Você está na página 1de 7

RESOLVE:

CAPÍTULO I

DO DIREITO À ISENÇÃO TARIFÁRIA

Art. 1° É assegurado o direito à isenção tarifária nos transportes coletivos, rodoviários e


aquaviários municipais, tendo como base a Constituição Federal de 1988, Estatuto do
Idoso, Estatuto da Pessoa com Deficiência, Lei orgânica do município de Marabá, lei geral
do Transporte e demais legislações pertinentes para os seguintes:

I - as Pessoas com Deficiências física, mental, sensorial, renal crônica, gerando


incapacidade em caráter de longo prazo ou permanente, quando legalmente identificados;

II - as Crianças com até 8 (oito) anos de idade, legalmente identificados;

III - os Idosos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos, legalmente identificados;

IV - os Policiais Civis, legalmente identificados;

V - os Policiais e Bombeiros Militares, quando fardado/uniformizado e devidamente


credenciado;

VI - os Agentes de Trânsito e Transporte, quando fardado/uniformizado e devidamente


credenciado;

VII - o Guarda Municipal, quando fardado/uniformizado e devidamente credenciado;

VIII - os carteiros, quando uniformizados e devidamente credenciado;

IX - os escoteiros e desbravadores quando fardado/uniformizado e devidamente


credenciado;

1
§ 1º O benefício de isenção tarifária concedido à pessoa com deficiência física, mental,
sensorial, renal crônica, gerando incapacidade em caráter permanente, será estendido a
seu acompanhante nas hipóteses em que a junta médica, prevista na alínea "b",
parágrafo § 2° do art. 9°, deste regulamento, reconheça sua necessidade para
desempenho das atividades diárias da pessoa com direito ao benefício.
§ 2º Para fins deste Decreto, considera-se acompanhante aquele que acompanha a
pessoa com deficiência, podendo ou não desempenhar as funções de atendente pessoal.
§ 3° As pessoas mencionadas nos incisos I e III do art. 1° só terão direito a isenção
tarifária mediante a comprovação de baixa renda.

Art. 2º As pessoas citadas nos incisos I, II, e III do artigo anterior, quando legalmente
identificados, terão direito ao passe livre nos transportes coletivos urbanos desta cidade
mesmo que residam em outro estado.

Art. 3º Os tratados nos incisos IV e V do artigo 1º deste regulamento, somente terão


direito ao passe livre nos transportes coletivos urbanos desta cidade os pertencentes ao
estado do Pará.

Art. 4º Os tratados nos incisos VI, VII, VIII e IX do artigo 1º deste regulamento, somente
terão direito ao passe livre nos transportes coletivos urbanos desta cidade os
pertencentes ao município de Marabá.

CAPÍTULO II

DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA

Art. 5º Para os fins deste regulamento, quanto à “pessoa com deficiência”, adotam-se os
critérios e definições da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da
ONU (Decreto Legislativo nº 186/2008), da Lei nº 12.764/2012 e dos Decretos nº
3.298/1999 e 5.296/2004, além daqueles nacionalmente aceitos, nos termos a seguir
consignados:

I - Deficiência: toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica,


fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho de atividade, dentro
do padrão considerado normal para o ser humano;

II - Deficiência permanente: aquela que ocorreu ou se estabilizou durante um período de


tempo suficiente para não permitir recuperação ou ter probabilidade de que se altere,
apesar de novos tratamentos;

III - Deficiência temporária: aquela que ocorreu ou se estabilizou durante um período de


tempo superior a 2 (dois) anos, suficiente para se permitir recuperação ou ter
probabilidade de que se altere, a partir de novos tratamentos;

IV - Incapacidade: uma redução efetiva e acentuada da capacidade de integração social,


com necessidade de equipamentos, adaptações, meios ou recursos especiais para que a
pessoa portadora de deficiência possa receber ou transmitir informações necessárias ao
seu bem-estar pessoal e ao desempenho de função ou atividade a ser exercida.

2
Art. 6º Para efeito do direito a gratuidade, tratada neste regulamento, considera-se as
seguintes deficiências:

I - Deficiência física: alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo


humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma
de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia,
triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência de membro,
paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as
deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de
funções;

II - Deficiência mental: funcionamento intelectual significativamente inferior à média,


inclusive Transtorno do Espectro do Autismo, com manifestação antes dos dezoito anos e
limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas, tais como:

a) comunicação

b) cuidado pessoal

c) habilidades sociais

d) utilização dos recursos da comunidade

e) saúde e segurança

f) habilidades acadêmicas

g) lazer

h) trabalho;

III - Deficiência sensorial: presença de deficiência auditiva ou visual;

a) Deficiência auditiva: é a perda bilateral, parcial ou total, de (41) quarenta e um decibéis


(dB) ou mais, aferida por audiograma nas frequências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e
3.000Hz

b) Deficiência visual: cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no
melhor olho, com a melhor correção óptica; a baixa visão, que significa acuidade visual
entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; os casos nos quais a
somatória da medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor que 60°; ou
a ocorrência simultânea de quaisquer das condições anteriores;

IV- Renal Crônica: consiste na perda progressiva e irreversível da função dos rins
(glomerular, tubular e endócrina).

CAPÍTULO III

DA EMISSÃO DO CARTÃO DE PASSAGEM

3
Art. 7° Para exercer o direito a gratuidade disposta neste regulamento, será obrigatória a
emissão do Cartão de Passagem para todos os residentes neste município.

Art. 8° Os interessados em adquirir o cartão de que trata o artigo anterior deverão se


dirigir ao Departamento Municipal de Trânsito e Transporte Urbano, DMTU, que ficará
responsável pela avaliação dos documentos comprobatórios e a devida emissão dos
cartões, podendo este ultimo ser delegado a critério da administração do poder municipal.

Art. 9º Para a emissão do Cartão de Passagem, os interessados que fazem jus a este
direito, conforme previsto neste regulamento, deverão apresentar:

I - Cadastro de Pessoa Física, CPF;

II - Documento de Identificação pessoal;

III - Comprovante de sua residência com endereço no município de Marabá.

§ 1ºPara os fins desta Resolução, consideram-se documentos de identificação:

a) cédula de identidade, expedida pela Secretaria de Segurança Pública, de todos os


Estados Brasileiros e Distrito Federal;

b) cédula Funcional emitida pelo Exército, Marinha, Aeronáutica, Polícia Militar, Polícia
Civil ou Corpo de Bombeiros;

c) carteiras profissionais, emitidas por Conselhos Regionais ou pela Ordem dos


Advogados do Brasil, desde que válida como documento de identificação;

d) passaporte brasileiro; e

e) carteira Nacional de Habilitação (somente o modelo com foto).

§ 2º Os interessados com direito ao benefício, contemplados no Inciso I do artigo 1° deste


regulamento, além dos documentos referidos no artigo anterior, deverão apresentar
Laudo Médico emitido por uma Junta Médica, considerando:

a- Laudo – documento comprobatório da deficiência de caráter permanente, ou


temporário, emitido conforme modelo do Anexo I do presente Regulamento, com a
finalidade específica de atestar o direito do periciado à isenção tarifária no transporte
municipal desta cidade.

b- Junta Médica – a equipe composta por, pelo menos, um Médico e um, outro,
profissional da área de saúde, conforme normatização da SMS (Secretaria Municipal de
Saúde) de Marabá.

§ 2º Para efeito do disposto no parágrafo § 3° do artigo 1° deste regulamento, considera-


se baixa renda os inscritos no “Cadastro Único” para Programas Sociais do Governo
Federal (CadÚnico), devendo apresentar comprovante de inscrição deste cadastro
juntamente com os demais documentos previstos no artigo anterior.

4
Art. 10 Para fim de emissão do Laudo Médico referido no parágrafo único do artigo
anterior, os interessados deverão agendar e submeter-se à perícia dejunta médica
nomeada edevidamente credenciada pela SMS.

§ 1º Verificando-se a deficiência, o laudo comprobatório será emitido em duas vias,


indicando se a situação apresentada é de caráter permanente ou temporária e atestando-
a de acordo com o modelo constante do Anexo I deste Regulamento.

§ 2º Após avaliação pela junta médica, as duas vias do laudo serão entregues ao
requerente do beneficio, ficando, o mesmo, responsável por se dirigir ao DMTU e requerer
seu cartão, entregando uma das vias, juntamente com os demais documentos exigidos,
ao Departamento de Trânsito.

Art. 11 O controle e acompanhamento dos laudos emitidos pela SMS e dos cartões de
passagem serão realizados pelo DMTU, a partir do recebimento dos documentos exigidos
no Art. 9°.

Art. 12 Após receber os documentos e conferir a validade do laudo médico, não podendo
este ser superior a seis meses, o DMTU procederá ao cadastro do requerente como
beneficiário Permanente/Temporário da gratuidade nostransportes municipais.

Parágrafo Único - O DMTU manterá banco de dados de todos os beneficiários da


gratuidade.

Art. 13 Após o respectivo cadastro e registro, o DMTU providenciará a emissão do Cartão


de Passagem, estabelecendo a data de retorno do beneficiário, não superior a 05 dias,
para entrega do Cartão.

Art. 14 É de total responsabilidade do beneficiário o acompanhamento de seu pedido de


emissão do Cartão de Passagem, guarda e seu correto uso.

Art. 15 O uso indevido do cartão de passagem, quando identificado, incorrerá no seu


bloqueio.

Art. 16 Considera-se como uso indevido do cartão de passagem, para fim do disposto no
artigo anterior, quando este for utilizado por pessoa que não possua a titularidade do
cartão.

Art. 17 Fica a cargo do DMTU o processo de análise quanto ao uso indevido do cartão de
passagem, sendo que, provado a má fé, este será suspenso por 6 (seis) meses.

Art. 18 No caso de reincidência da má fé no uso indevido do cartão, considerando que no


primeiro momento seu titular tenha sido penalizado com uma suspensão, tratada no artigo
15, o mesmo terá suspensão em o dobro do tempo da primeira.

Art. 19 O desbloqueio do cartão não trará custo para seu usuário quando o DMTU não
puder provar a má fé do seu uso indevido e terá o custo de uma segunda via, caso seja
provado, observando os artigos 14, 15 e 16 deste regulamento.

Art. 20 Em caso de dano, extravio ou bloqueio do Cartão de gratuidade, o usuário


beneficiário deverá protocolar solicitação de emissão de 2ª via para o DMTU, órgão
responsável pela sua emissão.
5
Parágrafo único. Os custos de emissão de 2ª via do Cartão de Passagem serão arcados
pelo beneficiário, observando o disposto no artigo 17.

CAPÍTULO IV

DO GOZO DO BENEFÍCIO

Art. 21 As pessoas mencionadas nos incisos I e III do art. 1° disporão de embarque e


desembarque pela porta que lhes for mais acessível.

Parágrafo único. Aplica se o disposto no artigo anterior às gestantes e aos


acompanhantes das pessoas referidas no inciso I do art. 1° no que se concerne ao
embarque e desembarque.

Art. 22 Os idosos de outros estados da federação e de outros municípios terão direito a


isenção tarifária a partir da simples apresentação de documento de identificação,
considerando, para tanto, o disposto no parágrafo §1° do artigo 9°.

Art. 23 As crianças mencionadas no inciso II do art. 1° terão direito mediante a


comprovação de sua idade, quando não for possível identificar visualmente.

Art. 24 Os Policiais Civis terão direito mediante a apresentação de suas respectivas


credenciais (carteira funcional).

Art. 25 As pessoas mencionadas nos incisos V a IX terão direito mediante simples


apresentação devidamente uniformizada.

Art. 26 Visando um melhor controle dos usuários e o descongestionamento da parte que


antecede a catraca dos coletivos, o DMTU, a seu critério, poderá acordar com os
beneficiários, tratados nos incisos IV a IX do artigo 1°, a efetiva emissão dos seus
Cartões de Passagens.

CAPÍTULO V

DAS PENALIDADES PELO DESCUMPRIMENTO DESTE REGULAMENTO

Art. 27 O descumprimento dos preceitos deste decreto incorrerá em penalidades previstas


no Código de Trânsito brasileiro, no Código Municipal de Transporte e em outros
regulamentos pertinentes.

Art. 28 As empresas que operam os serviços de transporte no município de Marabá são


responsáveis pelo atendimento e comportamento dos seus funcionários no exercício da
garantia destes serviços aos seus usuários, o mau atendimento incorrerá em penalidades
às concessionárias e outros autorizados.

CAPÍTULO VII

6
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 29 O DMTU atuará em conjunto com os conselhos, associações e outras entidades


afins com a finalidade de divulgar o presente normativo e garantir os direitos dos
beneficiários supracitados.

Art. 30 As entidades mencionadas no artigo anterior também atuarão como agentes


fiscalizadores deste processo para garantir o cumprimento dos direitos previstos neste
regulamento.

Art. 31 Ficará a cargo dos beneficiários do Cartão de Passagem o acompanhamento do


seu cartão quanto ao seu bom funcionamento e validade, devendo buscar o órgão
responsável pela a emissão do cartão sempre que necessário.

Art. 31 Este Regulamento entrará em vigor na data de sua publicação, ficando revogadas
todas as disposições em contrário.

Você também pode gostar