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Por JJ Marreiro
Uma pequena análise sobre as várias versões do conto de Eondo Binder publicado em
1939.
Homônimo diz respeito aquilo que possui o mesmo nome, embora diga respeito a
objetos (ou pessoas) diferentes. Exemplos: Duas pessoas chamadas José; Duas ruas
chamadas 13 de maio; Duas, ou mais, histórias chamadas “Eu, robô”.
Em 1939, a revista Amazing Fantasy, publicou a história curta (chame de conto caso
queira) intitulada “Eu, Robô”, assinada por Eando Binder. Eando era o pseudônimo
usado pelos irmãos Ealr e Otto Binder ( E and O Binder). Otto ficou famoso como
editor e escritor de quadrinhos, entre seus trabalhos estão a criação da Mary Marvel,
Adão Negro e outros (para a Fawcett Comics), e posteriormente, para a DC Comics:
Supergirl, Kripto, Bizarro, Legião dos Superheróis, Brainiac, A cidade de Kandor entre
outras coisas. Já o irmão de Otto, Earl, passou a dedicar-se à função de agente
literário.
A narrativa de “Eu, Robô” acompanha o caso de Adam Link, um Robô acusado de
assassinato. O impacto no público fez com que a dupla de autores trouxesse o
personagem novamente em outras histórias. O livro de Isaac Asimov , que tem o
mesmo nome, não possui nenhuma relação direta com o material dos irmãos Binder.
Consta que o título da coletânea de Assimov foi uma imposição do editor à revelia do
escritor.
Então, vamos lá: I, Robot (História Curta da Amazing Fantasy) ≠ I, Robot (Coletânia de
Contos de Isaac Asimov).
O filme Eu, Robô (2004) estrelado por Will Smith com direção de Alex Proyas (O
Corvo, Cidade das Sombras, Deuses do Egito) tem roteiro assinado por Akiva
Goldsman e Jeff Vintar. A inspiração teria vindo de uma história de Agatha Christie.
Curiosamente não aparecem referências ao material dos irmãos Binder em nenhuma
resenha do filme, embora a premissa de ambas as histórias seja a mesma: um robô
acusado de assassinar um humano. Elementos e personagens dos contos de Asimov
foram inseridos no roteiro.
Então até aqui: I, Robot (História Curta da Amazing Fantasy) ≠ I, Robot (Coletânia de
Contos de Isaac Asimov) ≠ I, Robot (Filme de 2004 que tem a mesma premissa da
história original dos irmãos Binder somada a elementos dos contos de Asimov)
Caminhando para fechar nossa matéria. A história publicada na Amazing Fantasy
ganhou duas adaptações na série The Outer Limits (no Brasil, Quinta Dimensão).
Ambas muito bem produzidas e ambas com a participação de Leonard Nimoy (O
célebre Sr. Spock de Jornada nas Estrelas). A primeira versão é de 1964 (Outer
Limits, segunda temporada , episódio 9). Direção Leon Benson. Elenco: Howard da
Silva, Ford Rainey, Marianna Hill, Leonard Nimoy. O advogado aposentado Thurman
Cutler (Howard da Silva) parece ser o único com estômago suficiente para enfrentar
toda a sociedade que anseia condenar o acusado robótico antes mesmo do veredito
do julgamento.
A refilmagem do episódio I, Robot em The Outer Limits (1995) Teve direção de
Adam Nimoy, filho de Leonard Nimoy que aqui interpreta o audacioso advogado
Thurman Cutler. É curioso ver a evolução dos recursos tecnológicos e as diferenças
na construção narrativa das duas versões. Tão interessante quanto ver Nimoy retornar
a esta mesma história num outro papel e numa outra abordagem. Também no elenco
desta versão estão: Cynthia Preston, Barbara Tyson, Ken Kramer e John Novak.