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Quebrando As Cadeias Da Intimidação PDF
Quebrando As Cadeias Da Intimidação PDF
QUEBRANDO
AS CADEIAS DA
INTIMIDAÇÃO
Digitalizado em Outubro de 2013, à partir da 3ª reimpressão brasileira.
por Samek Ocimas, Jundiaí - 2013
nnnnhhster@gmail.com
Meu mais profundo agradecimento..
Aos nossos quatro filhos... A Addison, sou grato pelo seu coração
manso. Você realmente faz jus ao seu nome, "digno de confiança".
A Austin, sou grato pelo seu amor sem egoísmo e pela sua
sensibilidade. A Alexander, amo o jeito como você ilumina o
ambiente com a sua presença. A Arden, você nos dá uma imensa
alegria.
A John e Kay Bevere, pelos pais fiéis ao Senhor que são. Sou muito
feliz por Deus ter me permitido ser seu filho. Amo vocês.
À equipe da Messenger International, obrigado pelo seu apoio e
fidelidade.
Meu agradecimento especial a John Mason, um verdadeiro amigo
que realmente se alegra com o sucesso dos outros.
A toda equipe da Charisma Mouse que trabalhou conosco e tanto
apoiou o nosso ministério.Todos vocês são parceiros especiais e
amigos do ministério.
E o que é mais importante, minha sincera gratidão ao nosso Pai do
céu pelo Seu amor infalível, ao nosso Senhor Jesus por Sua graça,
verdade e amor, e ao Espírito Santo por Sua fiel direção durante este
projeto.
Mensagem do Aut or
Quando estava escrevendo este livro, Deus falou comigo profeticamente, dizendo:
Prefácio
Introdução
Parte I
Estabelecendo a Sua Posição Espiritual
Ande na sua Autoridade
Posição Espiritual e Autoridade Espiritual
Dois Extremos
Dons Transmitidos
Parte II
Revelando a Intimidação
Dons Adormecidos
Paralisado pela Intimidação
O Espírito de Intimidação
Parte III
Quebrando as Cadeias da Intimidação
Reavive o Dom
A Raiz de Intimidação
Desejar Não Basta
Temor de Deus x Temor do Homem
Ação ou Reação?
O Espírito de Moderação
Prossiga para o Alvo
Epílogo
Notas
Bibliografia
Prefácio
comum)
Introdução
Filho, muitos dos que são chamados ao Meu grande exército de crentes dos
Últimos Dias estão presos pela intimidação. Eles têm corações puros diante
de Deus e diante dos homens; no entanto, assim como Gideão na
antigüidade, estão sendo mantidos cativos pelo temor dos homens (Jz. 6-8).
Os dons que Eu coloquei neles estão adormecidos. Eu ungirei a mensagem
deste livro para libertar multidões desses homens. Eles se levantarão e me
obedecerão destemidamente. Eles serão guerreiros valorosos e conquistarão
grandes vitórias na força do seu Deus.
Este não é apenas um ensino teórico. Durante anos, fui cativo da intimidação.
O maior obstáculo que enfrentei foi não saber qual era a srcem dos meus
problemas, até que Deus revelou este inimigo maligno. Desde então, Ele tem usado
esta mensagem para libertar cristãos em todo o mundo.
Um líder exclamou "Esta mensagem precisa estar nas mãos de todos os
pastores do mundo!". Não e uma mensagem somente para os pastores, mas para
todos na igreja. Não creio que este livro esteja em suas mãos por acaso. A medida
que você for liberto, por favor, compartilhe esta mensagem com outros que precisem
dela. Compartilhar esta mensagem fará com que ela seja fortalecida em você.
Eu o encorajo a unir-se a mim em oração ao iniciar a sua aventura. Abra o seu
coração, e diga estas palavras na presença de Deus:
Es t a b e l e c e n d o a s u a P o s i ç ã o
Es p i r i t u a l
C A P TULO 1
No início de 1990, o Senhor confirmou que o Seu chamado para a minha vida
naquele tempo era viajar e ministrar. Depois de estar na estrada por pouco tempo, tive
uma experiência transformadora através da qual finalmente compreendi as palavras
de instrução que Deus havia me dado anos antes.
Começamos a dirigir algumas reuniões em uma igreja em uma quarta-feira à
noite e estávamos programados para continuar no domingo. O Espírito de Deus
moveu-se de forma poderosa, e houve libertações muito fortes, curas e salvação. A
presença de Deus nos cultos aumentava a cada noite.
Na primeira semana, uma senhora envolvida no movimento Nova Era foi
gloriosamente liberta. Essa libertação pareceu ser o catalisador que impulsionou as
reuniões. Na semana seguinte, as pessoas começaram a vir de regiões a 150
quilômetros de distância para participar dos cultos.
O pastor disse: "Não podemos encerrar estes encontros. Deus tem mais
reservado para nós." Concordei, e continuamos por vinte e um cultos. A Palavra de
Deus fluía como um rio que corria rapidamente, e os dons do Espírito se
manifestavam em cada culto.
Certa noite, durante a segunda semana de reuniões, estava pregando quando, de
repente, virei para trás e encarei os músicos e cantores (havia cerca de vinte e cinco
pessoas sobre a plataforma). Então declarei:"Há pecado nesta plataforma. Se você
não se arrepender, Deus vai trazê-lo à tona".
Depois de me ouvir dizer isso, pensei: Uau, de onde veio isto? Eu estava
pregando há tempo suficiente para saber que há momentos em que a unção de Deus
vem sobre você e de uma forma tão forte que você faz afirmações que seus ouvidos
físicos só ouvirão depois de já terem sido ditas. Isso e pregação profética - quando
falamos por inspiração divina.
Minha mente começou a questionar o que eu havia dito, mas rapidamente
expulsei esses pensamentos porque sabia que o que havia dito procedia de Deus. Eu
não havia premeditado aquilo. A unção para pregar permanecia sobre mim de forma
intensa.
As multidões aumentavam a cada culto. Durante a terceira semana - mais uma
vez, enquanto eu pregava - eu me voltei, apontei o dedo para os que estavam na
plataforma e declarei com ousadia através da unção do Espírito Santo: "Há pecado
nesta plataforma. Se você não se arrepender, Deus irá expor o pecado, e você será
excluído!" Senti um aumento de autoridade e de segurança. Desta vez, não
questionei, porque sabia que Deus estava dando início ao processo de retirar o pecado
da Sua casa.
Quando o pecado entra em nossas vidas, o Espírito Santo nos convence e nos instrui.
No entanto, se não dermos ouvidos, começaremos a nos tornar frios e cauterizados.
Isto continuará até nosso coração não ser mais sensível a Ele.
Então, para nos alcançar e nos proteger, ou para proteger aqueles que nos
cercam, Deus enviará alguém para expor o que está errado. Ele não faz isso com o
objetivo de nos constranger, mas sim para nos advertir e proteger. Se continuarmos
nos recusando a ouvir, o julgamento virá sobre nós. "Porque, se nos julgássemos a
nós mesmos, não seríamos julgados. Mas, quando julgados, somos disciplinados pelo
Senhor, para não sermos condenados com o mundo" (1 Co 11:31-32).
Deus irá tolerar o pecado durante um período, para nos dar tempo de nos
arrependermos a fim de nos poupar da Sua disciplina. E até mesmo durante a Sua
disciplina, o Seu desejo é que não sejamos condenados com o mundo. O filho
pródigo caiu em si quando estava no chiqueiro.
É melhor cair em si estando em um chiqueiro do que continuar em pecado e um
dia ouvir o Mestre dizer: "Apartai-vos de Mim, os que praticais a iniqüidade" (Mt.
7:23)!
Se não nos arrependermos, sofreremos, embora não seja este o desejo de Deus
para nós. Referindo-se a isso, Paulo disse: "Eis a razão porque há entre vós muitos
fracos e doentes e não poucos que dormem [estão mortos]" (1 Co 11:30, AMP). O
pecado ao final gera a morte espiritual e física. Senti que o Senhor estava
disciplinando alguém na plataforma, tentando trazer aquela pessoa ao
arrependimento. Mas eu não sabia quem era a pessoa a quem Ele estava convencendo
do pecado.
crucial. A autoridade que Deus havia me dado para servir e proteger estava sendo
desafiada. O inimigo não estava satisfeito com o que estava acontecendo naquelas
reuniões, e queria pôr um fim naquilo.
Eu tinha uma opção, embora naquele instante não estivesse ciente disso. Eu
poderia ceder à intimidação recuando no que havia dito aos ministros de louvor,
perdendo assim a minha posição de autoridade; ou poderia permanecer na minha
posição de autoridade, quebrando o poder da intimidação e mantendo-me firme sobre
o que Deus havia dito.
Imediatamente, pensei: John, por que você deixou aquelas pessoas
constrangidas? Por que você não pregou simplesmente a sua mensagem sem virar
para elas e apontar o dedo? Agora as pessoas da igreja estão tentando imaginar
quem na plataforma está em pecado. E se ninguém estiver? Ou mesmo que haja
pecado, e se ele nunca for exposto? As pessoas continuarão desconfiadas, e os que
são puros vão sofrer com isso. Isto vai atrapalhar o andamento da igreja. Será que
destruí o que foi feito de bom nesta igreja? Se fiz isso, ficarei com uma má
reputação, e mal comecei meu ministério itinerante.
Estes pensamentos atacavam minha mente sem cessar. Meus temores haviam
começado a se concentrar em um pensamento: O que vai acontecer comigo? E assim
que a intimidação muda o seu foco. O motivo: A raiz da intimidação é o medo, e o
medo faz com que as pessoas se concentrem em si mesmas. O perfeito amor lança
fora o medo porque o amor coloca o foco em Deus e nos outros, e nega a si mesmo
(1Jo. 4:18).
O pastor não disse nada. Nós três demos as mãos e oramos para que a vontade
de Deus fosse feita naquele culto. Dirigimo-nos à plataforma como havíamos feito
todas as noites durante as últimas três semanas. Durante o louvor, percebi que a
palavra do Senhor não estava enchendo o meu coração. Não senti nenhuma direção,
mas pensei: Deus é fiel, saberei o que dizer e fazer quando chegar ao púlpito.
O louvor terminou, e enquanto o pastor fazia os anúncios, não ouvi nada em
meu coração. Pensei: Vou me levantar e Deus me dará uma direção quando eu
estiver de pé. Não sou do tipo que prepara esboços e tem os sermões prontos antes de
pregar. Estudo, oro, e depois falo segundo a inspiração em meu coração. Minha
preocupação crescia à medida que o tempo passava, porque eu sabia que não tinha
nada a dizer se Deus não me desse a Sua direção.
Então, o pastor me chamou. Subi ao púlpito, e, como não tinha direção, disse:
"Vamos orar". Enquanto orávamos, continuei a não receber nenhuma direção. Orei
durante vários minutos. Para piorar a situação, as minhas orações não tinham vida.
Era como se minhas palavras estivessem saindo de minha boca apenas para caírem
aos meus pés. Pensei: O que vou fazer? Decidi pregar unia mensagem baseada em
Salmos, que eu já havia pregado antes.
Enquanto pregava, não senti nenhuma vida, nenhuma unção na mensagem. Eu
me esforçava para manter meus pensamentos em ordem. Parecia que Deus não estava
em lugar algum onde eu pudesse encontrá- lo. Eu pensava: Por que eu disse isso?
Ou, Aonde quero chegar com isto? Foi como se eu estivesse sendo guiado por uma
confusão, e não pelo Espírito Santo. Eu me consolava com o pensamento de que
Deus iria se manifestar e me salvar daquele caos onde havia me metido. No entanto,
as coisas só pioraram. Finalmente, encerrei a mensagem e o culto depois de cerca de
trinta e cinco minutos.
Desnorteado, voltei ao lugar onde estava hospedado. "Deus, por que o Senhor
não Se manifestou?" perguntei. "Todos os cultos foram maravilhosos e poderosos,
mas este culto não teve vida. Se eu fosse aquele povo, não voltaria. Na verdade, eu
não quero voltar." Naquela noite, fui para a cama me sentindo como se tivesse
engolido um saco de areia.
Na manhã seguinte, acordei me sentindo como se o saco de areia tivesse
crescido e se transformado em uma duna. Sentia-me tão pesado que não queria sair
da cama. A alegria me evitava. Levantei-me para orar. Perguntei novamente a Deus:
"Por que o Senhor não Se manifestou?".
Não houve resposta.
única pessoa que estava se sentindo amarrada. Fiquei lá fora orando e gritando com o
diabo durante três horas e quase perdi a voz. Eu precisava entrar e me preparar para o
culto. tentei me consolar: Com toda esta resistência, esta noite Deus uai Se mostrar
de forma poderosa. John, simplesmente ande por fé.
Passamos pelo louvor, adoração, anúncios e ofertas naquela noite, e eu sentia o
mesmo mau pressentimento que havia tido na noite anterior. Mais uma vez,
raciocinei: Deus Se manifestará assim que eu subir ao púlpito. I in chamado, e outra
vez nada aconteceu. Orei pedindo direção, e só houve silencio.
Comecei a pregar outra mensagem que havia ministrado antes e fui tomado por
uma grande confusão. Não havia vida, direção ou unção. Depois de cinco minutos
neste caos, eu disse: "Irmãos, precisamos orar. Alguma coisa não está certa!" Toda a
congregação se levantou, e todos começamos a orar fervorosamente.
De repente, ouvi a voz de Deus falar comigo pela primeira vez em mais de vinte e
quatro horas. Ele disse: "John, você está intimidado pelas pessoas que estão na
plataforma atrás de você. Você foi destituído da sua posição de autoridade, e o dom
de Deus em você foi apagado".
Com esta repreensão suave, uma explosão de luz inundou o meu espírito.
Enquanto todos oravam durante os cinco minutos que se seguiram, o Espírito de Deus
me levou a percorrer a Bíblia, mostrando-me diversos incidentes em que homens e
mulheres ficaram intimidados e como isto fez com que o dom de Deus neles ficasse
adormecido. Pude ver como eles abriram mão de sua autoridade e perderam sua
eficácia no Espírito. Então, Ele me levou a percorrer os últimos anos e me mostrou
como eu havia feito a mesma coisa.
Imediatamente, comecei a quebrar o poder da intimidação sobre mim mesmo
através da oração. Há um exemplo deste tipo de oração no epílogo deste livro.
Durante os setenta e cinco minutos que se seguiram, preguei com base nas passagens
que Deus havia me mostrado de forma inflamada. Quando terminei, dois terços da
congregação vieram à frente para receber a libertação da intimidação. Aquele foi o
maior culto de todo o congresso de avivamento.
Menos de uma semana depois, Deus começou a expor o pecado que havia no
meio da equipe de louvor. Descobriu-se que o baixista estava saindo após os cultos e
se embriagando. Além disso, um dos cantores estava dormindo com uma jovem da
congregação. Ambos foram removidos de suas posições ministeriais. O baixista
deixou a igreja, mas o cantor arrependeu-se e foi restaurado em sua caminhada com o
Senhor.
Pouco tempo depois, a líder de louvor e alguns outros causaram unia divisão na
igreja. Um quarto da igreja partiu com ela. Como se constatou mais tarde, ela estava
envolvida em adultério, e dentro de um ano divorciou-se de seu marido. A última
notícia que tive foi a de que ela estava vivendo com outro homem. Das famílias que
lideraram a divisão, apenas um casal continua casado.
Estas eram as pessoas que haviam reclamado que eu estava sendo muito duro
com elas. Deus estava advertindo estas pessoas. Como teria sido melhor se elas
tivessem recebido aquela advertência em seus corações!
Voltei àquela igreja duas vezes e descobri que havia unidade e força como
nunca antes. O pastor explicou: "Deus purificou nossa igreja através daquelas
situações, e com isso nos tornamos mais fortes. O nosso louvor e adoração nunca
foram tão livres!" Ele também disse que muito da competição e rivalidade que havia
antes já não existia mais. Glória a Deus!
O que Deus compartilhou comigo durante aqueles curtos cinco minutos de
oração naquele culto expandiu-se para se tornar a mensagem que você está prestes a
ler. Ele me levou a pregar esta mensagem em todo o mundo. Como resultado, vi
inúmeros homens e mulheres serem libertos do cativeiro da intimidação.
Embora esta mensagem tenha sido revelada enquanto eu buscava a Deus em meio a
um conflito ministerial, não pense que esta lição está limitada aos que ficam atrás de
um púlpito. Inúmeros cristãos lutam contra a intimidação. Geralmente, aqueles que
são intimidados não percebem contra o que estão lutando. Como acontece com a
maioria dos artifícios de Satanás, ,a intimidação é disfarçada e sutil. Sentimos seus
efeitos - depressão, confusão, falta de fé - sem saber qual e a sua raiz. Se eu tivesse
percebido que estava sendo intimidado, não teria tido uma luta como a que ocorreu
naquela igreja. Mas agradeço a Deus pela lição que essa situação me ensinou.
A maioria de nós sente-se frustrada com a intimidação, e tenta lidar com suas
conseqüências e frutos, em vez de lutar contra a intimidação em si e contra sua raiz.
Assim, podemos sentir um alívio temporário, mas não vencemos a luta.Você pode
recolher todos os frutos de uma árvore, mas se suas raízes estiverem intactas, os
frutos acabarão crescendo outra vez. Este ciclo pode ser desanimador, porque
ficamos com a sensação de que simplesmente não conseguimos nos livrar desses
obstáculos. Comedimos a perder a esperança e a nos contentar em viver muito abaixo
do que Deus nos chamou para viver.
alto preço: ele não é permanente. Quero desenvolver esta mensagem cuidadosamente,
como ela foi revelada a mim. Nos próximos três capítulos, vamos estabelecer um
fundamento crucial, começando com o entendimento da nossa posição e da nossa
autoridade espirituais.
C A P Í TULO 2
vivo Adão
e todae Eva detinham
a natureza a mais sob
estavam alta aposição de autoridade
autoridade sobredisse:
deles. Deus a terra. Todo ser
"Tenha ele
domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos,
sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra" (Gn. 1:26). Nada
nesta terra, na esfera espiritual ou natural, estava acima da autoridade da humanidade
— somente o próprio Deus.
Quando Adão detinha a sua posição de autoridade, não havia enfermidade,
terremotos, fome ou pobreza, enquanto Adão andava em comunhão com Deus e
governava por meio da autoridade e do poder que Deus lhe havia delegado, havia o
domínio do céu sobre esta terra. Mas com o pecado de Adão, o direito de tudo que
estava debaixo da sua autoridade foi transferido. Por meio da transgressão, ele cedeu
o seu lugar no espírito ao inimigo de Deus.
As Escrituras testificam essa verdade ao mostrarem a ostentação de Satanás
quando ele tentou Jesus no deserto. Satanás levou-O a uma alta montanha para
mostrar-lhe todos os reinos do mundo, e declarou:
Deus havia dado autoridade a Adão, e Adão por sua vez perdeu-a para Satanás.
Adão perdeu mais do que apenas sua posição. Tudo o que Deus havia colocado sob
os seus cuidados foi afetado. Um declínio gradual de toda a harmonia e ordem
existentes teve início.
Um exemplo desse declínio é o reino animal. No jardim, sob o domínio de
Deus e de Adão, os leões não devoravam os outros animais (Is 65:25). As cobras não
tinham mordidas venenosas (Is 65:25). Os cordeiros não tinham motivo para temer
os lobos ou outros predadores (Is 65:25). Contudo, imediatamente após a queda
vemos um animal inocente ser sacrificado para vestir o homem nu (Gn. 3:21). Mais
tarde, vemos a inimizade e o medo colocarem-se entre o homem e os animais que ele
um dia governara (Gn. 9:2).
Outra área afetada foi a própria terra. O solo foi amaldiçoado, trabalhando
contra o homem em vez de trabalhar para ele enquanto ele se esforçava para fazer
nascer o fruto que um dia havia sido fornecido abundantemente (Gn. 3:17-19).
Romanos 8:20 diz: "Pois a criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente".
Nada na terra, seja natural ou espiritual, escapou dos efeitos da desobediência.
A iniqüidade, a morte, a doença, a pobreza, os terremotos, a fome, a pestilência, e
muitos outros males entraram na terra. Houve uma perda da ordem divina e da
autoridade divina. O primogênito de Adão aprendeu a odiar, invejar e assassinar. O
inimigo tomara a autoridade que Deus havia dado para proteção e provisão e a
voltara contra toda a criação, usando-a agora para a destruição e a morte.
Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando- os a guardar todas as coisas que vos
tenho mandado; e eis que estou convosco todos os dias, até à consumação dos
séculos" (MT. 28:18-20).
Esta passagem mostra claramente que Jesus recuperou o que Adão havia
perdido e muito mais. Satanás e Adão só tinham domínio sobre a terra , mas o
domínio de Jesus incluiu não apenas a terra, mas também o céu. Jesus elevou-se
acima do lugar de autoridade que Satanás desapropriou. Depois de revelar Sua
posição e autoridade, Jesus nos disse "portanto, ide". Por que Jesus estabeleceu esta
relação entre a Sua autoridade e o nosso chamado? Encontramos a resposta nos
escritos do apóstolo Paulo.
Paulo orou para que soubéssemos "qual a suprema grandeza do Seu poder para com
os que cremos... o qual exerceu Ele em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e
fazendo-o sentar à Sua direita nos lugares celestiais" (Ef. 1:19-20, ênfase do autor).
Observe que não se trata de um único lugar celestial, pois Paulo diz claramente
"lugares". A razão pela qual Paulo diz "lugares" se encontra em alguns versículos
posteriores, nos quais lemos: "Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos
delitos e pecados... e, juntamente com Ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos
lugares celestiais em Cristo Jesus" (Ef. 2:1,6, ênfase do autor). Esses lugares são
onde os Seus filhos redimidos devem habitar.
Agora, surge a pergunta: Onde estão esses lugares de habitação, e que posição
eles têm? A resposta encontra-se em Efésios 1:21: "acima de todo principado, e
potestade, e poder, e domínio, e de todo nome que se possa referir não só no presente
século, mas também no vindouro" (ênfase do autor).
O homem redimido oculto em Cristo agora recebe uma posição no espírito que
está acima do diabo. Jesus declarou com ousadia: "Eis aí vos dei autoridade... sobre
todo o poder do inimigo, e nada, absolutamente, vos causará dano" (Lc. 10:19).
Agora, entendemos a ordem: "Portanto, ide". Jesus entendia a autoridade que
estava dando aos crentes. Os direitos adquiridos em nosso novo nascimento nos
colocaram nesses lugares celestiais, muito acima da autoridade e do poder do
inimigo.
Assim como fez com Adão no Jardim do Éden, Satanás agora procura nos
deslocar no espírito a fim de recuperar a autoridade que Jesus tirou dele. Se Satanás
puder roubar esta posição de autoridade ou fazer com que os indivíduos renunciem a
ela, ele terá novamente a autoridade para agir. Paulo diz isso claramente: "Nem deis
lugar ao diabo" (Ef. 4:27, ênfase do autor). Nós, crentes, não devemos perder o nosso
lugar no espírito.
Davi arrependeu-se e foi perdoado. Deus apagou a sua transgressão (Is 43:25-
26). Mas Natã prossegue advertindo Davi:"Com isto deste ocasião aos inimigos do
Senhor" (2Sm. 12:14).
Davi foi perdoado, mas tornou a sua vida e a vida de sua família vulneráveis
aos inimigos de Deus - não apenas aos inimigos naturais, mas também aos
espirituais. Sua família e a nação de Israel sofreram grandes conseqüências.
O primeiro filho de Davi com Bate-Seba morreu. O filho mais velho de Davi,
Amnon, herdeiro do trono, violentou sua meia-irmã,Tamar. Absalão, filho de Davi e
() propósito deste capítulo foi lhe dar um entendimento sobre a posição e a autoridade
espiritual. Vimos exemplos de várias pessoas que perderam ou abriram mão de sua
autoridade para o inimigo de Deus. Satanás tentará descaradamente roubar a sua
autoridade trazendo o pecado para dentro da sua vida. Se você estiver determinado a
servir a Deus de todo o seu coração, ele também tentará derrubar você da sua posição
em Cristo através da intimidação.
O primeiro passo para quebrar a intimidação é confrontar as questões em seu
próprio coração. No próximo capítulo, descreverei como você pode fazer isso.
C A P TULO 3
Dois Extremos
Foi em Listra que o apóstolo Paulo conheceu Timóteo, um jovem cuja mãe era uma
judia cristã e cujo pai era grego.
Paulo queria que Timóteo o acompanhasse juntamente com Silas, como
assistentes de viagens dele. Ele seria responsável por cuidar das necessidades de
Paulo (At. 19:22).
Com o passar do tempo, a fidelidade de Timóteo como servo foi provada. Ele
foi promovido e foi-lhe confiado o cargo de ministro do evangelho, finalmente vindo
Observe que Paulo faz referência ao fato de que a fé de Timóteo era genuína. O
coração deste jovem era puro. Ele não era um charlatão. Em outra carta, Paulo
recomenda: "Espero, porém, no Senhor Jesus, mandar- vos Timóteo, o mais breve
possível... porque a ninguém tenho de igual sentimento que, sinceramente, cuide dos
vossos interesses; pois todos eles buscam o que é seu próprio, não o que é de Cristo
Jesus. E conheceis o seu caráter provado, pois serviu ao evangelho, junto comigo,
como filho ao pai" (Fp. 2:19-22).
Fica claro que o caráter de Timóteo estava fora de questão. Na qualidade de
cristãos, o caráter deve ser a nossa prioridade máxima e a nossa busca maior. O que
nosso Pai procura não é poder, mas caráter. E triste saber que muitos na igreja
buscam o poder e a unção do Espírito enquanto deixam de lado a busca por um
caráter devoto. O versículo de 1 Coríntios 14:1 nos instrui: "Buscai o amor e desejai,
com zelo, os dons espirituais". Entretanto, nós pervertemos esse mandamento. Nós
buscamos os dons e a unção e apenas desejamos os frutos de amor em nossas vidas.
Deus é amor, e até que andemos em amor não atingiremos a Sua natureza.
único que pode nos dar um coração puro. Não é algo que possamos conquistar. É
algo que não tem preço e que é gratuito - não tem preço pelo fato de que exigiu a
morte do Filho de Deus, e é gratuito pelo fato de ser dado sem custo a todos que O
buscam.
Eu costumava orar: "Deus, usa-me para ganhar os perdidos. Usa-me para curar
multidões e para libertar as massas." Eu orava assim por vezes seguidas, e esta era a
medida da minha busca por Deus. O meu maior alvo era ser um pastor de
sucesso.Então, um dia Jesus me mostrou que a minha ênfase estava fora de foco. Ele
A única ambição de Paulo era conhecer Deus (Fp. 3:8-10). Moisés disse:
"Rogo-te que me faças saber neste momento o Teu caminho, para que eu Te conheça"
(Ex 33:13). Davi clamou: "Uma coisa peço ao Senhor e a buscarei: que eu possa
morar na casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a beleza do
Senhor e meditar no seu templo" (SI 27:4). E novamente: "Minha alma tem sede de
Ti; meu corpo Te almeja" (SI 63:1).
Os homens e mulheres da Bíblia que desejavam conhecer Deus mais do que
qualquer outra coisa permaneceram fiéis a Ele, completando a carreira que Ele havia
Observe que ele disse "batalhardes diligentemente"; ele não disse "esperar que
o melhor aconteça". Batalhar significa lutar ou guerrear. O Cristianismo não é um
estilo de vida fácil! Há oposição e resistência constantes à nossa busca por Deus,
tanto na esfera natural quanto na espiritual!
Paulo fortaleceu Timóteo, dizendo: "Receba a sua porção de sofrimento como
um bom soldado de Jesus Cristo, como eu faço. E como soldado de Cristo, não se
deixe prender pelos negócios deste mundo..." (2Tm. 2:3-4, ABV). Estamos
envolvidos em uma guerra. Devemos ter a atitude de um soldado. Não devemos
recuar diante do mal, mas devemos vencer o mal com o bem pela graça de Deus
(Rm. 12:21).
As cartas de Paulo eram ordens para Timóteo marchar enquanto ele pastoreava
a igreja de Éfeso.Timóteo enfrentou desafios. Havia doutrinas falsas que deviam ser
expostas, conflitos e competições que deviam ser paralisados; além disso, líderes
deviam ser levantados para que uma igreja forte e madura pudesse se desenvolver. E
estas eram apenas algumas das responsabilidades mais óbvias que ele deve ter
enfrentado.
Estou certo de que houve muitas oportunidades para o confronto. Tenho certeza
de que acusações e calúnias foram lançadas contra ele por homens imaturos ou maus
que estavam no meio da igreja. Além de tudo Mo, ele tinha outro obstáculo a vencer
- sua idade. Ele era um jovem em uma igreja onde havia muitas pessoas mais velhas.
Isto por si só poderia abi ir uma porta para a intimidação. Mas diante de tudo isto,
Paulo instruiu Timóteo a permanecer forte,sem se esquecer do que lhe havia sido
transmitido. Paulo lembrava constantemente a Timóteo para permanecer na
autoridade que lhe havia sido dada por Deus. Talvez Timóteo tenha recuado alguma
vez, por isso Paulo o instruiu:
Talvez Timóteo fosse como tantos outros hoje em dia - que amam a Deus, mas
evitam o confronto. O medo do confronto torna você cativo da intimidação.
Se você identifica este medo em sua vida, então esta mensagem está sendo
compartilhada para lhe dar coragem e libertação. Deus quer você livre para fazer e
ser aquilo que Ele lhe pedir, não importa o que seja. Quando você está intimidado,
não existe alegria. E sem alegria não existe força. Onde há medo, não há paz. Mas à
medida que romper com aquilo que o tem mantido acuado, você encontrará alegria e
paz em abundância!
C A P TULO
4
Dons Transmitidos
em vão.
Observe que este dom já estava habitando dentro de Timóteo. Quando o Senhor
planta o Seu dom, ele não fica entrando e saindo, mas permanece dentro de você.
"Porque os dons [charisma] e a vocação de Deus são irrevogáveis" (Rm. 11:29). Este
dom, ou poder, é o equipamento necessário para cumprirmos o chamado que Deus
coloca em cada um de nós. Operar nesses dons deve ser algo natural e confortável
para nós. Assim como os papéis e funções das nossas áreas individuais não variam
nem entram e saem, o mesmo acontece com os dons que Deus derrama.
Paulo escreveu aos crentes de Roma:"Porque muito desejo ver-vos, afim de
repartir convosco algum dom [charisma] espiritual, para que sejais confirmados"
(Rm. 1:11). A igreja não será confirmada sem esses dons, o equipamento espiritual
que capacita os filhos de Deus a realizar a Sua vontade. Leia com atenção o versículo
abaixo:
operarPaulo
no Seu
dizcorpo. Não existem
em Efésios 4:7: "Epartes aleijadas
a graça ou inúteis
foi concedida nesteum
a cada corpo.
de nós segundo a
proporção do dom de Cristo". E novamente em 1 Coríntios 7:7: "Quero que todos os
homens sejam tais como também eu sou; no entanto, cada um tem de Deus o seu
próprio dom; um, na verdade, de um modo; outro, de outro".
Se formos ignorantes a esse respeito, permaneceremos incapazes ou inaptos
para o serviço. Assim, o nosso chamado não se realiza, não se cumpre. Assim como
os bebês aprendem a usar as partes do seu corpo, precisamos desenvolver e exercitar
esses dons para o serviço no Corpo de Cristo. Nenhuma parte do Corpo funciona fora
desta capacitação sobrenatural.
2. O dom não e nosso; somos meramente mordomos dele.
Se partimos do princípio de que não o possuímos, então este dom não deve ser
negligenciado ou utilizado para proveito próprio. Ele não nos pertence para agirmos
como bem entendermos em relação a ele. Ele 6 dado para que possamos servir aos
outros. Somos responsáveis por cuidar dele.
Lembre-se da parábola dos talentos. O senhor "A um deu cinco talentos, a
outro, dois, e a outro, um, a cada um segundo a sua própria capacidade" (Mt. 25:15).
Então, ele saiu em uma jornada. Os dois primeiros homens usaram seus talentos
sabiamente, gerando aumento, enquanto o terceiro homem enterrou o dele.
Quando o senhor voltou, os dois primeiros prestaram contas do que havia sido
feito
deles:com os talentos
"Muito quebom
bem, servo lhese haviam
fiel!". sido confiados. O senhor elogiou cada um
Então, o terceiro homem veio para prestar contas. Com medo, ele havia
escondido o seu talento. Ele via seu senhor como um homem injusto, como alguém
que esperava demais. Então, esse servo achou que sua negligência, seu egoísmo e sua
falta de cuidado eram justificáveis. Resumindo, ele disse ao seu senhor: "Veja, eis
aqui o que lhe pertence".
Quando o senhor viu como aquele servo havia desprezado o que ele havia
entregado aos cuidados dele, chamou-o de servo mau e preguiçoso. O seu único
talento foi tirado e dado ao homem que havia duplicado o seu. Então o servo inútil foi
lançado fora (Mt. 25:16-30).
Nós prestaremos contas dos dons que nos foram confiados, assim como todos
os mordomos prestam contas de sua mordomia. Outra palavra para dom é habilidade,
definida como "capacidade, faculdade, gênio ou poder". Em outras palavras, talento.
A partir desta parábola, vemos uma clara ilustração sobre a importância de
alimentarmos e desenvolvermos o dom, a habilidade ou o talento que Deus nos
confiou.
Foi confiado a Paulo um ministério de ensino e apostolado. Ele disse:
"...constituído ministro conforme o dom da graça de Deus a mim concedida segundo
a força operante do Seu poder" (Ef. 3:7). Observe a importância que ele dava à
necessidade de ser fiel ao dom:
Paulo diz:"Ai de mim". Observe que ai é uma palavra muito forte. Jesus usou-a
para advertir sobre o julgamento iminente de certos indivíduos ou cidades. Ele disse
ai sobre Corazim e Betsaida, cidades que não existem mais (Mt. 11:21-22). Ele disse
ai sobre os escribas e fariseus (Mt. 23), e sobre Judas (Mt. 26:24).
O termo ai é usado por Judas para descrever o julgamento dos homens maus da
igreja. No Livro de Apocalipse, esta palavra é usada com referência aos habitantes da
terra sob o julgamento de Deus (Ap. 8:13). Quando usou a palavra ai, Paulo indicou
a tremenda responsabilidade da fidelidade para com o dom de Deus.
Um cristão acabará por se desviar se não agir de acordo com seu dom ou
chamado, assim como um músculo se atrofia pela falta de uso. Um crente ocioso se
isola, e se torna presa fácil do inimigo.
Ao estudar a vida de grandes homens e mulheres de Deus, descobri que aqueles
que caíram haviam se tornado ociosos ou negligentes em relação ao seu chamado.
Talvez eles ainda estivessem ministrando, mas faziam isso debaixo do ímpeto natural
conquistado pelos seus anos anteriores no ministério. Eles começaram a usar o dom
de Deus em benefício próprio, e não para proteger e servir a outros.
O Rei Davi caiu em pecado no momento em que deveria estar na batalha.
Decorrido um ano, no tempo em que os reis costu-
mam sair para a guerra, enviou Davi a Joabe, e seus
servos, com ele, e a todo o Israel, que destruíram os
filhos de Amom e sitiaram Rabá; porém Davi ficou
em Jerusalém.
- 2 Samuel 11:1
Davi era rei. Deus o havia feito rei para pastorear e proteger Israel. Era tempo
dele guerrear, e não de ficar em casa em Jerusalém desfrutando das recompensas das
vitórias passadas. Ele estava relaxando, desfrutando dos benefícios de seus esforços
anteriores. Entediado, ele estava observando seus domínios da varanda quando viu
Bate-Seba banhando-se. E o final da história todos nós conhecemos.
A questão aqui é uma só: não estamos aqui para tirar férias. Nossas vidas nem
sequer nos pertencem, pois até mesmo elas foram compradas e nos foram devolvidas
para administrar. Somos residentes temporários e não habitantes permanentes. Muitas
pessoas agem como se esta vida fosse o seu destino final!
Jesus disse: "A Minha comida consiste em fazer a vontade daquele que Me
enviou e realizar a Sua obra" (Jo. 4:34). Esta também deveria ser a nossa dieta. Jesus
sabia o que era necessário para manter a Sua força. A nossa força vem da comida,
tanto física quanto espiritual. Se deixamos de fazer a Sua vontade, usando as Suas
provisões em benefício próprio, ficamos esgotados e perdemos as forças, assim como
aconteceria se parássemos de comer. Quando perdemos a força, achamos mais fácil
caminhar com este mundo, e não contra ele. Nós nos tornamos obstinados, ego-
cêntricos, autoconscientes e egoístas.
Temos uma grande responsabilidade. Não devemos ser pessoas que
simplesmente vão à igreja, não aplicam nada em suas vidas e engordam com a
Palavra de Deus. O Senhor nos adverte em Ezequiel 34:20: "Eis que Eu mesmo
julgarei entre ovelhas gordas e ovelhas magras".
Quem são as ovelhas gordas? Aquelas que se servem das coisas boas de Deus,
negligenciando as outras pessoas. Veja como Deus descreve a ovelha gorda:
Acaso não vos basta a boa pastagem? Haveis de pisar
aos pés o resto do vosso pasto? E não vos basta o
terdes bebido as águas claras? Haveis de turvar o
resto com os pés? Visto que com o lado e com o
ombro, dais empurrões e, com os chifres, impelis as
fracas até as espalhardes fora, eu livrarei as minhas
ovelhas, para que já não sirvam de rapina, e julgarei
entre ovelhas e ovelhas.
- Ezequiel 34:18,21-22
Os dons de Deus não estão à nossa disposição para cometermos excessos. Deus
nos testará com a Sua bondade. Devemos usar a capacidade de Deus em nossa vida
para servir àqueles que são fracos, jovens ou incapazes, para que o corpo possa ser
completo.
Não me interprete mal. Está certo que desfrutemos dos frutos do nosso
trabalho. Deus nos dá descanso e refrigério. Mas quando o nosso foco gira em torno
de nós mesmos, nos tornamos gordos e descuidados. Os dons e talentos usados
somente para servir a nós mesmos não são multiplicados.
Cada parte do seu corpo é responsável pelas outras partes. Se as suas pernas se
recusassem a trabalhar, todo o seu corpo sofreria. Se os seus pulmões ou o seu
coração decidissem parar, os seus outros membros pereceriam! Se Satanás conseguir
fazer com que coloquemos o foco em nós mesmos em vez de servirmos aos outros,
então todo o corpo sofrerá.
muito maior honra; também os que em nós não são decorosos revestimos de especial
honra" (1 Co 12:22-23). Isto eleva a importância dos que não são percebidos. Deus
fez com que aqueles que não são vistos sejam ainda mais importantes do que aqueles
que são vistos. Sem eles, não haveria a função de andar ou falar.
O livro de Atos demonstra como a igreja primitiva lidava com a questão dos
dons. Os cristãos primitivos percebiam que havia muito mais envolvido no ministério
do que pregar, curar, libertar e profetizar. Atos 6 menciona que algumas viúvas da
igreja de Jerusalém eram negligenciadas, lilás precisavam de alimentos e de ajuda
O que aconteceria se todos os crentes operassem no seu lugar? Que coisas tremendas
veríamos! O avivamento não é para os pregadores, mas para todo o corpo — quando
cada pessoa assumir a sua posição.
Lembre-se: o dom 6 a habilidade que Deus nos dá. Não somos responsáveis por
aquilo que não nos foi confiado. A perna não é responsável pela vista. Ainda assim, a
vontade de Deus só pode ser realizada pela capacitação do Espírito. "Não que, por
nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós; pelo
contrário, a nossa suficiência vem de Deus" (2 Co 3:5).
É a operação conjunta desses dons que o inimigo quer paralisar. Quando ele
tem êxito nisso, pode impedir o nosso crescimento! Ele sabe que não pode impedir
Deus de nos dar esses dons, assim, ele visa atacar a nossa liberdade de exercê-los. A
intimidação é a principal forma pela qual ele faz isto.
Parte 2
R e v el a nd o a I nt i m i d a ç ã o
C A P TULO 5
Dons Adormecidos
1. Tornar tímido
2. Inspirar medo
3. Aterrorizar, amedrontar
O profeta Elias operava com um poder tremendo. Ele compareceu com ousadia
diante de um rei maligno que não tinha temor a Deus e declarou: "Nem orvalho nem
chuva haverá nestes anos, segundo a minha palavra" (1Rs. 17:1). Ele não teve medo
deste rei ímpio.
Ele passou os anos que se seguiram vivendo milagrosamente. Primeiro, foi
alimentado por corvos; depois, foi sustentado por uma viúva cujo alimento e cujo
azeite não se acabavam embora a fome e a inanição cercassem a todos. O filho dessa
viúva morreu de repente, e Deus ouviu a oração de Elias, ressuscitando o menino dos
Nesse mesmo dia, contudo, a mulher de Acabe, Jezabel, ouviu o que havia sido feito
aos seus profetas, e enviou uma mensagem a Elias: "Façam-me os deuses como lhes
aprouver se amanhã a estas horas não fizer eu à tua vida como fizeste a cada um
deles" (1Rs. 19:2). Ela estava furiosa com ele porque aqueles eram os seus profetas,
que pregavam a sua mensagem. Agora, veja a reação de Elias:
No mesmo dia em que venceu uma batalha tão grande, Elias fugiu para salvar
sua vida. Ele ficou tão intimidado e desanimado por causa de Jezabel que desejou
morrer. O propósito da intimidação dela era impedir que Elias concluísse o
propósito de Deus. Ela queria reverter a sua influência sobre a nação. Ela queria vê-
lo destruído e fora do caminho. Embora não pudesse matá-lo, ainda assim ela
realizou um de seus objetivos aterrorizando-o para que fugisse e desejasse a morte.
Inconscientemente, ele estava cooperando com o plano dela. Se Elias tivesse visto as
coisas com mais clareza, jamais teria fugido.
correndo por quarenta dias e noites até o Monte Horebe.A primeira coisa que ele
ouviu Deus dizer ao chegar foi:"0 que você está fazendo aqui, Elias?" (1 Rs. 19:9,
NVI).
Você pode imaginar? Ele está desanimado até à morte, exausto por correr
quarenta dias em um estado de depressão. E Deus pergunta: "Por que você está
aqui?" Será que Deus estava dizendo: "Por que você fugiu do seu posto e se
escondeu aqui?".
Você pode estar pensando: Bem, Deus enviou o anjo que deu a Elias os dois
bolos para que ele pudesse correr quarenta dias e quarenta noites. Por que Deus
perguntaria: "O que você está fazendo aqui?".
Deus sabia que Elias estava determinado a correr. Quando um homem tem em
seu coração a decisão de fazer alguma coisa, muitas vezes Deus deixará que ele a
faça mesmo que não seja a Sua vontade perfeita.
Deus fez o mesmo com Balaão quando Balaque, rei de Moabe, pediu-lhe para
amaldiçoar Israel. O Senhor disse a Balaão para não ir. Mas Balaão voltou e
perguntou a Deus pela segunda vez, e pareceu que Deus havia mudado de opinião.
Ele disse a Balaão para ir.
Na manhã seguinte, Balaão colocou a sela sobre sua mula para partir, e a
Bíblia diz: "Acendeu-se a ira de Deus, porque ele se foi" (Nm. 22:22). Um anjo de
no Monte Carmelo. Mas Elias não queria enfrentá-la. Ele queria sair da pressão que
estava sobre ele. Então, Deus enviou um anjo até ele para lhe dar o alimento
necessário para a sua jornada. Deus esperaria e trataria com a intimidação de Elias
quando ele chegasse ao Monte Horebe.
O trabalho que Deus havia começado através de Elias não podia ser concluído até
que Jezabel fosse confrontada. Ela estava exatamente na raiz do problema de Israel.
A Bíblia diz:"Ninguém houve, pois, como Acabe, que se vendeu para fazer o que era
mau perante o Senhor, porque Jezabel, sua mulher, o instigava" (1 Rs. 21:25). O
Senhor teria sido com Elias se ele não tivesse fugido, assim como havia sido com ele
no Monte Carmelo. Mas ele ficou intimidado por Jezabel e foi destituído da sua
autoridade. () dom para completar a tarefa estava adormecido.
Agora, veja o que Deus diz a Elias depois de perguntar duas vezes por que ele
estava ali.
Observe que Ele disse a Elias para ungir Eliseu profeta em seu lugar e para
ungir Jeú rei sobre Israel. Deus tinha dois outros homens que não fugiriam de
Jezabel. Eles completariam a sua tarefa.
A obra que Elias havia começado foi colocada em compasso de espera
enquanto ele fugia da intimidação de Jezabel. Lembre-se, Jezabel era a influência
parecessem tolos aos olhos do povo. Eles zombaram deles com declarações
depreciativas. "Ainda que edifiquem, vindo uma raposa, derribará o seu muro de
pedra" (Ne. 4:3).
Muitas vezes as pessoas tentam intimidá-lo rindo de você ou fazendo pouco do
que você está fazendo. Elas podem zombar de você e questionar a sua capacidade de
realizar tudo o que Deus colocou em seu coração. Elas podem fazer isso na sua
frente, ou podem semear perguntas e zombaria no meio de outras pessoas. Ou talvez
não seja uma pessoa ou um grupo que resista a você, mas você pode estar lutando
contra a sua própria mente, enquanto ela é bombardeada com pensamentos do tipo:
O que as pessoas vão pensar? Será que elas vão rir de mim? Será que vou
fracassar?
Nesta situação, é importante sabermos o que Deus nos instruiu a fazer,
lembrando que Ele "escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes"
rindo, porque já não era mais engraçado. Eles planejaram confundir todo o projeto
atacando a cidade (Ne. 4:7-8).
A ira é outra arma de intimidação. Ela será exercida contra você para paralisá-
lo ou detê-lo. Dessa ira podem vir ameaças flagrantes ou sutis. Esta distração é uma
arma muito eficaz de intimidação. Observei muitas vezes as pessoas recuarem do
que sabiam ser certo ou do que deveriam fazer, a fim de evitar a ira dos outros. Elas
abriam concessões especiais para manter uma falsa paz.
Neemias não teve de enfrentar apenas este ataque dos estrangeiros pagãos, mas
também teve problemas que surgiram entre os seus próprios homens com relação às
condições que todos eles enfrentavam. Muitas vezes, quando Deus nos convoca,
enfrentamos resistência e oposição vindas de dentro e de fora.
Os homens de Neemias estavam ficando cansados. Eles estavam enfrentando
tantos escombros que aquilo estava impedindo o progresso deles (Ne. 4:10).
Também havia outro problema. Os trabalhadores ricos estavam pressionando
financeiramente as famílias que estavam em débito, cobrando grandes somas de
juros sobre os campos que essas famílias cultivavam (Ne. 5:1-8). Isto desanimou os
homens cujas famílias estavam sofrendo. Estes problemas internos tornaram ainda
mais difícil resistir à coerção e ao desânimo por parte dos inimigos deles.
Já passei por situações assim. Quando comecei a viajar, pediram-me para ajudar
uma igreja que havia perdido seu pastor. Ela se situava em uma cidade pequena de
oitocentas pessoas no meio do nada. Depois de dois cultos, todos os adolescentes
dali haviam se arrependido e tido uma experiência com o poder de Deus, assim
como muitos adultos. Por causa do que Deus estava fazendo, a audiência dobrou
para quase cem pessoas. Minha esposa e eu sentimos tanta compaixão por aquelas
pessoas que nos oferecemos para cancelar as nossas próximas seis semanas de
reuniões e ficarmos para edificar um fundamento firme naquela igreja para
prepará- la para um novo pastor.
Algumas pessoas da diretoria não gostaram do que preguei. Um homem
estava contrariado porque quando chegamos para o terceiro culto,
Quando ficamos intimidados, abrimos mão da nossa posição de autoridade.
Consequentemente, o dom de Deus para servir e proteger permanece adormecido.
Terminamos inconscientemente apoiando a causa daquele que está nos intimidando.
Há muitos relatos no Antigo Testamento do povo de Deus recuando quando
deveria estar avançando. Como Paulo escreveu: "Estas coisas lhes sobrevieram como
exemplos e foram escritas para advertência nossa, de nós outros sobre quem os fins
dos séculos têm chegado" (1 Co 10:11). E mais uma vez aos Romanos: "Pois tudo
quanto, outrora, foi escrito, para o nosso ensino foi escrito" (Rm. 15:4). Citarei
muitos relatos do Antigo e do Novo Testamento neste livro, pois não podemos
entender plenamente as aplicações do Novo Testamento sem os exemplos do Antigo
Testamento. No próximo capítulo, veremos como a intimidação impede a obra de
Deus, não apenas na vida de um líder, mas também na vida do povo a quem ele
serve.
C A P TULO 6
- 1 Samuel 2:22
Hofni e Finéias, os filhos de Eli, eram maus. Eles não apenas estavam
fornicando com as mulheres de Israel, como eram ousados a ponto de fornicarem
com as mulheres que iam servir no tabernáculo, onde a presença de Deus deveria
habitar. Onde estava o temor de Deus naqueles homens?
A maldade deles, porém, não se limitava à desobediência na área sexual. Eles
também tomavam à força as ofertas de carne crua levadas pelo povo. Esta prática era
contrária à lei, e roubava dos adoradores e do Senhor a carne que lhes pertencia. Isto
fazia com que o povo de Israel desprezasse a oferta do Senhor. Hofni e Finéias eram
pedras de tropeço para o povo de Israel. O comportamento deles fez com que o povo
se ressentisse contra as coisas de Deus.
Eli sabia o que seus filhos estavam fazendo; no entanto, ele não os retirou de
seus cargos e só os corrigiu com uma repreensão fraca: "Por que fazeis tais coisas?
Pois de todo este povo ouço constantemente falar do vosso mau procedimento. Não,
filhos meus, porque não é boa fama esta que ouço; estais fazendo transgredir o povo
do Senhor" (1 Sm. 2:23- 24). Seus filhos mereciam mais do que esta correção leve.
Eles deveriam ter sido retirados de suas posições como sacerdotes e do tabernáculo
em geral, uma vez que não tinham um coração arrependido.
Um profeta de Deus foi até Eli e disse: "Por que pisais aos pés os Meus
sacrifícios e as Minhas ofertas de manjares, que ordenei se me fizessem na Minha
morada? E tu, por que honras a teus filhos mais do que a Mim?... porque aos que Me
honram, honrarei, porém os que Me desprezam serão desmerecidos" (1 Sm. 2:29-
30).
Honrar significa "considerar, estimar ou respeitar". Quando Eli se recusou a
confrontar e disciplinar seus filhos, ele demonstrou que os estimava mais do que a
Deus. Uma pessoa intimidada honra aquilo que teme mais do que honra a Deus.
Percebendo isso ou não, ela se submete ao que a intimida. Se Eli não tivesse ficado
intimidado, ele teria tratado com seus filhos de forma diferente.
Mais tarde, Deus fala com Samuel a respeito de Eli: "Porque já lhe disse que
julgarei a sua casa para sempre, pela iniqüidade que ele bem conhecia, porque seus
filhos se fizeram execráveis, e ele não os repreendeu" (1 Sm. 3:13).
A palavra do Senhor era rara, e a iniqüidade reinava sem restrições porque o
juiz e sumo sacerdote tinha medo de seus filhos! Ele havia perdido o seu lugar de
autoridade, e a sua capacidade de julgar retamente e de ministrar sobre Israel se fora.
O propósito de Deus havia sido frustrado. Os inimigos de Israel se fortaleciam por
todos os lados enquanto a corrupção reinava no interior da nação. Quando os líderes
abdicam de sua autoridade, todos os que estão debaixo dos seus cuidados sofrem.
É lamentável, mas muitos pais são intimidados por seus próprios filhos. Como pastor
de jovens, tive a oportunidade de ouvir famílias cristãs que estavam desesperadas em
busca de ajuda. Vi adolescentes que desprezavam seus pais e falavam com eles sem
respeito algum. Parecia que seus pais os irritavam. Perplexo, eu corrigia esses jovens
bem diante de seus pais, porque estes ficavam constrangidos e tinham medo de
corrigi-los. Esses lares eram caóticos, e a anarquia reinava. Os pais haviam abdicado
de sua autoridade, entregando-a a seus filhos. O dom ou o poder de Deus nos pais
para estabelecer a ordem no lar e criar filhos tementes ao Senhor estava adormecido.
Este problema não se limita aos nossos lares, mas está evidente em nossas
igrejas também. Estive em centenas de igrejas. Fico alarmado ao ver como muitos
líderes são intimidados pelo seu próprio povo. A atmosfera nessas igrejas não é
diferente da de Israel sob o sacerdócio de Eli: a voz de Deus é rara.
Estes líderes abriram mão de sua posição de autoridade, e o poder de Deus está
adormecido. Os pastores pregam em todos os cultos, e há louvor e adoração, mas há
pouca ou nenhuma evidência da presença de Deus.
Estes pastores preparam a mensagem cuidadosamente, para não ofender ou
confrontar aqueles que estão em desobediência; quando não fazem isso, criticam
abertamente o povo, frustrados, batendo nas ovelhas para encobrir a sua intimidação
por causa de alguns poucos. Mas em tudo isso há pouca - ou nenhuma - vida
espiritual.
"Rara" é a descrição bíblica da presença de Deus. Pode haver um jorro de vida
aqui ou ali, mas a presença de Deus não permanece, e a Sua palavra não é livre para
fluir como uma fonte de águas vivas.
igreja. Então o homem, que é o líder dos introdutores, conheceu uma mulher mais
jovem na própria igreja e começou a namorá-la. Depois de algum tempo, ela foi
morar com ele. Agora estão vivendo juntos. O que faço?".
Eu não conseguia acreditar que ele precisava me perguntar isso. Perplexo,
perguntei: "Você quer dizer que não o excluiu da igreja?".
"Não", respondeu ele,"mas eu pedi que ele deixasse o cargo de líder dos
introdutores".
Comecei a pregar para o pastor e sua esposa por uma hora. Disse a eles como
do confronto. Mas ambos são importantes! Você precisa confrontar este homem de
uma maneira firme e amorosa, e se ele não se arrepender imediatamente, exclua-o da
igreja". Se não alimentarmos as ovelhas elas morrerão, mas se não as protegermos
elas serão devoradas.
Ele e sua esposa ficaram brancos. Ela disse: "Não sei se quero continuar no
ministério.Tudo que quero fazer é amar as pessoas".
Respondi: "Se você não proteger essas pessoas, isto é um amor conveniente, e
não o verdadeiro amor".
Certa vez, estava ministrando em outra igreja onde as reuniões haviam começado no
domingo pela manhã e estavam programadas para irem até à quarta-feira à noite.
Estávamos tendo cultos maravilhosos, com evidências de arrependimento, cura e
libertação. A igreja havia experimentado uma reviravolta em suas finanças. A
freqüência aumentou. Mas na terça-feira à noite, antes do culto, o pastor começou a
chorar."Qual é o problema?" perguntei.
"John, não estou com ciúmes de você. Apenas não entendo por que nunca vejo
Deus se mover. Sou cheio do Espírito Santo, mas nenhum dos dons do Espírito
opera nos meus cultos. Ninguém é curado ou liberto, e tudo parece ser tão difícil!".
Então, comecei a fazer perguntas. Descobri que havia dois casais que faziam
parte da diretoria e ambos haviam sido cheios do Espírito Santo há mais tempo do
que ele. Por causa disso, eles lhe diziam o que fazer e como dirigir a igreja.
Expliquei: "Você está intimidado pela sua própria diretoria. Precisa reassumir a
autoridade que lhe foi dada por Deus e dizer a eles que você é o pastor - não eles".
No dia seguinte, ele falou com eles. Os dois casais ficaram contrariados e
terminaram deixando a igreja. As reuniões se prolongaram, e na última noite um
grupo de pessoas veio à frente para receber oração, mas o Senhor me disse: "Você
não deve orar por essas pessoas. E o pastor quem deve orar por elas".
Olhei para o pastor, e pude ver o poder de Deus sobre ele. "Pastor", disse eu,
"Deus está dizendo que você deve orar por estas pessoas".
Ele começou a correr em meio àquele grupo de pessoas. Ele apenas as tocava e
elas caíam sob o poder de Deus. Algumas caíam antes mesmo que ele as tocasse. O
poder de Deus era tão forte que elas eram atingidas antes mesmo que ele chegasse
até elas.
Uma menina que estava possuída por demônios foi gloriosamente liberta.
Depois de alguns minutos, todos naquele grupo de pessoas estavam no chão, sendo
ministrados pelo Espírito Santo! O pastor voltou-se, olhou para mini e caiu de costas
no chão. Sua esposa teve de encerrar o culto. Meia hora mais tarde, dois homens o
levantaram do chão. Aquela igreja nunca mais foi a mesma.
intimidação.
Fui convidado para ministrar durante três dias em Atlanta. Na última noite,
preguei sobre quebrar o poder da intimidação. O pastor foi gloriosamente liberto da
intimidação que sofria pelo seu próprio povo. Ele disse: "Você precisa voltar
imediatamente e ficar por uma semana".
Então, voltei três semanas depois, e realizamos nove cultos. O poder e a
presença de Deus eram tão fortes que algumas pessoas tiveram de ser carregadas
para suas casas depois da meia-noite. As pessoas ligavam para o pastor em sua casa,
no meio da noite, perguntando o que deveriam fazer porque ainda estavam sendo
tocadas pela presença e pelo poder de Deus. Elas nunca haviam visto Deus se mover
de forma tão poderosa.
Esta igreja teve reuniões de avivamento todas as semanas durante nove meses
depois desses acontecimentos. O pastor me ligava para dizer o quanto os cultos em
sua igreja haviam sido poderosos e para contar quantas coisas maravilhosas estavam
acontecendo na vida dos membros. Ele disse que não havia duas reuniões iguais. A
igreja aumentou de quatrocentos para setecentos membros! Ele me disse em diversas
ocasiões que a noite em que eu preguei sobre quebrar o poder da intimidação foi o
momento decisivo em sua vida e ministério.
Estive em outra igreja "avivada". O louvor e a adoração eram capazes de fazer
você dormir. O pastor se levantou, fez alguns anúncios e "ensinou" sobre as ofertas.
Era tudo tão monótono como jamais havia visto em minha vida. Enquanto comíamos
depois do culto, o pastor só filiava sobre futebol e outras coisas sem importância. E
desnecessário dizer que o almoço foi um tédio!
Na manhã seguinte, Deus quis que eu pregasse sobre quebrar o poder da
intimidação. No meio da mensagem, o pastor caiu ao chão, falando sobre as
fraquezas que havia tolerado em sua vida e em seu ministério. Eu sabia que Deus
estava fazendo uma obra em sua vida, mas não imaginava a que ponto.
No dia seguinte, ele me ligou. "John, minha mulher só dormiu por uma hora e
eu nem sequer fui para a cama!" disse ele."Ficamos acordados a noite toda nos
O Espírito de Intimidação
intimidação. Resistência espiritual requer auxílio espiritual. Ela precisa ser tratada
na esfera do espírito.
Pense nisto: Por que pessoas que são inteligentes e fisicamente fortes têm
dificuldades com a intimidação - geralmente por parte de alguém ou de algo mais
fraco tanto no corpo quanto na mente? Talvez tudo esteja bem, mas elas vivem com
um temor constante de que as circunstâncias mudem para pior. Elas gastam todo o
seu tempo e energia se preocupando e tentando se proteger contra o que talvez
nunca venha a acontecer. É impossível desfrutarem do presente porque sentem um
enorme medo do futuro. Isto não faz sentido, mas não importa o quanto você
racionalize com elas, o medo delas persiste. Elas têm um espírito de timidez, ou de
medo. Elas não estão lutando contra a fraqueza natural, mas contra a fraqueza
espiritual.
Em seguida, pense nos homens e mulheres que parece que sempre conseguem
o que querem. A estatura ou o grau de educação deles não importa. Pode ser que eles
não ocupem nenhuma posição de autoridade, no entanto, aqueles que os cercam
recuam e cedem a eles. Por quê? E simples. Eles controlam os outros por meio de
um espírito de intimidação. Eles aprenderam a usar a intimidação em vantagem
própria.
Certa vez, tomei café da manhã com um homem que tinha um negócio muito
próspero. Ele me contou como havia vivido e administrado o negócio antes de ser
salvo. Ele explicou: "Eu conseguia tudo o que queria para o meu negócio
intimidando as pessoas. Literalmente conseguia sentir esse poder sobre mim quando
Elias não teve medo da nação de Israel quando os israelitas haviam se entregado à
adoração a Baal. Que coragem tremenda - um homem contra uma nação! Ele
Não tropece na palavra feitiçaria. Não cometa o erro de pensar em uma mulher
com uma verruga no nariz voando em uma vassoura, lançando maldições e usando
poções mágicas. Uma pessoa exerce feitiçaria quando procura ter o controle. Sim, há
uma forma de feitiçaria que conjura espíritos demoníacos. Entretanto, a feitiçaria não
se limita a isto. Paulo repreendeu a igreja dos Gálatas: "Gálatas insensatos! Quem foi
o feiticeiro que os sugestionou e pôs em vocês esse encantamento ruinoso?" (G1 3:1,
ABV). Esse encantamento não provinha de poções ou mágicas. Paulo estava se
referindo aos mestres que os haviam persuadido a desobedecer ao que Deus havia
claramente revelado a eles. Esses mestres não eram mestres do ocultismo, mas
tinham um espírito controlador. E ele havia afetado toda a igreja.
durante algum tempo parecerá que ela não tem nenhum fruto, mas ao final os frutos
crescerão novamente. A árvore continuará a dar frutos até que as raízes sejam
cortadas. Assim, para quebrar o poder da intimidação, você precisa buscar a força
espiritual que está por trás dela.
Em nossas igrejas, existem aqueles cujos corações não estão retos diante de Deus.
Eles intimidam a liderança para conseguir o que querem. Eles fingem ser submissos
até que as coisas não saiam do jeito deles. Quando a liderança é fraca, são eles que
governam a igreja.
A medida que viajava para diferentes igrejas, muitas vezes enfrentava a
intimidação e não sabia por que estava combatendo contra ela ou de onde ela estava
vindo. O motivo para isso é que a intimidação é um espírito que ganha expressão
através de qualquer pessoa que ceda a ele, até mesmo através de um crente! A Bíblia
alerta os crentes a não darem lugar ao diabo (Ef. 4:27).
Estou prestes a compartilhar algumas experiências, mas farei isto correndo o
risco de ser rotulado de "superespiritual" ou de "paranóico" em relação a demônios.
Entendo que algumas pessoas procuram um demônio em cada problema que
enfrentam porque, se você puder culpar um demônio, não precisará assumir a
responsabilidade por suas ações. Essa abordagem põe o foco mais nos demônios do
que em Jesus. No entanto, a Bíblia nos instrui a mantermos os nossos olhos em
Jesus, e não nos demônios. Ele é o Autor e Consumador da nossa fé (Hb. 12:2).
A meu ver, devemos viver com o foco em Jesus, e se um demônio atravessar o
nosso caminho ao fazermos isto, devemos dinamitá-lo com a Palavra de Deus e
continuar a nossa busca por Jesus! Aleluia! No entanto, para quebrar a intimidação
com eficácia, precisamos saber que ela 6 um espírito, e que não sairá se for ignorado.
O que ocorre é exatamente o oposto.
Vou contar um dos muitos incidentes que confirmam que a intimidação é um
espírito. Estava pregando uma série de cultos em uma igreja do sul do país. A
primeira reunião foi em um domingo pela manhã, e foi poderosa. Durante anos
utilizamos a fita desse culto em uma de nossas séries de palestras gravadas em áudio.
Depois do culto, ninguém dizia nada de negativo ou intimidador. Na verdade, o povo
que me cercava era muito positivo. Porém, mais tarde, eu me vi lutando contra o
desânimo e a confusão. Sabia que algo estava errado, mas não sabia de onde vinha.
Eu havia reconhecido esses sintomas como sendo os mesmos contra os quais lutava
quando me deparava com a intimidação flagrante. Naquela noite, o Senhor me
instruiu a pregar sobre a autoridade na igreja, e muitos foram ministrados.
Depois do culto, o pastor me levou até seu gabinete. "Você não sabe o quanto
estava no alvo nesta noite enquanto pregava", disse ele. Então, começou a me dizer
como uma mulher que era membro de sua igreja havia ligado para ele naquela tarde
e dito: "Pastor, sei que o senhor não concorda com o que este homem está pregando.
Ele está sendo muito duro com o povo. Sei que o senhor vai encerrar as reuniões
depois desta noite porque o senhor não é como ele. Então, esta noite não vou com-
parecer. Vou ficar em casa e orar contra este homem".
Agora eu sabia exatamente de onde estava vindo todo aquele desânimo.
Perguntei ao pastor se ele a havia corrigido. Ele é um homem muito misericordioso e
me disse que não havia feito isso. Ele disse que havia dito a ela para deixar tudo nas
mãos de Deus. Se esse pastor tivesse corrigido aquela mulher e permanecido na sua
autoridade, estou certo de que eu teria tido uma tarde diferente. Aquilo que não
confrontarmos não mudará. Se o mal for ignorado, ele se tornará mais forte! Ambos
aprendemos com aquele incidente. O Senhor usou esta experiência para me mostrar
como permanecer na minha autoridade espiritual e não me curvar ao espírito de
intimidação.
Graças a Deus pelo Espírito Santo que sabia o que estava acontecendo e me fez
confrontar aquele espírito a partir do púlpito - embora eu não soubesse o que estava
acontecendo. O pastor sabia, e aquilo abriu os olhos dele. Aquelas reuniões foram as
mais poderosas de todo o ano. Voltei àquela igreja, e o pastor e eu somos agora bons
amigos.
Em outra ocasião, fui convidado para pregar em um retiro fora do país onde quase
mil pessoas estavam inscritas. Tínhamos duas reuniões por dia e uma à noite. Os
dois primeiros cultos foram muito fortes. Preguei sobre santidade e arrependimento.
Mas, em cada culto, eu podia sentir a resistência na atmosfera. Depois do segundo
culto, passei toda a tarde em meu quarto lutando contra o peso e o desânimo. Eu
sabia que era um espírito de intimidação e controle, mas ninguém havia dito nada
contra mim. Aquela altura, porém, eu já havia aprendido que não estava lutando
contra a carne e o sangue, mas contra espíritos malignos.
Os crentes precisam aprender a viver no espírito. O Espírito de Deus revelará
contra o que você está lutando. Sem discernimento, concentraremos a nossa atenção
nos efeitos colaterais. Se eu não tivesse reconhecido com o que estava lidando, teria
começado a me perguntar: Por que estou sentindo depressão? Será que deveria ter
vindo? Por que deixei minha mulher e meus filhos? Será que já não tenho mais este
chamado? Será que deveria deixar de viajar? Se tivesse continuado com esta linha
de raciocínio, não teria sido capaz de ministrar, e era exatamente isto que aquele
estar em silêncio. Permaneci na plataforma por vários minutos esperando para ouvir
a palavra do Senhor. Orei e fiz com que o povo orasse, mas ainda não havia qualquer
direção, unção ou impressão para lazer nada. No fundo do meu coração, sabia que
estava em uma guerra. Percebi que o foco total desse ataque era contra mim. Sabia
que tinha de quebrar as palavras que haviam sido ditas diretamente contra a minha
pessoa. A Palavra de Deus diz:
As pessoas vão me achar estranho. Oramos por mais dez minutos, e não houve
nenhuma mudança. Desanimado, encerrei o culto.
Fui para casa naquela noite com o coração pesado. Não queria nem mesmo
perguntar a Deus o que havia acontecido. Simplesmente fui me deitar. Na manhã
seguinte, acordei sentindo um peso ainda maior em meu espírito. Fui orar.
"Deus, o que aconteceu ontem à noite?" perguntei.
Ele respondeu: "John, Eu lhe disse para confrontar aquele homem e aquela
mulher". Ele prosseguiu: "Quando Eu ponho você em uma posição de liderança em
um culto (ou qualquer outra circunstância), você é responsável por manter a ordem e
a autoridade sobre aquele culto. Eu não farei isso, porque confiei essa autoridade a
você".
"Quando coloquei Adão no jardim, disse a ele para guardá-lo. Quando o diabo
foi destruí-lo, embora Eu soubesse quais eram as graves conseqüências não apenas
para Adão, mas também para toda a raça humana, não desci e tirei o fruto da mão
dele! Eu não retiro o que entreguei, e havia entregado a ele essa responsabilidade. O
homem e a mulher que Eu lhe disse para confrontar tinham um espírito de rebelião.
Quando você não os confrontou, aquele espírito teve permissão para dirigir o culto.
Quando isto aconteceu, o Meu Espírito se foi porque você abriu mão da sua
autoridade".
Arrependi-me imediatamente, decidindo-me a jamais permitir que aquilo
acontecesse novamente.
Depois que contei esta história àquele pastor estrangeiro, ele entendeu por que
precisava confrontar aquela ministra rebelde. O seu rosto se elevou à medida que a
luz do entendimento de Deus entrava em seu coração. Eu o incentivei:"Como pastor
deste povo, o senhor foi chamado não apenas para alimentá-los, mas também para
protegê-los. Proteção nesse caso significa confronto".
Perguntei a ele:"O senhor se vê em situações nas quais as pessoas lhe pedem
algo, e o senhor sabe em seu coração que deveria dizer não, mas para manter a paz
acaba dizendo sim?".
Ele respondeu: "Sim, John, eu faço isto". Então ele pensou por um instante e
me olhou pensativo."Isto é hipocrisia, não é?"
Concordei. "O senhor disse bem, e esta hipocrisia ou concessão é fruto da
intimidação", disse eu.
Ele se arrependeu por ter um espírito de timidez e saiu imediatamente para
consertar as coisas com aqueles que o haviam intimidado.
ando o encontrei novamente, havia um grande sorriso em seu rosto nulo ele
exclamou:"Estou livre!".
Entenda que estes exemplos de confrontos desconfortáveis representam algumas
situações extremas. Já preguei literalmente em centenas cultos onde não houve
qualquer resistência, mas uma grande liberdade. A liberdade é a norma; a resistência,
a exceção. Mas achei necessário apresentar alguns exemplos em maiores detalhes
para o seu beneficio.
Embora estes incidentes digam respeito à área ministerial, os princípios se aplicam
a todas as áreas da vida. A intimidação é um espírito e precisa ser tratado como tal.
Se tentarmos lutar as batalhas espirituais com armas carnais, na melhor das hipóteses
ficaremos frustrados, e na pior delas, sairemos feridos e derrotados.
O inimigo chamado intimidação ataca a nossa alma, e ele não é derrotado através
da psicologia ou do pensamento positivo. A nossa arma contra a intimidação é a
espada do Espírito: "permanecendo firmes na Palavra de Deus" (Ef. 6:17)! Como
Reavive o Dom
Davi disse: "O Senhor é a fortaleza da minha vida; a quem temerei?" (SI 27:1). Davi
declarou que o Senhor era a sua fonte de força e poder. Sabendo que não existe
ninguém maior do que Deus, ele podia declarar destemidamente:"Eu não temo a
ninguém!".
Ele não apenas declarava com ousadia a sua confiança, como também a vivia.
Davi conhecia o poder de Deus porque ele conhecia Deus. Esta ousadia capacitou-o
a cumprir o seu destino e a governar com justiça. Vamos dar uma olhada nos anos de
sua juventude.
Davi era o oitavo filho de Jessé, de Belém. Seus três irmãos mais velhos
serviam no exército do Rei Saul. Os filisteus haviam reunido o seu exército contra
Israel. Diariamente, o campeão deles, Golias, desafiava os soldados israelitas:
"Escolhei dentre vós um homem que desça contra mim. Se ele puder pelejar comigo,
e me ferir, seremos vossos servos; porém, se eu o vencer e o ferir, então sereis
nossos servos e nos servireis" (1 Sm 17:8-9).
Do um modo gorai, os israelitas poderiam ter considerado esta opção em lugar
do optarem por guerrear, mas Golias não era um soldado comum. De acordo com
alguns relatos, ele tinha três metros de altura. Para que você possa ter uma
perspectiva de sua altura, imagine uma cesta de basquete. A cabeça dele ficaria
alguns centímetros acima do aro! Ele não era apenas grande, mas também era um
guerreiro experiente. A ponta de sua lança sozinha pesava seis quilos e oitocentos
gramas! O peso combinado de sua armadura, lança e escudo é estimado em cerca de
noventa quilos, provavelmente mais do que Davi pesava na época. É desnecessário
dizer que Golias era intimidador! A Bíblia diz: "Ouvindo Saul e todo o Israel estas
palavras do filisteu, espantaram-se e temeram muito" (1 Sm 17:11).
Ora, Davi, que pastoreava ovelhas, havia sido enviado por seu pai para levar
suprimentos para seus três irmãos mais velhos e para ver como eles estavam indo.
Depois de dar os alimentos ao que guardava os suprimentos, ele correu para
encontrar seus irmãos. Logo, o campeão Golias saiu para provocar os israelitas pelo
quadragésimo dia.
Davi ficou impressionado com o que viu - não com o tamanho de Golias, mas
com a reação de seus irmãos e de seus conterrâneos. "Todos os israelitas, vendo
aquele homem, fugiam de diante dele, e temiam grandemente" (1 Sm 17:24). Davi
deve ter pensado: Será que eles esqueceram quem está do nosso lado? Ele não está
nos desafiando. Ele está desafiando a Deus!
Então, Davi perguntou com ousadia: "Quem é, pois, este incircunciso filisteu
para afrontar os exércitos do Deus vivo?" (1 Sm 17:26). O ar estava denso por causa
do confronto. Seus irmãos mais velhos se sentiram nus quando Davi revelou a
intimidação deles. Eles não queriam ouvir o seu irmão mais moço fazer uma
declaração como aquela. Aquilo trouxe à tona as fraquezas deles, que até aquele
momento eles não haviam tido que encarar. Eles haviam ficado em silêncio por
acordo mútuo com base no comprometimento de seus princípios.
Eles atacaram Davi verbalmente, sabendo que se pudessem fazer com que ele
ficasse desacreditado, isto cobriria a vergonha deles. O irmão mais velho, que estava
intimidado por Golias, tentou intimidar seu irmão mais novo.
Talvez Eliabe estivesse com ciúmes. Samuel ungiu Davi rei, embora Eliabe
fosse o mais velho. Ele parecia ter as características de um grande líder e guerreiro.
Até Samuel, ao ver Eliabe, pensou: Certamente está diante de mim o ungido do
Senhor! Mas Deus usou isto para ensinar uma lição a Samuel: "Não atentes para a
sua aparência, nem para a sua altura, porque o rejeitei; porque o Senhor não vê como
vê o homem. O homem vê o exterior, porém o Senhor, o coração" (1 Sm 16:7).
Então, o coração de quem era orgulhoso? Deus revelou a Samuel que Ele não
escolheria Eliabe com base na sua estatura ou na sua aparência, nem o rejeitaria por
esses fatores. Deus julga o coração. Quando Deus encontra orgulho em um coração,
Ele resiste a esta pessoa (Tg 4:6). Deus rejeitou Eliabe porque ele era orgulhoso em
seu coração. Portanto, Eliabe possuía exatamente aquilo de que ele estava acusando
Davi — orgulho!
Geralmente, a intimidação acusará você exatamente das fraquezas que ela
procura ocultar. Aqueles que agem de forma pura exteriormente, mas têm em seu
interior um coração impuro, sempre atacarão os puros de coração. Lembre-se que
Timóteo, um jovem de coração puro, ficou intimidado. Estou certo de que havia
homens e mulheres na igreja de Éfeso cujos corações eram tão corruptos quanto o de
Eliabe.
Jesus enfrentava a intimidação constantemente. Os fariseus e escribas impuros
tentavam desacreditá-lo ou pegá-lo em alguma contradição em Suas palavras. Se
eles conseguissem intimidá-lo, poderiam então controlá-lo. Assim, eles disseram que
Ele era um traidor, um glutão, um beberrão e um pecador possuído por demônios,
que eram exatamente as características que muitos deles possuíam. Recusando-se a
se colocar debaixo do controle deles, Jesus expôs o que havia em seus corações.
Por que os impuros tentam intimidar os puros? Para sentirem alívio da
convicção do pecado e manterem o controle. Se tiverem êxito, eles não terão de
examinar seus corações e se arrepender. Eliabe sabia que o seu ataque de descrédito
e intimidação colocaria seu irmão Davi em submissão a ele e desviaria a pressão de
si mesmo.
As mesas haviam sido viradas; Davi era aquele que estava sendo confrontado.
Ele estava sob ataque, e seu irmão mais velho era muito maior do que ele. Lembre-
se que os irmãos mais velhos podem tornar as coisas muito desconfortáveis para os
menores. Se Davi não fizesse o que Eliabe queria, ele poderia ter muitos problemas
em casa mais tarde. Ele poderia ter de pagar muitas vezes mais por sustentar a
verdade. Será que valia a pena?
Aquela não era a única pressão contra ele. Todos estavam apoiando Eliabe.
Eles também não queriam que o seu medo fosse exposto por um garoto ruivo! Teria
sido mais fácil para Davi recuar e não seguir em frente com aquilo. Era exatamente
isto que Eliabe, o intimidador, e os outros queriam.
Davi escolheu ficar ao lado de Deus, quebrando o poder da intimidação
lançada contra ele. Ele perguntou a Eliabe: "Que fiz eu agora? Fiz somente uma
pergunta" (1 Sm 17:29). Na verdade, ele estava dizendo: "O que eu disse não é
verdade? Onde está a sua coragem? Eu não tenho medo. E óbvio que já que todos
vocês estão atemorizados há quarenta dias, Deus teria de encontrar alguém que não
se deixasse intimidar e que lutaria contra este filisteu incircunciso! Há um motivo
para que eu esteja aqui!".
Então, ele foi levado perante o rei. Saul, que também estava intimidado por
Golias, racionalizou com Davi. "Contra o filisteu não poderás ir para pelejar com ele;
pois tu és ainda moço, e ele, guerreiro desde a sua mocidade" (1 Sm 17:33). Embora
este argumento não fosse tão afiado quanto a declaração de seu irmão mais velho,
ainda assim era um comentário depreciativo feito ao jovem pelo rei intimidado.
Davi respondeu ao rei de forma diferente do que havia respondido a seus
irmãos mais velhos. Ele disse:
Golias tentou intimidar Davi não apenas com o seu tamanho, mas também com
suas palavras. Depois de amaldiçoar Davi, este gigante pintou um retrato vivido do
que pretendia fazer com ele. Claramente sobrepujado por ele, Davi nunca duvidou
da fonte de sua força ou de suas armas de defesa:
Este poder gera ousadia. Encontramos uma grande ousadia nos crentes que não
confiam na sua própria força. Eles não se deixam intimidar pelas circunstâncias,
pelas pessoas ou pelo diabo, porque Deus também não se intimida com estas coisas.
Esta é a nossa promessa em Hebreus 13:5-6:
Porque Ele tem dito: "De maneira alguma te deixarei,
nunca jamais te abandonarei". Assim, afirmemos
confiantemente:"0 Senhor é o meu auxílio, não temerei;
que me poderá fazer o homem?"
Estas verdades não são difíceis de entender. Na verdade, elas são simples. O
verdadeiro evangelho não é complicado. As pessoas não alcançam o alvo por causa
da incredulidade.
Pergunte a si mesmo e responda sinceramente: A sua confiança está no que Deus
disse ou no que você vê e nas suas experiências? Se você mede tudo pelo que
aconteceu no seu passado, nunca crescerá além dele.
Você baseia a sua fé no que vê acontecer com os outros? O seu nível e confiança
é avaliado com base na fidelidade dos outros?
Se você respondeu sim a estas perguntas, vá mais fundo. Você tem complicado
as coisas ao tentar explicar fracassos passados - seus ou de outras pessoas? A fé
complexa não mata gigantes. Ela nos aprisiona na terra da fantasia, onde tentamos
entender o que não podemos mudar e hesitamos em fazer qualquer movimento.
Por que nós, crentes, não podemos simplesmente crer? Por que permitimos que
as nossas inseguranças compliquem o evangelho?
Quero compartilhar com você algo que nunca esquecerei. Foi no ano de 1980, e
eu era um estudante que vivia na Carolina do Norte, acordei às quatro da manhã de
um sono profundo, com o som de minha própria voz gritando:
"Estou procurando alguém que creia!"
Aquilo me sacudiu. A cama estava molhada de suor. Eu sabia que Deus havia
falado comigo de uma forma inusitada e sobrenatural.
Naquele instante, pensei: Que óbvio! Por que Deus não me deu algo
profundo? E claro que eu sabia que Ele precisa de pessoas que creiam!
Na manhã seguinte, aquelas palavras pairavam na minha mente. Eu ouvia sem
cessar aquele sussurro "Estou procurando alguém que creia; só estou procurando
alguém que creia". À medida que ouvia aquelas palavras novamente, percebi que
Ele não havia me mostrado algo trivial, mas a chave para andarmos com Deus!
Debrucei-me sobre os Evangelhos para estudá-los, e observei que Jesus sofria
e ficava frustrado com a incredulidade das pessoas. Quando os Seus discípulos não
conseguiram expulsar o demônio de um jovem, Jesus os repreendeu severamente
por isso.
A Raiz de Intimidação
18:3, 10 relata:
Tendo pois, Judas, recebido a escolta e, dos principais
sacerdotes e dos fariseus, alguns guardas, chegou a este
lugar com lanternas, tochas e armas... Então Simão
Pedro puxou da espada que trazia e feriu o servo do
sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita.
Esta não me parece a atitude de um medroso. Então, por que Simão Pedro
desafiaria os soldados, para depois se acovardar diante de uma serva, uma menina?
Sim, isto mesmo. Aquela que o intimidou era uma menina! "Ora, estava Pedro
assentado fora no pátio; e aproximando-se uma menina, uma criada, disse-lhe:
Também tu estavas com Jesus, o galileu. Mas ele o negou" (Mt 26:69-70).
Qual o motivo desta mudança?
Para responder, vamos voltar a alguns momentos antes naquela noite. Iodos os
discípulos estavam juntos celebrando a Páscoa.Jesus advertiu-os: "lista noite todos
vós vos escandalizareis comigo" (Mt 26:31). Mas Pedro declarou que ele seria uma
exceção, e afirmou com ousadia: "Ainda que venhas a ser um tropeço para todos,
nunca o serás para mim" (v. 33). Que valiosa demonstração de coragem! Parecia que
Jesus havia se enganado quando incluiu Pedro entre os demais.
Mas Jesus olhou diretamente na alma de Pedro e corrigiu-o: "Em verdade te
digo que, nesta mesma noite, antes que o galo cante, tu Me negarás três vezes"
(v.34). Que golpe na autoconfiança de Pedro! Jesus disse a Pedro que ele não só se
escandalizaria, como também O negaria.
Um homem de personalidade ou vontade fraca teria recuado neste ponto. Será
que o Mestre havia se enganado? Mas Pedro defendeu sua posição ainda mais:
"Ainda que me seja necessário morrer contigo, de nenhum modo Te negarei!" (v.
35). Na verdade, esta declaração ousada inspirou os outros a concordarem:"E todos
os discípulos disseram o mesmo" (v. 35).
o Messias!
Embora Jesus soubesse, e tivesse sabido desde o princípio quem era o traidor e
o que ele faria, esta era a primeira vez que Seus discípulos ouviam falar
daquilo.Você pode imaginar o temor e a suspeita que pairou sobre aquela sala depois
deste anúncio?
"Então, começaram a indagar entre si quem seria, dentre eles, o que estava
para fazer isto" (Lc 22:23). Eles ficaram confusos e incrédulos ao imaginar que um
deles fosse capaz de um ato de maldade tão inimaginável. Então, qual era o motivo
deles para esta investigação? Com certe/a deve ter sido a preocupação deles com
Jesus. Mas foi mesmo? A conversa deles os denunciou.Veja o versículo seguinte:
elas. Por quê? Porque Ele não exercia a Sua própria vontade. Se fosse impossível
Jesus pecar, seria impossível Ele ser tentado. Isto não diminui a Sua glória, mas
ilustra ainda mais o quanto Ele é digno, porque Ele não pecou. Aleluia!
Este foi o pedido de Jesus no jardim: "Pai, se possível, passe de Mim este
cálice! Todavia, não seja como Eu quero, e sim como Tu queres" (Mt 26:39).
Esta é a primeira vez que vemos a vontade do Pai e a vontade do Filho em
conflito na vida de Jesus. Até o jardim, elas estavam tão interligadas que só víamos a
vontade do Pai manifesta através da vida de Jesus. Mas a pressão avassaladora desta
batalha percorria Sua alma. Ela expôs a única coisa que poderia fazê-lo recuar -
optar por cumprir a vontade do Pai de outra forma, assim salvando a Si mesmo.
Anteriormente, Jesus havia dito aos fariseus que a Sua vida lhe pertencia para que
Ele pudesse entregá-la (Jo 10:17-18). Deus não O obrigou a fazer isso. Foi por isso
que Ele lutou - sozinho.
Ele sabia que essa luta estava diante Dele muito antes de Se ajoelhai no jardim.
Ele havia compartilhado isso com os Seus discípulos três vezes antes deles irem a
Jerusalém. Ele lhes disse que era a vontade do Seu Pai que Ele sofresse, morresse e
motivações dele.
No jardim, não bastava que Jesus conhecesse a vontade do Pai. Ele agora tinha
de transformar-se nessa vontade. Isto era tão difícil que Ele perguntou a Seu Pai se
havia algum outro caminho. Em oração, Ele lutou ardentemente contra a tentação de
se autopreservar e resistiu a ponto de suar sangue (Lc 22:44).
O poder de Jesus para resistir à tentação tinha suas raízes naquilo que Ele
amava e não amava. Ele Se perdeu no amor por Seu Pai (Jo 14:31). Este amor
venceria o que nenhum homem havia conquistado antes: o amor ao ego! O azeite
brotou, provando o Seu amor por Seu Pai não apenas em palavras, mas também em
sacrifício e obediência.
Agora, veja como a "prensa" ou a pressão afetou Pedro e os outros discípulos.
Depois de lutar contra a Sua vontade por uma hora, Jesus Se levantou e foi em
direção aos Seus discípulos apenas para encontrá-los "dormindo de tristeza" (Lc
22:45). Os discípulos não estavam mais discutindo quem era o maior. Eles estavam
com o coração pesado por causa da dor e da tristeza. Jesus não era o único que
estava sob pressão. Os discípulos também estavam na prensa de azeite!
Eles estavam enfrentando a tentação de salvarem a si mesmos. Mas eles não
tinham forças às quais pudessem recorrer, porque o foco deles estava na sua própria
vontade, e não na vontade do Pai. Diferentemente de Jesus, eles não tinham o desejo
de colocar o foco novamente na vontade do Pai. Se prezarmos a nossa própria vida,
não lutaremos apenas com o objetivo de sermos capazes de entregá-la.
Pense nisto: Enquanto Jesus lutava para perder Sua vida, os discípulos
evitavam a luta ao dormirem. Jesus falou especificamente a Pedro: "Então, nem uma
hora pudestes vós vigiar comigo? Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o
espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca" (Mt 26:40-41).
Ali estava Pedro, esse homem de promessas ousadas, dormindo em vez de
orar. Ele ainda não havia aprendido a extrair uma força que não era sua, e assim
protegeu o que pensava ser a sua força dormindo.
O nosso espírito, o nosso coração, pode estar pronto, mas a nossa carne
sempre procurará se proteger. Consequentemente, se a nossa carne não for
crucificada, daremos a ela o que ela quer. Pedro queria ser fiel a Jesus, mas não
conseguiu porque a sua carne o venceu. Ele amava a sua própria vida mais do que
desejava a vontade de Deus. Ele não reconheceu o verdadeiro estado do seu coração.
Ele falava sério sobre o que disse e realmente acreditava que sacrificaria sua vida
por Jesus. Entretanto, o que saiu da "prensa" foi o que havia sido prenunciado na
Ultima Ceia: egoísmo e orgulho.
Depois que Jesus encontrou os discípulos dormindo, Ele voltou pela segunda vez
para orar. Quando voltou, encontrou-os dormindo novamente, pois "seus olhos
estavam pesados" (Mt 26:43). Mesmo depois que Jesus os advertiu, eles não
conseguiram despertar. "Deixando-os novamente, foi orar pela terceira vez, dizendo
as mesmas palavras. Então, voltou pata os discípulos e lhes disse: Ainda dormis e
repousais! Eis que é chegada a hora" (vv. 44-45).
Jesus orou por três horas até saber que a Sua batalha estava ganha. A Sua
vontade era totalmente uma com a vontade do Pai. Ele agora estava pronto para
enfrentar a intimidação do inimigo nas mãos dos líderes judeus e dos soldados
romanos.
A capacidade de Jesus de permanecer firme mesmo no calor da perseguição
impressionou o governador romano."E, sendo acusado pelos principais sacerdotes e
pelos anciãos, nada respondeu. Então, lhe perguntou Pilatos: Não ouves quantas
acusações Te fazem? Jesus não respondeu nem uma palavra, vindo com isto a
admirar-se grandemente o governa dor" (Mt 27:12-14).
Ousadia não é falar alto nem falar muito. A ousadia também se encontra no
silêncio quando acusações falsas são lançadas em seu rosto. Jesus permaneceu na
Sua autoridade quando não reagiu. Ele sabia que eles não tinham qualquer poder
sobre Ele. Reagir seria indicar que tinham. Eles tentaram controlar Jesus com as
suas acusações, ameaças e posições de poder. Responder a eles seria loucura, pois
eles não tinham qualquer preocupação quanto à verdade. Jesus sabia que eles não
podiam tirar a Sua vida porque Ele já a havia dado ao Pai!
Enquanto Jesus enfrentava Seus acusadores, Pedro se aquecia junto ao fogo,
do lado de fora. Intimidado pelos simples servos desses líderes, Pedro negou até
mesmo conhecer Jesus (Mt 26:69-75). Embora tenha dito que morreria antes de
negá-lo, Pedro terminou ficando intimidado e fazendo exatamente o que disse que
não faria. O motivo: Ele amava a sua própria vida.
As palavras de Pedro a Jesus demonstraram um grande amor por Ele, mas as
suas atitudes falaram mais alto. liste amor por si mesmo era a raiz da sua timidez.
Ela estava bem oculta por trás das declarações ousadas e das ações que ele havia
tomado anteriormente, mas a prensa de azeite revelou o seu espírito de timidez.
A raiz do medo e da intimidação é o amor ao ego. O perfeito amor lança fora o
medo e nos dá ousadia. A ousadia que nasce do amor despedaça as garras da
intimidação. O amor imperfeito, ou o amor por si mesmo, abre a porta para a
intimidação.
Nisto é em nós aperfeiçoado o amor, para que, no Dia
do Juízo, mantenhamos confiança. 2 No amor não existe
medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo. Ora, o
medo produz tormento; logo, aquele que teme não é
aperfeiçoado no amor.
-1 João 4:17-18
Você ainda pode se perguntar o que deu a Pedro a ousadia para se levantar com a
espada na mão diante de um pequeno exército. Creio que a ousadia dele foi produto
da aprovação dos outros. Ele se esforçava para impressionar os outros. Pense nisso.
Havia acabado de ocorrer uma discussão sobre quem era o maior (esta não era a
primeira vez que este assunto era discutido por eles, pois os discípulos estavam em
constante competição). Aquilo estava fresco na mente de Pedro, e agora ele tinha a
oportunidade de provar a sua grande fidelidade.
Contudo, quando ele se sentou diante do fogo com os servos do sumo
sacerdote, não mais cercado por seus amigos, as suas verdadeiras inseguranças
vieram à tona. O medo, normalmente oculto por sua personalidade extrovertida, foi
revelado.
Os incidentes anteriores também revelaram a ousadia vacilante de Pedro. Um
deles foi quando Pedro andou sobre a água. Enquanto todos os outros discípulos
observavam, Pedro gritou: "Se és Tu, Senhor, manda- me ir ter contigo, por sobre as
águas" (Mt 14:28). Pedro saiu do barco e andou sobre o mar. Talvez a sua coragem
tenha sido alimentada pelo desejo de impressionar seus companheiros. Entretanto,
sozinho no meio de um mar tempestuoso, ele clamou para que Jesus o salvasse. Ao
andar sobre as águas, ele percebeu que nenhum dos seus competidores estava ao seu
lado. Sob pressão, ele clamou para que Jesus o salvasse do perigo.
E bem provável que Pedro achasse que Jesus o salvaria deste incidente no
jardim, assim como Ele havia feito muitas vezes antes. E ele estava certo. Mas o que
Pedro e todos os outros não esperavam era ver Jesus ser preso. Embora Jesus tivesse
lhes dito repetidamente que isto aconteceria, eles ainda acreditavam que Ele
estabeleceria o Seu reino na terra naquele momento (At 1:6; Mt 16:21).
E fácil ser confiante desde que Deus esteja fazendo o que esperamos que Ele
faça. Mas quando Ele nos surpreende, podemos vacilar. Algo acontece em nossas
vidas ou ministérios que nos pega de surpresa, e perdemos a nossa ousadia.
Geralmente não estamos preparados para sofrer aflições, perseguições ou provações.
Como crianças, nos sentimos confortáveis com a rotina e com as coisas do nosso
jeito. Quando não temos o que queremos, quando queremos e do jeito que queremos,
o nosso coração é testado. Quando somos atingidos por provações, o nosso coração é
pesado. Podemos parecer confiantes quando Deus nos dá exatamente o que
queremos ou quando a vida é previsível, mas quando as coisas correm de outro
modo, as nossas motivações são reveladas. Jesus descreve este estado:
Observe que o motivo pelo qual eles não perseveraram foi porque não tinham
raízes. Como desenvolvemos raízes para nos mantermos firmes? Em que devemos
estar enraizados? Efésios 3:17 diz que devemos estar enraizados e fundamentados
no nosso amor a Cristo. O verdadeiro amor não procura os seus interesses. As
pessoas cujo amor não tem raízes conseguem se manter firmes somente enquanto é
fácil para elas. Elas não foram crucificadas com Cristo, mas vieram a Jesus pelo que
podem conseguir, e não por quem Ele é!
Aqueles que amam verdadeiramente não buscam nada além do seu Amado e
do que agrada a Ele. O amor não tem expectativas. Em vez disso, ele dá. E esta
motivação permanece sem ser afetada mesmo quando as coisas mudam e frustram
as expectativas. O amor não desanima (não perde a coragem), por isso, ele não se
deixa intimidar.
A ousadia necessária para quebrar o poder da intimidação precisa sei
alimentada com o nosso amor por Deus. "Porque Deus não nos deu o espírito de
temor [de intimidação], mas de poder, de amor e de moderação" (2Tm 1:7). Como
já disse, vi homens ungidos desistirem sob o peso da intimidação durante momentos
de pressão.
De acordo com o versículo, ter moderação (uma mente equilibrada) não basta.
Havia sido revelado a Pedro pelo Espírito Santo que Jesus era o Messias (Mt 16:13-
18), porém, somente quando Pedro foi cheio com o amor de Deus foi que ele
realmente entregou a sua vida. Veremos isto no próximo capítulo.
C A P TULO 1 0
máximo da capacidade humana, mas aquilo havia falhado. Desta vez, enquanto Pedro
seguia Jesus, ele seria equipado com o amoragapao. Esse tipo de amor não nasce do
desejo do homem por ele, mas é derramado em nossos corações pelo Pai (Rm 5:5). O
amor de Deus (ágape ou agapao) não tem medo de morrer pelo outro.
Jesus encorajou Pedro, dizendo a ele que quando enfrentasse a "prensa"
novamente, ele sairia vitorioso e poderia cumprir o que havia votado anteriormente na
sua presunção: Ele morreria antes de negar Jesus. Com as garras do medo e da
intimidação soltas, Pedro seria uni homem transformado.
Deus faz isto em nosso benefício. Ele nos fortalecerá quando formos
intimidados. Ele permitirá que enfrentemos aquilo que tememos por vezes seguidas,
até sermos vitoriosos. Quando chegarmos ao fim da nossa força, clamaremos pela
força Dele. Nesta força não podemos falhar, porque o amor nunca falha (1 Co 13:8).
Deus não quer que fujamos das nossas áreas de fraqueza. Ele quer que as enfrentemos
destemidamente.
Paulo sabia muito bem disso. "E, para que não me ensoberbecesse com a grande/a das
revelações, foi-me posto um espinho na carne, mensageiro de Satanás, para me
esbofetear, a fim de que não me exalte" (2 Co 12:7).
A palavra para mensageiro em grego se refere a um ser angélico (ver a
concordância de Strong). Creio que este versículo se refere a um anjo mau que Satanás
enviou para esbofetear Paulo. Esse ser atiçava problemas para Paulo por onde quer que
ele fosse. 2 Coríntios 11:24-27 relata alguns dos problemas encontrados por Paulo:
Em todos os lugares onde pregava, ele sofria intensa perseguição pelo evangelho.
Cadeias e tribulações esperavam por ele em cada cidade. Ele foi chicoteado, espancado
com varas, apedrejado, sofreu naufrágios, foi roubado e muito mais. Então, ele foi
falar com Deus a respeito.
Na essência, o Senhor estava dizendo: "Paulo, não Me peça paia remover estas
coisas, mas em vez disso Me peça que a Minha graça e a Minha força o ergam acima
das coisas com as quais você não consegue lidar. Paulo, onde não há obstáculos, não
há necessidade de poder. A vi to ria só pode acontecer onde há batalha. Quanto maior
a batalha, maior a vitória. Um verdadeiro soldado não foge do conflito, mas corre para
ele" No calor da batalha não é hora de pedir a Deus para nos tirar da guerra. É hora de
orar pela Sua graça para que possamos triunfar nela Deus é glorificado quando
enfrentamos algo impossível de vencer na nossa força humana. E neste momento que a
Sua força repousa sobre nos para que todos vejam. A graça de Deus vence todo medo
Observe que ele diz "regozijo-me". Com que freqüência vemos as pessoas se
regozijando nos insultos, nas necessidades, nas perseguições e nas angústias? Só uma
pessoa que está escondida em Cristo (G1 2:20) pode ter prazer em tais coisas. Ela é
alguém que vive para exaltar a Cristo. Paulo sabia que podia confiar na graça de Deus
para sustentá-lo até que Cristo fosse engrandecido.
Paulo amava mais a Jesus do que sua própria vida. Ele estava preparado para
morrer - e estava mais desejoso de viver - para Ele. Veja atentamente sua carta aos
Filipenses:
- Filipenses 1:20
Não importava para Paulo se ele ia glorificar a Cristo pela vida ou pela morte. Só
importava que Cristo fosse glorificado. Paulo não estava se referindo a uma morte nas
mãos da enfermidade ou da doença. Jesus levou isso por nós na cruz. A enfermidade e
a doença não glorificam a Ele. Acreditar que glorificamos a Jesus morrendo de
enfermidade 6 tão erro neo quanto crer que Jesus seria glorificado se morrêssemos no
cativeiro do pecado. Ele levou ambos na cruz (Is 53:4-5). O salmo 103:2-3 diz:
"Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nenhum só dos seus
benefícios. Ele é quem perdoa todas as tuas iniqüidades; quem sara todas as tuas
enfermidades". Como podemos ver, Paulo não está falando de doença ou enfermidade.
A nossa atitude deve ser: Senhor; seja como for que sejas glorificado, faz como
queres, mas o diabo não fará o que ele deseja!
O amor sem egoísmo de Paulo gerava uma ousadia que nenhuma intimidação
podia penetrar (veja novamente Filipenses 1:20). Mesmo sabendo que iria enfrentar
perseguição e ameaças em cada cidade, ele seguiu em frente. Ele não temia nenhum
homem. Paulo compartilhou com os presbíteros de Éfeso:
Uau! Que palavra profética! Imagino quantas pessoas hoje em dia correriam de
um lado para o outro por causa de uma palavra como esta! Elas não iriam querer ouvir
este tipoquanto
adverte de profecia. Todos nós
a dificuldades queremos
para nos dar ouvir coisase boas,
esperança mas Paulo
coragem. Deus fortalecia
também nos os
novos convertidos dizendo a eles: "Através de muitas tribulações, nos importa entrar
no reino de Deus" (At 14:22).
Imagino como reagiríamos se recebêssemos uma palavra profética dizendo que
perseguições e oposição esperam por nós em cada lugar para onde fôssemos.
Naturalmente, não estou dizendo que todas as vezes que recebemos uma palavra que
procede verdadeiramente de Deus ela deve
O problema e que muitas das palavras que são dadas encorajam as coisas erradas
nas pessoas que as buscam. Lias são palavras boas e confortáveis sobre como as
pessoas prosperarão nos negócios ou no ministério, e como tudo irá bem com elas. Em
geral, as pessoas terminam buscando e servindo a Deus apenas pelo que Ele pode fazer
por elas. O amor delas ainda não está interessado em engrandecer a Deus, seja pela
vida ou pela morte. Observe a resposta de Paulo à palavra profética sobre cadeias e
tributações:
Porém em nada considero a vida preciosa para mim
mesmo, contanto que complete a minha carreira e o
ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o
evangelho da graça de Deus.
-Atos 20:24
A chave para a ousadia de Paulo é que ele não considerava a sua vida preciosa.
Ele também entendia que o plano de Deus para a sua vida incluía enfrentar provações e
perseguições. O amor dele por Jesus era maior do que o amor dele pela própria vida. A
vida de Paulo aponta para o segredo de se completar a carreira. Entregue a sua vida e
tome a vida de Cristo. Muitas vezes isto significará que entregamos o que é
confortável e tomamos o que é desconfortável — a cruz.
Sei que isto não se parece com o nosso Cristianismo Ocidental moderno. É muito
diferente do que vivemos e pregamos nos anos 80 e 90. Serei o primeiro a admitir que
deixei muito a desejar. Passei por situações na "prensa de azeite" nos últimos dez anos
que revelaram meu coração. Assim como Pedro, sofri ao ver as minhas promessas
vazias e o verdadeiro estado do meu coração. Clamei ao Senhor em diversas ocasiões,
pedindo a Ele para transformar o meu coração. Aprendi a ser grato pelo fortalecimento
que resulta das provações (1 Pe 1:6-7). Cheguei a um entendimento mais claro da
seguinte escritura:
Ora, tendo Cristo sofrido na carne, armai-vos também vós
do mesmo pensamento; pois aquele que sofreu na carne
deixou o pecado, para que, no tempo que vos resta na
carne, já não vivais de acordo com as paixões dos homens,
mas segundo a vontade de Deus.
- 1 Pedro 4:1
- Apocalipse 12:11
Ouvi este versículo ser citado muitas vezes. Mas somente parte dele. Muitas
pessoas param muito antes - elas deixam a última parte de fora. li esta parte que não é
popular na nossa cultura Ocidental.Jamais venceremos a batalha sobre a intimidação a
não ser que nos recusemos a amar as nossas vidas até à morte. Se amarmos as nossas
vidas, procuraremos salvá-las.
Homens e mulheres de Deus, agora vocês conhecem a verdade: A única maneira
de vencer a intimidação é perdendo a sua vida. Clamem a Deus enquanto lêem. Não
recuem, mas ousem crer. Peçam a Ele para encher o coração de vocês com este amor
— o amor dEle, o tipo de amor que nunca volta atrás. Peçam a Ele por Sua graça para
vencer os obstáculos que vocês enfrentam. Peçam a Ele para lhes conceder o privilégio
de irem aos lugares difíceis. Orem para estar na linha de frente do que Ele está fazendo
na terra. Não peçam uma vida de facilidades. Em vez disso, peçam uma vida que
glorifique a Deus.
Vamos voltar ao momento em que Jesus estava preparando o café da manhã para Seus
discípulos depois de Sua ressurreição. Jesus não entregou uma profecia "abençoadora"
a Pedro depois do café da manhã. Mas as palavras de Jesus continham a promessa de
que Pedro venceria o seu maior medo, deixando de realizar os seus próprios desejos na
sua própria força. Jesus disse que ele seria martirizado - perdendo sua vida por causa
de sua lealdade a Jesus. Pedro conquistaria o que ele não seria capaz de enfrentar
antes.Jesus viu o novo Pedro, aquele que ele se tornaria. Ele viu a obra completa.
Pedro ainda não estava pronto. Depois de ouvir o que aconteceria, ele se voltou e
viu o apóstolo João, e perguntou a Jesus:"E quanto a este?" (Jo. 21:21). Pedro ainda
estava se comparando aos outros. Basicamente, ele estava dizendo: "Se eu tenho de
passar por isso, o que ele tem de fazer?".
Jesus respondeu: "Se Eu quero que ele permaneça até que Eu venha, que te
importa? Quanto a ti, segue-Me" (v. 22).
Em outras palavras, "Não importa. Não se compare com os outros. Apenas siga-
Me!" Tantas pessoas medem suas vidas e ministérios pelo que os outros fazem e
dizem! Você não quer se medir pelo padrão erra do. Há uma grande diferença entre um
centímetro e um quilômetro. A maioria das pessoas em nossas igrejas vive suas vidas
como lhes agrada, na facilidade e no conforto. Quando nos comparamos uns com os
outros parecemos estar muito bem (e muito mornos). E um falso consolo dizer "Sou
tão bom quanto todos os outros". O engano desta afirmação <• acreditar que se você
está bem, então eu estou bem. No entanto, temos um padrão, uma unidade de medida
comum. Não usamos como padrão outros pregadores ou outras igrejas, nem os nossos
irmãos e irmãs. ( > nosso padrão é Jesus! Ele não disse a Pedro para seguir João. Ele
disse "Segue-Me!".
O caminho que Jesus percorreu foi um caminho de autonegação. Apenas desejar
ou querer seguir Jesus não basta. Precisamos fazer isso! Leia a seguinte passagem:
Observe que Ele disse que tudo que temos de fazer é desejar salvar a nossa vida,
e nós a perderemos! Uau! Desejar as coisas que este mundo busca — mesmo que você
nunca as obtenha — custará a sua vida. Entre tanto, leia com atenção o que Jesus diz
em seguida:
Observe que Ele não disse: quem desejar perder a sua vida por causa de Mim.
Desejar não basta! Pedro desejava seguir Jesus na noite em que O traiu. Mas sua
motivação não estava sustentada pelo amor de Deus ou pelo Seu poder. Por isso, ele
foi vencido.
Enquanto você lê, examine os seus motivos.Você é um verdadeiro discípulo de Jesus
Cristo, ou deseja segui-lo somente se for dentro dos seus parâmetros? Você fica dentro
dos seus próprios limites, longe da fronteira do autossacrificio? E possível que esses
limites o afastem dos caminhos onde Jesus anda e finalmente venham a desqualificá-
lo? (Ver 2 Coríntios 13:5).
Para decidir se vamos ou não seguir Jesus, precisamos primeiramente saber o
preço. Sim, é verdade. Haverá um preço. Isto requer nada menos do que toda a sua
vida. Ouça Jesus definindo este preço para as multidões que desejavam segui-lo:
Este é o preço de resistir até o fim. Acabamos de ler no livro de Apocalipse que
aqueles que vencem não amam as suas vidas, até à morte, Infelizmente, esta não seria
uma descrição precisa da igreja de hoje.
Eu poderia citar muitos exemplos de homens e mulheres cristãos que ainda são
donos de suas vidas. Quando estava pastoreando, uma jovem senhora me procurou
reclamando:"Pastor John, tenho uma péssima autoimagem. Por favor, ore para que eu
tenha uma autoimagem melhor"
Olhei para ela e disse: "Este é o seu problema!".
Ela ficou desnorteada. Esperava ter uma longa sessão de aconselha mento com
uma oração no final. Ela esperava que eu fosse bondoso e meigo para que ela se
sentisse melhor consigo mesma. Minha resposta chocou-a. Mas é a verdade que nos
liberta - e não falar dos nossos problemas sem tratar das raízes deles.
Eu a questionei: "Onde você encontra alguma referência na Bíblia que apóia a
autoestima ou uma boa autoimagem? Jesus disse que para segui-lo você precisa
morrer! Você já viu uma pessoa morta se sentar em um caixão e dizer: 'Ei! Por que
vocês colocaram esta roupa em mim: Não gosto dela! E por que vocês pentearam meu
cabelo assim? O que as pessoas vão pensar?'".
Eu queria mostrar a ela que a autoestima e que uma boa autoimagem não se
encontram na Bíblia. Sentir-se bem consigo mesmo não e um requisito para amar e
seguir Jesus. O foco daquela mulher estava no que é temporário, e não no que é eterno.
Não podemos servir a Deus somente quando nos sentimos bem com nós
mesmos, quando estamos empolgados ou quando tudo acontece como esperamos.
Poderíamos chamar as pessoas que se comportam assim de "amigos só nos bons
momentos". Ora, eles são cristãos só nos bons momentos. Eles não são sábios.
Finalmente, eles terão de enfrentar algo que não vai se encaixar nos parâmetros deles.
Quando olhamos para Pedro no livro de Atos, é difícil acreditar que ele e o mesmo
homem que se acovardou e negou Cristo diante dos servos. Depois de ser cheio do
Espírito Santo, ele proclamou Jesus com ousadia e destemidamente como Senhor e
Messias por toda Jerusalém. Ele foi preso e levado perante os líderes, os sacerdotes
que haviam crucificado Jesus. Agora, não era diante dos servos que ele estava, mas
diante do mesmo sinédrio que havia condenado Jesus. Ele olhou para eles e com
grande ousadia declarou: "Foram vocês que crucificaram Jesus Cristo o Messias, e não
há salvação em nenhum outro além Dele" (ver Atos 4:8-12).
A ousadia de Pedro e João fez com que os membros do sinédrio ficassem
impressionados, e eles não podiam dizer nada contra a obra que Deus havia feito.
Aqueles homens eram mestres que estavam no controle, por isso, recorreram à
intimidação.
Eles disseram entre si: "Mas, para que não haja maior divulgação entre o povo,
ameacemo-los para não mais falarem neste nome a quem quer que seja" (At 4:17).
e se uniram aos discípulos, contando o que havia acontecido e as ameaças que lhes
fizeram. Agora, veja o que estes homens pediram que Deus fizesse:
Agora, Senhor, olha para as suas ameaças e concede aos
Teus servos que anunciem com toda a intrepidez a Tua
palavra, enquanto estendes a mão para fazer curas, sinais e
prodígios por intermédio do nome do Teu Santo servo
Jesus.
- Atos 4:29-30
Aqueles homens pediram a Deus para viverem mais experiências exatamente
como aquelas que lhes haviam causado problemas. Eles sabiam que pregar o
evangelho colocaria a vida deles em risco. Mas eles continuaram a pregar, e Deus foi
fiel para realizar grandes milagres. Eles não permitiram que o dom de Deus ficasse
adormecido por causa da intimidação. Na verdade, o poder de Deus era tão forte que
os enfermos eram levados para as ruas de Jerusalém e eram curados quando a sombra
de Pedro caía sobre eles (At. 5:15).
O sumo sacerdote e os membros do sinédrio cumpriram suas ameaças. Eles
fizeram com que os discípulos fossem presos. O sumo sacerdote disse:
"Expressamente vos ordenamos que não ensinásseis nesse nome, contudo, enchestes
Jerusalém de vossa doutrina" (At. 5:28).
Outra vez, Pedro respondeu com ousadia:
Pedro e João não foram intimidados pelos líderes; na verdade, eles estavam
cheios de alegria. Aqueles eram dois discípulos muito diferentes daqueles que ficaram
dormindo no jardim. Eles se alegraram por serem julgados dignos e por terem tido
outra chance de demonstrar o seu amor e fidelidade. Pedro agora não amava
afetuosamente apenas, mas também com todo o seu ser.
O Livro dos Mártires, de John Foxe, relata que Pedro foi martirizado, como
Jesus dissera que seria. Quando estava para ser crucificado, conta se que Pedro
disse: "Não sou digno de morrer da mesma maneira que o meu Senhor morreu".
Então, eles o penduraram na cruz de cabeça paia baixo! Pedro deixou este mundo
como um vencedor. Aleluia!
C A P TULO 11
tão ocupados nos protegendo e servindo aos homens que somos ineficazes em nosso
serviço a Deus. Com medo do que o homem possa nos fazer, não damos a Deus o que
Ele merece.
A Bíblia nos diz: "O temor do homem arma ciladas" (Pv. 29:25, AMP). Uma
cilada é uma armadilha.Temer o homem rouba a autoridade que lhe foi dada por Deus.
O dom de Deus então fica adormecido em você. Você se sente impotente para fazer o
que é certo porque o poder de Deus em você está inativo.
Isaías 51:7-13 alerta: "Ouvi-Me, vós que conheceis a justiça, vós, povo em cujo
coração está a Minha lei; não temais o opróbrio dos homens, nem vos turbeis por causa
das suas injúrias... Quem, pois, és tu, para que temas o homem, que é mortal, ou o filho
do homem, que não passa de erva? Quem és tu que te esqueces do Senhor, que te
criou?".
Quando agradamos aos homens para nos livrarmos da reprovação deles,
esquecemo-nos do Senhor. Nós nos afastamos do serviço Dele."Se agradasse ainda a
homens, não seria servo de Cristo" (Gl. 1:10).
Você servirá e obedecerá a quem teme! Se você teme o homem, você o servirá.
Se você teme a Deus, você O servirá. Você não pode temer a Deus se teme o homem,
porque você não pode servir a dois senhores (Mt. 6:24)! Por outro lado, você não pode
temer o homem se teme a Deus!
() temor do Senhor não é uma doutrina morta, do Antigo Testamento. Ele é um modo
de vida. Se você ama a Deus, temerá somente a Ele. O seu temor a Deus absorverá
todos os temores menores.
Entristeço-me quando ouço as pessoas falarem de Deus como se Ele fosse o
"garoto de recados" delas. Uma pessoa que fala de Deus desta maneira não conhece o
Senhor realmente. Até os discípulos mais chegados de Jesus O chamavam de Senhor e
Mestre (Jo 20:28). Quando tratamos o Senhor como alguém familiar, perdemos a
perspectiva do lugar que Ele ocupa.
Este tipo de atitude fará com que nos portemos de forma irreverente. Vemos a
evidência disto tanto na igreja quanto na vida particular dos "crentes". Eles se chamam
crentes, mas será que o estilo de vida deles demonstra isso? Muitas vezes me entristeço
quando vejo o modo como as pessoas agem na igreja. Antes do culto, elas correm na
frente uns dos outros para pegar um lugar ou ficam irritadas se alguém está sentado no
lugar delas. Elas falam e continuam falando durante o culto. Depois, elas se levantam e
saem quando acham que o culto está demorando muito ou se não gostam do que estão
ouvindo.
E alarmante ver a falta de respeito aparente que têm por seus pastores. Elas falam
dos servos de Deus como o noticiário fala dos políticos. Talvez muitos ministros
tenham agido mais como políticos do que como servos de Deus, mas eles ainda são
servos de Deus, e cabe a Ele julgar. Quando tememos a Deus, respeitamos as coisas da
casa de Deus e os sei vos que Ele levanta. Davi não ergueu sua mão contra o ungido de
Deus, Saul, mesmo depois que Saul matou oitenta e cinco sacerdotes do Senhor (1Sm.
22:11-23). Davi temia a Deus!
Entristeço-me com as coisas que muitos crentes assistem, ouvem e lêem. Em
algumas casas me perguntei se havia alguma diferença entre o modo como eles viviam
e o modo como o mundo vive. Na sua busca por serem equilibrados, normais e aceitos,
eles se esqueceram de que Deus não chama de "normal" o que o mundo chama de
"normal". Quando ama a Deus realmente e teme somente a Ele, você vive uma vida de
consagração e não de mundanismo. Pedro exortou:
O temor de Deus é uma grande motivação para nos manter longe da impiedade.
semelhantes ao de Atos capítulo 5. Observe o que aconteceu depois que eles caíram
mortos.
Para provar que o temor de Deus é uma realidade do Novo Testamento, vamos ler este
relato do livro de Hebreus:
Primeiro, somos lembrados do que aconteceu no Sinai. Então nos é dito sobre a
montanha à qual chegamos, chamada Sião. Deus falou na terra daquela montanha no
Sinai. Agora, o mesmo Deus fala do céu desta nova montanha, Sião.
enquanto continua a ler, e você verá claramente que o motivo pelo qual as pessoas não
ouvem sob a nova aliança é o mesmo:
Sim, Ele
enfatizamos é amor,
o amor mase Ele
de Deus também
ouvimos é pouco
muito fogo consumidor.
sobre o temorEm nossasPelo
de Deus. igrejas,
fato
de não termos pregado todo o conselho de Deus, a nossa visão do amor está deturpada.
O amor que temos pregado é um amor fraco. Ele não tem o poder para nos
conduzir a uma vida consagrada. Ele amorteceu o nosso fogo e nos deixou mornos.
Nós nos tornamos como crianças mimadas que não reverenciam o seu pai! Se não
crescermos no temor do Senhor, corremos o risco de nos tornarmos familiarizados com
Deus e tratar como comuns as coisas que Ele considera santas.
Observe também este versículo:"Retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus
de modo agradável, com reverência e santo temor" (Hb. 12:28). A graça não é dada
meramente para cobrir a nossa irreverência e o nosso pecado; ela é dada para nos dar
poder para servirmos a Deus de modo aceitável. E a maneira aceitável de servirmos a
Ele é por amor, com reverência e santo temor.
Neste sentido, Paulo também escreveu: "Desenvolvei a vossa salvação com temor
e tremor" (Fp. 2:12). Onde está o nosso temor e tremor? Será que nos esquecemos de
que Deus é o justo Juiz? Será que nos esquecemos do Seu julgamento? Leia a
exortação abaixo com atenção.
Uma pessoa é seduzida a pecar quando ela considera comum ou familiar o que
Deus considera santo. Freqüentemente nós não damos valor às coisas que Deus leva a
sério, e tratamos com seriedade as coisas às quais Deus não dá valor. Levamos muito a
sério o fato de parecermos respeitáveis aos olhos dos outros, mas isto não é tão
importante para Deus quanto as motivações do nosso coração.
Conheci homens que estavam enredados no pecado, e que ao mesmo tempo
diziam "Eu amo Jesus". Eles mediam o seu estado espiritual pelo que sentiam por
Jesus. Mas será que eles O amavam o suficiente para morrerem para o pecado que os
prendia? Não, eles não tinham temor de Deus!
Quando visitei na prisão um pastor que havia caído em imoralidade sexual e
corrupção financeira, ele me disse: "John, eu sempre amei Jesus, mesmo quando estava
enganado. Ele era meu Salvador, mas não meu Senhor". Ele havia tomado decisões
motivadas pelo temor do homem. Ele queria agradar às pessoas. Ele desejava os
elogios que vêm dos homens. Essas coisas o levaram à corrupção. Naquela prisão,
Deus mostrou a Ele o Seu amor e misericórdia, e ensinou-lhe o temor do Senhor. Ele
agora teme ao Senhor e foi restaurado.
Voltando à ilustração do Monte Sinai, quero apontar algo que a maioria das pessoas
deixa passar. Deus instruiu tanto Moisés quanto Arão a subirem a montanha (Ex
19:24). Moisés subiu, mas por alguma razão encontramos Arão de volta ao
acampamento (Ex 32:1)! Creio que Arão voltou ao acampamento porque ele se sentia
mais confortável na presença dos outros "crentes" do que na presença de Deus. Não
somos assim em nossas igrejas de hoje? Nós nos sentimos mais confortáveis indo à
igreja, tendo comunhão com outros cristãos e nos mantendo ocupados com obrigações
ministeriais do que com o Senhor. Evitamos ficar a sós na Sua presença, cercando-nos
de pessoas e de atividades, esperando que isto esconda o nosso vazio.
Josué, por outro lado, tinha um coração que buscava a Deus. Mie queria estar tão
próximo da presença de Deus quanto possível. Ele ficou no sopé da montanha por
quarenta dias enquanto Moisés estava com Deus (Ex 32:17). Ele se aproximou tanto
quanto possível sem ir até onde Moisés e Arão haviam sido convidados para subirem.
Josué temia a Deus o suficiente para não ser presunçoso.
Enquanto Josué esperava na montanha, o povo no acampamento ficou inquieto.
Eles estavam em uma terra estranha; o líder deles havia partido havia mais de um mês;
e Deus ainda não havia Se revelado. Eles começaram a questionar a Deus e Moisés.
Mas vendo o povo que Moisés tardava em descer tio
monte, acercou-se de Arão e lhe disse: "Levanta-te, faze-
nos deuses que vão adiante de nós; porquanto este Moisés,
o homem que nos tirou do Egito, não sabemos o que lhe
terá sucedido".
- Êxodo 32:1
Eles fizeram um ídolo com a bênção de Deus, com aquilo que haviam trazido
como despojo do Egito. Mas ainda mais alarmante é que Arão, aquele que não quis
subir a montanha, fez o ídolo. Ele havia sido o porta-voz de Moisés. Ele havia ficado
ao lado dele e visto cada grande milagre e praga. Mas agora ele temia o povo e dava a
eles o que eles que riam. Ele temia o homem mais do que a Deus, e assim ele foi
facilmente intimidado pelo povo. Não havia ousadia nele, o dom de Deus estava
adormecido. Isto fez dele um líder fraco. Quando foi confrontado por Moisés, ele
culpou o povo que o havia intimidado.
Arão não assumiu a responsabilidade pelo que havia feito. Sim, a avaliação que
ele fez do povo estava correta. Havia sido idéia deles, e não de Arão. Mas por ele temer
o povo, não foi forte o bastante para quebrar a intimidação da multidão e orientá-los
corretamente. Ele estava envolvido pelo temor do homem.
Os líderes que temem os homens recuarão e darão ao povo o que eles querem em
vez de dar o que eles precisam! Eles se tornam presa fácil da intimidação. Não importa
o quanto o líder diz que ama a Deus e ao Seu povo, enquanto temer o homem, ele
jamais verá o verdadeiro progresso em si mesmo ou no povo que lidera!
O homem que teme a Deus só se preocupa com o que Deus diz sobre ele. O
homem que teme os homens está mais preocupado com o que os homens pensam a
respeito dele do que com o que Deus pensa. Ele ofende a Deus para não ofender o
homem.
Já vi líderes tomarem decisões para dar às pessoas aquilo que elas queriam. As
motivações deles eram manter a sua popularidade junto ao povo. Naturalmente, eles
jamais admitiriam isto e talvez nem mesmo tivessem consciência disto. Eles
justificavam suas decisões com o seguinte pensamento: "Não queremos ofender as
pessoas", ou "Isto é o melhor para todos os envolvidos", ou "Mais pessoas poderão ser
ministradas se fizermos isso", e daí por diante. O reino de Deus não é uma democracia,
Deus disse a Moisés: "Quem dera que eles tivessem tal coração, que Me temessem"
(Dt. 5:29). Mas o povo não o fez, e veja o que aconteceu.
Depois de um ano vivendo no deserto, era hora de partir e tomar posse da terra
prometida. O Senhor disse a Moisés: "Envia homens que espiem a terra de Canaã, que
Eu hei de dar aos filhos de Israel" (Nm. 13:1). Observe que Ele disse: "Eu hei de dar..."
Ele não disse: "Vão espiar a terra e vejam se podem tomá-la".
Então Moisés enviou os homens. Eles espiaram por quarenta dias, e descobriram
que os habitantes estavam bem estabelecidos nessa terra, e que as cidades eram muito
grandes e bem guardadas.
Todos os doze espias viram o mesmo povo, os mesmos exércitos, as mesmas
cidades grandes fortificadas e os mesmos gigantes.Josué e Calebe estavam prontos para
ir de uma vez e tomar o que Deus havia prometido. Entretanto, os outros dez espias
ficaram intimidados com o que viram. Eles só viram grandes exércitos e gigantes,
enquanto Josué e Calebe viram o quanto Deus era bom e fiel!
Os dez espias disseram ao povo que seria impossível tomar a terra. Eles haviam
sido escravos por mais de quatrocentos anos e não eram experimentados na guerra
como os exércitos que viram. O povo imediatamente teve medo e começou a reclamar.
Neste versículo, descobrimos a raiz do temor do homem: Não nos seria melhor?
Aquelas pessoas estavam intimidadas porque só pensavam em si mesmas. Elas não
disseram: "O que Deus diz é melhor". Em vez disso, perguntaram: "O que é melhor
para nós?".
A questão não poderia estar mais clara! A raiz do temor do homem é o amor por
si mesmo. Quando ama a sua vida, você procura salvá-la Você ficará intimidado com
qualquer coisa que a ameace.
Deus levou aquele povo ao lugar onde eles não tinham outra escolha senão
confiar Nele. Parecia que todos eles seriam destruídos pelos habitantes desta nova
terra. Mas em vez de confiar em Deus, eles agiram como se Deus os tivesse salvado
dos egípcios apenas para fazer com que os cananeus os matassem. É claro que isto
parece ridículo, mas todos nós enfrentamos momentos em que é necessário seguir o
Senhor em situações que parecem perigosas ou prejudiciais à nossa vida.
Só podemos segui-lo nestas circunstâncias quando determinamos em nosso
coração que Deus é bom. Só há bem Nele. Ele nunca fará nada conosco apenas em
benefício próprio para nosso prejuízo eterno! Precisamos nos lembrar de que Deus
julga tudo com base na eternidade, ao passo que o homem julga com base em setenta
ou oitenta anos!
Calebe e Josué escolheram o caminho mais difícil. Deus disse que eles tinham
um espírito diferente e que O haviam seguido inteiramente. Todo o restante não queria
ver o seu bem-estar em perigo por obedecei a Deus. Deus foi fiel com Calebe e Josué.
Eles foram os únicos daquela geração a entrar na Terra Prometida (Ver Números
14:24, 30).
Aqueles que procuraram salvar suas vidas as perderam. Deus pronunciou o
destino deles dizendo: "Porém, quanto a vós outros, o vosso
cadáver cairá neste deserto... e tereis experiência do Meu desagrado" (Nm. 14:32,
34). E um pensamento assustador saber que muitos serão rejeitados por Deus porque
temeram ser rejeitados pelo homem.
Oro para que todos nós aprendamos a ter prazer no temor do Senhor. Pois "O
temor do Senhor é fonte de vida, para evitar os laços da morte" (Pv. 14:27). No
próximo capítulo, você verá como o temor do Senhor o ajudará a andar dentro da
vontade de Deus durante os tempos de intimidação.
C A P TULO 1 2
Ação ou Reação?
Farei uma comparação entre dois reis. Ambos governavam o mesmo reino; ambos se
prostravam perante o mesmo Deus. Um foi rejeitado por Deus, e o outro foi
considerado por Deus como um homem segundo o Seu coração. Comparando estas
vidas, descobrimos uma grande clareza e entendimento das diferenças entre o temor
de Deus e o temor do homem.Vamos dar uma olhada em um dos incidentes mais
dramáticos e menos estudados da vida de Saul. Eis a cena:
Saul havia reinado por dois anos. Como acontece na maioria das lideranças,
este "período de lua de mel" não revelou o seu verdadeiro caráter. Mas, com o
passar do tempo, as motivações dele vieram à tona.
Enquanto Saul estava em Micmás com os seus melhores guerreiros, os filisteus
se reuniram para lutar contra ele (1Sm. 13:5-15). Aquele era o exército mais forte
que Saul havia enfrentado. O inimigo tinha trinta mil carros e seis mil cavaleiros, e a
multidão dos soldados era comparada com "a areia que está à beira-mar". E
desnecessário dizer que era um grande exército! Enfrentar trinta mil carros é como
enfrentar trinta mil tanques - além do mais, o exército era tão grande que não podia
ser contado! Esta visão era muito intimidadora para o exército de Israel.
Aterrorizados, os soldados de Saul se esconderam nos bosques, em buracos,
em poços e atrás das rochas. Eles estavam apavorados. Alguns fugiram a pé,
atravessando o Jordão até à terra de Gade e Gileade, enquanto os que ficaram
Samuel então repreendeu Saul dizendo que ele havia agido de forma insensata
ao não guardar o mandamento do Senhor.
Agora que já revimos o que aconteceu, imagine-se na posição de Saul. Você é
o líder. Você e os seus homens enfrentaram um enorme exército por mais de sete
dias. Você já está superado enormemente em número, e todos os dias as fileiras do
inimigo aumentam enquanto o seu exército diminui. Os seus homens estão com
medo do inimigo e começam a desertar. E os poucos que restam estão tremendo de
terror. Você está esperando pelo profeta de Deus, e ele não aparece a tempo para
oferecer o sacrifício!
Há uma enorme pressão sobre você. Esta é uma situação do tipo "prensa de
azeite". Os que o cercam pressionam você:"Faça alguma coisa, ou todos
morreremos!"Você vai esperar como o Senhor ordenou, ou fará algo para se salvar?
Esta era a situação que o rei Saul enfrentava (Ver 1 Samuel 13:1-8).
Infelizmente, ele cedeu à pressão. Desobedecendo, ele próprio ofereceu os
sacrifícios.Veja as desculpas dadas por Saul: "Os filisteus [estavam vindo] contra
mim... senti-me pressionado" (1Sm. 13:12, AMP). Ele ofereceu os sacrifícios para
ficar bem aos olhos do povo, e depois tentou parecer espiritual aos olhos de Samuel
dizendo:"Senti-me pressionado". Na verdade, ele reagiu e caiu na armadilha da
intimidação.
A maioria das pessoas vez por outra enfrenta este tipo de situação. Alguma vez você
pensou: Sei que Deus está me dizendo para ficar quieto, mas preciso agir para
mudar esta situação em que estou?
Já estive em situações onde os amigos e aqueles que estavam sob a minha
autoridade insistiram:"John, você precisa fazer alguma coisa!" Mas no meu coração,
sabia que Deus não estava dizendo o mesmo. Ele estava em silêncio.
Uma das coisas mais difíceis de se fazer é esperar em Deus, principalmente
quando Ele não está dizendo nada! Isto é verdade, principalmente agora. Com os
nossos vastos recursos e dinheiro, geralmente podemos fazer alguma coisa acontecer
ainda que Deus não esteja se movendo. Podemos criar alguma coisa que parece ser
da parte de Deus com a força dos nossos talentos e capacidades naturais - e sem o
envolvimento de Deus.
No que diz respeito a tomar decisões, muitas vezes não podemos encontrar um
capítulo ou um versículo que nos diga o que fazer. Precisamos saber o que Deus está
nos dizendo em cada momento. Mas quando Deus parece não estar falando, na
verdade Ele está falando! Ele está dizendo: "Continue fazendo exatamente o que Eu
lhe disse para fazer. Nada mudou!" Isto se torna especialmente difícil quando
estamos sob o ataque da intimidação.
Quero compartilhar uma palavra que o Senhor me deu em um dia de Ano
Novo. Estava fora do país, dormindo profundamente, exausto pela viagem de trinta e
seis horas e pela programação de duas ministrações por dia. De repente, acordei
daquele sono profundo às duas da madrugada. Sabia que somente o Senhor poderia
ter me acordado daquela forma, porque eu estava estranhamente alerta depois de ter
tido somente três horas de sono.
Você sentiu que estava sem foco; isto foi parte do seu
teste. Eu não permiti que você tivesse foco, para testar
você, para ver se você agiria sem a Minha direção. O
fato de você não ter agido durante o Meu silêncio Me
agradou muito. Por você não ter agido quando Eu não
lhe disse para agir, e por não ter feito os seus próprios
planos, esperando que eles fossem os Meus planos,
agora você verá que um grande foco virá. Porque darei a
você e à sua mulher planos grandes e específicos que
trarão a vocês dois grande alegria.
Saul ficou intimidado. A sua reputação, a sua vida e o seu reino estavam em jogo,
então ele agiu quando Deus havia ordenado que ele esperasse. Depois que Samuel
repreendeu Saul, ele pronunciou este juízo sobre ele:
Já agora não subsistirá o teu reino. O Senhor buscou
para Si um homem que lhe agrada e já lhe ordenou que
seja príncipe sobre o Seu povo, porquanto não guardaste
o que o Senhor te ordenou.
- 1 Samuel 13:14
Esta não foi a única vez em que Saul se curvou diante da intimidação. Ele
com os líderes inseguros. Eles tratam as pessoas asperamente para parecer que estão
no controle, quando na verdade estão encobrindo a sua própria intimidação e o seu
medo.
Samuel disse a Saul que Deus entregaria o reino a um homem que guardaria os
Seus mandamentos (1Sm. 13:14). Davi era esse homem. Ouvi algumas pessoas
dizerem que têm um coração que busca a Deus, mas prefiro ouvir Deus dizer, como
Ele disse de Davi: "Você tem um coração segundo o Meu". Sei que este é o desejo
de cada crente que O ama! Estudei com afinco a vida de Davi, com o intuito de
saber tudo sobre ele que poderia fazer com que o Senhor Se alinhasse com Davi.
Observei que Davi tinha o cuidado de não fazer nada sem ouvir a voz de Deus
antes. Repetidamente, em situações de muita pressão, ele pedia o conselho de Deus
(ver capítulos 20 a 31 de 1Sm.). Vamos dar uma olhada em uma situação
extremamente angustiante.
Durante o último ano do reinado de Saul, Davi e seus homens se refugiaram na terra
dos filisteus. Em uma estranha reviravolta do destino, Davi e os seus homens foram
se juntar aos filisteus quando o exército filisteu se reuniu contra os israelitas.
Entretanto, os senhores filisteus não se agradaram quando viram o homem hebreu ir
à guerra com eles. Então, eles negaram permissão a Davi e a seus homens para
lutarem com eles.
Na manha seguinte, a tropa de Davi partiu para voltar às suas esposas e filhos,
que estavam na cidade de Ziclague. A viagem até o campo de batalha havia sido um
fracasso, e Davi e seus homens devem ter se sentido indesejados. Eles haviam sido
rejeitados não apenas pelo seu próprio rei e pelo seu país, mas também pela nação
onde se refugiaram. Davi deve ter se sentido muito só - um homem sem pátria.
Aquele não foi um dia agradável. Mas isto não era nada comparado ao que ele
estava para enfrentar. Leia com atenção o que aconteceu quando ele voltou para sua
família, e permita-se imaginar como ele se sentiu.
Você consegue imaginar a dor que ele sentiu? Sua família havia sido raptada,
tudo que lhe era querido havia sido roubado, e o que restou havia sido queimado!
Ele não tinha apenas a sua família com que se preocupar, mas também a família de
todos os seus homens. Eles haviam se sentido inúteis e sem pátria. Então, voltaram
para encontrar suas casas em chamas e tudo o que eles amavam desaparecido. Como
se isto não fosse suficientemente ruim, veja o que aconteceu em seguida:
Davi realmente os perseguiu. "Assim, Davi salvou tudo quanto ha viam tomado
os amalequitas; também salvou as suas duas mulheres. Não lhes faltou coisa alguma,
nem pequena nem grande, nem os filhos, nem as filhas, nem o despojo, nada do que
lhes haviam tomado: tudo Davi tornou a trazer" (1Sm. 30:18-19).
O que parecia sem esperança se transformou em uma grande vitoria! Nada é
difícil demais para o nosso Deus. Davi temia mais a Deus do que aos seus homens.
Este fato somente lhe deu a confiança para se voltai para Deus em primeiro lugar.
Esta reação foi muito diferente da reação de Saul à pressão.
Davi agiu, ao passo que Saul reagiu. Davi pôde agir em vez de reagir porque
ele sabia o que Deus estava dizendo. Quando temos a mente de Cristo, estamos
equipados com a coragem para agir e não reagir.
Vamos dar uma olhada em como estas coisas produziram em Davi a ousadia
necessária para resistir a qualquer intimidação que ele enfrentasse.
1. Poder. Ele conhecia Deus, e sabia que Deus era maior e mais poderoso do
que qualquer coisa que enfrentasse.
2. Amor. Ele amava a Deus mais do que a si mesmo.
3. Moderação. Ele não agiria até que tivesse ouvido a palavra ou o conselho
do Senhor, independente da força da pressão.
Quando nosso espírito está cheio de poder, amor e da palavra do Senhor, não
somos cativos da intimidação. Não é apenas uma dessas virtudes, mas a combinação
de todas as três que nos sustentam. Paulo teria mencionado apenas uma se apenas
uma delas bastasse. Porém, para andar na ousadia divina, todas as três são
necessárias.
Já analisamos em detalhes o poder e o amor.Vamos seguir em frente e ver
como obter a moderação, que significa ter uma mente equilibrada através do
conselho do Senhor.
C A P TULO 1 3
O Espírito de Moderação
Um homem chamado Simeão também estava buscando o Messias. Ele não era tão
letrado quanto os fariseus. Mas veja o que a Bíblia diz sobre ele.
Agora, eis um fato impressionante para se refletir. Este homem, que não era
um perito na lei, reconheceu Jesus como o Messias quando Ele tinha seis meses de
idade, mas trinta anos depois os fariseus não conseguiram reconhecer o Messias
quando Ele expulsava demônios, curava os enfermos, abria os olhos aos cegos, e
levantava os mortos! Esta é a diferença entre ter a mente do Senhor e ter o
conhecimento mental das Escrituras.
Será que fizemos com o Novo Testamento o que os fariseus fizeram com o
Antigo? Será que limitamos o nosso conhecimento de Deus à nossa doutrina e ao
nosso conhecimento das Escrituras, até mesmo nas igrejas que crêem nos dons do
Espírito Santo? A doutrina não estabelece o nosso relacionamento com Deus; ela
apenas o define! Quando eu disse "Sim" em meu casamento, não me deram um
manual! Eu iniciei um relacionamento pessoal com minha esposa.
E então, devemos parar de ler nossas Bíblias? E claro que não! Mas talvez
precisemos lê-las de forma diferente. Quando pego minha Bíblia, sempre oro,
pedindo ao Espírito Santo que revele a Palavra do Senhor. A medida que leio, as
verdades explodem dentro do meu coração. Essas verdades são a palavra pela qual
devo viver!
Aquele que tem um espírito de moderação - uma mente equilibrada - sabe o
que Deus está dizendo e fazendo no exato instante. Somente o Espírito de Deus pode
revelar isto. Ele pode Se comunicar pelas Escrituras; Ele pode falar a palavra ao meu
coração por meio de um conhecimento interior ou com Sua voz mansa e suave.
Quando sabemos o que Deus está dizendo, estamos firmados em uma rocha
inabalável.
Ele não apenas falava com autoridade, como também agia com autoridade.Veja
outra ocasião:
Ele vivia e agia com tal autoridade que isto foi reconhecido por um centurião
romano. Ele disse a Jesus que se Ele apenas dissesse uma palavra, o seu servo seria
curado (Mt. 8:5-10). Este romano entendia a fonte da autoridade de Jesus. A
autoridade de Jesus não estava limitada a Ele próprio, mas era dada por Deus. Isto
acontecia porque Jesus era totalmente submisso ao Espírito Santo, que revelava a Ele
a vontade de Seu Pai.
O centurião disse:"Pois também sou homem submisso à autoridade, e tenho
soldados abaixo de mim". Jesus maravilhou-Se ao ouvir isto. Aquele comandante
entendia que a única maneira de se ter autoridade é estando debaixo de autoridade!
Jesus operava com autoridade porque Ele estava debaixo de autoridade. Ele estava
em total submissão ao Espírito Santo, que revelava a vontade do Pai. Ele disse:
Porque Eu não tenho falado por Mim mesmo, mas o Pai,
que Me enviou, esse Me tem prescrito o que dizer e o
que anunciar.
- João 12:49
E novamente:
Lembre-se, embora Ele seja o Filho de Deus, viveu como um homem cheio do
Espírito Santo. Ele Se despiu de todos os privilégios divinos. Porém, detinha uma
autoridade que fazia as pessoas se maravilharem. Isto porque Ele só falava e agia
segundo o que o Espírito de Deus O conduzia. Ele nunca ficava intimidado, porque
Deus nunca tem medo e nunca fica intimidado. Não há ninguém mais poderoso,
forte e sábio do que Deus!
Jesus permaneceu na Sua autoridade enquanto os fariseus tentavam intimidá-lo
continuamente com suas perguntas religiosas e astutas. Eles tentaram armar ciladas
para Ele com as Suas próprias palavras, procurando desacreditá-lo. Mas por mais
esperto que fosse o laço que tentavam armar para Ele, Jesus sempre respondia pelo
Espírito Santo, quebrando o poder da intimidação deles. Ele os confundia com
sabedoria, até que, frustrados, eles abandonavam suas tentativas de intimidá-lo.
A razão pela qual alguns não falam, ensinam ou pregam com autoridade, é
porque estudam uma mensagem da Bíblia, depois relacionam o seu entendimento
mental dessas escrituras. Eles falam do que Deus disse e fez em vez de falarem do
que Ele está dizendo e fazendo! Somente quando falamos pelo Espírito de Deus é
que falamos com autoridade.
Porque Ele tem dito: "De maneira nenhuma te deixarei,
nunca jamais te abandonarei". Assim, afirmemos
confiantemente: "O Senhor é o meu auxílio, não
temerei; que me poderá fazer o homem?"
- Hebreus 13:5-6
Veja com atenção estas palavras novamente. Podemos falar com ousadia e
autoridade quando sabemos o que Ele está dizendo! A certeza desta Palavra nos dá
ousadia. Deus nos garantiu que quando sabemos o que Ele diz, e quando cremos que
Ele está sempre conosco, podemos declarar com ousadia: "O que me pode fazer o
homem?" Quando vivemos nesta confiança, não podemos ser intimidados!
Algumas vezes fui abordado por aqueles a quem chamo de "fariseus dos tempos
modernos", que não têm o Espírito (eles podem afirmar falar em línguas, mas ainda
não possuem o Espírito de Deus!). Eles citam capítulos e versículos mais depressa
do que a maioria das pessoas.
Essas pessoas me confrontaram com perguntas sobre o que eu havia acabado
de pregar ou talvez sobre algo que eu havia escrito. Não estou me referindo a
pessoas que fazem perguntas para aprender ou porque não entenderam algo. A estas,
dou as boas-vindas. Na verdade, estou falando
daqueles que submetem tudo aos seus parâmetros religiosos, rejeitando qualquer
pessoa ou qualquer coisa que não se encaixe na sua "caixa de doutrinas".
Percebi que essas conversas geralmente podem seguir por uma ou duas
direções. Em primeiro lugar, posso entrar em uma discussão mental das Escrituras
com eles e me desgastar, principalmente se eles forem bem versados no ponto que
estão tentando provar. Eles prevalecerão, e eu ficarei intimidado. Aprendi a não me
deixar enredar nesse tipo de coisa!
A outra maneira de responder é contar com o Espírito Santo e falar o que ouço
em meu coração. Então a sabedoria de Deus se revela, e os argumentos deles
cessam. A sabedoria de Deus sempre terá srcem nas Escrituras, mas ela tem a vida,
que é inspirada para dentro dela pelo Espírito Santo.
Anos atrás, eu estava com outro pastor em um avião. Encontramos uma
mulher judia que era muito extrovertida e inteligente. Começamos a conversar
intensamente sobre o Senhor Jesus. Nós dois fazíamos diversas declarações,
tentando provar que Jesus era o Messias. Ao mesmo tempo, ela estava tentando
provar que as afirmações de Jesus eram falsas.
De repente, percebi o que estava fazendo. Sabia que aquela discussão mental
não chegaria a lugar algum. Então, olhei para dentro de mim em busca da direção do
Espírito Santo, e Ele me revelou o que eu deveria dizer. Olhei para ela e
compartilhei as palavras que Ele havia me dado. Quando fiz isso, minha voz mudou,
e uma autoridade veio sobre o que eu estava dizendo. Assim que ela ouviu aquelas
palavras, seus olhos se arregalaram, e ela ficou em silêncio.Todo o nosso debate não
a havia ajudado. Mas quando a palavra do Senhor veio, ela foi imediatamente
ministrada.
Depois que descemos do avião, o pastor com quem eu estava viajando disse:
"John, pude sentir a presença do Senhor quando você disse aquelas palavras. Você
percebeu que ela não teve mais nada a dizer?" Não se envolva em discussões
infrutíferas governadas pelo entendimento mental das Escrituras. Em vez disso,
deixe que o Espírito Santo guie você em direção à sabedoria espiritual.
Muitas vezes enfrentamos situações que poderiam nos paralisar e nos tornar
incapazes de concluir o que Deus colocou diante de nós, se não tivéssemos a mente
de Cristo. Enfrentei um desafio assim no México.
Fui convidado para ir a Monterrey, no México, para uma reunião evangelística
municipal. Era apenas por uma noite, e paguei pelas despesas de viagem. Passei
metade do dia em oração. Enquanto eu orava, vi uma nuvem escura sobre o prédio
onde devíamos nos reunir. Perguntei ao Senhor o que era aquilo. Ele explicou:
"John, estas são as trevas que estão lutando contra esta reunião. Continue a orar".
Uma unção muito forte veio sobre mim, fortalecendo-me para orar. Dentro de
trinta minutos, tive outra visão. Um feixe de luz ia do topo do prédio diretamente até
o céu. Novamente, perguntei ao Senhor o que era. "Esta é a Minha glória
desimpedida, descendo sobre a reunião desta noite", disse Ele ao meu espírito. Fiquei
muito entusiasmado.
O culto estava programado para começar às seis da tarde. Chegamos um pouco
mais cedo, e logo recebemos a notícia de que um oficial do governo queria ver o
pastor que havia organizado a reunião. Este oficial do governo estava acompanhado
de dois policiais uniformizados.
O pastor e eu fomos nos encontrar com o oficial. Ele falou durante algum
tempo com o pastor, em espanhol, depois se virou e perguntou- me em inglês:"O
de bandeira diante dele, e comecei a andar ao redor dele. Eu sabia que Deus havia
me mostrado em oração a Sua glória manifesta neste culto. Eu sabia que Deus havia
me instruído a vir. Mas eu não sabia o que fazer agora. Um pensamento percorria
minha mente. Será que este oficial intimidador vai me impedir de Jazer o que Deus
me enviou para fazer? Então, eu raciocinava: Este homem não pode parar o que
Deus me mostrou em oração. Eu lutava sem parar. O que fazer?
Então, eu disse: "Pai, não sei o que fazer, mas Tu não estás surpreso com
isto.Tu já sabias que isto aconteceria. Então, preciso da Tua sabedoria e do Teu
conselho para esta situação". Comecei a orar no Espírito. Este versículo me veio à
mente:
Jesus disse que os crentes teriam rios de águas vivas fluindo de seus corações
(Jo 7:38). Eu precisava do rio do conselho de Deus. Eu prensava da mente de Cristo.
Orar em línguas iria despertá-la.
Depois de orar por vários minutos, minha mente acalmou-se o suficiente para
ouvir mais. Este pensamento brotou do meu coração: l:ale ao povo sobre o maior
turista que um dia visitará o México.
Gritei alto:"É isto! O homem disse que eu podia falar sobre turismo. Vou falar
a eles sobre o maior turista que um dia visitará o México — Jesus Cristo!" A alegria
brotou dentro de mim, e comecei a rir.
Corri de volta ao prédio. Para minha alegria, Deus já havia tratado com o
pastor. Ele disse:"Deus falou comigo e me disse para lhe dizer para fazer tudo o que
Ele disser".
Abri o culto dizendo: "Disseram-me para só falar com vocês sobre atividades
relacionadas a turismo. Então, nesta noite quero lhes falar sobre o maior turista que
andar. Ele estava muito cauteloso a princípio. Depois, passou a se movimentar cada
vez mais rápido. Logo ele estava andando; depois corremos juntos. Finalmente,
soltei a mão dele, e ele correu sozinho.
A multidão delirou. Pessoas com todo tipo de enfermidade e doença correram
à frente. No meio de toda aquela confusão, perdi meu intérprete. Algumas centenas
de pessoas haviam corrido em direção à plataforma. Muitos foram curados, inclusive
uma mulher que era totalmente surda de um ouvido desde o nascimento e
parcialmente surda do outro. Ela chorou até sua blusa ficar encharcada de lágrimas.
Foi maravilhoso!
Eu não estava ciente de que o oficial de governo enviara dois homens de volta
para a reunião para me prender se eu pregasse. Eles chegaram exatamente quando eu
estava orando pelo homem deficiente. Um introdutor os avistou e ouviu-os dizer:
"Vamos ver o que ele vai fazer antes de prendê-lo".
Quando eles viram o homem deficiente curado, um perguntou ao outros:
"Você acha que ele é real?" Eles se aproximaram e continuaram a observar o que
Deus estava fazendo.
Quando viram a mulher surda curada e chorando, um deles disse: "Acho que
isto é real".
Então, um menino de cinco anos de idade caiu no chão, obviamente sob o
poder de Deus.Vendo isto, eles concordaram: Isto é real! E aqueles dois homens que
haviam sido enviados para me prender vieram à frente para receber oração! Aleluia!
Deixei o país no dia seguinte, e não me incomodei em atender ao compromisso
com o oficial. Na semana seguinte, o pastor mexicano voou ate os Estados Unidos,
trazendo unia cópia do jornal de Monterrey. Ele leu para mim um artigo de capa
sobre a nossa reunião.
O jornal relatava que os oficiais do governo disseram que eu era uma fraude e
que tudo que queria era dinheiro (eu havia sido direcionado a não levar um centavo
para fora do país e pagara por minhas próprias despesas. Depois de ouvir isto,
entendi o porquê). Entretanto, o jornal prosseguiu dizendo que os seus próprios
repórteres haviam visto pessoas serem realmente curadas! Glória a Deus!
O oficial de governo tentou me paralisar com suas ameaças intimidadoras. Se o
pastor e eu tivéssemos ficado sob o controle daquelas ameaças, o dom de Deus em
nossas vidas teria ficado adormecido. Ninguém teria sido salvo ou ministrado
naquela noite. A palavra de Deus, que Ele me falou pelo Seu Espírito, havia me dado
ousadia para quebrar o poder da intimidação liberada contra mim. Esse é o poder de
uma mente equilibrada e de um espírito de moderação.
C A P TULO 1 4
Neemias jejuou e orou até ter a mente do Senhor. Assim ele pôde refutar com
ousadia os seus adversários. "O Deus dos céus é quem nos dará bom êxito; nós, Seus
servos, nos disporemos e reedificaremos; vós, todavia, não tendes parte, nem direito,
nem memorial em Jerusalém" (Ne. 2:20).
Quando perceberam que não podiam impedir Neemias, e que os israelitas
estavam avançando na sua obra, eles ficaram enfurecidos. Eles não estavam mais
rindo, porque já não era mais engraçado. Eles planejaram confundir todo o projeto
atacando a cidade (Ne. 4:7-8).
A ira é outra arma de intimidação. Ela será exercida contra você para paralisá-
lo ou detê-lo. Dessa ira podem vir ameaças flagrantes ou sutis. Esta distração é uma
arma muito eficaz de intimidação. Observei muitas vezes as pessoas recuarem do que
sabiam ser certo ou do que deveriam fazer, a fim de evitar a ira dos outros. Elas
abriam concessões especiais para manter uma falsa paz.
Neemias não teve de enfrentar apenas este ataque dos estrangeiros pagãos, mas
também teve problemas que surgiram entre os seus próprios homens com relação às
condições que todos eles enfrentavam. Muitas vezes, quando Deus nos convoca,
enfrentamos resistência e oposição vindas de dentro e de fora.
Os homens de Neemias estavam ficando cansados. Eles estavam enfrentando
tantos escombros que aquilo estava impedindo o progresso deles (Ne. 4:10).
Também havia outro problema. Os trabalhadores ricos estavam pressionando
financeiramente as famílias que estavam em débito, cobrando grandes somas de
juros sobre os campos que essas famílias cultivavam (Ne. 5:1-8). Isto desanimou os
homens cujas famílias estavam sofrendo. Estes problemas internos tornaram ainda
mais difícil resistir à coerção e ao desânimo por parte dos inimigos deles.
Já passei por situações assim. Quando comecei a viajar, pediram-me para ajudar
uma igreja que havia perdido seu pastor. Ela se situava em uma cidade pequena de
oitocentas pessoas no meio do nada. Depois de dois cultos, todos os adolescentes
dali haviam se arrependido e tido uma experiência com o poder de Deus, assim
como muitos adultos. Por causa do que Deus estava fazendo, a audiência dobrou
para quase cem pessoas. Minha esposa e eu sentimos tanta compaixão por aquelas
pessoas que nos oferecemos para cancelar as nossas próximas seis semanas de
reuniões e ficarmos para edificar um fundamento firme naquela igreja para prepará-
la para um novo pastor.
estará em posição de autoridade durante as seis semanas em que estiver aqui, e então
o seu novo pastor assumirá. Esta é a única maneira das coisas funcionarem.Vocês
decidem".
No dia em que eles deveriam me comunicar sua decisão, recebi um telefonema
de um traficante de drogas local cuja mulher estava participando dos cultos. Ela
havia confessado a ele que estava cometendo adultério com o melhor amigo dele.
Ele decidiu descontar a sua frustração em mim e na igreja. Ele me disse que iria me
causar problemas naquela noite.
Não dei muita atenção àquela ameaça. Algumas horas depois, um dos
membros da diretoria que nos apoiava me informou que aquele homem havia ligado
para ele e ameaçado explodir a reunião. Eu disse ao membro da diretoria: "Chame a
polícia e peça a eles para verificarem essa informação".
Algumas horas depois, recebi uma ligação da polícia. Um oficial disse:"Sr.
Bevere, por favor, venha até à delegacia e assine este documento para sancionar a
prisão deste homem".
Eu disse: "Policial, não quero ver esse homem preso. Ele está sofrendo. Tudo
que estou pedindo é um pouco de proteção hoje à noite do lado de fora do prédio".
Ele disse: "Meu turno termina dentro de quatro horas, e a delegacia mais
próxima fica a 56 quilômetros de distância. Eles não poderão enviar ninguém esta
noite".
Respondi: "Ainda assim, não quero que esse homem seja preso".
durante toda aquela tarde. Foi um dos momentos mais fortes de oração que já vivi.
O dom de Deus foi fortalecido em mim. Eu estava pronto para a noite.
Contudo, quando cheguei à igreja, descobri que não ficaria ali. A diretoria
havia se reunido alguns instantes antes da hora prevista para o início do culto. Um
dos diáconos me informou que eles haviam votado que eu deveria partir. O culto
daquela noite seria meu último culto.
Fiquei triste, mas decidi me concentrar simplesmente no que Deus queria fazer
pelas pessoas naquela noite. Preguei uma mensagem poderosa, e o poder de Deus
atingiu aquelas pessoas com tanta força que as pessoas ficaram espalhadas pelo chão
por toda a parte. Muitos que estavam desviados entregaram suas vidas ao Senhor. C)
homem que havia feito a ameaça nem sequer apareceu. No final do culto, tive de
anunciar que a diretoria não queria que eu ficasse. Subiu um clamor do meio do
povo. Eu não havia ido ali para levar divisão, então me senti em paz quanto a ir
embora.
Uma semana depois, aquela mesma diretoria elegeu um pastor que mais tarde
descobriram ser homossexual. Eles passaram por quatro pastores no ano seguinte. O
espírito de intimidação que estava operando na diretoria daquela igreja causou uma
séria destruição àquela congregação.
Tão logo Neemias lidou com os problemas internos entre seus homens, outra onda de
intimidação atingiu-o.
Satanás não tentará isto apenas uma vez. Ele é persistente. Precisamos ter uma
determinação mais forte do que ele. E por isso que a Bíblia diz que devemos
"resistir-lhe, firmes na fé" (1Pe. 5:9). A palavra firme significa "forte e imóvel".
Muitas pessoas desistem depois de alguns golpes do inimigo em vez de
permanecerem imóveis até que a vitória seja completa.
Sambalate enviou seu servo uma quinta vez a Neemias, desta vez com uma
carta que o acusava de estar em rebelião e de se posicionar como rei de Judá (Ne.
6:5-7). Esta era uma mentira deslavada.
Mesmo assim, Neemias não se deixou paralisar. Ele estava muito concentrado
para ser desviado por calúnias. Freqüentemente somos desviados da rota por
tentarmos suavizar as coisas com um inimigo que está tentando nos intimidar.
Já tive de olhar para algumas pessoas e dizer: "Por que você está permitindo
que as mentiras desta pessoa afetem o que Deus o chamou para fazer? Só porque ela
está acusando você, isto não significa que ela está certa ou que deseja a verdade!
Você precisa saber o que Deus diz sobre você e o plano Dele para você. Por que
tentar racionalizar tom a insensatez?" A Bíblia diz: "Não respondas ao insensato
segundo a sua estultícia, para que não te faças semelhante a ele" (Pv 26:4).
A última pessoa que tentou paralisar Neemias foi um homem que profetizou
que ele devia buscar refúgio no templo, porque o inimigo estava vindo para matá-lo
(Ne 6:10). Mas se Neemias deixasse o local da obra,aquilo enfraqueceria os homens
O inimigo pode lhe dar uma má reputação intimidando-o para que você se
proteja a qualquer custo. Neemias tinha a mente do Senhor; por isso, ele podia
discernir o que era puro e verdadeiro do que era mal e enganoso.
Neemias resumiu os estratagemas de Sambalate, Gesém e Tobias da seguinte
forma:
Estavam todos tentando intimidar-nos, pensando: "Eles
serão enfraquecidos e não concluirão a obra". Eu,
porém, orei pedindo: "Fortalece agora as minhas mãos!"
- Neemias 6:9, NVI
Vemos mais uma vez o propósito da intimidação: enfraquecer-nos para que não
consigamos realizar a vontade de Deus e não resistamos mais ao intimidador. Se não
nos levantarmos contra isto com firmeza, sucumbiremos.
O diabo, nosso inimigo, tenta muitos caminhos diferentes de intimidação
quando invadimos o seu território. Ele não tenta uma vez e depois desiste. Se ele
conseguir nos paralisar, nos enfraquecer ou nos atrasar, nesse caso ele impede o
reino de Deus de avançar.
Neemias e seus homens terminaram a construção dos muros. Agora, cercada
por proteção, a cidade estava a caminho da restauração. Não foi difícil. Uma
tremenda resistência e oposição se levantaram contra eles em cada passo do
caminho. Mas o povo sabia que Deus havia falado, e se recusou a recuar.
caminho da menor resistência. A princípio, esta rota de fuga parece ser uma boa
escolha, com sua promessa de facilidade. Mas este caminho é pavimentado com as
características da mornidão: concessão, apatia e autopreservação.
Jesus nos instruiu a confrontarmos as montanhas da adversidade, e assim elas
serão removidas. Em outras palavras: Exploda a montanha, ainda que tenha de fazê-
lo pedra por pedra! Como Neemias, os verdadeiros guerreiros em Cristo avançam
energicamente em direção às montanhas, confiantes de que nada é impossível
àqueles que crêem (Mt. 17:20). Ao contrário, os que viajam pelo caminho da
facilidade andam em volta de suas montanhas para evitar o confronto.
O fluxo do sistema deste mundo é estabelecido pelo príncipe da potestade do ar
(Ef. 2:2). O domínio dos céus está em oposição direta a este fluxo. Seguir o caminho
do céu significa que enfrentaremos confrontos constantes por parte do sistema deste
mundo. Infelizmente, este sistema mundano prevalece também nas nossas igrejas.
volta para o mundo. Eles se tornam religiosos. Perdem o seu poder e passam a ser
ineficazes. Citando as palavras exatas de Jesus, eles "para nada mais prestam" (Mt.
5:13)!
Depois que Paulo exortou Timóteo para avivar o dom de Deus, ele rapidamente
acrescentou: "Tu, pois, filho Meu, fortifica-te na graça que está em Cristo Jesus"
(2Tm. 2:1). Para avançar e vencer a intimidação, precisamos ser fortes.
Do mesmo modo, Paulo advertiu a igreja de Corinto: "Sede vigilantes,
permanecei firmes na fé, portai-vos varonilmente, fortalecei-vos" (1Co. 16:13). Um
crente corajoso enfrenta situações difíceis sem recuar diante delas.
Deus encorajou Josué não uma vez, mas sete vezes, para ser forte e ter bom
ânimo!
Observe que Deus disse para ele ser forte e muito corajoso. Com que
propósito? Para vencer guerras ou para ser um grande líder? Não, com o propósito de
guardar a Palavra do Senhor. Deste modo,Josué seria um grande líder e ganharia
todas as guerras! A intimidação tenta arrancar de você a sua liberdade de obedecer a
vontade ou a palavra de Deus. Por isso, devemos ser fortes e corajosos em todo o
tempo para que não venhamos a nos desviar inconscientemente do que sabemos ser
certo.
Vamos definir a palavra coragem:
E importante entender que Deus não se agrada dos covardes. Sabemos que: "O
vencedor herdará estas coisas, e eu lhe serei Deus, e ele Me será filho. Quanto,
porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros,
aos feiticeiros, aos idolatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no
lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte" (Ap. 21:7-8, ênfase do
autor).
A palavra covarde significa "alguém que demonstra um medo desprezível
diante da dor ou do perigo". Não é sério saber que Deus inclui os covardes no
mesmo grupo dos assassinos e dos sexualmente imorais? No entanto, nós nos
desculpamos, afirmando que o comportamento covarde é uma fraqueza.
Na verdade, a covardia vem da incredulidade. E a incredulidade custou aos
filhos de Israel a vida deles. Eles nunca entraram na terra prometida. "Vemos, pois,
que não puderam entrar por causa da incredulidade" (Hb. 3:19).
Hoje não é diferente. Um covarde não conquista. Ele não receberá aquilo que é
prometido. O Senhor nos exortou com firmeza através do apóstolo Paulo:
Vivei, acima de tudo, por modo digno do evangelho de
Cristo, para que, ou indo ver-vos ou estando ausente,
ouça, no tocante a vós outros, que estais firmes... e que
em nada estais intimidados pelos adversários.
- Filipenses 1:27-28
Permaneça firme e não permita que os seus adversários o aterrorizem. Seja
corajoso, forte e bravo, pronto para enfrentar e lidar com qualquer oposição em vez
de recuar diante dela! No versículo seguinte, Paulo prossegue: