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DA LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS E AS SERVENTIAS

EXTRAJUDICIAIS

Guilherme Neris Martins; Paulo Cesar Sousa


(Universidade Paranaense – UNIPAR)

Introdução: A Lei 13.709/2018 objetiva instrumentalizar garantias constitucionais


concernentes à vida privada e à intimidade através da tentativa de conferir segurança aos
dados pessoais dos usuários frente aos avanços tecnológicos, motivo por que também alcança
as serventias extrajudiciais dada a digitalização desses serviços.
Objetivo: Analisar as mudanças que a LGPD acarreta quanto ao exercício da atividade
cartorária.
Desenvolvimento: O mundo é movido pela tecnologia e suas inovações surgem em
velocidade surpreendente. Fernanda de Almeida Abud Castro (2020) afirma que é dever do
Estado resguardar os princípios fundamentais constitucionais, manter a ordem jurídica e a
autoridade da lei. Convém mencionar que o cidadão, para ter liberdade, precisa ter autonomia
de sua pessoa, de seus atos, de seus bens e de tudo que lhe pertença, e que a internet vem
rompendo barreiras entre privado e público. Portanto, os agentes do Estado devem integrar
tais conceitos de liberdade e privacidade a partir da perspectiva constitucional, no contexto
das inovações tecnológicas. Essa realidade exige novas posturas dos operadores jurídicos.
Nessa esteira, ocorreu o advento da Lei 13.709/2018, a qual busca garantir ao titular das
informações o controle sobre elas, o que significa que seus dados pessoais sejam utilizados
para fins específicos e com sua autorização. Segundo a regulamentação, qualquer informação
que possibilite a identificação direta ou indireta do indivíduo pode ser qualificada como dado
pessoal. Dentro da percepção de dados pessoais, há os “dados sensíveis”, que se referem à
origem e concepções pessoais de cada indivíduo. Joelson Sell (2020) aponta que, para cumprir
exigências decorrentes dessa lei especial, os serviços de registro e de notas precisam realizar
uma triagem dos dados e lançar mão de agentes, divididos em controlador e processador de
dados. Seus prepostos também poderão atuar em funções de tratamento de dados, em especial
no que se refere aos prestadores dos serviços de informática.
Conclusão: Pela análise percebe-se que a LGPD é uma ferramenta jurídica voltada à proteção
dos cidadãos e seus dados diante dos desafios impostos à privacidade individual pelos
avanços digitais. As serventias extrajudiciais, por trabalharem com dados sensíveis, precisam
compatibilizar sua atuação a essa regulamentação, para atender à eficiência do serviço
público, que é determinação constitucional.
Referências:
BRASIL. Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018. Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).
Disponível em: encurtador.com.br/mqJW1. Acesso em: 28 jun.2021.
CASTRO, Fernanda de Almeida Abud. O impacto da LGPD para notários e registradores:
responsabilidade pelo uso da tecnologia e da inovação. Disponível em: encurtador.com.br/dhsSU.
Acesso em: 28 jun.2021.
INSTITUTO DE REGISTRO IMOBILIÁRIO DO BRASIL. Os Impactos da LGPD nos cartórios.
Joelson Sell. Disponível em: encurtador.com.br/fjX01. Acesso em: 28 jun. 2021.

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