentos e a incentivar o a
gricultor de subsistência a incorporar-se ao setor comercial pe
la elevação de sua produção:

Um progrma de crédito sob um enfoque, tão amplo co


mo o descrito, se traduz em um dos principais instrumentos ope
rativos do programa de desenvolvimento rural integrado, pois
compreenderá, inclusive, a fixação de prazos de amortização e
encargos financeiros de acordo com a capacidade de pagamento do
beneficiário e do valor do financiamento, transformando-se as
sim, em um mecanismo de atração para os agricultores, elevando
sua produção e/ou produtividade, particularmente para os peque
nos agricultores.
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3T- O Vale do Jequitinhonha


ea
Área Programa
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25

II - 0 VALE DO JEQUITINHONHA E A AREA-PROGRAMA

O Vale do Jequitinhonha ê considerado dent


Estado como a "região-problema", devido ao estagio de pobreza
relativa e absoluta existente e a alta potencialidade de recur
sos naturais não aproveitáveis, chegando a ser citado - no II
PND como "bolsão de pobreza". Segundo os indicadores abaixo
descritos a Area-Programa apresenta uma situação ainda pior
que o conjunto do Vale.

Com o intuito de posicionar a Area-Programa fren


te a região como um todo e ao Estado foram calculados alguns in
dicadores, principalmente para o setor Agropecuário. As infor­
mações utilizadas são provenientes do Censo Agropecuário e De
mogrãfico do IBGE realizado em 1970 e do Cadastro de Imóveis
Rurais - Recadastramento 1972 do INCRA. Apesar destas informa
ções estarem defasadas no tempo, considera-se que sua utiliza
ção não trará erro considerável na medida que, poucas decisões
foram tomadas para a Região, após este período, capazes de mu
darem o seu perfil econômico e social e invalidarem as análi
ses feitas com informações destes anos.

Não se pode esquecer, não obstante, os investimen


tos que os Governos Federal e Estadual realizaram na Região.En
tretanto os problemas econômicos e sociais do Vale são tantos
que investimentos isolados e dispersos de porte não muito gran
des, como os atualmente em andamento, poucas mudanças acarre
tam neste perfil. Somente um bloco integrado de investimentos
será capaz de impulsionar o crescimento da região e modificar
sua situação sõcio-econõmica.

O primeiro aspecto a ser analisado refere-s


tuação de pobreza em que vive a população urbana e rural do Va
le e da Area-Programa. Será utilizada a renda domiciliar média
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26

mensal retirada de tabelas especiais do Censo Demográfico. Es^


tas informações referem-se aos domicílios urbanos existentes
nas sedes e nos distritos. A renda média mensal domiciliar pa
ra a Ârea-Programa, o Vale e o Estado é uma média ponderada
das rendas mensais médias domiciliar dos respectivos municí­
pios componentes, tendo como fator de ponderação a participa
çao da população do município no total da população da Area-
programa. Vale e Estado respectivamente.

Seus valores estão apresentados na tabela I. A


renda média mensal domiciliar da Ãrea-programa ê de Cr$150,17,
a do Vale é de Cr$189,72 e a do Estado, Cr$369,00. No período
de coleta de informações do Censo, o salário mínimo era de
Cr$177,60. Vi-se portanto, que a renda domiciliar na Area-pro
grama era de 84% do salário mínimo, 79% da renda do Vale é
40,7% da renda do Estado. Considerando-se que a área ê predomi
nantemente rural, pode-se prever que a média de pessoas por do
micílio é maior que a do Estado, e que a renda média e menor
que a de Minas, fazendo com que a renda media per capita seja
menor ainda do que aquela identificada para o Estado.

Como normalmente a renda per capita da zona rural


é menor que a da zona urbana, pode-se inferir que a renda mé
dia será menor ainda no meio rural da Area-programa fazendo
com que sua população viva em estado de pobreza absoluta e re
lativa muito grande, sem acesso aos serviços sociais básicos e
sem participação nos frutos do desenvolvimento econômico.

Analisando alguns indicadores em relação â agro


pecuária, apresentados na tabela I chega-se ás seguintes con
clusões:
soverh O oq estaco oe mimas oerais
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SECRETARIA DA AGRICULTURA j SOAPA
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Alguns Indicadores Econômicos da Area-prõgrama, do Vale do Jequitinhonha e do Estado de Minas Gerais


Tabela I

"'7'"— Are a Are a-p rogr ama Vale do Jequitinhonha Estado de Minas Fontes de Informações
Gerais
Indicadores

1-Renda média Mensal Do Censo Demogrãfico/1970


miciliar ( era CRÍ } 150,17 189,72 369,00
4
2-Valor Bruto da Produ­ Censo Agropecuãrio/1970
ção Agr<pecuãria
( em CR$1-000,00) 38,649 144.669 • 2.998.810
3-Despesas totais da Ex
ploração Agropecuária
( em CRÍl.000,00) ■ 16.168 67.089 1.445.1Ó8 Censo Agropecuãrio/1970
4-Area Explorada
( em ha ) 716.889, 7 3.231.312,0
w \ 35.422,045,5 Estatísticas Cadastrais/
1972

5-Area Aproveitável Estatísticas Cadastrais/


( em Ha ) 923.200, 2 3.830.000,2 38.566.437,0 INCRA-1972

6-População Rural
{ em habitantes) 217.0 26 673.326 5.477.982 Censo Demagráfico/1970

7-População Rural E-
conomicanvente ativa
( em habitantes) 65.761 207.300 1.717.333 Censo Demogrãfico/1970

8-População Economica­
mente Ativa
( em habitantes) 78.942 269.326 ' 3.460.615 Censo Demogrãfico/1970
í
9-Pessoal Ocupado
( em habitantes) 77.775 256.89a K979.847 Censo Agropecuãrio/1970

ÍQ-Populaçao total
(em h-ibi Lautos) 259. 292 897.971 ( 11,487.415 Censo Agropecuãrio/1970
- i to
l'ont.'; Censos do MtGU/1070 e Jnformnçnon do TNCIíA/1972. --J
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28

a) O valor da produção agropecuária da área de a


cordo com informações do Censo Agropecuário - 1970 é de Cr$
38.649.000. 00, a do Vale é de Cr$144.669.000,00 e a do Estado
Cr$2.998.810.000,00. Deste modo o valor da produção da Area-
Programa ê equivalente a 26% da produção do Vale e 1,3% da pro
duçao agropecuária do Estado.

b) O total de despesas realizadas para produzir


os valores descritos no item (a) foram de Cr$ 16.168.000 ,00 , pa
ra a Area-Programa, Cr$67.089.000,00 para o Vale, e Cr$..
1.445.108.000. 00, para o Estado.

c) Relacionando-se o valor da produção com o to


tal de despesas realizadas pode-se visualizar a grosso modo o
resultado econômico médio da exploração agropecuária. Para a
Ârea-Programa a relação é de 0,41, 0,46 para o Vale e 0,48 pa
ra o Estado. Verifica-se que 40 a 50% do valor da produção e
gasto para cobrir as despesas e o restante é o resultado econô
mico bruto de produção. A Ârea-Programa apresentou valores
mais altos para o resultado econômico, mostrando que deve es
tar utilizando mais fatores internos à propriedade rural, nes
te caso, mão-de-obra e terra. São conclusões ainda prelimina
res, pois torna-se necessário confrontar e analisar outras in
formações para a indicação de conclusões definitivas.

d) Utilizando-se dados do Cadastro de Imóveis Ru


rais do INCRA, verifica-se que a área explorada (em ha.) na Â
rea-Programa é de 716.889,7, 3.231.312,0 no Vale e 35.422.045,5
no Estado. A área explorada da Ãrea-Programa representa 22% da
Ãrea explorada do Vale, e 2% da do Estado.

e) A área aproveitável da Ârea-Programa é de


923.200,20 ha, sendo 23% não explorada. Para o Vale a área a
proveitãvel e de 3.830.000,20 ha. com 16% de área aproveitável
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29

não explorada, enquanto o Estado, que possue uma ãrea aprovei


tãvel de 38.586.437,00 ha, explora 92% deste total. Por estes
resultados vê-se que a maior percentagem relativa de ãrea não
aproveitável pertence ã Area-Programa, levando-nos a concluir
que nesta Ãrea o fator terra é mais ocioso e não tem sido apro
veitado com a intensidade permitida pela sua limitação física,
talvez por falta de acesso dos proprietários aos serviços como
credito rural, assistência técnica, infra-estrutura de comerei
alização de produtos e insumos e acesso aos mercados consumido
res.

f) O valor da produção agropecuária por habit


calculado pela divisão entre o valor da produção agropecuária
e a população rural da Area-Programa é de Cr$178,00, Cr$214,85
para o Vale do Jequitinhonha e Cr$547,42 para o Estado. Portai
to, a produção agropecuária por habitante rural da área progra
ma equivale a 83% da produção agropecuária por habitante rural
do Vale e 325% em relação à média do Estado.

Analisando alguns indicadores relativos à popula­


ção rural e urbana, população economicamente ativa e pessoal
ocupado, com dados dos Censos Demográfico e Agropecuário, de
forma agregada, pode-se apresentar os seguintes resultados da
tabela I :

a) A população rural da Area-Programa é de 217


pessoas e a urbana é de 44.266, fornecendo uma relação Popula­
ção Rural/população total de 83,6%. Para o Vale do Jequitinho
nha, que possue 673.326 pessoas vivendo na zona rural, a rela
ção ê de 75%, e para o Estado, com uma população rural de
5.477.982 pessoas a relação ê de 47,6%. Assim o grau de urbani^
zação do Estado e quase o dobro do observado na Area-Programa,
apresentando esta o menor grau obtido para os três espaços. A
relação entre as populações rurais da Area-Programa do Vale e
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30

do Estado, ê de 32% e 3,9% respectivamente, possibilitando a


verificação da importância da Area-Programa no contexto rural
destas duas ãreas maiores.

b) Verifica-se que 65.761 pessoas pertencem


pulaçao rural economicamente ativa, fornecendo uma relação de
33,3% entre esta e a População Total Economicamente Ativa. Pa
ra o Vale, a relação é de 76,97 e para o Estado de 49,6%. A po
pulaçao rural economicamente ativa ê mais importante para a A
rea-Programa do que para o Estado e o Vale, fazendo com que a
atividade agropecuária seja a maior responsável pela oferta de
empregos.

c) Pode-se estimar o grau de dependência dest


pulaçao rural utilizando-se o quociente população rural sobre
força de trabalho (população rural economicamente ativa). Para
a Area-Programaa relação e de 3,3, para o Vale, 3,24 e para o
Estado, 3,18. Verifica-se por estes resultados que além da pro
dutividade da mão-de-obra rural e da renda serem menores na A
rea-Programa, conforme demonstrado nos itens anteriores,o grau
de dependência é acentuado.

d) A população ocupada, incluídos os trabalhado


res temporários e permanentes, é de 77.775 pessoas na Area-Pro
(7)
grama e de 256.898 no Vale e de 1.979.847 no Estado . A re

(7) Conceitualmente o total de pessoal ocupado Ó menor que o


total da população economicamente ativa, porque neste eis
tão incluídas as pessoas empregadas e aquelas que procuram
emprego pela primeira vez. Como o Censo Agropecuário cole
ta o total de empregos gerados pela propriedade rural e o
Censo Demográfico coleta o total de pessoas na faixa etã
ria^tida como economicamente ativa, surge a discrepância. A
razão desta ê a presença de trabalhadores rurais temporã
rios que entram tantas vezes no total de pessoal ocupado
quantos forem os estabelecimentos agropecuários que tenham
trabalhado durante o ano de recenseamento. Para maiores ex
plicações sobre o assunto, consulte PATRICK, GEORGE, F - De
senvoívimento Agrícola do Nordeste - Apêndice de Relatório
de Pesquisas n9 11 - IPEA/INPES -Rio de Janeiro, 1972
p.p. 301-307.
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31

lação entre a Area-Programa, o Vale e o Estado no que diz res^


peito ao pessoal ocupado é de 30,2% e 3,9%,bem próxima da rela
ção encontrada para a população rural e a economicamente ati­
va.

Da análise dos resultados realizados nos ítens an


teriores, sobre alguns indicadores sócio-econÔmicos, pode-se
concluir que a Ãrea-Programa é uma região predominantemente a
gropecuãria, se comparada ao Vale do Jequitinhonha e ao Estado
de Minas; possui um potencial maior de recursos nao esplorados
(mão-de-obra e terra); tem uma produtividade dos fatores m ã o -
de-obra e terra bem menor que daqueles e sua população vive
num estado de pobreza relativa bem maior se relacionada com a
do Estado e a do Vale. Pode-se concluir que a Area-Programa tem
situação economico-social mais baixa que a do Vale.

A população rural e urbana da Area encontra-se


num estado de pobreza não só relativa mas também absoluta. Uma
população que possue uma renda média mensal domiciliar de Cr$
150,17, vive num estado de pobreza relativa em comparação com
qualquer indicador sõcio-econômico e diante da necessidade mí
nima de alimentação, saúde, condições sanitárias, educação, vi^
ve também em estado de pobreza absoluta.

Do total de 29.344 domicílios verifica-se também,


pelos dados do Censo Demográfico, que 26% destes obtêm uma ren
da domiciliar média abaixo de Cr$50,00 ou seja, 28% do salário
mínimo, e 69% obtém renda ate Cr$150,00, que representa 85% do
salário.

A análise desagregada por municípios da Area-Pro-


grama sera realizada em outras seccões deste trabalho, pois o
propósito desta foi posicionar o setor Agropecuário e certas
condições sócio-economicas da Area-Programa nos contextos re­
gional e Estadual, neste caso o Vale do Jequitinhonha e o Esta
do de Minas Gerais.
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1 SECRETARIA DE PLANEJAM ENTO E COORDENAÇÃO GERAL/FJP/CO DEVALE
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ll[- Situação da Área Programa


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32

III. SITUAÇÃO DA ÃREA PROGRAMA

Neste capítulo procuraremos analisar a situação


da Ãrea no que tange a recursos naturais, humanos e a situação
sõcio-econômica da região para que possam ser avaliadas as po
tencialidades da região e assim traçar as diretrizes do Progra
ma.
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33

1 - RECURSOS NATURAIS

Situação e Limites

A Ãrea Programa situa-se na região Sudeste do Bra


sil e corresponde, na divisão regional do Estado de Minas Ge
rais, a parte sul-central da Zona do Jequitinhonha {Alto e Me
dio conjuntamente) e a pequena porção noroeste da zona do Mucu
ri, e nordeste do Estado. Esta compreendida entre os paralelos
16°10' e 18°20' de Lats e meridianos 41°20' e 42°50' de Long
W Green .

2
Refere-se a uma ãrea de 16.857 km , compreendendo
aproximadamente 3% da superfície do Estado de Minas Gerais.

Esta ãrea abrange a Bacia do Médio Alto Jequi ti


nhonha e de seu afluente rio Araçuaí, além das cabeceiras do
rio Mucuri.

Na tabela II estão contidos 13 municípios, com


as seguintes áreas:

TABELA II
ÃREA DOS MUNICÍPIOS

MUNICÍPIO ÃREA EM Km2

Araçuaí 2.326
Berilo 917
Caraí 1.133
Chapada do Norte 76 4
Comercinho 612
Coronel Murta 851
Francisco Badarõ 829
Itinga 2.813
Malacacheta 2.117
Minas Novas 1,70 8
Novo Cruzeiro 1.616
Padre Paraíso 566
Virgem da Lapa 605
TOTAL 16.857

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A. Geomorfologia

A parte oeste e norte da região em estudo situa-


se na Região do Planalto Leste, constituindo as extremidades
orientais da Chapada Diamantina em Minas Gerais, enquanto sua
porção sul-oriental acha-se integrada na Região da Encosta do
Planalto.

As altitudes aí variam de 200 a 1.000 m, mostran


do-se a região muito movimentada, sendo conformada a oeste e
norte por chapadas muito aplainadas, bastante extensas, com va
les profundamente entalhados, em alguns locais amplamente aber
tos, estão presentes as vezes circos de erosão, sendo que via
de regra aumenta o arrasamento para a parte central e para lejí
te da ãrea.

As porçoes meridional e extremo leste apresentam


encostas dissecadas (Região da Encosta do Planalto) , sendo que
em certos pontos é a feição dominante. Na ãrea de Comercinho e
em outras zonas do extremo leste ocorre uma feição geomõffica
bem destacada, são áreas rebaixadas e bastante dissecadas em
que se verifica concentrações de "pirocas" e "pães de açúcar"
do complexo granito-gnaissico, cuja maior ocorrência e desen
volvimento situa-se mais a leste na região de Medina-Pedra A
zul e Rubim, fora da ãrea estudada.

Cabe também ressaltar os amplos vales, em calha


aberta, onde corre o rio Jequitinhonha e aquele desenvolvido
pelo curso baixo do seu afluente Araçuaí.

Segundo King em seu estudo sobre a evolução do re


levo do leste brasileiro, são quatro os ciclos erosivos que ta
lharam esta região, a saber:
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Ciclo Post-Gondwanaa - representado pelo pequeno


planalto com altitude superior a 1.000 m, que se eleva sobre a
superfície da chapada/ constituído da área montanhosa denomina
da "Serra da Sapucaia", na margem esquerda do rio Jequitinho
nha, a norte da cidade de mesmo nome. Embora a localidade tipo
situe-se fora da área de estudo, deve ser comentada, pois oxxs_
tem pequenas elevações acima do nível normal da chapada, em
t o m o de 1.000 m, ao norte de Coronel Murta, Itinga e Comerci­
nho podem ser relacionadas a este ciclo.

são elevações de encostas arredondadas, com decli


ves fortes nos planos, sendo que seus declives mais íngremes
situam-se no lado sul. O vale do Jequitinhonha situa-se quase
800 m abaixo desta superfície elevada.

Este ciclo geomorfológico desenvolveu-se no Cretã


ceo Superior.

Ciclo Sul-americano - considerado como tendo-se .


desenvolvido no Terciário Inferior, corresponde a constituição
da superfície de erosão sobre a qual depositou-se os sedimen
tos terciários lacustres da Em, Chapadas (correlacionada a Fm.
Barreiras) , Isto resultou no que hoje sao grandes extensões de
chapadas quase perfeitamente aplainadas, em altitudes que osci
lam de 700 a 950 m, constituindo uma feição muito marcante, cn
de se acham encaixados os principais cursos d 1água da região.

Na região, estas superfícies estão bem recortadas


por vales do ciclo geomorfolõgico seguinte. Ciclo Velhas, apre
sentando um aspecto digitado, com esporões e testemunhos jã
um tanto dissecados.

Estas chapadas constituem a extensão sul-ociden


tal da ampla Chjapada dos Columbis que continua para norte, a
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36

dentrando o Estado da Bahia pelo denominado Planalto de Con­


quista, no âmbito da grande unidade geonõrfica da Chapada Dia
mantina.

Ciclo Velhas - este ciclo de sen volveu-se no ter


ciãrio superior, e compreende o primeiro recorte da superfície
de aplainamento das chapadas. Na área nem sempre consegue-se
diferençar os efeitos deste ciclo com os do subsequente Ciclo
Paraguaçu.

Correspondem a este ciclo as áreas embutidas na


superfície das chapadas, em altitudes presumivelmente oompreen^
didas entre 700 m e oerca de 450 m, representadas por verten
tes bastante dissecadas do vale do Jequitinhonha e dos tributa
rios maiores, assim como as áreas dissecadas dos espigões e
contra-fortes dos divisores Jequi tinhonha-ílucurí.

São áreas de topografia acidentada, compostas por:

a) encostas íngremes que enquadram os vales encai


xados, interessando os circos de erosão, com seus pontões e am
pios depósitos de talude; e

b) tratos montanhosos, de modelado bastante vigo


roso, que compõem os divisores e as extensões destes entre o
Jequitinhonha e as bacias hidrográficas já mencionadas.

Ciclo Paraguaçu - é o ciclo de erosão Põs-Terciã


rio, â qual são atribuídos os níveis mais baixos das encostas
das partes mais amplamente abertas dos vales, a semelhança de
terraços, e os respectivos fundos dos vales, sendo igualmente
atribuídas a esse ciclo, as encostas escarpadas de vales es­
treitos e profundos e tributários pouco extensos, como o rio
Salinas.
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Na região essa superfície e representada por a


reas de topografia ondulada ora mais, ora menos movimentada,
de colinas e outeiros residuais, dos níveis de terraços do fun
do do vale, que se apresentam progressivamente ampliados para
leste.

Este ciclo escava o relevo remanescente do Ciclo


Velhas, e em certos casos o oblitera. i

B. Clima

Os dados meteorológicos da região sao escassos ,


principalmente os de temperatura, além do que a maior ■parte
dos mesmos referem-se aos setores da região mais rebaixados,
notadamente ao longo das margens do rio Jequitinhonha, onde e£
tã localizada a maior parte das cidades com estações meteorolõ
gicas. Dessa maneira os setores mais elevados (chapadas) não
contribuem no mesmo nível com as informações meteorológicas ne
cessarias para a definição do clima, que nestes locais deve
ser mais úmido e frio que as baixadas.

Analizando-se os dados disponíveis (Tabelas III,


IV e V), conclui-se que a região é dominada por um regime de
chuvas tropicais, com duas estações bem distintas, com predomí
nio de chuvas de verão e temperaturas médias elevadas, sendo a
amplitude térmica da ordem de 4,5 a 5,6.

Porém o regime de chuvas é caracterizado por cer


ta irregularidade, estando a maior parte da região sujeita a
uma distribuição irregular durante o ano, como também de ano a
ano, podendo ocorrer períodos de estiagem mais longos que o
normal,
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Araçual 22,5°C 673,5 m m 20, 7 2 11,0 152 , 9 33 3 O m
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Grão Mogol 21,6°C 1.182,6 m m 37, 4 2 25, 5 96, 9 51 > > o
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Itamarandiba 19,6°C 1.286,3 m m 43,45 23, 9 97,6 110 m
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Itambacuri 23,4°C - 35,08 , - 37,7 65 a ■O
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Jequitinhonha 2 4 ,8°C 867,8 m m 24,93 15,4 76 31 o

Pedra Azul 2 3 ,6°C 1.081,1 m m 32,17 19,5 81 , 1 71

Salina3 25,8°C 1.270,1 m m 35,47 18,4 97,1 10 1

Tc ó f i l o Otoni 2 4 ,1 °C 1.299,2 m m 38,09 25,9 90 38

Itaobim 23,64°C 719 , 0 m m 21,39 - - 31

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Minas Novas 21,84°C 1.015,2 m m ' 31,92 48 m
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DO
ESTADO
Tabela IV

DE
Precipitações (Dados obtidos na divisão de águas do D.N.P.M.)

MINAS
GERAIS
PRECIPITAÇÃO - ALTURA TOTAL (mm)
ALTITUDE
(m)
■JAU FEV MAR ADR MAI JUtl JUL AGO SET OUT NOV DEZ AMO PERlODO

Medina - 76,2 66,5 80,7 82,9 18,7 15,2 19,6 7,0 21,5 20,5 197,3 165,8 775,9 950 - 958

Itaotlro - 125,0 64,0 94,6 47,4 13,9 7,9 5 ,2 5,9 15,9 63,5 139,5 186,9 769,7 9 39 - 958

Itlnça - 105,9 6 8 f4 78,4 35,6 10,0 4,6 4,2 1,2 17,5 72,5 155,9 186,0 740,2 939 - 958

Movo Cruzeiro - 150,6 93,3 64,3 56,3 24,4 24,4 7,6 7,3 21,6 62,0 144,4 295,4 972,4 942 - 958

Queixada (novo C r u zeiro) - 134,6 73,0 61,4 29,0 6,1 4,9 3,7 4,3 10,0 66,9 139,0 249,3 792,2 946 - 958

/
Coronel Murta - 140,0 66,0 79,5 53,6 12,9 2,9 ' 4,0 3,4 21,6 74,8 159,3 219,1 857,9 937 - 958

Virgem da Lapa - 110,0 73,0 109,6 74,a 13,2 7,5 9 .4 0,3 3.1 47,1 221,4 222,7 892,9 952 - 958

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Araçuaí 272 1 3 G ,7 120,0 89,4 42,2 6,9 4,4 6,9 7,6 21,9 71,9 145,1 1G5,2 ei9,7 918 - 942 9
9 O m
o’ > o
> > o
o
Jequitinhonha 252 140,5 93,7 117,0 62,0 37,3 17,9 40,7 16,2 25,1 55,6 158,8 141,5 906,3 929 - 942 CO 73
õ O
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Pedra Azul 627 132,9 119,0 113,0 58,9 22,9 11,7 15,7 17,6 2 6 ,2 67,6 167,3 168,8 916,3 918 - 942
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■ TEMPERATURA OO AR ° C , MÉDIA COMPENSADA a
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Araçusf 272 25,9 25,9 25,9 24,9 23,1 21,5 21,0 22,5 24,5 25,6 25,2 25,6 24,3 918 - 942
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Jequitinhonha 254 26, B 26, e 26,2 25,2 23,3 22,0 21,0 22,5 24,5 26,1 25,6 26,3 24,7 929 - 942 "o
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Pedra Azul 627 24,1 23,9 23,7 22,6 20,8 19,4 18,5 21,4 21,7 23,1 23,1 23,6 22,2 918 - 942
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Esta irregularidade deve-se, talvez, a influencia


da localização da área, situada em zona de transição, onde jã
aparecem certas características de zona semi-árida (fundo do
Vale do Jequitinhonha) , com vegetaçao xerõfita (caatinga) , cur
sos d 1água periódicos, clima seco, temperatura média elevada e
grande evaporação. Enquanto que nos chapadões terciários ocor
rem formações de cerrado,

A massa equatorial continental quente e úmida que


é dominante no verão, na região do Planalto Central Brasileiro,
influencia a região, porém em menor intensidade, provocando as
chuvas de primavera-verão.

0 regime de chuvas é tipicamente continental, com


uma periodicidade caracterizada pela concentração máxima de
precipitação (80 a 90% do total anual) acumulada nos meses de
primavera-verão (outubro-março). O máximo de precipitações o
corre em dezembro, janeiro e fevereiro, sendo dezembro o mês
mais chuvoso. As mínimas ocorrem nos meses de junho, julho e
agosto, tendo a estação seca de 5,5 a 6 meses (abril-setembro),
podendo prolongar-se.

Ao longo das margens do Jequitinhonha, nas altitu


des até 300 m, não há grandes variações na precipitação, fican
do entre 730 a 900 mm anuais, sendo que a região mais seca si_
tua-se de Itinga para leste. Saindo-se do vale em direção as
chapadas nota-se uma diminuição da temperatura e um aumento da
precipitação, devido ao relevo. É evidente este fato quando se
observa que nos setores mais elevados a vegetação é sempre
verde.

As estações mais elevadas situam-se em Pedra Azul,


a nordeste da área (fora da mesma) e Novo Cruzeiro a sul, com
627 e 752 m respectivamente, e nestas, a média de precipita
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42

ções anual ultrapassa aos 900 mm máximos registrados no vale


(916 mm e 9 72 mm, respectivamente) . Como porém grande parte da
região situa-se em altitudes entre 750 e 900 m, é de se espe
rar que nestes setores, a pluviosidade seja mais elevada (em
torno dos 1.000 mm) , notadamente a pluviosidade efetiva, já
que as temperaturas são mais amenas nestas latitudes.

Os dados constantes dos Quadros I, II e III, per


tencem a estações situadas tanto dentro como em t o m o da Are a
Programa.

As temperaturas medias anuais registradas no eixo


do vale são bastante altas, na estação de Araçuaí (2 72 m) che
ga a 2 4,3° e na de Jequitinhonha (25 4 m, a leste da área) 2 4,7°.
A média anual, em Pedra Azul, situada a 62 7 m de altitude, é
mais baixa, sendo da ordem de 22,2°C. Como a maior parte da re
gião está compreendida entre 750 m e 9 00 m, as médias devem
ser bem menores nas chapadas.

A umidade relativa média anual na parte mais re


baixada do vale é de 71,7%, em Araçuaí, e 6 8,6%, em Jequitinho
nha, enquanto que em Pedra Azul é um pouco mais elevada, 73,3%.

A despeito dos poucos dados que se possui, princi


palmente das regiões mais elevadas (chapadas) , pode-se encai^
xar a região no domínio do clima Aw de Kfippen, quente e úmido
com estação chuvosa no verão. Este é o clima de grande parte
da região, até as cotas da ordem de 750 m, quando a altitude
ameniza o clima. Com base nos dados térmicos de Pedra Azul, on
de a temperatura média do mês mais frio ê de 18,5°C, que colo
ca esta localidade, próximo ao limite entre o Aw e o Cwa. Sen
do que parte da área situa-se entre 750 m e 900 m de altitu
de, como as chapadas e outras áreas elevadas, infere-se para
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estes locais um clima amenizado pela altitude, correspondendo


ao Cwa de Kóppen, clima mesotêrmico com verões quentes e esta
ção chuvosa no verão. O que diferencia estes dois climas é a
média de temperatura do mês mais frio menor que 18°C para o
Cwa, correspondendo a ambos uma mesma pluviosidade.

Como dentro destas regiões de clima mesotêrmico


CV/a, existem áreas mais elevadas, em altitudes superiores a
1.000 m, com verões mais brandos, espera-se uma média do mês
mais quente inferior a 22°C. É provável que se tenha nestas
regiões um clima do tipo Cwb de Kõppen. O que diferencia os
dois climas, Cwa e Cwb, e a média do mês mais quente inferior
a 22°C para o Cwb.

No trecho definido de Araçuax para les te,situa-se


a área de clima mais seco da região onde se encontra vegetação
xerõfila (tipo caatinga) . O aparecimento deste clima mais seco
decorre da situação do vale, encaixado entre chapadas, ficando
abrigado das massas de ar portadoras de humidade, tanto do qua
drante sul como do quadrante norte. Nesta parte ocorrem ventos
quentes e consequentemente forte evaporação. As temperaturas
médias são da ordem de 2 4,3°C e 2 4,7°C e as precipitações, da
ordem de 730 a 800 mm. Este clima pode ser considerado sub-se
mi-árido, provavelmente uma transição entre o Aw e o BSH de
Kfeppen. Estende-se pelo fundo do vale do Rio Jequitinhonha e
parte das encostas, penetrando também nos setores mais rebaixa
dos dos seus afluentes, no trecho compreendido entre Araçuaí e
São Pedro do Jequitinhonha.

C . Vegetação

A descrição dos diversos tipos de vegetação foi


feita baseando-se principalmente na fisionomia das formações,
em virtude não sõ da escassez de dados relativos à composição
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florística, como também da maior facilidade de identificação


no campo.

Os tipos de vegetação com as suas subdivisões fo


ram grupados do seguinte modo:

A) Campos
1. Campos das várzeas
2. Campos Secundários (antrópicos)

B) Cerrados (Savana)
1. Cerrados Arbóreos - arbustivos
2. Cerrados Arbustivos Abertos (campo cerrado)

C) Caatingas
1. Caatingas arbóreas
2. Caatingas arbóreo-arbustivas
3. Caatingas arbustivas densas
4. Caatingas dos afloramentos de rochas

D) Florestas (Matas)
1. Florestas secas
a) semicaducifolias , fácies xerófilo
b) semi caduci folias , fácies higrófilo

2. Florestas costeiras
a) da encosta do planalto

3. Formações florestais secundárias

E) Outras Formações
1. Formações de Palmãceas
2. Formações dos Afloramentos de rochas
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Sua distribuição obedece o critério de altitude,


mais uma vez enfatizando o clima regional/ que e continental
por excelência, com variações devido a altitude.

C.l. Campos

Neste tipo de vegetação foram incluídas e descri^


tas as formações campestres abertas, graminosas ou mistas de
gramíneas, sub-arbustos e arbustos, podendo ser arvores espar
sas. Dentre estes campos, destacam-se:

C.l.l. Campos das várzeas - São as formações na maioria hidrofíti^


cas, de fisionomia graminõide , que ocorrem nas várzeas e ãreas
baixas, úmidas ou alagadas, de cotas relativas mais baixas da
região. Estes campos, ora são constituídos de comunidade domi
nada por Typha dominguensis (tábua), ora por comunidade papi-
roide, dominada por Cyperus giganteus (papiros ou piripiri) ,
ora por formação mista destas duas espécies, acrescidas de es
pécies isoladas de Cecropia sp. (imbaúba do brejo), ocorrendo
também uma pequena palmeira espinhosa denominada "tucum". Em
algumas várzeas úmidas ocorrem pteridÕfitas.

Estes campos são de pouca expressão geográfica,


ocupando apenas ãreas restritas aos brejos e banhados.

C.l,2. Campos secundários (campos antrópicos) - São formações gra


minõides secundarias, constituídas de espécies espontâneas e
subespontâneas, que se desenvolvem nas áreas onde a vegetação
anterior foi destruída, seguida ou não de queima e ocasional
mente de utilização agrícola passageira. Quase sempre, nestes
locais, desenvolve-se vegetação com fisionomia diferente da an
terior, tomando a paisagem o aspecto de pradaria.

Este tipo de vegetação é constituída de formações


graminõides, geralmente densas, com altura que pode atingir a
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próximadamente 2 metros (capim colonião) . Estas formações se


cundãrias/ que constituem as pastagens da região, são integra
das quase que totalmente por Panicum maximum Jaoq. (capim colo
nião, colônia ou murumbu) , notadamente nas áreas rebaixadas e
mais quentes da região, pelo menos ate uma altitude aproximada
de 750 m, dominada por clima Aw de Kôppen. & medida que vão se
tomando maiores as altitudes, esta gramínea vai cedendo lugar
paulatinamente a outra mais baixa, Melinis minu ti flora Beauv
(capim gordura ou meloso) , até desaparecer por completo em ci
ma das chapadas onde domina o Melinis minu ti flora e ocorre uma
gramínea baixa muito semelhante ao capim gordura, além de ou­
tras não identificadas. Nestas ãreas mais elevadas, o clima
mais amenizado pela altitude, parece ser o fator limitante ao
desenvolvimento do capim colonião.

Em ãreas de solos com melhor fertilidade e em al


gumas partes coluviais, ocorrem manchas de Hyparrhenia rufa (ca
pim jaraguã ou provisório).

Algumas várzeas e pequenas depressões úmidas sao


ocupadas por Panicum purpuracens Raddi (capim angola ou bengo).

Nas encostas de algumas chapadas, foram constata


das manchas de Paspalum s p . (grama forquilha) e ocorrência de
uma gramínea alta conhecida localmente por "Andraquicé" - Pa­
nicum sp.

Verificou-se também a ocorrência de manchas de Ia


perata brasiliense Trim. (sapé). Outra gramínea invasora muito
freqüente, notadamente próximo às estradas das ãreas rebaixa
das, ê Trichachne sacchariflora (Raddi) Nees (capim amargoso
ou capim açú).
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Além das gramíneas citadas anteriormente, em algu


mas chapadas e em outras partes também elevadas, foram consta­
tadas manchas grandes de Pteridium aqullinium (L.) Kuhn. (sa
mambaia das taperas) .

Nestes campos secundários, além destas gramíneas


e pteridõfitas, apareoem arbustos e árvores esparsas, na maio
ria invasoras de áreas devastadas, sendo alguns, remanescentes
da vegetação anterior. São mais encontrados: Vemonia s p . (as
sa-peixe), Sida sp. (guaxima ou guanxuma), Solanum grandiflo-
rum (lobeira ou fruta de lobo) , Ceitis sp. (joaí) , Bougain
villea sp. (primavera ou Tres Marias), Calotropis procera (ciu
me ou algodão seda) , Tabemaemontana sp. (leiteiro, pau-de-lei
te ou pau-de-colher) , Croton sp. (velame ou cruel) , Lantana sp.
(cambará), Urena sp., Cassia sp., Borreria sp.,(Vassourinha de
botão), Jatropha sp. {arre-diabo) , Attalea sp. (pindoba) em co
lônias ou esparsas, Fitolacáceas (laranjeira selvagem), Meliã
ceas, Solanãceas, Leguminosas e outras. Nas áreas antes ocupa
das por vegetação de caatinga, é frequente a ocorrência de
Mimosa sp. (jurema) e uma Bignoniãcea de flores roxas (cane­
lão) . Em algumas baixadas verifica-se a ocorrência de Genipa
ame ri can a (genipapo) .

C.2.Cerrados (Savanas)

Constituem um tipo de vegetação muito caracterís^


tico, com fisionomia peculiar, constituída de formações relati
vamente abertas, de arbustos ou pequenas árvores que atingem
aproximadamente 7 metros de altura. Normalmente seus componen
tes apresentam pequeno porte, troncos e galhos tortuosos, co­
bertos por casca espessa e fendilhada, copas e ramos sem sime
tria, folhação pouco desenvolvida, folhas geralmente grandes e
grossas, algumas coriãceas, ausência de acúleos e espinhos ,
bera como de epífitas e lianas. Estes cerrados podem ser dife
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renciados em dois aspectos distintos, que se caracterizam mais


pela densidade e tamanho (porte) dos componentes que pela com
posição florística e até certo ponto pela fisionomia. Assim
sendo, pode-se distinguir:

Ç.2.1. Cerrados arbóreo-arbustivos - São os cerrados de maior por


te da região, com indivíduos menos espaçados entre si. São
constituídos de árvores de pequeno porte, que atingem aproxima
damente 6 metros, além de muitos arbustos, sub arbustos e gramí
neas ,

De um modo geral, apresentam um estrato mais alto


arbóreo, com indivíduos bastante espaçados entre si, entre os
quais são mais encontrados: Caryocar brasiliense Camb. (pequi
ou pequiã), Kielmeyera s p .(pau-santo), Stryphnodrendon barba-
timao Mart. (barbatimão), Hymenaes stigonocarpa Mart. (jatobá
do campo) , Dalbergia violacea (Vog.) Malme (cabiuna do cerra
do) , Qualea sp. (pau-terra) .

Constatou-se a ocorrência de Bômbax sp. (paineira).


No cerrado de Araçuaí, nas bordas da chapada, foram constata
das além do Caryocar brasiliense e outras espécies, Magonia
glabrata (tinguí) e Quale grandiflora Mart. (pau-terra de fo
lhas grandes) . Nas áreas de transição para floresta, são fre
qtlentes as ocorrências de Copai fera Langsdorfii (copaíba,
óleo) - Solanum grandiflorum (fruta de lobo, lobeira) encon­
tra-se bastante disseminada na região, notadamente nas chapa
das.

O estrato intermediário, geralmente arbustivo, é


constituído de diversas espécies, de porte até 3 metros. Neste
são muito encontrados: Byrsonima sp. (muricis), Kielmeyera sn.(pau
-santo),Anona furf uracea,Caliandra s p ., Vernonia sp., Brosimum gay
dichaudii (mamacadela), Ljchnophora sp., Mirtáceas, Rubiãceas,
Euforbiãceas, Gutiferaceas, Apocináceas, Leguminosas Mimosa-
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ceas, Asclepiadãoeas, Moraceas e outras. Geraldo Magalhães (37


e 3 8) assinalou no cerrado da chapada de Virgem da Lapa, a pre
sença das seguintes Apocinãceas: Himatanthus obovata (Muell.
Arg.) Wood., Man de vi 11a illustris (Well) Wood. e Ondontadenia
lute a (We 11.) Mg f .

O estrato rasteiro, predominantemente graminoso,


na maioria das vezes não cobre toda a superfície do solo, dei^
xando espaços intercalares sem vegetação. É constituído de es
pécies que atingem aproximadamente 50 cm, sendo relativamente
freqüente a ocorrência de gramíneas rijas, com folhas estrei^
tas e pi losas, não identificadas. Melinis minutiflora Beauv.
(capim gordura ou meloso) é muito freqüente, bem como outra
gramínea semelhante a ela. Constatou-se ainda Ananassa ananas-
soides (abacaxi do cerrado), Anacardium humilis (caju do cerra
do) , Andira sp. , Lippia diamantinensis, Mirtãceas (guavira ou
gabiroba) e outras. A apocinãcea Rhodocalyx rotundifolius Muell
foi constatada por Geraldo Magalhães na chapada de Virgem da
Lapa. No cerrado de Araçuaí, foi assinalada a presença de uma
Tumerácea rasteira de flores amarelas - Tu m e ra sp.

No extremo norte da região, no limite com o Esta


do da Bahia, verificou-se a presença de pequena área de cerra
do semicaducifólio, no qual é freqüente, no estrato muito ba.L
xo, a ocorrência de Bactris sp. (indaiá) que chega a dominar
completamente em certos pontos, ocorrendo também muitas Malpi^
giãceas.

Esta formaçao parece estar relacionada com o cli


ma mais seco de transição que ocorre nesta zona.

C.2,2. Cerrado arbustivos abertos (campos oerrados) - são os cerra


dos mais abertos da região, cujas plantas possuem menor por
te.
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Normalmente caracterizam-se por apresentar arbus­


tos tortuosos, esparsos, disseminados em um estrato rasteiro,
pre dominante mente graminoso. Apresentam composição florística
e fisionomia quase semelhante ã dos cerrados arbóreo-arbustivo^
diferindo principalmente no porte das plantas que ê mais redu
zido, na distribuição dos componentes da flora mais alta que é
mais esparsa e no maior número de gramíneas no estrato rastei­
ro. Não têm muita importância do ponto de vista de extensão,
porque ocupam áreas relativamente pequenas.

C .3. Caatingas

Sob esta designação genérica são conhecidas, nota


damente na Região Nordeste do Brasil, formações vegetais dis­
tintas, não somente do ponto-de-vista de fisionomia, como tam
bém de composição floris ti ca que têm como "habitat” as regiões
semi-áridas e subsemi-ãridas . Apesar das diferenças fitofisio
nômicas e floris ti cas, estas formações apresentam muitas carac
teristicas em comum, como o acentuado xerofitismo, perda com­
pleta das folhas de todas ou quase totalidade das espécies du
rante o período seco, muitas plantas lenhosas de porte baixo
ou médio, espinhosas, com profusa ramificação nos troncos e ra
mos, rara ocorrência de folhas grandes e largas, predominando
folhas pequenas, delgadas, compostas (pinadas e bipinadas, mõ
veis, sensíveis, que podem evitar ou atenuar a ação dos raios
solares, como de muitas leguminosas). Freqüentemen te , mas nem
sempre, com plantas suculentas (Cactãceas, etc), Bromeliáceas,
Euforbiãoeas e outras que possuem substâncias de reserva em
suas espessas raízes ou mesmo bulbos e tubérculos radiculares.

Ocorrência de plantas com trancos intumescidos,


dilatados, de madeira mole (barriguda), que servem para armaze
nagem de água. A ocorrência de epífitas ê rara.
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As características peculiares destas plantas mos


tram o alto grau de adaptação das mesmas, refletindo as condi^
ções climáticas rigorosas que vigoram nestas regiões, onde a
estação seca é muito pronunciada, as chuvas são escassas e ir
regulares, com índices pluvi ornetricôs anuais baixos, as tempe
raturas médias anuais são elevadas, a evaporação é grande, a
umidade relativa ê baixa, mostrando que o clima é seco.

Apesar da grande quantidade de folhas que as plan


tas da caatinga deixam cair durante a época seca, não se efe
tua uma transformaçao permanente destas em humus, em virtude
da falta de umidade durante grande parte do ano, o que concor
re também para restringir ou mesmo interromper a atividade dos
organismos transformadores, pelo menos temporariamente. Assim
sendo, sobre os solos das caatingas não se observa aquela cama
da de humus tão característica das matas, notando-se apenas a
parte superficial do solo de coloração clara quase sem detri
tos ou com algumas folhas mumificadas, normalmente sem uma si^
núsia rasteira efetiva para protegê-la.

Pelos diversos aspectos fitofisionômicos e dife


renças na composição florística, pode-se distinguir as seguin
tes variações da caatinga na região:

C.3.1. Caatingas arbóreas - Conhecidas localmente por "Caatinga a_l


ta*', estas formações são as que atingem maior porte dentro do
grupo das caatingas.

São formações relativamente densas de árvores de


pequeno porte e arbustos, que atingem aproximadamente 10 me
tros de altura e apresentam aspectos de mata, principalmente
durem te a estação chuvosa, quando seus componentes acham-se en
folhados. Assim sendo, elas não deixam de ser uma floresta de
cídua ou floresta espinhosa.
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Nestas formações, são mais raramente encontradas


Cactãceas e Bromeliãceas, sendo entretanto, freqüentes as plan
tas com folhas pequenas, bastante ramificadas e de copas ralas.
Entre as árvores que atingem maior porte, pode-se obter alguma
madeira dura, boa para construção como o Astronium fraxinifo-
lium Schott (aroeira) e outras. Ainda fazendo parte desta slnú
si a arbórea são encontrados Piptadenia s p . (angico) , Tabebuia
sp. (pau d'arco), Cavanillesia arbórea Schum. (barriguda lisa),
Caesalpina sp. (catinga de porco) e Aspidosperma sp. (pereiro).

Na sinúsia intermediária, com muitos arbustos e


arvoretas, foram constatados: Cnidoscolus phy llacanthus (Muell.
Arg.) Pax. & K. Horrm. (faveleiro) , Mimosa sp. (jurema) , Ma-
nihot sp. (mandioca do mato), Jatropha phyllacan tha Mart. (can
sanção) , Bougainvillea s p . (primavera, Três Marias) , Ceitis sp.
(joai), Smilax sp. (Liliãcea escandente e espinhosa) , Jaraca-
tia sp. (jaracatiã) .

O substrato rasteiro é muito ralo, com muitos ar


bustos espinhosos e ocorrência de gramineas esparsas.

3.2. Caatingas arbóreo-arbustivas - Estas caatingas apresentara-


se sob dois aspectos bem distintos. Um que representa formação
arbustiva densa, continua, na qual sobrelevam-se árvores de pe
queno porte, de folhas pequenas e copas ralas. Nesta vegetação,
são frequentemente encontradas Cactãceas e Bromeliáceas. Entre
as espécies arbóreas, que formam o estrato mais alto, desta­
cara-se: Astronium fraxinifolium (aroeira) Cavanillesia arbórea
(barriguda lisa) , Caesalpinea ferre a Mart. (pau-ferro) , Ery-
trhrina ve lu tina Willd. (mulungu) , Bursera leptophloeos (Man.)
Engh. (amburana de cambão, imburana de espinho) e Cereus jama-
caru D.C. (mandacaru) .
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Na sinúsia arbustiva, bastante densa, com muitas


plantas espinhosas, bastante ramificadas, foram encontrados:
Cnidoscolus phyllacanthus (faveleiro) , Mimosa sp. (jurema) Ja-
tropha phyllacantha Mart. (cansanção, arre-diabo), Ceitis sp.
(joaí) , Croton sp. (velame, cruel), Bougainvillea sp. (primave
ra, Três Marias) , Leguminosas, etc.

Nestas áreas encontra-se com muita freqüência,


uma Bignoniãcea arbustiva de flores roxas (canelão) . Muito diis
seminada na região, notadamente prõximo as estradas, encontra-
se a planta exótica - Calotropis procera (algodão seda).

No estrato rasteiro, ralo, alêm de outras plantas,


são constatadas freqüentemente Cactãceas e Bromeliãoeas sendo
mais raras as Gramíneas. Entre as Cactãoeas, são mais encontra
das: Opuntia inamoeraa (quipã) , Cereus jamacaru D. C. (mandacaru)
e Harrizia sp. Dentre as Brome li ãce as , destacam-se: Neogla-
ziovia variegata Mez. (caroã) e Brome li a laciniosa Mart. (raa-
cambira) .

Com muita freqüência foi constatada uma Liliárea


rasteira, que durante sua efêmera floração, desperta a atenção,
pela grande quantidade e uniformidade de suas flores alvas,que
são tóxicas ao gado bovino.

0 outro aspecto desta caatinga e bem distinto,por


que a vegetação caracteriza-se por apresentar uma alternância
de agrupamentos de arvores e arbustos, com áreas abertas, com
sinúsia rasteira muito rala na qual é freqüente a graminea Dajg
tyloctenium aegipticum (L.) Beaux. (mão-de-sapo) e Trichachne
sacchyariflora (Raddi) Nees (capim amargoso) , ocorrendo também
Portulacáceas de caule prostado, ervas, Cactãceas - Opuntia
inamoema (quipã). Distribuídos esparsamente, são muito freqüen
tes - Cereus j amacaru (mandacaru) , ocorrendo também Erythrina
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velutina (mulungu). Nestas áreas abertas, ocorrem muitas man


dias, completamente desprovidas de vegetação, onde há concen
tração de sais. Nos agrupamentos, são encontradas árvores de
porte baixo, destacando-se: Bursera leptophloeos (Mart.) Engl.
(amburana de cambão) , Cereus jamacaru D.C. (mandacaru) Caesal-
pinia ferrea (pau- ferro) , Mimosa sp. (jurema), alem de arbus
tos espinhosos. Esta variação de caatinga ocorre nas áreas bai
xas que constituem antigos terraços do Rio Jequitinhonha, onde
são encontrados geralmente Solos Halomõrficos. São pequenas á
reas que se estendem ao longo das margens do rio Jequitinhonha,
penetrando um pouco em alguns de seus afluentes, no trecho com
preendido entre Itinga e São Pedro do Jequitinhonha.

3.3. Caatingas arbustivas densas - Sao caatingas arbustivas den


sas, com muitas plantas espinhosas, que constituem verdadeiros
emaranhados de galhos muito ramificados, desde a parte baixa
do tronco. Os arbustos são predominantemente espinhosos, de fo
lhas pequenas e se despem completamente durante o período se
co, dando, a primeira vista, impressão das plantas estarem com
pletamente secas. Nestas caatingas predominam Leguminosas, sen
do pouco encontradas Cactãceas e Bromeliáceas. São também in­
cluídas nestas caatingas as formações secundárias (29 cresci -
mento) xerõfilas, que se desenvolvem nas áreas devastadas, ge
ralmente utilizadas para cultivos transitórios e depois abando
nadas.

São formações arbustivas ou arbóreo-arbus ti vas le


nhosas, densas, geralmente constituindo verdadeiros maciços ve
getais, que no período seco, podem ser bem distintos ao longe,
devido â coloração pardo-acinzentado que apresentam. Estes ma
ciços secundários são integrados total ou quase totalmente por
uma leguminosa espinhosa, de folhas pequenas, muito ramificada
desde a parte baixa do tronco, com folhas alvas em espiga - Mi
mos a sp. (jurema) . De um modo geral não sao encontradas Brome
liaceas e Cactãceas ,
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C.3,4. Caatingas dos afloramentos de rochas - Estas caatingas ocor


rem, não sõ nos afloramentos de rochas inclusos nas áreas das
caatingas, como também sob a forma de disjunções em áreas de
outras formações vegetais, porém, ainda dentro de zona bastan
te seca.

A composição florística e a fisionomia destas


formações são semelhantes. Caracterizam-se por apresentar agru
pamentos vegetais, arbustivos ou arbóreo-arbustivos, geralmen
te ilhados em áreas desprovidas de vegetação, deixando exposta
a rocha nua. fí característica a riqueza era Cactãoeas. Outro as
pecto destas formações, caracteriza-se por apresentar indiví
duos distribuídos esparsamente, entre os quais se destacam as
Cactãceas — Cephalocereus sp,, Melocactus sp. (coroa-de-frade),
Peireskia s p . (ora-pro-nobis) , Opuntia s p . (quipã) Cereus ja-
macaru D.C. (mandacaru), Harrizia sp. (rabo-de-raposa),ocorren
do mais raramente Pilocereus sp . (cabeça-de-velho) ; Euforbiã-
ceas - Jatropha phyllacantha Mart. (cansanção) , Cnidoscalus
phy llacan thus (faveleiro); Brome li áce as Brome li a laciniosa (ma
cambira) ; samambaias, musgos, liquens e outras.

Nas formações que se apresentam agrupadas, é fre


qtlente a ocorrência de uma Bombacãcea aculeada característica,
de tronco intumescido, com raizes espessas distribuídas na su
perfície dos afloramentos Ceiba sp. (barriguda de espinho) .São
também freqttentes as Cactãoeas - Opuntia sp., Melocactus sp. 1
Cephalocereus, Harrizia s p ., C. jamacaru, Peireskia sp., Eu-
forbiãoeas - J. phy 11a canth us e outras; Brome li áce as - B. la-
clniosa, Neograziovia variegata (carõa) ; Orquidãoeas - Cyrto­
po diuia sp.; Bignoniãceas - Tabebuia sp., Bursera leptophloeos
(amburana de cambão); Sapium sp.; frequentemente Pteridõfitas
(jerico), musgos, liquens, além de Liliãceas, Apocinacias, Ama
rilidãceas e outras, fí muito freqüente, notadamente pendurada
nos ramos da Ceiba sp., a presença da Bromeliaoea epífita Til-
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landsia sp. ocorrendo também uma Orquidãcea de folhas compri


das e finas Oncidium sp.

C .4 . Florestas {Matas)

Incluídas neste tipo de vegetação, pode-se distin


guir na região, diferentes formações, do ponto-de-vista de fi^
sionomia, composição floristica e estrutura.

Apesar destas diferenças, estas formações guardam


as características fundamentais das florestas, nas quais as
plantas associadas desen volvem-se mais verticalmente, disputan
do a luz, fator fundamental para o crescimento. Assim sendo,
resultam formações de plantas de porte alto, crescimento den
so, onde as arvores apresentam conformação característica, com
troncos mais ou menos retilíneos e ramificação na extremidade,
onde se formam as copas, que se tocam.

Dentre estas florestas, que variam mais em função


de fatores climáticos, notadamente umidade, são encontradas for
mações secas, úmidas e intermediárias. Pode-se distinguir as
seguintes formações:

C.4.1. Florestas secas - São as formações florestais secas,na maio


ria de caráter semi decíduo, geralmente de porte alto, com árvo
res de caules predominantemente retilíneos e finos, claros, de
copas ralas e predomínio de folhas pequenas. Normalmente são
ricas em lianas, pobres em epífitas, ocorrendo, ãs vezes, Bro
meliãceas e Cactãceas.

Normalmente nas áreas rebaixadas mais secas, no


fundo dos vales e parte baixa das encostas encontram-se as ca
atingas. Ã medida que vão se tomando maiores as altitudes, as
caatingas vão cedendo lugar paulatinamente às florestas secas,
que nos setores mais elevados, oedem lugar às formações mais
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úmidas. Nas áreas onde não ocorrem caatingas, as florestas se


cas normalmente ocupam os setores rebaixados e fundo dos va­
les. Dentre estas florestas secas, pode-se distinguir dois fã
cies característicos: um xerõfilo e outro higrõfilo.

a) Florestas secas semicaducifolias fácies xerõfilo - apresen


tam sempre caráter semidecíduo que reflete condições climáti­
cas, caracterizadas por apresentar uma estação seca pronuncia­
da. Nestas formações semi-xerõfilas, 50% ou mais dos componen
tes perdem as folhas completamente no período seco, notadamen
te nas áreas adjacentes ás caatingas, onde o xerofitismo se a
centua mais e as formações se despem quase inteiramente. Local
mente são conhecidas por "matas secas" ou "matas acaatingadas"
e "mato cipó", que apresentam diferenças na fitofisionomia e
também na composição florística. O "mato cipó" ocorre somente
em pequeno trecho ao norte da região, no limite com a Bahia,
em áreas de transição para clima mais seco. Na parte menos se
ca, esta vegetação apresenta-se com porte alto, árvores com a_l
tura em t o m o de 20 metros, caules erectos, finos, claros, de
cascas lisas sendo algumas vezes caducas. O esgalhamento pode
ser alto, ocorrendo também ramificação baixa nas áreas mais se
cas, formando copas ralas e espalhadas. As folhas são predond
n antemente pequenas e compostas. O sub-bosque apresenta ãrvo
res e arbustos com altura de 2 a 4 metros. O estrato rasteiro
quase ausente, e representado por raras espécies herbáceas e
raríssimas Gramíneas, Ceperáceas e Bromeliãceas, apresentan-
do-se o pavimento quase sem vegetação laxa, sendo recoberto
por manta de detritos vegetais (folhas e galhos) . Presença de
muitas lianas e ausência de epífitas.

 medida que se penetra para o norte era direção


ao vale do rio Pardo na Bahia, esta vegetação vai se tomando
de porte mais baixo, com árvores de troncos mais finos e esga­
lhamento mais baixo, de caráter mais seco, ate se misturar à
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vegetação de caatinga. Fato bastante característico nesta vege


tação, é a ocorrência de termiteiros a meia altura no tronco
das arvores.

Dentre as florestas secas semicaducifolias fácies


xerõfilo, merecem maior destaque as "matas secas", conhecidas
também por "matas acaatingadas" que são bastante disseminadas
pelas ãreas mais rebaixadas, pelo menos seus remanescentes.Cor
respondem também ao tipo de Floresta lati foliada tropical se­
mi caduci f5 li a. Estas "matas secas" são constituídas de forma­
ções semidecíduas (semixerõfilas) de 15 a 25 metros de altura,
com predomínio de arvores de 20 a 4(1 cm de diâmetro, ocorren
do, entretanto, arvores mais grossas que dão boa madeira para
construção. As árvores normalmente apresentam troncos claros ,
com ramificação na extremidade, formando copas umbeliformes ra
las, havendo predomínio de folhas pequenas. Presença de lianas,
ocorrência de Bromoliaceas epífitas e terrestres, às vezes Cac
tãceas, sendo rara a presença de Orquidãceas.

Como remanescentes destas matas, são encontrados:


Piptadenia sp. (angico) , Astronium fraxinifolium (aroeira) , E-
rythrina sp. (mulungu), Tabebuia sp. (pau d 1arco) Aspidosperma
sp. (peroba rosa) , Cariniana sp. (jequitibã) , Piptadenia com-
munis Benth. (jacaré), Lecythis sp. (sapucaia) , Hymenaea stil-
bocarpa Hayne (jatobã) , Caesalpinea ferre a Mart. (pau ferro) ,
Luehea s p . (açoita-cavalo) . São muito encontradas ainda nesta
área, especiments de Cambara s p . (cambará) , Cassia s p ., Jatro-
pha sp. (arre-diabo) , Bougainvillea s p . (primavera. Três Ma­
rias) , Fitolacãceas (laranjeira selvagem), bucho-de-tatu, pi­
tomba, ciriba, madeira mole e outras.

b) Florestas secas fácies higrofilo - ocorrem nas ãreas menos


secas, geralmente mais altas que das "matas secas", como em a.1
gumas chapadas. São representadas por formações florestais se
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cas, densas, de pequeno porte (atingem 8 a 10 metros de altura


aproximadamente), com arvores finas bastante ramificadas, No
ta-se que as plantas de folhas pequenas diminuem nestas forma
ções, quando comparadas com as "matas secas". Geralmente não
apresentam caráter semidecíduo. í! característica a ausência de
epífitas. Esta vegetação quase não e mais encontrada na região,
notando-se apenas alguns remanescentes.

C.4.2. Florestas costeiras - As florestas costeiras são mais puj an


tes, geralmente mais úmidas, com árvores que atingem maior de
senvolviraento em relação âs florestas secas mais interioriza
das, em decorrência da maior umidade proveniente do mar, que
atinge a zona costeira. Quando os ventos úmidos do litoral não
encontram barreiras em seu percurso para o interior, eles po
dem chegar até grandes distâncias, indo depositar sua umidade
em áreas bastante afastadas do litoral, nos primeiros obstãcu
los que encontrarem no caminho. Este é um dos principais fato
res que concorre para o aparecimento destas "matas costeiras "
na encosta do planalto ou mesmo em áreas mais interiorizadas.
Dentre estas "florestas costeiras" da região pode-se distin­
guir; floresta costeira dos tabuleiros e da encosta do planai,
to. Na área ocorre apenas a segunda.

a) Floresta costeira da encosta do planalto - é a floresta mais


exuberante da região, que atinge maior desenvolvimento, com ãr
vores bastante volumosas.

Estas florestas são mais úmidas que as dos tabu


leiros, entretanto não chegam a ter o elevado grau de umidade
da Floresta latifoliada tropical úmida, típica da encosta da
Serra do Mar. Corresponde a Floresta latifoliada tropical sem
pre-verde.
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São inatas de porte alto {40 metros aproximadamen


te), fechadas, densas, sempre-verdes, com árvores frondosas,
bastante desenvolvidas, mais volumosas, de troncos que atingem
grandes diâmetros, copas ramificadas, mais espessas e maior en
folhamento.. O sub-bosque é denso. Diminuem as plantas com fo­
lhas pequenas e são raras as plantas espinhosas. A quantidade
de epífitas é grande, destacando-se as Arãceas Phylodendrom, Or
quidãceas, ocorrendo também Pteridofitas. Sobre o solo destas
matas, encontra-se grande quantidade de detritos vegetais eman
ta espessa de matéria orgânica. Nota-se a presença de Palmã-
ceas, como Astrocaryum ayri Mart (brejauba, iri), Euterpe edu-
lis Mart., Attalea sp. Dentre as árvores, ehcontram-se: Fl-
cus sp ■ (figueira), Galesia gorazema (Vell.) Cas. (pau-d1alho),
Aspidosperma sp. (peroba) , Cedrela sp. (cedro) e outras. Na
submata baixa ocorrem fetos arboresoentes (samambaiuçu) , He li-
conia sp. e no substrato baixo são freqüentes as Marantãceas
" Marantha sp. Nas bordas destas matas são muito encontradas1
imbaúbas, Cecropia sp. Estas florestas ocorrem em áreas de
maiores altitudes que a dos tabuleiros, geralmente na região
da encosta do planalto. Nas áreas de difícil penetração e mais
inacessíveis, ainda são encontrados remanescentes destas ma­
tas .

C.4.3. Formações florestais secundárias (capoeiras) - Além dos di


versos subtipos de florestas, tem ainda importância como vege
tação na região as formações florestais secundárias, também co
nhecidas por capoeiras (incluem os diversos estágios de desen
volvimento destas formações) .

Desenvolvem-se em áreas anteriormente cobertas


por florestas, bem como em áreas florestais muito alteradas
pelo homem, após a retirada de diversas árvores e feitas as
queimadas. ApSs o desmatamento ou alteração da cobertura flo­
restal anterior, a vegetação procura restabelecer-se, renovan
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do-se por meio do rebrotamento dos restos de troncos de algu


mas árvores, bem como por meio da germinação das sementes caí
das no solo anteriormente e pelo crescimento dos indivíduos jo
vens. Neste processo de restabelecimento da vegetação preceden
te, quase sempre hã penetração de espécies espontâneas e inva
soras locais, alterando a composição florística anterior. Ba£
tante característica em algumas capoeiras, é a fregüência de
determinadas espécies, que às vezes dominam quase inteiramente
as formações. Nestas formações secundárias, era alguns locais,
são muito freqÜentes as imbaúbas Cecropia sp. Em outras áreas
encontram-se Me las tomáce as - Tibuchina sp. Nas capoeiras são
raras ou inexistentes e is epífitas.

Estas capoeiras não têm importância do ponto-de-


vista de extensão. Ocorrem sob forma de pequenas manchas espar
sas e nunca ocupando áreas grandes e contínuas.

São muito encontradas, em algumas chapadas da re


gião, formações florestais arbõreo-arbus ti vas densas. Não se
pode dizer se estas formações são secundárias (29 crescimento)
ou características destas chapadas,'em virtude da escassez de
dados, entretanto pode asseverar-se que são formações arbusti
vas ou arbóreo-arbustivas muito densas, de pequeno porte (4 a
8 m de altura aproximadamente), com arvoretas muito ramifica
das e enfolhadas. As espécies são florestais.

Estas formações são importantes do ponto-de-vista


de extensão, em virtude das áreas relativamente grandes e con
tínuas que ocupam em algumas chapadas.

C.5. Outras formações

Foram constatadas ainda algumas formações que nao


se enquadram bem nos tipos de vegetação descritos anteriormen
te, destacando-se:
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C.5.1. Formações das palmáceas - São formações de palmeiras que


ocorrem em algumas chapadas. Em alguns locais, como no topo
da chapada situada entre Pedra Azul e Jequitinhonha, estas for
mações constituem verdadeiros maciços, com substrato rasteiro
de gramíneas. Estas palmeiras ocorrem também disseminadas es­
parsamente dentro da vegetação florestal, como acontece em al
gumas ãreas de bordas de chapadas. São constituídas da Palma
cea - Atallea sp. (falso babaçu), que produz muitos frutos,dos
quais se extrai óleo. Entretanto, o aproveitamento na região é
escasso.

C.5.2. Formaçoes dos afloramentos de rocha - Nos afloramentos de


rocha, além de vegetação tipo caatinga, descrita antes, ocor­
rem outras formações, constituídas de associações baixas, nota
damente de Brome li ãceas, Cactãceas, Veloziãceas e Euforbiãceas
(arbustos), que normalmente se apresentam agrupados, separados
por espaços desprovidos de vegetação, deixando exposta a ro­
cha.

Ocorrem também espécies isoladas disseminadas es


parsamente. Em alguns afloramentos ocorrem formações arbusti
vas ou mesmo arbõreo-arbustivas, representadas por espécies de
Melastomãceas, Asclepiadãceas, Gutíferas, Apocinãoeas, Eufor­
biãceas - Croton sp., Bromeliãceas , Cactãceas, Anonãceas, Or
quidãoeas - Cattleya sp., Cyrtopodium sp. e outros.
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D. Geologia

A descrição geológica da área prioritária baseou-


se em bibliografias, citadas ao longo do texto, e em alguma in
terpretação de aerofotos, mosaicos de radar e imagens de saté­
lite (LANDSAT).

D .1 .Estratigrafia

A coluna estratigrãfica tentativa da região é a


seguinte:

D.1.1, Holoceno - sao as acumulações recentes, sub-atuais e atu­


ais, do rio Jequitinhonha, que constituem as pouco extensas
planícies aluviais, bem como os exíguos depósitos atuais da ca
lha do rio. Compreendem os sedimentos argilosos e arenosos de
origem fluvial, afetados em maior ou menor grau pela ação de de
-posições de cursos d ’água intermitentes que drenam para o ter­
raço do rio, que compõem os terraços de fundo de vale bera indi
vidualizados a partir de Itinga,

D.1.2. Pleistoceno - são depósitos já bastante dissecados pela a


tual drenagem, apresentam-se em extensões muito maiores, mas
de distribuição bem mais irregular que os referidos ao Holoce­
no e constituem terrenos elevados sobre o fundo dos vales atu­
ais .

Estes depósitos são formados predominantemente de


sedimentos areno-argilosos, normalmente sobrepostos a uma cama
da de elásticos grosseiros - cascalhos, seixos, blocos peque­
nos, e, ocasionalmente, concreções ferruginosas. Em certos lo­
cais os sedimentos finos repousam sobre uma camada, pouco es­
pessa, de arenito conglomeratico e mesmo sobre as rochas pre-
cambrianas do embasamento.
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Estes depósitos estão bastante meteorizados, com coloração ama


relada e espessura pequena e variável. São os depósitos embuti^
dos nas chapadas, descontínuos, intercalados com afloramentos
do pré-cambriano.

Estes sedimentos são originários da erosão dos se­


dimentos da Formação das Chapadas e das rochas do pré-cambria-
no, escavadas pelos cursos d'agua, constituem depósitos de ta­
ludes elevados sobre o leito maior do Jequitinhonha e estão ní
tidamente representados ao longo de seu curso em toda a área
em estudo. Se alongam subindo para as partes mais afastadas do
eixo do rio e também ao longo dos tributários principais, con­
fundindo-se com os talus recentes dos espigões e pontões gnaijs
sicos ou as escarpas abruptas do terciário.

P.1.3. Terciário Superior (Neogeno) - compreende a Formação das


Chapadas, que se apresenta bem preservada em grandes extensões
formando as grandes chapadas sedimentares, que são feição cons
pícua da região. Porem estão profundamente entalhadas por va­
les profundos, interrompendo sua continuidade.

A gênese destes depósitos parece estar ligada a


grandes lagos terciários, que contornaram extensa bacia .sedi­
mentar continental lacustrina. A altitude em que se encontram
hoje varia de 700 a 900 m, recobrindo a superfície erosiva sul
-americana de King, conformando chapadas que representam um ní
vel de agradação do citado ciclo sul-americano.

Sua litologia é constituida de camadas não fossi-


líferas, de alternância argilito, arenito argiloso e arenito,
com conglomerados locais.
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Esta zona de cizalhamento é considerada por alguns estudiosos


da região como uma falha de empurrão, e que o Grupo Salinas é
na realidade o Grupo Macaúbas mais metamõrfico e, em certos:ca
sos, migmatizado, embora apenas um trabalho de maior detalhe e
extensão possa decidir acerca da questão.

Sumarizando, o Grupo Salinas ê uma porção mais me


tamõrfica (outro nível estrutural mais profundo) do Grupo Maca
úbas, elevada por falha inversa e poeta em conta­
to tectônlco com sua porção mais superficial e menos metamõrfi^
ca, reconhecida como o Grupo Macaúbas tradicionalmente descri­
to.

- Grupo Salinas (pjZAs) - ocorre na parte centro-oriental da ã-


rea, aflorando nas ãreas dissecadas, onde a erosão eliminou a
cobertura terciária.

Sua litologia é formada por filitos (?) e micaxis


tos conglomeraticos, micaxistos e filonitos com veios e cama­
das de quartzo, e raras intercalações de calcários (?). É a en
caixante por excelência dos pegmatitos mineralizados com pe­
dras coradas (no limite oeste, proximo ao contato com o G r .Ma­
caúbas) e pedra corada e minerais de lítio para os lados do
rio Piauí, próximo ao contato com o Complexo Basal (Gr. Rio Do
ce?).

Seu contato inferior se dá a leste, com o comple­


xo Basal e a oeste, por falha (?) com o Grupo Macaúbas.

Pode-se tratar, como discutido no item anterior,


do Grupo Macaúbas mais metamorfizado.

As afirmações quanto a mineralização e posição es


tratigráfica são preliminares, e demandam estudos mais aprofun
dados para comprová-las ou negá-las.
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Sua atitude ê horizontal ou sub-horizontal devido


a atitude deposicional. Repousam, no centro e oeste da ãrea,
sobre rochas do prê-cambriano superior (Gr. Macaúbas e Gr. Sa­
linas) e a leste sobre rochas do Complexo Basal (Gr. Rio Do­
ce) »

D.1.4. Prê-cambriano Superior - o pré-camhriano superior ê repre


sentado na região por:

- Granitos Intrusivos (P0Aqr) próximo a Cel. Murta, ainda par­


cialmente encoberto por camadas sedimentares terciárias, ocor­
re uma intrusão granítica, bem visível em aerofotos e imagens
de satélite e Radar, Aparentemente este granito esta introduzi
do em uma zona de fraqueza (?) entre os grupos Macaúbas e Sali^
nas, e, provavelmente, não devem ser os únicos, pois os deriva
dos filoneanos desta atividade magmãtica ácida, pós-orogênica
(?), os pegmatitos, são abundantes nesta zona, principalmente,
na região de Barra do Salinas e Virgem da Lapa e no rio Piauí
(outra zona) ,

- Grupo Macaúbas (PÇ?Am) ocorre na porção mais oeste da região,


aflorando nos vales e, a medida que se caminha para oeste, o-
corre formando os chapadões peneplanizados, atualmente rejuve-
necidos, testemunhos da superfície de aplainamento sul-america
na.

A litologia predominante são filitos sílticos con


glomerãticos, ocorrendo, porém metassiltitos castanhos e cin­
zas, filitos e quartzitos.

Seu contato inferior se da a oeste com rochas do


Grupo Espinhaço (p0Bc), e o superior ê mascarado por uma zona
muito intensa de cizalhamento que o separa do Grupo Salinas e
pela cobertura terciária.
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D.1.5» Prê-cambriano Inferior

- Contplexo Basal - é o que compõe a parte leste e sul da area


em questão, dando origem aos pontões e pães de açúcar da regi"
ão leste de Comercinho e Itinga, de Padre Paraíso, Caraí, Mala
cacheta.

São xistos altamente metamõrficos, quartzitos res


tritos, gnaisses predominantes e migmatitos. A migmatização a-
tinge a todas rochas regionais, Ocorrem diversas intrusões gra
níticas, algumas de granitos pegmatõides, constituindo com os
seus pegmatitos derivados, a província pegmatítica do Complexo
Basal. Ocorre nestes pegmatitos, principalmente berilo (água
marinha) e, secundariamente, turmalina,

A idade destas rochas ainda não esta definida,


mas se as correlacionar com as. do centro-norte do Es­
pírito Santo e da parte mais leste do Médio Jequitinhonha, ao
sul da região de falhamentos de Itapebi ( ?), teriam se conso-
2
lidado no Ciclo Minas - Umaçuano (850 - 1300 m ).

D.2. Geologia Estrutural

As formações de cobertura Cenozoicas (Holoceno


Pleistoceno, Fm. das Chapadas) não sofreram qualquer tectonis-
mo, ate o nível atual de conhecimentos da região.

. O grupo Macaúbas sofreu pelo menos uma fase de


tectonismo, o que provocou falhamentos regionais e dobramentos
idio-holomÕrficos, já que apresenta características de ambos
conforme a posição.
COLUNA ESTRATIGRAFICA GEOLOGIA
1

C O N TA C TO KOM IAL
•» U fO t A llH * * Pt i ItIT O l [ Q U M T IIT O *
tU P C M lO ft
CONTACTO INFEttlDO
•M n a o u o - ii» T o t,o u * a .
T t l í ■ II O T I T * . K I3TO , M l - DM tC fio C M II9 U IH 0 CAI C * «* 0 ,
« ttU A O C SF IH H AÇ Ú M a
c tm ro í ( o u a ir m o *
FALHA
• IlíA ^ M W M A T IJ A O » M l -
MC . C A ftlC ttiA N O
DOMINÂNCIA O t M IC * 5111 -
M im a > I Q Í , O U A I T l I T O l, ANAIBO
L I O - » IS T O * , B U * * T 1 0 - » l j
«■ II
t l T í . l l i T O t , O N A lS IE I ■ M*3
M A T m c O , « lO T IT * B N *1 11 (1
• 1 * * 1 1 IC O*
» U O Í M - M A lilt l I M l i l . f * .
COiAL I T A C O IA L I
H | - C A M O A IA N O C AAM TOS, GHAIASES C U I&
IM P IN IO R C Q N M tO O « « M IL Pt A
H A tlT O i *HQtVl*0*
ESCALA GRAFICA
IM T f lU llV A I

DD M MiTCl
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As rochas do Grupo Salinas além da tectõnica seme


lhante ao Macaúbas apresenta dobramentos onde o fluxo de maté­
ria é importante, ficando sua característica mais no estilo do
dobramento holomõrfico, com flancos assimétricos e, em certos
casos, invertidos. A laminação devido ao carreamento pode ser
notada, mas não evidencia (?) grandes cavalgamentos. A migmati_
zação atingiu as rochas deste grupo, dando idéia da fase plás­
tica por que passou,

O Complexo Basal deve ter sofrido efeito de vã-


rios tectonismos, porém seu conhecimento atual não permite mai
ores elucubrações,

D.3. Geologia Econômica

0 potencial econômico mineral da região restrin-


ge-se aos produtos derivados da segregação pneumatolftica -hi-
drotermal dos granitos intrusivos. regionais. Os pegmatitos sao
ricos em pedras coradas - água marinha, rubelita, turmalina
verde, crisoberilo, e minérios raros de aplicação industrial -
berilo, espodumênio, ambligonita, lepidolita quartzo. Recente­
mente foram descobertos pegmatitos a polucita na região do rio
Piauí,

E . Solos

0 mapa pedolõgico anexo mostra os tipos de solo e


sua distribuição areal na região, os municípios de Berilo, Cha
pada do Norte, Francisco Badarõ e Minas Novas, nao possuem le­
vantamento de solos, assim optou-se por não representar nem ex
trapolar quaisquer unidades, O mapa pedolõgico apresentado ê
uma compilação dos Mapas de Reconhecimento dos Solos da Zona
do Médio Jequitinhonha e Exploratório dos Solos da Região sob
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Influência da Cia. Vale do Rio Doce (Boletins Técnicos n?s 9 e


13, Equipe de Pedologia e Fertilidade do Solo - E.P.F.S., do
Escritório de Pesquisas e Experimentação - E.P.E., do Ministe
rio da Agricultura, predecessores da atual EMBRAPA).

Obviamente necessita-se desenvolver um trabal ho


de correlação mais amplo e detalhado para que se obtenha o Ma
pa de Solos, útil a qualquer empreendimento agropecuário
na Região. Além do que, seria interessante planejar estudos
visando a confecção dos mapas de Uso Atual da Terra e de Uso
Potencial da Terra.

Não repetir-se-ã aqui as análises e discussões re


lativas ao mapeamento de solos constantes das duas publicações
acima. Deve-se reportar as mesmas para maiores detalhes.

E.l, Tipos de Eolos e sua Distribuição Geográfica

A seguir serão abordados diversos tipos de solos


existentes na região bem como sua distribuição geográfica nos
municípios onde os dados são disponíveis. Baseou-se principaj.
mente no Boletim n9 9 citado anteriormente.
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E.l.l. LATOSOL VERMELHO ESCURO / fase semi-arida

São solos minerais, com B latossõlico, de textura


média a argilosa, relativamente profundos, acentuadamente dre­
nados, muito porosos, coloração predominante vermelho acinzen­
tado escuro, moderadamente ácidos, saturação de bases média e
alta, relação textural B/A da ordem de 1,00, relação A12C>3 /
Fe2C>3 no horizonte B em torno de 3,6, Ki entre 1,8 e 2,0, e va
lores T entre 6,5 e 13 mE/100 g de solo no horizonte B, após
correção para carbono.

Sua distribuição geográfica ê a seguinte:

Araçual ...... 460 Km2


Coronel Murta 235 Km2
I t i n g a ..... . 39 Km2
Novo Cruzeiro, 24 Km2
Virgem da Lapa 222 Km2

Total 980 Km2


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E.1.2. LATOSOL VERMELHO-AMARELO HÖMICO / Fase chapada

Unidade de mapeamento composta por solos minerais


com B latossõlico, argilosos e muito argilosos, muito profun­
dos, acentuadamente drenados, muito porosos, de coloração nor­
malmente marron acinzentado muito escuro no horizonte A^ e
marron forte no horizonte São solos ãcidos a muito ácidos,
com fertilidade natural baixa, capacidade de permuta de cati­
ons (T) menor que 6,5 mE para 100 g de argila (apõs correção ’
para carbono), saturação de bases (V%) baixa, relação textural
B/A da ordem de 1,0, relação molecular SiC^/A^O^ (Ki) de 1,54
a 1,95, relação Al^O^/Fe^O^ de 4,5 a 7,0 no horizontal B, sen­
do mais baixos os valores no A.

Distribui-se pelos seguintes municípios da região:

2
Araçuaí ............... 678 Km
2
Caraí ............ 704 Km
Comercinho ......... 50 Km2
2
Coronel M u r t a ............... 385 Km

Itinga ......... .....1.461 Km 2


2
Novo Cruzeiro.... .......... 1.077 Km
2
Virgem da Lapa ............. 313 Km

2
Total: 4.668 Km
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E .1.3. LATOSOL VERMELHO-AMARELO/fase montanhosa floresta

latifoliada tropical

Esta unidade de mapeamento ê caracterizada por a-

presentar solos minerais, profundos a muito profundos (3 a

8 m) com B latossõlico, textura argilosa, acentuadamente drena

dos, muito porosos, de coloração marron avermelhado escuro,

marron acinzentado muito escuro ou marron escuro no horizonte

A, vermelho ou vermelho amarelado no B e vermelho no C, áci­

dos, saturação de bases baixa, com valores de T menores que

6,5 mE/100 g de solo após correção para carbono, de fertilida­

de natural média a baixa, relação textural B/A entre 1,2 e

1,3, relação Al^O^/Fe^/O^ no horizonte B em torno de 4,5.

Sua ocorrência limita-se a:

Caraí ..... ............... 964 Km2

2
Novo Cruzeiro ........ 905 Km
Total 1.869 Km2
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E.1.4. LATOSOL REGOSÕLICO / fase terraço semi-árido

Esta unidade de mapeamento i constituída de solos

minerais, com B latossÕlico, saturação de bases média a alta,

argila de atividade baixa, com A, pouco desenvolvido, de espesò

sura variando de 240 a 430 cm, argilosos, tendo os perfis toda

sequência de horizontes A,B e C, com pouca diferenciação entre

horizontes* com estrutura granular no horizonte A e maciça po­

rosa ou granular no B, sendo a cor deste marron amarelado ou a

mareio amarronzado de produtividade aparente variando de baixa

a media, ácidos, muito porosos, de gradiente textural 1,0 ou

pouco mais, desenvolvidos sob condições atuais de clima semi-

árido e vegetação tipo caatinga.

1 Sua distribuição ê a seguinte:

Araçuaí ................ . Km2


Cnim^reinho' ............... Km2

Ifí nga .................. Km2

VIrgpm da Lapa ...... .... Km2

Total: .... Km2


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E.1.5. SOLOS PODZOLIZADOS DE PEDRA AZUL

Esta unidade de mapeamento é composta de solos mi

nerais, com B textural, saturação de bases de media a alta, ar

gila de atividade baixa, com pH em água variando ao longo do

perfil de 4,5 a 7,5, sendo portanto ácidos a neutros e modera­

damente drenados. Apresentam sequência de horizontes A, B e C

normalmente subdivididos em A ^ , A2 , A^, B^, , B^ e C, poden­

do o A2 estar ausente, com profundidade média de 3 m, com mode

rada diferenciação de horizontes, sendo característica a pre­

sença de plinthite na base do perfil.

Em seu aspecto geral, apresentam horizonte A de


coloração tiradas a marron escuro, sendo que o A2 apresenta co

loração mais pálida, de textura leve, seguindo-se o horizonte

B, de colorações da gama do marron amarelado e/ou avermelhado,

com presença de mosqueado, ao qual se segue o horizonte C com

plinthite.

Ocorre nos municípios de Comercinho e Itinga.


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E.1.6. PODZÖLICO VERMELHO-AMARELO / fase montanhosa

Solos minerais com B texturab com argilas de ati­

vidade baixa até o B_, tornando-se alta no B_ e C, saturação


^ J _ ++
de bases alta notando-se a predominância dos cations da Ca
e Mg sendo maiores os teores deste ultimo, os quais aumentam
com a profundidade; são moderadamente ácidos e nêutrons.

Apresentam espessura 115 a 170 cm ou pouco mais,


perfis bem diferenciados, zonas de transição estreita entre
os horizontes, feição que contribui para distinção mais nítida
dos mesmos, tendo usualmente a sequência A, B e C, sendo o ho­
rizonte superficial A^ de coloração marron escura, textura le­
ve estrutura granular, destacando-se a seguir um horizonte A^
eluvial de tonalidade mais clara, ao qual se segue um B eluvi-
al de coloração avermelhada, com presença de mosqueado, de tex
tura argilosa, com a estrutura em blocos angulares e sub-agu-
lares bem desenvolvidos, apresentando cerosidade. A este se­
gue-se um horizonte C, em cuja composição predomina material
pouco edafizado, que apresenta coloração variegadada de verme­
lho a vermelho amarelado, com presença de mosquedo, de textura
media, sendo usualmente micãcea, o qual gradativamente se con­
funde com a camada resultante de meteorização mais recente das
rochas subjacentes.

Apresenta gradiente textural variando 1,4 a 2,6.


São geralmente de fertilidade natural alta e são derivados de
rochas gnaissicas.

Ocorre no município de Novo Cruzeiro cobrindo uma


~ 2
extensão de 413 Km
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E.1.7. SOLOS PODZOLIZADOS DE ARAÇUAÍ

Compreende esta unidade solos minerais, com B tex


tural, saturação de bases alta, argilas de atividade baixa,
*f«|* 4"^
presença de A ^ , Ki baixo, com Ca e Mg perfazendo aproxima­
damente 90% das bases permutáveis, sendo ácidos a moderadamen­
te ácidos, variando o pH em água de 4,9 a 5,7.

Apresentam estes solos sequência de horizontes A,


B, e C, podendo haver perfis truncados sem A^, com espessura
variando de 1 a 2 metros, de textura média no horizonte A e ar
gilosa no B, de coloração marron e marron escura no A e marron
avermelhado a vermelho escuro no B, com estrutura maciça poro­
sa que se desfaz em moderada a fortè, muito pequena a grande
angular e sub-angular no horizonte A e forte média a grande
prismática composta de blocos sub-angulares no B, apresentan­
do, estes elementos estruturais, filmes de material coloidal
formando revestimento (cerosidade)..Sao solos de fertilidades
natural alta. Ê característica desta unidade a presença de um
leito de pedras, cascalhos, calhaus, seixos, concreções e ter­
ra fina de 40 a 140 cm de espessura variando sua posição no
perfil desde o horizonte A até o horizonte C, situando-se nor­
malmente no A e B.

_ Sua distribuição é a seguinte:

Araçuaí ..... 583 Km2


Coronel Murta 108 Km2
Itinga ...... 199 Km2
Virgem da Lapa 247 Km2

Total: 1.137 Km2


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E.1.8. SOLONETZ - SOLODIZADO

Compreende solos minerais com sequência de hori­


zontes A, B e C com B textural solonetzico, argilas de ativida
de baixa, saturação de bases alta, com teores elevados, em só­
dio nos horizontes B e C, pouco profundos, imperfeitamente dre
nados, moderadamente ácidos na parte superficial e neutros ou
alcalinos na parte inferior, textura argilosa no horizonte B e
médio ou arenosa na superfície. Os perfis são extremamente di­
ferenciados, com horizontes bem individualizados em virtude do
grande contraste existente entre suas características morfoló­
gicas.

Estes solos ocorrem no município de Itinga, ocu-


— 2
pando uma área de apenas 25 Km .
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£.1.9 SOLOS HIDROMÕRFICOS

São solos pertencentes a dois grandes grupos, is­


to ê, Solos Orgânicos e Humic Gley, incluídos na sub-ordem dos
solos Hidromõrficos.

Sua ocorrência é muito restrita, e sua expressão


pequena, e estã em áreas sob grande influência do Hidromorfis-
mo, condicionado pelo relevo e drenagem.

AFLORAMENTO DE ROCHA

Esta unidade apresenta pouca importância do ponto


de vista cartográfico, por serem raras e de reduzidas dimen­
sões as áreas mapeadas. Entretanto, ocorrem esparsamente peque
nas áreas constituindo numerosas inclusões na grande maioria
das unidades de mapeamento.

, Distribuem-se da seguinte maneira:

Araçuaí ........ . ... . Km2


Caraí ............ . ., Km2
Coronel Murta ....... Km2
Hnvn Cruzeiro ................ 16 Km2

Total: 51 Km2
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E.1.10. ASSOCIAÇÃO SOLOS PODZOLIZADOS DE PEDRA AZUL AFLORA


MENTO DE ROCHA.

Adotou-se a Associação de solos como unidade de ma


peamento em áreas específicas, onde as circunstâncias tornaram
impraticável separar individualmente nos mapas de maneira preci_
sa e clara, as duas classes de solos que compõem esta associa­
ção.

Isto ocorreu devido a:

a) , escala dos mapas básicos (1:100.000; 1:150.000


e 1:200,000), e deficiência de detalhes dificultando e mesmo im
possibilitando a delimitação gráfica de pequenas manchas de
mais ampla distribuição.

b) limite de representação devido a escala final


de apresentação da Carta de Solos 1:500.000;

- c) inacessibilidade de certas áreas;

d) complexidade do padrão de arranjamento dos


ponentes.

Esta unidade ocorre no município de Comercinho e


2
ocupa 232 Km de área.
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E.2. CONSIDERAÇÕES SOBRE OS SOLOS DA ÂREA DE MAPEAMENTO TENDO EM


VISTA SUA UTILIZAÇÃO

E .2.1. GENERALIDADE

A finalidade do levantamento de reconhecimento dos


solos ê fornecer subsídios básicos para pesquisas e utilização
das terras, entre os quais podem ser citados:

a) avaliação dos recursos do solo - importante nos


grandes planejamentos, porque permite que o melhoramento das
explorações agrícolas, pastoris e florestais se processe com
base no conhecimento das possibilidades dos diversos solos e
da sua distribuição geográfica;

b) escolha de áreas mais apropriadas as investiga


ções dos solos para fins agrícolas - mapas em escala pequena '
fornecera uma idéia geral da região, ressaltando quais os solos
mais freqüentes e quais os mais raros, o que facilita uma sele
ção preliminar para os trabalhos de mapeamento mais detalhados
e trabalhos de pesquisas básicas de solos;

c) escolha das áreas mais apropriadas para locali


zação de estações experimentais e instalação de experimentos a
grônomicos -é conveniente que estes experimentos sejam instala
dos em solos representativos e importantes em grandes áreas;
os mapas de solos não apenas auxiliam na escolha dos melhores 1
locais, como também, posteriormente, tornam-se úteis na indica
ção de áreas em que os resultados dos experimentos possam ser
generalizados;

d) seleção de áreas para projetos de colonização


e de desenvolvimento de comunidades rurais;
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81

e) elementos básicos para planejamento e condução


de trabalhos nos projetos de extensão agrícolas e aplicações
praticas como ensino de pedologia; e

f) além dessas finalidades pode-se ainda incluir


entre os objetivos dos levantamentos de reconhecimento, embora
de maneira generalizada, o de prover elementos fundamentais pa
ra solução de problemas de uso agrícola dos solos mapeados, co
mo programas de adubação, de práticas conservacionistas, de re
florestamento, de drenagem, de uso de máquinas agrícolas, etc,
sobretudo em casos como o do Brasil onde, via de regra, são i^
nexistentes e muitas vezes subestimado seu valor.

Não obstante o fato de envolver questões praticas,


o objetivo fundamental do levantamento executado não e fome
cer soluções imediatas para os problemas de utilização do solo
e nem responder às múltiplas questões relativas à potencialida
de de áreas especificas (âmbito local), podendo eventualmente,
contribuir com informações generalizadas, que possam ser de va
lor no atendimento de problemas particularizados.

No mapa que acompanha o presente trabalho, de um


modo geral, cada uma das unidades mapeadas não ê integralmente
constituída de uma única classe de solo, mas inclui também va
riações, bem como inclusões de outros solos, que não puderam
ser separados devido â escala do mapa básico e ao tipo de le
vantamento (reconhecimento).

Com o objetivo inicialmente mencionado de focali^


zar, embora de maneira generalizada, o uso agrícola dos solos
mapeados, para servir aos não especialistas, organizou-se uma
lista padrão, para cada uma das unidades de mapeamento, com ex
ceção da associação e da unidade Afloramento de Rocha, constan
do de vários itens, que serão adiante explicados. Esses itens
ou são de caráter geral ou mais diretamente relacionados com
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82

as possibilidades de aproveitamento dos solos. Por isto tor


nou-se necessário fixar e definir quais os principais fatores
limitantes e em que grau influenciam ou possam vir a influen
ciar o aproveitamento dos solos.

As informações constantes desses diversos itens


são condensadas ao máximo e são fundamentadas em observações. 1
de campo e dados de laboratório,bem como em elementos colhi_
dos em trabalhos relacionados com o assunto em outras regiões.

Para se obter informações completas a respeito 1


dos vários solos da área e indispensável recorrer-se â descri
çio das diversas unidades, bem como aos respectivos dados ana
líticos.

Os fatores limitantes considerados como mais im


portantes para utilização agrícola dos solos são: fertilidade
natural, erosão, excesso e falta d*água aproveitável para as
plantas e impedimentos à mecanização da lavoura. Cada um de
les têm diversos graus de limitação, que serão adiante discri
minados.

As considerações e conclusões relativas aos dife


rentes solos têm por base o conjunto dos cinco fatores limitan
tes mencionados, entre os quais e atribuído particular realce
ã fertilidade natural, em virtude de atualmente não constituí^
rem as adubações práticas habituais e generalizadíis na região
estudada. No futuro, pela maior difusão e eficácia das pratjL
cas de adubação, a questão ora considerada tomará outras fei^
ções, implicando necessariamente em modificações das conclusões
no momento apresentadas,particularmente no que concerne aos so
los com boas condições físicas.
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S3

E.2.2. EXPLICAÇÃO DOS ITENS QUE FORMAM A LISTA DAS UNIDADES

1. Ãrea mapeada - É a soma total âas dive


chas de uma mesma unidade distribuídas no mapa da região, sen
do seu resultado apresentado em quilômetros quadrados. A ãrea
ê calculada tirando-se a media de três planimetragens das man­
chas mapeadas.

2. Ocorrências - Neste item ê dada uma idéia apro


ximada da localização das manchas,por região e por município.

3. Clima - Ê dada apenas a característica do tipo


climático dominante que afeta a unidade, segundo a classifica
çHo de Kõppen.

4. Altitude - São dados os extremos de altitudes'


em que normalmente ocorre a unidade.

5. Vegetação natural - refere-se a vegetação natu


ral que existe na ãrea da unidade, podendo ser primária ou se
cundãria. Os tipos das formações estão de acordo com a classi^
ficação que consta no capítulo de vegetação.

6. Relevo - As classes de relevo estão de acordo


com as definições que constam na parte referente a Métodos de
trabalho de campo.

7. Material originário - São citadas as rochas pri


mitivas que afetam o material originário dos solos.

8. Profundidade efetiva - Refere-se S espessura


do solo que pode ser aproveitada pelas raízes das plantas, sen
do expressa em centímetros.
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84

9. Drenagem - As classes de drenagem estão de a


cordo com as definições que constam na parte referente a Meto
dos de trabalho de campo.

10. Textura superficial - De acordo com a classi­


ficação de Soil Survey Manual, havendo apenas uma alteração:
muito argiloso, refere-se a solos que apresentam mais de 60%
de argila.

11. Produtividade aparente - Diretamente apre


da no campo e inferida da vegetação natural do conhecimento das
características dos solos e do estado das culturas e pastagens.
Os graus estão de acordo com a seguinte classificação:

a) Alta - solos de fertilidade natural vari


de alta a media, com boas condições físicas, normalmente muito
utilizados em agricultura, apresentando as lavouras bons aspec
tos; normalmente a vegetação natural é do tipo florestal e caa
tinga;

b) Média - solos de fertilidade natural variando


de média a baixa, com boas condições físicas, utilizados em a
gricultura somente por poucos anos, sendo então transformados
em pastagens; geralmente a vegetação natural é do tipo flores­
tal e caatinga;

c) Baixa - solos de fertilidade natural baixa, com


regulares ou mãs condições físicas, que normalmente nao são os
mais utilizados em agricultura, sendo mais frequentemente uti
lizados para pastagens; normalmente apresentam vegetação natu
ral constituída de cerrados e tipo florestal;

d) Muito baixa - solos de fertilidade natural va


ri ando de muito baixa a extremamente baixa, normalmente com
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85

mas condições físicas, que usualmente não são utilizados nem


para agricultura nem para pastagem; via de regra apresentam
vegetação dos tipos campos das altas superfícies da região,cam
pos cerrados e florestas úmidas de altitude.

12. Matéria orgânica - Refere-se ao horizonte su


perficial, e seu valor e obtido multiplicando-se a percentagem
de carbono determinada no laboratório por 1,72.

13. Reação - Sao dadas as classes de acidez de


acordo com o esquema do Manual Brasileiro para Levantamentos 1
Conservacionistas e referem-se apenas ao horizonte superficiaL

14. Soma das bases permutáveis - São dados os li_


mites superior e inferior mais comuns no horizonte superficial
e são expressos em mE/100 g de terra fina.

15. Capacidade de permuta de cations - São dados


os limites superior e inferior mais comuns no horizonte super­
ficial e são expressos em mE/100 g de terra fina.

16. Saturação de bases - São dados os limites su


perior e inferior mais comuns no horizonte superficial e são
expressos em percentagem.

17. Erosão atual - Diretamente observada no campo


durante os trabalhos de mapeamentos e estã de acordo com os
conceitos do Soil Survey Manual e os nomes em português constam
do Manual Brasileiro para Levantamentos Conservacionistas.

18. Culturas - São citadas, por ordem de importân


cia, as culturas mais comumente observadas no campo, em cada
unidade de mapeamento.
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86

19. Forrageiras mais frequentes - Citam-se as prln


cipais, que são utilizadas na formação das pastagens em cada u
nidade de mapeamento.

20. Retenção de água - Para dar uma idéia da capa


cidade de retenção de ãgua, tomou-se como base a média aritmé­
tica dos equivalentes de umidade dos horizontes ate a profun­
didade aproximada de 1,5 metros, sendo dada de acordo com a
classificação seguinte:

a) muito alta - acima de 40 g de agua por 100 g


de solo;

b) alta - entre 30 e 40 g de ãgua por 100 g de so


lo;

c) média - entre 20 e 30 g de ãgua por 100 g de


solo;

d) baixa - entre 10 e 20 g de ãgua por 100 g de


solo; e

e) muito baixa - menos de 10 g de ãgua por 100 g


de solo;

21. Fatores limitantes - São as característ


mais importantes capazes de influenciar no uso agrícola dos so
los, de acordo com o seguinte esquema:

Graus de limitaçao pela fertilidade natural

a) Ligeira - solos com boas reservas de


tes que produzem boas colheitas durante anos. Normalmente es_
tão correlacionados com vegetação do tipo florestal, formações
herbãceo-arbustivas secundárias ou florestadas ribeirinhas (hi
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87

grofíticas), quando os outros quatro fatores não apresentam


grandes limitações, a maior parte da área sem vegetação natu
ral é usada em agricultura "stricto sensu".

b) Moderada - solos em limitadas reservas de nu


trientes produzindo boas colheitas durante alguns anos, apre
sentando decréscimos progressivos das safras com o uso conti­
nuado. Necessitam de adubações para prolongamento e manuten—
cão de sua produtividade, sem o que correm o risco de passarem
ã classe imediatamente inferior apõs uso exaustivo. Estes so
los são transformados em pastagens quando as safras que produ
zera deixam de ser compensadoras.

c) Forte - solos com pequenas quantidades de nu


trientes que produzem colheitas baixas e pastagens regulares '
ou más. 0 aproveitamento deles exige práticas de adubaçào de£
de o início da exploração agrícola, sendo também aconselhadas
para a melhoria das pastagens. Normalmente estão correlacio­
nados com a vegetação dos tipos cerrados arbóreo-arbustivos ,
campo cerrados e tipo florestal.

d) Muito forte - solos com muito pouca quantidade


de nutrientes, que praticamente não são utilizados nem para a
agricultura nem para pastagens ou reflorestamento. Estão nor
malmente correlacionados com vegetação do tipo campos das al
tas superfícies da região e sha totalidade acha-se ocupada por
vegetação natural.

Graus de limitação pela erosão

a) Praticamente nula - solos que podem ser


vados sem sofrerem os efeitos da erosão, sendo que em alguns
locais faz-se necessária aplicação de práticas conservacionis-
tas simples para seu uso agrícola racional.

b) Ligeira - solos que, quando cultivados sao li


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geiramente susceptíveis a erosão em grande parte da area. Seu


permanente aproveitamento agrícola exige práticas conservado
nistas simples. Em alguns locais podem ser mais susceptíveis
a erosão, necessitando então de práticas conservacionistas in
tensivas . Quando cultivados sem práticas conservacionis tas , po
dem sofrer severos danos causados pela erosão, especialmente
nos solos arenosos e naqueles em que as reservas de nutrientes
estão restritas ao horizonte superficial.

c) Moderada - solos que, quando cultivados,


susceptíveis à erosão em uma grande parte da área. Seu aprovei^
taraento agrícola exige práticas conservacionistas intensivas.
Em alguns locais mostram-se muito susceptíveis â erosão, sendo
portanto mais apropriados para pastagens. Quando cultivados
sem práticas conservacionistas, a erosão causa-lhe danos seve
ros.

d) forte - solos que, quando cultivados, são mui


to susceptíveis ã erosão em grande parte da área e em alguns
locais extremamente susceptíveis, sendo mais apropriados para
pastagens e reflores tamento; e

e) Muito forte - solos que, quando cultivados, são


em grande parte da área extremamente susceptíveis â erosão. Em
geral e aconselhável conservar neles a vegetação natural ou u
ti li zá-los para re flores tamento.

Graus de limitação pelo excesso de água

a) Nula - solos em que a aeração não é prejudica


da por efeito da água durante todo o ano. Normalmente estão
correlacionados com boa drenagem.

b) Ligeira a moderada - solos em que as plantas


de raízes sensíveis à deficiência de ar geralmente não conse
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89

guem se desenvolver satisfatoriamente, devido â aeração do so


lo ser prejudicada pelo excesso de água. Normalmente estão cor
relacionados com drenagem moderada; e

c) Forte - solos em que as plantas não adap


ao excesso de água só conseguem vegetar com auxílio de drena
gem artificial. Estão correlacionados com má drenagem.

Grau de limitação pela falta de água

a) Nula “ solos em que a falta de água apro


vel para as plantas não ê limitante para a agricultura.

b} Ligeira - solos em que se nota pequena falta


de água aproveitável para as plantas durante certo período do
ano, podendo ser limitante nesta época para as culturas mais
sensíveis;

c) Moderada - solos em que se nota bastante falta


de água aproveitável para as plantas durante certo período do
ano, impossibilitando nesta época a cultura das plantas mais
sensíveis e prejudicando as demais; e

d) Forte - solos em que se nota bastante falta de


água aproveitável para as plantas durante largo período do a
no, impossibilitando nesta época a agricultura. Quando prati^
cada na estação chuvosa está sujeita a danos devido â pequena
capacidade de retenção de água que possuem.

Graüs de limitação causados pelos impedimentos ã mecanização


da lavoura

a) Nula - solos em que, na maior parte da ár


dem ser usados todos os tipos de maquinaria agrícola, mas com
alguma dificuldade para as mais pesadas. Normalmente estão
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90

correlacionados com relevo plano e suavemente ondulado;

b) Ligeira - solos em que, em grande parte da


área, podem ser usados todos os tipos de maquinaria agrícola,
porém com bastante dificuldade para as mais pesadas. Normalmen
te estão correlacionados com relevo ondulado ou forte ondulada

c) Moderada - solos em que, na maior parte da á


rea, podem ser usados somente tioos mais leves de maquinaria
agrícola. Normalmente estão correlacionados com relevo forte
ondulado a montanhoso; e

d) Forte - solos em que, na maior parte da área ,


não é possível o uso de maquinaria agrícola. Estão normalmen­
te correlacionados com relevo montanhoso.

UNIDADES DE MAPEAMENTO

LATOSOL VERMELHO-ESCURO / fase semi-árido

1 - Area mapeada - 980 km^


2 - Ocorrência - Na parte oeste da área, nos flancos e sopés
de bordas de chapada.
3 - Clima - Transição entre Aw e Cwa de KÍJppen.
4 - Altitude - De 400 a 750 metros.
5 - Vegetação natural - Floresta sêca semicaducifÕlia fácies
xerõfilo, caatinga arbóreo e caatinga
arbóreo-artiva.
6 - Relevo - Forte ondulado e montanhoso.
7 - Material originário - Rochas granítico-gnáissicas e capea
mento de natureza argilo arenosa.
8 - Profundidade efetiva - 200 a 400 cm.
9 - Drenagem - Acentuadamente drenado
10 “ Textura superficial - Barro argiloso.
GOVEFfNO DO ESTADO OE MINAS GERAIS
SECRETARIA DE PLANEJAM ENTO E COORDENAÇÃO QERAL/FJP/CODEVALE
SECRETARIA DA A G R IC U LT U R A /S O A P A
CEPA - Comissão Estadual de Planejamento Agrícola de MG

91

11 - Produtlvidade aparento - Media


12 - Hateria orgânica - De 1,6 a 3,5%
13 - Reação - Moderadamente ácidos.
14 - Soma das bases permutãveis - 3 a 7 niE/100 g de terra fina.
15 - Capacidade de permuta de cations - 6 a 10 mE/100 g de ter
ra fina.
16 - Saturação de bases - 50 a 70%.
17 - Erosão atual - Ligeira a moderada.
18 - Culturas - Milho, feijão e mandioca.
19 - Forrageiras mais fregüentes - Capim colonião.
20 - Retenção de água - Média.
21 - Fatores limitantes
limitação pela fertilidade - Ligeira a moderada,
limitação pela erosão - Moderada,
limitação pelo excesso d'água - Nula.
limitação pela falta d'água - Ligeira.
limitação pelos impedimentos â mecanização da lavoura -
Moderada a forte.

São solos com fertilidade natural média a alta,


com limitação pela erosão moderada e pelos impedimentos à meca
nização da lavoura de moderada a forte em decorrência do rale
vo forte ondulado e montanhoso. Durante o período de estiagem
ocorrem limitações ligeiras devido â falta d 1água. As boas
condições físicas, a fertilidade natural média a alta e o re
levo acidentado t o m a m estes solos mais apropriados para reflo
restamento e pastagens, notadamente de capim colonião. As cul
turas devem ser restritas âs áreas com menos declividade, me
nos sujeitas a erosão e sem maiores problemas de conservação
de solo. Além disto, necessitam de suplementação d ’água no pe
ríodo seco e adubaçao de manutenção.
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
SECRETARIA DF. PLANEJAM ENTO E COORDENAÇÃO GERAL/FJP/CODEVALE
SECRETARIA DA AGRICULTURA / SOAPA
C E P A - C o m is s ã o Estadual du Planojamonto A g ríco la de M G

92

LATOSOL VERMELHO-AMARELO h Om i CQ / fase chapada.

1 “ Ãrea maoeada - 4.668 km^


2 - Ocorrência - É a unidade que ocupa maior área, ocorrendo
em praticamente todos os municípios.
3 ~ Clima - Predomina Cwa de Kdppen, com provável ocorrência
de Cwb e transição de Cwa para Aw.
4 - Altitude - 650 a 1.000 metros.
5 ~ Vegetação natural - Cerrados arbustivos abertos-, forma
ções arbóreo-arbustivos densas , Fio
resta seca fácies higrófilo e Forma
ção de palmãceas.
6 - Relevo - Plano a suavemente ondulado, ocupando topo de
chapada.
7 - Material originário - Deposições de natureza predominante
mente argilosa.
8 - Profundidade efetiva - 200 a 400 cm.
9 - Drenagem - Acentuadamente drenado.
10 - Textura superficial - Predomina argila pesada, ocorrendo
ainda argila e argila arenosa.
11 - Produtividade aparente - Baixa.
12 - Matéria orgânica - 2 a 7%.
13 - Reação - Rcido a fortemente ácido.
14 - Soma das bases permutáveis - 2 a 0,3 mE/100 g de terra fi
na.
15 - Capacidade de permuta de cations - 7 a 30 mE/lOOg de ter
ra fina.
16 - Saturação de bases - 2 a 6%,
17 - Erosão atual - Ligeira.
18 - Cultivos - Abacaxi, mandioca, banana, feijão e fumo.
19 - Forrageiras mais frequentes - Capim gordura e capim colo
nião nas áreas de transição.
20 - Retenção de agua - Média
21 - Fatores limitantes
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
SECRETARIA DE PLANEJAM ENTO E COORDENAÇÃO GERAL/FJP/CODEVALE
SECRETARIA DA AGRICULTURA / SOAPA
C E P A - C o m issS o Estadual de Planejam ento A g ríco la do M G

93

limitação pela fertilidade - Forte.


limitação pela erosão - Praticamente nula.
limitação pelo excesso d*agua - Nula.
limitação pela falta d 1água - Ligeira.
limitação pelos impedimentos ã mecanização da lavoura
- Nula.

São solos de fertilidade natural baixa, com boas


condições físicas para o desenvolvimento das plantas (são acen
tuadamente drenadas, muito porosos, muito profundos, com boa
capacidade de retenção d'água) e com topografia que permite o
emprego intensivo de máquinas agrícolas. São muito pouco sus
ceptíveis ã erosão, ácidos, e possuem teores altos de matéria
orgânica na superfície. Verifica-se que a fertilidade natural
ê o fator limitante mais importante, assim sendo, o aproveita
mento agrícola econômico destes solos requer calagens e aduba
ções químicas racionais. Adaptam-se bem a pastagens de capim
gordura. Deve-se tentar introduzir outras forrageiras nas ã
reas destes solos. Sabe-se que o capim colonião não se desen
volve sobre estes solos em altitudes acima de 800 metros. Pres
tam-se bem para reflorestamento.

LATOSOL VERMELHO-AMARELO / fase montanhosa floresta latifolia-


da tropical.

1 - Area mapeada - 1.869 km 2


2 - Ocorrência - Ocorre ao sul e oeste da área, ocupando as
partes de relevo montanhoso.
3 - Clima - Predomina Cwa de Küppen, ocorrendo ainda Aw.
4 - Altitude - 300 a 700 metros.
5 - Vegetação natural - Floresta Costeira da encosta do pia
nalto.
6 - Relevo - Montanhoso, ocorrendo também forte ondulado.
7 - Mate rial o ri ginãrlo - Rochas graní ti co-gnaissicas .
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
SECRETARIA DE PLAN EJAM EN TO E COORDENAÇÃO G E R A L/F JP/CODEVALE
SECRETARIA DA A G R IC U LT U R A /S O A R A
CEPA - Comissão Estadual de Planejamento Agrícola da MG

94

8 - Profundidade efetiva - 200 a 400 cm.


9 - Drenagem - Acentuadamente drenado.
10 - Textura suoerfIcial - Argila arenosa e argila.
11 - Produtividade aparente - Média.
12 - Matéria orgânica - 3 a 5%.
13 - Reação - Acido a fortemente ácido.
14 » Soma das bases permutáveis - 1 a 3 mE/100 g de terra fina.
15 - Capacidade de permuta de cations ~ 8 a 12 mE/100 g de ter^
ra fina.
15 - Saturação de bases - 10 a 301.
17 - Erosão atual - Ligeira a moderada.
18 - Culturas Café, feijão, milho, cana-de-açucar, mandioca,
e banana.
19 - Forrageiras mais frecüentes - Capim gordura e coloniao.
20 ~ Retenção de água - Media.
21 - Fatores limitantes
limitação pela fertilidade - Moderada.
limitação pela erosão - Moderada.
limitação pelo excesso d'água - Nula.
limitação pela falta d'água - Ligeira.
limitação pelos impedimentos à mecanização da lavoura
- Forte a moderada.

São solos de fertilidade natural baixa a média,


com fortes limitações pela erosão e ao emprego de máquinas a
grícolas em virtude de apresentarem relevo montanhoso. Possuem
boas condições físicas para o desenvolvimento das plantas, po
rêm são ácidos e quase não têm reserva mineral.

O cultivo racional destes solos requer escol


áreas com pequenos declives, menos sujeitas ã erosão além de
calagens e adubações. Sao mais apropriadas para reflorestamen
to e pastagens de capim gordura e coloniao.
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
SECRETARIA DE PLANEJAM ENTO E COORDENAÇÃO GERAL/FJP/CO DEVALE
SECRETARIA DA AGRICULTURA / SOAPA
CEPA - Comissão Estadual de Planejamonto Agrícola da MG

95

LATOSOL REGOSÕLICO / fase terraço semi-árido.

1 - Area mapeada - 4.536 km 2 .


2 - Ocorrência - Encontra-se nos vales do Rio Jequitinhonha e
seus afluentes.
3 - Clima - Aw e de transição entre Aw e BSh de Kõppen.
4 - Altitude - 250 a 500 metros.
5 - Vegetação natural - Caatinga arbórea e Floresta seca semi
-caducifólia fácies xerõfilo.
6 - Relevo - De suavemente ondulado a forte ondulado.
7 - Material originário - Desenvolvido a partir de material
detrltico de natureza coluvial e
de depósito aluvionares antigos.
8 - Profundidade efetiva - De 100 a 200 cm.
9 - Drenagem - Acentuadamente a bem drenado.
10 - Textura superficial - Barro argiloso, barro argilo areno
no e argila.
11 - Produtividade aparente - Media a baixa.
12 - Matéria orgânica - 0,8 a 2,5%.
13 - Reação - Acido a praticamente neutro.
14 - Soma das bases permutáveis - 1,5 a 6,0 mE/100 g de terra
fina.
15 - Capacidade de permuta de catlons - 3,5 a 7,0 mE/100 g de
terra fina.
1® “ Saturação de bases - 30 a 90%.
17 - Erosão atual - Moderada a severa.
10 “ Culturas - Fumo, mandioca, feijão, milho, abacaxi,citrus,
cana-de-açúcar e côco.
19 - Forrageiras mais frequentes - Gramineas nativas e capim
colonião e sempre-verde.
20 - Retenção de água -Baixa.
21 - Fatores llmitantes
limitação pela fertilidade - Moderada,
limitação pela erosão - Moderada a forte,
limitação pelo excesso d'água - Nula.
G OVERN O DO ESTADO DE M IN A S G E R A IS -
S E C R E T A R IA de p la n e ja m e n t o e coordenação g er al/ fjp / co d evale
SECRETARIA DA AGRICULTURA / SOAPA
CEPA - Comissáo Estadual de Planejamento Agrícola de MG

96

limitação pela falta d'água - Moderada a forte,


limitação pelos impedimentos a mecanização da lavoura
Moderada a forte.

Solos de fertilidade natural média a alta, sem li^


mitações pela erosão de moderada a forte. Com relação a falta
d*água, as limitações variam de moderada a fortes em decorrên­
cia do período de estiagem que e longo nestas áreas. 0 emprego
de maquinas agrícolas tem limitações que variam de fortes a mo
deradas, em função do relevo. A utilização agrícola intensiva
destes solos requer adubações de manutenção, conservação do so
lo, escolha de áreas apropriadas para mecanização e suprimen­
tos de água nos períodos de carência.

Além do uso com culturas regionais, os solos des^


ta unidade sõ são bons para pastagens, notadamente de capim co
lonião e sempre-verde e para reflorestamento.

SOLOS PODZOLIZADOS DE PEDRA AZUL:

1 - Are a mapeada - menor que 2 32 krrr (ver Associação Aflora­


mentos de Rochas e Solos Podzolizados de
Pedra Azul)
2 - Ocorrência - Em áreas rebaixadas, com maior ocorrência nos
municípios de Comercinho e Itinga.
3 - Clima - Aw de Kõppen.
4 - Altitude - 300 à 700 metros.
5 - Vegetação natural - Floresta seca semi-caducifolia fácies
xerõfilo e transição entre esta e Caa
tinga arbõrea.
6 - Relevo - Ondulado a forte ondulado.
7 - Material originário - Gnaisse focoidal, gnaisse de textu
ra fina e laminados, granitos de
gra grossa e capeamento tipo coluvi
al.
GOVERNO OO ESTADO DE M1NA3 GERAIS ,
SECRETARIA DE PLAN EJAM EN TO E COORDENAÇÃO GERAL/FJP/CO DEVALE
SECRETARIA DA AGRICULTURA ( SOAPA
CEPA - Comissão Estadual de Planejamento Agrícola de MG

97

8 - Profundidade efetiva - De 100 a 200 cm.


9 - Drenagem - Bem drenado.
10 - Textura superficial - Barro arenoso, barro argiloso are
noso e barro argiloso, todos com
cascalho.-
11 “ Produtividade aparente - Média.
12 - Matéria orgânica - 0,8 a 2,3%.
13 - Reação - De ácido a praticamente neutro.
14 - Soma das bases permutáveis - 1,5 a 5,7 mE/100 g de terra
fina.
15 - Capacidade de permuta de cations - 2,5 a 8,0 mE/100 g de
terra fina.
16 - Saturação de bases - 35 a 85%.
17 - Erosão atual - Severa a moderada.
18 - Culturas - Milho, mandioca, feijão e pequenos talhões com
abacaxi, coco e citrus.
19 - Forrageiras mais frequentes - Capim colonião e ocorrência
de capim gordura.
20 - Retenção de água - Baixa.
21 “ Fatores limitantes
limitação pela fertilidade - Moderada (áreas localmente
forte).
limitação pela erosão - Forte a moderada,
limitação pelo excesso d*água - Nula.
limitação pela falta d'água - Moderada a forte,
limitação pelos impedimentos à mecanização da lavoura- Mo
derada a forte.

Solos com fertilidade natural média a alta com


boa reserva mineral, muito susceptíveis ã erosão em decorren
cia do relevo, que limita de maneira moderada a forte o emore
go de máquinas agrícolas. Pela falta d 1água as limitações va
riam de moderadas a fortes, na estação seca e nos curtos perlo
dos de estiagens que se verificam ocasionalmente durante a êpo
GOVERNO DO ESTADO DE WNA.S GERAIS .
SECRETARIA DE PLAN EJAM EN TO E COORDENAÇÃO GERAL/FJR/CODEVALE
SECRETARIA DA A G R IC U LT U R A /S O A P A
CEPA - Comiseâo Estadual de Plane]ar»ento Agrícola de MG

98

ca chuvosa. São apropriados para pastagens, notadamente de ca


pim coloniao e sempre-verde e prestam-se para reflorestamento.
Para culturas necessitam de conservação de solo, escolha de ã
reas menos declivosas, adubação de manutenção e irrigaçao,prin
cipalmente no período seco, que nas áreas destes solos, e lon
go. As áreas de pastagens mais velhas, em sua grande maioria
encontramose bastante erodidas, em decorrência, das queimadas
anuais (prática corrente na região) durante o período de estia
gem. A abolição das queimadas atenuaria o problema de erosão
que ê grave nestes solos. As práticas de fenação e silagem tra
riam bons resultados para a região, que é tipicamente de pecuá
ria.

PODZÕLICO VERMELHO-AMARELO / fase montanhosa


1 - Area mapeada - 413 km2
2 - Ocorrência - Distribuem-se principalmente na parte sul da
área, no município de Novo Cruzeiro.
3 - Clima - Aw de Kdlppen.
4 - Altitude - 370 a 460 metros.
5 - Vegetação natural - Floresta costeira da encosta do pia
nalto e Floresta seca fácies higrÕfi-
lo.
6 - Relevo - Montanhoso.
7 - Material originário - Gnaisse, granitos e diabãsio graboi
de.
8 - Profundidade efetiva - 100 a 150 cm.
9 - Drenagem -Bem drenado.
10 - Textura superficial - Barro argiloso arenoso e barro are
noso.
11 “ Produtividade aparente - Alta.
12 - Matéria orgânica - 1,0 a 3,4%.
13 - Reaçao - Moderadamente ácidos.
14 - Soma das bases permutáveis - 3 a 9 mE/100 g de terra fina.
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
SECRETARIA DE PLANEJAM ENTO E COORDENAÇÃO G ERAL/FJP/CO DEVALE
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99

15 - Caoacldade de permuta de cations - 5,5 a 8,5 mE/100 g de


terra fina.
16 ~ Saturação de bases - 60 a 80%.
17 - Erosão atual - Moderada.
18 - Culturas - Milho, feijão, banana e mandioca.
19 - Forrageiras mais frequentes - Capim gordura e capim colo-
nião.
20 “ Retenção de água - Média.
21 - Fatores llmltantes
limitação pela fertilidade - Ligeira.
limitação pela erosão - Forte a moderada.
limitação pelo excesso d'água - Nula
limitação pela falta d'água - Moderada.
limitação pelos impedimentos â mecanização da lavoura
Forte

São solos de fertilidade natural alta, com fortes


a moderadas limitações pela erosão em decorrência do relevo
montanhoso e da textura leve da superfície. Da topografia mon
tanhosa resultam também fortes limitações ao emprego de mãqui
nas agrícolas. Com relação a falta d'água, as limitações sao
moderadas nos períodos de escassez e estiagens. Apesar de não
apresentarem, de maneira geral, problemas relacionados com a
fertilidade, na sua maior extensão estes solos não deveriam ser
usados para culturas, em decorrência dos problemas complexos
de conservação do solo, mecanização e erosão, sendo mais apro
priados para pastagens de capim colonião, jaraguã e refloresta
mento.

SOLOS PODZOLIZADOS DE ARAÇUAÍ

1 - Area mapeada - 1.137 km^


2 - Ocorrência - Centro e oeste da área, nos vales embutidos
em chapadas.
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
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CEPA - ComisBÜQ Estadual de Planejamento Agrícola de MG

100

3 - Clima - Aw e transição deste para BSh de Kôppen.


4 - Altitude - 270 a 360 metros.
5 - Vegetação natural - Caatinga arbórea e Floresta seca semi
caducifõlia fácies xerõfilo.
6 - Relevo - ondulado, ocorrendo também forte ondulado.
7 - Material originário - Gnaisse de granulação fina e deposi
ções de natureza variada.
8 - Profundidade efetiva - De 80 a 140 cm.
9 - Drenagem - Bem drenado.
10 - Textura superficial - Barro siltoso.
11 - Produtividade aparente - Média.
12 - Matéria orgânica - De 0,7 a 3,0%.
13 - Reação - Acido a moderadamente ácido.
14 - Soma das bases permutáveis - 2,5 a 7,0 mE/lOOg de terra
fina.
15 - Capacidade de permuta de cations - 5,5 a 11,5 mE/100 g de
terra fina.
16 - Saturação de bases - 40 a 70%.
17 - Erosão atual - Severa a muito severa.
18 - Culturas - Milho, mandioca, feijão, abóbora e algodão.
19 - Forrageiras mais-frequentes - Capim jaraguã, colonião e
gordura.
20 - Retenção de água - Baixa e média.
21 - Fatores limitantes
limitação pela fertilidade - Ligeira
limitação pela erosão - Forte a muito forte,
limitação pelo excesso d'água - Nula.
limitação pela falta d'água - Forte.
limitação pelos impedimentos â: mecanização da lavoura
- Forte a moderada.

Sio solos de fertilidade natural média a alta,mui


to susceptíveis a erosão, necessitando de práticas complexas
de conservação com relação à disponibilidade de água, apresen
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS .
SECRETARIA DE PLAN EJAM EN TO E COORDENAÇÃO GERAL/FJP/CO DEVALE
SECRETARIA DA AGRICULTURA / SOAPA
CEPA • Comissão Estadual de Planejamento Agrícola de MG

101

tam fortes limitações no período de estiagem, que é longo (6

meses) na ãrea desta unidade, onde a vegetação dominante ê


caatinga arbórea. O emprego de maquinas agrícolas é limitado
forte a moderadamente em decorrência do relevo ondulado e da
presença de calhaus, matacões e seixos de quartzo, concreções
de ferro que ocorrem nos perfis e na parte superficial dos so
los. O aproveitamento agrícola racional destes solos requer ir
rigação durante os períodos de carência, controle da erosão,em
prego de maquinas agrícolas restrito âs áreas menos declivosas
e sem pedregosidade e adubações de manutenção. Para pastagens
estes solos também apresentam limitações pela falta d'água, po
rêm durante o período de chuvas, forrageiras como capim colo
nião e capim jaragua desenvolvem-se bem. Para este caso a solu
ção seria a fenação e silagem, a fim de armazenar forragens pa
ra a época de escassez.

SOLONETZ - SOLODIZADO

1 - Area mapeada - 25 km^


2 - Ocorrências - Pequenas áreas esparsas que margeiam o rio
Jequitinhonha e alguns tributários.
3 - Clima - Transição entre Aw e BSh de Kõppen.
4 - Altitude - 200 a 260 metros.
5 “ Vegetação natural - Caatinga arbórea e campo.
6 - Relevo - Plano a suavemente ondulado, com ocorrência de
depressões.
7 “ Material originário - Sedimentos colüvio - aluviais.
8 - Profundidade efetiva - De 30 a 50 cm.
9 “ Drenagem - Imperfeitamente a mal drenado.
10 - Textura suoerflcial - Barro siltoso, barro argiloso, bar
ro arenoso e barro.
11 - Produtividade aparente - Baixa.
12 - Matéria orgânica - De 0,6 a 6,7%.
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
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102

13 - Reaçao - Moderadamente ácido.


14 - Soma das bases permutáveis - 3 a 17 mE/lOOg de terra fina.
15 - Capacidade de permuta de cations - 3,0 a 4,5 mE/100g de
terra fina.
16 - Saturação de bases - 55 a 90%.
17 - Erosão atual - Ligeira.
18 - Culturas - Pequenas parcelas de cana-de-açücar, milho, cô
co, citrus, abacaxi, cebola e mamão.
19 - Forrageiras mais frequentes - Gramíneas nativas.
20 - Retenção de água - De baixa a alta.
21 - Fatores limitantes
limitação pela fertilidade - Forte.
Hmitàção; pela erosão - Ligeira a moderada,
limitação pelo excesso d'agua - Nula a ligeira,
limitação pela falta d ‘água - Forte.
limitação pelos impedimentos a mecanização da lavoura- Li
geira a moderada.

Solos com fortes limitações pela fertilidade em


decorrência da presença de muito sódio na parte baixa dos per
fís. As péssimas condições físicas (estrutura colunar) são li^
mitantes à penetração de raízes bem como ao emprego de mãqui
nas agrícolas. No período de estiagem, decorrem fortes limita
ções pela falta d ’água,, que é agravada pela pequena capacidade
que estes solos tem para armazenar água por períodos longos.
Nas áreas onde existem pequenos desníveis, deve-se aplicar prá
ticas de conservação de solo, visto que a erosão atua de manei
ra intensiva sobre a camada superficial que apresenta normal^
mente textura leve. 0 aproveitamento agrícola destes solos ê
difícil, dispendioso e requer drenagem, irrigação, adubações
complementares e culturas tolerantes ao excesso de sõdio no so
lo. Deve-se tentar introduzir forrageiras que se adaptem às
condições acima citadas, para que estes solos possam ser utili
zados com pastagem.
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
SECRETARIA DE PLANEJAM ENTO E COORDENAÇÃO G ERAL/FJP/CO DEVALE
SECRETARIA OA AGRICULTURA / SOAPA
CEPA - Comissão Estadual de Planejamento Agrícola de MG

103

SOLOS HIDROMÕRFICOS

1 ~ Area mapeada - - 5 km^


2 “ Ocorrência - Pequenas parcelas ao longo de várzeas.
3 - Clima - Aw de Kôppen.
4 - Altitude - 200 a 400 metros.
5 - Vegetação natural - Campos nas várzeas.
6 - Relevo - Praticamente plano.
7 - Material originário - Deposições orgânicas e sedimentos 1
argilot-arenosos.
8 - Profundidade efetiva - 30 a 80 cm.
9 - Drenagem - Mal drenado.
10 - Textura superficial - Argila arenosa e argila.
11 - Profundidade aparente - Média a alta.
12 - Matéria orgânica - Em torno de 10%.
13 - Reação - Acido a fortemente ácido.
14 - Soma das bases permutáveis - De 1,0 a 3,0 mE/100 g de ter
ra fina.
15 - Capacidade de permuta de cations - De 10 a 40 mE/100 g de
terra fina.
16 - Saturação de bases - 30 a 60%.
17 - Erosão atual - Nula
18 - Culturas - Arroz, milho, feijão.
19 - Forrageiras mais frequentes - Capim angola.
20 - Retenção de agua - Alta a muito alta.
21 - Fatores limitantes
limitação pela fertilidade - Ligeira a moderada,
limitação pela erosão - Nula
limitação pelo excesso d'água - Muito forte,
limitação pela falta d'água - Nula
limitação pelos impedimentos a mecanização da lavoura-Nu-
la a forte.

Os solos desta unidade compreendem Glei Pouco Hú


mico, Glei Húmico e Solos Orgânicos.
G O VE R N O 00 ESTAD O DE M IN A S G E R A IS .
S E C R E T A R IA DE P L A N E J A M E N T O E CO O RDEN AÇÃO G E R A L /F JP /C O D E V A L E
S E C R E T A R IA DA A G R IC U L T U R A / SO APA
CEPA - Comissão Estadual da Planajam anto Agrícola de MG

104

Possuem limitação muito forte pelo excesso d 1água,


necessitando ser drenados racionalmente quando usados para a
gricultura, exceto para culturas que toleram o excesso d'água,
no solo, o mesmo sendo válido para forrageiras. São ácidos nor
malmente, necessitando calagens e adubações. Não apresentam pro
blemas de erosão e possuem relevo favorável ao uso de máquinas
agrícolas que entretanto, tem seu emprego limitado pelo exces
so d'agua (quando não drenados) e pela facilidade com que as
máquinas atolam. Podem ser aproveitados com pastagens de capim
"bengo" ou "angola", cultura de arroz, olericultura e cultura
de cana-de-açúcar, necessitando drenagem nestes dois últimos
casos.
LEGENDA DOS TIPOS DE SOLOS LEGENDA
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ESCALA GRAFICA
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105

2 - RECURSOS HUMANOS: ESTRUTURA DA POPULAÇÃO

A influência dos fatores demográficos no processo


de desenvolvimento sõcio-econômico se manifesta através da po­
pulação considerada na sua dupla função: consumidora e produto
ra. De um lado, a população demanda uma série de bens e servi­
ços para satisfazer suas necessidades, e, de outro, exerce in­
fluência sobre o tamanho e a composição da força de trabalho
que deve produzir esses bens e serviços.

0 fato dos fatores demográficos influirem na


ta e na demanda dos bens e serviços não significa que haja e-
quilibrio entre ambos. Os segmentos produtores da população
nem sempre coincidem com os consumidores; assim como certos in
divíduos nem sempre sao capazes de realizar certas tarefas pro
dutivas, há outros que consomem certo tipo de bens e serviços.

A análise de população não tem finalidade em si


mesma. Considerando a sua dupla função e a maneira de encara-
la como objetivo final de qualquer plano de desenvolvimento, é
indispensável um estudo de suas características básicas tais
como magnitude, ritmo de crescimento, dinâmica e composição pa
ra a elaboração de políticas de caráter público. Atualmente,pa
rece haver um consenso da importância do comportamento demográ
fico na caracterização dos problemas que o Estado e a socieda­
de enfrentam e devem resolver.

A Ãrea-Programa deve contar com um ritmo de cres­


cimento populacional vegetativo bastante alto, dadas as suas
características culturais, econômicas e sociais, mas apresenta
taxas de crescimento intercensitárias baixas, devido, princi
palmente â evasão da população. Dal, a necessidade de um estu
do mais amplo de sua população, procurando interpretar os vín­
culos que existem entre as suas características demográficas e
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r

106

as dimensões político-econômicas da sociedade, considerando


principalmente a problemática do desenvolvimento econômico. Le
vando isto em consideração, o estudo de suas características e
movimentos tem por finalidade fornecer subsídios ao Programa
de Desenvolvimento Rural Integrado.

Com este proposito procurar-se-á analisar os se­


guintes itens: a evolução da população no período 1950/70; dis
tribuição espacial, as características da população (distribui
ção por idade e sexo e população economicamente ativa), e mi
gração.

Os dados utilizados foram os fornecidos pelos Cen


sos Demográficos de 1950, 1960 e 1970 de Minas Gerais.

A. Evolução da População da Ârea-Programa

A população da região em estudo ocupa uma área de


16.857 km , o que corresponde a 2,8% da área do Estado de Mi­
nas Gerais. Em 1970, esta população atingiu a marca de 259.292
habitantes, sendo responsável por 2,25% da população do Estado.

A taxa de participação desta população no Estado


se apresentou decrescente no período 1950/70. {Vide Tab. VI).

TABELA VI
EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO

TAXAS DE CRESCIMENTO %
ANO POPULAÇÃO % NO ESTADO
REGIÃO ESTADO
1950 187.200 2,42 — —

1960 235.337 2,40 2,3 2,4


1970 259.292 2,25 1,0 1,6
Fonte: Censo Demográfico de MG - 1950, 1960 e 1970 - FIBGE.
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107

Medindo a concentração populacional pela densida


de demográfica (15,38 hab/km ) vemos que ela também é baixa,
_ 2
quando comparada a do Estado (19,58 hab/km ) .

O ritmo de crescimento desta população é mos


pelas taxas de crescimento intercensitãrias, que estão na Tabe
la I. Entram na composição desta taxa as três variáveis demo­
gráficas básicas: fecundidade, mortalidade e migração. Acredi
tamos que o comportamento da fecundidade e mortalidade da re
gião não difere muito do padrão observado no Estado de Minas
Gerais. Dado isto, as taxas de crescimento observadas, a baixa
densidade demográfica e a perda de participação da população
no Estado, aliadas ao nível de pobreza predominante na região,
nos levam a crer que estamos em presença de um movimento emi-
gratõrio por parte desta população, movimento este que teve
sua maior intensidade, na década 1960/70.

Apesar da região como um todo estar perdendo popu


lação, presencia-se um movimento migratório intra-regional. A
Tabela VII mostra a evolução da população por município. Mui
tos deles têm apresentado altas taxas de crescimento devido ã
migração recebida e outros tem chegado a apresentar taxas nega
tivas de crescimento, devido a perda de população.

A Tabela VIII mostra numa estimativa preliminar


quais são os municípios que estão perdendo população e quais
os que estão recebendo, no período analisado. Como se pode ob
servar, muitos deles se apresentaram como "receptores" (ou "ex
pulsores") no período 1950/60 e passam no período seguinte a
"expulsores” (ou "receptores"). Cabe então, investigar numa e
tapa posterior, quais as transformações ocorridas nestes muni^
cípios que levaram a esta reorientação do fluxo.

Esta classificação dos municípios refere-se ape


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108

nas ã migração inter-municipal. A migração intra-municipal não


foi considerada. Ê provável que quase todos estes municípios
estejam recebendo fluxos migratórios oriundos do campo.
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109

TABELA VII
EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO POR MUNICÍPIO

TAXAS DE
POPULAÇÃO TOTAL CRESCIMENTO
MUNICÍPIOS
1950 1960 1970 50/60 60/70

Araçuaí 23.842 27.773 30.280 1,5 0,9


Berilo 10.683 16.970 15.686 4,7 -0,8
Caraí 10.833 14.215 19.006 2,8 3,0
Chapada do Norte 10.621 14.095 14.073 2,8 0
Comercinho 8.955 9.784 9.767 0,9 0
Cel. Murta 9.244 6.867 8.247 -2,9 1,9
Francisco Badarõ 10.634 12.347 14.491 1,5 1,6
Itinga 18.992 21.575 22.710 1,3 0,5
Malacacheta 33.064 43.571 42.262 2,8 -0,3
Minas Novas 16.782 20.950 25.012 2,2 1,8
Novo Cruzeiro 20.264 25.624 31.422 2,4 2,1
Padre Paraíso 4.369 8.6 88 12.724 7,1 3,9
Virgem da Lapa 8.917 12.878 13.612 3,7 0,6

Fonte: Censo Demográfico de MG - 1950, 1960 e 1970 - FIBGE.


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TABELA VIII
ESTIMATIVA PRELIMINAR DOS MUNICÍPIOS "RECEPTORES"

E "EXPULSORES" DE POPULAÇÃO

— -^^CLASSIFICAÇÃO
EXPULSORES RECEPTORES
PERlOD?T-^^^

Araçuaí, Comercinho Berilo, Caraí, Vir


1950/60 Cel. Murta, Francis gem da Lapa
co Badarõ, Itinga,
Padre Paraíso

Berilo, Chapada do Caraí, Cel. Murta,


Norte, Comercinho, Francisco Badarõ,
1960/70 Itinga, Malacacheta Minas Novas Novo
Cruzeiro, Padre Pa
raíso

Fonte: Tabela II.


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B . - Distribuição Espacial

Chama a atenção, na distribuição espacial da popu


laçao mineira, a tendência desta em.se concentrar em áreas ur
banas.

Apesar da região em estudo ser uma região tipica


mente rural, tanto quanto â atividade econômica predominante
e â localização da população, pode-se notar uma perda de parti
^ ^ - j[8)
cipação da população rural em favor da população urbana1 4 . Vi
de Tabela TX.

TABELA IX
EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO URBANA DA ÃREA PROGRAMA

POPULAÇÃO TAXA DE CRESCIMENTO


GRAU DE UR
PERlODO BANIZAÇÃO t»)
URBANA RURAL <%) URBANA RURAL

1950 21.572 165.628 11,52 - -

1960 32.954 202.383 14,00 4,3 2,0


1970 44.266 215.026 17,07 3,0 0,6

Fonte: Censo Demográfico de M.G. - 1950, 1960 e 1970 - FIBGE.

A população urbana tem apresentado um ritmo de


crescimento bem maior que o da população total, significando um
forte processo de urbanização. Mas este processo não se faz
sentir com a mesma intensidade em toda a região. A distribui^
ção espacial das cidades, seu tamanho e dinamismo estão intima
mente ligados ao nível de desenvolvimento dos diversos municí_
pios que compõem a região.

(8) Usamos a definiçãode "urbano" do Censo Demográfico, ou se


ja, toda a população que vive nas sedes municipais e dis^
tritais.
GOVERNO
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TJ O
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Tabela X O H
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3 71
Evolução da populaçao Urbana e Rural da Área Programa w >
09

ESTADO
V O
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>
m
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TAXAS DE TAXAS DE ST O
POPULAÇÃO URBANA CL

DE
população RURAL ' •c X)
M U N I C 1 P I O S CRESCIMENTO CRESCIMENTO
£L o

MINAS
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1950 1960 1970 50/60 60/70 195 0 ‘ 1960 1970 50/60 60/70 o r
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GERAIS
araçua I 5.510 --Ti >
7.4G1 9.093 3,1 2,9 18.332 20.312 20.387 0,0

O
3 05
3 o
BERILO r-w >
542 61 6 951 1,3 4,4 10.141 16.354 14.735 4,9 • -í.o O
T
> >
<Q
CARAl 1.430 2.037 2.497 3,3 2,1 9.353 12.178 16 .509 2,7 ?T
3,1 o
m
CHAPADA 00 NORTE 580 759 736 2,6 “ 0, 3 10.033 13.336
'o.
D
13.337 2,9 0,0
5
COMERCINHO O
93 2 1.312 1.472 3,0 1,2 7.973 8.472 0.295 0, 6 -0 , 2

CEL . MURTA 997 1.721 2.258 5,6 2,8 8.247 5.1 4 6 5.909 -4,6 1, 5

FRANCISCO BADARÕ f 3 61 517 1.4 9 0 3,7 11,2 10.273 11.830 12.993 1,4 0,9

ITINGA 2.344 2.773 2.8 7 7 1,7 0,4 16.648 18.802 19.833 0, 5


1,2
>
MALACACHETA 3.471 5,543 7.530 4,8 3,1 29.593 38.023 34.724 2,5 0,9

MINAS NOVAS 1.215 2..100 2.522 5,6 1,9 15.5G7 18.850 22.490 1,8
1, 9

NOVO CRUZEIRO 1.885 3.822 4.492 7,3 1,6 18. 3 7 9 21.802 26.930 1, 7 2,1

Pé . P A R A Í S O 1.196 2.030 5.245 9,0 6,4 3.173 5.850 7.479 6,3 2,5

V I R G E M OA LAPa 1.001 1.45» 2.207 3,8 4,6 7.91G 11.42(1 11.325 3,7 0, 0 í-1
to
Fonte: C enso D emográfico de M G - 1950, 1960 e 1970- 7 T B G E
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113

Uma boa parte dos municípios tem apresentado ta­


xas bastante altas de crescimento de sua população urbana, o
que requer a atenção do Setor Público, no que diz respeito a
investimentos em infra-estrutura urbana. Dentre estes municí­
pios destacam-se: Araçuaí, Berilo, Francisco BadarÕ, Padre Pa­
raíso e Virgem da Lapa. Vide Tabela X.

0 processo de urbanização envolve dois elementos:


a multiplicação dos pontos de concentração urbana da população
ou seja, o surgimento de novos núcleos urbanos e o aumento do
tamanho populacional das cidades ja existentes.

A presença desses dois fatores no processo de ur­


banização da Ârea Programa i evidenciada quando se observa o
número de municípios passou de 8 em 1950 para 13 em 1970, ou
seja aumentou 1,6 vezes e a taxa de crescimento da população
urbana tem se mostrado bem maior que a da população total.

Como foi salientado, este crescimento não tem se


distribuído de maneira uniforme pelo sistema de cidades. A Ta­
bela XI mostra a classificação das cidades por tamanho e sua e
volução. Observa-se um decréscimo na participação das cidades
de menos de 2.000 habs. em favor das cidades compreendidas en­
tre 5.000 e 10.000 habs.
TABELA XI
CLASSIFICAÇÃO DAS CIDADES POR TAMANHO

ANO 1950 1960 1970
GRUPO^\. N9S
DE CIDADE N9S % N9S % %
ABSOLUTOS ABSOLUTOS ABSOLUTOS
0 2.000 5 62,5 2 25,0 4 33,3
2.000 5.000 2 25,0 5 62,5 5 41,7
5.000 10,000 1 12,5 1 12,5 3 25,0
10.000 e mais

TOTAL 8 100,0 8 100,0 12 100,0

Fonte: Censo Demográfico de M.G. - 1950, 1960 e 1970 - FIBGE.


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Dado o atraso econômico e o predomínio de ativida


des econômicas rurais, a região se caracteriza por apresentar
cidades de pequeno porte (menos de 10.000 habitantes). A mai­
or delas, Araçuaí, conta com apenas 9.893 habitantes.

Apesar disto, a alta taxa de crescimento da popu­


lação urbana e o decréscimo absoluto da população rural, nos
leva a crer que estamos em presença de um crescente êxodo ru­
ral na região. Elaboramos uma estimativa preliminar do volume
deste fluxo para as duas décadas analisadas.

Esta estimativa se baseou na hipótese de que o com


portamento da fecundidade e mortalidade sejam iguais na zona
rural e urbana. Se isto for verdade> a taxa de crescimento das
duas populações deveriam ser iguais. Tomamos esta taxa como a
"esperada" da população urbano e rural. Desta forma deveríamos
encontrar em 1960, uma população urbana de 27.080 habitantes
e em 1970 36.402 habitantes. A diferença entre a população ur­
bana estimada e a observada é dada pelo fluxo rural-urbano. Vi
de Tabela XII.

TABELA XII
ESTIMATIVAS DO FLUXO RURAL-URBANO NA ÃREA PROGRAMA

% DO FLUXO NO
% DO FLUXO
PERÍODO FLUXO CRESCIMENTO
NA POPULAÇÃO
RURAL-URBANO DA POPULAÇÃO
URBANA
URBANA

1950/60 5.874 17,8 49,4


1960/70 7.864 17,8 66,6

Fonte: Censo Demográfico de M.G. - 1950, 1960 e 1970 - FIBGE


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Como se pode observar o êxodo rural Õ um componen


te importante no crescimento da população urbana. Embora não
tenhamos informações suficientes para precisar quais seriam os
fatores determinantes deste processo, podemos associã-lo a va­
rias características da estrutura sõcio-econômica da região.

A estrutura fundiária da região se caracteriza pe,


la predominância de pequenas propriedades, que empregam pouca
mão-de-obra e apresentam um baixo índice de produtividade, o
que resulta em precárias condições de vida para esta população.
A pequena propriedade de baixa produtividade e um fator que de
ve estar sempre associado ao êxodo rural.

Cabe, numa etapa posterior analisar a evolução des


tes fatores e sua influencia sobre o fluxo, tanto na sua magni_
tude, como na sua forma, características das áreas de origem e
destino dos migrantes.

Além destes, outros fatores que se verificam na


região podem ser associados a este movimento:

- crescimento vegetativo acelerado da populaçãoru


ral, aumentando a pressão sobre a terra.

- tendência atual do desenvolvimento econômico em


concentrar as inversões nas atividades industri
ais e no desenvolvimento urbano;

- atração pela cidade e os serviços oferecidos por


ela: educação, saúde, atividades de lazer, etc.

Para a industrialização brasileira a migração ru­


ral-urbano desempenhou um papel importante em deslocar a mão-
-de-obra do campo para a cidade a fim de que este processo pu-
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116

desse ocorrer. A urbanização na região esta se processando in


dependentemente do processo de industrialização.

0 crescimento industrial da Area Programa vem se


processando lentamente, não tendo condições de ocupar esta .po
pulação sem qualquer qualificação, que passa a disputar as
oportunidades de emprego na cidade com a mão-de-obra local. .'0
contingente que emigra passa de marginalizado no campo para
marginalizado na cidade. Alêm do problema de marginalização,os
migrantes passam a reforçar a pressão jã existente sobre os
serviços públicos: educação, saúde ,■ habitação, etc. que, dado
o estagio atual de desenvolvimento da região se apresentam de
ficitãrios.

Tanto da perspectiva econômica como da social ,a


transferência da população rural para os centros urbanos só po
dera ser considerada como desejável.se corresponder a um aunien
to da produtividade do Setor Primário sem ocasionar efeitos no
civos na área urbana quanto ãs condições de eitprego, salários,
habitação, saúde, educação, etc.

Este processo tende a tomar proporções maiores


ainda, dada a magnitude da população rural e suas altas taxas
de crescimento vegetativo aliadas ao caráter concentrador do
desenvolvimento econômico.

Alem da concentração na zona urbana, assiste-se


também a um certo grau de concentração espacial da população
no que diz respeito ã distribuição da população entre os muni^
cípios.

A Tabela XIII mostra a densidade demográfica dos


municípios da Area Programa. Alguns municípios apresentam uma
densidade relativamente alta, quando comparada â média do Esta
do (Malacacheta, Novo Cruzeiro, Padre Paraíso e Virgem da La
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®
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117

TABELA XIII

DENSIDADE DEMOGRÁFICA DA ÁREA PROGRAMA

MUNICÍPIOS HABS/Km2

ARAÇUAl 13,01

BERILO 17,10

CORAl 16,77

CHAPADA DO NORTÇ 18,42

COMERCINHO 15,95

CEL. MURTA 9,90

FRANCISCO BADARO 17,48

ITINGA 8,07

MALACACHETA 19,96

MINAS NOVAS 14,64

NOVO CRUZEIRO 19,44

PADRE PARAÍSO 22,48

VIRGEM DA LAPA 22,49

Fonte: Censo Demográfico de M.G 1970 - FIBGE


G OVERN O DO ESTAD O DE M IN A S G E R A IS
S E C R E TA R IA DE P L A N E J A M E N T O E COO RDENAÇÃO G E R A L /F JP /C O D E V A L E
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118

pa e outros mostram uma densidade bem inferior ã esta média


(Coronel Murta, Itinga).

C - Características da População: .Distribuição Etária e Po


pulação Economicamente Ativa

A distribuição etária ou pirâmide populacional nos


dá o montante da população nos seus respectivos grupos de ida­
de. Esta informação ê importante para o planejamento econômico
-social, pois tanto a capacidade produtiva como as necessida­
des dos bens e serviços variam com a idade.

A forma com que se distribui uma população nos


seus respectivos grupos etários depende da sua história passa­
da: de nascimentos, mortes e migrações.

A Tabela XIV nos mostra a distribuição etária da


Ârea Programa. Esta população se caracteriza por ser predomi
nantemente jovem, situando 57,9% dela abaixo dos vinte anos.Es
ta é uma característica comum da população brasileira que pode
ser explicada pelo seu alto nível de fecundidade, à queda da
taxa de mortalidade infantil e a perda de população que vem so
frendo a região.

Para o planejamento isto significa uma grande de­


manda de serviços de educação, refletindo principalmente na
demanda do ensino do primeiro grau, pressão sobre os serviços
de saúde, setor habitacional, etc. Para a população econômica
mente ativa, este fato se traduz em grandes encargos economi^
cos pois cabe a ela contribuir para a solução desta demanda.

Não encontramos diferenças significativas na dis­


tribuição etária desagregada a nível rural e urbana.
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•- - ' 1Í9

Tàbela XIV
Distribuição Etária d'à Area Programa - 1970

GRUPOS POPULAÇÃO TOTAL POPULAÇÃO URBANA POPULAÇÃO RURAL


DE
N<?S N9S N9S
% % %
IDADE ABSOLUTOS ABSOLUTOS ABSOLUTOS

0 — 4 42.613 16,4- 6.675 15,0 35.938 16,7

5 — 9 41.633 16,0 6.961 15 , 7 34.672 16,1


H
O

36.546 14,1 6.878 '15,5 29.678 13,8


1
1

15 — 19 29.687 11,4 5.366 12, 1 24.321 11,3

20 — 24 21.419 8,2 3.373 7,6 ' 18.046 8,3

25 — 29 16.792 6,4 2.390 5, 3 14.402 6,6

30— 39 27.057 10,4 4.538 10,3 22.469 10,4

40 — 49 19.383 7,4 3.382 7,6 16.006 7,4

50— 59 12.652 4 ,8 2.343 5,2 10.309 4 ,7

60 — 69 7.036 2,7 1.370 3,0 5.666 2 ,6

70 + 4.091 1.5 89 0 2, 0 3.201 1,4

IDADE
378 0,1 50 0,1 328 0,1.
IGNORADA

T O T A L 259.292 100,0 44.266 100,0 2 1 5 . 03õ 100,0

PON T E : Censo D e m o g r á fic o de MC - 197 0 - FIBGE


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120

A população era idade de trabalhar definida como


as pessoas de 15 a 59 anosr representa a oferta potencial de
força de trabalho. Esta é uma definição arbitrária que nem sem
pre corresponde a oferta real, pois esta depende muito das con
dições sõcio-econômicas e culturais da região. Nas áreas ru
rais mais pobres presencia-se uma entrada prematura e salda
tardia das pessoas na força de trabalho. Já nas áreas urbanas,
que atingiram um certo nível de desenvolvimento, o ingresso se
dá um pouco mais tarde, pois as necessidades educacionais e o
acesso a elas sao maiores. Outro fator importante na explica
ção desta oferta real está nos níveis e padrões culturais da
população. Na caso mineiro, desempenha papel de relevo a fun
ção da mulher na sociedade e as barreiras culturais contra o
desempenho de atividades femininas remuneradas fora do lar.

Na região encontramos 26.933 pessoas potencial^


mente disponíveis para o trabalho segundo a definição acima de
oferta. Isto constitui 49% da população da região.

A taxa de participação, ou seja, quanto da popula


ção total se encontra na categoria de economicamente ativa é
igual a (30,4%). Esta taxa, comparada com a de Minas (30,13% )
mostra-se um pouco baixa.

Na explicação desta taxa de participação entram


em jogo vários fatores de ordem demográfica, econômica e so
ciai passados e imperantes a cada momento. Do lado da oferta
da força de trabalho, além dos fatores já mencionados ê eleva
da a importância assumida por fatores nitidamente demográfi^
cos, tais como: natalidade, migração, urbanização, etc. Além
disso, o grau de informação possúido pelo ofertante da força
de trabalho e sua qualificação são elementos importantes para
a determinação desta taxa. Do lado da demanda é a interação dos
vários fatores de ordem econômica, tecnológica e institucional
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121

que vão determinar a capacidade de absorção do mercado de tra


balho.

A Tabela XV fornece a população economicamente ! a


tiva por setor de atividade. Quase toda ela se concentra no Se
tor Primário, dada a predominância das atividades rurais, na
região. 0 Setor Secundário responde com uma parcela bem peque
na da população empregada.

A participação feminina na população economicamen


te ativa é muito baixa. Apenas 10,5% das mulheres trabalham
concentrando-se na agricultura e na prestação de serviços. A
explicação disto pode estar associada às barreiras culturais
já citadas.

Uma visão melhor desta população ocupada poderia


ser obtida se dispuséssemos de dados de seus níveis de qualifi
cação.

D - Migração

A variável migratória assume posição estratégica


dentro do planejamento pois dentre as três variáveis demográfi_
cas básicas é a que mais rapidamente responde âs diferenças e
conômico-soeiais. Mas, é a de mais difícil mensuração, seja de
vido a problemas conceituais, seja devido ã disponibilidade e
qualidade dos dados referentes à migração. O problema ainda
se torna mais difícil pois a região estudada não se confunde
com uma Unidade da Federação, desdesque a informação oferecida
pelo Censo Demográfico sobre a origem dos migrantes refere-se
a Unidade da Federação e nao ao município. Desta forma obtive
mos informações sobre os imigrantes da região, mas não sobre
seus emigrantes.
I

Om
m a>mcooo
2mm
O -1 -i
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Tabela XV 3 2 2
>>
População Economicamente Ativa da Area Programada
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R A M O S PESSOAS EMPREGADAS
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PARTICIPAÇXO; -
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D E DO S E T O R -
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ATIVIDADE HOMENS % ' MULHERES % T O T A L N A PEA
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I - SETOR PRIMÁRIO 57.565 88,0 8.196 60,8 65.761 83,6 .
p m »
■ - Agricultura, Silvicul °TO o‘
tura, E x t r a ç ã o V e g e - .> > o
tal . C a ç a e P e s c a 57.565 88,0 8.196 60,8 65.761 83,6
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II - S E T O R S E C U N D Á R I O 4.352 6,0 335 2,5 4.687 5,8 a ■>o
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- Atividades Industriais 4.352 6, 8 , 33 5 2,5 4.687 5, 8 Q o o
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III - S E T O R T E R C I Á R I O 3.544 5,2 4.950 36,7 8.494 10,6 '

- Coíiércio d e M e r c a d o ­
rias 1.349 2,0 81 0,6 1.430 1, 8 O
o
o
m
- P r e s t a ç ã o de Serviços 503 0,7 3.329 24 , 6 3.832 4, 8
5
v
- Transportes, Comunica m
ção e A r m a z e n a g e m "* 374 0, 5 15 0,1 389 0,5

- Atividades Sociais 345 0,5 1.230 9, 0 1.575 1,9 1

- Administração Pública 354 0,5 . 44 0, 3 39 8 0,5


t

- Outras Atividades 61 9 1,0 25 1 1, 7 870 i,i {

T O T A L 65.461 100,00 13.401 100,00 78.942 100,00


lo
lo
ftJNTE: C e n s o DemogrSfLco de M G - 1970 - FIBGE
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123

D.l. - Fluxo Migratório Acumulado

Os dados do censo de 1970 fornecem a distribuição


dos não naturais de cada município por unidade da Federação de
nascimento, "lifetime migrants". Este tipo de dado não permite
inferir sobre o tempo em que se deu a migração, pois é o resul
tado de todo o fluxo migratório ocorrido até o momento do le­
vantamento do dado, descontados os efeitos de mortalidade e da
migração de retorno. Como através destes dados não podemos in­
ferir sobre o tempo em que se deu o fluxo, não podemos usa-los
para uma análise comparativa do grau de migração entre as di­
versas regiões.

Usamos estes dados para termos uma visão do resul


tado de um longo processo migratório, resultado este que não
depende somente do volume da migração, mas também de sua dis­
tribuição no tempo, do impacto da mortalidade e migração de
retorno.

Este fluxo migratório acumulado'(9) representava


na região em 1970, 5% do total de sua população, cifra não mui^
to expressiva.

A nível de município encontramos que a participa­


ção dos não naturais no total da população varia muito de mu
nicípio a município. Os valores extremos são para Malacacheta
(0,3%) e Padre Paraíso {23,2%). Vide Tabela XVI.

(9) Obtivemos os dados do total dos não naturais da região a


gregando os dados dos não naturais dos municípios. Este me
todo superestima a participação dos imigrantes no total da
região, pois nao considera a migração intra regional.
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12 4

Quanto a origem destes não naturais sõ temos in­


formações a respeito da origem do imigrante por Unidade da Fe­
deração e quanto ao domicílio anterior (rural ou urbano). En­
contramos que 89,9% dos imigrantes são originários do próprio
Estado. O segundo Estado que mais fornece população para a re
gião é o da Bahia, mas com uma contribuição de apenas 4,7%. A
participação dos demais Estados na população é bastante insig­
nificante. Dado o estado de pobreza que caracteriza a região
acreditamos que este volume apresentado pelos imigrantes do Es
tado seja proveniente da própria região.

0 efeito indireto causado pela reprodução dos mi­


grantes na região e tão ou mais importante que o impacto dire­
to, mas não nos é possível mensurã-lo, pois não temos dados dis^
poníveis sobre a fecundidade dos migrantes, sua distribuição e
taria e o tempo em que se deu este processo.

D.2. - Distribuição dos Fluxos Migratórios Segundo Origem e


Destino

A Tabela XVII mostra a distribuição do fluxo mi­


gratório segundo origem e destino, conforme os dados censitá­
rios. Mas, estes dados não acusam a migração intra-municipal ,
ficando portanto o fluxo rural-urbano subestimado. Para contor
narmos este problema, usamos como magnitude correspondente a
este fluxo, uma estimativa preliminar deste volume^*^.

(10) Vide item III.


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125

TABELA XVI
PROPORÇÃO DE IMIGRANTES POR MUNICÍPIO

% NA POPULA
MUNICÍPIOS IMIGRANTES
ÇÃO TOTAL

Araçuaí 2.904 9,6


Berilo 541 3,4
Caraí 1.500 7,9
Chapada do Norte 309 2,2
Comercinho 496 5,1
Coronel Murta 418 5,1
Francisco Badarõ 274 1,9
Itinga 1.902 8,4
Malacacheta 116 0,3
Minas Novas 367 1,5
Novo Cruzeiro 130 0,4
Padre Paraíso 2.950 23,2
Virgem da Lapa 1.133 8,3

Total 13.040 5,0

Fonte: Censo Demográfico de MG-1970.


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TABELA XVII
ORIGEM E DESTINO DO FLUXO MIGRATÓRIO

N95 % NO TOTAL
FLUXO
ABSOLUTOS DO FLUXO

Rural-rural 5.482 26,2


Rural-urbano 7.864 37,6
Urbano-rural 1.568 7,5
Urbano-urbano 5.990 28,7

TOTAL 20.904 100,0

Fonte: Censo Demográfico - MG -


1970 - FIBGE

Podemos notar então, a grande importância que tem


o fluxo rural-urbano no total do fluxo migratório. Mesmo que
as nossas estimativas nao estejam corretas quanto ao volume, a
creditamos que a tendência indicada pela sua predominância es­
teja correta, pois este fenômeno tem atingido volumes popula­
cionais enormes no Brasil, principalmente em regiões mais po­
bres.

Apesar disto, não se pode desprezar a importância


do fluxo urbano-urbano e rural-rural. 0 primeiro é decorrência
do êxodo rural, pois o processo migratório é um processo que
se dã quase sempre por etapas. Procede-se a um deslocamento
do campo para uma cidade pequena e dal para uma maior.

O segundo deve-se ã predominância de atividades


rurais na região.
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127

3 - Situação Econômica

Vários trabalhos sobre a região mostram ser a mes­


ma eminentemente agropecuária. Apesar de constituir a atividade
principal, as condições de sua exploração são atrasadas e bem
inferiores ã média estadual e nacional,

O objetivo desta secção é analisar a importância


da agropecuária para a economia da Area-programa de forma glo­
bal, sem a preocupação de mostrar as características desta ati­
vidade nem as causas de seu atraso relativo e absoluto. Estas a
nálises serão realizadas nas secções seguintes deste capítulo.

Na tabelaXVHI, são apresentados alguns indicadores


que permitem a análise da importância da agropecuária para a A~
rea-programa. A primeira variável analisada é o valor bruto da
produção dos setores agropecuário industrial, serviços e comér­
cio, A nível de sub-região, como é a Area-programa, nao existem
dados sobre o produto interno de cada setor nem do valor agrega
do, que seria o produto a custo de fatores. Utilizaremos o va­
lor bruto da produção como variável "proxy" para verificar a
participação do setor agropecuário na economia da ãrea-progra-
ma.

Os dados utilizados são referentes aos censos Agro


pecuários, Industrial, Serviços e Comercio do IBGE, para o ano
de 1970 Í;L1) ,

(11) No caso dos Censo Industrial e de Serviços, quando um mu­


nicípio possue estabelecimentos industriais e de serviços
que possa identificar o informante, as informações são o-
mitidas. Para a Ãrea-Programa a importância dessa omissão
ê mínima na comparaçao entre a importância dos setores na
economia da área.
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128
TABELA XVIII

Indicadores da Participação Inter-setorial na Economia da


Area-Programa - 1970

Indicadores Valores Fontes de Informações

1 - Valor Bruto de Produção


Agropecuária
{em CR? 1.000,00) 38.649 Censo Agropecuário
1970
2 - Valor da Produção Indus
trial
(em CR? 1.000,00) 2,092 Censo Industrial
1970
3 - Valor da Produção de
Serviços
(em CRÍ 1.000,00 1.651 Censo de Serviços
1970
4 - Valor da Produção Comer
ciai
(em CR? 1.000,00) 20.86 7 Censo Comercial
1970
5 - Valor de Produção Pe­
cuária
(em CR? 1.000,00) 16.668 Censo Agropecuário
1970
G - Valor da Produção Agrí­
cola
(em CR? 1.000,00) 21.981 Censo Agropecuário
1970
7 - Ãrea explorada com cul­
turas ( em Ha) 120.889,9 Estatísticas Cadas
trais / 1972
8 - £rea explorada com Pecu
ãria ( em Ha ) 572.673,5 Estatísticas Cadas
trãis / 1972
9 - Ârea explorada com Ex-
tração Vegetal 23.326,3 Estatísticas Cadas
trais / 1972

Fonte: Censos do IBGE/1970 e Cadastro de Imóveis Rurais/INCRA/1972-


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12 9

O total de produção dos quatro setores (Agropecuá­


rio , Indústria, Comércio e Serviço) foi de CR$ 63.259.000,00,
participando o setor Agropecuário com 61% deste total, o setor
Comercial com 33% e o restante, ou seja, 6% correspondendo â
participação do setor industrial e de serviços.

Pela ótica do valor da produção, o setor mais im­


portante é o Agropecuário, vindo era segundo lugar o comercial,
mas com uma participação de quase a metade do setor agropecu­
ário ,

Analisando pela ótica do emprego, utilizando como


variável básica a população economicamente ativa, pode-se obser
var na tabela que, enquanto a população economicamente ativa é
de 78.942 pessoas na Area-Programa, a população agrícola econo
micamente ativa é de 65,761 pessoas, equivalendo a 84% deste to
tal.

Então, quase 9/10 da população em condições de tra


balho estão empregados ou procurando emprego no setor agropecu­
ário, o que torna o setor extremamente importante como ativida­
de de sustentação e manutenção da população da região.

Trabalhando com informações de população total ve­


rifica-se pela tabela que enquanto a população rural é de
217.026 pessoas, a população urbana e de apenas 44.266, fazendo
com que para cada habitante urbano haja 4,9 habitante rural.

A análise agregada intersetorial permite-nos che­


gar à conclusão que a principal atividade da A^ea-programa tan­
to do ponto de vista de produção quanto de emprego é agrope­
cuária, fazendo com que os outros setores com exceção do comer­
cial tenha um significado muito baixo para manter a população
da Ârea. Se se tem em conta a extrema pobreza da área e o tradi^
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130

cionalismo de suas atividades econômicas,pode-se verificar que


mesmo as atividades classificadas nos Censos Industrial e de
Serviços, são atividades pouco urbanas e bem próximas das ati­
vidades rurais. Estes estabelecimentos englobados nos Censos
são de porte ínfimo e normalmente constituídos de padarias,ola
rias, beneficiamento mínimo de produtos agropecuários para os
estabelecimentos industriais e, barbearias, pensões,bares,etc.,
para os estabelecimentos de serviços.

As condições existentes no setor agropecuário cons


tituem praticamente as condições sÕcio-econômicas da população
da Ârea. Conforme mostrado anteriormente, como a atividade é
tradicional e de subsistência, praticamente inexistindo um seçj
mento moderno ou semi-moderno, pode-se dizer que as condições
de vida desta população são muito baixas e que os principais e
lementos propulsores de melhoria destas condições não estão pre
sentes. A produtividade de terra e mão-de-obra medida pelas re
lações entre valor da produção, área cultivada e mão-de-obra ru
ral, é extremamente baixa, tanto em termos absolutos quanto re

Com as informações existentes do Censo e do Cadas


tramento do INCRA, pode-se analisar também a importância dos
sub-setores, lavoura, pecuária e extração vegetal no setor a-
gropecuãrio. Na Tabela XVIII foram calculados com dados do Cen
so Agropecuário o valor da produção pecuária e agrícola. O va­
lor da produção total foi de Cr$ 38.649.000,00, tendo a produ­
ção agrícola o valor de Cr$ 21.981.000,00 e produção pecuária
de Cr$ 16.668.000,00. Verifica-se por estas informações que a
produção agrícola participa com 57% do valor da produção total.

(12) CODEVALE/Fundação João Pinheiro - Termo de referencia ao


programa de Desenvolvimento Rural integrado do Vale do Je
quitinhcnha. Outubro/1975.
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131

Então, na ótica do valor da produção o sub-setor


de lavoura é mais importante que o setor pecuário.

Analisado em relação à área cultivada utilizando-


-se dados do INCRA para 1972, verifica-se que,a área dedicada
à cultura é de 120.889,9 ha, a área dedicada ã pecuária é de
572.673,5 ha e a área com extração vegetal ê de 23.326,3 ha.Em
relação ao total da área cultivada, o sub-setor de culturas par
ticipa com 17% e o setor da pecuária com 80%. A proporção da ã
rea dedicada â pecuária ê bem superior à da lavoura. Calculan­
do-se a mesma relação para o Vale do Jequitinhonha, globalmen­
te verifica-se que as culturas participam sõ com 11% do total.
Não se pode considerar estes resultados como um indicador da
predominância do sub-setor pecuário pois nas duas fontes utili^
zadas Curso Agropecuário e Cadastramento do INCRA,considera-se
como área dedicada â pecuária campos nativos e não somente a
área plantada comopastagens sendo usada para exploração pecuá­
ria.

Tanto os valores de produção, entre atividades a


grícolas e pecuárias, quanto as áreas em exploração entre la­
vouras e pecuária variam bastante entre os municípios, apresen
tando-se alguns mais agrícolas que outros, mas que no global
constituem municípios com tradição agrícola bem acima da media
do Vale.

A) Agro-Pecuária

A.l - Estrutura Fundiária da Area-Programa

A distribuição da propriedade agro-pecuária, na


Area-Programa, segundo o tamanho, apresenta-se assimétrica,con
figurando uma estrutura caracterizada por concentração da pro­
priedade da terra. Dados trabalhados pela Comissão de Desenvol_
vimento do Vale do Jequitinhonha (CODEVALE), mostrados nas tabe
las,fazem ver que, em 1972, 74% das explorações agro-pecuárias
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132

da ãrea-programa, de ate 50 ha, ocupavam somente 17,5% das ã


reas de todas as explorações lã existentes, enquanto 82,5% da
ãrea estava ocupada por apenas 26% das propriedades.

A tabela XXI mostra o uso da terra por classe de


tamanho das propriedades. Dois aspectos do uso da terra serão
aqui abordados: o seu grau de aproveitamento (uso quantitativo)
e a sua utilização, face às diversas alternativas possíveis (uso
qualitativo) .

Na Area-Programa, em média, 17,65% das terras apro


veitâveis, em 1972, por ocasião do levantamento do INCRA, que e
a fonte primaria dos dados aqui utilizados ,permaneciam ociosas.
O maior coeficiente de não aproveitamento (ao redor de 19,5 a
20%), era o das propriedades de até 50 ha, apesar destas, segun
do estimativas da CODEVALE, apresentarem tamanho inferior ao mõ
(13)
dulo para o vale do Jequitinhonha

Crescendo as classes de tamanho, as propriedades1


apresentaram um pequeno, mas constante, decréscimo de ãrea não
explorada, de forma tal que, nas propriedades de 500 e mais hec
tares, o coeficiente de não aproveitamento ficou ao redor de
14,5%.

A tabela XXI mostra ainda que, percentualmente, as


áreas de cultura decresciam com o crescimento das classes de ta
manho, ocorrendo o contrário com a ãrea de pecuária. Levantou-
se hipóteses parcialmente explicativas dos fatos que acima se
menciona, válidas apenas heuristicamente .

Em termos de fatores produtivos, assim se apresen


tava a situação das propriedades agro-pecuárias na Area-Progra-
ma:

(13) CODEVALE - "Projeto de Desenvolvimento Rural Integrado pa


ra o Vale do Jequitinhonha (Proposta Preliminar)"
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C E P A - C o m is s ã o Estadual de Planejamento A gríco la de M G

133

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FONÍt : Levantamento da E s t r u t u r a F u n d i S r l a e A g r a r i a do V a le do J e q u i t i n h o n h a CODEVALE/1975


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50 ----- 100 1.991 12,0 • , 86,0' 142.110,9 - 13,0 30,5 CÎ
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100 ----- 200 1.276 7,0 93,0 180.578,4 16,5 ' 47,0 cr
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200 ------500 / 762 5,0 98,0 231.711,8 2Í,0 68,0 , <
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500 a mais 317 , 2,0 100,0 351.884,4 32,0 100,0 m

TOTAL 16.619 100,0 1.094.685,1 100,0

FONTE': Levantamento da Estrutura Fundiária e Agrária do Vale do Jequitinhonha


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101--------- 50 0,12 2,31 ‘ , 21,08 23,51 40,00
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2,84 19,56 14,09 100,0" at
■ 501--------- 100 0,11 1,54 1 13,35 15,00 48,05 3,06 19,45 14,44 100,0 2
1001--------- 200 0,10 1,12 10,15 11,37 51,24 2,40 ' 19,01 15,98 100,0 O

200!--------- 500 0,50 6,10 6,60 56,70 1,93 18,73 16,04 100,0
500 e nais 0,19 3,15 3,34 50,12 1,49 14,57 30,48 100,0
1
Total - 1,00 9,67 10,67 49,28 2,12 17,65 20,28 100,0
FONTE : Levantamento da Estrutura Fundiária c Agrária do .Vale do Jequitinhonha - CODEVALE - 1975

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GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
SECRETARIA DE PLAN EJAM EN TO EXOORDENAÇÀO G ERAL/FJP/CO DEVALE
SECRETARIA DA AGRICULTURA / SOAPA
CEPA • Com/ssâo Estadual da Planejamento Agrícola da MG

136

Quanto ao uso qualitativo, as culturas - das quais


vasta maioria é temporária - demandam, ao nível tecnológico e-
xistente, relativamente muita mão-de-obra, pouca terra e pouco
capital de giro (quanto ao capital de investimento, sua deman­
da, ao nível tecnológico da área, pode ser considerada insigni­
ficante; a pecuária extensiva demanda relativamente pouca mão-
de-obra, muita terra e capital de giro e de investimento. Como
se viu, à medida em que crescia a classe de tamanho, diminuia a
mão-de-obra fixa disponível por área e, é de se supor,aumentava
a capacidade do proprietário para obter credito. Então, os pe­
quenos e médios proprietários, possuindo relativamente pequena
capacidade de obter credito, deveriam utilizá-lo, combinando-o,
ao máximo possível, com terra de mão-de-obra, na produção agrí­
cola. Contudo, isto não ocorreu. Os proprietário de até 10 ha
utilizaram 26,94% das suas terras para exploração pecuária, os
proprietários de 10 a 50 ha, 40%, os de 50 a 100 ha, 48,05% e
os de 100 a 200 ha, 59,24%. Parece que este fato pode ser expli­
cado, admitindo-se existir entre os pequenos e médios proprietá
rios uma acentuada preferência por exploração pecuária. Assim,o
seu crédito de medio e longo prazos seria utilizado na obtenção
de recursos para, combinando-os com terra e mão-de-obra, explo­
rar a pecuária extensiva; o seu crédito para capital de giro,ti
rando a parcela de giro dispendida na bovinocultura, deve ter
sido utilizado, até esgotar a sua disponibilidade, para a expio
raçao de cultura'(14) .

(14) Restaria explicar, inter alia, o fato (tabela XXI) das pro
priedades entre 50 a 200 hectares, terem, percentualmente,
área com exploração florestal (entre 2,40 e 3,06%). superi­
or à área utilizada para este fim pelas propriedades maio­
res. Talvez isto se deva ao seguinte; quando o capital pa­
ra investimento tende para se tornar num fator limitante,a
exploração marginal de pastagens, em terras apropriadas pa
ra tal, tende para zero, sendo, então substituída por ex­
ploração de florestas, que demandam menos recursos.
GOVERNO DO ESTADO OE MINAS GERAÍS
SECRETARIA DE PLANEJAM ENTO E COORDENAÇÃO G ERAL/FJP/CO DEVALE
SECRETARIA DA AGRICULTURA / SOAPA
CEPA - Comissão Estadual do Planejamento Agrícola de MG

137

- as pequenas e médias propriedades possuiam re


lativa abundância de mão-de-obra e escassez relativa de capital
de giro e de investimento. Crescendo a classe de tamanho, em
que se situavam, decrescia a abundância relativa de mão-de-obra
e diminuia a escassez relativa de capital;

- As propriedades maiores. possuiam relativa abun­


dância de capital e relativa escassez de mao-de-obra fixa.

As tabelas XXII e XXIII mostram o volume e a utili


zação por área da mão-de-obra rural, na Ãrea-Programa. Por elas,
se vê que em 1972, 72,2% da mão-de-obra fixa (= mão-de-obra to
tal menos número mãximo de assalariados temporários), encontra­
va-se nas propriedades de ate 50 ha, 20% nas propriedades de
50 a 200 ha e, apenas 7,8% nas propriedades maiores. Quanto â
maior ou menor abundância de capital, ela deve ser, no geral ,
função da capacidade de obter crédito bancário, que depende,por
sua vez, em última análise, do tamanho da propriedade.

Idealmente, os pequenos e médios proprietários,sen


do o recurso capital muito escasso, deveriam utilizá-lo atê es^
gotar sua disponibilidade, tendo em vista a disponibi^
lidade dos recursos terra e mão-de-obra e a sua produtividade
marginal. Ainda idealmente, os proprietários maiores fariam os
seus cálculos considerando a mão-de-obra como recurso escasso e
utilizando os demais fatores (de maior disponibilidade) , tendo
em vista a sua produtividade marginal. Na realidade, esta utili
zação õtima de recursos não deve ocorrer, a não ser, possi­
velmente como tendência. Neste caso, os proprietários não uti­
lizariam toda a sua terra disponível, pois teriam como fator li
mitante o capital (no caso dos pequenos e médios proprietários)
ou a mão-de-obra (no caso dos fazendeiros maiores).
SECRETARIA DE PLANEJAM ENTO E COORDENAÇÃO GERAL/FJP/CODEVALE
GOVERNO
CEPA - Comissão Estadual de Planejamento Agrícola de MG
SECRETARIA DA AGRICULTURA / SOAPA

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ESTADO
Tabela XXII
Mão de obra rural por classe de Areal total na Area-Programa

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Ano - 19 72

MINAS
GERAIS
Dependentes do Total de Assala­ N9 máximo de Assa
Proprietário riados permanen­ lariados temporá­ Parceiros . Arrendatários
CIASSE DE TAMANHO Trabalhando tes rio s Total
N9 Z N? X N9 Z N9 X N9 X

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Oi--------- 10 6.721 37,57 / 87 0 ,3 7 14.340 61.78 53 0,22. 8 0,03 23.209
10 i--------- 50 11.507 38,95 211 0,71 17.444 59,05 255 0,86 120 0,40 29.537
501--------- 100 3.139 33,75 203 2,18 5.B28 62,67 105 1,13 24 0,25 9.299
1001--------- 200 2.029 . 30,90 188 2,86 4.236 64,52 93 1,42 19 0,28 6.565
2001--------- 500 1.064 24,48 251 5,77 2.919 67,16 92 2,11 20 0,46 4.346
500 e ' mais 328 11,10 391 13,24 2.102 71,18' 113 3,83 19 0,64 2.953

Total 26.788 35,28 1.331 1,75 46.869 61,74 711 0,93 210 0,27 75.909
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FONTE: Levantamento da Estrutura Fundiária e Agrária do Vale do Jequitinhonha - CODEVALE/1975

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Mao de Obra Rural (ha) 100 ha Explorados o_
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.101----- 50 29.537 99.912,2 29,5
501----- 100 9.299 1 87.856,5 10,6
100 t----- 200 6.565' 108.538,2 6,0
2001----- 500 4,346 143.348,4 3,0
500 e mais 2.953 190.054,6 1.5
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Total 75.909 649.703,2 11,6


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FONTE: Levantamento da Estrutura Fundideira e Agrária do Vale do Jequi­


tinhonha - CODEVALE - 1975
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GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
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SECRETARIA DA AGRICULTURA / SOAPA
CEPA - Comissão Estadual de Planejamento Agrícola de MG

140

Os grandes proprietários parecem aproximar-se mais


do comportamento que se verifica no Brasil. Crescendo a classe
de tamanho a que pertencem, aumenta a sua disponibilidade de ca
pitai de investimento; portanto, diminui a área que dedicam ãs
cultura {que devem, para as maiores explorações, atingir ape
nas, o nível necessário ao auto-consumo).

Assim, as propriedades de 200 a 500 ha, segundo os


dados da tabela, dedicaram 6,6% da sua área às culturas, enquan
to as de 500 ha e mais, dispuseram para este mesmo fim de
3,95% das terras possuídas.
GOVERNO DO ESTADO OE MINAS GERAIS
SECRETARIA DE P LAN EJAM EN TO É'COORDENAÇÃO G ER AL/FJP/CO DEVALE
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141

A.2 - Análise Econômica dos Produtos Agropecuários

Para facilitar a análise econômica dos produtos


agropecuários, selecionou-se aqueles que apresentavam uma posi
ção relativa no valor da produção e que, foram relacionados na
Proposta Preliminar do Projeto de Desenvolvimento Rural Inte
grado do Vale do Jequitinhonha (CODEVALE). Os produtos agríco
las selecionados tem uma participação no valor da produção to
tal, variando de 60 a 82% do valor bruto da produção, para ca
da ano considerado (Vide Tabela XXIV).

A análise das séries temporais apresentam a produ


ção a nível de produto individual do total dos municípios da
Ârea Programa. Os valores de produção usados foram corrigidos
segundo o Índice Geral dos Preços (FGV) da Fundação Getúlio
Vargas (Coluna 2 da série temporal de cada produto).

Tomando como base a estimativa de consumo, elabo


rada com base no consumo "per capita", calculado pela FGV, che
gou-se a um balanço estimado da oferta e demanda dos produtos
agrícolas selecionados.

A. 2.1 - Agricultura

Os produtos selecionados foram: Alho, Arroz, Cana


de Açúcar, Feijão, Mandioca e Milho.

a) Alho

Em síntese, considera-se a cultura do alho como


atividade altamente promissora para a Ãrea Programa e mais es
pecificamente para o município de Novo Cruzeiro, tendo em vis
ta os seguintes fatores:
G OVERN O DO ESTADO DE M IN A S G E R A IS
S E C R E T A R IA DE P L A N E J A M E N T O E COO RDENAÇÃO G E R A L /F JP /C O D E V A L E
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SECRETARIA DE PLANEJAM ENTO E'COORDENAÇÃO G ERAL/FJP/CO DEVALE
SECRETARIA DA AGRICULTURA / SOAPA
CEPA ■ Comissão Estadual dB Planejamento Agrícola de MG

143

1 - Condições climáticas favoráveis


2 - Tradição no cultivo
3 - Alta intensidade de utilização de mão-de-obra
4 - Alta rentabilidade por unidade de área

Os fatores acima, em conjunto com as perspectivas


de regularização do mercado nacional do produto, principalmen
te através do controle de importações, tornam a cultura bastan
te promissora e uma das principais alternativas de utilização
de mão-de-obra ociosas e fonte de renda de pequenas proprieda
des (Vide Tabela XXV e Gráficos 1 a 3).

b) Arroz

0 arroz cultivado na Ãrea Programa parece ter fi


nalidade única de subsistência. Sua participação na renda re
gional ê relativamente pequena e extremamente instável face â
grande variabilidade nos níveis de produtividade da cultura.

Dentro dos atuais padrões técnicos de cultivo as


perspectivas da cultura são inteiramente negativas uma vez que
o sucesso da exploração é altamente dependente da incidência
de chuvas cujo regime é notoriamente irregular na região. A ex
ploração de áreas de várzeas irrigáveis oferece algumas possi
bilidades locais para a cultura mas os custos de produção rela
tivamente elevados podem tornar mais vantajoso a exploração
dessas áreas com culturas de maior rentabilidade.

A análise dos dados disponíveis sobre a cultura


do arroz na Area Programa permite os seguintes comentários (Vi^
de Tabela XXVI e Gráficos 4 a 6).

1 - As áreas de plantio mostram um pequeno acrés


cimo ao longo do período (3,1%); a produção ê bastante instã
vel face â grande variabilidade do rendimento cultural afetado,
GOVERNO DO ESTAOO DE MINAS- GERAIS
SECRETARIA DE PLANEJAM ENTO E COORDENAÇÃO G ERAL/FJP/CO DEVALE
SECRETARIA DA AGRICULTURA / SOAPA
CEPA - Comissão Estadual ds Planejamento Agrícola do MG

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GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
SECRETARIA OE PLAN EJAM EN TO E‘ COORDENAÇÃO GERAL/FJP/CO DEVALE
SECRETARIA DA AGRICULTURA / SOAPA
CEPA - Comissão Estadual de Planejamento Agrícola de MG

145

ALHO
Produção, Rendimento e Area
1964 = 100
grafico

área (ha) anos


rendimento (kg/ha)
produção (t)
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
SECRETARIA DE PLANEJAM ENTO E COORDENAÇÃO G ER AL/FJP/CO DEVALE
SECRETARIA DA AGRICULTURA / SOAPA
CEPA • Comissão Estadual de Planejamento Agrícola da MG

146
ALHO
Índice estacionai de preços
gráfico ^

F M A M J J A S O N D
meses
ALHO
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Ano base 1965/67
17964 = 100

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SECRETARIA DE PLANEJAM ENTO E COORDENAÇÃO GERAL/FJP/COOEVALE
SECRETARIA DA A G R IC U LT U R A /S O A P A
CEPA - Comissflo Estadual da Planejamento Agrícola de MG

148

ARROZ
Area, Rendimento e Produção
1964 = 100

gráfico
150%

100 %

50%

área (ha)
rendimento (hg/ha)
produção (t)
governo do estado oe m in a s g e r a is
SECRETARIA DE PLANEJAM ENTO E COORDENAÇÃO G ERAL/FJP/CO DEVALE
SECRETARIA DA A G R IC U LT U R A /S O A P A
CEPA - Comissão Estadual da Planejamento Agrícola de MG

149
ARROZ
índice estacionai de preços

J F M A M J J A S O N D
meses

ARROZ'
V.b .P . deflacionado
Ano Base: 1965/67
1964 = 100 grafico
200%

150%

100 %

50%

anos
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
SECRETARIA DE PLANEJAM ENTO E'COORDENAÇÃO GERAL/FJP/CO DEVALE
SECRETARIA DA AGRICULTURA / SOAPA
CEPA - Comissão Estadual ds Plane|amento Agrícola da MG

150

ano a ano, por condições irregulares de precipitação pluviomé


trica (Grafico 4).

2 - Os preços recebidos pelo produtor mostra


certo padrão estacionai com os níveis observados no período de
safra em média 30% abaixo dos preços de entre-safra(Gráfico 5).

c) Cana de Açúcar

A participação do VBP da cana de açúcar nos seis


produtos de maior importância agronômica estudados é de 6,0%.
Sendo que o VBP médio da serie ê de 74,5% dos produtos apresen
tados segundo a tabela.

A plantação da cana de açúcar na região apresenta


as seguintes características:

- A cana de açúcar utilizada é a forrageira na re


gião, sem que haja variedades selecionadas para esse fim, cons
tituindo na época da seca um suporte da alimentação bovina.

- A média de utilização de homem/dia/ha no plan


tio da cana, segundo a Secretaria da Agricultura de Minas Ge­
rais é de aproximadamente 42; dentro do pacote tecnológico A Q ,
com uma ausência de motornecanização completa. 0 rendimento na
primeira folha é de 40 toneladas.

- Em relação à área plantada verifica-se um pico


em 1965 não observando tendências definidas no decorrer do tem
po (Vide Gráfico 7 }.

- O rendimento por hectare também sofre flutua­


ções observando-se o máximo em 1970 e o mínimo em 1969 (Grãfi
co 7 ) .
GOVERNO DO ESTADO DE MSNAS GERAIS
SECRETARIA DE PLAN EJAM EN TO E-COORDENAÇAO GERAL/PJP/CODEVALE
SECRETARIA DA A G R IC U LT U R A /S O A P A
C E P A - C o m is s ã o Estadual ds Planejamento A grícol a de M G

151

CANA DE AÇÚCAR
Ãrea, Rendimento e Produção
1964 = 100
gráfico

64 65 66 67 68 69 70 71 72 73
ãrea (ha) anos
rendimento (kg/ha)
|M k« produção (t)
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
SECRETARIA DE PLANEJAMENTO ECOORDENAÇAO GERAL/FJP/CODEVALE
SECRETARIA DA AGRICULTURA / SOAPA
CEPA - Comissão Estadual de Planejamento Agrícola de MG

152

A falta de agro-indústria de aproveitamento da


cana torna bastante difícil preconizar uma introdução de tecno
logias mais sofisticadas, pois a utilização da produção é para
o arraçoamento animal e a utilização em pequenas indústrias ca
seiras para a feitura de rapaduras e açúcares mascavados (d£
merara).

Esta cultura sob o ponto de vista tecno-econômico


em muito se assemelha a da mandioca (Vide Tabela XXVII e Grãfi^
co 6 a 9 ).

d) Feijão

A área plantada com feijão, apôs uma ligeira as


cendência ao nível de 16% em 1965 e 1966, declinou acentuada
mente ate o último ano da serie (Gráfico 10. Este decréscimo
foi de 6,3% a.a.

A produção apresenta um comportamento com as mes


mas características daquela apresentado pela área plantada. A
taxa geométrica de decréscimo da produção foi de 7,6 a.a. (Gra
fico 10).

O rendimento, apesar de um pouco mais discreto,


também apresenta uma tendência indesejável para a cultura do
feijão na região. (Grafico 10). Este comportamento da cultura
é um fator altamente negativo por se tratar de um produto bãsi^
co para a alimentação da população local. A cultura do feijoei
ro é feita em consorciação com a do milho, e este fato sugere
que o problema do feijoeiro ê exclusivo pois o comportamento
do milho não é tão grave quanto o apresentado pelo feijão. É
possível que problemas de ordem fitossanitãria,genética ou
mesmo de competição de nutrientes, ou luz, estejam determinando
este comportamento para a cultura. Quanto ao valor da produção,
este também vem decrescendo ao longo da série porém ã taxas
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
SECRETARIA DE PLANEJAM ENTO E COORDENAÇÃO G E R AL/FJ^/C O D EVALE
SECRETARIA DA AGRICULTURA / SOAPA
CEPA * Comissão Esladual de Planejamento Agrícola de MG

153

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GOVFRNO DD ESTADO DE MINAS GERAIS
SECRETARIA DE PLAN EJAM EN TO E. COORDENAÇÃO GERAL/FJP/CO DEVALE
SECRETARIA DA AGRICULTURA / SOARA
CEPA • Comissão Estadual de Planejamento Agrícola de MG

154

CANA DE AÇÚCAtf
índice estacionai de preços
gráfico 8
150%

100%

meses

CANA DE AÇÚCAR
Valor deflacionado
Ano Base 1955/1967
1964 = 100
grãfico
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
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CEPA - Comissão Estadual de Planejamento Agrícola de MG

155

FEIJÃO
Produção Rendimento e Area
1964 = 100

gráfico
150%

100 %

50%

área (ha) anos


rendimento (kg/ha)
•P *»# produção (t)
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
SECRETARIA DE PLANEJAM ENTO E COORDENAÇÃO QERAL/FJP/CO DEVALE
SECRETARIA DA AGRICULTURA / SOAPA
CEPA - Comissão Estadual de Planejamento Agrícola de MG

156

sensivelmente menores que as da produção, o que significa uma


elevação dos preços recebidos pelos produtores. Esta configura
ção pode estar sendo influenciada pela escassez do produto.

As variações dos preços pagos ao produtor oscilam


ao longo do ano, baixando nos meses de colheitas, principalmen
te do feijão das águas, elevando-se depois, para declinar 1.1
geiramente apÕs a safra do feijão da seca.

A participação do valor da produção do feijão no


VBP, em termos médios, foi de 19%, sendo o produto que apresen
ta maior percentual dentre todos os produtos analisados, razão
pela qual deve ser investigada mais detalhadamente, sob o as
pecto técnico, a cultura do feijão, uma vez que, sob o ponto
de vista econômico, o produto demonstra ser valorizado (Vide
Tabela XXVIII e Gráficos 10 a 12).

e) Mandioca

O valor médio da mandioca no VBP dos seis produ


tos agrícolas é de 16,5%, tendo o seu pico máximo em 1967 com
36,99% e o seu mínimo em 1973 com 3,30%. Logo, a série de par
ticipação do VBP na região no período de 1964 a 1973,apresenta
uma flutuação bastante acentuada (Tabela XXIX).

A mandioca junto com o milho representa a base da


alimentação humana e animal da região estudada.

Segundo informações da Secretaria da Agricultura'


de Minas Gerais, cada hectare de plantio de mandioca absorve
34 homens/dia/ha; dentro do pacote A q , ou seja com um mínimo
de motomecanização e a produtividade de aproximadamente 10 a
12 toneladas por hectare.

Segundo a Tabela XXIX, a média de participação


dos seis produtos estudados no VBP é de 74,5%, as áreas planta
GOVERNO
O CD cn
Tabela XXVIII’ m
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Area, Produção é Rendimento das principais culturas da Area-Programa o
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GERAIS
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O
1964 20.068 100 506 100 10.151 100 O
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1965 23.285 . 116 . 540 107 12.567 124 «a
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70
Õ* O
1966 • 23.239 . 116 384 . ■ 76 8.922 88 ' o_ m
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1967 .21.330 ... ; 106 507’ . 100 10.819 106 © ■o
>
1958 ■ 18.825 ; 94 493 97 9.277 •91 s
Q
o

Q
m
1969 18.001 90 421 '83 7.577 7S 70
>
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1970 17.884 89 474 : 94 8.477 . 84 m •D


*D

1971 14.424 72 387 76 5.588 ;• • : 55 O


o
D
m
‘ ' 1972 17.430 87 498 98 8.673 85 <
j . >
r

1973 11.169 ' 56 445 88. 4.965 49 m

FONTE: Arquivos SUPLAN/IEE MG.

Dados trabalhados pela CEPA/MG

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GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GEMAIS
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SECRETARIA DA AGRICULTURA / SOARA
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158
FEIJÃO
índice estacionai de preços
i gráfico
150% *■ f

100 %

meses
FEIJÃO
V. B-P. deflacionado
Ano base: 1965/67
1964 = 100 gráfico "|2
200 %

150%

100%

50%

anos
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Area, Produção e rendimento das principais culturas da Ârea Programa O H -1 °
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1964 7.483 100 10,22 10Ò 76.467 100 > > Oo
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1965 8.238 110 14,61 143 120.365 157 o_ m
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196S 8.407 . 112 . 10,21 100 85.848 112 o ■o
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1967 o o
6.530 . 87 9,86 .. 96 64.408 34 . m ■
x
1968 '6.314 84 12,05 118 76.112' . 100 >
'-tF
1959 6.668 89 11,71 •114 ■ 78.082 102 ■ü.
1970 6.714 90 . ' 11,91 116 79.949 ; ' 104
1971 6.830 91 : 15,02 . 147 102.566 134 r
■/ m
1972 6.969 93 11,70 114 74.598 98
1973 1.480 20 13,81 135 • 20.445 27

FONTE: Arquivos SEPLAN/IEE HG


Dados trabalhados pela CEPA/MG
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160

das por sua vez não apresentam nenhuma tendência definida, ten
do o seu clímax em 1966 e o seu mínimo em 1973, segundo o grã
fico apresentado. O seu rendimento por hectare teve o seu mãxi
mo em 1965 e o seu mínimo em 1967, também não existe tendência
definida (Gráfico 13).

0 solo e o clima do Vale do Jequitinhonha se pres


tam para o plantio da mandioca desde que se utilize alguma tec
nologia, porém a falta de industrialização de porte na região
ou arredores que permitam preços vantajosos para os plantado
res, criam situações flutuantes no decorrer dos anos.

A falta de mecanização soma-se ao problema dos


preços competitivos com outras áreas que apresentam além disso
produtividade mais elevadas.

A melhoria das práticas culturais, a mecanização


e logicamente o aumento de produtividades se prendem a um estu
do mais detalhado com relação ao destino desse produto, a im
plantação de indústrias de porte para a fatura de sub-produtos
originários da mandioca.

Logicamente o cerrado pela sua topografia e os


podzois e latossois específicos existentes na área estudada a
presentam boa possibilidade de desenvolvimento da cultura, po
rém ê de se esperar um estudo mais detalhado da implantação de
agro-indústrias na região (Vide Gráfico 13 a 15).

f) Milho

Segundo o VBP dos seus produtos agrícolas e a sua


participação do VBP total de todas as atividades agrícolas na
Ârea Programa, chega-se â conclusão de que a produção do milho
variou nos anos de 1964 a 1973, com a participação mínima de
9,04% em 1966 e a participação máxima de 30,72% em 197 (Tabe
la XXX).
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MANDIOCA em raiz
Area, Rendimento e Produção
1964 = 100
gráfico

64 65 66 67 68 69 70 71 72 73
- área (ha) anos
rendimento (kg/hs)
produção (t)
GOVERNO DO ESTAD O OE M IN A S G E R A IS
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MANDIOCA em raíz
índice estacionai <^e preços
grafico
150%

100%
J F M A M J J A S O N D
meses

MANDIOCA em raiz
Valor deflacionado
Ano base: 1965/67
1964 - 100
gráfico 15
1300%

1000 %

750%

500%

250%

anos
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Ârea, Produção e Rendimento das principais culturas da Ârea-Programa 73 2
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1964 19.245 100 1.031 100 19.847 100 o
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73
1965 21.465 112 1.555 151 33.384 168 . a
PT
z
1966 21.694 . 114 1.030 100 22.544 114 •o
3
1967 20.684 107 770 ' 75 15.936 80 O o
PT
73
1968 22.495 117 1.310 127 29.460 ■148 >
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1969 23.290 121 972 94 . 22.627 -114 T
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' 1970 26.9.95 140 . . 1.286 ■ 125 .34.708 , '175 o
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PT
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1971 26.925 / 140 1.062 # . 103 28.593 144 >r
m
1972 . 36.630 190 883 . 86 . 32.348 ■ 163

' 1973 17.020 88 ; 1.0 12 98 7.225 87

FONTE: Arquivos SUPEAN/IEE MG



Dados trabalhados pela CEPA/MG ■ *
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A média de utilização de homens/dia de trabalho


para a cultura do milho varia de acordo com a mecanização da
cultura, sendo que de acordo com a Secretaria da Agricultura de
Minas Gerais, no pacote A q , onde não existe a motomecanização.
A exigência para 1 ha de milho é de 37 homens/dia/ha para a
limpeza, aração, plantio e adubação, 2 capinas, colheita manu
al, transporte e armazenamento.

Os seis produtos selecionados, dentro do setor a


gricola apresentaram uma participação media no VBP de 74,5% m m
período de 10 anos (1964 a 1973). O milho apresentou no perlo
do uma participação no VBP de 17,0% seguido de perto pela man
dioca, com 16,5% do VBP.

As áreas de plantio sofreram flutuações ascenden


tes de 1964 a 1972, sendo que em 1973 houve uma diminuição a
centuada nas áreas plantadas. Os rendimentos oscilaram no de
correr da série mostrando desta forma uma tecnologia bastante
rudimentar na cultura. (Gráfico 16 ).

Pelos dados coletados, os preços competitivos da


região na cultura de milho são bastante inferiores as áreas do
Triângulo, Rio Doce, etc. havendo portanto necessidade de me
lhoria dos pacotes tecnológicos utilizados a fim de tornar com
petitivo os preços do produto na região.

Cerca de 20 a 30% da produção de milho, na Ãrea


Programa é destinada ã alimentação animal, o restante e utili^
zado na alimentação humana, que tem como base o fubá de milho.
A substituição do milho, por outras gramíneas, como o sorgo,na
alimentação animal, proporcionará melhores possibilidades no
assaçoamento animal, uma vez que possui maior rustlcldade, su
portando as adversidades climáticas do Vale.
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Além do abastecimento interno da Area Programa, o


milho plantado é comercializado, devido a falta de infra-estru
tura de armazenamento do produto na própria área. Mais tarde o
mesmo produto é comprado de outras regiões para complementar
o suprimento do produto já crescente.

O preço do produto chega a ter os seus picos nos


meses de dezembro e janeiro e seus mínimos nos meses de maio a
junho (Gráfico 17 ).

A produtividade do milho é tão baixa na região ,


que o aumento de produtividade e bastante fácil de ser conse
guido, porém para que isso aconteça deverá existir uma infra-
estrutura de suporte para a comercialização desta mercadoria,
tais como unidades armazenadoras a nível de fazenda, ou a ní
vel de cooperativas, utilização do crédito de prê-comercializa
ção, etc. Esta infra-estrutura teria como finalidade a normali
zação dos preços pagos aos produtores, sem aviltamentos por o
casião do excesso de oferta.

Embora seja fácil a melhoria da produtividade,


torna-se bastante arriscado o uso de tecnologias mais sofisti­
cadas, devido a baixa fertilidade do solo e o regime pluviomê-
trico, pequeno e mal distribuído. (Vide Gráfico 3.6 a 18)*

A . 2.2 - Pecuária

a) Bovinos

A exploração pecuária na Area Programa apresenta


características de uma exploração extensiva e de baixo nível
tecnológico.

A atividade predominante e a pecuaria de corte,


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MILHO EM GRÃO
Ârea, Rendimento e Produção
1964 = 100
gráfico

50%
64 65 66 67 68 69 70 71 72 73
11 área (ha) anos
M —. rendimento ( kg/ha)
.... produção (t)
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X67
MILHO
índice estacionai de preços

150%

100%

meses

MILHO
y.P.D. deflacionado
Ano base: 1965/67
1964 = 100
gráfico

250%

200 %

150%

100 %

50%
64 65 66 67 68 69 70 71 72 73
anos
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S E C R E T A R IA DE P L A N E J A M E N T O E COO RDENAÇÃO G E R A L /F JP /C O D E V A L E
S E C R E T A R IA DA A G R IC U L T U R A / SO APA
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168

sendo que em alguns municípios pratica-se uma pecuária mista,


não sendo entretanto em grande escala.

O rendimento das pastagens ê muito baixo, sendo a


capacidade de suporte de apenas 0,5 u.a./ha.

A região parece caracterizar-se como tipicamente


de cria, o que fica evidenciado pela baixa capacidade de supor
te das pastagens, prolongados períodos de estiagem e também pe
la estacionalidade de preços recebidos pelos produtores para
boi gordo e bezerros. Nota-se que no período de entre-safra há
uma maior valorização nos preços de bezerros do que nos preços
de boi gordo. Observa-se, também que no fim da safra o preço
do bezerro encontra seu nível mais baixo, enquanto que o preço
do boi gordo ainda não atingiu o seu ponto crítico.

Apesar de não se ter a serie completa de áreas


com pastagem para a Ãrea Programa, procurou-se analisar este ti
po de informação para 1960, 1970, 1972 e 1976 para se avaliar
a tendência de terras utilizadas com pastagens. A taxa geomé
trica de crescimento das áreas com pastagens no período 1960
/76 foi 4,9% a.a., enquanto que a taxa de decréscimo da ãrea
com culturas no período 19 64/73 foi de 6,16% a.a. Conclui-se que
há um avanço progressivo na utilização das terras com pasta
gens, o que caracteriza o aumento da participação relativa da
pecuária em comparação com a ãrea utilizada com culturas.

A produção leiteira conforme demonstra a série


1965/72 cresceu a uma taxa geométrica de 4,24% a.a., enquanto
que o efetivo do rebanho cresceu a uma taxa de 5,34% a.a. para
o mesmo período. Estas taxas reforçam a caracterização da ãrea
como sendo predominante de pecuária de corte.

A análise do índice estacionai do preço do leite


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169

para a região demonstra uma certa estabilidade ao longo do ano


com uma discreta tendência a majoração no período de entre-sa-
fras. Isto caracteriza uma diminuição na oferta do leite, a
qual pode estar acontecendo, por preferir o criador deixar o
leite para o bezerro.

A composição média do rebanho da região VII para


1970, determina que 39,9% do rebanho é composto de vacas e que
o percentual de vacas ordenhadas sÕ atinge 8,1% do total do re
banho. Estes índices caracterizam o leite como sendo um sub-pro
duto da pecuária de corte. Para se ter uma idéia, no Estado es
te percentual de vacas ultrapassa a 20% (Vide Tabela XXXI e Grã
fico 19 a 23).

b) Suínos

O rebanho suíno no período de 1965/72 cresceu a


irrisória taxa de 0,33% a.a. o que e perfeitamente aceitável,
por se tratar de uma atividade de fundo de quintal, nao sendo
a oferta estimulada pela fragilidade do mercado. Outro indica
dor da fraca participação da suinocultura na área é a análise
de índice estacionai dos preços mensais recebidos pelos produto
res, os quais não variam muito durante o ano (Vide Gráfico 24 e
25) .
GOVERNO 00 ESTADO DE MINAS GERAIS
SECRETARIA DE PLANEJAM ENTO E COORDENAÇÃO GERAL/FJP/CODEVALE
SECRETARIA DA AGRICULTURA / SOAPA
CEPA • Comissão Estadual de Planejamento Agrícola de MG

170

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N â s i t r * £ a lh «d o i p e la CCPVHC

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GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
SECRETARIA DE PLANEJAM ENTO E COORDENAÇÃO G ERAL/FJP/CO DEVALE
SECRETARIA DA A G R IC U LTU R A / SOARA
CEPA - Comissão Fstadual de Planejamento Agrícola de MG

171

BOVINOS/numero de cabeças
iíno base 19 65/67 (valor corrigido)
1965 = 100
grafico

65 66 67 68 69 70 71 72
anos

BEZERRO
índice estacionai de preço

grafico
125%

100%
J F M A M J J A S O N D
anos
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172

BOI GORDO
índice estacionai de preço
gráfico

meses
LEITE

meses
BOVINOS/produção de leite
Valor deflacionado- ano base 1965/67
Í965/100 O Q
grafico

anos
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173

SUÍNOS
„Valor corrigido - Ano base: 1965/67
1964 = 100
gráfico
125%

PORCO GORDO
índice estacinal de preços

meses
governo do estado de m in a s g e r a is

s e c r e t a r ia PLANEJAM ENTO e c o o r d e n a ç ã o g e r a l / f j p / c o d e v a l e
de
s e c r e t a r ia d a a g r ic u l t u r a / s o a p a
CEPA ■ Comissão EsladuaJ de Planejamonto Agrícola de MG

174

A.3 - Aspectos da oferta, demanda e comercialização dos produ


tos agrícolas

Aparentemente os resultados obtidos no balanço de


oferta e demanda de produtos agrícolas da área se afiguram co
mo bastante positivos, pois, apenas o arroz apresentou déficit
sistemático, ao passo, que as variações de estoque de alho,feiL
jão e milho foram sempre positivos. (Tabelas XXXII, XXXIII ,
XXXIV e XXXV).

Entretanto, ao se observar o desempenho dos produ


tos ao longo do tempo constata-se alem da variabilidade no vo
lume produzido provocada pelo fator climático, as tendências
francamente decrescentes de produtos como a cana-de-açúcar e o
feijão.

A mandioca, ao longo do tempo, mostrou saldo posi


ti vo no balanço de oferta e procura, a exceção de 19 73 em que
a produção decaiu a 27% em relação ao ano de 1964.

0 alho ê o único produto agrícola da Ãrea que pro


duz um excedente, o qual ê exportado para fora da região e do
Estado, sendo seu principal mercado o nordeste brasileiro, e,
em menor escala, o Espírito Santo.

Um outro aspecto que deve ser considerado ao se


analisar os resultados numéricos desse balanço ê a situação do
pequeno proprietário, do arrendatário e do meeiro, que para ob
ter recursos vendem, usualmente, sua produção ainda em folha
ao atacadista. Deste modo vem-se obrigados a vender a preços
baixos durante a safra para comprar os mesmos alimentos, além
de outros a preços elevados na entre-safra.

A deficiente estrutura de armazenamento tem tam


bem prejudicado os produtores, que nào podem se beneficiar da
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175

Tabela XXXII
Balaço de oferta e demanda dos produtos agrícolas ao
longo da série (64/73)

-
1964 OFERTA TOTAL DA DEMANDA TOTAL DA D E F I C I T CÍ?

PRODUÇÃO OFERTA DEMANDA ‘s u pe rav it


PRODUTOS (tí SEMENTES PERDAS CONSUMO

Alho 093 993 234. . 50 689 973, + 20

Arroz 10.020 10.020 498 21.236 21.734 - 11.714

Ca n a de
Açúcar 224.200 224.200 8.638 ‘ » 50.822 59.460 + 164.740

Feijão
em grão 10.151 10.151 699 6.661 7.360 + 2.791

Mandioca
- 23.184 23.184 + 53.283
e m raiz 76.467 76.467

m i h o 19.847 19.847 387 7.560 7.947 + 11.900


t

1965 ' -V
■ .

Alho 1.094 1.094 214 55 494 763 + 331


,A r r o z 10.127 10.127 502 21.443 21.945 - 11.816

Cana do 245.770 245.770 9.579 51.311 60.890 + 184.880


Açúcar
Feijão 12.567 12.567 698 6.726 7.424 + 5;143
em grão ‘
Mandioca 1 2 0 . 3GS 120.365 23.409 23.409 + 96.957
pjn r a i z
^ilho 33.364 33.384 395 7.634 B.029 + 25.355

1966

Alho 1.338 1.338 278 • 67 499 844 + 494

Arroz 8.988 8.988 479 '21.652 22.131 - 13.133


Cana de 211.530 211.530 " 8.482 51.811 60,293 + 151.237
A çúcar
Feijão 8.922 8.922 640 6.791 7.431 + 1.491
em grão
Mandioca 85.848 65.8-18 - 23.C3S 23.633 + 72.21C
o m raiz
Milho 22.544 22.544 373 7.709 8.032 + 14.662

FONTE: Arquivos ElTLMJ/n-lt HG.

Dados trabalhado:; [lit)a CI.'PA/Ml1


GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
s e c r e t a r ia de p l a n e ja m e n t o e co o rdenação g er a l/ f jp / c o d evale
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176

Tabela XXXIII
Balanço de^oferta e demanda dos produtos agrícolas ao
. longo da série (64/73)

1967 OFERTA TOTAL, D A DEMANDA TOTAL D A 'DEFICIT O U

PRODUÇÃO OFERTA
PRODUTOS DEMANDA SUPERAVi:
SEMENTES PERDAS CONSUMO

\ Alho 1.105 1.105 308. 55 §04 867 e 238

Arroz 7.064 7.064 4 83^- 22.037 2 2 .'526 - 15.462 ‘

. Cana de 97.925 97.925 2.959 53.663 56.622 t- 41.303


' Açúcar

Feijão 10.819 10.819 565 ■ 6.871 7.43/ +■ 3.3B3 •


em grão

Mandioca 64.408 64.408 - 24.025 24.025 ► 40.383


' em rai2

'•'lho 15.936 15.936 405 7.810 8.215 + 7.721

1968

Alho 1.774 1.774 326 89 ' 509 924 ■f 854


. Arroz 11.370 11.370 503 22.430 22.933 - 11.563

. Cana de 9.947 99.497 3.182 55.522 58.704 40.793


Açúcar
-
Feijão 9.277 9.277 540 6.938 7.478 + 1.799
r em grão ■
■ _ -■ •
-> * ( ndioca 76.112 76.112 24.415 24.415 + 51.697
em raiz
: Milho 29.460 29.460 420 7.914 8.334 + 21,126
.1

1969

Alho 2.056 2.056 332 103 514 949 +. 1.107

Arroz 9.212 9.212 533 • 22.830 23.369 - 14.157

C a n a de 67.372 67.372 3.372 57,478 60.478 + 6.522


Açúcar
Feijão 7.577 7.577 537 7.020 7.557 + 20
em grão

Mandioca 78.082 78.082 24.814 24.814 + 53.268


em raiz

Milho 22,627 22.627 486 8.013 8.504 + 14.123

FO UTU; A r q u i v o s S E F L A N /ítX MCI.

Dodos t r .ih .i 1h.ulOj p c l.i Cl':’ A/,MG


GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS '
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177

Tabela XXXIV
Balanço de Oferta e demanda dos produtos agrícolas ao longo
da série (64/73)
(PDRI Vale do Jequitinhonha)

1970 o f e r t a TOTAL DA DEMANDA TOTAL DA DÉFICIT C

PRODUTOS P ro du ção OFERTA SEMENTES PERDAS CONSUMO DEMANDA SUPERAVI

Alho . 1.963 1'. 9 6 3 339 98 519 956 '+ 1.007


Arroz 12.459 12.459 526 23.763 23.763 - 11.304
• , íCana de
Açúcar 116.514 116.514 4,401 59.500 63.902 + 55.612

Feijão
em grão 8.477 8.477 433 7.103 7-536 + 941

Mandioca .
, e m raiz 79.947 79.947 25.221 25.221 + 54,728

Milho 34.708 34.708 485 8.125 8.610 + 26.098


■ -(

\ '
\
X
• 1971 •

Alho * 1.963 1.963 296 98 524 913 + 1.045


, Arroz 5.114 5.114 550 23.652 24.202 - 19.088
. C a n a de
■ Açúcar 111.612 111.612 3.526 . 61.589 65.115 + 46.497
Feijão
. 'cm g r ã o 5.588 5.588 523 7.186 7.709 2.121
Mandioca
.) ,‘~ m r a i z ,102.566 102.566 '- 25.628 25.628 + 76.933
■(
Milho 28.593 28.593 660 8.232 8.892 + 17.701
,1
*1 — ---

1972

Alho 1.684 1-684 225 84 529 838 + 846


Arroz 11.271 11.271 354 24.072 24.425 - 13.115
C a n a de
Aguçar 126.134 126.134 3.746 63.767 67.513 58.621

Feijão
em grão 8.673 ■ 8.673 335 7.271 7.606 + 1 ■G 5 7

MamUoca .
em raiz 74.598 74.598 - 26.048 2G .0 4 8 + 43.551

Milho 32.348 32.348 307 8.341 8.643 + 23.7::

FONTE: .Arquivos PEPLAN/IEE MG:

Dados trabalhados pola CtTA/NU


GOVERNO DO ESTADO DE MJNAS C-ERAfS

e COORDENAÇÃO g e r a l / f j p / c o o e v a l e
s e c r e t a r ia d e p l a n e j a m e n t o
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178

Tabela XXXV
Balanço de Oferta e Demanda dos produtos agpícolas ao longo da série
(64/73) ^ -
(PDRI Vale do Jequitinhonha)

1973 OFERTA TOTAL DA DEMANDA TOTAL DA DEFICIT CE

■PRODUÇÃO pFERTA .DEMANDA s u p e r a v i:


PRODUTOS SEMENTES PERDAS CONSUMO

Xlho l.*414 1 .'414 '240 7l Í34 845 5- 569


Arroz 6.244 6.244 400 24.502 24.502 - 18.258
/ na de
açúcar 97.113 97.113 3.669 66.011 69.680 + 27.433
Feijão
em grão 4.965 4.965 333 7.356 7.689 2.724
Mandioca - •
em raiz 20.445 20.445 — 26.472 26.472 6.027
Milho 17.225 17.225 360 - 8.452 8.812 + 8.413

FONTE: Arquivos SEPLAN/IEE HG.

D a d o s t r a b a lh a d o s p e la C E PA /M G
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179

política de preços mínimos. A insuficiência na rede de arma­


zéns os obriga a vender prontamente a produção.

A estimativa de consumo, considerou somente o con


sumo humano, razão pela qual o superavit de milho, mandioca e
cana está muito alto em certos anos. Acredita-se que grande
parte do milho, da mandioca e de cana produzidos nas grandes
propriedades se destinem principalmente ao consumo animal.

Por outro lado revela a pesquisa da Comissão Per­


manente da Seca, realizada em março/76, que a Ârea-Programa e
importadora de produtos agrícolas, básicos para a alimentação,
situação esta que é acentuada em períodos de entre-safra.

Neste trabalho foram entrevistados comerciantes a


tacadistas de varias cidades ligadas â Ãrea-Programa. De todos,
somente o município de Novo Cruzeiro e auto suficiente em pro­
dução agrícola, destacando-se ainda na produção de alho e toma
te que são exportados para outros municípios e regiões.

Quanto aos demais municípios que exercem influên­


cia na comercialização de alimentos básicos temos: Araçuaí,
Itaobim, Malacacheta, Medina e Minas Novas. Especificaraente pa
ra Araçuaí, que ê considerada centro de polarização da Ãrea-
-Programa, constata-se que 50% de todos os produtos comerciali
zados são importados de outros Estados, enquanto que os 50%re£
tantes são produzidos na região ou são provenientes de outras
regiões do Estado.

Destas informações, infere-se que a região apre­


senta potencialidades para se manter autosuficiente e gerar mo
destos excedentes agrícolas exportáveis, entretanto, como jã
foi salientado, são feitas importações para suprir a demanda
local nos períodos de entre-safras. Estas conclusões objetiva
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180

ram somente analisar o aspecto produtivo quanto a auto sufici­


ência da Ãrea Programa, nos níveis tecnológicos vigentes, uma
vez que a análise de desempenho presente e perspectivas de ca­
da produto foi abordada de forma isolada.
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181

A . 4 — Aparato Institucional de Apoio ao Setor Agropecuário

A . 4.1 - Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais -EPAMIG

Empresa vinculada a Secretaria de Estado da Agri­


cultura, sob liderança desta, tem a responsabilidade planejar,
coordenar, promover, estimular e executar trabalhos de pesqui­
sa, com finalidade de gerar e adaptar tecnologias de produção
agropecuária e manejo de recursos naturais renováveis e de con
servação de solos, para prover â própria Secretaria, e os ou­
tros órgãos afins, dos subsídios técnicos adequados a formula­
ção, orientação e coordenação da política do setor e a expan­
são da produção e aumento da produtividade agropecuária no Es­
tado de Minas Gerais. As pesquisas conduzidas são de natureza
agropecuária, físico-biológicas, de tecnologia de produtos Agro
pecuários e sócio-económicos no setor rural, podendo, contudo,
em cooperação com entidades próprias, abranger assuntos flo­
restais, de pesca, de meteorologia e outros compreendidos nas
áreas de atuação da Secretaria da Agricultura e Ministério da
Agricultura.

A EPAMIG, atua de forma vinculada com o Sistema Na­


cional de Pesquisas, coordenado pela Empresa Brasileira de Pes_
quisa Agropecuária - EMBRApA - e em estreita colaboração com
as Universidades.

Especificamente, sua atuação na Ãrea-Programa do


Vale do Jequitinhonha, se localiza na base física de Acauã no
município de Minas Novas, em uma área de 1.000 ha. onde são de
senvolvidos os projetos Bovinos, Sorgo, Silvicultura e Soja.

Para desenvolvimento destes projetos conta com um


técnico de nível médio e um auxiliar rural.
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182

Tabela XXXVI
Número de Ensaios: Desenvolvidos e Programadas para a
Região

Projetos Minas Novas Araçuai


•- 74/75 75/76 74/75 75/76
Bovinos •' 1 ; 1 « 1
Silvicultura 1 ...X • • - -
Soja 2' - -
Sorgo 1 1 - -
Total 3 5 - 1
FONTE: EPÀMIG

Tabela XXXVII
Títulos dos Subprojetos e Experimentos Programados para
a Região no Ano Agrícola 75/76 e sua Duração

Titulo Duracãu

Formação e avaliação de pastagens na Região do Jequiti­ 1975/76


nhonha; consorciaçao forrageira para as Matas de Acauã

Levantamento das especies de cigarrinhas que atacam as 1974/77


pastagens

Controle químico das cigarvinhas que atacam as pasta - 1974/"7


gens

Competição regional de variedades de soja x fertilidade 1972 - INDET

Ensaio sobre época dc plantio X fertilidade X vari£ 1972/77


dade

Ensio de competição dc cultivares comerciais sorgo for­ 1975/79


rageiro
*

.Observações schve essências exóticas 1ETS/"S

■ FONTE: ElWHO
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CEPA - Comissão Estadual de Plansjumsnto Agelcolü de MG

183

A.4.2 - Associação de Crédito e Assistência Rural - ACAR

Ê o órgão oficial de assistência técnica ao produ


tor rural cora competência de:

a) encaminhar, mediante ação coordenada e con


nua, soluções para problemas econômicos, sociais, tecnológicos
e culturais do meio rural, no âmbito da extensão e do crédito
rural;

b) integrar suas ações com a de outros órgãos e


entidades atuantes no desenvolvimento do meio rural;

c) participar da execução da política de crédito


rural estabelecida pelo Governo Federal;

d) trabalhar com estreita vinculação com os ór­


gãos dedicados â pesquisa, do modo a permitir a transferência
de tecnologia ao setor rural.

Atuação na Ârea-Programa

Com exceção de Berilo, toda a Ârea-Programa pos­


sui assistência técnica. Os municípios de Araçuaí, Capelinha,
Itinga, Malacacheta, Minas Novas, Novo Cruzeiro, são sedes de
escritórios locais coordenados pelo escritório seccional de Te
ófilo Otoni. (Vide tabela XXXVIII)

0 milho, o feijão, o arroz e a pecuária, são os


projetos mais trabalhados. O alho é trabalhado no município de
Novo Cruzeiro e o fumo no município de Comercinho.

Dos 27 técnicos que trabalham na região, 18 traba


lham diretamente em dez municípios da Ârea-Programa. O traba-
GOVERNO PO ESTADO DE MINAS GERAIS
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SECRETARIA DA AGRICULTURA / SOAPA
CEPA - Comissão Estadual do PlanBjamento Agrícola ds MQ

184

lho social da ACAR é executado em nove municípios da área.

A.4.3. Companhia de Armazéns e Silos do Estado de Minas Gerais


- CASEMG

É o órgão responsável pela formulação e execução


da política de armazenamento do Estado. Suas funções básicas
são: receber, acondicionar, classificar, guardar, conservar e
beneficiar produtos agrícolas; emitir recibos de depósitos e
warrant e de outros documentos necessários â obtenção de crê
dito sob penhor mercantil;operar armazéns gerais alfandegários.

Na Ãrea Programa, a CASEMG, conta com uma unidade


armazenadora em Araçuaí, com capacidade para 20 mil sacas. Atu
almente esta unidade se encontra em completa ociosidade por
falta de produtos para estocagem.

Em Capelinha a Companhia possuía uma unidade ar


mazenadora que foi vendida ã Companhia Florestal ACESITA que
a transformou em escritório e depósito de máquinas e implemen
tos. Esta operação se deve em grande parte â ociosidade apre­
sentada pela unidade.

A. 4.4. Frigorífico Minas Gerais - FRIMISA

Destina-se ao abate de bovinos, frigorificação,


processamento, estocagem, comercialização e distribuição de car
nes e produtos derivados no mercado interno e externo.

Tem apresentado um bom desempenho no abasteciraen


to as regiões metropolitanas por ocasião das entre-safras e
na sustentação dos preços a nível de produtor e consumidor.

Não possui atuação direta na Area-Programa,porém,


G OVERN O DO ESTAD O OE M IH A S G E R A IS
S E C R E T A R IA DE P L A N E J A M E N T O E COO RDENAÇÃO G E R A L /F JP /C O D E V A L E
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185

Tabela XXXVIII
Número de Técnicos da ACAR na Area Econômica e Social e Nível de
Escolaridade, que atuam na Area Programa. Março-76

Municípios da A- Nf de Técnicos ] N? de Técnicos


Escritórios TOTAL
rea Programada Setor Econômico1 Setor Social
Locais
Assistidos N.Su d . IN.ModiO' N.Su d . N.Medio
ARAÇUAI Araçuai 2 2 o
5
Coronel Mirta
Francisco Badaró
Virgem da Lapa

CAPELINHA Capelinha 1 - 1 2

ITAOBIM Padre Paraiso 1 ' - - - 1

ITINGA Itinga - 1 - - 1

MALACACHETA : Malacacheta 1 1 - 1 3

MEDINA Comercinho 1_ - 1

MINAS NOVAS Minas Novas 1 1 — 1 3


Chapada do Morte

NOVO CRUZEIRO Novo Cruzeiro - 3 - 1 4

TEÓFILO OTONI Carai 6 1 - - 7

FONTE: ACAR

/
governo o o estado de m in a s g e r a is
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186

atua de maneira indireta através do seu escritório de compra,


localizado na cidade de Governador Valadares, que negocia o ga
do para abate na sua unidade de Santa Luzia, próximo a Belo Ho
ri zonte.

4.5 - Grupo Executivo de Erradicação da Febre Aftosa no Estado


de Minas Gerais - GEEFAMIG

fí o órgão executor da campanha de combate a febre


aftosa dentro das normas do Plano Nacional de Combate a essa
zoonose. Basicamente, objetiva o controle da doença através da
vacinação sistemática do rebanho bovino. Vinculado a Secreta­
ria da Agricultura, trabalha em estreita cooperação com o Gru­
po Executivo de Combate ã Febre Aftosa - GEGOFA/MG e com as
Prefeituras Municipais. A estrutura do GERFAMIG deverá, em fu­
turo próximo assumir funções técnico-educativas para um amplo
trabalho de controle de brucelose, raiva dos herbívoros e ou
tras doenças animais.

Possui na Ârea-Programa, três sub-áreas com 3 mé­


dicos veterinários, executando o trabalho de vacinação contra
aftosa em sete municípios da área. Foram vacinados até novem­
bro de 1975, 270.052 cabeças de bovinos na região atendida pe­
las sub áreas. (Tabela XXXIX)
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187

TABELA XXXIX

ATUAÇAO DO GERFAMIG NA AREA-PROGRAMA DO VALE DO JEQUITINHONHA


Novembro - 1975

MUNICÍPIOS N<? DE BOVINOS EXISTENTES


SUB-ÃREA ATINGIDOS VETERINÁRIOS
VACINADOS N/VACINADOS

MALACACHETA Malacacheta 1 100.820 7.012


Pote
Ladainha

CARAI Carai 1 63.934 6.092


Pe. Paraíso
Novo Cruzeiro
Itaipé

ARAÇUAÍ Araçuaí 1 105.258 12.958


Cel. Murta
Virgem da La­
pa

Total 3 270.012 26.062

Fonte: GERFAMIG
GOVERNO 00 ESTADO DE MINAS GERAIS
SECRETARIA DE PLAN EJAM EN TO E COORDENAÇÃO G ERAL/FJP/CO DEVALE
SECRETARIA DA AGRICULTURA / SOAPA
CEPA - Comissão Estadual de Planejamento Agrícola do MG

188

A.4.6 - Companhia Agrícola de Minas Gerais - CAMIG

A CAMIG tem por objetivos bãsicos proporcionar a_s


sistência e incentivo aos agricultores mineiros e atuar como
reguladora e estabilizadora de preços no mercado de insumos e
de prestação de serviços.

São três os setores de atuação da empresa:

- Setor de prestação de serviços motomecanizados’


para abertura de novas áreas, aração, destoca, construção de
barragens, estradas vicinais, terraplenagem etc.

- Vendas de insumos e produtos para agropecuária,


implementos agrícolas, sementes, etc.

- Setor industrial
produção de fertilizantes, rações, corretivos,
produtos de laticínios.

A Ãrea-Programa do Vale do Jequitinhonha é atendi


da pela Superintendência Regional do Nordeste situada na cida­
de de Governador Valadares.

Dos serviços prestados pela CAMIG, apenas Araçu-


aí é servida com um posto de Vendas, que distribui na região
insumos bãsicos, sementes, rações, implementos agrícolas, etc.
a preços acessíveis para a região.

Ocasionalmente, na época do plantio a Superinten­


dência utiliza-se de caminhões de Penetração, verdadeiros Pos­
tos de Venda ambulantes, que visitam as cidades de maior impor
tãncia, distribuindo os insumos agropecuários mais carentes
nestes municípios.
GOVERNO DO ESTAD O DE M IN AS G E R A IS
SECRETARIA DE PLANEJAM ENTO E COORDENAÇÃO GERAL/FJP/CO DEVALE
SECRETARIA DA AGRICULTURA / SOARA
CEPA - Comissão Estadual da Planejamento Agrícola de MG

189

A Ãrea Programa não e atingida pelos serviços


prestados pelas patrulhas mecanizadas, uma vez que a Superin­
tendência Regional do Nordeste não possui este Serviço.

A.4.7 - Instituto Estadual de Florestas - IEF

Compete ao IEF a execução da política florestal do


Estado, com observância da legislação sobre a matéria. Os obje
tivos maiores do IEF são:
. Fiscalizar e policiar as explorações florestais;
. Proteger as espécies nativas;
. Administrar os parques florestais;
. Incentivar o reflorestamento e promover a divul^
gação das vantagens fiscais para a sua implanta
ção e exploração;
. Prestar assistência técnica às explorações flo­
restais;
. Promover programas de educação florestal e arbo
rização urbana;
. Promover a implantação dos Distritos Florestais
no Estado.

a) Atuação na Ârea-Programa

São quatro os escritórios florestais do IEF que


dão assistência a oito municípios da ãrea programa. Porém ne­
nhum município desta ãrea e sede de um escritório florestal,
sendo todos eles assistidos indiretamente.
GOVERNO DO ESTADO 0£ MINAS GERAIS
SECRETARIA DE PLANEJAM ENTO E COORDENAÇÃO G ER AL/FJP/CO DEVALE
SECRETARIA DA AGRICULTURA / SOARA
CEPA - Comissão Estadual da Planejamento Agrícola da MG

190

TABELA XL

RECURSOS HUMANOS E AREA DE AÇAO DOS ESCRITÓRIOS FLORESTAIS DO


IEF NA AREA-PROGRAMA. ANO 1975

ESCRITÓRIOS MUNICÍPIOS DA QUALIFICAÇÃO DO TÉC­


FLORESTAIS A r e a -p r o g r a m a NICO RESPONSÁVEL

Diamantina Capelinha Eng? Florestal


Minas Novas
Medina Araçuaí Eng9 Florestal

Salinas Berilo Eng9 Agrônomo


Cel. Murta
Virgem da Lapa

Teõfilo Otoni Malacacheta Eng9 Florestal


Pe. Paraíso

Fonte: IEF

Apenas os municípios de Virgem da Lapa e Malaca­


cheta, possuem viveiros para produção de mudas, com um total
de 400.000 mudas produzidas. A qualificação da mão-de-obra pa­
ra o reflorestamento foi evidenciada em toda a área de ação a-
través de cursos de treinamento. Através de palestras e dias
florestais procurou o IEF atingir grande número de produtores,
motivando-os para o reflorestamento industrial. (Tabela XL) .

b) Distritos Florestais

Objetivam o fornecimento de matéria-prima as in­


dústrias vinculadas diretamente ao Plano Nacional de Papel e
Celulose, sem contudo, deixar de dar razoáveis oportunidades
às demais indústrias florestais.

Ao IEF, couberam as seguintes tarefas:


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T a b e l a XLI 5Í _í° o
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Atividades desenvolvidas pelo IEF na Ãrea-Programa - ano 1975 D
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Extensão Florestal (Un) H
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Malacacheta so ISO 30 ! 01 01 01 - oi
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FONTi: IEF
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
SECRETARIA DE PLAN EJAM EN TO ECOORDENAÇÃO G ER AL/F JP/CODEVALE
SECRETARIA DA AGRICUL1 URA / SOAPA
CEPA - Comissão Estadual de Planejamento Agrícola de MG

192

. Planejamento e Coordenação da implantação (inte


grado c /IBDF, INDI e RURALMINAS);
. Assistência técnica, supervisão e fiscalizaçao
dos trabalhos de reflorestamento e exploração
florestal;
. Formação e administração de viveiros;
. Desenvolvimento de pesquisas objetivando a sele
ção das espécies mais adaptáveis âs regiões dos
Distritos.

A região do Vale do Jequitinhonha foi selecionada


para Distrito Florestal com uma área de 183.000 ha de efetivo
plantio. Estão incluídos neste Distrito os municípios de Beri­
lo, Capelinha, Chapada do Norte, Francisco Badaró e Minas No­
vas, componentes da Ârea-Programa.

4.8 - Instituto Brasileiro do Café - IBC

Toda a Ãrea-Programa, segundo o IBC é apta para o


plantio de cafe. A área é atendida pelos SERACs de Belo Hori­
zonte e Caratinga. Os trabalhos desenvolvidos compreendem ape­
nas o financiamento e assistência técnica â lavoura. Os finan­
ciamentos são feitos através da Caixa Econômica do Estado de
Minas Gerais e Banco do Brasil S/A.

O trabalho de levantamento da potencialidade do


solo preparado pelo IBC, compreendeu os municípios do Alto-Je-
quitinhonha, não abrangendo os municípios da área programa.

Embora toda a Ãrea-Programa esteja incluída noplci


no de assistência do IBC, a implantação de cafezais está sendo
efetiva em apenas 5 municípios. (Tabela XLII)
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
SECRETARIA DE PLAN EJAM EN TO E COORDENAÇÃO GERAL/FJP/CODEVALE
SECRETARIA DA AGRICULTURA / SOAPA
CEPA - ComisBao Estadual de Planejamento Agrícola de MG

193

TABELA XLII

NÜMERO DE PÉS PLANTADOS NA AREA-PROGRAMA, COM ASSISTÊNCIA DO


IBC ANO AGRlCOLA 74/75

N9 DE PÉS PLANTADOS Ar e a
MUNICÍPIOS
(Un) íha)

Capelinha 162.300 144


Carai 413.000 276
Malacacheta 510.000 340
Novo Cruzeiro 195.000 150
Padre Paraíso 188.000 130

Total 1.468.300 1.040

Fonte: IBC - SERAC - BH

4.9 - Fundação Rural Mineira - RURALMINAS

Tem por finalidade a colonização e o desenvolvi­


mento rural do Estado. Compete especialmente à RURALMINAS:
. Executar e coordenar a colonização em terras pú
blicas ou de sua propriedade;
. Planejar e coordenar o uso de agua para fins de
irrigação e outras atividades rurais;
. Promover a discriminação de terras públicas, do
minicais e devolutas do Estado;
. Promover a legitimação de terras devolutas do
Estado.

Dentro do "Programa de Aproveitamento de Vãrzeas-


PROVÂRZEAS"1 a RURALMINAS, juntamente com a ACAR, procedeu um
levantamento das várzeas irrigáveis da Ârea-Programa. Este pr£
grama tem por objetivo a incorporação ao processo produtivo de
áreas atualmente inaproveitáveis economicamente; incrementar e
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
S E C R E TA R IA DE P LA N EJA M EN TO B CO OR D EN AÇ ÃO G ER AL/FJP/C O D EVALE
S E C R E TA R IA DA A G R IC U L TU R A / SOARA
C E P A - C o m is s ã o Estadual de Planejamento A grícol a do M G

194

racionalizar a cultura de arroz no período chuvoso e aprove.1


tar através de rotação de culturas mais uma safra anual atra
vês de irrigação, drenagem e sistematização das várzeas.

Todos os municípios da Ãrea-Programa possuem vãr


zeas potencialmente aproveitáveis, sendo que o interesse no a
proveitamento das mesmas em geral foi considerado de bom para
ótimo (Tabela X L I I I ) .

A.4.10 - Situação creditícia

a) A Rede de Agências Bancárias

A assistência creditícia nesta área é efetuada por


intermédio da agência do Banco do Brasil em Araçuaí, que tem
por jurisdição os municípios de Araçuaí, Chapada do Norte, Co
ronel Murta, Francisco Badarô, Itinga e Virgem da Lapa, da agên
cia de Teõfilo Otoni, cuja jurisdição compreende os municípios
de Caraí, Malacacheta e Padre Paraíso; da agencia de Medina que
tem o município de Comercinho por jurisdição e da agência de
Capelinha que jurisdiciona o município de Minas Novas. Cobrin
do também toda a Ãrea-Programa, a Caixa Econômica Estadual pos
sui agências em Araçuaí, que se encarrega dos negócios nos mu
nicípios de Araçuaí, Comercinho, Cel. Murta, Francisco Badarô,
Itinga e Virgem da Lapa; em Novo Cruzeiro, que jurisdiciona os
municípios de Novo Cruzeiro, Caraí e Padre Paraíso; agencia em
Minas Novas, que jurisdiciona os municípios de Minas Novas e
Chapada do Norte; agência em Teõfilo Otoni que tem por jurisdi
ção o município de Malacacheta.

O Banco do Estado de Minas Gerais, por outro lado,


tem duas agências em funcionamento na Ãrea-Programa localiza­
das nos municípios de Araçuaí e Minas Novas, enquanto o Brades
co possui apenas uma agência, assim como o Crédito Real.
O

SECRETARIA DE PLANEJAM ENTO E COORDENAÇÃO GERÀL/FJP/CODEVALE


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Levantamento PROVÂRZEAS- Escritório Seccional de Teófilo Otoni-Ãrea Programa a
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Potencialidade Arca total Infrestru interesse V de Area 0 r
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Irrigáveis Irrigáveis Rios e córregos naArea das Eoa/Ãb ramentos' nas Periódica 73

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Oral - 6 40 862 ■Marasiaia, Mucaia, Santana,Formiga 6xl/3xl/óxl/l,5x1 Roa Bom 60 . S17 > >
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CcT-jrcitih.a - - 30 50 - - - - - O
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Gd.Murta 6 1 14 2.91S R.Jequitinhonha, C.Morro Redondo 100x1 Regular Grande 10 292 ' to
Arc;-jaí 5 4 38 ■1.965 R.Araçuaí, R.Jequitinhonha 50x0,80/100x1 Regular Grande 10 197 a
o
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Ico.-rdaró 1 - - 200 R.Setúbal 10x0,5 Regular Grande 10 20 s
o
Vi:c;r.da
Lspn - 5 26 622 R.Araçuaí 80x2 ■: Regular Grande 10 \ 62
Caceiúha - 5 19 638 Grota Crande, São Caetano 2.5x0,3/2x0,25. Média Médio 20 128
Itir.ga - 60 1.490 R.Jequitinhonha,RociaCampestre 250x5/0,6 Kjn2. Regular ■ Grande ' 33 4S2
r.'-LiiLccheia z - - 5.000 R.Korctc, R.Urupuca 4xl/Sxl Media Grande 85- 4.250
Minesnovas - 2 Injfl 10,000 Capivari, Rib,Soutos,Forquilha.Sstvbal 3x1,3 Média Bom 35 3.500
O.^'jds (Io
Norte - - 22 50 Setúbal,Capivari - Regular Bom 15 14
Et-rilc - - 15 30 Araçuaí, Gangorras, Altar GrandeVazio Regular Medio 25 8
:ítv&Cn)
reiro ~ - 6 330 1.280 C.Cravata.Sta.Miiria, Caitpodo Mrio' 2x0.8 Regular■ 2 26

cn
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
SECRETARIA DÊ PLANEJAM ENTO E COORDENAÇÃO 0E R A L/FJP /C O D E VA LE
SECRETARIA DA AGRICULTURA / SOAPA
CEPA - Comissão Estadual da Planejamento Agrícola de MG

196

Apesar da região do Vale do Jequitinhonha como um


todo e, em especial, a área selecionada se caracterizarem, se
gundo definições de órgãos internacionais de desenvolvimento,
pela pobreza absoluta e relativa de suas populações, nenhum £>ro
grama específico de credito contempla particularmente a região.

Não obstante, com relação ao grau de acessibilida


de da Ãrea âs diversas linhas especiais de credito existentes
a nível setorial cujos beneficiários não são discriminados se
gundo a região a que pertencem, pode-se analisar a participa
ção da área de acordo com alguns indicadores apurados a se
guir.

Os dados apresentados, representam os dados bru


tos de todas as agências bancárias que atuam na Ãrea-Programa,
mesmo quando elas tenham jurisdição em outros municípios que
não pertençam â área selecionada.

A excessão coube a Teõfilo Otoni que, face ao vo


lume de seus negócios, os depósitos e os empréstimos dos muni
cípios da Ãrea-Programa ali representados, compreendem uma pro
porção muito pequena do total.

A vista desta agregação de informações selecio


nou-se uma amostra compreendento então, os municípios perten­
centes â Ãrea-Programa onde existem agencias bancárias - Ara-
çuaí, Minas Novas, Novo Cruzeiro, Malacacheta, Itinga - e mais
as agências localizadas fora da Ãrea-Programa, mas cujo movi­
mento bancário dos municípios da área que estão sob a jurisdi^
ção - Medina e Capelinha - são bastante significativos. Tal
procedimento implicou, logicamente, em superestimativas dos em
préstimos e depósitos da Ãrea-Programa, mas que, em parte, fo
ram compensados pelos empréstimos e depósitos de Caraí e de Ma
lacacheta na agência do Banco do Brasil de Teófilo Otoni, e de
Malacacheta na agência da Minas Caixa em Teõfilo Otoni.
GOVERNO 00 ESTADO DE MINAS GERAIS
SECRETARIA DE PLANEJAM ENTO E COORDENAÇÃO QERAL/FJP/CODEVALE
SECRETARIA DA AGRICULTURA / SOARA
CEPA - Comiss&o Estadual do Planejamento Agrícola ds MG

197

Consideradas as condições atuais da região - em


termos de infraestrutura de transportes e de comunicações - e
a dependência econômica da Ãrea de seu setor agrícola de sub
sistêncla, bem como o respectivo grau de informações dos produ
tores observa-se que o reduzido número de agências bancárias
ali existentes pode ser considerado um dos fatores limitativos
na promoção de maior acessibilidade ao crédito, especialmente
aos pequenos agricultores.

Portanto, paralelamente â promoção de melhores e


quipamentos de infraestrutura económica-investimentos que se
caracterizam pelo longo período de implementação - a curto pra
zo deve ser estudado um sistema que estabeleça maior integra
ção entre a assistência técnica, extensão e crédito rural, de
modo a facilitar, ou mesmo levar ate o beneficiário, os recur
sos que ele necessita - seria o caso, talvez, da criação de
postos para a prestação destes serviços em caráter de emergên
cia.

b) Evolução dos Empréstimos e dos Depósitos segun


do os estabelecimentos bancários na Ãrea-Pro-
grama e no Vale do Jequitinhonha - Período de
1969 a 1974.

As tabelas XLIV, XLV e XLVI apresentam a evolução


real dos saldos em fim de ano dos empréstimos e dos depõsi
tos durante o período de 1969 a 1974, do sistema bancário que
atua na Ârea-Prograraa e no Vale do Jequitinhonha - exceto seus
municípios que pertencem ã Ãrea Mineira da Sudene e ao Vale do
Mucuri - São Mateus.

Os dados mostram que o Banco do Brasil participa


com mais de 95% dos empréstimos destinados à Ãrea e mais de 80%
dos recursos totais alocados pelo sistema bancário na Região
GOVERNO DO fS T A D O DE MINAS GERAIS
SECRETARIA DE PLAN EJAM EN TO E COORDENAÇÃO G ERAL/FJP/CO DEVALE
SECRETARIA DA AGRICULTURA / SOARA
CEPA - Comísôâo Estadual de Planejamento Agrícola do MQ

198

Tabela XLIV
Evolução dos Empréstimos segundo a instituição bancãria-Ârea Programa-
Saldos em CR$mil - a preços de 1974

\ Banco Agr ope c uá ri a Total

Banco do Banco do
Sistema Sistema
Brasil .Brasil
Ano \
\ Valor % Valor % Valor % Valor *

1969 38.341,7 95,3 40.216,3 -


42.631,8 98,2 43.392,8 -

1970 42.484,7 97,7 43.467,8 8,1 47.745.8 9 5,2 50.155,0 15, 6

1971 50.840,8 98,0 51.860,6 19,3 56.138,8 95,8 53.594,7 16. 5

1972 49.042,9 97,8 50.166,7 -3,3 54.150,4 96,5 56.135,4 -4, 2 ■

n
1973 54.660,5 96,6 56.610,4 12,8 60.082,4 94,7 63.445,5 13. t»

1974 50.803,0 96,4 52.697,0 -6,9 61 .'231,0 99,7 63.404, G -e. 2

Fonte: - Banco Central


GOVF-RNO DO ESTADO DE M IN A S G E R A IS
S E C R E TA R IA DE P L A N E JA M E N T O E CO O RDENAÇÃO G E R A L /F JP /C O D E V A L E
SECRETARIA DA A G R IC U LT U R A /S O A P A
CEPA - Comissão Estadual de Planejamento Agrícola de MG

• 199

Tabela XLV
Evolução dos Empréstimos segundo a instituição bancãria-
Vale do Jequitinhonha
Saldos em Cr$mil - a preços de 1974*

\ Banco Agropecuária Total

Banco do Banco do Sistema


Sislema
Ano \ Brasil & Brasil X- &
Valor % Valor A % Valor % Valor *

1969 184.402,6 36,3 208.752,7 - 201.566,7 85,6 235.422,1 .-

1970 201.775,8 89,6 225.138,4 7,84 215.206,6 87,1 246.949,3 4,59

1971 225.711,5 91,3 247.168,4 9,78 231.088,7 88,1 262.356.6 6.22

1972 255.680,6. 90,9 281.121,4 13,73 261.609,7 86,4 295.833,7 12.75

1973 290.737,9 .91,5 317,938,1 11,30 299.404,1 88,5 33B.362,8 11.43

1974 294.412,0 B7, B 335.462,0 5,54 311.244,0 64,6 367.930,C w«*J

Fonte: - Banco Central \ .


& CE -FGV - Índice de preços recebidos pelo produtor em Minas Gerais - col:_~3 27-

• - Inclusive Banco do Nordeste que possui agências em Porteirinha e Sali~ ==

^ - Fonte: - Bacen
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
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SECRETARIA DA AGRICULTURA / SOAPA
CEPA - Comissão Estadual do Planejamento Agrícola de MQ

200

Tabela XLVI
Evolução dos Depósitos segundo a instituição bancaria
Ârea-Programa
Saldos em CR$mil - a preços de 1974*

Bancos Banco do Brasil Sistema


«
Ano

Valor Part. % Valor A %

1969 9-533,3 87,7 ' 10.871,2 -

1970 11.389,1 71,2 16.006,4 47,2

1971 9.546,2 75,8 12.598,8 - 21,3

1972 10.746,3 74,4 14.447,6 14,7

1973 11.807,4 69,3 17.041,8 18,0

Í974 8.466,0 70,7 11.977,0 - 29,7


-
.

Fonte: Banco Central


* CE- FGV- Índice de preços recebidos pelos produtores em MG- Coluna 27
GOVERNO DO ESTAOO DE MINAS GERAIS
SECRETARIA DE PLAN EJAM EN TO E-COORDENAÇÀO GERAL/FJP/CO DEVALE
SECRETARIA DA AGRICULTURA / SOAPA
CEPA ■Comissão Estadual da Planejamento Agrícola de MG

201

do Jequitinhonha como um todo, era todos os anos do período con


siderado.

Como o Banco do Brasil ê o principal agente finan


ceiro do Governo Federal, o que lhe confere prioridades para
administrar recursos a custos baratos ou nulos, tais como os
diversos fundos especiais destinados à promoção do desenvolvi­
mento rural, conclui-se que, dados os baixos níveis de eficiên
cia econômica da Ãrea e da região consideradas, elas dependem,
em larga escala, do credito especializado e, somente por meio
da atuação mais efetiva dos órgãos de apoio rural, o crédito
serã capaz de atingir maior quantidade de beneficiários, prin­
cipalmente aqueles localizados no setor de subsistência do se­
tor agropecuário.

Por outro lado, apesar dos empréstimos terem cres_


eido em termos reais a taxas de 37,7% ao ano na Ãreaede56,8%
ao ano no Vale, durante o período sob análise, tais recursos
se destinaram principalmente para o custeio da produção agrop£
cuãria a nível de subsistência e por conseguinte, não foram
suficientes para elevar o índice de formação de capital na re­
gião.

Quanto aos depositos, o Banco do Brasil participa


com pouco mais de 60% da captação de recursos no Vale e ao re­
dor de 80% na Ârea-Programa. Estes resultados reforçam a con­
clusão acima, ou seja, enquanto a atuação do Banco do Brasil
visa, ou a despertar potencialidades agropecuárias, ou a obje­
tivos sociais, os outros estabelecimentos bancários, talvez
por não contarem com grande soma de recursos com finalidades
específicas, registram uma relação entre os empréstimos e os
depósitos totais, bem mais equilibrada.
G OVERN O DO E5TAO Q DE M IN A S G ER A IS
S E C R E T A R IA DE P L A N E J A M E N T O E CO O RDENAÇÃO G E R A L /F JP /C O D E V A L E
S E C R E T A R IA D A A G R IC U L T U R A / S O APA
CEPA - Comissão Estadual de Planejamento Agrícola de MO

202

c) Importância do Crédito Rural na Area-Programa

A fim de avaliar o grau de importância do crédito


na Area-Programa e, em especial, dos financiamentos agropecuá­
rios, comparou-se alguns de seus indicadores com os do Vale do
Jequitinhonha como um todo - exceto aqueles municípios sob ju­
risdição da SUDENE, e com os do Estado de Minas Gerais, com os
da região Nordeste do Brasil, - da região Sul do Brasil e
do País como um todo. Os resultados são mostrados a seguir:

1. Distribuição Setorial e Evolução dos Empréstimos durante o


período de 1969 a 1974.

O setor agropecuário absorve cerca de 90% dos em­


préstimos totais destinados ã Area-Programa e ao Vale do Jequi^
tinhonha, enquanto no Estado de Minas Gerais, o crédito rural
é responsável por 40% e no Brasil por apenas 30% dos financia­
mentos à todas as atividades produtivas. Estes dados reforçam
o papel do setor rural dentro da estrutura produtiva da região.
(Tabela XLVII).

No tocante a evolução dos empréstimos por setor,


durante o período de 1969 a 1974, a agropecuária da Area é a
que apresenta a menor taxa de crescimento. Entretanto, apesar
dos elevados incrementos nos financiamentos â indústria e ao
setor serviços, estas atividades não chegam a ganhar represen-
tatividade na absorção dos recursos de crédito. (Tabela XLVIXI).

A relação dos empréstimos sobre os depósitos (quan


to Cr$ 1,00 de depósitos gera de empréstimos) indica, com li­
geira aproximação, se está havendo ou não, um proces­
so de transferência de recursos de regiões menos desenvolvidas
mais adiantadas ou vice-versa.
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
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203

Tabela XLVII
Evolução dos Depósitos segundo a instituição bancária
Vale do Jequitinhonha '
Saldos em CR$mil - a preços de 1974*

*
,. ''-■v. Banco Banco Brasil * Sistema

- Ano Valor Part. % Valor A %


1969 35.445,7 58,8 60.296,6 -

Íl970 45.201,6 63,5 71.180,6 18,1

il971 35.518,7 61,7 ’ 57.599.,5 “ 19,1


1972 49.929,8 66,5 75.113,8 30,4

H
a\
|l973 51.305,9 67,0 76.551,5

*
1974 . 48.323,0 68,5 70.435,0 - 7,9
-

1 Fonte: Banco Central - •

*- - CE- FGV- índice de preços recebidos pelo produtor em MG-coluna 27

* - Inclusive as agências de Porteirinha e de Salinas do Banco do Nor-


deste.
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204

Tabela XLVIII
Distribuição Setorial dos Empréstimos
Saldos no Ano de 1973

'
•- |
__ * ~ **
— ^Setor Agropecuária Industria Serviços e Qutrcs
Região

Are a 89,22 . 1,72 9,06

Vale 88,48 2,26 9,26

M/Gerais 41,00 34,97 24,03

Nordeste do
Brasil 33,92 44 ,26 21,82

Sul do Brasil 52,12 27,69 20,19

Brasil 29,40 40,27 30,33

* -inclusive comércio de produtos agropecuários


**-inclusive comércio de produtos industriais

Fonte: BACEN- Tabulação especial da Delegacia de BH e Anuário Estatís­


tico — FIBGE
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205

Os dados indicam que tanto a Ãrea-Programa, como


o Vale do Jequitinhonha, são regiões que têm sido beneficiadas
pela distribuição de crédito com respeito a captação de recur
sos, variável que não constitue fator limitativo â alocação
de financiamentos pelos bancos que ali atuam, principalmente o
Banco do Brasil. Em 19 73, Cr? 1,00 de depósitos proporcionou
Cr? 3,72 de empréstimos no Vale do Jequitinhonha, enquanto no
Brasil este coeficiente foi de Cr? 1,59, em Finas Gerais de
Cr? 2,39, no Nordeste do Brasil foi de Cr? 2,60 e na região
Sul foi de Cr? 2,86.

A analise dos dados durante o período de 1969 a


19 73, no entanto, indica que, face ao pouco dinamismo da econo
mia da região do Vale do Jequitinhonha, à sua reduzida capaci
dade empresarial, ao baixo grau de informações de seus agentes
produtivos e, inclusive, ao ponderável peso que ali exerce o se
tor não monetário,a relação empréstimos sobre depósitos perma­
neceu mais ou menos constante ,enquanto expandiu-se rapidamente
nas regiões Nordeste eSul, e mesmo em Finas Gerais (Tabe la XLIX).

A relação dos empréstimos sobre o produto, por ou


tro lado constitui-se em um outro indicador tairibém bastante in
teressante no que diz respeito à distribuição regional de re
cursos de crédito, porque permite avaliar, pelo menos de forma
aproximada, a contribuição dos empréstimos S taxa de formação
de capital nas diversas atividades econômicas e o grau de de­
pendência do crédito na produção de cada setor. Tomando os em
préstimos totais concedidos em 1969 e os dados de Renda Xnter
na por setor para o Brasil, para a Região Sul, para o Nordeste
e para o Estado de Minas Gerais, fornecidos pelas contas Nacio
nais (Anuário Estatístico de 1973 da FIBGE) , bem como o valor
da produção agropecuária, o valor da transformação industrial
e o valor da receita dos serviços como variáveis substitutas
para a Renda Interna gerada pelos setores primário, secundário
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206

Tabela XLIX
Evolução dos Empréstimos na Ãrea durante o oeríodo de 1969- a
Í974-
A preços de 1969*
Saldos em CR$ mil

Anos [(2) : (1)3 - 1


1969 1974
^ % Real no Perlo
Setor
(1 ) ( 2)

Agropecuária 10.040 13.156 31,03

Indústria 56 196 249,92

Serviços e
Outros 1.189 -'2.192 84,34

Total 11.285 15.544 37,73


1
!

Fonte: Banco Central

* IGP- Preços recebidos pelo produtor - Coluna 27-


CE- FGV- Índices Econômicos Regionais
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207

Tabela r
Relação Empréstimos sobre Depósitos( à vista, a curto e a médio
prazos)
Saldos nos Anos de 1969 a 1973

Fontes; - Banco Central e Anuário Estatístico


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208

e terciário, do Vale do Jequitinhonha e da Area-Programa consi


derada, pode-se extrair algumas observações. (Vide tabela LI).

Em primeiro lugar, como era de se esperar, o se­


tor agropecuário depende mais dos recursos creditícios do que
os outros setores. A exceção para o Nordeste se dá em virtude
do volume de incentivos à industrialização que vem sendo diri­
gido para aquela região, e para a Area-Programa a exceção se
relaciona ao modo como foram tomadas as variáveis substitutas.

Uma segunda observação se refere ao fato da regi­


ão Sul e o Brasil como um todo, apresentarem os maiores coefi­
cientes empréstimos sobre Renda Interna, o que sugere que a d:i
reção do processo de canalização de recursos se dá no sentido
das regiões em que o setor agropecuário registra as mais eleva
das taxas de modernização, quando na realidade se supõe que,
quanto menos desenvolvidas as regiões, mais recursos deveriam
ser nelas alocados.

O motivo do País apresentar tão alta relação se


deve aos pesos relativos exercidos pelo setor rural no Sul do
País, em São Paulo e atualmente na região Centro-Oeste.

Cabe salientar, finalmente, que seria bastante in


teressante desagregar os dados de empréstimos segundo a sua
distribuição por finalidade - investimentos, custeio e comerei^
alização - a fim apurar a capacidade de absorção do credito ru
ral frente aos objetivos específicos de expansão da produção
via elevação da produtividade.

2. O Crédito Rural e a Formação de Capital - Um enfoque para a


Região do Vale e para a Area-Programa

O capital como fator de produção pode ser gerado


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209

Tabela LI
Relação empréstimos sobre a Renda Interna por setor
áno de 1969
CR$ 1.000

Total
>Setor
Agropecuária . . Outros
Geral
Região N.

Ârea 6,70 22,79 9,64

Vale 12,57 5, 51 1113 6

M. G. 14,07 - 6,06 9,63

-N. E. 5, 73 14,26 .11,2 1

-Sul 20,40 7,76 12,46

Brasil 5, 92 ' 12,26 11,00

Fonte: - Boletins do Banco Central e Anuários Estatísticos FIBGE.

0BS: - 0s saldos dos Empréstimos em final de período foram tranformadcs em fio

xos anuais de crédito concedidos da seguinte forma: - Tomamos a diferença entre

os saldos de dois períodos e multiplicamos por 1,5, já que, empiricamente consta

tou-se que os liquidações dos empréstimos de anos anteriores, são novanante em­

prestados e correspondem a 50°; da respectiva diferença entre os saldos da 2 pe­

ríodos.
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210

internamente pela poupança, ou pode ser obtido por intermédio


do crédito. Em uma região como o Vale do Jequitinhonha e, em
particular, a Ârea-Programa, a acumulação interna de capital a
través da canalização de poupanças é muito difícil, o que tor­
na o crédito a principal fonte fornecedora de recursos adicio­
nais para a formação de capital.

O êxito de programas e políticas que visem a ace­


lerar o desenvolvimento ou a despertar potencialidades do se­
tor agropecuário de determinadas regiões, principalmente aque­
la em que predomina o nível de pobreza de sua população, tal
como a Area-Programa dependerá em grande parte, do bom funcio­
namento do sistema creditício considerado era sua forma mais am
pia, ou seja, integrado ao sistema de assistência técnica em
todas as fases do processo produtivo.

O Crédito Rural foi regulamentado pela lei 4.837


e por uma série de medidas e resoluções posteriores que culmi
naram com a instituição do FUNAGRI - Fundo Geral para a Agri­
cultura e a Indústria que unificou as varias fontes de recur­
sos especialmente destinados ao credito rural nas duas subcon-
tas: o FNRR - Fundo Nacional de Refinanciamento Rural - cuja
fonte de recursos mais importante com que conta é a Resolução
69 do Banco Central (exige que o sistema bancário privado apli
que uma percentagem de seus depósitos em empréstimos agrícolas
ou deposite a quantia equivalente no BACEN) e o FUNDEPE - Fun­
do de desenvolvimento da pecuária, além da criação da FUNFÉRTIL
- Fundo de Estímulos ao Uso de Fertilizantes e de insumos mine
rais.

Por outro lado, a assistência creditícia ao setor


agropecuário também pode contar com os capitais próprios dos
diversos estabelecimentos bancários, ou com os capitais confia
dos à sua guarda sem destinação específica (Depósitos à vista
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211

e a Curto-Prazo), ou com recursos extraordinários internos co­


locados ã sua disposição pelo Governo ou por outras entidades,
através de programas especiais# contratos, acordos ou convê­
nios, para aplicação em finalidades predeterminadas, ou ainda,
com Recursos Extraordinários Externos, provenientes de fontes
estrangeiras ou internacionais, inclusive aqueles recursos ca£
tados nas agências no exterior dos diversos bancos brasileiros.

A aplicação de tais recursos beneficia pessoas fí_


sicas ou jurídicas que se dedicam ou venham a dedicar-se a atjL
vidade rural, ou correlata, com fins econômicos, e envolve dis
tintas modalidades de financiamentos, tais como o credito ru­
ral corrente, o credito rural cooperativo e o crédito rural e-
ducativo; várias formas de fixação de encargos financeiros; de
prazos de amortização e de tipos de garantias, variáveis con­
forme a finalidade específica do financiamento - custeio, in­
vestimento, comercialização, preços mínimos e outras finalida­
des e a origem dos recursos (Tabe la L.II) .

3. A expansão dos empréstimos rurais durante o período de 1969


a 1973

Tomando, novamente para efeito de comparação, a


Ãrea-Programa, o Vale do Jequitinhonha, o Estado de Minas Ge­
rais, a região Nordeste, cujo setor agropecuário exerce papel
significativo na formação da renda regional, a região Sul em
virtude do grau de modernização alcançado pelo seu setor rural
e o País como um todo, verifica-se que os empréstimos ao setor
agropecuário para a Ãrea-Programa e para a região-Nordeste ex­
perimentaram menor evolução durante o período de 1969 e 1973,
do que todas as outras. Enquanto a expansão nacional média foi
de 46,4% e a do Sul foi 59,7%, os empréstimos da área cresce­
ram 40,8% e do Nordeste 43,3%. (Vide tabela LUI) .
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S E C R E T A R IA DE P L A N E J A M E N T O E‘ COO RDENAÇÃO G E R A L /F JP /C O D E V A L E
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212

\
Fontus - ACAR/MS

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GOVERNO DO ESTADO DE MtNAS GESAfS
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S E C R E T A R IA D A A G R IC U L T U R A / S O A P A
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2X3

Tabela LIII
Evolução dos empréstimos agrícolas
1969 a 1973 a preços de 1973* - CR$rail

\An° 19 69 1973 % Real


Regíãos'\v (D ( 2) (2) : (1)

Area 28.089 39.540 40,8

Vale 140.800 209.121 48,5

MG 2.212.726 3.467.182 56,7

NE 3.920.164 5.616.375 43,3

Sul 7.594.058 12.124.077 . , 59,7

Brasil
24.037.685 35.199.881 46,4

Fontes - Banco Central e Anuários Estatísticos -FIBGE


* IGPE- CE- Colua 274- Índice de Preços pagos pelos produtores
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214

A Area-Programa, por outro lado, apresentou o me


nor valor médio de empréstimos por estabelecimentos rurais e
xistentes em 1970, em relação ãs outras regiões analisadas, su
gerindo que o crédito ou vem atendendo a um reduzido número de
agricultores ou então, a muitos produtores localizados no se
tor não ou pouco monetarizado da economia local. A dúvida pode
ser esclarecida à medida que obtivermos informações sobre o nú
mero de contratos de empréstimos rurais concedidos em 1970, da
dos não disponíveis no momento nem para a área e nem para o Va
le do Jequitinhonha (Tabela LIV).

Em 1974, no entanto, somente 187 financiamentos


foram contratados pela ACAR/MG na Area-Programa sob análise, o
que permite concluir ser muito baixo o índice de aproveitamen
to da assistência técnica pelos agricultores locais.

4. Utilização do Crédito Rural Educativo na Area-Programa

Os convênios de Assistência Técnica firmados en


tre os bancos e as associações de crédito e assistência rural-
-federais e estaduais têm por objetivo básico promover a utili
zação racional, difusão e a correta aplicação do Crédito Educa
tivo em suas diversas modalidades. As operações realizadas têm
em vista fornecer aos beneficiários recursos financeiros para
gastos de cultivo recuperáveis em um ou mais períodos de produ
ção; de manutenção das atividades agropecuárias ou da pequena
indústria rural - a que utiliza matéria-prima própria; de com
plementação de despesas domésticas e de subsistência ate a ob
tenção das rendas regulares; de melhoria das condições técno-
-econômicas das atividades assistidas; de construção, reforma
ou equipamento da habitação rural, a fim de elevá-la a padrões
que atendam as exigências fundamentais de higiene e da convi­
vência social de recuperação e defesa dos recursos naturais
renováveis; de atendimento das necessidades da família rural
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215

Tabela LIV
Número de Estabelecimentos Rurais atendidos com Crédito,Valor Médio do Em ,
'préstimo por Estabelecimento e por contrato-
•Ano de 1970- Cr$mil a preços de 1974

Ver dados da ACAR p/1975


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216

visando ao seu bem-estar geral; e de aplicação do crédito ru


ral orientado, principalmente em beneficio dos pequenos e mé
dios produtores.

Destes convênios têm sido criadas, inclusive, no


vas linhas especiais de crédito destinadas à aquisição de se
mentes, inseticidas, pulverizadores, cultivadores, enxadas e
outros instrumentos de trabalho rural, bem como de animais de
serviços e de outras operações de custeio, de investimento e
de comercialização pela inclusão de novos produtos no programa
de Preços Mínimos.

A ACAR/MG, é o principal õrgão aplicador do credi


to Rural Educativo, através de seus escritórios de assistência
técnica, localizados na Ãrea-Programa.

A tabela LV mostra a participação de cada escrito


rio localizado na Ãrea-Programa segundo a finalidade dos finan
ciamentos com assistência técnica e a sua distribuição entre
os agentes financeiros, para o ano de 19 74. Somente os emprés^
timos para investimentos equivalem a 80% dos financiamentos to
tais com assistência técnica e somente o Banco do Brasil parti
cipa com quase 60% do total destes empréstimos.

A origem dos recursos e a sua distribuição entre


os produtos são mostrados na tabela, que revela estarem mais
de 82% dos empréstimos com assistência técnica sendo apropria
dos pela Bovinocultura de Corte e mais de 11% pela produção de
milho, enquanto os recursos provenientes do Programa Especial
BID-205 corresponde a mais de 50% dos recursos totais.

A.5. Organização dos Produtores na Ãrea-Programa

Em recente levantamento realizado no Vale do Je


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217

Tabela LV
Empréstimos com Assistência Técnica
Origem dos Recursos e Produtos Beneficiados- CRÇmil -
Em 1974

Escritórios Malaca­ Minas Novo


Total
Araçuaí Itinga cheta Novas Cruzeir c
Origem e Valor Valor Valor Valor
% • Valor % Valor %
Produtos % %
Origem dos
Recursos 3.130,7 100 748,9 100 1.245,7 100 37,7 100 1.396,1 100 3.561*1 1ZZ

eiD-205 1.999,6 63,9 S70.0 76,1 - - - - 713,0 51,0 3.286;6 — ■t*• —

FUNAGRI 617,9 137 - - - - - - - - 617,9

REC.
PRÖPRIOS 454,6 14,5 36 171,2 137
73,6 -
665,1 430 1.354,5 31,1
T* *
OUTROS 53,6 19 105,3 14,1 1.074,5 63 3 37,7 100 - - 1.276,1 - - i"

PRODUTOS 3.130,7 100 748,9 100 1.245.7 100 37,7 100 1.398,1 100 8.561,1 13'

Alho - - - - -' - - - 60,7 4,3 60,7 - I -

Arroz 3.9 0,1 - - 138,7 11,2 - - - - 142,6 2, 2


Feijão - - - - 32,5 2,6 - - - 32,5 •í-
to
CN
ri

Mandioca - - 21,8 2,9 - - - - - -


*

1 i :
Milho 72,5 2,3 - - 468,7 37,6 10,7 28.4 201.8 14,4 753,7 *- ,-

Gado de
Corte 3.054,3 97,6 727,1 97,1 605,8 4E, 6 27,0 71.6 995,7 71,2 5.409., 9 S 2 1-
Suinocul
tufa - - - - - - - - 80,0 5,7 80; 0 1,2

Habitação
Rural - - - - - - - - 59,9 4,4 50,9
--

Fonte: - ACAR/MG
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218

Tabela LVX
Participação dos Empréstimos com Assistência técnica sobre os em­
préstimos totais-
CR$ mil - em 1974 .. ..... ..... ....

S&npresti-!
Assistência Técnica Totais ^ Participação
F
Escrí xT !
f Número de
ário Valor (2) UJ : í2)
Contrato

Araçuaí 48 3.130.6 101530,0 .29,7

Itinga 9 748.9 1.287,0 58,2

Malacache
ta 77 1.245.6 1 ■93 0 j0 62, 7

Minas Novaí 3 37.7 730,0 5,2

Novo Cru- ■ -

zeiro 50 1.398,1 1.651,0 75,5

TOTAL 187 1 6.560,9 16.384,0 40,0

in te s :- ACAR e BANCO CENTRAL

^ Obs.:-Os saldos dos empréstimos em final de período foram transfornado~

- em fluxos anuais de créditos concedidos da seguinte forma: - Tomou-se

o diferença entre os saldos de dois períodos (1974-19731 e multiplicoú-se

- por 1,5, já que. empiricamente constatou-se que as liquidações des emprés

timos de anos anteriores e reemprestadas no ano em questão correspondia--,

e 50% da diferença entre os respectivos saldos.


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2X9

quitinhonha, pela SUDECOOP/INCRA/CQDEVALE, constatou-se que as


cooperativas da região são classificadas na categoria "C", is­
to é r de pequeno porte era relação aos seus objetivos estatuí­
dos, sem condições de se desenvolverem.

Diante deste fato foi proposto o "Projeto Integra


do de Desenvolvimento do Cooperativismo - Vale do Jequitinho­
nha" , que tem como objetivos o "desenvolvimento do Cooperati­
vismo do Vale do Jequitinhonha", tendo como escopo a resolução
de problemas comuns dos produtores tais como, a industrializa­
ção e comercialização da produção agropecuária, venda de insu-
mos, prestação de serviços e outros.

Na Ãrea-Programa, existe apenas a cooperativa MLs


ta de Araçuaí Ltda. que apresentou em 1974, uma receita anual
de Cr$ 686.789,00.

Os objetivos sociais principais que constam do Es^


tatuto da Cooperativa de Araçuaí são:
1 - Recebimento, classificação, padronização, ar­
mazenamento, industrialização e comercialização da produção a-
gropecuária;
2 - Compra e Venda de insuraos, implementos agríco
las e bens de consumo;
3 - Educação cooperativista;
4 - Prestação de Serviços.

Dos objetivos, apenas o segundo tem sido atendido,


através do Departamento Comercial da Cooperativa.
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220

SITUAÇÃO ADMINISTRATIVA E CONTÁBIL DA COOPERATIVA


MISTA DE ARAÇUAl LTDA
Em 1974

Situação da Sede ................................ própria


Valor contábil da sede ................. .....Cr$ 12.000,00
Capital Subscrito ................ ........... Cr$ 100.000,00
Capital Integralizado ....................... Cr$ 100.000,00
Valor da Quota p a r t e .... ................... Cr$ 50,00
N? de cooperados ................................. 247
N9 de cooperados atuantes ................... 247
Estrutura administrativa ........... Diretoria
Situação contábil ............................ Autônomo
Honorário do contador ....................... Cr$ 3.600,00
Número de empregados .......................
Despesas com empregados .... ................. Cr$ 21.182,40
Financiamentos .......... .................... Cr$ 70.000,00
Valor da comercialização de insumos .......... Cr$ 737.989,37
Área de Ação ................... ............. Araçuaí, Virgem
da Lapa, Itinga, Coronel Murta,
Francisco Badarõ e Teõfilo Oto-
ni.

O município de Malacacheta está situado na área


de ação das Cooperativas: Produtores Rurais de Itambacuri Ltda,
Laticínios TeÕfilo Otoni Ltda., Agropecuária de Produção e Con
sumo Ltda., Teõfilo Otoni.

A cooperativa de Laticínios de Teõfilo Otoni Ltda.


possui como sua área de açao, além do município de Malacacheta,
os seguintes outros municípios da área programa: Novo Cruzeiro,
Araçuaí e Padre Paraíso.

A SUDECOOP, dentro deste programa irá criar na ci^


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221

dade de Governador Valadares um Escritório Regional para maior


atendimento às cooperativas situadas nos Vales dos rios Doce,
Mucuri e Jequitinhonha. Também será criado um comitê de com­
pras em comum, para atendimento de toda a região, uma vez que
o volume de compras atual não suporta maior número de Comitês.
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222

B) Outros setores produtivos

Como a atividade agrícola se caracteriza por ser


incapaz de gerar poupança e financiar empreendimentos a nível
local bem como de fornecer um fluxo de insumos capaz de susten
tar as atividades de transformação os demais setores se apresen
tam tímidos e penalizados pela ausência de espírito empreende
dor.

Dentre estas atividades a que apresenta um espíri


to maior é a artesanal, sendo responsável pela divulgação do Va
le do Jequitinhonha no país.
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223

B.l) Artesanato

Introdução e Marco Conceituai

As atividades ar te sanais, e dentro delas, aquelas


que produzem "artesanato", são das mais significativas na re^
gião considerada, 0 circuito de sua comercialização, o interes
se tanto acadêmico como geral que provocam, a difusão de suas
obras, são suficientemente amplos para permitir entendê-los co
mo um dos setores de produção que mais individualidade e desta
que concedem ao Vale do Jequitinhonha em geral, e a essa re­
gião em particular. Na consciência social, o Vale ê freqüente
mente igualado a seu artesanato, sõ existindo para ela enquan
to lugar privilegiado de produção artesanal.

Justifica-se, assim, sua posição destacada em um


programa para a região, e todas as políticas que incentivem e
sustentem. P ar ale lamente, isto t o m a paradoxal que os investi
mentos no setor nao sejam maiores, e que, apesar da atividade
pioneira de algumas instituições, as atividades artesanais re
gionais não sejam suficientemente conhecidas e estudadas.

A fim de evitar os problemas envolvidos em traba


lhos com acepções de sentido comum, é conveniente que se dedi­
que algum espaço a discussão das categorias conceituais bási­
cas para a análise e o diagnóstico que se seguem.

Consideraremos como atividade artesanal todos a


queles modos de trabalho humano que atendam as seguintes carac
terísticas:

1) Inserção em uma forma de produção socia


a monetarização dos fatores nao ê plena, onde a extensão do
mercado é relativa e onde a divisão social do trabalho não e
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224

total. Trata-se, em suma, de uma forma de produção nao plena­


mente capitalizada. A definição desta forma é feita por negati
vas, pois nenhum dos traços apontados possui força determinan
te própria suficiente. Trata-se, também, de forma não dominan­
te de trabalho, que possui sua dinâmica em outras que a deter
minam.

2) 0 trabalhador é criador, isto e, imprime sua


marca pessoal no produto de sua atividade. Entre trabalhador e
produto hã ligação direta, sendo esta apropriada pelo executor
concretamente. Trata-se, portanto, de um modo onde o trabalho
nao é alienado.

3) Pelas características apontadas acima, das


quais ressalta a fraca mercantilização, as atividades artesa-
nais são voltadas para o auto-consumo, dele se separando ape-
n as margi n almen te.

4) Ao nível da divisão do trabalho, nao há espe-


cialização plena, sendo destarte a atividade artesanal apenas
uma de muitas outras atividades.

5) Como decorrência da primeira consideração, o


tipo de matéria-prima empregada, e a tecnologia adotada, se ca
racterizam uma como essencialmente local, e outra como tradi^
cional.

6) A concretização destas características se dã


privilegiadamente em zonas rurais, pois as formas urbano-indus
triais de produção desmontam a principal determinação, a da
própria forma de produção discutida.

7) Este último traço se soma aos demais, acentuan


do-os e cristalizando-os. Sua principal decorrência é ao ní
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225

vel ideológico, dando â tradição, e ã reprodução da tradição,


força crítica no plasmar as rotinas de trabalho e as fornas
dos produtos.

Resumindo, então, temos que as atividades arte2 a


nais são parte de um complexo, caracterizado como não-capitaH
zado, onde o trabalho não ê alienado, onde auto-consumo e fra
ca especialização se mantém, as matérias-primas e a tecnologia
são locais e tradicionais e a tradição em geral é determinan
te. Este complexo toma corpo no meio rural, especialmente nas
regiões onde as deficiências nas redes de intercâmbio as tor
nam pouco atraentes para a expansão do modo de produção de mer
cadori as.

O ritmo histórico destas atividades tem sido va­


riado. Elas surgem em um momento, se expandem em outro e vão
desaparecendo a medida em que se ampliam os mercados e a capi.
talização da economia. Sua tendência aponta inquestionave Lmen
te a extinção, perdurando muito mais graças ã debilidade de ou
tras formas de produção em sua operação de manifestar-se dogue
a sua força e pujança.

Seu alento é uma contingência, preso que está a


conjunturas exteriores a si mesmo. Ha, porém, algo capaz de fa
zer com estas atividades, ou um setor delas, encontrem meios
concretos para prosperar. A própria dinâmica das formas de pro
dução dominantes, em seu desdobrar-se, provoca a deflagração
de novos estímulos capazes de deter a marcha inexorável para a
extinção.

Estamos perante um processo que corta a totalida


de das atividades artesanais em setores diferentes. Um passa a
encontrar mercado, estímulos financeiros em geral, condições
de dignidade para o trabalhador, etc, o outro fica à retaguar
da e segue seu destino histórico.
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226

O primeiro, como alento renovado, passa a ser con


cebido como "produtor de artesanato" a ele se abrindo a deman
da existente nos oentros urbanos, de compradores interessados
em capturar a fragrância do mundo natural que emana desses ob
jetos. Cria-se assim um importante foco de compradores, forma
do por indivíduos de rendas folgadas, altamente educados, soli
damente situados nas estratificações sociais e, simultaneamen
te, com algo que se poderia denominar "consciência ecológica".
Esta seria uma particular orientação de atitudes e valores que
privilegia os opostos dos traços dominantes na cultura urbano-
industrial, tais ccmo a funcionalidade, o acabamento mecânico,
a seriação de peças, etc.

O objeto assim definido, que recebe o nome das


próprias atividades, o "artesanato", carrega para dentro da re
sidência urbana a terra que o produziu, o criador não-alienado
que o criou, dando soltura â sua individualidade "primitiva".

Tem-se assim a principal motivação econômica, o


preço, capaz de assegurar a sustentação das atividades que be
neficiom. Os artesãos voltam ao trabalho que porventura haviam
deixado por não conseguir mercado, ensinam aos filhos, mobil:L
zam familiares e vizinhos, Toda a comunidade passa a orbitar
em t o m o da nova demanda.

Kesumindo, então, podemos dizer que as atividades


artesanais tendem ao des apare cimen to, â medida em que vão desa
parecendo as características basicas da matriz social de onde
emergem. Hoje, sua sobrevivência decorre de dois tipos de cau
sa, De um lado, em situações de separação do ciclo de expansão
das atividades urbano-industriais, elas sobrevivem precariamen
te, deixadas sozinhas. De outro, onde o novo mercado de artesa
nato as descobriu, novas motivações econômicas se instalam,tor
nando viável e interessante sua manutenção.
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Esta nova demanda/ a par de colocar condições de


sustentação, envolve riscos, especialmsnte dizendo respeito a
"autenticidade" e a "espontaneidade" da arte popular. O merca
do assim aberto tem exigências especificas, renegando alguns
objetos, por incovenientes ou de custos de transporte muito al^
tos, beneficiando outros e, inclusive, criando demanda para ar
tefatos inexistentes. A titulo de exemplos, poderia se dizer
que o comprador urbano não tem lugar para uma sela, gosta de
gamelas e potes de barro e pretenderia almofadas e sacolas. O
risco de perder a autenticidade não deve porém servir de racio
nal para políticas de falsa preservação de uma naturalidade de
proveta, para a criação de "jardins zoológicos" com espécimes
humanos de outros mundos sociais.

Diagnóstico por sub-setores

Passemos agora ã consideração das atividades pro


dutoras de artesanato setor a setor.

A) Cerâmica

No Vale do Jequitinhonha em geral e na Ârea Pro


grama, as atividades ligadas a cerâmica sao nitidamente as mais
importantes numericamente.

Isto decorre basicamente de que, a exemplo das de


mais atividades artesanais, a produção de peças de barro é des
tinada essencialmente ao uso, tanto do fabricante como de sua
comunidade imediata. Ainda que mais toscas ou menos uti li tares
que seus similares industriais, as panelas, bilhas e potes são
perfeitamente funcionais para seus usuários e são, alem disso,
baratos.
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Em uma região onde o achatamento de rendas mal


permite a sobrevivência, produtos baratos encontram pelo menos
algum mercado, até quando os similares industriais não surjam
com preços competitivos. Em toda a região existem assim arte
sãos dedicados S fabricação de peças utilitárias de barro.

O termo utilitário, ou sua acepção urbano-indus


trial, nao deve contudo confundir-nos. ííã inúmeras utilidades
não imediatamente disoemiveis, como utilidades rituais e sim
bélicos, bem como a utilidade estética em si . É um preconceito
gerado em outra situação social presumir que um objeto ou ser
ve ou não o faz, e que só serve enquanto pode ser recipiente
ou suporte para algo concreto e mensurável.

Feita esta ressalva, podemos considerar diversas


outras atividades ligadas à transformação do barro e que produ
zem estatuetas, imagens religiosas, animais, etc. Embora muito
menos difindidas, elas sao também freqüentes no Vale.

A cerâmica é feita essencialmente a partir da ar


gila local, muito abundante e é tinta com produtos de origem
natural. Assim, o verde é obtido pela maceração de folhas, o
vermelho com terra de formigueiro, as diversas tonalidades do
branco ao preto sendo obtidas no processo de queima. Apenas as
cores azuis são de origem industrial, sendo o principal coran
te empregado a anilina.

0 processo de fabricação se inicia pela moldagem


da peça por etapas, com secagens intermediarias ao sol. 0 arte
são inverte uma gamela, coloca sobre ela algo que possa fazer
girar, e, ao imprimir o movimento circular sincopado, vai dan
do forma ao barro. A peça pronta, ela é levada para o forno in
dividual a cada unidade produtora, ora indivíduo, ora familiar.
Estes são descobertos e, durante o período de chuvas, imprestá
veis.
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A grande maioria dos artes aos que se dedicam a ce


ramica são do sexo feminino, embora existam homens nela empre
ga dos.

B) Tecelagem

Às atividades artesanais ligadas à tecelagem do


algodão antes supriam a totalidade da demanda local para mate
ria-prima de vestuário. Hoje elas sobrevivem dedicadas à fabri^
cação de mantas e cobertores, para os mercados locais e de ar
tesanato, e de sacolas e almofadas exclusivamente para o segun
do. Foram assim introduzidos novos suportes, como os menciona
dos e também "panneaux", panos de mesa e passadeiras, em fun­
ção do comprador urbano, bem como técnicas de acabamento mais
sofisticadas.

O trabalho é essencialmente feminino, normalmente


mãe e filhas, e é feito em teares rudimentares tradicionais,
demandando perícia e dedicação no aprendizado.

A matéria-prima básica é o algodão, freqüentemen


te pouco comum no mercado, pois seus fabricantes o destinam ao
mercado industrial. A matéria-prima seguinte em importância sao
os corantes, no passado exclusivamente naturais, como a coira
na que dá o verde, a quaresmeira fornecendo o roxo e o urucum
o vermelho, e atualmente apenas industriais, de baixa qualida
de.

Em municípios muito desenvolvidos nestas ativida


des, começa a surgir uma incipiente divisão do trabalho, com o
surgimento de especialistas em fiação exclusivamente. Estas
fornecem âs tecelãs propriamente ditas o fio já trabalhado, em
bora existam ainda artesãs que enfeixam ambas as fases.
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230

Estas considerações sobre corantes e especializei


ção põem em evidência alguns dos problemas já referidos das
atividades arte sanais em geral. A própria existência de uma de
manda constante, que se efetiva pelas compras de entidades ofi^
ciais e privadas, provoca a transformação de todo o complexo
de onde surgem, demonstrando, inclusive, a inutilidade de tipo
logias baseadas exclusivamente na matéria-prima e nível tecno
lõgi co.

C) Madei ra

A s .atividades de elaboração de artefatos de madei


ra são hoje pouco desenvolvidas no Vale. No passado, eram res^
ponsãveis pela totalidade da oferta de mobiliário e peças avul.
sas. Atualmente, salvo a produção de gamelas e colheres, estas
atividades se restringem â elaboração de imagens religiosas ou
rituais, compradas exclusivamente pelo mercado de artesanato.

Utilizando-se de ferramentas sempre manuais e pou


co desenvolvidas, elas se defrontam com problemas de forneci
mento de matéria-prima, e são realizadas tanto por homens como
por mulheres.

D) Cestaria

Muito difundidas na região, as atividades de tran


çamento de fibras vegetais, genericamente denominadas cestaria,
se defrontam com o grave obstáculo de terem seus produtos pou
co demandados pelos compradores de artesanato. Ilã muita oferta
de centros de produção perto das grandes cidades, ou nelas mes
mas instaladas, o que torna pouco interessante economicamente
sua trazida para o principal tipo de centro consumidor.
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231

Contudo, a disponibilidade de fibras de excelente


qualidade, como o bambu, a cambauba, o imbé e o cipó assegura
algum grau de competição ã cestaria do Vale, desde que ela se
diversifique e passe a atuar em faixas não cobertas pela ofer
ta acima descrita.

E) Outras

Alem das citadas, existem atividades menores, mui


to pouco desenvolvidas e mantidas vivas por pouquíssimos arte
sãos. Destas, pode riam-se mencionar a fabricação de rendas, co
mum em outras regiões do Vale e a forjaria, antes importante
para a fabricação de a m a s brancas e ferros de marcar gado.

Das demais, as atividades ligadas ao couro são


muito freqüentes, dada a importância da pecuária na região. Em
diversos municípios hã muitos artesãos, voltados basicamente
para o mercado local, fornecendo desde calçados e peças de uso
na própria pecuária, como selas e arreios. A quase totalidade
dos couros de melhor qualidade é trazida de grandes centros co
mo o Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo.

Descrição das atividades por município

Na área compreendida pelos municípios de Araçuaí,


Berilo, Caraí, Chapada do Norte, Comercinho, Coronel Murta, Frai
cisco Badarõ, Itinga, Malacacheta, Minas Novas, Novo Cruzeiro,
Padre Paraíso e Virgem da Lapa é preciso considerar que o aoer
vo de informações disponíveis ê pequeno e não-extensivo. A áes
crição que se segue e realizada apenas para aqueles onde a CO
DEVALE dispõe de informações confiáveis. Sao estes: Araçuaí,Be
ri lo, Caraí, Itinga e Minas Novas. Dos demais, apenas algumas
informações parcelares existem eventualmente.
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A) Araçuaí

Neste município as atividades predominantes são a


cerâmica e o trabalho em madeira, existindo também alguma tece
lagem.

Foram ja cadastrados apenas 7 (sete) artesaos,cin


co dos quais em distritos do município, ocupados em cerâmica,
e os dois restantes, na sede, em madeira. São todos de muito 1
bom nível, com peças de fácil comercialização.

B) Berilo

Município essencialmente dedicado ã tecelagem, é


o grande centro regional desta atividade. Existem 2 8 teoelis
cadastradas, das quais 2 são exclusivamente fiadeiras.

O principal centro de produção e o distrito de Ro


ças Grandes. Neste município está projetada a criação de uma
Oficina-Escola de tecelagem e o desenvolvimento de cursos mi
nistrados por mestres-artesãos.

Fora estas, existem também atividades de cerâmica,


especialmente no distrito de Gangorra,

C) Caraí

Em Caraí, os artesãos cadastrados se dedicam ex


clusivamente â cerâmica e fazem parte de duas famílias, cada
uma das quais com 5 membros de sexo feminino.

Algumas das mais notáveis ceramistas do Vale se lo


calizam aí, fabricando estatuetas, cenas da vida rural, ani-
mais, etc, alem dos suportes tradicionais.
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D) Itinga

Também em Itinga, o cadastramento preliminar co


bre apenas a cerâmica, incluindo 5 artesãs, 3 das quais fazen
do parte de uma sô família, muito notável pela qualidade de
suas obras.

E) Minas Novas

Em Minas Novas, as principais atividades sao liga


das à fabricação de peças de cerâmica. Existem 4 artesãos ca
das trados, 2 pertencendo a mesma família.

F) Demais Municípios

Era Virgem da Lapa, Coronel Murta, Chapada do Nor


te e Francisco Badarõ a tecelagem ê desenvolvida, tanto na fa
bricaçao de mantas e cobertores, como na criação de peças de
algodão cru para vestuário.

Em Comercinho e Padre Paraíso, existem vários ar


tesãos trabalhando em cerâmica, e, no primeiro, há um muito re
presentativo, cujas peças são comercializadas pela CODEVALE .

As atividades ligadas ao couro encontram sua ex


pressão maior em Araçuaí, tradicional centro produtor, e exis
tem também em vários outros municípios, dentre os quais avulta
Virgem da Lapa.
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B.2) Setor Industrial

B.2.1) Extrativismo e transformação

No setor de extração mineral nota-se a presença


dos chamados "garimpos", atividade com uso de mão-de-obra inten
si va e cora baixo grau de inversão. Pela sua incapacidade de ge
rar capital fixo esta atividade não possui condições de ser fi
nanciada por falta de garantias reais a serem oferecidas e pela
sua instabilidade de ocupação. Re ves te-se de caráter efêmero de
coleta de minerais descobertos de maneira aleatória/ em depõsi^
tos aluvionais ou nas encostas de dobras geomorfolõgicas. Trata
-se geralmente de minerais carbonados, incluindo-se entre estes
as chamadas pedras preciosas e semi-preciosas {decorativas e in
dust ri ais) tais como cristais incolores isoformolõgicos de car
bono puro, carbonados corados, quartzes hialinos e aluminatosde
glucínios. Alem destas, si li catos, rochas foliares como mica e
cassiterita sao também exploradas, embora possuam baixo valor
comercial. Argilas, calcãreos e silicoses são também extraídas
para a fabricação de utensílios manufaturados tais como tijolos
e artefatos de utilidade doméstica, além de peças ornamentais.lfc
entanto é inexpressivo o valor econômico destas atividades tan
to em relação ao pessoal empregado bem como ao valor de produ
ção.

B.2.2) Manufaturas

O setor manufatureiro organizado é representado


por indústrias rudimentares, de organização jurídica fechada em
regime de propriedade familiar. A especialização de mercado en
tre investidor, empresário e administrador é inexistente, con
centrando o proprietário estas três funções básicas em suas
mãos. Representa ele também o estoque de mão-de-obra especiali
zada, sendo pequeno o vulto do capital empregado.
governo do estado de m in a s g e r a is
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235

Os produtos destinam-se ao mercado local e o setor


é concentrado no ramo de bebidas. De 106 estabelecimentos levan
tados, conforme tabela 51 dedicam-se a esta atividade, é um se
tor ligado às atividades primárias, aproveitando produtos de o
rigem animal e vegetal.

Os estabelecimentos de metalurgia existentes em A


raçuaí e Minas Novas sao de calderaria/ dedicando-se a confec
ção e estampagem de utensílios domésticos de ferro, cobre e la
tão. Fabricam tachos, panelas e pequenas peças mecânicas para o
mercado da região,

No setor alimentício, destacam-se os estabeleci­


mentos rudimentares de laticínios que produzem queijos e requei
jões fundidos, comercializados em âmbito regional.

O setor de couros, peles e produtos similares, e


representado por curtumes de couros de origem vacum que des ti
nam peles para as indústrias rudimentares de calçados populares
na região. Sao estabelecimentos primitivos com baixo grau de
tecnologia e inexpressiva relação produto/capital.

Nao existem condições de se avaliar os estabeleci­


mentos madeireiros. Constituem-se de pequenas serrarias, com re
duzido emprego de energia de origem mecânica ou hidroelétrica,
destinadas ao fornecimento de peças serradas de madeira para a
construção civil.

No setor de mobiliário, existe a ocorrência de pe


quenos estabelecimentos que trabalham sob encomenda, desconhe
cendo ainda as técnicas de produção seriada. É uma atividade ar
tesanal, com utilização intensiva de mão-de-obra e com reduzido
volume de investimentos em ativos fixos .
o m w

G'OVERNO
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P. S I M I L A R E S A R T . TEC.
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Araçuaí 031 001 001 004 009 001 004 009 001 001 -
Berilo Q0 2 - -• -• - - 002 - - -
Cape linha 008 “ - - 004 004- - - - T5
Caraí 002 * 001 001 - - - - - - - O
C h a p a d a d o Norte 003 “ 001 001 “ 001 - ' - O
- -V - - - - -
D
Comercinho - - -
rn
Coronel Murta 003 - - - * “ - . 003 - -* - <
>
Francisco Badarõ 005 - - 003 - — - 002 - .- “
r
Itinga 006 - 001 • - 002 - - 002 - - 001 m
Malacatíieta 004 - 001 001 - - ■002 - - — *
M i n &s M o v a s 019 001 001 002 - “ “ 015 - - -
Hovo Cruzeiro 014 - - “ - - 002 012 - - -
Padre Parafso 001 - 001 - - - - - - - -

V i r g e m da L a p a 008 .- - 002 00 4 001 001 “ “ -

TOTAL 106 002 007 014 015 001 013 051 001 001 001

F o n t e : C e n s o I n d u s t r i e i F IB C E - 19 7 0 .

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237

No setor editorial e gráfico, existe na região so


mente um estabelecimento. Por esta razão este ramo fica excluí
do da análise.

Pela mesma razão não se analisa o ramo de vestuá­


rio, calçados e artigos de tecelagem.

B.3) Setor Terciário

O setor terciário da região é bastante primitivo, a


presentando uma estrutura frágil de capital, com predominância
de unidades familiares e pequeno volume de rendas. Os ramos de
comércio são representados por pequenos estabelecimentos com
baixo grau de especialização, frágil estrutura de capital, de
organização jurídica individual e explorados pelos prop rietários.
Não dispõe de condições de seleção de clientela dada a acanhada
dimensão de mercado local. A análise deste ramo por especialida
de apresenta o seguinte perfil:

i) Forte concentração em estabelecimentos vareji^


tas de produtos alimentícios e bebidas. Este tipo de estabeleci!
mento representa 58,19% na composição total.

ii) Falta de identificação por estabelecimentos de


dicando-se a mais de um tipo de produto ou grupo de produtos.

ili) O ramo de tecidos e artefatos de tecidos, com


12,08% de participação na composição total, é o regime mais ex
pressivo.

iv) Pode-se deduzir que o comércio varejista atende


as solicitações de sobrevivência, não atingindo a uma clientela
com uma demanda mais exigente.
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238

v) A cidade de Araçuaí concentra grande parte dos


estabelecimentos especializados, principalmente de artigos de
ferragens, três dos quais se encontram nesta cidade. 0 único es_
tabele cimento de Papel e Impressos ali também se localiza.

, vii Os demais ramos encontram-se presentes com a se


guinte distribuição:
Artigos diversos - Três estabelecimentos em Araçu
aí, um em Comercinho, dois em Francisco Badarõ e um em Virgemda
Lap a.

vii) Com relação a conposição percentual o perfil é


o mostrado pela Tabela.

TABELA .
Setor Comércio (Ramos)

RAMO E/OU ESPECIALIZAÇÃO %

Produtos alimentícios e bebidas 58,19


Tecidos e Artefatos de Tecidos 12 ,0 8
Mercearias em Geral, inclusive produtos
alimentícios 03,57
Produtos Químicos e Farmacêuticos 02,42
Combustível e Lubrificantes 01,57
Outros 22,17

TOTAL 100 ,00

Fonte: Censo Demográfico de 19 70 - FIBGE

Quanto aos serviços de alojamento e alimentaçao a


presentam predominância. Sua participação percentual é de 9,2 4%.
Trata-se, porém, de estabelecimentos rudimentares, com baixo
grau de conforto, explorados diretamente pelos proprietários .Sao
pensões modestas e restaurantes sem nenhum aparato que motive a
frequência de uma clientela de maior apuro no consumo de servi_
ços. O ramo deve passar por um levantamento a nível de estabele
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239

cimento para identificar suas carências com relação â demanda


verificada, Com relação aos serviços de alojamento, uma melhor
qualidade poderá ser introduzida através de uma pesquisa de or:L
gem espacial e sõcio-econômica da clientela, adequando-se a o
ferta ao nível de demanda qualificada.

0 ramo de Serviços Pessoais possui também alguma


expressividade. Participa com 6,52% na composição total. Tratja
-se também, de estabelecimentos dimensionados a nível da procu
ra local. Não apresentam um aparato capaz de identificã-los a
nível de estabelecimentos razoavelmente organizados. São precã
rios e carentes de organização. Explorados pelo seus proprietã
rios, repetem a característica, dominante na região, da presen
ça de empresas familiares. Suas acanhadas dimensões não permi
tem, no entanto, outro tipo de organização.

O Ramo de Recuperação, Manutenção e Conservação a


parece com 3,05%. Neste, estabelecimentos de maior dimensão e
mais modernos, comparecem por força do tipo de atendimento, são
organizações supervisionadas por empresas industriais de porte,
situadas fora da região, que lhe dão características mais moder
nas, por força de concessões ou autorizações para prestação de
serviços.

Os demais ramos de serviços não apresentam "de per


si" taxas elevadas na composição, não merecendo portanto uma a
nãlise mais perfunctõria.
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240

C) Infra-estrutura econômica

A infra-estrutura econômica da região é precaríssi


ma incapaz de sustentar o aparecimento de atividades econômicas,

A eletrificação é recente, o volume de tráfego e


inexpressivo. Não existe um sistema de irrigação, que aprovei^
tando os recursos hídricos naturais, sirva de suporte ás ativi
dades agrícolas.

Os serviços de comunicação caracterizam-se por uma


tênue rêde de agências postais, com um precário serviço telefô
nico e por um serviço de transporte coletivo precário e desorga
nizado.

Em suma, presencia-se em toda a Ãrea-Programa a


baixa qualidade dos serviços que sao prestados à população, o
que vem a contribuir para o baixo nível da população.

C.l) Transportes

C.l.l) Rodovias

Duas rodovias federais formam o sistema viário


principal da Ãrea-Programa. Em primeiro plano situa-se a BR-116
(Rio-Bahia) que apesar de apenas tangenciar esta região em Pa
dre Paraíso representa praticamente a totalidade dos fluxos em
direção aos pólos de Teõfilo Otoni e Vitória da Conquista. Em
plano inferior, a BR-367 (antiga MG-2) desempenha o papel de u
nificadora da região de Araçuaí, oferecendo uma segunda conexão
com a Rio-Bahia em Itaobim.

A malha viária ê completada por rodovias estaduais


e municipais, inexistindo tráfego ferroviário, dado que o único
ramal existente ligando Araçuaí a Teõfilo Otoni foi por ter si
do considerado anti-econômico.
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241

a.) Análise do Volume Medio Diário de Tráfego Observado

Excluído o tráfego de automóveis de passageiros,


por não possuir este nenhum significado econômico e representar
simplesmente "status" e conforto individual a maior frequência
de veículos não ultrapassa em muito o volume de 200 veículos,
situando-se na media 0 (zero) a 50 (cinquenta) o volume médio
de tráfego de veículos de carga e de passageiros na região.

Este volume de tráfego é suportável por estradas


que dispõem de condições técnicas mínimas. Adequar a infra-e£
trutura viária aos requerimentos de tráfego não importa na rea
lização de grandes investimentos. A tabela I em mostra o volume
de tráfego existente na rede estadual, considerando-se que a re
de municipal não possui tráfego quantificado e também as condi­
ções da rede viária.

b) Transportes Coletivos - A utilização viária

Por outro lado, a frequência de viagens semanais


é baixa. Partindo do pressuposto de que as empresas de transpor
te de passageiros fazem circular seus veículos cora lotação com
pleta ou acima da capacidade legal, verifica-se, pela análise
dos horários, que a demanda, mesmo entre cidades limítrofes ê
diminuta.

O número de viagens diárias não excede a quatro.


Considerando-se que a capacidade nominal destes veículos seja
de quarenta passageiros e que sua lotação normal seja de seten
ta passageiros e dadas as condições locais, o fluxo observado
não ultrapassa 280 passageiros/dia, índice pouco significativo.
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS .
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2 42

A rede municipal constitui-se de pequenos trechos,


na totalidade em leito natural, com volume médio diário de trafego in
ferior a 20 {vinte) veículos. Predomina o tráfego de veículos
de passageiros e não existe contagem de tráfego. Uma análise
mais objetiva exigiria que este levantamento fosse realizado pe
lo menos nos trechos que têm por função as ligações intermunici
pais, sabendo-se que de forma geral, todo trecho que apresenta
volume de trafego superior a 20 (vinte) veículos/dia passa para
a orbita estadual, sem alteração significativa de suas caracte
rísticas. São vias bastante precárias, construídas sem obediên­
cia a critérios técnicos mínimos, sendo trafegãvel, na maioria
dos casos, somente na estação seca.

A rede estadual compÕe-se de uma malha formada por


uma série de rodovias não pavimentadas, com uma frequência mé­
dia de tráfego superior a 20 e inferior em media a 300 veícu­
los/dia. Neste volume nota-se a prevalência de veículos de tu
rismo, o que demonstra o baixo grau da função econômica exerci
da pela malha viária.

O Sistema de conservação da rede estadual ê manti­


do por 0 3 (três) Residências Regionais do DER - MG:

1. 22a. Residência Regional, com sede em Araçuaí.


Em sua área de ação, além da sede, estão os mu
nicípios de Padre Paraíso, Caraí, Itinga, Coro
nel Murta, Virgem da Lapa, Berilo, Francisco Ba
darõ, Chapada do Norte e Minas Novás.

2. 27a. Residência Regional, com sede em Pedra


Azul. O único município da Ãrea-Programa situa
do dentro da área de atuação desta Residência
ê o de Comercinho.

3. 27a. Residência Regional, com sede em Teõfilo


Otoni, atendendo os municípios de Novo Cruzeiro
e Malacacheta.
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243
C-1.2) Aerovias

Somente três municípios da ãrea-programa: Araçuaí,


Minas Novas e Virgem da Lapa dispõe de aeroporto, não sendo ser
vidos entretanto, por linhas regulares. 0 aeroporto de Minas No
vas não está homologado pela Diretoria de Aeronáutica Civil
DAC - do Ministério da Aeronáutica.

Os dados sobre os aeroportos existentes são os se­


guintes:

ARAÇUAl
Prefixo: SNUI
Localização em Relação ã cidade - 1 km SSW
Coordenada geográfica - 16^ SIS 42° Q4W
Altitude: 314 m
Pista principal - 09
Comprimento da pista - 1.260 m
Largura - 60 m
Piso - cascalho
Homologado - C - 47

MINAS NOVAS
Prefixo - SNM
Localização em relação à cidade - 3 km NNW
Coordenada geográfica - 17° 14 S 42° 35 W
Altitude - 750 m
Pista principal - 15
Comprimento da pista - 800m
Largura - 20 m
Piso - cascalho
Não tem homologação

VIRGEM DA LAPA
Prefixo - SMUL
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244

Localização em relação à cidade


Coordenada geográfica - 16° 48 S 42° 22 W
Altitude - 600 m
Pista principal - 05
Comprimento da pista - 1.150 m
Largura - 20 m
Piso - areia
Homologado - D - 18 S

C.2) Energia hidroelétrica

É recente o esforço de eletrificação da Região.


Ele é representado pelo conjunto de atividades que o Departamen
to de Aguas e Energia do Estado de Minas Gerais desenvolveu na
região aproveitando a capacidade gerada de energia de origem hi^
droelétrica pela Companhia de Eletrificação do Estado da Bahia
(COELBA) e pela Centrais Elétricas de Minas Gerais - (CEMIG).

No entanto esta eletrificação atendeu a aspectos


eminentemente sociais, pois não existe demanda significativa de
energia elétrica para fins industriais. Por outro lado a porcen
tagem de domicílio ligados ã rede elétrica, de acordo com dados
fornecidos pelo DAE é em média de 8,73% para a região, ca­
bendo ao município de Cristãlia o maior índice de eletrificação.

A região é servida por linhas de transmissão de


138 KV, partindo de Teõfilo Otoni, Montes Claros e Diamantina
e uma linha de 69 KV partindo de Maiquinigue. O mapa analisado
é o publicado pelo DAE-MG que eletrificou a Região no seu Rela­
tório de Atividades de 1975. O sistema da Companhia Luz e Força
Hulha Branca (de Curvelo) que servia a cidade de Diamantina foi
incorporado pela Centrais Elétricas de Minas Gerais e encontra-
-se em fase final de fusão.

(15) Departamento de Aguas e Energia do Estado de Minas Gerais.


GOVERNO t) 0 ESTADO DE MINAS GERAIS
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245

Os sistemas construídos apresentam a peculiaridade


de não serem interligados, pelo menos a nível regional, o que
significa que no caso de faltar sua alimentação, nao existe a
nível local, nenhuma alternativa de suprimento. Uma das primei
ras providências a serem analisadas a nível de viabilidade têc
nica, é da sua interligação através de sub-estações e linhas de
transmissão compatíveis.

A tabela LVII - mostra a distribuição por números de


usuários de acordo com a sua categoria. Não existem dados dispo
níveis sobre o consumo por categoria.

C.3) Infra-estrutura Urbana

a) Agua e Esgoto

Fornecimento de agua notável e esgotos.

A media do Vale do Jequitinhonha de domicílios 1:L


gados à rede urbana de água é 7,20%. Outros 7,56% se abastecem
em poços, nascentes, aguadas ou cursos d'água. Por outro lado
1,83% dos domicílios acham-se ligados aos sistemas gerais de es
goto. Não existem dados sobre a existência de tratamento de de
jetos para despejo em cursos d'água, nem mesmo de instalações '
primaaes de decantação dos dejetos ou filtração da água servida
(veículo) e aproveitamento ou regeneração dos dejetos. Pressu
põe-se que estes dejetos sejam atirados aos cursos d 'água sem
nenhum tratamento, o que representa a poluição das prováveis
fontes de captação de água. Por outro lado,1,4% dos domicílios
se acham ligados a fossas sépticas, 13,52% a fossas rudimenta
res e 1,38% a outros escoadouros. Isto significa que 80,80% dos
domicílios não estão ligados a nenhum sistema de esgoto.
GOVERNO 00 ESTACO DE MINAS GERAIS
SECRETARIA d e p l a n e j a m e n t o e c o o r d e n a ç ã o g e r a l / f j p / c q d e v a l e
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246

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CEPA - Comisslo Estadual de Planejamento Agrícola de MG

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248

b) Habitação

Os dados sobre habitação revelam que 6 3,24% dos


imóveis são próprios, 8,42% são alugados e 28,16% têm outra re
lação de ocupação. Por outro lado 64,18% são permanentes e
35,82% são rústicos. Não se dispõe de dados sobre a idade dos
domicílios.
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249

4. Situação Social

O acesso aos equipamentos sociais básicos mantém


relação estreita com o nível de renda da população. A Area Pro
grama caracteriza-se pela prevalência de níveis acentuados de
pobreza, onde os estratos de renda mais baixa vivem entre a
subsistência e a simples sobrevivência. Esta situação agrava
o processo de deteriorizaçao da qualidade de vida, sobretudo,
naqueles aspectos referentes ao saneamento, saúde, nutrição e
educaçao.

Quando se considera que o estado de saúde e educa


ção de uma população é, em muitos casos, condicionante das al^
temativas possíveis de desenvolvimento, o Estado que atua co
mo promotor e indutor do desenvolvimento, tem que t o m a r este
processo interativo: ora privilegiando a iniciativa privada no
fomento das atividades diretamente produtivas, ora dando ênfa
se aos gastos em capital social básico.

Os diagnósticos feitos para a Area demonstram o


alcance dos desequilíbrios sociais decorrentes de uma programa
ção pouco vigorosa na ãrea social. Determina-se a existência
de amplos bolsões de pobreza urbana e rural, contrabalançados,
apenas, pelas virtualidades da economia de subsistência. Ê fã
cil ver que a economia de subsistência não é um fenômeno ape
nas rural. Pode-se falar, também, numa economia urbana de sub
sistência, como resultado dos esforços da população marginal
de sobreviver no meio urbano, fora dos circuitos fechados do
mercado de trabalho e de bens de consumo.

4.1. Situação educacional

A população escolarizãvel da região {população de


7-14 anos) é de aproximadamente 60.321 pessoas. Entretanto, e
G OVERN O PO ESTAD O DE M tN A S G £R A )S
S E C R E TA R IA DE P L A N E J A M E N T O E CO O RDENAÇÃO G E R A L /F JP /C O D E V A L E
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250

xistem matriculados apenas 32.989, havendo, portanto, um de


ficit de aproximadamente 27.332 pessoas.

A Ãrea Programa não escapa das características de


toda a região do Vale do Jequitinhonha. Ela é também marcada pe
lo ingresso tardio da população escolarizãvel na rede de ensi
no. Apresenta taxa média de aprovação aproximada a 64% para o
19 grau e 9% para o 29 grau. (D.M. SEEMC-1975). 0 grande pro
blema refere-se H taxa de evasão e ã produtividade e qualidade
do ensino como veremos posteriormente.

A rede escolar desta região está subordinada a


duas delegacias regionais: Teõfilo Otoni e Diamantina.

Existem ao todo, 288 unidades de ensino, incluin­


do cursos do primeiro e segundo grau, administrados por Órgãos
estaduais, municipais e particulares.

Os dados aqui utilizados, foram extraídos em par


te dos diagnósticos municipais enviados à Secretaria do Estado
da Educação e, de contatos estabelecidos com as autoridades de
ensino locais, ficando o diagnóstico sujeito a confiabilidade
ou não das informações obtidas.

4.1.1. Número de escolas, localização e Dependência Administra


ti va

A tabela LIX mostra o total de escolas existen—


tes na região segundo sua localização e dependência admihistrati
va.
G OVERN O DO ESTAD O DE M IN A S G E R A IS

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251

TABELA LIX
N9 DE ESCOLAS, DEPENDÊNCIA E LOCALIZAÇÃO
19 75

N9 DE ESCOLAS
ZONAS TOTAL
ESTADUAL MUNICIPAL PARTICULAR

Urbana 43 4 2 49

Rural 52 187 - 2 39

TOTAL 95 191 2 288

Fonte: Diagnósticos Municipais enviados à Secretaria de Educa


ção de Minas Gerais.
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CEPA • ComlseSo Estadual da Planejamento Agrícola de MG

252

Pelos dados apresentados na tabela LIX e gráficos


38 e 39» observa-se a grande participação do Setor Publico na
rede de ensino da região.

Na zona urbana os estabelecimentos estaduais atin


gem 88% do total, enquanto que na zona rural a predominância
cabe aos estabelecimentos municipais, 79%.

Em termos globais, temos 98% do total dos estabe


lecimentos são administratos pelo setor público, com uma parti
cipação de apenas 2% do setor privado.

Nota-se, ainda, que 82% dos estabelecimentos es


tão localizados na zona rural.

A distribuição espacial dos estabelecimentos na


região não apresenta grande concentração em um sõ município.

4.1.2. Estabelecimentos com Curso "Pré-Escolar"

0 número de estabelecimentos com curso "Pré-Esco


lar" na região é insignificante.

Eles existem em apenas 3 municípios: Araçuaí, Ma


lacacheta e Minas Novas. Nestes Municípios o total de alunos
matriculados em 1974 foi 185, distribuídos em 6 classes, com
uma relação aluno/ciasse de 31/1.

4.1.3. Ensino de Primeiro Grau

a) Número de Estabelecimentos de Ensino de 1


(la. a 4a. série).
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SECRETARIA DA AGRICULTURA / SOAPA
CEPA - ComÍ6^ao Estadual de Planejamento Agrícola de MG

253

1975
Dependência Administrativa dos
Estabelecimentos
gráfico
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Urbana ___
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Rural

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total 31%
i—

= 3 _____________________ _________________ 6E%.

estadual
municipal
Hl jparticular

19 75
Distribuição dos Estabelecimentos
por Zona

gráfico

Urbana 18%

Rural 82%
Fonte:Diagnóstico dos municípios enviados â Secretaria
de Educação de Minas Gerais
governo do estado de m in a s g e r a is
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254

TABELA LX
NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS
19 75

NÚMERO DE ESCOLAS
ZONAS PARTI TOTAL
ESTADUAL MUNICIPAL FEDERAL
CULAR

Urbana 26 1 - - 27

Rural 52 187 - -
239

TOTAL 78 188 - - 266

Fonte: Diagnostico dos municípios enviados à Secretaria de Edu


cação de Minas Gerais.

Na tabela LX estão relacionados o número de esta


belecimentos com cursos para apenas as 4 primeiras séries. Ve
ri fica-se que estes estabelecimentos representam 92% do total
da região estudada.

Verifica-se, ainda, que nesta faixa de ensino e


xistem apenas estabelecimentos públicos (estaduais e munici­
pais) . O número de estabelecimentos municipais ã bastante supe
rior aos estaduais, numa proporção de 140% aproximadamente.

Pode-se constatar que neste nível de ensino o nú


mero de estabelecimentos localizados na zona rural é bem maior
do que os da zona urbana. Enquanto nesta última existem apenas
27 unidades, na zona rural elas atingem a 239 unidades.

Na area, existem apenas unidades públicas


que oferecem cursos somente para as 4 primeiras séries.
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255

b) Número de Estabelecimentos de Ensino de 19 G


(5a. a 8a. séries)

TABE IA LXI
NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS
19 75

NÚMERO DE ESCOLAS
ZCNAS TOTAL
PARTI FEDERAL
ESTADUAL MUNICIPAL
CULAR

Urbana 9 2 - -
11

Rural - - ** - -

Fonte: Diagnósticos dos municípios enviados ã Secretaria de


Educação de Minas Gerais.

O numero de estabelecimentos que oferecem cursos


da 5a. a 8a. séries é realmente insignificante.

De início, podemos observar que eles existem ape


nas na zona urbana e não estão distribuídos uniformemente en
tre os 13 municípios estudados. A este respeito faremos um co
mentãrio mais à frente.

Ainda neste nível a dependência administrativa dos


estabelecimentos ainda é pública, havendo um predomínio da re
de estadual.
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256

c) Numero de Estabelecimentos de Ensino de 19 Grau

TABELA LXII
NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS
1975

NÚMERO DE ESCOLAS
ZONAS TOTAL
PARTI
ESTADUAL MUNICIPAL FEDERAL
CULAR

Urbana -
1 1 - 2

Rural - - - - -

TOTAL _
1 1 - 2

Fonte: Diagnóstico dos municípios enviados à Secretaria de


Educação do Estado de Minas Gerais.

Por estes dados jã podemos ter alguma noção so­


bre a atuação do sistema educacional nesta região. Apenas em 2
unidades de ensino e seus usuários tem possibilidade de comple
tar o curso do 19 grau, sem interrupção.

Destas unidades, uma estã subordinada administra


tivamente ao município e a outra ao setor privado, estabeleci
das em Francisco Badarõ e Minas Novas.

Através de contatos com as autoridades locais,con


seguimos algumas informações relevantes para este diagnostico.
Com referência ao número de escolas e os cursos oferecidos jã
podemos destacar algumas considerações.
GOVERNO DO ESTAD O DE M IN A S G ER A IS
S E C R E TA R IA DE P L A N E JA M E N T O E CO O RDENAÇÃO G E R A L /F JP /C O D E V A L E
SECRETARIA DA AGRICULTURA / SOAPA
CEPA - Comissão Estadual de Planejamento Agrícola de MG

257

Podenos verificar que o número de estábelecinen


tos é bastímte reduzido e insuficiente para atender a demanda
regional» A maioria das escolas funciona em três turnos diur
nos, começando às 6; 30 horas da manhã e terminando às 18 ho
ras, para procurar atender, pelo menos uma parcela significa
ti va desta demanda. Um dos grandes problemas que foi constata
do na região é justamente a escassez de vagas. Por outro lado,
temos que o. número de alunos que completam o curso de primeiro
grau é insignificante se comparado às matrículas iniciais de
primeiras séries, e isto se deve entre outras coisas, a falta
de opções oferecidas para os alunos egressos da 4a. série, on
de ha uma grande barreira para ingresso na 5a. série por falta
de vagas.

4.1.4. Educação integrada

Ha área apenas Araçuaí, Caraí, Cel. Murta, Fran­


cisco Badarô, Itinga, Malacacheta, Minas Novas e Padre Paraíso
possuem o curso de educação integrada.

Existem ao todo 24 classes, para um total de 964


alunos (19 75) .

Este curso funciona em horário noturno e em condi


ções não muito boas conforme citaremos posteriormente.

4.1.5. Ensino do 29 grau

São poucos os municípios desta região que têm cur


so do 29 grau. Apenas Araçuaí, Malacacheta, Padre Paraíso e
Virgem da Lapa oferecem cursos de Magistério de 19 grau, Cole
gial Hormal, Economia Doméstica e Prática de Adúbação.

Em todo o curso de 29 grau da região, em 1975, o


total de alunos matriculados atingiu apenas 480 alunos, com u
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
SECRETARIA DE PLANEJAM ENTO E COORDENAÇÃO GERAL/FJP/CO DEVALE
SECRETARIA DA AGRICULTURA / SOAPA
CEPA - Comissão Estadual de Planejamento Agrícola de MO

258

ma matrícula inicial de 271 alunos e matrícula final de 2.46 a


lunos. A taxa de promoção foi de 9 7%, enquanto a de evasão foi
8% (D.M. - SEEMG - 1975).

Alem de insuficiente, são inadequados os cursos de


29 grau na região. A area é predominante mente agrícola existe
apenas um curso deste tipo. Mesmo as outras opções oferecidas
são insuficientes para cobrir a demanda regional.

Existia em Araçuaí a Escola Estadual Industrial


"São José", de primeiro grau. Esta escola foi fundada com a fi
nalidade de transfomar-se no futuro eu escola profissional!
zante. Foram preparados dois professores para ensinarem técni^
cas de cerâmica, corte e costura, tapeçaria, cestaria e artesa
nato de couro, com material fornecido pelo MEC. Mais tarde os
professores habilitados desligaram-se da escola, ficando em
seus lugares duas outras pessoas com bom conhecimento técnico,
mas não habilitados. Por isto, através de ordem da DRE de Teõ
filo Otoni, o ensino técnico foi suspenso até segunda ordem
por falta de elementos qualificados, ficando a escola funcio
nando apenas com curso do primeiro grau, sem o profissionali
zante.
GOVERNO DO ESTADO de m in a s g e r a is

SECRETARIA DE PLANEJAM ENTO E COORDENAÇÃO G ERAL/FJP/CO DEVALE


SECRETARIA DA AGRICULTURA / SOAPA
CEPA * Comissão Estadual de Planejamento Agrícola de MQ

259

4.1.6. Estado de conservação dos prédios

A precariedade das instalações das unidades de en


sino é geral na maioria das regiões do Estado. Entretanto, nes
ta região, a situação é simplesmente alarmante.

TABELA LXIII
ESTADO DE CONSERVAÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS DE ENSINO
19 75

ESTADO DE CONSERVAÇÃO
ZONAS ESTADUAL MUNICIPAL PARTICULAR

B R P B R P B R P

Urbana 20 40 40 50 30 20 50 50 -

Rural 15 22 63 13 36 51 - - - ■

Fonte: Diagnóstico dos municípios enviados ã Secretaria de


Educação de Minas Gerais. (Dados trabalhados - FJP) .

A tabela LXIII mostra os percentuais do estado de


conservação dos prédios nesta região de acordo com suas unida
des administrativas.

Cada coluna contem três tipos de informações:

B (boa) , R (regular) e P (precária)


GOVERNO PO ESTADO PE MINAS GERAIS
SEC R ETA R Y DE PLANEJAM ENTO E COORDENAÇÃO GERAL/FJP/CO DEVALE
SECRETARIA DA AGRICULTURA / SOAPA
CEPA - ComíssSo Estadual de Planejamento Agrícola de MG

260

1975
Estado de conservação dos
çstabelecimentos
i
de ensino
ZONA RURAL gráfico

63%

Estadual 22 %
15%

-Municipal

1975
Estado de conservação dos
estabelecimentos de ensino
ZONA URBANA gráfico
40%

Estadual 40%

20%

20%
I
Municipal 30%

50%

Particular 50%
r---7.
— — '
----— — =— ^ 50%

precário Fonte : Diagnóstico dos municípios


bom enviados â Secretaria de E-
regular ducaçao de Minas Gerais
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
SECRETARIA DE PLANEJAM ENTO E COORDENAÇÃO G ER AL/FJP/CO DEVALE
s e c r e t a r ia d a a g r ic u l t u r a / s o a p a
CEPA - Comissão Estadual da Planejamento Agrícola de MG

261

Esta situação mostrada através de números não nos


possibilita uma grande percepção real. Entre tanto, pode mos con£
tatar que na rede estadual predominam os prédios em situações
precárias, tanto na zona urbana quanto na rural. Na rede muni­
cipal existe uma situação inversa sobretudo nas localizações
setoriais. Enquanto na zona urbana 50% das escolas encontram-
se em boas condições de funcionamento, na zona rural 51% estão
em condições precárias. Apenas a rede particular da zona urba
na funciona em boas condições.

Conforme dissemos anteriormente apenas com núme


ros não se consegue aproximar da realidade.

Através dos contactos com autoridades locais con­


seguimos informações e sentimos a situação bem mais de perto.

A rede física da região, na realidade, é a mais


precária possível. Na maioria das instalações visitadas os pro
b lemas foram comuns.

Em quase todas as escolas as instalações sanitá­


rias não funcionam, não existe água, nem rede de esgoto.

A maioria dos estabelecimentos não são murados o


que dificulta também a conservação dos prédios.
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
SECRETARIA DE PLANEJAM ENTO E COORDENAÇÃO GERAL/FJP/CODEVALE
SECRETARIA DA AGRICULTURA / SOAPA
CEPA - Comissão Estadual de Planejamento Agrícola de MG

262

O funcionamento do curso noturno {geralmente o de


Educação Integrada) ê bastante deficiente, principalmente pe
las condições não muito adequadas das instalações elétricas.

TABELA LXIV
PRÉDIOS CONSTRUÍDOS E ADAPTADOS
1975

% ESCOLAS ADAPTADAS E CONSTRUÍDAS

ZONAS ESTADUAL MUNICIPAL PARTICULAR

CONST. ADAP. CONST. ADAP. CONST. ADAP.

Urbana 96 4 83 17 100 -

Rural 54 46 33 67 » -

Fonte: Diagnostico dos municípios enviados a Secretaria de E


ducaçao de Minas Gerais. (Dados trabalhados - FJP).

Existe na região uma parcela significante de esta


belecimentos improvisados, sobretudo na zona rural. Estas ada£
tações geralmente são feitas em Igrejas, casas de professoras
ou alguns barracos disponíveis nas comunidades.
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
SECRETARIA DE PLAN EJAM EN TO E COORDENAÇÃO GERAL/F JP/CODEVALE
SECRETARIA DA A G R IC U LT U R A /S O A P A
CEPA - Comissão Estadual de Planejamento Agrícola de MG

263

Pela tabela LXIV, pode-se verificar que na zona


urbana a percentagem de escolas adaptadas é relativamente bai^
xa. A rede particular apresenta uma percentagem de escolas
construídas de 100%, mas em compensação seu número é bastante
reduzido em toda região.

Na zona rural, a situação já e bastante diferente.


Temos que em media 5 7% dos estabelecimentos são improvisados.
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
SECRETARIA DE PLANEJAM ENTO E COORDENAÇÃO GERAL/FJP/CODEVALE
SECRETARIA DA A G R IC U LT U R A /S O A P A
CEPA - Comissão Estadual ds Planejamento Agrícola de MG

264

Unidades construídas e adaptadas


ZONA URBANA

Estadual

Unidades construidas e adaptadas


ZONA RURAL
gráfico

46%
Estadual
54%

mu adaptadas Fonte :Diagnósticos municipais en


EE3 construidas viados à Secretaria de Educação dê ■
Minas Gerais
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
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265

4.1.7. Qualidade e produtividade do ensino

Os fatores que atuam de forma direta na qualidade


e produtividade do ensino da região estão ligados mais direta
mente a recursos humanos e rede física.

Conforme comentamos anteriormente a rede física da


região ê a mais precária possível, seja na zona urbana, mas prin
cipalmente na rural.

Pelas visitas que fizemos aos estabelecimentos t±


vemos a oportunidade de detectar vários pontos de estrangula­
mentos que afetam a baixa qualidade e produtividade do ensino
na região.

Com relação a parte de recursos humanos a situa


ção toma-se mais grave quando se analisa a zona rural. Aproxi
madamente 90% das professoras são leigas. Nesta área, o número
de pessoal técnico-administrativo é também limitadíssimo. Exi^
tem apenas 5 diretores para toda a zona rural, enquanto que na
zona urbana existem aproximadamente 22 diretores contratados e
distribuídos entre os 13 municípios e o número de professoras
leigas e bastante reduzido.

Tanto na zona urbana quanto na rural, a proporção


de professoras regentes de classes, contratadas, atinge mais de
70% do total.

Mas o ponto crucial da baixa produtividade do en


sino detêm-se ainda na rede física e nas péssimas condições do
material de ensino (carteiras, quadro-negro, etc.).
GOVERNO 00 ESTADO OE MINAS GERAIS
SECRETARIA DE PLANEJAM ENTO E COORDENAÇÃO QERAL/FJP/CODEVALE
SECRETARIA DA AGRICULTURA / SOAPA
CEPA - Comissão Estadual de Planejamento Agrícola de MG

266

O baixo nível de renda e o difícil acesso aos ser


viços de saúde, também em precárias condições, repercutem na
produtividade dos alunos.

a) Ensino do primeiro grau

1) Zona urbana

A tabela LXV apresenta o montante de matrículas


na zona urbana durante o período de 1974.
o « w«
mm m9
u o o 5S
> 72 7 }
. m mI
r. H H °
> *O
Tabela LXV 71 - o
5Îm
Movimento de matrículas do primeiro grau U
> om >5
Zona Urbana- 1974 > o
s > -
ncpn::ní.\’c i A SÉRIES
ad ::i ::i s t r a t i v a c ê*
la. 2 ci * 3a. 4a*
Sub
5a * 6a. 7a. 8a.
Sub Total r>*
Total Total Geral H S S
ç m

AM 5.598 3.100 2.272 2.136 13.106 1.456 1. 056 726 4 53 3.691 16.797
>o'S
MI 5.6 7 8 2.823 2.364 1.959 12.824 1.427 ‘ 966 557 365 3.315 16.139 O mw
MF 4.6 2 6 2.408 2.075 1.664 10.853 1.131 829 481 3 37 2.778 13.631 > o
Estadual 3o
> °
VA 53 69 70 82 68 71 69 77 95 78 73
o
VE 18 14 13 13 14 23 16 14 6 14 36 m■
Z‘
CE 152 86 66 61 365 38 31 . 18 13 100 46 5 >
O>
O
AM 100 33 - 10 143 ' '1 8 6 99 106 77 468 61 1 o
m
a:
MI 129 23 11 - 163 . 170 13 6 90 47 443 60 6 >:
MF 87 13 12 - 112 14 5 115 80 46 386 49 3 TI
M u i ici n a 1 c-
VA + 28 53 91 - 57 61 87 80 loo 82 69 *0 i
"o I
VE 50 48 22 - 40 18 12 6 2 9 24 o I
■a ;
CL 3 1 - - 4 6 4 4 3 17 21 5
> i
t~ „
- - - _ _
m í
AM 71 ■ 69 69 34 243 24 3
MI - 7 - - 87 70 71 34 262 262
MF - - - - - 86 70 70 2 22 8 22 8
Particular
VA - - ~ - - 85 84 91 10 0 90 90
VE - - - - - 0 0 0 0 0 0
Cl- ** - - - 4 2 2 1 9 9
I
Fonte: Di a g u ú s 1 1 c o s d o a m u n i c í p i o s e n v i a d o s Obr.. : A M - A l u n o s m a t r i c u l a d o s VA - Forcent.aprovação M i
a Secretaria de E d ucação de MG MI - M a t r í c u l a i n i c i a l VA - Percent.Evasão
M F - M a t r í c u l a Fin a l Cl - Classes ^ I
GOVERNO 00 ESTADO DE MINAS GERAIS .
>, SECRETARIA DE PLANEJAM ENTO E COORDENAÇÃO GERAL/FJP/CO DEVALE
SECRETARIA DA AGRICULTURA / SOAPA
CEPA - Comisçâo Estadual de Planejamento Agrícola do MG

268

1974
Alunos matriculados,
matricula inicial e final
ZONA URBANA

alunos matriculados
matrícula inicial
matrícula final

Fonte: Diagnósticos dos municípios enviados ã Secretaria


de Educação de Minas Gerais
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
; PLANEJAM ENTO E COORDENAÇÃO GERAL/FJP/CO DEVALE
S E C R E T A R IA , D E
? SECRETARIA DA AGRICULTURA / SOAPA
CEPA - Co/n/ssao Estadua) de PJaneJa/nenlo Agrícola de MG

269

c
/■
1‘ i

1974
1974
Percentagem de APROVAÇÃO Percentagem de EVASÃO
ZONA URBANA ZONA URBANA
gráfico 8
100

À
V
1\ ■ ïV //
■sshv\ fim 80
7X
/ !
/ y ír
O
/ \ r 60

'
' t
1
_i_ 40
/
1
r

20

la 2a
3a 4a 5a 6a 7a 8aseries la 2a 3a 4a ba ta /a 8a
rede estadual ;
rede municipal
•••• • rede particular
Fonte Diagnósticos dos municípios enviados à Secretaria de
Educação de Minas Gerais
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
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SECRETARIA DA AGRICULTURA / SOAPA
CEPA - Comissão Estadual de Planejamento Agrícola de MG

270

O total de alunos matriculados, na zona urbana,


chegou a 17.651, com uma matrícula inicial de 17.007, distri^
buídos entre as 495 classes existentes, com uma relação aluno/
classe de 34/1.

O movimento de alunos matriculados foi maior na


rede estadual. Nesta, matricu 1aram-se 16.797 alunos, com uma
matrícula inicial de 16.139 alunos. A relação aluno/classe foi
de 35/1.

O movimento de matrículas na rede municipal foi


bem menor, com 611 alunos matriculados com uma matrícula ini­
cial de 606 alunos, apresentando uma relação aluno/classe de
29/1.

Na rede particular o movimento de matrícula dete


ve-se apenas da 5a. a 8a. série. O total de matrículas foi de
243 alunos com uma matrícula inicial de 262 com uma relação a
luno/classe igual a 29/1.

O total de matrículas iniciais nas quatro primei^


ras séries foi de 12.9 87 alunos distribuídos nas 369 disponí
veis, com uma relação aluno/classe igual a 35/1. Nestas sériès
os estabelecimentos estaduais absorveram98% dos alunos.

A primeira serie e a que apresenta um maior nume


ro de alunos matriculados. A matrícula inicial da primeira se
rie foi de 5.698 alunos, na segunda 3.133, na quarta 2.146 e
na oitava 564 alunos. Poderíamos então concluir que de 100 alu
nos que matriculam-se na primeira série 55% chegam à segunda
serie, 37% chegam a quarta série e apenas 9% terminam o primei^
ro grau.
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
SECRETARIA OE PLANEJAM ENTO E COORDENAÇÃO G ER AL/FJP/CO DEVALE
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CEPA - Comissão Estadual de Planejamento Agrícola de MG

271

Pode-se também fazer uma comparação entre o nume


ro de matrículas iniciais e finais. O total de matrícula ini^
ciai foi de 17.007 e o de matrícula final 14.357, ou seja 84%.

O índice médio de aprovação foi de 77%, sendo maior


o índice da rede particular. O menor índice médio de aprovação
ê o da la. série - de 40% - enquanto a 8a. série apresentou
o maior índice 77%,

O índice de evasão na rede urbana apresentou-se


bastante elevado. Na rede estadual o índice médio de evasão foi
de 36% e na rede principal 24%. Na rede estadual o maior índice
apresentado foi na 5a. série (23%, enquanto na rede municipal
foi na la. série 50%) .

2) Zona rural

A tabela LXVI apresenta o movimento de matrículas


na zona rural durante o período de 1974.
CEPA - Comissão Estadual de Planejamento Agrícola de MG
SECRETARIA DA A G R IC U LT U R A /S O A P A

GOVERNO
SECRETARIA DE PLAN EJAM EN TO E COORDENAÇÃO G E R AL/ f JP/CODEVALE
i
Tabela LXVI
Movimento de matrículas do primeiro grau
Zona Rural - 1974

00
ESTADO
DÜMCIA SÉRIES
administrativa T ü E — ""SÜB Total
la. 2a. 3a. 4a. 5a. ! 6a. 7a. 8a.

DE
Total Total Geral

MINAS
AM 3.7 9 2 1.862 1.1 3 2 836 7.622 - - - 7.622
MI 3.841 1.713 1.175 55 2 7.281 - - - - - 7.281

GERAIS
nr 3.083 1.419 1.0 2 0 432 5.954 - - ■- - - 5.954 i
IA 56 57 66 73 63 63
Estadual
“iE 28 15 11 16 17 ■ - - - - - 17
CL 10 2 47 32 25 206 - - - - - 20 6

\ - - m
AM 4.625 2.251 940 - 7.716 - 7.716
/
MI 4.955 1.877 975 - 7.807 - - ■ - - - 7.807

MF 4.826 1.778 926 - 7.530 - - - - - - 7.530


Municipal
IA 43 55 66 - 55 - - - ' - - 55
%E 53, 11 15 - 26 - - «n - . - 26

CL 138 77 46 - 26 1 - - - - - 261

AM - - « - - - - - -

MI ■ - - ■- - ' - - -

MF - - - - - ' - - - -
Particular
%A - ■- - * ■ - “ - m — — —

' ■».15 - ' - - - - - - • - -

CL - - ‘ - - - - - - - ■ -

Fonte: i ) l í i - | n ' r . L I «los m u n i c í p i o s e n v i a d o s OUS: AM - Alunos matriculados %A ■ Perce n t a g e m Aprovação


.< l,i <li‘ K d n o a ç ã q d o M.flornfrt ■’ Mt - M a t r í c u l a I n i c i a l %E - P e r c e n t a g e m .Evasão
■> nr* - n.ti i- f c u 1.1 i i i ,11 (*1 - iM. e-.ü.vi
KJ
-J
KJ
GOVERNO DO ESTADO 0£ MINAS GERAIS •
SECRETARIA DE PLAN EJAM EN TO E COORDENAÇÃO Q ERAL/FJP/CO DEVALE
SECRETARIA DA AGRICULTURA / SOAPA
CEPA - Co mi seao Estadual de Planejamento Agrícola de MG

273

1974
Alunos matriculados,
matrícula inicial e final
ZONA RURAL

10.000
grafico 10

matrículas

8.000

6.000

4.000

2.000

la 2a 3a séries 4a
■' 1 ■ alunos matriculados
matrícula inicial
*•••• matrícula final

Ponte: Diagnósticos dos municípios enviados à Secre


taria de Educação de Minas Gerais
governo do estado de m in a s g e r a is

S E C R E T A R IA DE P L A N E J A M E N T O £ COO RDENAÇÃO G E R A L /F JP /C O D E V A L E
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CEPA - Comissão Estadual de Planejamento Agrícola de MG

274

r
1-974 1974
Percentagem de APROVAÇÃO Percentagem de EVASÃO

Zona Rural Zona Rural

la 2a 3a 4a - . la 2a 3a 4a
- - series - - -
... Rede estadual
— *— Rede municipal Fonte: Diagnósticos dos municípios en
viados a Secretaria de Educa -
cão de Minas Gerais.

OBS.: Rede Municipal não possui a 4a série


governo do estado de m in a s g e r a is

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CEPA - Comissão Estadual de Planejamento Agrícola de MG
275

Inicialmente podemos constatar que na zona rural


sÕ existem cursos que vão até a 4a. série do primeiro grau,sen
do que na rede municipal eles chegam somente a 3a. série.

O total de alunos matriculados foi de 15.338 com


uma matrícula inicial de 15.088 para uma disponibilidade de sa
las igual a 467 e uma relação aluno/classe de 32/1.

Neste movimento de matrículas na zona rural houve


50% de alunos matriculados em cada rede.

A primeira série absorveu 54% do total de alunos


matriculados.

Na primeira série a matrícula inicial foi de


8.796, na segunda 3.590, na terceira 2.150 e na quarta 552.Daí
pode-se concluir que de 100 alunos que iniciam o curso na zona
rural 40% chegam a 2a. série, 24% ã terceira e somente 6% com
pletam as quatro primeiras séries do 19 grau.

A taxa de aprovação é muito baixa, com 63% na re


de estadual e 55% na rede urbana.

Por outro lado a taxa de evasão ê bem alta, com


17% na rede estadual e 26% na rede municipal.

A maior taxa de evasão ocorre nas primeiras se


ries, tanto na rede estadual quanto na municipal. Na primeira
serie da rede municipal ela atinge 53%.

Do total de matrículas iniciais {15.088) 89% che


gam ao final do ano letivo (13.486). Isto pode se explicar pe
la inadequação do calendário escolar frente as atividades de
colheita, época em que os alunos são mobilizados para ajudar
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
SECRETARIA DE PLAN EJAM EN TO E COORDENAÇÃO G ER AL/FJP/CO DEVALE
SECRETARIA DA AGRICULTURA / SOAPA
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276

os pais, situação que se agrava face a ma localização da rede


física, grandes distâncias da casa do aluno à escola.

3) Zona Urbana e Rural

Na tabela LXVII temos o movimento de matrículas


na zona urbana e rural no período de 1974.
omv>

SECRETARIA d e p l a n e j a m e n t o e c o o r d e n a ç A o g e r a l / f j p / c o d e v a l e -
GOVERNO DO ESTADO OE MINAS GERAIS
m

Tabela LXVII
Movimento de matrículas do primeiro grau O
■ Zona Urbana e -Rural - 19 74 >
>
O
3
DEPENDÊNCIA SÉRIES o
c
r
ADMINISTRATIVA Sub Sub ’TÕTnY
la. 2a. 3a. 4a. 5a. 6a. 7a. 8a. -I
Total Total '’e r a l c
_
AM 9.390 4.9G2 3.537 2.972 20.861 1.456 1.0 5 6 7.2G 45 3 3.691 24.419 >
T
MI 9.519 4.536 3.539 2.511 20. 1 0 5 1.427 966 557 365 3.315 23.420 3 w
o
>
Estadual
MF 7.709 3.9 0 7 3.095 2.096. 16.807 1.131 829 481 337 2.778 19.585 "D
>
SA 54 63 68 77 65 71 69 77 95 78 68
SE 23 14 12 14 16 23 16 14 6 59 26

CL 254 133 98 86 571 38 31 18 13 100 671


<s
2
AM 4.725 2.184 94 0 - 7.879 186 99 106 77 468 3.327 O
-
t
MI S. 084 2.900 986 7.919 1 70 136 90 47 443 8.413
MF 4.913 1.731 938 - 7.587 14 5 115 80 46 386 8.028
Municipal
%A 35 • 54 57 - 1 56 61 87 80 10 0 82 69
SE 51 29 37 - ' 33 18 12 6 2 9 25
- CL 141 47 46 - 265 6 4 4 3 . 17 2-32

'
AM - ' - - ' - 71 69 69 34 2 43 24 3
MI - - - - - 87 70 ■71 34 262 262

MF - - - - - 86 70 70 2 2 28 2 28
Particular
SA - - - - ** 85 84 91 100 90 90
SE - - - - ~ - ■- - - - -
CL - - - ~ 4 2 2 1 9
■ 5
Pontei Diagnósticos dos municípios enviados OBS.: AM - Alunos matriculados %A - Percent.Aprovaçao
A S e c r e t a r i a d e Educ. de M G MI - Matricula Inicial %E - P e r c e n t . Evasão
to
í
MF - Matrícula Final Cl Classes -o
GOVERNO 00 ESTAOO OE MINAS GERAIS
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278

/
1974
Alunos matriculados,
matrícula inicial e final

Zonas URBANA E RURAL


gráfico
15.000

■ "■* alunos matriculados Fonte: Diagnósticos dos mu­


» « » matrícula inicial nicípios enviados à
*•••• matricula final Secretaria de Educa­
ção de Minas Gerais.
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279

1974 Í974
Percentagem de APROVAÇÃO Percentagem de EVASÃO
Zonas URBANA E RURAL _ Zonas URBANA E RURAL
14 15
100

/> •
%
//
'" '1 < //

i V
\ r| 80
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(
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ê 60
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JL_ 40
/
f

20

la 2a 3a 4a 5a 6a 7a 8a séries la 2a 3a 4a 5a 6a 7a 8a

■ rede estadual Fonte: Diagnósticos dos municípios enviado


»•*» rede municipal â Secretaria de Educação de Minas
•••« rede particular Gerais

OBS,: Não obtivemos dados sobre sobre evasão na rede particular


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280

Relações percentuais entre


primeiras séries e séries subsequentes/1974

ZONA URBANA %

1HÛ.

55
40
37

29
21

15
9

ZONA RURAL

4- 9

ZONAS URBANA E RURAL %


a*u„ 1M.
“To
31
21

12

8
6

3
GOVERNO DO estado de m in a s g e r a is
J SECRETARIA DE PLAN EJAM EN TO E COORDENAÇÃO GERAL/FJP/CO DEVALE
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281

Nos gráficos e tabelas anteriores temos o demons


trativo do movimento escolar de 19 grau na região em estudo no
período de 1974.

O total de alunos matriculados foi de 32.989 dis


tribuídos entre as 962 classes disponíveis com uma relação a
aluno/classe de 34/1.

Deste total, 2 4.419 alunos matricularam-se nos ej;


tabelecimentos da rede estadual distribuída entre 671 classes,
apresentando uma relação aluno/classe de 36/1; 8.327 alunos ma
tricularam-se nos estabelecimentos municipais nas 282 classes
existentes com uma relação aluno/classe de 30/1, e apenas 243
alunos matricularam-se nos estabelecimentos particulares (5a.a
8a. series) nas 9 classes disponíveis, com uma relação 27/1
aluno/classe.

Na primeira série matricularam-se 14.115 alunos


(42% do total), na segunda série 7,146, na quarta 2.972 e na
oitava apenas 564. Pode-se concluir por estes dados que de 100
alunos que matriculam-se na primeira série, 50% chegam a segun
da, 21% â quarta e apenas 3% chegam a oitava serie, concluindo
o primeiro grau.

A taxa média de aprovação na rede estadual foi de


68%, na municipal 69% e na particular 90%. Os menores índices
de aprovaçao ocorreram na primeira série enquanto a oitava s<|
rie apresentou maior índice.

A taxa média de evasão foi de 26%. Estes índices


apresentam uma relação inversa aos de aprovação. As evasões fo
ram maiores na primeira série (23% e 51%) enquanto que as meno
res ocorreram na oitava série.
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2 82

4.2. Situação de Saúde

4.2.1.Introdução

Os diagnósticos de saúde realizados em regiões de


primidas, ainda que feitos de forma superficial, tornam mani­
festa a importância das doenças transmissíveis e da mortalida­
de infantil, na estrutura nosológica. Esta constatação reflete,
por conseguinte, duas ordens de fatores. De um lado, a defici­
ência do saneamento ambiental e a existência de subnutrição de
corrente da ingestão deficiente de elementos proteicos-calóri-
cos. De outro, a inexistência de programas eficientes de imuni
zação, falta de atendimento mêdico-sanitario e deficiência na
administração dos programas de saúde. A gravidade da situação
torna-se ainda maior pois, como se sabe, existem e em grande
parte são disponíveis os recursos indispensáveis ao controle a
deguado dessas doenças.

A necessidade de ação agressiva por parte do Esta


do é premente pelo caráter inadiável para a população das solu
ções sanitárias. Saúde não á bem cujo provimento deva ficar
condicionado âs incertezas da política econômica. Nem se pode
descurar de suas implicações diretas e indiretas na qualidade
dos recursos humanos. Embora de mensuração difícil, o impacto
da política sanitária sobre a produtividade do trabalho, redu­
ção do absentismo, dos acidentes de trabalho, aproveitamento
escolar e outros efeitos é hoje amplamente reconhecido entre
estudiosos do desenvolvimento. Requer-se, portanto, política
consciente do Estado, que não faça do Sistema de Saúde área r£
sidual, vivendo praticamente da participação mineira nos pro­
gramas federais.
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
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s e c r e t a r ia d a a g r ic u l t u r a / s o a p a
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283

4.2.2.Ura Diagnóstico de Saúde para a Area-Programa

A formulação de um diagnóstico que identifique as


variáveis mais relevantes na configuração da situação sanitá­
ria, suas interações, os pontos críticos existentes e os fato­
res condicionantes para a fixação de metas e prioridades, en­
contra obstáculos elementares, com relação a Area-Programa»

Defronta-se com uma ausência quase total de esta­


tísticas e informações de Saúde. Assim, um conhecimento analí­
tico da região e o levantamento de seus "deficits'* crônicos pa
ra proposição de ações a curto, médio e longo prazos serão al­
cançados, aproximativamente, através da utilização dos poucos
dados existentes, de uma visão impressionista da Area e atra­
vés da situação sanitária encontrada em outras regiões deprimi
das.

Este diagnostico traçará, pelas razões expostas e


com as limitações conhecidas, as linhas mais gerais sobre a si^
tuação sanitária da Area e sobre os caminhos possíveis , para
sua modificação.

a) Equipamento físico e pessoal

O Centro Regional de Saúde de Diamantina supervi­


siona o trabalho das Unidades de Saúde existentes na região.
Todos os centros urbanos possuem Unidades, que prestam assis­
tência médico-ambulatorial. Não há hospitais públicos, sendo
que os particulares situam-se em Minas Novas, Padre Paraíso,No
vo Cruzeiro, Malacacheta e Araçuaí.

Em todas as Unidades verifica-se insuficiência de


pessoal, sendo que a de Francisco Badarõ encontra-se sem médi­
co.
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2 84

Sob o ponto de vista físico, na sua maioria as


Unidades estão localizadas em prédios adequados, com exceção
das de Coronel Murta, Itxnga e Padre Paraíso, onde hâ insufici
ência de espaço para o atendimento. A Unidade de Saúde de Ara-
çuaí encontra-se interditada, pois sua estrutura apresenta fen
das consideráveis, desde as lages ate os alicerces, embora se­
ja construção recente.

b) Características da população

A carência de dados em Saúde é um dos problemas


com que se defronta o planejamento dessa função. Em primeiro Ju
gar, não ha uma tradição na coleta de dados. Quando ela ocor­
re é de maneira esporádica. As únicas informações conseguidas
foram as do Censo de 1970, fichas de mortalidade segundo a cau
sa, do Instituto Estadual de Estatística. Algumas informações
sobre morbidade foram fornecidas pelas Unidades de Saúde da re
gi ão.

A utilização desses dados I problemática, à medi­


da em que os dados censais não podem ser desdobrados a fim de
que permitam um quadro mais preciso. São úteis, entretanto,pois
possibilitam estabelecer alguma comparação com o conjunto do
Estado. Na Ãrea-Programa, a Taxa Bruta de Mortalidade ê mais
alta e a esperança de vida ao nascer é mais baixa que a do Es­
tado, o que possibilita confirmar uma situação de baixo nível
de bem-estar da população.

Os dados constantes das fichas de mortalidade se­


gundo a causa, gue poderiam servir para mostrar a maior ou me­
nor incidência de determinadas doenças, por defeitos na elabo­
ração dos atestados de Õbito, apresentam características gené­
ricas, como "sintomas e afecções mal definidas". Os contatos
estabelecidos com as Unidades de Saúde possibilitaram estrutu-
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C E P A - C o m is s ã o Estadual de Planejamento A grícol a de M G

285

rar um quadro impressionista de morbidade e por consequência


da possível mortalidade. A esquistossomose e a doença de Cha­
gas comparecem com altas incidências e parece estar ocorrendo
um recrudescimento de tuberculose. A ausência de saneamento bã
sico e ambiental faz prever um quadro acentuado de doenças
transmissíveis, além das mencionadas. Acresce a isso o padrão
subnutricional da população.

Embora sem a possibilidade de agregar os dados en


contrados nas Unidades de Saúde, as informações obtidas não se
chocam com a realidade. Verifica-se com maior intensidade um
quadro de subnutrição. Grande parte dos medicamentos forneci­
dos pela CEME são vitaminas, sais minerais e principalmente
cãlcio. Também é encontrada uma situação de alta incidência de
verminose tanto extensiva quanto intensivamente. Em Itinga fo­
ram encontrados portadores de 9 tipos diferentes de vermes. A-
crescem a isso os problemas há bastante tempo detectados; car-
diopatia chagãsica e esquistossomose, encontradas em todas fai^
xas etárias.
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- Algumas diretrizes
para o
Programa de desenvolvimento
rural integrado
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286

IV - ALGUMAS DIRETRIZES PARA O PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO RU


RAL INTEGRADO

0 objetivo final do Programa, como jã foi salien


tado no canítulo I é o da redução do nível de pobreza,mediante
o aumento sustentado da produção e emorego e uma exoansão nos
serviços sociais básicos.

Para o alcance deste objetivo com base nas especi^


ficidades da região, foram apontadas algumas diretrizes que de
verão servir de orientação nara seleção de projetos aue deve
rão constar do Programa.

1. Recursos Naturais

Uma das metas exoostas no canítulo I diz respeito


ã definição de alternativas de desenvolvimento com base nos re
cursos naturais.

Os estudos dos recursos naturais realizados ate o


momento não nos permite adiantar muitos detalhes quanto a no
tencialidade da Ãrea.

Pelo aue exousemos anteriormente pode-se verifi^


car aue a região demanda levantamentos básicos de recursos na
turais integrados em uma escala compatível com o nível de pia
nejamento de desenvolvimento econômico e social que se deseja
alcancar.

A escala para abordar estes mapeamentos deverá


ser de pelo menos 1:100.000, com um produto preliminar interme
diário na escala 1:250.000.
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287

Os tipos de mapas que se necessita, dentro do en


foque agropecuário, são:

1. Mapa Base, escala 1:50.000


2. Mapa Geomorfolõgico, escala 1:100.000
3. Mapa Geológico, escala 1:100.000
4. Mapa Fitogeogrãfico, escala 1:100.000
5. Mapa Pedológico, escala 1:100.000
6. Mapas Hidrolõgicos
7. Mapas Climatolõgicos
8. Mapa Hidrogeolõgico
9. Mapa de Aptidão Agrícola dos Solos
10. Mapa de Uso Potencial da Terra

Para a execução dos itens 6, 7 e 8 torna-se neces


sário o adensamento da rede de estações meteorológicas, comple
tas, principalmente nos altos das chapadas e a meia encosta,
pois pode-se ver que os dados existentes referem-se aos vales,
onde situam-se as principais cidades.

2. Agropecuária

Observa-se em toda Ârea-Programa que o uso adequa


do das tecnologias de produção praticamente inexiste,proporcio
nando os baixos níveis de produtividade verificados na agrope­
cuária .

Os moldes de posse da terra observados na região,


e que se caracterizam por elevada incidência de minifúndios, suge
rem que o programa deva contemplar opções de produção que sejam
viáveis para pequenas propriedades,já que, em termos agregados*
apesar de a área ocupada com minifúndios atingir a proporções
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2 88

relativamente baixas, o número de indivíduos dependentes de


sua exploração mostrou-se bastante elevado.

Nota-se uma preferência dos produtores para a oe


cuária, anesar do valor da produção de lavouras ser suoerior
ao daquela.

Armazéns, estradas vicinais e energia elétrica


são fatores carentes na região, o mesmo ocorrendo com o setor
de pocos e acudagem. Essa deficiência retarda o desenvolvimen
to de uma economia de mercado a nível regional e ainda oossibi
Hta a transferência indevida de lucros do orodutor ao agente in
mediãrio.

Na Ãrea-Programa, a médio nrazo, os problemas de


eficiência produtiva não se prendem diretamente ã estrutura fun
diária, mas, sim a não complementariedade dos fatores disoon£
veis, de tal modo oue o credito é insuficiente oara os peoue
nos e médios oroorietarios e a mão-de-obra ê escassa para os
proprietários maiores.

Pelos dados analisados apenas um número muito oe


queno de agricultores tem se beneficiado do crédito rural or:L
entado, menos de 200 contratos de empréstimos com assitência'
técnica . foram realizados em 1974, auando o número de
estabelecimentos rurais era superior a 17 mil. Este dado suge
re nue apenas os produtores dotados de mais canacidade emoresa
rial e, por conseguinte, detentores de maior grau de informa
ções, tem tido acesso aos financiamentos especializados. O sis
tema de crédito node estar deixando de beneficiar, portanto,
justamente aaueles produtores eme mais carecem de caoital.
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289

O reduzido número de agências bancarias, de dos


tos de prestação dos serviços de assitência técnica, acrescido
de um deficiente sistema de transportes e de outras comunica
ções internas, vem impedindo oue a demanda cor emnrêstimos se
eleve, orincipalmente dos agriculotres eue produzem ao nível
de subsistência, diminuindo assim, as oportunidades da Ãrea
gerar excedentes agropecuários.

Apôs esta análise, algumas diretrizes prelimina


res podem ser alinhadas:

. Incentivar a introdução de novas tecnologias na


ra a melhoria dos rendimentos agropecuários, através de uma as
sistência técnica direta, e recursos financeiros adenuados, vjL
sando principalmente o negueno e médio produtor, na tentativa
de produzir excedentes exportáveis.

. Programas de construção de cocos e açudes, para


ouso da irrigação em áreas propícias, com a finalidade de dimi^
nuir a dependência da agropecuária dos problemas climáticos,

. Melhorar a rede de armazenagem, para a retenção


do volume produzido na próoria região, evitando a importação
na entressafra.

. Desenvolver o sistema cooperativo, no sentido


da prestação de serviços e comercialização da produção.

Para o desenvolvimento comoleto do programa no Se


tor Agropecuário, necessário se torna a complementacão dos es
tudos existentes para a fixação dos projetos a serem trabalha
dos.
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290

tto lado de comercialização deve-se cuidar de ofe


recer ao produto maior capacidade de concorrência no mercado
através de praticas de classificação, padronização e embalagem.
A industrialização do produto na região (pasta de alho) deve
ser estudada com maiores detalhes.

B) Feijão

A cultura do feijão constitui uma opção viãvel pa


ra ser expandida na região, pois oferece condições e c o n ô m ic a s,

que viabilizam um aumento de produtividade, procurando-se des


ta forma evitar as importações.

Sugere-se uma análise de campo para disgnosticar


a queda de rendimento e também a prática da cultura não só de
forma consorciada com o milho, mas também como cultura interca
lar com o alho, o que poderá elevar consideravelmente os índi^
ces de produção e produtividade.

3. Política de Crédito

A política de crédito reveste-se de grande impor


tância para o Programa porque atua em todas as fases e segmen­
tos da produção agropecuária, seja via financiamentos à moder
nização da produção investimentos e custeio pela utilização
mais intensiva de maquinas e implementos agrícolas, a estoca
gem e a comercialização e, também porque atua sob as formas de
credito rural orientado e de crédito rural integrado, modalida
des de empréstimos em que a assistência técnica, a extensão, a
experimentação e a pesquisa rural exercem papéis preponderan­
tes no processo agropecuário.

Dado o baixíssimo grau de imformação no que diz


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291

Sugere-se pois os seguintes estudos comnlementa


res:

- Pesquisar e analisar os recursos agronecuários,


a nível de oropriedade, para um maior conhecimento da produção,
na tentativa de diversificar as atividades nrodutivas, a fim
de se obter um máximo de alternativas econômicas.

- Promover levantamento de áreas oroplcias ã irri


gação.

- Pesauisar e analisar o nível de asoiracão soci^


al da ponulação da Ãrea-Programa.

- Levantamento do uso atual e notencial do solo .

- Identificar e analisar o sistema de comercial!^


zaçao dos nrincinais nrodutos agronecuários, a nível de propri^
edades rurais.

A nível de produção individual foram levantadas


algumas proposições para o alho e o feijão.

A) Alho

0 programa, ao considerar essa atividade como uma


alternativa de produção para a região deve cuidar em esnecial
de asDectos de tecnologia de produção e comercialização do oro
duto. No lado técnico a seleção de cultivares adaptados â re
gião e crue reunem condições de comneticão no mercado bem como
o uso de práticas cultivais mais eficientes (época de plantio,
adubação, irrigação, tratos culturais) são os nrincioais pon
tos a considerar.
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292

resneito aos recursos disponíveis e as técnicas de produção


mais anronriadas para a recriao, caberá estratégico e significa
tivo papel da ACAR e das agências bancárias no sentido de d.i
vulgar os processos tecnológicos e as linhas de crédito mais
acessíveis aos produtores da Area-Programa.

Aos funcionários da ACAR e dos Bancos encarrega -


dos do fomento rural caberá não só a orientação técnica e cre
ditícia aos produtores da área, mas, também, o preenchimento
das pronostas de empréstimos e a reunião dos documentos exigl^
dos como garantia de crédito. Neste particular - garantias exi^
gidas pelos estabelecimentos de crédito - é bom esclarecer que>
dado os pequenos índices de legitimação de terras, o sistema
de garantia, baseado na d o s se da terra, devè ser revisto e 'no
va formula deve ser buscada visando a facilitar a obtenção de
recursos de crédito nara um maior número de beneficiários.

Tal procedimento terá, entre outros, o obgetivode


acionar as modalidades de empréstimos nue, ao nosso entender,
poderão contribuir para a mais ránida modernização dos produ
tores da área.

Entre as linhas de crédito especiais destinadas


ao fomento das atividades agropecuárias, selecionamos aauelas
que, dadas as características sõcio-econômicas dos beneficia
rios da Area-Programa - peauena capacidade de pagamento - bem
como as potencialidades dos recursos naturais e a vocação natu
ral da Area-Programa, constituem-se nos recursos capazes imnul
sionar seu setor rural, além de serem os empréstimos mais aces
síveis para seus agricultores no que diz resneito aos encargos
financeiros, prazos de amortização e finalidade dos emprésti
mos.
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a) PRODEPE - Programa de Desenvolvimento da Pecuária de Corte

0 CONDEPE - Conselho Nacional de Desenvolvimento


da Pecuária de Corte, com vistas â elevação dos índices de pro
dutividade da pecuária bovina de corte, e/ou mista da região
Centro-Sul do País e, por conseguinte ao incremento da produ
ção de carne e contando com recursos originários de várias fon
tes, tais como o BIB-205, o BIRD-516 e outras, vem procurando
estimular o pecuarista tradicional - pessoas físicas ou jurídi^
cas - a expandirem sua produção, colocando S sua disposição
os recursos necessários a todos os investimentos tais como: a
quisição de reprodutores e/ou matrizes, aquisição de veículos
utilitários, aquisição de insumos básicos e outros.

O prazo para a amortização dos financiamentos ê


de ate 12 anos inclusive com 4 anos de carência e o limite ê
de 200 a 5.000 vezes o valor de referência. Os juros para aqui.
sição de insumos subsidiáveis, exceto os fertilizantes inorgã
nicos, cuja aquisição está prevista pelo Programa de Subsídios
ao Preço de Fertilizantes - ê de 7%, integralmente subsidiados
pelo Banco Central durante o período de carência e, sobre os
demais investimentos e de 7% exigíveis inclusive durante o pe
ríodo de carência, h correção monetária ê de 8% ao ano a cr£
dito do Banco Central - reajustãvel pelo Conselho Monetário Na
cional; a remuneração dos agentes financeiros ê de 5% ao ano
nos refinanciamentos e a taxa de elaboração de projetos Õ de
2% sobre o valor da proposta de atê 1.000 vezes o maior valor
de referência vigente no País e de 3% quando exceder este limi
te.

b) Programa Especial Para Formação de Pastagens sob Técnicas


Modernas.

Este programa compreende o financiamento e a doa


ção de recursos com o objetivo específico de incentivar a for
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294

mação de oastagens teria emorego de adubacão, e sob técnica mo


derna, aos mutuários dos Programas BID-205, BIRD-516 e BIRD-868,
desde gue o imóvel objeto da orooosta esteja localizado na ã
rea de jurisdição de um dos nrojetos regionais do CONDEPE.

Abrance desde a formação de pastagens consorcia


das, ao desmatamento, a destoca, ã limoeza, â aracão, â gradea
ção, ao plantio, ãs cercas, ã calagem e â adoção de : sementes
melhoradas.

O limite é estabelecido de acordo com o orçamento


aprovado oelo CONDEPE, compreendendo o oróorio financiamento e
a doação das sementes, adubos e corretivos.

O prazo de amortização é de 7 anos, sendo 3 anos


de carência, os encargos são de 15% de juros ao ano, sendo 7%
a cargo do beneficiário e 8% subsidiados oelo Banco Central e
a assistência técnica é nrestada oelo CONDEPE durante, oelo me
nos, os 5 primeiros anos de vigência da ooeração, sem ônus pa
ra os beneficiários.

c) PRONAP - Programa Nacional de Pastagens

Instituído recentemente pelo Conselho Monetário


Nacional, tem oor objetivo estimular o desenvolvimento da pe
cuaria bovina de corte e bubalina através de tecnologia atuali
zada para a melhoria do nível da alimentação, manejo e trato sa
nitário dos rebanhos.

Os produtores rurais tradicionais - pessoas fisi


cas ou jurídicas - e suas cooperativas, constituem os benefici^
Srios, e as finalidades são as seguintes:
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295

recuperação ou reforma <3e pastagens cansadas ou


fracas;
- aquisição de insumos destinados ã correção da a
cidez do solo e/ou adubação intensiva;
- formação de capineiras de corte e de pastagens
de gramíneas e/ou leguminosas em glebas rurais ainda não expio
radas economicamente;
- construção de galpões, garagens, cercas, bebe
douros , banheiros pesticidas, estábulos, açudes, barragens, po
ços, canais, aquedutos e instalação de aparelhagem para irriga
çao de solos;
- aquisiçao de materiais e equipamentos destinja
dos à instalação de água, luz, força e telefone, bem como de
maquinaria e utensílios necessários à prática de femação e en
silagem, abrangendo todas as atividades peculiares.

Os prazos de amortização para os investimentos fi^


xos (melhoramentos) é de até 12 anos, inclusive 4 de carência;
para os investimentos semi-fixos (maquinaria e/ou equipamentos
e utensílios) é de até 8 anos, inclusive até 2 de carência; e
para a correção do solo e adubação intensiva é de até 5 anos,
com até 2 de carência.

Os encargos financeiros para os insumos subsidia


veis são pulos; para os fertilizantes inorgânicos são de acor
do com o Programa de Subsídios aos preços de Fertilizantes; pa
ra recuperação, reforma ou fundação de pastagens são de 7% ao
ano e para os demais itens sao de 15% ao ano.

A remuneração dos agentes financeiros e de 5% ao


ano, a cargo do Banco Central e a assistência técnica é obriga
tõria e sua remuneração e por conta do Banco Central.
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296

d) Programa de Subsídios ao Preço de Fertilizantes

Em face do peso dos fertilizantes no total de


nossas importações e da meta de expansão de sua produção inter
na, foi implantada uma nova sistemática visando a concessão de
estímulos financeiros para o uso daoueles insumos tão necessa
rios a elevação da produtividade agropecuária.

0 programa adotado consiste em subsidiar 40% do


valor da aouisiçao de fertilizantes, exclusivamente os inorgâ
nicos químicos e minerais, para utilização em explorações ru
rais, beneficiando diretamente aos produtores e/ou as coopera
tivas que adouiram ou tenham adauirido fertilizantes, assim
como as empresas e órgãos (públicos ou privados) crue se dedi^
quem â pesquisa e ã experimentação agropecuária.

No caso de aauisicão previamente financiada, o


Banco Central subsidiará 40% do valor da aquisição, ficando a
cargo do mutuário a liquidação dos 60% restantes, e no caso da
aquisição com recursos orõnrios, o agente financeiro efetuará
o pagamento diretamente ao fornecedor mediante recolhimento
por parte do comprador de 60% do seu valor, sendo os 40% res
tantes complementados a débito do Banco Central,

Os empréstimos de até 50% vezes o maior valor de


referências vigentes no País tem 10% ao ano de encargos finan
ceiros e os superiores a 50 vezes tem 15% ao ano. No caso de
aquisição financiada, são cobrados 2% de comissão pela fisca
lÍ2 acão obrigatória da aplicação dos fertilizantes.

e) PRONAZEM - Programa Nacional de Armazenagem

Por intermédio do financiamento da armazenagem a


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297

nível de fazenda, ou de armazenagem Intermediaria e terminal,


este programa visa dotar o País de adequada rede armazenadora
e reduzir a transferência de renda do setor produtivo oara o
setor intermediário, fator que tanto desestimula a atividade
agropecuária.

0 Programa pretende incentivar a construção, am


pliação e modernização de armazéns e silos de diferentes tioos
e níveis, destinados a aumentar a capacidade estática e a rota
tividade de armazenamento para todos os produtos agrícolas, ex
ceto nara aqueles que já são atendidos oor políticas esneciais
(café, cacau, acúcar e forrageira),

Para a armazenagem a nível de Fazenda, os finan


ciamentos atingirão somente a Imnlantacão de novas unidades e
os beneficiários serão os nrodutores rurais (pessoa física e
jurídicas). O limite máximo do financiamento será de 100% do
investimento de até 1.000 vezes o maior valor de referência vi
gente no País e o prazo de amortização será de ate 10 anos, in
clusive 2 anos de carência, fixado de acordo com a capacidade
de pagamento do beneficiário. Os juros serão de 8% ao ano exi
gíveis semestralmente e a remuneração do agente financeiro se
rá de 5% ao ano nos refinanciamentos. A assistência técnica se
rã obrigatória, até o término da fase de instalações, mediante
remuneração a cargo do beneficiário, de 1% ao ano sobre os sal
dos devedores anõs o primeiro ano de operação enmianto perdu
rar a prestação deste serviço. A reposição será em prestações
anuais, sendo o primeiro vencimento um ano após o término do
período de carência.

Para a Armazenagem Intermediária e a Terminal, os


beneficiários serão as cooperativas de produtores rurais, as
emoresas de armazéns gerais, públicas e privadas, os moinhosde
trigo mediante Indicação e critérios a serem fixados pela
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298

CIBRAZEM, e O limite é de até 90% dos investimentos. O Prazo


é de até 8 anos, inclusive até 2 anos de carência, fixados em
função da capacidade de pagamento do beneficiário e os encar
gos financeiros são de 15% ao ano de juros exigíveis semestral
mente. A comissão pela assitência técnica será de 1% sobre o
valor do projeto, a cargo do mutuário e a reposição será em
prestações semestrais, vencível a primeira seis meses aoós o
término de período de carência, permitindo-se ainda, um esoue
ma de pagamento em oarcelas crescentes.

f) PROCAL - Programa Nacional de Calcário Agrícola

O Programa objetiva o aumento da produtividade


das terras por intermédio da difusão da nrática de correcão da
acidez do solo e a assitência creditícia dos agentes financei^
ros está subordinada aos investimentos à formação de caoital
fixo ou semi-fixo Dara a instalação, ampliação e anarelhamento
de unidades de Drodução de calcário agrícola; ã estocagem de
parte da produção anual, a fim de nrooiciar o fUncionamento
constante das unidades produtivas, evitando os inconvenientes
da operação sazonal; e a aquisição, oelos produtores rurais
e/ou suas cooperativas, bem como transoorte e aplicação do pro
duto.

Além dos produtores rurais, e/ou as suas coooera


tivas que, naralelamente ou não as suas atividades normais, se
organizarem para produção de calcário agrícola, serão benefi
ciSrios as empresas industriais crue se dedlauem exclusivamente
ã produção de calcário agrícola.

Os limites dos financiamentos atingirão 90% dos


investimentos, 80% do nreco de venda do calcário no depósito
para a estocagem e 100 nos demais casos financiáveis.
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2 99

Os prazos de amortização serão de 10 anos,inclusi


ve 2 de carência, nara os investimentos: de até um ano Dara a
estocagem e de 3 até 5 anos nos casos de aauisicão, transoorte
e aplicação de calcário? e os juros serão nulos nara os finan
ciamentos agrícolas, e de 12% ao ano, exigíveis semestralmente,
nas ooerações industriais e de estocagem, estas acrescidas de
uma comissão de 0,5% sobre o valor do financiamento.

g) Plano de Renovação e Revigoramento de Cafezais

Visando a dar continuidade a execução do Plano


de Renovação e Revigoramento de cafezais, foram instituídos os
seguintes subnrogramas, através dos cruais os agentes financei^
ros concederão financiamentos para os orõximos oeríodos agrí
colas.

1 - Suborograma de Plantio de Novas Lavouras de Café

Beneficiários - Agricultores (cafeicultores ou


não) de níveis localizados em regiões consideradas ecologica
mente favoráveis pelo IBC,

Limite - até 300.000 covas ou 180 hectares por


cliente, isoladamente ou em conjunto com outros narceiros. Me
diante prévia aorovação do IBC noderão ser anrovados projetos
para plantio de mais de 300 mil cafezais ou de mais de 180 hec
tares.

Encargos Financeiros - juros de 7% ao ano nara fi^


nanciamentos de até 300 mil cafeeiros e de 15% ao ano para os
de mais de 300 mil.

Remuneração dos Agentes Financeiros - 4% ao ano


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300

nos refinanciamentos.

Prazo de Amortização - três parcelas anuais de


20, 30 e 50% a partir do período de colheita, no máximo até 31
de outubro de cada ano.

Assistência Técnica - fornecida pelo IBC sem puais


quer ônus para os mutuários.

2 - Suborograma de Receoa e/ou Decote de Cafezais

Visa a criar condições favoráveis ao controle da


ferrugem do cafeeiro, a recuperar a produtividade de cafezais
fechados ou em vias de fechamento.

Beneficiários - cafeicultores crue aceitem plena


mente a assistência técnica eme lhes for prestada pelo IBC.

Encargos Financeiros - juros de 7% ao ano.

Remuneração dos Agentes Financeiros - 4% ao ano


nos refinanciamentos.

Prazo de Amoritzação - liciuidaçao anos a colheita


do ano agrícola.

Assistência Técnica - a cargo do IBC sem ônus pa


ra o mutuário.
governo do estado de m in a s s e r a is .
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301

3 - Subnrograma de Incentivo ao Uso de Defensivos e de Financi


amento nara a aquisição de equioamentos de defesa Fito-sa
nitãria.

Defensivos:

Finalidade - arruisicão de fungicidas e veiculado


res cara controle da ferrugem e de inseticidas oara combate â
broca, ao bicho-mineiro e outras pragas.

Beneficiários - cafeicultores e/ou suas coonerati


vas.

Encargos Financeiros - 6,6% ao ano, integralmente


subsidiados nelo Banco Central.

Prazo de Amortização - pagamento após a colheita


de cada ano, não podendo ultraoassar a dada de 31/10.

Equipamentos:

Finalidade - aauisicão de pulverizadores,nolvilhji


deiras e atomizadores, tratores de 20 a 52 HP e microtratores
de fabricação nacional.

Beneficiários - cafeicultores e/ou suas coonerati


vas.

Encargos Financeiros - 7% ao ano, a cargo do mutu


ãrio, mais 2% subsidiados pelo Banco Central.

Prazo de Amortização - 4 nrestacões anuais até


31/10, anos a colheita de cada ano.
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302

Vale acrescentar, finalmente, que, além desta lista


gem de financiamentos mais apropriados aos produtores da ãrea-
programa, o sistema de comercialização da produção excedente por
intermédio da "Política de Preços Mínimos de Garantia” exercerá
muito importante papel no tocante ao desenvolvimento rural inte
grado. Tal instrumento deverá, portanto, ser também bastante di
vulgado pelos técnicos da ACAR e das agências bancárias localiza
das na área.

Em contexto de médio prazo, no entanto, sugerimos


que seja realizada uma pesquisa mais ampla, abrangendo estudo
não só da Ãrea-Programa, mas também do Vale do Jequitinhonha co
mo um todo, do Vale Mucuri - São Mateus e de outras regiões cu
jas características sõcio-econôinicas apresentam traços corauns ,
tendo por objetivo estabelecer um Programa de Crédito constituin
do de várias linhas especiais de financiamento , de modo a inte
grar o econômico ao social, o meio rural ao urbano e as várias a
tividades econômicas e sociais, promovendo, enfim, o desenvolvi­
mento da região da forma mais integrada possível.

4) Setor Secundário

Como a atividade básica da Area é a agro-pecuária,a


programação do Setor Industrial fica condicionada â programação
do setor rural.

De início, com base no que já foi proposto para o


Setor Agropecuário podemos salientar como uma das metas fundameii
tais para este setor seria o desenvolvimento do setor de agroin
dustrias, pois este viria assegurar mercado para a produção agrjL
cola.
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303

Pelo que ja foi visto, o artesanato possui uma pro


jeção muito maior na região e fora dela que a industrialização.
Dado isto e as potencialidades que este setor tem, foram traça­
das algumas orientações com o duplo objetivo de aumentar e me
lhorar a qualidade dos artefatos artesanais, em função da comer
cialização, bem como de assegurar condiçoes de vida mais dignas
para o artesão.

4.1. Quanto a Preços

A experiência de trabalho de diversas organizações


Õ suficientemente clara ao apontar que o item essencial para a
manutenção e o desenvolvimento do artesanato ê uma sustentação
de demanda. Isto ê, basta assegurar ao artesão um escoamento oon
tínuo de seus produtos para que ele ou retorne â profissão aban
donada, ou dedique maiores parcelas de seu tempo a ela, ou tran£
mita a aprendizes e familiares seu ofício desta forma asseguran
do a continuidade de seu trabalho, É portanto desnecessário, e
até prejudicial, ir além desta sustentação, pois, ao agir de ou
tra forma, torna-se impossível saber até onde se interfere no
desempenho.

Considerando que o público preferencial a que se


destinam os produtos destas atividades é rico, educado, ilustra
do, e solido em status , a política de preços, assim como a polí
tica de venda em geral, devem referir-se a essas característi
cas. Os limites de preço não devem ser calculados em função da
"divulgação da cultura estadual", da promoção do "exotismo" de
certas regiões e sim pelos preços que o mercado de fato pode pa
gar, e paga realmente, quando se analisam os níveis de preços
cobrados por empresas privadas que atuam no setor. Por outro la
do, uma vez que o Estado nao deve visar lucros para si, ãs ex
pensas de populações jã tao sobrecarregadas, a totalidade dos
lucros deve retornar ao produtor, direta e indiretamente, ãe£3
contados os respectivos custos operacionais.
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304

4.2. Quanto a Cursos Profissionalizantes

Ligado ao item anterior, é necessário, considerar


que o artefato artesanal ê mais valioso na medida exata em que
se mostra despido de qualquer sinal de mercado de bens utilitá­
rios em que se apresenta como coisa natural e telúrica. A deman
da existente para ele exige seu despojamento daquelas caracte-1
rísticas comuns às mercadorias industriais.

Tem-se assim que é um contra-senso, e um absurdo


econômico, fazer com que se percam as qualidades que estimulam
o mercado. Qualquer intervenção através de cursos de profissio­
nalização carrega o perigo de tornar o artesão em um ingénuo se
guidor de modas passageiras. Salvo os ’’cursos” ministrados natu
ralmente, de pai a filho, de mãe a filha, de mestre a aprendiz,
aqueles onde se arregimentam alunos para receber uma "educação
de artesanato" envolvem o risco de se perder sua principal qua­
lidade, a espontaneidade, derivada de sua ligação telúrica com
o mundo. São sobejamente conhecidos os obstáculos levantados a
toda e qualquer educação formal, que antes separa do que liga o
indivíduo a uma atividade. Se isto apresenta poucos problemas
onde o trabalho já é alienado, no que nao o ê, as implicações
são desastrosas, pois pode romper-se seu alento vital. Acresça-
-se a isto o fato de ser a atividade artesanal profundamente li.
gada à tradição e ã experiência concreta, coisas que nao se a-
prende pela exposição formal a um curso, pois a primeira possui
seus proprios canais, como os mitos e os comportamentos ritualiL
zados e a segunda sõ se aprende fazendo, mas fazendo para viver
e fazer viver.

A transmissão de artes e técnicas artesanais deve


ser deixada livre e ela ocorre quando aparece a razão de ser de
uma atividade inserida, ainda que marginalmente, em um econo-
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s e c r e t a r ia d e p l a n e j a m e n t o e co o rdenação g er a l/ fjp / co devale
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305

mia monetarizada* o mercado e seu efeito, o preço.

Não se deve contudo presumir que a orientação suge


rida deita por terra qualquer iniciativa neste sentido. Quando
há uma atividade tradicional em um lugar, desejo de varias pes­
soas em aprender um ofício em particular, faltam condições para
permitir a transmissão dos conhecimentos necessários, ê perfei­
tamente legítimo que o Estado ofereça estas condições. Mas nun
ca procurando mudar ou transformar desde fora algo que só muda
sem rupturas se desde dentro. Devem-se assim escolher instruto
res realmente ligados ã atividade, com ascendência natural pelo
seu desempenho, desenvolver atividades ligadas a tradição regio
nal, etc. No que diz respeito a formas e matérias, deve-se con­
ceder liberdade integral ao aprendiz.

São também importantes, cursos que ajudem na comei:


cializaçao, como introdução de novos suportes e técnicas de ter
minação, a exemplo do acabamento na tecelagem e a queima da ce­
râmica. Também aqui nao se pode ir além da simples transmissão
de idéia ou de técnica, deixando o artesão aproveitar-se delas
ou não.

No que diz respeito aos motivos de inspiração do


artesão também não pode haver interferência, pois se seu ambien
te cultural se transformar, os veículos que o expressam também
devem transformar-se. O mundo rural não ê hoje mais exclusiva-'
mente biológico e geológico e envolve a bicicleta, o rádio de
pilha, o ônibus. Permita-se pois que ele se manifeste como e,
ao invés de tentar manter a "naturalidade de proveta".

4.3. Quanto ã Comercialização

Vistos estes dois aspectos, podemos terminar por


um conjunto de sugestões gerais visando a melhoria dos canais
de comercialização e o aumento da produção em geral.
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306

Ê indispensável assegurar ao artesão condições mais


adequadas de trabalho, com a criação de programas que objetivem
a construção de depósitos para os objetos no centro produtor, a
cobertura dos fornos para a estação das chuvas, etc. Nos casos
onde mudanças tecnológicas sejam desejadas pelos produtores di
retos, devem haver estímulos para a sua compra, por exemplo, no
caso da madeira, a compra de ferramentas de corte de precisão.

fi importante também promover a reposição de matê


rias-primas usadas, com incentivos para sua compra e, nos ca
sos cabíveis, seu plantio. Onde jã se empreguem matérias-primas
industriais, pois poupam trabalho, deve-se fazer chegar aos ar
tesãos produtos de boa qualidade que evitem, por exemplo, o des_
coramento de tinturas em panos e peças de cerâmica.

A normatização e a padronização de embalagens e


quantidades produzidas por cada artesão, não devem ser levadas
a extremos, pois embora necessários, podem, no limite, colocar*
camisas-de-força em sua criatividade. Embora isto possa eventu
almente aumentar os custos operacionais de transporte e estoca
gem no centro consumidor, e um ônus a ser pago, pelos riscos que
envolve.

Em conclusão, o artesão deve ser objeto de polítí_


cas de assistência social geral, nos setores de melhoria de ha
bitações, nutricional, educacional, de saude, etc. No entanto,
estas não devem ir além das que recebem a população em geral. £
odiosa, e de efeitos negativos internos à comunidade imediata
do artesão, privilegiá-lo excessivamente. O direito a estes bens
e serviços é geral e universal e o artesão jã tem muito quando
se pensa em suas rendas e seu prestígio atual quando comparados
aos seus vizinhos.
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307

5. Infra-estrutura Econômica

5.1 - Transportes

Basicamente, a malha viária composta pelas rodovi


as estaduais e municipais apresenta condições precárias de trâ
fego e tem como função interligar municípios sem qualquer papel
ativo na integração regional ou como ligação com outras regi_
Ões.

Funcionando como artéria ao longo do rio, a BR-367


concentra a maior parte do intercâmbio comercial oferecendo co
nexão com a BR-116, que, por sua vez interliga a ârea-programa
com outras regiões geo-econômicas.

Considerando-se, por outro lado, que é o trafego


de veículos pesados que causa deformações no leito da estrada,
deduz-se que com modificações e adequações de baixo custo de in
vestimento, poder-se-ã obter uma infra-estrutura viária capaz
de suportar o tráfego a ser gerado pelo desenvolvimento das a
tividades, ate que o volume médio de veículos pesados passe a
ter participação significativa na composição do tráfego.

A partir do momento que a tonelagem a ser suporta


da pelo leito comece a gerar deformações, com fraturamento da
pista de rolamento e da sub-base, justifica-se sua pavimentação.
Para as condições atuais, a rede viária poderá ser mantida atra
vés de revestimento primário do leito natural (ensaibramento ou
encascalhamento) e tratamento contra pó (revestimento de areia,
asfalto ou solo - cimento). fi necessário que o perfil longitu
dinal e transversal da rede viária seja adaptado para uma velo
cidade econômica superior a 30 Km/hora, através de plataforma 1
mínima de 7,00 metros e rampas máximas de 5%, drenagem superfi
ciai, corte de águas e reforço das obras de arte.
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308

É necessário reforçar as equipes de manutenção das


Prefeituras para que a conservação seja adequada ao trafego pre
sente e para que na rede sob sua responsabilidade exista as con
dições mínimas de projeto, sendo aconselhável um estudo, no lo
cal, das condições de perfil, plataforma e drenagem para se di
mensionar os custos necessários e definir as formas de financia
mento.

Este financiamento deverá ter uma conta de auxilio


(transferência a fundo perdido) bastante expressiva, para que
se t o m e possível mobilizar as municipalidades, dado o baixo po
der de contribuição destas. Um consórcio in te municipal de co­
operação administrativa devera ser formado sobre a supervisão
da CODEVAEE, para que se torne possível as obras de interesse
comum e a utilização também comum, de equipamentos na adequação
da rede viária. Todo este aparato institucional deverá ser defi^
nido por convênios, e recursos tais como o Fundo Rodoviário e o
Fundo de Participação dos Municípios deverão ser mobilizados co
mo fontes de recursos próprios para se garantir a exequibilida
de do projeto e definir responsabilidades, embora somente em ca
rãter didático, dado o montante pouco significativo destes re
cursos.

5.2 - Telecomunicações

O Plano de Expansão do Serviço Telefônico do Vale


do Jequitinhonha elaborado pela Telecomunicações de Minas Ge
rais S/A - TELEMIG - para o período 1975/1980 prevê um investi­
mento de Cr$ 13.553.000 ,00 na área-programa, com implantação em
12 cidades e ampliação com substituição em Araçuaí, que também
será o único núcleo urbano da área a contar com serviço automã
tico com DDD (Discagem Direta a Distância) .

Caraí, Novo Cruzeiro, Macalacheta e Padre Paraíso


terão os serviços em funcionamento ainda no segundo trimestre
deste ano, todos eles se servindo do Centro de Comutação de Teó
filo Otoni.
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C h a p a d a do N o r t e - 20 40 40 - 100 o
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Coronei M u r t e - - - 100 200 200 500 >
Francisco Bada r ó 20 40 40 - 100
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Malacacheta 27 ■ 782 - - - - 309
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Minas Novas - - - 100 2 00 200 ‘ 500 o
N o v o Cruieiro T 693 - - - 700 o
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Padre Paraíso 107 ■ 700 - - » - . 807 <
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V i r g e m da L a p a "* ” 100 200 200 500
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TOTAIS 993 6,937 3. 0 03 620 1.000 1.000 13.553

Fonte : Telecomunicações de Minas Gerais S.A . - TELEM1G


í 6 - Em Cr$ 1.000. 00

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A raçuaí Subst. /Ampl. 502 Aut. c/DDD 21 Teófilo Otoni 49 trim /75 õ o
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B erilo impl. PS - ■ 1 Teófilo Otoni 29' trim/78 » z
Caraí - Impl. 50 Aut, s/DDD 2 Teófilo Otoni 29 trim/76 % o
Chapada do Norte Impl. PS 1 Teófílo Otor.i 2? £em/78
Comercinho tmpl. 100 Aut. s/DDD 2 Montes Claros 19 Sem/80
s o
19 Sem/80 ° O
Coronel Murta Impl, 100 Aut. s/DDD 2 Teófilo Otoni m
Francisco Badaró Impl, PS - 1 Teófilo Otoni 29 Sem/78 73
Itinga Impl. 100 Aut. s/DDD 2 Teófilo Otoni 19 Sem/80 r
Malacacheta Impl, 200 Aut. s/DDD 3 Teófilo Otoni 29 Trim/76 Ti
Minas Novas Impl. 100 Aut. s/DDD 2 Teófilo Otoni 19 Sem/80 t-
TJ
Novo Cruzeiro Impl. ISO . Aut. s/DDD 3 Teófilo Otoni 2? Trim/76
Padre Paraíso Impl. 200 Aut. s /D D D 3 Teófilo Otoni 29 Trirn/76 o
Virgem da Lapa Impl. 100 Aut. s/DDD 2 Teófilo Otoni 19 Sem/80 O
Caraí Ampt, 50 Aut. s/DDD - Teófilo Otoni 29 Sem/80 . <
>
TOTAIS - 1,652 - 45 - - m
Fonte : Telecomunicações de Minas Gerais S.Ã. - TELEMIG.

W
M
o
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
SECRETARIA DE PLAN EJAM EN TO E COORDENAÇÃO GERAL/FJP/CO DEVALE
SECRETARIA DA AGRICULTURA / SOAPA
CEPA - Comissão Estadual da Planejamento Agrícola de MG

311

Serão instalados 1.652 terminais na área,dos quais


502 somente em Araçuaí, Chapada do Norte, Francisco Badarõ e Be
ri lo serão servidas apenas por postos de serviço {PS).

Executado este plano, todos os municípios da Area


-Programa estarão ligados por telefonia, a partir de 1980 a to
do pais . As Tabelas LXVII e LXIX mostram o investimento progra­
mado por telefonia.

6 • Educação

Pelo diagnostico apresentado pode-se nitidamente


verificar a necessidade de uma política de educação mais acen
tuada na região.

Atualmente, as políticas educacionais têm voltado


mais para os aspectos estruturais do sistema de ensino. Entre
tanto, para implementação de qualquer política é necessário que
tenhamos meios adequados para seu melhor aproveitamento.

É sabido que uma das condições essenciais para uma


boa produtividade e melhoria da qualidade do ensino esta vincu
lada diretamente às boas acomodações das unidades escolares. En
tretanto, pelo diagnostico apresentado, pode-se constatar que
isto pouco ocorre nesta área em estudo.

A maioria das unidades de ensino na região estão


em péssimas condições de funcionamento conforme dissemos ante
riormente. As acomodações por parte dos alunos e ate mesmo das
professoras não oferecem condições próximas às satisfatórias ,is^
to na zona urbana pois na zona rural a situação é precaríssima.

0 que se poderia propor para a região como solução


imediata i a melhoria e ampliação da rede física. Esta melhoria
implica em reformas nas redes existentes e um fornecimento acen
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS •
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tuado de carteiras, quadros e material didático. Em relação a


ampliação, torna-se necessário a construção de novos estabeleci
mentos uma vez que as existentes não satisfazem a demanda regio
nal.

Por outro.lado, temos que na zona rural a percenta


gem de professoras leigas é acentuada, existindo este problema
também em menor proporção na zona urbana.

Daí torna-se importante a elaboração de um progra­


ma de treinamentos para estas professoras, bem como para a pre
paração de mais elementos de Supervisão e Direção de Ensino nes
ta região.

7. S aüde

A situação de Saude da população na Area-Programa


está a exigir medidas de natureza urgente, que poderiam ser im
plementadas através de definição de prioridades e estabelecimen
to de políticas para a área conforme se vera a seguir.

Subnutrição, verminose, doença de Chagas e esquis-


tosomose constituem grande parcela do quadro nosolõgico da A
rea-Programa, A morbidade da população vem de encontro a alguns
problemas encontrados tanto em relação âs medidas (ou ausência
delas) governamentais diretamente ligadas ao setor saude, quan.
to das que indiretamente afetam essa função.

A Saude tem tido prioridade residual entre as atJL


vidades do governo. Sõ mais recentemente o governo federal tem
-se preocupado em propiciar um papel mais relevante para ativi­
dades sanitárias. Além disso,tem sido uma constante a escassez
de recursos para a função, o que tem impossibilitado uma remune
ração mais consentânea para o pessoal, além de não prover forma
ção e treinamento de recursos humanos, aquisição e distribuição
de equipamentos etc.

Acresce a isso as dificuldades dos Õrgãos que li


dam com saúde em equacionar certos problemas, tais como em sa
ber qual a ênfase a ser dada ao atendimento ambulatorial e o
hospitalar. Quais os mecanismos a implementar, para envolver
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERA 15
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313

os recursos humanos que se dedicam â medicina informal,tais como


raizeiros, parteiras, etc., que certamente poderiam ser aprovei
tados.

Desconhece-se também o problema institucional. Se


ria o grande número de instituições, das três esferas de poder,
que atuam em Saúde, prejudicial a uma política para o setor? Ou
pelo contrario, a existência de varias instituições fornece le
que de alternativas para possibilitar maior acessibilidade dos
serviços de Saúde â população?

Esses são alguns dos problemas com que se defronta


o setor Saúde. Hã outros que a esses se somam, e que se encon
tram fora de seu controle, como o nível de renda de população,
seu baixo nível de educação, e as condições insatisfatórias de
habitação e saneamento.

A situação da Ãrea-Programa reflete em grande par


te as dificuldades encontradas pelo Setor Saúde em implementar
medidas de controle da mortalidade e morbidade. Considerando a
existência de maiores recursos para Saúde tratar-se-ia de elaho
rar programas de nutrição, não só com objetivos a médio e longo
prazos, mas de caráter imediato para resolver parcialmente uma
situação de quase calamidade existente na Ârea, devido à estia
gem prolongada. Medidas de saneamento básico e ambiental viriam
também eliminar ou diminuir as altas taxas de incidência de ver
minoses, doença de Chagas e esquistossomose, o que deveria ser
feito, através de entrosamento entre as diversas instituições *
que atuam na área.

Outro problema que surge i decorrente da oferta de


serviços em equipamento fixo estar alocada em centros urbanos.A
prestação desses serviços possibilita uma acessibilidade dife
renciada, à medida que aqueles que se encontram nos centros po
dem ser mais prontamente atendidos, ao passo- que aquelas popula
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314

ções situadas em zonas mais afastadas raramente se utilizam dos


recursos institucionais de saúde colocados a sua disposição. Há
pessoas que se dedicam a medicina informal, como raizeiros, par
teiras, farmacêuticos práticos, etc. que tem atendido a essas
populações. Além de se propor medidas de tornar mais mõvel o a
tendimento mêdico-ambulatorial, trata-se também de utilizar os
recursos médicos informais, incentivando e orientando o pessoal
ocupado nessas atividades.

O controle da subnutrição, das verminoses, doença


de Chagas, de esquistossomose e de outras doenças transmissl
veis pode ser sensivelmente melhorado, ã medida em que Saúde for
compreendida como um setor relacionado com outros, cujos fato
res determinantes tanto se encontram dentro de sua faixa de do
mlnio, como podem constituir variáveis estruturais e institucio
nais gue nao pode controlar. Dessa forma, medidas de saúde sô
podem ser eficazes enquanto estejam relacionadas com as de ou
tras funções.
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Apêndice
\ governo do estado de m in a s g e r a is

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315

APÊNDICE

A delimitação de uma sub-ãrea prioritária para a


a implantação, pela CODEVALE, do Plano de Desenvolvimento Ru­
ral Integrado do Vale do Jequitinhonha (PDRI) decorre de dois
fatores básicos, a ausência de recursos suficientes para ata­
car a problemática da área, como um todo, e o complexo desdo­
bramento da estrutura sõcio-econÔmica regional. Trabalhos ante
riores ressaltaram esta complexidade apontando principalmente
aspectos diferenciados na distribuição espacial das atividades
rurais, na estrutura fundiária, na variação da densidade demo­
gráfica correlacionada com a atividade dominante , na articula
ção da rede urbana e na integração do Vale ao sistema econômi­
co extra-regional. A partir destes estudos pode-se inferir cor
retamente a existência de várias sub-ãreas de estruturas mais
simples, independentes entre si (no que se refere à organiza­
ção da atividade produtiva), e, portanto, carentes de ações de
intervenção dotadas de características específicas.

Eliminada a possibilidade da formulação e implan­


tação de planos e projetos específicos para cada uma destas
sub-ãreas, coincidentes dentro de uma perspectiva temporal,op­
tou-se pela delimitação de uma área prioritária a Ãrea-Progra-
ma para a execução do PDRI, mas estreitamente vinculada a polí
tica global de desenvolvimento para o Vale. Esta opção deve
ser considerada, portanto, como ação tática visando estabele­
cer uma base logística para a plena aplicação da estratégia
prevista para o Jequitinhonha.

Dentro desta õtica, os ojetivos específicos fixa­


dos para a sub-ãrea prioritária, tendo o PDRI como instrumento,
foram deduzidos a partir das metas finais previstas para o Va-
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316

lê, embora agueles se apresentem ora diferenciados no espaço


e/ou no tempo ora limitados em seus resultados finais,

A partir da hipótese de que a solução dos proble­


mas do Vale do Jequitinhonha está indissoluvelmente ligada a
incorporação da região à economia de mercado, procurou-se iden
tificar a sub-ãrea - observadas as condições supra-citadas
que melhor atenderia aos estímulos destinados a criar um nú­
cleo dinâmico, capaz de induzir o processo de modernização da
estrutura econômica regional.

Delimitação da Ãrea-Programa

O diagnóstico do Vale do Jequitinhonha aponta co­


mo obstáculos ao desenvolvimento, entre outros, os seguintes
ítens:
a) baixa produtividade nas atividades rurais;
b) baixos níveis de renda;
c) sistema de comercialização precário;
d) baixo nível tecnológico;
e) rede viária deficiente;
f) serviço de atendimento social precário;
g) rede urbana truncada.

Nota-se, entretanto, que se estas características


são comuns à região, como um todo, elas se apresentam de modo
diferenciado no espaço, e esta diferenciação serviu de supor­
te para a escolha dos critérios que determinariam os limites
geográficos da sub-ãrea prioritária.

Estes critérios se alinham em três ordens diferen


tes, a saber:
a) critérios de ordem econômica ;
b) critérios de ordem social;
c) critérios de ordem operacional.
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317

Os critérios de ordem econômica, comportando dife


rentes variáveis, foi adotado em função da possibilidade que a
sub-ãrea prioritária deve apresentar de absorver e responder
ao estímulo projetado, condição imprescindível para a formação
do núcleo dinâmico pretendido. Por sua vez, a segunda ordem de
critério justificou-se pela necessidade de se criar uma estru­
tura onde a mobilidade social nao sÕ permita a modernização co
mo também estimule o processo de mudança. Finalmente, os criti^
rios operacionais, obviamente, se explicam pela indispensável
adoção de medidas de caráter prático que tornem viável a orga­
nização, execução e supervisão da ação modificadora a ser pro­
gramada.

a) Critérios de ordem econômica

Analisados os estudos e dados existentes foram a-


dotadas as seguintes variáveis:

Rendimento médio

Como já foi assinalado, a baixa produtividade é


um fenômeno comum a todo o Vale, mas a diferenciação da produ­
tividade em função da localização espacial permitiu que se uti
lizasse este indicador como ponto de referência para a identi­
ficação dos municípios constituintes de uma área hierarquica­
mente superior no que concerne a capacidade de resposta a estí^
mulos. Os municípios escolhidos, segundo esta variável são a-
queles que apresentam o maior rendimento médio por ha., consi­
deradas as culturas mais importantes da região. A tabela LXX,
mostra o rendimento médio destas culturas, por município.

Aceita a hipótese de que os municípios que apre­


sentam maior produtividade são aqueles que mais condições ofe­
recem para um retorno, a menor prazo, dos investimentos, foram
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318

Tabela LXX ■
Rendimento Médio das principais culturas do
Vale do Jequitinhonha
1973

PRODUTO

«UKlClPlOS CANA DE FEIJÃO MAM Dl OCA MI LHO EM


ALHO ARROZ’ AÇÚCAR EM CRÂO EU R A I Z CKÃ0

B o ciíú vi ' . - 1.2 50,0 0.4 - 1.0

BotüPtiritn - 1.0 ■ 20,0 0,3 11.0 1.2

C ris tã lia ,; 'a - 1.0 20,0 0.3 11.0 1.2-

Gr ao K o g o l - 1.0 19.5 0.3 - 1.2

] teciiübira 0.8 18,4 0.2 * 0.8

? o j t e i x i nh a - 1.0 “ " 12 , 0 0,6

Riacho dos Machados - - - - 1.2

Rio fardo de M i n a » - .1,0 - 0.5 ‘ 14,0 0,9

R u b i 1i t a - ■ • - “ 0,2 - " 1.2

Salinas - 1 ,0- 30,4 ■ o .i IE.0 1,2

T a i o b c i r as • - - - " ■ 0,2 . “ 1.0

Cape 1 i n h a - 1,2 40,0 0,5 20,0 1.*

Ca r b o n i t a - 1.2 ~ . 12 , 0 1,0

D iamantina - - “ * 0,9 •

Fe 1i O p dp£ tos - - 0.9

1 1 ama r a n d i b a 1,2 - p,6 12.0 1,0

Rio Vermelho ■ - - - 0.4 - 0.9 ■

Senador M odesti n o Gonçalves - 0,9 - * 20,0 0,7

Serro * , ' - 40,0 • . 0,5 9,0 0.6

B e rilo - . 1.2 0,5 1.5

Caraí - • 0,6 32,6 0,4 15,0. 0,6

Chap ada do N o r t e 1.2 “ 0.6 - 2,0

F rancisco Ba d a r o ■- - •- * 0,5 - 1.2

Malacacheta - -■ 0,6 9,0 1.5


. i.o
Mi n a $ tí o v a s • 1 - 1 ,2 - 0,6 ” 1.5

Kovo Cruzeiro *,0 0.9 - 0>6 17.0 1.3


Padre Paraíso ■- ■ 0,6 - 0.4 - 0.6

Araçuaí . . - 0,3 21,5 0.3 9,0 0,9

Cur e r c i nhe - .1.0 * 0,2 “ D p7

Coronel Muita - • 0,4 21 , 0 0,2 9 .0 0,4

I c i n na ’ 0,6 - 0,3 6,0 0.6

Medina - 0,5 “

V irgin da L a p a * 0.5 - 0,3 1 5 .0_ 0,6

Almenara - 0,9 . 0, s 5,0 0,9

Te 1i s h u r g o - 1.2 - - * •

Jacinto - * ■ - - 0,8 13.0 0,7

J e q u i t i -nhonha 1.2 - 0.5 6,0 -


Joaíroa - 1.2- 0.» - - ■ *

Jordan*a - - - - 16,0 -
_ t 12.0
S alto da D i v i s a t f - - - “

Santa Maria 4o Salto - - 12 , 0 -


Santo A ntonio do J a c i n t o - * - 0,8 14,0 0.7

Vale do Jequitinhonha 0.93 0.51 12.4 0.43


— 't p -- _ 1 L ã _____
ROUTES IBGE . L c v a n t a m e n <g da Produçãp A R fíro la ;
, H im * C e n ii - 1,973, Rio de J a n e i r o , 1.974. 2v.

B elo Hari>Qn«a d rim itro de ] .975


CODE V A L I M r c

(*) Toit./bi
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319

selecionados os seguintes: Capelinha, Malacacheta, Novo Cruzei^


ro, Minas Novas, Chapada do Norte, Berilo, Salinas, Todos eles
apresentaram um rendimento medio superior ao do Vale em pelo
menos 3 (três) dos 5 (cinco) produtos agrícolas mais significa
tivos no âmbito regional: alho, arroz, mandioca, milho e fei­
jão.

Valor bruto da produção agrícola

Estabelecido o valor total da produção agrícola


de cada município, extraiu-se a media para o Vale, selecionan-
do-se aqueles municípios que apresentavam valor global superi­
or a média regional. Como hipótese, admitiu-se que havendo co­
incidência entre rendimento médio superior e maior valor da
produção, isto indicaria com maior precisão a performance do
setor rural da economia de cada unidade administrativa. A tabe
la LXXI mostra o valor da produção agrícola de cada município
e sua relação com a média da região.

Observados os valores constantes no quadro IV, fo


ram retidos 17 municípios: Bocaiuva, Botumirim, Cristãlia,Grão
Mogol, Rio Pardo de Minas, Salinas, Capelinha, Itamarandiba,
Serro, Berilo, Caraí, Chapada do Norte, Malacacheta, Minas No­
vas, Novo Cruzeiro, Araçuaí e Jequitinhonha.

Valor médio por hectare

Obviamente os dois indicadores citados anterior­


mente não preenchem todos os requisitos para a identificação
do desempenho real da economia rural dos municípios. Optou-se
então pela analise do valor médio do hectare cultivado, como
um terceiro fator capaz de dar maior nitidez â "performance" do
setor rural. Ainda considerando os mesmos produtos, obteve-se
valor médio por hectare colhido em cada município e a. media pa
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32 0

Tabela LXXI
Valor Bruto da Produção Agrícola do
Vale do Jequitinhonha- 1973

FRODOTO:

MU N l C t F l O S F E I J Ã O EM m a n d i o c a H l LHO VALOR TOT a I


CANA DE
ALHO ARROZ GRÃO EM RAI Z EM CRÃ0 da propuçàc
AÇÚCAR

S3D 1 . 9 60 . 526 - 575 37,11
Bocaiuva
766 ' 280 515 576 235,53
V o lu n irlo * 2 14
- 180 1.346 4 50 25,32
C littÁ li* m 372
O 1.410 39.95
- 603 954 968
Crao Hogol
S3 7 - 320 16,70
Itaca n h ira - 292 *36
_ 341 1 .121 14 , 6 2
7oT t«irirh* 17 B
901 9 ,01
Riacho d o s Ma c ha d o s “ "
•> - - 1.920 1 . D7 4 306 39,10
Rio 7«r<l0 de M i n a s 612
- 1.196 * 396 15,92
R ubiH ta - -
- 266 39 6 4.M 2 1.941 1.119 96,97
S lliiits
■ - - - 1.336 431 19,67
Itiio b e ira s
6 72 366 656 135 2.250 42,79
CapcHnha -
* 623 - - 103 147 ’ 6,73
Catbonit *
_ _ 162 1,62
D i « M n C1 0 *
- - * 315 3 .U
T e lítio dot Santos
• 646 2 87 2.151 38,68
It m r tn d ib i 7S4
- - - l lí ' 1 .03» 13,34
Rio Vermelho
- - - " 205 316 5 , 41
Senador ííodestino Gonçalves
1 . 101 6 84 127 317 360 25,89
Sarro
376 - 525 - 1.200 íí.o s
íe r i 1o
- ■1?Õ 353 1.218 1 . 760 180 36,31
Caraí
385 - 1.800 14,45
Chapada do N o r t e - 360 - '
261 - 525 7,86
F rancisco Eadafõ - - -
- 30 3 1 - 200 400 1 , 159 30, f :
H i}<escA^fa -
338 - ' 1.749 23,67
H inas Kovaa 260
3.479 ais 799 5 6 .il
Novo Cruíc-iro 300 ■ 233 -
- . 95 - 465 - ■, 100 6 ,6f
Pedir Persíso
- 3 44 717 . KfefcE 1.967 1.339 80,35
At jç u ê Í
- - - ' 144 “ 77 2.-’ !
Cooercinhci
- Ü2 32 7 39 8 500 142 14.59
Coronel Tlurta
- 125 - 3SS *97 120 11,2*
1tin ta
70 - “ 0,70
Medi i i » - - -
- .132 .211 263 200 11 . 1 3
V i r £ * i r . da L ap a
466 136 . 113 1,42
ilH Q in 194 -
- 142 - * 10,20
Fcliaburte .
' 522 612 «6 24,41
Jacinto - ■ - - ■
- * 247 - 1.127 1 . Db 7 . - 2.54
Jequitinhenha
- 194 - 560 - - 3.18
Jo iln »
- - . - ,318 ■ - 4.62
Jstdânía
Salto da l i i v i » » - ’ ' - - - 46.7 - 1,13

'Santa Maria do S a l t o - . “ “ 513 -


- - - 116 627 72 10.35
Santo A ntônio do J a c i n t o
Vale do Jequitinhonha Joo 9.5 75 7.351 26.292 18. 611 24.074 £76 , 1 A
( i ) t k ; i .ooo _
FOI* Tt, t 1RCC, I. » v an c a rvçTi ç o da PTOduçãn A ^rícal*:

ffinat Ccríit * 1,973, Rio dc Janeiro,* 1 ,*74. h .

Ic l« HoriiQn(et deacmhio d« 1.975

CUUtVALK/At’L
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321

ra o Vale. Foram selecionados os municípios que, em pelo menos


3 (três) dos 5 (cinco) produtos apresentaram valor por hectare
superior à média regional. A tabela LXXII, indica o valor era
cruzeiros por hectare para cada município e as médias regio
nai s.

De acordo com este processo, foram retidos 7 muniL


cípios: Bocaiuva, Salinas, Berilo, Caraí, Chapada do Norte, Mi
nas Novas e Novo Cruzeiro.

Tradição rural

O Vale do Jequitinhonha foi incorporado â histó­


ria econômica brasileira a partir do século XVIII com o início
do ciclo minerador, atividade de alta rentabilidade que se con
centrou sobretudo no alto Jequitinhonha. Como consequência da
estrutura da atividade de mineração, a vida econômica regional
começava voltada para o mercado externo, fixando-se a popula­
ção em núcleos urbanos que se transformavam rapidamente em cen
tros prestadores de serviços e entrepostos comerciais. A deca­
dência da mineração, impôs uma diversificação das atividades
econômicas, surgindo a agricultura de subsistência e a pecuá­
ria extensiva, esta mais significativa no médio Jequitinhonha,
para onde jã haviam se deslocado rebanhos do sul da Bahia. Do
século XVII à nossa época, as transformações econômicas foram
relativamente lentas, observando-se como notável a concentra-,
ção da pecuária a Leste e da agricultura a Oeste, mediada pòr
uma região de transição ao centro. O estudo do Levantamento da
Estrutura Fundiária e Agrária do Vale do Jequitinhonha (CODEVA
LE - 1975) conduz a diversas constatações sobre a tradição ru­
ral na região: predominância da pecuária, não sõ em termos de
área ocupada como também no que se refere à sua disseminação
na maioria dos municípios, caráter extensivo desta atividade ;
agricultura organizada à margem da economia de mercado e ocupan
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS
s e c r e t a r ia d e p l a n e j a m e n t o e co o rdenação g e r a l/ f jp / co devale
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322

Tabela LXXII
Valor da Produção Agrícola do
Vale do Jequitinhonha - 1973

PRODUTOS
MANDI OCA MI L H O ALHO arroz" CANA TE1jXo
« u k i c Tp i o s ^

- 36,9 — • 700,0 165,0 126,7


Socaiúva
196.0 60,0 - 50,9 100,0 40,0
fcot umí r i m
■ 197.9 60,0 - . 51,1 1. 00, 0 40*0
C T IÈ tíli*
- 60,0 - 51,0 92.5 40,0
Cr ã© H o g o l
- 2B,0 - 47,9 101,4 66,3
1 1 j c anl> i t a
P o jteirinha 39,B 28,0 66,4 “ ”

Riacho doa Machados * - 50,0 - ■ * -

216,9 33,0 - 51,0. 96,0-


Rio Pardo àt Mi n a s
- 44,0 - - 1*0,7
E ubíliifl
2 j i ; a 39,9 - 53,6 120,0 146,6
Salinas *
- 35.9 - * 146,2
Ta i o b e í r a s
36,0 69,2 - SD, 0 100,0 64,3
Cape l i n h a
Car bon i t a 26,* 50,6 - - 70,0 —

Dia mantin a - 45,0 - - * •

Felício dos Santos - 45 , 0 - - “ ”

Itanarandíba 31,5 46,0 80,0 - 52,3

Rio X ar me lho - 29,6 “ - - 41,0

5 e n « d o r Mo d e s t i n o Gonçalves 59.9 33.6' - .54,6 - “

Serro 116,9 21 ,1 - - . 200,0 43,0

l t T Í 1O - 75*0 64,0 .97,2

261.9 .20,0 ■ - , 30,0 130,7 101,5


C trai
C h a p a d a do K o i t « - ■ 100,0 '60,0 - ' 106,9

- 50,0 'b- " “ 100,3


Francisco tadarô
K a l a ca c h a t a 36,3 ' 46,2 43.2 - 57.1

Hinas Novas ’ B7.4 - 70,0 " 135,2

Padre Paraíso ** * 20,0 - 33,9 * 103.3

ATaçuai 70.5 45,0 - 25,2 77,5 73,9

Comercinho . 24,0 - * “ 45 , 0

C f l T d n e l H u f Ca *8,5 ' I I , 0 ' - 16,3 76,0 66,1

*6,4 45,3 - 50,0 77,2


Itin t»
Medina - - - 28,0 ‘
Virgem da L a p a 76.1 40,0 - 37.7 - 65 -, 2

Alienara 66,9 45,2 - 45.1 “ 156,0

F tlith u rgo - - . 40,2 ** -


.Jacinto 6* ,4 26,6 - * * 67,0

Jequ i t i nh o n h a 137,1 - - 76,0 - 106,1

Jo iíei - - - 151,6 - 117,8

Jordânia *6,1 . - * “ t
S a l t o ' da D i v i s a 59,9 - - - * *
Santa Maria d o S a l t o 60,3 - * *
Santo A n t ô n i o do J s c i n L o 71,2 ' 26.6 •- - 67.2

Novo Cruze i r o 297,4 42,0 , 1*200,0 39 , 0 - 144,9


V a l e d o J r q u i I i till onha 2 *06,4 1 539,3 1.200,0 2 200,7 1 119,6 I 755,:
<*) Cr4 },ot» por Iia
FONiní I üCl , |,c van t arcr n <o tf* P r o d u ç ã o A p r T c o f a
Hinai Ocraia - 1.971* Ri © de J a n e i r o , 1.974. 2v.

le }o He>T꣩nfc, dciem bTO dl 1.971 41


CODE VALE/ATC
GOVERNO DO ESTADO DE MINA3 GERAIS
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SECRETARIA DA AGRICULTURA / SOAPA
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323

do, relativamente, um pequeno percentual da área aproveitável.


Como conclusão, examinadas a formação histórica e a situação
atual, a tradição da economia regional está centrada sobre uma
base rural sem dinâmica própria, carente de medidas que reati­
vem sua potencialidade.

Ãrea aproveitável não explorada

Dadas as metas a que se propõe o Plano de Desen­


volvimento Rural Integrado, torna-se importante analisar deti­
damente o fator "terra disponível" no processo de delimitação
da sub-ãrea prioritária. Na tabela LXXIII pode-se obser
var que a ociosidade do fator terra atinge proporções signifi­
cativas em vários municípios, o que supõe uma possibilidade de
expansão das atividades sem obstáculos de ordem espacial.

Para efeito de seleção, considerou-se que os muni^


cípios que dispõem de mais de 25% da area aproveitável em est£
do de ociosidade apresentam maiores possibilidades de expan­
são: Diamantina, Senador Modestino Gonçalves, Araçuaí, Coronel
Murta, Francisco Badarõ, Minas Novas, Porteirinha, Cristália e
Berilo.

Presença de empresas rurais

A presença de empresas rurais não sõ ê significa­


tiva no que concerne â identificação de um início de processo
de mudança econômica e social como adquire um valor de ordem
psicológica de características positivas. Admitiu-se que a pre
sença destas empresas vim atestar a maturidade do Vale para re
ceber e responder a intensos estímulos para o desenvolvimento.
Apenas 2,60% dos estabelecimentos rurais do Vale organizam-se
em termos empresariais, mas acredita-se que estas empresas e-
xercerão enorme influência em suas áreas de atuação, em vista
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32 4

.Tabela LXXIII
A r e a .aproveitável não explorada-
Vale do Jequitinhonha -1972

Area Aproveitável Kao Explorada


Micro-JtefiSc* c Municípios 2 d* Are* Apto
Ha vcítãvel (!)
Socaiúv* 33.015,5 lo 13ó
£pt umiriíD 9.OU,9 15,33
Cri st alie *.333.? 37,96
Crao V.ojol 11.836,2 10,59
ltacambir* 3.221,8 15.63
'í 23.666,3 40,26
Fortfirinha
w •
°
tl
18,61
Riacho £oç Machados 9.652,3
Rio Fardo d« Hir-as 9.161.4 22,83
Kuhi Jita 12.615,3 24,16
Salinas 38.649,5 19,09
Taiobei ras 10.286,7. 12,62
Capeiinha 1.435,8 5,43
Carboni t a 552,6 3,64
Couto de Magalhães de Minas 2.444,9 20,34
Dat es 1.183,6 11,91
Dí cantina 22.426,8 39,30
felício dos Santos 1.350,4 11,67
Telisberto Caldeira 495,2 8,74
1: tn*rendiba 10.236,6 12,59
Rio Vermelho 4.490,6 7,67
Senador Moc££tino Gçrpçaíves 5.713,3 38,67
Serro 2.228,2 4,62
lur-.a^in« 3.247,7 19,95
Araçuai 50.655,1 26,50
Berilo 12.729,3 47,15
Cbapaca do ;<orte 3.975,1 20.32
Coronel Murta 23.114,5 37,05
"ranciseo íhc&tçi 9.442,6 34,4]
M:r.£í "f-Ví* 46.746,0
1 - 31.344,7 30,96
Í0.3E
T:r'11 rs - £~1 • 1 6.955,3 6,33
Cerai 1 11.562;4 17,5 8
íliaitfetut; i 6.652,9 6,63
5<CaVCCrureirf- £-621.9 9,OE
Ittrt r£7iiít> 5.653.4 24,55
3:.E06,0 13,46
Andr? ;« rr.tnctf ; jf. JÍ>V rt ! 7,12
Lancei rí. j 2.102,7 | 6,36
CoiTíriirihf 1 £-595,1 18,10
Telirtarjo 561.8 1,55.
1iiobir. 7.471,5 14,74
Jacinto 9.128,6 8,76
Jer ti i.níior.hi 14.656,5 6,16
je tí» 4.422,6 3,41 .
Jorccr.i t 6.366,1 22,51
ladina 5.191,9 4,52
TtÁTt Á2U] 1.126,7 0.83
Tio do Irado. 3.051.7 2.86
Rubir- 2.325,9 2,96
S*Uo da Divisa 5.035.3 6.65
íamra .’.'arií cc Salto 7.279.6 23,08
/-Tlllljfi IJ Ót’ Jtl jtltt1 1.812,8 6,6j
Vaie Ór q u: ; j1 is.*;
t p :ti n ris liMufierli r AtrSrit dr' Va!» d6
£tlo horiaonte, 1975.
B*)s ÜMiíMSe, itn u r de 1976.
WS.tVAl.t/APC - c(w
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325

da maior produtividade, volume de produção e rentabilidade.

A tabela LXXIV nostra a distribuição espacial das


empresas na região.

Como pode ser constatado, 23 municípios apresen­


tam um numero médio de empresas (sobre o total dos estabeleci­
mentos) superior ã média do Vale: Grão Mogol, Riacho dos Macha
dos, Salinas, Taiobeiras, Capelinha, Berilo, Francisco Badarõ,
Malacacheta, Araçuaí, Comercinho, Itinga, Medina, Almenara, Jo
aíma, Jordânia, Salto da Divisa, Santa Maria do Salto, Santo
Antônio do Jacinto, Rio do Prado, Bandeira, Itaobim, Couto de
Magalhães de Minas e André Fernandes.

b) Critérios de ordem social

Os componentes de ordem social intervenientes ho


processo de delimitação da sub-ãrea prioritária não se limitam
às metas de criação de uma infra-estrutura de serviços. Diver­
samente, procurou-se identificar que faixas da população do Va
le ofereciam maior ou menor sensibilidade â mudança da organi­
zação das atividades produtivas. A importância em encontrar
resposta a esta questão é õbvia, uma vez que i de conhecimento
corrente que, quanto mais rígida a estrutura social, maior re­
sistência é contraposta às tentativas de modernização. Mais
uma vez, optou-se, em vista das condições prevalentes, pelo mê
todo de avaliação indireta das características regionais. A a-
nalise das atividades dominantes e do módulo das propriedades
serviu como instrumento para a identificação das constatações
necessárias.

Atividades dominantes

Com base no Levantamento da Estrutura Fundiária e


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326

Tabela LXXIV
Empresas Rurais- Vale do Jequitinhonha
1972

EMFRÍSAS RURAIS
t i SJh e r o de
t $ T A BELECBI ENTOE
H U K lC lF lO S Z
RURAIS VALOR ABSOLUTO
2,46
2.0 69 51
Bocaiuva
599 01 0,16
Bo i utni r ir»
C ristãli a
244 06 3.15
1.164
Grão Mogol
566
I t a c a m b i ra
46 ' 1.67
Po r t e i r i nh *
2.751
' 508
14 2,75
R ia c h o dos !.'a t> )io s • 01 0.32
3.054
R i o F a r d o de M i n a s 23 ‘ 2,44
940 2,94
Rubi 1 i ta 67
2.954 4,36
Salinas 29
644
Ta i b b e i r a s

1.204 06 4.96
C a p e i inha
Carbonita 769
108 03 2.77
Couto de Hagalhaes de M ín aa
Datas 162
Di aiuant i na 567
335
0E
03
l.* l
0,69
F e l í c í o dos Santos
1 63 02 1.22
F e lis b e r to Caldeira
2.163 18 0,63
Ttanarandiba
675 n 1.25
R i o Verro*l ho
4)4 02 0.46
Senador M o d e s iin o Gonçalves
911 07 0,76
Serro *
lu rtz lin £ 1.439 01 0.69

07 4.78
B e r i 1o 1.672
74 1,43
Ctraí 976
2.026 04 1.97
Chapada do K o r t e
F r a n c i s c o Eadaro 1.496 09 6.00
91 5 .6 S
71a l i t i c r . H « 1.597
03 2,19
N in a s Sovas
E rv r Cru:c i r o
2.277
7 .627 34 1.47
F e i r e R a r a * so 4 16 04 0,95

16 4,42
Anti« T f : í. and es iL'~ 2,7 0
Artri.1 41
Coa. e r c i. nho
1.515
600
30 5,00
12 2.51
Coior.el S u rtí 476
ltarbtn 443
17 3 . Í :•
66 3.3C
Ititiça 1.391
3* 3,97
S e c :r.t £56
10 0,66
da b s ft 1 .151

Alm em ra . £17 77 9.47


Bandeira 235 - OB 3.40
F eliíb u rt6 177 31 1,75
J a c in to 515 5P 1.14
J k j u í t inhotiha 567 73 1,28
Joaluia 764 70 9,16
J o r dãr. i * 343 17 4.93
P e d r a Àaul 322 44 1.36
I. R i o do P ra do 665 63 9.47
R ubi» 411 93 2.26
S a l t o de D i v i s a , 6* 25 2,84
S a n t a K i r i a do S a l t o 167 14 6.36
S a n t o A n t ô n i o do J a c i n t o 445 16 4.04

V ale 4o Jeouitinhrnhj 49.091 1.277 2.60


I
FCC;IE; c ot e VAU.. Lcuao e m en t o da E s t r u t u r a F u n d i á r i a e Ac r á r i a do Vale^dO Jequitinhcnnha -
1972. b e l o K o r i i o n t e , 1975.
Be l o H o t i i o n t t , j a n e i r o de 1976.
CODE V A L I/AT C - CID O
G OVERN O DO ESTAD O DE M IN A S G E R A IS .
S E C R E T A R IA DE P L A N E J A M E N T O E C O O RDEN AÇÃO G E R A L /F JP /C O D E V A L E
S E C R E T A R IA D A A G R IC U L T U R A / SO APA
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327

Agrária do Vale do Jequitinhonha, pode—se determinar com razoa


vel precisão a existência de três süb-ãreas: de pecuária domi
nante, cuja situação geográfica pode ser definida "grosso mo
do" como estando a leste da BR-116 (Rio-Bahia) , ou seja, o me­
dio Jequitinhonha; Srea de agricultura dominante, cujos limi­
tes podem ser definidos por uma linha paralela ã BR-116, acom
panhando as divisas, a oeste, dos municípios de Capelinha, Mi
nas Novas,. Berilo, Virgem da Lapa, Rubelita e Salinas e uma
área de transição entre estas e onde as duas atividades sãc im
portantes. Ainda apoiando-se no documento citado, vê-se que a
região onde predomina a pecuária apresenta baixa densidade de
mogrãfica na zona rural o que indica que a atividade dominante
absorve pouca mão-de-obra e portanto limita a distribuição da
renda (através de salários, parceria, etc.) e consequentemente
a mobilidade social (uma vez que outros canais de ascensão so
ciai, como por exemplo a escolaridade ou inexistem ou não são
acessíveis senão ã classe que detém os meios de produção). Nas
outras duas sub-áreas a densidade demográfica na zona rural é
acentuadamente mais alta, o que leva a crer que incentivos vi
sando o ingresso de maior número de pessoas em uma faixa supe
rior de renda encontrariam maior receptividade aí. No mapa I,
em anexo, observa-se com maior precisão a distribuição das ã
reas segundo a atividade dominante.

Distribuição das propriedades

No que se refere ã distribuição das propriedades,


dois fatores são de capital importância para a análise em cur
so. O primeiro diz respeito ao número de propriedades e o se
gundo â área ocupada pelos estabelecimentos. Tendo-se por hipo
tese que a posse ou o trabalho da terra determinam os potenci
ais de acesso a faixas de renda superiores, tem-se que, quanto
mais elevado o número dos estabelecimentos, maior será o ccntin
gente populacional reunindo condições potenciais de acesso so
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328

ciai dentro de um processo de desenvolvimento econômico. Seria


enganoso, entretanto, julgar que a simples existência de um
grande numero de propriedades ofereceria boas possibilidades
de mobilidade, uma vez que nem sempre a area ocupada correspon
de ao número médio de estabelecimentos. Adotou-se, então, como
fator de correção, a área ocupada. Admitindo-se, ainda, como
ideal a propriedade entre 50 e 200 ha. que caracterizaria o pe
queno proprietário e, por definição, o pequeno produtor, dadas
as condições sõcio-econÔmica do Vale, obteve-se a classifica­
ção que pode ser vista na tabela LXXV.

A partir destes dados e das considerações anterio


res, nota-se que a melhor correlação existente é aquela que ca
racteriza a existência de um grande percentual de estabeleci —
mentos do módulo ideal (sobre o total dos estabelecimentos) 1.L
gados a um também elevado percentual da ârea ocupada por estes
últimos sobre a ãrea total. Foram selecionados assim os inunicl
pios de Botumirim, Itacambira, Porteirinha, Riacho dos Macha
dos, Rubelita, Salinas, Taiobeiras, Caraí, Novo Cruzeiro, Pa
dre Paraíso, Comercinho, Coronel Murta, Itinga, Medina, Virgem
da Lapa, Joaíma, Santo Antônio do Jacinto, Itaobim e Rio do
Prado.

c) Critérios de ordem operacional

Evidentemente, a execução e supervisão de um pla­


no, que tenha como objetivo a modificação de uma estrutura, ca
recem de pré-requisitos operacionais, seja, é indispensável
que se adotem medidas que t o m e m viáveis a execução dos proje
tos específicos. Neste sentido, e levando-se em consideração
que a delimitação da sub-ãrea prioritária se faz em função do
PDRl, dois Itens mereceram analise, a necessidade da sub-ãrea
prioritária estender-se em ãrea continua e a imprescindível
presença de um núcleo urbano significativo.
governo do estado de m in a s g e r a is ■
' SECRETARIA DE PLANEJAM ENTO E COORDENAÇÃO QERAL/FJP/CO DEVALE
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329

Tabela LXXV
'Modulo de Estabelecimentos Rurais-
Vale do Jequitinhonha- 1972

ESTABELECIM ENTOS RURAIS b0— 200t‘^


MÜMERO DE
«DJíJClflOS estabeleci mentos
R U R A IS VALOR ABSOLUTO I

2.069 462 22,32


Bocviúva 224 37,39
5 99
Botumirím 95 38,93
C ria tã ]ia 347 2 9. 81
Crao Hogol 1.1 64
566 237 41,67
ltacam biia

2.751 683 24,82


Íorteiriíi^i
508 182 3J5, 6 2
R i a c h o dos M a c h a d o s
R i o P a r d o de M i n a s 3.054 ' 288 94,30
BuBí]5 t a 940 305 32,44
S a l i na $ 2.954 880 79.79
Taiobeiras 644 261 39,30

1.204 124 10,29


Ca p e 1 i n h a
789 60,83
C* r b e n í Ca 4*
C o u t o de H f l j a l b s e s á e M i n a s 108 29 26,85
162 43 26,54
Datas
D3 a e a n t i na 567 138 24,33
F c l l c i o àm Santo« 335 66 2 0 , 29
J > lͫb e rte Caldeira 1 63 19 11,65
Itar.arainíiba 2 . 1 63 294 13,59
R io Vermelho' 875 152 17,37
Senador K o d e s t in o C o n ; a l r r s 414 53 12,31
Serro 911 135 14,81
Turras 1 itife 1.439 55 38,22

Berilo 1.672 59 35,28


Caraí S 76 337 34,72
C h e p e d a do n o r t e . 2.026 55 27,14
í r i t i f iscf' t&dsrõ 1.498 75 50,06
'ííslscscher í 7.597 364 22,79
M i r . a i Kov-ss 2.277 88 36,64
Jicvt C r u s t i r o 1.627 402 • 24,70
f a c r t Paraíso 4lf : :o 26,70

Ap c t * T e r r . í t i c e s 407 126' 30,95


ÂÍÍÇUtl 1 .515 471 31 , 0 Í
C or t r t inhe- 600. . 230 ■3Ê, 33
C o r o n e l í !\.m e L 185 36,70
liar-ris. 44 3 ;F: * : , ■6
21 i nj * 1.391 53 í i b , P5
M e e i na 856 . 356 41,56
V i r [ t o - da La ps 3.151 367 31,88

. Al r a t n e r s 8J7 339 41,49


5*ndeira 2 35 109 46,36
Felilbu rfo 177 85 4 B , 02
Jacinto 515 222 43,10
J e q u i t inhonha 567 171 30,15
Joalms 764 215 28,14
Jordânia 343 142 41,39
Ft dt r* A tu i 322 92 2 8, 57
F .ic do P r a d o 6.65 279 41,95
Rubi m ''411 162 39,41
S olto d» Divisa 88 26 ■ 29,54
S a n t a M a r i a do S a l t o 167 71 4 2, 51
S a n t o A n t ô n i o do J a c i n t o 445 170 38,20

Vale do J e q u i t i n h o n h a 49.091 | 11. 137 22,68

J-CKK: CÜDEVALE. UvrnLB-entg da Estrutura FundiÃri»_e -de Vaie da Jeouit i nhonha -


1972 - Belo Horizonte, 1675.
A crâ ria

Bel o H o r i z o n t e , j a n e i r o de W7 6 ,
CODEVALE/APC * C l DO
GOVERNO DO ESTADO OE MINAS GERAIS .
SECRETARIA DE PLAN EJAM EN TO E COORDENAÇÃO GER AL/FJP/CO DEVALE
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330

Area contínua

A escolha de uma ãrea contínua para a implantação


de projetos se explica facilmente pela flexibilidade que em­
presta â execução e supervisão das atividades programadas. Co­
mo estará prevista a criação e/ou expansão de toda uma infra-
estrutura de suporte â atividade econômica a ser estimulada, a
continuidade territorial evitará a dispersão de recursos ao
mesmo tempo em que favorecerá uma maior integração do conjunto
de municípios destinado a tornar-se o nücleo dinâmico da econo
mia regional. A limitação da atuação do PDRI a uma unidade ter
ritorial contínua, entretanto, ganha maior sentido quando cor­
relacionada com a existência de um nücleo urbano significativo.

Núcleo urbano

Como já foi explicado anteriormente, a implanta­


ção do PDRI exige a criação de uma infra-estrutura de serviços
(de comercialização, administração e supervisão, além daqueles
ligados mais diretamente ao atendimento social, como os de edu
cação e saúde). Como esta infra-estrutura se localiza em umpon
to do espaço e considerando que as cidades são justamente os
locais em que estes serviços encontram suas bases de operações,
resolveu-se colocar a identificação de um nücleo urbano expre£
sivo como indicador válido para a determinação da sub-ãrea pri
oritãria. No caso em pauta, este nücleo urbano deveria contar,
entre outros fatores, com:

. localização próxima aos municípios que reuniram


maior nümero de indicadores utilizados neste trabalho;

. um sistema de serviços que exerça atração sobre


o grupo de municípios citado no item anterior;
GOVERNO DO ESTADO DE MINAS GERAIS '
SECRETARIA DE PLAN EJAM EN TO E COORDENAÇÃO G ER AL/FJP/CO DEVALE
SECRETARIA DA AGRICULTURA / SOAPA
CEPA ■ ComissBo Estadual de Planejamento Agrícola de MG

331

. posição próxima a eixos de transporte intra-re-


gionais e extra-regionais;

. oferecer possibilidades locacionais para a trans^


formação de produtos primários.

O mapa II, m o s t r a a distribuição por mu


nicípio, dos indicadores estudados, o que, de imediato, leva â
conclusão de que este núcleo deveria estar localizado na deno
minada "zona de transição", entre o medio e o alto Jequitinho
nha. Dois municípios se destacam, nesta área, pela concentra­
ção demográfica: Salinas e Araçuaí. Como a concentração demo­
gráfica supõe a existência de serviços, conclui-se que as duas
cidades são centros prestadores de serviços aos municípios vi
zinhos. Quanto ã proximidade de eixos de transporte, Araçuaí
oferece, nitidamente, melhores condições: situada junto ao lei^
to da MG-2, estã a apenas 73 quilômetros do entroncamento des
ta rodovia com a BR-116 (Rio-Bahia) , em Itaobim. Quanto a Sali^
nas, a distância que a separa da Rio-Bahia ê de 151 quilôme­
tros. No que diz respeito â industrialização, como era previs^
to, nenhuma das duas cidades se destaca. Araçuaí conta com 31
estabelecimentos classificados como "indústrias" pelo IBGE
(Censo Industrial - 1970) e ocupando 59 pessoas, enquanto Sali
nas contava com 25 estabelecimentos empregando 52 pessoas. Os
dados sobre o número de empregos criados refletem a fragilida­
de do setor secundário. De qualquer forma cumpre ressaltar que
a transformação de peles e couros ocupa o maior número de pes
soas e de estabelecimentos em ambas as cidades.

d) Considerações finais

Como critérios de eliminação, resolveu-se, anali


sar os pontos descritos anteriormente, escolher a Ârea-Pro —
grama fora da região de congruência de atuação da CODEVALE e
GOVERNO 00 ESTADO DE MINAS GERAIS
SECRETARIA DE PLANEJAM ENTO E COORDENAÇÃO GERAL/FJP/CO DEVALE
SECRETARIA DA AGRICULTURA / SOAPA
CEPA - Comissão Estadual de Planejamento Agrícola de MG

332

SUDENE , mesmo porque os municípios do Vale que se acham dentro


do raio de ação desta ultima instituição terão programas espe­
cíficos/ do governo federal, para o desenvolvimento. Com esta
decisão, eliminou-se os municípios de Bocaiuva, Itacambira, Bo
tumirim, Cristãlia, Grão Mogol, Riacho dos Machados, Porteiri-
nha, Rio Pardo de Minas, Taiobeiras, Rubelita e Salinas. Elind
nados estes municípios a configuração da sub-ãrea prioritária
deveu-se exclusivamente ã presença dos indicadores utilizados,
elegendo-se, dentro da "região de transição" ura conjunto de 14
unidades administrativas definindo-se assim os limites geográ­
ficos do âmbito de implantação do PDRI. Araçuaí, Berilo, Cape-
linha,Caraí, Chapada do Norte, Comercinho, Coronel Murta, Fran
cisco Badarõ, Itinga, Malacacheta, Minas Novas, Novo Cruzeiro,
Padre Paraíso e Virgem da Lapa integram um conjunto bastante
homogêneo no que se relaciona com os indicadores propostos, a-
presentando as melhores condições, dentro da realidade do Vaie,
para uma ação de profundidade como a prevista. O mapa III mos­
tra a área escolhida, o mapa IV sua posição relativa no Vale,
o mapa V sua posição relativa em Minas.
N ^
O

VALE DO JEQUITINHONHA/AREA DE AÇÃO DA CODEVALE


DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DAS ATIVIDADES AGROPECUÁRIAS m apal

KOZTKmZ-&EA TOTAL
ATIVIDADE AGRÍCOLA 71562 AfiEA LEGAL

- Ar e a le g a l
ATIVIDADE PECUÁRIA
■■ - UMfTE DA Are A COMUM CODEVALE VSUDENE

______ UM1TE INTER-MUNICIWL


MISTA (AMBAS ATIVIDADES IMPORTANTES)
______MUNClíWS ABRANGIDOS PAROALMENTE

MISTA
ESCALA GRAFICA
10 0 20 50 WO Km

DIVISOR DE AREAS DE ATIVIDADES


Font®'CODEVALE
N N
O

VALE DO JEQUITINHONHA / AREA DE AÇÃO DA CODEVALE


DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DOS INDICADORES mapa 2
85027 K/n2 - AREA TOTAL
+ RENDIMENTO MEDIO P/ha SUPERIOR A MÉDIA DO VALE
71562 Km2- AREA LEGAL
* VALOR BRUTO QA PRODUÇÃO SUPERIOR A MÉDIA DO VALE
- Are a legal

? PERCENTUAL DA ÂREA CULTIVADA SUPERIOR A MÉDIA DO VALE .......... UMTC CA AREA COMUM CCCEVALE/SUDENE

______ LIMITE INTER-MUNICIPAL


■ VALOR MÉDIO P/ha SUPERIOR A MÉDIA DO VALE
______MUWCtPtOS ABRANGIDOS KRQALMENTE

4 PRESENÇA DE EMPRESAS RURAIS

D PRESENÇA SIGNIFICATIVA DE PROPRIEDADES MÉDIAS ESCALA GRÁFICA


10 0 20 50 « 0 Km

« MAIS DE 7 5 % DA ÁREA APROVEITÁVEL NÃO EXPLORADAS


N ’S
*

í
f
i

\
\

BELO HORIZONTE

VALE DO JEQUITINHONHA/ÂREA DE AÇÃO DA CODEVALE


ÄREA PROGRAMA mapa 3
85027 Km2-ÂREA TOTAL

71562 KmZ- ÄREA LEGAL

- ÄREA LEGAL

t - LIMITE CA AREA C W JM COOCVALE/SUDENE

mm
SUB ARE A PRIORITÁRIA
______ LIMITE INTER-MUNICIPAL

. . . MUNICÍPIOS ABRANdOOS BARGALMENTE

ESCALA GRÁFICA
10 0 20 50 ' 190 Km
N
O

VALE DO JEQUITINHONHA/ÁREA DE AÇÃO DA CODEVALE


POSIÇÃO RELATIVA DA ÃREA PROGRAMA mapa 4
«30 2 7 (OmZ - AiHEA TOTAL
ÃREA LEGAL
n SB2 Km2- ÁREA LEGAL

»1. .1 LIM ITE DA ÃREA COMUM C O D EV ALE/S U D EN E

................ LIM ITE DA SUB A’REA PRIORITÁRIA

• LIM ITE EXTERNO DA SUB ÁREA PRIORITÁRIA

________ MUNICÍPIOS ABRANGIDOS RARCIALMENTE

ESCALA GRAFICA
W 0 20 50 150 Km
N

VALE DO JEQUITINHONHA/ÂREA DE AÇÃO DA CODEVALE


POSIÇÃO RELATIVA DA ÁREA PROGRAMA mapa 5

fïïïïl ESTADO DE MINAS ’

LIM IT E DA SUB ÁREA PRIORITÁRIA

ESCALA GRÁFICA
60 0 TOO 600 SOO Km

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