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FACULDADE MOGIANA DO ESTADO DE SÃO PAULO

JÉSSICA LETICIA BRANDÃO DE SOUZA

RA: 201800182

A importância da LGPD no mundo globalizado

Mogi Guaçu

30/09/2022

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JÉSSICA LETICIA BRANDÃO DE SOUZA

RA: 201800182

A importância da LGPD no mundo globalizado

Trabalho elaborado como requisito para


obtenção de nota bimestral na disciplina
Direito Digital.
Professor: Gustavo Aurélio Martins

Mogi Guaçu

30/09/2022

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Sumário

1.Introdução........................................................................................................................................ 4

2.O que é a LGPD? ............................................................................................................................ 6

3.Como surgiu a LGPD? .................................................................................................................. 8

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1. Introdução

Com o avanço tecnológico nos últimos anos criou-se a Lei Geral de


Proteção de Dados (Lei Nº 13.709, de 14 de agosto de 2018), a LGPD, o Brasil
então se junta a diversos países que já possuíam legislação específica sobre
a proteção de dados. A legislação brasileira, apesar de já contar com leis que
tutelam a proteção de dados, agora conta com uma mais específica e precisa
do tema. A globalização deu um resultado expressivo e valor para a
informação, transformando está em um ativo de muita relevância no mercado,
tanto para a iniciativa pública quanto para a iniciativa privada, assim, “quem
tem acesso aos dados, tem acesso ao poder” (PINHEIRO, 2018, p. 50).

O número de usuários com acesso à Internet e a migração de pessoas


jurídicas e físicas para o mundo virtual aumentaram significativamente
consequentemente também as quantidades de informações disponíveis.

Durante a pandemia diversas empresas e pessoas físicas começaram


a disponibilizar os seus serviços online, bem como produtos que possuem
conectividade com a internet. Os usuários, ao acessar esses serviços, na
maioria das vezes, devem preencher formulários de cadastros,
disponibilizando dados de caráter pessoal (nome, número de documentos,
endereço, telefones, dados de cadastro, e-mail e etc.) ao final do cadastro, é
preciso concordar com os Termos e Condições de Uso da empresa.

Em tal termo, a empresa mostra como deve ser feito o uso do serviço,
aplicativo ou produto, bem como a forma de utilização das informações que
foram concedidas pelo usuário ao se cadastrar. Na maioria das vezes os
termos e as condições de uso são elaborados, de forma que o cliente não leia,
devido a diversos fatores (complexidade, tamanho, termos difíceis de
compreender, dentre outros fatores). Nesse sentido, o usuário fica sujeito ao
que concordou, mas sem saber, exatamente, como os dados fornecidos serão
utilizados pela empresa, no tocante à forma de coleta, compartilhamento e o
potencial uso desses dados pessoais por terceiros.

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Com o passar dos anos, as empresas vão adquirindo mais clientes e
cada vez mais informações a respeito deles, construindo um grande banco de
dados, com informações pessoais. Caso não estejam totalmente protegidos,
podem ser objeto de ataques. Diversas informações pessoais ficam à mercê
da pessoa que o adquiriu. Tais dados possuem um alto valor de mercado.
Observa-se a necessidade de garantir meios para que as informações
coletadas sejam armazenadas de forma correta, bem como a pessoa tenha
controle dos seus dados pessoais fornecidos para as empresas, podendo
modificar, corrigir ou excluir as informações. Por isso a lei 13.709/2018 - Lei
Geral de Proteção de Dados – que regulamenta o tratamento desses dados
pessoais em qualquer relação que envolva o tratamento de informações
classificadas como dados pessoais. Isso ocorre por qualquer meio, seja por
pessoa natural ou jurídica, com princípios, direitos e obrigações, assegurando
os direitos fundamentais de liberdade, privacidade e o livre desenvolvimento
da pessoa natural.

A presente pesquisa fará uma breve analise da tamanha importância


desta nova lei no mundo globalizado contando com o grande avanço da
tecnologia e do acesso à internet.

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2. O que é a LGPD?

A Lei de Proteção de Dados foi criada com o objetivo de proteger os


dados e trazer as pessoas um maior controle sobre suas próprias
informações, criando um cenário de segurança jurídica. O Brasil já possui
diversas leis e diretrizes que tratam a proteção e privacidade dos dados, como
o Marco Civil da Internet, Código do Consumidor, criando um cenário com
diversas legislações e uma estrutura legal complexa. A LGPD substitui esse
cenário complexo com muitas diretrizes, leis, e traz uma regulamentação
específica para o uso, proteção e transferência de dados pessoais no Brasil.

De acordo com art. 1º da LGPD (Lei n° 13.709, de 14 de agosto de


2018) a lei se aplica a todo e qualquer tratamento de dados, por qualquer
meio, seja realizado por pessoa natural ou pessoa jurídica de direito público
ou privado:

Art. 1°. A lei dispõe sobre o tratamento de dados pessoais, inclusive


nos meios digitais, por pessoa natural ou por pessoa jurídica de
direito público ou privado, com o objetivo de proteger os direitos
fundamentais de liberdade e de privacidade e livre desenvolvimento
da personalidade da pessoa natural (BRASIL, 2018).

A lei define o que são os dados pessoais e descreve que alguns desses
dados tem que ter cuidados mais especifico, como os dados pessoais de
crianças e adolescentes. Também deixa claro que todos os dados tratados,
tanto no meio físico quanto no digital, estão sujeitos à regulação. Além disso,
a LGPD diz em sua lei que não importa se a sede de uma organização ou o
centro de dados dela estão localizados no Brasil ou no exterior: se há o
processamento de informações sobre pessoas, brasileiras ou não, que estão
no território nacional, a LGPD deve ser observada. A lei autoriza também o
compartilhamento de dados pessoais com organismos internacionais e com
outros países, desde que observados os requisitos nela estabelecidos. A lei
se fundamenta em diversos valores e tem como principais objetivos:
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 Assegurar o direito à privacidade e à proteção de dados pessoais dos
usuários, por meio de práticas transparentes e seguras, garantindo
direitos fundamentais;
 Estabelecer regras claras sobre o tratamento de dados pessoais;
 Fortalecer a segurança das relações jurídicas e a confiança do titular
no tratamento de dados pessoais, garantindo a livre iniciativa, a livre
concorrência e a defesa das relações comerciais e de consumo;
 Promover a concorrência e a livre atividade econômica, inclusive com
portabilidade de dados.

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3. Como surgiu a LGPD?

Com o surgimento da GDPR (General Data Protection Regulation) lei


europeia que entrou em vigor no ano de 2018 buscando proteger a
privacidade dos usuários das redes, outros países a partir dela começaram a
mudar e implementar novas formas de lidar com o compartilhamento de dados
e informações, sendo um deles o Brasil que surgiu com a LGPD. Com o
avanço tecnológico no mundo todo, surgiu a necessidade da criação da Lei
de Proteção de Dados com base em diversos escândalos de vazamento de
dados que rapidamente se tornaram público atingindo milhares de usuários
da internet.

Um dos escândalos que ficou mais conhecido, foi o caso do


Facebook em que houve o fornecimento de informações de milhares de seus
usuários para a empresa Cambridge Analytica.

Em 2018 em uma matéria de estudo da McAnfee publicado na revista


veja, constatou que o Brasil registrou perdas progressivas com crimes virtuais,
que chegou a R$10 bilhões por ano.

Esses avanços tecnológicos podem ser utilizados para o bem, e


também para o mal. Muitas práticas que utilizam dados pessoais,
começaram a ficar cada vez mais invasivas, surgindo assim um esforço
conjunto de várias instâncias na intenção de combater as fraudes e os
crimes online que, com o tempo, crescia diariamente no Brasil. É por
isso que a LGPD é considerada um avanço, até mesmo por se aplicar em todo
o território nacional. A lei contém 10 artigos com 65 capítulos, que visa garantir
a proteção dos dados e estabelecer regras para o tratamento e uso das
informações pessoais.

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