Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Livros, séries, músicas, Indie Rock!, games, Doctor Who! e outras coisinhas nerd ou não.
Quem viu o filme "Eu, Robô" com o Will Smith pode ter uma ideia muito errada sobre o livro de
mesmo nome. A produção cinematográfica foi inspirada na obra de Isaac Asimov (nem a pau!), é o
que diz na sinopse. Enquanto lia o livro algumas pessoas me falaram do filme, que era bom,
perguntavam se eu já tinha assistido. Não tinha.
Por uma feliz coincidência, não tive vontade de assistir "Eu, Robô" antes. E se tivesse assistido,
teria deixado de ler o livro com toda certeza. O filme conta a história de um policial que tem "ranço"
com os robôs. O planeta está tomado por robôs humanoides que auxiliam os humanos. Lá pelas
tantas um grandão da CIA US Robotics é morto, no que parece um suicídio, e esse policial pira. E
ele tem razão, as máquinas estão elaborando um plano maligno para uma revolução e pretendem
dominar a Terra. Afe!
O que permite aos robôs serem super inteligentes é a tecnologia da US Robotics. Empresa
responsável pelo desenvolvimento dos cérebros positrônicos. E o que permite a ótima convivência
com os humanos são as três leis da robótica, as quais impedem os robôs de (1) ferir um humano,
(2) não agir quando um humano estiver em perigo e (3) não se autodestruir. Exatamente nessa
ordem.
Pois bem, no parágrafo anterior listei o que tem de similar com os contos escritos por Asimov
reunidos no livro "Eu, Robô". No mais, esqueça!
Nos contos do livro, os robôs foram proibidos na Terra. Eles auxiliam os humanos em outros
planetas, fazendo trabalhos que seriam difíceis ou impossíveis para nós. Na Terra têm apenas
máquinas equipadas com a tecnologia, a fim de calcular e gerenciar a economia, a produção etc.
As estórias têm um peso psicológico, a Dra, Susan Calvin começa a contar essas histórias em uma
entrevista com um repórter. Ela conta situações limites em que os humanos responsáveis pelos
testes dos robôs tentam identificar uma aparente falha. O desenrolar do problema até identificar a
causa, normalmente cai em uma das três leis da robótica.
Além de hilário e irônico, ver como as coisas se resolvem, temos a oportunidade de refletir sobre
como é, ou seria, a convivência entre humanos e robôs. É muito legal a forma como Asimov nos
faz amar essas criaturas, e desacreditar no ser humano. Porque, no fim, são sempre os humanos
projetando as suas frustrações, preconceitos e egoísmo nos robôs, que são seres puros.
Uma das estórias que mais gostei foi "Razão", em que um robô
apresenta crenças religiosas. Ou o "Mentiroso!" um robô que lia
pensamentos. A resolução desse especificamente é absurda de boa.
Em todos os contos a sagacidade do cérebro positrônico é mostrada com tanta genialidade, que
não tem como não acreditar que aqueles personagens existem. Eu ficava pensando naquelas
situações. Que tipo de "seres" seriam eles? Que direitos teriam? Robô teria alma? Seria muito legal
se tivéssemos robôs andando por aí e pensando, tomando decisões.
Leia mais sobre a Saga dos Robôs e um pouco da visão de um fã sobre a sua obra no Eu, Asimov
Asimov queria retratar robôs de um modo diferente, e inspirado num conto chamado "Eu, Robô"
começou a escrever as suas histórias. Elas eram publicadas em revistas conforme ele conseguia
espaço. Até que em um determinado momento veio o convite para reuni-las num livro que recebeu
o nome do conto que o inspirou. Foi ideia do editor e não dele.
As três leis da robótica foi a grande criação dele para que a máquina não se voltasse contra a
humanidade. E a porcaria do filme usa justamente isso como pretexto. Seria como se os robôs
fossem humanos, pensassem como tais. O que não é "verdadeiro", sequer possível, nos contos de
Asimov. Os robôs chegam a ser ingênuos, são puros, como diz a Dra. Calvin em alguns
momentos.
Os robôs de Asimov não chegariam naquela selvageria retratada no filme. São muito melhores do
que isso, mais espertos. E têm um jeito mais eficiente e criativo para lidar com os riscos que os
homens oferecem a eles mesmos.
Então, se você aguentou a leitura até aqui deve ter compreendido, porque detestei o filme não
recomendo. E quanto ao livro: Leiam! É mais do que ficção científica e história de robôs. Tem
provocações muito interessantes.
Depois de alguns anos, o autor revisitou toda a sua obra e fez um trabalho incrível para colocar
todas suas histórias, incluindo as do Império Galático (famoso pela Trilogia da Fundação), no
mesmo universo.
Assim, "Eu, Robô" se tornou parte de um universo muito maior e impressionante. No Brasil temos
publicados quase todos esses livros. Alguns só encontramos em sebos, mas muitos deles foram
republicados pela Editora Aleph. Você pode conferir todos os livros aqui.
=P
Daniela Mattos
às
22:56
13 comentários:
http://www.alexandarstanisavljevic.com/
Responder
Bjusssss
Responder
Responder
Beijos
Responder
As vezes nos decepcionamos com adaptações mesmo,por esse motivo sempre tento ler primeiro.
❤
Haha
Beijos
Responder
I follow you.
♥ ♥ ♥ ♥♡♥♡♥♡♥♡❤❤
Instagram
♡ ♡ ♡ ♡
Responder
Digite seu comentário...
Comentar como:
Conta do G
Publicar Visualizar
‹ Página inicial ›
Visualizar versão para a web
Daniela Mattos
Formada em Relações Públicas, apaixonada por literatura clássica e ficção científica, criou o
blog Sabe o que é? para compartilhar suas leituras e incentivar a formação de novos leitores.
Visualizar meu perfil completo
Tecnologia do Blogger.