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Completamente Seu

Versão Juan Vasco – Batom Vermelho.


EDIÇÃO DIGITAL
2014
Copyright © 2014 Vanessa de Cássia
Todos os diretos reservados. É proibida a distribuição ou copia de qualquer parte
dessa obra sem o consentimento escrito do autor.
Essa história é totalmente dedicada a uma pessoa que me implorou por mais Juan
e Mel.
A você, Giseli Bernardes.
E é justamente por isso, por ela, que existe mais dessa doce história.
Jamais pensei nessa versão, mas foi de uma surpresa agradável fazê-la, ter uma
nova visão sobre os fatos e poder preencher as lacunas que ficaram em Batom
Vermelho.
Pensar como Juan foi ainda mais sensível e sensual. Simplesmente amei. Agora,
uma surpresa maior foi pensar como Thiago!
Realmente louco!
Bem, mas o que interessa é que está aqui para todos os meus docinhos!
E deixar esse recadinho:
Giseli, o Juan é completamente seu!
Beijinhos vermelhos da ruiva.
Agradeço com o coração cheio de alegria, as 100 mil leituras no Wattpad!
Agradeço todos os meus docinhos por cada voto, comentário. Eu me diverti
muito com todas vocês!
Beijo no coração.

As minhas betas, que leram um capítulo por dia, me acompanhando em cada


linha, vibrando em cada capítulo.
Sem vocês em meus dias, Completamente Seu, não teria saído!
Giseli Bernardes, Daya da Silva e Andréia Leme.
Sumário
1- Vacilo
2- Semana dura
3- Olhar de serpente
4- Sem palavras
5- Falta de comunicação
6- Planejamento perfeito
7- Primeiro ataque
8- Dias perfeitos
9- Minnie
10- Desejos sedentos
11- Presente de Natal
12- Surpresa
13- Domínio mental
14- É festa
15- Fugindo
16- Dor do passado
17- Causador de ciúmes
18- Minha marca
19- Sentido ruim
20- Situação limite
21- Adeus
22- Desejo doloroso
23- Lúgubre realidade
24- Incansáveis
25- De volta para casa
1- Vacilo
“Juan não é homem para casar!”

Despertei com um barulho de chuva. Estava suado por causa da perna que estava enroscada
entre as minhas. Olhei de relance e, ali estava à prova de mais uma garota que deixei passar durante
a noite.
Merda, ela precisava ir embora!
Para não ser tão rude, apenas tirei minha perna de cima e deixei as dela para o lado. Eu conhecia
essa garota apenas alguns dias! E ela já estava estirada, nua em minha cama. Ok, foi bem gostoso o
que fizemos, mas, deixei muito claro a ela: sem sentimentos, ok gata! Ela assentiu, e mesmo assim se
entregou ao papai aqui.
Bem, adoro fazer o joguinho de convencer, de brincar em seduzir, mas elas aparecem em minha
frente cheia de disposição, toda fácil, eu que não sou louco em recusar! Então apenas vou curtindo
minha divertida vida!
Hoje foi um dia cheio no consultório, meu pai esteve fora o dia todo, tive que atender até os
pacientes dele. Foi um dia realmente estressante. E, para amenizar esse estresse todo do trabalho,
peguei a primeira garota que sorriu pra mim, tomei muita cerveja e a trouxe para casa para fazer algo
selvagem para acalmar os ânimos feridos.
Funcionou bem.
Levantei e fui até o banheiro. O efeito da cerveja vinha com força total. Fiquei parado por um
tempo fitando o teto enquanto esvaziava a bexiga. Alívio...
Lavei as mãos e encaminhei pra cozinha. Apesar de ter esvaziado a bexiga, a ressaca estava
começando a dar o ar da graça. Bebi um copo cheio de coca gelada e deixei o copo na pia.
Eram 04h55 da manhã. Natália estava em minha cama. Eu estava exausto. Hoje ainda tinha muito
trabalho pela frente, e de tarde iria me encontrar com Vanessa. Essa vida dupla não é nada fácil...
Um dia eu sossego...
Flagrei-me rindo do que acabei de pensar.
Thiago iria vir hoje em casa para trocarmos uma ideia sobre semana que vem, já que é meu
aniversário e precisávamos marcar algo bacana. Uma festinha aqui mesmo, só para dar uns beijos em
algumas gatas, e saber quem tiraria a sorte de ficar para uma noite mais estendida... Com sexo
selvagem do qual era tudo que eu poderia oferecer. E, bem, é tudo que elas procuram em mim. Vamos
se dizer assim.
Voltei para o quarto e deixaria o sono me pegar de vez. Relaxei e apaguei...


A bosta do celular apitava sem parar!
Olhei de relance para o relógio do quarto e me assustei com o que via. Porra, eram 09h45!
Caralho, como consegui fazer essa proeza de dormir tanto até esquecer-se da maldita hora de
levantar para ir trampar?!
Porra!
Peguei o celular e constatei algo que não era nada bom: meu paizão.
– Oi! – falei já me arrastando e indo para o banheiro. Nada como uma ducha fria para acordar...
Peraí?!
Voltei para o quarto e Natália não estava mais lá. Olhei nos cômodos e nada da garota. Orra, gata,
valeu por não deixar nem escrito:
“Muito obrigada, Juan, pela estadia e, claro, a noite maravilhosa com os três orgasmos que
você deliciosamente me proporcionou!”
Ah, vá se foder, meu! Ela que pense que irá voltar aqui!
– Cadê você?! – a voz rouca do meu pai soou autoritária. Droga.
– Já estou saindo! – falei tirando o telefone da orelha, ele gritava!
– Juan, você sabe que é apenas quinta-feira! O que você quer da sua vida?! – dizia bravo. Acatei,
eu estava errado. Merda.
– Paizão, você sabe muito bem que não faço isso, só acordei atrasado, já estou chegando – abri o
chuveiro e entrei. – Vou desligar! Tchau.
Ele não disse mais nada, mas quando chegar lá, aí o bicho vai pegar.


Cheguei de óculos escuros para ninguém notar minha cara de sono. As meninas da recepção
olhavam em minha direção com um sorriso rasgado na cara. Elas nem disfarçavam suas vontades.
Sorri de volta com um bom-dia baixo. Ouvi suspiros atrás de mim. Dai-me paciência.
– Bom dia! – doutor Rubens já estava em minha sala. Sua cara não era das melhores. Imagina a
minha?!
– Oi, paizão, bom dia – deixei minha mala no canto e sentei na ponta da mesa. Tirei o óculos
aviador e olhei diretamente em seus olhos azuis piscina. Puxei aos dele, na verdade, os meus são uma
mistura incrível dele e da minha mãe. Só que agora, nesse exato momento os dele estavam como duas
safiras frias e duras. – Desculpa, isso não irá se repetir – falei firme, mostrando minha verdade.
Não gosto de desconfiança, e nem de parecer anti-profissional. Eu me esforcei muito para ter o
respeito do meu pai, e não será uma noite perdida com uma garota que irá me tirar isso.
– Eu sei – resmungou. Quase sorri, mas não fiz.
– Obrigado.
Somente o agradeci por não ter perdido a fé em mim.
Cara, eu tenho vinte e três anos, vou fazer aniversário semana que vem, sou um dentista muito
respeitado, estou ganhando isso com meu trabalho árduo. Não quero e não vou perder isso. A clínica
é do meu pai, Dr. Rubens Vasco, que conquistou tudo o que temos hoje, e deixará seu legado a mim.
Estudei muito pra isso, trabalho muito para ter tudo. Só que, às vezes a safadeza corre nas veias e
não tem como fugir de uma boa transa. Sou tranquilo na medida, mas não sou nunca de negar fogo –
isso jamais. Dou muito valor nisso!
Não sou de namorar, apenas trepo aqui e ali, nada de me amarrar tão cedo. Vou apenas curtindo
tudo, até achar a pessoa ideal para me fazer sossegar. Bem, isso está bem longe dos meus planos, mas
vou levando.
Paizão me fitou, ele falaria algo importante, conheço esse olhar.
– Juan, essas viagens estão ficando cansativas para mim e para sua mãe. Estou velho filho... –
soltou sua estrondosa risada. Eu ri junto dele e o observei com cautela e respeito. – Ontem fiz uma
reunião com o pessoal da OdontoVas, e já passei essa responsabilidade a você. Como já fez milhares
de vezes isso, não terá problemas. Eu já não aguento mais. Deixarei somente com você, tudo bem?
Uau. Eu o encarei e isso era confiança demais. Sorri feliz.
– Sério, paizão?! Que demais, é claro que farei! Isso aqui é nossa vida! Obrigado por me deixar
tocar o negócio! – abracei-o carinhosamente.
– Cuide do que é seu. Sempre!
Depois de ter dado o conselho, foi saindo, mas antes emendou:
– Agora atenda suas pacientes, elas estão eufóricas! – finalizou rindo e foi para sua sala.
– Pode deixar! – falei rindo, na sequência chamei a primeira do dia.
Hoje seria um dia daqueles!


Thiago chegou junto comigo. Estava parado encostado em seu carro na porta do prédio. O
cumprimentei e subimos juntos. Ele tinha novidades! Quando vem assim, do nada, no meio da
semana, é porque algo bom irá acontecer! Como sempre, algo que sempre me deixa pra cima:
mulheres.
Ele é aquele primo/irmão, sempre fizemos tudo juntos, até mesmo compartilhar nossas mulheres –
bem, no bom sentido, claro. Quando um não quer mais, o outro sempre caça. Thiago é o irmão que
nunca tive, pois nós dois somos filho único, então dividimos muitas experiências e diversões durante
toda nossa juventude. Ele é garanhão também, mas é aquele cara mais pacato, mais tímido. Já eu, sou
o pegador. Adoro festa, farras e, claro, uma boa pegada.
O pai dele mora no interior e, com isso, ficou boa parte de sua adolescência aqui comigo. Meu pai
acabou criando-o junto. Os pais dele se separaram por uma briga besta, por falta de grana e tudo
mais, então Thiago passou momentos ruins, e é onde o apoiei em tudo. Sempre sendo seu melhor
amigo e parceiro. E como ele é praticamente de casa, já chegou abrindo a geladeira e pegando uma
gelada.
– E aí, o que manda?! – joguei as coisas no canto da sala e me joguei no sofá, ele jogou uma
garrafinha de Stella pra mim e sentou-se no outro sofá.
– Tenho boas novas! – disse rindo.
– Hum, mulher?! – já me empolguei. Aquele safado sorria alegremente.
– Sim, mas não é qualquer mulher, é a mulher pra você!
Bufei com seu comentário idiota. Ele sabe muito bem que não me amarro.
– Ah, é? Isso é por acaso mais uma de suas piadinhas sem graça? – debochei, ele pareceu não
achar graça.
– Não cara, é sério! É uma amiga da Carla – deu um gole e esperou minha resposta, que foi rir alto
pra caralho, aliás, gargalhei.
– Cara, fala sério?! É da igreja? – eu ri novamente alto.
Thiago estava de graça, só pode!
– Para de ser idiota, e escuta! – eu não parava de rir. Isso era engraçado.
Um a zero pra mim.
– Thi, agora é seriíssimo, meu, sendo amiga da Carla, deve ser uma beata muito santa, muito
quietinha, e eu não estou muito a fim de lidar com virgens! Entende?! – demos juntos um gole na
cerveja. Thiago ainda não ria.
– Caralho, meu, me escuta! Ela não é nem de longe beata, santa, e muito menos virgem! – isso
começou a me interessar.
– Hum, e vem cá, você tem certeza de que é amiga da Carla? – sorri dando uma piscadinha.
Thiago não queria rir de forma alguma, deve estar com abstinência. Está com um mal humor terrível.
– Tenho, ela começou a trabalhar com a Carla tem alguns dias, sei lá. Eu a conheci esses dias, e
por cinco segundos de conversa, descobri que é a mulher pra você! – minha nossa, ele dizia isso
sério, então a porra toda é sério mesmo. Dei corda.
– Sério mesmo, e por que acha isso? – encarei-o, mas no fundo ainda queria gargalhar.
– Primeiro, ela é descarada demais e toda solta. É uma mulher linda, tem um charme irresistível.
Acho que você ficaria de quatro por ela! – soltou sua primeira risada. Fiquei quieto dessa vez. Ele
disse pelo menos uns quatro adjetivos, mas que poderia ser qualquer coisa. Porém, algo me prendeu.
Não sei.
– Que mais? – dei mais corda, parecendo não vencido com seu papo. Não tenho frescuras com
mulher, poxa, mulher é mulher.
– Depois de alguns dias conversando com ela, pude ver que tem muito a oferecer, só que tem um
ar difícil, sabe, sei lá, ela escolhe suas presas. Não me deixa entrar em seu sistema. Ela é indomável.
Achei que seria um desafio a você – estou começando a gostar do assunto. Algo se acendeu com
urgência dentro de mim. Cai matando!
– Indomável, é? – sorri já pensando numa estratégia. Dei outro gole acabando com a cerveja,
levantei e fui buscar outra. Enquanto abria a geladeira, Thiago continuou.
– A Mel é uma mulher única. Da pra sentir seu poder de longe. O olhar dela te queima. É sério,
cara, não estou de brincadeira! – nessa conversa toda a única coisa que realmente me prendeu foi seu
nome: Mel. Ela deve ter um mel irresistível...
– Gostei do nome... Mel!... – pronunciei mais envolvido.
– Tô te dizendo, cara, você vai se amarrar na dela! – voltei pra sala e me sentei na ponta do sofá.
Isso me deixou pensativo. – Quer uma descrição dela? – atiçou-me, ele viu o quanto fiquei
interessado. O meu silêncio dizia isso. Sorri em sua direção e aquele olhar dele dizia o quanto queria
contar.
– Tanto faz... se quiser! – fingi indiferença, mas, porra, é claro que quero saber! Que pergunta
idiota. Ele leu isso em minha expressão.
– Você é um filho da puta sacana! Como pode ser tão frio assim? – falou e tacou uma almofada em
mim, me defendi rindo.
– Diz logo, caralho! – joguei de volta a almofada, ele desviou.
– Está interessado demais... – droga, agora aquele merda que ria de mim. Virou o jogo. Thi é foda
pra fazer isso. Ainda mais quando o assunto é mulher. – Antes de te dizer, só quero acrescentar mais
algumas coisinhas antes que se apaixone de vez! – riu sarcasticamente. Merda, dois a um pra ele.
– Ela tem alguém? – já perguntei logo. Se tivesse, eu a convenceria de que sou melhor, mas se não,
aí sim, eu a pegaria de um jeito para nunca mais me esquecer.
– Não, mas esse não é o ponto. Falei com a Carla sobre isso, sobre apresentar você! – soltou uma
piscadela em minha direção. Bufei irritado.
– Caralho, Thi, acabando com minhas esperanças logo de cara! É claro que a Carla não vai
querer! – bufei novamente levantando as mãos e prendendo-as atrás da nuca. Ele estava me dando o
doce e tirando logo em seguida.
– Relaxa, a Carla achou o máximo. Ela não sabe de suas escapadas. Acha que você é um homem
decente e muito trabalhador, palavras dela! – disse debochado. Eu ri novamente, só que, agora,
aliviado.
– Cara, sua garota é uma santa!
– Sim, ela sempre vê o lado bom da coisa. Por isso está comigo! – piscou e tomamos um longo
gole de cerveja. – Bem, Carla até perguntou se você não tinha namorada, já que era bem apanhado,
olha só, minha garota dizendo isso! Eu não gostei muito – disse rindo. – Expliquei que não, e que iria
conversar com você sobre isso – deu de ombros e fitava cada reação minha. Estudando
cautelosamente minhas feições.
– Gostei da ideia, mas quais as outras coisas? – fiquei meio empertigado com tudo isso. Estava já
louco para saber tudo sobre essa tal Mel.
– Falei com a Mel sobre você – meu olhar ficou fixo nele. Estava tenso com não sei o quê! Que
merda é essa?
– E aí, o que ela disse? – perguntei preocupado na verdade.
– Não quis nenhum detalhe, como eu disse, ela gosta de caçar, e quer ver por si só, mas o que ela
disse na sequência é o que vai te fazer ter um infarto! – sorriu e fez um suspense danado, eu quase
arranquei as palavras da boca dele.
– Fala logo, porra! – grunhi agitado.
– Está parecendo um adolescente, Vasco. Relaxa a pica aí! – deu outro gole despreocupado. Quase
o soquei.
Esperei...
– Falei humildemente que iria apresentar meu primo a ela, sabe qual foi a resposta dela? –
encarou-me. Eu estava agitado. Nunca fiquei dessa forma, ainda mais para conhecer uma mulher.
– Não.
– Nossa, onde ele está? Ele tem cinco minutos agora?!
Ca-ra-lho!
Essa mulher tem de ser minha! Respirei fundo enquanto Thiago ria da minha cara. Certo, três a um.
– Você está falando sério, Thi? Essa mulher existe mesmo?! – perguntei como um idiota. Porra, eu
quero essa mulher e faria desses cinco minutos os mais perfeitos e eternos.
– Sim, e quer saber a melhor parte disso tudo? – zombou. Thiago estava se divertindo em minhas
costas. Bufei ansioso.
– Porra, ainda há mais? Além de ser perfeita para meu sexo? – eu estava eufórico. Queria que esse
dia chegasse logo. Eu quero conhecer esse mel todo...
– Vá com calma, Zangão, não chegue todo afobado. Ela gosta de mistério, gosta de caçar, então
não dê uma de espertinho. Ela é mulherão, e não essas garotas que está acostumado a ter se
arrastando aos seus pés, ela não é disso. Mel gosta de estar por cima, e não permite que o homem
domine o momento. Aprendi isso em pouquíssimo tempo. Ela está alguns meses sem ninguém, e pediu
pra avisar: diga a ele pra tomar cuidado comigo! Sabe o porquê ela disse isso? – fiz que não, estava
extasiado. – A Carla disse que ela era uma tarada, na sequência emendei que você também era e
muito. Vasco, isso combina? Outra coisa, ela não quer compromisso! Cara, isso será uma explosão! –
soltou uma gargalhada alta. Eu estava em choque, em surto erótico.
Eu quero essa mulher! Simples assim.
– Thiago, eu preciso conhecer esse furacão! – falei devagar. Precisava voltar a respirar. Se ela me
tirou o fôlego sem vê-la, imagina o que faríamos juntos?!
Eu já estava completamente na dela.
– Ah, sim, esqueci da melhor parte! – disse se levantando. Ele iria embora, mas deixaria uma
ótima novidade.
– Ainda tem mais, nem precisaria! – brinquei me levantando também.
– Ah, e como tem! Está preparado? – disse zombeteiro.
– Diz, caralho! – soquei de leve seu ombro. Thiago estava indo pra porta.
– Ela é ruiva! Engula essa, seu merda! – exclamou gargalhando. Ele me derrotou depois dessa. –
Na boa, depois dessa notícia, vou embora, boa noite, cara!
Caí de volta ao sofá.
Que é isso, cara?!
É a perfeição que resolveu bater em minha porta?! Seria isso?
– Tá de brincadeira? – perguntei sem fôlego.
Porra, ruiva é minha tara!
– Não mesmo. Preciso ir, depois nos falamos.
– Quando vou vê-la?! – levantei desesperado de que fosse agora mesmo.
– No seu aniversário! Será meu presentinho, primo.
– Cara, você é o melhor! – cumprimentei abraçando-o. Thiago ria vitorioso.
Essa era a melhor notícia dos últimos tempos.
– Eu sei, agora faça o melhor, seu safado! – partiu, mas essa notícia maravilhosa ficou me
corroendo o tempo todo.
Farei com toda certeza o meu melhor!
Isso não era uma promessa, era uma verdade!


Vanessa não pode vir hoje, tinha plantão em seu batalhão e não poderia sair – que para mim foi um
alívio. Não que eu não quisesse um sexo agressivão, mas é que não estava com cabeça pra nada. Eu
só queria relaxar e descansar.
Depois que Thiago foi embora, fiquei pensando em mil possibilidades com a Mel, eu mal conheço
essa garota e já não consigo respirar decentemente.
Fiquei matutando e criando mil feições a ela em minha cabeça insana. Não sei o que ela tem, mas
só o que Thiago disse me deixou ligadão a ela. Espero que supere todas as minhas expectativas. É
foda se decepcionar com muita ilusão. Mas o Thi não faria isso comigo, eu vi que estava sendo muito
sincero, e senti cada parte, cada coisinha da Mel, era como se ele já soubesse o que iria me ligar a
ela. E acertou. Como acertou.
Depois de assistir Corrida Mortal III fui dormir agitado. Rolei a noite toda na cama, em busca de
apenas tirar três letrinhas da cabeça.
Mel.
Isso já está ficando ridículo!


Levantei cedão, hoje não iria me atrasar. Tinha muitas pacientes, e de sexta-feira é o pior dia,
parece que é infinita as consultas. E hoje não podia brincar em serviço, já que meu pai tinha várias
cirurgias marcadas, eu precisava ser rápido.
Na clínica é tudo bem dividido e correto. Meu pai já tem mais de trinta anos como dentista, mas
esse consultório tem mais ou menos uns quinze anos. E cada ano que passa, ele evolui e ajeita as
coisas no mais conforto possível. É no Morumbi, então dá pra se ter noção do luxo.
Paizão é bem exigente em sua profissão e não admite erros. Quando decidi seguir sua profissão,
para ele foi motivo de orgulho. Nunca me forçou a nada, pelo contrário, queria que tivesse outra
profissão, mas cresci vendo isso, cresci indo ao seu consultório, não haveria outra coisa da qual
poderia me formar.
Entrei na faculdade um pouco mais cedo do que outros alunos. Não tinha nem feito dezessete, e lá
estava eu, conhecendo a arte da Odontologia. Com vinte anos já estava formado. E já sabia muitas
coisas, pois meu estágio foi na própria clínica, com a mais profissional supervisão, meu paizão.
Ele sempre foi tão rígido, mas isso só me ajudou. Só me fez ser quem eu sou e me fez forte. Como
profissional tenho apenas três anos, mas são três anos muito bem trabalhados. Meu pai não dá mole
não.
Somos realmente muito bons no que fazemos, mas ultimamente tem muitas mulheres frequentando à
clínica. Meu pai zomba de mim, dizendo que, mesmo com um ponto de cárie elas estarão aqui só para
passar comigo, e ainda acrescenta: estou ficando velho, quem quer isso? Elas querem um dentista
boa pinta. Fico feliz com tudo isso, mas as pivetes que aparecem aqui é só por Cristo! Não dizem
merda com merda.
Não é porque sou o pegador da história que vou sair me rebaixando com qualquer coisa. Já fiquei
até com mulher não tão bem apanhada, mas que tinha papo, inteligente e tal, eu admiro muito isso.
Beleza não leva em nada. Aliás, só pra cama.
Sorri e estacionei o carro na clínica. Hoje espero que o dia passe rápido.

Cacete, estou exausto, mas tenho só mais uma. E essa é especial...


– Boa tarde, Giseli, entre – acho que sorri demais. Essa paciente é especial por um motivo: ela me
paquera na cara dura. E, claro, retribuo de bom grado.
Tenho meus limites estabelecidos, não trepo com ninguém aqui, foi uma regra que eu mesmo
coloquei. Senão isso aqui vira bagunça e um puteiro. Meu pai não pode nem sonhar as coisas que
imagino com minhas pacientes, mas, para cada uma coloco uma exceção. E com Giseli já está na hora
de colocar em prática.
Na hora do almoço, Vanessa enviou uma mensagem dizendo que não poderia me encontrar já que
estaria novamente de plantão. Estou começando gostar demais dessa distância. Já que ela é toda
pegajosa, me irrita à toa. O que mais gosto com ela é o sexo agressivão. Só isso ela pode me
oferecer. De resto, é muito ciumenta e chata. Cobranças demais em cima de mim, coisas de que nem
prometi. Enquanto me satisfazer, vou ficar, a partir do momento que me aborrecer, já cai fora.
– Olá doutor Vasco, hoje você está incrivelmente mais lindo. Esse seu sorriso destrói meu
coração! – disse ao se sentar na cadeira de frente. Sorri deixando-a de boca aberta. Será que já
estaria molhadinha?! Hum, isso me atiçou.
– Obrigado Giseli, e hoje o que manda?! Vamos continuar de onde paramos?
Eu acho que minha frase tinha algo a mais. Se ela acatar, vou adorar.
– Sabe, doutor, nunca começamos, mas se quiser... – deu de ombros levemente. Gosto de mulheres
decididas. E Giseli era assim. Não era uma garotinha tentando me conquistar, era uma mulher me
chamando pra cama. E como um bom homem que sou, não posso decepcioná-la.
Giseli tem vinte e oito anos, já é bem experiente, não preciso fazer joguinhos algum para fazê-la
ficar na minha. E assim é o mesmo que se aplica nela. Não fica de blá, blá, blá, ela chega chegando
com seu jeitinho que me conquistou. Ela passa aqui na clínica há quase seis meses, mas sempre
ficamos nisso, só nos elogios.
De início se tratava com meu pai, e um dia do nada, veio fazer seu tratamento comigo. Eu a
respeitava e tudo, mas quando ficou cheia de graça, decidi investir. Tem mais ou menos um mês que
estou para fazer algo para agradá-la e hoje será seu dia de sorte. Estou sozinho.
– Giseli, hoje estou desocupado depois do meu horário... – interrompeu-me.
– Eu topo!
Ok, ela é ligeira nisso.
– Claro, posso te dar uma carona.
– Não precisa, doutor, estou de carro. E só quero uma coisa com você. Leve-me ao seu
apartamento que eu lhe mostro! – ok, eu fiquei sorrindo satisfeito com sua oferta. Ótima proposta.
Apesar de também não levar muitas para meu apê, prefiro não misturar muito as coisas, mas como
ela mesma disse, era só uma coisa que queríamos. Um único objetivo.
– Combinado.
Levei-a para meu consultório e sem demorar muito fiz todo o processo de seu tratamento. Marisa,
a assistente do meu pai, entrou para pegar algumas coisas para lavar e deixar ajeitado. Talvez até
sentisse o clima que estava ali. Era palpável essa vontade. Eu estava atiçado, Giseli com toda
certeza também, só não poderia falar nada, pois estava de boca aberta, mas seus olhos castanhos
estavam atentos em mim.
Pensei por um segundo nessa vida que levo. Em conquistar e deixar passar as mulheres de minha
vida, e novamente Mel pintou em minha cabeça. Será que ela seria mesmo diferente, ou Thiago só fez
isso para me perturbar durante toda a semana?
Na boa, eu não sei, mas sei o que vou fazer com essa mulher que está deitada me esperando
terminar o serviço, e depois fazer um bom trabalho com seu corpo. Deixá-la atiçada e satisfeita. É
esse meu trabalho depois daqui.
– Marisa, por favor, avisa ao meu pai que já terminei e que estou indo embora.
Já deixei avisado, enquanto ajeitava as coisas. Giseli ficou atenta me esperando, e me olhava a
todo instante. Analisava cada parte do meu corpo. Sentia-a me tocando com os olhos. Essa noite terei
algo muito bom. Sinto isso.
– Aviso sim, doutor Vasco, está com pressa?! – perguntou já que me viu ajeitando as coisas rápido
demais, não sou de fazer bagunça, sempre deixo tudo limpo e muito organizado, mas quem controla o
tesão que estou no momento? Marisa percebeu isso, droga. E me olhava de um jeito estranho. Peguei-
a olhando para meu pau!
Que safada!
– Não, só preciso ir.
Enquanto deixava tudo espalhado e de qualquer jeito, ela fitava Giseli saindo junto comigo. Não
juntos, mas um ao lado do outro. Só sei de uma coisa, isso dará merda na segunda-feira.
Mas não estou nem aí.
– Giseli, já que está de carro, só me segue – avisei no estacionamento. Mas para minha surpresa,
ela mesma me atacou. Encostou-me ao meu carro e ali deixou um beijo arrebatador. Dando-me uma
pequena amostra do que iria acontecer.
Deixei a língua correr dentro daquela boca quente e macia. Ela beijava gostoso, saboreando cada
parte da minha boca. Puxei sua cintura mostrando pegada. Ela gemeu levemente dentro da minha
boca. Sorri satisfeito, aliás, quase.
– Te sigo.
Da mesma maneira que me atacou, saiu da situação. Fiquei envergado ali cheio de tesão, todo
aceso por ela. Nossa, se soubesse que ela tinha esse fogo todo, já tinha trepado com essa mulher
antes.
Olhei pra ela indo toda cheia de charme para seu carro. Estava com uma saia meio solta no corpo,
era clara num tom bege. Uma blusa preta, regata, apertada e mostrava seu corpo bem firme. Peitos na
medida certa, e quando me apertou, pareciam macios. Senti levemente. Mas em casa, iria degustar a
vontade. Isso sem dúvidas. Seu cabelo castanho escuro não era muito longo e nem curto, era no
tamanho exato para dar uns bons puxões. Sorri com malícia enquanto analisava aquela mulher, até
que ela entrou no carro, então fiz o mesmo.
Minha ereção não abaixou nenhum momento. E minha cabeça já planejava mil posições para
deixá-la satisfeita e com minha marca. Eu deixaria Giseli nunca esquecer-se desse dia. Faria dela a
mulher mais feliz em meu colo.
Cortei caminho e fiz o mais rápido possível. Entrei no condomínio e pedi para o guarda liberar o
carro dela para ficar na parte dos visitantes. Fui até ela e a puxei para o elevador. Giseli estava mais
calada, não dizia muitas coisas, ela preferiu mostrar isso nos beijos que me dava. Arrancando
qualquer fala e suspiros por aquilo. Abri a porta com a boca dela encaixada na minha.
Que tentação!
Fazia tempos que não pegava alguém assim, com atitude, e ela estava tendo todas possíveis. Adoro
isso. Mulher pra mim tem que ser assim, ter atitude, mostrar que sabe fazer e o que quer fazer. Por um
segundo me lembrei da Mel, imaginando se com ela seria assim? Já que o Thi me disse que ela tem
atitude!
Deus, Juan, esqueça a Mel e se concentre na Giseli!
– Fique completamente à vontade, eu já volto! – falei educadamente assim que soltou minha boca.
Nossa, ela adora uma das coisas que mais gosto. Beijar na boca.
– Obrigada. Bonito seu apartamento – disse analisando tudo. Deixei minha mala no canto da sala,
liguei o som para deixar uma música rolando. Adoro trepar ouvindo música, deixei rolando numa
pasta com diversas. Fiquei olhando seu corpo que mostrava alguns sinais. Ela queria logo, e eu não
iria tardar muito!
– Valeu, quer beber alguma coisa? – ofereci e estava meio longe dela, mas Giseli veio com
charme pra cima de mim.
– Só você... por favor, não vamos enrolar, só quero isso... – puxou o botão do meu jeans branco e
buscou o zíper. Ela não era realmente de enrolar. Eu iria até fazer charme, mas quer saber, vou foder
logo essa mulher e deixar nós dois satisfeitos!
Que tesão da porra!
Agarrei suas mãos deixando-as para trás de seu corpo. Ela sorriu em meus lábios. Hum, ela gosta
de brincar. Enquanto a deixava imobilizada, no som tocava Feeling Good, para deixar o momento
único; fui mordendo levemente seus lábios carnudos e molhados. Ela gemia baixinho.
Deixei sua boca e fui até seu pescoço, ela se curvou um pouco, deve ser um dos seus pontos
fracos. Sorri vitorioso por encontrar logo. Afrouxei as mãos das dela, e puxei sua blusinha preta de
dentro da saia. Senti sua barriga se contrair. Fui empurrando sua cintura até seu corpo encostar-se na
mesa da sala. Assim que soltei suas mãos, elas foram direto para minha camisa. Desabotoou botão a
botão, encarando meu olhar de oceano em fúria que fervia nos seus em caramelo derretido.
– Ah, doutor, você não sabe quanto tempo fantasiei isso... – gemeu baixinho. Deixei minhas mãos
correrem em sua cintura, conhecendo seu corpo. Estava muito quente. Imagina embaixo daquela
saia...
– Sério?! – perguntei malicioso.
– Aham, você estava em minha lista de homens impossíveis... – fiquei bolado com aquilo. Tipo: o
quê?
– Como assim?! – perguntei agora confuso. Ela riu alto. Gostei. Eu a divertia.
Ela estava no último botão. Tirou por completo a camisa e analisava meu corpo, meu tórax tatuado.
Passou levemente os dedos em cada desenho colorido.
– Tenho uma lista imensa de homens, mas a maioria deles não existe de verdade... – que história
maluca é essa? Sorri e ela encarou meu sorriso. – Esse seu sorriso é incrível, já te disseram isso? –
fiz que sim e sorri ainda mais, ela colocou o dedo em minha covinha. – Sou uma leitora assídua, e
minha lista é de personagens maravilhosos, você é como um deles... Estou me realizando por fazer
isso...
Que loucura! Fiquei lisonjeado, apesar da loucura toda.
– Fico feliz em te satisfazer... Será um prazer, Giseli... – gemi baixinho no ouvido dela, e o arrepio
tomou conta de seu corpo. Agora ela é minha!
Antes de ela tirar minha calça, já puxei sua blusinha preta e para minha surpresa, estava sem sutiã!
Seus belos peitos ficaram em minha frente brincando com minha visão embaçada por tesão.
Deitei-a no sofá, delicadamente abrindo suas pernas. Subi deslizando suas coxas, passando por
uma camada fina que separava o melhor para mim. Puxei sem ver e tirei a pequena peça cor-de-rosa
em renda. Sua calcinha era bem pequenina, um tesão ao ver. Ela estava atiçada em minha frente
vestindo apenas uma saia. Seu olhar dizia o quanto estava com vontade daquilo acontecer o mais
rápido possível.
Ajoelhado em sua frente, beijei suas pernas, subindo toda sua coxa, e conforme fazia isso, puxava
sua saia. Giseli gemia segurando meus ombros, massageando-os gostosamente. Eu estava muito
curioso para ver como era seu corpo nu. Então não hesitei e puxei sua saia para baixo. Revelando
totalmente sua beleza feminina.
Uau, não há nada mais lindo do que um corpo feminino bem apanhado, cheio de curvas e macio.
Enquanto minhas mãos vadiavam em seu corpo, conhecendo cada parte, meu olhar ficava fixo nos
seus. Era brilhoso seu olhar, e tenho certeza de que ela se perdia nos meus.
Gosto de contato visual, e gosto de dar beijo na boca. Duas coisas indispensáveis num bom sexo.
Bem, eu gosto de fazer um sexo selvagem, mas será isso que ela queria? Sim, em partes sim. Ela não
poderia esperar tanto carinho e paixão nesse encontro, isso com toda certeza não teria. O que elas
querem de mim é só sexo, e o que eu quero é só isso. Fim de papo.
Ela puxou minha nuca para me dar um bom beijo enquanto tirava minha calça. Desabotoei o jeans e
deixei cair no canto, sem tirar os lábios do dela. Era muito macia sua boca. Seus beijos eram
intensos e saborosos. Ela tinha uma habilidade estranha com a língua, mas era deliciosa. Seu cheiro
também era tentador. Um cheiro doce e forte que ficava em minha língua.
Desci saboreando seus peitos, mordiscando seus mamilos duros. Seu gemido era constante por
cada toque e lambida de minha parte. Num momento despercebido agarrava alguns fios dos meus
cabelos, chegou a ser dolorido, então ela queria brincar...
Mordisquei com mais força sua cintura e sua barriga lisa, descendo até seu sexo, sem muito
enrolar, sem muito esperar. Deixei a língua invadir sua abertura úmida e quente. Nossa, deixei nela o
melhor sexo oral, enquanto gemia: assim doutor... mais doutor...
Deixei-a no ponto do orgasmo enquanto lhe saboreava, mas não a deixei gozar, só brincava com
meus lábios e língua deixando-a bem atiçada... Até que puxou enfim minha boca de lá, mordeu com
força meus lábios, sentindo seu gosto em minha língua. Sentando-me no sofá, ela foi em busca de algo
dentro da cueca! Seu suspiro foi longo ao vê-lo em sua frente.
– Uau, doutor, santa saúde!
Sorri tocando seus lábios. Uma liberação. Com minha piscada, tenho certeza que a fisgou. Sem
medir esforços abocanhou meu pau, fazendo uma oral digna. Deixando-me grunhir como um animal
no meio da sala enquanto me chupava. Eu adoro ser chupado, e a forma que fazia me deixava em
êxtase.
– Para não se esquecer de mim, ao menos hoje...
Concordei. Pelo menos hoje eu ficaria com seu efeito.
O que mais gostei nela é que em suas falas, ela não queria juras, não queria um amor, ela só queria
provar que poderia ter um sexo decente e eu estava dando essa oportunidade. Quando vi Giseli pela
primeira vez, achei que fosse casada, uma mulher de família, recatada, mas ali, ela me mostrava as
mil faces que uma mulher deveria mostrar num sexo. Eu realmente gostei disso. Ela tornou-se
especial justamente por isso. Esse sexo pode ser que não se repita, mas também não esquecerei o
tanto que foi mulher pra isso. Por toda essa coragem.
Enquanto me chupava fervorosamente, lembrei do preservativo. Saí de fininho, mesmo não
querendo fazer isso, estava bom demais. Contudo, eu estava a ponto de bala, e não poderia perder a
chance de penetrá-la gostoso. Então, ela mesma encaixou a camisinha em mim, puxando meu corpo
para sentar no sofá, montou em mim, me fazendo revirar os olhos. Apertei seu corpo, trazendo-o para
mais perto, enquanto cavalgava me dando prazer. Era bom demais...
Deixei-a fazer sua vontade, mas quando a minha vontade de explodir apertou de vez, virei seu
corpo deixando-a quatro e a penetrei com força. Segurei seus cabelos que na nuca já estava
umedecidos, dei três estocadas fortes, fazendo nossos corpos desfalecerem numa explosão de
orgasmo. Foi muito bom. Bom mesmo...
Relaxei respirando lento. Enquanto analisava o que tinha acabado de fazer. Era loucura ficar
pegando minhas pacientes, mas fazer o quê? Nada é perfeito...

Depois de devidamente vestidos, ainda ofereci uma taça de vinho, ou cerveja, sei lá, mas ela não
quis nada, apenas me agradeceu. Então a levei até lá embaixo, era o mínimo.
– Muito obrigada por isso, doutor. Superou minhas expectativas, acho que será difícil dormir por
dias... – sorri com seu comentário inocente.
– Eu que agradeço. Tchau.
Ela só deu um abraço, nada de beijo na boca. Até estranhei, mas enfim, não retruquei nada. Desci a
escada até o estacionamento, e a levei até seu carro. Pedi para o porteiro abrir o portão, ela partiu
sem abrir o vidro, apenas deu duas buzinadas.
Que estranha!
Parece que nem queria mais contato, deixei quieto. Ela só queria sexo mesmo. Assim como eu. E
dali não teria mais nada, apenas a realização. Fiz uma alma feliz e satisfeita, assim como ela me
deixou. Agora será estranho pra porra vê-la no consultório, mas quer saber, quantas vezes eu fiz
isso?
Muitas... incontáveis...
Quando estava pra subir, no saguão dei de frente com uma cara amarrada.
Eita, porra, é hoje!
Havia uma policial de cara feia. Segurava em sua cintura e batia levemente o pé. A general estava
de olho no safado aqui.
Que vacilo!
– Oi Juan. Tudo bem? – ela estava tentando me botar medo, é isso?
Se toca, garota! – pensei sorrindo, indo para beijá-la.
– Oi, Vanessa. Aqui tudo beleza, e aí? – disse sarcástico, será que ela notou? Não sei, mas sua
respiração se alterou quando me aproximei e beijei seus lábios frios. Que mulher é essa? Santo Deus,
dai-me paciência.
– Não estou bem, não! Tenho que trabalhar hoje, sendo que, desejaria ficar com você... – disse já
melosa, será que ela viu alguma coisa e estava fingindo? Mulher tem dessas às vezes, mas também
quando solta é pra valer!
– Hum, que pena! – será que isso soou falso demais? Preocupei-me e emendei. – Quer subir? –
teria de sobra fôlego para mais uma ou duas...
– Não vai dar, só passei pra te ver mesmo e dar um beijinho, que bom que estava aqui embaixo! –
essa frase me deixou circunspecto. Ela viu algo. Tenho plena certeza.
– Amanhã vamos fazer algo? – deixei uma proposta para desviar o assunto que ela queria entrar. O
que eu fazia aqui embaixo! Era o que ela se perguntava.
– Claro, venho à tarde, que tal? – beijou meu queixo.
– Combinado.
Beijou-me com mais avidez e depois disso, partiu. Apesar de tudo, é um tesão vê-la fardada. Não
sei o porquê, mas gostava muito disso.
Sorri e subi, amanhã seria outro dia.


Almocei com Carla e Thiago. Porra, agora que quero conhecer essa tal de Mel o quanto antes!
Carla dizia tão bem da amiga, dizendo as loucuras que poderia ser nós dois. Fiquei o dia todo com a
cabeça longe. Desejando e querendo vê-la.
A Carla não tinha uma merda de uma foto para mostrar, e ainda disse que se tivesse não mostraria,
queria fazer uma enorme surpresa. E que a Mel também não queria muitos detalhes. E só confirmou o
que Thiago disse: que ela é uma mulher fogosa, cheia de amor pra dar. Céus, e eu estou cheio de
vontade para receber!
Vem, Mel, vem para o Juanzito...
À tarde Vanessa e eu fomos dar uma volta. Ela insiste em fazer programa de namoradinhos! Chega
soar ridícula a cena toda, mas antes disso, pegue-a violentamente no apartamento todo, e deixei
aquela branquinha até cansada, mas ela é safada, gosta disso. Senão não estaria mais comigo. Dessa
aqui, eu judio.
Quando estávamos voltando para meu apartamento, minha mãe ligou nos convidando para um
jantar. Vanessa pareceu não gostar muito, eu a vi entortar a boca quando dei a notícia. Isso me deixou
um pouco bravo, mesmo assim resolvi esquecer. Detesto levar mulher que estou comendo para a casa
dos meus pais. Sei lá, elas não duram muito tempo comigo, então não é preciso nem apresentar!
Eu estava ficando com Vanessa há pouco mais de um mês, e nem era todos os dias. Não me
considerava nada dela. Apenas uma foda bem gostosa.
Chegamos lá, e os olhos dela brilharam com o exagero dos meus pais. Um dos motivos de não
levar ninguém até lá. O povo não disfarça e dá até raiva. Ali, depois disso, ela passou a ser um
pouco mais carinhosa. Por que será?
Fiquei emburrado mais ainda, e aquilo não estava mais me dando prazer em brincar. Eu a largaria
na primeira oportunidade.
– Que bela casa seus pais têm, por que nunca me disse? – perguntou melosa enquanto estávamos
no quintal. Imagina quando vê-la por dentro.
– Não sei, não ligo pra isso.
– Mas eu ligo! Quero saber tudo sobre você.
Sei bem, sua interesseira.
Abri a porta e minha mãe já estava na sala para nos recepcionar. Dona Martha é perfeita. Eu amo e
admiro demais essa mulher, acima de tudo, minha mãe sempre soube se portar, e ela é bem sincera
com algumas mulheres que passa em minha vida. Quando olhei para seus olhos azuis cinzentos já vi
que não gostou de Vanessa, mas seria simpática. Isso sem dúvidas.
– Sejam bem-vindos! Tudo bem, querido? Até que enfim veio ver sua mãe... – disse abraçando-me
forte.
– Fala isso como se não me visse nunca! – beijei estalado seu rosto.
– Uma vez por semana é muito?! Eu não sabia disso?... – falou cheia de manha.
– Ah, mãe, para com isso, e aí, o que tem de gostoso hoje? – continuei abraçado a ela, e dei um
cheiro em seu cabelo. Era nossa forma de carinho, adoro dar cheiros. E ela estava bem cheirosa,
como sempre. Vanessa só nos olhava nos carinhos.
– Algo especial. E, meu anjo, não irá apresentar sua amiga? – acho que minha mãe morre de medo
de um dia eu aparecer aqui dizendo: minha namorada. Tenho certeza. Vanessa me fitou de cara feia,
ela queria o quê? Que dissesse que era minha namorada. Dá um tempo.
– Ah, sim, essa é a Vanessa!
– Prazer, senhora...?! – eu não falei o nome da minha mãe pra ela? Minha mãe só me fitou com
classe, aquela olhadinha de lado.
– Martha. O prazer é meu, fique à vontade, Vanessa.
Eu senti na voz da minha mãe que não tinha gostado dela. Isso não é relevante. Só é um ponto a
menos pra Vanessa.
– Obrigada pelo convite, senhora Martha e sua casa é um luxo.
– Obrigada.
Minha mãe não era mulher de muitas palavras. Ela só conversava quando estava totalmente à
vontade, e agora não era um desses momentos. Infelizmente.
Sentamos para um jantar digno e muito bom. Tomamos vinho e meu pai ficou de canto conversando
comigo, enquanto minha mãe tentava fazer sala. Mas acho que o papo não estava muito agradável.
Até que ouvi saindo da boca da Vanessa:
– Juan não é homem para casar!
Porra, como ela diz isso pra minha mãe? É louca?! Vacilona.
Se ela queria ao menos impressionar, ou uma chance, morreu todas nesse exato momento.
– Acho que está errada, querida, Juan é um homem decente, trabalhador, e não vejo o motivo de
ele não ser homem pra isso! – disse dona Martha engasgada. Ainda foi muito simpática.
– Que história é essa aí, Vanessa? – cheguei bravo e já grunhi logo.
– Eu disse isso porque você é muito galinha, não sossega nunca! – continuou a merda toda. O rosto
da minha mãe estava um gelo. Meu pai não participava disso.
– Isso não te dá o direito de falar assim dele, precisa conhecer melhor o Juan.
– Vamos Vanessa, e mãe, obrigado por tudo, estava maravilhoso como sempre!
Saí já soltando bufadas por sua cagada geral com nosso jantar. Minha mãe toda simpática e ela
dizendo merda. Que porra é essa, meu!
– Obrigada por tudo, espero voltar em breve!
Tradução do meu olhar e da minha mãe: vai pensando!
Entrei no carro sem dizer uma só palavra. Ela estava retocando sua maquiagem como se nada
tivesse acontecido. Fui direto para sua casa. Eu não queria se quer ouvir a merda da voz dela.
Depois desse vacilo todo.
– Por que está indo para minha casa?! Quer passar a noite lá... – respirei fundo para não ser
grosseiro.
– Acha mesmo que isso vai rolar? – fitei seus olhos no escuro do carro. Os meus estavam
furiosos.
– Sim, por que não acharia? Você nunca quis entrar, venha, vamos fazer algo selvagem... – grunhiu
fazendo charme e retocando algo na boca.
– Que merda foi aquela? – agora não me aguentei e explodi.
– Ah, Juan, sem drama! Quer fazer-se de bom moço e príncipe pra mamãe? Essa não cola! Ela
deve te conhecer muito bem para defender a cria! – a vaca ainda debochou. Posso com isso?
– Você está se achando demais! Abaixe sua bola.
– Estou pouco me fodendo para o que você diz! – disse toda pomposa, ainda querendo estar por
cima. Veremos.
Estacionei o carro na porta da casa dela.
– Sai do carro! – pedi segurando firme no volante, sem olhar pra cara dela.
– O quê? Está louco? – gritou no meu ouvido. Segurei-me com todas as forças. – Está me
dispensando? É isso, Juan? – encostou a mão esquerda no meu braço.
– Saia da porra do carro, Vanessa! – grunhi mais forte, mostrando indiferença.
– Você é um filho da puta! – enxotou as palavras contra mim. Olhei fixamente em seus olhos
lacrimosos e ordinários.
– Olha só, você pode me chamar de cafajeste, babaca e até de cretino, a porra que você quiser, só
não coloque minha mãe na porra dessa sua boca! – disse encarando-a. Meus olhos ardiam de ódio
por essa vadia.
– Vai você e sua mãe tomarem no cu! – abriu a porta, mas não desceu.
– Desce!
Ela bateu a porta com tudo. Bufei e parti com o carro.
É foda tentar se envolver com esse tipinho de mulher!
Ah, vai tomar no cu!
2- Semana dura
“Um bom sexo é tudo para deixar o dia perfeito.”

Caralho, eu só queria ficar bem durante a semana, queria que tudo fluísse da melhor forma! É
pedir demais?!
Que merda.
Na segunda eu teria mais uma viagem marcada, só que foi adiado para próxima quinzena. Essa
semana passou rápido demais, e sem muita emoção. Que é a pior parte disso tudo. Odeio monotonia.
Era ainda quinta-feira e não foi nada bom. Nada de mulher, fiquei sem ninguém. Estava me sentindo
um homem vazio. Estranho.
Por sorte que amanhã é meu aniversário, estou animado para conhecer a tal Mel, estou pensando
em mil possibilidades em nós dois juntos, mas se caso não der certo com ela, preciso me precaver e
vou ter que arrumar alguma gata, senão fodeu tudo de vez!
Tive até poucos pacientes durante esses dias e até Giseli não apareceu por aqui. Estranhei que
cancelou sua ida ontem. Será que ela está sem graça com o que aconteceu e decidiu não vir? Sei lá,
não vou misturar as coisas, então ela deveria ficar bem. Não se preocupar com mais nada, mas enfim,
apenas perguntei para Raquel, a recepcionista, que somente disse que ela não viria. Então apenas
relaxei.
Saí na hora do almoço, fui de encontro ao casal mais quietinho dos últimos tempos. E eu precisava
ganhar ainda mais a confiança de Carla, precisava que ela visse minhas boas intenções – que com
toda certeza masculina, são as melhores.
Mas, vindo do que Thiago me disse sobre a Mel, acho que bate certinho com as dela. E é isso que
preciso conferir. Diretamente da fonte, a Carla.
– Fala aí, seu mala! – cumprimentei Thiago, Carla não estava na mesa. – Cadê a gatinha? –
brinquei.
– Olha o respeito, seu bostinha! – grunhiu mostrando sua masculinidade. Sorri.
Ele é o gerente da padaria que fica próximo ao prédio em que elas trabalham. É um rolê da porra
pra mim, mas precisava vir. Foi ali na padaria que Thiago conheceu Carla, ela sozinha e sendo uma
boa moça, encantou esse rapaz de coração mole. Thiago sempre ficou com minhas exs, isso não me
intriga, não mesmo, não que eram realmente minhas exs, eram apenas ficantes, então nunca me
incomodei. Ele é boa pinta, mas arrumou Carla, que é uma moça toda recatada, de família e de
quebra, está perdidamente apaixonado. Pelo menos é o que parece.
Nunca o vi assim por causa de alguma garota. Ele é mais sentimental que eu, isso é fato, mas nunca
mostrou que realmente estava a fim de alguém. Já com Carla é bem diferente, ela cativou a todos nós.
Um mulherão de olhos azuis turquesa, alta, parece até modelo, tem um corpo digno, para não ficar
olhando muito, mas é gostosinha. Deixa Thiago saber que penso isso. Além de todas essas
qualidades, é engraçada e muito simpática. É um pacote completo. Eu apoio cem por cento meu
primo na investida por ela. Mulher assim já é difícil de achar, e quando acha, por favor, agarre.
Thiago estava rindo quando Carla sentou-se a mesa. Toda sorridente me cumprimentou. Sorri de
volta.
Isso, cara, ganha a confiança! Um conselho.
Thiago me fitou de cara feia. Que foi?!
– Para de sorrir desse jeito para a minha namorada! – disse me socando. Eu e Carla caímos na
risada. Cheguei mais perto dela só pra provocá-lo.
– Oi Carla! – dei uma piscadinha, ela corou.
– Thi, pare de ser besta, é seu primo! – sorri mais abertamente. Thiago me conhece demais para
saber o que está falando.
– É, cara, sou seu primo. Relaxa! – brinquei dando um gole no suco dele.
– Por isso mesmo que estou dizendo! Eu conheço muito bem a peça que é o Juan! – estava bicudo.
Nem liguei e me concentrei no que vim fazer. Preparando minha cama para receber a gata ruiva.
– Para de fazer ceninha! – falei e voltei para meu foco. – Carla, e sua amiga, por que não veio? –
ela abriu um sorrisão lindo. Thiago revirou os olhos.
– Ela foi resolver algumas coisas dela. Amanhã vocês serão apresentados, mas que curiosidade é
essa? – perguntou tomando seu suco.
– Só queria saber, mas e aí, acha que ela vai gostar de mim? – falei fazendo novamente charme.
Thiago me olhava furioso.
– A Mel? Nossa, vocês dois vão pegar fogo... – ela até se abanou levemente. – Só que, deixe-a
livre, deixe-a fazer as escolhas. Ela não é do tipo que o cara convence logo, ela tem um charme
único, sabe, ela é diferente. Confiante demais para cair em qualquer ladainha! – ela é perfeita,
pensei agitado, eu queria saber mais.
– Hum, entendi. Vou deixar para ela resolver o que quer. Mas, diz aí, ela perguntou algo? –
instiguei para saber mais.
– Sinto que é a primeira vez que esteja inseguro, é isso? – Thiago zombou.
– Não, não é isso, só quero ter certeza para não fazer merda.
Sim, eu estava inseguro. É um puta mulherão!
– Não fique inseguro, Mel é linda e fogosa. Vocês vão se entender logo. Tenho certeza! – Carla
dizia rindo. Acho que ela estava se divertindo com isso. Thiago riu.
– Já disse, só quero saber mais sobre ela – dei de ombros.
– Saberá, amanhã! Agora deixe Carla comer em paz! – Thi resmungou.
– Você é muito chato, como você aguenta, Carlinha?! – ele tacou um papel amassado em minha
direção, desviei.
– Juan, cai fora! – disse rindo. Nós três ficamos ali conversando e se divertindo. Aliás, eu me
divertindo com a cara de pastel do Thiago. Carla me ajudou muito, e de quebra deu mais algumas
dicas para conquistar o furacão ruivo.

– Está com uma cara desanimada, doutor Vasco – percebeu Raquel quando entrei na recepção.
– Estou? – rebati melhorando um pouco mais o sorriso. Tirei os óculos, e vários pares de olhos
voltaram para mim. Mulher não sabe nem disfarçar.
– Agora está melhor! Não é, meninas? – disse para as outras que estavam ali.
– Ohhhh... – foi um coro feminino adorável. Sorri mais ainda. Elas me animam.
Semana dura foi foda, receber elogio é até um privilégio que acato bem. Não ligo pra isso não,
mas não gosto de ficar sozinho. Gosto de uma boa companhia, tanto para conversar besteiras até
seriedades. Gosto de abraçar, um bom abraço melhora muito o dia. Beijo na boca, nossa, não há nada
melhor. E, claro, como consequência um bom sexo é tudo para deixar o dia perfeito. E nessa merda
de semana, não tive nada disso! Somente agora uns suspiros exagerados na recepção da clínica
fizeram meu dia um pouquinho melhor. Porra, eu acho que estou ficando mais velho e mais carente,
não é possível. Estou parecendo um maricas reclamando por estar sozinho.
Que merda é essa?! Se recomponha cara, você é um fodão.
Deixei o corpo mais ereto e voltei para o consultório. Não teria mais pacientes por hoje e amanhã
não viria para clínica, a festinha no apartamento precisava de alguns ajustes e somente eu para fazer
isso.
Ajeitei tudo certinho no consultório sem deixar bagunça, segunda-feira queria isso aqui brilhando.
Se meu pai entra aqui e vê uma zona, ele me enche o saco por um ano inteiro. Já meu escritório, Ruth
deu um jeitinho todo especial.
Sentei na cadeira e fiquei limpando meu material, até que me assustei quando a porta bateu atrás de
mim. Marisa.
Ela entrou na sala quieta, como quem não quer nada. Mexeu em alguns materiais que levaria para
lavar e esterilizar. Fiquei curioso da forma silenciosa que ela estava. Marisa sempre foi muito
brincalhona.
– Está tudo bem, Marisa? – instiguei olhando para trás, em sua direção.
– Sim, doutor Juan, por quê? – respondeu me olhando com seus imensos olhos castanhos claros.
Até um vinco se formou em seu rosto meio cansado.
Apesar de ser coroa, era bem apanhada.
– Está quieta, isso não é do seu feitio! – brinquei e sorri em sua direção. Ela se aproximou um
pouco. Ficou mexendo em algumas pinças que estavam na caixinha. Parecia se distrair de algo.
Talvez do meu olhar que estava em sua direção. Levantei-me e fiquei de frente a ela. Cruzei os
braços e já estava sem o jaleco. Pois daqui alguns minutos já iria embora. – Aconteceu algo,
Marisa? – perguntei mais curioso.
– Hum, então você reparou... – disse melosa demais.
Novamente estranhei. Marisa encostou-se na mesa e deslizou sua mão em meu rosto. Congelei sem
entender a merda que estava acontecendo. Sorri sem graça com sua atitude repentina, mas algo me
travou completamente, ela descia com a mão por meu queixo, pescoço, chegando ao tórax
rapidamente. Fiquei quieto vendo seu próximo passo. Aquilo era sinistro demais.
Marisa continuou deslizando lentamente por meus músculos que estavam atrás da camisa branca
apertada. Não descruzei meus braços, mas deu pra perceber que apertei mais, os músculos
contraíram. Estavam rígidos com o toque repentino. Que loucura era aquela que Marisa estava se
arriscando? Não que teria perigo algum comigo, não sinto nada em relação a ela, há não ser respeito.
Jamais faria isso com ela. Mas, já ela, estava estranha fazendo esse carinho com segundas intenções.
Tocou meu braço, querendo os desfazer. Dei um passo pra trás. Recusando seu toque.
– Ei, o que foi? – disse me encarando. Acho que minha cara era de assustado. Senti meus olhos se
arregalando lentamente.
Aproximou-se rasteiramente, voltou com a mão em meu corpo, enquanto fazia contato visual. Era
pura loucura isso! Será que ela ficou atiçada com o que viu semana passada aqui com Giseli e agora
me acha uma presa fácil?
Enquanto eu achava um motivo para ela fazer isso, sua mão ia descendo até tocar o cós da calça.
Meu jeans apertou um pouco no local do zíper. Não era tão fácil assim segurar uma ereção com uma
mulher tocando seu corpo. Apesar de não sentir nem tesão por ela, mas porra, ela estava tocando uma
área perigosa! Olhei disfarçadamente para meu pacote, e ali estava a prova! Sacudi a cabeça para
tentar relaxar e esquecer aquela merda toda que fluía em minha sala.
– Hum, achei que não faria mais esse tipo de efeito em homem algum... – sua voz era meio
tristonha. Senti melancolia. Acho que só queria provar a ela mesma o que podia fazer a um homem.
Merda, e me escolhe?!
Seus olhos castanhos corriam todo meu corpo. Da minha boca nada saia. Sua mão estava no meu
abdômen, era quente e sua fala mansa. Ela focou em meu pau que estava alegremente me
desobedecendo. Respirei fundo. Ela não se afastou.
Marisa tem mais ou menos quarenta e tantos anos, não que seja por isso, mas ela me conhece desde
novinho! Viu-me crescer, caralho! O que há com ela? É uma senhora bem apanhada, mas porra, não é
assim que funcionam as coisas.
– Marisa, olha só, eu te respeito demais. Você me conhece desde novo, viu-me crescer. Isso é...
bem, isso não é correto!... – forcei-me a dizer.
Precisava acabar com esse climinha ridículo. Assim que disse, gentilmente fui empurrando seus
ombros, afastando aquela doida da minha frente.
– Você é muito bem casada, Sr. Luis te ama, você tem três filhos encantadores, por favor, não faça
isso! – eu não a pegaria de jeito algum, seria estranho pra porra. Que loucura! O que deu nela pra
fazer isso, gente? Como eu diria para uma mulher que me conhece tão bem: olha, não vai rolar, não
quero te comer. Que isso?!
– Entendo, doutor Juan, só queria saber se funcionaria... – disse novamente tristonha. Tipo o quê
funcionaria? Meu pau?!
– O que funcionaria? – perguntei meio ofendido. Ela estava dizendo se meu pau levantava, era
isso?
– Não faça essa cara, eu sei que você é potente, só queria provar a mim que conseguiria deixar um
homem... atiçado! – beeeem, eu não estava com vontade de trepar com ela, só porque meu pau
levantou! Mas, não quebraria sua esperança feminina. Coitada, acho que só queria atenção. Fiquei na
minha.
– Faça com seu marido o mesmo que fez comigo. Tenho certeza que irá funcionar muito mais, e
terá melhores resultados! – sorri sincero.
– Ah, doutor Juan, está de brincadeira? – perguntou um pouco mais risonha, e ainda insistia em
pegar em meu corpo. Afastei-me levemente, sem ela perceber. Seu olhar foi do meu pau semi-ereto
para meu sorriso forçado.
– Por que diz isso? – perguntei rindo.
– Você é um deus do sorriso maravilhoso! Meu Deus, as mulheres devem ficar literalmente
babando por você! Olha só pra isso tudo... Solteiro... Ai, meu vinte anos... – disse mais para si
mesmo do que alto. Mesmo assim me encarava.
– Devo dizer obrigado? – pendi a cabeça um pouco pra frente, como se fosse lhe contar um
segredo. Ela fechou os olhos.
– Por favor... – gemeu. Ok.
– Obrigado – falei rindo novamente. Que loucura é essa?!
– Não, doutor Juan, não era preciso agradecer um elogio desses. Estou dizendo “por favor” para
não fazer charme pra mim. Você é um pecado!...
Bem, não me lembro de ter feito charme. Fiquei na minha. Cruzei os braços aguardando sua
próxima frase.
– Enfim, já tentei fazer isso com meu marido, mas as coisas não funcionam como sonhamos. E,
outra, não tem graça alguma fazer isso numa pança enorme! – eu tive de sorrir. Ela me olhou um
pouco mais séria. O que fiz dessa vez?
– Desculpa, mas foi engraçado – emendei logo a desculpa esfarrapada.
– Não é por isso, é porque até seu sorriso dá tesão! Tem de parar com isso. Não sei como
qualquer mulher pode ficar do seu lado sem querer tirar a roupa! – sorri sem jeito. É difícil alguém
me deixar sem graça, mas ela dizendo essas coisas, é realmente uma porra estranha.
– Obrigado.
– Não me agradeça com esse sorriso delicioso, apenas saia daqui, eu preciso terminar meu
serviço, e com você desse jeito será impossível!
Que mudança de humor!
Deus, me ajude com essas mulheres, elas vão me deixar louco!
– Beleza.
Peguei minhas coisas e saí sem olhar pra trás, mas senti seu olhar faminto me queimando. Que
medinho...
Ri alto até o estacionamento do meu apartamento.
3- Olhar de serpente
“Meu coração ficou num ritmo novo e bagunçado.”

Minha mãe me acordou logo cedinho para dar os parabéns. Isso que é ser um maldito filhinho
da mamãe. Sorri e desliguei mandando um superbeijo. Voltei para cama, estava cansadão e precisava
estar bem recuperado para a grande noite.
Acordei por volta do meio-dia. Cacete, meu celular não parava de apitar com mensagens e
telefonemas. Não iria fazer desfeita, só queria descansar um pouco que fosse! Hoje estou fazendo
vinte quatro anos. Que sacanagem essa idade. Zoeira. Eu sei bem do que gosto e do que quero. Não
tenho medo e muito menos uma porra de vergonha em assumir isso.
Coloquei uma bermuda e regata, até que estava um sol agradável. Iria ao mercado comprar as
bebidas. Dona Martha ficou encarregada de enviar os quitutes. Meus pais não viriam na festa, mas
desejaram sorte com a bagunça no outro dia. Isso é o pior dos porres! Mas quer saber, tô nem
ligando, eu quero é zona mesmo. Convidei muitos camaradas e também várias garotas, se caso a
ruiva não aparecer, terei com quem brincar.
Não será possível que no dia do meu aniversário ninguém queira me deixar feliz e com um sorriso
bobo de satisfeito?! Dou minha cara à tapa por isso. Entretanto, não sendo muito precipitado, já
adiantei algumas para meu lado. Poderia dar um beijinho aqui, uma pegadinha ali. Quem sabe?
Thiago ficou encarregado de ensinar o lugar para Mel. Desejo com todas minhas forças que ela
venha. Até sonhei com essa mulher. Ela está me perturbando antes mesmo de conhecê-la. Espero
sinceramente que supere minhas expectativas, pois estou criando demais.
Fui a diversos lugares e acabei passando na casa da minha mãe, se eu não fizesse isso, ela
enfartaria. Almoçamos juntos e fiquei a tarde toda conversando com os velhos. Que estavam
programando mais uma de suas loucas viagens, e deixaria tudo por aqui em minha conta, mais
responsa ao doutor. Nem ligo, eu adoro o que faço.
Depois de todo corre, voltei do mercado por volta das seis da tarde, encontrei mais um pessoal e
convidei para vir. Isso aqui vai ferver!
Ajeitei as cervejas na geladeira, orgulho do caralho de vê-la tão cheia de gelada. Arrumei mais
algumas em dois isopores grandes na sala. Até a noite ficaria trincando.
Quase as sete chegaram os salgados encomendados, ajeitei tudo na mesa da sala e fui me arrumar.
Precisava ficar bonitão pra mulherada.
Até tomei um bom banho demorado, caprichando em cada parte. Hoje eu preciso de algo violento
e muito prazeroso. Quero começar minha noite muito bem. Sorri feito besta ao sair com a toalha
presa no corpo. Coloquei já um som para começar a entrar no clima. Separei boas músicas para a
noite, entre dançantes eletrônicos e até umas mais suaves, tranquilas de se ouvir.
Deixei separado na cama a calça jeans e uma camiseta verde. Passei um pouco de perfume antes
de colocar a roupa, deixei espalhado pelo tórax, a mulherada adora. No pescoço passei sem exagero,
apenas para instigar. Quando pensei em colocar a cueca, a campainha tocou. Mas já? Olhei no
relógio em cima da cômoda e era ainda nove e meia. Bufei e fui ver, deve ser os caras que mora aqui
perto. Abri a porta já esperando a gritaria, mas que nada, o que recebi foi uma enorme careta e um
xingo em seguida.
– Porra, Vasco, é assim que abre a porra da porta, caralho! – a explosão veio de Thiago, e com
razão, Carla estava um pimentão.
– Poxa, desculpa aí, entrem! – entrei e deixei os dois na sala.
Merda, cadê a ruiva?
Troquei-me logo, eu queria saber onde estava a donzela. Finalizei a roupa e ajeitei o cabelo
arrepiado. Passei um pouco mais de perfume e fui até a sala. Carla estava sentada na poltrona e me
olhava sem jeito. Thiago ainda estava meio emburrado. Cheguei sorrindo, acabou com ele.
– E aí, desculpa! – cumprimentei o Thiago primeiro. – Pensei que fossem os caras.
– Parabéns, otário! – recebi isso como um tapa por ter feito a namorada dele me ver de toalha.
– Valeu, pega cerveja lá dentro, tá trincando! – dirigiu-se até a cozinha. – Oi, Carla. Foi mal –
desculpei-me, mas nem sei se fiz certo, ela estava toda envergonhada.
– Tudo bem, não vi nada – sorriu toda meiga. – Feliz aniversário! – ela somente estendeu a mão.
Apertei e beijei em seguida. Thiago entrou bem na hora.
– Meu, eu acho que você quer tomar uns tapas, seu porra! – disse todo bravo.
– Pare de falar palavrão na frente de uma dama, não foi assim que te ensinei! – zombei dele.
Thiago soltou um murro no meu ombro. Carla sorriu.
– Verdade, você não é assim! – ela foi para o sofá onde ele estava. Sentou-se ao lado dele.
– E aí, cadê a gata? – eu não podia esperar mais. Precisava me certificar de que ela viria, então
não pegaria ninguém, até vê-la.
– Nossa, já perguntou se estamos bem? – Thiago disse tomando sua cerveja.
– Eu não quero saber de você, eu quero saber da Mel, hein, Carla, ela vai vir?
Eu nunca me vi tão ansioso para conhecer uma gata!
– Vai sim, falei com ela antes de sair, e quando estávamos chegando ela enviou mensagem dizendo
que estava vindo! – disse empolgada analisando minha feição. Tentei disfarçar a alegria, mas foi
impossível.
– Ela mora aqui perto?
– Gente, que isso, Vasco! – agora foi Carla que zombou. – Acho que irá ficar ainda mais doido
quando vê-la. Vai ser engraçado! – continuou a rir, nisso a campainha tocou.
– Será que é ela?! – perguntei agitado. Eles riram mais ainda. – Vá se foder, Thi! Desculpa Carla!
– saí ansioso e fui abrir a porta.
Não era ela.
Era mais uma galera. O povo foi chegando, e nada dela. Comecei a beber, estava ficando
preocupado à toa. Chegaram muitas gatas e todas estavam demais. Seria impossível escolher uma só
essa noite. Na boa, se duas quisessem ficar essa noite aqui, eu daria conta. Fiquei de olho em duas.
Nem sei o nome, veio com um camarada meu, e eram gatas. Não dei muita pinta, vai que é mina do
cara e eu paquerando na cara dura! Na distração senti meu celular tocando no bolso.
– Alô? – fui até a varanda atender. O som já estava alto demais.
– Vasco, é a Carol, beleza? A gente se perdeu, cara. Estou no mercadinho Junqueira, você pode vir
nos buscar? – cacete. Como eu poderia negar isso?
– Claro, já estou saindo. Fiquem aí.
Desliguei e avistei o Thiago.
– Thi, cuida de tudo aí, vou buscar uma galera aqui perto e já volto.
– Tá bom.
Saí disparado.
Caralho, expliquei certinho pra todo mundo, será que esse povo não tem GPS, não?!
Cheguei logo e só tinha mulher no carro. Eram cinco gatas, eu só conhecia a Carol, que estudou
comigo, e sempre nos falávamos já que trabalhava numa clínica perto da minha. Cumprimentei rápido
as garotas e seguimos pra festa. Minha rua já estava lotada de carro. Isso era um bom sinal. Festa
cheia.
Será que a ruiva já chegou? – flagrei-me pensando mais uma vez.
Voltei a ficar ansioso. Deixei o carro na porta, depois guardaria na garagem. Antes de sair, peguei
um Halls de maçã-verde e joguei na boca. Se caso a ruiva tivesse aí, seria um disfarce para o cheiro
de álcool. Saí e esperei a Carol que achou uma vaga e desceu com as amigas.
Deus, quanta beleza junta!
Esperei com os braços cruzados e um sorriso safado no rosto. Elas todas sorriam juntas. Uma
beleza de visão.
– Nossa, era pertinho! Desculpa aí! – Carol falou sem graça.
– Que nada, vem, vamos entrar!
Olha só que visão do paraíso: eu, com cinco mulheres gostosas dentro do elevador. Que dia, hein!
Chegamos ao meu andar e a porta já estava até aberta, o apartamento estava abarrotado de gente.
No caminho fui cumprimentando mais algumas pessoas que não tinha visto. Até soltei uma risada alta
com um cara que não via há tempos. Caíque me cumprimentou alegremente. Meus olhos corriam por
todo o lugar em busca de algo novo. Sentia até minha respiração acelerada, como se soubesse que
naquele momento eu teria algo inesperado. Era inédita essa sensação. Até senti medo por sentir isso.
E então aconteceu... Chegou o exato momento. Foi por cima dos ombros do meu melhor amigo que
visualizei suas costas... Seus cabelos ruivos...
Uau! Que demais...
Vi o rosto do Thiago se abrir em um leve sorriso satisfatório. Ele conversava com ela. Com a
ruiva. Carla ao lado dela sorria como boba, e ela não tinha se virado. Segui em frente para mais
perto dela, sem ver mais nada, além de medir aquele corpo que estava esguio e maravilhoso um
pouco mais a frente.
Eu queria apenas vê-la, conhecer esse furacão de salto alto que estava me perturbando de uma
forma nova. Não sei por que, mas já sentia algo. Foi então que ela virou em minha direção...
Eu queria correr até ela. Queria admirar aquela mulher que nem ao menos troquei uma palavra.
Meu coração ficou num ritmo novo e bagunçado. Ela sem ao menos falar comigo balançou e remexeu
meu barco. Eu me vi... perdido... se não a tivesse em meus braços, naquele momento.
Por que me sentia assim?
Não era nada comum, mas quando vi aquele olhar de serpente, pensei apenas o quanto pedi durante
todo esse tempo, uma pessoa como ela. Exatamente como ela. E isso causou um rebuliço dentro de
mim!
Um lado dizia: vai com calma! E o outro berrava: já te quero!
Vi seus lábios vermelhos se movendo, falando disfarçadamente algo a Carla que sorria mais do
que tudo. Analisando a situação. Entre ela e eu.
Concentre-se cara, faça seu melhor.
Cheguei.
Que porra louca essa sensação! Era como se eu a conhecesse por mais de mil anos. Como se já
fizesse muitos anos que esperava por ela... Eu já sentia isso.
Pude analisá-la rápido, pois estava muito perto. Contudo, sentia seu olhar me queimar, me querer,
me puxar para perto dela. Soltei meu melhor sorriso, descarado e safado. Ela sorriu. Quase agarrei o
corpo dela. Que ruiva sensacional...
– E aí, pessoas? – parei de frente ao Thiago que me analisava atentamente. Tentava desvendar
cada reação que eu estava tendo.
Porra, eu estava nervoso ao lado daquela mulher. Era muito, mas muito melhor do que poderia um
dia imaginar. O olhar da Carla me caçava e quase precisei de um empurrão para enfrentá-la. Que
deliciosa. Mordi meus lábios tentando conter-se dela. Estava me segurando fielmente para não
agarrá-la ali mesmo.
Encarei novamente aquele olhar de serpente, num verde brilhoso e fogoso. Ela sorria só pra mim.
Até que seu sorriso me fez mover-se em sua direção. Seu sorriso me puxava fortemente, me tirando
desse mundo e me envolvendo ao dela.
Quando me aproximei, reparei que ela respirava forte, acho que a ligação foi a mesma. Sorri
satisfeito. Ótimo. Ela me analisava por inteiro. Senti seus olhos arderem em todo meu corpo.
Tateado. Assim que seus olhos chegaram ao pacote no jeans, quase sorri vitorioso. Eu já estava rijo
por ela. Só no aguardo. Desviou o olhar dali e ficou encarando o Thiago. Que por fim, resolveu nos
apresentar.
– Vasco, essa aqui é a amiga da Carla, a Mel! – quase o abracei por essa glória. Thiago merecia o
prêmio do primo do ano! Eu sabia exatamente quem era aquela, sentiria até de olhos fechados. A
sensação arrepiante que sentia era por estar próximo demais dela. Nossa energia fluía no ar. Era
palpável.
– Olá Mel, sou o Juan! – enfim as palavras saíram da minha boca. Precisava tocá-la, assim dito,
me aproximei e toquei sua nuca, era quente, e assim que dei um beijo em seu rosto, senti a sensação
de prazer e bem estar me invadir. Ela era cheirosa demais. Quase fui deixando um caminho de beijos
– da orelha até o queixo...
– Oi, sou a Mel – fitei aqueles olhos que me seduziam. Olhava-me certeira, queria deixar sua
sedução e seu mistério no ar. Isso me instigou mais ainda. Eu ardia por beijá-la. Queria arrancar
aquele batom da boca dela! E vou fazer isso em breve.
– É um prazer enorme conhecê-la, Mel – soltei leve seu nome. Era realmente um doce. Um doce
que eu queria muito me viciar. – Ela é incrivelmente mais linda pessoalmente! – deixei escapar, eu
dizia para o Thiago e Carla, mas não desviava os olhos do dela. Aquele verde fulminante me prendeu
perdidamente. Arrebatando-me.
– Obrigada.
Que voz pecaminosa é essa? Imagina como gemeria com meu sexo...
Nossa, só de imaginar, acho que fiz cara de tesão, os três me fitavam, mas o olhar dela dizia que
queria o mesmo de mim no momento.
Admirei ainda mais sua beleza, enquanto ela sorria seu melhor sorriso. Fui galanteador, superando
ainda mais suas expectativas, mas foi quando soltei:
– Fique completamente à vontade, Mel. Você deseja algo? – nessa ela viu minha completa
safadeza. E para acabar com qualquer sanidade minha no momento, ela retrucou:
– O que tem a me oferecer?
Céus, eu quero essa mulher só pra mim!
Thiago e Carla saíram de perto, sentia que a qualquer momento o ambiente explodiria. Aí foi
minha deixa, não iria parar por aí, eu precisava senti-la de verdade, e se essa resposta dela foi uma
liberação ao que eu tinha em mente, então iria fazer o meu melhor.
Peguei em seu braço e a puxei para varanda. Senti um riso sair de seus lábios incrivelmente
vermelho. Já disse que vou tirá-lo nos beijos?! Ah, sim, eu vou.
Encostei-me a mureta e esperei ela vir com aquele corpo. Eu queria admirar, queria senti-la
inteirinha. Queria nua em cima de mim...
Naquele momento não precisava de mais nada, eu só tinha olhos para a ruiva dos meus sonhos. O
olhar dela brincava ainda de me caçar, e eu fazia o mesmo. A noite estava agradável, e ela estava
perfeita num vestido preto agarrado que marcava todos seus atributos muito bem apanhados. Era
realmente muito gostosa!
Senti o perigo em seu olhar assim que se aproximou.
– Então?
Disse para quebrar o clima, eu apenas observava seus movimentos. Pensando realmente sobre tudo
em minha vida, eu não precisava de mais nada, de palavras, de promessas, de ninguém. Eu só queria
vê-la sorrir e me encarar.
Sentia seu cheiro na brisa que passava levemente em nossos corpos. Ela sorriu novamente me
ganhando por completo. Meu coração acelerou com isso, e me fez sorrir junto. Era bobo pensar em
algo nessa situação, mas ela me domou. Um simples fato.
– Você é realmente linda! – assim que soltei essa frase, ela deu um leve passo em minha direção.
Senti sua boca brincar, ela queria me beijar. Eu estava ficando louco por isso. Era uma provocação
de ambos a espera do beijo, mas era só o que passava em minha cabeça no momento. Não consigo
pensar em mais nada, até mesmo no que ela dizia. Sua voz soava como uma canção, um canto de
sereia me enfeitiçando pra valer. Eu não conseguia me concentrar em mais nada!
Ela do meu lado falando loucuras, eu só sorria encarando-a. Cruzei meus braços só para não tocá-
la antes da hora. De puxá-la só para mim. Segurei firme e respondi sussurrando sua pergunta sobre
meu nome. Merda, eu não estou aguentando mais... esperar... quero beijá-la... fazer... loucuras...
Concentre-se, cara!
E é quando ela vem sedutoramente para minha frente.
Não pensei em mais nada, apenas agarrei sua cintura, levando a outra mão em sua nuca para
prendê-la em meu total poder. Nossos lábios se tocam pela primeira vez.
E é como fogo. Arde. Queima. Machuca e acende algo dentro de mim. Algo inexplicável faz com
que minha boca sinta fome de mais e mais beijos. Estava devorando aquela boca macia e molhada,
quente e única.
Mordisquei levemente cada canto, buscando explorar todas as partes existentes de sua boca
vermelha. E por um segundo lembrei-me: arranque esse batom, mostre seu dom. E fiz. Deliciava-me
com sua língua macia que buscava explorar igualmente dentro da minha boca, senti sua sensualidade
através do que fazia com a língua. Senti sua entrega e a minha estava se esvaindo; deixei-me
vulnerável como nunca fiquei com apenas um beijo. Um único beijo poderia mudar para sempre
minha vida? O que eu esperaria de uma mulher como ela?...
Espero que seja o melhor para minha vida agitada. Que seja minha calmaria e meu furacão, meu
desejo e meu anseio, meu antídoto e minha loucura...
Quero que ela seja somente minha.
Pois, com apenas esse singelo carinho, com essa simples troca, eu já me sentia complemente dela!
– Isso foi muito bom! – sussurrei roubando pequenos beijos de sua boca, eu não conseguia
desligar dessa louca vontade que ela me dá. Já conseguia imaginar meus dias e noites ao seu lado. Eu
viveria somente para ganhar beijos tão doces quanto os dela.
Quando me liberou para mais e mais, senti em seu olhar radiante. Éramos feitos um para o outro.
Desta vez, ela veio me agarrar, me deixando entrar em seu mundo perfeito. Deixei meus lábios
correrem devagar, saborear o que me oferecia com tanta graça. Seus lábios estavam me alimentando
de algo que nunca tive. Nunca beijar na boca me deixou tão satisfeito. Eu estava satisfeito, contudo,
não queria nunca mais parar de fazer isso!
Nessa brincadeira toda, deixei minhas mãos vagarosamente correr para conhecer a preciosidade
que era o corpo dela. Um pedaço de mau caminho. Firme e sensual. Senti todas suas curvas, mas me
limitava para não dar muito na cara. Mel também passou a me tocar, sentir o que havia embaixo dos
panos. Minha curiosidade para conhecê-la nua me fez ferver mais e mais, apertar seu corpo ao meu
só para mostrar o quanto aquilo estava firme. E quando toquei com a língua seu pescoço, senti
levemente suas pernas cederem ao prazer daquilo.
Um ponto pra mim, gatinha.
Sorri sem ela ver, e fui até sua orelha, sussurrei o quanto ela era boa, e que loucura era tudo isso,
ela somente gemeu bem baixinho. Outro ponto fraco.
Dois a zero, Melzinha.
Voltei contornando seu queixo até encontrar novamente sua boca vermelha. Engraçado, pelo que
notei não estava borrado seu batom, até cheguei imaginar que aquilo ficaria uma loucura. Que nada,
estava muito deliciosa. Apertei só mais um pouco seu corpo sobre o meu, até fiz seu vestido subir um
tanto, ela sorriu em minha boca, pois sabia que fazia de propósito.
Eu vou arrancar esse vestido do corpo dela!
Uma promessa que cumprirei!
– Deixe do jeito que estava... – saiu em um sussurro rouco do fundo da minha garganta. Deus, ela
era maravilhosa. Sorriu e voltou no lugar o vestido.
Mel era encantadora, charmosa na medida. Eu já não precisava de qualquer outra coisa no dia,
precisava só da atenção dela.
Quando Thiago disse que ela era a mulher pra mim, eu não dei créditos, mas analisando minha
situação, como poderia estar tão envolvido assim? Sendo que, eu a conheço, sei lá, meia hora?
O que você fez comigo, Melzinha...
Eu a encarava enquanto ela me enchia de questões engraçadas. Dizendo que todas as garotas da
festa nos encaravam. Eu não queria mais ninguém! E assim eu disse a ela, que por ora estava
maravilhoso só em beijar a boca dela. E ainda deixei escapar que desejaria isso mais vezes, que não
teria o porquê de ficar mais sozinho. Tínhamos um ao outro.
Fui beijando todo seu rosto, cheirei levemente seu pescoço e sussurrei minha verdade em seu
ouvido. Eu não a trocaria por nenhuma daquela festa. Acho que ganhei mais alguns pontinhos com
isso. Seu sorriso se iluminou.
Na sequência deixei bem claro minhas intenções, que eram as melhores. O olhar dela dizia a mim,
que ela queria tanto quanto eu, que não deveria ter medo de arriscar nada. Somente nos entregar a
luxúria que seríamos juntos.
Quando seus lábios tocaram os meus novamente, para um beijo de aniversário, eu os mordi
levemente, mostrando tudo que poderia acontecer se caso ela ficasse pra ver. Seu corpo se contorcia
suavemente, com cautela e sensualidade sobre o meu. Seus quadris moviam lentamente sobre minha
rigidez. Quando parávamos de nos beijar, o olhar dela encontrava-se aos meus risonhos com a
loucura que acontecia em tão pouco tempo. Ela dava leves mordidinhas na boca, sua feição a todo
instante era me convidando para seu corpo. Ela me chama...
Estava agarrado em sua cintura, não queria que ela saísse nunca do meu quadrado. Do meu espaço.
O lugar dela a partir de hoje é somente encaixada a mim.
Seu sorriso me divertiu muitas vezes quando passamos a conversar e quando me perguntou sobre a
decisão de fazer vinte e quatro anos! Mostrei bem a ela o que gosto e sei fazer. Ela sorriu
gostosamente, me levando a loucura mais uma vez. Eu vou explodir dessa forma!
Quando disse com todas as letras que a queria, seu olhar me fitou, seu corpo se agitou. Foi uma
declaração forte. Uma exigência de minha parte. Ela somente retrucou dizendo que lhe avisaram que:
“era para tomar comigo”. Perguntei para saber o que ela achava e, porra, mais uma vez ela me
surpreendeu.
– Eu acho que você que deveria temer a mim!
Diga-me, por favor, onde estava essa mulher o tempo todo?!
Mel se esfregava contra meu corpo, eu não queria saber quem estava nos vendo, puxei sua boca de
encontro a mim, e a devorei. Tentei deixar minha razão toda exposta naquele beijo perfeito que ela
encaixava em minha boca. Queria provar a ela, o quanto eu era o seu melhor. E sinto que recebia
isso de braços abertos, de corpo aberto... E é aonde irei me encaixar um pouquinho mais tarde...


Depois de quase ficar sem respirar, deixei Mel de volta com Carla e Thiago. O povo queria falar
comigo, pois todas as vezes que tentaram, eu estava com a língua enfiada na garganta da Mel!
Algumas garotas que estavam lá começaram a me olhar feio. Assim que atravessei a porta, dei de
cara com Vanessa, que fez questão de vir falar comigo.
– O que quer aqui? – falei meio ríspido.
– Credo, não faz assim, nosso sexo selvagem não valia de nada? – perguntou me abraçando e toda
cheia de charme.
– Vanessa, se toca! – assim que soltou, tentei sair dali.
– Ei, está com aquela ruiva? Caramba, não esperou nem esfriar o lençol! – soltou venenosa.
Somente fitei seus olhos e sorri.
– Aquilo que é mulher! – apontei com o queixo na direção da Mel.
Acho que acabei com ela. Saí ainda mais satisfeito, olhei por cima e vi Thiago, o chamei de
relance perto da geladeira. Ele veio sorrindo.
– Porra, cara, que é isso?! – explodi de vez animado e com uma dose dupla de adrenalina sobre as
veias. – Valeu Thi, fico te devendo uma! – falei todo bobo pegando uma cerveja para nós. Ainda
estava com o efeito dela no corpo.
– Aproveite! – disse voltando até onde estavam Carla e Mel.
Fiquei fazendo sala, mas eu não queria deixá-la sozinha. Não queria ficar mais longe. Tudo estava
frio, precisava de seu corpo. Ao me aproximar novamente por trás dela, escutei-a dizendo que sabia
se virar. Instiguei com uma investida.
– Sabe fazer o quê? – perguntei em seu ouvido.
– Muitas coisas... – respondeu toda honrosa, mordendo aqueles lábios vermelhos. Puxei devagar o
lábio que mordia.
Por alguns segundos nossos olhos se encontraram ferventes. Eu estava fervendo por essa mulher
cheia de calor. E Mel estava em febre. Conseguia sentir seu corpo exalando isso. Carla agarrou as
mãos do Thiago e já iriam sair de perto. Sentiam a conexão e a radiação que saia dos dois corpos.
Um ligando ao outro.
Mostrei a ela que queria que todos estivessem longe dali. E queria Mel somente em minha cama.
Ou em qualquer lugar, somente nós dois.
A cara sexy que ela fazia e suas palavras atiçavam violentamente, não me aguentei e soltei uma
leve mordidinha em sua orelha, sentindo seu cheiro que exalava.
Saí logo em seguida só para não agarrá-la e jogá-la em qualquer lugar e mostrar o quanto estava a
fim de estar dentro dela.
De todos os ângulos possíveis eu a vejo. Eu a desejo. Mel é provocativa. Movia seu delicioso
corpo em sintonia com a música ao fundo. Ela só está me provocando para ver se é o mesmo que
quero. Eu já não me concentrava nas conversas. Não falava nada com nada. Na verdade, nem queria
papo algum. Eu só queria que a festa terminasse logo.
Flagrei até mesmo alguns brothers encarando-a descaradamente. E quando isso acontecia, eu ia até
eles e já cortava a graça. Que é? Esses merdas não se tocam que ela é minha?
Ainda não sei com que direito eu poderia dizer isso, mas, só sei de uma coisa: Eu a conquistarei
pra mim. Senão eu não me chamo Juan Vasco!
Será minha honra lutar por ela.
Quando voltei para o canto da sala, encostei-me na estante e a fitei dali. Seu corpo firme me
chamava pra perto. Seu olhar dizia o tanto que isso era louco, mas que nossos corpos faziam parte um
do outro.
Eu quero saborear essa mulher, eu quero desejar cada gemido roubado por seus lábios vermelhos.
Eu vou realizar todos os meus sonhos, todas as minhas fantasias ao lado dela. Vou me fartar de seu
corpo, incansavelmente vou provar a ela, dia após dia, o quanto ela é poderosa.
Vou fazer dela o melhor prato do mundo. O melhor sexo que ela provaria em toda sua vida. Eu
serei completo com ela.


Depois de vários minutos conversando, agradando meus convidados, alguns já estavam indo
embora.
Graças a Deus...
Também vi Carla e Thiago se despedindo. Meu corpo entrou em combustão quando vi que ela
estava sentadinha na poltrona de canto. Que não se moveu do lugar. Sorri com uma pequena vitória.
Ela ficaria pra mim...
Mirei meus olhos nos dela, fazendo a cara mais conquistadora que tinha, e sussurrei apontando
para onde estava.
– Fique aí!
Possessivo é pouco para o que eu já sentia em relação a ela!
Mel... ah, Mel... Vamos apreciar esse bom momento...
4- Sem palavras
“A palavra sim era o que eu precisava conquistar dela.”

Completamente extasiado. Esse é o estado que estava passando. Thiago e Carla


aproximaram-se de mim. Meu sorriso era bobo e desajeitado. Eu queria comemorar. Os levei até a
porta sem deixar Mel ver minha reação idiota.
– Cara, valeu mesmo! – abracei Thiago.
– Que isso, você merece! Cara, vai com calma! – disse piscando. Esse com calma queria dizer na
língua masculina: vai com tudo, mostra seu melhor. Isso não poderia ser dito na frente da Carla.
– Bem, um conselho: acho que ir com tanta calma não é a praia da Mel... Ir com sede ao pote é
mais seu lema! – olha quem botou as asinhas de fora! Eu e o Thi olhamos curiosos para Carla.
– Carlinha, muito obrigado, farei o meu melhor para sua amiga! Estou realmente curtindo muito
tudo isso! – será que deveria revelar assim de cara? Os dois me fitavam rindo como dois bobos.
Ou éramos três bobos?!
– Estou vendo o tanto que gostou, está quase mandando o povo embora! – brincou rindo. Thiago
abraçou-a com carinho e foi saindo.
– Valeu, fico devendo essa! – falei empolgado.
– Apenas aprecie esse momento! – Thiago piscou e entraram no elevador.
Eu precisava de algo para o povo ir embora!
Acho que nem precisou de muito, apenas abaixei o volume do som, e com isso muitos já estavam
partindo. Foi um alívio imenso quando despedi da última turma. Mas, havia alguém ainda sentadinha,
uma rainha imponente em meu sofá. Era digna a visão que estava no momento. Tranquei a porta e
minha ereção apertou dentro do jeans.
Porra, cara, contenha-se até chegar perto dela, meu!
– Então, só restamos nós dois... – fiz um ziguezague com o indicador, dela pra mim. Mel sorria
mordendo os maravilhosos lábios ainda incrivelmente vermelhos. Será que ela retocou o batom?
Esse vermelho parecia nunca sair!
Fui apenas me aproximando, mas, para não ir direto, fui distraindo nossa vontade. Ajeitei algumas
zonas espalhadas. Fechei as cortinas da sala para dar um clima. Completamente a sós. Olhei por
meus ombros na direção que ela estava. Linda. Simplesmente irresistível de pernas cruzadas. Pude
ver como eram belas as coxas a mostra. Respirei fundo, enfim indo a sua direção.
Deliciosa...
Quando ainda me aproximava seu olhar me deixou ligado, e novamente senti meu pau vibrar na
cueca. Agachei-me nos calcanhares na sua frente, ela descruzou as pernas, me deixando ver sua
abertura que só aguardava minha entrada. Coloquei os cotovelos em seus joelhos e analisava sem
vergonha alguma o vão do vestido. Mel gemeu algumas palavras, enquanto passava as mãos em meus
cabelos. Agarrando pequenos tufos no processo. Nossos olhares não se moviam, eu mostrava a ela
todos os meus desejos, todas as minhas vontades que estavam para acontecer. Eu queria provar o
néctar de seu corpo o mais rápido possível. Mesmo assim me deixei perguntar.
– Estou indo rápido demais?
Sua cara foi de confusão ao que falei. Merda, eu acho que não deveria ter tido. Ela sorriu dizendo
que não. Tudo estava bem demais. Aquilo foi uma liberação ao seu corpo. Minhas mãos foram
ligeiras nela. Não perdi mais tempo, nossos desejos precisavam ser realizados. Eu faria isso com
muito gosto.
Queria cada parte, toquei cada singela pele que estava fora do vestido. Nosso gemido saia
baixinho enquanto as mãos vadiavam. Minha boca desceu até seu corpo, buscando sentir o seu gosto.
E, como eu já esperava, era maravilhosa... Imagina seu sexo...
Nossa, eu iria explodir dentro do jeans!
Levantei e a puxei junto, nossas bocas se encontraram por vontade própria, deixando o longo beijo
selvagem reverberar em todo nosso corpo. Pequenas partículas do meu corpo explodiam e liberavam
meu tesão por ela. Mel sentiu o calor disso tudo e tirou minha camiseta. Não quis saber de mais nada,
apenas sentir e provar. Empurrei seu corpo até a parede e mostrei o quão rígido estava por ela.
Sugava seu desejo através de seus beijos bem dados. Puxei aquele vestido grudado em sua pele, eu a
queria nua.
Empurrando meu corpo contra o dela, comecei um processo poderoso com a língua, buscando seu
gosto, lambendo seu pescoço, indo em direção aos seus seios escondidos. Apalpei com
agressividade por cima do pano grosso que o escondia. E, deliciosamente, senti seus mamilos
endurecidos, prontos para serem mordidos da forma mais sensual. Fiquei louco para vê-los!
Agarrei sua bunda que era deliciosa. Mel é toda deliciosa, não tinha um lugar que eu não desejava
ver. Suas unhas cravaram em minhas costas assim que meus dedos acharam o lugar mais quente e
úmido de seu corpo.
Porra...
Ela soltou o botão do meu jeans e, vagarosamente o zíper foi sendo abaixado. Gemi revirando os
olhos... que tesão! Ela enfiou a ponta dos dedos sentindo a extensão de minha ereção. Uma dureza
sem fim, até saboreá-la. Eu queria a noite toda!
Sorri em seus lábios e a peguei no colo levando-a para meu quarto. Ali seria a luxúria sem fim. Eu
iria mostrar a ela sua nova fase ao bom sexo ao meu lado!
– Sente aqui! – ordenei assim que a deixei no chão. Apontei para minha cadeira.
Mel obedeceu fielmente a ordem. Seu corpo reagia com minhas provocações, ela estava tão
ansiosa assim como eu. Pedi para não se mover, enfiando a mão dentro do vestido. Adoro
surpreender. E essa era a feição dela. Arranquei sua calcinha e a tomei completamente para mim. Seu
cheiro era maravilhoso e era minha!
Molhada, incondicionalmente molhada por mim!
Não pude esperar mais, subi seu vestido e aquela pequena preciosidade depilada estava babando
em minha frente. Deslizei a língua até sua abertura macia, molhada e quente... Simplesmente pulsava
em minha boca! Minha língua buscava dar o melhor prazer naquele sexo oral. Ela merecia isso.
Deixei-a até mole, pois suas pernas estavam bambas e sua respiração descontrolada. Eu estava
rijo até não poder mais. Queria penetrá-la lento e intensamente.
Cessei a investida da língua, mas em breve voltaria para sua bocetinha quente, já que é toda
deliciosa e combinou certinho com meus lábios. Os gemidos dela eram os melhores do mundo.
Fechei os olhos e registrei em mente.
Agarramo-nos literalmente, até que tirei seu vestido com rudez. Não queria calmaria, eu a queria
nua! Agarrei cada centímetro de seu divino corpo. Parei para analisar: era do caralho aquela mulher!
Deus, obrigado por tal perfeição!
Estava salivando por essa beldade, degustei minha vontade por aqueles belos e fartos peitos. Eram
divinos. Era uma dádiva de Deus. Só pode.
Arrastei Mel para cama, cheirando-a inteira. Tirando tudo. Mostrando a ela meu poder. E, não
poderia ser melhor sua reação ao ver minha ereção. Enquanto olhava babando por tê-lo, coloquei a
camisinha, e pulei em seu corpo.
Novamente antes de penetrá-la devidamente, recomecei meu processo com a língua. Querendo
sentir cada milímetro dela. Seu sexo brilhava, pulsava em minha boca, ela gemia e me puxava para
cima. Seu corpo gritava para penetrá-la. Eu apenas a torturava com cuidado. Subi beijando-a com
paciência, sentindo sua língua buscar nossa volúpia. Só que, Mel é muito esperta, segurou com força
meu pau e enfiou com carinho, deixando-o reconhecer o lugar... quente... apertada... molhada... Era
assim seu sexo...
Eita, porra, que demais...
Na primeira estocada respirei fundo, Mel arqueou as costas me recebendo profundamente, fui mais
uma vez forte e fundo. Estocando cada vez mais lento para saborear aquele sexo que eu sentia na
pele.
No nosso primeiro contato, o arrepio tomou meu corpo, trazendo o dela para dentro de mim. Um
quente percorreu minha espinha, mostrando uma realidade que jamais senti. Eu pegaria essa mulher a
cada segundo do seu lado. Eu não queria sair mais de dentro dela. Era tão perfeito nosso encaixe...
Deixei seu belíssimo corpo de lado e a penetrei com carinho. Segurando seus cabelos e sugando
seu calor que saia em forma de suor de sua nuca. Ela tinha um gosto irresistível. Maravilhoso.
Nesse momento vi nossos corpos revelando o quando isso era bom de sentir. Sua bunda era uma
visão do paraíso. Apertava meu corpo contra aquela carne macia e poderosa. Ela recebia o meu
poder dentro dela com total entrega. Não sei como ela fazia isso, mas apertava meu pau dentro de sua
parede vaginal macia e molhada. Por alguns momentos até sussurrava a ela o quanto era gostosa. E
quando seu gemido se intensificou, virei seu corpo deixando-a de quatro, e por todos os deuses,
precisei respirar antes de gozar como um moleque!
Mel grunhia seus desejos, suas costas curvadas esperando me receber para podermos gozar
devidamente pela primeira vez. Eu queria fazer o nosso primeiro ser o melhor possível. Estoquei
lento e com força, sentindo até as bolas baterem fundo. Respirei mais uma vez, agarrando seus lindos
cabelos vermelhos que caiam sobre suas costas suadas. Mel alternava em respirar fundo e gemer
alto. Eu não estava mais aguentando, gemi a ela para gozar junto a mim.
Soltou entredentes que sim, então acertei um bom tapa naquela bunda empinada que movia contra
meu corpo. Ela gemeu muito alto, fazendo nosso clímax vir em seguida. Um orgasmo digno de se
repetir eternamente...
Eu nunca gozei tão gostoso, quanto gozei dentro dela. Mel gemia até minha última gota ser
despejada. Nosso momento foi o mais foda de minha vida.
E isso me deu medo...

Eu fui marcado por essa mulher!
É isso que ela faz nesse exato momento. Mel pegou um batom vermelho de sua bolsa e voltou a
passá-lo. E, na sequência veio me marcando inteiro com aquela boca maravilhosa. Céus, ela me
chupava deliciosamente enquanto seus olhos verdes me fitavam gemer! Vendo-me contorcer por seu
incrível carinho ao meu membro.
Ela era tão certeira... Deliciosa.
Estava empolgado demais, Mel disse algo que deixou meu mundo ligado ao dela. Disse que fui
marcado e nunca mais se esqueceria dessa noite. Nem se eu quisesse conseguiria tal façanha! Ela me
dominou em seu olhar, corpo... alma.
Somente com esse nosso momento, esse nosso sexo, passei a senti-la mais do que qualquer pessoa.
Querendo ou não, Mel se entregou límpida a mim. Ela me fez ver que o que eu tinha antes era
pequeno demais. E eu quero provar mais disso... Mais desse vermelho, mais desse calor radiante,
mais dela.
Quando ainda a fitava e prometia que não iria esquecê-la tão cedo, ela levantou se preparando
para ir embora.
Opa, claro que não!
Mel se levantou juntando todas as peças em sua mão, eu precisava mostrar a ela que deveria ficar
comigo. Que deveria ter mais do que eu tenho para oferecer. Uma vez só não bastaria para baixar
nossa desvairada vontade. Não mesmo.
Fiquei aguardando ela parar de olhar para minha ereção, assim que fiquei de joelhos na cama. Mel
olhava descaradamente, e isso me fez ficar mais rijo. Levantei meus ombros tornando-os eretos e
mostrei confiança. Eu tinha uma carta na manga, mas precisava agir logo, pois assim que pensei
nisso, ela já colocou uma parte do vestido, quase entrei em desespero. Levantei e coloquei a boxer,
ela pareceu perder um pouco o compasso a me ver perto demais. Sorri e me aproximei para soltar só
uma investida. Quero ver se Mel irá resistir a isso.
– E por que não poderia ficar mais alguns minutos, já que você precisou de mim esses dias e
desejou apenas cinco minutos! Mostre-me o que faria em cinco minutos!
Joguei o desafio. Aquelas palavras poderiam ter efeito, mas tenho certeza que o verdadeiro efeito
era minha cara que fazia a ela: eu te quero, agora!
– Não me desafie. Você ainda nem me conhece! – nossa, senti a quentura de cada palavra. Ela
falava sério. E por sua feição aquilo estava além de nosso tesão.
Eu vou agarrá-la e fazer dela uma mulher somente minha.
– E quero conhecer, na cama!
Será que ganhei nessa?!
Yes, com toda certeza! A cara que Mel me olhava era desesperadora. Puxei aquela mulher para
ficar presa em meu corpo. Para não sair mais dali, contudo, como ela mesma disse e por todos os
conselhos que deveria ter seguido de Thiago e Carla: ela gosta de dominar a situação. Mel deslizou a
cueca do meu corpo, me abocanhando lentamente, fazendo a tortura mais poderosa desse mundo. Por
todos os céus, estou ficando louco, mas sei que ela é pra mim. Moldada só pra mim.
Cessou sua vontade antes que gozasse em sua boca, me beijou como uma desvairada. Mordia e
chupava minha língua numa dança sexy e apavorante. Num momento de puro êxtase me jogou na
cama, montando em mim, mostrando novamente quem mandava. Sim, mande em mim, se quiser!
Antes da penetração carnal, resolvi brincar com minha presa. Mel estava estonteante e muito
excitada. Eu faria algo para deixá-la ainda mais. Faria algo para não esquecer-se de mim tão cedo.
Além de segurar seus belos peitos apontados em minha direção, os massageei com carinho e
devoção. Apertando e beliscando os mamilos rígidos de tesão. Deslizei uma mão até seu sexo que
implorava pelo meu pau, implorava por uma penetração digna e forte. Deixei um dedo escorregar
somente superficial, arrastando completamente sua loucura junto ao meu processo lento em vaivém.
Sem penetração alguma. Mel revirava os olhos e gemia... Ah, sim, seu gemido rouco e intenso.
Aquilo era meu delírio. Minha canção de ninar favorita.
– É assim que você gosta? – perguntei cheio de malícia, querendo mais do seu gemido. Querendo
mais do seu prazer.
– É, coloca! – oh, Deus, esse grunhido dela deixou uma gota escorrer do meu pau e deslizar sobre
minha barriga. Gemi junto. Segurei minha ereção e com a outra mão livre ainda brincando em sua
bocetinha quente. Senhor, molhada...
Resolvi brincar com seus sentidos.
– Não Mel, você não queria ir embora? – deixei a sedução na voz melosa e rouca. Mel revirou
novamente aqueles olhos verdes incríveis. Ela fará muito isso daqui a pouco, quando eu tiver
penetrando-a fortemente.
– Argh Juan, me penetra!... – ela gritou dessa vez. Fazendo-me rir alto e satisfeito por tê-la
deixado a beira do abismo. Ela buscava minha ereção atrás de prazer. E, bem, é isso que vou dar a
ela. Se ela me quer, estarei todinho pra ela.
Novamente brinquei perguntando uma última vez se ela iria embora, claro que não iria, eu queria
apenas ver a fúria erótica em seus olhos brilhantes. Mel grunhiu apertando seu corpo fortemente
contra o meu, gritando, gemendo, implorando meu sexo. Era exatamente esse o ponto. Eu queria que
ela sentisse minha falta, a falta do meu sexo. Estávamos prontos, segurei firme sua cintura, levantei
seu corpo fora do meu, encarei aqueles olhos famintos e decidi o nosso momento. Era agora.
– Então toma!... – soltei meu rugido áspero e sedutor.
Soltando seu corpo sobre o meu, segurando a ereção para que ela sentasse, montasse sobre meu
corpo e usufruísse de mim da maneira mais erótica existente.
Mel mostrou exatamente isso, verdadeiramente como era seu sexo selvagem. Ela cavalgou em mim
até me esgotar completamente... E quer saber... era demais essa mulher!
Sou todinho seu, baby...


Assim que meu corpo ficou relaxado por completo, podia sentir o coração dela palpitando
fortemente contra minha carne. Era indescritível de ouvir. Queria parar de respirar para somente
ouvir a sua ainda meio ofegante e seu coração dizendo o quanto aquilo foi bom. Ainda estava dentro
dela, e não queria sair dali tão cedo.
Merda!
Cacete, acabei de me lembrar que não coloquei preservativo. Não sou tão descuidado assim, mas a
pressão e a vontade é tão forte perto dela, que até esqueço meu nome!
Droga, mas isso é sério demais. Entretanto, ela não reclamou e ainda não saiu de cima de mim.
Isso foi perfeito demais, será que ela sentiu a enorme diferença sem a fina camada de plástico entre a
nossa carne?
Puxei seu rosto que estava depositado calmamente em meu tórax, olhei em seus olhos verdes e vi
algo novo em seu olhar. Antes onde só existia sexo, agora havia algo mais carinhoso. Novo, tanto a
ela quanto para mim.
– Sem palavras. Você é fatal! Muito areia para mim, mas eu aguento, te enfrento, gata! Fica aqui, já
está muito tarde, daqui a pouco já está claro e poderei te levar – justifiquei com clareza o que eu
desejava. Não queria que ela fosse embora, desejei passar a noite e fui sincero com isso.
Ela tentou relutar um pouco, mas logo se acomodou em meu corpo e descansou. Eu não precisava
no momento de mais nada, só queria sentir o seu cheiro e olhá-la com carinho. Ela estava nos meus
braços. E, momentamente, querendo ou não, ela me pertencia.
Era a coisa mais linda vê-la dormir e respirar forte. Mel fazia de vez em quando uns barulhinhos
com a boca e respirava demasiadamente. Era engraçado e muito belo. Demorei pra dormir, apenas
fiquei observando aquela beleza nua em minha cama. Encolhida e relaxada. Era tranquila, apesar de
alguns momentos parecer tensa e agitada.
Levantei e peguei uma camiseta minha, vesti em seu corpo somente para mostrar respeito quando
ela acordasse. Mas bem que eu poderia abusar só um pouquinho dela naquela noite...


Depois da manhã desconcertada que tivemos, passamos por alguns momentos engraçados. Desde a
descoberta de que eu era Dentista e não um mafioso, até uma que me acendeu violentamente quando
ela disse que não usa calcinha. Deus, eu vou pensar nisso pro resto da vida. E toda vez que me
lembrar dela, imaginarei aquele corpo sem calcinha!
Para convencê-la que precisava passar o dia comigo, mostraria a ela que sei ser carinhoso apenas
num papai-e-mamãe bem encaixadinho.
Não sei exatamente o que Mel tinha, mas me sentia bem demais ao seu lado. Não sentia medo,
vergonha ou desconcertado. Sentia-me safado a todo instante, sentia-me poderoso na medida certa,
sentia-me dela. Apenas isso.
Saímos para conversar e comer algo. Mel é divertida demais, mas mostrou apenas esse lado. Por
vezes eu a sentia distante, como se não quisesse se entregar nesse encontro comigo. Ela não pareceu
romântica em momento algum, é apenas uma coisa dela. Já que disse que era fria, coisa da qual
discordo totalmente, porra, essa mulher me fez gozar ardentemente, me chupou loucamente, me fez ter
um dos melhores momentos e, ainda por cima, eu a conheço um dia e já quero tomar posse disso
tudo! Como ela me diz isso?
Durante nossa conversa em meu carro, precisei entrar no assunto que nos envolveu durante
algumas horas no meu quarto. Fiquei meio sem jeito, mas precisava.
– Mel, eu não sei se você reparou, mas ontem fizemos sexo sem camisinha... – dei um gole no suco
e disfarcei olhando para frente. A chuva caia forte sobre o vidro do carro. Embaçando mais ainda.
Ela sorriu, então voltei a encará-la.
– Sim, reparei. Claro, depois de tudo que aconteceu. Fique tranquilo, eu tomo remédios e não
tenho nenhuma doença, sou muito precavida nesse quesito.
– Eu também, nossa, eu sou cuidadoso, mas com você montada em mim, ou mesmo quando está
por perto, esqueço completamente de tudo! – isso soou romântico? Espero que não, mas a cara dela
dizia que sim.
Droga, controle a língua, cara!
– Relaxa, foi muito gostoso. Tudo...
– Você é demais.
Ela sorriu e comia sua batata frita. Pigarreei e voltei a olhá-la.
– Faria de novo? Quero dizer, confia em mim pra isso? – perguntei encarando firmemente aqueles
olhos pecaminosos, Mel mordia a pontinha da batata na boca, parecia um pouco chocada com a
oferta. Entretanto, seus olhos diziam que estava adorando a oferta.
Teríamos mais disso!
– Por mim, claro.
Essa resposta de várias formas me acendeu. Ela era uma mulher forte e decidida. Thiago disse que
ela não tinha ninguém. Carla não disse nada referente a isso, mas se ela tinha e de repente não falaria
a ninguém? Precisava constatar esse fato, precisava ver onde estava me metendo. Porém, ao formular
a questão, Mel pareceu ofendida e também se divertiu com a questão. Dizendo que se tivesse não
estaria comigo.
Rá, eu a convenceria disso! Pode ter certeza!
Demos uns pegas no carro, mas aquilo esquentou rápido, embaçando todos os vidros, a convidei
para ir para minha casa. Ela é difícil, droga! Preciso estar dentro dela novamente, se possível agora.
Mas não consegui pensar em nada, ela resistiu e escapou por entre meus dedos. Vou dar um espaço,
uma brecha para ela pensar em mim também. E não somente eu ficar perturbado sem tê-la por perto.
Ela precisa sentir minha falta.


Porra, mesmo depois que a deixei em casa, não consegui me concentrar em nada. Até na hora que
estava indo mijar a porra da ereção ficou firme ao pensar que ela poderia estar estendida na cama
somente me esperando. Não consegui ir ao banheiro por três vezes. Três vezes não mijei por pensar
na Mel! Mijar de pau duro não é pra qualquer um, não!
Para acabar um pouco com a aflição. Fui até o chuveiro e abri no gelado. O dia já estava frio pra
cacete, como tomaria banho frio?
Mesmo assim eu precisava, e urgente. Consegui entrar e por fim mijar. Um alívio, mas o pau duro
ainda estava ali para me fazer lembrá-la.
Cara, o que foi que ela me fez?
Eu não creio que uma mulher me fez pensar nela o dia todo, e ainda uma mulher que mal conheço!
Mal sei os seus gostos e, ainda pior, sua real intenção comigo!
Vai que ela nem me queira mais depois de hoje! Eu não posso aceitar isso. Eu queria dar um
tempo, queria fazer com que ela pensasse em mim, mas como isso já é fato comprovado: mantenha-se
sempre ativo para nunca ser esquecido. Então é isso que vou fazer. Vou procurá-la.
Tínhamos apenas algumas horas sem se ver, mas pareciam dias, meses... Eu já estava excitado só
de pensar nas possibilidades dela na minha cama.
Segurei o celular que me encarava. Se ele tivesse um rosto estaria zombando de mim. Falando da
minha cara de otário da qual eu o encarava. Olhei para o número do celular que ela havia me
passado a tarde. Ligo ou não ligo?!
Larga de ser um maricas e liga logo nessa merda!
Uma voz cheia de bondade disse para meu ego. Quando pensei em apertar o botão para ligar, o
telefone tocou. Vi no visor quem era.
– E aí, seu merdinha! – falei alegre e ouvi uma bufada.
– E aí, teve uma noite cheia de luxúria? Decidi ligar pra ver se estava vivo!
– Thi, você é um idiota! – ele riu alto. – Caralho, meu, estou extasiado! – e morto de saudades
dela. Mas não diria isso. Ele iria me chamar de gay apaixonado.
– Não disse! E aí, está aprovada? É boa mesmo?! – disse todo curioso. Um ciúme me tomou por
inteiro. Era diferente falar dela e de outras garotas.
– Não é da sua conta. Essa não é para o bico de mais ninguém! – retruquei sério.
– Hum, já tem neguinho apaixonado?! Porra, cara, pela primeira vez! – zombou num estouro de
risada.
– Vá tomar no cu! Não é isso... – é sim. – Ela só é muito boa, talvez eu não seja suficiente para
ela...
Senti um peso ruim em minha voz.
– Gay – outro estrondo de risada.
– Thi, caralho, é sério. Será que ela é mesmo uma mulher pra mim?
– Vasco, apenas relaxa, curta esse momento. Mel é assim, ela não irá se entregar e dizer que te
ama no primeiro encontro! Apenas faça sexo gostoso e divirta-se! Simples, brother – aconselhou-me.
– Estava pensando em ligar pra ela nesse momento.
– Liga, ela não vai trabalhar amanhã.
– Eu sei, mas se ela tiver outros planos?
Escutei uma risadinha ao fundo.
– Você está inseguro como nunca pensei em te ver. Está vulnerável. Isso é fantástico! – sua voz era
um pouco fria. Não era tão engraçada. Estranhei.
– Por que diz isso?
Houve dessa vez um pigarro.
– Por nada, só estou achando... diferente. O Vasco que conheço é totalmente seguro de si, não tem
medo de conquista e de nãos. Ainda não entendi o porquê a deixou ir embora se queria que ficasse!
– Não quis forçar a barra. Deixei-a escolher o quer.
Será que fiz o correto?
– Bem, então agora ligue e mostre o quanto está a fim de vê-la novamente. Vasco não seja um
frouxo! – disse encorajando-me. Sorri.
– Verdade, olha só o que essa ruiva me fez! Pareço um idiota...
– Apaixonado! – ele me interrompeu e explodiu ao dizer apaixonado.
– Você é realmente um bostinha do caralho. Agora vou desligar, preciso ligar pra ela! – ele parou
de rir, e disse sério.
– Você a quer de verdade?
Confesso que, não entendi muito o sentindo da frase. Não sabia se era sexualmente ou
romanticamente. Ponderei por um segundo a resposta. Ambas eram a mesma. Respirei fundo, e ele
aguardava ansioso pela resposta.
– Sim.
– Então vá atrás!
Desliguei o telefone e aquele sim deixou um gosto de luta em minha língua. Era isso, eu precisava
lutar para tê-la comigo. E não iria desistir.
A palavra sim era o que eu precisava conquistar dela. Sempre. O meu sim ficou reverberando até
tomar coragem e discar.
Ela atendeu no segundo toque, toda sexy e provocativa. Somente seu “alô” fez meu pau apertar
novamente no jeans. Aquele maldito banho frio não serviu de nada.
– Oi gata! Viu? Eu não me esqueci e queria saber se quer algo? Tipo, hoje... você e eu? – tentei ser
sincero, mas meu tesão tomou conta do momento. Precisava jogar todas as minhas armas, eu
precisava de um sim!
– Nem faz tanto tempo que me deixou e já me quer Juan Vasco? – ela sussurrando meu nome
inteiro era algo maior do que tesão. Sei lá o que isso significava, mas eu iria explodir se não a
tivesse em meu corpo.
– Quero! – acho que grunhi, pois era a única coisa que eu saberia fazer.
Balbucie mais algumas palavras, mas o que eu queria dizer era uma única verdade, e deixei
escapar por minha boca que desejava incondicionalmente a dela.
– Está tão frio aqui, quero você aqui na minha cama, para eu ficar dentro de você... Bem
gostosinho...
Era uma oferta e tanto! Minha vontade dentro da cueca estava quase explodindo, estava suando em
pleno frio! Estava em febre por tê-la mais algumas vezes. Por ser bem-vindo dentro de seu
maravilhoso corpo. E só de imaginar isso, quase desfaleci. Ofereci em ir buscá-la, ela respondeu
sussurrando sedutoramente:
– Pode vir, doutor...
Porra, levantei num pulo, e isso me deixou atordoado. Vou fazê-la gemer doutor a noite toda. Isso
foi o auge de todo meu tesão.
Eu vou mostrar a ela quem é que manda naquele corpinho... Quem a domina geral. Sem mais
alguma palavra, ela é toda minha... E eu ganhei o meu sim...
5- Falta de comunicação
“Já basta, eu quero vê-la o quanto antes.”

Acordei como um abestalhado! Sorriso rasgado de orelha a orelha.


O que há com um homem quando se encontra satisfeito e... encantado como uma mulher? Bem, para
não dizer já àquela palavrinha... Será que eu já estaria...? Não! Definitivamente não. É apenas um
bom momento que estamos enfrentando.
E que espero permanecer.
Tomei meio sem vontade meu café da manhã e fui para o consultório, segunda-feira seria um pé no
saco. Pelo que me lembro tinha seis pacientes. Acho que depois disso sairia um pouco mais cedo
para tentar ver se encontro a Mel. Preciso de algum motivo.
– Bom dia, moças! – falei alegre ao entrar na clínica.
Essas mulheres nunca aprendem a disfarçar – pensei ao adentrar e ver os olhares lascivos em
minha direção.
Uma coisa que notei, antes, sempre me importava de analisar as mulheres. De tê-las sobre meu
domínio. Porque realmente sabia lidar com cada uma delas. Agora, já não me interesso tanto em
caçá-las. Será que é por causa da ruiva?
Isso está me perturbando, mas de uma forma que estou até gostando. Durante a noite, formas
diferentes ficaram pipocando em minha mente, de como deveria conquistá-la. De como deveria
deixar as coisas fluírem, é nisso que tenho pensado o tempo todo. Entretanto, está difícil demais não
pensar muito. Eu penso nela o tempo todo. Naqueles olhos penetrantes, naquele sorriso sincero e
sexy, porra, naquela boca que faz milagres em meu corpo. E o corpo dela, nem se fala! É meu
paraíso, é onde estou me perdendo e me encontrando, definitivamente, necessito de mais da Mel.
Preciso estar respirando aquele aroma que só ela tem. Beijar aqueles lábios vermelhos que só ela
sabe o poder de marcar. Eu também preciso descobrir como entrar em seu mundo. E ser a lembrança
contínua dela. Será que ela pensa em mim?
Eu preciso marcá-la. Deixá-la desconcertada. Fazê-la me querer mais do que respirar. É uma
missão complicada, mas serei realista nessa batalha. Eu a quero.
Deixei a mala em cima da cadeira e coloquei o avental. Marisa apontou na sala.
Droga, nem vem... – sorri sem jeito e disfarcei.
– Bom dia, doutor Juan – sorriu em minha direção. E aquele olhar selvagem não estava mais ali.
Acho que ela só estava curiosa e não se arriscará mais nessa loucura.
– Bom dia Marisa, tudo bem? – agora sorri abertamente, tudo havia voltado ao normal.
– Bem melhor. E, Juan, o que eu disse sobre sorrir dessa maneira? Não sorria.
Qual é o problema dela? Fala sério...
Antes de eu dizer qualquer coisa, ela partiu.
Louca.
No escritório ajeitei algumas papeladas, meu pai havia deixado algumas contas para pagar on line.
Eram coisas pequenas e que daria para eu fazer de boa. Já que tem todo um esquema de
administração. E algumas das contas eram minhas e da casa dele.
Fiz isso antes de esquecer por completo. Minha primeira paciente era as onze, olhei no canto do
notebook e estava cedo demais. Relaxei na cadeira e até cheguei a fazer umas compras pela net.
Não sou do tipo que adora ficar em computador, então saí da sala e fui para meu consultório.
Ajeitei algumas pinças, placas, espátulas, sugadores, alicates, brocas, deixando tudo organizado no
armário. Marisa que cuida disso tudo, tanto do meu pai quanto o meu, ela que sempre repõem os
materiais a nós. E por falar em materiais tenho de ver o dia com meu pai, terei de ir buscar uns novos
que havia encomendado. Como ele não irá mais buscá-los, preciso estar a par disso. E também nem
avisei a Mel sobre esse fato de ter que ir viajar pelo menos duas vezes ao mês. Às vezes são para
palestras, reuniões odontológicas, ou mesmo para buscar materiais novos que chegam de vários
países. Essa modernidade toda nos assusta a cada mês, porém é divertido demais ir a certos eventos.
Pena que a Mel não poderia me acompanhar nisso. Acho que também seria uma chatice a ela.
Peraí?!
Já estou planejando viagens com ela? Se toca, cara, as coisas não fluem assim, eu nem a tenho
ainda! Só estamos dando uns pegas gostosos, e isso nem quer dizer que ela sairá novamente comigo!
Merda, será que não?
Passei a mão na testa que já suava com essa probabilidade ridícula de nunca mais nos vermos. Isso
não pode acontecer, não mesmo!
Sentei na cadeira e estiquei os pés, fiquei pensando naquela mulher fogosa e poderosa. Podia
sentir ainda o gosto dela na língua. Deslizei a língua no céu da boca para tentar sentir, fechei os olhos
tentando voltar para aqueles minutos intermináveis que estava sendo ao seu lado. A forma que ela
tinha de me olhar. Era sempre marcante. Era como se ela quisesse me conhecer através dos meus
olhos. Ela sempre buscava a verdade por trás do meu azul-escuro.
Com todas as minhas forças tentei me deixar livre para ela sentir, só que, quando eu fazia o mesmo
em seu olhar verde, ela desviava, não me deixava penetrar a alma. Seu olhar desviava com medo de
ser livre, de sentir-se curada de algo. Sinto que Mel esconde algo, sinto que ela foge de sentimentos.
Eu sempre fui assim, mas estou sendo puro ao lado dela. Não quero que se prenda ou fique obrigada
comigo, quero apenas que seja verdadeira.
Na cama, em nosso sexo, por Deus, ela é uma leoa, não pondera nada, não esconde nada.
Simplesmente se entrega de paixão. Como se o que fizermos era por completo. Era como sobreviver
a uma vida que não a pertencia. Sinto que ela se entrega tanto ao sexo, mas quando paramos para
conversar um bom papo, ou quando solto algumas coisas sobre sentimentos, ela foge na maior cara
dura. Não vou insistir, vou deixar acontecer. E se for para isso dar certo, irá dar, ela querendo ou
não.
– Dr. Juan, sua primeira paciente chegou – estava tão inerte a pensamentos, que sobressaltei e
deixei o celular voar longe. Raquel ficou sem graça. – Perdoe-me, bati na porta, mas o senhor estava
distraído.
Levantei e fui atrás dos pedaços que se espatifou do celular. Droga.
– Tudo bem, Raquel, vou me recompor e já a chamo.
Ela saiu da sala com o rosto pegando fogo, ao ver minha cara olhando para o celular todo aberto.
Maravilha.
Joguei aquela merdinha no canto, depois o consertaria. Foi bateria para um lado, capa para o
outro, uma beleza de queda. Já estava uma porcaria, deveria ter ficado melhor ainda. Fui até a porta e
chamei a primeira paciente do dia.
– Bom dia, Michele – falei assim que estava ajeitando meu espaço e ela entrou.
– Bom dia doutor.
Eu acho que estava meio emburrado, ela não me encarou e já se sentou a cadeira.
– O curativo ficou dessa vez? Durou o tempo exato? – peguei o sugador de plástico e o ajeitei.
Deixei as pinças e as agulhas separadas.
– Sim, mas estou com dores ainda. Tomei o remédio, mas dois dias ainda me deu uma pontada
forte.
– Ainda não acabamos, tentarei fazer isso hoje, assim não sentirá mais nada!
– Por favor, não aguento sentir mais dor desse canal. Isso é um inferno!
– É realmente terrível. Vamos lá?
Michele era uma boa paciente, apesar de ficar me olhando sem parar durante todos os minutos que
ficava estirada em minha cadeira, ela não era reclamona, e não ficava me enchendo de questões. Só
para puxar assunto depois da consulta.
Mexi aqui e lá, e seus olhos apenas ficavam lacrimosos. Eu sei o quanto isso dói, então tento ser o
mais delicado possível. Enchi sua boa de água e pedi para cuspir no recipiente de alumínio ao seu
lado. Sangrou muito e aquilo iria latejar o dia todo. Mas receitaria um remédio para amenizar a dor
que estava por ter mexido muito, mas a dor em si não sentiria mais, havia acabado o tratamento.
– Terminado! – exclamei tirando a máscara do rosto. Ela estava com cara de dor. Sentou-se e
esperou eu me ajeitar e tirar o material dela.
– Nossa, até que enfim. Obrigada por amenizar e tirar de vez essa dor.
– Só falar com a Raquel, seu tratamento acabou. Está aliviada? – anotei em sua ficha tudo que
precisava. Levantei-me para encaminhá-la a recepção.
– Muito, pena que acabamos... – seus olhos caçaram os meus. Sorri com a cantada barata. Queria
que a Mel estivesse aqui...
Porque pensei nela?!
– Se precisar de algo, ou se sentir com dor, pode voltar aqui, ok? – tentei ser profissional ao dizer
isso, mas sua feição era estranha. Ela se aproximou um pouco.
– Doutor, você é casado? – perguntou de supetão.
– Não – novamente tive de rir. – Por quê?
– Só curiosidade já que não usa aliança – esperei ela finalizar. – Tem namorada? – seu olhar
encarava o meu, que estavam risonhos.
– Digamos que sim.
Como assim? Desde quando?
Bem, eu ainda pretendo ter uma. Mas ela não precisa saber.
– Ah, sim, desculpa importuná-lo.
– Não está! – falei sincero e caminhei para a recepção com a ficha dela em mãos. Michele me
encarou mais uma vez.
– Obrigada por tudo.
– Precisando, estou aqui – toquei sua mão. Ela corou levemente.
– É claro que virei!
Raquel nos olhava com um sorriso divertido. Ela já se acostumou com as despedida de todas elas.
Um dia eu não sentirei falta de nada disso...


– Fala aí, merdinha! – liguei do telefone da clínica já que o celular estava remendado. – Estava
pensando em passar aí hoje, o que acha, Thi?
– Vai passar aqui hoje? – perguntou confuso, não sei com o quê!
– É, merda. Tô a fim de ver a Mel, mas queria fazer uma surpresa – eu estava surpreso era com
minha falta dela. De como precisava vê-la e... estar dentro dela.
– Surpresa?! Meu, você está se ouvindo? – Thiago zombou.
– Thi, eu preciso vê-la, estou sentindo uma baita falta... Isso é louco.
– Isso é gay, cara, isso sim. Quem diria que uma mulher o faria perder a cabeça em, sei lá,
algumas fodas?! – disse gargalhando, isso me afetou.
– Não fala assim, caralho, não estou fodendo com ela. Estou... – fiquei quieto.
– Está o quê? – instigou para me irritar.
– Estamos num lance legal, não precisa dizer assim. Apesar da Mel ser fogosa, não gosto que fale
assim dela! – já deixei claro. Ele parece não entender.
– Você não está entendendo, rapaz, a Mel é safada, ela mesma se intitula assim!
Bufei e meu sangue ferveu nas veias.
– Thiago, não fale assim dela. Estou falando sério!
Porque estava nervoso? Mel não é minha...
Por enquanto!
– Ok, como quiser, passe lá pelas quatro da tarde, trago ela para tomar um café junto a Carla – ele
pareceu entender meu recado. Ficou frio de repente.
– Valeu.
Desliguei e voltei as minhas consultas. Almocei rápido, pois havia me atrasado com a paciente
anterior. Cacete, pensei tanto na Mel que mal me concentrava no que estava fazendo, e a paciente
reclamou duas vezes por estar derramando água por todo seu rosto. Desculpei-me até não ver mais a
mulher de vista. Assim que ela saiu, a marca do seu corpo estava na cadeira. Por longos segundos,
desejei a Mel ali...
Afundando-a naquela cadeira, penetrando-a fortemente, fazendo-a gemer doutor até que eu pudesse
descarregar toda minha energia sobre ela...
Quando me flagrei estava com uma generosa e dolorosa ereção no jeans branco. Levantei e agitei a
pernas para desfazer, fui até a mesinha para ver que horas eram, peguei o celular e não havia
nenhuma mensagem dela.
Por que será que ela não me liga? Quer mesmo que eu vá atrás?
E como um bom idiota que sou, eu irei...
Mas será só pelo bel prazer de tê-la novamente entre meus braços, e para ficar entre suas pernas...
Porra, novamente a ereção se fortificou, e quando dei por mim, outra vez a voz de Raquel estava
atrás, anunciando à próxima e última paciente. Era uma senhora que frequenta a clínica há tempos,
ela passa com meu pai, mas como ele estava ocupado com uma cirurgia, resolvi quebrar o galho.
Ajeitei o jeans e antes de atendê-la, fui ao banheiro esperar a ereção baixar. Tentei inutilmente não
pensar na Mel, mas era uma droga muito difícil de fazer. Eu não tirava mais essa ruiva da cabeça.
Inferno.


Antes de ir embora, passei e falei rapidamente com meu pai. Pois, havia me esquecido
completamente, ainda viria mais tarde duas pacientes, mas precisava ir embora. Já eram quinze para
as quatro e eu já deveria ter saído. Ele iria atendê-las para mim. Fiquei imensamente grato.

Estava ansioso demais e queria sair logo para vê-la, só pra ver o que aconteceria a seguir. Estou
começando a achar que é empolgação demais para uma só mulher. Nunca me senti assim, preciso
confirmar se essa excitação permanece ao seu lado, ou se é apenas tentação.

Cheguei em cima da hora, deixei o carro do outro lado da rua e acelerei os passos até a padaria,
meu celular no bolso vibrava, peguei e olhei. Era Thiago. Não atendi, já estava do lado. Não sei que
ansiedade louca é essa também.

Estava aproximando da calçada, olhando o aparelho que parecia remendado, precisava trocar com
urgência. Foi aí que tomei um puta susto com uma maldita buzina. Sobressaltei já perto da calçada,
era uma vadia atrás do volante. Por que mulher tem que ser tão escandalosa?! Ela iria apenas
estacionar, não precisava ser tão espalhafatosa. Dei uma corridinha para a calçada, e sem ver o que
tinha na frente pisei em falso num buraco na calçada, deixando a porra do celular voar longe! Saiu
quicando até cair na vala ao lado.

Fala sério, se ele quer ficar na porra do chão, eu vou deixar! É a segunda vez que isso acontece.
Bateria para um lado, o resto para o outro. E, pior, desta vez, caiu em cima da poça d’água.
Maravilha!

Agachei nos calcanhares e recolhi aquela merda toda. Entrei na padaria e pedi um pano para a
garçonete. Pelo sorriso que lançou limparia até em sua roupa.
– Aqui – disse melosa estendendo um tecido amarelo.
– Obrigado. O Thiago está por aqui? – assim que mencionei o nome dele, ela ficou pálida. Fiquei
sem entender.

– Fiz algo de errado ao senhor? – perguntou baixo e nervosa. – Desculpa...


– Não, não fez nada de errado, ele é meu primo, está me esperando!
– Ah, sim, ele deu uma saidinha, foi buscar a noiva dele. Já, já está de volta. Aceita algo? – sua
voz voltou a ser melosa.

– Sim, um cappuccino, por favor.


Ela sorriu anotando o pedido e saiu fazendo charme. Sorri de cabeça baixa encarando o celular
com o visor apagado. Já era. Guardei a porcaria no bolso. E fitei a rua lá fora. Uma segunda-feira
muito fria. Final de tarde que poderia ter um início de uma noite perfeita – caso ela viesse.

– Com licença... – serviu-me deixando tudo ajeitado.


– Agradecido.
Somente lançou um olhar e saiu. Mas sentia que por minhas costas ela me fitava. Tomei um gole
generoso do café quente. Estava maravilhoso. Dei mais dois goles e olhava a movimentação da rua.
Quando não, os vi atravessando. Os três.

Meu coração voltou a ficar descompassado. Aquele ritmo louco de escola de samba. O gosto do
café até havia mudado. Estava mais adocicado. Que isso?

Levantei antes de eles entrarem, fui em direção ao banheiro, mas antes de entrar fiz menção para a
garçonete que estava ali, caso o Thiago me procurasse. Ela assentiu entendendo.

Fiquei como um adolescente nervoso em seu primeiro encontro. Olhei no espelho e o azul dos
meus olhos estava claro demais, como duas bolinhas de gude turquesa. Olhei bem no fundo e pude
certificar que estavam até brilhosos. Cheios de esperança e alegria. Eu respirava forte e constante. A
excitação de vê-la já me corroia.

Acho que já deu tempo de eles se sentarem. Então saí. Aliás, saí triunfante e todo confiante.

A primeira que me viu foi Carla, mas não disse nada. Thiago e Carla estavam de costas para a rua,
sentados um ao lado do outro. Mel estava sentada de costas para mim. Toda linda com aqueles
cabelos vermelhos e macios jogados pela costa. A garçonete fechou a cara pra mim, já não tinha o
sorriso doce e receptivo. Talvez tenha notado a presença da Mel e viu que poderia ser minha
companhia para o café da tarde. E acertou.

Assim que fui fazer menção de agradecê-la, a moça entortou a cara e se desfez de minha presença.
Sorri e deixei quieto. Thiago me viu e ficou na dele. Aproximei-me e ouvi sair daqueles lábios a
seguinte frase, fazendo todo meu corpo descongelar daquele frio que sentia, fazendo-o ir de zero grau
a trezentos e sessenta!

– Foi perfeito! Melhor impossível! – a doce voz sensual saiu da boca dela.
Será que dizia sobre nós? Será que falava sobre mim? Tentei respirar e deixar a voz etérea,
dinâmica, mas meu desespero por tocá-la era maior. Tive medo de ela fugir.

– Então, como poderei deixar melhor? Já que é impossível!... – sussurrei perto de seu ouvido.
Num instante ela estava relaxada, no outro com o som de minha voz senti sua pressão subir, sua
vontade aflorar. Senti o quando exalava quentura naquele dia frio. Ao deixar minha boca tocar
exatamente no cantinho de seus lábios.

Refleti sobre isso, se a beijaria na boca ou não. Mas para fazer um charme e deixá-la com vontade.
Deixei a quentura bem no cantinho. Aquele ponto onde formiga até a garganta. Senti a mesma
sensação.

– Olá doutor!
Ela me chamou de doutor... – respirei e segurei a ereção no jeans, logo me ofereci para sentar-se
ao seu lado. Sem hesitar, permitiu, só que sua expressão também exalava desconfiança. Seus olhos
verdes iam da Carla para o Thiago e, finalmente para mim. Nós três sorríamos com a coincidência
programada por mim.

Ela mostrou-se feliz com a ideia de me ver ali, e ficamos rindo um ao outro, até Mel chutar a perna
da Carla por baixo da cadeira. Eu senti o movimento, mas nada disse, apenas queria encarar aquela
beleza que estava ao meu lado. Linda como sempre. E muito, droga, muito cheirosa. Entretanto, o
cheiro que predominava ali, era o cheiro de nossa vontade. O cheiro do nosso sexo...

Quando ela corou levemente com nossa cara de pau, conseguimos enfim deixar esse furacão com
vergonha, mas como sempre, estávamos errados em relação a Mel, ela sem preocupação alguma diz
descaradamente:

– Não estou com vergonha, o que menos tenho na cara é vergonha!


Eu me segurei na cadeira para não agarrá-la. Thiago viu todo o esforço que fiz, senti que meus
olhos ardiam em sua pele, senti que meu corpo ia de encontro ao dela. A tensão é tão alta, é tão
palpável nosso tesão que, Thiago e Carla logo se agilizam para ir embora. Não pedi para ficarem,
pois o meu objetivo era somente vê-la, convencê-la de mais algumas horas embaixo de algum
edredom, somente nos esquentando e a seguir, suando loucamente.

– Se quisesse me ver, era só ligar, doutor! – diz ela de supetão e com um sorriso digno de Oscar.
Concentrei-me naquele sorriso e disse a real o que aconteceu. Droga, preciso me controlar perto
dela. É quase impossível buscar meu auto-controle, mas me detive e consegui bons resultados.

Só que, com ela me chamando de doutor, com aquela voz pecaminosa, e mordendo aqueles lábios
que havia hoje pouco batom, eu simplesmente me perco!

Não sou mais responsável por mim e por minhas calças que querem estar longe do meu corpo.

Seu olhar me fitava em cada parte do rosto, deixei minha mão ir até seu cabelo puxando um fio que
estava fora do lugar, encaixei em sua orelha. Somente para senti-la. Permaneci com a ponta dos
dedos naquela região. Puxei a mão que estava em seu colo, e fiquei massageando o meio dela,
fazendo-a até revirar levemente os olhos. Mas seu olhar dizia que ela já estava entregue, era só pedir.
Só tomá-la pra mim.

– Quer sair daqui? – decidi não enrolar mais. Eu não queria ser louco de agarrá-la ali mesmo,
então o mais sensato é sair dali, o mais rápido possível.

– Só um minuto.
Ela se levantou com a bolsa e tudo, juro que, por um segundo pensei que ela iria virar as costas e
ir embora dali, me deixando apenas na vontade. Fiquei tenso e me ajeitei na cadeira. Fitei para onde
estava indo, graças a Deus entrou no banheiro. Chamei a garçonete para pagar o café. Ela se
aproximou com uma leve careta.

– Quanto ficou? – perguntei tirando a carteira do bolso.


– Nada, o Thiago deixou a conta paga – disse emburrada.
Cadê aquela simpatia toda?

– Posso retirar as coisas? – sua voz era realmente firme. Sorri e encarei seu olhar raivoso. Mulher
é a coisa mais sinistra do mundo todo.

– Sim, obrigado – tirei os braços da mesa e já iria levantar para esperar a Mel. Ela recolhia as
coisas com um bico que estava quase encostado em mim. Fora que bufava nervosa.

– É apenas o meu trabalho. Com licença! – saiu e segundos após, minha bela ruiva apareceu na
mesa.

Toda ajeitada e perfeita. Já de batom vermelho novamente.

– Sempre linda em seus batons! Estava já com inveja dessa xícara que tem sua marca... – assim
que disse ela pareceu em choque.

Sorri, um pontinho para o doutor. Já que estava em vantagem, resolvi arriscar mais ainda,
oferecendo para ir até meu apê, mas para minha surpresa e contentamento, ela me convidou para o
dela.

Poderia existir mulher mais perfeita do que ela? Eu não conheço...


Ela não morava longe, chegamos a curtos minutos. Subimos em silêncio, assim como tinha sido a
ida. Estávamos sentindo apenas a tensão no ambiente, algo como imã nos puxava para próximo, mas
nenhum dos dois queria estragar o momento. Então o silêncio preenchia o lugar, mas nossas
respirações começaram a acelerar ao chegar dentro de sua sala. Mel encostou-se ao sofá, me
elogiava, mas mal sabia o que se passava em minha mente. O quanto eu estava admirando a beleza do
uniforme adequadamente em seu corpo. Eu queria arrancar lentamente aquela roupa. E será assim que
iria despi-la.
Cheguei bem perto de minha presa, sua respiração passou a ser a minha. Deixei os lábios correr
em sua pele arrepiada que pedia mais de mim. Tirei primeiro a camisa de dentro da saia,
desabotoando cada pequeno botão, soltei o sutiã ainda sem tirar a peça, minha boca vadiava
reconhecendo cada canto que eu tinha explorado um dia atrás. Estava tão nítido ainda, seu gosto era o
mesmo do dia anterior. Só que ainda melhor, pois estava sendo naquele momento. Eu não precisaria
fechar os olhos para sentir, eu a tinha naquele exato instante, e iria degustá-la como merece.
– Pensei em você o dia todo, desejei você em cada segundo... O que você fez comigo? – balbuciei
como se cada palavra fosse difícil de sair.
Mas ela compreendia muito bem tudo que estava para acontecer. Empurrei seu corpo contra o sofá,
ficando atrás dela, fazendo-a sentir o tamanho da saudade que sentia de estar dentro dela. Minha
ereção ardia querendo sair daquele espaço apertado, e ir para um apertado molhado. Um lugar só
dela. Só meu.
Deitei no centro da sua pequena sala, no tapete que havia ali. Tirei cada peça de seu corpo, já não
havia frio que nos pegasse. Estávamos tão quentes, que qualquer brasa não atingiria o nosso calor.
Naquele momento que fiquei entre suas pernas, observando sua entrada, o quanto já estava
molhada somente por meus toques. Nesse exato momento senti mais um aperto no peito. Algo me
dizia para fazer amor com ela. Mostrar esse lado que não havíamos provado. Eu nunca tinha feito
amor com ninguém, mas gostaria de fazer nesse momento. Gostaria que Mel sentisse todo meu calor
depositado nessa pequena amostra de carinho. De troca de prazer. Mas será que naquele instante era
somente isso? Somente uma troca? Estou começando a achar fielmente que não...
Dei tudo de mim para aquele momento ser o êxtase dela. Mel gemia embaixo de mim. Estava sendo
desejado com todas as forças por ela. Eu marcava meu caminho, para nunca esquecer como voltar e
deixava-a ligada nisso. Para também não esquecer-se de como gosto de dar prazer a ela. Nem estava
ligando para mim, mesmo estando louco para estar dentro dela.
– Tire a roupa.
Seu pedido veio junto a rouquidão de seu tesão. Era uma ordem, que acatei rapidamente. Onde ela
me ajudou a tirar todas as peças. Em minha cabeça, antes de penetrá-la, veio a conversa que tivemos,
sobre confiar em não usar preservativos. Aquele momento estava tão único que não queria sair
daquela quentura, de seu meio brilhante. Ela gemia e recebia meus beijos, e um pouco antes de deixar
meu corpo invadir o dela, deixei a língua invadir aquela doçura, aquela maciez de pele. Aquele
pêssego quente e apavorante que ela tinha no meio das pernas.
Engoli seu gosto, lambuzei sobre seus desejos e deixei meu carinho depositado ali, enquanto ela
vibrava. Subi com seu gosto, e a beijei como ainda não havia beijado. Sentia sua língua brincar
calmamente, sem afobações, sem mostrar agonia, era um beijo romântico demais...
Em seguida chupei seu pescoço com graça, deixando a língua escorrer sobre sua pele quente e
suada, até que a penetrei... Lento, firme e fundo... Fiquei nesse processo que estava me deixando
completamente louco... Lento, firme e fundo... Não sei como poderia fazer isso, mas Mel me recebia
tão apertada. Ela tinha um jeito de fazer amor que me deixava atônito.
Queria gritar de alegria, eu gemia alto, grunhia como um animal o meu tesão por sentir a felicidade
plena de estar dentro dela. Afundei minha mão em sua carne, tentando apenas mais proximidade, se é
que isso era capaz. Senti meu pau por completo dentro dela. Mel engolia seu gemido, e soltava em
minha boca quando roubava um beijo ou outro. Eu conseguia pensar somente em duas palavrinhas
enquanto a penetrava daquela forma lenta...
Completamente seu... completamente seu... completamente seu...
Enquanto meu movimento passou a ser um pouco mais rápido, Mel me puxava para mais perto,
para ir mais fundo. Sorri sobre seu olhar de contentamento. Era isso que ela queria de mim. Era isso
que ela esperava. Satisfazê-la. E ela me satisfazer.
Aumentei drasticamente os movimentos dos meus quadris sobre os dela. Apoiei-me sobre seu
corpo com fortes investidas, estava sentindo suas contrações em volta de mim. Ela fazia isso com
frequência. Foi então que olhei firme dentro de seus olhos, e sem sair som, apenas movi a boca para
dizer, pois seus olhos estavam concentrados no que nos aguardava, eu gemi: goza junto...
– O que você é, Mel?
Já com a voz recuperada, enterrei fundo, pendendo a cabeça pra trás para dar mais acesso naquele
corpo. Mel gemia baixinho e aumentava sua intensidade. Gozamos juntos fazendo o nosso melhor.
Deixei cada gota escorrer para dentro daquele ventre que me recebia alegremente...
Totalmente aliviado notei algo em todo meu ser, eu sentia com toda minha verdade: ali era meu
novo lar...


Tomamos banho juntos, conversamos sobre diversos assuntos, até cheguei a sentir um leve ciúme
da parte dela quando mencionei que muitas mulheres são nossas pacientes. Não menti, vai que um dia
ela resolva aparecer por lá e me flagra só com mulheres no consultório! Mesmo assim achei uma
graça ela corar ao dizer e fingir que não foi atingida por isso. Sinceramente meu ego masculino ficou
muito satisfeito. Pedimos pizza e fiquei só mais um pouco, estava tarde e se eu não saísse agora, logo
estaríamos novamente na cama, ou em qualquer lugar que desse para se apoiar e fazer algo bem
gostoso.
Beijos, esses sim não negávamos de dar. Ela tem um beijo maravilhoso e que me atraí demais.
Eita, boca saborosa! Passaria horas somente beijando e me atiçando com aqueles lábios poderosos.
Quando consegui enfim largar por um instante, emendei logo:
– Tenho que ir, mas essa semana poderíamos nos ver, o que acha?
Eu não queria parecer desesperado, mas a verdadeira coisa que sentia no momento era: desespero
por uma resposta afirmativa. Eu queria vê-la todos os dias, e desejava no fundo que ela concordasse,
ou que ofertasse de boa vontade.
Sei que não é do feitio dela, mas vou aguardar com total paciência.
Esse doce mel já está na minha!


Assim que adentrei no apartamento, meu telefone tocava sem parar. Aquilo até me assustou, pois
eram quase onze horas da noite. Quem me ligaria essa hora? Atendi até assustado.
– Alô?
– Onde estava? Juan, que susto, meu filho! – meu pai realmente parecia em pânico. Eu me assustei
mais ainda, o que ele queria? Era minha mãe?
– O que foi, paizão? – perguntei engasgado.
– Nossa, estou tentando te ligar a horas, cadê seu celular?
– Acho que foi pro saco. Por quê, aconteceu algo?
– É que você tem uma viagem amanhã cedo, tentei te comunicar antes, mas não te encontrei. A
passagem já está em seu nome, você vai para Curitiba pegar uns aparelhos novos. O vôo sairá às dez
da manhã. Dá pra ir, não é? – sua voz era pesada e preocupada.
– Sim, paizão, tudo bem. Só me passe as documentações.
– Está tudo por email – disse com sua voz grave.
– A mãe está bem? – perguntei e relaxei o corpo no sofá. Apesar de satisfeito e aliviado, eu
poderia partir para mais uns rounds com a Mel, já que ficarei fora por alguns dias.
– Sim, está mandando beijos e desejando boa viagem.
– Valeu. Bom, vou ajeitar as coisas – odeio fazer mala de viagem. Sempre levo o mínino.
– Juan, você estava com alguém? – senti o velho segurar a risada. Ele me conhece demais. Sorri e
só com essa risada ele viu que sim. – Não é nenhuma paciente, não é? – ele sempre odiou isso. Já
disse a ele, respeito o lugar, mas, pensando bem, eu vou levar somente a Mel lá... minha ereção
apertou novamente.
– Claro que não. Essa eu vou até apresentar! – falei rindo como bobo. Meu pai ficou em silêncio.
– Paizão?
– Você gosta dessa garota – isso não foi uma pergunta. Ele já afirmou.
– Por que diz isso? – perguntei agitado, estava me entregando demais.
– Por seu tom de voz. Está alegre e só porque disse que irá nos apresentar. Nunca disse isso antes.
Então é sério! Fico feliz que se acerte com alguém que realmente ame – o quê? Amor? Quem disse
isso?
No máximo uma tara muito forte. Tá, ok, um começo de paixão não correspondido, talvez. Droga,
não, eu acho que já estou... apaixonado!
Ca-ra-lho!
– Juan?! – a voz soou forte.
– Oi...
– Está no mundo da lua? Ouviu o que eu disse?
– Paizão, isso não é amor, eu estou curtindo e conhecendo a garota, não viaja! – exclamei rindo de
minha total mentira.
– Não viaja você! Eu estava falando sobre a documentação dos aparelhos que irá buscar. Bem,
você está longe no momento, faz o seguinte, apenas durma e vá tranquilo amanhã. Vê se arruma um
celular e me avise tudo. Abraços e boa viagem! – desligou rindo. Eu estava perdido.
Loucamente perdido.


Tentei com todas minhas forças ligar, avisar a Mel sobre essa curta viagem. Mas nada. Ela não me
atendeu. Droga, o que foi que eu fiz? Será que fui romântico demais? Será que ela não gostou do sexo
carinhoso que fizemos? Será que a decepcionei?
Mil perguntas inúteis brotavam em minha mente!
Merda, como vou me concentrar em fazer algo se ela não me retorna, não consigo sequer falar com
alguém! Thiago estava longe com a Carla, tinha ido visitar o pai dele, e não tinha como falar com a
Mel. Eu somente choramingava querendo saber o porquê ela não me retornava. Thiago caiu na risada.
Trouxa.
Estou sem uma puta comunicação decente!
Nas reuniões eu não poderia ficar mexendo no celular, mas consegui ressuscitar aquela porra e
fazê-lo ligar novamente. Mas ele desligava a cada cinco segundos. Assim que saí de uma da palestras
fui até uma lojinha que consertava celular. O cara disse que meu chip pifou, e que teria de trocá-lo. O
celular também já estava no limite. Fiz o que me pediu e voltei com um novo celular.
Geralmente era sempre divertido fazer parte desses tipos de eventos e buscar materiais novos para
clínica, mas com a Mel longe sem saber de mim, sem ao menos me retornar, como eu poderia ficar
em paz? Nada daquilo foi prazeroso ou interessante, eu queria voltar logo. Três dias era demais.
Já basta, eu quero vê-la o quanto antes.
Quando cheguei no dia seguinte da viagem, tive que ir até clínica. Logo cedo, eu e meu pai
instalamos alguns dos materiais novos e Marisa ajeitou tudo no lugar. Estava tudo ótimo. Mas ótimo
mesmo era meu humor!
Passei o dia inteiro trabalhando duro e pensando na Mel. E ficava ainda mais duro por estar tantos
dias longe dela. Quando entrei em minha sala, algo dentro do jeans apertou duramente. Iluminando
minha cabeça pervertida numa ideia sensacional.
Só precisava arrastá-la até ali.
Eu tinha uma brilhante ideia.
6- Planejamento perfeito
“Eu não estava totalmente perdido em minhas ilusões.”

Definitivamente esperei cada segundo para estar perto dela. Trabalhar sem se
concentrar direito é uma péssima ideia. Entretanto, ter a Mel em mente foi o que me distraiu o dia
todo. Geralmente fechamos a clínica às cinco da tarde. Só quando meu pai tem muitas cirurgias que
estende o horário até as seis, ou por vezes as sete. Mas, comigo é diferente. Tento manter sempre meu
horário certinho. E como conseguimos colocar tudo em ordem até as três e meia, decidi fazer um tour
e ir encontrar a Mel.
Eu não disse nada ao meu pai, mas estava planejando levá-la até a clínica. Mostrar aonde trabalho,
levá-la para um passeio até a minha sala, e dali só por Deus saberia aonde terminaríamos.
Na verdade, estou muito ansioso, não consegui falar com ela todos esses dias. Tentei ligar com o
número que decorei, já que havia trocado o chip e não tinha a tal agenda. Ainda vou atrás disso,
tenho muitos contatos importantes e vai facilitar.
O meu pai sairia hoje as quatro, e as moças fechariam apenas as cinco, pois têm as documentações
para fechar todos os dias. Dr. Rubens deixou as chaves para Marisa fazer isso. Vou tentar enrolar um
pouco a Mel, até mais ou menos esse horário só para chegar quando não tiver ninguém. Não quero
conversinha sobre isso durante o resto da semana na clínica. E ainda mais chegar ao ouvido do
velho: “Sabe, Dr. Rubens, o Dr. Juan estava trepando com alguém aqui depois do expediente!...”
Já imaginou a cara do velho?! Não, não aceito esse tipo de comentário. As escondidas será ainda
mais prazeroso. Um plano perfeito.
Estacionei o carro na garagem do prédio que ela trabalha, ao descer havia duas mulheres na
portaria, fui até elas para pegar o ticket do estacionamento. Antes mesmo de me aproximar os olhares
estavam em mim. E junto os cochichos. Mulher não sabe disfarçar. Se bem que, eu já me conformei
com isso. Devo ter alguma coisa que atraí demais a mulherada. Minha mãe diz que são os olhos;
outras dizem que é o porte, a forma como ando; já disseram que é o sorriso ou mesmo o conjunto. Só
que, o que eu mais gosto de provar como sou verdadeiramente é na cama! Mas não sou tão comedor
assim, já tive muitas mulheres, já tive meus bons tempos que pegava uma por dia. Já cheguei a ficar
exausto de sexo, mas nunca pensei em mudar esse conceito. Já com a Mel...
Bem, com ela quero sexo todo dia. Mas, também não é só sexo!...
Droga, esqueça isso! – flagrei-me sorrindo e só dei conta quando estava parado na frente das duas
mulheres. Uma loira e uma morena. Duas mulheres muito bonitas que sorriam demais, e toda hora
mexiam no cabelo.
Uma estava mascando chiclete, e quando meu olhar focou o dela, sua mastigação se acelerou. Sorri
e ela desviou o olhar envergonhado. Será que o azul dos meus olhos assusta as mulheres? Elas
sempre fogem quando eu as olho!
Estranho, sei lá. A loirinha pediu a placa do meu carro. Passei e peguei o ticket. Assim que virei
as costas, elas comentaram:
– Que delícia de homem!...
– Viu os olhos dele, e esse sorriso?!...
Ok, eu posso ser bonito, mas não sou surdo! Elas não esperam nem ir embora.
Subi sorrindo nos degraus, e guardava no bolso o ticket do estacionamento. Sem querer esbarrei o
ombro numa moça que estava na calçada. Deixando a bolsa dela cair, junto com um xingo.
– Cacete... – agachou-se nos calcanhares. Abaixei também para ajudá-la.
– Perdoe-me, estava distraído! – toquei a bolsa para ajudá-la, foi então que seus olhos intensos e
brilhantes me focaram.
– Puta merda, como você é lindo... – eu ri um pouco mais alto. – Eu que peço desculpas, também
estava distraída! – levantamos e ela me encarava.
– Obrigado, tenha uma ótima noite! – falei educadamente.
– Teria mesmo se fosse com você... – gemeu as palavras. Uau.
Balancei a cabeça e cada um foi para um lado.
Hoje em dia as mulheres que estão avançando nos homens, isso é um perigo. Essa independência
toda. Seja lá o que for, é bom demais ouvir a mulher querendo tomar as rédeas. Dá certo medo, mas
eu sinto isso com a Mel. Como ela quer dominar tudo. O sexo, o beijo, os seus sentimentos. Isso
muito me admira. Odeio mulher que fica totalmente dependente de um homem e torna-se quase uma
submissa aos seus desejos. Sem machismo, por favor, estamos em outras eras! E não há nada melhor
do que a mulher querer o sexo tanto quanto o homem! Outro dia ouvi um cara dizendo uma merda,
mas soltei em seguida minha opinião que o deixou caladinho. Ele dizia ao seu amigo:
“Sabe essa merda toda de livros eróticos? Minha mulher não para de ler isso. Esse 50 tons é
uma idiotice!”
O outro amigo ignorante dele disse:
“Elas acham que tem o direito de exigir algo na cama! Estão totalmente erradas!”
Eu queria rir desses babacas que não sabem aproveitar a mulher que tem. Se a mulher busca isso, é
para o prazer de ambos. Não tinham de estar reclamando, tinham é de dar graças a Deus! Mas, eu
entendo esse tipo de machismo. São exemplos vivos daqueles homens da caverna. Do tipo: eu enfio,
só eu sinto prazer! E se esquecem das mulheres. É uma pena não saberem aproveitar o bom prazer
que a mulher tanto oferece.
Mas ainda tinha por vir, e eu queria tapar os ouvidos por ouvir isso:
“Isso é coisa de mulher que não tem o que fazer. Coisa de mulher malcomida!”
Resolvi me intrometer mesmo que o assunto não era comigo, isso estava fora de questão, mas eles
mereciam minha opinião.
“Amigos, desculpa se intrometer no assunto de vocês. Eu já tive todos os tipos inimagináveis de
mulheres, de gostos variados, mas o que estão dizendo é burrice. Vocês deveriam apoiar a mulher
de vocês a lerem esse tipo de romance erótico. Assim, o apetite só aumenta, não é?”
Um deles disparou:
“Elas ficam desejando outros machos!”
Retruquei:
“Mas isso é ficção, elas querem que vocês façam o mesmo! Isso é simples! Apenas aproveitem.”
Novamente o outro insistiu:
“Isso é coisa de mulher malcomida! Coisa da qual merecem golpes de cinta para não fazerem
isso!”
Respondi alegremente:
“Bem, amigos, acho que irão concordar novamente comigo, se elas são malcomidas, vocês que
estão fazendo algo errado. Então, não são elas que devem ler os livros e, sim, vocês! Passar
bem...”
Ao dizer isso, os dois se calaram e olharam feio. Levantei e deixei os dois refletindo. Que
babaquice se achar macho suficiente para falar merda. Fala o que quer, ouve o que não quer.
Tentei me distrair até subir a recepção. Do momento até passar pela porta giratória, achei que ela
já teria ido embora, conferi no relógio e já passava das quatro, mas quando me aproximei
rasteiramente, ela estava abaixada no balcão.
Meu coração palpitou.
Estranhei, mas, ao mesmo tempo, senti um conforto. Ela estava ali.
Toquei sua mão que estava segurando no balcão. Ela levantou-se rapidamente. Seu olhar mostrava
nervosismo, alegria, ansiedade, mas também parecia um pouco emburrada. Sorri ao ver aquele olhar,
aquela boca da qual senti muita saudade. Quando a toquei, me senti até tonto, uma leve brisa tocou
sobre mim, me fazendo arrepiar por sentir tanta vontade, e ela estava ali, novamente sobre meu
comando.
– Oi, e aí, Sr. Sumido?! – entortou um bico maravilhoso ao dizer tais palavras duras. Ela estava
brava comigo, mas com o quê? Sendo que ela não retornou, não ligou e nem sequer teve disposição
para me procurar. Fiquei realmente sem entender.
Com toda paciência existente a mim, ainda pedi educadamente para ela se tinha um tempinho para
conversarmos, bem, na verdade, eu necessitava estar dentro dela! O mais urgente possível, mas isso
eu não diria, apesar de sentir que ela quer o mesmo.
Por alguns segundos ela me fitou com um ar indiferente, como se minha presença não fizesse a
mínina para ela, mas, também sentia uma luta pessoal como se quisesse mostrar que estava bem, sem
estar.
Que mulher mais bela que eu tenho...
Será que eu ainda a tinha?! Será que ela ainda estava na minha?
Bem, eu precisava saber urgentemente. Precisava saber se era isso o que ela queria. E, sim, seu ok
em minha direção mostrou exatamente o que ela queria também. Um sexo bem gostoso comigo...
Ela subiu e desceu rapidamente. Até mais rápido do que pensei. Não deu tempo de imaginar mais
nada. Eu estava ansioso de verdade, mal tinha palavras para o momento. Minha cabeça fervilhava em
apenas projetar algumas posições da qual a pegaria na clínica, ou em casa, ou no carro... sei lá, em
qualquer lugar. Eu só precisava de um tempo a sós com ela, para convencê-la de que a queria muito.
Novamente ela se aproximou. Sua voz era possessa e tinha um ar de que estava muito irritada. Eu
só queria saber o que se passa nessa mente feminina. É tão difícil entender as mulheres. Elas
deveriam simplesmente parar de tentar nos fazer adivinhar os seus pensamentos. Elas deveriam ser
diretas e não ficar com joguinhos de: adivinha o porquê estou assim?!
Isso não é nada bom. Nada bom.
Por um breve segundo depois de me responder mal e ainda por cima tirar minhas mãos da dela ao
descer os degraus para o estacionamento. Ela questionou o porquê sumi. Eu que me pergunto
internamente o porquê ela não retornou.
Isso me deixou intrigado, mas não queria discutir os motivos, eu queria que as coisas fluíssem de
maneira natural. Só que não conseguia pensar em merda alguma, ela estava com os braços cruzados
embaixo dos peitos fartos. Aquilo me distraiu por alguns segundos. Então recordei sobre o que
estávamos falando. Desviei o olhar de seus peitos com um controle novo sobre meu corpo. Mesmo
assim de vez em quando voltava a focar em sua boca que estava numa linha fina e em seus peitos
fartos. Decidi explicar com calma, tudo que aconteceu. Da curta viagem, das ligações não atendidas,
e mostrei o novo celular a ela.
Droga. A porra do número estava errado. Ela disse até mesmo com vergonha, e senti que a
carrancuda saiu e deu brecha para a fogosa. Seu olhar voltou a acender e me buscar. Encostei sobre
meu carro e a puxei para mim. Desculpas são aceitas e trocadas com dignidade. Eu só queria deixar
claro o quanto aquilo me tocou e como estava morrendo de saudades. Minha cabeça obedecia as
minhas vontades. Ela fazia um beicinho delicioso e toda manhosa disse que imaginou que eu estaria
em outra! O quê? Não precisava de outra pele, de outro cheiro. Tudo que encontrei e precisava já
estava nela. Não soltei tais palavras, mas meus olhos desejosos diziam a ela.
– Vem cá, mate essa minha saudade de você... – gemi ao ver o tamanho da necessidade que sentia
ao ver seu corpo apenas alguns centímetros do meu. Eu a queria o mais perto possível e isso não
seria possível ali. Tínhamos de ir embora.
Mas antes, eu merecia ao menos sentir a quentura de sua boca. Puxei-a entre minhas pernas abertas
e a devorei calmamente num beijo quase... apaixonado.
Droga, eu estava loucamente apaixonado por essa mulher.
Esse beijo que ela depositava em minha boca, era só uma prova de que precisava, necessitava dela
sempre por perto, sempre com seu calor inconfundível. Como senti falta do calor dela...
Não posso mais deixá-la ir embora. Ela precisa ficar ao meu lado. Mas, será que ela sabe disso?
Será que ela sente isso? Eu não sei, mas preciso mostrar a ela...
Enquanto minhas mãos já buscavam despi-la, ouvimos um alarme na garagem ser disparado.
Interrompendo esse momento só nosso. Mel rapidamente desgrudou seu corpo do meu, já que estava
em seu ambiente de trabalho e poderia ser alguém que ela conhecia. Abri a porta do meu lado, e
entrei. Mel demorou alguns segundos para fazer o mesmo. Talvez seja apenas o efeito do beijo em
seu corpo. Ela também parecia sem graça, pois era um homem que nos flagrou aos beijos quentes.
Peguei o ticket para sair e estava apenas a loira na guarita, pensei que tivesse de pagar, mas seu
olhar para mim, foi furtivo. Cumprimentou a Mel e disse a mim que estava tudo certo. Talvez por a
Mel estar junto e trabalhar não foi necessário o pagamento. Contudo, acho que a loira fez uma leve
careta ao validar o ticket e abrir a cancela.
Mel nem se tocou de nada, ela mexia dentro da bolsa. Talvez apenas buscando se distrair. Voltei
sua atenção a mim, quando a convidei para ir até a clínica. Ela aceitou de boa. E com sua resposta
afirmativa, meu corpo ficou rijo novamente. Iria botar meu plano em prática. Iria aprontar pela
primeira vez na clínica. Isso estava excitante demais.
Mel parecia silenciosa, prestava atenção lá fora e olhava pela janela a rua em movimento. Eu
devia uma explicação básica ao menos. Precisava conversar para deixar o tempo passar, então puxei
assunto. Já que é uma mulher reservada, apesar de fogosa.
– Mel, nessa minha área, há muitas novidades e reuniões das quais participo. Meu pai que fazia
isso, mas está ficando cansado e está passando as responsabilidades a mim. Isso acontece no geral
duas vezes por mês. São bem variados os lugares – expliquei e foi quando ela voltou a me olhar.
Ganhei sua atenção. Ótimo.
– Hum, que interessante. Seu pai deve ser bem orgulhoso de você. É um bom filho e profissional
dedicado. Essas viagens deve ser o máximo, deve conhecer muita gente! – nessa última frase, senti
um gostinho de querer saber sobre se conheceria muitas mulheres. Como eu disse, mulher gosta de
jogar indiretinhas e é ainda pior quando nós homens fazemos certos tipos de “cagadas” que elas
consideram um erro imperdoável, e diz “tudo bem” quando perguntamos se está tudo bem, quando na
verdade, sabemos que não está nada bem, só não sabemos o que está acontecendo.
Droga, nada de indiretinhas, por favor.
Mesmo assim sorri. E ela me olhou de lado. Um olhar penetrante, como se quisesse me pegar na
mentira.
– Sim, conheço bastante gente.
É total verdade.
– Mas no geral, as reuniões são um pé no saco. Novidades e mais novidades. É legal quando tem
festas comemorativas e tal, mas dessa vez fui apenas buscar materiais novos, e preciso ajeitá-los.
Bem, uma mentira, já que estava tudo instalado, mas o que eu diria a ela?
“Mel, nós vamos ao meu consultório, pois desejei o dia todo te pegar aqui de mil formas
diferentes!”
Isso é a mais pura verdade, mas nem tudo ela precisa saber o que penso.
– Você se formou cedo, não é? – perguntou curiosa. Gostei disso. Ela quer saber sobre mim, então
não sou eu apenas o curioso.
– Aham, mas estagiei desde que comecei. Tenho um vasto conhecimento na área, me interessei
desde o colegial pela profissão. Sou um apaixonado pelo que faço. Aliás, por tudo que desejo...
Oh, merda, será que isso soou como uma indiretinha?!
Talvez, ela jogou um olhar curioso e safado pra mim.
– Juan, eu realmente quero você! – jogou a verdade sobre sua fala manhosa e sensual. Meu pau
ficou rijo na mesma hora. Ajeitei-me no banco. Faltavam apenas algumas ruas. Céus, quanto tesão
essa mulher.
– Você não tem noção do quanto eu a desejo, Mel...
Ela sorriu, e que boca maravilhosa. Imaginei-a me chupando aqui mesmo. Poderia arriscar a pedir,
mas nunca o faria. Mas, que eu imaginei, ah, isso sim...
– Devo ter uma leve impressão... – mordeu aquela boca que não estava tão vermelha de batom. Eu
iria explodir se não a penetrasse logo.
– Como é sua vida? O que deseja? – precisava me distrair só um pouco. Apesar de que as
preliminares seriam bem gostosas. Mas eu estava tão duro, tão necessitado que, se continuasse iria
gozar nas calças como um adolescente!
– Não sou muito de falar sobre isso. Gosto mais de ouvir do que ser ouvida! – disse sincera. Eu
gosto demais de sua voz. Sempre sexy.
– Interessante sua filosofia – rimos juntos. – Eu sou muito falante. Gosto de conhecer bem as
pessoas, de saber seus ideais, sua história. Gosto realmente de ouvir e falar. Verá muito disso em
mim.
– Nesse ponto somos diferentes! – disse sem me olhar.
– E o que poderíamos dizer que somos iguais?
Acho que a desafiei para se soltar mais. Para contar sobre o que gosta. Eu quero conhecê-la por
inteiro. Não só seu maravilhoso sexo. Quero saber sobre sua vida, sobre o que é a Mel. Mas acho
que ela é um poço sem fim de descobertas e uma caixinha de surpresas.
– Você faz um sexo maravilhoso! – sua piscada foi quase mortal. Ela adora meu sexo! Meu ego
masculino inflou.
– Vou sempre fazer o meu melhor! – pisquei e senti que segurou a respiração. Eu tenho um efeito e
tanto nela. Só que, ela não me deixa entrar totalmente em seu sistema. Thiago havia me dito isso. Ela
não deixa ninguém conhecê-la cem por cento. – Realmente você também faz um sexo inesquecível...
– tentei animá-la, sendo que, na verdade, não é necessário. Já estávamos ligados.
– É por isso que voltou? – encarou-me. Será que se eu dissesse que sim, ela se sentiria ofendida
ou orgulhosa? É difícil saber.
Ponderei por alguns segundos sobre o que dizer sobre isso, ela aguardava ansiosamente sobre
minha resposta.
– Olha só, Mel, adorei tudo em você. Seu sexo, seu sorriso, seus lábios poderosos, seu olhar de
serpente. Você é um conjunto maravilhoso. Eu quero conhecê-la por completo. Eu quero saber tudo
sobre você. E nosso começo, felizmente foi pelo sexo. Voltei para ser seu, para você me conhecer
igualmente. Se for isso que você quer... Estou aqui para isso!
Se isso foi digno, eu não sei, mas foi sincero e talvez um pouco perturbador a ela, mas sei que seus
olhos brilharam diferentes e seu lindo sorriso saiu escancarado, mesmo ela se segurando para não se
entregar.
– Ok, me ganhou! – ela riu gostosamente.
Eu quase parei o carro e a beijei eternamente. Ela é demais até para mim. Meu coração palpitou
em silêncio. Estou me entregando muito rápido. Isso às vezes pode não ser tão bom. Ela pode me
deixar a qualquer momento. Eu sinto isso. Essa insegurança me mostra que ela é independente e que
pode saltar fora se eu disser qualquer merda que ela não goste.
Mesmo que nossa pele ao se tocar pegue fogo. Arde. Pinica emoção, mesmo assim, ela pode cair
fora a qualquer instante. E isso não será nada bom.
Eu me entreguei de alma e estou apavorado. Com medo até da próxima questão. Apenas preciso
deixar levar as emoções e satisfazê-la. Já que é isso que ela quer momentamente de mim.
Conversamos mais um tanto, ela disfarçava bem minhas indiretas para conhecê-la melhor. E
quando ela voltou a dizer um pouco mais sobre si, passei a ficar um pouco mais apaixonado por ela.
– Diga cinco coisas sobre você! Não disfarça essa minha questão, preciso saber a verdade! –
sorri ao desafiá-la. Parei o carro no farol vermelho, uma esquina antes da clínica. Resolvi investir
nessa pegadinha.
– Está me chamando de mentirosa?! – questionou rindo.
– Não! Nem pensar. Só quero que não fuja da questão, é um desafio! – percebi claramente uma
coisa na Mel: ela detesta ser desafiada.
– Ok, bem, vamos lá! Cinco de uma vez só? – balancei a cabeça dizendo que sim. O farol ainda
estava fechado. Fitei com profundidade seus olhos verdes que me encaravam. – Sou uma mulher que
gosta de sexo, futebol, videogame, não faço dieta e me amo!
Caralho, eu travei no lugar, e só despertei quando ouvi uma buzina atrás avisando que o farol
abriu.
Olhei ainda mais fascinado para aquela mulher que dizia tais coisas. Era possível eu querer amar
uma mulher como essa? Sim, já era quase comprovada essa verdade.
– Mel, você não existe...
Parei o carro no estacionamento da clínica. Estava tudo apagado. Enfim, não havia ninguém, meu
planejamento perfeito poderia entrar em ação. Sorri ao descer e encaminhar Mel pela clínica.
Ela parecia fascinada e não ficava na discrição. Ela olhava com encantamento cada pedacinho do
meu mundo.
Ali, eu a faria somente minha... Sem reservas, sem medo. Eu a deixaria plenamente satisfeita com
cada investida. Ela não haveria de se arrepender por estar ali comigo. Eu simplesmente vou mostrar
a ela o porquê a quero. E porque a mereço...


Sério, por Deus, não há som melhor no mundo inteiro do que ouvir o gemido dela tendo um
orgasmo!
Por todo céu, é algo tão divino possuí-la, que mal consigo parar em pé. Ela é saborosa demais. É
moldada especialmente para mim. Não existe Juan sem Mel, e eu mostrei a ela que não pode existir
Mel sem Juan. Espero que ela tenha sentido e acreditado nisso fielmente.
Cacete, roubei seu último gemido num beijo apavorante. Fizemos um sexo maravilhoso, e, pelo seu
olhar encantador, ela estava plenamente satisfeita e sorria com se soubesse que havia me deixado
também. Porra, mal me continha em pé! Eu mal conseguia respirar. Ela havia roubado todo meu ser.
Estava em frangalhos!
Ajeitamos as roupas nos devidos lugares, e quando fechei o zíper, estava de costas a ela, e Mel me
surpreendeu ao perguntar:
– Você iria fazer algo aqui mesmo? – meu coração disparou. Apesar de sua voz estar divertida, ela
poderia achar que só estava aqui para comê-la. Na verdade, minha intenção foi essa, mas eu não só
queria foder, não penso assim com a Mel, eu queria estar dentro dela, mas de uma forma diferente,
que eu ainda não sei explicar.
– É, é... Não!
Não mentiria a ela. Eu não fui lá para fazer nada relacionado a clínica, fui até lá para matar um
desejo sem fim dela. Pensei a semana inteira sobre fazermos amor ali, e matei essa minha fantasia,
aliás, que foi muito melhor do que eu poderia imaginar.
– Me trouxe aqui só para me comer?
Bem, enquanto eu queria mostrar boas intenções, talvez não foi isso exatamente que ela pensou.
Como eu havia pensando, Mel não é muito sentimental, e parece não acreditar em algo futuramente
com a gente. Fiquei até chocado com o que ela disse. Enquanto minha mente idiota dizia em fazermos
amor. Ridículo eu pensar isso. E mais ainda ela dizer que eu só queria comê-la.
– Não fale assim, parece selvagem!
Eu adoro ser selvagem na cama, adoro fazer isso com a Mel. Apesar de fazer algo mais para o
carinhoso do que para o selvagem. Desde a nossa primeira decidi que a Mel merecia muito mais do
que somente fodê-la gostoso. Eu quero fazer isso, mas também quero mostrar que me importo com
ela, e que gostaria que ela sentisse essa ligação que faço enquanto estamos transando. Acho que ela
sente, só evita mostrar a real. Mas não vou desistir, ainda mais depois do que senti nesse sexo na
clínica. Eu jamais esqueceria do que fiz aqui. Todos os dias irei me lembrar de que a peguei de
quatro em minha cadeira. Só de pensar nessa lembrança tão próxima, meu pau vibrou novamente.
Depois do que disse sobre comê-la, Mel foi um pouco mais sensível, mas ainda perversa. Ela não
quer mostrar de nenhum jeito o seu lado romântico. Ela quer mostrar que é segura, que não quer se
envolver. Mas com cada pequena frase boba que soltava, eu vejo o quanto está envolvida por mim, e
que morre de ciúmes em relação ao meu passado. Ao mesmo tempo, que é segura, ela é muito
curiosa.
Sinto que adorou que tenha trazido ela aqui para ter um sexo no consultório. Algo proibido. Mas,
sua curiosidade em sua fala um tanto despretensiosa me irritava levemente, quando perguntou cheia
de maldade, acusando que eu trazia outras aqui. Disse a real pra ela, que nunca tinha feito isso. Sua
reação é de surpresa, algo que me irrita um pouco mais. Porque acharia que eu ficaria fodendo
estranhas no consultório? Onde é um lugar sagrado a mim. É meu trabalho, porra.
Tentei esquecer esse fato e me concentrei em dizer o que se passava, queria que ela tivesse
confiança em mim. Então revelei mais uma vez:
– Estou a fim de você...
Encarei aqueles olhos verdes que estavam levemente arregalados com minha verdade. Acho que
agora ela definitivamente sentiu o que quero com ela.
– Eu também...
Duas palavras. Eram duas palavras que esquentou todo meu coração. Eu não estava totalmente
perdido em minhas ilusões. Ela me queria de alguma forma, só não queria se entregar pra valer.
Preciso mostrar a ela como se entregar pra valer. E ela vai me ouvir e aceitar! Custe o que custar.


Ela me chamando de doutor enquanto ainda montava sobre seu corpo era demasiadamente
prazeroso.
Levei Mel até meu apartamento, e sem esperar ela respirar depois do nosso sexo no consultório, eu
a joguei sobre minha cama e a deliciei como ela merece. Fiz o melhor carinho que uma mulher
merece. Deslizei toda minha paixão sobre essa mulher. E a desejei em cada parte que merecia.
Percebi que durante todo nosso momento na cama, o olhar dela me buscava. Era como se ela
quisesse enxergar essa verdade que estava sobressaltada em nós. Ela queria sentir uma única
verdade. E essa eu sentia nela.
Mel quer ser amada, mas tem medo de amar. Eu quero estar ligado a ela, e quero mostrar que estou
disposto a amá-la, ela só precisa se permitir a isso. Também tenho medo de me entregar geral e ela
dizer não. Tenho receio quanto a isso. Quero tanto dela, que mal consigo raciocinar em como chegar
a essa conclusão.
Enquanto eu metia meu corpo entre o dela, buscando ficar o mais próximo possível, seus lindos
olhos me encaravam. Olhei profundamente e vi seu medo de se entregar. O meu dizia a ela: entrega-
se querida, não tenha medo. Eu vou te curar, eu vou te salvar e te amar loucamente...
Como em algumas batidas perfeitas de seu coração fui me entregar? Como eu poderia amar uma
mulher que conheci em poucos dias? Como eu queria passar o resto de minha vida com uma mulher
que não queria se abrir totalmente para mim?
Duas estocadas lentas e profundas... O gemido dela me preenchia e fazia esquecer essas questões.
Entretanto, o que eu queria no momento era esquecer por um segundo de conquistá-la. Mas era
impossível. Meu coração aclamava para conquistá-la. Para deixá-la pronta para quando eu fosse
dizer a verdade.
Mel gemeu roubando novamente minha atenção.
Eu preciso senti-la. Eu quero seu sabor.
Cessei as investidas e desci com os lábios em seu sexo. Nossa, ela estava tão molhada, tão quente.
Sua abertura rosada como pêssego maduro, quente como brasa, havia uma doçura única, uma
sensação de contentamento me arrebatou enquanto minha língua desenfreada entrava e saia. Mel
gemia. Eu grunhia sobre sua pele. Trazendo o melhor orgasmo para seu momento.
Eu não me importei se não gozaria, eu queria sentir seu prazer em minha boca. Sua vagina se
contraia em minha língua, enquanto seu corpo tremelicava abaixo de mim. Levei as mãos em seus
mamilos e os acariciei, apertando-os cuidadosamente. Era isso que ela gostava. Um sexo decente e
cheio de carícias e orgasmos. Um sexo oral dos deuses, completo e cheio de surpresas.
Quando eu mordia seu clitóris macio e inchado, Mel arqueava as costas, e quando isso acontecia,
era porque seu clímax estava próximo. Tirei por um segundo a boca de seu sexo e disse com a voz
rouca: Goze pra mim, Melzinha...
Ela gozava lindamente. Ela gemia prazerosamente... Todo meu desejo se concentrava em sempre
fazê-la gozar pra mim. Meu orgulho era tanto, que eu roubava seu gemido e seu orgasmo para mim.
Era só meu. Ela pensava em mim enquanto eu dava seu prazer múltiplo.
Quando cessou seus gemidos, invadi seu espaço, penetrando-a e bombeando dentro dela. Mesmo
que seu orgasmo já havia passado, eu sempre sentia sua parede vaginal me engolir com muito tesão.
Enquanto eu ainda a penetrava com força e desejo, passei a beijar sua boca, mostrando a ela seu
sabor. O gosto do qual amo. Ela me beijava fervorosamente. Buscando novamente gozar comigo.
Apertava suas coxas ao meu redor e contraia sua bocetinha enquanto me recebia. Passei a conhecer
seus movimentos, quando fazia isso, era uma forma de me dizer: é assim que eu gozo.
Apertada... molhada... Os meus movimentos eram os mesmos que os delas... Até que gozei! E a
deixei gozar novamente em meu pau. Éramos divinamente moldados um para o outro. Ela só precisa
enxergar claramente isso. Pois ela já sente!


Alguns segundos se passaram, eu a encarava depois de nosso pequeno papo. Estava começando as
coisas ficarem estranhas. Na verdade, transparentes. Eu sentia seu medo. Ela sentia minha
proximidade. Minha paixão que saia em brilho nos olhos. A intensidade com que eu a olhava
permitia mostrar a ela o que queria de verdade.
– Por que tem medo? – senti um nó no peito ao dizer isso. Não sei se quero ouvir sua resposta.
Meu coração acelerou com o olhar que me direcionou. Ela estava assustada, e eu estava medo de que
se levantasse e fosse embora. Adiantei-me para ela saber o que eu estava sentindo. E ela também. –
Por que você apenas não vive o momento? Sinta isso...
Senti que ela queria escapar de mim. Contudo, seus olhos vadiavam ao redor e voltavam para mim
cheios de esperança e desespero. Ela quer acreditar, só não se deixa levar. Comecei a entrar na dela,
no jogo que está fazendo seu coração se fechar. É agora ou nunca. Preciso desfazer esse gelo que ela
colocou em volta de si.
– Sente isso? – encarei seu olhar verde. Meu azul em seu verde. Uma combinação sem fim. É
quente e incisivo.
– Sinto. Sua pele – sua voz soa áspera. Mordaz.
Eu não acredito nela.
Perguntei mais duas, três e quantas ela me permitir. Eu não acredito que ela não queira se entregar.
Perguntei novamente se ela sente o meu coração bater por ela.
– Não faça isso...
É a única coisa que sai de seus lábios apertados e seus olhos estão cheios de uma dor que eu não
conheço, talvez até ela desconhecesse essa dor, não quer mostrar esse lado. Ela mesma se esconde
sobre essa verdade que só ela conhece.
Ao mesmo tempo, que se mostra quente e real aos meus sentimentos, ela luta para acreditar na
realidade vivida ali, mas ela se esconde atrás de suas desilusões. Será que alguém a machucou tanto
assim que não quer permitir que esta gostando de mim?
Isso não pode ser verdade, não é só sexo.
Insisti em dizer sobre nós. Está apenas acontecendo sem que nós consigamos controlar. É fato. É
um sentimento puro que nasceu através de um sexo selvagem. Mas, que agora não é apenas mais um
sexo. Mel parece compreender, mas evita firmemente. Comecei com a voz suave, contando a
verdade.
– Não tem como voltar mais. Aconteceu! – assim que as palavras saíram docemente, enviando a
ela os mais puros sentimentos.
Mel se encolhe levemente, perguntando a mim o que havia acontecido. Decidi por breves segundos
dizer-lhe a verdade que está nos sufocando. Que está claramente estampado.
– Estamos apaixonados! – exclamei cheio de certezas e com doçura. Ela precisa acreditar nessa
verdade e, principalmente, sentir e acreditar...
7- Primeiro ataque
O que aquela vadia fez com minha garota?

Loucamente apaixonados, eu deveria ter deixado claro. Mas não, apenas joguei a real pra
ela. Mel permaneceu em silêncio e muito pensativa. Ela fez tanto silêncio que pegou no sono. Acho
que ponderava sobre tudo que acabou de ser dito. Toda a verdade exposta de uma forma que jamais
pensou em viver. Bem, eu acho que nunca se apaixonou antes, e isso tudo deve ser novo a ela.
Fiquei por longo minuto admirando sua beleza estirada em minha cama. Na verdade, Mel estava de
costas para mim. Nua e linda daquela forma. Senti sua respiração entrar e sair de seus pulmões, e
apenas por alguns momentos ela se esquecia e ficava tranquila. Mas logo voltava a respirar com
dificuldade.
Só que, Mel estava apenas fingindo estar dormindo. E eu apenas fingindo que estava acreditando
naquilo tudo.
Dei um tempo para ela.
Para absorver tudo sobre a questão. Para relaxar e viver intensamente o nosso momento. Eu só dei
esse espaço, pois eu também estava tendo o meu.
Encarei infinitamente o teto do meu quarto. Que por vezes parecia me engolir, me tirar dos braços
dela e me dizer: você foi adiantado demais. Entretanto, minha paixão ardente por ela, me trazia de
volta a realidade e eu sentia seu cheiro perfeito que exalava e pensava: eu quero essa mulher para o
resto dos meus dias. Sem dúvidas. Sem medos. Eu a quero simples assim.
Levantei da cama, vesti minha cueca e fui até o banheiro. Lavei o rosto e fitei meus olhos que
estavam risonhos e esperançosos. Sequei o rosto, me limpei do nosso sexo, e voltei para cozinha,
tomei um copão de água para retomar as energias. Eu iria fazer amor de verdade. Só vou esperar
nossa conversa. Só espero que venha algo positivo. Que passamos a ser chamado de alguma coisa.
Deitei novamente ao seu lado. A respiração dela voltou a brincar. Fingida. Sorri sem ela ver, mas
acho que ouviu, seu corpo movimentou levemente. Aproximei-me até ficar colado ao seu corpo. Senti
seu coração se acelerar. Ela estava acordada.
– Vai continuar a fingir por quanto tempo, mocinha?
Movimentei seu corpo quente. Mel grunhiu algo ininteligível. Ri alto dela e mexi novamente em
seu corpo, pedindo para ela parar de fingir. Além de gostosa essa mulher, ela era uma boa atriz, mas
eu sou melhor ainda. E quando digo que sou melhor, sou melhor em fazê-la ficar atiçada.
Virei seu corpo para mim, deixando-o bem colado. Dei uma forte mordida em seu pescoço, eu a
deixaria roxa se não parasse de graça. Outra no braço, e desci para meu lugar favorito. Seus peitos.
Ali também era um de seus pontos fracos. Ela gemeu toda atiçada e arrepiada: golpe baixo. Eu sabia
jogar sujo tanto quanto ela, mas Mel queria me enganar e voltou a ficar de bruços, isso sim é golpe
baixo. Olhei para aquela bunda perfeita e bem moldada, deveria acerta-lhe um tapa maravilhoso e
bem dado. Sinto que ela implorava por isso, mas ao invés disso, passei a beijar sua nuca, cheio de
carinho e sensualidade. Baixando sua guarda. Ela não esperava por isso, e vi sua bunda empinar em
minha direção. Suas costas toda arrepiada. Gemi no pé do ouvido o quanto era safadinha, e só estava
me atiçando. Fiz o que realmente me implorava. Acertei um tapa na bunda. Ardeu, pois ela se virou
com o rosto levemente corado e seus olhos mostravam-se vidrados e atiçados com a brincadeira.
Ela grunhiu que estava brava. Rá, brava nada, está toda molhadinha e querendo mais disso.
Chamou-me de safado, quando é ela que quer que eu seja assim. Eu não me aguentei de vê-la tão
perfeitamente nua em minha frente. Agarrei aqueles cabelos vermelhos soltos e espalhados sobre
seus ombros, e a beijei feroz, mordiscando seus lábios e devorando seu fôlego. Senti que sorria em
minha boca. É isso que ela deseja. É por isso que está comigo. Sou seu lego perfeito.
Mel com sua perfeição me surpreendeu ao tocar com firmeza minha imensa ereção na cueca. Sorriu
com sua cara de ninfeta e me fez perder o rumo das coisas. Eu deveria apenas penetrá-la com toda
força. É assim seu olhar sobre mim. Mel quer disfarçar nossa conversa com sexo selvagem. Ela esta
achando que está conseguindo me enganar, mas eu sou mais esperto do que ela. Pois simplesmente
acatei seu medo, e vou fazê-la falar. Agora.
– Vamos conversar?
Perguntei com coragem, mas ela novamente fugiu do assunto. É incrível como ela ainda me priva
de entrar em seu coração. De conhecer suas fraquezas e de amá-la como deve. Ela simplesmente nega
a fazê-la feliz.
“Fui criada para não ter medo!” – é triste ouvir isso. Seu coração está em frangalhos, eu nem ao
menos sem o porquê! Ela não me diz.
Ela não me diz, droga!
Tentei mostrar a ela o meu olhar carinhoso, o quanto eu queria que isso desse certo. Mas uma
brecha dela, a deixa vulnerável, e é então que se abre somente um pouco. Fazendo meu coração
sentir-se amado. Ela me quer, mas não se entrega.
– Você destruiu o muro que cuidadosamente fiz por anos, sabia disso? – isso, me conte tudo, meu
amor. Não disse a ela, mas sorri de uma forma alegre. Mostrando toda minha confiança para dizer o
que quisesse. Mostrar o que o seu coração precisava dizer: Ela tem medo de amar!
Por longos segundos esperei ela dizer essa verdade. Ela se calou, consentiu.
Mas quando voltou a falar, estava mudada, não estava mais ligada, seus olhos verdes escureceram
com o que disse: ela não quer amar! Diz que não serve para isso!
Que merda é essa?
Eu não aceito essa desculpa ridícula, fala sério? Como uma pessoa tão amável como ela pode se
deixar tão pra baixo assim?! Realmente não aceito essa desculpa ridícula. Como poderia deixá-la
pensar dessa forma?
Questionei o fato, e o que encontro em seu olhar não é nada romântico, ou mesmo como se ela
estivesse ligada ao mesmo assunto. Em seus olhos eu vejo luxúria. Ela me olhava com lascívia. Não
é possível!
Ela finalmente me encarou, soltou uma frase inteira de bobeiras, dizendo que suas regras inúteis é
ela que faz.
Como se atreve a me dizer isso? Que sua regra é não se apaixonar!
Como podemos escolher não querer isso em nossa vida, sendo que, isso acontece quando menos
pedimos! Eu nunca pensei em me apaixonar tão rápido, mas aconteceu, e eu não vou largar a mão
disso! Ela também está apaixonada por mim, senão ela não estaria aqui!
– Qual é a sua? Por que não se entregar a isso? Alguém a feriu? – finalmente me desengasguei e a
encarei bravo sobre essa questão. Ela não deve me comparar a ninguém. Eu não vou feri-la. Eu vou
amá-la como deve! Ela não enxerga isso?
Droga, eu estou cego por essa mulher! Que ao menos quer tentar.
– Eu mesmo me feri, tirei meu coração! – respondeu friamente.
Sua voz é fria, presa, indiferente. Como se lembrasse de algo dolorosamente vital. Como se
buscasse não ter lembranças remotas. Ela não quer se abrir. Ela diz que isso é justamente para não se
ferir. Mas que droga, eu não vou machucá-la como quem quer que seja que fez isso a ela. Preciso
convencê-la desse meu sentimento. Estou entrando em desespero por mim e por ela. Agora que me
entreguei não posso deixá-la escapar. Preciso fazê-la entender esse meu sentimento.
Através de doces palavras disse tudo que sentia a ela. Que ela era jovem, linda, não precisava
temer o amor. Só que Mel consegue me tirar do céu e do conforto de seus braços e me levar ao
inferno de palavras mal colocadas. Quando disse para amar loucamente, ela mencionou sexo como
algo louco e prazeroso. Porra, qual é a dela? Ela quer somente me ferir para desistir disso?
Ela que vai achando que as coisas são fáceis assim! Não mesmo, Mel.
Ela dá de ombros para tudo que falei. Parece uma criança birrenta. Por alguns segundos, desejei
me levantar e correr dessa mulher tão amarga. Por alguns segundos até questionei sua inteligência por
ser tão tola em ignorar esse sentimento tão puro. É algo tão grande que não consegue enxergar com
clareza. Ela quer ser pequena eternamente, mas estou aqui para segurá-la no que for. E arrastá-la para
mim, até ela conseguir manter-se firme...
E quando ela enxergou o que era isso, soltou as palavras com certo desprezo, isso me dói e o que
vou dizer vai doer mais ainda.
– Você está realmente disposto a mudar isso? – encarou-me e mal sabe o que posso fazer. Ela não
crê nela mesma sobre suas palavras que me machuca.
– Estou, Mel – olhei com tanta intensidade quanto consegui para me manter são. Ela verá do que
sou capaz por esse amor. – Vou mostrar a você o quão está errada sobre a vida. Não quero que sofra.
Se não quiser ficar comigo, pelo menos, se dê ao luxo de se amar primeiro! – falei com dor cada
palavra, pois sei que acima de tudo, ela se ama. Ela se valoriza. Eu nunca, jamais vi isso em uma
mulher. É por isso que eu a quero. Porque ela me fez ver o quanto é importante.
Ela ficou quieta, refletindo cada palavra que saiu da minha boca. Foi um tapa dos fortes, mas se eu
não fizesse isso, ela não acordaria para a realidade da qual está prestes a viver. A plena felicidade.
E ela não poderia deixar escapar. Não assim tão impiedosa. Comecei a contar a ela todos meus
sentimentos, de como vivi minha vida inteira e não seria ela, exatamente a pessoa que mais quero que
fosse me fazer desacreditar no que estou sentindo.
Não é justo forçá-la, contudo, eu estou sendo sincero – bem, um tanto possessivo –, mas ela
precisa ver e aceitar. Senti em seu olhar a confusão pelo momento. Deixei meus lábios buscarem sua
pele que já necessitava de um carinho meu. Beijei todos os cantos em busca de deixá-la sentir meu
amor. Minha paixão ardente, meu desejo sem fim. Sua boca buscava a minha com ânsia de não parar
nunca mais. De ficar ali eternamente. Seus lábios sussurram sobre a minha:
Eu aceito.
É inacreditável. Eu tenho meu sim. Eu tenho a Mel pra mim!
Não consigo conter um sorriso bobo. Encarei-a sobre sua frase curta de duas palavrinhas
abençoadas.
– Você vai ser minha namorada? – cacete, eu nem havia feito o pedido, tinha me esquecido disso.
E ela acabou aceitando mesmo assim. Segurei seu corpo que estava pendurado sobre minhas mãos ao
seu redor. Mel me encarou com o olhar vidrado.
– Não.
Foi sua única palavra.
Repeti mais firme e larguei sem querer seu corpo de volta na cama. Ela não estava de graça e
ainda acrescentou que é uma péssima namorada.
Droga, a Mel só pode estar de gozação.
Ela se inclinou para me beijar, desviei, queria sua atenção ao que estávamos conversando. Ela fez
uma leve careta. Senti que soltou um palavrão em sua mente perversa.
Ficamos por cinco longos minutos questionando sobre o fato de ser ou não ser uma boa namorada.
Caralho, ela é incrível. Como poderia ser uma péssima namorada?! Acho que talvez seu olhar e sua
boca maravilhosa pudessem provar isso num boquete prazeroso. Enquanto ela me chupava, olhava no
fundo dos meus olhos. Pensei sobre esse fato, mas esse era o olhar dela sobre mim.
Eu venci a batalha. Ela se rendeu e entregou a bandeira branca!
Isso, baby, eu vou te fazer a mulher mais feliz...
– Vem cá, eu vou te amar!...
Com essa promessa de amor eterno, eu a peguei com carinho, devolvendo-a para minha cama. De
onde ela jamais irá sair.
Seu corpo será meu lar, e aqui será o seu ninho de amor e prazer.
Vamos encontrar nosso equilíbrio. E vou fazer sempre meu melhor. Um sexo selvagem com ar de
amor prazeroso...
– Mel, eu só quero que você saiba de uma coisa, meu anjo... – enquanto eu a penetrava sussurrei
em seu ouvido. Nosso orgasmo estava por um triz.
– Diga doutor, diga... – esse gemido dela é o melhor. Ela deliciosamente rebolou sobre mim, me
puxando para mais perto. Nosso suor estava escorrendo e mesclando o nosso sabor.
– Melzinha, eu sou completamente seu... Nunca se esqueça disso, ok? – gemi em seu ouvindo
sentindo na língua todo seu arrepio. Mordisquei seu pescoço enquanto ela gemia.
– Sim, nunca me esquecerei...
Fiz desse momento o orgasmo mais limpo e delicioso de nossas vidas...


Noite agitada, depois de três orgasmos muito bem feitos de minha parte, mostrei a Mel o quanto
estou disposto a amá-la e satisfazê-la.
Mal a deixei se acostumar com a claridade, envolvi seu corpo numa brincadeira lenta e prazerosa.
Ela havia acabado de voltar do banheiro, toda cheirosa e pronta. Assim que toquei o meio de suas
pernas, que por algum milagre estava de calcinha, senti seu úmido quente. Porra, ela sabe realmente
agradar! Sempre pronta.
Enquanto deslizava minha língua sobre seu pescoço, mordia a fina pele abaixo da orelha, Mel
gemia suas vontades. Deslizei torturando-a lentamente até arrancar a fina calcinha que tinha acabado
de colocar. Senti sua barriga se contorcer ao passar por ela, e aqueles peitos fartos com seus
mamilos intumescidos e macios. Tirei por completo sua roupa e por alguns segundos a admirei. Eu
havia acordado daquele jeito, e por mim, ficaria o dia todo dentro dela. Sentindo sua carne macia me
receber... era tesão demais essa mulher. Eu precisava dela. Não enrolei, pois minha ereção estava até
dolorida. Meu pau conhecia exatamente o lugar, o caminho do paraíso. E por si só, invadiu aquele lar
que ele tanto necessita estar...
Mel agarrou meu corpo, trazendo-me para cima dela com fervor. Recebia-me a base de estocadas
firmes e fortes. Lentas e prazerosas. Eu abria caminho sobre seu corpo. Tocava sua alma através de
meu olhar firme e certeiro. Até mesmo em alguns momentos travessos. Era divertido fazer essa onda
de emoção surgir sobre nós. Era impossível não querer brincar o dia todo sobre seu corpo. Ela
passou a ditar o ritmo sobre nós. Mais forte... Mais lento... Assim...
Por um único momento me deixei tão vulnerável que me sentia fraco e forte. Assustado e
revigorado. Era uma mistura sem fim sempre fazer amor com ela. Mas agora precisava de algo mais
forte. Queria gozar fortemente sobre aquele corpo. E não há nada mais selvagem do que pegá-la de
quatro. Mel adora essa posição, e diz que quando quisesse algo mais intenso, era só colocá-la de
quatro. É uma posição do caralho! Eu mal me concentro, pois olhar aquela bunda perfeita era uma
das coisas mais excitante entre quatro paredes. Ela empinou aquela bunda maravilhosa, eu a sentia
bater contra meus quadris. E como adora essa posição, ela sabe abusar absurdamente sobre isso.
Rebolava deixando-me louco!
Nossa respiração passou a ser a mesma. Eu a segurei firme e estocava até sentir meu corpo latejar,
eu sentia atingir seu ponto G. quando gemia mais firme, como um grunhido de uma gatinha. Era um
gemido sensual com um som de risadinha. Quando ela soltava esse tipo de gemido, eu sabia que
estava prestes a gozar.
Toquei os peitos que estavam suspensos e necessitados dos meus toques. O arrepio e o
endurecimento dos mamilos que me fascinavam sempre. Conforme os apertava, eu trazia seu corpo
para mais perto.
Mel esperta e ninfeta em seu sexo, ela sabia exatamente a hora que iríamos gozar. Era sempre uma
sintonia linda e perfeita. Abriu levemente as pernas me recebendo mais fundo. Deixei algumas
palavras de carinho e perversidade sair do fundo da garganta, querendo sentir seus batimentos e a
pressão sobre meu pau. Ela fez... e com isso gozamos prazerosamente...
E aquele som maravilhoso saiu novamente.
Mel sorria gostosamente sobre meu pau!...


– Bom dia, bom dia, bom dia! – cheguei cantarolando feliz ao entrar na clínica.
Era notável a minha felicidade. Sou o rei da alegria e do amor!
– Uau, doutor Juan que alegria contagiante! – Raquel disse alegre.
– Estou realmente feliz! Sou um homem de sorte! – cheguei mais perto encostando ao balcão. Os
olhos dela brilharam.
– Hum, arrumou uma namorada?! – concluiu por si só. Abri meu melhor sorriso. Sinto que ela e
mais duas mulheres pararam de respirar.
– Sim! Eu estou namorando! – quase gritei para todo mundo ouvir. Mas não foi preciso, a pessoa
mais importante dali ouviu ao adentrar a clínica.
– Quero saber todos os detalhes! – ouvi a voz rouca dizer.
– Só se for agora! – exclamei cumprimentando meu pai com um aperto forte.
Deixamos a recepção e fomos direto para minha sala. Meu pai se acomodou, mas antes pediu dois
cafés para Marisa.
– Então? – perguntou já com um sorriso confiante. – Como as garotas da recepção ficam sabendo
antes de mim? – senti um ar de ciúme em seus olhos brilhantes.
– Paizão, ela é demais... – suspirei e fui colocar o avental. Sorri junto dele ao voltar aos olhos
nele.
– Está apaixonado! – dizia alegre. Uma alegria sincera.
– Com licença! – Marisa entrou e deixou os dois cafés na mesa.
– Obrigado – dissemos juntos. Ela saiu logo sem olhar para trás.
– Sim, definitivamente estou apaixonado. É bom demais sentir-se assim!... – senti que sorria como
bobo. Mas nem tava ligando pra nada.
Eu estava apaixonado!
– Isso é maravilhoso. Precisamos conhecê-la. Sua mãe ficará feliz com a notícia!
– Sem dúvidas. E vocês vão adorá-la. Mel é incrível, paizão!
– Ela te fisgou, hein, garotão! – disse gargalhando.
– Estou de quatro por ela! – só de pensar na Mel, fico com um tesão absurdo.
– Pensei em dar-lhe um conselho sensato, do tipo: vai com calma. Vai conhecendo-a primeiro e
depois quem sabe, entregue seu coração. Mas filho, vejo que você já tem o controle de tudo. Apenas
deixe fluir esse sentimento, da forma em que esta, foi da mesma maneira que me encantei por sua
mãe. Foi rápido, sem dor, e melhor, eterno... – seu olhar era compadecido e muito carinhoso. Ele só
queria me ver feliz.
– Paizão, eu não quero outra coisa, há não ser ela! Sinto que com a Mel, eu sou uma pessoa
completa. Sinto-me dela. Não preciso de mais nada... – falei sério e confiante. Como se eu tivesse
me tocado sobre esse verdadeiro fato. Não precisaria ter medo de nada. Agora já sabemos o que
sentimos.
– Não é cedo demais? Quanto tempo vocês se conhecem? – bebericamos o café juntos. Encarei
aqueles olhos azuis como os meus e disse tranquilo e na seriedade.
– Nunca será cedo para ter o amor da Mel. E não importa o tempo que a conheço, só sei que já é o
tempo suficiente para ver que a amo. Estou perdidamente apaixonado por ela.
– É recíproco? – perguntou desconfiado.
– Pelo que sinto, sim.
– Não me pareceu sincero...
– Paizão, ela é uma pessoa extremamente difícil. Ela não se entrega fácil. Mas, sinto que tem o
mesmo sentimento, só não diz por medo de eu fugir... – falei baixinho. Como se estivesse me
avisando.
Não fuja...
– Você tem medo de perdê-la?
– É claro!
– Mas não está forçando a barra, não é? – ele estava com as mãos cruzadas em cima da mesa, me
olhava atentamente. Eu jamais mentiria para meu pai, e muito menos forçaria algo desse nível. Será
que foi isso que fiz?
– Não, ela quer estar comigo! – respirei exasperado.
Da forma que essa conversa deu rumo, eu parecia um louco que estava forçando a barra para ela
ficar comigo. Mal sabe meu pai a selvageria que somos na cama! Ele jamais duvidaria disso. É ali
que a Mel demonstra todo seu amor por mim.
É a única forma que sabe... por enquanto!
– Depois vamos combinar algo. Precisamos conhecer a mulher que dominou o Sr. Galã Vasco! –
brincou e saiu da sala, deixando-me refletir sobre o papo.


Fiz meu turno cansativo. Hoje só atendi homens – que foi até um conforto. Quando não tem mulher
durante o dia, fico até aliviado. Elas me pressionam demais. Preciso ser 100% atencioso. São
carentes demais. Isso cansa!
Já com os caras, tudo é objetivo. É no máximo um bom dia, fazer o trampo, e mandá-los embora.
Pronto. Todo mundo feliz.
Apesar de pensar nisso somente hoje, eu deveria ter só pacientes homens. Cansaria muito menos!
Fatão.
Quando estava entrando no carro para ir embora, o telefone tocava descontrolado no bolso. Era o
Thiago.
– Fala aí, mala! – atendi alegre. Eu precisava contar a novidade, mas pelo seu ar de arrogância ele
já deveria saber.
– Que porra louca é essa? Mas já?! Mais um trouxa compromissado! – explodiu, só que ele não
parecia confortável.
– Algum problema? – perguntei sem resquício de brincadeira na voz.
– Não seu porra, chega aí pra conversar!
Desliguei e em vinte minutos já estava com ele.
– Quem te contou? – já intimei ao cumprimentá-lo.
– Carla, né! Quem mais poderia? – disse meio bicudo.
Thiago estava estranho, até mesmo desconfortável.
– Não gostou? – perguntei tomando um gole generoso da cerveja.
– Está louco?! Claro que gostei. Quero que seja muito feliz – desviou os olhos. Acho que ele
estava de mal humor. Deveria ser falta de sexo, só pode! Estava parecendo uma adolescente birrenta
de TPM.
– Estou louco por ela! – revelei. Ele me fitou sério.
– Já?! – disse friamente.
– Aham. Na verdade, nunca quis assumir, mas desde que me contou dela já senti essa paixão! –
sorri e encarei aqueles olhos cor de mel intenso do meu primo. Estava distante.
– Que bom. E qual foi a reação da Mel? Como ela está encarando isso? – deu um gole na cerveja.
Indiferente.
– Eu iria te perguntar o que Carla falou sobre isso!
– Só disse que tinha uma novidade maravilhosa. Que vocês enfim assumiram o namoro! Parece até
esses clichês de novela. O casal principal que assume o namoro fora das telas! – bufou novamente
indiferente.
– Caralho, Thiago, você realmente não parece feliz com isso! – falei bravo. Essa indiferença dele
estava me irritando. Qual é a dele?
– Merda, eu e a Carla brigamos, é por isso que estou assim! – explodiu em minha frente. O fitei.
Thiago nunca ficou assim.
– Eu não tenho culpa dos seus problemas! Quer conversar, vamos conversar, mas não desconte sua
fúria em minha felicidade! – Thiago me encarou absorto.
– Desculpe, cara! Sinto muito, de verdade.
– Tudo bem, sabe que eu te escuto pra tudo. É só conversar! Agora, só não viaja em descontar
suas broncas em mim.
– Eu sei. Mas e aí, como ficou a Mel? – seu sorriso voltou ainda sem brilho. Seu olhar era vazio e
distante. E sua fala saiu por sair. Resolvi ignorar o fato.
– Ela ficou relutante, sabe, não queria assumir que gosta de mim, mas ela me mostra de outras
formas, maneiras inimagináveis... – sorri perversamente. O olhar dele brilhou.
– Imagino. Mel é extremamente difícil de desvendar, mas não é impossível...
–Verdade. Ela é demais...
– Ela está apaixonada? – perguntou curioso. – Sente isso nela?
– Acho que sim, mas sei que gosta de mim.
– Acha mesmo que ela vai ceder? – perguntou do nada. Seus olhos eram frios.
– Como assim ceder? Estamos juntos, ela quer isso. É o que importa! – essa conversa me fez
ligeiramente lembrar de mais cedo que tive com meu pai. Caralho, será que estou tão cego que não
consigo enxergar algo?
– Sei lá, não tem medo de ela te deixar a ver navios e cair fora? Já que não se apaixona por
ninguém. Não tem sentimentos e não se apega a nada!... Ela só quer curtir a vida, você está disposto a
dar somente isso a ela?
– Como sabe disso? – perguntei intrigado.
O que ele sabia que eu não sabia?!
– A Carla. Ela me conta algumas coisas... – deu de ombros e bebeu o resto da cerveja. Eu me
forcei para não ser ignorante, mas fiquei muito intrigado. Carla falava demais.
– Não sei, não quero pensar nisso. Quero só curtir a vida ao lado dela. Estamos bem. Entendemo-
nos em todos os sentidos... deixa o tempo dizer! – concluí.
– Hum, bem, desejo sorte aos dois.
– Valeu.
Fiquei mais alguns minutos por ali com ele. Thiago parecia distante e ficou com o celular o tempo
todo apitando em mensagens. Disse que era a Carla pedindo desculpas. Levantei depois de quatro
cervejas e fui pra casa. Hoje não veria a Mel, mas amanhã nos aguardava. Sairia cedo e passaria na
casa dela. Ficaria dentro dela...


Combinamos um jantarzinho na casa da Mel, iríamos receber Thiago e Carla para comemorar o
namoro. Mel está ainda apreensiva e não quis nem aliança. Achei estranhíssimo já que mulher adora
essas coisas, e num namoro a primeira coisa que elas pedem é a tal aliança. Fala sério, Mel ganha
todo dia meu respeito por ser quem é. Ela todo dia me surpreende.
Fui mais cedo para ajudá-la com as coisas. Comprei nosso jantar. Eu não gosto muito de vê-la
longe dos meus braços quando estamos no mesmo ambiente. Então para adiantar as horas para termos
tempos para namorar antes de eles chegarem, já fiz a boa.
– Juan, você é muito descarado! Você não me quer na cozinha, só para foder em todos os cantos,
não é? – eu estava agarrado com ela presa no batente da porta de seu quarto. Ela ainda estava se
vestindo para o jantar. Segurei o riso enquanto mordia seu pescoço. Essa mulher é demais.
Desbocada que só ela. Mas eu amo.
– Melzinha, eu só quero ter mais tempo com você... – gemi puxando alguns fios de seu cabelo para
o lado e lambia sua orelha.
– Sei, mais tempo dentro de mim! – disse batendo nos meus ombros. Seu olhar já me queimava e
acendia nosso fogo.
– Aonde mais eu poderia estar do que aí dentro...? – minha voz rouca levava minha preciosa ao
delírio. Enfiei a mão dentro da sua calcinha, Mel gemeu revirando aqueles olhos verdes. Meu pau
inflou rapidamente. Eu a pegaria ali mesmo. Encostada na parede.
– Juan, se for me comer aqui, faça logo, não vou aguentar ficar na tortura!... – mordeu fortemente
meu tórax. Eu ri de sua safadeza nítida. Essa é minha ninfeta!
Sem pedir ou avisar, Mel escorreu seu corpo no meu, ficando de joelhos. Estava com um rabo de
cavalo bem preso. Sorri ao deslizar os dedos por seus fios vermelhos. Agarrei aquele punhado de
cabelo preso. Ela olhou pra cima e sorriu perversamente. Abriu meu zíper e puxou a cueca branca.
Ela adora.
– Doutor Juan, cueca branca só para me atiçar? – estava com os dedos em minha ereção. De
joelhos para mim, era a perfeição. Mel iria me chupar e eu iria explodir!
– Só para te foder, Melzinha... – ao dizer tais palavras, ela mesma não aguentou e agarrou com as
duas mãos. Engolindo minha ereção cheia de alegria e sensualidade. Junto o contato visual que ela
nunca deixou de fazer. Ela sempre me chupa olhando em meus olhos. Segurei firme aquele rabo de
cavalo. Ela grunhia com meu pau em sua boca.
– Está gostoso, eu fodendo sua boquinha linda? – puxei seus cabelos tirando sua boca de mim, ela
sorriu balançando a cabeça que sim.
– Goze em mim... – pediu com os olhinhos pequenos, cheios de luxúria e paixão.
– Como quiser, baby... – enquanto ela me chupava cheia de volúpia, eu encarava aquele olhar que
estava me fascinando a cada dia, a cada sexo. Mel é sempre perfeita e merece sempre meu melhor.
Até mesmo meu orgasmo límpido a ela. Gozei decentemente a ela enquanto sua boca me recebia
confortavelmente.
– Ahhh... Você. É. Perfeita. – grunhi ao subi-la e virando-a na sequência deixando-a na parede. Eu
iria chupá-la até fazê-la gozar, uma, duas, três vezes... incansavelmente. E depois, iria entrar
fortemente dando os espasmos a nós dois.
– Porra, Juan...
Mel explodiu em seu quarto orgasmo. Depois foi para o banheiro cambaleando. E eu fui atender a
porta com nossos amigos.


– Trouxe sorvete e biscoitinhos para sobremesa! – Carla me abraçou e os dois entraram.
– Obrigado. Fiquem à vontade! – falei com um sorriso rasgado.
– Juan, tá sujo aqui... – Thiago disse me zoando apontando para minha boca. Empurrado meus
ombros.
– Cadê a Mel? – Carla sentou-se e perguntou da amiga.
– Foi tomar um banho rápido! – pisquei a ela, que ficou corada como tomate.
– Nossa, ela não sabia que viríamos? – Carla disse também rindo e cheia de graça. – Andaram
passando batom pela casa? – explodiu numa risada divertida.
Ajeitei minha camiseta e levei as coisas para a cozinha. Assim que voltei, Mel estava lá com
Carla.
– Cara, pode guardar pra mim, está calor aqui! – Thiago entregou a jaqueta e junto a bolsa da
Carla.
– Vou deixar no quarto da Mel, ok?
– Aham. E aí, vamos jogar algo? – Thiago estava à vontade, mais dinâmico e não tão chato e
apreensivo como outro dia.
Sentou-se na mesa de canto e ficou me fitando quando voltei do quarto. Ele já estava de bem com a
Carla, então estava de bom humor.
– Não estão com fome? Nossa, eu estou faminta! – Mel disse rindo descaradamente. Eu havia
deixado-a com muita fome. Mas o olhar que lançou parecia que ainda havia fome do nosso sexo.
– Nossa, por favor, cessem essa louca vontade, sinto a tensão sexual por toda a casa! – Carla nos
aconselhou. Eu levaria de boa a Mel para o quarto e mataria novamente nossa fome sexual.
– Para de graça, mocinha, senão levo esse homem ali atrás e será bem pior o que vocês vão ouvir!
– Mel piscou pra mim, tive de virar e disfarçar para Carla não ver o meu pau que subiu
imediatamente. Olhei para Thiago, ele mexia num vaso da Mel.
– Que foi, Thi? – perguntei me aproximando, ele deixou o vaso no lugar.
– Nada, só achei bonito! – deu de ombros e colocou as mãos no bolso.
Sorri e fomos para um jantar amigável.
Rimos, jogamos videogame e bebemos pra caralho. Estava até meio zonzo quando Thiago chegou
no sofá pedindo as coisas para irem embora. Carla e Mel conversam descontroladamente. Eu estava
um caco.
– Cara, pega lá no quarto da Mel, a segunda porta no corredor a sua direita – pisquei pesadamente
e quase estava dormindo. Eram quase quatro horas da madrugada. Bebi muito e estava encachaçado
até o talo. Fechei os olhos por alguns segundos e só senti uma mão pesada sobre mim. Nem liguei e
permaneci com os olhos fechados...
Tudo rodou e parou de uma vez só.


– Está melhor? – a voz da Mel parecia que estava num auto-falante. Bem amplificada. Cerrei os
olhos e fechei as mãos em concha na frente dos olhos. – Pelo visto não... – sua risada era tão doce.
Sorri sem ela ver.
– Melzinha, dormi pesado e nem despedi do pessoal, que coisa feia! – tentei falar o menos
possível. Minha cabeça explodia.
– Você estava ruim. Assim como o Thiago. Aff, vocês entornaram o caneco! Eu e a Carla ficamos
só fofocando e nos divertindo. Vocês pareciam dois bobos rindo de tudo, enchendo a cara! Agora fica
com essa cara de ressaca! – disse melosa. Colocando a mesa de café da manhã.
– Nem fizemos mais nada? – perguntei encarando seu olhar divertido.
– Eu te chupei durante a noite! – engasguei com o café e ela sorria.
– Que delícia... – gemi passando a mão em sua coxa. Ela abriu levemente me recebendo entre suas
pernas. E já estava quente. – Pena que não me lembro...
– Mas, você pode me recompensar agora, que tal? – abriu mais as pernas e já estava sem calcinha.
Puta merda, meu pau vibrou involuntariamente querendo estar dentro dela. Meu dedo encontrou seu
úmido, gememos juntos. – Por favor... não me deixe fervendo... – gemeu em meu ouvido buscando
beijar minha boca.
– Não precisa pedir de novo, baby, eu vou te recompensar agora, vamos, abre essas pernas
maravilhosas, amor!
Mel bateu palminhas de alegria.
Que mulher acorda assim? Querendo prazer, implorando por ele, querendo ser chupada embaixo
da mesa! E ainda por cima, fazendo olhinhos sexies para me convencer de algo que adoro fazer. Essa
Mel é um fogo de mulher! Minha menina incansável!
Abaixei na mesa cuidadosamente. Encarei aquela abertura. Estava embaixo da mesa, de joelhos na
frente da minha ruiva. E iria chupá-la até gozar em minha boca. Às nove horas da manhã! Fala sério,
eu sou o cara mais sortudo do mundo...


Mel estava no quarto ajeitando as coisas, fiquei estirado no sofá jogando videogame, ela nem
reclamou de mexer nas coisas dela. Apesar de ela ter só joguinhos de menina, fiquei rindo dela, e
disse que iria lhe presentear com jogos de macho. Ela riu e disse: se isso te manter mais tempo aqui,
pode me dar, só que deve ser uma jogada, uma trepada! Ela me deixa louco com essas propostas
indecentes.
O meu celular vibrou na mesa, corri pra ver se era o meu pai avisando sobre alguma viagem, mas
não, era o Thiago.
– Onde você está? – perguntou de supetão.
– Oi pra você também, caralho! – soltei numa explosão de gargalhada.
Depois que conheci a Mel, vivo assim, uma explosão de felicidade. Isso é tão bobo, mas é a real.
– Ah, vai tomar no cu, cara! Tô com uma ressaca brava! Mas e aí, tá na Mel ainda? – disse com a
voz amarga. A ressaca dele estava bem pior que a minha.
– Sim, vou ficar o dia todo por aqui, por quê?
– Por nada, eu iria ver uns carros, mas acho que vou outro dia!
– Vai trocar a caranga?
– Tá na hora, né! Mas falô aí, depois a gente se fala.
Ele desligou e voltei ao meu jogo. Mel ficou desfilando somente com uma camiseta minha. Ela
sabe provocar melhor do que qualquer uma! Se ela passar mais uma vez aqui daquele jeito, eu vou
fodê-la no chão mesmo.
Depois dessa opção perversa que pensei, ela demorou para passar, mas passou. Perdi totalmente o
controle sobre meu jogo, já não me concentrava esperando por ela passar. E quando isso aconteceu, o
susto dela foi tão grande, pois eu já estava atiçado, pronto pra ela. E, claro, Mel está sempre pronta!
Por Deus, ela é sempre divina e quente. Joguei seu corpo que estava coberto apenas por uma
camiseta, não a tirei, apenas me encaixei firmemente ao seu meio e a penetrei de uma forma violenta.
Com força. Mel passou a gemer alto, pedindo: com força, doutor. Com toda força...
Eu atendia veementemente seu pedido com glória. Enquanto estocava fortemente, minha boca
mordia e roubava seus beijos envoltos aos seus gemidos. Aquele gemido de gatinha mimosa surgiu e,
consequentemente com ele, nosso orgasmo.
Nossa, por todos os deuses, que gozo maravilhoso! Eu já mencionei que o som do gemido dela é o
melhor som do mundo?
Sim, mas repetirei para todo o sempre. Pois é ele que me fascina e me preenche por inteiro. É só
dela que eu preciso. Uma dose diária sem fim...
– Você é muito descarado! – ela se levantou e se limpava em minha frente.
– Você é muito gostosa. O que pensa em ficar desfilando em minha frente desse jeito?! – apertei
seu corpo junto ao meu. Poderia fazer tudo de novo. Ela apertou minha ereção dentro da cueca.
– Contenha-se. Vou até o mercado, quando voltar faremos um 69! – piscou pra mim. Aquela frase
junto a piscada me deixou duro que só a porra.
– Sua deliciosa! – a beijei fortemente. – Volte logo, vou fazer algo incrível! – minha cabeça –
aliás, as duas – pensava nas possíveis e maravilhosas posições.
– Pervertido! – ela saiu rebolando deliciosamente em minha frente indo para o quarto. Fui atrás.
– Vamos dar uma rapidinha antes de ir!... – gemi implorando.
– Juan, deixa eu me trocar, vamos tomar café, depois...
– Você me negando sexo?! – encostei ao batente e a encarei. Mel estava com um vinco na testa.
Ela queria sorrir, mas não o fez. – Eu posso hipnotizar você e fazer loucuras... você quem sabe!...
– Engraçadinho, não vai me ganhar com essa sua carinha e fala mansa...
– Não, baby, eu a quero na cama... de quatro pra mim... Prometo te chupar primeiro e depois
penetrá-la com carinho, até o fundo... – fiz minha oferta.
Ela chegou pertinho. Bem pertinho, soltou um gemido profundo, agarrou meu pau dentro da cueca e
sorriu.
– Eu disse que já volto. E fará com toda certeza tudo que prometeu! – beijou-me carinhosamente
deixando seu sabor para mais tarde.
– Então vá logo! – ela saiu de fininho. Sorrindo e rebolando. Era tudo que eu teria no momento.
Uma reboladinha safada.
– Ah, deixa eu te falar, ontem peguei o Thiago no meu quarto. Até assustei, ele estava de frente ao
espelho, e quando me viu, senti que disfarçou... – disse despretensiosamente abanando as mãos
quando estava perto da porta.
– Ele foi buscar a jaqueta e a bolsa da Carla que eu tinha deixado lá. Estava bem louco, nem deve
lembrar-se do que fez! – avisei rindo, ela concordou e foi para o mercado.
Estava sentado quando ela voltou. Eu já iria chegar chegando. Iria arrastá-la para o quarto e
iríamos fazer loucuras. Mas, quando me aproximei...
Que porra é essa?
– O que foi isso, amor? – Mel entrou em meu campo de visão e pude visualizar com clareza. Ela
estava com o rosto arrebentado. – Você caiu? – perguntei e ela fugiu de mim, ficou andando de um
lado ao outro na sala. Parecia nervosa. Aliás, muito nervosa. Estava por um fio, e estourou com a
pessoa errada. Ela gritou horrores, me fazendo ficar sem entender. Até que soltou: quem é a filha da
puta da Vanessa?
O que aquela vadia fez com minha garota? O que eu faria pela Mel... Que porra é essa? Será que
aquela idiota arrebentou minha Mel?
Fiquei atônito por alguns segundos e Mel reclamava gritando pela casa inteira. Fui para cozinha e
trouxe um pano molhado. Eu queria raciocinar direito. Saber como tudo aquilo teria acontecido. Mel
estava brava demais e seu olhar estava furioso em cima de mim. Porra, mesmo.
Eu queria ligar para aquela policial filha de uma puta e xingá-la até não poder mais, até não existir
mais palavrões a ela. Quando me toquei o que a Mel disse, sobre eu estar com ela na festa de
aniversário, explodi dizendo que não. Ela é uma maluca, jamais imaginei que seria capaz disso.
Fiquei apavorado de como a Mel estava, soltei involuntariamente. Eu só queria saber se ela estava
bem.
– O que ela te fez? – Mel se afastou e gritou.
– Porra, além disso? Além de arrebentar meu rosto? – apontou o rosto onde tinha dois roxos com
sangue, perto da boca e da sobrancelha.
Bufei quando ela tomou o pano de minhas mãos. É uma porra mesmo, não queria brigar com ela.
Mel estava certa em ficar nervosa, mas merda, eu só queria ajudar. Queria saber de tudo. Ela foi se
acalmando e me contou o ocorrido. Explodi dizendo que a encontraria e falaria umas boas verdades.
Ela me proibiu e fez prometer que não encontraria Vanessa. Mas sei quem pode fazer esse serviço
pra mim.
Levei-a até o quarto e a deixei encolhida. Mel soluçava de vez em quanto. Quis ser forte e não
chorar em minha frente. Mas em minha cabeça fervilhava com ódio daquela maldita.
Beijei onde estava começando a ficar roxo, e em minhas lembranças de vez em quando via a Mel
dizendo fazendo beicinho: Juan, dois tapas!...
Ela era tão meiga, tão linda. Minha menina incansável. Mesmo com o rosto arrebentado por aquela
vadia, era a mulher mais linda da face da terra. Meu peito se encheu de vontade e amor. Deixei-a ali
até pegar no sono e descansar da surra gratuita que levou por minha conta.
Policial filha da puta.
Fui até a sala, peguei o celular e disquei ao Thiago. Ele poderia me ajudar nessa. Eu estava muito
furioso, realmente muito emputecido com toda essa situação, ele deveria me ajudar.
Thiago atendeu no segundo toque. Contei todo o ocorrido a ele. De início parecia indiferente, mas
logo disse que tentaria entrar em contato com a Vanessa para resolver esse mal entendido!
Caralho, não foi um mal entendido, foi uma agressão. Deixei bem claro. Ele compreendeu.
– Fala pra ela que pode até ser da polícia, mas eu também tenho meus contatos! E que ela vai se
foder bonito nessa por ter mexido com a pessoa errada! – grunhi nervoso esperando que Thiago
dissesse algo. Até que respondeu enfadonho:
– Falô, machão, recado dado!
Ele estava de brincadeira com a minha cara?!
8- Dias perfeitos
“Dias felizes e perfeitos, são os dias que tenho ao lado dela...”

Alguns dias depois a imagem daquele incidente ainda estava crua em minha mente. O primeiro
ataque sem sentido de Vanessa na Mel. Thiago disse que conversou com a vadia e ela mencionou que
ficaria longe. Assim espero.
Só que, essa semana para acabar de foder com minha sanidade, aconteceu algo que me deixou
empertigado e muito, muito emputecido. Mel toda dada para aquele chefe dela! Que caralho é esse?
Dando tchauzinho pro Caio; mandando beijo; ele tocando a pele dela acima do cóccix... Foi
aterrorizante! Brigamos por conta disso, aliás, fiquei por três intermináveis dias sem vê-la. Ódio de
sentir ciúme enfurecido!
Malditos os dias que fiquei sem o cheiro dela! Como eu pude ser tão estúpido em fazer isso? Como
eu me deixei levar por isso?... Estou mais emputecido com minha burrada de ficar longe, do que com
ela.
Bem, na verdade, Mel não fez nada. Aliás, fez. Caralho, não. Foi aquele babaca do chefe dela.
Ficou cheio de gracinha pra cima da minha mulher! Que porra era aquela? Eu só não fui pra cima
dele, por respeito a Mel, e para ela não perder o serviço. Senão, aquele merda do caralho teria
ficado com os olhos roxos com um bom soco.
Céus, preciso me acalmar.
Fui de encontro a ela, não poderia suportar mais um dia longe, por conta de uma burrada e mal
entendido entre a gente. Não poderia deixar o ciúme aflorar logo agora. Mel estava deliciosamente
sentada ao meu lado. Silenciosa. Entretanto, seu corpo exalava quentura. Ela me queria. Eu a queria
mais do que tudo. E teríamos novamente nosso calor juntos. Somos tão únicos.
– Como você está? – arrisquei perguntar. Ela apertava os dedos ansiosos.
– Estou morrendo de saudades... – gemeu encarando-me.
Por Deus, quase perdi o controle do carro.
– Meu amor, eu sinto muito. Fui um idiota! – apertei sua mão e a trouxe para perto. Deixando sua
mão esquerda colada ao meu peito.
– Sim, você foi – sorriu cheia de doçura.
E nesse exato momento, eu me apaixonei por ela novamente.
– Juan, como pôde ficar longe... me deixar sozinha por três longos dias?... – suspirou fundo. –
Achei sinceramente que não o teria mais... Isso me fez ver o quanto sou fraca sem você... – meu bom
Deus, ela estava se abrindo.
Fiquei em silêncio. Eu precisava ouvi-la.
– Juan, você não pode pensar que irei te deixar pelo primeiro babaca que aparecer querendo me
comer! As coisas não são assim. Precisa confiar em mim! – disse mais firme. Eu encarava o trânsito
e depois olhava para ela. – Sempre fui muito independente, nunca precisei me explicar para
ninguém, por Deus, Juan, eu fiquei muito triste por não ter me ouvido – parei no farol e nos
encaramos por longos segundos. – Isso nunca foi importante para mim. Eu sempre quis só sexo.
Saiba que você é importante para mim. Não quero magoá-lo. Entende? – resolvi responder as
questões.
– Sim, Mel, eu entendo. Perdoe-me, fiquei assustado, com raiva, realmente emputecido com a cena
que vi. Desculpe, agi erroneamente. Foi um impulso rápido. Não pensei que aquilo iria nos magoar...
– Foi pior, me senti realmente mal. Fiquei pensando em tudo que evitei em minha vida. Eu sempre
evitei esse tipinho de ataque. Quero que confie em mim. Quando tiver algo errado acontecendo, irei
te avisar sem medo. Prometi ser sincera com você, mesmo que isso nos doa, nos machuque, mas será
assim. Ok? – encarou o azul dos meus olhos. Assenti e parti para minha casa. Eu queria amar
verdadeiramente essa mulher e mostrar o quanto é importante em minha vida.
Parei o carro no estacionamento do prédio. O olhar que ela me lançava era intenso e carismático.
Diria risonho, pois atrás de seus olhos verdes, eu via travessura e safadeza.
– Mel, você é muito safada, sabia? – falei ao tirar o cinto de segurança. Ela fazia o mesmo. Só que
ria em minha direção, e seus olhos corriam todo meu corpo.
Queimando-me. Tateando-me. Despindo-me.
– Sim, doutor Juan, eu sou. Muito safada... – gemeu baixinho. E mordeu o lóbulo da minha orelha.
Sua respiração estava ofegante, assanhada para cima de mim.
Num mesmo instante, Mel subia a saia até a altura das coxas, e sem se preocupar com alguma
coisa, montou em meu colo. Eu já estava pra lá de rijo, e queria muito penetrá-la. Mas, ali? Naquele
minúsculo espaço?
– Mel, vamos subir... – murmurei mordendo seu queixo. Ela pendeu a cabeça para trás e seu corpo
encostou ao volante. Suas pernas e seu sexo estavam bem grudados em mim. Eu sentia seu quente...
– Sim, mas, aqui, eu quero só as preliminares...
Sua boca já estava na minha. Rolando altos beijos intensos, fortes, deliciosos. Ela mordia
fortemente meus lábios, sem medir consequências. Ela queria ser selvagem em cima de mim.
Enquanto apertava seu corpo ao meu, deslizando e brincando de cavalgar, minhas mãos vadiam em
seu corpo. Puxando tudo fora do lugar. Mel estava com as mãos em meu cabelo, puxando levemente
na parte de cima. Sua boca trabalhava incansavelmente sobre a minha. Sem tirar para respirar. Sua
língua tinha uma habilidade incrível. Doce, quente e mágica. Mel é sempre nessa sequência.
Apertei sua bunda que estava com uma calcinha finíssima demais. Era como um fio dental. Deus,
aquilo me atiçou mais ainda. Eu iria arrancar nos dentes!
Ela se esfregava tanto que meu pau estava ficando dolorido e muito inchado. Eu explodiria se não
a penetrasse!
– Mel... vamos... agora...
– Juan, eu quero você ofegante... – sorriu ao dizer tais palavras.
– Mais? – eu disse com certa urgência.
Dessa vez, ela soltou uma gargalhada! Que delícia...
Seu pescoço estava para trás, mordisquei-o inteiro. Seu gemido foi intenso. Ela puxava mais forte
meus cabelos, empurrava deliciosamente seu corpo contra o meu, e sentia as fortes mordidas que eu
dava.
Comecei a perceber algo naquela mulher safadinha que me pertencia. Ela estava buscando seu
orgasmo. Passou a se concentrar, focar naquilo. Deixei. Queria ouvi-la gozando. Queria saber que
aquele orgasmo era meu. Puxei novamente sua bunda para seu sexo encostar perfeitamente em minha
ereção. Ajeitei-me sobre o banco. Ela inclinou as costas e movia rapidamente suas cavalgadas. Ficou
nesse processo sem penetração. Eu estava duro demais, sentindo sua pulsação, sua respiração
ofegante. Até que ela voltou sua atenção para meus lábios. Puxou minha boca de seu pescoço e foi
mordendo enquanto gemia como uma gatinha. Ela estava gozando...
Eu era o cara mais orgulhoso do mundo todo...
– Ainda quero mais...
– Eu sei sua incansável! Pensa que não estou ligado na sua, gata?! Vamos, eu vou foder você
inteirinha, Mel...
No elevador ainda trocamos beijos ardentes. Até chegar ao meu andar, praticamente eu estava
quase gozado. Se sentisse o cheiro do sexo dela, já gozaria!
Para se ver o limite da coisa toda!
O cheiro do sexo exalava da gente. Quando abriu em meu andar, Dona Clarice estava esperando o
elevador. A tensão estava tão grande entre a Mel e eu, que era palpável. Estávamos desarrumados e
vermelhos. Mel com a roupa toda fora do lugar, seu pescoço e rosto vermelhos por conta da minha
barba por fazer. Nossos cabelos estavam só por Cristo! Olhamo-nos rapidamente e sorrimos sem
vergonha alguma. A única coisa que a Mel teve noção de fazer, foi colocar a bolsa dela na minha
frente. Para cobrir a forte ereção. Dona Clarice deveria saber que estávamos quase transando no
elevador. Sorrimos em direção dela, que sua única atitude foi desviar os olhos.
– Tenha uma boa noite, dona Clarice! – falei sendo simpático. Ela não me respondeu e entrou no
elevador. Antes de ele fechar pude vê-la analisando o lugar. Vendo se tinha algo diferente. Deveria
ter deixado minha porra todinha ali no canto. Assim poderia fazer jus a cara feia dela!
– Abre logo a porra dessa porta, doutor! – Mel grunhiu atrás de mim. Eu mal tinha visão para
isso. Deveria pegá-la ali fora mesmo. Ela estava me desconcentrando, encostando o corpo no meu e
deslizando as unhas fortemente em minhas costas.
– Melzinha, porra, não estou me concentrando! – ela tomou a chave da minha mão e abriu
rapidamente. Só que, foi uma besteira dela ficar em minha frente!
Por segundos, eu não vi mais nada, bati a porta com o pé, e arremessei o corpo dela contra o chão.
Jogamo-nos livremente caindo um por cima do outro. Houve um chiado de sua parte, mas nem
ligamos. Arranquei a camisa do serviço dela, a saia joguei longe. Ah, sim, a calcinha... respirei
fundo e foquei aquela pequena peça cor-de-rosa. Linda. Perfeita. Renda... Mel estava ofegante,
excitada e, muito, muito molhada. Eu via uma pequena poça no centro de sua calcinha. Eu estava no
meio de suas pernas abertas. Seus olhos verdes me diziam: vai logo! E o meu dizia: aprecie e
rasgue...
Passei as mãos entre seu corpo, subi suas coxas e desci para as canelas. Mel tapou os olhos
buscando manter controle de seu corpo agitado. Tive paciência e degustei um pouco mais de seu
prazer sobre mim. Eu brincava com minha presa...
Tirei minha camisa branca, jogando-a longe. Desabotoei meu jeans, desci o zíper ainda olhando
aquela pequena peça. Antes de tirar minha calça, tirei o sutiã dela. Aqueles benditos e perfeitos
peitos. Uau. Atiçados, mamilos intumescidos na medida do nosso prazer. Tão linda... tão
rosadinhos... cheios de pintinhas em volta de sua auréola. Eu nunca tinha visto um peito daquele
jeitinho. É simplesmente maravilhoso e perfeito.
Seu corpo se contorcia sobre meu olhar. Ela queria que eu a tocasse, chupasse, mas, eu estava
apenas brincando... de torturar.
Subi meu corpo e fiquei em pé, enquanto ela estava estirada no chão, só no meu aguardo. Tirei o
jeans sempre mantendo o foco em seu olhar. Azul no verde. Verde no azul. Imensidão de prazeres...
Troca justa de amor.
Jeans e cueca fora do lugar. Uma ereção duríssima apontada pra ela. Segurei com firmeza e movia
em vaivém.
– É isso que você quer, Melzinha?... – falei bem baixinho. Encarando sua boca levemente aberta
que parecia salivar.
– Yes, eu quero aqui... – apontou sua bocetinha úmida e quente. – Aqui... – sua mão subiu
deslizando o meio dos peitos. Hum, espanhola. Sorri. Ela sorriu junto. Suas mãos vadiavam aquele
corpo delicioso, e a minha trabalhava na parte mais dura do meu. – E aqui também... – disse
enfiando seu dedo médio todinho na boca. Chupando-o lentamente. Deixando-o entrar e sair cheio de
graça. Não aguentei mais esperar. Ajoelhei em sua frente. Abri suas pernas e as deixei com os
joelhos flexionados. Mel gemia bem baixinho e ainda chupava seu dedo e olhava em meus olhos.
– Seu desejo é uma ordem, baby... Mas antes, me chama de doutor! – ordenei com a voz rouca de
desejos. Mel tirou o dedo da boca e o levou até seu mamilo firme.
– Yes, doutor, agora venha... com força!
Ela dizendo isso é a perdição!
Deus, obrigado por isso...
Seria até pecado fazer oração durante essa nossa safadeza, mas esqueci e me concentrei no que era
pra fazer. Rasgar aquela pequena e fina peça rosa!
Levei as mãos em sua barriga, ela não tinha noção do que eu iria fazer, e tenho quase certeza de
que iria brigar comigo depois, mas mesmo assim, iria adorar!
Brinquei com os dedos no contorno da calcinha, analisando o corte dela. Enfiei os polegares dos
dois lados, fingindo que iria tirar. Ela fez que sim com a cabeça. Eu fiz que não. E então, enfiei os
dedos em dois buraquinhos e abaixei a boca até a calcinha. Com dentes e unhas rasguei a tal peça.
Essa foi moleza!
As tiras ficaram em minha boca. Parecia um animal. E, sim, eu era. Com fome da minha presa.
Num movimento rápido, penetrei-a com força, Mel gemeu alto. Fiquei parado e grunhi com a peça
ainda na boca. Encarei seus olhos vidrados e apaixonantes. Naquele momento eu queria dizer: eu te
amo. Mas me segurei e estoquei mais fundo e mais forte. Fiquei nesse revezamento até deixar nosso
clímax perto de atingir. Segurei firmemente a calcinha entre os dentes, só para não deixar escapar
três palavras fortes. Foquei em apenas fazer um bom sexo, sem palavras doces. Sem romantismo.
Essa selvageria não pedia isso.
Apesar de que, olhando-a agora abaixo de mim, gemendo como uma gatinha, perto do seu melhor
orgasmo, eu poderia apenas sussurrar em seu ouvido o quanto a amo. Isso seria mais do que perfeito.
Seria completo. Mas eu travei. Não fiz, e deixei meu orgasmo tomar conta da minha mente. Do nosso
corpo. Do nosso alívio. Gozamos um para o outro.
Completando-nos sempre...


– Como é bom matar a saudade... – disse toda meiga. Puxei-a para meu corpo assim que voltou do
banheiro com cheiro de banho. Estava vestindo só minha camiseta.
Ela fica gostosa demais assim. Ela sabe, é por isso que faz.
– Como é bom tê-la aqui comigo... Ah, Mel, você faz uma falta danada! – falei dando beijinhos
leves em sua nuca. Seu cabelo estava seco, mas as pontas perto da nuca estavam molhadas. E estava
com um incrível cheio de sabonete de pêssego.
– Doutor, você precisa aprender a controlar seu ciúme! – disse lembrando o fato por qual ficamos
três dias sem se ver.
Estúpido idiota! – xinguei-me mentalmente.
– Prometo me controlar.
Seria uma promessa em vão?
Bem, eu não sei.
Mas o fato é que até mesmo o Thiago viu aquele babaca dar em cima dela. Será que a Mel não se
toca que o cara está querendo levá-la pra cama? Ela é esperta demais, sabe disso melhor do que
ninguém. Como poderia ficar calado em relação a isso, droga! Thiago ficou o tempo todo comigo na
festa, e mencionou umas duas vezes: Cara, esse Caio tá dando mole pra Mel!
De início nem dei trela e até mesmo ri da situação. Não dava pra imaginar a Mel nos braços
daquele cara, porra, não a minha Mel. Isso era algo totalmente fora de cogitação, mas quando
cheguei na frente do prédio e vi aquele merda tocando nas costas dela, e depois Mel mandando
beijinhos na direção dele. Caralho, fiquei cego! E fiz a merda de não falar com ela por três dias.
Contudo, esse nosso sexo de reconciliação foi o melhor de tudo isso. Estávamos de volta e
loucamente apaixonados.
Durante a semana era ruim da Mel ficar em meu apê, eu que levava algumas coisas para o dela e
ficava lá por alguns dias. Na verdade, um dia sim e outro não. Mas nos finais de semana era de pegar
fogo o nosso espaço. Revezávamos nos dois. Um dia no dela, outro no meu.
Abri o meu guarda-roupa e vi que as roupas dela aos poucos tomavam espaço, sorri com aquilo.
Bem, isso me deixava mais perdido por ela. Sentia que as coisas não poderia se afastar mais. Éramos
o que éramos. Um do outro. Fato quase consumado.
Estávamos alguns meses juntos, e ainda eu sentia alguma frieza nela. Mel não cedia ainda aos meus
desejos de fazê-la conhecer o amor. Sinto que sua mudança foi brusca, isso também é fato, mas ela
não me diz. Sempre fica quieta e responde ao meu amor somente na cama. É no sexo que vejo o
quanto está ligada a mim. Pois simplesmente se entrega demais. Ela dá duzentos por cento de seu
amor em minha cama. Isso ela sabe demais, e ainda por cima, sente.
E com medo do que isso pode acontecer, eu também nunca disse que a amo. Tenho medo de ela se
levantar e ir embora. E dizer: foi legal tudo que tivemos, mas tchau. Por vezes que tentei dizer, ela
fugiu da situação não me permitindo em dizer. Parece que sente e foge. Um dia eu vou encurralar essa
mulher e vê se isso é verdadeiro.
Enquanto isso, nós só estamos mesmo nos conhecendo e fazendo muito sexo selvagem. Mel não é
nada romântica, e odeia fazer coisa calma. Nem mesmo quando está de TPM ela não consegue ficar
longe. Outro dia me disse:
“Juan, você já ouviu a palavra ‘cio’?” – dizia toda bicuda num dia em que entrei para tomar
banho em seu chuveiro, assim que cheguei do serviço.
Vi que estava agitada, mas não dizia muita coisa. Ela e essa mania de me fazer adivinhar seus
pensamentos! Como não adivinhei, fui para o banho. Ela entrou como uma fera, abriu o boxe com
tudo e me fitou com olhos ardentes. Depois de grunhir a frase, eu não sabia o que dizer, ri e ela não
gostou.
“Sim, Mel, você por acaso está no cio?!” – perguntei zombeteiro. Ela me olhou luxuriosa e
arrancou a roupa do corpo e entrou no chuveiro. Eu sabia que ela estava naqueles dias, e só por isso
não fiquei com muita graça pra cima dela. Mas era exatamente o que ela queria.
“Até que enfim você se tocou. Agora, enfia logo essa sua rola imensa em mim e cala a boca!”
Oras, eu fiz exatamente o que me pediu. E lá estava a Mel de bom humor durante o dia inteiro.
Depois desse dia inédito, toda vez que está de TPM, eu a enfio embaixo do chuveiro e meto a rola
nela! Sem dó.

Hoje já é sexta-feira e ontem não vi a Mel. Ela não conseguiria passar aqui e eu saí tarde do
serviço. Instalando mais materiais com meu pai. Que por falar nisso, estava querendo programar algo
com a gente. Um jantar em algum restaurante do centro. Preciso ver isso com a Mel, antes que me
esqueça.
Cheguei no apê e dei uma leve ajeitada, a moça que limpa aqui também estava com os braços
machucados e não pode vir essa semana, então a zona rolou solta. Mel não pode chegar aqui e ver
essa bagunça, é feio demais.
Coloquei uma samba canção e fui ajeitar poucas coisas. Como durante a semana almoço fora e a
noite apenas como besteira, a cozinha estava intacta. Só tirei o lixo e coloquei no corredor. Fui para
meu quarto, que era o principal. A cama estava arrumada, peguei só a roupa do serviço que tinha
tirado e levei para a lavanderia. Roupa branca é um saco. Apesar de que, todo mês compro pelo
menos quatro camisas e camisetas brancas e uns dois jeans. Tem uma parte do guarda-roupa que dói
até a vista de tão branco que é. Bem, ossos do ofício.
Em relação à limpeza, com roupa sou muito exigente. Odeio bagunça e sujeira. Não sei como tem
gente que vive com isso. Simplesmente não suporto. E já que a moça não veio, consegui manter pelo
menos a limpeza. Já a roupa pedirei para minha mãe enviar a empregada dela pra fazer isso. Não sei
mexer sequer em algum botão da máquina. E nunca pediria isso a Mel. Deixei as peças ali e vi que
estava se acumulando. A roupa da semana toda. Cacete, isso não é nada bom.
Voltei para o quarto com um paninho, passei na cômoda que havia uma leve camada de pó. Abri a
janela para circular um ar. O tempo estava fresco e ameno. Bom sinal, em pleno início de inverno
não estaria chovendo e nem frio. Deixei o quarto ajeitado e fui para sala. Limpei a estante e movi os
sofás para trocá-los de lugar. Puxei a estante e também mudei para deixar mais espaço. Até que não é
tão ruim fazer isso.
Fui até o banheiro, esse sim, acho que é o pior lugar da casa! Até que estava bem limpo. Eu fico
em casa só à noite, então sou bem organizado. O banheiro social não é o pior, o ruim mesmo é o do
meu quarto. Esse estava meio que uma zona, mas depois eu o arrumo. Joguei cândida na privada,
esfreguei um pouco e na pia também. Coloquei desinfetante e dei descarga. O chuveiro dali eu mal
usava. Então dentro do boxe estava em perfeito estado, tudo ajeitado. Quando voltei para meu quarto
a campainha tocou. Quem era? Olhei no relógio e era quase sete da noite. Deveria ser a Mel...
estranho, ela tem a chave.
Fui para atender, e quando abri a porta, desmontei.
– Que porra é essa, tá louca?! Quer matar o paizinho antes da hora? – grunhi encostando-me ao
batente da porta.
– Ai, Dios mio. Não papi! – brincou em minha frente e entrou no apartamento. – Estava limpando
a casa? – perguntou confusa. Encarei-a ainda daquele jeito. E mal achava palavras em minha boca.
– Ajeitando – pigarreei. – Mel... você... é, bem... está perfeita!...
Cacete, ela estava gostosa demais. Ao abrir a porta, Mel abriu o vestido e ficou só de cinta-liga
em minha frente. Uma cinta-liga preta e rosa. Perfeita pra caralho.
– E você vai ficar aí com essa cara de bobo?!
Não, eu não fiquei e nem esperei ela terminar a frase, e já estava montado nela. Em cima da
mesinha de centro. Puxei a beira da calcinha e a penetrei. Não tirei sua lingerie e não a deixei tirar
minha samba canção. Ficamos plenamente vestidos, fodendo em cima da mesinha de centro. Depois
que a virei de quatro no chão, fiz Mel gozar por duas vezes. Eu mando nessa porra toda! E ela me
domina...
Dias felizes e perfeitos, são os dias que tenho ao lado dela...


– Eu vou te ajudar, pare com isso! – Mel disse tomando o pano da minha mão.
– Gatinha, já disse, pare você com isso! Vamos pra sala namorar, vem! – tentei convencê-la com
um cheiro no pescoço. Vi seu arrepio e os mamilos intumescidos por trás da minha camiseta larga em
seu delicioso corpo.
– Juan, não vai cair meu braço se eu te ajudar, que coisa feia! – disse indo pra lavanderia. Fui
atrás.
– Não precisa lavar minhas cuecas! – gritei rindo, se rendendo.
– São elas que eu vou lavar! Vou ficar admirando suas cuecas brancas! – deu uma piscadinha.
Balancei a cabeça negativamente e cruzei os braços.
– Você fica deliciosa aqui... – gemi ao vê-la abaixada no balde para pegar as roupas brancas.
– Você é organizado demais. Olha só isso! – apontou onde estava as camisetas dobradas, as calças
empilhadas e num balde separado minhas cuecas.
– Aprendi assim – dei de ombros. Ela sorria lindamente. Faltou-me ar. Como se respira mesmo?
– Isso é muito bom! Vou me lembrar de agradecer sua mãe... – disse em minha direção. Fui até ela.
Vou tentar convencê-la a deixar isso.
– Hum, agradece também a eles por me fazer tão gostosinho... – gemi em seu ouvido, deixei as
mãos entrarem por baixo da camiseta, ela estava sem nada. Céus, ela estava molhada...
– Juan... seu... descarado... – gemeu e encostou-se na máquina de lavar.
– Você sempre fala isso... – falei sorrindo em sua pele.
– Porque é verdade. Agora, só me deixe colocar as roupas pra bater, e prometo que serei sua...
Ok, me rendi, mas tive que sair de lá, senão eu não aguentaria vê-la tão gostosa sem querer
penetrá-la a cada maldito segundo.
Saí bufando e pude ouvi-la sorrindo alto. Deveria estar rindo de minha malcriação. Joguei-me no
sofá e a barraca que minha samba canção fazia era engraçada. Eu não poderia esperar tanto tempo.
Liguei a televisão e fiquei me distraindo enquanto passava os canais. Quando estava quase relaxado,
Mel apontou na sala, toda despreocupada e nem imaginava o quanto eu estava a fim de estar dentro
dela. Ou ela sabia e sentia o mesmo?
– Vamos assistir a um filme? – sugeriu e encostou-se no braço do sofá.
– Pornô?! – sussurrei. Ela riu alto.
– Seu bobo.
– Falei sério! – ela deu de ombros. – Sente aqui... – bati na minha coxa. Ela me olhou com os
olhos brilhando, e fez que não. – O quê? – rosnei.
– Estou brincando, nossa! – só que ela veio e se sentou no sofá, não em meu colo. Ela está
querendo me desafiar. Ah, Mel, agora vou te torturar. Não encostei nela, na verdade, nem sequer
toquei nela. Senti seu corpo me chamando.
– Coloca aí algum filme! – bateu a coxa na minha. Passei o olhar da coxa dela e fui subindo, até
chegar em sua boca, ela mordia levemente a pontinha. Subi o olhar e encontrei olhos verdes ardentes.
Ela estava em chama.
– Só se for sacana! Não assisto outra coisa... – brinquei.
– Tarado, pervertido!
– Sou mesmo.
Ela se contorceu com minhas palavras. Ela me quer, mas não darei a ela o que quer. Vou fazê-la me
implorar por sexo.
– Quer pipoca? – ofereci despretensiosamente. – Eu faço!
– Não, doutor, eu quero pô-pica...
– Isso pode deixar que eu faço... mais tarde...
– Mais tarde?! – saiu como um grito estridente.
– Sim, Melzinha, você quer assistir a um filme. Então, precisamos de pipoca e guaraná! – brinquei
em sua frente, e, ao levantar ela viu minha ereção.
– Quero isso aí... – apontou com o queixo minha ereção e passava a língua no lábio inferior.
– Terá! – pausei a fala mansa. – Mais tarde... – fui pra cozinha e pude ouvi-la resmungar. De lá
fiquei rindo dela. Minha menina...
Coloquei o filme, um soft porn que tinha muitas ceninhas interessantes. Isso iria esquentar bem a
minha menina danadinha. Deixei as luzes apagadas e coloquei o balde de pipoca no colo, para
tampar a ereção que não baixava nunca. Deixei os copos imensos de refri na mesinha da frente –
naquela que tinha acabado de comer minha Mel.
Quando olhei para o lado, Mel estava encolhida no canto, meio bicuda e longe de mim. Fingi que
aquilo nem me afetava, mas porra, isso me deixava com mais tesão ainda. Os gemidos começaram na
tela e Mel começou a se remexer, cruzando e descruzando a perna. Ela estava tão acesa que eu podia
sentir sua flama de onde estava.
Foi então que ela veio buscar pipoca e me olhou com firmeza. Mordeu o lábio. Não resisti.
– Que se foda, vem, vou te comer agora!
Ela só faltou bater palmas. Seu riso foi alto e divertido.
– Até que enfim, doutor... Sinceramente achei que iria dormir de pau duro...
Puxei-a para meu colo e deixei Mel me foder da melhor forma que ela sabe. Cavalgar em cima de
mim e me levar para seu mundo. Seu céu iluminado por lindas estrelas cadentes... Assim como nosso
orgasmo!... Foi uma verdadeira explosão em violência de sentimentos...


No domingo logo cedo Thiago me ligou. Querendo sair para ver o tal carro que queria comprar.
Novamente não fui, cara, havia uma ruiva deliciosamente nua em minha cama, eu iria sair? Nem
fodendo!
Aliás, fodendo era o que mais a gente estava fazendo nas últimas quarenta e oito horas. Eita, ruiva
incansável.
Thiago não gostou muito da minha falta de camaradagem. Fazíamos tudo juntos e agora com a Mel,
ele disse que nem ligo mais para os brothers. Eu disse a ele que isso soou muito gay. Ele me mandou
ir se foder e ficou tudo certo.
Hoje Mel e eu iríamos ao shopping, estava pensando em comprar uma aliança para nosso
compromisso, mas nem sei qual será a reação dela. Tenho ainda comigo aquele medo idiota de que
ela irá se tocar onde está se metendo e vai embora. Saco!
Desviei meu foco e andamos como dois pombinhos apaixonados pelo shopping. Estava um pouco
cheio, mas não iríamos demorar, ela só queria fazer algumas compras de mulherzinha. Então
acompanhei de bom grado.
Paramos em uma loja e Mel foi experimentar algumas roupas. Fiquei sentado num banco de espera
perto dos boxes do vestiário. Tinha mais dois caras esperando possivelmente as mulheres deles.
Ficamos com cara de tacho enquanto elas ficavam como loucas trocando as roupas e saindo pra gente
ver.
Flagrei o babaca olhando pra Mel quando ela saiu com um jeans terrivelmente apertado. Eu jamais
conseguiria tirar aquela peça do corpo dela. E acho que ela mesma teria um esforço danado pra tirar.
Encarei por alguns segundos o cara e cheguei a pigarrear, ele se tocou e abaixou a cabeça.
– Isso está apertado demais! – falei baixo só pra ela. Mel olhava no espelho como sua bunda
estava gostosa naquele jeans. Aliás, gostosa demais.
– Esse é o plano, Juan! – disse dando de ombros a minha observação.
– Plano de quê? De me fazer enfartar? Ou sair brigando com meio mundo?! – falei encarando-a
através do espelho. Mel nem ligou e entrou de novo no vestiário. Cocei a cabeça e aguardei ela sair
novamente. Demorou. Os dois caras foram embora me deixando ali sozinho. Cinco minutos depois
ela me sai com outra calça, sendo que, parecia a mesma. E com outra blusinha decotada nas costas.
Na verdade, era apenas uma tira fina que prendia a blusa. Bufei. Ela me encarou no espelho.
– Ficou boa essa calça? – perguntou analisando o jeans escuro.
– Não é a mesma? – perguntei confuso.
– Não né, Juan! – bufou irritada.
Porque mulher insiste em nos trazer para fazer compra e ainda por cima ficar perguntando sobre
roupas?! Não entendo nada disso... A única coisa que eu sei é: está muito gostosa. Pronto. E, claro,
se ela quisesse depois tirar essa peça só pra mim, iria adorar vê-la tirar bem devagarzinho... Já
imaginei Mel tirando cada peça.
– Está apertada da mesma forma! – confirmei minha opinião desviando o foco dela tirando a roupa
pra mim.
– Mas está boa? – encarou-me pelo espelho.
– Está gostosa pra caralho! – revirou os olhos e entrou novamente.
O que foi que perdi?! Eu estava cheio de tesão ao vê-la e ela ainda acha ruim. Ajeitei-me no
banco, já que minha ereção apertou no jeans. Nisso a vendedora se aproximou de mim. Peguei uma
sacola e coloquei no colo.
– Ela precisa de ajuda? – perguntou chegando bem perto.
– Não, acho que não – sorri disfarçando. Seu olhar brilhou pra mim.
– E você não quer ver nada? Eu posso lhe mostrar... – ofereceu sem intenção alguma. Ou tinha?
– Não, obrigado.
– Ah, sim, mas se quiser pode me chamar, meu nome é Joyce! – estendeu o cartão da loja. Peguei
sem jeito. Iria fazer o quê? Recusar? Não, ela só estava sendo simpática. Quando fui pegar o cartão
emendou baixinho, num sussurro. – Qual é seu nome? – segurou o cartão.
– Juan – ao dizer, estendeu novamente o cartão rosa.
– Prazer Juan – assim que ela estendeu o cartão, Mel saiu com uma calça preta e uma blusa cinza.
Estava linda. Sorri, mas seu olhar me fuzilou. E a moça estava parada do meu lado.
– Que isso? – grunhiu. Fiquei sem entender.
– O quê?
– O que ela está te dando? – colocou a mão na cintura. Droga, ela está brava.
– O cartão da loja – falei despreocupado. Eu não estava fazendo nada. Mel olhou para minhas
calças, no lugar aonde não havia mais uma ereção, mas assim que seus olhos bateram lá, foi uma
ligação. Fiquei semi-ereto.
– Você deveria se colocar em seu lugar! Não está vendo que ele está comigo! Não vou levar nada!
– entrou e bateu a porta. Fiquei estático. A moça estava ali ainda. Eu a olhei e tinha um sorrisinho no
rosto. Como se estivesse se divertindo.
– Como consegue aguentar isso... – assim que disse me senti atordoado. Como ela ousa falar assim
da minha Mel? Olhei para seu cartão e ali estava seu número de telefone. Peguei o cartão e deixei-o
em cima do banco.
– Se toca! Você não chega nem aos pés dela! – a cretina entortou a boca e partiu dali. Mel no
mesmo segundo saiu, pegou a bolsa da minha mão e disparou em minha frente. Estava até com o rosto
corado e sua expressão impassível. Tomei fôlego e fui atrás dela.
Mel saiu do shopping ainda sem falar comigo. Droga, eu não fiz nada. Chegamos no meu carro, ela
parou ao meu lado, pensei em dizer algo, mas nada saiu. Ela agarrou meu pescoço e começou a me
beijar fervorosamente. Fiquei realmente sem entender nada. Pensei que estaria com raiva de mim,
mas não, ela estava cheia de tesão.
– Mel... nós estamos no estacionamento! – empurrei levemente seu ombro. Um monte de carro
passava pela gente.
– E daí! Abre a porra desse carro, e me pega ali atrás! Estou falando sério, Juan.
Fiquei sem entender e não me movi. Ela tomou a chave da minha mão, acionou o alarme e foi para
o banco de trás.
– Mel, pensei que estivesse brava...
– E estou! – sentou e me puxou. – Nunca mais trago você no shopping para fazer compra! – foquei
seus olhos que estavam risonhos e lascivos.
– Por quê? – perguntei inocentemente.
– Porque, seu gostoso, você fica me dizendo coisas sensuais, me atiçando toda! – mordeu meu
lábio. – E também, fica deixando essas vagabundas paquerarem você! – grunhiu mordendo mais forte
minha boca, buscando minha língua. – E quando eu te olhei você ficou rijo...
– Sabe que é só por você...
– Sim, é por isso que estamos aqui! – montou em meu colo.
– Não fez a compra porque ficou com ciúme... – arrisquei a dizer quando ela tirou a boca da
minha e tirava minha camiseta.
– Fiquei emputecida com tudo, mas deixei de fazer compras só pra você me foder gostoso no seu
carro. E com toda essa gente babaca passando e nos vendo! –grunhiu e ainda bem que estava de saia.
Rasguei outra calcinha. Seu olhar furioso se suavizou.
– Vamos mostrar a esses putos como é que se fode, Mel... – gemi em sua boca molhada. Ela
mordeu meu ombro enquanto soltava meu jeans. E tudo muito rápido, tirou minha ereção e montou.
Ah... puta merda...
Fizemos nossa primeira vez num estacionamento. Era muito foda! Delícia ver os outros passando e
vendo o carro se movimentando violentamente. Nós não estávamos nem aí. Não ligávamos pra
ninguém. Estávamos numa foda desvairada. Fodíamos como loucos...
– Geme, porra, geme alto, Melzinha... – agarrei seus cabelos úmidos e saboreava seu gemido.
– Ah, doutor...
Toda vez que gemia doutor, dava vontade de foder a boca dela e gozar deixando todo meu sabor
pra ela. Estava quente demais, saboroso demais. Fechei ligeiramente os olhos, deixando-a deslizar
por meu corpo suado. Ali estava quente pra caralho, e o sol que fazia lá fora deixava ainda mais
quente o carro. Esqueci de ligar o ar-condicionado, então estava quente a porra toda.
O suor escorria entre nossos corpos, e os peitos dela balançavam sobre meu tórax. Mel se
movimentava rapidamente, eu estava a ponto de bala... iria gozar... até...
Que ouvimos duas batidas fortes no carro. Paramos juntos. As respirações ofegantes e agitadas.
Olhamos juntos de onde veio a batida. Era o guardinha do estacionamento parado ao lado de sua
moto!
Como sairíamos assim? Eu não podia parar, precisava gozar e estava tão próximo... Mesmo com
essa intromissão, eu estava aceso, mas os olhos da Mel eram preocupados.
– Quer parar? – perguntei.
– Claro que não, ele que vá se foder! – essa é minha menina.
Continuamos mesmo com o cara do lado de fora. Não demorou muito. Tentamos fingir que o cara
não estava ali. Movíamos mais forte e o carro se balançava todo. Não era possível, só de saber que
tinha alguém nos espiando fazer sexo, aquilo era uma adrenalina e tanto. Gememos juntos até gozar.
Até deixar a última gotinha dentro dela.
– Juan, sai você do carro, e me joga o lenço de papel. Eu pulo por aqui pra ir pra frente! – ela
dizia rindo e se ajeitando. Nem coloquei a camiseta e abri a porta traseira. O babaca estava ali de
cara feia.
– O senhor sabe muito bem que aqui é um lugar de família. Há motéis pela cidade! Espero que
saiam daqui o quanto antes!
Ordenou com as mãos na cintura. Eu queria ri, e o fiz por um segundo. Depois fiquei sério
novamente quando voltei a encará-lo.
– Eu paguei para estar aqui como todo mundo! – indaguei e ele não me encarava. Talvez por eu
estar sem camiseta, algumas pessoas me olhavam também.
– Certo, mas aqui não é lugar pra isso! – grunhiu todo bravinho.
– Não costumamos segurar nossas vontades! – soltei um riso e ele me olhou mais feio ainda. –
Tenha uma boa tarde! – falei e entrei no carro.
Mel já estava na frente e toda vestida. Sua mão estava dentro da saia, estava se limpando. Era uma
visão e tanto.
– Sua deliciosa, olha só o que você me causa! – beijei forte sua boca vermelha. Mel me brindou
com um riso encantador. Sufocador de tão precioso.
– Faria tudo de novo!...
– Você é minha perdição!
Ela concordou e fomos embora. Em casa teria muito mais.
9- Minnie
“Eu iria me afundar, mas a levaria junto.”

Depois de tanto tempo, achei que algumas coisas mudariam. Mas está cada vez melhor! Seis
meses com a Mel... e cada dia é único. Até mesmo especial.
Ela me surpreende com sua doçura e seu encanto, mas o que ela tem mais é um apetite dos deuses.
Nunca vi uma mulher que amasse tanto sexo quanto ela. Por vezes fico assustado, com medo de não
conseguir satisfazê-la sempre que me pede. Sim, a Mel me pede sexo. Não que eu não busque, isso é
meio impossível, é só chegarmos perto e tudo já se acende.
Fiquei por dois dias fora e já estava morto de saudade. As viagens não pararam, e esse mês a Mel
ficará doida, pois estou voltando por não ter dado certo a reunião. Mas terei que voltar e ficar mais
alguns dias fora e sem o cheiro dela.
Fiz uma baita de uma surpresa a ela, cheguei rasteiramente no meu apartamento onde ela estava
toda sexy limpando. Já disse milhares de vezes que não quero que ela faça nada, mas como é
teimosamente gostosa, ela sempre faz! E também para minha surpresa ela estava novamente com um
laço vermelho na cabeça. Essa simples peça em seu corpo me excita demais. Fizemos um amorzinho
cheio de trocas e saudades. Matamos literalmente a saudade.
Almoçamos num restaurante e a tarde nós voltamos para o meu apartamento. Fiquei em pé na sua
frente, onde ela estava estirada em minha cama. Eu fitava aquela mulher com tanta paixão que ela
exercia sobre mim. Era algo tão extraordinário que me sufocava. Eu precisava revelar meus
sentimentos. Eu precisava desengasgar tudo que estava sentindo. Precisava que ela fizesse o mesmo.
E por alguns segundos, ela fez. Revelando a mim o quanto me amava. O quanto me desejava. O
quanto ela era minha... Suas doces palavras saíram sem medo de sua boca. Ela revelava o tamanho
sua obsessão por nosso amor.
– Deixar-me enlouquecer em cada gosto de seus beijos... – essa foi a sua última frase que havia
me deixado extasiado. Deixei fluir livremente as palavras.
– É por isso que eu te amo, Mel... – sussurrei encarando seus lindos olhos verdes que por longos
segundos senti um brilho diferente. Isso me deu medo.
Ela fugiria agora?
Céus, eu precisava segurá-la ali na cama, só para não fugir! Senti seu corpo afundar sobre a cama
macia com os travesseiros largados e lençóis bagunçados, fora do lugar. Seu corpo contorcia-se
levemente. E nesse mesmo instante, eu também vi medo em seu olhar. Subi rapidamente na cama, eu
precisava niná-la em meu colo, precisava segurá-la ali para não fugir desse imenso sentimento. Foi o
que fiz e ainda acrescentei palavras de consolo do tipo: que não deveríamos esconder esse
sentimento, que deviríamos apenas nos entregar. Ela me encarava absorta. Foi a primeira vez que
eu disse: eu te amo.
– Meu amor, olhe pra mim...
Eu podia sentir seu coração aclamar por essa verdade. Seu sorriso estava preso, pois ela mordia
levemente a pontinha da boca. Subi só mais um pouco o corpo para ficar junto dela. Disse com
firmeza em seu ouvido que o que ela acabou de dizer só provava que me amava da mesma forma, que
não precisava ter medo. Eu estava ali. Sempre. Mel escolhia as palavras, ela estava pensativa
olhando para o teto. Tenho certeza de que meu coração sambava como o dela. No ritmo do nosso
amor.
Conversamos por longos minutos intermináveis, onde ela me explicava sobre que nunca precisou
dizer isso. Fiquei aliviado, eu era o seu primeiro.
O primeiro cara que a amou de verdade, o primeiro que ela estava amando de verdade. Fiquei tão
orgulho ao instigá-la a se abrir. Teve momentos que parecia brava e tensa. Mas logo começou a me
beijar, derramando todo seu amor por mim. Era uma forma linda e intensa. Ela me ama.
Mel me ama!
O tom dos meus olhos mudou, ficando um azul oceânico, da forma que ela me recebia, me amava.
Era tão simples, três palavras ditas e tudo ficava num movimento precioso. Nunca havíamos nos
entregado dessa forma, e estava sendo tão límpido, tão único. Tão... nosso!
Depois de me marcar inteiro com sua dose de amor e dizer de suas formas o seu amor pra mim.
Deixando aqueles maravilhosos olhos verdes me dizer o seu sentimento. Revelar o que o seu coração
bombeava. Toda sua luxúria havia se apagado dando lugar ao romantismo que nunca tinha visto em
seus olhos. Era um momento para se registrar eternamente dentro do coração.
Mel deitou-se ao meu lado. Abraçando e agarrando-se em meu corpo. Sussurrou em meu ouvido:
– Juan... – aquele som de voz reverberou todo dentro do meu ser, derretendo e abalando meu
coração.
– Hum... – fechei os olhos e deixei escapar um gemido.
– Eu. Te. Amo.
Sabe quando o mundo sai de sua volta? Pois bem, ainda bem que ela estava ali para me segurar,
porque tudo havia sumido, estávamos numa dança somente nós dois. Embalamos nosso amor numa
tarde quente, registrando exatamente todo nosso sentimento àquele sexo maravilhoso. Ela me amou
como nunca. Eu a fiz a mulher mais feliz naquele instante.
Eu tinha o meu: sim. Eu tinha o meu: eu te amo. Eu tinha a Mel. Só minha.


Novamente não obtive nada do que vim buscar em mais uma viagem perdida. Saco. Odeio deixar
Mel sozinha. Antes isso não era problema, adorava viajar e conhecer lugares novos. As reuniões
rendiam e tudo voltava aos eixos. Só que, agora com ela em minha vida faltava sempre energia
quando não estava por perto.
Laís com seu esposo e suas filhas vieram me buscar no hotel. Ela iria para São Paulo comigo para
outra reunião. Na verdade, era uma palestra que a Colgate daria sobre novos produtos. Seria um
excelente aprendizado e muito produtivo.
Coloquei as malas dentro do carro e partimos para o aeroporto Hercílio Luz, em Florianópolis.
Antes quando eu vinha pra cá, me divertia pacas. Hoje só quero ir embora para ver a Mel. Se caso
ela tivesse aqui, iríamos aproveitar muito essa beleza de cidade.
O esposo da Laís era muito receptivo e nesses dois últimos dias que ficamos desocupados, ele fez
questão de me levar para todos os lados. Levando-nos e nos buscando. As duas meninas loiríssimas
do casal eram encantadoras, falantes e preciosas. Duas meninas levadas e muito espertas. Ficaram o
tempo todo do meu lado contando algumas de suas travessuras. Era tio pra cá, tio pra lá. Laís é
odontopediatra, e cuida exclusivamente de crianças. Ela é muito gente boa. Eu a conheci no ano
passado, num evento odonto que teve aqui em Floripa. E quando soube que teria novamente esse ano,
até me convidou para ficar em sua casa, mas preferi ficar no hotel. Ela concordou e ajeitou tudo pra
mim. Apesar de não ter nem trinta anos, era respeitosa e cuidadosa demais. Mãezona ao extremo. Era
admirável como era profissional.
Quando David, esposo dela, parou no saguão do aeroporto, as duas meninas ficaram agitadas.
Sabiam que a mãe partiria para mais um dia de trabalho.
– Bem, é isso. Espero que não cancelem da próxima vez! Pretendo voltar em breve aqui em
Floripa! – disse me despedindo com um aperto de mão ao marido dela.
– Boa viagem, quando quiser voltar, nos comunique e apareça com sua namorada! – disse
prestativo e simpático.
– Com toda certeza! – voltei para as mocinhas que estavam abraçando fortemente a mãe. – Tchau
garotinhas lindas! Foi muito legal o nosso passeio! – dei um beijinho em cada uma dela. As duas me
abraçaram juntas.
– Tchau titio, vem com a tia dos cabelos vermelhos! – eu havia mostrado uma foto da Mel no
celular para elas, já que ficaram o tempo todo perguntando de minha marida, eu ri muito com essas
pequenas.
– Mande beijos para sua marida! – disse a menor. Todos nós caímos na risada. Até colocar na
cabecinha dela que não era assim, seria difícil.
– Mando sim, pequena. Beijos e até a próxima! – elas abanavam rapidamente os dedinhos no ar.
Laís parecia triste.
– É ruim, não é? – falei baixo enquanto embarcávamos.
– Muito.
Despedimos finalmente, e partimos. No vôo Laís ficou concentrada em suas pesquisas, e eu fiquei
o tempo todo ouvindo minhas músicas que me faziam lembrar da Mel... que em menos de uma hora
estaria em seus braços...
Fechei os olhos, entrando profundamente em um transe, e por um momento disperso me vi com a
Mel...
É sentir saudade demais em ficar alguns dias, algumas horas sem se ver? Bem, agora nessa relação
em que estamos é sim. Pra falar a verdade, desde antes de conhecer a Mel eu já não queria ficar
longe, imagina agora que ela disse finalmente: eu te amo. Caralho, com todas as letras, e ainda por
cima, deixando-me marcado com toda sua graça. Quando chegar, eu vou pegá-la de um jeito novo,
único e prazeroso. Sinto tanta falta do sexo dela, do cheiro, e daquela boca que sempre está tão
vermelha...
Abri ligeiramente os olhos, pois senti meu corpo rijo. Cacete, ainda bem que Laís estava distraída
em seu livro e nem percebeu nada. O cara do meu lado dormia. Peguei a pasta e coloquei em meu
colo. Laís me olhou e sorriu. Acho que não percebeu nada, espero. Mudei de pasta no iPod e acabou
caindo numa que Mel gravou pra mim. Havia diversas músicas, até mesmo melódicas. Mel não tem
cara de que gosta disso. Olhei a lista e acabei por escolher uma banda que ela adora, e por incrível
que pareça eu também, isso foi uma coincidência que mal esperava.
Quando um tempo atrás estava fazendo aulas de francês passei a conhecer essa banda e curti as
músicas, treinava sempre ouvindo. Couer de Pirate, Comme Des Enfants iria me fazer lembrar-se
daquela ruiva...
Novamente fui transportado para seus braços confortáveis... Aquela boca macia que sempre me
recebe cheia de carinho... Aquele corpo que conheço cada canto, mas que nunca é suficiente ter dela.
Eu sempre quero mais... e mais. Seus olhos que me encaram de uma forma inconfundível. Eu me vejo
neles... E seu coração, ah, Mel, tens um coração enorme... Senti um quente subir e apertar o coração.
Até mesmo formar água em meus olhos, lavando o azul que tanto aguardava para vê-la... O nó na
garganta me fez pigarrear e abrir os olhos. Estávamos já para pousar em Congonhas. O tempo passou
rápido demais. Ótimo. Desliguei o aparelho e esperei ansioso. Eu logo veria minha paixão.
Quando estávamos descendo para pegar as malas, comecei a ficar mais ansioso. Será que ela já
estaria ali? Laís percebeu minha agitação e me encarava sorrindo.
– Está tudo bem? – disse rindo ao pegar a mala dela.
– Não, eu quero ver a Mel! – peguei ligeiro a mala e partimos dali.
E lá estava minha ruiva!
Com um sorriso sufocante. Parecia tão ansiosa quanto eu. E, meu Deus, nós ficamos algumas horas
sem se ver! Nunca aguentaríamos ficar muitos dias...
Nem pensar!
Quando estava me aproximando o sorriso dela foi ficando forçado, seu olhar estava ficando
distante de mim, além de mim...
Seus olhos não havia mais brilho. Seu sorriso ficou numa linha fina. Seu corpo estava ereto, em
estado de alerta. Eu senti, mas sorri internamente. Eu sabia exatamente o porquê dessa mudança. Só
depois de alguns segundos, me toquei. Já que seu olhar estava além de mim, aliás, atrás de mim. Fui
caminhando em sua direção. Cheguei a fazer charme. Mas ela não viu. Ela estava se impondo. Ela era
a mulher mais deliciosa que eu já vi na vida. E ciumenta. Ela viu a Laís.
E estava morrendo de ciúmes.
– Amor! – eu não só abracei-a como apertei bem forte, mostrando a ela, que eu era só dela. Só
dela. Mas, Mel com os olhos em Laís não viu isso. Seu beijo foi meio frio em minha boca.
Terei um leve problema pela frente.
Já tratei de fazer as apresentações. Mel ficou impenetrável. Brava. Firme e sisuda. Tudo ao mesmo
tempo. Eu queria pegá-la em meu colo e dar uns bons tapas em sua bunda durinha. Só para ela parar
de ser tão insegura. Percebi que ficou encarando a Laís até chegarmos no estacionamento. Quando
disse que iríamos dar carona a Laís, desejei que ela fosse mais receptiva. Mas que nada, Mel estava
fora de si. Nunca passamos por isso, tirando o dia do shopping, mas, desta vez era diferente. O olhar
dela dizia que pensava mal sobre a gente.
No carro, Laís puxou assunto.
– As meninas adoraram você, quando voltar, leve a Mel, elas irão adorá-la. É tão linda! – Laís
disse educada. Porra, a Mel nem se moveu em dizer obrigado. Encarei a Mel que dirigia sem prestar
atenção na gente. Olhei para trás e pedi desculpas com os olhos. Mel não deveria estar em seus
melhores dias. Laís continuou a conversar, falamos sobre as reuniões e como seria a de São Paulo.
– Seu marido é uma figura! Agradece a ele imensamente pela hospitalidade. Vocês precisam vir
pra Sampa e trazer as garotinhas! – agradeci assim que Laís mencionou que David havia gostado da
visita. E Mel ainda nada. Nem se quer resmungava, mas sim, ah, sim, com toda certeza ela bufava.
Vou fazê-la engolir isso. No chuveiro! Vou pegá-la de jeito lá. Só de pensar nisso, meu nervo inflou e
foquei meus olhos ardentes nela. Que dirigia sem notar nada.
Deixamos Laís no hotel. Desculpei-me dizendo que a Mel não é assim, que deveria estar pensativa
demais. Laís concordou e ainda emendou: entendo o ciúme dela, me perdoe, não quis causar um
mal entendido entre vocês. Fiquei mais puto ainda com a situação, mas descontarei naquela ruiva
gostosa que estava bicuda no carro.
Fiquei cheio de graça, mas ela não disse sequer uma palavra. Eu também passei a não dizer mais
nada, até chegar em casa. Fui até a cozinha, onde ela ficou bufando e mexendo em tudo. Foquei meus
olhos nela, cruzei os braços e a encarei.
– O que se passa nessa mente? Posso saber dona bicuda mais linda? – falei sussurrando e a
empurrei para o vão da geladeira. Mel gemeu abaixo de mim, já estávamos mais do que quentes. Ela
me provocava com palavras malcriadas, e ainda por cima, me respondia na maior cara de pau. Eu
vou foder nessa boca suja dela!
Sorri e Mel entrou no meu jogo. Ela sabe que irei fazer isso, estávamos morrendo de saudade, e
isso eram só preliminares. Eu a desafiava com meus sorrisos travessos e a olhava por inteiro. Merda,
ela estava com um jeans apertado, aquilo seria foda de tirar, mas se fosse preciso rasgaria em seu
corpo!
Expliquei tudo a ela. Na verdade, não tinha o que explicar, ela foi malcriada e muito ciumenta, e
merecia um belo castigo. Um sexo violento.
– Está vendo o tamanho da minha falta?... – eu estava descontrolado, encostei minha ereção nela
pra mostrar o tamanho da minha saudade. Não aguentaria esperar mais. Estava duro até dizer chega.
Precisava estar dentro dela. Mel sorriu me acertando um tapa nos ombros.
Deixei a boca escorregar até aquele pescoço que estava com um cheiro incrível, abri suas pernas
com as minhas. Tentando ganhar essa luta que ela insistia em resistir. Ela queria mais do que tudo dar
pra mim, e eu queria mais do que tudo penetrá-la. Mas como ela é cheia de charme, fazia seu
joguinho sujo pra cima de mim. Até que...
– Seu ordinário! – nossa, isso doeu dentro do meu jeans, a ereção iria explodir. Grunhi algumas
palavras que a excitaram da mesma forma. Porra de mulher! E é minha! Senti sua raiva escorrer por
sua boca. Ela salivava com meu olhar, com meu corpo que ainda prensava o dela sobre o vão da
geladeira. Eu iria ainda provocá-la. E fiz.
– Está com raiva, Mel?... – provoquei em um sussurro. Eu queria tirar lentamente sua roupa e lhe
saborear ali mesmo no chão da cozinha. Ela de quatro, enquanto a penetrava fortemente. Gemi em sua
frente com a visão privilegiada que tive do momento. Puxei os botões de sua blusa. Senti seus
mamilos implorando por meus lábios. Mordi aqueles peitos e deixei a língua deslizar. Ela gemia
palavras que eu nem queria saber, disse que era apenas excitante tudo aquilo. Tudo mesmo, até seu
ciúme. Mas ao dizer isso, Mel me jogou ao precipício do amor. Levando tudo de mim até o seu
mundo. Eu iria me afundar, mas a levaria junto.
– Excitante é saber, Sr. Vasco, que estou sem calcinha!... – o restante da frase nem me interessava
mais. Meu pau quase pulou da cueca quando conferi se era verdade. Caralho, era! Ela realmente
estava sem calcinha! Puta merda, que delícia...
Não pensei em mais nada, beijei, provoquei vagarosamente, desejei e comi aquela mulher da
forma que ela mais conhece. Selvageria pura. Arranquei aquele jeans dela, e a joguei de quatro no
chão. Ali, entrei e me entreguei naquele corpo de que tanto senti falta. Mel somente me recebia aos
fortes gemidos. Grunhidos. Eu gemia como um animal. Com fome e sede daquele corpo.
Ela achou um máximo o que fiz com ela depois de nosso clímax forte e poderoso. Mas o que eu
tinha em mente não era nada comparado com o que fizemos. Ela iria gritar doutor até eu me sentir
completamente dentro dela...

Se ela achou que teve múltiplos comigo no chão da cozinha, ela que se prepare para o que tenho
pra ela!
– Melzinha, você irá bufar de verdade, mas será de prazer. Vá para o banheiro! Agora – falei sem
parecer brincalhão. Eu falava sério demais.
Fui até o som e coloquei um rock pesado. Psychosocial – Slipknot. Com esse som iria pegar Mel
de jeito. Assim que fiquei de frente a ela, Mel me olhava com certo medinho. Aqueles verdes
estavam excitados e também desconfiados com o que viria. Ela sabe quando escuto som pesado a
pegada é só selvageria. Deixaria rolando as músicas até esgotá-la.
– Juan... – gemeu encostando as mãos entre as coxas. Excitada. Molhadinha...
– Doutor! – agarrei com a mão direita a popa de sua bunda desnuda, e com a esquerda segurei em
sua nuca, agarrando uns fios soltos ali. Inclinei sua cabeça pra trás e a fiz olhar pra mim. – Me
chame de doutor...
– Sim, doutor, o que deseja?... – sua excitação era meu melhor prato.
– Quero o que você quiser... – falei firme enquanto degustava seu prazer. Somente sentia o seu
cheiro. O cheiro de sua excitação. Ainda estávamos com cheiro de sexo.
– Quero sua boca... seu pau imenso... – gemeu indo para o banheiro.
– Aponte onde você quer! – ela parou bruscamente e ficou colada em mim.
– Aqui... – apontou na boca. – E aqui... todinho aqui... – enfiou o dentro em si. Aquilo era a visão
do caralho. Quando tirou o dedo de dentro de sua bocetinha quente, levou até minha boca. Pensei em
provocá-la, mas ela me destrói de tesão, Mel é sensual demais. Chupei fortemente seu dedo sentindo
o salgado e quente de seu corpo. No fundinho de seu sabor, era doce.
– Melzinha, eu vou foder você até esgotá-la. Vou foder sua boca malcriada. Vou fazer você revirar
esses olhos de prazer e não de ciúmes! Agora, vá até o quarto, pegue aquele salto que está lá e seu
lacinho vermelho. Coloque e depois me espere no banheiro. Nua. Somente com o salto e o laço.
Nada mais.
– Sim, doutor...
Deus, eu tive que me conter, precisava me controlar, iria estourar dentro do banheiro.
Assim que entrei, segundos depois escutei o toc toc do salto dela. Mel parou fazendo charme na
porta do banheiro. Grudei em seu cabelo e cintura arrastando-a para dentro do boxe. Sem pensar ou
sem avisá-la, liguei o chuveiro a empurrei pra baixo da água quente. Mel tentou se desvencilhar e riu
alto numa explosão.
– Seu filho da puta, esse sapato foi caro! – rimos juntos.
– Pago outro! Agora agache e me chupe, já que acabou de me chamar de nome feio! Vou colocar
algo decente nessa sua boca malcriada! – eu tinha a voz pesada, cheia de desejos. Mel acatou todos
eles, antes de fazer o que pedi, gemeu: Yes, doutor...
Ela não hesitou, ficou agachada no salto alto. As pernas dela ficavam lindas naquele salto, e ali no
chuveiro ela estava divinamente gostosa!
Agarrou meu pau e o chupava sem piedade. Gemia e passava a língua nele inteiro. Deixei a água
quente bater nas costas para não cair no rosto dela. Mel me chupava e lambia com fortes sucções.
Era deliciosa, pois seu olhar verde não saiu do meu.
– Está gostoso, Melzinha?... – gemi alto enquanto segurava seus cabelos envolta do lacinho
vermelho. – Minha Minnie Gostosa!... – puxei mais forte seus cabelos, ela desgrudou por um
instante.
– Está maravilhoso, Doutor Gostosão. Você tem uma rola deliciosa...
– Posso gozar em você? – pedi, pois meu desejo estava no limite.
– Deve... – uma única palavra e um jato de gozo quente...
Levantei-a assim que consegui me manter em pé. As pernas cederam um pouco por conta da sua
forte investida com a boca. Assim que ela lavou os lábios, eu a devorei e podia sentir o meu sabor
quente e forte na sua língua. Ela era divina. Mordia e me recebia em sua boca. Recuperando todo seu
tesão.
– Um brinde a sua bondade! – ajoelhei-me em sua frente. A água caia agora sobre ela, lavando
aquele corpo que era só meu. Abri suas pernas e antes de colocar meus lábios nela, olhei pra cima.
– Seu desejo é o meu desejo...
Mel encostou-se sobre o ladrilho frio, deixando a água banhar todo seu corpo, enquanto eu a
chupava, investia, saboreava seu néctar, abrindo caminho naquela carne úmida e quente. Eu saberia
diferenciar seu úmido da água do chuveiro. Tinha gosto de mel... Minha mel. Minha Minnie gostosa...
Ela deixou seu clímax todo pra mim... seu orgasmo todo em mim...
Levantei e ficamos na mesma altura, já que seu salto dava essa oportunidade. Virei de costas e a
penetrei por trás. Fortemente... com deliciosas investidas profundas, deixando-nos cansados e
exaustos, mas o tesão ainda fervia na veia. Não conseguíamos parar. Até vir um segundo orgasmo de
ambas as partes. Cedemos no chão. Mel caiu sobre mim, sentando em meu colo. Eu estava encostado
a parede fria, a água caia em meu pau. Mel o lavou carinhosamente, deixando-o bem duro, já que
estava semi ereto ao sentar-se. Ela sem pedir sentou nele. Cavalgando lentamente, deixado a água
escorrer de seu corpo para o meu. Estendi o braço e peguei o sabonete líquido. Derramei uma boa
quantia em minha mão. Enquanto ela cavalgava, lavei seus peitos que se balançavam levemente.
Aqueles mamilos rosados apontados para mim. Uma, duas, três pintinhas eu lavei. Sua lisa barriga,
seus ombros eretos, suas costas curvadas, sua cintura delineada. Suas coxas tensionadas. Sua bunda...
nossa, aquela bunda que apertava minha coxa. E por último deixei seu sexo. Aquela bocetinha que me
engolia, que me recebia dentro de si. Encontrei seu clitóris que quase sorriu pra mim, dizendo: oi,
lave-me, estou disposto a fazê-la gozar agora mesmo! Foi o que fiz. Ela aumentou a intensidade de
suas cavalgadas. Seu olhar ficou fixo no meu. Eu disse sem sair as palavras: vou gozar! Ela assentiu.
Até que toquei aquele ponto quente. Sua ligação foi direta ao meu corpo. Ligando nosso orgasmo.
Deixando-nos exausto, porém, satisfeitos.
Nós nos sentíamos muito bem... aliás, bem demais...

Depois de nosso momento de clímax vulcânico, tentamos conversar coisas corriqueiras e botar as
ideias no lugar. Sobre todos esses dias que ficamos sem nos ver. Toquei no assunto: família. Eu nunca
forcei a barra pra ela, mas também nunca quis por si só me contar. Eu fico puto com isso, quero saber
de tudo que rola, e porque sinto tanta dor em seus olhos quando menciona a família.
Algum tempo atrás, ela me disse algumas coisas, do tipo: não falo com meu pai. Minha mãe é
uma inconsequente. Ela viu o quanto falou e depois se calou. Ficou indiferente como se eu não
tivesse entendido, ou mesmo fingido. Optei pela segunda. Apenas fingi que não entendi aquela frase
desconcertada. Despretensiosa da parte dela. Eu sempre senti que Mel gostaria de se abrir, mas ainda
tem um gelo imenso em volta de seu coração. E como prometido, eu disse que ajudaria a mudar isso.
E vou.
Cheguei a comentar com o Thiago sobre isso, se ela tinha falado algo para Carla, sobre a família
dela, se contava sobre isso. Thiago ficou de saber direito, mas disse que a Mel era mesmo muito
fechada, e que isso seria um problema, já que escondia parte de seu passado. Com essa conversa
com ele, fiquei ainda mais intrigado. Era incrível como ele parecia saber mais da Mel do que eu.
Talvez, pode ser que, ele entendia alguma dor que ela demonstrava em seus olhos. Ambos pareciam
compartilhar a mesma dor. O que eu via na Mel algumas vezes, vi no Thi. A dor por seus pais.
Deitamos esparramados pela minha cama. Mel estava deliciosa em minha camiseta branca. Seus
cabelos vermelhos soltos fazendo um contraste lindo. Depois de outro round, estávamos podres. Mas
também, toda saudade estava afundava e enterrada. Estávamos satisfeitos. Realizados. Entretanto,
como eu tenho a mulher mais perfeita de todo mundo, Mel encostou-se em meu corpo e enfiou aquela
pequena mão dentro da minha cueca. Massageando levemente meu pau semi-ereto.
– Mel, será impossível dormir com você fazendo isso, e estou muito, mas muito cansado! No caso,
se quiser algo, vire, fazemos de ladinho! – ela sorriu lindamente. Fazendo meu coração bater
ligeiramente. Ela é tão perfeita. Sufoca amar esse furacão.
– Juan, vamos descansar, amanhã cedo eu te canso novamente!
Apagamos.


Thiago me ligou, e não parecia nada bem. Queria conversar e espairecer um pouco. Fui na hora do
almoço. Teria duas horas livres, daria para botar o papo em dia.
– E aí, merdinha, o que manda? – sentamos no fundo da padaria, Thiago estava emburrado e
tomava um suco vermelho. Cheguei e já biquei o suco. Era de melancia. Fiz uma leve careta e fiz meu
pedido com a tal garçonete que me atendeu bem e depois destratou. Sorri ao lembrar e a encarei,
senti que ela ficou sem ar. Sorri novamente e voltei os olhos para o Thi.
– Pare de deixar minhas garçonetes molhadas! – falou assim que ela saiu de perto. Eu ri alto. –
Estou precisando foder com uma força de animal! – grunhiu e tomou um generoso gole do suco.
– Ôloco, cadê sua garota?! – encostei-me na cadeira esticando o corpo e colocando a mão atrás da
cabeça, estava totalmente à vontade.
– Não sei o que se passa com a Carla, cacete, ela é tão calma, tão amorosa, isso me irrita de vez
em quando! – falou entredentes. Com... ódio. Senti isso e estremeci.
– Cara, para com isso! Deveria dar valor a ela, Carla é uma moça decente, isso é raro de
encontrar!
– Mas cansa essa calmaria toda. Tô pensando ir a algum puteiro, topa?!
– Nem fodendo que vou deixar você fazer isso com ela! Se toca, cara, fica se rebaixando a isso?
Em troca de quê?
– Virou puritano agora? Se liga! Você tem tudo que quer, não precisa ir procurar, não é? Vivem
fodendo como loucos!
– Ei, ei, olha lá como fala! – fiquei com o corpo ereto. Nisso a moça trouxe minha comida. Dei
algumas garfadas e Thiago ficou na dele.
– Às vezes queria ter a sorte que você tem, sabia?! – o encarei com as sobrancelhas erguidas.
Thiago estava fora de si, só pode.
– Não está dando valor ao que tem, quando perder não venha chorar!
– Vasco, você não está me entendendo. Eu queria uma mulher como a Mel... – aquilo me
empertigou. Que porra é essa?
– Mede suas palavras para se direcionar a Mel! Ela não é qualquer uma!
– Por isso mesmo! Quero uma mulher que goste de sexo. Que não seja tranquila. Que não se
importe com nada. Que não meça palavras, que simplesmente se entregue sem sentir medo. Que
queira transar loucamente, cara, vocês trepam demais!... É invejável... – ele dizia sem olhar pra mim.
Pigarreei e soltei a porra do garfo no prato.
– Que porra é essa? Como sabe disso? – perdi o apetite com ele dizendo essas coisas sobre a
Mel. Ela não era para o bico dele.
Será que ele... Não, nem pensar. Thiago não faria isso. Encarei o olhar do meu primo. Eu queria
ver se era isso. Ele deu de ombros, desfazendo a cara de idiota que estava ao dizer tais coisas.
– Sei lá, só deduzi! – suas palavras não eram de desculpas. Ele sabia demais.
– Carla precisa saber manter a porra da boca calada! – falei sério.
Ele não disse nada. Deu de ombros e continuou seu almoço.
Um arrepio subiu por minha coluna, ficando na nuca. Cocei fortemente o cabelo, aquilo estava
estranho demais. O que ele dizia com tudo isso?
Preciso falar pra Mel controlar a boca em dizer coisas para Carla, ela contava tudo! Merda, isso
não é nada bom...
10- Desejos sedentos
“Realmente Melzinha, você não faz ideia do quanto eu te desejo, agora, goze pra mim...”

Fazer rapidinhas é uma especialidade minha, um desejo a parte. Faço isso com muito gosto e
dedicação. Não há nada melhor do que fazer as “rapidinhas” e se satisfazer como se tivesse feito um
sexo de horas. Com a Mel sempre me pego pensando e desejando estar dentro dela. E quando
fazemos umas bem sacanas, é de foder de tanto tesão.
Primeiramente quando ela vem toda sexy de lingerie naquele corpo perfeito; depois me pede para
não tocá-la, apenas penetrá-la com força. Bem, eu fiz, a levei até a lavanderia e acabei com minha
deliciosa. Fazendo-a urrar meu nome e pensar em mim durante um bom tempo. Deixei-a tendo
arrepios e frios na barriga só de lembrar.
Um pouco mais tarde ao chegar do serviço, a peguei no sofá. E até mesmo fiquei sentindo o prazer
se esvaindo e me fazendo lembrar-se de cada gemido doce que saia de seus lábios delicados. Mel
sabe exatamente o que eu gosto, e sei exatamente o que fazer e, principalmente, o que ela gosta.
Amanhã teríamos a tal festa da prima dela. Mel não fala muito sobre a Mariana, até achei um
pouco estranho quando disse que iríamos a essa festa. Ela até parecia... feliz. Fiquei meio bolado,
mas nem comentei nada. Já que não gosta do assunto: família. Vou só para acompanhá-la e fazer o
papel do bom moço educado. Aliás, papel não, eu sou um bom moço educado e, claro, o único que a
Mel já amou na vida! Eita, satisfação tremenda! Sorri ao descer do carro e me dirigir até a porta da
clínica. Que essa sexta-feira passe logo!
Quando estava chegando à recepção, as risadinhas estavam a todo vapor. Assim quando entrei,
elas cessaram aos poucos.
– Bom dia, moças! – falei cheio de energia, todo alegre.
– Bom dia, doutor Juan!
Raquel que fez as honras. As outras pareciam disfarçar.
– Meu pai não está aqui?
– Não, ele deu uma saidinha. Foi ao banco. Pediu para você atender as duas pacientes dele.
– Tudo bem! – olhei para o lado e Giseli estava ali.
Sorri e assenti um oi com a cabeça. Quando passei por elas, vi que estavam com uma sacola no
balcão. Assim que olhei ligeiramente, vi uma calcinha jogada.
– Entendi as risadinhas! – todas coraram juntas.
– Doutor Juan, nos perdoe.
– Fiquem à vontade – avisei, e olhei para o lado. – Já te chamo Giseli – ela assentiu.
Entrei no escritório para deixar minhas coisas. Fui para o consultório e ajeitei. Quando voltei à
recepção, elas estavam com uma calcinha erguida!
– Isso é muito bom! Vocês vendem? – perguntei mais por curiosidade.
– Sim. Quer olhar algo? – Raquel perdeu totalmente a vergonha e jogou a sacola sobre o balcão.
Caralho, eram diversos produtos eróticos! Elas riram da minha reação que foi: olhos arregalados!
– Vocês são bem assanhadas! O que sugerem? – perguntei rindo junto delas.
– Vamos te indicar os certos! Sua namorada gosta de novidades? – sorri lembrando-me da Mel. Se
ela gosta? Porra, a Mel é a sacana em pessoa!
– Vocês não têm noção do que ela é capaz! Separa coisas boas! Vou atender a Srta. Giseli, depois
pego – dei uma piscadela que deixou todas elas de boca aberta. Mulheres...
– Vem Giseli, me acompanhe!... – tenho certeza de que ela sentiu algo.
Recordações...
Ao entrar, fiz menção a ela para se sentar, e tentei descontrair seu desconforto.
– Tudo bem, Giseli? – coloquei as luvas e a máscara, escondendo o sorriso. Ela parecia tensa. –
Não precisa ficar quieta – falei assim que ela não respondeu. Achei estranho.
– Só de te ouvir já é demais... E não estou quieta, só estou apreciando tal beleza e recordação... –
gemeu. Caramba, ela está atiçada. Preciso me concentrar e mostrar pra ela que não tem nada a ver.
– Relaxa, doutor, aquilo foi só uma distração. Matando apenas vontades. Estou bem.
– Que bom. Vamos começar? – bom uma ova, ela só me usou, foi isso?! Fiquei meio
desconfortável e seus olhos brilhavam em minha direção. Era como uma veneração pra cima de mim.
Bem, ela não me usou só por usar, ela desejava isso! Aproximei-me dela e antes de abrir a boca, ela
suspirou longamente.
– Isso é muito difícil... não pensar!...
– Foi por isso que não estava vindo? – perguntei despreocupado.
– Percebeu?! – perguntou confusa.
– Claro, é minha paciente! – porque mais seria?! Se bem que, toma essa, só por me usar! Sorri,
ela bufou.
– Claro, é só por isso... – disse desanimada. Eu não estava conseguindo acompanhar seu humor.
Uma hora me usa, outra hora fica sensível. Ai, Deus!
– Giseli, eu espero que entenda! – fui sincero.
– Doutor, sem essa! Como eu disse, foi só pra matar a vontade! – acho que ela pretendia só me
perturbar! Fala sério! Compreendemos a situação e não tocamos mais no assunto. Comecei meu
trabalho.
Foquei sem dizer nada, fiz apenas o que tinha de ser feito. Terminei antes do horário previsto.
Saímos rindo do consultório, já que tudo havia ficado tenso. Além de inteligente, Giseli é simpática e
muito engraçada. Fez-me rir depois de dizer que só me usou, mas que foi um uso daqueles de nunca
se esquecer na vida. E ainda emendou: Sou solteira, e você me fez perder toda razão dos homens,
pois será impossível arranjar alguém que pelo menos chegue aos seus pés. Fiquei lisonjeado pelo
carinho e elogio, mas assim que saímos dei de cara com uma ruiva deliciosa. Estava plantada de
frente ao meu consultório. Esperando-me sair.
– Olá, doutor, está tudo bem aí? – perguntou cheia de braveza. Meu corpo já ficou todo rijo. Só de
sentir seu timbre e vê-la tão fabulosa.
Coloquei a folha da ficha de Giseli na frente do jeans. Ambas acompanharam minhas mãos. Droga.
– Mel, que surpresa agradável! – falei realmente alegre, mas, no momento eu tentava conter a
ereção. Porra, a sala estava cheia de mulher!
– Imagino que sim – sua voz era dura. Porém, cheia de vontade a me ver e saber que estava duro
por ela. Mel encarava a Giseli que, por sua vez, estava ainda ao meu lado, com um sorriso
disfarçado. Ela apreciava e degustava do doce gosto do ciúme da Mel. Que, aliás, estava com os
braços cruzados fortemente embaixo dos seios fartos. Os deixando ainda mais tesudos. Quase babei.
– Adorei a visita! – olhei de relance para Giseli que não saia de perto de mim. Mel não me olhou,
fixou o olhar verde no da moça colada em mim.
– Eu saí cedo para resolver algo, por isso dei uma passada.
– Estou imensamente feliz, meu amor! Vou atender só mais uma, me espera? É rápido – fiquei
agitado com sua respiração vagarosamente excitante.
– Com toda certeza, doutor! – isso saiu quase num rugido, e sua postura dizia o quanto estava se
impondo. Ali, em todo ambiente. Mostrando quem é que manda. Apaixonei-me mais ainda por ela.
– Srta. Giseli encaminhe esse papel para Raquel, ela marcará a próxima consulta – assim que
falei, ela tocou em meu braço. Apertando meu bíceps.
– Claro, doutor, até a próxima!... – cacete, ela deixou a frase num som meloso. Porra, a cara da
Mel não era a das melhores. Giseli ainda pra acabar de finalizar a cagada, saiu rebolando! Deus,
rebolando e encarando a Mel com um sorriso sacana! Mel bufou violentamente, me fulminando com o
olhar gélido.
– Já comeu? – disse muito irritada. Suas duas únicas palavras pareciam ter sido gritadas, mas foi
baixa e amarga. Pesada na língua.
– Que isso Mel?! – peguei em seu cotovelo e arrastei para dentro. Seus olhos estavam furiosos,
apesar de aparentar luxuriosos também.
– Responde, porra! – grunhiu assim que entrou.
– Está me deixando excitado! – desviei o foco da conversa. Segurei firme em sua cintura. Ela
gemeu. – Você é foda, mulher! – apertei minha boca na dela. Roubando seu gemido do fundo da
garganta. O beijo foi rápido, mas senti minha língua tão forte buscando a dela, que parecia que
estávamos fodendo gostoso. Assim que largou minha boca, deixou um pacote generoso no meu jeans.
Ela sorriu discretamente. Safada.
– Essas assanhadas sempre ficam assim com você? – fiz que não e tentei me aproximar novamente.
Poderíamos fazer uma rapidinha ali mesmo. – Vou começar a vir mais vezes! Mostrar quem é que
manda nessa porra toda! – grudou o corpo no meu, perto o suficiente, mas não me beijou mais.
Encarou-me com seu olhar felino, e partiu, indo para porta.
– Aonde vai? – perguntei confuso. Meu pau estava latejando.
– Embora. Vemo-nos em casa, doutor...
– Melzinha, vamos dar uma rapidinha aqui!... – ela chacoalhou livremente a cabeça dizendo não.
– Por favor... – gemi implorando.
– Em casa! – ela estava muito brava, mas não queria dar o braço a torcer.
Deixei-a ir, em casa eu daria um jeito. E ainda por cima, um jeitinho bem gostoso!...
Aquele que só eu sei fazer...


Depois do dia exaustivo, cheguei em casa, fui direto para o quarto, Mel estava deitada, lendo um
livro cujo não consegui ver o nome, era de uma capa azul com uma flor. E estava ouvindo música
com os fones. Ela não me ouviu chegar, só viu quando estava no batente da porta com os braços
cruzados.
– Oi! – disse despreocupada olhando por cima do livro. Fingido indiferença.
Cheguei até a beira da cama, coloquei as mãos no bolso da frente, ela seguiu os olhos até meu
pacote aceso. Deixou o livro cair sobre a barriga, fazendo-me ver o título. Vibrei mais ainda. Não sei
do que se tratava, mas era sugestivo. Seguramos o sorriso.
– Está mais calma? – falei zombeteiro. Ela riu gostosamente. Depois fechou a cara e cuspiu uma
única palavra.
– Não!
– O que posso fazer em relação a isso? – deixei a voz sedosa. Conquistando-a.
– Estou lendo! – disse voltando os olhos verdes no livro.
– Se é assim que quer, tanto faz! – ela me fitou rapidamente. – Mas, agora, Melzinha, terá que ler
pra mim! Já que está interessada demais... Esse título é sugestivo demais... Diga pra mim... – ela
abriu brevemente os lábios, deixando escapar um gemido baixinho. – E outra coisa, irá ouvir sua
música enquanto te dou prazer e escuto seus gemidos só pra mim! De acordo? – não deixaria outras
opções.
Tirei a camisa, ficando de calça. Ela gemia levemente se contorcendo. Eu podia ver através do
grosso edredom que estava por cima de suas pernas.
Fitei o brilho em seu olhar divertido e sexy. Mel ofegava. Ela não via a hora de eu chegar logo.
Subi na cama, puxei o edredom e entrei por baixo dele. Encontrei seus pés apertando a cama,
roçando no lençol. Encarei aquelas pernas e subi os olhos. Ela estava só com minha camiseta, sem
mais nada. E, puta merda, assim que subi as mãos naquelas pernas arrepiadas, cheguei rapidamente
em seu meio: ela estava excitada. Muito molhada!
Puxei o edredom e saí por baixo novamente. Encarei seu olhar brilhoso e muito excitado,
igualmente ao seu sexo. Mel mordia os lábios e o livro já estava fechado do seu lado.
– Não, não, você irá ler para mim. Disse que estava lendo, não quero interromper sua leitura, meu
amor! – consequentemente ela arregalou os olhos.
– Não... irá... me comer?... – sua voz era melosa e preocupada.
– Ah, sim, é claro que eu vou. Só que você continuará com seus fones, ouvindo sua música
enquanto lê em voz alta pra mim. Quero saber o que estava lendo, já que quando ofereci meu sexo,
você disse com todas as letras: estou lendo!
– Quer mesmo saber? – disse mordendo a ponta da boca. Quase extravasei e pulei em seu corpo.
Devorando-a inteira.
– Ah, sim, agora mais do que nunca! – sorrimos. – Diga-me... – apontei com o queixo para o
livro. Ela o pegou e abriu novamente na página que parou.
– Peça-me o que quiser...
– Está vendo, tudo está a nosso favor, baby. Posso mesmo? – sorri enquanto ficava maravilhado
com seu prazer antecipado.
– Que pergunta mais tola, doutor, é óbvio que deve!
– Faça o que acabei de propor. Leia, escute e goze!
Ela se ajeitou com o corpo todo aceso e atento ao que eu poderia fazer a ela. Mel não tinha noção
do que faria.
Antes de subir novamente na cama, tirei a calça, porque aquilo estava me matando. Eu realmente
estava muito duro. Fiquei com a boxer preta e puxei todo o edredom de cima, jogando-o ao chão.
– Abre as pernas! – ordenei e ela obedeceu rapidamente. – Levante a camiseta até seu umbigo! –
ela deixou o livro e dobrou a camiseta. – Ótimo. Agora, pegue o livro e deixe na página que estava
lendo. Irá ler em voz alta, está entendendo? – ela fez que sim. Percebi que havia tirado apenas um
fone do ouvido. Encarei-a ferozmente. – O que está ouvindo? – ela moveu a boca e pegou o celular.
– King of Leon – disse me encarando.
– Ótima escolha, qual música?
– Isso é importante?
– Muito.
– Ok, Molly’s chambers.
– Depois que terminar de te comer, eu vou escutar e vou me lembrar disso. Não se esqueça
também, ok? – ela fez que sim.
Subi na cama e fiquei entre suas pernas. Deslizando devagar os dedos até chegar em seu sexo que
me pediu urgentemente para estar ali dentro. Sem enrolar, abri caminho com a ponta dos dedos em
seu sexo, molhado e muito excitado. Quente e fabuloso. Mel estava sempre preparada para mim. Ela
gemeu baixinho.
– Vamos Mel, leia pra mim. Assim que o fizer, eu começo! – instiguei.
– Humm... – soltou assim que beijei e mordisquei sua bocetinha.
Olhei para cima e ela estava tentando se concentrar em fazer as duas coisas ao mesmo tempo.
Aliás, três. Ouvir a música, ler pra mim e gozar.
Assim que escutei que iria começar a ler depois do pigarro, enfiei a língua em seu sexo. Mel
começou num sussurro rouco:
– Com urgência leva suas mãos ao botão traseiro da minha saia, e nos chocamos contra a
parede. Sem salto alto eu sou muito pequena a seu lado. Sempre gostei disso, assim como ele gosta
de sentir sua superioridade. Com sua perna ele separa as minhas, enquanto uma de suas mãos
chega embaixo da minha blusa e desliza pelo meu ventre. Fecho os olhos e me deixo levar. Deixo
que ele continue. Sem tirar minha saia, sua mão continua o caminho até que se enfia por dentro da
minha calcinha e me toca até chegar ao clitóris. Me estimula. Me excita...
Que porra era aquela?
Uau, um livro erótico!
Sua voz estava fraca, e muito excitada, pois era exatamente o que eu fazia: estimulava seu clitóris,
mas com um detalhe importantíssimo: com a língua. Num sexo oral perfeito. Eu a saboreava e
apreciava sua voz cheia de tesão. Olhei para cima, Mel espiava o que eu fazia com tanta graça. Meu
olhar a queimou, então ela prosseguiu.
– Meu clitóris se incha e eu solto um gemido. Respiro ofegante. Enlouqueço e me esfrego contra
ele ao sentir aquela invasão, até que, com sua mão livre, me dá um
tapinha. Isso me excita mais ainda. Me deixa louca e, instantes depois, ele desabotoa a
própria calça, tira a mão do meu sexo e me puxa até me levar ao centro do quarto. Fixa
seus olhos em mim e murmura enquanto aproxima seus lábios dos meus:
– Pequena, você não faz ideia do quanto eu te desejo.
Abaixa o zíper da minha saia, e ela cai no chão. Agacha-se, encosta o nariz na minha calcinha e
aspira. Dá uma leve mordidinha no meu púbis e eu respiro ofegante. Suas mãos possessivas me
tocam e me acariciam. Sobem por minhas pernas e seguram a borda da minha calcinha. Ele a
retira. Estou nua outra vez da cintura para baixo na frente dele e não falo nada. Não ofereço a
menor resistência. Me deixo levar enquanto ele me estimula, me possui e me enlouquece...
– Ah, Juan, me faça gozar... – gemeu deixando cair o livro na cama. Ela se contorcia inteira.
Assim como eu! Nossa, o orgasmo dela estava se formando e eu podia sentir toda sua extremidade.
Todo seu calor em minha boca.
– Realmente Melzinha, você não faz ideia do quanto eu te desejo, agora, goze pra mim... –
murmurei em seu sexo, mordendo e chupando-a ainda mais faminto. Ela gemeu daquela forma de
gatinha mimosa e entregou-se ao gozo. Sorri satisfeito com o tamanho de seu prazer. Ela puxou meus
ombros, dois minutos depois, eu já estava montado sobre ela, preenchendo-a completamente...


No sábado, antes de sairmos para a tal festa da Mari, encostei o corpo da Mel sobre o batente da
porta. Apertei-a mostrando como eu já estava aceso. Ao vê-la toda apertadinha aquele vestido
colado. Deixando-me louco de tesão. Mas, deixei apenas uma promessa a ela:
– Quando chegarmos, eu vou arrancar isso tudo, vagarosamente...
Deixei esse sussurro sedutor sobre sua pele abaixo da orelha. Ela assentiu.
Céus, eu podia sentir de longe o molhado entre as pernas dela. E o volume alto em frente ao meu
jeans que apertou mais. Balancei a cabeça desfazendo uma bela cena em que eu a pegava de quatro.
Foquei e fomos pra festa.

Chegamos a tal festa da Mariana. Ela nos recebeu cheia de amor e alegria. Coisa que estranhei,
pois Mel nunca conta sobre sua família, sobre nada relacionado a eles. Fiquei há pouco tempo
sabendo sobre essa tal prima que arrumou emprego a ela.
O que a Mel escondia sobre seu passado? Sobre quem são? O porquê de ela não mencionar esses
fato, eu não sei, e nem quero pressioná-la a me dizer, tudo terá seu tempo. Contudo, devagar tentarei
descobrir isso hoje aqui.
Ficamos perto de um bar montado para nos servir. Peguei uns drinques coloridos e entreguei um
para Mel. Que estava sufocadoramente linda. Uma mulher irresistível. Peguei até uns malucos
olhando pra minha mulher. Bufei e já mostrei que estava comigo. Agarrando firme sua cintura e
marcando território.
A festa estava cheia e o som agitado. Mariana ficava de um lado ao outro, conversando e
agilizando os garçons para não faltar nada a ninguém. Eu não conhecia ninguém. Aliás, conhecia Mari
e o noivo quietão.
Na festa que fomos da empresa que a Mel trabalha, fiquei alguns minutos conversando com o cara,
mas ele é fechado demais. Apenas focava num ponto e não desviava os olhos. Até o momento eu não
o tinha visto ainda, deve estar ajudando a noiva com as coisas.
Enquanto estava ao lado da Mel, apertando seu corpo contra o meu, dançamos coladinhos. Olhei
por cima dos ombros dela, e um grupo de moças olhava em nossa direção. Troquei de lugar com a
Mel, ficando de costas para elas. Não queria nenhum tipo de confusão. Não para meu lado.
– E seus tios, os pais da Mariana? – perguntei despretensioso, como quem não quer nada. Encarei
os seus olhos se arregalarem levemente. Deu um gole na bebida rosa que estava em mãos. Eu fiz o
mesmo, para evitar sorrir.
– Estão viajando – assim que disse deu de ombros. Ignorando-me.
Isso não ficaria assim, odeio quando ela se fecha em seu mundinho. Parece fria e longe de mim. E
não quero isso. Agarrei-a novamente, enfiando minha língua doce e alcoolizada em sua boca macia e
vermelha. Degustei do seu sabor. Deixando toda minha aflição longe do beijo. Eu fico toda vez
assustado quando ela faz isso. Simplesmente não aceito que Mel se sujeite a ficar assim. Abracei-a
bem forte mostrando que eu estava ali. Só eu e ela. Sem o mundo que ela viveu.
– Obrigada... – gemeu assim que larguei seus lábios. Dei mais um, dois, três beijinhos leves, por
fim, puxei seu lábio inferior numa leve mordida. Ela sorriu, senti a safadeza dela no ar.
– Safada!... – dei uma piscadinha, e bem escondida, Mel levou sua mão perto do meu volume na
calça. Sorrimos juntos.
– Mas é claro que sou! – sorriu seu melhor sorriso de ninfeta.
– Você enfeitiçou meu corpo, minha alma. Eu amo você. Mel, eu a amo demais... – falei baixinho
em seu ouvido. E podia escutar meu coração bater fortemente. Ela se apoiou em meu tórax. Sentindo
as batidas ritmadas.
– Me ame por nós dois, por favor...
– Nunca irá sofrer comigo. Confie nisso. Eu sempre vou te amar, independente de qualquer coisa.
– Eu sei!
Com minhas palavras de amor, ela deixou sair a frieza que já exalava, dando lugar para algo
luxurioso. Mel sabe sair de uma situação fria e entrar em combustão em segundos. Eita, furacão!
Bebemos mais alguns drinques e aquilo estava fazendo efeito.
– Vou ao banheiro! – sussurrei atrás dela.
– Deixa eu ver como você está! – falou saindo de minha frente e me olhando todo. Fiquei com cara
de confuso com sua frase e analisada no corpo.
– Que foi? – acompanhei seus olhos por todo meu corpo. Parecia me tocar.
– Estou vendo se está duro! – disse colocando as mãos na cintura. Comecei a rir alto. Mas, ela
cerrou os olhos e fez careta. Ajeitei o jeans, disfarçando.
– Mel, você é demais! – segurei com ambas as mãos seu rosto e lasquei um beijão na boca dela. –
Não estou duro, só vou rapidinho no banheiro.
– Tem umas vacas te olhando, notou? – grunhiu olhando para os lados.
– Não. Só tenho olhos para você... – senti Mel derreter um pouco.
Boa, doutor!
– Seu lindo... – beijou a pontinha do meu queixo.
– Sua deliciosa... – mordi a ponta da sua boca. – Merda, estou começando a ficar duro com essa
sua cara! – respirei fundo e saí logo. Ela ficou de lá me fitando.
Era uma puta casa, realmente muito bem planejada e muito ornamentada. A decoração era
escandalosa como a dona da festa. Cheia de balões, cores e luzes que piscavam para todos os lados.
Dentro era bem harmonioso e muito espaçoso. Havia uma mesa cheia de doces, o bolo, e muito
frufruzinho de mulher. Muita cor para um lugar só. Assim que passei pela porta, Richard, o noivo da
Mariana estava saindo.
– Oi, e aí, beleza?! – cumprimentei-o. Richard estendeu a mão em minha direção, apertei e ele
olhava ao meu redor.
– Tudo ótimo. Precisa de algo? – perguntou educado. Agora me olhando. Ele tinha um ar de
superioridade. Não entendo o que quer passar, mas respeito.
– Na verdade, queria saber onde é o banheiro – disse rindo. Ele enfim, sorriu e apontou para trás
dele.
– É ali – assenti com a cabeça e quando estava saindo ele emendou. – Cadê a Mel? – parei e
analisei sua pergunta. – É que não a cumprimentei ainda! – emendou rápido. Não me parecia certo,
mas também poderia ser loucura minha, ele é noivo da prima dela, não tinha o porquê ficar
enciumado.
Pigarreei e o encarei assim como fazia comigo.
– Está próxima do bar. Vai lá, ela está sozinha! – analisei sua feição. Ele parecia segurar a
mandíbula. Tenso. Mas depois relaxou e sorriu assentindo.
– Fique à vontade! – ele disse e passou pela porta indo à outra direção.
Essa frase dele eu já não diria a ele! Não mesmo.
Adentrei mais e cheguei ao banheiro. Havia dois banheiros separados. Deixaram um para os
homem e outro para as mulheres. Isso é bem chique para uma casa! Fui me aproximando e tinha um
grupo de caras perto do banheiro masculino. Assim que passei sem encarar o povo, um deles me
puxou, no susto olhei para trás com o semblante fechado.
– E aí, doutor! – ouvi numa explosão de voz rouca.
– Caralho, Felipe? O que faz aqui? – depois que reconheci abaixei a guarda.
– Sou amigo da Mari! Cacete, cara, quanto tempo! Depois que saí da faculdade não nos vimos
mais... E você, o que faz por aqui, Vasco! – perguntou cheio de alegria.
– Sou namorado da prima da Mariana – disse cheio de orgulho. Acho que ele viu como sou
loucamente apaixonado por ela. Aliás, perdidamente. Sorri.
– Não?! O Vasco apaixonado? Namorando? O que houve?! – disse rindo alto. – Edson, escuta
essa, o Vasco apaixonado! – olhei para trás de mim e vi nosso outro amigo da época de faculdade.
Nós três botávamos o terror por lá. Bons dias... Bons momentos... Mas, vendo o que estou vivendo,
hoje sou muito mais pleno.
– Não, não creio! Vasco! – Edson veio até nós e nos abraçamos como bons amigos. Bem, amigos
de putaria e farra.
– Nossa, jamais imaginei encontrar vocês por aqui! E aí, como estão? – perguntei empolgado,
mas, ao mesmo tempo lembrei que Mel me esperava.
– Bem, mas solteiríssimos da silva, nada de se amarrar! Você é louco! – disse Edson todo
empolgado. Sorri e disse.
– Sim, sou um louco apaixonado!... – eles explodiram numa risada alta.
– Gay! – Felipe disse socando meu braço.
– Muito gay! – Edson emendou.
– Bem, fui literalmente pego pela ruiva. Não resisti!... – dei de ombros fingindo indiferença. Eles
riram, pois sabem da minha tara por ruiva.
– Está explicado! Vivia atrás de ruiva na facu!
– Hum, compreendido! Mas cadê a tal mulher que prendeu meu amigo pra sempre, corrompendo
ele pra sempre nesse troço de amor? – Edson sempre foi o mais agitado.
– Está lá fora, bem, vou indo, depois vão lá, eu apresento a minha ruiva!
– Minha?! Aff, possessivo ao extremo. Sai daí Lindenberg! – Felipe brincou e caímos na risada.
Saí depois da despedida indo ao banheiro.
Quando estava me aproximando vi Richard saindo de perto da Mel. Ela parecia tensa, mas sorria
pra mim. Contei sobre os caras da faculdade. Mel estava serena enquanto conversávamos, mas, de
repente, um vinco surgiu em sua testa. Suavizei com um beijo e passei a beijá-la no pescoço, no
queixo, na covinha que tem no lado esquerdo. A única como a minha. Minha barba estava por fazer,
passei as bochechas por seu pescoço, ela se contorcia levemente. Arrastei seu corpo para dançar,
pois sabia o motivo de estar tensa. As mesmas moças ainda me olhavam, agora descaradamente.
Não quero ver Mel assim, ela não é nem um pouco insegura, mas ultimamente está deixando aflorar
demais o ciúme, e isso nunca é bom. É até legal sentir, pois demonstra que ama loucamente, mas às
vezes o ciúme nos mata e acaba com a relação. Estávamos nos curtindo, se divertindo na noite fresca,
e nada poderia estragar.
Agarrei aquele corpo que o vestido cobria e apertava suas curvas bem definidas. Estava muito
gostosa. E podia sentir sua intensidade que radiava de sua pele meio bronzeada. Mel é sedutora
demais, passou a dançar em minha frente, remexendo-se toda, mostrando todo seu poder. Dizendo
com os olhos felinos: ele é meu, e só eu sei dar prazer a ele. Eu sorria em seu cabelo e cheirava sua
nuca. O seu gemido estava longe de mim. Puxei seu corpo para frente do meu, roubando-os ainda
enquanto saia. Mordiscando e beijando cheio de fome aquela boca doce e com gosto de cereja,
morango e algo mais... ah, sim, tesão...
Eram beijos envolvidos com a dança sensual. As batidas do eletrônico nos aproximavam ainda
mais. Deixando o arrepio tomar conta. Minhas mãos deslizavam por seu corpo, no limite permitido.
Rente a calcinha fina que ela estava. No decote que mostrava aqueles peitos fartos, onde eu desejava
escorregar com a língua. Segurava seu rosto com carinho e a enchia com meu amor. Com meus
beijos. Com meus desejos sedentos...
Por um segundo que nos separamos, vi seus olhos desgrudar dos meus e correr pela festa. Talvez
ela observava se tinha alguém nos fitando. Estávamos muito sexies para fazer isso numa festa, mas
era muito tesão só de ficar ao lado dela. Vi Richard do outro lado, bebendo cerveja sozinho.
Encostado numa parte escura, vendo a movimentação. Assim que meus olhos focaram o dele, Richard
olhava na direção da Mel. Voltei os meus olhos pra Mel e ela estava fria, olhar afastado. Não dentro
de mim. Olhei por cima de seus ombros e Mariana estava com as amigas, dando tchau para o
Richard. Acho que ele estava olhando pra Mariana, não pra Mel.
Chacoalhei a cabeça esquecendo esse fato ridículo.
Depois de cortar o bolo, demos tchau para o pessoal. Mel estava meio impaciente para ir embora.
Confesso que, eu também estava, já que os caras ficaram bobos e me deram razão de largar a vida de
solteiro por ela. Fiquei tenso com a revelação, mas isso só mostra que o que eu tenho ninguém terá.
Fato.
Mel despediu da prima que deu a ela um pote. Quando olhei era muitos docinhos. Uns cupcakes
que estavam em cima da mesa. Sorri ao ver os olhos brilhando da minha ruiva.
– Sua formiguinha! Vai dividir comigo esses docinhos?
– Pode ter certeza que sim... – sua voz era provocadora, tentadora.
Mel deixou o clima abrasador dentro do carro. Sentia minhas mãos suando em volta do volante. E
algo quente crescendo no meio das minhas pernas! Ela sorria, mas não me olhava. Mordia os lábios e
passeava com a língua em volta da boca. Umedecendo os lábios vermelhos. Eu os chuparia até deixá-
los inchado. Acelerei mais o carro para chegar logo.
Ao entrar em meu apartamento não demorei a cumprir a promessa de mais cedo. Agarrei a ponta
de seu vestido colado na coxa e arrastei Mel para o centro da sala. Iria tirar esse vestido
demasiadamente. Iria comê-la intensamente. Iria chupá-la vagarosamente... Até revirar aqueles olhos
verdes e gemer pra mim: faça-me gozar, doutor!
Entretanto, quando achei que estava ganhando a parada, Mel se desvencilhou de mim, ganhando
tempo. Não podia deixá-la fazer isso. Eu queria fazer. Mas, Mel é esperta demais, quando se afastou
e voltou, já veio tirando minha camiseta. Deslizando as unhas por meu tórax, descendo na barriga,
fazendo-me contrair e quase urrar de desejos. Eu não estava aguentando mais, precisava possuí-la,
então peguei-a no colo e a levei para o sofá. Deixei seu corpo magro em cima do meu. Já podia
visualizar ela cavalgando e me comendo; eu estocando lento e fazendo nosso orgasmo se aproximar.
Gemi de olhos fechados, ela enfiou a língua na minha boca. Estávamos ainda um pouco
embriagados, isso era a dose de adrenalina em nosso sistema. Mel novamente pulou fora do meu
corpo. Um frio voltou e fiz cara de bravo. Contudo, ela desfez. Deitou-me sobre o sofá apertado e
montou sobre meu pau. Ah, voltei a sorrir abertamente. Era uma visão do caralho. Digna de pintura.
Levei as mãos naquela peça apertada que era seu vestido. Mel bateu levemente em minhas mãos
me proibindo. Fechei o bico, ela mordeu minha boca, me beijando com fome. Céus, o que eu mais
queria era apenas estar dento dela! Na boca dela, em todos os lugares possíveis. Estava
enlouquecendo com suas investidas sobre mim, mas havia tecido demais. Não estava pele com pele.
Eu precisava disso...
Seu sorriso se alongou como o gato da Alice. Segurei em seu peito e queria puxá-la de volta, Mel
saiu de novo. Porra, volta!
Mel saiu de fininho indo até a mesa, sentei encostando as mãos na nuca e aguardei sua volta. Assim
que chegou, ajoelhou-se em minha frente. Minha gostosa! Em mãos trazia alguns dos bolinhos. Sorri
com malícia sobre a sua malícia. E por ser tão perfeita, ela levou a boca em um deles, deslizando a
língua toda em volta, minha cabeça só pensava: Faz em mim! Faz em mim! Ela compreendeu meu
pedido que gritava na cabeça.
Foi calculista com suas mãos sobre minhas coxas, subindo até o botão do jeans. Eu estava a ponto
de explodir, estava com muita vontade, mas não me movi. Fiquei na mesma posição. Apenas deixei-a
fazer o que quisesse comigo...
Ah, e ela faria com toda certeza!
Deixando sua boca e sua língua correr por minha barriga, chegando ao umbigo, lambendo e
voltando até a ponta da cueca. Seu olhar ao me encarar era apenas um: eu vou te devorar!
Apenas por um segundo fechei os olhos para me conter, para não gozar com um adolescente só de
sentir seu cheiro. Sentir o cheiro de excitação. Até que ela foi abaixando o zíper, mantendo a
imensidão dos olhos verdes sobre os meus que estavam pra lá de lascivos. Eu estava sentindo uma
necessidade enorme daquilo acontecer logo, e sentia sua agonia pelo mesmo.
Até que isso foi passando, pois ela arrancou a calça e junto a cueca, jogando-os longe enquanto me
fitava. Estava todo duro só esperando sua façanha. Novamente ficou de frente, acariciei seus cabelos
soltos. Aquele vermelho que me esquenta, que amo. Desliguei até chegar em sua nuca, puxei mais
forte alguns fios. Trazendo-a para próximo, e meus olhos diziam a ela que gostaria de algo selvagem.
Quente e sexy. Ela passou a língua nos lábios, preparando-os para mim.
Mas, antes de seus lábios chegarem ao meu pau, vi dois bolinhos em sua mão. Mel tirou com o
dedo direito o creme de cima e com a esquerda segurou meu pau duro. Nisso, veio pincelando como
uma confeiteira tarada. Deixando meu pau decorado com creme. Um doce irresistível para minha
doce garota. Isso, baby, devora...
– Ah, Mel, puta que pariu, como você é gostosa...
Gemi quase engasgado, pois já sentia um efeito sem mesmo ela ter me tocado. Esperava
ansiosamente aquela boca que sorria me devorar inteiro, até o talo. Engasgar com meu sabor sobre
sua boca. Deixar o quente que saia de mim, passar por toda aquela boca que ficaria melada do meu
sabor. Cupcake de Juan!
– Juan, olhe pra mim!...
Mel chamou minha atenção. Porra, nem me toquei que estava com as mãos cobrindo o rosto. Era
tesão demais suportar esse calor, mas era uma experiência única.
Porém, não parou por aí. Ela na hora de torturar é a melhor! Santo Deus...
Minha Melzinha beijava e deslizava a língua me deixando louco, sem abocanhar, apenas retirava
aquele creme doce e pegajoso. Eu gozaria feito louco se ela não parasse de torturar. Meu corpo
tremia sem conseguir controlar, um desespero tomou conta, minha cabeça pensava em tantas coisas,
que mal estava ali! Curtia seu deslizamento em toda a base. De cima a baixo, de baixo a cima... que
língua...
– Mel... – deixei escapar.
Ela agora passou abocanhar cheia de volúpia. Olhei seus cabelos sobre minha barriga, perna e
movi dali, eu queria ver sua boca em mim. Queria sentir seus movimentos contínuos. Queria deixá-la
também satisfeita. Fiz um carinho gostoso, curtindo seu corpo, dizendo o quanto eu a respeitava por
estar ali, chupando-me, dando-me prazer, fodendo-me com sua deliciosa boca... Ahhh...
Porra, ela soltou uma mordidinha que quase me fez gozar em sua boca. A puxei para cima,
querendo trepar nela. Mel não deixou novamente. Implorei segurando seus cabelos, pois sua teimosia
e tesão não estavam me compreendendo. Senti-a bufando.
Teimosa!
Virei seu corpo e a joguei na poltrona. Mel estava agitada, e assim como o prometido, deslizei
vagarosamente o vestido, subindo-o até sua barriga contraída por meu toque. Ela mordia a pontinha
da boca. Fiz o mesmo nela.
Agora ela estava aberta pra mim e merecia todo meu cuidado. O fiz, agachei cheio de respeito,
sentindo o cheiro de seu sexo molhado.
Eita, porra, molhado demais, escorria sobre a perna, a calcinha encharcada.
Com leves mordidinhas e depois chupões, deixei-a na beira do precipício, mas iríamos pular
juntos. Virei seu corpo, deixando-a de quatro, pois era assim que desejei pegá-la a noite toda, pois
passou a maior parte dela se esfregando em mim. Esfregando aquela bunda maravilhosa. Apertei,
puxando-a para mim. Estoquei forte e firme, deslizando na sequência lento e quente. Foram apenas
duas... duas bombeadas, e o nosso mundo ruiu... Mel estava em mim, eu estava deixando todo meu
desejo e amor dentro dela.
– Porra Mel, você é minha, a minha mulher gostosa...
Apaguei brevemente, mas ela também sumiu... em nosso orgasmo.


Desci até o carro para pegar fatura que precisava pagar, estava à vontade, só de bermuda, sem
camiseta, mas quando cheguei perto do meu carro, congelei.
– Olá, doutor! – a voz feminina gemeu baixinho.
– O que faz aqui? – intimei cruzando os braços fortemente.
– Visitando uma amiga. E você, parece tão bem, gostoso...
– Vanessa, se toca! Não seja tão baixa! – tentei me afastar, mas ela ficou de frente. Estava fardada.
Filha da puta.
– Não tenho medo de você! – disse rindo, tocando sua arma. Babaca.
– Muito menos eu de você! E por falar nisso, que porra foi aquela com a Mel? – falei mais firme,
mostrando o quanto estava raivoso.
– Ah, aquilo foi só um aviso. E poupe seus comentários inúteis por conta daquela vadia. Thiago já
me passou todo sermão! – bufou irritada. Vagabunda.
– Aviso?! Você é doente, menina, vá se tratar! – cheguei mais perto e apontei o dedo na cara dela.
– Não é porque está fardada e armada que pode fazer o que quer! Fique longe da minha Mel! –
avisei encarando-a nos olhos.
– Veremos! – desafiou-me.
Merda, eu por pouco não fiquei cego. Respirei me contendo.
– Minha?! Já está assim tão possessivo! Olha que me disseram e eu não acreditei nessa palhaçada
de amor. Juan Vasco amando?! Foi bom conferir de perto! Olha, um conselho, você confia demais na
pessoa mais errada. Não deveria se preocupar comigo! Algo pior sempre vem de onde menos
esperamos! Passar bem, delícia.
Ela passou por mim, indo até a viatura que estava estacionada perto do portão. Não me olhou mais.
Não olhou pra trás. Apenas foi embora. Deixando essa porra de conselho que não compreendi nada.
O que ela dizia? Vadia louca.
Que merda foi essa?
11- Presente de Natal
“Ho-ho-ho...”

Tive uma semana dos infernos! Sabe aqueles dias que tudo que tiver de dar errado, vai dar? Sim,
aconteceu comigo. Quebrou máquina, atrasou entregas, cheguei atrasado. Foi um inferno, mas daí me
lembrei que tinha minha ruiva esperando por mim. Ah, sim, ela fez um dia especial, uma tarde inteira
na banheira, tomando champanhe enquanto eu a esfregava, banhava aquele corpo que é só meu. Ela
fez o mesmo processo comigo. Foi realmente fabuloso estar entre seus braços carinhosos.
Só que uma compensou mais ainda. Numa noite qualquer ela acordou toda atiçada, montou sobre
mim, e urrou: me chame de honey. Aquilo só poderia ser um dos melhores sonhos e desejos eróticos
de um homem. Foi um delírio total aquela noite.
E no dia seguinte, achei um cartão de um convite para visitar o tal de “Rancho Folk” – puta que
pariu, como ela nunca me disse sobre isso? Que os pais dela têm um rancho? Aliás, um puta rancho!
Mel queria fugir disso como um bandido que foge da polícia. Ela não queria ir de forma alguma.
Mas eu a mantive segura, fiz carinho e dizia ao pé do ouvido: vai ficar tudo bem, estará comigo. E
puta merda, foi um dos melhores finais de semana da nossa vida. Mel estava irresistível, estávamos
incontroláveis! Fodíamos em todos os cantos, abusamos da sorte de ninguém nos flagrar, apesar de
que tenho certeza absoluta de que sabiam que estávamos fazendo. Entretanto, nem ligamos pra
ninguém, apenas curtimos intensamente os três dias que passamos lá.
De vez em quando sentia a frieza com que a Mel ficava. Era sempre perto do seu tio ou tia. Os pais
da Mariana são bem bacanas, o pai ao menos, a mãe assim que eu cheguei lá, parecia me medir
inteiro, não no sentido sexual, mas no sentindo de me analisar, de ver como eu realmente era. Ela é
cheia de frescura, isso sim. Quando ficou sabendo sobre minha classe social, me tratou um pouco
melhor. Ridículo, mas é assim mesmo. Também conheci um pouco mais sobre o casal: Mariana e
Richard. Mesmo assim consegui sentir a frieza que é o casal, nem se compara a mim e a Mel. Nem de
longe! Até que demos uma boa lição ao casal para aproveitar mais a vida. Sinto que isso não é culpa
do Richard, acho mesmo que Mariana é muito distante, cheia de não me toque. Sinceramente eu não
entendi muito a relação. Ela chata, ele quieto. Ela toda arreganhada sobre o que tem, ele todo
misterioso.
Dessa vez conversei mais com ele. Até que foi bem bacana, mas é bem fechado. Não revelava
muita coisa. Jogamos golfe com o sogro dele e mais alguns ricaços. Bem, fora a diversão, deixei Mel
assada!
Na mesinha de pic nic; no banheiro; na piscina; no quarto; na chuva; com sorvete; com os produtos
que comprei das meninas da clínica. Isso foi realmente muito bom! Fizemos em todos os lugares
possíveis. Dá até tesão de lembrar!
Só que, o que me deixou muito feliz, foi que Mel acabou se soltando. Curtindo e aproveitando da
melhor forma. À noite eu sentia que se encolhia, cheia de dor por estar ali. Aquilo é parte dela, de
um passado doloroso que ela nunca contou. Quando o tio agradeceu no jantar, mencionando os pais
dela, eu vi a dor em seus olhos verdes. E me perguntava sem parar: o que aconteceu? Eu a abracei
tão forte que quase a sufoquei. Era dor demais vê-la assim. Eu não gosto nem um pouco.
Aprendi muito com a Mel e, principalmente, a desvendá-la. Quando ela não quer se abrir, sempre
acabo dando um jeitinho para fazê-la falar. Ela se vê fraca e diz, não muito, mas acaba cedendo. Um
dia ela descarregará essa dor e estarei pronto para receber essa carga ou descarga de sentimentos
ruins...
Na segunda-feira comemoramos a vitória por ter passado e, principalmente, ter aturado em ficar
três dias trancada com a família. Num programa de índio como ela dizia. Naquele dia mais tarde fui
embora para o meu apê, para logo mais preparar o Natal em família.


Tive uma ideia muito boa para presentear a Mel. Espero que goste e se sinta muito bem com isso.
Na verdade, estou muito receoso em relação a isso, mas darei na verdade dois presentes a ela. O
principal será no Ano Novo. Com expectativas de uma vida nova e um novo recomeço.
Um dia antes do Natal fui comprar o tal presente e chamei Thiago para ir comigo. Estava
precisando conversar e ele seria a pessoa ideal, iria me ajudar nessa.
– Fala aí? – ele estacionou na garagem do meu prédio e fomos no meu carro. Thiago ainda parecia
meio distante, mas acho que é só cansaço físico.
– Beleza. O que vai fazer? – perguntou despreocupado e mexia no celular.
– Vamos ao shopping. Pensei em dar um presente especial para Mel! – falei com um sorriso
rasgado.
– Hum, e o que é? – agora me encarou e seu sorriso era fraco.
– Uma aliança! – dava para tocar minha felicidade.
– Sério?! – seu olhar era confuso.
– Aham, não é uma boa ideia?
– Sim, é, mas sabe como é a Mel... sei lá... – juro, eu não consigo entender sinceramente quando
ele diz sobre “conhecer” a Mel.
– Cara, ela me ama. Diz isso o tempo todo, ficará encantada com esse símbolo de união,
compromisso!
– Ela diz que te ama o tempo todo? – suas sobrancelhas estavam quase unidas.
– Sim, o tempo todo! – novamente explodi de alegria.
Thiago ficou quieto por alguns segundos. Depois voltamos a falar de besteiras, como estava
passando o dia. Em como ele estava com a Carla. E também como está distante. Isso me preocupou
um pouco, mas ele disse apenas que estava cansado. Não o perturbei mais depois disso.
Comprei a aliança perfeita. Thiago me ajudou. Almoçamos no shopping e depois voltamos no
silêncio. Eu não me continha em felicidade, e Thiago ainda estava quieto. Como se estivesse
matutando algo...


Entreguei o primeiro presente a Mel. O de Natal. Uma bolsa que ela estava querendo há tempos.
Uma vez que estávamos andando pelo shopping chegou a mencionar tal peça. Lembrei e a presenteei.
Ficou encantada e gostaria de ter a mesma reação na semana que vem, quando entregar a aliança...
Sinceramente estou nervoso com a reação que ela terá. Pela cara que Thiago fazia em cada uma
que eu escolhia, poderia ser algo para me preparar. Sei lá, vai que a Mel não quer. Já que nunca,
nunca mesmo mencionou esse tipo de troca. Bem, é presente, ela tem gostar. Se caso não quiser usar,
ficarei chateado, mas vou acatar.
Fiquei o dia todo planejando algo diferente, sei lá, fazer uma surpresa agradável, mas verei no
momento. Pretendo não pensar muito nisso. Até ver os olhos delas sobre mim, e sua paixão exposta.
Daí sim, verei o que posso fazer!
Mel estava terminando de se arrumar, e como estava linda... Nossa, é de sufocar em ver essa
mulher toda para mim. Era pedir demais aos céus que me desse uma mulher decente, risonha,
carismática e, por último, pensar em uma que gostasse de sexo. Que fosse companheira para todos os
momentos. Nunca pensei sobre exatamente isso, pois nunca pensei em me amarrar. Mas, tendo a Mel
pra mim com todas essas qualidades, é de se levantar as mãos para o céu e agradecer todos os dias.
Iríamos passar a noite de Natal na casa dos meus pais. Mel havia concordado com isso. Até tentei
persuadi-la em ver os pais que, pelo que me disse uns tempos atrás, estavam no Rio de Janeiro. Até
seria uma boa passar a virada do ano em Copacabana, mas enfim, ela gritou com todas as forças que
NÃO!
Não insisti e desisti de tentar desvendar algo dela. Cansei. Mel não quer falar, então deixarei.
Tenho fé que ainda um dia ela se abrirá comigo. Então a amarei ainda mais... Por nós dois, como me
pediu.
Depois de todo seu desfile de um lado ao outro pra mim, de eu soltar os mais sinceros elogios,
Mel me agarrou e atacou minha boca. Devoramo-nos em beijos e desejaria nunca mais sair dali. Mas
minha cabeça gritava que deveríamos sair dali agora, senão passaríamos a noite de Natal em lençóis
bagunçados!
O celular dela nos tirou por alguns segundos do devaneio. Mariana queria que fôssemos para lá.
Depois da pegação, Mel pegou a bolsa e fomos para a casa dos meus pais.
No carro, Mel me provocava, passava a mão em minhas coxas até chegar ao meu pau, que
alegremente já estava disposto. Aliás, desde que saímos da casa dela. Ele não abaixa nem um
segundo quando estou com ela. E isso é bom demais.
Ao parar o carro na garagem de frente ao jardim imenso da casa dos meus pais, Mel ria alto,
quando cheguei pertinho eu soube o porquê.
– O que está olhando, hein, sua danadinha?! – cruzei os braços fazendo beicinho. Ela veio e me
beijou.
– Quer dizer que é um Don Juan? – o brilho intenso de seus olhos era uma mistura de ciúme e
luxúria. Uma mistura incrível. Mordi o seu lábio inferior, ela gemeu encostando seu quadril no meu,
vendo como estava aceso. Passou a mão por cima do jeans, fazendo-me arfar.
– Foi minha mãe... – gemi no ouvido dela, puxando seu lóbulo. Mel estremeceu assim como eu,
sua mão ainda estava por cima do zíper.
– Sei bem, seu conquistador! – deixou sua língua correr em meu queixo. Fechei os olhos e sentia o
nervo inflar mais ainda. Porra Mel, como entraria assim?
Sorri em sua direção, assim que ela estava saindo. Safada, me atiça depois sai fazendo charme.
Ajeitei meu pau dentro da calça, pois escutei a porta se abrindo.
– Melzinha, eu sei que você está molhadinha... – sussurrei assim que me aproximei. Ela arfou e eu
revirei os olhos, contente por tê-la atingido. Toquei em suas costas e a caminhei para a porta, minha
mãe estava ali nos esperando.
Depois da troca de elogios para minha doce ruiva, entramos assim que meu pai apareceu.
Encaminhei Mel até o centro da sala, onde ficaríamos. Mais uma vez os velhos exageraram na
recepção. A mesa estava lotada de comida, e isso tudo era apenas para nós quatro. Minha mãe era
sempre caprichosa e adora recepcionar. Eles vivem há anos nessa casa e sempre foram muito
cuidadosos e exigentes ao extremo.
Quando morava aqui, dona Martha odiava as festas que eu fazia, pois sempre estragava algo dela.
Ela ficava uma fera, mas logo depois sempre se rendia ao meu encanto e carinho por ela. Como ela
sempre dizia: não resisto à sua imensidão de amor nesses olhos como oceanos. Eu sempre fazia
charme para conseguir de tudo.
Somos muito apegados. Eu e minha mãe sempre fomos muito amigos. Sempre contava com seus
conselhos e até hoje venho jogar conversa fora com ela. Dona Martha nunca me viu tão feliz ao lado
de uma mulher. E também eu nunca trouxe uma aqui.
Aliás, me arrependo profundamente em ter trazido a vaca da Vanessa. Aquela vadia ainda teve
coragem de dizer para a pessoa que mais me ama no mundo que eu não era um homem para casar!
Dona Martha me puxou a orelha depois disso. Dizendo que aquele tipo de mulher não era nem para
dar atenção. Concordei, mas quando meu pai disse a ela que eu estava apaixonado, minha mãe ficou
com medo.
Vim até aqui e conversamos longamente. Falei tão bem sobre a Mel que ela já amava essa ruiva
igualmente a mim. Mel não ficava completamente à vontade com essa situação, apesar de adorar os
dois. É que para ela isso também é novo. Para nós dois foi difícil, mas estamos superando junto.
Meu pai trouxe em mãos vinho e sua garrafa de rum da Jamaica. É um dos seus favoritos. É um rum
encorpado e um dos mais fortes que existe. Apenas um gole já o deixa ligadão, seu teor de álcool é
muito alto. Consideramos esse rum uma espécie de afrodisíaco, pois assim que bebemos, a vontade é
nítida. Assim que serviu a Mel, dei uma piscadinha em sua direção, que por sua cara de safada, ela
compreendeu.
Ficamos sentados, eu e meu pai num canto e ela e minha mãe no sofá da frente fofocando. Isso é um
perigo! Apesar das duas serem muito parecidas em muitas coisas, então relaxei em relação a isso.
Fui até a mesa buscar mais vinho e minha mãe levantou do sofá para começarmos o jantar. Ela me
olhou com olhos radiantes.
– Eu gosto tanto dessa moça, filho, ela te ama demais... – sorri e peguei a mão dela para beijar.
– Eu sei, mãe, e eu a amo demais! – beijei e ela fez carinho em meu rosto. Olhei por cima dos
meus ombros, Mel estava batendo um papo com meu pai.
– Ela é especial, não sei, sinto nos olhos dela toda verdade. Parece distante em alguns momentos,
mas quando falamos de você seu brilho volta e é lindo de ver.
– Mel é um pouco fechada, mas aos poucos cede. Precisa ter paciência.
– Ame-a com toda sua força, e nunca desista de vocês! – beijei com respeito sua testa. Dona
Martha me abraçou forte. Senti seu amor.
– Mãe, comprei uma aliança pra ela, será que ela ficará brava? – perguntei baixinho no ouvido
dela enquanto estávamos abraçados. Ouvi sua risada.
– Juan, que lindo. Vai pedi-la em casamento? – seu olhar era um brilho novo. Uau, pareciam
lágrimas de felicidade.
– Não, mãe. É só de namoro! – ela abaixou os ombros. – Que foi?
– Filho, ela ficará feliz, e aceitaria até se casar se pedisse!
– Não, está um pouco cedo, quem sabe um dia...
Bem, eu a pediria com toda certeza, mas é cedo pra Mel não pra mim.
– Verdade, curta tudo que puder.
Abraçamo-nos mais uma vez e voltamos para sala. Mel estava em pé perto da escada, admirando a
casa. Cheguei perto dela e sussurrei em seu ouvido.
– Estou de olho em você, Melzinha... – saí de perto e a deixei pensando sobre alguma
possibilidade de treparmos ali. Em minha casa. Uau, nunca havia feito isso! Seria delicioso pegar a
Mel naquela escada...
Olhei de relance a ela que me lançou um olhar faminto. Olhando também em direção a escada.
Quando voltou a passar por mim, segurei em seu pulso e a puxei até meu corpo.
– Ah, Mel, esse seu olhar me chama, um dia vou te comer aqui...
Senti que lhe faltou ar. Ela me fitou e quando foi responder minha mãe se aproximou. Ela mordeu
levemente o lábio me pirraçando. Olhou só mais uma vez pra escada e piscou. Ela sabe provocar,
mas eu continuaria nas investidas.
Logo que jantamos a mais deliciosa e completa ceia de Natal, Mel ficou próximo a janela vendo a
noite que brilhava lá fora, daqui a pouco daria meia-noite e iríamos para casa da prima dela. Mel
estava disfarçando suas vontades, eu podia sentir. Era palpável como me seduzia sem ao menos fazer
esforço.
– Mel, por que você me atiça tanto... Queria te chupar nesse exato momento!... – gemi perto do seu
ouvido. Alisando sua nuca. Mel fechou os olhos e abriu a boca para soltar um gemido baixo. De
longe minha mãe nos fitava. Nunca imaginaria que eu estava dizendo sacanagens no ouvido da Mel.
Assim que saiu de vista, puxei os cabelos da Mel virando seu rosto pra mim, sua boca ainda estava
aberta, deixei minha língua correr para dentro daquela abertura quente e úmida. Tinha gosto de
champanhe. Deslizei por seus dentes e seu lábio superior. Roubei mais um gemido dela.
– Juan, você é foda, pare com isso. Seus pais vão ver... – gemeu em minha frente. Senti que Mel
disfarçava, mas eu queria mais.
– Só me responde uma coisa, daí eu paro, ok? – ela só fez que sim. Preparei-me psicologicamente
para ouvir a resposta sem me excitar mais ainda. – Você está molhada? – fixei meus olhos nos seus.
Ela sorriu mordendo a boca.
– Não sei, tente adivinhar... – ela saiu rebolando e sentou-se do lado da minha mãe no sofá
gigante. As duas conversavam despreocupadas. Meu sangue ferveu. Esperei meu pau baixar e fui até
elas. A voz de minha mãe estava de plano de fundo, pois toda minha atenção era na Mel. Porra, ela
me perturbava com seus joguinhos. Enquanto tentava não pensar, pois eu tinha a certeza absoluta que
ela estava sim molhada! Céus... pisquei tentando tirar a imagem dela nua em minha frente ali mesmo
e saí de lá, não estava aguentando a cara que ela fazia.
Fui para a janela, estava sozinho e quase recuperado do surto erótico com a Mel, mas, a safada
apareceu do meu lado. Tentei fazer indiferença, mas que nada. Ela só me torturava. Mais tarde eu a
farei urrar, gemer, gritar meu nome por entre esses lábios do qual ela mordia descaradamente.
Olhando para onde meus pais estavam falei a ela:
– Estou com algo crescendo aqui dentro do jeans, pare de fazer essa cara e morder esse lábio. Eu
juro, Mel, vou te levar lá pro meu antigo quarto!
Ela sorriu gostosamente.
Depois da sessão torturando-o-doutor-Juan e proposta-a-dona-safada-Mel, comemoramos a
passagem de Natal com um brinde emocionante. Logo em seguida nos encaminhamos para a festa na
casa da Mari.
Já na porta uma moça me secou de cima a baixo, fazendo com que a Mel desse um longo suspiro
irritado. Fingi não ter escutado o suspiro e não ter visto a tal moça me olhar. E, ao adentrar demos de
cara com um rapaz que veio todo meloso, cheio de graça e, pior, seu olhar comia a minha Mel. Senti
os pelos da nuca se eriçar.
Droga, isso não é nada bom. Mantive meu corpo ereto.
Estou começando a achar que foi uma péssima ideia termos vindo. Fechei a cara. Mel me
apresentou ao tal do Lucas. Mostrei bem a ele quem é que estava com ela. Deixei bem escrito em
minha testa: cai fora! Ela tem dono.
Parece que quando fiz isso, ele sentiu, pois sua mudança de humor era visível. Babaca. Fiquei
encarando a Mel do meu lado, enquanto entravamos para a casa. Eu estava com a cabeça fervilhando.
Precisava saber quem era aquele carinha, ou não iria me concentrar em nada.
– Que é ele? – tentei ser o mais natural possível, mas acho que soou errado. Aliás, certo demais.
Ciúme demais. Droga.
– Primo da Mariana – o pior de tudo isso, é que ela ainda achava graça.
– Humm... – soltei sem olhar para ela que sorria do meu ciúme. Eu estava realmente bravo. –
Pensei que ele fosse te comer com os olhos.
Ela resmungou que não tinha nada a ver, mas tenho certeza absoluta que revirava os olhos e ainda
me escondia algo. Tentei me manter firme, não fazer vexame na casa dos outros.
Cumprimentamos alguns familiares dela, e a cada novo “feliz Natal” ela fazia uma careta. Até que
seu tio soltou que era para ligar para os pais dela. Senti sua cara de irritação. Será que eles não se
tocam que ela não quer nada com eles? Então a deixem em paz, porra!
Estar ali estava me deixando mais tenso que ela, mas precisava me acalmar para dar todo suporte a
ela. Ser forte por nós dois.
Aquele ambiente todo era impossível se manter respirando. Agora entendo um pouco sobre o que a
Mel sente. É muita pressão pra nada!
É o filho da puta que ficava encarando descaradamente a Mel. É a chatice dos tios. É a Mariana de
cara feia pra Mel. É o resto dos parentes que ficavam olhando pra ela, quando dançamos um pouco.
É tudo um bando de desocupados.
Cambada de merda!
Mesmo assim, com todos esses pensamentos ruins, não mostrei a Mel o que sentia. Ela não acharia
ruim, até mesmo concordaria comigo sobre o fato.
Depois de ficar um bom tempo por ali conversando com os anfitriões, Mariana e Richard,
decidimos ir, pois Mari estava bicuda com algo, e a flagrei olhando demais para Mel. Novamente
odiei esse fato, puxei a mão da Mel e pedi para irmos. Teríamos coisas melhores para fazer.
E como tinha...

Depois do primeiro round maravilhoso que tivemos na noite, fui até o banheiro me limpar. Mel
ficou deitadinha na cama. Eu ainda iria acabar com ela. Já que me provocou a noite toda! Fizemos o
baunilha, agora seria o selvagem!
Quando saí do banheiro lembrei que tinha algo em cima da mesa da sala, sorri com a ideia e iria
fazer uma surpresinha a ela. Mel iria pirar.
Fui nu até lá, e estava começando a ficar duro. Olhei pra baixo e sorri: é assim que ela sempre
quer!
Peguei duas coisas em cima da mesa, caminhei até a porta do quarto, olhei rapidamente e Mel
estava de bruços, respirando lentamente, se recuperando do bom sexo que fizemos. É daquele que
não se esquece e fica sentindo arrepios pelo resto do dia. Ajeitei as duas coisas que iria levar a ela.
Antes de entrar pigarreei chamando sua atenção. Ela virou o pescoço, e quando me viu, virou-se por
inteira.
– Ho-ho-ho... – brinquei encostado no batente da porta. – Seu papai
Noel chegou... – o olhar
brilhoso dela me deixou com o pau mais duro ainda. Sorri o meu melhor sorriso e fui indo de
encontro dela.
– Oh, Deus, que pecado, mas eu quero comer esse papai Noel delicioso! – gemeu sentando-se na
cama.
Parei de frente a beira da cama, e fiquei esperando ela vir pegar seu presentinho. Assim que
levantou da cama, parecia ofegante, ou estava tão excitada a ponto de faltar-lhe ar!
– De onde tirou essa touca de papai Noel? – perguntou encantada.
Eu tinha há muito tempo essa touca, mas iria pedir pra ela colocar e ser minha mamãe Noel, mas
preferi fazer essa surpresa. Aparecer nu no quarto com apenas o gorro vermelho. Ela aprovou, seu
corpo inteiro dizia isso! Fora que, eu estava com a caixa de presente que ela tinha me dado na frente
do meu pau ereto. Aquele ali era meu presente.
– Era pra você ser minha mamãe Noel, mas... resolvi fazer um agrado...
– Está uma delícia. Vem, mostre o meu presente!
– É pra já, baby, mas você terá que desembrulhar! – ela me fitou com seus olhos de ninfeta alegre.
Pulou da cama e foi até sua bolsa. Seu corpo nu e excitado andando de um lado ao outro, apenas me
provocando. Quando não, voltou com o batom reforçado nos lábios, passando a língua sobre a linha
vermelha de sua boca. Chegou bem pertinho, tirou a caixa da minha mão e deslizou a sua boca sobre
meu pau. Gemi encantado.
Mel foi com seus lábios vermelho até ele, e passou a me abocanhar ali mesmo. De joelhos em
minha frente. Grunhi segurando seus cabelos, puxando-a mais para me chupar. Ela gemia enquanto
fazia isso. Esse agrado pra mim. Fechei os olhos e deixei fluir essa brincadeira. Ela é sempre
demais...
– Agora papai Noel, deite-se, eu vou montar em você e te levar aos céus...
Ela cumpre sempre o que diz! Essa é minha Mel...


Acordei com uma voz exaltada e preocupada. Abri os olhos, Mel estava no celular e falava
rápido enquanto anotava algo.
– O que foi, amor? – perguntei espreguiçando.
– A Mariana e o Richard sofreram um acidente!
Aquilo foi um choque e tanto. Caralho, um acidente!
Fique chocado com a notícia, mas, chocado mesmo com a preocupação da Mel. Ela estava
aflita e impaciente. Tomamos um banho e partimos para o endereço que ela havia marcado num
pedaço de papel. O hospital que os levaram.
12- Surpresa
“Sem medo, como se visse estrelas, me entreguei...”

Seria possível ver a Mel chorando por algo familiar? Sim, vivi para ver isso. Estou cada dia
mais impressionado com o que ela é capaz de sentir. Mel é uma mulher de mil facetas. E a cada
segundo eu desvendo uma; descubro o que há nesse gigante coração que ela cisma em esconder.
Ficamos sentados ali naqueles bancos frios, num ambiente sinistro que é o hospital. Eu apenas
escutava lamentações e choros. Mel estava grudada com as mãos entrelaçadas a minha. Quando a
olhava, passava meus sentimentos e meu amor para cobrir e suprir suas dores que estava sentindo no
momento.
Eu sentia seu coração bater tão ligeiro que me deixava encantado em saber que ela não era tão fria
quanto queria se mostrar. E não sem amor como sempre falou. Bem, em todo caso, ali é uma parte da
família dela. E como seria se fossem os pais dela? Isso realmente não sei, é todo um mistério que
assombra minha doce ruiva.
Tentei convencê-la de algum modo sutil em procurar os pais, mas ela recusou. Ela sente tamanho
medo apenas quando menciono o nome deles. Aliás, nem os nomes ela diz! Enfim, ficamos ali
conversando e acalentando aquela família que sofria com o terrível acidente. Eu não sei ao certo o
que aconteceu, mas pelo que ouvi do tio da Mel, é que foi muito grave. A Mari estava de observação,
pois não tinha correspondido aos exames médicos, já o Richard estava melhor e daqui a pouco teria
alta.
Mel aconchegou-se em meu peito, estava encostada esperando notícias. Era bem cansativo ficar
horas ali, mas por ela eu enfrentaria o mundo.
Por alguns segundos que fechei meus olhos, eu não suportaria ver a Mel nessa situação da qual
Mariana está. Meu Deus, livrarmos de todo mal, pois eu não conseguiria viver sem minha Mel...
Fechei mais forte os olhos, pois lágrimas queriam teimosamente escorrer.
Mel desencostou de mim, e levantou. As vozes estavam vindo do corredor, era o Richard com sua
família. Ela foi até eles, fiquei no banco aguardando.
Trocaram mínimas palavras, pois ele deveria estar exausto, sua cara não era das melhores. Olhos
fundos e cansativos, mas havia um brilho ao olhar para todos, especialmente quando encarava Mel.
Talvez fosse em agradecimento por ela estar ali. Com toda certeza a família sabe o que se passa com
ela. A frieza com que os trata. Ele olhou por cima dos ombros dela e me viu, assenti um oi com a
cabeça. Richard deu meio sorriso e se afastou indo embora.
– Eu não aguentaria isso tudo... – gemi abraçando a Mel enquanto saíamos do hospital.
– É difícil mesmo.
Ela calou-se até chegarmos em casa.


Logo cedo recebi uma ligação alegre dos meus pais que haviam viajado. Iriam passar a virada do
ano em Portugal. Estavam curtindo novamente a vida e aproveitando a cada instante. Naquele
momento de pura felicidade, desejei que meus próximos anos ao lado da Mel fossem assim. De pura
alegria, felicidade, troca total de cumplicidade. Eu desejo apenas viver ao lado dela, sem
preocupações, sem medos, sem crises. Sei que na vida precisamos de um pouco de espaço, de ter
aquelas briguinhas chatas, mas que no final acabe com beijos e um bom sexo.
Admiro a força e coragem que Mel tem. Ela é tão confiante, tão segura de si. Faz o que quer e o
que der na telha. Gosto disso, do desafio de domá-la. Mas, também de saboreá-la, de curti-la, de
amá-la... Hoje Mel é cem por cento na minha. Seu único problema são seus pais. O dia que houver o
perdão, ela será totalmente minha.
Passei num restaurante e encomendei tudo que precisava para nossa noite de Ano Novo. Mel
sempre briga comigo, por eu não deixá-la cozinhar, não que a comida dela seja ruim, é que eu gosto
de tê-la sempre junto. Sempre colado comigo, para não perder tempo, então sempre levo tudo pronto.
Voltei para o apartamento depois do almoço, e Mel estava ajeitando minhas coisas. Outra coisa
que a proibi, mas a teimosa não obedece. Disse que era machismo demais não deixá-la fazer por
vontade o que quer. Eu não retruquei, apenas a deixei livre. Faça o que tiver vontade! Ela agradeceu
com um bom sexo oral. Céus, essa mulher é demais...
– Olá, meu amor... – sussurrei em seu ouvido num abraço apertado.
– Oi, meu tudo... – retribuiu com leves beijos no queixo. Sentindo a aspereza da minha barba. Que
nem vou tirar hoje.
– Já encomendei as comidas, mais tarde vou buscar, tudo bem? – ela só estreitou os olhos e sorriu
em minha direção. Estava tão gostosa de short curtinho, regata mostrando a barriga lisa e aqueles
peitos maravilhosos dando o ar da graça. Mostrando apenas uma parte dos meus redondinhos mais
saborosos. Quando me toquei que estava ali parado como um tarado olhando-a, Mel me seduzia
mexendo a ponta dos pés.
– Que carinha é essa, doutor...
Deus, ela disse doutor daquela forma delirante.
– Mel, eu morro de tesão por você, honey... – minha voz estava rouca, fraca e desejosa. Ela gemeu
baixinho, pois essa história de honey foi coisa dela. E eu dizia da forma mais erótica que encontrava,
porque era meio estranho dizer a palavra. Se fosse meloso demais poderia considerar gay; se fosse
seco não teria resultado, mas como eu dizia rouco, erótico, soava perfeito aos ouvidos dela.
– Vem... – disse caminhando para meu quarto, chamando com o dedo indicador e ainda por cima
mordendo o lábio.
– Quer uma rapidinha? – brinquei e fui indo em sua direção. – Sem tirar as roupas... – ofertei, ela
fez que não.
– Não baby, eu quero uma demoradinha... com direito a tirar as minhas roupas numa lentidão que
só você sabe... Quero ser chupada por essa sua boca carnuda... quero arrancar suas roupas... chupá-
lo até gozar em mim... Quero montar em você e ter um orgasmo profundo... é isso que eu quero,
doutor... – eu estava duro até não aguentar. Aquela voz sedosa dizia sua proposta, eu acataria cada
uma delas.
Isso realmente foi uma surpresa às quatro horas da tarde!
– Seu desejo erótico é uma ordem, honey! Que farei com muita graça, realizarei seus sonhos... –
sussurrei em sua frente, assim que chegamos ao quarto.
Ela não se deitou, estava em pé aguardando minha chegada. Aproximei-me como um felino.
Farejando todo tesão que exalava por seu corpo. Soltei os cabelos que estavam num rabo de cavalo.
Aquele véu vermelho escorreu por seus ombros, deixando minha ereção ainda mais apertada no
jeans.
– Olha isso, tão macios, tão cheirosos... Mel, eu amo seu cabelo... sou fixado em suas madeixas
ruivas... – a virei de costas para mim, enterrei meu rosto em seus cabelos, sentindo cada fio em meu
rosto, sentindo cada cheiro que exalava enquanto mexia. Tinha um cheiro de cereja, assim como o
vermelho brilhante. Era uma perfeição. Minha ruiva deliciosa. Hoje eu iria saboreá-la como minha
cereja do bolo. Especial.
Fui mordiscando sua nuca, indo para sua frente novamente. Seu olhar era fixo e brilhoso. Sua
respiração estava ofegante.
– Amo seus olhos verdes. Esse brilho eterno que tem neles. Mel, eu a conheço através deles. Eles
nunca mentem para mim... – assim que falei, eles riram para mim. Beijei sua testa em demonstração
de respeito. Desci com leves beijinhos em sua têmpora, subi as bochechas atravessando por seu
nariz, chegando ao outro lado. Beijei a ponta do nariz e subi novamente para a testa. Encostei a minha
na dela, nos encaramos longamente. Verde no azul. Oceano no Amazônia. Nossos olhos pareciam
demonstrar nosso amor. Estavam lacrimosos. Ela fechou por um segundo, engolindo seco. Devagar
fui beijando suas longas pestanas de um castanho claro. Beijei cada olho seu. Com carinho e
dedicação. Ela voltou a abrir. Sorriu ao ver meu encantamento. Segurei seu rosto e a encarei, iria
dizer-lhe meus sentimentos.
– Sua boca. Meu Deus, Mel, é o meu paraíso. Amo seus lábios. Amo a forma que me beija.
Sempre esfomeada, sempre apaixonada. Ela sempre está úmida e quente para me receber... Abre-a
para mim, receba-me em seu mundo, sinta meu amor através desse beijo... – ela sem fazer esforço
algum abriu seus lábios para me receber.
Encostei minha boca na dela, um leve choque nos tocou. Deixei minha língua encostar-se aos dela.
Devagar a deixei invadir aquele mundo macio, molhado, único. Seu gemido preenchia minha
garganta, os meus gemidos saiam para brincar com os dela. Numa dança erótica e brincalhona nossas
línguas estavam ali, assim, juntas, macias e desejosas. Mapeei cada canto de sua boca, senti seus
dentes morderem minha língua, numa sessão de tortura prazerosa. Um beijo digno de Oscar.
Estávamos tão envolvidos que nossos corpos pareciam se fundir com a glória que estávamos
praticando. Soltei devagar, dando leves beijos e mordidas. Seu queixo estava quase trêmulo, senti ao
beijá-lo. Sorri com nossos desejos tão palpáveis.
– Mel, minha doce Mel, você é fogosa demais. Adoro sussurrar isso em seu ouvido... – fui até sua
orelha direita e mordisquei o lóbulo, o chupei devagar e na sequência assoprei para esfriá-lo.
Mel gemeu um pouco mais alto, e vi seu arrepio.
– Minha Melzinha fogosa... – deixei o sussurro no ouvido. Sorri ao ver seu desejo. Beijei um
ponto abaixo da pele fina da orelha, desci fazendo esse processo com a língua, passando pela
garganta e subindo novamente até a orelha esquerda. Ali sussurrei novamente:
– Minha honey deliciosa... – outro gemido e uma respiração insuportavelmente prazerosa.
Estávamos a ponto de explodir, mas aguentaríamos, só para ter o melhor dos orgasmos.
– Seu pescoço sempre necessita de meus lábios aí, não é mesmo? – falei encarando-a. Eu não
soltava as mãos de seu rosto. Ela fez que sim. Então fui, com língua, boca, mordidinhas que a fez
gemer mais alto.
– Seu colo dos seios... e seus peitos... vou chupá-los... vou idolatrá-los... vou me alimentar de seu
gosto, Mel... – ela nada dizia, só sabia gemer.
Larguei seu rosto e me concentrei naquelas belezas em minha frente. Tão fartos, tão durinhos. Eu
conseguia sentir seus mamilos espremidos pelo bojo do sutiã, e mais... intumescidos, loucos de
vontade de saírem dali e irem diretamente para minha boca. Apertei-os contra seu corpo e os
balancei devagar.
– Amo seus peitos. Delicio-me deles. Sabe o que eu mais gosto neles?... – ela fez que não, num
gemido baixinho. Se ela queria uma demoradinha, ela teria. – Seus mamilos são os mais lindos.
Mel, eles tem uma maciez divina. Rosados na medida e o que eu mais gosto, é que eles têm muitas
pintinhas em volta dos mamilos. São lindos, e me deixam num tesão absurdo. Eu vou chupá-los até
fazer você gozar...
– Oh, Deus... Juan, por favor, estou morta de desejos... tire minha roupa...
– Sério Mel? Pensei que queria ir devagar... – deixei minha provocação. Ela revirou os olhos. –
Ok, eu vou amenizar a dor que está entre suas pernas...
Puxei sua regata que estava grudada em seu corpo. Deslizando-a vagarosamente. Sentindo cada
parte do corpo dela. Mel levantou os braços para me ajudar. Na verdade, para facilitar e ir mais
rápido. Garota esperta.
Mantínhamos sempre o contato visual, junto um sorriso sexy. Eu mordia a boca, ela me
acompanhava. Taquei longe a blusinha dela. De frente, levei minhas mãos até o fecho do sutiã. Abri
com facilidade. Apenas num clique. E aquelas delícias estavam ali, pendurados em minha espera.
Salivei e apreciei seu arrepio. Não a deixei esperando muito. Dobrei um pouco os joelhos e abaixei
para ficar na altura deles. Cumprimentei cada um com um saudoso beijo longo, quente e molhado.
Uma sugada forte, deixando-os vermelhos.
Eu não vi mais nada, fechei os olhos e me entreguei ao seu meio. Mordendo, chupando e deixando-
a a beira do tesão. Eu me perdi por longos segundos naqueles peitos.
Tudo meu!
Enquanto apertava um mamilo, o outro estava em minha boca. Mordi tanto que poderia arrancá-lo
de lá. Mel gritou e se entregou ao gozo. Tenho certeza de que isso ela nunca havia experimentado.
– Ah, Juan...
Ajoelhei em sua frente. Meu rosto estava em sua barriga lisa. Havia uma pintinha perto do umbigo,
depositei um beijo. Em volta do short fui mordiscando, deixando as mãos em seus peitos que
aclamavam intensamente. Mesmo depois do primeiro orgasmo, Mel ansiava por penetração, e isso
seria em breve.
– Vou tirar seu short, não se mova, ok? – ela olhou pra baixo. Pude ver uma leve camada de suor
em sua testa e um sorriso rasgado em sua boca vermelha. Ela mordia tanto a boca que estava com a
marca de seus dentes. Balançou a cabeça que sim.
– Boa menina. Mel, eu amo seu sexo, sua bocetinha é tão perfeita. Você é insaciável. Imaculada.
Você tem um doce aroma em sua pele. Sua fenda tem um brilho natural, puro. Você irradia amor!...
Tenho uma paixão desenfreada por você... sente isso, Mel? – enquanto dizia tais coisas, eu estava
emocionado. Estava fixado nela. Queria seu desejo todo pra mim. Queria todo seu amor derramado
em mim...
Tirei seu short e quando vi, ela estava sem calcinha. Aquilo me enlouqueceu de uma forma
arrebatadora. Meu corpo tremeu todinho. Querendo montá-la. Querendo entrar num lugar que
conhecia tão bem.
– Sinto, meu amor. Eu amo você... agora... preciso de você dentro de mim... Alivia esse meu
calor... – sua voz era como um canto lírico. Poderoso e penetrante.
Sentei-a na beira da cama e abri suas pernas. Estava ajoelhado ainda em sua frente. E passaria o
resto do dia ali, no meio de suas pernas. Curtindo seu cheiro, seu sabor. Seu gosto. Salivei
novamente por ver seu brilho intenso entre as pernas.
– Você é linda demais... – olhei diretamente para aquela pequena abertura que brilhava, que estava
quente. Toquei e, ao fazer isso, um choque transpassou por todo meu corpo. Ela estava tão molhada.
Muito, muito molhada. Deslizei dois dedos de uma vez. Enquanto o dedão brincava com seu clitóris.
Mel apoiou os braços em meus ombros e sua boca buscava minha orelha, começou a me fazer
carinho, a me morder devagar. Aquilo era enlouquecedor. Tirei meus dedos de lá e botei a boca.
Quente... ardente... deliciosa. Completa...
Eu a chupei com cautela. Sendo o mais paciente possível, estava curtindo seus gemidos, seus
apertões em minhas costas, suas unhas me arranhando. Ela grunhia... até gozar mais uma vez. Senti
sua contração contra minha boca. A maciez engolir minha língua e com o relaxamento completo, ela
desabar...
– Mel... – cutuquei a coxa dela. Num pulo, ela saiu da cama e me agarrou. Tirou minhas roupas
com desespero. Largando tudo espalhado, me jogou sobre a cama e montou sobre minhas coxas. Sua
mão pequena e hábil puxou minha ereção e colocou no caminho certinho. Deslizando para dentro
dela. Gememos juntos.
– Juan, você é tão imenso... eu amo isso... amo como você me penetra... como sua feição fica ao
fazer isso... amo quando geme meu nome por entre seus lábios... amo cavalgar em você... tenho uma
obsessão por você... Agora, me deixa gozar mais uma vez, e goze dentro de mim... em mim... – suas
revelações me deixaram atônito e cheio de tesão. Eu adoro quando ela faz isso.
Segurei forte em sua cintura, trazendo-a mais para mim, dando acesso para estocar mais dentro
dela. Mel pulava, apertava seu corpo contra o meu, puxei seus cabelos na nuca e trouxe seu rosto
para mim. Devoramo-nos em beijos profundos.
Eu iria gozar... e antes de tal perfeição, ela grunhiu com uma gatinha mimosa, gozando pra mim.
Aprecie o momento e gozei em seguida. Deixando meu cheiro nela. Marcando-a para sempre...

Quando saí para ir buscar as comidas, ainda sentia o efeito do maravilhoso sexo que fizemos.
Estamos tão conectados que é muito boa essa sensação.
Quando estava voltando, tive uma ideia para fazer na virada, iria sugerir a Mel para tentarmos
múltiplos na virada. Fazendo nosso melhor, até esgotarmos nossas energias.
Subi e Mel estava com minha camiseta. Ajeitando as coisas para nossa refeição da virada. Ajudei
minha ruiva com as coisas e voltamos para cama. Ficamos conversando sobre o acidente, se alguém
tinha ligado para avisar sobre o ocorrido. Uma semana inteira de correria e Mari ainda nem havia
dado sinal de que ficaria bem. Estava em coma induzido, até os médicos descobrirem o que
realmente estava acontecendo com ela. Pois durante a semana ficava agitada e quase teve uma
parada.
Estava muito destruída tanto física quanto psicologicamente. Rasparam uma parte de seus cabelos,
havia fios conectados por todos os lados em seu corpo. Era triste, e toda vez que Mel ia até lá,
voltava em choque. A noite tinha pesadelos e ficava agitada. Estamos vivendo as mesmas dores que a
família inteira. E ainda por cima, ficou sabendo que os pais ligaram querendo saber sobre Mari, ela
estava por perto e escutou tudo. Precisei arrastá-la de lá, só para ninguém ver a dor que eu via em
seus olhos.
Por impulso beijei a boca dela que estava perto. Sua respiração era calma, a minha se acelerou
com a leve lembrança dela tendo dor.
– O que foi, amor? – tocou meus desenhos sobre o peito.
– Nada. Eu te amo, tá bom? Promete nunca esquecer-se disso? – perguntei agoniado.
– Prometo, Juan, eu também te amo muito.
– De verdade? – senti medo. Precisava abraçá-la para sentir tal verdade.
– Sim, de verdade. Nunca duvide disso.
Abraçou-me acolhendo em seu corpo. Voltei a conseguir respirar lentamente. Sentindo o cheiro
dela, embalei Mel em meu corpo. Nossos corações batiam juntos.
Depois desse momento intenso, fiz a proposta da virada, ela achou a ideia maravilhosa. Para
comemorar jantamos e fizemos um brinde. Naquele exato momento com meu coração batendo a
galope no peito. Senti-me um menino com medo do novo. Com medo da reação dela. Mas precisava
fazer aquilo agora. Minha cabeça ferveu a semana toda em busca de fazer algo para surpreendê-la,
mas nada criativo pintou. Então faria isso de uma forma simples e singela.
O mais engraçado de tudo isso é que estávamos nus! Puta merda, em nenhum momento da minha
vida pensaria em algo tão erótico assim.
Levantei e deixei Mel na cama com a taça brincando nos dedos, onde daqui a pouco iria ser
substituído pela grossa aliança que lhe daria. Assim que toquei a caixinha e me virei para ela, Mel
sorriu de orelha a orelha. Isso foi um bom sinal. Céus, que sorriso sufocador, e ela falou rindo:
– Hum, H Stern!
Confesso que, me assustou um pouco essa frase. Será que ela tinha visto? Expliquei que tinha visto
e comprei. Uma mentira que ela não precisava saber. Já que foi bem planejado, e com muito medo de
minha parte. E do jeito mais selvagem estilo Mel, ela explicou que nunca desejou ter esse tipo de
troca, contudo, eu via o brilho que seus olhos estavam e que também por falta de coragem ela não
revelaria que tinha adorado a ideia. Mas eu vi, e estou sentindo.
– Então, meu filho, fala logo o que deseja! – disse com um sorriso digno.
– Uau, que romantismo todo é esse? Eu também te amo, se é isso que quis dizer! – rimos juntos.
Sabemos bem como é o nosso amor um pelo outro. Conhecemo-nos tanto que isso é medonho.
Depois da trocas e juras de nosso amor, dos arrepios perfeitos por todo corpo, coloquei a aliança
enfim em seu dedo. Dei um beijinho onde a aliança foi depositada. Estava tão feliz que acho que
meus olhos iriam deixar o quarto em azul. Refletindo meu brilho. Estendi a minha pra ela, para
colocar em meu dedo.
– Vou te surpreender, posso? – disse mimosa. Toda cheia de ideias naquela mente perversa. Não,
como ela sempre me disse: Juan, eu não tenho a mente perversa, tenho a mente sexy! Ok.
– Que pergunta! – revirei os olhos e ela se levantou.
E deixou sua proposta a mim: às 23h15 estaria ali e faria o que estava em mente. Droga, faltava
tanto! Bufei irritado com a ideia, mas sei que compensaria depois cada minuto que ficou fora. Mel
partiu antes que eu agarrasse e a prendesse na cama, só para não fugir por tanto tempo. Droga, meia
hora...
Tic tac fazia o relógio, tão lento.
Fiquei ali no meio da cama. Esperando... esperando... olhando para aquela merdinha de relógio
que não passava logo. Bufei e levantei. Precisava fazer algo para relaxar e fazer os minutos passarem
rápido. Fui até a cômoda, peguei um creme que seria essencial hoje. Eu daria esse prazer a nós.
Deixei em cima, quando ela entrasse, eu brincaria. Voltei para a gaveta e peguei uma cueca nova.
Branca. Mel pira nisso, não sei o porquê dessa tara, mas sei que adora. Comprei a boxer justamente
para ela.
Fui até o banheiro do meu quarto e abri a ducha quente. Deixei aquela beleza de água escorrer em
todo corpo para levar o cansaço. Bem, não estava cansado e, sim, excitado! Não consigo entender
essa louca vontade que sentimos mutuamente. Mas quer saber? Quero apenas estar entre as pernas
dela, saboreá-la, dar-lhe prazer e receber em troca o melhor dela.
Depois de deixar apenas a água cair em meus pensamentos, comecei a me esfregar com o sabonete
líquido. Olhei para meu corpo tenso. Eu estava rijo. Sorri em pensar que ele estaria em breve dentro
dela. Em seu lar. Lavei-o para deixá-lo bem limpo e cheiroso a ela. Esfreguei rápido todo o corpo e
lavei os cabelos com xampu. Deixei escorrer toda espuma e fechei o registro. Saí com a toalha
enrolada na cintura. Abri a porta, ela não estava ali ainda. Faltavam dois minutos. Sequei-me e
coloquei a cueca. Deitei novamente no centro da cama, mãos na nuca esperando minha ruiva entrar.
Um minuto.
– Tic tac! – gritei agitado e muito excitado. Fiquei mais ainda quando as luzes se apagaram e uma
música de fundo começou. Coeur De Pirate.
Quando concentrei minha atenção na porta, Mel entrou. Puta merda! Estava incrivelmente
escondida. Mas eu podia ver através do sobretudo branco o que ela escondia. Estava nua? Com uma
lingerie sexy?
Céus, eu estava por um fio de ir até lá e lhe arrancar-lhe tudo. Foi então que ela matou só um
pouco minha curiosidade. Colocou a perna sobre a cama, revelando a ponta da meia com cinta-liga.
Caralho, meu pau vibrou e ficou dolorido por estar preso na cueca. Ela viu que mudei para seu
agrado.
Puxou todo aquele casaco pesado de seu corpo revelando a mim como estava bela. Deliciosamente
perfeita. Eu via cada parte do seu corpo sexy naquela peça. Naquele capricho que ela fez questão de
fazer por mim. Eu amei a sua surpresa. Fui até ela, Mel grunhiu pedindo-me para dizer tais palavras.
Aquelas que a deixa molhadinha.
– Honey... – sussurrei em sua pele.
Quando me aproximei, vi que a aliança estava entre seus seios. Envolta da fita que fechava o
espartilho que estava. Uma nova ordem saiu dos lábios dela. O fiz. Tirei a fita até pegar a aliança em
mãos. Entreguei a ela e fiquei apalpando com desejos seus peitos. Mel puxou minha mão, depositou
um beijo em cima. Fechei os olhos brevemente, mas quando senti sua língua entre meus dedos, aquilo
foi ao extremo.
Queria entrar nela enquanto fazia isso. Deveria estar dentro dela bombeando todo meu poder. Ela
colocou a aliança em meu dedo anelar com a boca! Poderia haver coisa mais deliciosa no mundo do
que isso? Não. Essa foi uma grata surpresa. Sem sombra de dúvidas, a melhor troca de alianças!
Num movimento meio sem noção, e por todo meu tesão momentâneo, eu a empurrei até a parede do
quarto. Encostei-me nela, mostrando o tanto que estava rijo por aquilo. Eu iria fodê-la com amor. Iria
fodê-la com paixão. Sentiria sua pulsação por estar dentro dela.
Abaixei só uma parte da cueca, enquanto ainda beijava sua boca. Levantei seus pulsos prendendo-
a com minha mão esquerda acima de sua cabeça. Permaneceria ali enquanto eu a penetraria. Com o
dedo direito puxei a parte de baixo de sua calcinha. E a penetrei forte, sem avisar! Mel gemia com
minha boca em seu pescoço carente.
Estoquei lento e depois mais forte. Minha respiração estava acelerada como se estivesse correndo.
Saí de dentro dela, admirando seu prazer. Meu pau doía muito, pois precisava estar dentro dela. Mel
implorou. Fui com meus dedos acariciá-la. Ela aprovou, mas tirei novamente. Eu sei, estava sendo
um cretino, brincando com seu prazer. Mas era maravilhoso... Ah, sim, mas, melhor ainda era o que
eu faria a seguir. Peguei o creme esquenta/esfria que havia deixado separado. Mel iria sentir um
prazer em dobro.
Ao me aproximar ela estava em êxtase. Precisava deixá-la ainda mais ligada a isso. Rasguei sua
calcinha. Dividindo-a em dois pedaços inúteis de renda. Avisei que aquilo era um prazer a nós. Ela
assentiu, então comecei a passar em todo seu corpo. Em pontos estratégicos. Deliciosos. Toquei em
meu pau. Porra, aquilo era quente! Deixou-o como se estivesse com febre. Puta merda!
Joguei o corpo dela novamente sobre a cama. Agora era a hora da loucura. Assoprei em cada
cantinho que havia o gel. Ela se contorcia. Estava ficando gelado. Sorri por sentir seu prazer com
tanta realidade. Era demais estar por cima dela e receber tal presente. O corpo dela gritava, se
agitava em cada investida, em cada parte que minha língua viajava. Ela estava em choque. Em êxtase
total. Uma volúpia que a levaria aos céus... Minha nossa, eu estava do mesmo modo...
Quando eu a penetrei senti um frio inebriante tomar conta do meu pau. Céus, nunca havia sentindo
um prazer glacial daquela forma! Era sensacional. Dava vontade de nunca mais sair daquela posição.
Eu queria tomá-la, tinha vontade de entrar o mais fundo que conseguisse.
Segurei-me sobre seu corpo e me empenhei a dar o melhor dos orgasmos. Por Deus, aquilo não
parecia real, eu podia sentir a carne sobre minhas costas se abrirem, era como se explodissem para
fora de mim. Liberando algo tão sensacional que eu mal suportava. Deixei os braços penderem ao
seu redor e nos entregamos ao orgasmo. Permanecei estocando até não conseguir mais me mover. Eu
não tinha sequer forças para fazer qualquer coisa. Até respirar...
Deus, eu preciso respirar o cheiro dela. Afundei em seu corpo. Sentindo seu úmido escorrer entre
a gente. Meu lar estava tão encharcado que sozinho deslizei... o seu sabor estava em minha língua. O
seu cheiro em meu sistema. Eu já não era eu, estava no mundo dela...
Explodi totalmente.
Sem medo, como se visse estrelas, me entreguei...
Um clarão se fez, ela voltou a sorri em minha frente. As estrelas voltaram como pequenas alegrias.
Revirando meu ser.
Eu amo essa ruiva.
E não entendi o que se passou, mas sei que foram... múltiplos... múltiplos...


Depois de nossa ida ao hospital, mais uma vez, ficamos realmente muito esperançosos, a Mariana
havia acordado e estava passando bem. Pelo menos iriam fazer novamente o restante dos exames
para ter os resultados finais. Mel parecia abatida ao ver toda cena, mas voltamos a ficar bem.
Ela já iria voltar a trabalhar essa semana, e eu já iria viajar na outra. Então estava tudo já pronto
para um novo ano.
Como não fui trabalhar, eu me encontrei com Thiago. Estava com saudades de meu amigo e queria
saber como estavam as coisas. Talvez não muito bem, sua feição não era das melhores.
– Como passou esses dias, meu brother? – o abracei e Thiago retribuiu.
– Na verdade, não tão bem como gostaria. Eu já não consigo dar total atenção a Carla. Sei lá,
estou meio cismado. Ela anda rindo demais, sabe? Aqueles risinhos bobos...
– Sério, mas não deve ser nada, cara, a Carla te ama demais! – continuamos a andar e entramos
num bar perto do meu apartamento.
– Que seja, não quero me preocupar com isso agora. Tenho outras coisas para fazer. Mas e aí,
como estão as coisas com a Mel? – perguntou ao sentarmos para beber.
– Está perfeita como sempre! – sorri como um besta.
– Deu a aliança pelo visto! – disse observando a do meu dedo.
– Sim, foi uma loucura, Thi, essa Mel é uma deliciosa! Cara, eu só tenho agradecer a você por
tudo. Você salvou minha vida... – toquei a mão na dele. Thiago sorriu feliz. Graças a Deus estava
voltando e parando de graça com aquelas caras feia. É assim que eu gosto dele. Meu irmão.
– Imagino, vocês devem pegar fogo! Fico feliz que tenha achado uma mulher para você.
Fizemos nossos pedidos e conversamos mais sobre a relação dele com a Carla, estou precisando
colocar juízo na cabeça oca dele.
– Vai viajar por esses dias? – perguntou entre um gole.
– Sim, semana que vem, por quê? Tenho uma reunião, mas é rápido.
– Ah, sim, por nada. É que a Mel fica triste quando viaja, apesar de as duas não estarem mais
almoçando na padaria, Carla me fala que ela sente sua falta.
– Elas não estão indo mais lá? – que estranho, as coisas entre ele e Carla não estava nada bem.
– Não, Carla optou por isso. Não ligo, mas sinto falta delas por lá.
– Isso vai passar! – pisquei e dei um gole generoso acabando com a cerveja. Thiago encheu mais
o copo.
– Com certeza vai! – falou firme. Estremeci com seu tom de voz.
– Ah, cara, você não sabe quem eu vi esses tempos, e ainda por cima, tentou me assustar! Caralho,
se não fosse mulher, eu arrebentaria a cara dela.
– Quem? – tomou um gole e olhou o celular.
– Vanessa! – assim que falei, Thiago se engasgou e tossiu pra caralho. – Está tudo bem aí? O que
foi? – perguntei encarando-o assustado.
– O que ela queria? Já não falei com ela, por que estava te importunando?
– Sei lá, Thi, mas ela estava confiante demais. E ainda pra foder, me avisou para tomar cuidado,
que eu confiava demais na pessoa errada! É louca, essa vaca!
– Esquece, ela não pode te fazer nada! – disse me reconfortando e se recuperando da tosse.
– Mas pode fazer para a Mel. Esse é o problema! – ficamos em silêncio por longos instantes.
Thiago decidiu ir embora. Ficamos de nos ver depois que eu voltasse de viagem. Cada um foi para
um lado. Eu iria ver minha ruiva e cuidar dela.
Ficar poucas horas era demais para sentir saudades? Não mesmo...

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Em outro lugar adiante...

(Thiago)

Caralho, minha cabeça fervia com tanta informação em pouquíssimos minutos. Eu já não
suporto ter de ver toda essa falsa felicidade. Não é possível que Juan seja tão feliz assim? Será
que em nenhum momento eles brigam? Que porra errada que eu fiz? Que cagada eterna poderia
ter feito nessa vida dos infernos que enfrento?
O pior de tudo isso é ter de vê-lo tentar me consolar de algo que não está dando certo. “– Fica
tranquilo, Thi, tudo vai dar certo”.
Babaca.
Eu já não suporto o Juan, já não suporto em não conseguir a Mel, e ainda tem a Carla. Aquela
merdinha toda de santidade.
Eu quero a porra da Mel.
Quero penetrá-la tão fundo, varar sua carne. Eu desejo tanto estar com aquela ruiva que me dói
à carne. Já cansei de me masturbar pensando nela. E encontrar com o merda do meu primo me
deixa mais raivoso. Além do mais, ele fica me contando o que fazem e o quanto ela é maravilhosa!
Se não bastasse tudo isso, os bostinhas que contratei para me ajudar no serviço, estão
ameaçando o meu momento. Preciso me encontrar com essas bostas antes que façam uma merda
pior.
Ao entrar no carro, conectei o celular para ver se tinha alguma novidade. Nada. Silêncio. Ela
não estava em casa...
Uma pena, eu gosto de ouvir o timbre da voz dela...
Gosto de saber que estou observando-a...
Gosto de saber que um dia, eu vou fodê-la com força.
Gosto de saber que machucarei meu primo de tal forma que não haverá conserto ao seu pobre
coração...
Eu gosto de machucar. Eu gosto de ver as pessoas sofrendo. Esse é meu plano.
Tirei o outro celular do bolso e disquei um número da lista de contatos, atendeu no primeiro
toque.
– Que merda é essa de você ficar vendo o Juan? Está louca em ameaçá-lo e, pior, sua vaca do
caralho, dizer o que disse! – soltei os cachorros pra cima dela. Houve apenas um suspiro longo.
– Esse maricas já foi fofocar pra você! Juan é um idiota mesmo! – bufou no bocal. Eu estava
possesso e queria foder na boca dela só por respirar.
– Vanessa, me escuta, não é pra fazer mais isso. Ele pode desconfiar e por o plano todo a
perder. Você quer que eu fale pro seu chefe que você tinha dois casos! Quer que eu fale pra ele que
você o traia comigo e com o Juan? – ela respirou profundamente, pois sabe que não brinco em
serviço.
– Claro que não, Thi, pare com isso! Foi só um momento de ódio que fiquei por vê-lo. Não faria
isso, né... – gemeu. Aquilo deixou meu pau duro.
– Para de manha. O que viu no Juan, me diz sinceramente!
– Além de foder gostoso?! – ela gemeu. Foi isso mesmo?
– Ele foi sua melhor foda? – grunhi. Ela conseguiu fazer meu sangue ferver.
– Uma das. Você também fode gostoso. Deveríamos tê-lo preso em algo e vendado seus olhos.
Assim faríamos um ménage e tanto!... – filha da puta estava me excitando.
– Quero vê-la hoje. Vou fodê-la tanto que não irá andar por dias!
– Ok, eu vou até seu apê. Agora preciso ir. Beijinhos na cabeça do seu pau!
Ela sabe ser a melhor das vadias!
Assim que desliguei a ligação dela, fiz outra mais importante ainda. Ele demorou a atender, mas
assim que atendeu fui rápido.
– Olha, eu tenho uma missão a você, trate de não falhar nessa porra! Juan irá viajar semana
que vem, é sua oportunidade de pegar a Mel de jeito. Preciso deixar Juan furioso. Puto da vida em
saber que Mel saiu com você, já que o deixou uma vez nervosinho. Agora seja muito bom nisso.
Trace ela, e depois me conte tudo. Filme, tire foto, faça alguma porra valer a pena, está me
ouvindo Caio?!
– Sim Thiago, eu farei o que me pediu. Ela é uma puta indomável. Não me deixa um espaço. É
escorregadia, mas vou foder essa vadia!
– É assim que se fala! Depois te dou sua grana.
– Quanto?!
– Caralho, cara, você vai foder uma delícia daquela e está preocupado com grana?! Vai tomar
no cu, seu filho da puta, depois acertaremos isso! – houve um chiado, mas combinamos e
desligamos.
Eu tinha muita coisa pra pensar e isso seria a última preocupação que teria. Ela será uma
agradável surpresa... Mel seria minha também...
13- Domínio mental
“Eu sou muito bom em joguinhos sentimentais.”

Cheguei à casa da Mel antes dela. Hoje ela estava ansiosa, pois iria preparar um jantar
especial. Já que reclama o tempo todo quando trago comida, então hoje fará de bom grado a mim. Eu
não achei nem um pouco ruim, vou adorar vê-la cozinhando e ainda por cima, só pra mim. Essa
mulher é completa.
Esparramei meu corpo sobre o sofá e aguardei. Havia ligado pra ela e me disse que passaria no
mercado para comprar o restante das coisas, e que já estava chegando. Até me ofereci para buscá-la,
mas a teimosa disse com todas as letras: já estou chegando! Talvez tenha sentindo minha ansiedade
por vê-la – ainda mais cozinhando! Deve ser deliciosa concentrada, fazendo a comida. Mas tenho
quase certeza de que irei atrapalhar, pois não aguentarei ficar longe... só observando. Eu queria fazer
junto.
Não deu tempo nem de relaxar e a porta bateu atrás de mim. Levantei e fui ajudá-la com as
compras. Trocamos um selinho rápido e fui perguntando até a cozinha o que iria ser feito: Macarrone
à La Mel. Bem, já senti que seria delicioso. Ela deu uma piscadinha safada em minha direção.
Deixou as compras na mesa. Ofereci-me a ajudá-la, sua feição foi de surpresa e emendou que seria
impossível isso dar certo, mas que poderia ficar por ali. Foi até o quarto, acho que iria trocar de
roupa.
Para agilizar as coisas, fui tirando tudo da sacola e deixando em cima da mesa. Molho, tomates,
salada, macarrão, filé de frango e mais alguns temperos. Olhei para minha camisa branca do serviço,
e isso seria uma bagunça, então optei por tirar a camisa. Dobrei e joguei sobre o sofá. Voltei até a pia
e iria lavar os tomates e a alface. Deixaria tudo arrumado num canto para ela só finalizar.
Assim que lavei a última folha de alface, Mel entrou na cozinha, parou de uma vez, congelando no
lugar. Até assustei, pois achei que tinha visto algo estranho. Ao olhar sua feição a única coisa que
conseguia decifrar era: desejo.
Fiquei sério, encarando seus olhos, sua boca, suas mãos que passou a esfregar uma na outra. Senti
seu úmido se formando no meio das pernas. Droga, isso era excitação ao extremo! Iríamos cozinhar
excitado um com o outro. Encostei o quadril na pia e aguardei ela se mover, mas isso não aconteceu.
Ela estava em choque, como se tivesse esquecido o que foi fazer ali.
– Mel? – tentei chamar sua atenção. Ela não ouviu, mas seus olhos estavam em mim. Abaixei a
cabeça tentando guardar só pra mim meu sorriso satisfeito.
Eu consigo excitar essa mulher sem ao menos tocá-la.
Fala sério, é um orgulho!
– Você não vai mais cozinhar? – deixei a voz num tom agradável, para tentar trazê-la de volta a
cozinha, ao jantar, para mim. Ela pigarreou enfim voltando para o momento.
– Eu me esqueci por um breve segundo... – disse bem baixinho. Como se estivesse envergonhada
por tê-la pegado me olhando com desejos. Fui me aproximando lentamente dela. Seu corpo tinha um
poder sobre o meu, fui cauteloso, estudando as feições que ela fazia. Seu corpo brincava de buscar o
meu, me trazendo para perto. Eu já não queria mais cozinhar. Nem que ela fizesse nada. Queria me
sustentar de seu sabor. Alimentar-me de seu prazer. Queria apenas comê-la bem devagar... E só com
essa imagem de saborear o seu prazer, fiquei mais excitado.
Deixei beijos por seu corpo arrepiando. Ela me acompanhava num ritmo lento e provocante.
Arfando enquanto enfraquecia em minhas mãos. Senti seu corpo virar geleia sobre o meu, enquanto o
meu ficava cada vez mais rígido. Como pedra.
Enfiei as mãos por baixo de sua blusinha, senti uma leve camada de suor que se formava na curva
de sua coluna. Subi mais um pouco constatando que ela estava sem sutiã. Aquilo me enlouqueceu e
meu primeiro instinto foi olhar para seus peitos, os mamilos estariam dando a graça de seu desejo. E
ali estavam eles... Lindos, duros e pontudos. Quase como se estivessem sorrindo pra mim. Encarei
seus olhos, e neles havia uma chama secreta, mas que quando eu a atiçava, Mel se entregava.
Deixava essa flama exalar por todos seus poros.
Toquei seus seios por dentro. A quentura estava como se fossem queimar as minhas mãos. Tirei
uma delas e abaixei o corte da blusa rente aos seios. Mordisquei com prazer cada cantinho,
marcando território. Ela era só minha. Seus desejos são apenas meus.
Abracei-a com carinho, encostando meu pau sobre sua barriga, só para ela sentir todo efeito que
tinha sobre meu corpo. Se ela estava atiçada, eu permanecia mais ainda...
Logo após uma breve recuperação nossa, decidimos fazer o tal jantar. De propósito encostei seu
corpo na pia, fazendo-a lavar os tomates enquanto eu ficava por trás. De vez em quando se
esfregando, fazendo-a sentir meu pau sobre sua bunda. Só que a safadeza dela é sem limites, ela se
esfregava também, provocava também.
Antes de aquilo ir para outros patamares de luxúria, terminamos de fazer o jantar, agora faltava
bem pouco. Estávamos na mistura. Quando olhei aquela mistureba toda sobre a mesa, sobre minhas
mãos, eu não pensei em outra coisa. Estávamos já sujos, uma sujeirinha a mais não seria o problema,
até porque, eu estava ainda de pau duro, cheio de vontade, e com toda certeza, queria fazer uma
brincadeira antes de comer. Também para abrir ainda mais o apetite, mas naquele momento o meu
apetite era apenas sexual...
Com as mãos sujas de farinha e ovo, passei em seu corpo inteiro. Mel revidou e ficamos brincando
de passa-passa sobre o corpo. Era a mão naquilo, aquilo na mão. Provoquei tudo isso, só para irmos
até o chuveiro e fazer uma rapidinha, ou mesmo uma demoradinha ali dentro. Não teria outra
oportunidade.
Está certo que a qualquer momento que eu dissesse para Mel: vamos transar? Ela sempre topava
na hora. Mas com um bom pretexto é sempre mais gostoso.
Peguei-a no colo e a conduzi para o banheiro. Só larguei a Mel quando estávamos dentro do boxe.
Abri o chuveiro e um pouco de água fria caiu sobre suas costas, ela soltou um palavrão feio e ainda
por cima bateu forte em meus ombros.
– Que coisa feia, menina! Vou lavar essa sua boca com um escovão! – falei cheio de graça
segurando minha ereção. Mel explodiu numa gargalhada. Achei tão doce aquele riso que decidi
guardar só pra mim. Roubando em beijos.
Peguei a esponja e a lavei devidamente. Com carinho e paixão. Quase venerando seu corpo belo e
firme. Ela fazia o mesmo comigo, só que ao chegar lá embaixo, suas mãos demoraram mais tempo do
que deveria. Ficou ali, brincando, batendo uma pra mim. De forma gentil e delicada.
Beijava meu tórax e subia até o pescoço. Eu estava com a cabeça pendida pra trás, apoiada no
ladrilho frio e molhado. Ela gemia para ter contato com minha boca, aquilo estava delirantemente
delicioso...
Abaixei a cabeça para beijar-lhe sua boca. Mel gemeu assim que nos tocamos. Troquei de lugar
com ela, encostando seu corpo todo na parede fria, ela grunhiu novamente. Peguei o chuveirinho e
joguei água morna por seu corpo. Agora gemeu de alegria e satisfação. Cheguei mais perto, beijando,
enquanto a mão esquerda segurava o chuveirinho em seus ombros, a mão direita levantou sua coxa,
para dar acesso ao seu sexo. Ao penetrá-la, um grunhindo surgiu de ambas as bocas. Um rosnado de
minha parte e um gemido mimoso dela.
Estoquei lentamente sentindo a água quente passar por nosso corpo, foi então que ocorreu uma
deliciosa ideia. Peguei o chuveirinho e deixei por baixo das pernas dela, a água jorrando em nosso
sexo. Batia em ambos. O gemido que estava baixo passou a ser um grunhido de nós dois.
Porra, meu, isso é um tesão do caralho!
Nunca tinha tentado algo assim, depois desse, será sempre assim. É muito, muito... Nossa, é muito
foda. Aquele jato de água quente banhava e nos excitava ao mesmo tempo. Era tão gostoso, que Mel
puxou minha boca num beijo devorador, para que pudéssemos gozar juntos. Nada melhor do que
gozar beijando na boca. Torna-se ainda mais íntimo. E foi o que aconteceu... Com o vapor quente, o
jato de água sobre nosso sexo, o contato firme de nossas línguas, o gozo veio vagarosamente
explodindo de dentro pra fora. Eu sentia um tremelicar saindo do corpo dela e passando para o meu.
Ela gozando e depois eu... Nossa... explodimos geral.
Mel despencou sobre minha coxa. Soltei o chuveirinho e a peguei no colo. Ela estava mole sobre
mim.
– Você está bem? – perguntei assustado. Mel estava pálida.
– Uau, isso foi intenso... – ela foi encostando sua cabeça sobre meu corpo.
Enquanto o banheiro inundava com cheiro de sexo. Lavei-a por baixo para tirar o líquido viscoso
que escorria sobre sua perna.
Assim que estávamos limpos, fomos jantar.


Depois de comermos a suculenta comida que minha gostosa preparou, ficamos deitadinhos no sofá.
Vendo besteira e conversando sobre o ano que avançava rápido. Mel estava muito bicuda, pois sabia
que eu iria viajar em breve, então ela queria aproveitar o máximo de mim. Eu estava feliz de ser
usado na forma que ela pedia.
Ela me deixou no sofá e disse que faria uma surpresa. Adoro cada vez que ela diz isso, pois sei
que sempre vem safadeza. E quando menos esperava, ali estava ela, com sua melhor cara de ninfeta,
seu melhor sorriso rasgado. E melhor, mordendo aquela boca incrivelmente vermelha.
O orgasmo que tivemos no banheiro foi divino – diria que único. Mas quer saber, nunca é muito.
Nunca é demais para gente. Realmente a gente não se cansa de estar dentro do outro. Na mesma hora
em que a olhei de cima a baixo, só de camiseta com uns dizeres sinistros, tinha a certeza de que
estava nua por baixo. Ela gemeu com meu olhar. Molhada. Foi a única palavra que eu pensava.
Mentira. Havia outras palavras que quase me deixaram cego. E com ciúme.
– Honey, o que seria isso? Quanta maldade sua! – minha voz rouca estava sedutora. Ela abriu seu
sorriso de novo e ficou de frente. Vendo-me de barraca armada.
– É? O que me diz? – Mel realmente não tinha vergonha na cara.
Eu acabei de me apaixonar por ela pela centésima vez!
– Acho que você não deve usar nunca essa camiseta por aí, deve ser somente comigo! – olha o
ciúme aflorando. Droga. Ela ficou satisfeita, soltou a frase melosa, dizendo que nem se lembrava da
tal. Mas se lembrou de colocar pra mim.
Que suas palavras sejam válidas! Pois é isso que farei.
– Muito bom... “Não me odeie, me foda”, você ganhou isso? – apesar do começo da frase ter
soado erótico, o final novamente foi ciumento.
Ela mordia a pontinha da boca e levantava a barra da camiseta. Curvei a cabeça para ter um ângulo
perfeito, mas nem precisava foi a própria safada que mandou fazer e ainda por cima me pediu:
– Ah, Juan, don’t hate me, fuck me... – bramiu as palavras escritas na camiseta. Fui faminto buscar
minha deliciosa que fazia um pedido daqueles. Estava louco para fazer algo violento. Com força. Já
que no chuveiro tudo foi romântico demais, agora ela teria o erótico. O selvagem.
– Só se for agora, honey!...
Assim que levantei para ir buscá-la, toquei embaixo da camiseta. Ca-ra-lho! Ela estava tão úmida
que meus dedos escorregaram por seu sexo. Escorria um fio meloso entre suas pernas. Ela estava
mais do que pronta. Parece que já gozaria só com meu olhar. Então dei a ela o meu melhor. O nosso
sexo selvagem!...
De quatro até o fundo. Com fortes tapas. Sem brincadeira!


Ajeitei as malas para mais uma semana de viagem. Mel estava com os braços apertados em volta
do seu corpo. Brava, bicuda e chateada. Eu não tinha culpa, precisava ir as viagens. Se ao menos ela
não trabalhasse, eu a levaria comigo. Mas ela não pode. E também não deve ficar se comportando
com uma criança birrenta. Ontem por duas vezes ela me respondeu mal. Somente a fitei e não disse
nada, ela me pediu desculpas e acabou dizendo que estava chateada por ficar a semana toda me
esperando. Falei bem sério com ela.
– Não estou indo passear e te deixando aqui. Isso é trabalho sabe bem disso! – odeio briga, e
nunca tivemos sequer uma discussão.
– Eu sei, tá legal, só estou assim porque ficarei sozinha, sem você! – fez manha.
– Mel, eu não posso deixar de ir, sabe disso, não é?
– Claro que sei, né, Juan. Pare de falar comigo como se eu fosse uma criança! – gritou novamente.
Coloquei as mãos na cintura e a fitei demoradamente.
– Não quero discutir com você. Isso é desnecessário. E quanto a isso, Mel, quando faz essas
birrinhas, me faz questionar a sua inteligência! – falei o mais educado possível, mas isso a feriu
profundamente.
Foi um tapa sem querer, mas ela aprenderia. Sem sombra de dúvidas.
Passou o resto das horas que tinha comigo, somente me agradando. Tentando de alguma forma
mostrar que aquilo foi errado, e que nunca mais faria isso. Eu sei que não. Ela é muito inteligente.
– Eu volto logo, eu te amo! – despedi no estacionamento. Quando fui pegar minha pequena mala.
Ela desceu do carro, com olhos lacrimosos. Abraçou-me forte agarrando meu pescoço. – Mel, eu te
amo. Voltarei logo. Vai ficar bem? – ela não respondeu, mas sacudiu a cabeça dizendo que sim. – Eu
te amo! – beijei demoradamente seus lábios, ela dessa vez retribuiu um beijo cheio de amor. – Serão
alguns dias, eu volto logo. Te amo.
Enfim parti, senão era eu que iria acabar desistindo.

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(Thiago)

Saí irritado da casa de Carla.


Nossa, eu já não aguento aqueles velhos. Eu já não aguento mais aquela menina falando blá-
blá-blá em meu ouvido. Eu deveria enfiar minha rola na boca dela só para calá-la. Nossa, por
Deus, que chatiação à toa!
Ainda pra foder com minha barra, a Vanessa não apareceu essa semana em casa. Ela que vai
achando que me esqueci do que ela fez e do que me prometeu. Eu vou cobrar cada minuto dela me
chupando e eu enfiando meu pau fundo nela.
Assim que cheguei em casa, consultei o computador para ver se tinha alguma gravação da casa
da Mel. Somente alguns falatórios em telefone e algumas lamentações com Juan. Já que o babaca
foi viajar. Essa era a minha deixa.
Estou quase um ano nessa porra, tudo que havia planejado, não tinha dado certo.
Primeiramente, eu só queria comer a Mel, assim que a vi pela primeira vez no prédio. Mas, bem,
ela é a amiga da minha namorada. Como eu chegaria assim? Na verdade, ela estava apenas
conhecendo a Carla, e não teria problema, mas exatamente por isso eu não poderia chegar e
dizer: E aí, gata, vamos foder loucamente?!
Não, definitivamente não poderia.
Então como já estava cansado do meu primo levar vantagens em tudo, decidi brincar com seu
coração. Mel é uma vadia que adora apenas foder. Seu prazer é apenas por sexo. Então ela jamais
se apaixonaria pelo Juan. Seriam apenas algumas transas e nada a mais. Entretanto, Juan se
apaixonou perdidamente por ela. Claro, quem seria o louco de não se apegar àquela delícia? E
como todo seu charme de Don Juan, ele fez com que ela se apaixonasse por ele! Oh, lindo, não?!
Porra alguma. Isso só atrasou meu lado, pois acabei me distanciando de meu real foco. Que era
comer a Mel, para o Juan saber. Simples.
Até tentei fazer Carla desgostar de mim e tal, pra tornar as coisas mais fáceis. Estou lutando
arduamente para ela terminar logo comigo, mas ela não faz essa porra logo! Caralho, não sou eu
que terminarei! Quero sair bem nessa história, como se eu fosse o coitadinho. E com a ajuda das
escutas que plantei na casa da Mel, no dia que fomos jantar, eu tenho algumas coisas sobre ela.
Mais do que poderia imaginar. Espero só o momento certo, pois ainda acho que ela esconde muito
mais podres de seu passado. E, um dia, eu saberei. Ah, se não...
Peguei o celular e disquei o último que tinha falado. Agora era a hora do ataque.
– Está preparado, precisa ser hoje. O Juan está fora da cidade. Chega de mansinho, convide ela
e Carla para irem tomar um drinque, qualquer coisa. Eu vou chegar do nada e chamar Carla pra
ir embora. Dê seu jeito e faça com que ela caia na sua. Nem que você entorne aquela vaca de
bebida. Mas faça algo direito! Está me ouvindo, Caio? – falei rápido, sem rodeios. Tentando
sempre mantê-lo em meu domínio mental. Eu sou muito bom em joguinhos sentimentais. Sou
melhor ainda para descobrir segredos e pobres para jogar sujo.
– Sim Thiago, eu estou te ouvindo. Mas vem cá, cara, por quê? Por que quer tanto isso? – sua
voz era baixa. Ele estava no escritório.
– Porra, não fale a porra do meu nome! E caralho, só eu faço perguntas. Só eu falo aqui,
entendeu? – ouvi um grunhido.
Não é possível que ninguém faça as coisas direito nessa merda!
– Sim, devo lhe chamar de chefe?! – bufou e isso me irritou mais ainda.
– Caio, Caio, não me irrite, eu sei ser bem malvado quando quero! Sabe o que pode muito bem
ganhar com tudo isso! – ameacei o desgraçado.
– Ok, farei isso, depois do ato te ligo.
– Vou ficar no aguardo.
Desliguei o celular, e voltei a me concentrar no que deveria. Concentrar-me na bocetinha
quente da Mel... Cacete, na mesma hora meu pau enrijeceu na calça.
Tirei toda aquela merda de roupa e fui pro banheiro. Só me aliviando mesmo para voltar a ver a
cara daquela filha da puta que me perturba!
Assim que liguei o chuveiro e deixei a água correr pelo corpo, em questão de segundos, gozei.
Parecia um moleque filho da puta.
– Ah, Mel, eu ainda vou afundar meu pau em sua pele... Ainda vou gozar em você...
Depois dessa promessa, voltei para padaria. Eu precisava conferir meu plano.
Fiquei ao lado do balcão, ansioso, só aguardando a saída das duas. Era quase quatro horas da
tarde. E em breve elas estariam ali. Esse era o maldito plano.
Ah, se Caio não conseguisse, eu mesmo iria lhe enfiar um pau de vassoura no cu, por ser tão
frouxo!
Dois minutos depois, Carla e a gostosa da Mel entraram a padaria. Olha só isso, meu Deus...
Segurei a porra da ereção na calça e a respiração para não sentir o cheiro dela. Mas Carla me
cumprimentou com um selinho seco e Mel estava atrás, rezei mentalmente tentando trazer o corpo
dela pra mim. Ela veio e me cumprimentou com um beijo na bochecha. Toquei seu braço puxando
seu cotovelo, ela nem se tocou, pois seria apenas um toque, e nem ela e nem Carla se ligaram em
minha fixação nela.
– Amor, eu estou aqui do lado, vamos tomar um drinque com Caio, tudo bem? – Carla sem
querer me despertou do tesão em que estava afundando.
– Claro. Pode ir, quando eu for embora, passo lá pra te pegar. – dei de ombros e Carla pareceu
ficar murcha. Ai, Deus, dê-me paciência.
O que ela queria que eu fizesse? Mel me fitou com um olhar bravo. Como se tivesse me
repreendendo de algo. Disparei um olhar furioso as duas idiotas que me fitavam. Elas saíram do
meu campo de visão. Mas a última visão privilegiada que tive foi: o rabo da Mel rebolando.
Não estava mais me aguentando em esperar, peguei minhas coisas e saí. Assim que cheguei ao
bar a minha primeira visão foi a Mel, ela não parecia à vontade ao lado do Caio, já Carla estava
mais solta, rindo de algo e falava sem parar com a Mel.
– Oi. E aí, Carla, vamos? – perguntei encostando as mãos na cintura dela. Carla se
sobressaltou com susto e me olhou furiosa.
Nossa, que medinho! – pensei bufando mentalmente. Revirei os olhos.
– Eu disse que iria avisar! – quase bufei em sua face. Qual é a dessa santinha? Ai, por todos os
céus, eu queria largá-la ali e desistir de vez, por que é tão difícil isso, hein? Respirei fundo, pois
tinham olhos verdes em cima de mim. Analisando-me.
– Eu saí mais cedo, vamos, meu bem? – forcei um sorriso fazendo com que ela caísse nessa.
Carla ficou em dúvida, e por pouco Mel quase vai embora. Joguei um olhar furtivo ao Caio,
para ele se mover, e aquele idiota por pouco não deixa a Mel escapar entre os dedos. Meu olhar
sinistro a ele foi: faça essa merda direito!
Saímos dali e deixamos os dois conversando. Carla começou com os mi-mi-mis logo cedo.
– Thi, eu não acho uma boa ideia a Mel ter ficado lá sozinha com o Caio! – disse assim que
estávamos indo para a casa dela. Por pouco não a joguei para fora do meu carro.
– Carla, a Mel é adulta, ela sabe se virar! – falei sem olhar para ela. Carla se mexeu no banco
do carro. Impaciente.
– Sabe mesmo, só que o Juan já tinha ficado bravo por causa do Caio, não quero vê-los
brigando. Ela ama demais o Juan, mas ele é também ciumento... – disse encarando as unhas. Eu
quase arrebentei as mãos no volante. Quem era aquele serzinho que ficava falando merda do meu
lado?! Como suportei ainda ter essa garota chata!
– O problema é dos dois. Não temos que nos intrometer! – falei mais firme. Agora ela se encheu
de coragem, estufou o peito e me encarou.
– E nós?! Hein, Thiago, e a gente, como é que fica? – ah, agora era a mulher maravilha! Eu
queria sorrir. Não, eu queria parar o carro e forçá-la a me chupar até gozar na boca dela! Não,
melhor, eu queria fodê-la até machucá-la. Seria ótimo. Cocei forte a cabeça e parei o carro na
porta da casa dela. Iria começar tudo de novo.
– Carlinha, meu amor. Vamos conversar outro dia, estou exausto! – peguei suas mãos e levei até
a boca. Depositei um beijinho nela. Fazendo cara de apaixonado.
Nossa, eu deveria ganhar pelo menos algum prêmio safado por isso.
– Tá, Thiago, ficará fugindo por mais quanto tempo? Adiando dia após dia nossa conversa. Eu
já não estou suportando! – é fácil, meu bem, termine! Sorri e apaguei o que poderia sair por minha
boca.
– Depois, pode ser. Vem cá, me dê um beijo bem gostoso e vá descansar!...
Ela me obedeceu. Nossa, se eu casasse com ela, faria ela me chupar o dia todo. Presa na cama,
somente me chupando. A boca dela é demais...
Assim que Carla saiu do carro, meu celular tocou.
– E aí, boas notícias? – minhas mãos já coçavam por algo bom. Uma foto dela de quatro. Um
videozinho sacana para assistir batendo uma... Um pigarro me tirou do devaneio erótico da Mel.
– Não, porra, aquela vagabunda me deixou na mão. Levei-a até o apartamento, mas ela
escorreu como quiabo! Droga! – praguejou mais alguns palavrões. Mas tirei o celular do ouvido.
Quase o arrebentando enquanto o segurava firme entre os dedos.
– Vai tomar no seu cu, seu incompetente! – grunhi e desliguei.
Afundei os pés no acelerador e corri para minha casa. Eu precisava foder como um animal, e só
uma pessoa me daria. Isso.
Vanessa.

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Quando voltei de viagem a expressão da Mel não era nada boa. Ficar uma semana longe não está
sendo fácil pra ninguém. Ela estava totalmente sensível, diferente, amorosa, mas, também triste.
Muito triste. Falava em coisas estranhas que envolvia muito as questões de seu coração e sua vida
em geral.
Acolhi meu amor em meu colo e lhe dei muito amor. Provando que a distância é ruim, mas que
estar pertinho é a melhor coisa do mundo.
Ainda pra finalizar uma semana agitada, descobrimos que Mariana perdeu a visão. Não cem por
cento, farão exames específicos para tudo isso, mas foi barra. Richard nos contou em partes o que
aconteceu no acidente. A coisa toda estava feia por todos os lados. E Mel estava arrasada.
Principalmente quando saiu da visita que fez a Mari. Sua expressão era tão dolorosa que senti sua
dor pelo resto do dia. Precisávamos ficar o mais junto possível. Levei-a para casa, lhe dei um banho
gostoso e passamos a noite toda abraçados num emaranhado de corpos. Ficamos entrelaçados até o
amanhecer.

Um pouco antes de acabar meu horário de almoço, Thiago apareceu na clínica. Sentamos no
estacionamento para conversarmos.
– Novidades? – perguntei a ele.
– Não. Na verdade, estava passando por aqui, por isso resolvi visitá-lo. E o tio, como está? –
perguntou educado.
– Está bem, deve estar almoçando! – encarei Thiago, ele parecia abatido. Realmente muito
cansado.
– Como foi de viagem?
– Bem, é ruim deixar a Mel, mas foi tranquila.
– Hum...
– Thi, está com algum problema? Quer conversar? – ele nunca foi de esconder as coisas de mim,
mas parecia estar fazendo isso.
– Bem, eu não queria fazer intriga, mas... – travou. Eu quase congelei no lugar. O que ele poderia
me dizer? Deus... Mel...
– Diga! – grunhi.
– Olha, isso pode não ser nada, mas você sabe, é meu brother, eu vi e preciso te contar... – ai,
Deus, eu estava afundando. Cruzei os braços fortes como se isso pudesse sustentar o peso todo do
meu corpo.
– Está me assustando, fala logo porra!
– Então, outro dia, enquanto estava viajando, eu fui buscar Carla ao lado da padaria, ela disse que
iria tomar um drinque com a Mel, mas quando cheguei lá, elas estavam com o Caio. E, cara, ele
parecia bem alegrinho pra cima da Mel. Fui embora com a Carla, mas a Mel ficou lá com ele... Bem,
não sei. Só estou te alertando... – meu mundo se abriu. O que aquele filho da puta queria com a minha
Mel? Caralho, por que ela não me disse nada? Tudo ferveu numa proporção gigantesca.
Merda, respira cara.
– Preciso entrar, valeu – falei rápido, virei e o encarei. – Eu confio na Mel, ela não faria nada de
errado.
– Só estou avisando! Valeu. – Thiago sumiu e fiquei ali ainda, sem chão.
Ficar com essa merda bagunçando a cabeça não é nada bom. Quando cheguei a casa dela, eu mal
conseguia respirar. Estava louco para saber, mas não sabia como abordar esse assunto. Não quero
parecer possessivo. Caralho, o que fazer?
Ela andava de um lado ao outro. De certo me pirraçando, pois estava somente com uma camiseta
minha. A que eu vim. Nadinha por baixo. Estava realmente deliciosa. Só que meu sangue fervia por
saber o que ela tinha para me contar sobre o que eu sabia.
Droga, respira e fala logo, seu merda!
– Mel, você saiu por esses dias enquanto eu estava fora? – consegui dizer calmo, mas minha voz
soou ainda bravo, sério e cheio de ciúme. Merda.
Mel estava de costas no momento. Foi melhor a nós dois. Eu não senti mudança em seu corpo,
então ela estava tranquila em relação aquilo. Mas queria ver os olhos dela, eles nunca mentem pra
mim.
– Saí. Por quê? – droga, meu corpo congelou e depois explodiu em mil pedaços. Aquela dor era
terrível. Deus, será que ela... e ele... Não.
Encarei-a assim que se virou para mim. Dando de ombros a sua saidinha. E ainda por cima me
desafiando em dizer que simplesmente havia se esquecido de me comunicar. Do tipo: seu otário,
você não precisa de detalhes da minha vida! Droga, eu queria levantar e ir embora, entretanto,
queria ficar ali e ver o que ela tinha para me dizer.
– Ok. Saiu com o chefe e esqueceu-se de me contar?
Sua expressão foi morna. Como se aquilo não fosse o cumulo!
Ah, sim, é supernormal sair para beber com o chefe! Droga, conta outra, o cara está a fim dela e
Mel se quer enxerga isso?! Ela não é tão inocente assim. E para acabar totalmente com meu humor, a
porra do cara ainda a trouxe em casa! É ou não é pra foder com tudo?
Quando perguntei sobre isso, ela me retorna na calma que não fez nada com ele! Claro, então
aquele filho da puta tentou! Não me contive e explodi. Mas a teimosia e a sua independência deram
asinhas. Ela começou a andar de um lado ao outro. Depois de gritar furiosa ao dizer que eu não
confiava nela, foi até a sala.
Ah, legal, agora vai fugir! Por quê?
Eu fui atrás.
Fitei aquela mulher que estava com o corpo tenso como o meu. Estávamos tensos, pois era a
primeira discussão. Isso era doloroso demais. Eu não queria brigar, mas depois que explodi, acendi
um tipo de dispositivo na Mel, ela não parou mais. Ela queria seguir a diante. Aproximei-me e disse
que não era falta de confiança, era apenas para não dar trelas a esse cara! Não era difícil fazer isso,
mas Mel explodiu. Num grito abafado, que só absorvi sua última e dolorosa frase.
– Só porque dormi com você no nosso primeiro encontro não quer dizer que qualquer babaca vai
conseguir isso!
Aquilo foi o fim.
Continuamos nos atacando com frases grosseiras e desnecessárias. O clima ficou tão denso que era
palpável a raiva em todo apartamento. Eram gritos, ofensas, soluços chorosos, coisas da qual nunca
precisamos fazer. Não era necessário nada disso.
Olha o que aquele merda fez com a gente!
Pensei em Thiago me contando. Preferia que não tivesse falado nada. Assim estaria bem e sem
essa merda de dor no peito que sentia agora.
Mel continuou como uma barata tonta de um lado ao outro, em todos os cômodos. Até que ficou
trancada dentro do banheiro.
Silenciosa.
Aquilo me perturbou no geral, ela estaria chorando?
Deus, eu fui tão grosseiro com ela. Mel não merecia o que acabei de fazer.
Droga, foi apenas algo para descontrair, ela não fez nada de errado!
Cara, para de putaria. Toma sua mulher no colo e a leva ao paraíso do orgasmo poderoso. Faça
com que ela nunca se esqueça de você, do seu sexo!
Pensei sinceramente em bater na porta, mas ela se abriu com uma mulher desejosa, com uma feição
sexy e poderosa. Aquela que mostra: ou você me ama agora, ou vai embora! Eu fiz a primeira
opção.
Agarrei a cintura dela e a levei de volta para o banheiro. Bati a porta com o pé. Tudo muito
rápido. Eu mostraria quem é que merece aquele corpo. Quem é que deve ser seu completamente. E
seu homem é somente eu!
Não a deixei falar nada. Ela estava ofegante encostada na porta do banheiro. Caminhei para sua
frente. O cheiro de excitação estava em nossa volta. Uma briga, uma trepada. E das melhores!
Senti o tecido fino da minha camiseta no corpo dela. Céus, era tão linda, tão sexy. Um rasgo. Ela
gemeu e se assustou. Outro rasgo. Sua pele brilhava embaixo do tecido branco e agora rasgado.
Último rasgo e a camiseta estava dividida em seu delicioso corpo. Que fervia, que vibrava.
Mel não perdeu tempo, eu sentia sua fúria por nossa briga, mas seu tesão por mim falava mais alto.
Ela agarrou meus cabelos e levou meu rosto até o dela. Mordeu-me deliciosamente. Sorri em seu
lábio. Só que, se é pra morder eu sou o melhor!
Vamos torturar a Melzinha.
Comecei as mordidas fortes e passava a língua para amenizar a dor na marca dos meus dentes. Ela
gemia, na verdade, ela grunhia.
– Você é muito respondona! – gemi em seu ouvido, deixando minha mão deslizar por aquele corpo
pecaminoso.
– Sou mesmo! – fiquei cego com meu tesão. Agarrei aquele corpo e o joguei sobre a pia. Havia
um espaço ali que cabia a bunda dela certinho. Eu queria estocá-la tão fundo que iríamos varar do
outro lado.
– Então, você precisa de uma lição! – pude ver no fundo dos seus olhos um sorriso sacana. É
assim que ela sempre quer. Forte e lento.
Estoquei-a sem pedir licença. Eu apertava seu corpo, mostrando como estava bruto. Enfiei meu
pau até o talo, que sentia minhas pernas quase cederem quando ela gemia por todo prazer que
espalhava por nosso corpo. Eu não fui nem um pouco delicado, ela não queria delicadeza, ela queria
selvageria!
Para marcar a minha mulher e dizer para ela que não há necessidade de outro na vida dela.
Somente a mim já basta.
É o que eu quero...
Ah, Mel... porra, quanto tesão...
Ela começou novamente a puxar meus cabelos. Talvez como um castigo por tê-la feito ficar brava.
Mordeu minha boca, que já estava sentindo-a inchada, mas não iríamos parar. Não mesmo! Assim
que largou minha boca, eu a mordi forte, eu a deixaria roxa! Detesto isso, mas era também um
castigo!
Bombeei mais forte, deixando nosso orgasmo nos atingir. Ela mordeu tão forte meu ombro que
gritei junto quando meu líquido passava de mim pra ela.
Era a troca mais pura e selvagem que teríamos em nossa vida.
Trepada-pós-briga.
A melhor de todas.
Ainda lhe dei um banho daqueles... com direito à chuveirinho...
14- É festa
“Eu sentia uma pulsação de dominação.”

Entramos numa semana definitivamente ruim.


Para Mel em outras palavras, terrível. TPM.
Que Deus tenha piedade dessa pobre alma feminina!
Acordei assustado com ela gritando como se alguém estivesse lhe tirando a alma. Pulei da cama ao
constatar que ela estava se contorcendo toda e, sangrando... Naquele momento o susto foi tão grande
que fiquei inerte. O sangue me fugiu da face e quase desmaiei, pensando o pior; de onde vinha aquele
sangue todo? Mas me lembrei que ela estava para menstruar.
Então relaxei, em partes. O caralho, eu estava uma pilha nos nervos!
Corri para o outro lado e joguei as cobertas todas ao chão. Não perguntei nada, pois sabia que ela
estava com muita dor. Tomei-a em meu colo e a levei para o banheiro. Ela choramingava, gemia e
estava em dores que até eu conseguia sentir, por sua cara contorcida. Sentei-a na privada e fui abrir o
chuveiro, esperando a água escorrer e ir esquentando. Enquanto isso, deixei a banheira enchendo e
fui tirar a roupa dela.
– Não precisa da banheira... ai... que dor dos infernos! Nossa, eu devo ter cuspido no prato
principal da santa ceia, só pode! Dor do caralho! Aiiii... – fui cauteloso até ela.
– Shh, fica calma, é só para relaxar. Só vou te colocar no chuveiro para limpar... é... todo o sangue
– isso era um pouco embaraçoso, íntimo de uma forma diferente. Mas em relação a Mel não existe
barreiras entre a gente.
– Obrigada. Mas... se quiser, eu faço isso. Pode me deixar sozinha? – ela estava ainda com dor,
mas como eu disse, isso é pessoal.
– Quer ficar sozinha? – perguntei preocupado.
– Sim, só até eu me limpar, depois fique aqui comigo...
– Tudo bem, qualquer coisa me chama, ok? – ela só assentiu.
Ao sair deixei a porta um pouco aberta, se em todo caso ela gritasse ou precisasse de algo eu
escutaria.
Voltei até o quarto e parei de frente a cama. Deus, ali estava uma poça de sangue! Será que ela
estava bem mesmo? Não é possível uma pessoa soltar tanto sangue e ficar bem! Arranquei o lençol
com a enorme mancha vermelha e constatei que o colchão graças a Deus não havia sujado, já que
tinha dois lençóis e uma manta grossa que ficava em volta do colchão. Mel é bem inteligente! Ou
mesmo já deve ter passado por isso, e é bem precavida! Fato.
Embrulhei mesmo assim o que estava pior em cima e o de baixo, levando tudo para lavanderia.
Assim que botei os pés ali, lembrei da ceninha gostosa que passamos por aquela lavanderia... Sexo
pecaminoso, fortes palmadas, estocadas lentas com seus joelhos batendo e fazendo um barulho
excitante do nosso sexo... Tudo latejou na cueca com a lembrança tão remota.
Uma pena que ficaremos essa semana sem um amorzinho... Só porque dessa vez ela está com dor,
senão... o banheiro seria o nosso lugar favorito durante esses dias!
Joguei os dois lençóis na máquina, coloquei sabão e amaciante onde a Mel havia me ensinado.
Liguei e deixei batendo as peças, antes que aquilo ficasse pior.
Voltei até o banheiro e Mel já estava desligando o registro.
– Amor? – dei duas batidas na porta antes de entrar.
– Pode entrar.
Assim que entrei, tive uma visão digna. Mel nua e molhada. Meus pensamentos foram
imediatamente para o lado sexual da coisa, e meu pau levantou alegremente. Ela viu o efeito na cueca
e sorriu. Eu acho que me envergonhei pela primeira vez na vida em ter uma ereção. Pois
simplesmente não fazia sentido, ela estava se debatendo em dor e eu com tesão?
Porra, para com isso, cara!
– Desculpe, foi inconsciente – abaixei a cabeça e encostei-me na pia.
– Para com isso! É maravilhoso. Eu amo vê-lo duro pra mim... Só não vamos fazer nada, pois
estou quebrada... – encolheu os ombros e apertou levemente a barriga. Ela estava dentro do boxe
ainda. Fui até ela.
– Ah, meu amor, não vamos fazer nada, só quero que fique bem, ok? Venha, relaxe um pouco aqui.
Vou fazer um chá, pode ser? – ela fez que sim e se ajeitou na banheira. Com o contato da água quente,
estremeceu de alívio, e suas mãos apertavam levemente a barriga. Depositei um beijo em sua testa e
estava partindo quando ouvi Mel me chamando. Virei e encarei aquela imensidão verde que eram
seus olhos.
– Eu te amo... – gemeu com a cabeça encostada na parte fria da banheira. Voltei e abaixei dando
um beijo apaixonado em sua boca.
– Eu te amo muito, minha ruiva...
Depois de tomar um bom banho quente, tomar um chá de frutas vermelhas com o tal do remédio
que tinha pedido, Mel descansou a cabeça em meu tórax e passou a noite inteira ronronando sobre
mim. Foi uma noite tranquila.

Já no outro dia ao amanhecer, ela já não estava do meu lado, ouvi um choramingo no banheiro e
corri até lá. Mel estava sentada apertando a barriga e suas lágrimas corriam por todo seu rosto
vermelho.
– Nossa, Mel, eu vou te levar agora para o hospital! – ela concordou.
Troquei-me rápido e levei uma roupa leve para ela no banheiro. Mel tomou um breve banho, e
partimos para o hospital.
– Você tem convênio? – perguntei assim que estávamos saindo.
– Sim, vou passar na emergência. Tomo uma injeção e tudo vai passar. – relaxou no banco e estava
acabada.
– Isso acontecia com frequência? Porque desde que estamos juntos, é a primeira!
– Aham, mas como estou tomando anticoncepcional não me dava, acho que o organismo se
acostumou a pílula, então volta as cólicas. Vou passar no ginecologista e ele me receita outro. Já
estava na hora de trocar mesmo...
– Hum, veremos isso hoje. Fica calma, logo estará sem dor.
– Obrigada. – murmurou e acho que chegou a cochilar, o silêncio reinava no carro.
Não demorou muito e ela já seria atendida. Conseguimos passar na emergência, ela tomou uma
injeção e estava com o ar mais sereno. E conseguiu um encaixe com a ginecologista para pedir a
troca de seu remédio. Acho que faria algum exame, pelo que pude ouvir a enfermeira dizendo a ela.
Fiquei somente no aguardo, esperando chamá-la.
A parte ginecológica ficava no segundo andar. Subimos e esperamos num banco de frente a porta
azul-claro. O hospital não estava muito cheio, isso era realmente muito bom. Mel encostou-se em
mim e esperamos a médica chamar.
Cinco minutos depois, uma enfermeira subiu com o relatório da Mel em mãos. E bateu na porta da
frente, entrou e não se demorou lá. Quando saiu nos avisou.
– O doutor já irá chamá-la! – assentimos. Peraí?!
– Doutor?! – grunhi pra Mel. Ela sorriu em meu colo.
– Sim Juan, algum problema? – encarou-me com um sorriso no rosto.
– Ele vai te tocar? – acho que minhas sobrancelhas estavam coladas ao couro cabeludo. Ela sorriu
ainda mais alto.
– Se precisar! – deu de ombros e encostou-se novamente em mim.
– Espero que não! – bufei inquieto.
– É o doutor Renato, eu já o conheço! – a voz dela soou melosa. Quando iria retrucar, a porta se
abriu e de lá saiu uma voz pesada.
– Mel Folk?
Que porra é essa? Mano do céu, eu fiquei cego! Que brincadeira era essa?
Uma ova que esse marmanjão iria tocar minha Mel. Encarei a Mel se levantando, e sorrindo na
direção dele. Meu sangue ferveu. Levantei junto e iria entrar. Custo o que custar. Só que Mel não
reclamou, pelo contrário, ela segurou firme em minhas mãos, aquilo foi reconfortante. Ele indicou a
sala e entramos. Fechou atrás de si e sentou-se em nossa frente. Ele sorria cheio de graça.
Controla-se cara!
– O que a traz aqui, Mel? – espero que isso não tenha sido com segunda intenção. Ai, por Deus, eu
estava puto da vida. Como a Mel tem um médico assim?
Droga, o cara era novo, deveria ter no máximo uns trinta e cinco anos! Boa pinta, todo pomposo e
cheio de charme. Eu conheço esse tipinho de homem, eu já fui assim! Merda.
– Estou sofrendo novamente com as cólicas, voltaram com força total! Gostaria de tomar um novo
remédio.
– Hum, compreendo. Está com somente cólicas? Quando isso voltou a ocorrer? – perguntou a Mel,
encarava somente a ela. Eu fiquei como um bobo ali.
– Esse mês, o mês passado foi normal, há tempos não sinto. Mas dessa vez, veio forte demais, tive
até fortes sangramentos.
– Foi hemorragia? – perguntou a ela, mas minha boca disparou.
– Ah, com toda certeza! – os dois me olharam, então Mel voltou a conversa.
– Talvez, foi uma quantidade alta de sangue.
– Certo, vou pedir alguns exames, você faz e volta aqui. Qual remédio atualmente está tomando?
– Allestra 20.
– Vou te receitar um novo componente. Não gostaria de experimentar injeção? – enquanto ele
falava anotava algo.
– Não, sou um pouco esquecida, e não posso brincar com isso! – disse rindo e me encarou.
– Tem uma relação frequente? – perguntou encarando a Mel, ela ficou branda, agora, minha boca
disparou novamente, marcando território.
– Uma relação muito, muito ativa! – disparei.
Novamente os dois olharam pra mim.
– Juan! – Mel me repreendeu com um olhar. – Sim, doutor, nós somos bem ativos! – ela não
sorria, parecia brava comigo.
– Todos os dias, é bem ativo mesmo! – deixei escapar. O doutor riu e Mel me olhou de esguelha.
– Claro, entendo os riscos. Hoje fará apenas um ultra-som só para vermos como está, mas vou
pedir alguns mais específicos, como papanicolau, transvaginal e exames de sangue e urina. Tudo
bem? – fiquei atônito, porque tudo isso? Ela estava ruim?
– Ela tem algo? Porque ultra-som, ela pode estar grávida? – disparei sem conter a força das
palavras. Depois de ditas bufei irritado. Droga, eu estava estragando tudo.
– Ai, Deus, Juan! Fica quieto! – Mel deu um leve tapa na coxa. Fiquei encarando o médico me
dizer algo.
– Não, espero que não. Se ela quase teve hemorragia menstrual, acho que a possibilidade de estar
grávida é nula. E quanto aos exames, são apenas rotinas.
– Ok. – Mel balançou a cabeça e pegou o papel que ele havia lhe estendido.
Ela fez o exame e depois que já estava quase melhor, voltamos para casa.
– Ai, Juan, que coisa feia! Por que não se calou? – perguntou na verdade rindo, não brava como
achei que ficaria.
– Mel, me responda, ele é seu médico? Tipo, você já se consultou outras vezes com ele? – ela riu
mais ainda. Eu não achei graça. Coloquei as mãos na cintura e fiquei de frente ao sofá onde ela
estava.
– Sim Juan – deu de ombros e ligou a televisão.
– Ele... é... bem, ele já te tocou? – perguntei agitado. Andei de um lado ao outro enquanto ela
degustava meu ciúme e ria da minha cara.
– Claro Juan! Ele é ginecologista, ele haveria de ter me tocado!
– Ai, Deus, porque perguntei! Trate de ir se consultar com uma mulher!
– Por quê? Não gostou dele? Acho o doutor Renato supercarinhoso... – droga, ela estava
brincando com minha cara de otário.
Que machismo é esse, Juan? Bem, na verdade é ciúme. Só isso.
– Supercarinhoso?! – perguntei confuso.
– É, ele tem um carinho todo especial. Já passei com uns grosseiros, que chegaram até me
machucar! Mas o doutor Renato tem a mão suave, é carinhoso! Aliás, é maravilhoso... – ela segurou a
risada.
A safada estava me matando. Aos poucos. Enfiando uma faca na minha garganta, deslizando
enquanto via o sangue ferver. Bufei.
– Juan, larga de ser idiota, eu estou brincando com você! – ela se levantou e veio até a mim. Eu
tremia.
– Nossa, Mel, não brinque dessa forma! Por favor... – gemi tremulo, ela sentou em meu colo. –
Então, ele nunca te tocou? – disse esperançoso.
– Sim, essa parte é verdade. Mas Juan, pense você, é um dentista lindo, sexy... um gostoso! Suas
pacientes devem ficar babando!... – agora seu olhar mudou de brilho. Estava igualmente o meu.
Ciumento.
– É Mel, elas ficam mesmo! – joguei meu melhor sorriso.
Toma essa, gatinha!
– Seu filho da mãe! – grunhiu me batendo forte nos ombros. Caí na risada.
– Melzinha, é claro que elas ficam babando, eu as deixo de boca aberta! – ela estreitou mais ainda
os olhos.
Bufamos rindo.
– Honey, pense, se elas não abrirem a boca, não tem como eu trabalhar! – caímos num embalo de
uma gargalhada forte. Ficamos deitados no sofá e esquecemos o fato de morrermos de ciúmes um do
outro.


– Onde está a porra da minha escova! – gritou no banheiro. Graças a Deus era o último dia dela de
TPM.
Não havia chocolates, balas, doces, chás que a fizesse ficar bem. Mas eu sei do que ela precisa, e
depois de amanhã vou mostrar. Aliás, lhe darei de presente.
– Mel, está embaixo de sua bolsinha! – disse paciente ao chegar no banheiro.
– Ah, eu não vi, obrigada! – é, eu percebi que não viu. Era o meu olhar, mas nunca diria a ela.

– Cacete, cadê minha bolsa? – gritou na cozinha, assim quando estávamos saímos para trabalhar.
– Serve essa que está pendurada na porta? – falei encostado esperando-a terminar com a gritaria.
– Oh, sim, obrigada!
– Estou aqui pra isso, para lhe servir, baby!
– Me sirva outra coisa amanhã, é disso que eu preciso! – apertou o volume duro por trás meu
jeans e fomos embora.


– Droga, esqueci meu celular na porra da cama! – explodiu na frente do prédio. Eu queria rir dela,
mas nem me arrisquei. Apenas tirei o meu do bolso e disquei o dela. Pois eu sabia exatamente onde
estava.
Um barulho vibrou no bolso do casaco dela.
Mel sorriu sem jeito e o desligou.
– Eu te amo! – disse ao se despedir. – Ficarei boa pra você, é só TPM! – ela parecia
envergonhada. Eu a beijei deliciosamente.
– Não ligo. Eu te amo muito... Amanhã daremos um bom jeito nisso. Tenha um lindo dia, meu
amor!
Passei o resto do dia com o gosto de seu beijo e seu perfume que sentia a cada movimento com o
rosto. E toda vez que sentia, meu pau respondia.
Eita saudade...


– Como você quer, honey? – perguntei montado nela.
Mel rebolava devagar, recuperando sua energia depois de dois rounds. Esse era o terceiro e eu
queria que fosse rápido e explosivo.
– Forte? Lento? Selvagem? Baunilha? – sussurrei segurando seus cabelos entre os dedos. Apertei
mais, puxando até obter a resposta. Ela estava ofegante.
– Responde Melzinha!... – estoquei fundo não deixando mais opção para escolher. Agora que
comecei, não iria mais parar até obter nosso orgasmo.
– Assim... com força... forte... mais... Juan...
– É assim, gatinha?! Diga, honey, diga!
– Céus, sim, ai, cacete, Juan, você está imenso dentro de mim... Faça-me gozar. Agora! – seu
gemido, sua pressão sobre meu corpo foram tão intensos que, assim que apertei seu corpo estocando
lentamente, gozamos. Explodimos.
Saímos de nossos corpos e voltamos num piscar de olhos.
Eu queria mais...


Mel vai fazer aniversário semana que vem, prometi fazer uma festinha pra ela. Só que tinha algo
muito ruim nisso tudo. E não conseguiria adiar. Eu tinha novamente uma viagem. Um saco, já estava
ficando nervoso com o aumento das viagens, mas não poderia fazer nada. Eu precisava ir. Quando
avisei sobre esse fato, Mel quase desistiu da ideia, mas não deixei.
Levei a formiguinha até dona Ana, uma doceira que é amiga da minha mãe. Chegando lá, Mel fez a
festa.
– Escolhe Mel, qual você quer? – ela já havia comido uns dez pedaços de bolos.
– Juan, me deixa em paz, preciso escolher o melhor! – diz rindo, sem-vergonha, ela estava
aproveitando e matando sua lombriga por doce.
– É, Juan, deixa a Mel escolher! – dona Ana estava amando a visita e, claro, não se importou em
atendermos até a indecisa escolher.
Depois de uns vinte docinhos, dez tipos de bolo, Mel escolheu tudo e ainda acrescentou uma
exigência a dona Ana.
– Quero os cupcakes bem saborosos em seus cremes e com beijinhos vermelhos! – ela piscou pra
mim.
Mel é realmente uma safada.
– Pena que não estarei lá para saborear esse cupcake em seu corpo... – sussurrei quando
estávamos saindo da doceria.
– Posso dar um jeito nisso, doutor... Nunca se preocupe com isso. Sempre estarei para lhe servir,
em tudo! Em qualquer momento...
Agarrei-a no meio da calçada e lasquei um grande beijo naquela boca deliciosa!


Amanhã é a festa, e eu como um bom apaixonado fui buscar os presentes da Mel. Encomendei um
colar com seu nome. Um perfeito colar em ouro com uma letra delicada e expressiva ao mesmo
tempo. Três letras poderosas. Assim como é a Mel. Forte e delicada. Uma pessoa que me conquistou
por inteiro. E não foi cautelosa, nem um pouco, ela desde o início foi estrondosa, explosiva. Mel me
pegou de jeito antes mesmo de conhecê-la. Ainda lembro que quando Thiago havia me dito que seu
nome era Mel, aquilo mexeu comigo. Era pra ser minha. Era para ser nosso. Amor, momento, paixão
e, o mais puro e sincero sexo.
Hoje eu dormiria em seu apartamento, pois ajudaria ela arrumar tudo e também passaria o dia, já
que as onze, eu partiria. Ainda que consegui adiar o horário do vôo só para ter mais tempo com ela.
Deixei seus presentes dentro do carro, amanhã desceria para pegar e fazer uma linda surpresa. Não
adiantaria entrar, ela veria e não teria mais graça. Comprei também tulipas vermelhas, para entregar
a minha amada.
Nessa mesma noite, eu daria um jeitinho todo especial quando chegasse meia-noite, mas seria no
bom dia que Mel teria o melhor de mim...


Depois de todas as juras, dos dois orgasmos perfeitos, estávamos ainda loucamente apaixonados e
muito excitados para que tudo aquilo terminasse. O corpo do qual tomei em mãos era de uma beleza
sem fim, de um contentamento natural. Eu sentia uma pulsação de dominação. Eu sentia minha pele
nunca cessar a vontade pelo corpo dela. Eu viajava e voltava num deslizamento descuidado, mas no
ritmo certo. Sempre que fazíamos sexo, sentíamos possuído pelo amor. Por tudo que o sexo
representa. A divindade pura. Quente. Única. Mel...
– Mel, eu te amo...
Está aí uma frase que amo dizer e repetir incondicionalmente. Não há nada mais natural do que
pronunciar tais palavras. E ela sempre implora com seus olhos pidões e radiantes por essa frase. A
todo o momento ela quer mais de mim.
Depois de toda excitação, rapidinhas e pegadas por toda a casa, eu queria algo diferente. Queria
algo para me recordar quando não a tivesse por perto. Pois daqui algumas horas eu não teria a honra
de despi-la essa noite. Então faria isso exatamente agora. Sem pressa, lento e perfeito. Ousado e
irracional.
Mel havia acabado de ajeitar as coisas, eu ajudei com muito agrado. Dando leves pegadinhas nela
o dia todo. Ela sorria e me atiçava mais e mais dançando pra mim, e com isso a nossa arrumação
dava um tempo e voltávamos a nos amassar em vertical e na horizontal. Ela foi até o banheiro dar
uma chuveirada, disse até que parecia assada com tudo que fizemos em apenas um dia. E mal sabia
ela que quando saísse de lá, algo bom a esperava.
– Juan? – chamou na porta da sala, eu estava na cozinha. Ajeitando uma bandeja. Escutei seus
passos até a cozinha. – O que faz aí, amor? – estava de costas a ela, então não viu o que eu fazia e
escondia.
– Mel, vai até a sala e me espere por lá, já estou indo! – senti sua risadinha alegre. Olhei por cima
dos ombros, ela se contorcia levemente com um sinal de que acatava minha promessa nas entrelinhas.
– Nua? – sua voz saiu em um fio meloso.
– Não.
Não a olhei, mas tenho certeza de que lhe faltou ar e na sequência estava ofegante. Como se eu já
tocasse em seu corpo.
– Tem certeza?!
– Absoluta! Agora vá.
Mel foi sem fazer perguntas. Ajeitei toda a bandeja e espiei a sala pra ver se ela tinha feito o que
pedi. Cheguei à porta da mesma e ali estava ela, sentada sobre as pernas, ereta como se estivesse
num exercício de ioga. Parecia tensa e tentando descobrir o que iria aprontar. Segurava até a
respiração ofegante. Estava cheia de tesão. Eu podia sentir.
– Tensa? – fiquei encostado no batente por alguns segundos, ela não tinha me visto ainda. Assim
que falei com ela, voltou a ficar com o corpo levemente contorcido.
– Muito.
Esse “muito” dela poderia significar muitas coisas. Muito atiçada. Muito esfomeada de seu sexo.
Muito tensa por você estar demorando.
Vem logo, Juan... Bem, era essa sua expressão.
Saí da porta e fui para seu quarto, peguei o tal laço vermelho que ela deixa pendurado na porta do
guarda-roupa e uma gravata minha. Voltei com as duas coisas em mãos. Ao aparecer na sala, Mel me
olhava fazendo charme. Mordendo aquela boca que estava vermelha só por sua excitação e não por
estar de batom. Seus peitos estavam fartos sobre a blusinha preta que vestia. Subindo e descendo
descontroladamente como sua respiração. Ela agora havia colocado os joelhos entre os braços,
encostado sobre o tórax. Apertando ainda mais aqueles peitos lindos. Daqui a pouco estaria entre
meus dentes, na boca com minha língua deslizando.
Ao ver tal visão, meu pau apertou novamente contra o jeans. Eu estava sem camiseta, e só com o
zíper da bermuda que ainda a mantinha sobre meu corpo. O botão já estava aberto.
– Está com cara de submissa... – brinquei.
– Como quiser, meu senhor... – ela retribuiu com bom humor.
– Sabe que isso é brincadeira, não é? Que é só para atiçar... – pisquei e me ajoelhei em sua frente.
– Aham, mas se quiser levar a sério agora, posso fazer isso! – Mel sentou sobre as pernas e
manteve as mãos sobre a coxa. Eu ri de sua beleza tão feminina com seus instintos tão prontos pra
mim.
– Amo a forma que somos. Agora, coloque isso, deite-se esticada de pernas abertas e eu vou
amarrá-la na mesinha de centro – rapidamente ela fez tudo que pedi. – Leve as mãos sobre a cabeça!
– assim feito, ela me observava com um sorrisinho sexy, enquanto eu amarrava seus pulsos com a
gravata em volta da mesinha. Certifiquei-me de que ela conseguiria mexer as mãos caso tivesse que
arquear as costas.
– Arrependo-me de ter colocado a roupa! – disse baixinho. Eu adoraria vê-la já nua, mas eu iria
saborear em tirar cada peça.
– Eu a mandaria colocar! Shh, agora, eu já volto com nosso café da tarde!
Saí novamente de cena, fui até a mesa da cozinha e peguei o que estava ajeitando com tanto
carinho. Ela seria o meu café da tarde. Meu lanchinho de Mel.
Depositei a bandeja ao seu lado, seus olhos ficaram mais perversos e radiantes ao ver a diversas
opções. Champanhe, chantilly, morangos.
– Hum... que delícia! – murmurou.
– Você é mesmo, Mel, uma delícia...
Ela levemente corou. Mel adora elogios, mas quando eles vêm no momento em que ela menos
espera, fica ainda mais linda.
– Agora vamos ao que interessa... – esfreguei levemente as mãos uma na outra.
Primeiro, antes de qualquer coisa, matei a fome de nossos beijos. Beijei sua boca com carinho e
devoção. Seu gemido baixinho invadia minha garganta, trazendo o tesão muito forte em nossos
corpos. Gemi igualmente para mostrar a ela minha vontade. Minhas mãos iam deslizando sobre seu
rosto, ajeitando seus cabelos vermelhos, contornando a mandíbula, tocando as orelhas, descendo
para os ombros, clavículas, colo dos seios... seios... ah, que sensação maravilhosa! Que doce alegria
de vê-los vibrar somente por mim. Toquei mais firme seus seios enquanto ainda a beijava fortemente,
e ela deveria estar com um sutiã sem bojo, pois senti seus mamilos duros como pedras, mas com uma
maciez de pele de bebê.
Permaneci beijando sua boca, minhas mãos foram deslizando cintura, cós do short, coxas, entre as
coxas... sexo... ardente... fogoso... Automaticamente tirei a blusinha, assim largando seus lábios que
estavam até inchados com minha sucção forte. Deixei a blusinha pendurada sobre os pulsos, já que
permanecia amarrados a mesa. O sutiã azul-royal de renda parecia pequeno agora que seus peitos
inflaram sobre ele. Sua aureola rosada mostrava só a pontinha pra fora. Enquanto a marcação de seu
bico estava pontuda, carnuda, querendo sair urgentemente dali. Os belisquei fazendo-a gemer e
curvar as costas, saindo do chão. Um gemido maior soltou-se de suas cordas vocais.
– Isso é bom? – provoquei.
– Tá de brincadeira? Vou gozar!...
– Gosta de sentir essa dor erótica? – minha voz soava rouca enquanto meus lábios encontravam-se
entre seu umbigo e sua linha que subia aos seios.
– Porra, é uma delícia... muito... ah...
Mel era diversas sensações... Era palpável.
Continuei a tortura erótica, deslizando os dedos sobre seu short, descendo-o até as coxas, e dali
desenrolando até os pés. Ela estava de tanguinha da mesma cor que o sutiã. Uma fina e perversa
peça. Provocadora.
– Isso é a melhor visão que eu poderia ter no mundo!... Mel, você é muito perfeita... Amo o cheiro
de sua excitação!
– Então cai de boca, doutor... – soltou num grunhido. Eu ri alto dela, depois ela me acompanhou.
Que maravilhosa ela rindo cheia de tesão.
– Você é a mulher mais danadinha que conheço! Adoro sua safadeza! Essa sua boca que fala
coisas incríveis. Sexies...
– Faço coisas melhores com ela do que soltar simples palavras... – lambeu os lábios e passava a
língua em seus lábios, os mordia, deixando sua marca dos dentes.
– Não tenho dúvidas disso!
Peguei primeiro o champanhe e o abri. Deixando escorrer um pouco sobre seu corpo. O gelado a
fez arfar.
– Sem taças?!
– Você será minha taça! Seu corpo será...
Houve uma leve estremecida, dela e minha.
– Levante um pouco o torso, inclinando a cabeça e o tórax para frente. Assim... – instruí e ela
sorria ao fazer com classe o que pedia.
Assim que tive a visão de seus peitos apertados sobre o azul do sutiã, joguei um pouco de
champanhe no meio deles. Fazendo escorrer um fio adocicado por entre seus peitos fartos e
escorrendo por sua barriga chapada que estava contraída. Passando a língua dentro do espaço que
era minha taça, gememos com o contato. Acompanhei todo o traço fino que escorria e embebia seu
umbigo. Fazendo uma pequena poça doce. Maravilhosa. Simplesmente isso. Joguei mais um pouco
sobre seus peitos e analisava enquanto fazia seu percurso. Bebi direto da garrafa e joguei em sua
boca, transferindo o líquido para a dela, numa sensual troca. Mel bebeu e pediu mais. Repeti o
processo até deixar a garrafa pela metade. Entre jogando e bebendo direto do seu corpo, limpando
cada gotinha com a língua, tomando na garrafa e jogando em sua boca quente. Os beijos deixavam o
álcool mais saboroso.
Só que, Mel estava com os braços esticados e costas arqueadas, então a fiz relaxar. Tirando sutiã,
alimentando de seus belíssimos seios. Os levando a boca com todo carinho. Parece que eu sentia as
bolinhas do champanhe ainda hidratando sua pele. Mordisquei até a barra da calcinha finíssima que
ela se encontrava. Por baixo do tecido, encontrei seu sexo pedindo por mim. Dois dedos certeiros
entraram. E por Deus, ela estava pra lá de pronta, pra lá de molhada. Ela estava completamente
excitada!
– Ah, Mel, sempre tão pura, sempre tão doce... – levei o dedo à boca sentindo seu gosto. – Tem
gosto de mel... – enfiei novamente, deslizando para dentro e para fora. – Quer sentir? – perguntei
encarando seus divinos olhos verdes.
– Quero... – retirei o dedo e levei a sua boca, contornando a linha fina, de imediato ela passou a
língua sentindo seu sabor. Doce e salgado. Ardente e fogoso. Num movimento com a cabeça, fez com
que eu colocasse todo o dedo em sua boca. Sentindo firmemente com deliciosas sucções em meu
dedo indicador.
– Tão desesperada... tão assídua... – ela era só gemido.
Encaixei os polegares em sua calcinha e desenrolei de seu corpo, revelando a fenda carnuda e
depilada. Tão perfeita.
– Está vendo isso aqui? – toquei seu sexo, deslizando o dedo indicador em toda linha, do início do
clitóris até lá embaixo.
– Yes, baby...
– Doutor! – ordenei.
– Sim, doutor...
– Será meu cupcake!
Chacoalhei o spray de chantilly e sem avisar já espirrei uma boa quantia sobre seu sexo, desci sem
medir consequências, minha ânsia clamava por isso, por esse toque, por esse contato. Quando minha
língua tocou em seu sexo, tudo explodiu em proporções divinas, entrei em êxtase, um digno presente,
e de repente é Natal...
Vibrei em cima de seu corpo, enquanto ela recebia o primeiro orgasmo, se contorcendo toda,
recebendo minhas infinitas investidas. Não cessei nenhum momento até o segundo, terceiro, quarto
orgasmo. Mel já não tinha respiração, era uma pesada e ofegante troca de ar, saindo e entrando sobre
os pulmões que exigiam mais e mais de ar. Só que, ela não queria parar, não mesmo.
Seu corpo havia uma leve camada de suor. Eu a lambi sentindo seu sabor que exalava. Depositei
morangos das coxas até sua boca. Comendo vagarosamente cada um deles, e enquanto eu comia um,
dava um em seus lábios. Alimentando-nos. De seu corpo para o meu. Apesar de ter feito tudo isso,
meu corpo clamava por estar dentro dela, eu suava como se estivesse corrido. Uma forte camada
escorria em minha nuca para as costas, minha testa estava em chamas, com febre. Eu necessitava de
estar dentro dela. E o fiz. Tirei tudo, jogando-me para seus braços. Soltei o nó da gravata, pois eu
queria sentir suas unhas cravarem sobre minhas costas, eu queria senti-la me puxando mais e mais.
Até esgotarmos nossas energias, mas isso estava ainda tão longe...
– Goza Mel, goza pra mim...
Não existia ordem melhor!


Sabe aquele momento que você acha que tudo ainda não é suficiente. Eu sempre dou tudo de mim
para Mel, e ela faz o mesmo. Depois de hoje, estávamos exaustos, mas assim que ela saiu do
banheiro e foi para o quarto com a intenção de se arrumar para festa, não tive escolhas, mesmo já
arrumado, não tirei a roupa, eu apenas agarrei-a contra a parede, e fomos andando todo o quarto,
agarrados nos beijos. Unidos pela boca. Ela completamente nua, eu todo vestido com uma baita
ereção atrás do jeans. Isso teria que abaixar e só conseguiria com a grande ajuda dela. Com seu
corpo.
Quando a empurrei na beira da cama, Mel acabou escorregando sobre o edredom que pendia da
cama, acabamos os dois estatelados ao chão, nos engalfinhando um no outro, até conseguir se
levantar e voltar para cima. Eu caí sobre ela, então o choque foi maior, seu gemido foi por dor e
tesão. Joguei-a com mais calma sobre os lençóis bagunçados da tarde toda, e permaneceria assim por
muito tempo!
Tomei fôlego e voltei a cair sobre ela. Mel gemeu mais alto com o peso, tentou tirar minha roupa,
mas não deixei, arrastei mais o corpo dela, até sua cabeça tocar o travesseiro. Com meu peso sobre o
dela, Mel só conseguiu abri o zíper e tirar a dura ereção que clamava por estar ali dentro, em seu
lugar favorito.
Com uma forte investida contra seu faminto corpo, foram duas estocadas fortes e rápidas, a cama
rangia, tremia abaixo de nós. Numa rapidinha mais rapidinha e saborosa da face da terra, mais duas
estocadas fazendo o encosto da cama bater forte contra a parede e do nada voou um dos controles na
cabeça da Mel!
Num susto, eu o joguei longe, ela novamente gemia de dor e de tesão, pois não cessei meus
movimentos, pois estávamos quase lá... quase lá... Mel com a mão na testa gemia e ria ao mesmo
tempo. Para não cairmos no riso, tapei sua boca e dei dois beijinhos acima de sua sobrancelha, onde
deveria ter caído o controle. Sua expressão era indignada, pois eu ainda a estocava violentamente, e
beijava seu machucado recente. Só que o sorriso e a vontade dela não eram mesmo de parar, então
tirou a mão do rosto e agarrou meu traseiro.
– Me fode logo e com força, quero gozar numa explosão! Ai... – gritou enquanto eu gozava dentro
dela, numa explosão mágica...
– Deliciosa... – dei dois beijinhos na ponta do nariz dela. – Que foi essa merda? – perguntei
saindo de dentro dela e vendo o vermelho que estava acima da sobrancelha.
– Porra, Juan, você ficou metendo enquanto eu me machuquei! – disse querendo mostrar
novamente indignação, mas seu fingimento era nítido.
– Queria que eu parasse? – perguntei zombeteiro, ela me analisava. Sexo sem tirar roupas. Uma
maravilha dos deuses.
– Com toda certeza não! – ela riu gostosamente. – Se você tivesse parado, eu que iria acertar o
controle na sua cabeça! – nós dois gargalhamos.
Nada mal para uma rapidinha: um tombo no quarto e um controle na testa!


– Vou perder de tirar esse vestido? Isso é cruel. Maldade sua... – agora devidamente vestidos e
saciados por ora, coloquei seu colar que dei, para dar um charme a mais naquela beleza que era tão
radiante e rara. Mel é única. Ela fez seu charminho em dançar em minha frente. Toda deliciosa.
Emendou dizendo o quanto o colar estava lindo em seu corpo. Isso é o que gosto nela, não reclama
como muitas mulheres sobre seu corpo, sobre sua aparência. Mel se sente como mulher, ela é
feminina demais, ama-se acima de tudo. Admiro isso e, confesso que, quando ela faz isso, me
apaixono de novo e de novo e de novo.
E só para deixá-la ainda mais realizada por sua façanha acrescentei:
– É melhor quando você está sem ele... sem nada!
Ela se derreteu em meu corpo, e quando tudo poderia começar a pegar fogo numa proporção
gigantesca a campainha tocou.
Fomos rindo até a porta, antes de ela abrir, a devorei por mais uma última vez na noite, pois tão
logo eu partiria para mais uma viagem. Num movimento rápido vi Mel guardar o batom vermelho em
seu decote. Aquilo foi erótico de ver. Foquei meus olhos naquilo, enquanto ela abria a porta. Eram
Carla e Thiago.
As duas foram beber e fofocar no canto, Thiago me acompanhou para pegar uma cerveja.
– E aí, o que manda? – perguntei jogando uma garrafinha de Stella a ele.
– Nada de bom, entre Carla e eu está tudo muito estranho, não consigo ver mais futuro... – bufou
irritado olhando na direção da Mel e a Carla.
– Se você não está mais sentindo a relação boa, por que não termina? – perguntei dando de
ombros, vendo a alegria das duas ao conversarem.
– Não sei, pensei que ela faria isso, vou deixar rolar.
Bebi a minha cerveja enquanto via amigos e mais amigos chegarem. Deixei Thiago e fui ajudar a
Mel dar atenção na festa. Ela não havia convidado muita gente, só alguns amigos que fizera nesse
curto tempo. Até chamei uns camaradas para virem. Fiquei de boa só vendo a hora passar que, aliás,
parece que corria. Em breve eu já partiria, que era um saco.
Fui até o Thiago que estava encostado fitando Mel e Carla dançarem alegremente. Antes de chegar
nele novamente, a campainha voltou a tocar e esperei para Mel atender. Era o noivo da prima dela,
Richard, estava sozinho. Mel ficou com as mãos na porta conversando com ele ali. Talvez ele não
fosse entrar, sei lá, mas eles conversavam ali mesmo. Até que ele lhe entregou um embrulho. Deveria
ser presente da Mari que, com toda sua recuperação não poderia sair de casa, claro, se fizesse um
esforço poderia, mas ultimamente evitava fervorosamente lugares públicos. Depois do breve
cumprimento na porta, Richard finalmente entrou, então fui de encontro a eles. Mel foi guardar o
presente enquanto eu me aproximava.
– Beleza cara, entre e fique à vontade! – apertei fortemente sua mão. Richard era quieto pra valer,
mas seus olhos estavam radiantes, como se tudo tivesse ficado melhor pra ele.
– Obrigado, mas não irei me demorar. Mariana não quis vir, então preciso voltar logo – disse em
forma de desculpas.
– Mesmo assim obrigado por vir. Eu daqui a pouco irei embora! – ele me olhou confuso. – É
viagem de negócios da empresa – demos de ombros. – Quer uma bebida, cerveja, refri? – ofereci
educadamente.
– Não estou bebendo, mas aceito algo sem álcool! – assenti e pedi licença. Fui até a cozinha e
peguei suco que Mel havia feito. Estavam deliciosos e isso o tranquilizaria. Cheguei estendendo o
copo a ele que recebeu com um leve sorriso pacato.
– Foi Mel que fez os sucos, estão deliciosos! – ele tomou e assentiu que realmente estava gostoso.
– Mel é ótima na cozinha! Essa mulher é poderosa demais, me domou geral! – falei todo apaixonado
olhando em sua direção. Ela novamente dançava colada com Carla. Thiago do outro lado só
observava de cara feia. Hoje eu chamo a atenção dele.
– Vocês são bem apaixonados! – disse rindo e olhando onde Mel estava.
– Nossa, na verdade, nós somos loucamente apaixonados. Eu sou completamente apaixonado por
ela. Não escondo isso, é impossível. Mel é uma supermulher, carinhosa, linda, seu nome já faz jus, né
cara! – ele sorriu sem jeito. Se eu tivesse mais amizade com ele, talvez nem fosse preciso dizer isso,
Mel transpira tudo isso.
– Que bom que são perfeitos um ao outro.
– E melhor, ela me completa em tudo, não deixa a desejar em nenhum quesito, se é que me
entende! – pisquei e o deixei mais sem jeito. Saí de lá com um sorriso bobo. Richard ficou sozinho
sentado no canto do sofá.
Thiago estava meio travado, cheguei perto e quando tive visão em sua frente, havia um dos
carinhas que trabalhava com a Mel dançando com Carla. Se não me engano seu nome é Flávio.
Thiago parecia não se importar, o cara estava de olho na mulher dele e esse merda sem fazer nada
para impedir. Vou dar um chacoalhão nele, depois de perder, não me venha chorar!
– Vai ficar com essa porra de cara de bosta o tempo todo?! Thi, cara, você tinha vida, era bacana,
alegre, onde foi parar tudo isso? – perguntei cutucando seu ombro com o meu.
– Estou enterrando aos poucos... – sua frase inútil me deu arrepio. O soquei mais forte nos
ombros.
– Seu idiota do caralho, isso é coisa que se diz! Vai tomar sua mulher nos braços e pare de graça!
– o olhei com raiva, ele não se importava com mais nada. Realmente senti isso nele.
– Ela acha que tem razão de tudo! Quer só fazer ciúmes... Deixa-a achar razão primeiro, depois
conversamos! – disse seco.
– Você vai acabar perdendo-a! – cuspi a frase nele.
– Carla é uma babaca! – sua voz havia uma intensidade errada, medonha.
– Babaca é você, seu trouxa! – saí de lá antes de arrebentar a cara de idiota dele.
Isso é coisa que se diz sobre uma mulher? Isso me doeu por ela. Espero que ela se dê conta e faça
o que tem de ser feito. Ou desfeito!
Olhei no relógio, eu precisava ir. Acabou meu tempo com a doce Mel. Voltei até o quarto que nos
acolheu a tarde toda. Poderia até sentir ainda o cheiro de sexo no ar. Respirei fundo para guardar o
cheiro da Mel em mim. Peguei as malas e saí. No corredor avistei Mel conversando com Richard,
ele estava olhando-a com intensidade.
Nossa, eu nunca tinha o visto olhando-a assim. Que estranho. Senti um arrepio na nuca. Apaguei
um pensamento inútil e disparei em sua direção. Assim que a toquei, Mel parecia ofegante e corou
levemente. Puxei-a e a prendi na parede. Seu coração estava elétrico, com leves batidas ritmadas,
talvez pelo susto que cheguei por trás. Entretanto, seu corpo fervia, seus olhos estavam brilhantes e
com certo receio. Era uma mistura, mas assim que a beijei, ela foi voltando ao normal, a ser minha
Mel.
– Amor, eu já vou! – isso era de doer o coração, mas eu precisava. O táxi já me aguardava, pedi a
ela para ir comigo até lá. Mel fez manha e me devorou num beijo para não esquecê-la. Isso nem
precisava de regras, era fato.
Eu não me esqueço sequer um segundo da Mel...
Parti, mas meu coração ficou com ela, e meu cheiro por todo seu corpo. Era como uma marcação,
dizendo: ela é minha. Eu sou dela. Ninguém mais a toca!
A viagem seria longa, os dias tediosos, as horas se arrastariam, mas meu maior objetivo e foco no
momento são na volta. Eu voltaria logo para os braços dela.
Para meu repouso ardente.
15- Fugindo
“Moço dos olhos mais lindos que já vi. São como oceanos em fúria...”

(Thiago)

Estou deixando a raiva tomar conta do meu ser. De tudo que há em mim. Aquele idiota do
Juan queria me dar conselhos, quem é ele pra falar aquelas merdas? Se não fosse por mim, nem
teria encontrado a Mel, e é uma das coisas que mais me arrependo em minha vida. Se eu queria
comê-la, deveria ter feito sem ao menos misturar as coisas, como apresentá-la ao babaca e
deveria ter feito a Carla odiá-la. As coisas deveriam ter saído do meu jeito. Simples assim, mas
nada estava acontecendo a meu favor, mas eu daria meu jeito. Custe o que custar!
Bem, e hoje tive mais uma informação que me ajudará e muito. Na festa da gostosa, eu fiquei
boa parte observando a Mel, ela é realmente uma putinha! Como aquele merda do Juan não vê a
atração que ela tem pelo Richard?
Nossa, só de observar a Mel, flagrei-a falando dele pra Carla, ela dançando para fazer charme
a ele. E até mesmo em algumas vezes que foi até ele pra conversar! Não poderia ter coisa melhor
do que isso. Pelo que pude ver, ele se contem em não chamar atenção. Parece um tolo com tesão
por ela. Como eu já disse: quem não sente vontade de meter com ela? Qual homem seria louco?
Pois bem, saberei usar muito bem essa informação!
Deixei mais três escutas na casa dela. No banheiro, na sala em dois pontos estratégicos. Agora
quero saber de tudo, Mel...
Estava indo sozinho embora pra casa, aquela porra de garota chata quis ficar por lá. Além de
me fazer de idiota na festa em ficar dançando pra se aparecer, brigamos novamente antes de eu
sair bicudo. Aliás, fingir em estar bravo. Eu queria rir alto da cara de pastel dela. Eu queria vê-la
chorando, queria que ela se acabasse por mim. Mas, acho que ela estava apenas bêbada e não
queria brigar. Dei mil graças a Deus por não ter de levá-la! Entretanto, essa noite eu merecia
algo. Então só disquei um número.
– Oi, gata!
– Oi Thi... – ela sempre vinha com essa voz melosa.
– Passa em casa agora! Estou meio carente... – havia uma ordem por trás de minha frase, ela
sabia disso também.
– Estou saindo agora do batalhão, vou passar em casa. Daqui uma hora estarei por lá! Pode
ser? – Vanessa é tão obediente.
– Sim, gatinha. Fica bem cheirosinha pra mim, pois irei te saborear inteira! Do jeitinho que
você gosta... Ah, coloque a sua melhor lingerie... – meu pau já se encontrava duro por trás do
jeans. Hoje iria me fartar!
– Pode deixar... até...
Quando chegasse em casa, iria tomar um bom banho, ficar no aguardo daquela vadia. Iria foder
gostoso e depois ficaria ouvindo a voz da Mel gravada. Precisava descobrir mais algumas
coisinhas. E agir era comigo mesmo!

A Vanessa era muito pontual. Assim que terminei de me ajeitar, ela tocou a campainha. Abri a
porta e já puxei seu corpo para dentro. Sua boca colou na minha sem ao menos dizer oi. Não
tínhamos essa porra de sentimentos um com o outro. Tudo era muito carnal e fugaz. Não tínhamos
nada a dever para o outro, então sem formalidades.
Ela só veio até ali para me dar prazer e receber em troca. Não precisava de frescuras em dizer-
lhe como estava linda ou perfumada. Eu só enfiaria meu pau até o fundo e gozaria gostoso. Depois
voltaria para meu mundinho com a merdinha da Carla e ela voltaria para debaixo das cobertas
com o seu marido-chefe. Um gordo peludo. Um filho da puta do caralho que nem sabia foder. Ela
só estava com ele por ser seu chefe. Só por isso!
Ela conquistou isso com seu corpo delicioso. Só que nunca mais conseguiu se afastar das
ameaças dele. Estava fodida pro resto da vida!
Enquanto minha língua deslizava, deixei minhas mãos vadiar em seu corpo. Aquele que vibrava
por baixo do meu. Joguei-a sobre o sofá e levantei seu vestido. Revelando a belíssima lingerie
vermelha. Rasguei sua calcinha, ela só arfou e sorriu.
– Tenho outra na bolsa! – disse cheia de tesão na voz.
– Você é uma vadia deliciosa! Aquele frouxo do seu marido que não sabe nem te comer! Vou
meter demais em você... é o que quer, Van? – sussurrei mordendo a barriga dela. Ela grunhiu.
– Sim, mete com força... para eu esquecer o cheiro daquele velho nojento! – disse com a voz
pastosa.
– Ele meteu em você hoje? – perguntei tocando em sua bocetinha, enfiando e tirando um dedo
de lá.
– Sim... – gemeu.
– E você gozou? – perguntei zombeteiro, eu sabia a resposta.
– É claro que não! Anda logo, tira esse anseio, tira esse cheiro de mim. Goza em todo meu
corpo, me faça sentir o teu cheiro! O teu gozo... faça-me gozar, não só uma vez, quero gozar
muito... até ficar cansada!
– Seu pedido é uma ordem, sua vadia!
Ela adora quando a chamo assim. Minha vadia!
Eu não coloquei minha boca em seu sexo. Aquele nojento havia gozado ali. Eu não queria o
gosto dele. Arranquei o vestido do corpo dela, e a deixei de quatro no sofá. Eu iria pegá-la como
sempre. Como um animal. Eu era seu cavalo. Eu só a fodia assim. Forte e grosseiro. Sem pegadas
leves.
Se fosse para ser decente, precisava arrebentar com ela e comigo. Toda minha dor, minha raiva
e meu ódio, depositava num sexo animal com ela. É por isso que sempre me procurava. Para
aliviar com sua dor mental com uma dor física, com dor erótica! E nisso eu sou o melhor.
Coloquei a camisinha e a estoquei forte, rasgando sua carne. Acertei um forte tapa em sua
bunda, e puxei os fios da nuca. Ela grunhiu gemendo alto.
– Mais fundo! – gritou acertando o traseiro mais em mim. Batendo forte.
Uma das coisas que mais me alegra em saber, é que sou mais selvagem do que o Juan. Ela me
dizia que o sexo dele era maravilhoso, mas também havia troca, coisa da qual ela não queria.
Juan era muitas vezes carinhoso, e ela não suportava ser tocada. Era só em busca de sexo e não
de carinho. Ela nunca quis isso. É por isso que começou a fazer tudo comigo. Além de eu ter
descoberto que ela era casada com o Capitão, daí só foi uma chantagenzinha e tudo estava certo,
ela já era minha.
Não precisou de muito para se revelar. Só bastou uma conversa rápida, troca de quatro palavras
e ela já revelou.
– Eu sei de tudo! – falei encurralando-a.
– Você fode como um selvagem? – confesso que, não esperava por isso, mas foi a melhor
proposta que já recebi em minha vida.
– Depende, faço o que quiser!
– Então me foda o tanto que quiser, em troca do seu silêncio!
Não era possível, ganhei o ano só por isso. Acatei na mesma hora e provei isso no meu serviço
diretinho com ela. Em nossa primeira noite, eu a surrei tanto que mal se levantou. Porém virou
pra mim e disse:
– É disso que eu preciso. Sou sua...
Então a tomei pra mim, e desde então só eu fodo com força nela. Só eu consigo fazê-la gozar
decentemente. Dolorosamente. Só eu...
– Goza, agora, sua cachorra filha de uma puta! – acertei meu décimo tapa, sua bunda estava
tão vermelha, assim como minha visão turva que vinha do orgasmo.
– Seu cretino do caralho! – gemeu fazendo-me gozar da mesma forma.
Dolorosamente prazeroso.
Eu queria ter essa vadia pra sempre. Todo dia. Toda hora.

Assim que Vanessa foi embora, liguei os aparelhos e iria ouvir o que tinha de interessante na
casa da vadiazinha ruiva. E assim que ouvi algumas conversinhas, meu corpo todo entrou em
combustão com o que ouvi. E minha reação a tudo isso foi: Vermelha. Raiva. Prazer...
Mel, você está literalmente fodida.
Eu não creio nessa merda toda que estou ouvido!
Que porra mais perfeita!

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Cacete, eu mal dormi! Fiquei pensando o tempo todo, revirando na cama em pensar sobre a tal
lingerie vermelha da Mel... Assim que cheguei no hotel já liguei para dona-Mel-ansiosa. Toda vez
que viajo preciso fazer isso, senão ela briga durante horas.
Eram três horas da manhã, ela estava acordada com Carla, que por sinal dormiu lá, já que brigou
com o Thi, de novo. Esses dois não têm juízo!
Bem, a conversa com Mel foi empolgante, e quase nos levou a um sexo por telefone. Quando pedi
a ela pra tirar a roupa, ela quebrou o gelo dizendo que não podia, mas fez questão de me contar da
lingerie, só pra me fazer dormir de pau duro. Safada, quando chegar, abusarei dessa peça vermelha
em seu corpo.
Desci para tomar um bom café da manhã, hoje eu ficaria o dia todo fora, e dessa vez nem teria
tempo para conhecer nada. Já que o tempo era curto demais e as reuniões longas demais.
Peguei tudo que precisava e sentei num canto isolado. Até que estava cheio o lugar, e bem,
deveriam estar presente alguns dos profissionais que iriam para a reunião, já que seria uma das salas
de conferência do próprio hotel. Amanhã seria em outro lugar, e assim eu poderia voltar para os
braços de minha ruiva.
Estava totalmente distraído e comendo minha refeição, até que um casal sentou numa mesa de
frente a minha. O cara me encarava, assenti com a cabeça um olá. Vai saber o porquê ele estava me
olhando, parecia até mesmo me analisar. Foquei os olhos em minha salada de frutas com granola e no
suco de laranja.
Depois de comer, iria descansar só mais um pouco, me arrumaria e desceria para o tal congresso
de ortodontia.
Novamente olhei para os lados, analisando o lugar cheio, pensando o que iria pegar para comer. O
casal estava me olhando. Agora os dois. Ela fazia alguns gestos com o corpo, como se quisesse
chamar atenção. Desviei o olhar quando ela cochichou algo no ouvido dele. Dois doidos.
Apesar de não estar olhando mais na direção dos dois, percebi o olhar deles em cima de mim.
Queimando-me. E isso me irritou profundamente. Eu deveria comer e vazar dali.
Quando tudo parecia mais tranquilo, sem olhares para mim, garfei o último mamão da tigela, e vi
uma sombra em minha frente. Eu estava totalmente relaxado, pés cruzados na canela e corpo jogado,
mas quando vi a sombra me ajeitei na cadeira. Era a mulher do cara em frente.
– Bom dia! – disse toda melosa. Passando as mãos no cabelo e tudo. Aquilo me deixou o tenso.
Meu primeiro impulso foi olhar para o marido dela, ele nos fitava com um olhar divertido.
– Bom dia! – fui mais seco. Empurrei a tigela da minha frente, ela sentou-se ao meu lado, aliás,
bem do meu lado. Quase em meu colo. Porra.
– Temos uma proposta! – meu ar congelou nos pulmões.
– Temos?! – uma única palavra que parecia que eu tinha gritado. Ela tocou em meu braço, no
bíceps, me afastei ligeiramente. A cadeira até arranhou o chão.
– Sim, meu companheiro e eu! – pela segunda vez congelei. Olhei discretamente para onde o cara
estava.
Bem, a tal moça que estava ali, até que era bonita e tal, aliás, muito bonita. Uma loira com cabelos
ondulados e cumpridos até a cintura, já que sentada podia ver que as pontas enroladas encostavam-se
à bunda. Tinha um corpo bem trabalhado, firme, parecia que fazia academia. Acho que era bem mais
velha do que eu, aparentava uns trinta e dois ou mais. Contudo, era muito atraente. Segurei o sorriso
já que ela me analisava e eu fazia o mesmo.
Porra, eu havia descido com uma bermuda tactel e uma regata branca. Não estava nem aí para a
aparência, mas ela estava ali com segundas intenções, ou até mesmo terceiras! Droga. Ela me
encarava com um olhar felino. Como se soubesse exatamente o que fazer para chamar atenção. Estava
um pouco maquiada, mas nada exagerado. Tinha olhos castanhos intensos e boca bem formada. Seu
sorriso a todo instante era sexy.
– Sou Lily! – disse depois da analisada que dei nela. O marido ainda estava no lugar e a mão dela
ainda estava no meu corpo. Nos braços descendo para os pulsos.
– Por favor... – retirei a mão dela de mim. Ela pareceu não gostar. Suas sobrancelhas diziam isso.
– Sou Juan – disse seco. Sem intenção alguma.
– Nossa, Juan, assim que botamos os olhos em você, pensamos: queremos esse! – engasguei sem
ter nada na boca! Mesmo assim tomei um gole do suco para descer a saliva. Que porra era aquela?
– Desculpe... mas... o quê? – ela sorriu e olhou para o marido.
Droga, ele estava vindo em nossa direção. Merda, assim que o cara se levantou, pude ver o
tamanho do diabo! Grande que só a porra! Pensei: fodeu, eu vou apanhar de graça, sem ter feito nada.
Mas não mostrei medo, fiquei ali de braços cruzados, só para ela não me tocar de novo.
– E aí? – a voz do grandalhão soou com brasa quente e ele se sentou na minha frente. O brutamonte
tinha cara de matador, lutador e tudo junto. A veia do pescoço dele era da grossura do meu dedo. Eu
sou grande, mas ele era um monstro! O cara cruzou as mãos e colocou em cima da mesa. Havia
tatuagens nelas, nas duas. Ele também me analisava.
– Beleza – respondi de mal humor. O que essas porras faziam em minha mesa? Atrapalhando meu
dia.
– Amo, talvez ele não queira... – ela disse com a voz baixa a ele. Sua feição não era a das
melhores. Deu de ombros a conversa dela e voltou pra mim. E que porra é essa de amo? É o nome
dele? Ou é o que estou pensando... puta merda.
– Ela te explicou o que queremos? – disse com a voz rouca.
– Não mesmo! – e eu não estou interessado, passar bem! Quase soltei isso. Mas ele a fitou tão
feio, que se eu saísse dali, ele a socaria. Tive essa sensação.
– É o seguinte, você gostaria de jogar com a gente? – ofertou. Consegui congelar pela terceira vez,
e como não respondi porque minha boca estava aberta, ela falou mais perto de mim.
– Quando dizemos jogar, quer dizer “transar”!
– Essa seria a primeira opção que pensaria, é claro! – disse automático, mas não pareceu agradar.
– Amo, eu acho que apesar de gostoso, ele não conhece esse mundo...
Ah, claro, droga, não mesmo e nem quero! Passar bem, novamente.
– Quer ou não quer? – ele me olhava tão firme, que era assustador! O que aquele homem gigante
me oferecia? Merda. Bufei e voltei a ele.
– Olha só, não me leve a mal, mas não estou interessado! Tenho alguém me esperando. Sinto
muito... – não quis deixar a oferta que havia me feito como desfeita, mas nem que a porra eu iria pra
cama, é, com eles! Os dois!
– Seria divertido, traga ela também! Ou é ele? – ela disse empolgada. Tossi como se estivesse me
engasgado com uma espinha de peixe. Que porra esse assunto!
– O quê? Nossa, não, é uma mulher! E, bem, obrigado pela oferta, mas a resposta ainda é não! –
fui mais firme, ela desanimou total.
– Iríamos nos divertir juntos... – murmurou com a cabeça baixa. Isso não me tocou, não mesmo. Vá
se fuder esses dois, estava quase mandando.
– Ela queria muito isso, poderia tentar? – o tal de amo disse. Nem a pau.
– Não – pensei em me retirar, mas assim que levantei, ele agarrou meu pulso. Encarei aquele cara,
ele poderia parecer o maior macho da história, mas não seria louco de tocar em mim. Eu sairia
arrebentado, mas com dignidade.
– Eu te pago, quanto quer? – o quê? O otário iria me pagar pra comer a mulher dele? Minha
expressão era horrorizada, ela se levantou e tocou minha cintura, me afastei dela. Agarrou-me mais
forte falando em meu ouvido.
– Somos um casal moderno, quero você dentro de mim, por favor, estou fervendo por isso! Meu
amo deseja vê-lo me comendo, faça o desejo dele, assim ficarei mais excitada... O prazer de vocês
dois são os meus. Eu realizo o que quiser...
Aquilo me deixou embasbacado.
– Por favor, me solte! – os olhos dela estavam marejados, como se eu realmente a tivesse
machucado. Empurrei seus ombros para tirar o corpo grudado ao meu. Isso não foi nem um pouco
excitante, foi estranho!
– Não sente atração por mim? – perguntou magoada.
– Olha, não é isso! Não curto isso não, ménage, ou sei lá o que vocês fazem! Por favor, não irá
rolar! – falei baixo.
– Nem por três mil? – o cara estava disposto mesmo, caralho!
– Nem por dez! Com licença.
Eu precisava vazar logo dali. Mas uma mão me segurou quando estava prestes a sair. Olhei por
cima do ombro, era a loira.
– Ele é meu amo, eu sou a submissa dele... se você não for com a gente, ele irá me castigar, e
feio... – soluçou e voltou a olhar em meus olhos. – Moço dos olhos mais lindos que já vi. São como
oceanos em fúria... – tocou minha mão que estava fechada em punho. – Por favor, pelo menos nos
veja fazendo uma sessão? – sua voz era macia e calma. Como eu poderia passar por isso? Que
loucura era essa?
– Sinto muito.
Dei as costas e nem sei o quê aquele casal faria a seguir, mas isso não era da minha conta! Vai
entender esse mundo louco!


Faltava apenas uma representação sobre os produtos novos, acabaria dentro de uma hora. Relaxei
mais o corpo sobre a macia cadeira coberta por um tecido vinho. O ambiente estava cheio de
dentista, representantes e vendedores. Estava agora no comando um representante da Colgate. As
diversas palestras que teve durante todo o dia foi bem produtiva. Fez-me lembrar muito a faculdade e
todo aquele início fácil com um final muito difícil. Assim como é em toda vida. Decisões e mais
decisões. Um pequeno erro pode mostrar o quanto isso pode mudar um todo.
Eu nunca tive medo de fracassar ou de não conseguir o que almejo, pelo contrário, meu paizão
sempre me mostrou um lado batalhador, conquistador. Algo que nunca me fizesse desistir. Lutar
sempre por meu objetivo, por cada dia uma conquista nova. Mostrando que tudo que vem fácil, vai
fácil. E o que é conquistado arduamente é sempre muito valorizado.
Sempre dei valor e importância pra isso. Mas também tenho meu lado brincalhão, é o lado que me
faz equilibrar em ser quem eu sou. Minha mãe sempre brincava comigo dizendo que eu tinha o
sorriso fácil, conquistador e que, com isso, eu teria muitas mulheres aos meus pés, mas que não era
para me deixar levar fácil, que era apenas para me entregar pra valer quando valesse mesmo à pena.
Já meu pai sempre viu o lado profissional, o racional que tentava conquistar. Eu nunca dei brecha
para preguiça ou o acomodamento. Não era porque meus pais tinham dinheiro que eu seria um
playboyzinho folgado. Não, ralei desde cedo, acreditando em minha paixão por Ortodontia. Cresci
vendo o velho ralar para me dar um bom estudo, então, meus únicos pensamentos eram: preciso
deixá-lo orgulhoso, preciso honrar o que fez por mim, preciso mostrar a todos que sou tão bom
quanto ele. E aqui estou eu. Trabalhando e batalhando por um único ideal. Minha conquista
profissional.
Agora, já no amor... Apesar de ser o tal conquistador, eu nunca me apeguei a ninguém, talvez seja
um erro, mas eu não acreditava tanto assim no amor. Não que não acreditava que o amor não existia,
mas sim que, nenhuma mulher seria capaz de me prender, de me fazer perder a razão por ela. Estava
redondamente enganado. Eu nunca imaginei uma Mel em minha vida, mas nos encontramos, e somos
tão perfeitos juntos. Não há nada melhor do que isso. Do que essa união de nossos corpos. Eu a sinto
até mesmo quando não estou por perto. E só de lembrá-la já me dói o peito por não saber que
estamos por perto. Sinto falta do cheiro dela, do sorriso bobo que solta quando me olha. Das
besteiras safadas que sussurra pra mim. Nossa, ela é tão demais...
E por ver isso nela, por sentir tanta sua falta, assim que chegar vou lhe dizer o quanto a amo. O
quanto é importante. O quanto é linda. Eu necessito dizer isso sempre, para que ela nunca duvide do
meu amor.
Cresci com meus pais sendo carinhosos um com o outro. E é com essa experiência que seguirei. É
preciso ter coragem para amar uma mulher por toda vida, e ainda por cima, respeitá-la, apreciá-la,
cuidá-la, elogiá-la, suportar as dores junto dela, suportar a chatice dela quando estiver de TPM. É
preciso tudo isso para se viver eternamente feliz, constantemente amando. E eu tenho...
O sexo é complemento de tudo isso, e se é tão bom quanto o amor que sente, então tudo é ainda
melhor, maravilhosamente perfeito. Mel me proporciona tanto tesão, que só de pensar em seu nome já
fico excitado. Ela não precisaria fazer nada, só respirar em minha frente que meu desejo já aflora. E
com ela sinto que pensa o mesmo. Às vezes, eu só falo uma palavra, ou mesmo jogo um olhar, e ali
está a Mel excitada... nunca me decepciona... Em nenhum sentindo...
Tenho tanto medo de perdê-la. Sinto-me sufocado só de pensar nessa possibilidade... Eu odeio ter
essa sensação, mas sei que um dia as coisas podem mudar, mas lutarei, ficarei firme para amá-la por
nós dois. Como sempre me pediu. Mesmo se um dia ela quiser voar, eu estarei ali para esperá-la
pousar e descansar em meus braços.
Estou sentindo tanto sua falta, que sinto que vou enlouquecer. Mesmo com qualquer problema que
nos surgir, sinto que eu a perdoaria por qualquer coisa, eu a teria em meus braços depois de qualquer
coisa...
Nossa, quanta nostalgia...
Despertei depois de baterem palmas e eu nem sem o porque!
Droga, se concentra cara!
Trocou novamente de representante, encostei mais no banco confortável e voltei meus pensamentos
para Mel. Ela deveria estar tão triste, pois eu sentia meu peito doer tanto. Queria tanto vê-la, falar
com ela, saber se está tudo bem, mesmo sabendo que não estava... estávamos tão longe um do outro.
Lembrei-me de todas nossas brincadeiras, nossos sexos em diversos lugares, loucuras a todo
momento. A cada novo orgasmo eu sinto-a se aprofundar mais e mais em mim. É como se estivesse
tomando minha carne, minha pele, como se nós dois estivéssemos nos moldando em um só. É assim
que sinto a pele, o arrepio dela. E também por esse amor ser tão intenso, parece que sinto quando
está triste. Com medo. Quando estou por perto, seus olhos nunca me enganam. Nunca. Eu me vejo
neles, vejo sua dor, seu amor, sua força, sua crença, tudo enxergo ali, só tenho receio de um dia ver a
mentira. Tenho medo do tipo de mentira que poderia presenciar.
Tentei deixar algumas coisas tristes de lado e me concentrar na palestra. Nas primeiras horas
foram tranquilas, apesar de estar com a cabeça fervendo por causa do casal sado que pintou na hora
do café da manhã. Aquilo foi uma loucura, nem contarei para Mel, senão já viu! Não a deixarei
nervosa à toa.
A reunião foi tão intensa que me fez esquecer o que ocorreu, mas agora estava tudo tão tranquilo
que relaxei geral.
Queria me lembrar dos orgasmos da Mel, mas tinha receio de ficar de pau duro ali mesmo. Na
frente de muita gente. E, pior, tinha uma ruiva do meu lado, que toda hora me olhava. Mas acho que
era só por curiosidade, cumprimentei por educação, mas assim que olhei em sua direção novamente,
ela me olhava descaradamente.
– Está entediado? – perguntou chegando mais perto do meu ouvido, para ninguém ouvir. Assim que
a encarei, até que era bonita. Aliás, bem apanhada. Tinha um olhar amendoado e estava com bastante
maquiagem nos olhos. Seus cílios pareciam postiços. Olhei bem, talvez fossem. Sua boca era bem
carnuda e com um vermelho chamativo. Isso me fez lembrar a Mel. Ruiva e de batom vermelho.
Uns bons meses atrás ela poderia chamar minha atenção fácil, fácil. Já que sou tarado por ruiva!
Nossa, quantas mulheres já peguei só por ter cabelos vermelhos?! Infinitas... Mas a Mel é única e
será a última. Pra sempre.
Não consigo mais me interessar por mulher nenhuma depois que tive a Mel. Não sei, poderia
parecer loucura, mas é minha verdade. Só ela faz com que eu me sinta satisfeito por acordar de pau
duro. Só ali ele deseja estar. Dentro dela.
– Não, só cansado! – forcei um sorriso, ela me olhou profundamente.
– Você é o doutor Juan, de São Paulo, não é? – perguntou virada com o corpo pra mim. O decote
dela era tão profundo que poderia ver a curva dos peitos fartos. Desviei os olhos automaticamente
assim que me toquei que olhei.
– Sim, Juan Vasco! – toquei em sua mão com unhas cumpridas. – Prazer – falei disfarçando seu
toque sobre o meio da palma. Pigarreei e olhei pra frente.
– Sou Kelly Albuquerque, sou do Rio de Janeiro! – disse melosa. Olhei de esguelha e sorri para
não parecer um chato. Eu não falaria mais nada, já nos apresentamos, então não tinha mais assunto,
mas ela teria... isso sem dúvidas.
– Mas pode me chamar de Ly! – seu sorriso era rasgado. Assenti. – Irá depois para o coquetel? –
perguntou tentando chamar minha atenção.
Bem, eu não estava prestando mais atenção em nada da palestra, mas também não queria trela.
Talvez ela só quisesse conversar, e não tinha intenção alguma – coisa da qual duvido –, mas coloquei
a minha mão direita bem exposta para ela ver a aliança. Ela olhou diretamente para meu dedo e
sorriu, mordendo a boca carnuda. Desviei e fiquei pensando num jeito de sair dali.
– Não sei ainda, talvez.
– Hum, sua namorada está por aqui? – perguntou zombeteira, só pra confirmar que viu meu recado
delicado.
– Não, ela se encontra em São Paulo.
– Ah... – seu suspiro foi longo, aliviado. Fechei a cara. – Bem, já que é assim, poderia ficar um
pouco mais relaxado... que tal? – oi?! Ajeitei-me na cadeira e ela sorriu vitoriosa, como se quisesse
me atingir e tivesse conseguido.
– Estou realmente bem – mencionei encarando-a. Mostrando que eu sabia ao quê se referia.
– Bem, não é o que parece! – riu novamente. – Só um drinque, como colegas de profissão! Não
me verá mais... – seu convite era provocativo. Sensual.
Ela jogava charme em dizer cada palavra carregada de sotaque. Eu queria rir de sua investida
furada.
– Verei.
Agora fingi prestar atenção na reunião, mas, na verdade iria pensar na Mel. Só que quando me dei
conta, o povo estava se levantando.
– Estava pensando em minha proposta? – perguntou assim que nos levantamos.
– Não – a resposta saiu mais rápido do que pensei em soltar. Ela pareceu ofendida. – Desculpe,
mas não acho uma boa ideia, estou realmente exausto!
– Para se desculpar, vamos tomar um drinque! Não aceito não como resposta! – persuadiu-me
nessa. Merda.
– Ok, só um! – fingi que ela tinha ganhado essa, mas eu partiria assim que piscasse.
– Perfeito! Que tal em seu quarto? – meus olhos se arregalaram tanto que ela caiu na gargalhada.
– Bem, esse drinque ficará para outro dia, tchau, moça! – meu tom de voz foi exatamente para
mostrar que não tinha gostado da oferta. Ela nem ligou.
– Como quiser! Ah, e meu nome é Kelly! – sorriu como se não tivesse tomado um toco. E pra que
repetiu o nome? Isso nem era importante.
Subi e a deixei pra lá, e esses dias por aqui, não teria mais sentido quando chegasse em casa!
Ao chegar a suíte já fui direto para o banheiro. Precisava de um banho relaxante para esquecer
tudo que tinha acontecido nesse longo dia. Como estava sozinho, sem a Mel para me fazer relaxar
devidamente, deixei a banheira enchendo e fui separar uma roupa para amanhã na outra reunião, e
logo depois iria vazar dali.
Eita, cidadizinha que me deu trabalho!
Tirei o blazer que estava vestido e o dobrei colocando-o no fundo da mala, fiz o mesmo com o
jeans, a camisa xadrez que estava por baixo e a cueca. Nu, peguei a toalha e a enrolei na cintura.
Quando estava indo para o banheiro, ouvi uma batida na porta. Aproximei-me, pois não havia pedido
nada, até pensei em pedir algo para beliscar, mas assim que cheguei ouvi uma voz:
– Serviço de quarto! – droga.
Abri só uma brecha da porta, mas um empurrão nela me fez quase cair pra trás, e do nada pintou
aquela figura em minha frente com champanhe em mãos. Seu olhar dizia: tá vendo, eu ganhei.
– O que faz aqui, moça? – disparei a dizer e me ajeitar atrás da toalha. Não haveria situação pior
pra passar. Eu estava fodido. Completamente.
– É Kelly! – bufei irritado. – Juanzinho... você realmente achou que iria me dispensar assim? –
seu olhar havia fúria, luxúria, raiva, tesão, tudo junto e misturado. Apertei mais a toalha no corpo.
– Olha só, você está meio atordoada, por favor, saia, estou querendo paz, e como bem sabe, sou
compromissado. Realmente não há outro jeito de dizer, mas não quero nada... não irá rolar nada entre
a gente! – tentei dizer com calma, para ela não se exaltar.
– Por que não quer? Não tem ninguém aqui, estamos a sós. Só um sexo sem compromisso! –
apontou o champanhe. Na hora me lembrei da Mel... chupando em seu corpo cada bolhinha do
champanhe...
Droga, meu pau se alegrou, não por Kelly, mas pela lembrança da Mel. Só que, com a toalha ficava
mais fácil de ver, a porra toda ficou feia.
– Está vendo, o Juan Júnior me quer, ele quer brincar, vem... – ela se empolgou e foi tirando a
blusa de dentro da saia preta que estava.
– Não, não faça isso, não foi por você... bem, foi uma lembrança da minha mulher!... – exclamei
com vergonha sobre minha semi-ereção. Ele abaixou de vez quando viu que não era a Mel que estava
ali. Tranquilizei-me. Respirei aliviado, ela me olhou feio e veio pra cima de mim. Dei um passo pra
trás. Encostando-me numa estante.
– Ah, é? Vamos ver se ele não me quer!
Tentei fugir de sua investida, mas ela era alta, corpuda. Veio com tudo! Pulou em cima de mim,
agarrando a toalha nas mãos, só não conseguiu tirar porque segurei com mais força, mas ela parecia
uma leoa!
Droga, que abuso!
– É melhor você ir embora, não gostaria de ser grosseiro com você!
– Estou muito curiosa mesmo pra ver, é tão grosso assim? Parece ser bem grande!... Vamos Juan,
tire essa droga de toalha logo, e vamos brincar! – isso me fez lembrar o casal me chamando pra
jogar! Porra louca!
– Céus, mulher, sai fora! Eu já disse, não estou afim, qual parte não entendeu? – grunhi mais alto.
Ela não me entendia, e eu não estava conseguindo contê-la, parecia um polvo em cima de mim. Suas
mãos estavam em toda parte! O único lugar que consegui conter foi meu pau semi-ereto por trás da
toalha preta felpuda. A sorte que era preta! Mesmo assim, meu pau não me desobedeceu mais, estava
quietinho, mesmo estando ainda meio duro. Como me conteria com uma mulher passando as mãos em
toda parte? Mesmo não sendo a Mel! Droga, eu sou homem, pô! Sou humano.
– Não seja um frouxo! Não tem cara de que recuse nada! Você deve foder loucamente! Juan, sua
cara não nega, vamos, não me negue esse seu pau... – agora tentou pegar, afastei-me e corri para o
lado contrário da sala. Ela veio com mais força feminina. Tirou a camisa, ficando só de sutiã preto.
Desviei os olhos dos peitos dela.
– Olhe, toque, chupe, faça o que quiser, não são lindos? Eles te querem, vem, toque!... – juro,
aquilo não me afetou em nada. Eu pensava na Mel o tempo todo... Mel... Droga, ela não estava ali. –
Juan, eu vou tirar o sutiã...
– Não! – meu grito foi tão alto, que ela travou. Sorriu com satisfação.
– Sim... me coma, doutor Juan Vasco... – fez uma dancinha ridícula em minha frente e veio
novamente para cima de mim. Tocando meu tórax, descendo a barriga e com a outra mão indo para
minhas costas buscando o traseiro. Um arrepio atrevido surgiu. Ela sorriu com o efeito. Mel... Mel...
Mel... eu estava começando a ficar desesperado, parecia um adolescente em sua primeira vez.
– Moça, você não está entendendo, eu não te quero! – falei calmo pra ela compreender. Porra, tava
difícil essa merda.
– Quer sim! Tem que querer... todo mundo me quer? – ela veio com a língua pra fora, querendo me
beijar, suas mãos recomeçaram a tocar todo meu corpo, até que ficou sacudindo minhas mãos que
protegiam o meu pau.
Saco de mulher, eu já sei o que vou fazer, será muito grosseiro, e isso jamais faria para uma
mulher, mas se não fizesse, ela não iria parar, e o objetivo é parar agora!
– Quem te disse isso? Se toca, garota, você é feia, não tem nada de sexy! Por ser dentista, deveria
cuidar do bafo e desses dentes tortos! Eu não vi nenhum motivo pra te comer, meu pau nem levantou
ao vê-la sem blusa! Poderia ficar nua em minha frente que não iria te pegar! Não seja tão vadia em
achar que viria até aqui só para eu te comer! Agora se me der licença, preciso tomar meu banho. Tire
esse seu corpinho daqui! – minha nossa, eu me senti tão mal em fazer isso, mas só assim ela sairia.
Sua expressão era horrorizada, ela precisava ouvir isso. Queria dizer em seguida sinto muito, mas
não disse. Ela tomou sua blusa do chão, a vestiu e me olhou furiosa.
– Seu paulista de merda! Seu frouxo! Bichinha do caralho! – saiu batendo o pé dali. E eu voltei a
respirar aliviado.
Droga, nunca pensei que fugiria de uma mulher louca por sexo! Dai-me paciência...


No outro dia na reunião, todos pareciam que sabia do ocorrido, me olhavam estranho, mas nem
liguei. No dia seguinte fui embora como se nada daquilo tinha acontecido! Eu era outro homem assim
que desci do avião. E o que aconteceu em Recife ficará por lá!
Foi um alívio total ao ver minha rainha me esperando. Seus braços e seu corpo logo estariam
encaixados ao meu.
– Amor, que saudades... – sua paixão por mim era tão sensível que sentia a quilômetros de
distância. Coisa da qual nem queria sentir de tão longe. Estar em seus braços era a melhor sensação
do mundo. Ela retribuiu minha frase engasgada com um delicioso e apertado abraço, sussurrando o
quanto sentia também.
– Antes de você, o que eu era? – agarrei seu rosto e disse com toda minha alma. Não poderia
deixar passar essa oportunidade. Eu queria que ela se sentisse confortável, amada, desejada a todo
instante por mim. Era disso que eu me lembrava a todo o momento, é sobre isso que me agarrei o
tempo todo. Nas lembranças da Mel. Do meu amor por ela. E não haveria ninguém que poderia
separar isso.
Só que, observei Mel, ela estava distante, diferente, apesar de exalar tesão e alegria por me ver,
ela estava sorrindo forçado. Segurando alguma coisa. Eu podia sentir em seus músculos, em sua
feição. Em seus olhos. E aquele medo que senti ao meu lembrar-me dela enquanto estava lá, voltou.
Será que eu veria pela primeira vez seu medo, sua mentira, sua dor?
Deus não, que esteja tudo bem... me declarei a ela assim que perguntou o que eu era hoje.
– Um homem apaixonado, o homem mais feliz do mundo... – a beijei para marcar essa declaração.
Ela ficou tensa e soltou sem pensar algumas palavras ininteligíveis, mas que, para mim, naquele
momento vieram como uma tempestade sem aviso. Como se alguém tivesse me empurrado de
surpresa numa piscina que houvesse apenas fogo, ao invés d’água. Eu fui afundando com suas
palavras, fui me perdendo em seus olhos que se mostravam cheios de dor. Dor de um passado
recente. Uma dor que não fui eu, mas que ela tinha cravado em seu peito. Ela me disse com todas as
letras: “você nunca será feliz, nunca vai fazer alguém feliz, nunca vai saber o que é amor...”
Essas palavras tinham um peso tremendo, uma verdade errada sobre o que ela era hoje. Mel é
amor! E por que se sentia assim? Por que disse isso?
Deus, ela sofria enquanto estive fora! Mas o quê aconteceu para despertar essa dor intensa? Eu
queria saber desesperadamente, até que deixei fluir uma dor que não conhecia.
– O que disse? – agora era um momento de saber toda verdade, de sentir toda dor. Ela iria me
revelar o que realmente sentia!
Droga, eu estava preparado?
Eu não sei.
16- Dor do passado
“Por favor, descarregue sua dor sobre mim. Eu quero tirar isso de você...”

Sentei-me em sua frente no sofá, queria exigir dela a começar me dizer o que a feria, mas, ao
mesmo tempo, queria que ela apenas respirasse, apenas contasse sem medo, sem pressa. Eu seria
todos ouvidos.
O que viria a seguir tinha certeza, era uma bela guerra pessoal.
– Minha mãe me ligou anteontem!... – no mesmo instante que disse isso, fiquei tenso. Eu sabia
apenas de uma coisa: a duas não se falavam, assim como o pai. Entretanto, eu não tinha ideia do
porquê. E aquela frase me deixou tenso, pois era sem emoção alguma. Era fria. Eu já estava arrasado
e com frio no estômago.
– Olhe pra mim e me conte... – falei baixo, tentando mostrar confiança, mas eu mesmo roubava um
pouco disso dela. Buscando um apoio que precisava dar a ela. Seria tão difícil, mas precisava ouvi-
la. Precisava tirá-la desse mundo imundo que ela vivia sozinha. E que a partir de agora eu faria
parte!
Mel me olhou cheio de lágrimas. Dores. Precisando de apenas um colo para contar seus segredos
mais intensos. E, pela primeira vez, eu a vi vulnerável. Fraca. Sozinha. Mas ela não estava, nunca
mais estaria. Eu estava ali pra isso.
– Juan, eu saí de casa cedo, mas não por rebeldia, sim, talvez um pouco, mas foi porque nunca me
dei bem com meus pais. Desde pequena fui muito repreendida pelos dois. Eu nunca imaginei no que
me tornaria: Em nada... – gemeu ao dizer.
Pensei em interrompê-la aos gritos, mas ela me proibiu.
– Não, me deixe terminar – assenti dolorosamente. Meus olhos queimavam por vê-la falando
daquela forma sobre si mesmo. – Se hoje sou alguém, devo a você, que me ensinou o que é mais
precioso nesse mundo: O amor. Juan, eu nunca vi isso em casa. Minha mãe era alcoólatra. Vivia
bêbada e dopada por remédios. Ela era muito inteligente, linda, carismática, mas quando começou a
beber pra valer, já não ficava dessa forma. Era um vício horrível. Ela só iniciou isso por conta de
sua infelicidade em casa. Naquela época eu não enxergava isso, pois não entendia, só depois de anos
que fui vendo que não. Era um mundo cruel, terrível que vivia. Eu não entendo como suportei tantos
anos... desperdiçados... Meu amor, eu cresci desacreditando em tudo. Meu conto de fadas nunca
existiu, por isso sempre fui amarga em não acreditar em baboseira de amor! Amor?! Que merda é
essa? Pra que isso? Não entendia até te encontrar... Juan, eu me deixei ser usada... eu me feri tentando
esquecer cada amante que passava por mim, sendo marcado para apenas dizer que fiz o meu melhor.
E quer saber, tudo isso por causa daquele porco hipócrita do meu pai! Aquele merda me fez acreditar
desde cedo que nunca iria ser amada. Aos cinco anos de idade ele me pegou brincando de batom, e
me chamou de putinha... Juan, de putinha... Tem noção da dor que é dizer a uma criança de cinco anos
que ela é putinha?! Quando cresci, eu soube bem o que era putinha. Desejei por muitos anos me
tornar a putinha perfeita. Com muitos amantes marcados por batom... Juan, me perdoe por te contar
isso. Mas, preciso que saiba que jamais fui...
Deus, todas aquelas palavras, aquelas dores estavam dentro de mim. Eu queria explodir, queria
abraçá-la tão forte, trazer sua dor só pra mim. Meu Deus, porque isso? Por que de uma forma tão
cruel?... Era apenas uma garotinha... Meus olhos ardiam, eu desejei chorar como um menino. Mas me
fiz de forte, ela continuou.
– Quando tivemos nosso primeiro encontro, se lembra do batom, do que eu disse? – fiz que sim. –
Então, era apenas disso do que se tratava. De sexo marcado. Assim como eu fui marcada... – ela
abaixou a cabeça. Eu me segurei na cadeira e deixei o fio de voz sair da garganta.
– Melzinha, ele... Inferno, nem consigo pronunciar! Mel, ele abusou de você?! – o nó na garganta
era tão forte que jamais sairia dali. Era como comer uma salada de pregos e não ter algo para fazê-
los descer.
– Não. Bem, sua obsessão a mim era estranha, sua fixação para ser intocada era demais. Ele me
prendia, me repreendia como podia. Até o dia que conheci o sexo e consegui me libertar...
– Como assim?
– Em busca constante de sexo. Com isso eu me sentia limpa, deixava uma dor. Uma nova marca.
Eu sempre precisei disso. Como nunca acreditei no amor, eu buscava o prazer e quando achava,
deixava minha marca, a mesma que dolorosamente havia sido feita em mim, mas a minha era de uma
forma diferente, libertadora... – ela choramingou, mas não deixou suas lágrimas escorrerem. Ela
ainda lutava para ser tão forte. Orgulhei-me de sua fortaleza.
– Mel, ai, meu Deus, isso... é tão... – eu não tinha palavras, estava engasgado, eu precisava
libertar o ódio que estava criando sobre eles. Seus pais.
– Juan, isso foi há muito tempo, querido, estou forte, recuperada, só que o problema é que ainda
sou filha deles. E minha mãe me ligou, lembrou que faço aniversário. Ela faz essa merda todo ano. Só
que antes eu não me importava, me divertia ao telefone, mas hoje... bem, conheci o amor e sua dor.
Então vi a proporção que sou machucada. E é grande demais... Eu não consigo suportar sozinha.
Quando eu digo a você: me ame por nós dois, não é da boca pra fora, é verdadeiro. Eu preciso de
você, sempre. Muito. Pra sempre!...
– E terá, meu amor... – ameacei levantar, mas senti que tinha mais. – O que quer dizer com ser
marcada? – perguntei ainda angustiado.
– Tem mesmo que ouvir isso? – fiz que sim.
– Por favor, descarregue sua dor sobre mim. Eu quero tirar isso de você... Limpá-la de todo mal...
– a garganta amargou, aguardei.
– Juan, meu pai... quero dizer, aquele velho ordinário, moralista, hipócrita, bem, ele sabia muito
bem abusar de mim, de minha inocência. Ele fez isso por anos a fio, até o dia que me levantei, ergui a
voz e disse basta a tudo isso... Ele me batia, muito... muito mesmo. Suas surras eram demais para
suportar cada tapa, cada sentimento de contentamento que eu via em seus olhos ao fazer isso. Era uma
espécie de sado, hoje eu o vejo assim. Ele sentia prazer em me machucar... em me repreender... em
me ofender... em me chamar de putinha... – ela segurou seu rosto sobre as mãos. Eu definitivamente
explodi sem ver a proporção de tudo. Simplesmente me entreguei a dor que rasgou meu peito e veio
em forma de lágrimas. Um riacho se abriu trazendo as gotas diretas do coração. Eu precisava chorar
para não guardar aquilo comigo.
– Filho da puta! – levantei num pulo. Esfreguei minha cabeça tão forte que parecia que os fios
sairiam em minhas mãos.
Droga, que porco filho de uma puta!
Andei de um lado ao outro, enquanto ela tentava me acalmar dizendo que não deveria ter me
contado, que ocultou isso por bastante tempo só para não me ver com dor? Porra, e ela? Mesmo com
tudo isso, ela não conseguia ser egoísta, ela aguentaria a dor eterna só para não me ver sofrer por
conta de seu passado imundo, que um babaca de merda a fez passar. Um trauma terrível. Como eu
poderia não saber?
Comecei um discurso, na verdade, eu contava pra ela o que meu coração dizia com tanta destreza.
Eu queria que soubesse minha verdade. Minha vida. O porque a quero, e o porque irei lutar por nós.
O porque cuidaria dela. E também a defenderia sobre tudo. Eu daria minha vida para aquela mulher.
Pois, eu simplesmente a amo. Perdidamente, profundamente, incondicionalmente...
Assim que soltei todas as palavras choradas e derramadas sobre meu amor por ela, me vi
chorando como um bebê, mas o que ela fez foi por nós. Veio em meio suas lágrimas e me abraçou.
Fortemente, e ali eu vi que seu abraço era único, o calor do seu corpo, não há mais ninguém que eu
gostaria de abraçar, de que estivesse em meu abraço. Era somente ela. Por ela. Ela acalentava meu
frio, acalmava minha alma. E eu fazia o mesmo por ela.
Ao encontrar sua boca quente, eu não poderia perder o fio de nossa conexão, beijei-a calmamente,
mostrando todo meu respeito por quem ela é e o que se tornou. Realmente ela estava constantemente
lutando uma bela guerra. E sempre vencendo.
Mel sorriu sobre meus lábios, a conversa começou a tomar outra proporção assim que perguntei se
ela era realmente assim: fria, sedutora, sem amor, e fazia tudo isso só por sexo. Ela confirmou. Isso
me doeu profundamente. E tive medo do que poderia ouvir sem querer, mas peraí, eu queria saber!
Eu merecia saber, droga!
Não que seja da minha conta, o que importa é que está comigo hoje e para sempre. Só que a
curiosidade masculina apertava minha garganta, espremendo-a só para obter uma droga de uma
resposta, foi então que deixei rolar a pergunta mais inútil de minha vida.
– Antes de mim, é... Já esteve com muitos homens? Quero dizer, se deitou com muitos homens?
Porra, fala sério, que idiotice é essa? Não, eu não queria saber, mas que droga, eu queria sim.
Merda, minha cabeça estava confusa com tudo que ouvi, mas eu brigava internamente enquanto ela
ria e saboreava meu ciúme.
Será que ali seria a primeira vez que veria uma mentira? Droga, não me conte, Mel... Ah, sim,
conte sim. Encarei-a esperando ela dizer.
– Não. Não muitos, mas o suficiente para me deixar aliviada. Digo, aliviada de dor, com cada um
tirava uma marca, um tapa, uma dor, uma raiva, um ódio... – aquilo me fez ficar aliviado. Relaxei e
entendi perfeitamente a forma que arrumou para se libertar. Isso me fez sentir-se novamente
lisonjeado por estar com ela.
Pigarreei e tudo isso me fez lembrar-se de um assunto. Algo que ela havia dito: ela marca as
pessoas. Sim, ela me marcou inteiro em nosso primeiro encontro. Ela usou o batom vermelho pra
isso, será que essa era sua arma de sedução? Sua arma contra sua dor? Sua arma contra tudo que
fizeram com ela, e através disso é onde se encontrou? Se achou como mulher, e não como... ah,
merda... putinha...
Deu-me ânsia de pronunciar essa palavra! Ela era tão perfeita de batom vermelho... Não quis
pensar nela marcando outros, mas saiu a pergunta. Novamente disparada em ciúmes.
– Com cada um deles, teve o batom? – ela riu daquela forma que me deixa louco. A forma que
pende a cabeça pra trás e sinto a gargalhada se formar e sair por seus lábios. Era tão linda. Sorri
também, esperando fielmente ela dizer: não.
– Aham, com cada um deles!...
Droga. Droga. Droga.
Mas fiquei neutro. É passado Juan. Esqueça isso...
Inferno de ciúmes.
Ela falava sobre vingança. Hum, realmente estou começando a entender suas dores do passado.
Arma de vingança essa marca de batom vermelho. Eu prestava atenção em sua explicação, mas toda
vez que ela dizia “todos”, eu ficava pensando numa quantidade exata de “todos” os que ela dizia.
Merda, será que foram tantos assim?
Ah, Mel, você me enlouquece...
Sua inteligência vai além, pois além de ser uma expert em sexo, ela estudou todas as expressões
masculinas, o que queremos, desejamos e sentimos! Uau...
E também me disse sobre a tal caça. Thiago já havia me dito sobre isso, ela caça, não é caçada,
mas bem, me sinto orgulhoso novamente, a gente se caçou, a gente se achou juntos. E foi a melhor das
explosões. O melhor sexo da vida de ambos. E quando ela dizia sobre nós, eu pensava em algumas
possibilidades para não fazê-la me esquecer tão cedo.
Eu estava lá naquele hotel cheio de possibilidades loucas, mas estava aflito em pensar na Mel, em
pensar que ela estaria triste, e era realmente isso. O fato é que nunca nos desligamos um do outro. A
conexão foi feita e jamais será desfeita. Mesmo se um dia sofrermos com algo, pode ter certeza,
ainda permanecerá de pé nossa fortaleza. Nosso amor, e para comprovar isso, ela me disse...
– Quando estou contigo em qualquer lugar, você sempre me tira o foco de tudo, então é apenas
você... – sinto sua verdade sobre o que diz, pois mesmo quando ela não está perto de mim, eu sinto
sua defesa sobre mim. Sua dominação em todo meu ser. Eu sou tão dela que não consigo se quer
pensar além. Em outra pessoa. Ela não me dá espaço. Percebi isso nessa curta viagem com loucas
propostas. Mel estava ali, dentro do meu coração. Sua presença marcada e cravada ali dentro.
Ainda toquei no assunto “pai-bosta-moralista” e ela desviou com classe o assunto, então sugeri...
descaradamente.
– Vamos parar de falar coisas tristes e fazer coisas boas...?
Minha proposta era singela e perversa. Mel acatou de bom grado.
Preguiçosamente caminhamos grudados até o quarto. Eu estava em suas costas, abaixei o nariz até
o meio de seus cabelos vermelhos que estavam soltos. Aspirava seu delicioso cheiro de limpeza e
Mel. No meio da minha perna algo já avisava logo o que queria fazer. Estar dentro dela o mais
intenso possível...
Já próximo a cama, Mel me jogou sobre a confortável cama com o lençol arrumado, totalmente
esticado, mas assim que caí sobre ele, a bagunça começou. Ela veio como uma leoa, seus cabelos
caíram sobre seu rosto, deixando-a mais selvagem. Sorri e puxei a camisa enquanto ela tirava a calça
jeans com total habilidade.
Estávamos tão acesos que não era necessário nem preliminares, mas Mel estava disposta. E como
estava! Também, depois de um assunto tão tenso, a melhor forma de liberar essa loucura toda, era na
cama. Faríamos o nosso melhor, como sempre.
Assim que me despiu por inteiro, montou em meu colo, onde a ereção estava firme, muito rígida.
Babando para entrar em sua cavidade. Mel tirou sua blusinha, ficando com um short de malha fina.
Apenas duas peças separavam nossos corpos. O short e a maldita calcinha!
Com um processo de esfregação, Mel ficou ali me deixando tonto por tanto prazer que guardei
todos os dias longe dela... bem, não eram muitos, mas ficar meia hora sem a Mel já é demais.
Ela me torturava, queria que implorasse por seus toques, por meus anseios ao seu corpo. Estava
ficando desesperado por tudo, por ela, por gozar loucamente nela. Enquanto se esfregava, comecei a
mexer em seu corpo, em seus peitos que estavam apontados pra mim, puxei sua nuca para dar-lhe um
bom beijo, foi que do nada, Mel puxou a calcinha e o short para o lado, fazendo meu pau encostar-se
sobre uma umidade única... Deus, aquilo era poderoso demais... Eu tinha uma fome intensa,
descontrolada. Comecei a tremer só com esse pequeno contato, durante todos os segundos em que ela
se esfregava em cima de mim. Contorcia-se para mostrar também seu desejo por aquilo. Sua saudade
do meu corpo, por necessidade do nosso sexo...
Aquilo era a tortura perfeita. Era de um desejo até doloroso...
Precisávamos parar e deixar fluir. Nossas respirações tornaram-se apenas uma. Ela inspirava e
soltava fortemente.
– Gostosa... vamos, me deixe entrar... – gemi sentindo que sua língua descia para minha boca,
queixo e pescoço. Mel levantou seu quadril do meu corpo, deixando as pernas esticadas, sua boca
mordia meu pescoço, enquanto eu deslizava seu short e sua calcinha o mais rápido que consegui.
– Ah, meu amor... me chame... me chame... – gemia abaixando seu corpo, e conduzindo com a mão
o meu pau, deixando-o entrar por inteiro.
– Honey... oh, droga, você está tão apertada... quanta saudade senti disso... dela... minha honey...
– grunhi as palavras, pois Mel rebolava demoradamente em cima de mim. Fazendo-me senti-la por
inteira.
Levei os dedos desesperados por senti-la mais, por sentir Mel me apertando contra seu corpo.
Nossa, tudo isso sem ao menos preliminares, era apenas um louco desejo sem fim. Eu deixava Mel
me roubar para seu mundo, pois sempre me sentia desesperado para estar dentro dela. Sempre havia
sido assim. Um desespero sexual tremendo. Eu precisava fazê-la gozar decentemente, só para
esquecer uma dor do passado. Eu queria fazê-la constantemente esquecer toda dor, toda lembrança,
cada homem que passou por sua vida. Eu quero ser sempre o único. O último. Se possível...
Tentei deixar essas lembranças para o fundo de minha memória, desejo apenas curtir cada sexo,
cada orgasmo ao lado dela. Em cima dela. Por baixo dela, como estava nesse momento.
Adoro ver Mel montada sobre mim, é tão linda se movimentando para frente e para trás...
apertando-me sobre suas coxas... deslizando as mãos por meu corpo... vendo meu desejo sem fim por
ela... Mel é toda linda sendo dominadora. Sendo a dona da verdade... sendo tão poderosa e
imponente... É assim que a vejo, ainda mais quando solta aquele gemidinho mimoso... aquele que diz:
amor, vou gozar...
– Juan... eu te amo... – sussurrou em meu ouvido e levantou o corpo para pegar mais impulso ao
seu movimento. Apertei entre as pontas dos dedos seus mamilos. Ela gemeu mais alto. Passei a
morder meus lábios, mostrar a ela o quanto de prazer que ela me dava, foquei tudo isso em seus
olhos. Seus movimentos faziam seus peitos balançarem lindamente sobre mim, sobre minhas mãos.
Que tremiam... pois nosso prazer estava vindo...
Apertou os quadris mais fortes, deixando seu orgasmo vir... assim que cessou lentamente, eu a
virei e fiquei por cima, sem tirar nosso contato, sem sair de dentro dela. Estoquei lento... nossa...
lento... remexendo o quadril de uma forma enlouquecedora, pois sentia todo seu apertado por dentro.
Eu cavalgava pra frente e deslizava o corpo sobre ela, deixando todo peso por cima. Deslizava
novamente sentindo seu úmido chegar as minhas bolas! Inferno, isso era prazeroso demais... ela
estava tão molhada que escorria entre a gente, dava-me um prazer, um contentamento. Um orgulho
masculino por saber que ela gozava por mim, pensava em mim.
Deixei os movimentos lentos e mesmo que ela já havia gozado, seu tesão não havia cessado. Ela
esperava gozar junto de mim. Passei a beijá-la no pescoço, no queixo, sussurrava palavras lindas e
carinhosas, depois também sacanas... dizendo o quanto era gostoso meter fundo nela. Meter... meter...
lento... lento... Deus, lento demais para sentir suas paredes vaginais me engolir, apertar, contorcer-se
em minha volta. Eu sentia o quanto brincava e me apertava. Puta merda, eu iria gozar lentamente com
essa malícia que fazia nesse sexo...
Explodi antes mesmo de avisá-la. Mordi seu ombro e deslizei a língua sobre o suor de seu
pescoço. Gosto de mel... mel... e mais mel...
Gozamos juntinhos numa única explosão de prazer.
Eu havia feito esquecer suas dores do passado, agora, muito, muito distante...

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(Thiago)

É uma porra ter de ficar ouvindo gemido, sexo, sexo e mais sexo. Apesar de que quando escuto
os dois fodendo, eu me masturbo feito um louco. Não tem como ouvir o gemido da Mel e não ficar
excitado! Porra de mulher que me excita e nem ao menos posso tê-la. Aliás, por enquanto!
E o que foi aquilo que se passou?! Maravilha de notícia, então quer dizer que todo esse
romance, essa droga toda teve muita reviravolta! Ela sofreu em sua infância, teve um trauma
angustiante e fugiu desse mundo do amor. Porra de amor! Ela combinaria mais comigo do que
com a merda do meu primo!
Aff, chega ser ridículo esses dois. Mel não combina com Juan, será que não enxergam isso? Que
merda toda é essa?
Ouvi a conversa que teve com a Carla no dia do seu aniversário, falando sobre o Richard, e seu
desejo incontrolável. Porra, não acredito que Mel deseja dar para o babaca do Richard e nunca
pensou em me dar! Isso soa ridículo, cara. Mas, já penso em planos, poderia usar isso se caso meu
plano number one não der certo!
Preciso ir também à casa do mala e plantar algumas escutas, pois eles estão passando muito
tempo por lá e fico sem notícias. Preciso marcar um encontro do nada com ele, falar merda e
tomar uma breja, assim eu poderei esconder as escutas e saber um pouco mais sobre tudo, e
também para manter Juan sob controle. Vou fazer isso essa semana. Sem falta.
E depois de toda essa revelação da Mel, confesso que, fiquei um pouco abalado. Achei que tinha
sofrido com a separação dos meus pais e a falta de amor em casa, mas isso que ela passou até
chega se comparar a algo que senti. Humilhação.
Merda, não quero me lembrar do meu passado idiota!
Apaguei a amarga lembrança e voltei para um objetivo. Iria visitar Carla e depois disso
pensaria em algo especial a Mel. Eu só sei que daria tudo certo, estava pressentindo!
– Oi, amor! – falei todo cheio de falsidade, não sei como essa tonta não percebeu ainda esse
meu jogo. Assim que me beijou friamente, aquilo me abalou. Era hoje, eu tinha certeza. Uma
alegria tomou conta de mim. Sorri sem ela ver.
– Oi, Thi, tudo bem? – perguntou de cabeça baixa e mexia nos dedos. Estava ansiosa e agitada.
Eu queria soltar fogos de artifício. As amarras estavam soltas. Ufa.
– Tô indo. Cansadão do serviço, e você, meu docinho?
Cara, sério, eu merecia o Oscar de maior cafajeste da história, adorei isso. Ainda passei as
mãos em carinho por seu rosto. Ela desviou levemente, disfarçando.
– Thi, eu quero te confessar algo. Não estou nada bem com nossa relação... – choramingou.
Droga, seja objetiva. Saco, eu teria de fingir que estava abalado.
– Ah, meu amor, é só cansaço. Eu gostaria muito de estar mais presente, mas você sabe... –
encarei com olhos pidões.
Minha mente dizia: vai logo sua santinha de merda, termina. Meus olhos diziam: sinto muito,
amor!
Sensacional.
– Não, Thiago, não dá mais. Cansei de ver desprezo em seu rosto. Você não liga mais para
nossa relação! Estou vendo a gente se afundar, sem volta... – aqueles olhos por qual me apaixonei
não havia mais esperança. Ela estava triste. Isso é bom. Sem remorsos e voltas. Eu não queria
mais isso.
– Está terminando comigo? – diz que sim, por favor, diz que sim! Eu rezava mentalmente.
Droga, parece que ela demorou um século par responder.
– Sim, Thiago, eu não aguento mais essa relação da forma em que está. Pensei que mudaria,
mas isso não está acontecendo. Sinto muito...
– Sente muito? – bufei, precisava fazer um drama, certo? Parecer real. – Como assim sente
muito? Droga, Carla, eu amo você... só me dê um tempinho... – merda, eu não deveria dizer isso,
vai que ela cede. Esperei. Ela me encarou. Inferno. Diz que não!
– Não, Thiago, realmente eu sinto muito. Não dá mais...
Yes! Yes! Yes! Eu queria realmente ter fogos de artifício pra soltar.
– Está com outro?! – precisava articular só mais um pouco, mas não demais. A pergunta saiu
sem querer. Abuso da masculinidade. Mantendo o ego.
O pior que, o que me perturbou, foi que ela se assustou. Já havia outro!
Safada sem-vergonha! Deve ter aprendido com a putinha da Mel...
Nossa, putinha! Vou amar chamar a Mel assim... soa tão bem em meus lábios... putinha...
– Está, Carla? – segurei firme o volante e a encarei.
– Não Thiago, não estou.
Bem, como eu não queria mais insistir nisso, vai que ela desistiria e voltasse na boa, decidi que
ficaria de olho, feliz por finalmente estar livre e sendo o coitadinho. Ainda mais se em todo caso
ela já tivesse outro. Ela sairia disso tudo como uma verdadeira putinha. Sem eu ter que fazer nada
pra isso acontecer. Só esperar.
– Ok, Carla, seja feliz e obrigado por ter me proporcionado dias felizes. Mas quero que saiba
que estou arrasado... vou te dar um tempo, quem sabe muda de ideia... – fiz ar de que choraria.
Já chega, isso tá indo longe demais. Cara, vá embora! Agora.
– Obrigada Thi, por tudo... eu gosto muito de você também... – seu olhar dizia que me amava
ainda. Resolvi deixar só na vontade e pedir para ela ir embora. De vez.
– Então por que terminou?
– Thi, não vamos começar uma discussão. Preciso ir...
– Ok, beijos e tchau. Até qualquer dia...
Ela partiu. Bati a mão fortemente no volante comemorando. Ela virou-se e viu toda a cena.
Deve ter imaginado que era apenas fúria de dor por isso.
Vá se foder, santinha! Eu estou muito, muito feliz!
Agora eu iria agir! Vamos lá boy, reaja!

Fui para um único destino que já queria fazer há tempos. E quando me vi na portaria, sorri
satisfeito por esse dia ter chegado. Demorou mais chegou.
Quem acredita sempre alcança. Já dizia a boa música do Renato Russo.
– Oi, eu já estive aqui, sou Thiago Vasco, tudo bem? – o porteiro noturno avistou meu rosto,
graças a Deus, foi ele que me atendeu da outra vez. – Eu sou primo da Mel Folk, poderia subir?
Ela está meio doente e pediu para subir direto! – fiz cara de santinho e de boa pessoa. Ele caiu, ao
abrir o portão pra mim. Sorriu de volta e quando passei por ele o cumprimentei. – Obrigado, eu
não vou me demorar!
No elevador fui fazendo meus planos, montando uma ideia maluca sobre tudo. Daria certo.
Tinha que dar! Faltava tão pouco.
Apertei a campainha.
Uau. Nossa, inferno. A visão foi tão boa, que na hora meu pau se apertou contra o jeans. Mel
pintou na porta só de short e blusinha. Merda, sem sutiã! Não existia imagem mais linda e, além
de tudo, estava sem maquiagem. Ela é perfeita. Mas fiquei impenetrável, cara fria e sem expressão
ao vê-la assim. Já ela me recebeu superbem, mas sua cara dizia que sabia o porque estava ali.
Carla havia terminado comigo, e é claro que ela já sabia. Talvez pensou que tivesse ido ali só
para ela convencer a Carla de voltar. Nunca no Brasil.
Ela pediu para entrar, eu ainda estava indiferente, sentindo um tesão da porra, mas indiferente
a presença dela e fora de qualquer sentimento.
Começamos um assunto singelo, o que ela deveria ter pensado. Mencionei que Carla havia
terminado comigo. Mel levemente revirou os olhos e ficou esperando mais de mim. Ela sabia de
tudo, mas ainda ficava com uma cara de fingida. Vadia!
Fuzilei-a com um olhar frio, para dizer que a culpa era dela também. Em todas as partes, pois
alguns meses estava bem feliz com a Carla, só foi ela aparecer e meu instinto selvagem querê-la,
daí fiz a burrada do ano, apresentá-la ao babaca. E a paixão estava não ar. Cara, realmente eles
me enojam.
Assim que ela ficou relaxada ao dizer que sabia, precisei emendar logo, não iria fazer joguinho.
Estava cansado de caçar o rato. E ele estava ali de frente, porque fingir que não a queria?
Brincar só iria me cansar, entretanto, seria muito, muito paciente.
Revelei algo que estava preso há tanto tempo. Seu olhar foi curioso sobre minha frase:
“ultimamente estava a fim de outra!”
Revirando os olhos, ela explodiu numa proporção que não imaginei. Droga, ela defendia a
amiga, dizendo blá-blá-blá, era apenas isso que eu ouvia. Porra. Mulher é tudo igual, sempre
cheio de dramas e encheção de saco.
Eu não aguentei em vê-la tão ridícula em defender a amiga santa. Claro que eu sabia de tudo
isso, que viria tudo pra cima de mim. Então o máximo que consegui fazer foi: rir, e muito alto.
Gargalhei em sua frente. Mel odiou minha atitude, percebi por sua mudança de atitude. Ela cruzou
os braços. Parecia nervosa.
Instiguei mais, para saber sobre sua lealdade, sobre sua verdade, o que poderia estar
cutucando. Só que Mel estava cada vez mais arisca e azeda em relação ao que eu dizia. E não iria
me perdoar pelo que havia a seguir. Depois de toda falação de perca de tempo, precisei me
apressar. Ela sempre estava firme, dura, com as resposta na ponta da língua. Tão fiel... aff, eu
precisava arrancar algo dela. Um beijo ao menos.
– É que estou a fim de você! – por um segundo senti a sala congelar e um ar frio sair do corpo
dela. Mel estava em choque. Isso me deixou mais excitado. Será que naquele momento ela pensava
nas possibilidades de nós dois juntos e nus? Sorri.
Nossa, estava deixando-a brava, isso era realmente excitante.
Ela estava se exaltando com a grande novidade que, na verdade, nem deveria ser. Ela nunca se
tocou da forma que eu a olhava?! Só se fosse muito idiota!
Tentei ser o mais sincero, dizendo que gostaria que rolasse algo com a gente. Com um detalhe:
sem ninguém saber. Ofertei descaradamente. Mel não me conhece, não sabe o que sei. Ela que não
seja uma má menina.
– Está bêbado ou louco? – sua expressão de horror era tensa. Era como se tivesse comido algo
estragado e não tivesse feito bem na mesma hora.
Tive paciência que nunca achei que tivesse. Claro, queria comê-la demoradamente, fortemente,
então o mínimo que deveria ser feito é conquistar a confiança dela. Dizendo que sempre fui bom
moço a Carla, que a conhecia muito bem, sabia de seus gostos e sobre sua vida. E de como
gostaria de senti-la... com verdade.
Naquele momento não havia mel na Mel. A doçura sumiu. Evaporou. Dando espaço a algo acre.
Estava azeda, impura, desgostosa. Só por causa de uma atitude sincera minha! Que droga é essa?
Ela precisa acreditar e me querer! Simples.
Caralho, pelo que pude ouvir da conversa dela com o babaca do meu primo, ela sempre foi
assim, não ligava pra nada, só queria descarregar sua dor.
Porra, eu estou aqui cheio de dor! Vamos fazer um lixão de imundices e colocar tudo lá, juntos.
Num sexo muito, muito selvagem. Garanto que sairíamos bem limpinhos.
Sorri, ela me fitou com olhos ardentes. Como se quisesse me socar a qualquer momento. Eu
adoro essa expressão nas mulheres. A raiva, a dor, a necessidade... Eu vou satisfazê-la...
Do nada, ela gritou, respondendo minha frase anterior sobre novamente fazermos algo sem
ninguém saber. Principalmente o babaca. Ela explodiu numa proporção que não aguentaria mais
segurá-la. Ela estava furiosa. Eu precisava mostrar a ela minha intenção sobre isso. Sorrindo,
cheguei mais pertinho e disse firme:
– Mel, você sempre foi louca por sexo, andei te estudando, escutando suas conversas e meu
primo fala de você com tanto tesão, que eu quero!...
Houve outra explosão. Decidi não ligar para sua conversinha. Era apenas blá-blá-blá. Essa
história feminina de sempre explodir com conversinhas sempre me enche o saco. Revirei os olhos
para seu assunto e me concentrei em sua boca que disparava coisas inúteis, das quais não iria
escutar. Simplesmente foquei nela. Só nela. Assim que cessou a sessão xingamento, me aproximei e
toquei seu braço.
– Vem cá... – o movimento foi tão rápido que fiquei sem fôlego. Acertou-me um tapa ardido e
cheio de vontade.
Se ela queria isso, ela teria! Eu sou melhor ainda com tapas, mordidas e, principalmente, com
surras a quem é respondona e desobediente. Fervi com esse gesto. Ela não deveria ter começado
isso tão cedo.
Junto ao tapa, veio em defesa ao babaca. Poderia ser pior? Ela acabou me expulsando de sua
casa enquanto eu só a fitava. Mostrava minha raiva e meu ódio que sentia por tudo aquilo. Eu a
queria, e ela não seria louca em recusar.
– Você ainda vai pagar por esse tapa! – falei sério demais. Era uma única verdade, espero que
ela tenha compreendido letra por letra. Palavra por palavra. Jura por jura. Eu iria fazê-la sofrer.
Iria fazê-la pagar por não me deixar usá-la.
– Não tenho medo de você! – Mel grunhiu, enquanto segurava a porta, olhei no fundo de seus
olhos lacrimosos e mostrei que tudo isso não era brincadeira.
– Mas deveria ter a partir de hoje! – deixando essa ameaça, parti dali. Eu precisava pensar
claramente sobre o que fazer a ambos.
Juan e Mel. Dois filhos da puta. Preciso me livrar deles e sei bem como.
Se eu não tiver a Mel, pelo menos farei sofrer com verdades desenterradas. Assim como minhas
lembranças. E Juan, bem, ele será muito bem-vindo ao mundo dos cornos. Por que vou fazer Mel
se deitar com Richard! Custe o que custar!

Porra, uma ideia brilhou em mente. É claro, com o desespero que ela ficou em dizer que era fiel
a Carla e tudo mais, fez-me ver que a primeira coisa que faria era procurá-la. Inferno. Corri e fui
para casa da merdinha. Ela sempre acreditou em mim, e outra, ela havia terminado comigo, então
não haveria motivos para desacreditar. Disparei até lá.
Minha cabeça fervia, como se estivesse fazendo ovos cozidos, deixando-os duro por fora e mole
por dentro. Era muita informação para minha cabeça. Precisava mostrar tranquilidade. E
consegui até a Carla aparecer na porta.
– Oi, o que faz aqui? – disse calma. Acho que a vadia não tinha ligado ainda.
– Bem, estive pensando sobre nós. Eu queria tentar novamente. Não sei se posso ficar longe de
você... – não deveria ter falado isso, se ela quisesse voltar?!
Droga, mas era a única desculpa para pintar ali. Para ela ver que eu não estava errado.
– Thi, não tem volta, desculpa. Sei que sofreremos juntos, estou infeliz ao seu lado, desculpe... –
ela baixou a cabeça, e assim que iria responder. A putinha chegou e estacionou atrás do meu
carro. Merda. A coisa toda ficaria pior.
Ela desceu toda desconcertada, sua expressão dizia que já tinha falado com a Carla, então
aquela santinha de merda estava me enganando?!
– Oi Mel, espere só um minuto. – Carla foi calma. Ela não parecia saber de nada. Mas meu
nervoso tomou conta do meu ser. Ela voltou a me fitar. – Thiago, se me der licença, preciso dar
atenção para minha amiga!
– Carla, eu quero que saiba que não faria nada de errado pra você. Eu sempre amei você,
acredita nisso? – toquei sua mão. Ela desviou.
– Por que isso agora?
– Porque eu não sei o que os outros podem falar a você... – tentei deixar a voz estável, mas ela
não ficava.
– Acredito em você. Obrigada por vir, mas agora preciso ir. Mel precisa conversar algo comigo.
– Conversar o quê? – exaltei-me. Cruzei os braços e esperei. Mel nos olhava de esguelha. Filha
da puta.
– Não sei Thi, ela só quer conversar. Está nervosa com algo. Preciso saber. Por que esse
interesse todo? – ela me fitou com desconfiança.
Ah, quer saber, que se foda tudo. Vou embora e deixar essas vadias. Tenho coisa melhor a fazer.
– O que tem contra a Mel? Responde Thiago? – agora era a mulher mais forte do mundo. Ah, se
toca! Se quer minha verdade, falei.
– Ela não presta, você ainda vai ver isso! – sem dizer mais nada, abri a porta e fitei aquela
vadia. Eu queria sorrir para as duas, mas parti sem mais nada. Elas iriam conversar e saber de
tudo.
Eu daria tudo só para ouvir essa conversinha! Ah, como eu queria.

No dia seguinte fui até o apê do meu primo-babaca-que-come-a-mulher-mais-gostosa-do-


momento, e conversamos a noite toda bebendo cerveja. Ele chorou muito contando sobre o
passado doloroso da amada. Desejei com alma rir daquela idiotice toda, mas me aguentei firme
para não dar brecha. Contei a ele sobre minha “tristeza” de que Carla terminou comigo. Fiz-me
de coitado e tal. Ele ficou me consolando, e dizendo merda que perdi uma boa garota. Tudo
conversinha. Óbvio, não rolou o assunto visitinha-na-casa-da-Mel, e tenho certeza de que ela não
contará esse fato a ele, para não dar treta. Essa é a melhor parte!
Consegui colocar duas escutas na casa dele. Na sala e no quarto. Deve ser o lugar que mais
ficam.
Depois de todo drama, fiquei sabendo um pouco mais sobre algumas coisas, e então teria muito
que fazer. E pensar. Juan sofreria com qualquer coisa referente a Mel. Se caso caísse um fio de
cabelo que não deveria cair, ele surtaria. Imagina saber que a mulher dele estaria sendo
ameaçada, obrigada a fazer as vontades de outro homem? Pois bem, ele não saberia até segunda
ordem. Planejei algo bem indecente a Mel, e ela irá cumprir sem dúvidas.
Precisava de férias para me ocupar e aparecer com as novidades.
Eu voltaria para um lugar que não era muito bem-vindo, mas que me faria pensar isoladamente.
Desse lugar imundo em que vivo. Iria para outro pior, iria inalar energia negativa só pra voltar
pior. Com mais dor. Eu precisava canalizar energia malfazeja pra ser o pior dos monstros. Eu
mostraria meu verdadeiro lado negro.
Estou louco pra soltar tudo isso. E viver livre...
Fui até onde morei.
As lembranças viriam como cachoeira em beira de estrada...
Corrente e límpida.
17- Causador de ciúmes
“Se quer se desculpar, vá até a cama, eu quero outra rodada!”

Cravei meu olhar sobre aquele corpo. Mel estava distraída na varanda. Tomava numa xícara
preta seu chá favorito. Frutas vermelhas. Estava olhando lá fora a fina chuva que caía em pleno
verão. O tempo havia mudado, estava abafado, o clima úmido, e chovia aquela garoa fina só para
perturbar. Isso aqui é São Paulo.
Observei por longos segundos, a forma que seu corpo se encontrava. Distraído, relaxado, ousado,
sexy. Mel movia os quadris de forma gentil, ela não havia me visto, estava sentindo as garoas cair e
formar longas gotas contra o vidro. Levou por duas vezes a xícara aos lábios e saboreava seu
momento. Era perfeita.
Fui me aproximando rasteiramente, sentindo o meu corpo ficar rígido. Tentado a tocar ao dela. Mel
estava com um short jeans muito apertado. Mostrando como sua bunda era redondinha e sexy. Ficava
um tesão ali dentro do jeans. A blusinha branca e apertada mostrava que estava sem sutiã. Antes de
tocá-la, admirei a curva de suas costas, a linha profunda da coluna e a curva delineada da cintura.
Fiquei quieto atrás somente ouvindo sua respiração. Era constante apesar de calma. Com mais um
passo, toquei a barra de seu jeans que estava desfiado na coxa. Mel gemeu.
– Que susto, amor! – virou o rosto em minha direção, permanecendo com o corpo da mesma
forma. Enrijeci mais ainda. Se fosse possível sentir tanta vontade.
– Está distraída? – perguntei num sussurro entre seus cabelos que estavam presos num enorme
rabo de cavalo. Os cabelos dela estavam longos. Minhas mãos ainda ficaram deslizando entre as
coxas dela. Abrindo espaço. Ela gemeu antes de responder.
– Um pouco. Nem vi você chegando, apesar de sentir meu corpo esquentar do nada. Talvez tenha
sido o reconhecimento de sexo por perto... – sorriu gostosamente. Aquilo acabou comigo. Subi
apertando uma mão por sua bunda, coluna, nuca, chegando rapidamente em seu rabo de cavalo. Puxei
firmemente até encostar sua cabeça ao meu tórax. Nossa respiração foi se tornando única. O barulho
da chuva nos brindava ao fundo. A outra mão permaneceu ali embaixo, caçando seu sexo. Poderia
parecer mentira, mas eu já sentia Mel vibrando. Pulsando. Babando... Nossa...
Remexi meu corpo contra o dela, apertando-a contra a parede. Com a aproximação na parede fria
pela chuva, sentimos uns pingos caindo sobre a gente. O gemido aumentou mais intenso.
– Nossa, Juan, como você já está duro... – largou a xícara em cima do muro, sua mão direita caçou
algo duro entre minhas pernas. Passou a mão entre a gente, até chegar nele. Apertou levemente.
Enquanto eu puxava forte seu rabo de cavalo. Queria beijá-la, enfiar a língua em sua boca e saborear
seu quente úmido. Foi o que fiz. Puxei seu cabelo até seu rosto virar e sua boca encontrar-se com a
minha.
– Você sabe sempre agradar, não é honey... – mordi a pontinha de sua boca, antes de penetrar
minha língua em sua boca quente, com gosto de frutas vermelhas.
– Eu o desejo muito, doutor... Faça de mim o que quiser... agora. Por favor... – gemeu esticando
seus lábios até tocarem os meus. Cedi. Entreguei-me ao seu paraíso.
Por Deus, cada beijo dela era poderoso, bom demais. Molhado na medida certa. Com seu gosto de
mel e frutas. Estava deliciosa. Gemi roubando seu gemido.
Com a mão direita fui até sua frente. Tocando sua barriga que contraia ao toque. Subi para as
curvas que faziam seus peitos suspensos sem o bojo de um sutiã. É tão mais bela quando fica assim,
ao natural. Eu quase peço para Mel somente ficar nua em minha casa. Seria bom demais. Apesar de
que, ela somente fica com uma camisa. Só. É tão deliciosa que não me canso. Juro, eu não me canso.
Toquei a curva do direito, passei por seu mamilo que estava firme sobre a blusinha fina. Belisquei.
Houve um gemido forte. Fui para o esquerdo, apalpando-a até chegar seu mamilo túrgido e forçá-lo
entre os dedos. Outro gemido.
Desci apertando a palma da mão sobre seu corpo, até chegar o cós do short. Abri o botão, puxando
o zíper junto. As pontas dos dedos foram para o lugar certo, passando por sua calcinha de malha,
chegando a sua fenda doce e quente. Seu clitóris já pulsava... Droga, estava tão quente. Senti
fervendo minha palma.
Deslizei mais para baixo, forçando o caminho ser aberto. Mel abriu mais as pernas para me fazer
entrar. E ali estava seu úmido. Aquela carne macia, sua divisão pulsava entre meus dedos, deslizava
tanto que automaticamente já entrou pela porta do paraíso.
– Nossa, Mel, está sentindo meu dedo entrar em sua bocetinha... está tão molhada... Você é tão
deliciosa... saborosa... – sussurrei em seu ouvido. Antes de penetrá-la tirei o dedo de lá, levando em
sua boca. Ela chupou fazendo uma sucção ainda mais deliciosa. – Sente seu sabor, meu amor. Veja o
quanto sou louco por você!... Veja o porquê você me enfeitiça... está sentindo... tem gosto de quê? –
mordi seu lóbulo enquanto chupava ainda meu dedo. Mordisquei seu pescoço descendo para o
ombro. Numa louca tortura.
– Tem gosto... ahh... gostinho de mel... – disse ofegante.
– Isso, honey, gosto de melzinha...
Enfiei rapidamente a mão de volta ao lugar mais desejoso do seu corpo. Mel passou a rebolar em
meu pau, apertando-me contra seu corpo. Achei sua fenda que escorria nosso desejo e voltei o dedo
em minha boca.
– Hum, gosto de mel... mel... mel... honey... Vou te comer bem gostosinho, aqui, pode ser? – ela se
sobressaltou um pouco, com a novidade. Mas fez que sim. – Encoste a mão no muro... – ordenei. Ela
desgrudou seu corpo do meu. Era uma sensação estranha, mas logo estaríamos um dentro do outro.
Fui mordiscando seus ombros e nuca. Não tirei a sua blusa, pois como dava pra ver nosso corpo,
alguém de outro prédio poderia nos ver. Até poderia nos ver trepando, mas não veria o peito de
minha mulher. Não mesmo!
Fui direto para o short. Tentei deslizar, mas era apertado que só a porra. Não estava conseguindo
ser sexy, então seria bruto. Mel sorriu.
– Nossa, não tinha um short mais apertado? – sorriu e tentou me ajudar. – Mandei deixar as mãos
no muro! – ela voltou a respirar forte e voltou na mesma posição.
– Só queria ajudar pra ir mais rápido! – bufou rindo.
– Cala-se! – rimos juntos. – Eu faço isso, qualquer coisa rasgo... corto... mas eu tirarei isso! –
acertei um bom tapa em sua bunda por me responder, por ter tirado as mãos do muro e por estar com
um jeans apertado.
– Ah, delícia, faz de novo... – Mel é tão abusada, gosto disso.
– Sua safada!
Dei uma forte mordida em seu pescoço, a deixaria roxa! E foi o que fiz. Assim que dei a primeira,
não consegui parar, até deixar a marca em volta de seu pescoço. Tudo vermelho. Ficaria roxo depois.
Mel iria me enforcar, mas não queria saber, eu estava marcando-a como minha.
Enfim, consegui tirar a merda do short junto da calcinha e os joguei longe. Mel gemeu rindo, estava
meio frio, e com o vento que batia com as gotas de garoa, ficava mais. Ela estava arrepiada por mim
e pelo friozinho que passava no meio de sua perna nua. Seu sexo descoberto e apenas aguardando eu
chegar.
– Afaste um pouco da parede... – ela fez e fui para a sua frente. Sentei-me ao chão frio, e tive a
melhor visão do mundo. – Mel, você tem noção do quanto é linda? – perguntei olhando pra cima. Eu
não havia tocado nela ainda, mas automaticamente ela colocou seu corpo mais próximo de minha
boca. Espertinha.
– Sim, doutor, eu sei o quanto sou linda, adoro ser sexy para você. Amo ver seu desejo por meu
corpo. De como fica duro só pra mim. Eu sou sua gostosa...
Amo sua auto-estima. Isso mesmo, minha deliciosa. Amo o jeito que ela se ama. Acho que não
existe coisa mais broxante do que ver mulher com vergonha do próprio corpo. Com insegurança.
Qualquer mulher é bela do jeito que é. Homem não fica contando estrias, não fica olhando se tem
celulite. Homem só quer que a mulher se ame para ele amá-la. Homem só quer mulher. Que seja
mulher. Que o atice, provoque. Der-lhe seu desejo e suas vontades escondidas. Mel me mostra todas
elas.
– Honey, eu vou te chupar, até... até você gozar em minha boca... – prometi e antes de ela
responder, puxei sua bunda segurando-a firme entre as mãos. Deixando minha boca encontrar seu
sexo.
Nossa, aquela belezinha repartida, carinhosa, cheirosa. Uau, ela é tão cheirosa... Isso me atiça
tanto... seu cheiro, seu gosto. Uma tortura perfeita.
Sem medir e sem pensar em mais nada. Degustei, mordi, apreciei seu sexo como a melhor fruta,
sua maciez de pêssego. Comia a melhor fruta do mundo. Deixando-a beira do precipício, e sei que
chegou. Tudo tremeu em minha língua. Em minha boca que recebia seu líquido. Ela jorrava... seu
sabor.
– Ahhh... doutor... – gemeu e cedeu suas pernas.
Levantei antes de ela despencar, empinei sua bunda e tirei de dentro do short minha ereção
duríssima. Penetrei sentindo o deslizar único.
– Porra, Mel... eu vou gozar em breve... não vou aguentar muito... ah... – eu nunca achei que
gozaria tão rápido.
Talvez por estar com tanta vontade, que foram exatas quatro bombeadas que gozei junto dela.
Transferindo meu desejo para dentro dela. Eu sentia o jato que foi imediato e muito rápido para
dentro daquele corpo que me recebia.
Nossa, aquilo foi bom demais...
Ela novamente despencou. Segurei sua cintura saindo de dentro dela. Ao mesmo tempo em que saí,
o líquido viscoso escorria por sua perna. Ela sorriu.
– Uau, acabou comigo doutor... que belo final de tarde.
Acertei um tapa naquela bunda que havia marcas de minhas mãos. Ela se sobressaltou e esbarrou
na xícara que estava no muro, que no mesmo instante despencou pra baixo. Nós dois olhamos juntos,
vendo a xícara mergulhando lá na rua.
Droga, espero que não tenha caído em ninguém.
– Ah, merda, era minha xícara favorita! – olhou-me furiosa.
– Te dou outra! – beijei sua boca em desculpas. – Foi sem querer... – dei de ombros e joguei o
short e a calcinha dela.
Mel se vestiu e ainda parecia brava.
– Se quer se desculpar, vá até a cama, eu quero outra rodada!
Saiu batendo o pé. Sorri por suas costas.
Eita, mulher incansável...


Fomos até o mercado comprar algo para comer. Andamos como dois bobos, fingindo que
estávamos casados e fazendo a compra do mês. Mel enchia o carrinho com diversos doces e ficava
rindo quando eu enchia de coisas, e depois tirava. Divertimo-nos muito. Até cheguei a pensar sobre
essa verdade. Sobre casarmos. Sei que pode estar cedo, mas é o que eu gostaria. E adoraria ter
coragem de perguntar a ela se era recíproco. Só que não fiz a pergunta. Isso muito para cabeça dela.
Mel ficaria estranha com a atitude, bem, é o que acho.
Ficamos na fila esperando outra família passar, Mel ficou conferindo se não havia esquecido nada.
A compra, na verdade era para as duas casas, a minha e a dela.
– Ah, me esqueci de pegar pasta de dente! – falou assim que parou de conferir.
– Está falando sério? – perguntei cruzando os braços. Ela sorriu.
– É mesmo! Meu dentista gostoso... – disse me beijando e falando baixo.
– Era só isso, não esqueceu nada? – ela fez que não e ficou encostada ao caixa colocando as
coisas pra poder passar. – Tem certeza, não é? – falei rindo.
– Sim, doutor, eu tenho.
Demos de ombros e fomos passar nossa compra. Enquanto ela colocava as coisas no caixa, eu fui
para ensacar tudo. Passei de frente ao caixa e a mocinha ficou me olhando.
Droga, no mesmo instante eu olhei pra Mel, ela não viu nada. Ainda bem. A moça sorriu de orelha
a orelha e nem disfarçava.
– Boa tarde... – disse melosa ajeitando o cabelo e também os seios escondidos na blusa do
uniforme. Franzi a testa e queria rir, mas assim que Mel ouviu o seu “boa tarde” já colocou as mãos
na cintura. Balancei a cabeça em negativo. Do tipo: não faça isso, pare. Mel respirou fundo, cerrou
os olhos e focou na garota que nem ao menos olhava pra ela, fincou o olhar em mim.
– CPF na nota? – perguntou com um sorriso tão largo que eu conseguia ver suas amídalas. Sorri
sem jeito.
– Não, obrigado.
– Cartão ou dinheiro? – ela não passava logo a compra, estava parada. Só me olhando. Tô vendo
que hoje tem...
– Cartão – falei apenas e fui abrindo as sacolinhas.
– Cartão do mercado? – que insistente!
Deus, passa logo isso, minha filha.
– Não, é de débito! – afastei-me da beira do caixa e fui para ponta, esperar a compra vir para
irmos embora. Essa moça estava caçando sarna para se coçar. Mel estava terminando de colocar as
coisas no caixa. Mas eu a percebia bufando.
– Gostaria de fazer um do mercado... – houve uma explosão rápida, uma voz firme e poderosa.
– Não! Não queremos fazer essa porra. Agora, dá pra passar essa merda de compra logo, estamos
com pressa! E Juan, vem pra cá, eu ensaco esse caralho!
– Mel?! – soltei num sussurro baixo. Ela veio batendo o pé em minha direção e arrancou as
sacolas de minha mão. Olhei tão furioso para a moça que nem ao menos ficou com raiva. Ela sorria!
Balancei a cabeça ao passar para as compras.
– Vamos, minha filha, pare de olhar para meu homem! E pode tirar esse sorriso bobo da cara,
mostrando esses dentes como se fosse um cavalo! Ele é dentista, mas não esta no consultório! E
muito menos é para seu bico! Quer que eu chame a droga do gerente?! – Mel disse isso baixo,
educada, numa ameaça sensual. Aquilo me atiçou. Ela me defendia das garras de outra mulher. Bem,
não que eu cairia, mas estava excitante em ver como ela reagia. Imagina se ela soubesse o que rolou
em Recife... sem dúvidas ela mataria um naquele hotel.
A compra foi passada rapidamente e a moça não olhou mais para mim. Até mesmo quando falou o
valor e pegou meu cartão para passar. Digitei a senha e aguardamos. Mel estava segurando o carrinho
com tanta força, como se fosse o pescoço da garota. Segurei a risada, e até que a moça chamou
atenção novamente.
– Pode retirar o cartão – permaneceu com a cabeça baixa. Apertei os lábios para não ri alto, Mel
olhava de esguelha a mim e firmemente para moça.
Mulheres. Ah, universo feminino, sempre muito estranho e confuso. E também, delicioso.
A moça puxou a notinha e me entregou. Dessa vez, olhou mais uma vez e sorriu sem jeito, como se
desculpasse, mas assim que a Mel começou a andar com o carrinho, ela olhou para onde Mel ia, e
sem hesitar, deu uma piscadinha ao me entregar a nota. Fingi não ver aquilo, e parti antes que Mel
voltasse e nos acertasse!
– Nossa, eu quase soquei a cara de pastel daquela vadia! – disse entredentes.
– Pare com isso, ela não fez nada! – só disse isso para não ver Mel brava e brigando à toa
comigo.
– Ah, Juan, tenha dó. Você não é tão bobo assim que não viu a garota te olhando! – bufou. Parei o
carrinho e olhei no fundo de seus olhos.
– Isso mesmo Mel, ela só me olhou! Quem é que me tem? Porque ficar assim por causa de alguém
que não me afeta, e muito menos a você! Meu amor é só você... – segurei seu rosto com as mãos e
lasquei um beijão de lhe arrancar o fôlego.
– Verdade, desculpa, só achei incomodo ela fazer isso.
– Foi só uma olhadinha, sua bobinha... – e uma piscadinha. Mas, isso não vem ao caso. Sorrimos
e fomos para o carro.
– Nossa, Juan, eu estou louca pra fazer algo aqui... quer? – sussurrou com sua voz pecaminosa e
sensual. Algo já apertou dentro da cueca.
– Mel, está cheio de gente...
– Que se foda! Coloque as coisas aí no porta-malas e vem, vou te esperar aqui atrás... – que isso,
Deus, que mulher é essa?!
Coloquei rápido as compras dentro do porta-malas, e entrei na porta de trás como se aquilo fosse
normal. Por sorte meu carro tinha insulfilm, então ninguém nos veria, há não ser o carro balançando.
– Mel, você é foda, mulher.
– É só pra te mostrar quem é dona da sua razão... Vem, doutor...
Ela gemeu daquela forma que me enlouquece. Abri o zíper da bermuda e puxei seu corpo para
cima do meu. Ela estava de saia e já estava sem calcinha. Coloquei meu pau duro pra fora e ao
encostar-se nela, deslizou pra dentro num segundo. Gemi em sua boca, e mordi seu queixo.
– Caralho, Mel, você não brinca em serviço... – ela cavalgava ligeiramente em cima de mim.
Rebolando e mostrando seu poder. Gozaríamos rapidinho nesse ritmo.
– É claro que não. Juan, você me atiça tanto em apenas vê-lo... senti-lo... e me alegra ainda mais
saber que tem mulher que te olha, mas você é só meu... – mordeu fortemente minha boca.
– Mel, eu já te disse: eu sou completamente seu... – ao soltar tais palavras, gozamos juntos.
Numa rapidinha de estacionamento, depois de uma cena de ciúmes.
Delícia.


Minha mãe havia ligado para irmos almoçar no domingo lá. Combinei com a Mel e ela adorou a
ideia. O bom disso tudo é que Dona Martha e a Mel combinaram certinho. As duas praticamente se
amam, e tem um amor em comum. Eu.
Minha mãe nunca gostou tanto de uma mulher que já esteve comigo, como gosta da Mel. É
inacreditável como as duas se dão bem, e quando estamos lá na casa da minha mãe, as duas não para
de falar nenhum instante. Eu adoro vê-las juntas.
Saímos perto do meio-dia, chegaríamos a tempo e ninguém nos encheria por chegar sempre
atrasado. Deixei até a Mel se trocar sozinha, só para não vê-la perfeita e ter de tirar sua roupa
novamente só para estar dentro dela.
Quando chegamos à porta da casa, desci do carro deixando Mel ajeitar o vestido e a maquiagem.
Sorri sozinho esperando ela fazer o que tinha. Como se precisasse de qualquer coisa. Ela é perfeita,
e bem, ela sabe disso.
Ao descer ajeitou o vestido ao corpo, foquei meu olhar naquele decote que mostrava bem seus
belos e fartos peitos, à noite eu comeria ela ainda com essa roupa. Um vestido branco cheio de flores
delicadas, seu fecho era no pescoço, então fazia seu decote ficar maravilhoso. Na cintura era colado
mostrando suas curvas, e na parte de baixo era solta e até os joelhos. Mel estava simplesmente
maravilhosa.
Quando estava indo em direção dela para pegar sua mão, senti algo em minhas costas, uma mão.
Olhei para trás e braços vieram em minha direção. Agarrando meu pescoço. Fiquei sem reação, até
que senti um beijo perto da minha boca!
Eita, porra, prepara-se, man!
– Juan, eu não acredito! – a pessoa não desgrudou de mim, e ficou de frente me encarando, eu senti
a aproximação da Mel. O quente do seu corpo e o frio de sua raiva.
– Oi Mônica! – falei sem graça. A garota que eu ficava na adolescência ainda tinha as mãos em
volta do meu pescoço. Tentei tirá-la, mas ela foi deslizando por meu tórax.
Droga, afastei-me e quase toquei no corpo da Mel atrás de mim.
– Nossa, quanto tempo? Está ainda mais maravilhoso! – disse toda alegre, me fodendo ainda mais.
– É, bem, obrigado! – quando me virei para ver a Mel, e apresentá-la devidamente, Mônica me
abraçou novamente. Numa surpresa.
– Uau, como estão as coisas? – dessa vez consegui afastá-la. Ela me fitou estranhando a atitude,
assim que eu iria responder, Mel pintou em minha frente, olhando friamente para Mônica. Sem olhar
para mim, disse com a voz congelante.
– É, Juan, como estão as coisas?! – Mel disse me encarando. Fodeu geral! As duas se encaravam e
media uma a outra. Fiquei ao lado da Mel. Segurando sua mão e levando a minha boca. Dei um beijo
em seus dedos que estavam fechados em punho. Estavam até brancos os nós dos dedos. Tentei
desfazê-los, mas ela não deixou.
– Mônica, essa aqui é a Mel, minha namorada! – Mel sorriu e estendeu a mão para Mônica, que
me fitou de cara feia. Santo Deus, que isso?
– Prazer conhecê-la, Mônica! – e ainda com a voz fria, Mel falou para mostrar sua superioridade,
quase sorri.
– Mel, essa é a Mônica, minha amiga de infância! Ela mora aqui na vizinhança.
Agora as duas me encararam. O que fiz de errado? Mônica ficou esperando algo, e Mel sorriu
cheia de graça.
– O prazer é todo meu, e Juan, até que enfim alguém conseguiu te prender! Pois, ele me enrolou
por muito tempo, e nunca disse que eu era namorada dele! – vi até o veneno escorrer por sua boca
cheia de gloss. Ela nunca mudou.
Puta merda! Fodeu. Fodeu geral. Corre, caralho!
Mel ficou tão tensa, que seu sorriso sumiu no mesmo instante e o de Mônica voltou a brilhar.
Porque mulher se presta a esse papelão?! Fala sério.
– Não éramos namorados, Mônica! Vem, Mel, vamos entrar... – resmunguei frio, como se tivesse
advertindo Mônica por ter feito aquilo. Não precisava disso.
– Não fomos porque você me enrolou. Bem, vivemos bons momentos! – ela ajeitou os cabelos
loiros atrás da orelha. E depois olhou para as unhas. – Mande beijos a Martha, fala pra ela que
passarei qualquer dia para uma visita! Tchau Mel, boa sorte com o Don Juan!... – e saiu rebolando.
Mel ficou parada só fitando a peça ir embora. Sempre soube que um dia Mônica iria me foder, iria
descontar por não ter ficado com ela.
Droga, mas ela foi fazer exatamente com a Mel!
– Juan, Juan, isso foi brincadeira, não é? – sua voz era fria. Oh, droga.
– O quê? – encarei-a, seu olhar era pura fúria.
– Vá se foder, o que essa loira ridícula estava falando? Era sua ex? E ela chega assim, toda dada,
toda te agarrando? Hein, me diga?
– Mel, isso foi coisa de adolescente. Ficará assim por causa dela? Se eu quisesse estaria com ela,
mas é você que eu amo. Você é a única! Parece que nunca irá entender isso... – droga, fiquei nervoso,
e isso estava me dando tesão. Pois toda vez que Mel fica com ciúmes fico assim.
– Eu odeio todas as mulheres que você já traçou! – grunhiu e foi indo para o jardim, em direção a
porta.
– E você acha que não odeio quem já encostou em você?! – falei encarando-a e puxando os braços
dela para me encarar.
– Não diga assim...
– Ué, é a mesmo dor, Mel. Agora estamos juntos, não precisa fazer isso!
Eu quase gritei o tanto que amo essa mulher, só pra ver se ela acredita. Mas o que vou fazer é bem
melhor. Assim que toquei a porta, minha mãe nos recebeu. Esperei as duas se cumprimentarem. Eu fiz
o mesmo, com ela e meu pai.
– Mãe, nos dá licença, é rápido. Só vou mostrar algo para Mel! – minha voz parecia de
empolgação com algo singelo, mas Mel sabia, era puro tesão.
– Juan... – ela gemeu assim que peguei em seu pulso e estava levando-a para o andar de cima.
– Cala-se, vou te mostrar meu quartinho!
– Onde traçava aquela vadiazinha loira? – grunhiu nervosa. Fiquei mais puto ainda. Agarrei com
força seus braços e a empurrei contra a porta do meu quarto.
– Não, Mel, eu não fodia em casa! Mas, vou foder pela primeira vez!
Empurrei seu corpo assim que achei a maçaneta e entramos desesperados. Minha mão caçava sua
calcinha por baixo daquele tecido todo que era seu vestido. Ela entrou em desespero ao ver minha
fome descontrolada por seu corpo.
– É só você... Nunca irá entender?... Mas, eu vou te mostrar sempre... É só você... – joguei-a sobre
minha cama grande. Bagunçando toda a arrumação. Tudo estava no lugar. Exatamente tudo. Minha
mãe nunca havia mudado nada, pois de vez em quando eu sempre passava por aqui. Minhas coisas de
moleques, todas ali.
Não deu tempo de mostrar nada a Mel, apenas levantei seu vestido e puxei o nó da sua nuca que
prendia o vestido. Mostrando-se pra mim aqueles peitos maravilhosos, onde mergulhei de boca...
molhando-os todos. Mordendo cada parte.
Abri o zíper e sem tirar a roupa, forcei minha ereção deslizar para dentro de seu corpo. Fácil
como assoviar, ele entrou. Fazendo-nos gemer. Tapei a boca dela, enquanto a preenchia. Seu olhar
verde era risonho, ela se movia embaixo de mim, puxando meu traseiro para mais perto. Enterrando
meu corpo contra o dela.
Começamos a suar com o contato, com os movimentos. Aumentei drasticamente o vaivém em cima
dela. Fazendo-a arfar contra a palma da minha mão. Minha respiração ficou descontrolada, eu estava
prestes a gozar, mas queria que o dela fosse junto.
– Goze em mim, pra mim... Agora! – assim que ordenei, mordi seu pescoço, subindo até sua boca.
Tirei minha mão dali e roubei seu gemido assim que gozamos juntos. Estoquei até deixar a última
gota escorrer dentro dela. E o suor fazer parte disso.
Levantei e quando olhei para meu pau, ele ainda estava duro. Ela sorriu e tentou se esticar.
– Espere, vou pegar um lenço pra você se limpar.
Corri até o banheiro e peguei, quando cheguei havia caído na cama. Droga, eu tinha de tirar aquilo
de lá. Senti-me um adolescente que aprontou e precisava esconder a primeira foda dos pais.
– Juan, eu não acredito que fizemos isso, que feio! Estou morta de vergonha. Como vou descer
toda descabelada?!
– Relaxa Mel. Está linda corada! E descabelada! – eu ri e ela me tacou um travesseiro.
– Seu descarado sem-vergonha!
– Você é um tesão, mulher! Amo você.
Abraçamo-nos e ela foi se limpar. Quando voltou, eu estava sentado na beira da cama já sem a
colcha. Coloquei no cesto de roupa suja. Ela sorriu envergonhada. Adoro vê-la assim, pois, Mel é
sempre tão descarada.
– Uau, quantos troféus! E o que seria isso? – disse assim que notou o quarto. – Não creio, você
andava de skate? E ainda por cima ganhou tudo isso? – ela parecia não acreditar.
– Sim, parei alguns anos atrás! Mas curti bem meu tempo e minha adolescência.
– Por que parou? – perguntou tocando nos skates que estavam pendurados na parede juntos aos
troféus e medalhas.
– As coisas mudam. Crescemos e vem a responsabilidade! – dei de ombros. E levantei para
descermos. – Eu me machuquei feio também, e não quis mais fazer isso. Precisava crescer e
continuar com meus estudos! – falei tocando a parte de trás do meu braço, onde havia uma pequena
cicatriz, fiz uma tatuagem por cima só pra cobrir.
– Hum, nunca tinha visto! E suas tatuagens um dia vai me contar? – perguntou com os olhos
brilhando. Como uma menina linda.
– Sim, claro. Qualquer dia. Vem, vamos! – toquei em sua mão e estávamos descendo. Mel me
olhou apaixonada.
– Você é uma caixinha de surpresas, Juan...
– Assim como você, Mel!
Dei um beijo em sua testa e descemos. Os dois saciados e todo desarrumado. Mel tentou me
ajeitar. Eu só ria dizendo: minha mãe não vai nem perceber. Mas assim que pintamos na sala, minha
mãe nos olhou de cima a baixo, mas ela soube disfarçar ao ver o rosto da Mel da cor de um pimentão
ou do resto de seus lábios. Vermelhos.
– O almoço já será servido, venham crianças!
Sorrimos e sentamos a mesa para dividir risadas e muita conversa.

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(Thiago)

Aquela amarga sensação de náuseas ainda ficava sobre minha garganta. Eu queria vomitar até
não sentir mais medo, até não sentir mais o gosto de rejeição, até não mais existir... Eu não queria
mais existir. Pra quê?
Eu pensava o tempo todo...
Droga, minha cabeça já era pensante desde os meus cinco anos de idade. Saco, naquele inferno
que era a pequena casa dos Vascos, eu era uma aberração. Um inútil que não servia pra nada. E
ainda podia escutar os berros de minha mãe, dizendo que eu era o culpado de tudo aquilo. De toda
desgraça...
Eu sou mesmo o culpado.
Não nego. Eu matei aquela criança... Na verdade, as duas crianças...
Um frio correu sobre minha nuca, me deixando ligado àquela lembrança tão antiga, remota e
ridícula. Toda vez que venho pra cá, consigo sentir a presença do pequeno George.
Eu me lembro tão bem, ao ver o sol se pondo, à tarde fresca com cheiro de flores. Uma linda
primavera, eu sempre ouvia dona Gilda dizer à mamãe que cuidava tão bem de suas flores.
Enquanto regava e sorria para a vizinha. Dona Gilda passava todas as tardes por ali, quando ia
ao mercadinho comprar pão, por vezes passava com eles quentinhos e me entregava um
fumegando. Eu adorava sentir o miolo quentinho e o barulho da casquinha se quebrar no meio dos
meus finos dedos.
Só dedos finos, pois a mão era assassina.
Mas ninguém nunca soube... só a mamãe...
Durante toda a tarde, eu brincava no quintal, olhando meu vizinho George, filho da dona Gilda,
brincar em seu balanço. Ele não me convidava pra brincar, sabe o por quê? Ele não gostava de
mim. Dizia que eu era esquisito e burro. Ele vivia dizendo isso... E falava sem parar que o melhor
amigo dele era o Juan. Meu primo.
Dizia que Juan era legal e muito bonito. As meninas sempre diziam da cor dos seus olhos.
Diziam que era como a cor do mar. Eu nunca tinha visto o mar, só por televisão. E era verdade.
Isso me doía, pois tinha olhos cor de nada. Era o que me respondiam quando eu perguntava. Só
que mamãe sorria quando perguntava, então um dia me disse: são cor de mel, filho.
Eu achei legal, mel era uma cor bacana e parecia doce...
Eu dizia a todo mundo que meus olhos eram cor de mel. E que era legal ter essa cor de olhos.
Alguns dos meninos me enfadavam com as brincadeiras idiotas, dizendo que era cor de “melda”.
Aquilo me irritava profundamente. Cresci sendo o menino-dos-olhos-cor-de-melda. Era tão
irritante... Isso me causou náuseas por incontáveis dias.
Mamãe estava esperando outro bebê. Descobri numa conversa sussurrada que ela teve com o
papai. Eles não queriam que ninguém soubesse, principalmente tio Rubens. Já que iria querer dar
dinheiro. A gente tinha necessidades. Meu papai não tinha dinheiro. Eu tinha cinco anos. Mamãe
estava grávida. E muito preocupada. Ela não contou a ninguém, mas sua barriga começou a
aparecer. Perguntei só pra ver, ela disse que não era nada. Meu irmãozinho também não era nada,
como eu... papai vivia dizendo que eu não era nada. Isso magoava... doía meu coraçãozinho que
batia forte quando ele gritava que eu não era nada. Além de estorvo. O que era isso?
Eu não sabia, mas doía.
Um dia falei pra mamãe, pois ela nunca mais queria sair de casa, nem mesmo para cuidar das
flores que morriam com o calor. Sufocadas por não ter água. Comecei a jogar água pra refrescá-
las. Mamãe olhava da cozinha. Com um sorriso pacato. Estranho. Nunca com carinho. Porque eu
acho que era “obrigação” minha em ser útil. Quando entrei e disse à mamãe que ela estava
grávida e que cuidaria deles, ela me bateu. Forte na boca. No rosto. Esfregou minha boca com
uma buchinha de pia. Nossa, como doeu! Eu chorei. Escorria sangue da minha boca e nariz, mas
também lágrimas. Uma mistura feia. Era como lágrimas de sangue. Eu vi na porta de vidro da
cozinha. Meu rosto cheio de sangue e dor.
– Sorria e diz que está tudo bem? – ela gritou. – Nunca mais pronuncie tais palavras, está me
ouvindo seu merdinha? – fiz que sim. – Diga alto! – acertou meu ouvido. Fiquei dias sem ouvir
direito, apenas um zumbindo. Eu me lembro...
– Desculpe. Isso não vai acontecer.
Não voltou a acontecer. Pelo menos depois daquele dia.
Saí para o quintal depois que ela me deu banho. Cuidou dos machucados e penteou meu cabelo.
Estava cheiroso. Perfume do papai. Fui para o quintal e dona Gilda passou, me ofereceu pão, mas
não aceitei, minha boca estava cortada e dolorida, eu não queria contar-lhe isso. Disse que já
tinha comido. Ela me olhou afetuosa. Minha mamãe nunca me olhou assim.
Os dias se passaram, e todos os dias eu ficava no quintal observando George brincar sozinho.
Um ódio nasceu em meu coração. Sem entender os motivos. Sim, era porque eu não recebia amor,
então não tinha amor. O que eu recebia se transformava no coração negro. Sem amor, sem
compaixão. Comecei a criar meus amigos secretos. De mentirinha. Os que conversam comigo e
dizia que eu era tudo pra eles. Que tinha os olhos mais lindos. E que um dia eu iria para perto
deles. Do outro lado. Estranho entender tão bem quando eles ficavam comigo.
Um dia George apareceu em meu quintal. Era quase Natal. E naquele ano o papai Noel não iria
aparecer pra mim. Eu fui um garoto mau, dizia a mamãe. Então George me provocou com suas
melhores armas.
– Sabe, Thiaguinho, eu vou ganhar uma bicicleta de Natal e também muitos carrinhos. E não
vou deixar você brincar, só o Juan! – disse me provocando.
– Deixa, eu não queria!
– Você é um bobo!
– Bobo é você que fica contando essas coisas! – tentei esquecer o ódio que tinha por ele. Isso
só crescia.
– Você não é nada! Não é nada! Não é nada! Eu ouvi sua mãe te batendo e dizendo isso. Seu pai
também diz! E eu digo: você não é nada, seu olho cor de merda!
Assim que tais palavras foram proferidas, eu o empurrei contra a cerca. Ele me olhou com olhos
arregalados. Eu o empurrei de novo e ele gritou de medo. Eu falei:
– Você vai morrer! – murmurei sorrindo pra ele. George correu para casa dele, assustado não
mexeu mais comigo. Até o dia do Natal...
Eu não sei de onde tirei essa força, esse ódio, mas eu o sentia presente. Até que algumas vozes
me diziam: mate ele. Aquele pirralho idiota. Eu queria me controlar, droga, eu tinha cinco anos,
como poderia saber disso tudo?
Mas como uma serpente predadora, cheguei sorrateiro por trás dele. George brincava na rede,
balançando devagar... o empurrei com força, fazendo seu corpo ir pra frente com tudo, e voltar
pra trás na mesma proporção, até que senti seu crânio rachar contra a árvore. Aquela parte dura
da árvore, quebrando seu pequeno pescoço. Um barulho ruim...
Escuto até hoje a dor e agonia dele. Eu vi George agonizar e seus olhos apagarem... Só que eu
corri, sem ninguém me ver. Deixei-o ali, jogado ao relento. Sem chamar alguém para ajudá-lo,
para acudi-lo. Só que um par de olhos me viu. Apreciou toda ação. E assim que entrei, suas mãos
voaram para meu corpo. Numa surra que jamais esqueci... E quando veio a notícia que ele havia
mesmo morrido. Eu fui vitorioso... Mas, o que aconteceu a seguir, fez mudar para sempre meu
destino. Mamãe com todo o nervoso ao me bater até ferir minha carne, ela se descontrolou, com
toda raiva saindo de seu corpo, o bebê também saiu. Antes da hora.
Eu vi sangue. Eu vi correria. Eu vi desespero. Eu vi meu pai correr com mamãe para socorrê-
la... só que ele me deixou ali, sozinho... e o que eu vi... foi meu sorriso em meio ao sangue no rosto.
Lambi meu sangue e senti o meu gosto.
Doce amargo.
Sorri mais abertamente para a janela de frente ao quintal.
Toda vez que eu quisesse força, era só sorrir de frente a janela e teria...
Ali nasceu o meu mal...

Eu estava acordado de barriga pra cima. A noite uivava lá fora. O barulho dos animais em
plena madrugada. E as lembranças tolas vindo à mente. Meu pai estava do outro lado do quarto.
Sem dirigir uma palavra se quer pra mim. Ele era obrigado a me aturar aqui. Calado. Eu tinha
uma arma.
Era estranho recordar tantas coisas idiotas. Sobre tudo que vivi. Apesar de ser um passado tão
distante, parecia que eu sentia que tivesse acontecido ontem.
Mamãe não estava mais ali. Papai já tinha superado e não me odiava mais. Ele queria mostrar
compaixão. Na verdade, era tudo falsidade, ele não tinha nada a não ser eu. A vaca da minha mãe
o largou. Depois de tanto tempo, quando não viu que não daria mais para sobreviver, partiu pra
outro. Deve estar dando o rabo pra comer algumas migalhas. Que se foda essa vidinha de merda!
Essa é a segunda vez que foge. E olha que merda, na primeira eu era adolescente e tentei me
matar por causa disso! Seria uma total loucura, mas ela tudo botava a culpa em mim. Tudo era
por minha causa. Eu era o estorvo, certo? Sim, depois de alguns anos aprendi o que era isso!
Na verdade, aprendi na raça. Cresci sendo o filho postiço do tio Rubens, pai do Juan. Do primo
querido. Do mais cobiçado em tudo. Aquele que todas as meninas queriam... Pois é, e aqui o
carinha dos olhos cor de merda, estava de volta.
Sendo criado e alimentado pela família Vasco errada. Tendo todo carinho e amor pela parte
errada. Ganhando de tudo pela parte errada. Até mesmo o ódio que cresci do Juan, não havia
passado, só estagnado. Vivi por mais de vinte anos aguentando a cara de bom moço dele. Ouvindo
o pai dele dar os melhores conselhos – a nós dois. Presenciando a troca de amor entre ele e a mãe.
Tudo era demais em ver.
Em minha casa era só: brigas, falta de amor, de respeito, de dinheiro, de tudo. Na casa do Juan
era: fartura, compaixão, alegrias, abundância, amor; caralho, muito amor! E eu não aceitei nada
disso. Tudo era apenas fingimento.
O monstrinho que criei há tanto tempo ficou. Eu já matei, e não me custaria fazer isso de novo.
Eu até poderia voltar a encontrar o meu eu interior. Aquela pequena criança sozinha que tinha
amigos – e amigos que me queriam perto – do outro lado...
Eu já sabia o que teria de fazer.
Levantei e fui até a janela de frente ao quintal. E sorri...
18- Minha marca
“Na ponta da minha boca havia um segredinho... um halls preto!”

Estou precisando urgentemente tirar alguns dias de férias para passar com a Mel. Pelo que ela
me disse, semana que vem ela sairia de férias. Preciso ver isso, para ficar o mais perto possível da
minha linda. De seu cheiro. De sua pele... Só de imaginá-la imaculada e nua durante algum tempo só
pra mim, sem sairmos de casa, apenas curtindo e se alimentando de nossos corpo... Nossa, já fico
excitado!
Não sei o que Mel fez comigo, mas sei que não consigo mais ficar longe.
Agora deu pra ser manhosa, de vez em quando venho da clínica só pra almoçarmos juntos. É pouco
tempo, mas aproveitamos bem esses curtos minutos em que passamos juntos. Eu sempre mimo mesmo
minha deliciosa.
Deixei-a na frente do prédio e, ao sair dali, estava programando fazer algo diferente. Outro dia
tive um sonho sinistro com tudo que conversamos, e com isso, me deu uma boa ideia perversa. Acho
que iremos nos divertir com essa brincadeira.
Outro dia sugeri numa brincadeira que ela poderia ser minha submissa, claro, Mel não chega nem
perto disso, mas pesquisando algumas coisas sobre tal pratica, vi coisas interessantes. E também me
lembrei daquele casal louco que me ofereceu sexo à trois, e ainda por cima me pagaria por isso!
Eita, isso é bem sinistro, mas é uma opção de vida divertida e também muito séria a quem pratica.
Pelo que vi, as coisas fluem bem. Mas, minha real intenção com a Mel é apenas nos divertir! Ser
livres para expressar nossas loucas vontade e botar pra fora nossas fantasias!
Saí mais um dia cedo da clínica e passei no serviço dela para pegá-la. Vi o Richard saindo junto
dela e indo em direção ao estacionamento. Ele me cumprimentou brevemente assim que me viu, Mel
veio com um brilho radiante no olhar.
– Oi, amor! – disse sorrindo e deu um beijo na boca.
– Oi, paixão! Está linda, radiante! Aconteceu algo? – perguntei enquanto dirigia até sua casa.
– Nada, só peguei as datas para ver as férias e Richard acabou de nos convidar para uma reunião
na tia. É aniversário da mãe da Mari – ela deu de ombros e encostou-se no banco, com um sorriso
encantador no rosto. Ele iluminava o carro.
– Hum que bom, eu vou ver se consigo conciliar a data para ficar com você! Vamos fazer
loucuras... – fiz a proposta, ela sorriu de um jeito sem-vergonha que só ela sabe.
Não falamos mais nada, mas senti que Mel estava meio tensa. Mesmo que seu sorriso era
encantador e sufocante, ela parecia meio longe. Até mesmo em casa. Falava comigo e ficava
pensativa. Por duas vezes chamei sua atenção.
Ela não reparou nisso.


No outro dia ao chegar a casa dela, quase fiquei sem fôlego ao vê-la num vestido vinho que, pelo
amor de Deus, estava deliciosa! Quase a mandei tirar e ficar nua pra mim. A sensação vibrante
tocava meu corpo a todo instante. Quando chegarmos da tal festa de sua tia, vou fazê-la arrancar esse
vestido em câmera lenta, só pra ter o prazer de vê-la tão perfeita. Porra, era pouco ser muito perfeita,
ela é tentadora ao extremo. Eu não iria me concentrar nunca em ficar ao lado dela sem ficar de pau
duro.
A festa estava bem pacata, Richard nos recebeu e depois de entrarmos Mel foi conversar com a
prima que estava num canto, isolada com sua mãe e a outra acho que deve ser a mãe do Richard.
Deixei a Mel ficar ali para botar papo em dia. Fui atrás de algo pra beber. Richard estava num canto
falando com um cara, que nem sei quem era. Ao me aproximar, ele chegou com um sorriso tranquilo.
– Quer algo pra beber, Juan? – perguntou simpático.
– Por favor.
Esperei Richard pegar algo, assim que chegou da cozinha, veio com dois drinques. Ele sempre
ficava tenso na minha frente, como se escondesse algo de mim. Sempre tive essa sensação ao
conversar com Richard. Apesar de ele ser quieto e tal, seu mistério que esconde é estranho. Parece
que fica sempre com um pé atrás. Sorri ao pegar a bebida que trouxe.
– Já trouxe pra você e pra Mel, não sei se ela quer!
– Obrigado, ela vai querer sim!
Virei e fui até a ponta do sofá, Mel chegou com uma cara assustada. Falando como Mariana estava
estranhamente boa. Dizendo que toda aquela pessoa fria não existia. Por vezes é na dificuldade que
achamos a solução para nossos problemas. Mari achou de uma forma cruel, mas enfim, se isso a fez
bem por outro lado, bom pra ela.
Mel esqueceu por um breve segundo toda essa dor que a família passava e se soltou para dançar
comigo. Ficamos num cantinho, dançando, beijando muito na boca. Até eu tirar aquele batom
vermelho que demora tanto, mas que adoro tirar!
Ela chegou até ir ao toalete e fiquei conversando com o tio dela, que sempre se empolga ao
conversar comigo. Empolga-se tanto que estava rezando para Mel voltar logo, porque ele me enche
de perguntas e não para nunca mais de falar. Não que eu não goste, mas é meio chato! Ele chegou até
mencionar o tal irmão, o pai da Mel, mas logo cortei o assunto e ele deve ter sentido que eu sabia
“em partes” sobre o que rola entre eles. Bem, não sei se a família sabe de tudo que aconteceu com a
Mel, acho que só sabem julgá-la pelo que ela é, e não o que aquele monstro fez a ela. Tenho total
certeza disso. Assim que Mel saiu do banheiro, pedi licença a ele e fui até ela.
– Aconteceu algo? – perguntei dando um cheiro em seu pescoço. Ela me olhou ainda mais
assustada.
– Nada, por quê? – respondeu rápido mexendo no cabelo e desviando o olhar de mim. Talvez
fosse por estar ali. Isso a deixa mal ainda.
– Por nada, parece tensa... – dei outro beijo em seu ombro nu, só para confortá-la, mas vou
confortá-la mesmo é em meu colo! Olhei cheio de desejos pra ela. Mel assentiu retribuindo todos os
seus.
– Estou ótima. Daqui a pouco já vamos! – deixou suas promessas nas entrelinhas. Senti sua
vontade exalando de sua pele brilhante. Bebemos o suficiente para a noite e partimos dali. A noite
era ainda apenas uma criança...
Assim que chegamos no apê dela, subimos e Mel estava com a pele me chamando. Eu tinha ideia
do que queria fazer com ela, pois durante a noite toda fervi em ver seu corpo tão perfeito me
chamando, me desejando.
Ela estava com um vestido que tinha um decote que deixava os peitos ainda mais fartos. A cintura
marcada e escondia suas coxas, com um ar de: tente adivinhar o que tenho aqui embaixo! E era o
que eu iria fazer. Iria ver qual das calcinhas ela estava. Vermelha? Rosa? Branca? Preta? Algodão?
Malha? Renda?
Com toda certeza renda preta...
Gemi ao chegar em seu quarto, estava arrumado e com seu cheiro espalhado. Respirei fundo
sentindo cada partícula dela sobre mim. Minha cabeça fervia em várias coisas. Olhei tudo ao redor,
tudo que precisava. Olhei atrás da porta e o espelho gigante estava ali.
– Amor, eu vou ao banheiro, já volto. Fique à vontade... Completamente... – novamente sua
promessa de um sexo gostoso estava escondida.
– Não demore... honey...
Ela saiu me deixando sozinho. Sentei em sua cama, meu corpo afundou um pouco. Descalcei os
sapatos e as meias, deixando-os de lado. Tirei o cinto e quando fui tirar a camisa, escutei meu nome
como se fosse o melhor doce do mundo. Deslizei a camisa olhando sempre em seus olhos, mantendo
contato enquanto me despia pra ela.
– Juan...? – havia mais do que um pedido, uma pergunta, era como se ela me chamasse para tão
próximo quando ficar dentro dela. Aquela sua voz me fez entrar num choque assim que me virei por
completo. Estava envolvido cem por cento por essa mulher. Ela consegue me tirar de um furacão e
me levar ao seu paraíso em questão de segundos. Eu amo demais essa ruiva.
Sua perna estava fazendo apenas charme, mostrando sua intenção. Provocando-me para o melhor
sexo. Ela ficou na porta me esperando chegar. De mansinho... até que por completo. Nossa respiração
deixou o ar denso. Pesado. Sensual...
– Mel, você é incansável! Eu amo isso... – apontei para seus peitos durinhos sobre o bojo do
vestido. Estavam tão perfeitos. – Isso aqui... – passei o polegar por seus lábios, mostrando o quanto
eu amava a boca dela. Contornei a linha vermelha em volta daquela carne macia e quente. Ela gemeu
sobre meu dedo. – E isso aqui também... – apertei fortemente sua bunda sobre o tecido mole do
vestido. Ela me olhava com aqueles olhos verdes e mordia a pontinha da boca. Toda provocativa.
– Eu amo isso aqui também... – tocou meu tórax nu, deslizando a ponta dos dedos sobre a pele
arrepiada e cheia de desenhos coloridos. Contornando com cuidado cada linha que havia ali. –
Isso... – foi para os ombros. Ela é apaixonada por eles, sempre os morde. – E isso... – puta merda,
ela tocou no pacote generoso que havia dentro do jeans, se caso apertasse mais um pouco gozaria
como um desesperado.
Olhamo-nos por longos segundos, eu queria deitá-la e penetrá-la com toda força e carinho, mas
isso seria longo e intenso. Era o que tinha programado em mente.
Disse a ela o quanto aquele vestido me fez ferver por arrancá-lo vagarosamente de seu corpo. Meu
acesso a isso estava liberado, mais do que isso, ela estava pronta para ser devorada de forma lenta e
saborosa. Pedi licença para fazer algo em seu corpo. A primeira delas viria agora. Com aquele
decote tudo iria ficar ainda mais gostoso. Uma experiência nova a nós dois.
Fui até a prateleira que havia em seu quarto, onde eu tinha visto um objeto do qual programei. Um
batom vermelho. Isso seria excitante. Hoje seria minha marca.
– Abre os lábios – ordenei assim que me aproximei dela. Mel soltou um sorriso confuso e alegre.
Fiquei analisando seu corpo gritando por mim. Aqueles peitos maravilhosos, quase implorando para
mordê-lo, para marcá-los.
Parei em sua frente, brincando de observar seu desejo, o quanto estava pronta? Vindo da Mel,
nossa, muito pronta!
Cheguei pertinho deixando a respiração entrar no ritmo dela. Levantei o batom, o abri e deslizei a
ponta vermelha pra fora. Até sorri levemente, aquilo era sinistro demais. Lembrava algo masculino.
Será que é por isso que mulher tem tanto prazer em passar batom? Pois simplesmente lembra um pau!
Puta merda, sorri e passei a ponta vermelha sobre a boca dela. Contornando cada espaço sem
deixar de pintar nenhum lugar. Parecia viscoso, mas deslizava bem. Pintei seus lábios num vermelho
vivo.
– É assim? – perguntei, ela fez que sim.
Adorei estar no comando dela. Passei mais um pouco, deixando muito batom em sua boca. Eu não
sei se quanto mais passa mais ficaria, no entanto, deixei. Passei a cor bem forte, pois era assim de
que eu precisava.
Deixei-a parada no meio do quarto, caminhei até a porta onde tinha visto o espelho que Mel
deixava atrás da porta. É de corpo inteiro, e seria perfeito para o que iria fazer. Segurando o pequeno
bastão do batom, coloquei o espelho deitado sobre a cama dela. Teríamos uma visão e tanto do nosso
corpo. Ajeitei até ficar na posição certa. Voltei para o corpo da Mel. Ela mantinha sempre o contato
visual. Sempre me chamando. Fiquei na frente de seu corpo, mas a virei para se ver no espelho.
Perguntei se tinha uma visão certa do nosso corpo, se ela estava se vendo. Puxei seu cabelo para
frente do colo e mordisquei sua nuca, descendo pelas costas onde havia renda no vestido. Ela gemeu
em resposta. Adorei isso.
Com toda certeza depois dessa mordida, Mel deveria estar muito molhada. Só de imaginar, meu
pau ficou mais duro no jeans. Apertei meu corpo contra o dela para fazê-la sentir meu tesão. Mel
fechou os olhos. Vi pelo espelho, talvez estivesse registrando esse momento sensual. Isso era para
não esquecer, jamais...
Ordenei que era para manter os olhos abertos. Queria assistir ao nosso prazer duplo. Era para nós
dois. O nosso sexo.
– O batom está bom? É assim?... – assim que ela manteve os olhos abertos e me encarava atrás
dela. Fui até sua orelha esquerda e mordisquei a pele fina abaixo do lóbulo. Com a língua deslizei
até a parte de cima, e perguntei num sussurro.
Pelo espelho vi seu desejo em seus olhos ardentes, e na pele com meu contato, o arrepio.
– Está perfeito... – saiu de sua boca num gemido erótico.
Enquanto pedi a ela para virar, achei que não teria forças, então, eu mesmo fiz isso, puxando seu
corpo novamente para minha frente. Encarando-a disse:
– Não se mova!... – ela assentiu.
Era deliciosa demais. Sorri e respirei fundo para o que viria. Aquilo seria bom demais. Ela
sempre me marcou aonde queria. Desta vez, eu estaria no comando. Forçaria a me marcar, onde eu
quisesse...
– Beije aqui! – o sorriso que ela soltou foi sufocador. Uau, era como um sol do meio-dia. Fiquei
apaixonado com seu olhar provocador e sorriso sufocante. Ela obedeceu, e fiquei nessa brincadeira.
Ela beijando onde eu pedia. No pescoço, no tórax, e quando apontei para o caminho da felicidade,
antes de beijar, Mel lambeu os lábios para se preparar, não foi apenas um beijo, ela fez uma leve
sucção, deslizando a língua pela linha de pelos que ali tinha. Até o início do jeans. Puta merda, quase
explodi. Segurei seu queixo assim que parou. Levantei seu rosto para olhar em seus olhos.
– Está gostando? – a pergunta saiu rouca por minha voz cheia de tesão.
– Estou amando!... – foi sua resposta ajoelhada em minha frente.
– Eu também, honey...
Levantei Mel dali e a puxei para próximo. Com o batom em mãos, olhei para aquele monte e o vale
entre os seus peitos. Toquei a ponta do batom. Ela me encarou prestando atenção em cada
movimento. Ela iria gostar do que tinha pra fazer. A mente pulsava coisas perversas.
Comecei a escrever em seu peito. Marcando-a para sempre.
“Juan”
Foi o que escrevi.
Mel ficou fascinada ao ver que meu nome estava ali. Quando ela pensou em dizer algo, tapei sua
boca com a minha. Buscando o total prazer apenas com nossas bocas. Um beijo intenso, profundo,
fazendo com que nossa língua brincasse na boca da outra. Senti o batom melecando a minha boca, e
com isso ficaria fácil de marcá-la. Deixei minha boca em seu pescoço, demoradamente... deixando o
vermelho manchado ali. Desci para seus braços livres, beijando até chegar em suas mãos. Passava a
boca como se tivesse limpando de mim o borro do batom, mas, na verdade, o que eu fazia era o
mesmo que ela. Estava marcando meu espaço. Dizendo a ela que tudo aquilo ali era meu. Desde o
seu corpo maravilhoso, em cada parte... até seu coração. Depositei um último beijo em seu peito
esquerdo. Onde o coração batia freneticamente.
Voltei até sua boca, roubando mais batom, ajoelhei-me em sua frente, marcando as coxas, os
joelhos, descendo toda canela, peguei seu pé e o deixei todo vermelho, borrado de batom. Durante
todo esse processo, passava os lábios para tirar o batom, mas também deslizava a língua molhada,
mordia forte, e fazia sucção com a boca sobre sua pele. Foi arrepiante, mas, o mais intenso foi
quando subi passando as mãos por todo seu corpo, e cheguei a um último lugar do qual marcaria. E
puta merda...
– Está sem calcinha?! – fiquei até sem fôlego, e quando meus dedos tocaram sua pele encharcada,
quase desfaleci de tanto tesão que apertou no jeans. Senti um leve jorro, mas não tinha gozado. Mel
sorriu sorrateira e iluminada por seu prazer. Fez que sim naquela cara de ninfeta. – Porra Mel, você
é a mulher mais perfeita desse mundo! – levantei geral sua bola. Agarrando sua bunda e trazendo-a
mais para mim. Mel grunhiu mordendo minha boca.
– Sou? E de quem eu sou? – meu tesão estava a loucura. Meus desejos a flor da pele. Ela puxou
meus cabelos trazendo meu rosto para sua frente. Encarando-me.
– É minha! Somente minha!...
Ela adorou isso, e ainda fez charme com sua voz pecaminosa, perguntando o que eu desejava.
Grunhi como seu macho. O seu único. O meu verdadeiro desejo. Eu a queria pegar violentamente
prazeroso, por trás! Eu iria fazer um belíssimo trabalho. Comecei por morder seus lábios vermelhos.
Nossa boca estava numa bagunça vermelha. Mas estava delicioso tudo isso. Coloquei-a de quatro,
virada para o espelho, ela iria nos ver trepando, veria em meu rosto o tanto de desejo que tenho por
pegá-la de jeito.
Observei seu corpo que se remexia em leves reboladas, Mel queria muito a penetração, mas
talvez, não mais do que eu. Puta merda, era bom demais vê-la daquela forma e ainda por cima, sem
calcinha embaixo daquele tecido. Era a única coisa que nos separavam. Analisei sua feição quente
pelo espelho, seus olhos me queimavam, imploravam por mais, reivindicavam para estar dentro dela.
Puxei suas pernas trazendo-a para a beira da cama. Levantei o vestido até sua cintura, encostei meu
pau em sua bunda desnuda. Ela gemeu com o contato, isso porque ainda estava atrás do jeans. Logo
mais dentro dela... gemi com a sensação doce de estar dentro dela.
Sem sair de perto, novamente peguei o batom e o deslizei pra fora. Aquela ponta vermelha iria
marcá-la ali. Escrevi vagarosamente, curtindo cada letrinha escrita.
Minha.
Ela gemeu aguardando em saber o que estava escrito. Apertei sua cintura assim que terminei e
achei encantador tudo aquilo. Minha imaculada. Minha Mel.
– Minha. É isso que escrevi Mel, minha! – ainda se segurando nela para conter um pouco mais a
ansiedade de estar dentro do lugar mais quente do corpo dela. Eu disse devagar, quase que
soletrando a palavra minha. Era possessão demais. Era prazer demais. E ela é só minha. Não
importa quantas dores ela se livrou. Não importa mais o que passou. Hoje, agora, nesse momento, ela
é só minha. Eu dominava seu ser nesse exato momento. Eu era seu dono da verdade. Eu sou dela
também. Só dela.
Não aguentando mais esperar, abri o zíper, iria surpreendê-la num sexo gostoso e quente. Ardente.
Ao olhar Mel se concentrando de olhos fechados, eu não queria em nenhum momento que fechasse os
olhos. Queria nosso prazer. Assistido. Então pedi gentilmente para ficar com eles abertos. Aquele
verde me ilumina. Ela o fez.
Apesar de ter aberto o zíper, eu desejava vê-la gozar por mim, desejava vê-la sentir o máximo de
prazer. Extravasar sobre mim.
Como Mel estava de quatro, aberta para possibilidades, fui com cautela e sem pressa. O que mais
teríamos nessa noite era prazer. Passei em suas costas, deixando as mãos fazer uma massagem
erótica, cheguei a bunda lisa e delicada. Contornei cada cantinho, deixando a ponta do dedo deslizar
em seu meio, passando pelos fundos... Mel me encarava absorta pelo espelho, me obedecendo
mesmo sendo quase impossível não fechar os olhos por prazer. Ela mordia fortemente o lábio
inferior. Mostrando em suas atitudes o quanto meus toques estavam bons. Encontrei seu sexo. Ela
gemeu baixinho. Da forma de gatinha mimosa... Fechei por alguns segundos meus olhos e apurei os
ouvidos. Registrando esse gemido rouco e baixinho dela.
Com o dedo médio, deslizei toda sua extensão. Toda área molhada e ardente. Era pecaminoso esse
caminho. A porta do paraíso. Deixei o meu dedo mergulhar sobre seu sexo encharcado. Num vaivém
prazeroso, tanto a ela quanto a mim. Eu arfava só de fazer essa brincadeira, esse movimento fatal. Em
breve ela gozaria nessa posição, pois foi brevemente afundando seu corpo sobre minha mão, fazendo
seu sexo engolir meu dedo por completo. Eu mal consegui vê-lo sair, apenas o sentia fundo. Com
movimentos como se tivesse chamando alguém.
Antes de vê-la gozando assim, eu queria mais prazer. Tirei o dedo de dentro dela, Mel arfou
quando saí de perto. Ela não gostou nada. Seu corpo era como um imã que me puxava para ela.
Calma, baby...
Peguei na gaveta algo que tinha deixado para alguma ocasião especial. E seria hoje. Isso é algo
que queria fazer há tempos, e estava mais do que na hora.
Peguei e enfiei na boca a pequena bala. Voltei para Mel e a puxei, deixando-a na beira da cama, na
verdade, na quina da cama. O encaixe era perfeito.
Assim que ajeitei seu corpo, deixei seus pés apoiados sobre minha coxa. Um sorriso escapou, pois
eu via seu brilho, sua vontade. Seu sexo molhado esperando por nós. Pela minha boca. Levantei mais
seu vestido, beijando sua barriga, subindo por todo seu meio, chegando à boca. De frente ao seu
sorriso sexy, mostrei minha intenção.
Na ponta da minha boca havia um segredinho... um halls preto!
Mel arregalou os olhos e soltou um gemido alto. Ela sabia o tanto que aquilo seria prazeroso.
Tanto a ela que receberia em um sexo oral, quanto pra mim que faria esse sacrifício delicioso de
estar com a boca entre suas pernas.
Desci mantendo o contato visual enquanto conseguia. Assim que toquei seu sexo, ali me concentrei
em fazer meu melhor.
Eu adoro chupá-la, pois Mel é sempre intensa com seus espasmos, ela adora sexo oral, então tudo
fica ainda mais gostoso com sua entrega. Ainda mais que estava depiladinha e toda molhada. Sua
fenda agraciada se mostrando a mais bela. Seu clitóris que gritava para ser mordido da forma mais
erótica possível. Antes de deixar a língua correr por toda área, dei leves mordidinhas por todo canto,
deixava a ponta da língua brincar com seu clitóris que estava inchando. Mel se contorcia, senti sua
coluna se inclinar e seu corpo sendo empurrado mais para minha boca. Segurei os lábios vaginais,
abrindo-a para me receber. Massageei com os dedos que a segurava. E mergulhei fundo... indo
fundo... com total intensidade que conseguia colocar sobre a língua. A pressão exata para seu prazer.
Deixava a língua correr, do clitóris ao seu fundo. Sentindo a vibração... a pressão que ela fazia sobre
minha boca. Com a bala passei a brincar, deixando-a ficar por alguns segundos em um lugar, em
seguida tirava e assoprava.
– Ahhh...
Era o que saia da boca dela. Um gemido rouco e profundo. Halls preto não deveria ser
considerado apenas bala, e sim, estimulante sexual!
Saboreei Mel do começo ao fim. Iria fazê-la gozar com intensidade que nunca gozou em minha
boca. Lambi lentamente brincando com a língua, e por um segundo, agradeci em silêncio uma
brincadeira que fazíamos, dizendo que quando criança deveríamos comer danoninho sem colher. Era
uma bobeira, mas que serviu pra muita coisa!
A minha língua é descontrolada, e sei fazer milagres com ela. Não é à toa que no colégio as
meninas adoravam minha língua, e me apelidaram de Camaleão!
Desviei o foco disso e voltei a me concentrar em Mel... na minha Mel que estava marcada por
mim. Ela também sempre amou o que faço, um sexo oral muito bem feito.
Concentrei-me em seu orgasmo que estava por um triz. Mordisquei seu clitóris, e mais duas
chupadas e entre lambidas rápidas, ela se entregou. Liberando seu melhor orgasmo em minha boca.
Deixando-a mais molhada e com a ligação perfeita. Somente a virei novamente de quatro, encaixando
agora minha palma sobre sua bunda. Acertei um bom tapa. Fazendo-a recuperar seu tesão para minha
penetração. Ela arfou curvando as costas. Acertei mais um, fazendo-me suar por seu desejo. Então fiz
carinho, puxando seus cabelos grudados em sua nuca. O suor de seus esforços escorria por suas
costas.
Nisso penetrei fundo, buscando tocar seu âmago, sentindo socar tudo até a mais profunda energia
que nossos corpos exalavam. Era tanto tesão que se movesse meu pau dentro dela, gozaríamos até o
outro dia.
Comecei os movimentos lentos e fui aumentando a intensidade enquanto gemia: minha. Nossa, ela
me recebia ardentemente. Minha. Apertei seu corpo contra o meu, sentindo as bolas baterem ao
fundo, trazendo à tona mais prazer, liberando mais a libido. Buscando cada centímetro daquele corpo
que empurrava o meu em busca de mais. Eu olhava sua coluna, a curva que se movimentava contra
meu corpo. Risquei com a ponta dos dedos a palavra escrita com batom vermelho.
– Minha Mel, só minha!
Minha marca. Minha Mel. Minha mulher. Erótico prazer. Sexo selvagem... lento... Seu... Sou só
seu...
Segurei firme sua cintura, agora que liberei o movimento forte e constante, jamais conseguiria
parar até obter o orgasmo. Fiquei como louco estocando fundo e trazendo-a mais para mim. Pelo
espelho trocamos informações com olhares sobre tudo aquilo. Eu via seu amor, via seu prazer. Sua
boca aberta mostrava o quanto era bom o que eu fazia pra ela. Mel jamais irá se esquecer do seu
macho.
Estoquei lento... sentindo meu pau deslizar, entrando e saindo. Devagar. Puta merda, não estava
aguentando esperar mais. Eu precisava...
– Geme, minha gatinha...
Soltei várias investidas seguidas. Fazendo-a arfar meu nome por entre seus lábios borrados. Ela
fechou os olhos comigo. Entregamo-nos ao precipício. Ao paraíso...
Puxei um monte de cabelo vermelho que escorria e ali, nos deixei ir...
Despenquei vendo um mundo colorido, cheio de paixão, efeitos estrelares estavam em minha vista,
seu cheiro subia para me reconfortar.
Eu fiz o meu melhor.
E a Mel era somente minha...
Desabamos extasiados. Satisfeitos. Saciados.

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(Thiago)

Mesmo a distância eu tinha total controle sobre o que ouvia da casa da vadia. Eu precisava
voltar logo, precisava fazer mais uma visitinha a filha da puta que me perturba desde sempre.
Agora com as lembranças fortes, já tinha um bom motivo para nos destruir. Engraçado, eu acho
que esperei todo esse tempo pela Mel.
Olha a cor dos meus olhos...
Um dia ela me disse isso, estávamos nós três; ela, Carla e eu. E a vagabunda brincando com
meus sentimentos feridos. Fazendo-me ter lembranças amargas, mas que, depois me fez pensar
sobre isso. Ela achou que nunca me afetou com seu sorriso sexy, sua boca incrivelmente vermelha,
aqueles cabelos intensos. Seus olhos como de uma serpente, sempre pronta para o bote. Numa das
conversas ela me solta:
– Thi, seus olhos combinam comigo! Cor de Mel...
Poderia ser um pesadelo ao lembrar o que aqueles merdinhas me diziam sobre a cor dos meus
olhos, mas quando encontrei a Mel pela primeira vez, tudo se acendeu como uma lâmpada. Seria
ela? Seria um sinal de que ela me traria de volta a um passado negro? E que agora conseguiria
realizar um fato grande? Eu me encontraria naquele olhar, mas ele também seria minha
perdição... minha destruição...
Mel tem apenas um significado em minha vida. Ela veio para acabar comigo. Ela é minha fonte
vital, meus sentidos mais perversos. Será que ela não enxerga que sou metade dela? Metade dor,
metade horror?
Ela é metade derrota, metade a menina dos meus olhos.
Somos um encaixe perfeito. Ela veio para me destruir, acabar com meus sonhos. Porque ela não
iria me querer por livre e espontânea vontade, teria de ser a força. Isso é tão mais intenso. Muito
mais divertido...
Eu vou ter de algum jeito a Mel... e também serei seu fim.
Ou da dor, ou do amor.

Ouvi algo sinistro, as vozes baixas e risos. Puta que pariu. A Carla estava na casa da Mel.
Caralho, hoje teria conversinhas femininas. Hoje teria revelações...
Concentrei-me a tarde toda sobre aquilo. Porra, peguei até um bloquinho para anotar coisas
importantes. Mel quase conseguiu ser uma putinha de verdade! Que Maria sem-vergonha! Apesar
de que admiro ela ser tão fiel a sua auto-confiança. Ela admira seu corpo e só se entrega se for
com verdade. Isso é até admirável. Apesar de vulgar!
Diria que seu novo apelido seria: nove homens e um segredo.
Segredo que agora eu sei!
Quantos filhos da puta sortudos! Eu vou atrás de cada um deles.
Bem, ir atrás é um pouco difícil, pois ela deu mínimas explicações. Mas, quem precisa saber que
não deu tudo certo?! É só a chantagem barata ser dita que, todo mundo caí. Quando se está
errado, qualquer palavra a pessoa já dá o fora de que é real. Ela sempre tem medo de muita
revelação.
Mas farei o que for possível para descobrir alguma coisa. Ou eu não me chamo Thiago –
infelizmente – Vasco.
19- Sentido ruim
“Meu dia estava uma merda, mas agora tudo melhorou!...”

Ultimamente ando sonhando demais. Não sei o que acontece, mas meus sentidos estão
bem sensíveis. É cada loucura, mas o pior de tudo isso é que eu não me recordo no outro dia. Apenas
ficam alguns pontos, restos das lembranças do sonho. Isso realmente perturba.
Estava pensando em fazer algo bem divertido nas férias da Mel. Não sei o que ela anda
planejando, mas sei lá, pensei em ir para alguma pousada em Monte Verde ou Campos do Jordão.
Apesar de estar fora de temporada, seria bom termos um tempo só para nós. Em todo caso,
poderíamos ir para o Rancho Folk, mas acho que Mel não aceitaria essa opção. Então verei algo
perto, só para descansarmos e fazer muito amor.
Hum, só de pensar nela assim, deitada sobre mim, embaixo... de lado... Nossa, já fiquei duro! O
pior de tudo isso é que nem dormi com ela. Ontem foi a noite das garotas e Carla dormiu por lá. Já
que agora não está mais namorando Thiago, pensei que elas precisavam de um espaço, para uma boa
conversa feminina.
Eita, deve ser por isso que minhas orelhas ferviam durante a noite toda. O que mais mulher tem é
papo! Benza Deus.
Saí cedo de casa, todo pronto para usá-la. Eu não aguento ficar muito tempo sem a Mel, já é
impossível. Bem, e também é algo que não quero. Fato.
Eu não avisei a ela que chegaria cedo, disse apenas que iria pra passar o dia. A Carla já me
roubou a noite, não me levaria o dia de brinde. Não mesmo.
Sorri ao abrir a porta do apê dela e constatar que ainda dormiam, era ainda bem cedo. Elas devem
ter bebido pra caramba e falado merda a noite toda. Fico feliz por Mel ter seu espaço e uma amiga
para compartilhar noites de bebedeiras.
Nossa, não tem coisa melhor! Thiago apareceu em meu apê esses dias para fazermos isso.
Conversamos horas a fio, até que contou que Carla havia terminado. Ele parecia arrasado, mas no
fundo também enxerguei alívio. Talvez tenha sido bom para os dois, já que estava muito fria a
relação.
A partir do momento que não há respeito, compreensão e, principalmente, amor, deveria ser
rompido. Pra que ficar sofrendo à toa? Pra que levar algo que não dará certo? É melhor ir atrás da
felicidade do que ficar estacado em algo que não tem futuro. Ficar em corda bamba, ou afundando
numa poça de lama sem ter alguém para lhe tirar de lá. Um casal tem que se ajudar, fazer as coisas
juntas, um bom casal cheio de amor, nunca afunda. Nunca.
As dificuldades vão aparecer sempre. Durante toda sua vida terá algo que irá atrapalhar, confundir
e fazer com que a cabeça pire. É só ser forte e resistir a tudo. Em questão de dores, pensamentos
negativos, nossa, e o pior, tentações. Mas, quando se ama, nada disso existe. Sempre há soluções.
Aprendi isso na marra. Pois, agora eu amo e sou amado. Profunda e verdadeiramente.
A sala estava uma verdadeira zona. Um colchonete estirado no meio. Em cima dele, pacote de
salgadinho aberto e vazio, papéis de bala, jujuba, caixa de chocolate e, claro, garrafas de vinho. Uau,
a noite foi boa.
Passei por cima de tudo e fui direto para o quarto da Mel. No ar tinha cheiro de cachaça. Sorri
novamente ao vê-las toda quietinhas, como duas anjinhas sem ter aprontado nada. Se não tivesse o
cheiro de álcool no quarto, diria que eram inocentes. Mas aquele cheiro denunciava as duas
pilantrinhas.
Carla estava encolhida, quase caindo da cama, virada para o lado de fora da cama. E Mel estava
de bruços, com os braços embaixo do travesseiro. Fiquei por alguns segundos admirando minha
ruiva. Seus cabelos jogados para o lado esquerdo, e sua cabeça quase saindo do travesseiro. Sua
respiração era pesada apesar de parecer tão serena. As costas mostravam quando inspirava e soltava
o ar rouco.
Fui até a beira da cama na parte dela. Um semblante sereno e lindo. Muito linda pra falar a
verdade. Sua boca estava levemente ainda roxa por conta do vinho. A parte de dentro do lábio
inferior era mais forte. Mel tem o lábio superior levemente mais fino, então o inferior estava em mais
destaque naquele momento. Suas pestanas estavam longas e um pouco manchadas de rímel. O
contorno de seu rosto no travesseiro era de chamar atenção. Registrei esse momento, mas estava
ficando atiçado com a respiração dela. Queria senti-la por inteiro em mim. Então mostrei que estava
ali, e muito pronto.
Montei sobre o corpo da Mel, ficando deitado sobre suas costas. Dei um cheiro em seu pescoço e
um beijo abaixo da orelha.
– Bom dia minha preguiçosa mais linda!
Quando subi na cama, achei que ela iria se assustar, mas que nada, parece que já me sentia ou
pressentia que eu estaria aqui de manhã. Por isso estava de bruços.
Remexi os quadris nela, só para mostrar o quanto meu bom dia seria muito produtivo. Eu adoro
trepar de manhã. É tão bom quanto mulher viciada em chocolate. É de igual comparação. Nossa, eu
acordo tão atiçado que um bom sexo matinal é de revigorar todo corpo. Mas, agora ali com a Mel
daquela forma, era de ficar atiçado de qualquer maneira. Ela resmungava algo com a cabeça enfiada
no travesseiro. Permaneci me remexendo para acordá-la.
– Pi rin pin pin pi rin pin pin! – imitei um despertador, e apertava meu pau duro por trás do jeans
contra sua bunda coberta pelo grosso edredom. – Acorda minha gostosinha! Olha aqui para mim! –
ela sorriu abafado. Soltei mais beijos em sua nuca indo para o queixo. Puxei seus cabelos para ver
seu rosto melhor. A safada sorria.
Do nosso lado a pequena mocinha se remexia. Com toda certeza Carla havia acordado e estava
desconcertada com a situação que criei. Mel percebeu que ela havia acordado, e como eu não parava
de meter por cima dela. Mel grunhiu nervosa.
Deslizei um pouco sobre seu corpo, ficando de lado. Sussurrei em seu ouvido uma proposta em ir
ao banheiro. Apenas uma rapidinha matinal não faria mal. Eu não estava de brincadeira, eu fui até lá
e queria estar dentro da minha ruiva. Que mal há nisso?
Juro, eu não sairia de lá por nada! Até fazê-la gozar bem gostoso comigo. Assim que pensei em
puxar Mel para fora da cama e arrastá-la para o banheiro, a sala, a lavanderia, qualquer lugar, mas
precisava dela. Carla levantou num pulo, com os cabelos todo no rosto, bagunçados e a cara
amarrotada ao olhar furiosa pra mim. Sorri com um ar de desculpas, mas ela tacou um travesseiro
dizendo.
– Desgruda! – ela encontrou meus olhos risonhos e cheios de vontade. – Cacete viu? Não preciso
ver isso! Eu vou pra fora, fiquem à vontade, seu tarado matinal!
Ela acertou no apelido. Sim, eu realmente estava um tarado matinal.
Assim que ela botou o pé pra fora, tirei a camiseta e entrei correndo embaixo do edredom. Mel me
encarou de esguelha com um sorriso sexy. Aquele que ela segura a pontinha da boca.
Fiquei de conchinha com aquele corpo quente e sussurrei em seu ouvido que passaria o dia todo
com ela. Coisa que não acho nem um pouco ruim. Dar prazer a minha ruiva é a melhor função que
teria durante o dia todo.
– Olha como estou!... – peguei sua mão direita e levei até meu pau. Mel gemeu ao tocar o lugar
onde estava muito duro. A ponto de explodir.
Dei uma leve mordidinha em seu ombro, arrastando a língua até chegar em sua nuca. Quando iria
puxar seu rosto para beijá-la, Mel se levantou e foi para o banheiro toda empolgada. Eu não perderia
mais tempo, assim que fechou a porta atrás de si, tirei toda roupa. Ficando totalmente nu. Deitei no
meio da cama e puxei o edredom para tampar só a ereção. Dar um ar de mistério. Do tipo: vem,
Melzinha, vem ver o que tenho aqui... Só pra você. Ficaria com essa cara até ela aparecer.
Assim que ouvi a porta se abrindo apoiei as mãos na nuca, para dar um ar de macho. Sorri vendo
sua reação ao meu corpo. Se fosse dizer o que ela sentia, era maravilhoso só de ver. Sua
magnificência de mulher. Mel se contorcia levemente. Analisei seu corpo sobre a reação a me ver nu.
Ela estava de pijama, com uma regatinha e um short de malha. Tenho certeza de que estava totalmente
nua por baixo. Sem sutiã eu tinha certeza, dava para ver seus mamilos duros sobre o tecido fino da
regatinha. Agora o short, ah, sim, ela não estava de calcinha. Poderia sentir o úmido que o fino tecido
do short já recebia na costura.
– Vem, me ame! – gemeu pra mim. Sua voz era tentadora.
Ela se remexeu na ponta da cama. Ameaçando tirar toda roupa. Sentei-me na cama e joguei o
edredom para o chão. Ah, agora o garotão apontou pra ela. Vibrando e babando por aquele contato.
Pele com pele. Úmido com rígido. Nossa... olhei pra ela e o fiz vibrar assim que subiu na cama.
– Pare de morder essa boca linda! – rosnou já pertinho de mim. Isso foi involuntário. Talvez o
tesão por ela seja tão grande que penso em fazer isso nela.
– Quer que eu morda você?... – ofertei de bom grado.
– Inteirinha...
Puxei Mel logo na sequência, tirando sua regata com cautela, prazer, curtindo cada cantinho de seu
corpo. Torturando-a ao máximo. Fui mordiscando cada parte daquele corpo. Deslizando a língua na
marca dos dentes. Ela estava deliciosamente quente. Seus peitos estavam inchados e maiores. Perdi-
me em cada um deles, descendo sua cintura, barriga que contraia cheia de prazer. Aquele piercing
que é um charme e tesão em seu umbigo. O puxei entre os dentes enfiando a língua dentro de seu
umbigo. Mel puxava meus cabelos e entregava-se ao prazer.
Estávamos ajoelhados, como se estivéssemos prometendo prazer ao outro. E nem era preciso,
estávamos dando isso com total entrega.
Segurei fortemente seus cabelos na nuca, puxando seu pescoço. Amo dar longos beijos naquela
curva perfeita. Cheirosa. Mel tem cheiro próprio, eu adoro isso. Com a minha língua poderosa, vim
fazendo um caminho longo e aproveitando cada partícula dela. Deixando-a apenas gemer para
mostrar a mim sua entrega. Ela já deveria estar encharcada. Assim que entrasse seria pra valer. E ela
me implorava por isso.
Penetração.
Ela estava ainda com o short, e apenas aquela peça recebia seu úmido. Senti por um segundo
ciúme daquela peça. Pois eu sabia o quanto ela estava... molhada.
Deixei minha boca vadiar em seu queixo, contornando seu rosto que alguns minutos atrás estava
apenas admirando. Agora, me alimentando. Marcando-o.
As mãos bobas e firmes andavam de um lado ao outro. Até que não aguentei mais a demora e
deixei os dedos caçarem dentro do short. Puta merda. Úmida e quente era pouco para o que ela
estava. Era como uma cachoeira abundante. Mel é foda nesse quesito. A melhor.
– Ah, Mel, por isso eu amo você, sempre preparada pra mim... – sussurrei sobre sua pele
arrepiada. Ela sabe o quanto gosto disso. De ver sua pele como um lindo cacto. Tirei seu short
torturando-a pelo caminho. Deslizando e deixando-a nua. Uma beleza rara. Sua pele foi recebendo
novamente meus lábios. Até chegar aos seus peitos. Ah, ali... seus olhos mostravam o quanto gostava
daquilo. Por um segundo fechou os olhos curtindo cada lambida. Suas mãos seguravam meu rosto e
as pontas dos polegares acariciavam minha bochecha. Sentindo a sucção que fazia ao chupá-la. Ela
estremecia em minha frente. Até que abriu seus lábios deixando escapar leves gemidos.
– Sua... – gemeu enquanto minha boca estava chupando a curva de seu peito. Acho que em sua
cabeça passava a minha pergunta costumeira. Então a fiz em alto e bom tom.
– Você é de quem, Mel? – tirei meus lábios de seu peito e encarei-a. Agarrei um punhado de
cabelo e a fiz me encarar. Olhos nos olhos, boca na boca. Tesão à flor da pele. Encarei aquele olhar
verde vivo e ela gemeu dentro da minha boca. Fazendo a palavra chegar ao meu coração, através dos
lábios.
– Sou sua!... – seu murmuro foi o fim. Meu delírio chegou ao limite, e meu pau precisava estar
dentro dela. Eu necessitava estar dentro dela. Mel me encarava esperando pelo mesmo. Mas assim
que olhei em seus olhos. Ela merecia saber, eu merecia ouvir.
– Isso é de quem? – apertei sua bunda firme entre os dedos. Ela respondeu gemendo “seu”. –
Essas belezinhas aqui, de quem é? – segurei seus peitos. Eu os mordia e beijava. Ela gemia “são
seus”. – Essa boca deliciosa, de quem é? – suguei e puxei fortemente os lábios em meus dentes,
enfiei a língua dentro de sua boca sentindo todo o contorno e os dentes. Ela soluçou “totalmente
sua”. Agachei na cama, ficando na altura de seu sexo. Mel já gemia antes mesmo da pergunta
seguinte. Afastei sua perna e fiz a pergunta que ela queria ouvir. – Essa quentinha aqui é de quem,
Mel?... – encostei os dedos nela e fiquei passando de um lado ao outro. Levando minha ruiva a
loucura.
Mel gemeu... soluçou... urrou...
– Su-su-sua...
Esse gemido só saiu gaguejado, pois aumentei a intensidade dos dedos e a fiz atingir o primeiro
orgasmo. Orgulho. Eu sentia sua bocetinha vibrando tanto, que eu quase explodi sem penetração.
Mel despencou sobre meu corpo, mas ainda teria tanto... Eu precisava senti-la mais, em minha
boca. Minha língua estava descontrolada por isso. O corpo dela necessitava disso. De minha boca
ali... dando-a mais um prazer gostoso. Necessário.
Deitei-a abrindo sua perna, segurando nas coxas, até abri-la por completo. Abaixei minha boca até
sua fenda úmida e vermelha. Pela estimulação de instantes, estava tão escorregadia, tão saborosa
com seu clímax todo ali ainda. Uma lambida seria suficiente para senti-la vibrando, contudo, dei
mais de dez seguidas, constantes, incansáveis. Enfiando um dedo vagarosamente em vaivém enquanto
minha boca a possuía permanentemente. Ela estava mole novamente sobre minha boca. E meu rosto
todo com seu cheiro e gosto.
Passei a língua sobre a boca e beijei a sua delirantemente. Ela me recebia e puxava meu corpo. Ela
queria vibrar sobre meu pau. E teria.
Deslizei fortemente para dentro dela. Levantando uma perna dela enquanto estocava sentindo meu
membro crescer mais a cada segundo. Se é que isso seria possível. Bombeava dentro dela e sentia
tudo ferver e ficar tão claro como se estivesse olhando um sol brilhar no amanhecer lá fora.
Era prazer demais ter essa mulher embaixo do meu corpo, sobre meus comandos. Ela me
proporcionava tanto êxtase que me enlouquecia. O dia que não tiver mais isso, eu não viveria...
Apaguei da mente isso, e voltarei a me concentrar em deixar o clímax mais perto, mais gostoso,
intenso e constante...
Mel se contraia embaixo de mim, senti seu sexo me apertar e receber as bombeadas que dava
lentamente. Remexi os quadris, mas ali foi o fim. Deslizar mais uma vez... quente... preciosa... minha
ruiva...
– Puta merda, honey... – grunhi mordendo seu ombro enquanto deixava meu prazer dentro dela e
roubava o seu para minha coleção de Orgasmo Da Mel...
Gozamos juntinhos. Perfeito.
Fiquei ouvindo seu coração que batia sobre o meu. Freneticamente apaixonados.
Depois da demoradinha matinal, saímos para tomar café, Carla não parecia ofendida, disfarçou
bem e ainda brincamos e rimos durante todo o resto da manhã.

No dia seguinte, não estava nada dando certo. Apesar de ter passado um dia maravilhoso ontem
com a Mel, hoje foi de foder! Máquina de ar quebrou. Meu pai pediu para ajudar em três cirurgias.
Fui tudo muito corrido. Mas, uma coisa me alegrou no fim do dia. Mel estava ali em meu consultório.
– O que faz aqui, amor? – perguntei surpreso assim que entrei no escritório e Mel estava ali.
Marisa só tinha me falado: tem uma surpresa pra você em seu escritório, doutor Juan. Não sabia
que seria tão maravilhosa.
– Fazendo uma visitinha. Passei aqui perto. Tudo bem? – ela estava em pé de frente à mesa.
Estava de uniforme, com saia e casaquinho. Mas era mesmo assim muito sexy.
– Meu dia estava uma merda, mas agora tudo melhorou!... – cheguei mais perto e dei um beijo bem
gostoso na boca dela. Nossa, eu realmente precisava dessa distração e do cheiro dela. Fui até seu
pescoço e cheirei. Soltei seu rabo de cavalo e afundei meu rosto em seu monte de fios vermelhos. O
cheiro era digno.
– Tadinho. Que bom que passei para dar uma olhadinha em você... – sorriu lindamente. Aquele
sorriso era minha fonte de energia. Sorri junto.
– Obrigado por isso. Amo você. E aí, preparada para as férias? – perguntei me afastando um
pouco. Mas fiquei em sua frente. Ela encostou a mesinha.
– Opa, estando com você será maravilhoso cada dia! Mas e você, já programou algo? Conseguiu
os dias? – ela do nada tocou meu cabelo. O topete que tinha feito. Aquilo foi uma ligação estranha.
Eu já estava atiçado só com sua presença ali, mas seu toque foi sensual, carinhoso, despretensioso,
mas meu sistema entendeu de uma forma... erótica. Sem pensar em nada e nem onde eu estava, agarrei
sua cintura e a ergui sobre a mesinha de canto. Algumas coisas caíram sobre o chão. Mel ficou tão
surpresa quanto eu sobre essa vontade. Deixei minhas mãos vadiarem seu corpo, enquanto minha
boca abria a dela em busca de um beijo ardente. O fogo se acendeu rapidamente. Sem se quer
programar. Sem se quer imaginar. Eu queria demais essa mulher e senti uma necessidade urgente de
fazer isso agora.
Meu corpo já fervia por esse prazer. Em busca do dela. Mel enroscou suas pernas em volta do meu
corpo. Parei de beijá-la na boca e fui para o pescoço com leves mordidas.
– Prometo que irá se cansar demais nessas férias... eu vou te usar com todo amor e carinho... –
gemi em seu ouvido, desci beijando o contorno do seu rosto.
– Juan, ainda falta dois dias para férias... seu descarado...
– São apenas preliminares... só pra sentir o quanto será gostoso... – desci para o decote de sua
camisa. A mão direita entrou na saia, em busca de arrancar a calcinha.
– Disso eu nunca tive dúvidas... – agora foi ela quem mordeu minha orelha, descendo o pescoço.
Assim que meus dedos encostaram-se em seu sexo, decidi tirar sua blusa e subir sua saia, mas
quando toquei em seus ombros, a porta do escritório se abriu!
– Uau... Desculpem... – a voz rouca do paizão soou ao fundo.
Nossa, caralho!
Mel afundou seu rosto sobre meu tórax. Ela queria levantar da mesa, mas a deixei ali. Pigarreei e
quando iria falar algo, mas não me virar, porra, estava duro feito um tronco de árvore. Meu pai não
precisava ver isso.
– Volto depois. Realmente me desculpem. Olá Mel! – ele bateu a porta antes de nós dois
responder.
– Desculpe por isso, Mel! – afastei-me dela, seu sorriso era envergonhado, mas seu olhar havia
um resquício de tesão.
– Porra, Juan, você não avisou nada? – ela falou baixinho. Levantou da mesa e se ajeitava para ir
embora.
– Eu não sabia que estava aqui. Sinto muito.
– Não sinta, estava bem gostoso... – ela mordeu a ponta do lábio, fui até ela e fiz o mesmo.
– Sua deliciosa. Eu me descontrolo perto de você! – outro agarrão de minha parte, assim que
larguei sua boca, ela estava desconcertada e descabelada. – Me espera para irmos embora juntos!
– Espero, mas vou ficar lá no carro! – disse terminando de se ajeitar.
– Tudo bem, em cinco minutos estarei lá! – acertei um bom tapa em sua bunda. Cinco minutos que
a Mel tinha saído, meu pai entrou. Rindo.
– Precisa avisar quando estiver ocupado! – pigarreou e caiu na risada. – Saudade dessa idade... –
sentou e ficou me encarando, mas seu olhar era de lembranças passadas. Ele e minha mãe devem ter
aprontado muito.
– Desculpa, eu não sabia que ela estava aqui... Marisa não tinha me avisado. E eu... – ele me
interrompeu. Droga, ele irá chamar minha atenção.
– Juan, pare com isso. Eu que deveria ter batido. Que isso não se repita para meu lado. Eu que
peço desculpas. Fale pra Mel isso.
Assenti e me despedi dele. Ficamos ainda rindo do constrangimento. Já depois mais tarde... em
casa... Mel não havia se esquecido, e continuamos o que foi interrompido na clínica. Fala sério,
somos incansáveis...

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(Thiago)

Eu precisava voltar a agir. Iria fazer hoje uma visitinha surpresa! Meu plano estava todo no
papel, precisava botá-lo em ação. E seria agora.
Parti para o lugar em que deveria estar: na casa da vadia ruiva!
Novamente passei livremente por aquele apartamento. Ter o nome registrado é uma beleza. E a
simpatia que tenho é de foder com qualquer um. Qualquer otário acredita no bom moço que sou.
Dei uma risadinha assim que cheguei ao andar dela.
Precisava apenas esperar. Olhei no relógio, ela não deveria ter saído ainda. Coloquei a cabeça
próximo a porta, o barulho de toc toc do salto dela estava pela casa. Ela estava ali ainda. Muito
bom.
Fiquei ali por exatos seis minutos. E uma ruiva deliciosa fechava a porta.
– Bom dia! – seu susto foi tão grande, e a expressão dela? Terrivelmente medonha. Adoro sentir
o medo dela. – Eu disse que voltaria! – sorri sarcasticamente por dentro. Fiquei em sua frente
impedindo sua passagem. Hoje ela iria me ouvir. Ah, se iria! Entretanto, sua irritação era tão forte
que apagava seu brilho. Sua sensualidade. Encostei mais sobre seu corpo, empurrando-a de volta
a porta.
– O que quer aqui, Thiago? – ela só tentou ser firme em suas palavras, mas eu sentia a
vibração do seu pânico. Ela se esquivou de novo.
Avisei que queria apenas conversar. Ela me ignorou por completo, fazendo cara de nojo e tudo
mais. Eu não sou jogado de lado. Ela não aprendeu ainda brincar comigo! Eu fiz uma expressão
que fez seus olhos saltarem de receio. Eu não estava em mim. Queria controlar o lado selvagem,
mas senti seu perfume mais perto do nariz assim que a encurralei na porta, segurando firme em
seus braços. Ela não se debateu desta vez. Somente me encarou sobre o que saiu de mim.
– Não, entre agora!
Porra, ela parecia não compreender o que eu falava. É surta, caralho?
Ainda tentou se esquivar, mas deixei meu rosto tão perto que quase a degustei ali. Eu a morderia
por inteira. Arrancaria sangue dessa boca tão linda. E o cheiro dela? Nossa, tesão demais. Bati
suas costas na porta, forçando-a acreditar que eu não estava ali pra brincadeira.
– Abra, agora! – com essa frase mostrei que não estava pra brincadeira. Até que no fim, cedeu.
Está vendo, ela é fácil demais. Lidar com ela será um prazer. Terei a Mel em minhas mãos. Será
minha bonequinha. Minha marionete.
Tranquei a porta atrás de mim, e já emendei o assunto do qual fui fazer. Mas assim que falei,
Mel já respondeu em controversa. Pedi pra ela abrir a porra da boca? Não! Quase calei a porra
da boca dela enfiando meu pau lá no fundo da garganta. Ela ficava com especulação, dizendo o
que havia comigo. Bufei irritado.
– Fica quieta! Eu te dei a chance e você, sua idiota, nem ligou pra mim! – explodi. Sua cara de
falsa estava me irritando à toa. Droga, fui ali pra colocar meu plano em prática, não queria ouvir
a voz dela me criticando.
Sentei na beira do sofá e apontei o da minha frente. Ela hesitou por um instante, mas foi apenas
erguer a sobrancelhas que ela se sentou. Ficou mexendo nas mãos em busca de se distrair, não
olhava pra mim. Olhava para os pés, as mãos, menos pra mim. Eu me senti um animal. E por
dentro voltei a sorrir. Estava botando o pavor nela.
Perguntou toda acanhada o que ela tinha feito, mas ao mesmo tempo queria ser autoritária. Eu
vou arrebentar as pernas dela rapidinho. Colocá-la em deu devido lugar. Eu mando, eu faço as
regras, mesmo assim respondi na lata que a pergunta certa era o que ela não tinha feito.
Disse que tudo era tão simples, eu tinha avisado para ela não complicar as coisas. Era tão
trivial realizar um desejo.
Ainda emendei em dizer que pensei que fosse mais inteligente. A cara que ela fazia era
engraçada. Ou ela fingia que não estava entendendo pra ganhar tempo, ou era esperta demais
para me enganar.
Ao mencionar o plano que tinha pensado desde o início em apresentá-la ao Juan, houve um
choque. Pronto, é só foi falar o nome dele que a expressão mudou completamente. Fiquei mais
excitado quando o fiz e ela ficou tensa, raivosa. Mas, instantaneamente foi relaxando os ombros,
mostrando confiança. Ela é uma idiota, acha que não sei que está com um puta medo de mim? Só
que a cada frase que eu dizia, ela ficava calada. Ouvia e consentia.
Contei sobre minha pequena e aventurosa vida ao lado do bosta do Juan. Sempre tão macho,
sempre tão caloroso com as mulheres. E eu sempre em segundo plano. Sempre na sombra dele. Era
odioso ficar com restos, mas nunca dispensei. Eu sempre quis mais. No fundo, sentia-me tão mal
por fazer isso, que era prazeroso de alguma forma – doentia –, mas era o que tinha
momentaneamente.
Mel ficou impassível, com a expressão congelada. Ela sabia, sentiu que Juan era pra ela. Eram
iguais.
Mas Mel ficou por algum tempo em minha cabeça. Logo que a conheci, pensei que ela era
especial. Ela poderia mudar algo que sentia, pois ela não iria se apaixonar por ele, mas olha só:
ela se apaixonou! Droga, estragando tudo.
Carla falava sobre a nova amiga, de como era confiante e de que jamais iria se entregar cem
por cento ao amor. Minha cabeça insana planejou na hora. Ela é para o Juan. Pois tinha quase
certeza de que ele iria se apaixonar só pelo fato de ela ser ruiva. Tara idiota!
E Mel, bem, com aquele jeitinho durante algumas semanas, antes de apresentá-la ao Juan, ela
era cheia de gracinha. Era tão idiota da parte dela dizer besteira pra mim, achando que não me
afetava! Mulher tem que aprender e parar com essa mania estúpida de achar que falar besteira a
homem não irá afetar, ainda mais se for amigo! É claro, porra, que iremos imaginar! O que eu
mais fazia durante semanas era bater uma pra ela, a cada nova frase erótica ou não. Era só ela
me olhar daquele jeito e pronto. Lá estava eu no banheiro por ela.
Tirei a imagem dela nua, da forma que sempre imaginei. Olhei bem para aquele corpo sentado
de perna cruzada e me imaginei ali no meio dela. Engoli seco a vontade e me concentrei em todas
as frases. Eu a queria com temor e estava conseguindo mantê-la na minha. Depois de dizer que a
paixão deles acabou adiando meu plano, então fiz a proposta de uma nova. Era apenas seguir as
regras, me obedecer fielmente, para as coisas não saírem da linha. Eu estava ficando louco, disso
tinha consciência. E tudo era por causa dela.
Mel. Cor dos meus olhos. Paixão eterna de Juan. E eu queria. Simples. Meu monstro interior
estava querendo sair de dentro e fazer um estrago. Eu faria isso.
Depois que consegui respirar e controlar o meu interior, ela resolveu abrir a boca. Inferno,
para dizer merda. Falar da Carla. Cara, se ela não calasse essa boca...
Ela não queria me irritar, ela só queria apaziguar as coisas entre a gente, mas sorri de forma
demoníaca para ela. Ficou calada novamente. Enquanto eu falava que o objetivo era fazer a porra
do Juan sofrer pelo menos uma decepção naquela vidinha perfeita, e que até mesmo o amor por
Carla não iria me atrapalhar a isso.
Só que depois que ela disse que sofrer estava acima do amor, pensei, na verdade, refleti. Eu
sofria por não poder ter a Mel, e ela não ligava, então por que eu ligaria para a vidinha perfeita
do Juan? Sendo que, ele tinha de tudo. Tudo de bom nessa vida, ele tinha. Principalmente a Mel...
Fitei a expressão dela. Era medonha, fazia uma leve careta. Quando será que ela ficará legal e
plausível para poder usá-la?!
Se eu a tivesse em mãos naquele momento não seria tão bom quanto o Juan a tem... Apesar de
que, seria muito bom forçá-la. E depois Juan saber que estive ali na força, será que ele ficaria
com nojinho quando soubesse que gozei nela inteira? Ele ainda iria querê-la?
Novamente o assunto Juan apareceu na conversa. Era um saco explicações, mas deixei a dor
penetrante que há em meu ser sair e revelar em partes, o porque sou assim. O porque quero Juan
sofrendo. Caralho, ao menos uma vez...
Será que ninguém compreende essa porra de dor? Humilhação? Sem amor...
Fui tratado assim durante toda minha bosta de vida. Ninguém se liga nisso?
Mas Mel sentiu...
Juan não fazia isso para me atingir... Será?
Eu já não sei... essa porra de ruiva quer me confundir!
O pior de tudo isso, é que demorou tanto tempo para se revelar essa minha obsessão. E não será
Mel que impedirá, pois ela é a principal peça desse jogo. Deus sabe o quanto esperei, e colocou
exatamente Mel no caminho para completar meu ciclo. É fato, não podemos mudar isso. Eu sinto.
Apertei os olhos, e as mãos juntas. Queria parar de falar, eu queria que tudo desse certo.
Respirei e encarei seus olhos verdes que havia medo. Pavor. Descrença.
– Tenho de fazer isso, Mel, eu juro que tenho. Só assim ficarei em paz. Você não tem noção do
quanto desejei isso... – eu mesmo senti a amargura na minha voz.
Era uma coisa que eu não ligava, mas ela parecia preocupada, com dó. Eu podia ver em seus
olhos. Fiquei furioso.
– Mas não pode fazer isso, eu amo o Juan e ele me ama. Thiago, nós somos amigos, você
deveria esquecer isso e tentar ser feliz... – ainda para piorar me vem com essa. Bufei irritado, daí
ela começou a chorar.
– Pare de chorar, está me irritando! – vociferei mais algumas frases. Dizendo que eu a conhecia
bem demais. Sabia muitas coisas sobre ela. Mel não tem noção do que sei. Ela se encolheu.
Comecei a rir alto. – Amigos, essa é boa! – ri mais alto. Engasgada ela disse baixinho que eu não
a conhecia. Então foi minha glória.
– Sei sim. Dos nove homens, dos batons, ah, e do Richard. Sempre soube de sua queda!... – o seu
corpo entrou em combustão. Ela explodiu perguntando se Carla disse algo. Que inocente.
Entregou-se na mesma hora. Comentei das escutas, mas duvido que ela ache alguma coisa. Isso
estava indo num ritmo muito bom. Estava começando a me divertir. E alguma tristeza que tinha,
foi se esvaindo. E a hora do espetáculo era agora.
– Hoje vou te pedir apenas uma coisa. Preste atenção, ok? – ela me fitou com os olhos
arregalados. Eu sempre com uma emoção nova pra ela. – Termine com o Juan! – falei com
paciência para ela compreender meu pedido. Achei que ela iria explodir num grito abafado, mas
pelo contrário, a vadia caiu na risada.
– Até parece! Tem noção do que acabou de dizer? – ela estava mesmo me desafiando. Porra,
fiquei sério, ela engoliu a risada.
– Não estou brincando! É sério. Termine com ele e depois vou te falando os próximos passos.
Fiz minha ameaça, ela acatou desta vez silenciosa. Seu celular começou a tocar, ela ameaçou a
levantar. Proibi com os olhos. Resmungou algumas coisas inúteis. Até que me irritei. Levantei e a
empurrei até a estante. Tapei sua boca e a encarei no fundo dos olhos. Estava já de saco cheio da
voz dela e de sua má criação. Estava na hora de ela saber quem é que manda.
– Fique quietinha. Vai ser melhor, não quero feri-la... Ah, Mel, eu sinto seu cheiro... – com toda
essa aproximação, meu pau apertou no jeans. Dei um cheiro em seu pescoço e brinquei na frente
de seu rosto. Senti seu medo. Era palpável. Apertei meu corpo contra o seu e sussurrei em seu
ouvido que sempre desejei senti o gosto dela, o beijo, aquele corpo.
Ela me repreendia. Afastava seu maldito corpo de mim. Fugia toda sua atenção. Concentrava-se
para fugir de mim. Deixei um bom estimulante a ela. Dizendo que se isso não acontecesse como eu
queria, Juan saberia de tudo. Ela cuspiu em minha cara dizendo que ele nunca acreditaria nisso.
Veremos.
Quanto mais ela lutava para aquilo parar, mas eu gostava. Mordi seu pescoço, sentindo um
arrepio por seu corpo. Ah, um efeito.
A vadia simplesmente deveria ter seguido sua vidinha medíocre, garanto que seria mais feliz.
Bem, ela poderia ter o que queria, mas escolheu o lado errado.
Puxei fortemente seus cabelos e inclinei sua cabeça pra cima, para eu ter acesso a sua boca
maravilhosa. Senti o úmido dos seus lábios. Mordi sentindo sua carne. Nossa, eu queria arrancar
um pedaço generoso. Suguei para dentro de mim seu sabor, mas ela se debatia sobre meu corpo.
Sorri e esperei se acalmar. Sua respiração ofegante era irresistível. Será que é assim que fica
depois do sexo?
– Me deixa em paz... – chorou as palavras. Sorri novamente.
– Ficará.
Deixei mais um gostinho de mim nela, comecei a passar as mãos sobre seu corpo, descendo até
a abertura da saia. Eu não iria abusar dela ali, não hoje. O gosto dela não seria o mesmo. Serei
paciente.
Afirmei meu recado dado e queria ação. Agora é só aguardar!
Saí de lá ainda mais aliviado. Agora ela viu meu monstro, mas ainda tinha uma carta na manga.
Algo que vim trabalhando com muita cautela.
Ela teria outra visitinha surpresa!

**********************************************************

– Mel, meu amor, me diga, pra que isso? – perguntei meio assustado. Ela me prendia a cama como
uma estrela. Braços e pernas amarrados abertos e bem esticados.
– Shh, Juan, depois eu te confesso tudo... Agora, só fique em silêncio... e observe. É só isso.
Observe – ela disse isso com ênfase. Relaxei. Pois, simplesmente confio nela.
Estava totalmente nu, e enquanto ela me amarrava, meu pau endurecia e ficava suspenso sobre
minha barriga. Em busca do buraco perfeito. Do encaixe maravilhoso que tinha no corpo da ruiva a
minha frente. Mel estava com uma lingerie, acho que o nome é baby doll. É estilo um vestidinho.
Curto, decotado, trançado nas costas e uma parte em renda. Preto. Deus, ela estava gostosa demais. E
eu amarrado sem ter como pegá-la de jeito. Mas, assim que ela me soltar, vou mostrar a ela como é
que se faz! Irei amarrá-la também e torturá-la até implorar por mim. Será bem divertido e muito,
muito saboroso.
Enquanto devaneava coisas eróticas, Mel se preparava em minha frente. Prendeu o cabelo num
rabo de cavalo. Nossa, seus cabelos pareciam bem maiores. Longos fios vermelhos escorriam sobre
suas costas. Ela foi até o banheiro e voltou com uma faixa preta do meu roupão. Chegou próximo de
mim, sorriu de forma carinhosa e sexy. Segurou meu pau e o massageou. Como se quisesse ele mais
duro. Impossível. Estava parecendo uma rocha! Mas ela não cessou sua fúria, continuava a
massagear entre suas mãos. O meu gemido começou a ficar mais rouco. Aquilo era bom demais.
Lindo demais. Adoro olhá-la me chupando... assim que pensei nisso, foi como se implorasse para
ela colocar seus lábios que estavam vermelhos de batom em volta do meu pau. E ela colocou...
Inferno. Que delícia... E eu amarrado sem ter como mexer nela, dar um mesmo prazer ao tocá-la.
Mel descia e subia, fazendo sua boca engolir por inteiro meu pau. Suas mãos também trabalhavam
para bombear da base até a cabeça inchada. Estava por um triz para gozar, mas ela cessava sua fúria
indo devagar, lambendo e saboreando cada cantinho. Mel mantinha sempre o contato visual, aquele
olhar de serpente, o mesmo que encontrei alguns meses atrás... exatamente o mesmo. Tão linda...
Nossa, ela voltou a fazer sucção, só que de uma forma nova. Ela lambia das bolas até em cima e
quando chegava ao topo, abocanhava e fazia com a boca um tipo de “ploc”. Era esse barulho que saia
de seus lábios ao me chupar.
Novamente lambeu por inteiro, deu uma leve mordidinha na cabeça e ploc!
Se ela fizesse isso mais uma vez, eu gozaria...
Mas, foi então que ela cessou de vez. Parou com tudo. Não tocou mais em mim. E em mais nada! O
quê? Volte, mulher! Ordenei com o olhar, mas Mel simplesmente amarrou meu quadril com a faixa
preta, prendendo meu pau contra a barriga. Ele lutava para se soltar dali, vibrava para gozar dentro
dela. Na boca, em seu sexo, em qualquer lugar, mas ele queria sair dali.
– Mel, me deixe gozar!... – implorei.
– Vai gozar, amor! Veja só!... – assim que terminou de me amarrar, o pau vibrava sobre a faixa.
Ele estava quente demais encostado a minha barriga. Eu sentia que meus espasmos queriam sair.
Minha vontade tão explícita. Mel parecia não ligar pra isso.
Ela saiu do quarto, mas, assim que voltou... Meu corpo estremeceu todo.
De raiva.
Eu não estava compreendendo aquilo. Estava a ponto de arrancar tudo aquilo e partir pra cima. Eu
me sentia mal, contrariado, inconformado... traído...
– Que porra é essa? – não falei calminho, não grunhi cada palavra. Eu simplesmente gritei a toda
voz. Acho que até os vizinhos do primeiro andar ouviu.
– Shh, mandei você ficar calado! – os olhos dela estavam radiantes.
Porra, a Mel entrou com dois caras no quarto! Caralho, DOIS CARAS em meu quarto! Os dois
estavam igualmente nus. Só que com o rosto coberto. Que caralho é esse?
– Mel, diga que isso é mentira? O que esses caras estão fazendo aqui? – tentei me soltar, mas as
amarras me machucavam ainda mais.
– Pare de se debater, você vai se machucar ainda mais... Isso aqui é chantagem, Juan. É
chantagem... – agora vi tristeza em seu olhar.
O que será que ela quis dizer com isso? Eu não entendi, mas antes de compreender algo, ela já se
virou, pegou no pau do cara que estava enorme.
Inferno, eu não queria ver Mel fazer isso. Não em outra pessoa! Isso estava me destruindo geral.
Eu já não era o Juan, era caquinhos de vidro.
Droga, saia daí, Mel...
Queria gritar, mas não conseguia. O outro cara a penetrou por trás, assim que ela empinou a bunda.
Merda, dois caras com a minha Mel... Minha...
Não mais...
O que eu só conseguia fazer era deixar meus pulsos e pés em carne viva, eu me mexia como se
estivesse com pulgas sobre o corpo. Ou como se tivesse sangue-sugas por todos os lados, arrancando
meu viver...
Eu não queria ver isso. Fechei bem os olhos, mas os gemidos estavam fortes, guturais. Animais...
Voltei a abrir e Mel chupava o cara da frente enquanto o outro comia minha mulher por trás... Por
trás... Na frente... Inferno, meu pau estava tão dolorido... a ponto de... Puta Merda, eu estava
gozando...
Um atrás do outro, repetidas vezes...
Não, isso não é prazeroso de ver. É doloroso ver minha mulher com outros... Mas o gozo não
cessava. Minha barriga estava grudenta, viscosa...
Isso era odioso de ver. Um desejo doloroso demais...
Chorei como um menino. Então ouvi a voz da Mel.
– Isso é só chantagem... acredite em mim... em nós...
Eu amo você...

Ahhhhhhhhhhh!...
Acordei despencando da cama. Limpo. Sem nada nos pulso, nos pés e sem líquido viscoso pelo
corpo. Mas, também sem a Mel ao meu lado...
Droga, essas merdas de pesadelos me deixam pra baixo.
Que porra foi essa?
20- Situação limite
“Meu limite é não ficar longe de você. Não consigo mais...”

Inacreditavelmente ela estava fixada em minha mente, coração e alma. Eu já não


consigo esquecer essa mulher. Depois do sonho ridículo que tive, contei a Mel sobre isso, ela
pareceu muito chocada, mas me tranquilizou dizendo que jamais faria isso pra mim. Ficamos horas a
fio trocando ideia e dizendo o quanto absurdo isso era.
Mel por alguns instantes ponderava a conversa, mas o foco não saiu de linha. Fiquei tranquilo em
relação de que jamais ela realizaria esse sonho, contudo, confesso que, estou perturbado por ter tido
esse sonho. No fundo, sinto que algo errado e ruim vai acontecer. E estou me precavendo de alguma
forma. Protegendo-me de algo que não posso suportar. É fato, meu corpo diz isso.
Depois de um banho demorado, estava saindo do banheiro com a toalha pendurada no quadril, os
pingos ainda escorriam do meu cabelo e as costas estavam molhadas. Parei de frente ao espelho, e
veio a ruiva em pensamentos eróticos... Ao pensar na Mel, logo veio uma lembrança boa dela sobre
meu corpo. Essa ruiva me domina tanto que, chega ser sufocante eu não conseguir sequer pensar em
outra mulher ou em qualquer outra coisa. É apenas ela.
Ao olhar para baixo, já senti a toalha se esticando, e algo embaixo dela fazer com que ficasse
estilo “cabaninha”. Sorri, pois se a Mel estivesse aqui, já teria arrancado a toalha do meu corpo e
feito possuí-la. Mas eu poderia fazer algo, e com toda certeza seria tão prazeroso quanto se fosse ela
aqui fazendo. Sentei na beirada da cama, peguei o celular que estava em cima da estante e apertei o
número que estava na última chamada. Dois toques.
– Alô? – havia um barulho no fundo. Mel atendeu sem ver quem era.
– Oi honey... Aqui é o seu homem... – sussurrei no bocal do telefone. Houve um gemido baixo.
– Amor, estou no meio do trânsito. O que há? – sua voz já me deixava excitado. Ela deveria estar
sentido o mesmo. Eu poderia sentir por sua voz provocativa.
– Hum... Melzinha, adivinha onde eu estou e o como estou? – deixei um espaço para uma
brincadeira erótica. Mel acataria logo.
– Nossa, Juan, como você consegue me excitar no meio de um caos?! – seu suspiro no bocal me
deixou ainda mais duro. Tirei a toalha e vi a rocha em minha frente. Estava já com um brilho saindo,
molhando a cabeça. Gemi ao tocá-lo, ouvindo sua respiração ofegante.
– Melzinha, eu estou pecaminosamente muito excitado... faça algo por mim...
– Onde você está? – sua voz havia um desespero erótico.
– Em mente... dentro de você...
– Juan... só um instante!...
Aguardei.
Tentei me conter em não começar ainda. Segurei firme minha dura ereção e automaticamente a
palma da mão apalpava minha carne. Respirei por vários segundos seguidos, contendo-me. Até que
em seguida, ouvi novamente sua voz.
– Juan?!
– Oi. Melzinha, fala pra mim, o que você quer?...
– Juan, como você está?
– Nu e duro. Muitíssimo duro...
– Onde?... – voz do pecado. Fechei os olhos, imaginando-a aqui em minha frente, prestes a me
abocanhar.
– Na cama.
– Sabe que eu adoraria estar aí, não é?
– Com toda certeza... Mel, você parou o carro?
– Aham... e adivinha o que estou fazendo?
Deus, ela estava se tocando!... Nossa, não poderia ser melhor...
– Mel, vamos gozar juntinhos, estou tocando fortemente em meu pau, mas imaginando sua boca
deslizando todinha sobre mim...
– Ah, doutor, suas mãos estão me abrindo... para sua boca receber meu sabor... – ela é ainda
melhor quando quer ser sacana pelo telefone!
– Honey, seu sabor... amo seu gosto... tão quente... mel... – enquanto dizia baixinho, a mão
trabalhava fielmente no vaivém firme.
– Ele é tão imenso... sinto o gosto dele na garganta... Juan, você é enorme... – ela sabe realmente
agradar. – Goze em mim, doutor... – seu gemido tornou-se intenso.
– Melzinha, goze pra mim, amor... – a intensidade permaneceu nas duas ligações. E em nossas
mãos trabalhando. Eu apertava meu pau num vaivém constante, sentindo como se a Mel estivesse ali.
Fechei os olhos e visualizei enquanto a respiração dela ficava forte sobre meu ouvido. Eu podia
ouvir o grito abafado sobre algo, e um barulho mais forte sobre o banco. Podia senti-la se
movimentando sobre o banco do carro. Despenquei sobre a cama e deixei vir o orgasmo.
Juntos. Vivenciando o maior prazer a ambos.
Dois orgasmos prazerosamente bem dados um ao outro.
– Honey, sua deliciosa... – gemi assim que levantei e vi a meleca sobre minha barriga. Aquele
orgasmo bem feito só pra ela. O quente escorria pela barriga, e meu pau ainda semi-ereto. Não é o
mesmo sem ela.
– Juan, você é foda. Tive De parar num estacionamento só pra isso! O cara deve ter me achado
uma louca. Entrei, fiquei por cinco minutos sem sair do carro e fui embora! Ainda bem que não paga
por quinze minutos! – ela riu gostosamente. Eu me encantei ainda mais.
– Ri de novo! – houve uma pausa e sua respiração se intensificou.
– Eu te amo! – ela soltou a frase e na sequência riu baixinho.
– Eu te amo, honey. Agora tome cuidado e chegue bem em casa. Vemo-nos à noite. Beijos nessa
boca apaixonante. Fique nua quando eu chegar. Vou te pegar de jeito... da melhor forma possível...
– Nunca duvidei disso! Beijos.

Os dias passam vagarosamente, e no serviço as horas se arrastam. Quando penso que verei a Mel,
sempre acabo chegando tarde e fico em casa. Cansado. E como ela decidiu sair de férias, ainda não
tive tempo para ficar à tarde com ela, como havia prometido. As consultas estão se intensificando. A
sorte é que não tive viagens por esses dias para atrapalhar alguns planos, mas logo mais estarei com
minha ruiva.
Estou chegando tão cansado que, não há espaço para sonhos sinistros. Não tive mais nenhum sonho
ou pesadelo desde o último.
Mas senti um sentimento estranho quando Thiago apareceu em meu apartamento. Perguntou sobre
os pais da Mel, o que eles faziam, se eu os conhecia. Não entendi direito e não deixei o assunto fluir,
mas ele sempre que tinha oportunidade abordava despretensiosamente o assunto. Foquei em não dizer
muito sobre o que sabia. Mel nunca foi muito detalhista nisso, então quem sou eu pra soltar algo
sobre isso.
Antes de ir para casa da Mel, passei e comprei chocolates e vinho para ela. Mel estava sensível
esses dias. Falamo-nos por telefone apenas e sua voz não me parecia verdadeira. Parecia que
escondia certa dor. Eu não estou gostando muito disso. Então decidi passar a noite com ela. Fazer
uma massagem, tomar um Lambrusco, e comer chocolate. Dar beijos na boca e fazer um amor bem
gostoso. Esse é o plano.
Assim que entrei em seu apartamento, uma sensação triste tomou conta de mim. Não entendi a
tristeza que senti, eu não tinha visto Mel ainda, mas meu coração soltou um aperto ruim. Pigarreei e
apertei a mão livre contra o peito. Estava me sufocando. Os olhos encheram de lágrimas, era como se
a Mel estivesse rompendo uma ligação comigo... Deus, que isso?
– Mel? – minha voz saiu desesperada.
– Oi, entre... já estou saindo do banho.
– Está tudo bem, amor?
– Já nos falamos.
A sensação estranha voltou. Apertei novamente o peito e comecei a respirar forte, constante. Fui
até a cozinha e deixei o vinho no congelador. O chocolate deixei em cima da mesa. Sentei-me no sofá
e aguardei a entrada da Mel.
Fiquei inquieto, as pernas balançavam incontroladamente. Minhas mãos estavam suando, e uma
fina camada de suor saia em cima das sobrancelhas. Um frio bateu na nuca. Como se tivessem batido
com uma toalha molhada. Sem entender nada daquilo, o medo invadiu meu peito. Quase me fazendo
gritar, para tudo aquilo acabar.
Foi então que eu entendi...
Mel apareceu na sala. O rosto vermelho. Ela estava chorando.
– Amor, o que foi? – levantei num pulo e agarrei seus ombros caídos. Mel encostou seu rosto em
meu peito e chorou. Tremeu descontroladamente chorando. Seu soluço era constante e seu corpo todo
tremia abaixo de mim. Senti um aperto maior sobre meu coração. Era uma dor de arrancar tudo de
dentro pra fora. Era a dor dela.
– Conte Mel... – puxei seu rosto com as mãos, para ela me olhar nos olhos. Sua dor era minha dor.
Como pode?!
Puxei seu corpo, me sentei no sofá e deixei seu corpo encolhido sobre o meu. Sentando-a em meu
colo, apertei-a fortemente. Defendendo-a do que fosse.
– Ai, meu Deus, Juan... estou quebrada... Meus pais... vieram... aqui!...
Porra! O quê? Como isso aconteceu embaixo do meu nariz?
Seu soluço era tão profundo. Ela estava tão sentida. Tão frágil. Tão indefesa...
Eu apertei-a sobre meu corpo, sentindo toda aquela dor irreparável. Difícil de cicatrizar. Mel
estava sofrendo tanto, era muito visível, palpável. Cruel.
– Meu amor, me conte tudo! O que foi? Como aconteceu? – perguntei calmo, pois deveria acalmá-
la, não apavorá-la.
Ela soluçou novamente, limpando o rosto em sua mão. Puxei um pano que estava sobre o braço do
sofá e entreguei a ela para limpar as lágrimas. Ela me encarou com olhos aturdidos e confusos. O
verde estava meio apagado, sem luz. Aquilo me afetou profundamente, pois ali senti que, naquele
instante ela me afastava dela. Eu vi a mentira surgir em seu olhar. Ela me escondia algo. Algo que eu
não conseguiria arrancar dela. Mas eu daria tempo ao tempo. Eu vou descobrir. Mais cedo ou mais
tarde.
– Eu... Juan, eu quero que saiba que te amo demais, mas tem coisas que agora, nesse momento não
posso contar...
Oh, meu Deus... não, eu não viveria sem ela! Não permita isso...
– Confia em mim, Mel. Conte-me! Estou aqui, por você... – minha voz estava num fio fraco. Mais
fino que um fio dental usado.
– Não é isso, eu não posso... – ela desviou o olhar. – Olha, meus pais apareceram aqui do nada.
Eu não posso te contar os motivos. Não agora. Eu quero saber se você confia em mim, Juan? – ela
parecia apavorada, eu estava apavorado com a situação em que estávamos enfrentando. Não é
possível!
– Cegamente, Mel. Eu confio em você, então confia em mim!...
– Juan, eu confio. Só quero que saiba que o que acontecer daqui pra frente, eu quero que não
desista de mim. De nós. Está me entendendo? Você vai compreender qualquer coisa que eu te pedir?
– engasgou-se ao dizer rapidamente. Só que, ela dizia baixinho, eu meu ouvido. Era só pra mim. Meu
peito ardeu com uma nova dor. Gemi baixinho, meus olhos encheram de lágrimas.
– Sim.
– Irá fazer tudo que pedir?
– Sim.
– Eu te amo, e vou deixá-lo a par de tudo... em breve...
Foi só o que disse em meu ouvido. Bem baixinho, gemendo com uma dor invisível. Essa dor abriu
meu peito, como uma faca bem afiada, chegando aos pulmões e espremendo-os. Fiquei sem ar ao
olhá-la nos olhos.
– Eu te amo, muitão.
Beijei sua boca demoradamente, enquanto abraçava fortemente. Mel se enroscou em meu corpo
como uma trepadeira na parede.
Ficamos nessa posição por longos minutos, talvez horas. Não me dei conta, até que ela se ajeitou e
pediu para irmos pra cama. Tirei o vinho do congelador, deixando-o na parte de baixo da geladeira.
Ela estava com dor de cabeça pra beber. Acatei e levei seu remédio cujo nome é: chocolate.
Mel deitou-se encolhida do meu lado. Tirei a roupa ficando apenas de boxer ao seu lado. Mel
estava com uma camiseta branca e short de malha. Enquanto derretia o chocolate na boca, me beijava
de vez em quando. Falou sobre a dolorosa visita dos pais. Aliás, o tal Sr. Roberto Folk, mais
conhecido como: velho-que-se-diz-meu-pai, entre outros piores que ela falava enquanto me contava
a passagem rápida deles por ali. A sensação estranha que senti, era isso. Uma presença ruim. A visita
que ela teve nesse dia foi curta, contudo, destrutiva.
Acabou literalmente com nós dois. Eu não sabia o que sentia até ela me dizer sobre eles. Mas, o
meu real medo é sobre o que ela não pode me contar. Por enquanto, pois me prometeu que iria contar.
Sobre o “motivo” da visita ela não mencionou, pois disse que se contasse era um risco a nós dois.
Mas disse que o pior disso tudo é que os pais dela não acreditavam nela. Ela viu no olhar deles a
frieza e a incompreensão. A falta de amor e a falta de fé.
Ela ficou mais arrasada com isso, do que com a presença surpresa deles. Ela não poderia estar
pior depois disso, mas eu acalmei minha ruiva com uma bela massagem, e depois um amorzinho
maravilhoso. Dando a ela um prazer sem fim, marcando-a, e mostrando a ela que poderia contar
comigo sempre.
Pra tudo!
Essa aventura toda não estava no pacote. Não estava em meus planos, mas quem é que controla o
destino?
Infelizmente, ninguém...


– Melzinha, eu vou conseguir uma semana toda com você! Fique ciente que isso é uma promessa
erótica!... Eu vou te chupar todinha... eu vou sentir seu cheiro em todo seu corpo... Vamos fazer amor
até nos cansar, se é que isso seja possível... Você crê nisso, honey? – sussurrei no telefone. Mel
gemeu alto.
– Vou aguardar cada segundo por essa glória!
– Preciso desligar, me aguarde como sempre... nua!...
– Pode deixar, doutor...
Desliguei o celular, mas meu corpo estava ligadão com essa troca de perversidade. Adoro fazer
isso por telefone com Mel, ela é sempre uma diabinha gostosa quando quer me deixar duro! E sempre
consegue. É sempre melhor cada uma delas.
Hoje mais cedo tive uma ideia. Acordei meio perturbado novamente, tive o mesmo sonho de
semanas atrás. O que ela me amarrava e trazia dois caras para o quarto, enquanto um penetrava atrás
e o outro ela chupava. Fiquei em choque. Não sei o quê tanto me perturba, mas esse foi um pouco
diferente.
Depois de tudo que aconteceu, eu sonhei mais um pouco. Um deles dizia que a Mel era louca pelo
outro que a penetrou, e forçou os dois se beijarem em minha frente. Meu coração estava
despedaçando, quebrando em mil pedaços. Rasgando a carne dentro do meu ser. Eu já não queria
existir. Enquanto Mel se deliciava nos beijos do cara, o outro ria friamente. Sua risada era como gelo
que me rasgava por inteiro. Esfriando o ambiente como se fosse o pólo norte.
Assim que Mel o largou, eu tive que catar todos os caquinhos que restaram de mim. Mas meu
pensamento ainda era: eu não vou te abandonar. Nunca.
E para registrar essa verdade, decidi fazer uma surpresa a ela. Passei em diversos lugares antes de
ir trabalhar. Comprei várias coisas para montar um presente de tudo aquilo que gostaria de ver nela.
E de compartilhar com ela.
Entre doces, chocolates importados, eu achei no shopping uma loja de cosméticos, comprei
diversos batons em tons de vermelhos, a vendedora me ajudou com isso. Mesmo dando em cima de
mim, depois de dizer por diversas vezes que aquilo era para minha namorada!
Elas parecem nunca ligar para isso, o compromisso. Saí bem da situação, mesmo assim ela enfiou
o número do telefone dela na sacola muito bem decoradora. Ainda bem que abri isso no consultório
para colocar em outra caixa, senão seria entregue a Mel. Porra de vendedora sem noção!
Quando cheguei à recepção, Raquel e Marisa me ajudaram com tudo, nos embrulhos e, ainda por
cima me venderam uma lingerie vermelha que ficaria gostosa no corpo da Mel. Elas riam de mim,
enquanto ajudava a embrulhar tudo, e ainda mais quando viram um arquinho com o laço da Minnie
que comprei numa loja de festas. Diziam a todo instante o quanto eu era pervertido! Mas ao lerem o
recado que escrevi para Mel, derreteram em suspiros longos. Sorri satisfeito pelo belo presente.
Foi uma bagunça logo cedo na clínica, e assim que estava tudo pronto, pedi para um motoboy
entregar no endereço dela.
Não tinha se passado meia hora, e Mel estava me ligando. Agradeceu imensamente os presentes, e
para me deixar curioso, disse que estava com um deles. Talvez o arquinho, já que mencionou que o
adorou. Eu adoraria vê-la toda nua só com ele...
Inferno, a conversa foi esquentando em sussurros. Tentei me conter, pois havia duas consultas
seguidas. Não poderia me desconcentrar em pensar na Mel só de arquinho da Minnie. E como a todo
instante eu dizia a ela que era minha Minnie gostosa, fiquei duro com a ereção apertando no jeans
branco.
Prometi ir à hora do almoço, levaria um bom prato para o complemento do meu almoço. Apesar de
que o prato principal já estava prontinha... e muito... muito molhada!
No restante das horas seguintes, por pouco não afoguei a última paciente. Ela teve que bater em
meu braço, pois estava engasgando com a água na boca, e eu estava disperso... estava longe... aliás,
estava entre as pernas da Mel... chupando-a... fazendo-a gozar em minha boca...
Até que o empurrão e um xingo na sequência me trouxe para a vida real. Estava ainda no
consultório e trabalhando. Droga, isso foi engraçado! Mas, me contive em não rir. Dona Edite ficou
puta comigo, e antes de ir embora me chamou atenção.
Contei para Raquel que caiu na risada, e ainda emendou:
– Deveria tê-la afogado, essa bruaca velha! Ela é muito chata, se você não afogá-la da próxima
vez, me chame que eu mesma farei!
Saí radiante do consultório, elas até bateram palmas e desejaram boa sorte. Raquel até arriscou em
brincar: boa comida! Ri e fui até minha ruiva dos sonhos.


Eita porra, ela abriu a porta da forma mais espetacular que poderia existir. Saia branca, blusa
decotada com o sutiã aparecendo, e o arquinho da Minnie!
Há coisa mais esplendorosa do que isso?
Sinceramente desconheço! Estar sem fôlego é pouco pelo que sinto por Mel!...
Minha expressão era impenetrável. Estava sentindo seu cheiro. Sentindo seu tesão ao me atender
daquela forma. Até mesmo o receio do meu silêncio. Até que agarrei seu corpo e deslizei minha
língua por aquela boca com batom vermelho.
Mulher. Gostosa. Que. Eu. Tenho.
Minha cabeça raciocinava lentamente constatando tal verdade. Parecia até brincadeira que eu tinha
tudo aquilo. Só pra mim.
Obrigado, meu bom Deus...
Arrastei seu corpo por todos os lados e a amei da forma mais impudica, erótica, divina, sexy e
pecaminosa que existe. Mel é meu mundo...


Enquanto estava nu, me recuperando do nosso maravilhoso sexo, Mel voltou a ficar irrequieta.
Parecia perdida e confusa.
Aquilo voltou.
O gelo em meu corpo voltou. Até que ela entrou com um ar frio. A insensibilidade em sua voz, em
seu rosto, aquilo me cortava como vento congelante do pior inverno existente.
Sentei-me na cama olhando-a se movimentar impaciente com o celular em mãos. Ela recebeu algo
e ficou perturbada, até que se virou pra mim com uma expressão impenetrável. Novamente aquele
olhar não era nosso. Ela me afastava de uma forma cruel. Sua respiração estava irregular. Ela me
fitou por longos segundos com o olhar perdido. Jogou-me a calça e a voz soou sólida e forte dentro
do quarto vazio.
– Se troca! – ela não tinha emoção alguma na voz. Só indiferença.
– O que foi? – essa pergunta já estava ficando constante em meu vocabulário. Isso não era nada
bom. Isso não era mesmo nada bom. Ela estava impaciente. Fitou-me de esguelha com o olhar
perdido.
– Vem, vamos dar uma volta!...
Porra, isso realmente não era nada bom...

***********************************************************
(Thiago)
Lembro-me de quando eu era o líder daquela galerinha. Do doce sabor que tinha em fazer
maldade. Naquela época Juan não me atrapalhava, pois simplesmente estudávamos em escola
diferente. Eu tinha com doze anos. Foi o único ano que passamos longe. Tinha acabado de voltar
da casa dos meus tios e passaria um ano na casa dos meus pais. Inferno completo.
Minha mãe estava da mesma forma: inconformada com a vida e meu pai devastado por ter
perdido o melhor emprego da vida dele. Estava ganhando pouco e sustentando o luxo da minha
mãe. Um dos motivos de eu ter ido morar com a família de Juan, foi exatamente por não ter
atenção adequada em casa, mas, quer saber, nunca liguei pra isso. Sempre fui um nada em casa.
Mas o fato é que, me tornei grande por pensar assim. Eu sempre acreditei em meu talento de fazer
o mal.
Era perfeito.
Primeiro: eu tinha a carinha mais fofa do mundo. Enganava quem quisesse. Ninguém via
maldade em mim. E segundo: existia a pior maldade dentro de mim, só que a beleza escondia isso.
Legal, não?
Por alguns tempos sim, depois foi ficando monótono demais. Mesmo assim, eu sabia brincar
como ninguém.
Na época de escola que fiquei longe do Juan, aproveitei. Fiz boas amizades, daquelas que os
rapazes fazem de tudo por você só para estar perto e fazer sucesso com as gatinhas. Ridículo. Mas
fiz uso e abuso disso.
Quantos armários, mesas, lousas foram perdidos só por luxo de vandalismo eu fiz e botei culpa
em outro otário novo da turma? Eles sempre precisavam de alguma iniciação. Então fazíamos
sempre isso.
Eu me lembro nitidamente que o primeiro recruta, precisei quebrar as pernas dele numa briga.
Bem, foi premeditado, o cara foi guerreiro e me aturou durante o restante do ano. Pra falar a
verdade, ele ficou uns três meses sem ir pra escola, mas depois disso, ele voltou todo mansinho
pra turma.
Eu o recebi de braços abertos e dei um forte abraço. Cara, eu quebrei a perna dele num chute
poderoso. Ouvi seus ossos estalando sobre minha sola. E o melhor disso tudo é que foi na presença
de uns caras, como testemunhas para no futuro entrarem na minha turma. Breno, o rapaz que se
fodeu primeiro, contou aos pais que havia caído. Todos nós cheios de benevolência concordamos
que foi um tombo terrível.
Três meses depois, ele estava de volta e seria meu braço direito. Cada um que entrava tinha sua
iniciação. Era braço, mão, pé, perna, até que o último quase morreu afogado num rio perto da
escola. Os desafios eram rígidos e perigosos, mas sempre cumpriam somente para estar ao meu
lado. O Rei. Era assim que me sentia. Mas foi por pouco tempo. Meus pais voltaram a se separar,
e a loucura bateu de vez em meu ser.
Eu não aguentava ver a infelicidade em casa. Porra, todo mundo dava certo, o amor existia em
outros lares. Eu via isso, droga.
Inferno, era uma droga quando visitava meus colegas e os pais nos recebiam com todo amor e
carinho, e mal sabiam eles que eu destratava de seus filhotes com desafios perigosos, e que eles
haviam gastado horrores e preocupações por causa de minha maldade. E quando chegava na casa
de cada um, eu recebia um golpe forte no estômago com o carinho e respeito deles. Em ver o amor
fluir sobre cada casa.
E na minha? Não havia nada! Nadinha...
Pela terceira vez eu vi a destruição. A maldita falta de amor.
Numa tarde cinzenta que fazia a tempestade se aproximar, eu me vi sentado na ponte. De frente
ao rio da cidade. No fundo a água suja que rodopiava de um lado ao outro, fazendo pequenos
redemoinhos. Os lixos batiam na borda e fazia um cheiro horroroso subir nas narinas. Eu iria me
jogar... iria me misturar ao que eu era. Um lixo. Estava tudo preparado. Tudo certo para finalizar
minha vida ao que eu era. Voltaria para o nada, e quem sabe, nascer de novo num lugar melhor. E
ser alguém...
Não, eu não precisava de salvação. A gente é o que é.
Não se muda. Não se trata. Não revive. Não renasce.
Pulei...
Mas assim que deslizei, uma mão me segurou.
Deus?!
Não mesmo! Era a mão do Breno, aquele do qual arrebentei a perna. Aquele que teria para
sempre titânio na perna por causa de mim. Que tem uma cicatriz do joelho ao calcanhar por que
eu fiz aquilo. E ele me salvou.
Droga, não era pra isso acontecer...
Breno segurou minha camiseta antes que eu afundasse no meio daquele lixo todo. Antes de
acabar de vez com minha vida idiota que vivia. Mas, uma luz veio em mente assim que bati a
cabeça forte contra a parede de pedra, antes de ele me puxar com outros colegas. Eu vi. Eu senti.
Isso não teria esse fim. Não ali, não naquele momento. Eu teria mais algumas oportunidades. E
não morreria por minha mãe e meu pai. Eu não merecia morrer só por isso. Merecia morrer por
alguém melhor...
E hoje eu sei quem...
Inferno. São uma droga essas lembranças tolas nesse momento...
Tenho um plano, e irei cumpri-lo. Queira a Mel ou não. O Juan sair dessa com ela ou não. Mas
ele sofrerá um pouco que seja. Deus, é só o que peço!...
Ainda que depois de tudo que passei, de um quase suicídio. Meus pais ficaram sabendo, e voltei
para o lado de Juan. Meus tios resolveram novamente me receber de braços abertos. Eu passava
dias e mais dias vendo Juan ser paparicado. Ouvir meu tio dizendo a ele em seu quarto: filho,
nunca tenha medo de ser quem você é! Sempre lute por tudo que quer. Um dia terá a mulher perfeita,
aquela da qual irá amar verdadeiramente, assim como eu amo sua mãe. Não se preocupe, os céus tem
muitos planos a você. E como um bom menino que sempre foi, sempre terá o melhor. Acredite e tenha
fé sempre.
Eu nunca tive isso. Um conselho. Um carinho. Um respeito. Um amor. Dos pais.
Bem, isso foi irrelevante. Senti até pena de tudo que fiz para o Juan, desde coisas pequenas. De
tirar um animal que tanto gostava. Nossa, é verdade, matei dois cachorros e os dois gatinhos da
tia Martha. Veneno é um preço justo. Chumbinho faz um estrago. Chorei junto deles quando um
por um foi eliminado. Foi triste para eles, e uma satisfação ao meu ego.
Eu sempre fui frio. Até que aos dezessete anos começamos a conhecer o calor feminino. É, Juan
e eu começamos a ter garotas envolvidas nas traseiras dos carros. Atrás da escola. E em todo
lugar que íamos. Eu sempre me fingi de tímido. De cara que só observava, mas enfim, sempre
gostei é de sexo violento, e não poderia arrebentar uma adolescente, essas merdinhas de meninas
são fofoqueiras nessa idade. Tive a maior prova com Larissa.
Nossa, um dia apertei seu pescoço enquanto a penetrava de quatro, ela reclamou e ainda falou
para sua melhor amiga que era ficante do Juan. Aquele chato veio reclamar comigo para ser mais
“delicado” com as minas. Bufei e disse que ela tinha exagerado, foi apenas um carinho, ela
interpretou errado. Claro, ele acreditou em mim. E não saímos mais com as gatinhas.
Juan andava de skate na época e havia milhares de garotas que ficavam em cima dele. Íamos a
diversos roles e concursos. Onde havia apresentações e os melhores disputavam títulos. Juan era
bom no que fazia. Eu apenas acompanhava e ganhava prestígios por estar com ele. As minas não
saiam de cima. Pegávamos geral. Até que tinha a mina mais da hora envolvida nisso tudo. Ela
andava também de skate e foi a primeira ruiva que Juan se encantou. Ele tinha uma quedinha
forte por Andy, a menina mais show de bola da roda do skate. Andressa era demais. Eu tinha
minha tara por ela, mas Andy não ligava pra mim. Claro, a quem ela tinha olhos?
Ah, sim, ao Don Juan.
E eles passaram a ficar por um bom tempo. Eu só observava. Não havia amor da parte dele.
Quando trocávamos ideias, ele era seco e ria quando dizia que não estava apegado a ela, era só
pra tirar um barato. Duvidei por alguns instantes, mas era verdade, assim que pintou outra, ele a
pegou, deixando Andy de lado. E quem estava ali para consolá-la? Eu.
Sim, peguei Andy de guarda baixa. Aproveitei na cara dura. Assim que Juan ficou ciente disso,
não gostou muito e passou a ter mais raiva dela. Esnobou geral, nem liguei, fiquei comendo
enquanto queria.
Mas foi num verão, no final de ano, haveria um campeonato de skate. Juan tinha se preparado e
tal, mas como Andy ainda estava com raiva dele por tê-la feita de besta, e eu estava – como
sempre – com raiva dele, planejamos algo muito bom. Uma caída da pista que o tiraria de
circulação. Do nosso meio. E para isso não cair sobre a minha pessoa, incumbi Andy a fazer isso.
Ela esperou uma distração da parte de Juan, claro, eu iria fazê-lo se distrair, ela pegaria o
skate dele e afrouxaria as rodinhas do truck. Na hora do show dele, teríamos o nosso. E assim dito
e feito. Juan caiu sobre a pista e se arrebentou todo. Tadinho. Foi tão horrível a queda, do tipo de
quebrar os braços em diversos lugares e até mesmo pegar trauma e não ir mais as pistas disputar.
Triste não?
Peguei-me sorrindo. Isso foi o auge que eu havia feito com Juan. Mas queria mais... coisas mais
pesadas, coisas de arrancar dores profundas. Não superficiais. Eu quero atingir seu coração.
Depois de tudo isso, eu não tenho ninguém, nunca consegui atingi-lo em cheio, mas achei minha
oportunidade.
Mel.
Ela é seu elo fraco. Sua fraqueza. Sua fortaleza. Meu ponto.
Minha convicção. Minha oportunidade. Minha destruição.

***

Vanessa fez um belíssimo trabalho em relação a tudo o que pedi. Fui até o babaca do meu primo
pra ver como eram os pais da Mel, pra saber quem eram! Ele me contou pouco, mas o principal eu
acabei sabendo. Os nomes e onde moravam.
Bem, Vanessa me veio com muitas informações roubadas de arquivos e de algumas
subordinações. Aquilo tudo era um lixão emocional maior do que o meu.
Nossa, a Mel vivia bem pior do que eu. Isso será ainda mais prazeroso em cutucar a ferida.
Com o telefone do Sr. Folk, liguei e negociei sua vinda a São Paulo, acho que ameaçar a doce
filhinha dele o faria vir rapidinho. Ele não me conhecia, mas sabia que eu tinha muita
informação. A ordem seria cumprida. Eu tiraria um pouco de grana deles e tudo ficaria bem.
Grana não era meu foco não, mas o bosta do meu pai me ligou pedindo dinheiro para se manter
vivo, então, mesmo não merecendo, iria fazer um agrado. Na verdade, deveria deixá-lo morrer
definhando, mas não vou dar esse prazer a ele. Se um dia morrer, será rápido. Assim espero.
Acho que no fundo ainda há bondade em mim. Droga.
Nos dias seguintes, voltei até a doce Mel e lá estava a visitinha surpresa. Os pais. Brincamos e
nos divertimos com jogos de adivinhação. E deu certo, eles ficaram sabendo quem era a doce
menina que deixaram viver sozinha. A maravilhosa putinha de luxo que ela tinha se tornado. Fiz o
acordo da minha grana, e só fiquei totalmente a vontade, pois Vanessa havia me fornecido uma
arma e estava lá embaixo me dando cobertura.
Claro, Mel odiou a visita e chorava mais do tudo, mas me saí superbem. Saí de lá aliviado e
com mais planos em mente. Aquele do qual eu precisava pensar fielmente para nada sair errado.
Eu iria me encontrar com ela em breve. Era só a mocinha terminar com o Juan, que a “forçaria”
sair com Richard.
Bem, pelo que vejo isso seria apenas um sacrifício gostoso. Ela estava tão afoita por isso, que
não iria achar ruim, era só um motivo para alegrá-la enquanto estava longe do doutor dela. E,
bem, depois da noite que viria, eu iria reunir todos eles para um acerto de contas. Juan até
poderia voltar com a vadia, mas ele teria seu coração arrancado, pois eu o faria ver com os
próprios olhos a dor de ver sua amada nos braços de outros, e ainda mais em um que ela já se
deitou...
Isso será minha vingança mais bem planejada.
Nessa pequena reunião estaria Mel, Juan e Richard. O triângulo para resolver tudo isso. Para
finalizar com as dores que causei. E também pegaria Carla e seu novo capacho, o viadinho do
Flávio, cara, ele estava comendo minha garota! Não aceito isso. Aquela idiota não sairia mais
comigo, mas com ele também não ficaria.
E para um brinde final, vou analisar com cautela, ver os horários para tudo sair nos conformes,
sem alarmes demais. Eu iria entregar com gosto a eles a Mariana. A maior otária da história. A
mocinha que ficou cega por burrice. Droga, enviei uma carta a essa tonta um tempão atrás, dando
a entender que Mel dava em cima do Richard, mas a babaca passou a desconfiar de Richard, e deu
no que deu.
Acidente. Perca de visão. E uma vida complicada. Mas ela escondia algo de todos. Isso eu
sabia, mas ela que se foda, isso não é da minha conta.
Dei ordem a Vanessa e os planos agora seguiriam com força total. Meu celular já enviava as
mensagens certas. O plano estava ativado.

***********************************************************

Saímos da casa dela e estávamos dentro do meu carro. Mel tremia toda, me olhava com olhos
prateados, como se segurasse o choro mais doloroso de sua vida.
– Diga! – minha voz falhou. Eu não sabia o que iria sair da sua boca. Mas tinha a leve sensação de
que não era nada bom.
– O quanto confia no Thiago? – ela sentou encostando-se na porta. Olhei suas mãos inquietas, elas
tremiam.
– Bem, ele é como um irmão pra mim, Mel. Eu confio muito nele, por quê?
Não entendi bem sua feição, mas tive certeza: era coisa ruim. Muito ruim.
– Juan, eu não sei como começar a te contar isso, mas Thiago não presta! – ela choramingou e não
me permitiu interrompê-la. Levantou as mãos e fez sinal de silêncio. – Juan, ele está me
ameaçando!... – meu sangue ferveu. Segurei fortemente o volante.
Respirei o mais fundo, até que ela voltou a falar.
– Eu nunca mentiria a você sobre algo tão sério, meu amor. Você sabe o quanto eu te amo. Thiago
está transtornado. Eu não sei o que aconteceu na infância de vocês, mas, Juan, ele quer ferrar com
você! E quer fazer isso da pior forma, nos separando!... – ela chorava e eu estava em choque. Tudo
aquilo era doloroso de ouvir.
Que porra toda é essa?
– Mel... o que é isso? – resmunguei segurando o choro. Não queira ouvir mais nada, mas tinha de
ouvi-la até o fim. Droga, isso não iria acontecer.
– Lembra que meus pais vieram? – fiz que sim e limpei meus olhos lacrimosos. – Pois bem, foi
Thiago que fez isso. Ele descobriu coisas sobre mim, sobre nós, encheu minha casa de escuta e
provavelmente a sua também. Juan, ele é um doente, precisa de alguém para ajudá-lo. Thiago nos
quer mal... – ela chorou com mais intensidade.
– Mel, eu não vou deixar isso acontecer, vou conversar com ele. Thiago não é louco em nos fazer
mal! – bati o pulso desacreditando daquilo.
– É sim, Juan, ele já está fazendo todo mau a gente. É que nunca percebemos. Ele nos apresentou
exatamente para fazer isso. Ele queria que você se apaixonasse por mim, pois sabia que eu nunca
amaria alguém. Ele é louco por mim. Bem, foi o que me disse... – aquilo ferveu e derreteu meu
cérebro. Ele que não seria louco tocar nela! Meus olhos ficaram vermelhos na hora. Eu não via a
razão disso tudo, mas fazia sentido, querendo ou não, ele sempre quis o que eu tinha. Inferno, como
não vi isso antes?!
– Thiago sempre foi assim, Mel, em tudo ele se envolvia, mas eu não tinha maldade e não via
maldade nele... Mas, agora é diferente, ele que não seja louco em tocar em um fio de cabelo seu! –
disse feito ameaça. Mel se encolheu.
– Ele pediu para terminarmos!...
– O quê? – saiu num grito doloroso. – Não, não mesmo! Nem pensar. Está louco? Eu vou agora
mesmo falar com esse idiota! – gritei e já coloquei os dedos na ignição. Ela me segurou, travando a
chave no lugar.
– Não Juan, ele fará coisas horríveis... Ele não pode saber o que te contei, ele precisa acreditar
que está no comando de tudo. Não quero nos ferir...
– Não vê que isso já nos fere?! – perguntei com a garganta fechada.
– Sim, mas ele tem um plano Juan, precisamos de um também...
– O plano é o seguinte: eu arrebentar a cara dele por fazer a gente passar por isso! Que tal? –
vociferei.
– Juan, me escute. Vamos fazer do meu jeito. Vamos fingir um termino de namoro. Em casa tem as
escutas, ele precisa acreditar nisso. Juan, ele envolveu minha família, envolveu nós dois. Precisamos
ver até onde irá sua loucura. Precisamos estar juntos nessa...
– Mel, isso é loucura. Não ficarei longe de você. Essa situação toda é ridícula. Não precisa disso!
Não vou te deixar... – encarei seus olhos medonhos. O verde estava longe do meu azul. Ela estava se
entregando de verdade na falsa promessa dele.
– Mas é preciso. Confie em mim.
– Eu te amo demais... incondicionalmente... Mel, eu te amo muito. Meu limite é não ficar longe de
você. Não consigo mais... Não me force a isso... – implorei. Teríamos que ter outra solução.
– Eu sei disso tudo. E eu também amo você. Mas a situação está no limite da loucura dele. Não
podemos brincar, não temos tempo. É agora. Em breve estaremos livres disso tudo e viveremos o
nosso momento. Mas Juan, eu te peço, terá de me largar por algum tempo, mas não desacredite em
nosso amor. Fique por mim, por nós!... – Mel choramingou enquanto segurava em minhas mãos.
Tentando me convencer dessa loucura toda.
– Não, Mel... – ela já estava rompendo comigo. Isso é insuportável.
– Não tenha medo. Abra seu coração. Ficaremos bem... eu prometo!... – chorou.
– Não prometa o que não irá acontecer. Eu não ficarei bem longe de você! – larguei suas mãos e
não olhei mais em seus olhos.
Minha voz era cortante como uma faca afiada. Eu não conseguiria encará-la depois do que foi
falado. Assim que eu disse, ela saiu do carro. A conversa não tinha acabado, e meu instinto não havia
falhado.
Toda aquela dor era real. Muito real...
21- Adeus
"A calmaria antecede a tempestade.”

Provavelmente eu já estava pirando com toda essa loucura! Não queria acreditar nem um
pouco o que Thiago estava aprontando com a gente. Cara, comigo?!
Inferno, eu tratei esse filho da puta como meu irmão! Ele era meu melhor amigo! Como pode fazer
essa maldade comigo? Ainda não posso acreditar, mas, na realidade eu sinto. O que é bem pior... que
me fere muito mais.
Peguei no celular o dia todo, fiquei de discar e xingá-lo, mas somente me segurei pela Mel. Ela
havia dito para não falar com ele. Thiago poderia agir e fazer merda. Aliás, uma merda maior.
Ela disse que ele estava ameaçando-a, preciso botar as ideias na cabeça para tudo dar certo, para
que ninguém saia ferido nisso tudo.
Eu já me sentia ferido. Machucado por dentro. A dor já me consumia...
Para me convencer e não sofrer por antecipação, liguei para a Mel. Sua voz estava baixa e ela
falava pouco. Trocamos duas frases, e com isso fiquei mais perturbado, mas não queria pensar nisso.
Se ficasse matutando algo, eu não iria trabalhar. E precisava.
Em plena quinta-feira cinzenta, iríamos nos encontrar escondidos. Essa é a situação mais ridícula
que já passamos. Mas o bom de tudo isso, é que iríamos à casa dos meus pais. Eu teria Mel mais uma
vez antes de colocarmos nosso maldito plano em pratica. Ela bolou algo e iria me contar hoje. Isso
não está me cheirando bem. Eu já estou ficando péssimo...
Saí do consultório e fui direto para casa dos meus pais, lá encontraria com ela mais sossegado,
pois tínhamos certeza de que os dois apartamentos estavam com escutas. Aqui nos meus pais seria um
lugar seguro.
Quando cheguei, Mel já estava por lá. Entrei e já localizei ela e dona Martha conversando na sala.
Meu peito congelou com uma dor pulsante. Deus, ela é tão linda.
– Oi minha linda... – acho que saiu num fio de voz. A dor era palpável.
– Oi amor... – a voz dela também era chorosa. Minha mãe não sabia de nada do que estava rolando
e nem iria saber. Não contaríamos. Por enquanto.
Mel levantou e veio em minha direção. Parei perto da escada e aguardei sua chegada. Até ela
encostar-se em meu corpo, colocando a cabeça em meu tórax. Seu suspiro foi longo, assim como o
meu. Inalei o cheiro do seu cabelo, só para deixar registrado cada segundo. Cada momento com ela.
Eu tinha um prazo, e não queria pensar nisso. Só queria aproveitar.
– Vocês estão bem? – minha mãe perguntou de onde estava.
– Oi mãe, estamos sim. Só é saudade... – olhei por cima da cabeça da Mel e sorri a ela.
Deveríamos mostrar que estávamos bem.
– Sinto melancolia... – disse com a voz baixa. – Se me der licença, crianças, eu vou dar uma
saidinha, deixarei a casa só para vocês. Tchau, meus amores.
Dona Martha saiu da sala sem fazer barulho. Puxei o rosto da Mel, encarando seu olhar perdido e
doloroso. Já estávamos sofrendo e muito. Eu por não poder fazer nada além do que esperar, e ela por
estar sendo chantageada por um louco. E nós dois juntos, por ter de ficar longe e fingir um
rompimento.
– Vem, amor, vamos subir – encarei seu olhar e puxei suas mãos até minha boca. Beijei cheio de
carinho e a peguei no colo. Mel se aconchegou em mim, agarrando meu pescoço e dando leves
beijos.
O cheiro dela hoje estava especial. Único. Só da minha Mel...
– Passou o dia bem? – perguntei enquanto a deixava sobre minha cama.
– Não. E nem você deve ter passado.
– Não mesmo. Acho que devemos fazer outra coisa Mel, não deixar o Thiago tomar conto disso
tudo! – sentei-me ao seu lado. Afundando na cama macia. Mel foi mais para o meio dando espaço
para eu deitar ao seu lado.
– Vem, deite aqui comigo. Vamos conversar e combinar o que será feito. Não podemos fazer outra
coisa agora. Juan, ele tem meus pais na mira, ele me tem na mira! Não podemos brincar com fogo
agora. Thiago falou muito sério – fiz um esforço tremendo para não responder e não ir até a casa do
Thiago e arrebentar a cara dele. Ao deitar ao seu lado, meu mundo se encheu de esperança. Ela ainda
estava ali.
– Mel, eu amo você, não vá... – beijei sua boca, descendo para o queixo, pescoço. Inalando todo
seu cheiro, guardando em minha mente. Uma gota escorreu do meu olho, e caiu sobre o ombro dela.
Mel virou meu rosto até o dela.
– Nunca irei embora. Será breve, Juan. Será horrível essa distância, mas promete que ainda irá me
amar? Promete que não será o fim?
– Nunca será, Mel... Vou te amar sempre, e vou te esperar. Darei o tempo que precisar. Só me
mantém informado de tudo, meu amor. De tudo! Eu vou enlouquecer se não souber de você durante as
horas do dia...
– Obrigada – beijou-me forte.
– Como será? – assim que larguei seus lábios perguntei. Precisava me preparar psicologicamente.
– Amanhã à noite você me pegará em casa. Vamos para seu apartamento, planejei isso antes, pois
quero fazer um amor inesquecível. Juan, eu o quero muito... Essa será especial. Depois disso, vamos
jantar e voltaremos para o meu. Como tenho certeza de que as escutas estão lá, vamos terminar em
meu apartamento. Sei lá, pensei em algo como ciúmes, mas discutiremos sobre isso amanhã. Você
termina comigo, tem de ser bem convincente. Ok?
– Como se essa porra toda já não fosse o ruim bastante, eu que terei de terminar?... Legal... – bufei
e sentei na cama, Mel me puxou de volta para deitar.
– Fique calmo. Dará certo... vem, me ame...
Essa era a frase da salvação.
A calmaria antecede a tempestade...
Tirei com toda paciência e decência a roupa dela. Comecei pela camiseta rosa. Ela estava tensa,
como se fosse à primeira vez. Merda, e poderia ser uma das últimas... Desviei o foco sobre essa
possibilidade ridícula, e me concentrei em seu maravilhoso corpo que esperava me receber cheio de
amor.
– Se você deixar, Melzinha, eu vou cuidar de você... – falei em seu ouvido. Convidando ela para
entrar em meu mundo, e nunca mais sair. Eu queria amá-la como nunca amei. Idolatrá-la para ser
minha única. Ela é a única.
– Juan, nunca me deixe... tenho medo do que possa acontecer... – sua voz havia tanto medo quanto
eu sentia.
Ela estava embaixo de mim. Esticada, sem camiseta, só de sutiã e jeans. Tão vulnerável, tão linda.
Só minha...
– Mel, você odeia ficar sozinha, mas não é a única. Eu não vou suportar ficar longe de você, meu
amor... vou sofrer cada segundo... Tenha certeza... – escorreu lágrimas dela e minha. A garganta
fechou, mas o nó sairia com um beijo quente dela.
Desci até a sua boca e a beijei cheio de paixão. Nossas línguas trocaram o sabor do medo, do
afastamento, mas também do amor que tínhamos um pelo outro e isso nunca mudaria.
– Hoje eu quero que você apenas me ame... me dê essa chance de senti-lo com todo amor que
temos dentro de nós... – suas palavras eram sufocadas por meus lábios. Eu já não queria sair dali, eu
já não queria ir para o mundo real. Ali era o nosso. Iríamos apenas fundir nossas vontades e deixar
tudo acontecer.
Tirei seu jeans e todo o resto. Sem rasgar nada, sem destruir nada. Um romântico perdido. Era
assim que eu me sentia. Parece que a qualquer momento iria abrir os olhos e não teria mais ela
embaixo de mim. Então apertei os olhos, as lágrimas se espremiam abaixo das pálpebras, quando
fosse abrir, tudo iria inundar. Iríamos ficar afogados por minhas dores. Tudo iria se misturar de vez...
amor e dor.
Mel ajudou com minhas roupas, beijando cada canto do meu corpo. Cada desenho que ela
admirava. Era uma troca tão perfeita. Um momento tão único. Éramos tão bom juntos, que era terrível
pensar que não teria mais isso. Não poderia haver adeus. Mas haveria...
– Droga, Juan, não pense, meu amor. Não pense...
Quando dei por mim, estava deitado sobre seu peito, e chorava como menino. Droga, ela estava
vendo todo meu sofrimento. Ela não precisava ver. Mas, droga, eu estava vendo o dela em seus
olhos. Ela conseguia ser mais discreta, eu não. Chorei mesmo. Solucei.
Levantei um pouco o corpo e encarei Mel nos olhos. Passei com as mãos em todo seu corpo. No
rosto, memorizei seus olhos que estavam radiantes e tristonhos ao mesmo tempo. Seu nariz
pontudinho, no formato perfeito. Como já disse a ela: nariz de metidinha. Sorri. Ela me acompanhou
em meio a lágrimas.
Meu peso estava todo sobre seu corpo, mas o que importa? Ela estava em meus braços. Toquei
seus lábios com os meus. Desenhando cada linha, cada canto com minha língua. A ponta rabiscava
seu contorno perfeito. Boca carnuda e vermelha pela excitação. Ela abriu suavemente soltando um
gemido baixinho. Deixando a ponta de sua língua tocar na minha. Numa dança romântica. Sexy.
Toquei seus dentes certinhos. Os superiores e os inferiores. Ela sorriu assim que minha língua tocou
o céu da boca. Fazendo cócegas. Sorri com o sorriso dela.
Nossa tristeza estava cravada em nosso coração, mas cada momento que estávamos passando
nesse exato instante nos proporcionava alegria. Por isso o sorriso sincero, fácil.
Cheguei em seu queixo dando leves mordidinhas, indo para a sua bochecha esquerda, onde havia
seu buraquinho fundo. Uma linda covinha. Ela forçou um sorriso largo só para eu poder dar um beijo
naquela preciosidade. Eu tinha igual a dela. Enfiei a ponta da língua na covinha. Ela gargalhou
gostosamente.
– Sua linda... – a beijei deliciosamente na boca. Curtindo seu doce beijo. Alguns segundos depois,
eu voltei a sua orelha, sussurrei mais de mil vezes o quanto amava o cheiro, o sabor, ela todinha. Isso
não era agora, era para sempre.
Desci... perturbando-a... desejando-a cada parte de seu corpo. Como eu sempre fazia. Beijava e
sugava seus peitos que eram uma raridade. Era meu doce. Meu tudo. A barriga chapada com uma
única pintinha perto do umbigo. E mergulhava a língua em cada parte. Desde a base do pescoço, a
curva dos peitos, o meio da barriga chegando ao umbigo. E descia rente a sua fenda. Abri suas
pernas e foquei toda a minha energia ali. Apenas admirando, sentindo seu doce cheiro que exalava.
Cheiro da excitação. Ela estava toda escorregadia, toda molhada.
Com a ponta dos dedos, deslizei para dentro, brincando e deixando-a já a ponto do orgasmo.
Assim que curvou suas costas, roubei seu orgasmo com os lábios. Minha boca recebia seus espasmos
constantes, enquanto Mel puxava levemente meus cabelos, para mostrar o quanto eu dava de prazer.
– Maravilhosa... – gemi em sua coxa. Mordendo-a até os joelhos. Desci com beijos toda a
extensão das canelas, chegando aos dedinhos do pé. Os que ela contorcia levemente por conta de seu
orgasmo. Beijei cada um deles, chupando-os vagarosamente e Mel gemia alto ao receber tal carinho.
Mordi a sola com delicadeza e subi a panturrilha mordiscando até a parte detrás da coxa. Mel estava
virada de bruços e sua bunda maravilhosa e redondinha me esperava. Beijei-a todinha, apesar de
meus instintos quererem bater fortemente, me contive. Aquilo era uma apreciação de minha ruiva, não
um sexo selvagem. Amanhã teríamos algo mais forte. Hoje era meu amor em demonstração. Em ação.
Subi com uma leve massagem sobre suas costas e encostei meu pau sobre sua bunda, ela gemeu.
Com meus joelhos abri suas coxas para ela me receber com paixão, só que ela mesma empinou a
bunda e me deixou deslizar... gostosa e loucamente.
Nossa... o quanto ela estava molhada e apertada! Céus, não poderia existir sensação maior do que
penetrá-la. Do que ela me receber cheia de gratidão. Aquilo é só nosso. Eu nunca, em minha vida
toda, senti algo se quer perto do que sinto pela Mel. Uma troca tão justa, tão sexy. Tão nossa!
Mel se remexia embaixo de mim, recebendo cada investida calma que eu dava, meus quadris se
moviam em vaivém prazeroso e cauteloso. Só em busca de prazer, nada de força. Era pra ser
lembrada essa noite, e não marcada.
Estoquei mais fundo, segurando seus quadris enquanto os meus batiam e ela recebia. Afundei meu
rosto em seus cabelos deixando o corpo relaxado em cima dela. Seu gemido foi intenso. Mordi seu
ombro e sussurrei em seu ouvido para gozarmos juntos. E foi o que aconteceu... Uma explosão sem
fim... Gozamos tão gostoso que as lágrimas vieram juntas. Nós precisamos disso pra sempre.
Eu preciso ter a Mel pra sempre...


Sexta-feira. Eu iria perder a Mel nesse dia. Inferno!
Não fui trabalhar, liguei para meu pai e disse que não estava bem. Que tinha acordado indisposto.
Ele ficaria tomando conta das pacientes que eu tinha e outras a Raquel iria remarcar a consulta.
Passei o dia todo ajeitando a casa, Mel viria à noite, na verdade eu a buscaria para passar nossa, oh,
Deus, nossa última noite ainda como namorados!
Droga, que maldito plano é esse? O que ela quer ganhar com isso? Tempo?
Meu, juro, assim que tudo isso acabar, eu vou arrebentar tanto a cara do Thiago que ele vai ficar
por um bom tempo deitado todo acabado. Assim como ele acabou com minha vida, eu vou acabar
com a dele. Eu juro.
Arrumei tudo no apartamento, deixando-o bem aconchegante para receber minha ruiva. Hoje eu
tinha tantos planos, tantas vontades que nem saberia por onde começar. Mel decidiu vir antes aqui
para termos a nossa última. Saco de palavra. Concordei, pois o termino seria em sua casa, então
depois daqui, iríamos jantar e voltar pra casa dela. Fazer toda a cena de fim de namoro. Que bosta!
Fiz a barba, coloquei toda roupa nova que tinha separado para ir buscá-la. Meu coração estava aos
pulos. Num ritmo como escola de samba. Isso tudo era terrível.
Quando ainda estava saindo de casa, olhei no celular, Mel havia me enviado uma mensagem
dizendo que me amava muito. Sorri fraco enquanto dirigia até sua casa. E também na sequência
recebi da operadora que um número havia me ligado, quando fui ver era do idiota. Quase quebrei o
celular em pedaços. Mas me segurei. Thiago ainda tinha a cara de pau de me ligar?! Filho da puta!
Desta vez não abri a porta. Não me senti bem em fazer isso, então simplesmente toquei a
campainha. Eu queria que ela viesse me receber, queria vê-la ali... de frente a mim. E quando ela
abriu a porta, meus sentidos saíram escorrendo por todo meu corpo. Senti-me feito uma geleia mole.
Ela estava muito, muito linda.
– Oi amor!... – fiquei sem fôlego, minha voz saiu baixo. Olhei-a de cima a baixo. Estava
maravilhosa de calça jeans muito apertada, aquilo seria um sacrifício gostoso em tirar de seu corpo.
Um corpete vermelho, marcando toda sua cintura, e, minha nossa, os peitos estavam gritando: chupe-
me! Sorri ao ver seu olhar e ela ao me cumprimentar, perguntou se queria entrar. Quase respondi
rápido: ah, sim, é claro que quero entrar, mas quero estar dentro do seu maravilhoso corpo.
Mel me fitava e talvez lesse isso em minha feição. Olhei para seus pés, o salto alto combinava com
a cor de seus lábios e o corpete. Vermelho sangue. Seus cabelos estavam presos numa trança de lado.
Modulando todo seu rosto e deixando-o em destaque. Mel não estava com muita maquiagem, só o
batom chamava atenção. Linda. Simplesmente perfeita.
Trocamos um selinho rápido e fomos até minha casa. Ali, seriamos novamente amantes.
Novamente um só. E eu seria complemente dela, por uma última vez...
Mas que fique bem claro: Eu a terei de volta. Custe o que custar!


Mel subiu até o apartamento com uma sacola grande nas mãos. Enquanto conversávamos coisas
tolas, na verdade tentando esquecer o maldito plano que teríamos que colocar em pratica logo mais.
Mel sentia meu medo e minha ânsia por tudo aquilo. Tudo era contra minha vontade, mas eu estava
fazendo tudo aquilo só porque ela havia me pedido. Só por isso. Senão eu já estaria grudado no
pescoço do Thiago.
Bufei e Mel percebeu minha agitação.
– Vou tirar todo esse seu estresse!... – sussurrou baixo assim que abri a porta e ela entrou cheia de
charme.
– Espero que sim... – acho que saiu meio desanimado.
– Ah, Juan, que é isso? Anime-se, tenho coisas maravilhosas a fazer pra você!
– Eu vou fazer meu melhor pra você, honey... – toquei meu jeans que já estava com um pacote
generoso. Só aguardando minha ruiva.
– Você sempre faz! – ela tirou algumas velas e incensos da sacola. – Se importa?! – mostrou-me e
foi levando para o quarto. Eu acompanhei.
– Não, fique à vontade! – pisquei e me sentei na beirada da cama. Ali permaneci.
– Ficaremos daqui a pouco. Bem, vou ajeitar algumas coisas. Espere aí, ok?
– Perfeito – o sorriso dela foi o melhor. Lascivo e educado.
Eu acompanhava Mel andando de um lado ao outro no quarto. Da cozinha pro quarto. Até que ela
ajeitou em cima da cômoda uma pequena ceia. Colocando algumas coisas para nossa brincadeira.
Morango. Leite condensado. Chantilly. Uau, essa noite seria a melhor! Sorri quando seu olhar
encontrou-se com os meus. Danadinha.
Mordi a ponta da boca esperando ela agir. Mas Mel desviou os olhos de mim e entrou no banheiro.
Deixando-me esperando mais um pouco.
Fiquei incomodado, só esperando, mas a ansiedade que sentia era até prazerosa, pois sei que tudo
que vem da Mel é bom. Aliás, maravilhoso. E olha só...
Eita porra...
Mel saiu do banheiro, e apagou as luzes, deixando apenas as sancas ligadas. Remexi-me na cama
ao vê-la. Meu Deus todo poderoso!
Caralho, ela estava com o salto ainda, com meias fina pretas, fui subindo o olhar... uma saia preta
que nunca vi antes, mas era sexy pra porra. Conforme ela remexia os quadris parecia que a saia se
remexia toda apertando sua bunda, sua perna, seus quadris. Era gostosa pra caralho!
Segurei-me na cama para não pular em cima dela. Mas a novidade naquilo tudo era que estava com
um blazer meu, uma camisa social e uma gravata! Gostosa ao quadrado!
Meu pau apertou contra o jeans. Estava loucamente querendo penetrá-la até gozarmos
deliciosamente. Mel ligou o som, encaixando o pen drive lá. E uma música melódica e sensual
começou.
Mel fazia exatamente tudo que a canção dizia.
Abriu o botão do blazer e remexia todo seu corpo num gingado sexy, lento. Queria tocar seu corpo,
fui até mais pra frente, mas ela não permitiu. Apoiou suas mãos em meus joelhos, me encarando
sempre. Mordendo aquela boca vermelha e molhada. A música me prendia igualmente, e eu queria
fazer o que ela indicava.
Ela tirou o laço da Minnie do cabelo e o soltou, deixando os longos fios vermelhos ficarem sobre
o blazer. Era um contraste lindo. A porra da música dizia: touch me... mas ela não me deixava tocá-
la! Aquilo estava ficando enlouquecedor. Todo ambiente estava fervente, e nada de ela me deixar
entrar...
Mas foi então que se aproximou, eu não perderia a chance. Toquei em seus cabelos e afastei
chegando com os lábios em sua nuca. Mordisquei levemente e lambi deixando-a molhada.
Literalmente. Ela continuou dançando, tirando algumas peças. Jogou o blazer para o lado, e quando
tirou a gravata... meu fôlego sumiu...
Ela esfregou a gravata em sua bocetinha. Inferno, eu tinha certeza de que ela estava sem calcinha.
Eu podia sentir... Droga... ela levantou a perna, deixando ao meu lado. Fazendo-me enlouquecer com
seu cheiro, mas agora ela me deixava tocar. Mas eu não só queria tocar, passei a beijar e morder até
sua entrada do paraíso. Do pecado. Seu cheiro... Deus, eu sentia seu gosto e o cheiro a excitação.
Molhada...
Ela resolveu tirar de uma vez quase tudo. A música incansavelmente se repetia ao fundo, deixando-
nos aturdidos e loucos de tesão.
Camisa. Dança. Remelexo. Meia fina. Salto. Três... dois... um...
Ela sentou-se na poltrona e ali se tocava... Era uma visão maravilhosa que eu tinha dela. Remexi
meu corpo, pois tudo dentro do jeans queria explodir no dela. O sussurro da mulher que cantava ficou
no fundo da minha mente. Number one. Number one... e Mel se tocava... Ela chupava seu dedo e
enfiava dentro de si.
Droga, ela estava de calcinha. Puxou-a para o lado, inclinou a cabeça enquanto se dava prazer. Era
muito linda fazendo isso. Eu estava louco. A ponto de bala.
Levantei e quando pensei em caminhar, Mel abriu os olhos e fez que não. Merda, eu queria fazer o
mesmo que ela. Queria levar minha boca até o sexo molhado dela. E mostrava isso pra ela. Como
desejava fazer em seu corpo. Loucuras...
A música sexy acabou, mas deu espaço para Depeche Mode. Mel está arrasando. Boa escolha,
garota.
Ela se levantou, e, ao caminhar dançando em minha direção, eu conseguia visualizar seu sexo se
remexendo. Seus lábios tocando um no outro ao vir em minha direção. Isso me deixou mais duro. Ela
tocou minha ereção. Por pouco não explodi, mas mordi os lábios me contendo. Agora era a minha
vez! Ela foi tirando minha roupa, despindo-me com classe, cheia de charme enquanto passeava com
as mãos por todo meu corpo. Estava totalmente ligado a ela. Arrepiado por essa ligação.
Ao tocar seu sexo, ronronei com o toque molhado e quente.
– Minha nossa, honey... – gemi em seu ouvido.
Logo na sequência, a violência iria rolar. Eu não estava pra brincadeira, estava com os meus
sentidos todos ligado. Queria fodê-la tão gostoso que por dias ela não iria esquecer. Ela teria meu
gosto por todo seu corpo.
Tirei toda a roupa. Jogando calça e cueca longe. Apertei seu corpo no meu numa dança sensual,
quase comendo-a em pé. Apesar de toda dor que estava sentido por saber que isso não iria voltar tão
cedo, queria saborear Mel para não tirar mais seu gosto de minha boca, da minha pele. Então era por
isso que estava meio agressivo. Eu a mordia, a chupava, eu a queria. Eu a amava... profundamente.
Ela resolveu parar de graça e tirou tudo de uma vez! Sentei-a na poltrona e a lambi inteira,
mergulhando de cabeça, fundo e mais fundo na Mel... seu gosto em todo meu ser. Em minha língua
estava marcado seu sabor. E dali não iria mais sair. Eu teria o gostinho da Mel por dias...
Lambuzei tanto que, seu cheiro era o meu cheiro. Assim que cessei a louca vontade dela, sentei-a
na beirada da cama. Agora era a vez dela. Mel espirrou chantilly sobre meu pau e o abocanhou
gostosamente. Ela é a melhor em sexo oral. Nossa, ela me chupa de uma forma enlouquecedora. Uma
forma que é só nossa.
– Minha Minnie mais gostosa... – enquanto ela me chupava, acompanhei seus movimentos e
ajudando-a ir mais fundo. Antes de gozar, me afastei e a cobri com morangos e leite condensado. Fui
mordiscando um por um em seu corpo. Mel gemia. Mel grunhia cheia de prazer. Até que cheguei a
sua boca, o beijo mais saboroso. Gosto de Mel e Juan. O nosso gosto...
Deus, quando eu a teria de volta...?
Uma forte dor tocou meu coração. Ela não poderia ter mais ninguém. Só a mim.
Segurei com força a dor, não precisava mostrar dor naquele momento. Eu só queria dar prazer a
ela para não me esquecer. Só para ela ter motivos para voltar...
E para confirmar isso, a virei e a penetrei com toda força e poder do meu amor. Passei a torturá-la
com um sexo digno de repeteco. Aquele sexo que você sempre vai querer repetir. Ela jamais irá se
esquecer desse... Dessa noite!
Ela é só minha!
Mel estava selvagem e aceitando os tapas e puxões que eu lhe presenteava. Ela queria mais...
Garota incansável... Adorei apreciá-la me recebendo com tanto amor.
E eu dando a ela o que merecia de mim. Todo meu poder na hora do amor. Do sexo. Nessa hora é
que somos os melhores. Entre quatro paredes somos animais.
Estoquei fundo, buscando nosso orgasmo que estava vindo em múltiplos. Ela rebolava contra meu
quadril e acertava fundo o ponto de seu prazer. Eu sentia minhas bolas batendo contra seu sexo, e
aquilo me atingia o um arrepio pelas costas. Estava pronto pra gozar, empurrei até o fundo, fazendo-a
gemer meu nome e gozar dignamente.
Estava exausto, mas ainda duro dentro dela, Mel sentou sobre minhas coxas e incansavelmente
passou a remexer sobre meu colo. Uau, nós teríamos uma segunda rodada sem ao menos sair de
dentro do outro!
Parei de mover meu corpo, e a deixei brincar de vaivém sobre mim. Seu sexo me apertava e sentia
todo o úmido de nossos corpos.
– Mel, você é incansável... Rebola!... – grunhi segurando seu corpo contra o meu. Estávamos tão
suados, mas era maravilhoso sentir essa ligação. Não poderíamos parar, até ficar tudo fora de foco.
Fora de linha... até ela ir embora...
Enquanto isso, ela era minha fonte de energia. Com ela, eu brilhava. Com ela, eu era completo.
Ela só saiu de cima de mim, assim que atingimos um puta orgasmo. Ela até gritou com cãibra, só
assim ela conseguiu parar. Fiz massagens e a levei para tomar um bom banho.
Droga, isso estava se aproximando rápido demais. Partimos para o tal jantar. Eu tinha menos de
duas horas com ela. Abracei-a até chegar ao carro. E a todo o momento beijava sua boca. Sem me
cansar de fazer isso. Pois aquilo era uma despedida.
Um adeus.


Fiquei durante todo o jantar encarando-a. Vendo-a corar com minhas frases despretensiosas e
quase a levei até o banheiro e tracei-a novamente. Mel só me provocava, mas foi um jantar e tanto.
– Mel, tem certeza de que vai fazer isso?
– Juan, nós não temos outra opção no momento... – ela torceu a alça da bolsa. Estávamos dentro
do um carro na garagem do apê dela.
– Temos sim Mel, eu ir até lá e acabar com a raça dele! Simples.
– Sei que faria isso, mas não posso brincar. Vou só ver o que ele quer com isso, depois tudo vai
ficar bem. Só alguns dias. Pense que é como você ir viajar... – sorriu sem jeito. Ela estava tão ruim
quanto eu.
– Não diz isso, porque não é! Você vai ficar longe de mim. Não seremos mais namorados por
alguns dias! Como pode dizer isso? – falei bravo e bati os pulsos no volante. Não queria ficar assim,
mas era impossível me controlar.
– Tente por nós. Você disse que tentaria... vai dar certo, meu amor... Vamos subir... – oh, Deus,
chegou a hora. Dei-me forças, por favor.
Subimos abraçados até ela abrir a porta. Assim que entramos, meu instinto foi procurar a porra das
escutas e gritar em alto bom tom: Thiago, vá se foder! Mas fiquei sério, impenetrável.
Eu tinha de começar a discussão. Droga, isso seria mais difícil do que estava planejando. Estava
terminando com a Mel.
Tem noção do estrago todo dessa porra?! Terminando com a Mel... Um adeus...
Começamos a nossa farsa. Com a história de ciúmes. E até envolvemos na história a porra do
Caio, não é que aquele merda estava lá de verdade! Eu falei a ela sobre ele, mas fundo dessa
brincadeira havia minha verdade. Eu odeio esse cara. Então tudo parecia real demais. A gritaria dava
a sensação da realidade. Aquilo era um adeus doloroso. Não planejamos sentir tal dor, mas
sentíamos. E muito.
A tristeza estava corroendo tudo por dentro. Aquela brincadeira era verdadeira. A dor nos
mostrava o quanto ruim era tudo isso. Mel estava de braços cruzados, olhar perdido e cheio de dor.
Não precisaríamos disso, se Thiago só queria me dar dor, aquele filho da puta sacana estava
conseguindo. Mesmo sabendo de tudo, fingindo estar rompendo com a Mel, aquilo era de verdade. A
dor. Despedaçando-me...
Assim que ela disse que eu sempre esperava mais e mais dela, aquilo me atingiu de uma forma
cruel. Eu precisava mostrar a ela que não queria mais dela. Eu queria só ela. Só que eu precisava ir
embora. Não dava pra sentir tudo aquilo e ficar o lado dela sem fazer nada.
Cheguei perto o bastante, sem fazer barulho, sem falar alto, apenas cheguei até seu ouvido e
sussurrei o quanto eu a amava e deixei as seguintes palavras...
– Me beije forte antes de eu ir...
Senti um mar de tristezas em seu olhar. Era nossa última chance de se beijar. Última chance de
fazermos algo por nós. Eu a beijaria pela última vez... Droga...
Ela permitiu o beijo, ela aceitou a farsa daquilo tudo. Ela estava me deixando... de verdade. Mas
me beijou forte antes de eu partir por algum tempo de sua vida. Aquilo não era certo, aquilo não
parecia justo. Mas nada nessa vida é.
Então eu a beijei forte pela última vez. Depositei um beijo acanhando e triste em sua testa, com
duras e secas palavras que ela havia me treinado a dizer, eu solucei. Pigarreei e as disse. Ela não
merecia e eu via isso em seus olhos, mas elas foram ditas. Infelizmente.
– Adeus Mel...
**********************************************************
(Thiago)

Nossa, até que enfim esses dois deram um jeito. E o melhor disso tudo, é que Juan acabou
terminando. Tadinho, ele deve estar arrasado.
Nossa, quando tristeza sinto nesse momento!
Para comemorar com classe, liguei para Vanessa. Teríamos uma longa sessão de sexo selvagem.
Hoje iria arrebentar aquela safada. Isso era meu presentinho para ela. Logo mais ela estaria por
aqui e nossos desejos e felicidades estariam sendo realizados.
Deixei uma mensagem para Melzinha, dizendo seu próximo passo. Ela não me retornou na
sequência, droga, ela deveria estar chorando, triste e arrasada!
Grande merda, mas com a boa notícia que teria a ela, logo ficaria animadinha. Sem dúvida.
Deixei tudo programado, em breve seguiria meus planos e tudo estaria nos conformes. Agora
faltava tão pouco para meu descanso eterno...
Mel ficaria com Richard. Juan destruído. Eu aliviado...
Bom plano, não?

Vanessa chegou. Eu a arrebentei tanto que ela mal conseguia andar. Acho que até o maridinho
dela perguntaria o que tinha acontecido. Ela acabou me ameaçando se caso o marido percebesse.
Meu, fiquei puto da vida e a mandei embora. Quem ela pensa que é em me ameaçar?!
Seis e meia da manhã Mel me respondeu. Toda bravinha. Como se eu me importasse com isso.
Não havia dormido e estava acabado depois do louco sexo de quatro horas seguidas. A cabeça do
meu pau estava quase roxa, e ela me vem cheia de frescuras? Ah, vá se foder, né?!
Já lancei logo o plano do Richard e sua conquista. Coisa que ela já vem trabalhando, claro.
Mas ficar dando uma de difícil, aí é foda!
Mel pensa que sou otário, só acha!
Ameacei a ceguinha, e pronto, tudo sairia nos conformes. E em breve o Juan iria ganhar o
prêmio do Corno do Ano!
Maravilhoso.
Capotei e dormi.
Sonharia com a Mel me chupando e logo mais eu a penetrando profundamente...
Oh, sonho meu.
22- Desejo doloroso
"Tristeza passa. Decepção continua.”

Silêncio.
Era tudo o que existia ao meu redor.
Bagunça.
Era como estava minha vida. Minha cabeça.
Dilacerado.
Era como estava meu coração...
Por Deus, o que fiz para merecer tamanha dor? Sempre tentei ser o bom moço, fazer tudo certinho.
E o que recebo em troca é dor! Que porra é essa?
Bati a mão no volante furioso com o dia que tive. Mel não era mais minha. Mel estava em sua casa
sozinha, chorando e recebendo ordens de um louco.
E eu?! Estava dentro do carro, sozinho, arruinado, andando sem destino, e vendo a chuva cair
fortemente sobre o vidro do carro. Pois é, talvez os céus estejam chorando por mim. Comigo. Eu mal
conseguia pensar. A dor é tão forte que mal consigo respirar!
É como se alguém estivesse tapando minha boca, meu nariz, meus olhos, tirando a vida de mim.
Mel é minha vida. Não quero seguir sozinho. Sem ela... Não dá mais.
Para quebrar o silêncio constante, liguei o rádio e deixei rolando. Talvez as músicas fossem me
distrair. Acalmar-me.
Assim que parei no farol, fechei meus olhos, e um verde brilhante sorria pra mim. Lembrei de
momentos intensos com a Mel... todos. Não teve um momento ruim com ela. Não éramos de brigar.
Meus olhos mostravam como um filme as gracinhas da Mel em minha frente; ela dançando, fazendo
cara de safada, me amando, beijando minha boca cheia de magia. Mel me enfeitiçou literalmente, não
há mais ninguém que eu queira. Não há mais nada do que eu queira do que em ter a Mel em meus
braços...
Inferno, uma buzina me despertou e fez com que a Mel sumisse da minha vista. Mas as lembranças
eram tão vividas, tão intensas que não necessitava de fechar os olhos. Eu a sentia em minha pele...
Cada arrepio é dela. Ela é a melhor.
Minha honey...
E quando veio a lembrança da primeira vez que me disse eu te amo...
Desabei.
As lágrimas escorreram sem vergonha. Sem medo. Eu era apenas um menino sem sua garota. Um
homem sem sua amada. Um macho sem sua fêmea. Eu não era nada sem ela. Agora, nesse exato
momento, não sou nada.
Isso é triste...
Nunca achei que sentiria tal dor, tanto sofrimento, e agora o tempo é meu inimigo, pois a cada
segundo que sei que não terei ainda a Mel, me sufoca. Gostaria de deitar e dormir até chegar o dia
certo. Até Mel voltar pra mim...
Volta Melzinha...

A chuva estava constante e batia na janela do quarto em gotas gordas e fortes. Cheguei em casa
sem saber como. Eu não sei como vim parar aqui. Instinto, talvez.
Peguei o litro de vodca e fui para o quarto. Sei que beber não iria trazer Mel de volta, mas isso
iria me anestesiar em não sentir tanta saudade. Impossível. Eu sentia tanta falta dela, a dor era pior
do que se eu tivesse arrancando todos os dentes sem anestesia. Eu não sentiria tanta falta assim como
sinto dela.
Lembranças...
Fechei os olhos e dei o primeiro gole. O líquido desceu rasgando tudo. Puro. Sem algo para ajudar
a descer com decência. Não, eu não queria gosto das coisas. Eu queria o gosto do corpo dela. O
cheiro dela... Droga. Meu corpo sacudiu todo, como se eu tivesse sentindo um frio congelante. Estava
só de boxer na cama vazia. Liguei o som para novamente ver se me distraía com alguma canção.
Mel... como você está?
Olhei pela janela, será que se eu ligasse, ela atenderia?
Não, Juan, ela pediu pra você não fazer isso!
Droga, o que farei da minha vida?
Mais dois goles e enchi o copo novamente. Aquilo já fazia algum efeito, o peito estava ficando
dormente. O cansaço queria me vencer, mas a dor pulsava... pulsava como meu coração. Em batidas
fortes e constantes só para me lembrar.
Você não a tem mais...
Tudo por causa de um idiota maníaco.
Nossa, eu juro por Deus que vou arrebentar a cara dele quando tudo isso terminar! Eu juro...
Eu juro...
Mais meia garrafa, capotei. Mas para minha felicidade, ela veio me visitar...
As lembranças...
As noites perfeitas...
Minha doce Mel...
Honey...
“E eu não desistirei de nós...”
Ouvi através do rádio que tocava uma música melódica. Mesmo com os olhos fechados, e quase
num sono profundo que a vodca me deixou. Fiquei com o ouvido atento, prestando atenção no que a
canção dizia.
“Quando olho em seus olhos, é como assistir o céu noturno... eles carregam tanta coisa...” “Eu
não desistirei de nós...”
Droga, essa música é tão... intensa...
Amanhã procuro direitinho... hoje estou fora de mim...


– Mel eu te amo, muito... e aí, você... aceita? – estava deitado sobre ela, num jardim muito bem
cuidado. Estávamos nus, saciados de uma bela noite de amor. Mel estava com o rosto corado e
batom vermelho na boca. Passei as mãos por seu rosto afastando os fios molhados de suor para
ter uma visão melhor de tudo.
Era tão perfeita... Tão linda e minha! Só minha.
E a partir de agora, verdadeiramente minha.
Deslizei as mãos um pouco mais para baixo. Chegando à clavícula onde o suor havia se
concentrado. Desci mais um pouco, chegando aos seios que estavam durinhos e com mamilos
apontados pra mim. Não resisti e os mordi. Um de cada vez, dando total atenção aos dois. Mel
gemia aquele gemido mimoso. Aquele que a faz gozar.
Desci os lábios para as curvas de seus peitos, lambendo e saboreando seu sabor da fonte. Agora
meu gemido saiu alto, pois era maravilhoso sentir a maciez de sua pele, sentir seu doce gosto.
A barriga me chamava, seu umbigo estava como uma pequena poça de desejos. Deslizei a língua
lá dentro, fazendo-a se contorcer. Adoro olhar para minha ruiva e vê-la se contorcer com o prazer
que lhe proporciono.
Como Mel estava deitada nua sobre uma grama fresca, e com flores amarelas a sua volta, tudo
era divino. Era o paraíso. Eu queria nos transportar de verdade para esse lugar e ficar aqui para
sempre...
Abri suas pernas e fiquei em seu meio. Debaixo eu olhava para seu rosto risonho e cheio de
prazer. Mel mordia a boca incrivelmente vermelha. Encara-me com amor. Mostrava em seus olhos
o quanto aquilo estava sendo perfeito.
Beijei de sua canela até a base do joelho, as coxas e o meio dela. Ao chegar àquela fenda
maravilhosa, deslizei a língua em seu meio úmido. Mel arqueou as costas dando-me uma visão
digna de seu prazer. Abriu mais as pernas e me recebeu livremente enquanto eu a penetrava com a
língua. Por seu prazer e vibração, Mel agarrou as mãos na grama e os puxava com delicadeza. As
palmas das mãos dela estavam preenchidas de verde, e aquelas mãos delicadas e alvas agarravam
sem dó a grama... enquanto gemia... enquanto me recebia...
– Sim, meu amor, eu aceito... – disse ao gozar vagarosamente em minha boca.

Despertei duro. Meu pau vibrava tanto... e ela não estava ao meu lado. Pulei da cama e fui direto
para o banheiro. Tomei um banho frio, mesmo assim a temperatura não abaixou. Não achei certo me
masturbar sem ter a Mel. O que fiz foi apenas sair logo de lá. Eu podia sentir o gosto dela em minha
boca. Tão real...
Desliguei o chuveiro e voltei para o quarto, olhei em cima da estante e o celular apitou. Olhei no
relógio era sete da manhã. Vi no visor do celular. Mensagem da Mel.
Corri o dedo para abrir, mas antes de ler, sentei-me na beirada da cama. Queria ler com calma. E,
além disso, minha cabeça pulsava por conta da vodca ingerida ontem. Olhei para a garrafa azul e fiz
uma careta. Abri a mensagem.

“Meu amor, lembra de quando te falei que não sabia ao certo o que poderia acontecer com a gente, mas que, acima de tudo, eu
continuaria te amando? Pois bem, ontem recebi uma nova msg do Thiago, ele quer me ver... Meu amor, não fique preocupado, tudo
ficará bem. Eu prometo. Tudo isso é supererrado, mas não tenho como fugir disso, segunda-feira é o dia... Prometo fazer algo para fugir
dessa realidade. Sinto muito te informar sobre isso, mas vc me pediu para mantê-lo informado sobre tudo. Eu te amo, Juan, nunca se
esqueça disso... beijos da sua Mel.”

Oh, meu Deus...


Desabei na cama. Deixei o celular escorregar entre meus dedos e cair no chão. E aquela dor que
estava escondida por um segundo, voltou de vez. Agora eu realmente não tinha mais nada. Ela estaria
com outro! Com outro homem...
Oh, céus... tire essa dor de mim. Eu não quero mais sentir isso. Faça-me esquecer... por favor...
Eu chorei. Chorei até não ter mais lágrimas... até adormecer sem ver...
Quando acordei já estava amanhecendo novamente. Eu era pó. Não queria levantar, não queria
comer. Eu não queria nada.
Fiquei por horas deitado só vendo o teto. Só ouvindo o barulho da rua. E do meu coração idiota
que ainda chorava a perda.
Se bem que, ainda sinto a Mel, então ela me pertence ainda. Ou não?!
Virei o restante da vodca, aquilo estava me deixando anestesiado novamente. Era bom não
pensar... era bom não sentir... mas eu ainda sentia no fundo. Era uma falsa promessa... era uma falsa
cura.
Peguei o celular quando apitou novamente, Mel estava preocupada, pois eu não havia respondido a
sua mensagem anterior. E essa dizia.

“Você ainda está comigo nessa? Preciso saber, meu amor. Eu te amo...”

Minha cabeça estava numa bagunça só. Eu não tinha noção do que fazer. Estava bêbado.
Encrencado. Sozinho. Arruinado. Destruído. Sem o amor da Mel. Sem coragem. E ainda com a dor
da traição... do Thiago. Aquele filho da puta estava acabando comigo... Por quê? Deus, por quê...?
Eu disse adeus a Mel... eu disse... e agora ela estará em outros braços... recebendo outros
carinhos... beijos... eu não quero sentir isso... ela é só minha...
Novamente a música voltou a tocar. Era “I won’t give up”. Triste, não? Perfeita... ela dizia
exatamente o que se passava com a gente. Se Mel queria uma boa resposta, ela teria. Aqui vai, meu
amor...
Enviei duas. Mas a música tocava ao fundo conforme eu ia escrevendo... deixei em destaque uma
frase da música que era a resposta para tudo que estava acontecendo.
“E quando precisar de seu espaço para navegar um pouco, eu estarei aqui pacientemente
esperando...”
Cara, Deus sabe que somos dignos desse amor. Então, por favor, Deus, faça com que essa dor
termine... nos permita ficar juntos. Eu não sou nada sem ela. Permita que essa dor saia do meu
coração. Se é o tempo que ela precisa, se é isso que ela quer. Eu estou liberando-a, mas, por favor,
trague-a de volta. Só pra mim...
Amém...
A voz ainda tocava repetidamente... por diversas vezes que ouvi, decorei cada refrão. Eu não
desistirei de nós... Mesmo que os céus ficarem difíceis, eu estou te dando todo meu amor... Eu não
quero ser alguém que vai embora tão facilmente, estou aqui para ficar e fazer a diferença que eu
posso fazer...
E vou Mel, prometo tudo e a todos. Seremos a diferença. Eu vou te amar ainda mais forte do que
ontem... do que hoje... do que sempre te amei...
Eu te amarei independente de qualquer coisa Mel... Acredito em nós...
Antes de fechar os olhos ouvindo a canção, recebi uma nova dela.
“Obrigada por me amar Juan, sinto muito também... por tudo que causei a você. Hoje eu ouvi uma canção que dizia muito sobre nós...
Ouve “Good woman – Cat Power”. Sinta-me nela. Beijos e amo você... para sempre.”

Deus, isso acabou ainda mais com a gente. Cacei a música, e sim, Mel... você sempre será uma
boa mulher para mim...


À tarde passei na porta do apê dela. Eu não a vi... Ela deveria estar deitada, triste como eu. Saí de
lá, antes que subisse e acabasse com essa palhaçada. Meu maior desejo ainda era de trombar com
Thiago, ah, como eu queria isso, com todas as minhas forças.
Só de lembrar o quanto éramos amigos. O quanto a gente se divertia. E hoje ele fazendo isso
comigo. É tão errado. Parece que tudo que passamos juntos foi uma verdadeira mentira...
Quando ele passava dia após dia me chamando de brother. Falando o quanto eu era importante pra
ele... Droga, o que fiz de errado para ele me odiar tanto?! Juro que não sei ao certo, mas desde
quando ele tem esse ódio no coração? Sempre?
Porra, desde novos a gente sempre dividia tudo. Até mesmo ele era parceiro com as garotas.
Thiago ainda achava graça quando eu não as queria mais e elas iriam correndo pra ele. Claro, a gente
tinha certeza de que era apenas para me pirraçar, mas com nenhuma delas tive algo sério. Eu nem
gostava delas! Era só pele. Então não tinha o porquê de me atingir, mas será que Thiago se sentia mal
por isso? Por ter que pegar algo que já tinha passado por mim?
Inferno, como nunca imaginei isso?
Essa dor dele também vem de casa. Nunca foi amado devidamente por seus pais. Os meus sempre
o trataram bem, mas talvez não fosse o suficiente... Caralho, mas nada explica essa loucura que está
cometendo. Isso é uma opção errada que resolveu seguir. Um caminho sem volta.
Enquanto pensava sobre a infância, estacionei o carro na porta da casa dos meus pais. Eu
precisava de um carinho para não me sentir sozinho. Ficar no meu apê não era uma opção inteligente.
O cheiro da Mel estava em todos os cômodos. Em toda parte.
Final de um domingo do caralho, eu passarei a noite aqui e ficarei algumas horas conversando com
minha mãe seria uma ótima opção. Ela iria me confortar de algo que sei que somente iria ficar bom
se Mel estivesse comigo. Caso contrário, nada me faria bem...
– Oi meu anjo, que cara é essa? – minha mãe me recebeu na porta, e assim que tirei os óculos
escuros, ela viu minha dor. – Juan, cadê a Mel?! – perguntou assim que agarrei seus ombros,
necessitando de um abraço bem forte.
– Ah, mãe... – foi o suficiente para ela saber.
– Ai, meu Deus, vocês romperam?... – sua voz já havia dor. Ela me abraçou mais forte e foi
arrastando-me pra dentro. Eu não consegui dizer que sim, então ela concluiu por si só. Sentamos
automáticos no sofá. Ela me puxou para perto, deixando meu pescoço em seu colo, ali me reconfortei.
– Diga meu amor, converse comigo... – ela ouviu apenas meu silêncio. Meu desejo doloroso de
apenas ficar quieto. – Se caso quiser conversar, estou aqui para ouvi-lo... – ela só passava as mãos
em meus cabelos. Sentindo minha respiração dolorosa. Eu inspirava e soltava lentamente...
Eu só queria a paz do silêncio. Só precisava que alguém ouvisse meus lamentos silenciosos. Eu só
precisava de alguns minutos ali. No colo de onde eu vim...


Depois de ter chorado em silêncio, levantei e encarei o olhar meigo e generoso de minha mãe. Ela
segurava a garganta, e engolia seu silêncio junto a mim. Balancei levemente a cabeça em negativo.
Aquilo tudo estava difícil de digerir, estava impossível de falar. O nó em minha garganta era como se
estivesse engolido meio quilo de pão seco e não bebesse nada para descer. Mas eu precisava botar
as ideias no lugar. Precisava desabafar com alguém que iria me ajudar. Iria entender meu medo.
Minha mãe estava ali pra tudo, pois ela sempre fora minha amiga. Sempre me ajudou em tudo. E
era por isso que estava ali. Por sua paciência e sua sabedoria. Ela me mostraria o caminho de luz,
para que não me sentisse sozinho nesse mundo injusto. Nesse mundo que estava me tirando da Mel.
– Eu tinha sentido algo errado da última vez em que vieram pra cá. Quer me contar o que
aconteceu? – disse encostando-se em meu rosto. Deitei a cabeça em sua palma e a encarei absorto.
Eu precisava ir até o início. Saber onde errei.
– Mãe, nós vamos conversar sobre minha infância. Sobre eu e o Thiago... – por alguns segundos
ela me pareceu surpresa, mas logo se ajeitou, alisando a saia e a camisa de seda no lugar. Pigarreou e
me fitou seriamente.
– Eu imaginei que ele estivesse envolvido – disse firmemente. Enrijeci.
– Como?! – levantei o rosto do encosto do sofá e a encarei. Aguardei por algo.
– Juan, o Thiago sempre desejou tudo que fosse seu. Nunca percebeu isso? – ela olhou as unhas
vermelhas cuidadosamente.
– Não – fui sincero. – Nunca imaginei isso, não dele.
– Imaginei que um dia, mais cedo ou mais tarde, ele iria se intrometer nessa sua relação. Mel é a
mulher perfeita a você. Vocês dois são iguais. É claro que o Thiago não aceitaria isso. Perder o posto
dele ao seu lado. Perder sua atenção. E o mais óbvio: tirar a Mel de você...
– Mãe, como eu não vi isso antes?
– Você sempre foi uma pessoa de bom coração... – seus olhos voltaram a mim. – Tem tantas coisas
que já vi no olhar do Thiago, mas eu rezava todos os dias para esse mal dentro dele se curar. Acho
que tomou conta ainda mais. Ele é sem limites...
– Ele é um filho da puta! – grunhi. – Mãe, ele quer minha garota... – choraminguei como um
adolescente.
Droga, cadê o homem dentro de mim?
– Perdoe-me pelo palavrão – ela sorriu calmamente.
– Você a ama demais, não é? – segurou minhas mãos com carinho.
– Amo demais, mãe. Mel é minha respiração. Ela é minha vida... entende isso?
– Claro que sim, meu anjo. Juan, eu preciso te contar algumas histórias, gostaria de ouvir? –
ofertou-me.
– É claro, dona Martha! Sou todos ouvidos – disse meio empolgado. Bom sinal.
– Só que vamos subir, vamos ao seu quarto, se importa?! – ela já foi levantando. Fiz o mesmo.
Estendi o braço a ela, minha mãe encaixou o seu no meu e seguimos a escada até chegar no meu
quarto.
Ela puxou os travesseiros, e ao fazer isso, o cheiro do perfume da Mel subiu na hora. Gemi com
uma feição de dor. E os puxei até o nariz. Dona Martha apertou-me em seu colo. Sentamos os dois no
meio da cama encostados à parede. Ela iria contar algumas histórias...
– Olha, meu anjo, quero que saiba que isso já não é segredo entre seu pai e eu. Há muito tempo
conversamos e botamos essa conversa em dia. Eu acho que tinha escondido por tantos anos, e isso só
me sufocou. Então fui inteligente, e nunca mais passei a esconder nada a ele. A honestidade é base de
um bom relacionamento. E só aprendi isso a partir do momento que decidi ser honesta e verdadeira
com ele. Eu amo seu pai mais do que mim mesma, e isso não é só porque ele é um homem inteligente,
educado, amoroso. Eu o amo muito porque ele me deu a coisa mais importante da minha vida. Ele me
deu tudo que amo... você! – fez uma pausa e seus lindos olhos azuis me fitavam cheio de amor.
Transportando seu amor de dentro para mim.
– Eu também sou louco por você!... – dei uma piscadela. Ela sorriu e bateu em minha mão.
Continuou com um sorriso leve.
– Já te contei como nos conhecemos? – seu olhar brilhou. Era divino.
– Mais ou menos, mas fique à vontade em falar! – ela tinha me dito quando eu era uma criancinha,
nem me lembrava mais. E se essa conversa fosse para eu esquecer um pouquinho que fosse da dor,
estava disposto a ouvi-la até o amanhecer.
– Eu sofri um acidente, na verdade foi uma crueldade que só descobri anos à frente. Estava
andando de bicicleta com minha melhor amiga, Clarice. A mãe do Thiago – fiz uma leve careta ao
ouvir o nome dele.
Eu sabia que elas foram melhores amigas, mas depois as coisas ficaram estranhas, mas nunca
soube o por quê. Sinto que saberei hoje.
– Estávamos no Ibirapuera andando de bicicleta, quando passou um rapaz lindo do nosso lado.
Nós duas ficamos encantadas com o tal rapaz de olhos azuis. Ele estava andando de bicicleta
também, e decidimos acompanhá-lo, mas sem que ele percebesse. De vez em quando, ele olhava pra
trás. E ríamos da situação. Como pode duas garotas ficar seguindo um rapaz lindo dos olhos de
oceano?! Mesmo assim não desistimos, e toda vez que ele olhava para trás, eu perdia o juízo, pois
era para mim que ele olhava e soltava de vez em quando uma piscadela. Meu coração faltava saltar
pela garganta. Eu ria retribuindo suas piscadas singelas. Clarice estava do meu lado, e passou a ficar
calada, quieta com tudo que via. E eu empolgada com a investida do sujeito encantador. Quando
demos a volta no parque todo, chegamos perto do rio, com a praça logo em frente. Era perto do
Natal, pois a fonte estava sendo preparada para as apresentações. Como ficamos um pouco distante
do rapaz, a nossa frente, ele parou esperando a gente chegar. Eu estava ficando tensa, nervosa só
imaginando o que falar a ele. Estava tão concentrada em chegar até ele que nem percebi nada a minha
frente, ao redor. Estava enfeitiçada por ele. Foi então que senti um tranco e um empurrão. A bicicleta
da Clarice veio em minha direção tão forte que, voei sobre a minha chocando contra a do rapaz dos
olhos lindos. Além de voar sobre ele, derrubando a ambos, arrebentei meu rosto contra a grade de
proteção que tem em volta do rio. Fiquei desacordada por alguns segundos e quando acordei, ele
estava abraçado comigo. Passando as mãos por meu rosto. E, acima dele, a Clarice de cara feia. Ela
teve coragem de ainda brigar comigo, chamando minha atenção na frente dele, dizendo que eu uma
louca descontrolada. Sendo que, na verdade, ela estava sendo ridícula em fazer um espetáculo. Nem
liguei, eu só me concentrei no rapaz que assim que se apresentou dizendo que seu nome era Rubens,
eu me apaixonei na hora. Quando fui abrir a boca para dizer meu nome, senti algo estranho
despedaçando dentro da boca. Passei a língua entre meus dentes e quase desmaiei novamente. Eu
havia batido o rosto e com o impacto perdi os dentes da frente! Crê nisso, meu anjo? – nós dois
rimos alto.
– Nossa, seria muito lindo em falar com um rapaz assim! Sem os dentes! – falei rindo. Ela bateu
em meus ombros.
– Pois é, falando fofo não dava! – rimos novamente. – Ele ainda insistiu perguntando, até que
Clarice sem paciência, disse meu nome a ele. E quando Rubens me ajudou a levantar, me deu um
beijo no rosto. Aquilo me fez suspirar e, ao fazer isso, os pedaços dos dentes saíram... Não poderia
ser pior!... – ela balançava a cabeça em lembrar. Fiquei de braços cruzados observando suas
lembranças. – Rubens disse que seu pai era um ótimo dentista e que iria me levar até lá, que ele
ajudaria a consertar isso. Fiquei ainda mais apaixonada por sua dedicação a uma estranha. Clarice
me ajudou com tudo e fomos embora. Ele me passou o endereço e tudo mais. O mais engraçado era
que morávamos bem perto um do outro. E eu aceitei a ajuda deles. Rubens ajudou o pai a consertar
meus dentes. Depois disso, nem precisa comentar que ficamos juntos, não é? – seu olhar ainda era
apaixonado.
– Mas o que descobriu no lance da bicicleta? – perguntei.
– Eu iria chegar nisso agora mesmo. Clarice ficou furiosa com essa história. Ela achou que tinha
direito da conquista já que foi ela quem mostrou Rubens no parque, mas eu não tive culpa, ele olhava
para mim, não para ela. E depois de anos, descobri que ela fez de propósito em me empurrar contra
ele. Ela queria que eu saísse de circulação para conquistá-lo...
– Nossa, ela já era vadia desde cedo! – grunhi.
– O motivo de eu estar te contando isso, é por que Thiago é igual a ela. Senão pior, meu filho.
Clarice só tinha um rostinho meigo e carinhoso. Ela era um cão em forma de gente. Maquiavélica,
sem alma. Meu anjo, tem algo que você nunca soube, mas antes de ter você, engravidei... – minha
feição foi de choque. Meus olhos se arregalaram. – Pois é, seu pai fez a mesma expressão na época.
Parece que estou revivendo tudo isso. Você é a cara dele, meu amor... – ela tocou o vinco em minha
testa.
– Sério, mãe, era para eu ter um irmão? Mas o que aconteceu?...
– Sim, engravidei na primeira relação que tive com seu pai. Ele estava na faculdade, eu já era
promoter, fazia festa e organizava eventos para um grande clube. Eu tinha dezoito e já tinha namorado
antes... e seu pai também, mas numa festa que fomos, nós dois bebemos demais e acabou rolando.
Estávamos juntos há cinco meses. Ele estava no último ano de faculdade, iria completar vinte e dois,
e não pensávamos em mais nada, além de nos amar. Foi no carro dele, bem, isso é estranho de contar,
mas foi na garagem da faculdade... – ela sorriu envergonhada. E caralho, eles eram danadinhos. –
Bem, fizemos o que tinha de ser feito. Então, um mês depois descobri que estava grávida. Minha
menstruação nunca se atrasava. Foi um dos motivos que descobri logo. Fiquei louca e arrasada.
Como eu poderia ter um filho? Rubens estava trabalhando no consultório do pai, tinha uma renda.
Eles eram bem de vida, eu também tinha um emprego e minha família também era bem de vida, mas
um filho? Não, isso não era certo. Decidi não contar pra ele. Continuamos a sair e tudo mais. Mas
minha loucura foi contar para Clarice... – seu olhar ficou embaçado, triste e sua voz foi afinando.
– Mãe... se não quiser, tudo bem! – apertei-a num abraço confortável.
– Estou te contando, meu amor, pra saber o tamanho da maldade que espera por vocês. Você e a
Mel tem de se proteger disso... desse mal que cerca o Thiago.
– Eu sei, mãe, agora estou vendo de onde vem tudo isso...
– Não cheguei nas partes piores... – droga, se prepara, cara! – Lembra a última vez que Clarice
se separou do seu tio? Que eu fiquei ruim e fui parar no hospital?
– Lembro, você me disse que era só pressão alta.
– Bem, não foi. Naquele dia a Clarice veio em casa, ela me revelou tudo isso que estou te
contando. Eu não pude acreditar na frieza dela, em tudo que passamos e tudo que ela fez foi por
inveja. Por que ela decidiu ficar com o irmão errado. Que Rubens era dela, e ficou pra mim. Foi por
isso que ela tirou tudo de mim. E que um dia Thiago iria tirar tudo de você... – estava chocado com a
revelação. – Juan, ela me fez perder o bebê. Colocou “algo” em meu chá, fazendo-me perder o meu
primeiro bebê. Quando resolvi contar para seu pai, era tarde demais. Ficamos tristes com a perda e
tudo, mas eu jamais saberia que tinha sido ela. Se ela não tivesse me contado, talvez eu jamais
imaginasse. Éramos muito amigas, até que apresentei Ronaldo a ela. Clarice nunca o amou, mas ele
era louco por ela. Fez de tudo por ela. Mas o amor e o ódio estavam presentes na relação. Ele sabia
da queda dela por Rubens, e por conta disso, os dois viviam se batendo, brigando. Foi uma relação
muito difícil. Até se separarem definitivamente. E foi quando que ela me contou tudo. Por que ela iria
embora e não tinha motivos de levar desgraça com ela. E ainda me contou que o mal que ela tinha
dentro dela, nasceu com Thiago. Foi gerado dentro dela e passou tudo pra ele. Ela o odiava, pois não
era o que ela queria. Thiago sofreu demais com essa rejeição. Até mesmo por ele não herdar os olhos
azuis do pai como os seus. Ela praguejava contra o coitadinho. Ele cresceu sendo assim, açoitado
pelos dois. Juan, se eu soubesse disso antes, teria feito algo, filho, eu teria salvado Thiago dessa
maldição toda. Mas era tarde... Eu via a maldade nos olhos dele quando vocês brincavam juntos e
sempre você saia ferido nas brincadeiras. Thiago sempre pegava suas garotas. Ele sempre quis tudo
que você tinha. Tudo... Mas eu era esperta, eu te protegia sem saber o certo. Eu apenas agia como
mãe. Como sua protetora. Só que tem algo muito pior do passado. Quando Thiago tinha cinco anos,
Clarice engravidou novamente, mas não quis comunicar a ninguém, pois era orgulhosa demais. Não
queria migalhas de ninguém, mas ela perdeu o filho, quando viu o Thiago... oh, Deus... meu anjo... –
ela choramingou.
– O que há, mãe? – falei preocupado.
– Thiago matou um amiguinho porque sentia ódio no coração, aos cinco anos ele já era ruim...
cruel...
Oh, meu Deus...
– Mãe, quem lhe disse isso? – perguntei com o peito afundando em dor.
Droga, se ele matou aos cinco, imagina o que ele não faria aos vinte e três? Meu peito ficou em
pânico de saber que a Mel estaria perto dele... perto demais...
– Clarice me disse no dia do reencontro. Ela me revelou tudo isso de uma vez só. Foi por isso que
passei mal, e se não fosse seu pai chegar, eu teria tido um infarto... ela iria me ver morrer lentamente.
E ela sorria ao me ver passando mal... ainda conseguiu ir embora pelos fundos assim que ouviu seu
pai chegando.
– Vadia! Que família do caralho! – falei revoltado. Minha mãe estava em prantos. – Desculpa.
– Filho, o que quer que Thiago esteja fazendo, tome cuidado. Meu anjo, ele é cruel! O que ele
impor tente fazer algo correto, pois ele é louco como a mãe dele. Ela me fez tanto mal e saiu impune,
mas não deixe que ele faça nada com vocês. Se assegure que tudo fique bem. Pois o mal vai agir, meu
anjo. Quando vi vocês aquele dia, eu tive um mau pressentimento, e agora estou entendendo. Juan,
não deixe a Mel sozinha nessa. O Thiago tem de pagar por tudo que ele fez. Comunique aquele nosso
amigo da polícia, fale com ele, deixe-o avisado sobre qualquer circunstância. Está me entendendo,
meu amor?
Caralho, isso foi informação demais. Só me deixou ainda mais tenso.
– Ok, mãe, amanhã vou atrás dele. Fique calma, tudo ficará bem...
Ela me puxou para seu colo, dando conforto para meu coração que agora estava agitado. Mel
estava ainda em casa, senão ela tinha me avisado sobre algo.
– Agora fique calmo, conte-me mais sobre seu amor e sua dor... – eu não queria falar, mas
precisava. Estava engasgado.
– Mãe, eu nunca achei que um dia eu pudesse amar uma mulher... não de uma forma forte, sei lá.
Eu achava que amor nenhum seria suficiente. A única mulher que amo é você, então não achava que
nenhuma mulher merecia ser dividida com seu amor. – ela sorriu levemente. Meu coração ardeu de
felicidade. – O paizão sempre me dizia que um dia eu ficaria de quatro por uma, e que iria amar tão
profundamente que não mediria consequências por nada. Eu só enxergaria a minha mulher. E um dia
eu perguntei a ele como tinha tanta certeza. Ele respondeu: por que eu amo sua mãe com a mesma
intensidade. E você achará sua parte assim como achei a minha... – ela engasgou e seu sorriso foi
como um diamante. – Quando Thiago falou sobre a Mel, mãe, foi muito louco, parecia que eu já
amava essa mulher. Que era seria perfeita pra mim. Ele me passou os pontos certos, me disse sobre
ela como se mostrasse minha parte mais escondida... eu me apaixonei por ela sem a conhecer! Se
isso é possível? Sim, mãe, pois foi real. Quando eu a vi, meu amor aflorou. Eu tinha certeza de que
ela seria minha e de mais ninguém. É uma obsessão tão louca que não aguento, não suporto ficar
longe dela... – dei uma pausa, pois já estava sem ela. Droga. – Mãe, eu não vou permitir que nada
aconteça com a Mel. Ela é minha fortaleza. Eu não sou nada sem ela. Eu... eu necessito dela...
Entende, mãe, essa necessidade, isso é louco?
– Não, meu anjo, isso é amor em sua forma mais pura. Você são um elo só... Ela te ama, mas sinto
que o brilho dos olhos dela sempre falta algo. E se um dia ela tiver com outra pessoa, não será um
entrega total, pois ela é sua. Quando ela está perto de você todo mundo sente essa ligação. São como
imãs. Mas, quando você não está por perto, eu sinto que seus olhos fogem... Mudam de direção.
Então não fique longe por muito tempo... Vocês merecem estar juntos. Não a deixe sozinha, nunca!
– Mas ela está, e não está comigo... Ela estará nos braços de outro... – voltei a soluçar, e as
lágrimas surgiram incontroláveis.
– Lembra quando me disse que ela pediu a você: me ame por nós dois? – fiz que sim, limpando
meu rosto choroso. – Então, é disso que tem de se agarrar. Ame, respeite e a receba de volta quando
ela voltar. Dê a ela um bom banho, seque-a, limpe seu corpo e a marque novamente. Ela será sua
novamente, meu anjo. Não tenha medo do escuro de sua dor. Não tenha medo de chorar. Chore até se
cansar, arranque essa dor e não pense em vingança. Seu coração é puro demais para sentir a
escuridão. Se ela estiver com outro, não estará por ele, não pensará nele da forma em que pensa ou
quando está com você. Juan, melhor do que ninguém você a sente. Ela te ama incondicionalmente.
Mas, nesse momento lhe dê o livre-arbítrio da escolha. Se ela voltar, é porque escolheu viver com
você. Se ela não voltar, você vai sobreviver, meu anjo. Mas minha convicção diz que isso tudo será
esquecido, vai passar e vocês serão felizes juntos.
– É o que eu mais quero... Obrigado por seus conselhos. Vou segui-los. É uma dor terrível pensar
em tudo isso...
– Eu sei... Um dia isso será esquecido. Tenha fé. Não desista de vocês...
– Não vou, mãe. Não mesmo! Eu amo demais essa mulher para largá-la. Ela é minha vida!
– E você é a dela. Acredite.
– Mãe, a Mel sofreu demais a vida toda, ela não acreditava no amor, eu a salvei desse mundo.
Seus pais eram cruéis com ela, mas Mel é cheia de vida, amor e esperança. E se ela tem isso hoje é
porque mostrei a ela o caminho. Inacreditável, não? – as lágrimas vinham sem eu pedir, e o carinho
em minha cabeça era constante.
– Por quê? Você é a pessoa mais incrível que eu conheço. Bom coração, um amor de pessoa,
lindo, e esses olhos encantadores como oceanos tranquilos... Você nos dá paz, nos dá propósito
quando achamos que não teremos um.
– Você é uma mãe maravilhosa. Obrigado por tudo – levantei e abracei-a cheio de amor. Ela me
mostrou toda verdade.
– Você é um filho maravilhoso. Obrigada por ser quem é. E por levar a melhor parte de mim e seu
pai. Amo você!
Permanecemos deitados até eu adormecer. Dona Martha me cobriu e saiu de fininho, eu não vi
nada disso, mas sonhei até o dia clarear em minha janela.


Segunda-feira... Mel estaria com outro...
Levantei, tomei um banho quente e relaxante. Demorado. Saí do chuveiro enrugado. Olhei todo
aquele quarto intacto. Com tudo que tinha quando era adolescente. Todas as manias, tudo certinho no
lugar. Nada fora. Olhei todos os cantos e o chão. As prateleiras lotadas das minhas coleções de
revistinha em quadrinhos. Dos bonequinhos e carrinhos de todas as viagens que trazia para
recordações. Dos meus troféus das competições de skate. Das fotos em mural de todos os lugares
visitado. E droga, as fotos com aquele que era meu brother... Arranquei de lá e as picotei cheio de
ódio.
Droga, Juan, sem esse sentimento, cara! Você não é igual a ele.
Joguei no lixo e vi os lugares vazios que ficaram. É assim que ficou o espaço dele em minha vida.
Um vazio. Thiago já não é nada pra mim. E eu vou trazer Mel de volta. Custe o que custar.
Amarrei o saco de lixo com as fotos picotadas dentro e desci as escadas. Entreguei o lixo para
moça que limpava a casa. Ela era nova por ali, nunca a tinha visto. Assim que falei com ela, seus
olhos se arregalaram pra mim. Até sorri por sua falta de jeito perto de mim. Eu estava sem camiseta,
deve ser um dos motivos que ficou sem graça. Saí antes que ela tivesse um treco.
Dona Martha estava tomando café e lendo uma revista. Meu pai já tinha saído. Ouvi sua voz, mas
acabei nem levantando para dar algum tipo de explicação. O óbvio já era demais. Minha mãe deve
ter comentado que eu estava aqui e tal, ele já deveria saber de tudo por cima.
– Bom dia, meu anjo. Venha tomar café.
– Bom dia dona Martha! – disse um pouco mais animado. Rasgar aquelas fotos me deu um alívio
revigorado. – Empregada nova? – perguntei apontando o dedo pra trás e roubei um croassant
amanteigado. O que eu mais adoro. Coloquei também um pedaço de bolo que parecia de laranja pelo
cheiro. Minha mãe me serviu o café preto.
– Sim, Lúcia está doente, essa é sobrinha dela – flagrei minha mãe sorrindo pra mim. Droga, era
aquele sorriso advertido.
– O que foi? – perguntei mordendo o pão. – Isso aqui está delicioso! – fingi que não sabia o
motivo de sua risada.
– Já está deixando a mocinha sem jeito antes de se apresentar, não é? – disse zombeteira. Ela sabe
de tudo.
– Não fiz nada! Eu juro – dei uma de inocente. Poxa vida, eu não fiz mesmo.
– Aham, andar sem camiseta pela casa já é um bom motivo! – puxou minha orelha. – É por isso
que antes nunca contratamos moças jovens! Elas não resistiriam, e iria só querer arrumar seu quarto!
– gargalhou, me fazendo rir pela primeira vez depois da choradeira.
– Eu não sabia que ela estava aqui. Desculpa, vou colocar uma roupa decente – comentei rindo e
comendo o bolo.
– Seu bobo, você pode estar todo coberto, e ainda sim, causa ufuror nas mulheres! – levantou
minha moral. Eu nunca liguei pra isso, mas é a realidade. Tudo por conta de um par de olhos azuis.
Por um tempo achei que minhas tatuagens iriam fazer esse papel. Chamar atenção mais do que
meus olhos, mas caramba foi só um complemento a mais. Piorei ainda mais as atenções para mim.
– Você falou com o paizão? – dei um gole no café. E a tal mocinha pintou na sala de jantar.
Disfarçou a presença, mas seu pescoço toda hora se virava pra mim, até que encontrei seu olhar. Ela
enrubesceu e voltou para a cozinha. Minha mãe notou, mas não comentou mais nada. Ainda bem. Não
estava a fim de falar sobre mulheres.
– Sim, ele entendeu perfeitamente. Disse que cuida de lá por alguns dias. Até chamou um amigo
para cobrir suas horas. Fique aqui em casa, se quiser... – ofereceu de bom agrado. Eu aceitei, não
aguentaria ficar por lá e sentir o cheiro dela...
Apesar de que fiquei com o travesseiro o tempo todo no nariz, a nossa última noite amorosa foi
aqui, no meu antigo quarto. E agora atual.
Depois do café da manhã, resolvi dar uma volta. Mas não foi algo bom, pois assim que me toquei
estava de frente ao prédio da Mel. Droga, eu vim sem perceber!
Fiquei no barzinho em frente, pedi uma cerveja e fiquei ali. Era mais de meio-dia, então fiquei
aguardando. Eu não tinha um horário do quando aquilo iria acontecer. Eu não sei se ela iria sair, ou
se ele viria até ela.
Sei que parece loucura, mas só de estar ali, eu conseguia senti-la...
As horas se arrastaram...
E eu ainda estava ali...
Uma, duas, três, na sexta garrafa de cerveja, eu já estava legal. Tão lesado que vi o carro dela
sair... droga! Joguei uma nota de cinquenta em cima do balcão e saí correndo para meu carro. Entrei a
toda velocidade e saí discreto para ela não perceber.
Merda, ela parecia trocada e toda arrumada. Tive essa leve impressão. E estava com óculos
escuros. Como se quisesse se esconder.
Mel, eu te conheço demais, meu amor...
Fiquei uns três carros atrás do dela. Ela seguia pelas ruas tranquilas. Eu saberia se ela estivesse
indo para casa dele, mas o caminho não era esse. Um frio correu sobre minha nuca. Minhas mãos
soavam contra o volante.
A cada novo farol, ela ficava quieta. Olhava o celular e cantava sozinha tamborilando os dedos
nervosos no volante. E eu como um idiota estava seguindo-a!
Deus, eu parecia um louco maníaco!
Por algumas ruas, eu tinha de aguardar mais longe. Ela passava por ruas não muito movimentadas e
meu carro ela conhecia bem, então tive de manter a distância. E foi então que tudo que pensava foi ao
chão... caiu por terra... senti tudo dentro de mim, ruir...
Ela entrou com o carro em um hotel luxuoso...
Deus, ela estava indo se encontrar com ele... ali...?
Por um único momento eu queria que tudo isso fosse um sonho terrível. Um pesadelo sem nexo.
Uma verdade inventada e projetada por minha mente insana, mas não era. Infelizmente não era.
Parei o carro do outro lado do hotel. Ao estacionar, eu me vi congelado, com o chão um pouco
incerto sobre meus pés. Estava flutuando e inalando aquela mentira errada. Ela estava indo para o
buraco... eu estava afundando numa lama nojenta...
Tristeza passa. Decepção continua...
E eu já não a tinha mais. Ela estaria daqui alguns segundos nos braços de outro homem. Ela faria
exatamente o que faz comigo... só que, em outra pessoa.
Eu me vi em ruínas.
Minha construção desabou sobre todo meu ser. Dentro de mim era apenas o pó da estrutura fraca.
Meus fios estavam querendo ser desligados. Estava morrendo...
Meu ar faltou dentro dos pulmões...
Meu coração já não bombeava amor...
Meu orgulho ilícito já era nojento e podre.
Eu não ligaria mais para nada, pois, eu a vi indo para os braços de outro alguém...
23- Lúgubre realidade
“Eu quero ser esquecido... para sempre.”
(Thiago)

Realmente consegui completar o plano. E estava pronto para os outros. Eu precisava


completar esse círculo vicioso. Eu precisava descansar...

“Pelo visto a noite foi longa...”

Enviei assim que percebi que o sinal do apartamento da Mel tinha voltado. A safada ficou a
noite toda fora! Ahá... ela ficou dando pro Richard por 24 horas!
Pouca merda? Nem pensar...
Esse filho da puta ficou com todo o gosto da Mel espelhado pelo corpo. Ficou satisfeito até
dizer basta!
Meu, agora fiquei ainda mais emputecido! Que filho da puta sortudo.
Foco, Thiago, foco!
Estava literalmente jogado na vida. Passei a noite em claro, pensando em tudo que havia
ocorrido em minha vida. A merda de vida que tive durante vinte e tantos anos. Estava aqui
refletindo se um dia eu faria falta...
Olhei para o teto branco que estava descascando acima de mim. Meu apê estava destruído por
falta de cuidado. Há dias eu não o limpava e ninguém se movia a me ajudar. Estava um lixo. Uma
sujeira geral. Roupas espalhadas e empilhadas por todos os lados. Sapatos jogados pela pequena
sala e no quarto. No sofá os restos de comidas e embalagens que trazia da padaria. Ah, meu
serviço de bosta... Gerente... Grande merda. Grande conquista nessa vida de merda.
Permaneci deitado no tapete da sala, onde tirei tudo o que tinha por ali, e fiquei estirado, nu,
pensando sobre minha vida. A única coisa que estava em mim era a arma em punho. Olhei para o
38 em mãos e sorri. Aquela pequena coisinha de metal tirava a vida num segundo. Pá. Um
segundo. Sangue. Miolos. Sem dor. Pá. Era apenas um puxão no gatilho. Pá. E minha vida poderia
estar na vala. Eu já não tinha mais nada. Eu só precisava completar o ciclo. Só. E depois era só
aliviar.
Pá...
Levantei a arma e olhei dentro do cano, mirando-a bem no centro da testa. Sorri ao ver minhas
mãos manuseando aquela coisa mortal.
Eu não era nada...
Aquilo valia mais do que minha vida. Aquele pedaço de metal podia me tirar de circulação num
instante. Pá. Mas, na boa, sabe o que eu realmente queria? Eu queria fazer “pá” na vida dos
outros também. Queria ouvir “pá” na cabeça da Mel... Queria ouvir “pá” nos olhos do Juan...
Queria ouvir “pá” no pau do Richard que comeu minha Mel...
Aquela cujo nome era a cor dos meus olhos...
Mirei a arma pra cima e pá... acertei a lâmpada. Alguns estilhaços voaram ao meu redor,
caíram em cima de mim. Pó.
Ah, sim, eu tinha para mais tarde. Eu precisava me anestesiar...
Um tempo atrás eu tinha uma vida normal. Aliás, na verdade nunca tive e nunca fui normal,
mas, tudo bem, eu me considerava normal, até ela vim... Mel pintou em minha vida para meu
inferno completo. Ela só veio para me perturbar mais. Para despertar meu mau. Para acordar o
monstro que havia adormecido sem mais nem menos. Ela veio para cortar o mau pela raiz. Ela
veio me matar.
E, bem, se eu não fizesse isso antes, ela acabaria comigo num piscar de olhos.
Deixei a arma de lado. Uma coceira tomou conta de todo meu corpo. Parecia alergia de algo.
Coçava da cabeça até os pés. Uma coceira ardida, horripilante. Sentei-me no tapete e comecei a
me coçar. Era como se vermes andassem sobre minha pele. Eu podia senti-los deslizar
vagarosamente sobre a pele e deixar seu ardor. Cocei até quase arrancar a pele sobre meus ossos.
Comecei a ficar agoniado, pois a aflição só aumentava com a pressão de minhas unhas
cravando na carne já vermelha. A cabeça era como se tivesse enormes piolhos correram sobre ela.
Esfreguei as mãos sobre ela emaranhando o cabelo.
Passei para o pescoço, pois as sungue-sugas estavam me devorando devagar... Arranquei cada
uma delas e as joguei longe. Droga, de onde vinham essas pragas?! Estava delirando, só pode.
Acorda, seu merda!
Acertei um tapa no meio da minha cara com toda força que consegui. E isso não me fez acordar.
Droga, era de verdade!
Vi meu corpo sendo coberto por um mofo. Era como um manto de lodo em toda minha pele. E
aquilo coçava. Eu queria arrancar minha pele, jogá-la longe... Só para não ter essa sensação... Eu
afundava aos poucos... no lodo... na lama em que era tudo aquilo...
Tentei gritar alto, mas ninguém me ouviria, pois meu corpo estava sendo tomado por aquilo...
Arranquei tudo, enquanto subia, eu tirava os pedaços de cada parte que tomava conta do meu
corpo. Eu não iria deixar ser dominando por plantas nojentas. Eu não iria ser enterrado sobre
aquilo. Não iria me entregar, apesar de já estar acabado.
A coceira me dominou... as ervas me apertaram contra o chão, montando sobre mim. Trepando
sobre todo meu corpo. Imobilizando-me... acabando com minha respiração. Eu era um poço de
lama... lodo... nada!...
Continue respirando, cara...
Três, dois, um... acorde.
Eu não acordei, estava ali deitado sobre o chão meloso, grudento e fodido.
Eu precisava tomar conta de tudo aquilo... Deixei a mente ir longe...
Ela atravessou meu cérebro e voltou para uma infância nada fácil de viver, mas que até o
momento foi boa. Eu não tinha atenção dos meus pais. Mas tinha a atenção dele.
Juan.
Oh, por todos os céus... ele era a bondade em pessoa. O Jesus da nossa terra maldita!...
A porra da mente viajou para um dia lindo em que estávamos perto da casa dele. Na verdade, da
vovó...
Era um dia de verão, quente e muito árido. As árvores não faziam sombras de forma alguma.
Depois do sorvete de chocolate que ele havia pegado pra gente, fomos andar de carrinho de
rolemã com a turma da rua de trás da casa. Nunca tínhamos brincado disso, mas Juan me garantiu
que era muito legal. Um dos amigos dele tinha mostrado o brinquedo, então fui junto dele para
descer a ladeira. Éramos tão bons nas curvas... Aquele desgraçado infelizmente era bom em tudo
que fazia. Ele me ensinou com tanto cuidado, dando dicas para não se machucar. Encaixar os pés
no lugar certo e segurar firme quando fosse virar. A sensação que eu tinha com o vento correndo
sobre o rosto era de liberdade total. E era Juan que me dava isso.
Tudo, aliás, tudo que eu aprendi foi com ele. E por que não aprendi o maior dos aprendizados...
amar o próximo?
Juan sempre me amou com seu irmão que ele não tinha. Dividia seus brinquedos, suas roupas, o
amor de seus pais. Tudo que ele tinha poderia ser dividido sem medo. Juan era bondoso de
verdade. Só que isso me irritava ao extremo, e fui entendendo com o tempo, porque sempre fui
privado de tudo, e quando passei a ter tudo, isso ficou fácil demais.
Porque, fala sério, o proibido é mais gostoso de conquistar. Então, tudo no Juan me irritava.
Desde as coisas grandes até os mínimos detalhes.
O dia que notei isso, sobre as garotas, foi quando ele largou Amanda pra ficar com Carol, então
vi nos olhos dele o quanto era gentil. Ainda por cima quando Amanda veio pra cima de mim toda
dengosa, Juan sussurrou em meu ouvido: ela gosta de ser chupada e prefere de quatro. Com sua
piscadela safada, vi no fundo daqueles olhos: vai fundo garoto! Boa sorte. Ele só queria me ajudar,
mas porra, aquilo foi o fim ou, aliás, o início de minha briga interior. Eu queria acabar com ele.
Eu queria foder com ele de vez. Fazer Juan sofrer. Isso seria muito, muito prazeroso.
E o dia em que resolvi fumar, porra, aquele merda me encheu tanto o saco que por pouco não
saímos na porrada. Juan ficou me perturbando, querendo arrancar o cigarro da minha boca com
um soco. Naquele dia, vi uma leve brisa de raiva em seu olhar oceânico. Adorei sentir, foi então
que tentei deixá-lo mais irritado. Com o cigarro entre os lábios, ficamos como dois idiotas
rodeando o carro. Ele correndo atrás de mim dizendo em alto bom som: seu otário, tira isso da
porra dessa boca. Eu dizia correndo longe dele: hum, que cigarro gostoso! Todo mundo ficou rindo
da gente, mas fiquei rindo porque pela primeira vez, vi ódio em seus olhos que sempre houve paz.
O mal às vezes consegue penetrar o bem. Profundamente.

De repente tudo ficou calmo... as lembranças dele foram me acalmando. Então fechei mais os
olhos e fui mais adiante. Eu já estava anestesiado o bastante, mas precisaria de mais uma dose de
loucura. Então, antes de sair para realizar a finalização do plano, injetaria mais...

Teve um dia que foi o marco de nossa adolescência para a fase adulta. Juan tinha um colega de
faculdade, Christian, seu pai era da Polícia Federal, e um dia qualquer num final de semana, o
velho resolveu vir com a viatura. Foi a deixa. Chris esperou o velho dormir e pegou as chaves.
Mandou mensagem para Juan e fui convidado a participar da festinha. Quando chegamos à casa
do cara, a viatura estava ligada com ele sobre o banco do motorista. Com um sorriso de gato de
Alice, ele disse: E aí, maricas, vamos dar um rolê?!
Aquilo foi a nossa chance de mostrar a nossa masculinidade. Juan ficou tão excitado com a
possibilidade de um garoto aprontando que, seus olhos pareciam duas safiras brilhantes. O
empurrei para dentro antes que desistisse.
Chris ligou a sirene e saímos pelas ruas do bairro feito loucos, como se estivéssemos correndo
atrás de ladrões. A nossa brincadeira de polícia e bandido estava sendo muito real. Saiu dos
carrinhos de plásticos e estava em lata, luzes vermelha e azul e muito barulho na rua. Estávamos
apavorando por onde passávamos. E a cada rua em que entrávamos com o carro, trocava de
motorista. Nós três nos divertimos muito, até que o celular de Chris tocou. O pai havia acordado e
estávamos fodidos. Mas, pra falar a verdade, aquela noite foi tão libertadora que nem ligávamos
para o que iria acontecer.
Naquela noite, vi a sombra do olhar de Juan ao pilotar a viatura e se sentir o herói enquanto
corria pelas ruas. Quando toquei no volante, me senti o pior dos vilões enquanto carregava dois
mocinhos inocentes para o inferno. Roubando suas almas... roubando suas almas... naquele dia,
roubei a almas deles...

O celular tocou ao meu lado, e foi quando me dei conta que já havia passado a brisa, toda
aquela sensação terrível de aprisionamento. E aquela coceira toda não existia. Meu corpo estava
a salvo.
– Alô? – fiquei duro esticado sobre o tapete.
– E aí, tudo certo. O hotel estará livre essa tarde. Às cinco e meia. O máximo que consigo
segurar é até as seis e meia. Depois disso ficará mais complicado, pois é domingo e o turno da
noite não é fácil de lidar, ok?
– Até que você serviu para alguma coisa, Caio. Levarei sua grana!
Desliguei antes do infeliz me perturbar. Levantei e fui vestir algo. Na verdade, iria tomar um
banho para me livrar da sensação de lodo por todo o corpo. Quando olhei para baixo em minha
barriga senti um líquido escorrendo. Não era possível, eu estava gozado! Com o quê? Nem pensei
muito e entrei embaixo do chuveiro.
Assim que coloquei a camiseta, Vanessa estava na linha do telefone.
– O que foi, vadia? – atendi enquanto penteava os cabelos molhados.
– Seu merda, eu tentei te ligar mais cedo, onde estava? – falou toda raivosa.
– Estava na casa do caralho! É da sua conta? Dei-me algo positivo! – grunhi. E ouvi um pesado
suspiro do outro lado. Ela já se irritava.
– Richard e Mariana acabaram de sair da casa dela, devem estar indo para o hospital para
alguma consulta. Estou seguindo-os. Você virá?
– Sim – suspirei longa e pesadamente. – Vanessa, assim que tiver as informações corretas volte
a me ligar e passe tudo certo. Só vou resolver algo com uma vadia e já vou direto para onde me
indicar. O local está limpo. Será às cinco e meia da tarde – desliguei antes de ela poder respirar.
Peguei as chaves e fui até a casa daquela que passou alguns meses me enganando. Isso não
sairia tão limpo assim. Eu colocaria os pontos nos is.
Antes de fazer qualquer coisa louca, parei na mesa encostada a porta, olhei para aquelas duas
fileiras certinhas que tinha feito com o cartão de crédito. Tão branquinhas... tão certeiras...
Abaixei o rosto até elas, tapei uma narina e com a outra, inspirei. Cheirei até o fim. Terminando as
duas fileiras em menos de um minuto.
Acabou. Estava indo para o descanso eterno!...
Assim que estacionei o carro sobre a calçada cheia de ladrilhos coloridos. Desci do carro e
apertei a campainha. Para minha não surpresa foi ela que atendeu a porta.
– Entra no carro! – grunhi sem muita paciência.
– Thiago, deixe de ser louco e me esqueça! – aquela voz cheia de medo e surpresa me irritou.
Puxei seus braços pra fora da casa e a encarei. Os olhos arregalados azuis me fitavam. Ela sabia
de algo. Seu olhar dizia isso. Engoli seu medo.
– Carlinha, entra na porra do carro! Ele está lá dentro?! – gritei, ela choramingou. Larguei-a e
entrei sem ser convidado. A mãe dela me interrompeu na sala.
– Ei, saia da minha casa! Você não é bem-vindo! – a velha colocou as mãos na cintura e me
encarava. Sorri ao olhar pra ela. Senti-me o próprio demônio.
– Cala. A. porra. Dessa. Sua. Boca. Nojenta! – ela ficou encolhida. O merdinha saiu da cozinha
assustado. Apontei a arma para a cabeça dele. – Entre no carro e fique quieto. Estou meio sem
paciência. – Flávio me obedeceu e ficou caladinho ao lado da Carla. Estava apenas começando.
Recebi a mensagem da Vanessa do endereço do hospital em que estavam. Deixei Carla e Flávio
no hotel antes de partir. Os amarrei e voltei para resolver os outros problemas.
Ao chegar no hospital, Vanessa já estava com a Mariana presa no banco de trás. Amarrada e
com a boca tapada.
– Bom trabalho, vadia! – acertei um tapa em sua bunda e ela partiu com o carro indo para o
hotel. Agora era minha vez.
Entrei nos corredores brancos e largos do hospital particular em que Mariana fazia tratamento
da visão. O cheiro de álcool e limpeza deixava a mente vazia. Como o lugar, mas ao fundo,
Richard estava sentado esperando a dondoca. E nem imaginava que ela já estava tão longe. Sentei
ao lado dele e o fitei. Richard levantou os olhos da revista. Fitou-me com profundidade. O olhar
dizia: eu te conheço, não?
– Sim, conhece. Sou primo do Juan, e você irá me seguir agora mesmo! – sorri em sua direção.
A testa dele fez um vinco. – Não ouse em me desobedecer... – apontei a arma em minha cintura. –
Mari está comigo, então é melhor me seguir... – ele hesitou e quase se levantou.
– Você é louco? – disse baixo me encarando. Nossa, que medinho desse viado!
– Vai cantar de macho pra cima de mim?! Mas vou te dar cinco segundos pra levantar, seu
otário. Vou refrescar sua mente. Isso tem a ver com sua saidinha com a Mel, isso te lembra algo? –
seus olhos se arregalaram tanto que achei que sairia da órbita. Gargalhei mentalmente. Eu sou
realmente foda com o psicológico.
– O que você sabe? – ele se levantou num salto.
– Shh, agora quietinho. Pro carro, boy! – apontei a direção da porta. Ele me seguiu bonitinho.
Caralho, isso estava mais fácil do que eu poderia planejar.
Assim que chegamos ao estacionamento e ele entrou no carro, coloquei um enforca gato sobre
suas mãos, e tapei seus olhos, o deixando deitado no banco de trás. Vanessa voltou a ligar.
– Fala!
– Tudo pronto, agora só falta a putinha ruiva e o corno.
– Que maldade nesse coração... – nós dois rimos. – Pode deixar, estou ligando agora mesmo.
Vou deixar o babaca no lugar e já vou partir para o corno – desliguei o celular e olhei para o
banco de trás. – Ei, agora a festa estará completa! – soltei uma gargalhada e disquei um número
especial no celular.
O da putinha ruiva.
Ela era a minha convidada de honra. E precisava ser informada de tudo. E foi melhor do que
achei em que receberia a notícia.
É tão delicioso vê-la me obedecer. Tão grata...
– Está vendo, essa putinha é fácil demais de lidar. Diz aí, garanhão, ela te fez gozar
loucamente? – só ficou o silêncio dentro do carro. E as buzinas com o barulho no lado de fora. –
Diz aí, ela é tão foda assim na cama? Nossa, eu sou louco pra fodê-la... acho que farei isso hoje,
na frente de todo mundo... acho que meu primo irá adorar, né não? – ele grunhiu. Ah, tadinho...
Estava ficando irritado.
Vá tudo se foder.
Ah, e por falar em meu primo. Vamos buscá-lo?

*******************************************************

“Juan, por favor, rezo a Deus que veja essa mensagem. Thiago me pediu para ir até o hotel onde eu trabalho às 17h30. Meu amor, por
favor, não me abandone. Eu sei que já te pedi demais. Já sofremos demais. Contudo, sinto que isso está indo para o lado errado. Tenho
um mau pressentimento. Encontre-me lá, e quando eu falar sobre o que sabemos um do outro é um sinal de vitória. Confie em mim.
Assim que der, me avise... Amo você.”

Caralho, eu sabia que mais cedo ou mais tarde isso iria feder. Parei no farol e enviei rapidamente
uma mensagem para o João, um amigo da família e policial. Passei todo o endereço do local que
deveria estar para me ajudar nessa. E acrescentei que aquilo iria ficar feio. Agora é só rezar para que
ele veja a mensagem.
Estava indo pra casa, ajeitaria as coisas e mais tarde tentaria ligar pra Mel, mas acho que as
coisas ficaram rápidas demais.
Estacionei o carro em frente ao meu prédio, precisava só verificar algumas coisas e iria correndo
salvar minha Mel. Uma música começou a tocar no rádio, e chamou total minha atenção. Lembranças
do que fiz a Mel. Molly’s Chambers... ela na cama lendo pra mim enquanto eu a chupava... O telefone
tocou me tirando do surto erótico. João.
– Juan?! – disse a rouca voz atrás do bocal.
– Sim, diz aí, João! – tentei deixar a voz calma, mas não consegui.
– Cara, o que está acontecendo? – perguntou preocupado.
– João, lembra daquele caso que te falei sobre meu primo, cara, ele mandou a Mel ir até o prédio
que te passei o endereço, eu não sei o que ele pode fazer com ela! Tem como ir até lá? – falei em
desespero.
– Claro, entendido. Vou reunir um pessoal e já estaremos por lá.
– Obrigado.
Assim que iria seguir com mais dicas, ouvi uma batida oca no vidro do carro. Olhei por cima dos
ombros, Thiago estava com um sorriso rasgado e falso. O que aquele filho da puta estava fazendo
ali?
– Corre, João, ele está comigo! – desliguei o aparelho e encarei o filho da puta. Ele disse sem
emitir som.
– Abra a porta, cara! – destravei fingindo que estava tudo bem. E que nem sabia de nada. Abri a
porta e segui com a mão estendida até ele.
– E aí, beleza? – tentei ser o mais natural possível, mas não deu certo.
– Melhor agora! Estava indo aonde? Falando com quem? – perguntou sério cruzando os braços.
– Estava subindo. Era dona Martha querendo saber se eu estava bem... – fiz cara de triste. Ele
sabia que eu tinha terminado com a Mel.
Porra, é claro que esse filho da puta sabia!
– Hum. Vamos dar uma volta? – merda.
– Poxa, cara, estou meio ocupado, vamos deixar para depois, pode ser? – tentei passar por ele,
mas Thiago segurou meus pulsos e tocou a cintura.
– Ah, sabe que é cara, não dá, tem de ser agora! Vem, tenho certeza de que será do seu interesse! –
disse com olhos vazios. Ele não se arrepende de nada.
– O que seria do meu interesse, cara?! – arrisquei. – Porra, você está estranho!
– Juan, eu acho bom você ficar quietinho. Do tipo, bem silencioso. Estou meio cheio de você, ok?
Entra no meu carro. Vou te mostrar algumas verdades grosseiras... – ele arriscou um sorriso falso e
eu o acompanhei.
A coisa ficou feia de vez!


Assim que paramos na porta do edifício que Mel trabalhava, olhei para os lados, nenhum carro de
polícia. Droga! Cadê eles? Fiquei ainda mais tenso. Tenho certeza de que Thiago está armado, e eu
não tenho nada para defender minha ruiva. Analisei mais uma vez os lados. Nada.
Thiago abriu as portas e antes que pedisse para sair, eu fiz. E quando cheguei na calçada, congelei.
Que porra é essa?!
– Olá garanhão, quanto tempo! – a voz daquela vadia soava fria. Fiquei enojado.
– O que faz aqui, Vanessa? – perguntei ajeitando minha roupa e o celular no bolso. Eu precisava
de ajuda.
– Ah, tão inocente, não é Thi?! – ela deslizou a mão sobre os ombros dele. Thiago a ignorou.
Tirou do bolso um pacote de dinheiro.
– Assim que o cara descer entregue a ele. Vaza os dois daqui. Entendido? – Thiago dizia
friamente. Era irreconhecível.
– Brother, o que está acontecendo? – tentei sorrir para espantar o nervosismo e mostrar a ele que
eu era o mesmo. Que não sabia de nada.
– Logo saberá primo! – disse com desdém.
– Cara, você está me assustando.
– Você não viu nada! – Vanessa soltou um sorriso demoníaco.
– Ela já chegou? – assim que disse “ela”, eu já sabia quem era. Mel. Um frio correu sobre a nuca,
como se fossem aranhas sorrateiras rastejando sobre meu corpo.
– Não, eu quero estar aqui pra ver a cara da vadia! Ah, Juan, como você pode ser tão idiota! – ela
socou meus ombros e saiu da nossa frente. Thiago pediu para entrar junto dele. Segui sem dizer uma
só palavra. Eu queria tentar mexer no celular. Saber mais sobre as coisas que estava rolando. Onde
Mel estava?
– Parece tenso? – puxou assunto no elevador.
– Não, só estou achando estranho estarmos aqui! Se você está tentando me fazer voltar com a Mel,
pode esquecer! – joguei só pra ver se ele cairia.
– Hum, interessante. Que pena, vocês faziam um belo casal! – sorriu falsamente. Eu quase o
soquei. Apertei as mãos em punho, e cerrei os dentes. Aquele filho da puta maldito.
– Pois é, ela jogou tudo pro alto. Esqueça a Mel... – demos de ombros e chegamos numa área que
parecia o terraço. Lembro-me da festa que teve da outra vez que Mariana e Richard organizaram.
Olhei ao redor. Ninguém por perto. Alívio.
Entretanto, quando adentramos mais ao local, Thiago havia colocado uma mesinha com um som,
vinho, duas taças e uma arma ao lado. Estremeci. Caralho, o que será que ele vai fazer? Droga,
minhas mãos coçaram em pegar o celular e discar 190.
– Bem, fique aqui e não se mova, ok? – fiz cara de confuso e dei um passo pra cima dele. Thiago
tirou da cintura um 38.
– Epa, epa... que isso cara?! Está me estranhando? Se acalme!... – falei desesperado de verdade.
– Mandei calar a porra da boca! – agora parecia suar de nervoso. – Não se mexa. Não. Se. Mexa
– levantei as mãos na altura da orelha e me rendi.
Fiquei no lugar sem me mover, uma porta ao fundo se abriu e saiu o outro filho da puta cretino.
Caio. O chefe da Mel. Era um bando de covardes e cretinos. Thiago, Caio e Vanessa. Oh, Deus... a
Mel... cadê?
– Hum, olha só... o nervosinho! – eu quis mostrar o dedo do meio e depois ir até ele e socar sua
cara até sair a massa de seu cérebro. Meu sangue ferveu. – Ui, nossa, estou morrendo de medo dessa
sua cara feia. Vá se foder, seu trouxa do caralho! – meu corpo enrijeceu e não pude fazer nada.
Thiago estava armado. Duplamente armado.
– Cala essa maldita boca. Mel vai aparecer daqui a pouco, preciso organizar as coisas! – ele foi
atrás de um sofá e levantou Richard. Meu corpo entrou em colapso.
O que aquele cara estava fazendo ali? Estava com a boca com uma fita e mãos presas na frente do
corpo. Seu olhar estava perdido, confuso e medonho. Não parecia que tinha apanhado. Ainda bem.
Thiago deixou o cara parado na beira do sofá e entrou onde tinha uma porta dupla. Pensei em dizer
algo ao Richard, perguntar se estava bem, mas Caio estava ali e com ordem de nos vigiar. Resolvi
ficar calado. Muito calado. Dois minutos depois Thiago voltou.
– Olha, a nossa garota vai chegar em segundos. Vanessa já disse que ela está subindo. Eu quero
silêncio, entendido? Se abrirem a boca, soltarem um “a” que seja, ela morre. Ok? Fui claro? –
ninguém respondeu com palavras, mas assentimos. – Perfeito, seus merdas! Agora Caio, ajeite o
Juan e o deixe com o babaca ali. Tenho alguns assuntos com a Melzinha antes de qualquer segredo
revelado.
Os minutos se fizeram distantes. Estava amarrado e preso a fitas. Richard estava ao meu lado da
mesma forma. Até tentamos nos comunicar com as mãos e olhares. Mas Richard estava meio longe.
Sem jeito e com medo. Talvez não mais do que eu!
Mas que inferno, o que ele fazia aqui? Essa era minha pergunta o tempo todo. Ele parou de me fitar
assim que ouvimos um barulho de alguém entrando e a voz do Thiago soar melosa e singela. Parecia
por algum segundo o meu brother. Inferno.
– Você é a melhor mulher do mundo. Sabia disso? – entrei em pânico e queria me levantar, queria
dizer a Mel que estava ali e que iria salvá-la. Conforme eu me mexia, Richard me proibia com o
olhar. Que queria dizer: pare, ela vai morrer! Não era uma frase muito boa, voltei por um segundo
me acalmar ao pensar nisso, mas o pânico me invadia a cada nova frase dele e o silêncio dela me
deixava desconfortável. Eu não sabia se ela estava bem.
Fale Mel... fale qualquer coisa... por favor.
Agora na conversa estava envolvido o canalha do Caio e o Thiago discutindo algo de grana. Até
que ele saiu de cena, indo embora. Mas eu vou atrás dele. Isso sem dúvidas...
– Calma, neném, isso por enquanto não é pra você!... – que porra é essa? Ouvi o revolver? É
isso? Ele deveria estar tão perto dela. Remexi o corpo e Richard tentava me acalmar.
O joguinho dele havia começado. Thiago estava entrando em sua mente e a perturbando. Deixando-
a fora de chão com suas merdas. Desestabilizando seu autocontrole. Ele queria usá-la e isso estava
muito óbvio. Talvez ele não tenha conseguido e agora insistiu para forçá-la e ainda por cima me fazer
ver. Eu já temia por nossas vidas, por tudo que ali cercava. Eu não sabia ao certo o porquê do
Richard estar ali, mas com toda certeza haveria um propósito.
Thiago serviu a taça de vinho a ela e contava parte de seus malditos planos. Sobre a desgraçada da
Vanessa e do filho da puta do Caio. Caralho, ele havia pagado Caio para tentar pegar a Mel?! Louco.
Mas, uma frase me tirou novamente de órbita. Eu queria levantar e socar tanto a cara dele, que
Thiago não enxergaria para o resto da maldita vida dele.
“Te foder inteirinha como um louco...”
Essa frase ficou derretendo meu cérebro e me fazendo perder toda razão. Richard virou para o
lado e balançava a cabeça em negativo, eu estava tentando me soltar e estava ficando com os pulsos
cortados. Eu nem estava ligando pra dor. Eu queria matar o Thiago.
Deus, estava pensando como ele... tire isso de mim... acabe com isso!...
Houve um silêncio, mas eu podia escutar os soluços e o medo da Mel. O que será que ele está
fazendo? Oh, céus, ele estava tocando nela... eu podia imaginar. Já que dizia com todas as letras, com
a boca cheia que tocava uma pra ela, sempre.
Docinho.
Ele chamou a Mel de docinho... Oh, por Deus... me faça forte nesse momento!
Ele ofereceu a bebida pra ela. Mel foi obrigado a aceitar. Ele estava com uma arma em mãos,
então poderia pedir qualquer coisa.
Qualquer coisa...
– Tire a camiseta! – ah, caralho, movi meu corpo, até escorrer e ficar de costas. Richard se
aproximou novamente. Seus olhos ardiam. Eu queria chorar desesperadamente. Queria salvá-la.
– Mas... Por favor... – oh, Deus, a voz dela... A doce voz da minha Mel. Graças a Deus, ela estava
ali. Bem, não tão bem quanto deveria estar. Mas estava ali.
Tudo, todas as palavras que saíram da boca dele era nojenta. Ele a fez ficar sem camiseta em sua
frente. Coisa que tive um alívio, pois ele não tinha tocado seu corpo. Ela era ainda só minha.
– Isso é o paraíso, sabia? Uau, o Juan é um cachorro filho da puta! – fervi e quase explodi, pois a
fita apertava minha boca e abafava meus gritos. Houve um silêncio do outro lado da sala. Quando
fiquei quieto, senti seu choramingo. Mel resmungava baixinho. Ele estava tocando em sua pele...
Por um segundo achei que estava sumindo, mas me mantive bem quieto e prestava atenção em tudo.
Depois de algum silêncio ele pediu que ela se sentasse. Começou a falar de mim, da minha relação
com ela. Mel só perguntava o básico. Ela observava Thiago com atenção, pude sentir. Só que ela não
sabia que eu estava aqui. Então deveria estar apavorada. Coitada, se ao menos soubesse que eu
estaria aqui, as coisas sairiam diferente. Tudo acabaria logo.
Ele mentia sobre as coisas. Ela fingia em acreditar.
Thiago passou a jogar Mel contra mim. Xingá-la e humilhá-la. Eu iria fazê-lo engolir letra por
letra, palavra por palavra que disse sobre ela.
Mel apenas rebatia toda sua dor. E aquele maldito sempre dizia em comê-la, como se ela fosse
uma fêmea qualquer. Aquele animal queria minha mulher a todo custo, mas ele não teria esse
gostinho, não mesmo.
Richard e eu passamos só observar o que era dito atrás da gente. O nosso silêncio valia a vida
dela. Fiquei mais calmo. Ele dizia sobre o plano, sobre me oferecer a Mel e fazer tudo fluir, mas foi
quando proferiu tais palavras que nós dois atrás do sofá ficamos tensos. Thiago havia dito que a
história com o Richard havia demorado demais!...
Que porra é essa?!
Chamou-o de tapado?
Richard me encarou com os olhos arregalados e suas piscadas me diziam: Desculpas. Pelo quê?
Oh, Deus, eu não queria entender. Juro que não queria entender. Mas precisava, pois Thiago dizia só
coisas sem sentidos, e quando voltei a olhar pro Richard, ele olhava pra frente, não me encarava
mais.
Foquei no que estava atrás de mim, e novamente houve uma pausa e quando menos esperava, um
tapa seco foi ouvido.
Nãooooo! Isso não era possível...
– É assim que seu pai fazia? – por breves segundos, desfaleci. Saí do meu corpo e fui até o dela
reconfortá-la em meu colo. Deus, não a deixe sofrer com dores do passado.
Seja forte, Mel. Seja forte...
– Responda! – um grito foi ouvido em toda sala. Ele estava batendo em minha garota... eu não
podia fazer nada. Nada.
– É, era assim!... – ela gaguejava cheia de dor. Ela não suportaria muito tempo aquilo. Eu
precisava fazer algo.
Ele não pararia de machucá-la, e acho que fazia isso com gosto, ela implorava para não ser
machucada. Tapas após tapas eu ouvi seu choro baixinho, Richard queria me ajudar a se mover com
delicadeza. Inferno, não conseguia soltar a merda da fita, nem da boca, nem dos braços. Enquanto me
contorcia, ouvi num rosnado.
– Está me ouvindo, sua putinha?
Filho da puta. Filho da puta. Filho da puta.
Meu rosto estava fervendo sobre minha pele. Estava suando demais, meu rosto estava em chamas.
E logo mais explodiria.
E veio novamente uma nova confirmação. Agora não seria apenas um que eu mataria, eram dois. A
porra do cara que estava do meu lado havia dormido com minha garota? É isso mesmo?
Caralho, eu queria arrebentar minha perna na cara daquele filho da puta que ousou em tocar na
pele da minha flor...
Nove homens. Batons. Richard proibido. Tudo que fluía da boca do maldito minha cabeça
processava rápido.
E para foder tudo mais, ele ainda confirmou o que sempre vi nela. Os olhos dela nunca mentem,
então ela havia gostado. Olhei com ódio ao macho vadio que estava do meu lado. Como eu pude
confiar nisso? Mel tinha uma tara por ele? Não posso crer que ela se entregou pra ele e não me disse
nada!...
Tristeza passa... Decepção continua...
Não é sempre assim o ciclo da vida?!
Relaxa, cara! Ela é ainda sua. Mel te ama!
Será?
Eu estava cego e surdo. Não queria saber de mais nada daquilo. Queria sumir devagar... sumir e
nunca mais ter que ver a cara de ninguém... Eu sentia uma dor tão profunda que não entendia o motivo
de ficar por ali. Mel também querendo ou não havia me enganado. Achei que não teria coragem de
fazer nada com outra pessoa... e ali estava a pessoa ao meu lado. Ela se entregou pra ele! Será que
foi tão bom assim? Quanto tempo ela ficou por baixo dele?...
Oh, inferno... apague isso e foque no que está sendo dito.
Lorota! Isso é o que está saindo da porra da boca do Thiago. Inveja. Dor. Passado. Crueldade. Ele
é uma podridão na sociedade. Ele não é nada.
Você será o herói da noite. Se prepare... Meu corpo avisou... e avisou novamente. Meu ouvido
captou: Não é mesmo, Juan? Droga.
Recomponha-se cara, ela precisa da sua gratidão e não da sua dor.
Thiago se aproximou com a arma apontada pra mim. Levantou-me junto dele, tirando a fita e a
corda de mim. Meus olhos focaram os olhos verdes pecadores que pediam perdão. Por tudo. E
diziam o quanto me amava.
Eu perdoei no mesmo instante.
Ela estava viva. Muito acabada e cheia de dor, mas estava viva. Eu poderia amá-la mais um monte
de vezes.
Nossos olhares não desgrudaram nenhum instante, até mesmo quando Thiago me puxou empurrando
para perto da janela.
– Bem, como pode notar, Juan ouviu tudo, já sabe de tudo sobre você! – ele nos olhava com um ar
de vitória, alegria. Uma satisfação sem igual ao ver nossa dor.
– Juan...
Merda, Mel. Não era pra ela fazer isso. Ela se levantou e tentou chamar minha atenção. Abaixei a
cabeça. Ela deveria ser esperta, ele estava armado e queria a nossa separação. Thiago riu com minha
atitude, mas ainda não perdoou o que ela fez. Chegou perto o suficiente e acertou-lhe um tapa. A dor
corroeu meu ser. Quase despenquei sobre as pernas.
Permaneci de cabeça baixa enquanto ele dizia absurdos. Ela choramingava e ainda por cima o
respondia brava. Mel, pelo amor, cale-se! Eu queria dizer num grito pra ela. Mas então, Thiago
envolveu Richard nessa. Trazendo-a para roda da verdade.
Bem, agora iríamos resolver tudo.
Assim que o deixou do meu lado, Mel se desculpava a nós dois. Vi a dor dela e suas desculpas
sinceras. Só que também senti dor pela forma que ela soltou o nome dele entre seus lábios. Era
melodioso... e cheio de dor e medo.
Levantei a cabeça e passei a medir seus batimentos e sua respiração. Ela estava agitada e com
muito medo. Cobriu seu corpo se abraçando fortemente. Thiago foi até ela e a chamou.
Ele a tocava, deslizava sua boca nojenta na pele dela. Deixava Mel vulnerável e aberta com suas
dores. Mexia com algo que era meu! E eu não podia me mover, a arma estava apontada pra ela. Um
passo e tudo acabaria. Eu não quis mais olhar, mas quando ouvi suas falas sobre algo estranho. Um
assunto diferente de tudo.
Mariana.
Richard ficou rígido ao meu lado e quando olhei pra frente, Thiago estava com Mariana em nossa
frente. Explicou-se dizendo coisas absurdas. Que ele havia lhe enviado uma carta dizendo que Mel
supostamente dava em cima dele, Mari compreendeu errado e causou todo aquele reboliço.
Deus, eu não estava mais ali, não compreendia nada daquela loucura. Eu só estava em presença,
mas minha alma pedia ajuda aos céus. Não ali... eu precisava voltar. E voltei no exato momento da
repetição do meu sonho. Aquele maldito sonho dos caras, da risada, do beijo... ela se repetia
nitidamente em minha frente.
Uma dor atravessou meu coração ao ouvir a frase dita por ele.
“Quero que você o beije como beijou na primeira vez...”
Aquela não era a primeira vez... eles tiveram um momentos juntos... trocaram beijos... trocaram
sexo... ela o chupou... ele a degustou... Minha garota...
Meus sentimentos todos escorreram pelo ralo, eu os deixei de lado e fiquei anestesiado. Se caso
me importasse com tudo aquilo, não estaria vivo. Eu me sentia morto por tudo que estava rolando.
Lembrei-me de diversas músicas que ouvi enquanto a Mel estava nos braços de outro alguém. Que
agora tinha um nome: Richard.
O cara todo certinho. O cara misterioso que a encarava sobre as sombras... que me viu degustar da
melhor forma dela... aquele que sentiu seu aroma da sedução... aquele que foi marcado por ela...
proibido... vermelho proibido...
Minha visão estava embaçada, eu não estava querendo registrar nada daquilo. Então, não foquei
nos dois, pois a visão que tinha do sonho já era forte demais. Aquilo não fazia parte de mim. Estava
de frente, sentindo todo o calor dos corpos que emanavam sem parar. Eles se desejavam. Isso sem
dúvidas, mas eu não merecia nem por um segundo sentir qualquer tipo de coisa. Coloquei um torpor
em volta de mim. Protegi-me de qualquer dor. Eu já sofria demais... não existia espaço para mais
nada...
Eu só assenti. Faça o que tem de ser feito.
Ela fez.
Oh, Deus, maravilhosamente ela fez. Vi seus lábios grudados aos dele.
Morto. Dor. Torpor. Humilhação.
Fui interrompido. Ainda bem, durou menos tempo do que achei que levaria. Uma risada. Pois é,
igualzinho no sonho. A risada demoníaca estava ali para me lembrar de quão idiota eu sou. Do quanto
fui bobo em acreditar em tudo isso. Não na Mel, no Thiago. Durante toda uma vida, enganado.
Seu tolo.
Fiquei em estado de choque e permaneci daquela forma. O torpor me congelou de tudo. Eu não
queria sentir e nem ver mais nada. Até que senti um grito.
Droga, volte!
Voltei para sala. Mel gritava e em nossa frente duas pessoas.
Carla e Flávio.
Eles completavam o ciclo de dor do Thiago.

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Louco. As coisas estavam indo rápido demais. Eu não estaria mais aqui. A música era
perturbadora. Tudo era constante e a droga fazia um efeito louco em minha cabeça. Deixei a mão
rolar livremente ao alto. Em direção a vadia da santinha da Carla. Se ela não fosse ficar comigo,
ela não teria sua felicidade eterna. Flávio não seria seu. E ele não teria aquele olhar azul
brilhoso só pra ele. Eu não vou deixar. Levantei a mão e deixei o dedo fluir no gatilho.
– Você a ama? – perguntei a ele.
– Sim – oh, é claro. Sua resposta era tão óbvia quando o dia amanhecer depois da noite. Sua
voz era tão límpida quando água natural, cristalina. Saudável.
Pá.
O primeiro da noite.
Gritos. Dores. Alegria dentro de mim.
Oh, Deus, estava sendo aliviado. Aos poucos... me receba em teu manto...
Porra, que baboseira, eu iria direto para o quente. Para o inferno. Que seja! Eu iria feliz.
Segundo.
Vamos lá, seja forte, encarei-a e pergunte.
Uma voz cheia de bondade perguntava no meu ouvido. Confortando-me.
– Você o ama, Mel? – encarei-a com a arma apontada para o Juan. Bem, era só um jogo, pois
ninguém ali sairia rindo dessa história toda. A não ser eu, o último.
– Sim – essa palhaça era tão confiante. Ela deu um passo à frente segurando a mão dele. Oh,
casal feliz, morreriam juntos. Lindo, não? Eu sou a bondade em vida.
– Diga-me como? – brincaria um pouco mais com eles. Que babacas. Sentei-me e aguardei a
história de amor mais chocante do ano.
– Thiago, o Juan me ama também e nada do que aconteceu vai mudar! – olha só a confiança da
ruiva. É admirável, mas tive de rir e ficar esperando algo de verdade. Do tipo: mentirinha, seu
bobo.
– É verdade, Juan? – troquei de lugar a arma, agora estava na doce Mel. Aguardei o olhar
daquele infeliz machucado. Por um breve segundo senti um sorriso naquele cretino rosto que
sempre teve tudo. Vi o brilho voltar em seu olhar de safira.
Nesse exato momento me senti traído...
E nada disso foi valido. Fui traído por todos. Nunca ninguém me amou de verdade, nem mesmo
ele...
Eu não tinha realmente nada a perder. Fiquei emputecido.
– Sim.
Aquilo foi a confirmação. Fiquei agitado e a cocaína em meu corpo me fez vibrar em busca de
conforto. Alívio.
Discuti sem saber o que dizia. A boca falava por si só. Eles eram ratos. Eles eram doentes que
se amavam. Todos eles. Mas isso não era justo.
O amor nunca vence...
– Isso não estava e meus planos e é ridículo, vocês se merecem mesmo, mas não podem ficar
juntos!...
Encontrei o mel dos meus olhos na Mel... e disparei sem medo.
Pá.
O caos estava lançado. Eu não estava mais ali. Minha mão por si só queria fazer o trabalho
divino. A polícia invadiu o lugar. Gritaria. Eles gritavam pra mim. Eu não iria sair dali assim.
Não iria sair desonrado. Eu tinha meu orgulho próprio...
E de repente me vi criança... senti a dor da morte do meu coleguinha aos cinco anos... ele iria
vir me buscar... vi o ódio nos olhos da minha mãe em todos os momentos que se dirigia a mim. Vi o
orgulho cego do meu pai. Vi a falta de carinho, a falta de presente no meu aniversário e de Natal...
vi os anos passarem pra mim... e a dor só aumentar...
Cada garota veio até a mim, cuspiam em meu túmulo.
Nossa, eu realmente não deixei nenhum legado. Então o que teria aqui?... Um mundo podre,
cheio de lodo e mofado. Então, sorri... Sim, estaria aliviado e buscaria a paz que nunca tive...
Um dia minha tia Martha me ensinou a oração para o papai do céu... se é que Ele existe, me
escute agora...
Eu quero seu perdão... porque sou pequenino e indefeso... eu choro escondido... chorei minha vida
toda sangue... eu fui mau, mas quero ser bom... eu não tenho nada, mas quero ter ao seu lado...
Era assim que a tia falava em meu ouvido.
Escute-me... por favor, me livre desse fardo... Eu quero ser esquecido... pra sempre.
A mão se ergueu na cabeça. O cano frio tocou meu lóbulo. Era agora.
Eu te amo...
Pá.
Tudo voltou num vaivém rapidíssimo... fui até de volta ao ventre da mamãe... e de repente, eu já
não tinha dor... eu já não sentia ódio... eu vi a luz...
Lúgubre realidade. Imundice deprimente...
Tchau mundão sujo...
Eu estava limpo!...

*********************************************************

Eu vi meu primo morrer... Vi seu brilho ser roubado... Vi seus miolos por todos os lados. Eu vi... e
nunca mais esqueceria essa cena.
Tirei Mel de lá. Tudo havia acabado. Chegado ao fim. Trágico. Tudo agora era apenas um
montoado de lembranças infelizes... um final imperfeito.
As coisas não deveriam terminar como acabou. Enfim, o destino mostrou a todos nós que quem faz
coisa errada acaba em buraco algum.
Thiago no fundo tentou ser alguém... só que ele se perdeu no caminho...


Meus pais estavam juntos comigo lá na delegacia para resolver tudo. Caio e Vanessa seriam
procurados e presos por estarem envolvidos. Demos nosso depoimento e partimos para o hospital.
Os feridos estavam lá. Carla estava com Flávio e Richard estava sozinho, já que Mariana foi levada
para casa. Coitada, ela parecia tão perdida. O susto foi grande a todos nós. Mas ainda bem que tudo
saiu bem... em partes ao menos.
Sentei-me na cadeira do corredor largo e sinistro. As portas estavam todas fechadas e o cheiro
forte de hospital irritava meu nariz. Cruzei as mãos uma na outra e fiquei ali. Sozinho, pensando em
tudo que me aconteceu em tão pouco tempo.
Conheci a Mel. Ensinei a ela o amor. Apaixonei-me perdidamente. Fiz loucuras ao seu lado. Fui
traído por meu melhor amigo. Meu parceiro. Aquele do qual o chamava de irmão. E por fim por
causa disso quase perdi minha vida. Meu amor. Minha ruiva... Mel.
Foram momentos intensos. Jamais pensei em passar por tudo isso, agora só planejo ficar bem,
deixar tudo isso escondido em um lugar escuro em minha cabeça. Tirei qualquer raiva, ódio,
vingança do meu coração. Isso não vale à pena.
Sou uma pessoa tão boa que não quero ter sentimentos ruins. E vou fazer Mel sentir o mesmo. Vou
amá-la com tanta intensidade que iremos esquecer rapidinho tudo que nos aconteceu.
Eu podia ouvir meus pais e meu tio conversando com os policias e acertando tudo. Também foram
comunicados aos pais da Mel sobre a morte e sobre tudo que se passou. Eles estavam vindo pra cá.
Ela sabia disso, e vi em seus olhos o medo de enfrentar mais essa situação com eles. Em seu olhar
verde, eu via sua fraqueza pelo que poderia acontecer. Seus olhos sempre foram o símbolo de seu
desespero.
Mas eu estaria ali com ela. Por tudo. Para sempre.
Estava de cabeça baixa quando ela voltou pelo corredor do quarto em que Flávio e Carla estavam.
Mel parecia tão arrasada, mas também aliviada. Dava pra ver em seus ombros e naqueles olhos que
tanto senti falta.
Assim que se aproximou de mim, sua voz era fraca, pelo que saia de seus lábios.
– Qual quarto o Richard está? – meu coração apertou sobre o peito. Aquilo ainda seria meio
difícil de apagar, mas eu precisava. E como eu queria esquecer...
– Nesse aqui – apontei para nossa frente. Mel me encarou cheia de compaixão e seus olhos me
pediam desculpas por tudo. Senti muito por tudo que aconteceu, mas meu medo era por saber que ela
queria tanto isso e acabou aceitando facilmente. Ela o desejava também. E isso me corroia. Isso que
me deixava pra baixo.
Mas o final feliz disso tudo é que ele acabou salvando a vida da Mel. Ele entrou na frente daquela
bala. Eu não sei ao certo, se isso foi apenas heroísmo ou se ele sente algo por ela, mais intenso,
assim por dizer. Ele não deve amá-la, mas deve sentir os arrepios que ela deixa sobre o corpo de
qualquer um.
Qualquer um...
Ele foi apenas mais um. Eu não sou. Eu sou dela. Completamente dela. E ela é minha. Isso é muito
visível. Qualquer um sente essa nossa conexão. Essa nossa ligação.
Eles irão se esquecer disso. Eu farei.
O perdão surgiu de minha parte. O esquecimento será um pouco mais perturbador, mas farei meu
melhor. Por ela.
Assim que Mel entrou, fiquei ali, novamente sozinho com o barulho de fundo. De aparelhos, de
vozes, alguns gemidos de dor que vinha dos quartos. E também do sussurro do quarto à frente.
O que eles faziam?...
Droga Juan, se concentre!
Mesmo com a dor pulsante em minha cabeça, esqueci. Respirei fundo e deixei meu corpo voar por
si só. Voltando ao passado, revivendo cada momento com ela. Curtindo cada sorriso que Mel soltou
pra mim, suas investidas, nosso amor. Eu voei como uma bola de canhão por todos os momentos. Foi
rápido, mas fiquei aliviado em ver seu amor em seus olhos radiantes. Os olhos de serpente que me
conquistou assim que bati os olhos neles. Aquela boca incrivelmente vermelha. Mel me ama...
Com um puxão voltei para o presente... com as dores cicatrizando...
Sim, não estavam mais em meu coração. Eu perdoei cada momento. Perdoei Mel por sua escapada.
Perdoei Thiago para que ele descanse em paz. Enfim, fechei essa porta que dentro havia medo,
desespero, coisas ruins. Um presente que se tornou passado agora mesmo. Bati forte a porta atrás de
mim. Estou tentando me manter ativo... e pensei no futuro. No que quero... Sabe o que quero? Eu
quero a Mel... e ela será minha. Minha eterna paixão. Liberdade.
Senti nesse exato momento e uma breve sensação me invadiu. Eu a quero para meu futuro. Voei
para meu futuro e nos vi juntos. Eternamente.
Mel saiu da sala. Seu rosto era impassível. Ela havia conversado com ele, talvez até deve tê-lo
beijado por uma última vez. Vi seus lábios retorcidos e vermelhos. A dor derreteu meu coração, mas
a palavra “perdão” surgiu novamente. Sorri aliviado com minha força. Mas sabe o que me mantém
assim? O amor. Ele é mais forte que tudo isso, e só sei disso, porque a amo intensa e
verdadeiramente.
– E aí, podemos ir embora? – olhei pra cima, ela estava tão linda. Tão radiante. Seu sorriso fraco
ainda me alimentava. Tocou suas mãos quentes sobre meu braço. Deixei filtrar aquela quentura para
me fazer esquecer o restinho de dor. Esvaiu...
– Sim – encarei com sinceridade mostrando que ainda tinha um amor esperando por ela. E que eu
sentia sua falta. Aliás, uma baita falta de sua fome intensa. Ela viu isso e sorriu. Estávamos bem e de
volta.
Assim que toquei suas mãos para ir embora, eu sabia que viria revelações ainda por parte dela,
mas estava preparado. Meu coração se encheu de coragem e ficou protegido de qualquer ataque.
Aprendi várias coisas nessa vida, mas uma delas está em ação: o amor não acaba com as
decepções.
Não mesmo.
Beijei sua testa e fomos embora.
Aliviados.
Ainda mais apaixonados.
24- Incansáveis
“Eu sou seu veneno e você meu antídoto.”
Estremeci por dentro. Eu havia planejado tudo certinho, mas estava morrendo de medo e
ansiedade.
Seja homem, cara!
Adverti-me assim que olhei no fundo de seus incríveis olhos. Caralho, eu tinha planejado algo
muito louco em minha cabeça, mas quando estou com a Mel tudo foge dos planos. Fazemos tantas
coisas loucas e inconsequentes que é ainda melhor.
Mel é a melhor sempre.
Engoli em seco a saliva pela garganta, meu coração batia tão forte que eu escutava e tenho certeza
de que Mel também. Sorrimos juntos, mas a respiração passou a ser ofegante. Delícia, eu ainda
estava dentro dela, duro como pedra; tínhamos acabado de fazer um sexo animal na escada da casa
dos meus pais. Eu a trouxe para a casa deles, já que estavam fora. E fiz algo que sempre tive vontade.
Aliás, uma enorme vontade de fazer amor com ela naquela escada. E fizemos gostosamente um sexo
louco.
Mel me olhava cheia de ternura e com muito tesão. As coisas iriam longe naquele dia, mas
precisava fazer o que estava programado.
Respirei fundo e tomei fôlego.
– O que foi Juan? – droga, por um segundo ela me tirou a coragem, mas ao tocar seus
maravilhosos lábios vermelhos em meu corpo, revelei.
– Estou pensando em algo, mas estou com um pouco de medo... – revelei com a voz baixa. Até
mesma tímida.
Que isso, cara?! Seja homem!
– Diga, meu amor, estou aqui! – Mel se remexeu embaixo do meu corpo. Senti nosso sexo ainda
mais úmido. Apertei-a contra o chão só mais um pouco. Ela segurou meu rosto e aguardava ansiosa
pelo que eu iria dizer. E foi a hora.
– Ok, hã... Mel, case-se comigo?
As palavras fluíram sobre meus lábios que pareciam frios longe dos dela. Na mesma hora em que
soltei a frase inteira, senti o quanto amo essa mulher. Incondicionalmente. Quero que ela sinta o
quanto vou amá-la pra sempre...
Mostrei isso em meu olhar que era direcionado ao dela. Olhei nos fundos dos olhos e mostrei
minha verdade. Os dela estavam arregalados como dois umbus verdes.
Era tão linda...
Passei as mãos em seus cabelos grudados na face, tirando da frente de seus olhos para vê-los
melhor. Senti alegria ao vê-los me receber igualmente com seu medo e amor. Ela aceitou mesmo sem
sair palavras. Seus olhos me disseram.
– O quê? – por um segundo o medo dominou o momento.
Eu sei, isso era demais para nós dois. Nunca imaginamos isso, mas caramba, eu não imagino minha
vida sem ela! Com um movimento, Mel me fez sair de dentro dela.
– Case-se comigo?! – duas palavras e uma verdade. Dois medos e uma resposta.
O silêncio dela era cruel, mas seu sorriso era divertido. Pervertido.
– Sim – seus olhos estavam risonhos.
– Jura? – sorri nervosamente. Aquilo era pra sempre! Uau.
– Sim doutor... – ela disse daquela forma sexy e incrivelmente perfeita. Apertei os olhos e soltei
um sorrisinho malvado. – Juan, eu o quero para sempre. Eu aceito.
Ela é a mais linda. A melhor de todas. Eu a amo incondicionalmente para sempre...
Ficamos ali trocando palavras de amor e carinho. Até que a malícia da Mel tomou conta do
momento. Então já estávamos ligados novamente. Sexualmente dizendo.
Ela adorou a ideia de como a pedi em casamento. Nus na escada. Depois de um sexo louco,
prometi a ela que sempre seria criativo em diversas formas de amá-la. E isso é uma dívida eterna. É
o que dizia a todo instante.
Comecei despretensiosamente a brincar com seu corpo nu abaixo do meu. Aquilo estava
esquentando demais, eu precisava nos aliviar. Mel resmungava algo de como seria o seu futuro como
Sra. Vasco, mostrei a ela como seria a partir de hoje. Mordisquei seus seios chegando aos mamilos
intumescidos, passei a lambê-los e os recebia cheio de prazer. Era a coisa mais linda de ver a Mel
excitada. Meu pau foi sozinho para o lugar mais quente e molhado do corpo dela.
– Enquanto o dia oficial não chega, deixa-me usar esse seu corpinho delicioso... Deixa-me
aproveitar o lugar em que mais amo estar... – sussurrei demoradamente em seu ouvido, sentindo o
arrepiou em todo seu corpo. Seu gemido saia baixinho em meu ombro. Eu iria investir pesado assim
que me respondesse. Chupei seu lóbulo e senti seu tesão escorrer. Ela gemeu sobre minha boca.
– Aonde? – seu gemido me deixou todo arrepiado. Então faria o mesmo por ela. Deixá-la
arrepiada é minha missão mais prazerosa...
– Dentro de você, honey...
Não disse, olhei para seu corpo divino, o arrepio era tão profundo que Mel era o cacto mais lindo
do meu jardim. Eu a penetrei fundo, levando nosso tesão aos céus do prazer...
Minha... – gemi a todo instante, até fazermos gozar com decência e muito elegância. Amor e sexo...
Somos incansáveis...


Um ano depois...
Mel estava linda se remexendo toda. Incrivelmente sexy em suas investidas para cima de mim.
Perfeitamente cheia de álcool. Era quinta-feira, nossa despedida de solteiros. Uma agitação total.
Junto um pedido realizado entre o acordo de ambas as partes. Mel e eu concordamos em fazer junta
essa despedida de solteiros.
Aliás, apenas nós dois em um clube muito louco que descobrimos no centro. Foi um egoísmo total
fazermos sozinhos, mas ela já havia feito o chá bar semana passada e nossos amigos já
compartilharam esse desejo de estar presente.
A nossa despedida de solteiro seria só nossa. Com um detalhe exclusivo e muito pervertido.
Estávamos num clube privado. Onde havia de tudo, e quando falo de tudo é de perversidade. Só que
nosso objetivo era único. Apenas seríamos vigiados. Sim, entramos em um acordo e fomos conhecer
a tal casa do sexo.
É um lugar muito luxuoso, e incrivelmente perfeito lá dentro. Mesas de madeiras, cadeiras forradas
em vermelho, nas paredes fotos de pin ups e bebidas. As garçonetes e garçons muito bem apanhados.
Até mesmo fiquei fitando uns caras que estavam de olho na Mel. Porra, isso me irritava, mas ali
ninguém mexia com ninguém. Todo mundo sabia o que rolava e o respeito era mútuo. A não ser que
se eu convidasse para entrar no jogo, caso contrário, era cada um com seu par.
Confesso que, achei estranho entrarmos nesse ambiente em total acordo, mas foi algo que Mel
sonhou alguns meses atrás, dizendo que havia gente nos observando fazer sexo. Então, quando
falamos sobre a tal despedida, poderíamos arriscar fazer algo louco e único. E cá estamos nós, num
clube do sexo. Onde tudo pode acontecer!
Entramos em contato com o clube para saber como funcionava. Estudamos nossas possibilidades e
fizemos o acordo. Mel estava excitada com a ideia e eu mais ainda. Apesar de parecer estranho,
estava realmente muito excitante.
No clube também havia uma pista de dança muito bem iluminada com os globos giratórios e laser
multicoloridos. Pegamos nossas bebidas e fomos para pista tentar relaxar. Mel estava com a saia
preta com lantejoulas que tinha colocado uma vez pra mim. Na verdade, naquela nossa última vez...
Pigarreei e dei um gole generoso na Stella gelada. Não queria me lembrar de tudo que rolou. Então
foquei os olhos no gingado da minha futura mulher. Daqui dois dias a Mel seria a Sra. Vasco. Minha
pra sempre.
– Minha... – grudei meu corpo sobre o dela e sussurrei em seu ouvido. Sua bunda incrivelmente
rebolava sobre meu pau e aquilo estava enlouquecedor.
– Sua... – encostou a cabeça em meu tórax e gemeu com sua boca vermelha.
– Já estou duro, Melzinha... você me deixa louco... Quero estar dentro de você... – gemi deixando
as palavras em seu pescoço.
Como o ambiente era escuro e as luzes só batiam de vez em quando junto a batida forte do
eletrônico, aquilo nos deixou com uma ligação perfeita. Sexualmente perfeita e excitante. A blusinha
vermelha de seda solta no corpo dela mostrava como estava arrepiada. Mel estava sem sutiã e
quando toquei a curva de seus peitos, ela apertou-os contra minha palma.
Empurrei seu corpo até a parede e me apertei contra ela. Mel estava de costas pra mim, com o
rosto encostado na parede. Mostrei minha ereção a ela, apertando-a em sua bunda empinada.
– Quero te penetrar fundo... honey...
– É o que mais desejo, doutor...
Assim que a virei para beijar-lhe a boca sem me cansar, alguns olhares já estavam sobre a gente.
Aquilo parecia correto, pois estávamos excitando os outros. E o acordo era esse: as pessoas se
excitarem com a gente. Ver nosso momento de puro êxtase. Era o plano, certo? Não estávamos com
vergonha. Nem um pouco.
– Já estamos deixando-os excitados, não quero esperar mais... quero você dentro de mim... Com
quantos você fechou? – perguntou mordendo meu queixo, minha boca, indo para o pescoço. Sua perna
direita estava enroscada com a minha esquerda e minha mão direita segurava as suas acima da
cabeça, enquanto a esquerda estava dentro da saia, encostando-se em seu sexo molhado. Toquei com
o dedo médio em sua pulsação. Ela já estava pronta. Aliás, Mel é sempre tão pronta, tão solta...
Seu cheiro já passava por meu fluxo. As sensações já estavam ligadas, como se estivéssemos
ensaiados. O beijo ligou tudo de uma só vez. Fazendo o mundo ao nosso redor girar lentamente. A
música ao fundo fundia com nossa conexão... parecia que já estávamos fazendo amor.
– Eu não sei, acho que três casais... quer ir agora? Estou quase gozando só de te beijar... – gemi
em seus lábios, mordendo e degustando mais seu sabor excitante. Tudo ali era voltado ao sexo. A
música, o ambiente, as pessoas que nos olhavam.
Peguei a chave em meu bolso e a puxei para ir a nossa cabine. Três casais estavam atrás da gente,
nos seguindo. Olhei e assenti assim que entramos no quarto. Os casais ficaram no lado de fora.
Era o seguinte agora: Mel e eu iríamos fazer amor e aquelas pessoas só por prazer iriam nos
vigiar. Observar a gente transar. Louco? Não, não mesmo.
Isso era excitante em saber que haveria gente em nos ver amar. Em nos ver transar como
selvagens... Era nossa vontade, e que assim seja...
Só que combinamos algo, e isso era o mais importante de tudo. Não iríamos tirar a roupa. Iríamos
fazer na frente de estranhos pervertidos, mas não gostaríamos de mostrar as partes mais íntimas, o
sexo em si já era íntimo demais.
– Pronta? – perguntei assim que fui me aproximando sorrateiramente dela. Acho que já tínhamos
bebido o suficiente para ficarmos sem-vergonhas.
Soltei meu melhor sorriso pra conquistá-la. É sempre preciso a sedução na relação e Mel pode
esperar isso de mim para o resto de sua vida. Eu sempre vou reconquistá-la para um maravilhoso
sexo.
– Estou sempre pronta, doutor... – gemeu sentando na beirada da cama que tinha na cabine.
– Sabe qual é a melhor parte disso tudo? – perguntei quando já estava em sua frente. Ela mordia
os lábios sedutoramente.
– Não, me diga!... – descruzou as pernas, abrindo-a pra mim. Suas mãos moviam
descontroladamente sobre o corpo. Em todos os cantos. Nos seios, na barriga, nela...
– É que eu sinto sempre quando está molhada... sempre excitada... eu te amo, Mel... – sussurrei e
grudei em seu rosto. Mordi onde ela mordia. Encostei-me totalmente em seu corpo quente que me
chamava. Ardia por querer estar o mais junto possível.
A cabine era toda preta com uma luz baixa. Um ar sexual pesado sobre o ambiente. Havia vidros
na parede da frente, ao lado de dentro onde estávamos não conseguíamos ver nada. Mas o povo
pervertido lá fora nos observava, nos ouviam...
Saber disso sem ver, nos tornava igualmente pervertido. Sorri sobre seu sorriso sexy. Apertei os
olhos e me afastei para ver seu corpo que movia num vaivém... era como ela me queria dentro dela.

A cama era imensa, com lençol preto em seda fina. Apertei sua bunda por baixo da saia. Ela estava
sem calcinha. Mas eu já sabia disso... e era ainda mais delicioso. Empurrei seu corpo, deixando-a de
pernas abertas só pra mim, de onde eles estavam não via a situação.
Abri meu zíper e a penetrei com decência... Uau... uma, duas... na sexta estocada gozei, deixando-a
a beira do abismo, pois ela estava tão excitada que gozou junto. Relaxei só por um instante e nem
pensei em mais nada, peguei-a no colo e levei até a parede ao lado, de frente aos vidros de onde os
olhares nos vigiavam. Ela apoiou as mãos sobre o gancho que vinha do teto. Segurou e empinou sua
bunda pra mim. Em suas pernas escorria nosso líquido viscoso, e o quarto todo estava com o cheiro
de sexo, Mel e Juan. A melhor das essências.
Uma música saia pelo auto-falante, e nos dava a sensação de não querer parar nunca mais. Mel
gemia esperando a penetração. Cheguei o mais junto possível dela. Puxei seus cabelos soltos e mordi
seus ombros, beijando e sugando sua nuca. O vidro negro nos dava tesão suficiente, pois ali do outro
lado deveria estar rolando uma suruba. Era louco pensar assim? Era, mas também era uma injeção de
adrenalina em nosso sexo.
– Honey, nós vamos gozar bem gostoso para eles verem que somos os melhores... – a penetrei por
trás e empurrava seu corpo enquanto estocava vagarosamente. Mel gemia, eu grunhia como um
animal.
– Oh, céus... você é tão grande... uma imensidade cheio de prazer... me faça gozar lentamente, meu
doutor...
Ah, Deus, ela é tão poderosa... É a melhor...
Investi fundo e deixamos mais três orgasmos para aqueles pervertidos...
Tivemos a melhor noite em nossa vida de solteiros! A partir de hoje seríamos só nós dois... e um
mundo cheio de possibilidade sexuais...
Aquele era nosso presente antes do casamento.
Incansáveis...


Na sexta-feira fiquei o dia todo na casa dos meus pais. Mel passou o dia com os pais dela.
Combinamos de fazermos nosso último dia solteiro com nossos pais. Eu dormiria aqui e ela ficaria
no apê dela. Depois do casamento ficaríamos em meu apartamento, mas também não por muito
tempo. Eu havia sido convidado à ir pra Santa Catarina para fazer um curso intensivo de
Odontologia. E claro, Mel como minha esposa iria junto comigo. Passaríamos um tempo por lá até
terminar tudo. Ela ficou superempolgada com a ideia, mas também não queria abandonar o serviço.
Mesmo assim, fizeram um acordo com ela, assim que voltasse poderia retomar seu cargo.
O apartamento ficou na responsabilidade dos pais dela, que iriam colocar para alugar e o dinheiro
seria depositado na conta dela. Tudo estava se encaixando bem em nossas vidas, aliás, bem demais.
Isso era empolgante.
Entretanto, o mais legal disso tudo foi a união que ela criou novamente com a família. Os pais
voltaram com força total para recuperar o tempo perdido longe da filha. Sr. Roberto ficou muito
tempo ainda buscando o conforto ideal para sua única filha. E tivemos uma conversa longa. Até
mesmo maçante, mas muito produtiva. Apliquei-lhe um bom sermão e tudo se resolveu. Ninguém
mexe com a minha Mel.
Deixei o quarto do menino dos olhos azuis e desci para almoçar com meus pais. Eles estavam com
o sorriso mais lindo do mundo, era só alegria. Quando cheguei à sala de jantar, a mocinha tímida que
tinha me visto sem camiseta pela primeira vez estava colocando a mesa.
– Boa tarde, Marcinha! – falei empolgado. Muito feliz, assim que ela me olhou pisquei e ela saiu
toda corada. Sorri com isso.
– Juan, pare de deixar Márcia sem graça! – dona Martha acertou um tapa no meu ombro. Gargalhei
e abracei apertado minha mãe.
– Ah, mãe, foi apenas uma piscadinha! – fiz o mesmo pra ela, que me deu um beijo estalado na
bochecha.
– Sei, mas isso é muito sexy! – soltei uma risada alta curvando a cabeça para trás. Minha mãe era
demais.
– Nossa, esse garoto está realmente radiante! Olha só isso! É contagiante – meu paizão entrou para
fazer parte da festa.
– Paizão, isso é muito amor! – explodi e fui abraçá-lo. – Obrigado por tudo, a vocês dois.
Obrigado... – agradeci emocionado e fui abraçá-los. Os dois me apertaram em seus braços e soluços.
– Filho, nós amamos muito você e a Mel, sejam muito felizes! – paizão disse batendo sua palma
forte em meu rosto. Era tão carinhoso estar nos braços dos meus pais. Recebendo todo amor e benção
para essa minha nova fase.
– Eu sei, paizão. Obrigado mais uma vez... Seremos imensamente gratos por isso! – agradeci
engasgado e emocionado. Lágrimas vieram em meus olhos.
Estar ali era um exemplo do caminho que eu deveria seguir. Eu tive uma luta em tanto. Fui um
guerreiro em conquistar e manter as coisas com a Mel. E se sou assim é porque aprendi muito com
esses dois. Minha fortaleza. Minha fonte de inspiração. Meu mundo, e eu sou o centro deles.
Uma conclusão magnífica que tive de tudo isso, é que conquistei uma linda guerra. E minha guerra
é a Mel. Sou seu guerreiro e seu único amor.
Hoje somos completos.
Márcia nos serviu um belíssimo almoço, a lasanha que tanto amo. Minha mãe fez questão de ir
para cozinha e fazer esse agrado ao filho. Ao meu último dia como seu filho solteiro. Agora teríamos
mais uma coisa linda na família.
– Ligou para Mel hoje? – minha mãe perguntou entre uma garfada e outra.
– Claro! Não fico um dia sem falar com ela! Já me arrependo em pensar que hoje não iremos
dormir juntos... – resmunguei enquanto colocava mais suco.
– Amanhã vamos cedo ao Clovis, faremos a barba e o corte de cabelo juntos. Será um ritual que
sempre desejei fazer! – o sorriso do paizão era impagável. Sorri engasgado por dar essa alegria aos
dois.
– Perfeito. E, mãe, lá no clube está tudo certo, né?
– Sim, Maria Luiza disse que chegará cedo para organizar o melhor possível. Meu anjo fique
tranquilo, contratei o melhor Buffet da cidade! Sairá tudo nos conformes... – apertou minha mão que
estava livre. Sorri para retribuir seu amor.
– Eu ainda me lembro de você tão pequeno, tão alegre e sorridente... Tão firme quando caia e se
machucava todo, não chorava perto de mim para não ser menos homem. Você sempre foi meu
orgulho, filho. Quero que saiba que eu não estaria mais orgulhoso de você. Tornou-se um incrível
profissional, um homem respeitável e será um marido maravilhoso. Desejo fartura, rezo para que
todos os dias sejam bons e saudáveis. E os abençôo com todo meu amor. Seja sempre digno do amor
dela. Seja sempre o homem dela. Seja sempre um bom marido. Ame sua mulher, honre-a da melhor
maneira. E torço muito para que venha lindos netinhos, por favor, não demorem! – ele estava
engasgado em dizer tudo aquilo, mas era bom demais ouvir tudo isso do meu paizão. Chorei. Eu não
precisava segurar nada. E era a primeira vez que eu chorava em sua frente. Suas palavras eram como
açúcar que adoçava meu coração, o enchia de alegria e fortalecia minha vida.
– Serei como você, paizão... Obrigado por ter sido um bom exemplo.
– Você será muito melhor!
– Amo vocês...
Esse almoço foi feito de pura emoção e carregado de doces surpresas.
– Sei que não era para fazer nada sem te informar, e como depois da lua de mel vocês irão viajar
para o Sul, resolvi deixar um presente a vocês aqui. É um presente meu e de sua mãe. Filho, espero
que lhe traga muito felicidade, que seja um lar cheio de amor e carinho! – ele me entregou uma
caixinha de madeira decorada com lindas rosas vermelhas, na tampa havia tulipas igualmente
vermelhas.
– Paizão... eu nem sei...
– Shh, você nem abriu ainda! – nem precisava, eu já imaginava. Sorri aos dois e peguei a caixinha
em mãos. Ouvi um clique da fechadura e quando abri, meus olhos deixaram escapar as gotas salgadas
do oceano.
– Oh, meu Deus... é aquela casa?! – perguntei engasgado.
– Sim, será de vocês... – meu pai estava com os cotovelos na mesa, e as mãos na boca, igualmente
emocionado.
Retirei a chave da casa que estava com um chaveiro de quando eu era criança, sempre andava com
aquele chaveiro escrito “Dreamer”. Sim, eu era um sonhador. Aliás, ainda sou. Só tive minha fase de
decepções e passei a ser um “Zangado”, mas depois voltei cheios de sonhos assim que conheci a
Mel, e passei a conhecer o amor.
No fundo da caixinha estava a foto que eu tinha tirado na frente da casa dos meus sonhos. Eu tinha
nove anos de idade, e essa casa é uns quatro quarteirões daqui.
Um dia passeando com minha mãe, a fiz parar e tirar a foto da casa. Era tão perfeita, parecia que
tinha magia em sua volta. E depois desse dia, eu sempre dizia que quando crescesse teria aquela
casa. E caramba, hoje ela é minha!
– Não creio, paizão! Nossa, obrigado!
– Você sempre será nosso menino! O nosso sonhador!... – minha mãe veio me abraçar, eu mal
conseguia respirar de emoção. Mel vai adorar a notícia.
– É um singelo presente. Eu sempre soube que isso iria te fazer feliz. Faz alguns meses que estava
negociando a casa, agora ela é sua! Parabéns. Você é merecedor.
– Isso é divino! Estou louco para vê-la! Obrigado – eu nunca me cansaria de agradecer a benção
que eram os meus pais.
– Está ainda mais linda. Com o mesmo jardim encantado na frente. Tudo exatamente. Quando
voltar de viagem, estará apenas aguardando a nova família feliz! – minha mãe estava radiante.
– Uau, essa flores estão lá ainda? – apontei para um montoado de flores vermelhas. Aquilo me fez
lembrar a Mel.
– Exatamente igual! – disse meu pai e se levantou para darmos mais uma vez um abraço bem forte.
O meu dia feliz ao lado deles foi muito produtivo. Estava curioso para saber da minha ruiva!
Amanhã ela será só minha!...


Barba feita. Cabelo cortado. Terno preto Armani sob medida. Gravata vermelha. Ansiedade a
mil... Hoje era o nosso dia!
Conferi a aliança no bolso, passei a última vez as mãos nos cabelos. Conferi o relógio. Em breve
meu pai estaria me chamando para irmos. Ai, como será que a Mel ficou o dia todo em seu dia da
noiva? Eu não falei com ela hoje. Tomaram o celular dela para não nos falarmos. Confesso que,
fiquei puto com isso, mas a ansiedade só aumentava. Eu queria vê-la logo, beijá-la... amá-la! Tê-la
em meus braços e sussurrar em seu ouvido: você agora é minha de verdade...
Fiquei ouvindo o dia todo música para me distrair, mas quando tocou Kings of Leon, novamente
tive uma visão e tanto de uma ceninha com a Mel. Peguei um objeto que tinha comprado das pervas
da clínica e coloquei no bolso da calça preta. Mel ficará enlouquecida para o que tenho a ela.
Dezoito horas em ponto. Meu pai bateu a porta do quarto. Agora era a hora.
Vamos para festa, garotão! Vamos arrasar ao lado da sua Mel! – pisquei sem noção para o meu
reflexo no espelho e desci.
O casamento estava marcado para as dezenove horas. Chegaria um pouco mais cedo para organizar
a nossa entrada. Combinamos tudo certinho. As organizadoras acharam um barato quando viemos
combinar tudo. Mel é uma louca nas ideias, mas ficaria tudo perfeito.
A limusine preta nos levou até o Clube Pinheiros. Ao chegarmos lá, tudo estava numa perfeita
combinação como Mel e minha mãe haviam pedido. Tudo em vermelho e creme, a festa seria do
outro lado em um salão ao lado da piscina imensa e decorada. A cerimônia seria logo na entrada,
num jardim muito bem decorado e cheio de frescuras e brilhos que elas haviam pedido. Por mim, eu
casaria apenas nós dois, mas já chega de egoísmo, certo? Então deixei as duas tomarem conta de
tudo. Mas, convenhamos, estava tudo muito bonito. Mel ficaria encantada com todo luxo. E eu já
imaginava o brilho em seus olhos... e já me apaixonava novamente sem ao menos tê-la visto. É muito
amor, né não?
Fui para o salão ao lado de onde eu sairia com minha mãe. Avistei o brinquedinho do qual entraria.
Seis e meia e as cadeiras do lado de fora já estavam sendo preenchidas. Uma a uma foi sendo
completada. Coisa linda de ver. As luzes já estavam tomando conta do lugar. E a ansiedade só
aumentava.
– Mãe, a Mel já chegou? – perguntei tentando não mostrar nervosismo, mas era impossível.
– Sim, meu anjo, ela já está aqui – meu coração acalmou como se tivesse dado uma anestesia nele.
Relaxei visivelmente. Ela riu de mim.
Alguns minutos seguintes uma moça morena entrou na sala, estava toda de preto e um rosto com um
sorriso agradável. Falou algo num microfone que estava conectado ao ouvido e virou-se a nós.
– Sr. Juan, entraremos em cinco minutos. Os padrinhos já irão entrar. Fique a posto aqui na porta,
já ligarão a moto a você! – sorri e dei a mão para minha mãe. Ela notou o gelo que estava, então
esfregou com carinho. Beijei os nós de seus dedos. Ela estava incrivelmente linda com um vestido
azul da cor dos meus olhos. Ela disse que era uma homenagem.
– Vamos? – perguntei dando outro beijo, só que agora em seu rosto.
– Preparado?! – sorriu em minha direção e seus olhos também azuis estavam radiantes.
– Muito! Vamos lá receber minha ruiva linda.
Assim que ouvi a música distante, eu sabia que os padrinhos já estavam entrando. Concentrei-me
no ronco do motor que estava em minha frente. Eu chegaria com uma moto Harley Davidson preta e
vermelha venenosa, pararia em frente ao tapete vermelho que dava para o altar. Minha mãe chegaria
na garupa. Diferente, não? Tudo ideia da minha doce ruiva. Coisa linda.
Montei na poderosa e acelerei para ouvir mais forte o ronco da garota abaixo de mim. O rapaz da
segurança ajudou minha mãe a montar atrás. Eu teria uma estradinha para andar até chegar o tapete.
Ouvi a música ao fundo começando. Arrepiei-me por baixo por terno bem cortado. Os músicos
presentes iriam acompanhar até a entrada.
You Shook Me All Nigth Long. AC/DC. Era o que estava tocando para minha entrada. Emocionante
em saber que sempre amei essa música e sua letra é perfeita para minha Mel. Vários e vários trechos
perfeitos e dedicados a ela.
[1]
“She had the sightless eyes telling me no lies…”
Era arrepiante demais. Espero que Mel esteja ouvindo de onde estiver. Acelerei devagar a moto, o
ronco ganhou vida e saiu pelo jardim muito iluminado.
– Mãe, você está bem?
– Sim, meu anjo. Acelere! – brincou.
Então foi o que fiz. Parti para meu caminho até o altar. O lugar em que mais pensei em estar essa
noite. Em breve com minha ruiva.
O caminho não era longo, assim que parei a moto na frente do tapete vermelho, ajudaram minha
mãe descer e eu fiz o mesmo. Deixei a moto parada e o rapaz iria tirá-la para a entrada da Mel. Os
sons da guitarra tocavam e ainda me arrepiava enquanto andava a passos certeiros até o altar. Nossos
padrinhos estavam lá, todos sorridentes esperando tudo acontecer. Cheguei... Agora era a vez da
Mel...
Vem, minha linda...
A música cessou e entrou os violinos. Calmamente todos se levantaram para a entrada principal da
noite. A mulher mais divina da noite. A minha mulher.
Comecei a ficar inquieto, só os violinos tocavam devagar algumas notas, eu não sabia qual música
Mel iria entrar, ela fez suspense. Assim que o Bentley conversível branco parou na frente do tapete
do qual entrei, minha coluna ficou ereta, meu coração passou a ficar descompassado, não combinava
com a música que começou a tocar. Os pianos tomaram o rumo e então reconheci. Eu tinha escutado a
Mel ouvir essa música algumas vezes, mas não imaginei que ela tocaria essa em sua entrada. A
thousand years fazia sua entrada triunfal. E foi quando ela desceu do carro com a ajuda do pai, meu
mundo fundiu somente com o dela... meu olhar azul oceano no dela verde natureza.
Ai, meu Deus...
Fiquei sem ar, fiquei sem chão. Aliás, me faltou chão nesse exato momento, e eu precisava de
alguém para me apoiar. Ninguém se moveu, então tive de manter as pernas firmes e esperá-la chegar
lentamente...
O mundo parou só para nós dois. Todo mundo desapareceu. E de repente era eu e minha ruiva. Só
nós dois no mesmo embalo. Mel parecia distante, mas ao mesmo tempo, parecia correr para meus
braços.
Estava tão linda, com seus cabelos vermelhos radiante, um destaque em todo aquele branco com
pedras bordadas. Um vestido tão grudado, mostrando todas suas curvas, e por Deus, o que são
aquelas belezinhas de peitos?
Céus, era um tesão olhá-la! Até olhei em minhas calças para ver se não tinha uma ereção imensa
querendo sair. Sorri.
Ela estava a dois passos de mim. Fui buscá-la só pra mim.
– Oi linda – falei todo abobalhado. Loucamente apaixonado.
– Oi meu amor – a leve música se misturou com seu timbre. Sorri e meu coração sambou mais um
pouco quando ela tocou meu rosto.
Estava ali ao seu lado, eu não queria ouvir mais nada, não queria ver mais nada, além do que a
Mel... O padre da igreja em que minha mãe frequentava realizou a cerimônia todinha sem que eu
notasse quaisquer coisas. Eu só repetia o que tinha de ser dito, porque eu ouvia primeiro a voz da
Mel. Depois eu me forçava a prestar atenção. Repetia o que ela dizia. Até que chegou a hora mais
linda. Iríamos trocar a aliança. Tirei do bolso a pequena caixinha vermelha e entreguei ao padre. Ele
sorriu ao pegar, pois não desviei os olhos dela. Mel sorria como o Sol que faltava à noite. A lua já
brilhava e iluminava seu rosto coberto de alegria e felicidade.
Trocamos juras de amor eterno ao som de In These Arms – Bon Jovi. Quantas vezes ouvi a Mel
cantando enquanto limpava minha casa, parava em minha frente, me olhava nos fundos dos olhos e
dizia seu amor através da canção. Achei mais do que justo colocá-la em nosso momento. E fizemos
isso junto. Eu comecei.
– Eu te abraçaria... – comecei com um sussurro enquanto a música tocava de fundo. Iríamos só
acompanhar e dizê-la um ao outro.
– Eu te precisaria... – disse sorrindo e com a voz num fio meloso.
– Eu me ajoelharia por você... – toquei seu rosto antes de me ajoelhar pra ela. – E faria tudo
certo... – ela beijou minha mão. E estendeu as mãos para eu subir.
– Se você estivesse nestes braços... – disse me acolhendo entre seus braços.
– Eu te amaria... – sussurrei de frente a ela, encarando-a olhos nos olhos. Com toda minha
verdade e meu amor.
– Eu te agradaria... – tocou em meus lábios que dizia somente a verdade a ela.
– Eu te diria que eu nunca vou te deixar... – falei sobre minha promessa para a vida toda.
– E amaria você até os fins dos tempos... – ela soluçou mais uma vez emocionada com todo nosso
amor sendo a prova mais real, para todo mundo ouvir e sentir. Estávamos todos emocionados com
nosso amor. Nossa troca de palavras como orações. Como promessas que serão cumpridas fielmente.
– Se você estivesse nesses braços esta noite... – falei por fim, aguardando apenas ela estar entre
meus braços para selar um beijo do “para sempre minha”.
– Eu te amo. Eu te amarei para sempre... – disse com os lábios colocados aos meus.
– Sou completamente seu! E eu te amarei eternamente, ruiva! – enfim nos beijamos e as palmas ao
fundo fizeram festa. Yes, hoje era a nossa festa!


Cumprimentamos todos da festa e depois caímos na alegria. Observei minha ruiva indo de um lado
ao outro dando atenção a todos. Estava tão linda que eu mal conseguia me concentrar em outra coisa.
Quando a gente se esbarrava eu sempre a beijava muito e sussurrava sacanagens em seu ouvido.
Minha última foi:
– Nossa Melzinha, eu vou arrancar esse vestido a força... vou fodê-la vagarosamente... está
molhada?
Ela jogava um olhar pervertido e dizia passando a língua sobre minha boca “tente adivinhar!”
comecei a ficar louco! Bebia tudo que o maître trazia pra mim. As bebidas começaram a fazer efeito,
até que a Mel me arrastou para o banheiro. Fazendo-me ferver, mal sabia que eu tinha algo pra ela em
meus bolsos!
Uma pena, pois fomos interrompidos por Carla que ficou com minha ruiva lá. Voltei para a festa e
bebi com meus amigos e familiares. Estava indo tudo bem, até que encontrei o olhar do Richard, pois
é ele estava lá e, confesso que, não foi conforto total não, pois eu sempre o pegava olhando a Mel.
Esse cara está de palhaçada com minha cara, né não?
A festa estava linda, e foi quando arrastei a Mel novamente para o banheiro.
– Juan, você já está passado com bebida, não é? – perguntou rindo e mordendo meu queixo. Ela
também já estava pra lá de fácil.
– Sim, e vou fazer algo ousado, posso? – sorri colocando a mão no bolso.
– Você já é ousadia em pessoa! O que quer? – sua feição dizia que se fosse uma rapidinha ali, ela
toparia. Essa é minha garota!
– Fique encostada na parede – ordenei, ela fez o que pedi. – Boa menina. Agora abra a boca! –
seu sorriso perverso mostrava que estava gostando. Assim que ela abriu a boca, tirei as duas
bolinhas do bolso. Seu olhar foi confuso ao ver as bolinhas de metal, uma pendurada com a outra
entre um fio. Coloquei dentro da boca dela. – Chupe-as para esquentá-la em sua temperatura – pois
elas estavam um pouco geladas e também para lubrificá-las. Ela fazia tudo que eu pedia. Tirei da
boca dela pela cordinha, coloquei na minha, as chupei e voltei meu olhar para Mel. – Abra as
pernas, honey!... – mesmo com toda dificuldade do vestido agarrado, ela subiu vagarosamente a
ponta do vestido para que eu pudesse me ajoelhar em sua frente. Tive de ser fera nessa, a porra do
vestido não subia muito, então precisei me virar e achar o caminho – que não era difícil.
Convenhamos!
– Juan... você vai deixar isso dentro de mim? – perguntou sem ar.
– Yes, baby... Agora fique calma, só relaxa para deixá-las confortáveis – assim que vi seu
relaxamento enfiei as bolinhas dentro dela. Mel gemeu baixinho.
E caralho, ela já estava molhada!
– Sua gostosa! – puxei a calcinha sem ver e enfiei as bolinhas que deslizaram sozinhas para dentro
dela. O fiozinho ficou com a ponta pra fora. Depois na hora de tirar seria bem fácil.
Levantei agarrando sua bunda e prensando-a contra a parede. Firmemente para mostrar-lhe minha
generosa ereção por aquilo. Deixei um delicioso beijo na boca dela, brincando com a língua, da
mesma forma em que faria lá embaixo mais tarde... Mel se contorcia e gemia sobre meus lábios.
– É gostoso? – perguntei acariciando seu rosto.
– Muito... – gemeu. – Vou ficar com isso até quando? – falou ofegante.
– Até chegarmos ao hotel! – sorri e saí. – Vem, irão fazer os discursos!
– O quê? – falou apavorada. – Preciso me concentrar Juan, isso aqui me deixa excitada só de
respirar! Essas bolinhas estão me deixando à beira do orgasmo...
– Ótimo! Adoro vê-la gozando, vamos, honey! – deixei um beijo em seu queixo e em seu pescoço
deslizei a língua.
– Você é muito sacana! Vou foder você a noite toda! Montada em seu pau até se cansar! – grunhiu e
ao sair ficou gemendo e rezando baixinho. Ou seria xingando?
– Isso, honey... selvagem... e com força!... – acertei um forte tapa em sua bunda. Mel parou
ofegante e me fitou com os olhos faiscando.
– Porra Juan, eu gozei... – gemeu me encarando.
– Esse é só primeiro de muitos. A noite é apenas uma criança, honey...

– Bem, o que tenho para falar é apenas agradecer essa ruiva por tudo que ela fez por mim.
Obrigada Mel, por me fazer mulher, por me ensinar o verdadeiro truque feminino. Se amar acima de
tudo. Espero que seja muito feliz ao lado de Juan. Desejo muita felicidade aos dois. Amo vocês! E,
ah, Juan, trate de fazer minha amiga, muito, mais muito satisfeita! Seus incansáveis... Gente, desculpe,
mas eles são dois tarados! Eu tive que tirá-los do banheiro! Vejam só... – todo mundo caiu na risada
com o brinde de Carla. – Um brinde ao casal mais perfeito e tarados de todos os tempos! – todos
levantaram as taças e o pai da Mel se levantou para discursar.
– Olá, que bela noite, não? Quero agradecer primeiramente ao Juan por ter feito a Mel uma mulher
ainda mais incrível. Por não ter desistido do amor deles, e por tê-la feito voltar a viver. Obrigado,
meu filho, por isso. E, Mel, eu quero que saiba que sempre estarei orgulhoso de você. Obrigado por
seu perdão. Você é a coisa mais linda que existe. Eu te amo filha, sejam felizes!... Um brinde ao casal
– Mel ficou visivelmente feliz e contente por seu pai ser sincero. Fiquei orgulhoso dela.
Dei um beijo no topo de sua cabeça. E vi Felipe, meu amigo da faculdade levantar para fazer um
brinde.
– Uau, alguns meses atrás encontrei com o Juan e ele me disse que estava “loucamente
apaixonado” cheguei a rir dele e ainda por cima até fiquei com inveja sobre o verdadeiro sentido da
palavra amor. Eu nunca imaginei que diria isso, mas quero que saiba que vocês dois são o amor.
Mel, obrigado por receber meu amigo em seu mundo. E, ah, fique ciente disso que ele se apaixonou
por você antes de te conhecer, quer saber o por quê? – todos falaram um coro de sim. – Por ser
ruiva! Juan é um tarado por ruiva, bem, agora só por você! Ops... – Mel sorriu e me beijou. – Desejo
felicidade eterna, cara, vocês merecem. Um brinde ao casal! – ele apontou a taça pra mim. Minha
mãe se levantou.
– Meus anjos, vocês são uma benção para a família, estamos tão orgulhosos de vocês. Mel, meu
imenso carinho por você, obrigada por fazer meu filho o homem mais feliz desse mundo. Nós
desejamos felicidade eterna a vocês! Um brinde ao casal e a felicidade – todos brindaram. Agora
seria minha vez.
– Mel, doce Mel. É verdade o que Felipe disse, eu me apaixonei por você antes mesmo de
conhecê-la...
– Eu sei... – ela piscou ao dizer e fazer todos rirem.
– Linda. Mel, eu quero passar meus dias fazendo-a sorrir. Quero passar o resto da minha vida
amando-a. Fazendo-a feliz o tempo todo. Se um dia precisar chorar, que seja de alegria por algo
bom, mas, se for por apenas chorar, estarei sempre por você. Sempre, Mel. Eu a amo tanto que
parece não existir amor dessa forma, mas existe sim, o nosso. Eu sou seu veneno e você meu
antídoto. Não há mais nada como a gente. Mel... eu sou completamente seu... De corpo e alma. Eu te
amo – fui até ela e a beijei apaixonadamente. Curtindo seu beijo intenso e verdadeiro. – Sua vez,
garota! – ela sorriu sobre meus lábios. – Levante... – sussurrei em seu ouvido. Ela revirou os olhos e
quando levantou, segurou fortemente em meu braço. Yes, outro orgasmo. Seu olhar fulminante me
acertou em cheio, fazendo meu pau endurecer na calça. – Estou duro, baby. Pare com essa cara! – o
que fazíamos ninguém estava ouvido. O que era melhor ainda.
– Ai, gente, esse Juan é simplesmente perfeito! Amor, obrigada por tudo. Por todos os momentos
alegres e os que ainda virão. Obrigada por ser tão apaixonado por mim. Obrigada por tudo que fez e
o que irá fazer por nós. E, acima de tudo, meu amor... Ah, Juan, um dia eu te pedi algo e você me
ofereceu com toda sua verdade, com toda sua alma. Obrigada por me amar por nós dois... Com você
encontrei a verdadeira felicidade. Eu te amo... incondicionalmente...
Não existia nada melhor do que ouvir cada palavra dita por ela. Assim que sentamos, nos beijamos
em meio as palmas e Mel levou sua boca até meu ouvido.
– Seu filho da puta gostoso, eu gozei de novo!... – mordeu minha orelha se divertindo.
Eu amo essa ruiva! Sem sombra de dúvida. Incondicionalmente.
25- De volta para casa

Radiante era a feição da minha mulher quando entrou em meu colo no quarto do hotel que
ficamos para nossa noite de núpcias.
Mel estava tão feliz que ria alto como se alguém tivesse fazendo cócegas em sua barriga. Era
esplendorosa. Tão única que me sufocava só de vê-la em meus braços.
Assim como manda a tradição, entrei com ela no colo, mas não foi apenas na porta do quarto, mas
sim, desde a porta do hotel até chegar a nosso quarto. Passamos pelo hall de entrada, subimos pelo
elevador trocando beijos e quando estávamos em frente à porta, sorrimos felizes até aquele esperado
momento. Agora estávamos casados. De verdade. Sr. e Sra. Vasco. Perfeitos.
Abri a porta e entramos. Em nossos corpos a vontade já estava nítida. Não estava mais
aguentando... Eu precisava estar dentro dela. Urgentemente. Desci Mel do meu colo deixando-a
próxima à cama.
– Você está incrivelmente sexy, linda, maravilhosa, esplendorosa sobre esse vestido... Mel, fervi a
noite toda olhando-a... Quase não me concentrei em nada... Você é perfeita. Você está linda demais...
– falei tudo isso num gemido rouco.
– Estou é? – disse toda manhosa, mexendo as mãos pelo corpo. Só me atiçando.
– Sim, está... muito... muito gostosa... – fui a sua direção. Cerrei os olhos e soltei o sorrisinho
malvado que ela tanto ama.
– Você também está absurdamente gostoso! Estou fervendo embaixo de todo esse pano... – ela se
aproximou ligeiramente. Agarrou minha nuca, deixando-nos cara a cara. Boca a boca. Olhos nos
olhos.
– Mel, eu fervi a noite toda com suas provocações... fervi com cada orgasmo que teve... fervi até
mesmo quando chegou no altar! Tem noção desse pecado em ficar de pau duro na frente do padre e de
todo mundo, Mel?! Tudo isso é simplesmente por ser perfeita... e eu vou te comer lentamente,
honey... a noite toda... – gememos ao tocar nossos lábios um no outro. Ela quase engoliu minha boca
para matar sua vontade sobre mim. Quase me devorou vivo só para ter mais de mim. Era uma
sensação boa de libertação. De estar juntos. Para sempre.
Desgrudei de seu corpo e aprecie sua vontade, como ela estava ofegante. Degustei seu prazer em
seu olhar. Sua boca entreaberta só a minha espera. Só a espera de quando entraria com força. Assim
como prometi durante toda a noite. Eu apreciava sua vontade subindo pela parede. Era divina.
Quando fui para perto dela novamente, para subirmos na cama, Mel veio em meu encontro, apertei-
a contra meu corpo, sentindo o seu todinho embaixo daqueles panos todos. Aquele vestido
superapertado em seu maravilhoso corpo firme e ansioso. Ela saiu de perto da cama ficando ao meu
lado. Decidi pegar o champanhe para brindarmos enquanto tirava toda a roupa. Ela grudou em minha
gravata vermelha e lascou um beijo em minha boca, me deixando até tonto por seu sabor ardente. Ao
soltar sua boca da minha, eu estava até desnorteado. Virei e segui para pegar a garrafa, e quando do
nada, eu já estava com a cabeça batendo na quina da cama!
Que porra foi essa?
Caralho, eu sem querer pisei sobre a barra do vestido da Mel e dei de cara com a madeira da
cama! Porra louca! Senti um galo se formando sobre a testa, e o grito de susto da Mel no fundo.
Fechei os olhos e toquei somente para ver se tinha sangue. Abri os olhos e sentia a ardência que
aquilo me causou. Não sangrou. Ainda bem.
Sentei encostado na cama e levei as mãos à cabeça. Mel chegou junto.
– Amor, o que foi isso? – ela ficou de joelhos ao meu lado. Sua expressão era engraçada. Eu não
me aguentei e comecei a gargalhar.
– Sei lá, escorreguei na barra do seu vestido! – rimos juntos.
– Eu senti o tranco! – disse se aproximando. Ao me encarar de perto, gritou: – Nossa, está
inchando, Juan. Vou colocar gelo – ela se levantou e foi até o frigobar.
Isso foi só um adiantamento ao nosso sexo, mas me encontrava duro ainda. E ao ver a expressão
engraçada dela, só me deixou mais atiçado. Ela estava com o corpo inclinado sobre o frigobar, com
aquela bunda por dentro daquele monte de tecido. Era muito, muito excitante.
– Mel... – gemi ao ver seu corpo vindo em minha direção. Ela estava como uma leoa. Uma
selvagem... – Nossa, Mel, venha agora aqui garota... – ela sentou sobre meu colo. Seu vestido era
apertado demais, não me dava acesso para seu sexo. Aquilo estava me deixando nervoso. Bufei em
seus lábios.
– O que foi? – perguntou com os lábios em meu queixo e vi em suas mãos duas pedras de gelo já
derretendo.
– Quero estar loucamente dentro de você, mas queria que fosse com esse vestido... pensei nisso o
tempo todo... – Mel me beijou novamente. Agora demoradamente enquanto levava a mão para minha
testa e deslizava uma pedra de gelo por cima do galo que formou. Gemi com o contato do frio do
gelo e de sua boca quente sobre a minha. Ela se remexia sobre meu corpo, me atiçando aos poucos.
Matando-me ao poucos...
– Mel... afaste o vestido...
– Eu estou ainda com aquelas bolinhas... – sorriu maliciosa.
– Eu sei, e você gostou? – gemi mordendo seu maxilar.
– Estou amando... está vendo o quanto estou me esfregando em você? – fiz que sim. – Pois é,
estão se remexendo dentro de mim... em segundos vou gozar... – gemeu em meu ouvido.
Sua esperteza a fez agir rapidamente. Mel sempre gostou de gozar beijando minha boca. Com a
pedra de gelo, ela foi vagarosamente deslizando por todo meu rosto. O contorno do machucado,
descendo da testa pelo nariz, deslizou por toda minha boca, subiu novamente pelo contorno do rosto
até a orelha, onde ela mordeu e chupou a pedra de gelo me beijando bem ali. Na parte sensível.
– Faça-me gozar... – gemeu ainda mordendo meu lóbulo com a língua gelada pelo gelo. Aquilo foi
tentador demais.
– Seu pedido é uma ordem, baby... – grunhi, segurando seu penteado, desfazendo-o todo, puxando
ainda mais seu corpo para perto de minha ereção. Ela estava sentada em meu colo e se remexia toda,
buscando seu clímax. Sua boca novamente encontrou a minha, onde mordeu fortemente o meu lábio
inferior. Com o olhar ardente me encarou e rosnou.
– Porra, Juan, por favor, tire essa coisa de dentro de mim, e coloque coisa melhor lá dentro! – ela
não pedia, ela ordenava.
– Mel, eu quero te pegar com esse vestido, mas parece impossível... – gemi buscando a abertura
do vestido. Aquela peça era linda e sexy no corpo dela, mas era uma merda... não dava pra pegá-la
com ele. Fato.
– Verdade, não dará pra fazer isso! – entortou o bico. Eu iria brincar.
– Dê seus pulos, nega! – ela me encarou rindo. – Falo sério, eu quero e você me dará! – sorri e
esperei sentado o que ela faria. Ela se levantou e se contorceu. As bolinhas estavam lhe dando
prazer. Sorri.
– Desfile pra mim! – esse pedido iria fazê-la gozar com as bolinhas. Depois comigo. Sorri meu
melhor sorriso, pois ela me encarava com os olhos cerrados.
– Aham, só porque você quer! – disse com as mãos na cintura.
– Não é um pedido, Mel, é pra fazer agora!
– Já está me dando ordens, doutor Vasco! – encarou-me sorridente. Ela gosta disso. Desse
joguinho.
– Sim, agora, faça o que pedi, Melzinha! – segurei a ereção dentro da roupa. Por trás da cueca. Já
sufocado, querendo sair. Querendo estar dentro dela.
– Juan, caralho, eu já estou toda gozada por causa dessa porra! Quero você dentro de mim... –
gemeu cada palavra. Só para me convencer com seu biquinho.
– Vem cá, sua malcriada! – puxei por sua cintura e a virei para tirar aquela peça de seu corpo.
– Isso, doutor, assim... – disse toda empolgada.
– Shh, delícia... vou te tomar sobre meu corpo.
Ela concordou com os olhos. Assim que tirei alguns botões de trás e deslizei o zíper por seu
corpo, a peça caiu por inteira. Revelando toda sua pele sexy e pronta. O conjunto branco da lingerie
era a preciosidade sobre sua esplendorosa pele. O sutiã deixei no lugar, já a calcinha, enfiei as ponta
dos dedos, rasgando-a por completo. Mais uma pra coleção. Mel gemeu vendo o tesão dos meus
olhos.
– Está maravilhosa... – gemi mordendo sua pele da barriga até aquela parte mais molhada de seu
corpo. Toda depilada e cheirosa pra mim... molhada demais...
Vi o fio das bolinhas e antes de tirá-lo, acertei um tapa em sua bunda, fazendo-a tomar um susto
maior do que quando caí. Ela sorriu e foi agachando sobre meu corpo, um orgasmo se formou em seu
ventre, ela se entregou sentando em meu colo.
– Caralho... – sussurrou em meu ouvido. Sorri em seu ombro. – Que delícia...
Puxei o cordão com as bolinhas úmidas, Mel tirou minha ereção de dentro da calça, sentou sobre
mim, e cavalgou deliciosamente até atingirmos um maravilhoso e explosivo orgasmo. Ela por duas
vezes. Fiquei mais do que orgulhoso. Fiquei satisfeito!...
Ainda durante a noite, usei seu sutiã como taça para o nosso brinde com Chandon. Mel ficou
totalmente extasiada com minha performance em usar todas as partes do seu maravilhoso corpo
como taça. Eu amo essa ruiva... demais...


Acordei com o celular tocando. O meu, depois o dela. Saco, que inferno é esse?
Levei a mão até o outro lado da cama para pegar o meu que tocava. Passei por cima do corpo Mel,
e assim que peguei o celular para atender, ela acordou e se assustou comigo por cima dela, e
levantou seu rosto chocando-se com meu queixo.
Eita, porra, essa noite de núpcias foi só choque!
– Ai! – ela gritou e voltou a se deitar.
– Mel, o que foi, amor? Te machuquei? – perguntei largando o celular. Agora que me toquei,
estávamos atrasados para sair. Carla que estava ligando. Ela nos levaria ao aeroporto. Droga.
– Não, só bati o nariz em seu queixo, mas está sangrando!... Ai... – resmungou enquanto eu
analisava sua feição. Tão linda logo cedo.
– Vou pegar um lenço pra você, mas meu amor, nós precisamos nos apressar, estamos atrasados!
Carla já deve estar lá embaixo nos esperando!
– Eita, Juan... – ela se levantou correndo para se ajeitar. Fiz tudo calmamente, não adiantava
correr com nada.
Tomamos banho juntos e nem tomamos café, já corremos para o hall. Iríamos encontrar a Carla lá.
Desci com um band-aid na testa e Mel com um lenço no nariz, ainda sangrava sem parar. Ao ver a
Carla, ela já veio com um sorriso discreto e toda sorridente.
– Nossa, pelo visto a noite foi muito boa! O que aconteceu? – perguntou com uma mão na cintura e
a outra no barrigão.
– Um deslize!... – Mel disse quando eu soltei:
– Caí!... – eu estava certo, Mel só queria encobrir.
– Hum, foi um deslize você ter caído?! Onde aconteceu? – perguntou preocupada, agora não sei
com quem. Ela olhava da Mel pra mim diversas vezes.
– No quarto.
– No banheiro! – novamente falamos juntos.
Ok, nós não sabemos mentir.
– Ok, isso não é da minha conta! Vamos?! – disse desconcertada.
Olhei para Mel e rimos em silêncio. Miami nos esperava!...


Porra, fala sério, a minha gata – agora mulher – estava sem calcinha! Caralho, sem calcinha! É
perfeição demais dentro de um elevador! Eu tive que comer. Eu tive que fazer meu papel de macho. E
fiz, muito gostosinho...
Soltei aquele sorrisinho malvado e sexy que ela tanto ama para já conquistá-la, mas nem era
preciso fazer ceninha, a única coisa que precisava era levantar a saia e me encaixar em seu meio. Só.
Ela já estava pronta. Mel sempre está pronta. Para o que der e vier... aliás, principalmente, para o
que “der”. Devorei essa garota ali mesmo.
Apertei alguns botões do elevador, e tchan nan, ele parou. Deveríamos ser rápidos nisso, já que em
breve alguém iria arrumar. Não estávamos em nosso país, e estávamos fazendo uma zona no hotel,
mas quer saber, que se foda! Eu iria sim, degustar do corpinho da minha ruiva!
Nisso que o elevador deu um tranco, já me enfiei entre suas pernas, buscando nosso prazer. Numa
rapidinha mais deliciosa de nosso currículo, já que nunca tínhamos feito em elevador. Essa deveria
ser tão prazerosa quanto rápida. Tínhamos apenas uns cinco a dez minutos no máximo, mas quem é
que disse que não gozaríamos antes disso?! Hein? Bem, eu juro, só de sentir o cheiro dela já gozaria
sem me tocar!
– Tic Tac, gatinha! Vamos, está gostoso?... – estoquei mais fundo, apertando sua bundinha
encantadora.
– Juan... você é muito sacana! Vamos, baby, com força! – gemeu se balançando toda com minhas
profundas estocadas.
– Sei, sacana, eu? Com força, honey?... – mordi seu queixo e seus lábios que estavam pendurados.
Molhados e deliciosos.
– Yes, doutor... ah, sim... com muita força...
Deus, esse gemido dela me excitava muito mais do que poderia conseguir. Senti meu pau se
afundar mais e escorregar para dentro de uma forma enlouquecedora. Um arrepio subiu pela coluna.
– Oh, honey... você merece assim... – empurrei mais seu corpo contra a parede de aço atrás dela.
Mel sorriu e contorceu-se mais ainda. Gemendo, se entregando...
– Assim... Ahhh... – ela atingiu um segundo antes de mim. E antes do tranco do elevador voltar a
funcionar. Relaxei dentro dela deixando todo meu líquido de prazer. Droga, agora fodeu! O elevador
descia rapidamente, eu tinha que pensar!
Pense, droga.
– Mel... fodeu! – falei agitado.
– Claro que não, doutor!... – ela tirou o lenço da mini bolsa que estava pendurada atravessada em
seu corpo. Sorri malicioso, essa minha mulher pensa em tudo!
– Você é muito safada, e eu amo isso! Você queria isso, não é? – claro, sem a calcinha já tinha
denunciado fácil, mas o lenço foi um prêmio e tanto. E mereceu um beijo daqueles. De tirar o fôlego
e deitar seu corpo como um filme romântico.
– Eu te amo – disse limpando o meu rosto. O elevador abriu.
Havia milhares de pessoas ali aguardando e conversando alto. E todas nos olhavam.
– Oh, sorry, I was scared! Thanks... – a fingida saiu do elevador fazendo ceninha para os que
estavam de frente. Funcionários e os visitantes. Segurei o sorriso assim que ela levou o lenço que
tinha acabado de se limpar ao rosto, fingindo limpar a testa e os olhos. Abracei e beijei o topo de sua
cabeça.
– Mel, como você é fingida! – apertei seu corpo contra o meu e saímos rindo. – Eu te amo, sua
maluca!
– Eu precisava fazer essa cena aqui! Foi demais, não?
– Sim, você é demais!...

Ficaríamos por quinze dias em lua-de-mel. Era apenas um início de nossa longa vida juntos e cheia
de amor. Eu queria aproveitar tudo que Mel me proporcionava no amor e, principalmente, no sexo.
Ela é sempre tão boa, tão preparada e cheia de ideias que fico até sem fôlego. Mas é sempre um
prazer em agradá-la. Satisfazê-la.
Depois de cinco dias quase sem sair do hotel. Brincadeira, nós saímos e muito, na verdade quando
o assunto é sexo, a melhor opção é a cama do hotel... ou a hidro... ou a piscina... sei lá, em lugares
mais seguros. Entretanto, Mel sempre adora me provocar em qualquer situação, e ali não seria
diferente.
Fui dar um mergulho e quando voltei, Mel estava deitada sobre a cadeira reclinável. Estávamos
numa praia que não era muito cheia ou como era fora de temporada deveria ser por isso a escassez
de gente por ali. Ao me aproximar, pude ver; ela estava com a parte de cima do biquíni aberta. Isso
me deixou um pouco enciumado, até porque no bar atrás da gente havia algumas pessoas por ali.
– Tudo bem aí, Sra. Topless? – cheguei e sentei ao seu lado. Puxei os dois fiozinhos do biquíni e
os amarrei antes de ela se levantar.
– Estava tudo ótimo, Sr. Ciumento! – disse enfadonha assim que virou em minha direção. Qual é?
Eu só estou cuidando do que é meu.
– Qual é Mel?! Só não quero você mostrando as coisas por aí! – exclamei sorrindo para não
arrumar briga.
– Não estava mostrando! – disse fazendo bico. Essa coisa de birra sempre me dava tesão. Cheguei
mais perto dela, com meu sussurro de sexo.
– Isso é só meu, tem meu nome agora! – apontei para seus peitos que estavam com os mamilos
duros. Meu pau apertou atrás da sunga vermelha. Ela viu e babou. – Tem algo escorrendo aqui... –
fingi limpar a baba da minha boca. Ela se levantou rapidamente. E foi caminhando em direção a
praia.
– Venha me foder lá dentro! – gritou. Porra, ela gritou!
Mel foi caminhando lentamente, fazendo charme para mim. Ao nosso lado havia um casal que
parou e nos fitou. Claro, eles não entendiam nossa língua, mas ficaram nos olhando. Ela parou e
apontou para o mar.
– Anda, Juan, eu quero transar lá no mar! Venha, seu bobo, ninguém está entendendo o que estou
falando! Eu. Quero. Trepar. No. Mar. De. Miami. Agora! – disse fazendo longas pausas e gritando
alto, jogando as mãos para o alto e dançando com a brisa que passava por seu corpo. Era a coisa
mais linda de se ver. Antes de me levantar e os outros verem minha ereção, respirei fundo e registrei
Mel dançando com o fundo perfeito. Sol e mar. Linda. Perfeita. Espetacular. Digna de nosso amor.
– Você tão linda, Mel... – gemi antes de levantar. Ela estava já perto da água.
– Eu te amo, Juan. E quero que você me ame nessa imensidão azul... Como seus olhos! Agora
venha, vamos brincar, baby!... Quero você todinho dentro de mim!...
Mel é tão sem-vergonha que o casal ria para mim e olhava para ela. Até que consegui levantar.
Encarei sem jeito o casal sem me virar. Sorri em direção deles.
– Hi! We’re on honeymoon! – falei cumprimentando-os já que nos olhava com um sorriso bobo e
engraçado.
– Percebemos! – a mulher respondeu! Caralho, não eram estrangeiros.
– Oh, Deus, vocês são brasileiros?! – levei as mãos na boca enquanto os dois caíram na risada.
– Sim. Bem, vai aproveitar sua mulher, ela está te esperando, rapaz! Boa lua-de-mel a vocês! – o
homem respondeu, ele parecia muito mais velho do que a mulher ao seu lado. Acenaram enquanto eu
ia em direção a Mel. Os dois se levantaram e seguiram de mãos dadas. Ah, com toda certeza também
iriam trepar. Saíram de lá só para nos dar mais espaço, mais privacidade.
– Que demora foi essa? O que eles queriam? – a impaciente me agarrou e foi arrastando-nos para
o fundo azul da água.
Sorri e respondi olhando dentro dos seus olhos.
– Nos saudando uma boa lua-de-mel! – sorri, ela fez o mesmo.
– Ai, que fofo! Que hospitaleiros – disse encantada.
– É sim, em português! – levantei as sobrancelhas e gargalhei com a expressão dela. Mel estava
com o queixo quase em seus peitos empinados.
– Caralho! Eram brasileiros?! Eles ouviram tudo que eu disse... ai, merda!... – estava totalmente
envergonhada. Isso foi lindo de ver. Deu-me mais tesão.
– Sim, eram brasileiros. Mas quer saber, nem ligaram, eles saíram, e tenho certeza de que foram
trepar também! Agora, me responde dona Mel, vai ficar envergonhada ou vai tirar essa calcinha?
– Não precisa pedir duas vezes, doutor... – gemeu montado sobre meu corpo, me agarrando como
uma macaquinha.
Beijamo-nos profundamente e naquele dia perfeito iríamos deixar nosso sabor sobre o oceano de
Miami... Numa tarde incrível...
Se um dia alguém me perguntasse como era o nosso sexo, eu simplesmente diria: é demais!


Sabe quando você já está ficando acostumado com o ambiente e tudo mais, e de repente tudo se
acaba? É ruim essa sensação, mas em compensação, jamais iríamos esquecer esses dias aqui. Foram
os melhores de nossa vida! Sem sombra de dúvidas.
Mel estava se trocando no quarto enquanto eu tomava um bom banho relaxante no imenso chuveiro.
Sim, o chuveiro, nada de banheiras. Isso era apenas a noite para finalizar o dia com um banho juntos
e um sexo baunilha.
Enquanto a espuma escorria sobre meu corpo, assisti meu membro acordar e relembrar de todos os
momentos e cenas de sexo com a Mel aqui em nossa viagem. Meu pau foi subindo e subindo... a
vontade só crescia dentro de mim. Já morto de saudade de estar dentro dela. Ensaboei-me
rapidamente, deixando o corpo limpo e fresco, e mantendo a firme ereção por conta só de pensar
nela. E isso só abaixaria depois de Mel fazer o seu mais prazeroso jogo e se encaixar como lego em
mim. Tive uma perversa ideia. Boba, mas prazerosa.
– Mel? – gritei do chuveiro. Estava de costas, ela entrou e me fitou pelo boxe de vidro que estava
todo embaçado e cheio de gotas do banho.
– Oi, amor! – perguntou baixo. Passei a mão em círculo sobre o boxe molhado – na altura do meu
rosto – para vê-la sobre a bola que fiz. Mel sorria e encaixava o sutiã. Abri uma parte do vidro e
com o dedo indicador a chamei. Mel sorriu despreocupada, mal sabia ela minha real intenção.
– Vem cá!... – o tom rouco tomou conta do momento. E por um segundo vi seu corpo se contorcer e
sua respiração cessar enquanto caminhava na direção do boxe.
– Oi... – disse já dengosa. Sua respiração estava ofegante, assim que viu toda situação por trás do
boxe embaçado. Minha ereção apontada pra ela. – Oh, meu Deus... – disse levando as mãos na boca.
Segurando seu melhor sorriso.
– Isso, honey, eu quero que você diga isso enquanto eu a penetro por trás... – deixei a rouquidão
tomar conta de tudo. Eu massageava meu pau em vaivém enquanto Mel observava a movimentação, e
seu corpo estava se preparando.
– Juan, eu acabei de me arrumar... – disse preocupada. Tínhamos marcado um horário num
restaurante e já estávamos em cima da hora, mas quer saber, que se foda tudo! Eu precisava estar
dentro dela. Agora.
– Está me negando, honey...? – falei com o olhar baixo, a voz pecaminosa. Ela não poderia
resistir. Continuei apertando a ereção. A cabeça estava inchada e dolorida, doida para encontrar a
menina dela.
– Não... é... que... ah... – ela estava incompreensível. Mas eu acharia rapidinho seu caminho.
Daria um rumo ao final dessa história.
– Ops... – soltei um risinho sacana em sua direção ao deixar o sabonete escorregar dos meus
dedos. Clichê e sonho masculino. – Pega honey, pega pra mim. Agora! – gemi me encostando a
parede fria, deixando a água cair sobre meu pau duro e ereto em sua direção. Aguardando-a agachar
e pegar. Eram apenas dois movimentos que eu precisava. Pra frente e pra trás.
– Juan... – gemeu, mas abaixou com classe. Divina e sexy.
Quando ela entrou no boxe não a deixei tirar o sutiã, a calcinha roxa eu apenas grudei os dedos nas
laterais e a tirei torturando-a. Agarrei seus cabelos, ela agachou tocando o chão e empinando a bunda
em minha direção. Pra frente e pra trás. Simples. Foi o que fiz... e ao penetrá-la por pouco não gozei
de tão bom que foi.
– Porra, Mel... – estocava fundo e vagarosamente. Deixando a água quente nos banhar. Lavar e
deixar ainda mais excitante a situação. Acertei um tapa.
– Doutor, eu não brinco em serviço, agora que me molhou novamente, faça completo! – sua voz
era uma ordem erótica. Eu faria o que ela quisesse.
– Me dê o sabonete! – ordenei, ela estendeu as mãos para trás, me deixando lavar suas costas, sua
bunda lisa e maravilhosa. Assim, esse banho era muito melhor... – Você é simplesmente
maravilhosa... – uma, duas, três estocadas lentas e quentes...
Mel e eu gememos fortemente durante todo nosso orgasmo... múltiplos...
Eita porra! Um brinde ao sexo magnificente!
Yes, baby...


Antes de irmos viajar, havíamos ganhado a casa dos meus sonhos dos meus pais. Eu não tinha
contado nada para Mel, eu queria fazer uma doce surpresa assim que voltamos da perfeita lua-de-
mel. E hoje era esse dia.
Bem, passamos dias inesquecíveis e curtimos muito amor durante toda a viagem, mas agora
voltamos para os dias de gente grande. Voltamos para as responsabilidades. E com toda certeza
precisaríamos botar tudo em ordem, pois semana que vem já iríamos viajar para o Sul. Como fui
convidado a fazer um intensivo por lá, na verdade era uma pós-graduação em Odontologia
Restauradora.
Bem, era um estudo mais prolongado, mas o previsto era para finalizar em seis meses. Que daria,
na verdade um semestre. Era pouco, mas seria durante todos os dias e com horários puxados. Mas
estávamos bem dispostos a passar por tudo isso. Era uma oportunidade e tanto, já que fui convidado
a participar desse programa com tudo pago. O curso totalmente pago e ainda remunerado. Era a
chance perfeita. Eu só arcaria com a estadia por lá. E isso não foi tão difícil, já que Laís, minha
colega de profissão, aquela que a Mel ficou enciumada, pois bem, ela tinha uma casa por lá e nos
alugou pelo tempo que quisermos. Foi uma ótima ideia.
Mel estava bem empolgada com a nova mudança de ares e tudo que nos cercavam. A morte de
Thiago ainda me perturbava de vez em quando. Caio foi preso no interior de Minas Gerais, e pegou
um bom tempo de cadeia, só pela fuga já valeu muito. Já Vanessa, ainda não conseguiram achá-la. As
buscas ainda eram intensivas e incessantes. Em alguns momentos eu ainda temia muito por essa vadia
estar à soltas.
Já em outros momentos me peguei chorando e sentindo muito pela forma que tudo isso aconteceu.
Já havia passado mais de um ano, mas a dor que senti durante tanto tempo era para a vida toda. Tirei
o ódio que acumulei dele dentro de mim, Thiago só era perturbado e precisava de ajuda. Rezo todos
os dias para que ele encontre a luz e não fique perdido mais uma vez.
Enquanto estava no mercado fazendo uma pequena compra para inaugurarmos o doce lar, Mel
estava com os pais dela, fechado os últimos detalhes sobre o aluguel de seu apartamento. Ela havia
deixado suas coisas mais importantes já em casa e alugaria a casa com o restante. Ela não precisava
tirar os móveis, assim como pensava, eu já tinha tudo. E bem, eu havia prometido que compraria
coisas novas. Principalmente o sofá, já que ela o olhava com cara de nojo e revelou um dos seus
pensamentos mais sórdidos: Você já deve ter trepado com várias aqui, não quero. A cama?! Ela só
faltou jogar pela janela! Bem, eu não a culpo, ali era meu ninho, fazer o quê? Solteiro e pegador, eu
comia mesmo. Mas, eu não disse isso a ela, fui educado e abaixei a cabeça aceitando tudo. Ela tinha
total razão e sabia disso, meu silêncio revelou tudo. Ela só batia o pezinho dizendo baixinho: tá
vendo, ainda por cima é verdade! Bufava irritada e olhava tudo que deveria sair do lugar. Por mim,
na boa, ela poderia jogar fora o que ela quisesse, pois a nossa casa seria apenas nossa, com tudo
novo!
Enquanto estávamos viajando, minha mãe com todo seu cuidado e carinho, contratou uma
organizadora/arquiteta, e as duas montaram tudo novo. Exatamente tudo. O melhor disso é que era do
nosso jeitinho. Passei muito detalhes que a Mel gostava e minha mãe é muito observadora, então tudo
seria só pra gente! Entretanto, isso seria feito durante nossa viagem ao Sul. Como eu não sabia ao
certo quanto tempo, deixei a reforma para depois. E também como não havia contado a Mel, eu quero
que ela fale sua opinião, que se expresse sobre tudo. Eu quero a casa com nossa cara! Mel & Juan.
Liguei só para constatar como Mel estava e combinar com ela na casa dos meus pais. Disse que
faríamos um pic-nic e que gostaria de contar uma novidade. Como Mel é ansiosa não duvido nada
que chegue primeiro que eu. Isso porque estou do lado da casa dos meus pais!
Levei os nossos alimentos e desci do carro para poder arrumar na cesta que dona Martha havia
separado. Ela é fera nesse assunto.
– Mel não chegou ainda? – perguntei rindo entregando as compras para minha mãe. Márcia estava
no andar de baixo. Bem, era melhor ela subir, pois a Mel não era muito com a cara dela. Não sei o
porquê! Sorri cumprimentando-a e entrei na cozinha.
– Não, por quê? Já era para ela ter chegado? – perguntou preocupada.
– Não mãe, ela parecia ansiosa, eu disse que tinha uma surpresa! – dei um beijão no rosto rosado
dela e fui ajudando-a tirar as compras.
– Hum, imagino. Espero que ela ame essa surpresa! – dona Martha bateu palma empolgada. Era
lindo de se ver sua felicidade.
– Que surpresa?! – ouvimos uma voz estremecida atrás da gente, nos viramos juntos. Meu coração
disparou como sempre quando eu a via. Mel é sempre linda. – Desculpe entrar assim, Márcia estava
ali fora, entrei! – disse dando de ombros e se desculpando. Eu já queria levá-la ao meu antigo quarto.
Ela viu isso em meus olhos e sorriu.
– Oi amor! – fui agarrando-a num abraço apertado, como se não tivesse ficado a manhã toda
fazendo um sexo gostoso. Cheirei seu pescoço, ela estremeceu.
– Não precisa se desculpar! Entre querida – dona Martha roubou Mel dos meus braços. Ainda
bem que disfarcei a grande ereção que já tinha se formado. Santa camiseta grande e larga!
– Tudo bem por aqui? – disse mais uma vez nos olhando. Louca de curiosidade.
– Aham, estou preparando nosso lanche para a surpresa que tenho a você! Está com fome? –
perguntei zombeteiro. Na verdade, essa pequena frase de três palavras tinha dupla função. Minha
boca disse como se realmente tivesse preocupado com sua alimentação e minha voz entoou outra,
puramente sexual. Mel sabia disso.
– Estou faminta! – disse dando uma piscadela em minha direção enquanto minha mãe estava de
costas. Falei sem sair palavras: Eu vou comer você! Ela estremeceu e eu pude sentir. – A intenção é
essa! – ela disse alto, minha mãe ficou sem entender, mas sorriu com a gente.
– Bem, acho que você já tem uma companhia melhor, meu anjo. Divirtam-se crianças! – minha mãe
sempre sabia sair com classe. Sorrimos juntos.
– Obrigada, dona Martha, pode deixar que eu cuido desse garotão! – Mel novamente piscou me
acertando em cheio. Quando acho que estou no caminho dominando a situação, ela sempre mostra
quem é que manda. Sempre.
– Eu sei disso, minha querida! Espero que fique deslumbrada com a surpresa!... – piscou e saiu de
cena. Minha mãe sabe como deixar alguém mais ansioso.
– Bom, e aí, me ajuda aqui? – apontei a cesta para fugir do assunto “surpresa”.
– Juan, me conte logo, sabe que odeio surpresas! – cruzou os braços abaixo dos peitos.
Concentrei-me neles, tão durinhos. Meu membro novamente apertou no jeans.
– Estou ficando duro, vamos logo! – falei desesperado. Mel sorriu e me ajudou a finalizar a cesta
de pic-nic.
Ainda ficou insistindo querendo saber sobre o que iríamos ver ou fazer. Eu só ria da cara que
fazia. Chegou a fazer charme para ver se me convencia. Posso com isso?
– Já disse Mel, você vai ficar chocada! – eu nem gosto de provocar.
– Se não me disser agora, não te dou hoje e ficará com fome! Se é que me entende... – ela cerrava
os olhos para me ameaçar. Eu ri alto.
– Bem, duvido! – dei de ombros e passamos pela sala. Márcia estava por lá e nos fitava rindo. –
Tchau, Márcia, avise minha mãe que já fomos!
– Avise sim, Juan. Tchau aos dois. – Mel não respondeu e ainda me olhou torto.
– Não darei mesmo! – desceu bicuda indo em direção ao meu carro.
– Para com isso, senão vamos para casa e não conto a surpresa! – desfiz seus braços de braveza.
Ela sorriu escondendo o sorriso.
– Não faria isso! – desafiou-me. Levantei as sobrancelhas e disse sério.
– Faria sim! – ela ficou boquiaberta vendo a verdade em minhas palavras.
– Ok, você venceu!... – curiosa como ela é, claro que se renderia. Eu adorei. – Agora tire esse
sorrisinho de vitória do seu lindo e cretino rosto, e vamos logo! – abriu e bateu a porta do
passageiro. Gargalhei mesmo. – Seu bobo! – disse encostada na porta esperando-me.
– Boba é você... ciumenta e curiosa! – disse tocando a ponta do seu nariz e entregando a cesta
cheia de coisas gostosas. E também carregava uma sacola pequena com um pequeno embrulho que
dona Martha havia feito com meu pedido.
– Ciumenta? – grunhiu. – Aquela moça só falta pular em seu colo, Juan! – disse quase que num
grito.
– Mel, não viaja, agora para com isso. Toma! – entreguei a pequena sacola em suas mãos. Ela
parecia tremer. – Abra, é uma parte da surpresa! – dei de ombros e liguei o carro. Parti devagar
enquanto e curiosa abria vagarosamente.
Ela queria rasgar tudo e abrir violentamente, eu sei disso, mas como uma boa moça educada,
simplesmente abriu devidamente no lugar.
– Ai, Juan, que caixinha linda! – ela abriu todo o saco colorido que dona Martha havia colocado.
Sorri em sua direção, já estávamos chegando. Era bem pertinho.
– Linda, não? Abra! – incentivei.
– Tem mais? Pensei que era apenas uma caixinha! – disse alegremente, entrei na rua de nossa
futura casa.
– É apenas uma caixinha decorativa, você pode escolher o lugar onde deixá-la! – ela sorriu e
abriu. E para a surpresa...
– Uma chave? – disse engasgada e surpresa. – Do quê? – pegou o chaveiro nas mãos e o analisou.
– Dreamer. Hum, por que sonhador? – sua voz estava meio embargada, muito emocionada sem saber
a razão, ou talvez fosse óbvio demais.
Eu só entreguei a caixinha antes para ir distraindo-a até chegar em frente a casa. Parei em frente e
a encarei ainda dentro do carro. Seus olhos verdes estavam radiantes.
– Mel, essa é uma parte da surpresa! – disse sorrindo e ela me acompanhou. – Quando eu era
criança, eu era um sonhador. Qual criança não é, certo? – ela concordou. – Pois bem, meu sonho era
meio estranho, sabe, não era ser bombeiro, ser policial, ter o melhor skate! Era algo concreto... que
eu teria a minha família... Não sei ao certo, mas talvez eu tenha te esperado durante todos esses
anos... Esperei por você para ser completamente seu... Mel, não importa com quantas me deitei...
Não importa quantas eu conheci. O que importa é que eu te encontrei! E será sempre você... Só você!
– engasguei um pouco. Esse era o momento perfeito. Vi em seus olhos. Era ela o tempo todo a minha
outra parte. Minha alma gêmea. Simplesmente minha.
– Amor, que lindo... – ela chorou. Sim, Mel deixou as lágrimas caírem sobre seu rosto corado e
feliz. Radiante.
– Hoje eu realizo meu sonho, hoje começo do zero com você. Aqui, será apenas nós dois. E quem
sabe futuramente uma renca de Vascos... – rimos juntos, ela ainda não entendia. – Hoje eu digo que te
amo, o nosso primeiro eu te amo em nosso novo lar. Bem-vinda, meu amor, ao nosso lar doce, lar! –
apontei a casa ao seu lado. Mel estava tão radiante que quase chorei de ver sua beleza tão divina.
Única.
– Juan... isso é sério? Real? – sua voz estava rouca de felicidade.
– Sim, vamos conhecer nossa casa! – falei empolgado. Desci e abri a porta para ela. Mel estava
extasiada e mal conseguia se mover.
– Isso é lindo demais!... – disse ao sair do carro e agarrar minhas mãos. As dela estavam tremulas
e suadas. As minhas também, confesso.
– Sim, essa a casa dos meus sonhos. Desde crianças. Por isso o chaveiro, e também há uma foto
que vou colocar em um porta-retrato lindo.
– Sério?! – disse ainda impressionada. Chegamos a calçada da casa. Em frente um portão branco
gigantesco que dava ar de mistério por dentro, mas era visível o quintal cheio de flores coloridas.
– Aham, só não tinha esse portão, mas o resto é o mesmo! Cadê as chaves! Vamos entrar, Sra.
Vasco? – perguntei beijando-a carinhosamente sobre a testa.
– Claro, Sr. Vasco! – seu sorriso mostrou sua linda empolgação.
Abrimos juntos o portão branco de ferro. Era muito pesado. Com grades grandes e de puro ferro.
– Entre com o pé direito – brinquei e entramos. – Eu te amo! – falei primeiro.
– Eu te amo... – disse segundos depois, quase junto. Beijamos-nos ali mesmo. E fomos agarrados
até a porta.
Passamos pelo imenso jardim colorido e bem cuidado. Mel observava com destreza e com olhos
cheios de amor. Por cada pedacinho do novo lar. A porta de madeira pesada estava em nossa frente.
– Juan, a casa é toda de madeira?! – olhou-a bem de perto e viu a grandeza de sua decoração e o
cuidado em cada parte. Era realmente incrível.
– Sim, não é linda? – disse com um sorriso bobo e realizado.
– Incrivelmente perfeita! Nossa!... – abrimos juntos a porta e entramos. Novamente com o pé
direito e um beijo de eu te amo para sempre. Ali seria reunida todas nossas noites e dias de amor. Ali
seria o nosso começo e o nosso para sempre.
Mostrei cada cômodo limpo e sem moveis. Expliquei que tudo seria novo e só seria reformada
assim que voltássemos de Santa Catarina.
– Não vejo a hora! Meu Deus, isso aqui é lindo! – era sua luz que me iluminava a cada dia. Eu
amava essa mulher a cada segundo.
– Sim, eu também não vejo a hora de estar de volta para ficar!
Sentamos no meio da sala e estiquei a toalha de mesa sobre o piso de madeira escura. Tirei nosso
lanche da cesta e Mel me ajudava nos preparativos.
– Eu já consigo imaginar tudinho no lugar, sabia! – Mel falou me encarando seriamente. –
Obrigada por tudo, Juan, por tudo! Você é meu tudo... – levantou sobre os joelhos e veio até minha
boca dar-me um beijo gostoso.
– Obrigado por existir em minha vida! – retribuí o beijo e nos divertimos comendo e saboreando
nosso primeiro encontro ali dentro. Peguei a taça com champanhe e levantei para um brinde.
– Um brinde ao nosso primeiro de muitos lanches! Ao nosso novo lar, que seja cheio de amor,
carinho, compreensão e muito, muito sexo selvagem!... – falei rindo, Mel concordou.
– Apoiado! – bateu a taça na minha. – Um brinde a nós, que continuemos para sempre...
incansáveis, insaciáveis, inebriantes e incontroláveis! Que o conjuntos dos 4is nos acompanhe para
sempre! Ao nosso sexo! – tocamos novamente a taça, nos beijamos e bebemos o champanhe
geladinho.
– Mel, eu te amo.
– Idem! – piscou me ganhando mais uma vez. – Amor, só tem uma coisa que quero deixar em
observação!... – disse com a taça dançando entre os dedos. Toda charmosa.
– O que foi, paixão? – aguardei sua questão.
– Bem, eu... não sei cuidar de plantas... sabe, de jardim, nada disso!... – sua vergonha novamente
me atiçou, e aconteceu profundamente. Larguei tudo e fui pra cima dela. Deitei-a sobre o chão de
madeira e deixei meu corpo responder as suas vontades. Mel já estava ofegante. Fiquei igualmente
excitado com a respiração entrecortada enquanto sussurrava em seu ouvido.
– Não há problema algum, minha ruiva, nós teremos tempo para aprender cada detalhe... teremos o
resto de nossas vidas para isso. Juntos e para sempre, ok?
– Ok, por mim está perfeito! – roubou um beijo e outro.
– Agora, que tal a primeira demoradinha no novo lar? – falei ainda sussurrando em seu ouvido e
vendo todo o arrepio consumir seu belo corpo.
– Já era pra estar tirando minha roupa, doutor!
– Ah, Mel, sua incansável... – deslizei as mãos para fazer o serviço completo.
– Sempre, doutor, sempre! Ah... nunca se esqueça... Com força!
Não era preciso me lembrar disso, mas que era gostoso ouvi-la dizendo isso, nossa, nem se fala,
era o melhor das preliminares que poderia existir!
Eu fiz nela a melhor demoradinha da história...


Naquela mesma tarde, estava saindo para guardar o carro na garagem de casa, tinha deixado Mel
descansando de uma louca tarde de amor. Só que para minha surpresa, um carro filmado passou na
rua, devagar, como se estivesse encarando-me. Fiquei tenso com aquilo e entrei logo no carro para
guardá-lo. Assim que liguei a chave na ignição, meu coração voltou a disparar com a visão que tive
no final da rua. O carro negro parou, e de lá desceu uma mulher. Seu olhar era fulminante sobre meu
carro. Não sei se ela me via, mas eu a via perfeitamente. E foi então que tudo ficou claro. Sua
ameaça ainda nos perseguia. Ela levantou a mão direita em formato de arma, moveu duas vezes e
sorriu. Era como se tivesse atirando em mim... Deus, na Mel... aquela visão era do inferno. Eu
precisava contar para a pessoa certa, não deixaria Mel saber sobre essa ameaça. Ela ficaria
preocupada à toa. Assim que engatei o carro, ela entrou no carro e disparou para longe. Tremendo,
peguei meu celular e disquei o número do meu amigo da polícia, avisando sobre o ocorrido. Logo ele
estaria pondo em prática a busca novamente por ela.
Vanessa.


Na semana seguinte.
– Sejam muito bem-vindos a nossa cidade! – Laís nos recebeu naquela que seria nossa casa
provisória por alguns meses.
– Obrigado Laís por nos receber tão bem! Com certeza passaremos momentos maravilhosos por
aqui! – abracei-a com carinho. Suas filhas lindas estavam ao seu lado.
– Serão felizes aqui! Fiquem o tempo que desejar, a casa é de vocês!
– Lembra-se da Mel? – apontei a ruiva atrás de mim. Laís sorriu em sua direção, e Mel veio em
um forte abraço.
– Nossa, Laís, eu nunca tive oportunidade de me redimir pelo que fiz em São Paulo, mas, agora eu
posso. Mil perdões querida! – as duas se abraçaram fortemente. As meninas ficaram me olhando. Fui
até elas cumprimentá-las.
– Docinhos, vocês lembram que eu disse que tinha uma ruiva? – disse agachado perto delas. As
duas balançaram a cabeça concordando. – Pois bem, aqui está minha ruiva, essa é a Mel!
– Oi, lindas, prazer em conhecê-las, o tio Juan falou muito de vocês, são tão lindas! – Mel se
agachou ao meu lado. Laís empurrou as garotinhas que estavam com vergonha.
– Fala suas caipiras! – disse rindo. – Ah, Juan e Mel, o David não pode vir, mas à noite faremos
uma noitada de pizza, ok? – concordamos e voltamos para as loirinhas.
– Eba, pizza! – a menor disse alegremente.
– Gosta de pizza?! – Mel perguntou à pequena.
– Sim – respondeu segurando a barra do vestido rosa cheio de bonecas.
– Qual é o seu nome? – Mel insistiu com a pequena.
– Lorrayne – disse já perdendo a vergonha.
– Que lindo nome! – agradou a garotinha. Mel levava jeito com crianças, apesar de nunca
mencionar nada.
– Sim, o seu também é. Mel eu gosto de mel! – a pequena falou séria. Rimos todos juntos.
– Sim, mel é muito gostoso! – voltou o corpo para a do lado. – E o seu linda, qual é o seu nome?
– Larissa.
– Hum, lindo nome também, assim como vocês! – ela depositou um beijo em cada uma delas, e foi
então que Lorrayne nos surpreendeu com um forte abraço na Mel. Ela aparentemente é a mais
comunicativa e mais carinhosa. A outra por ser mais velha, era mais recatada. Foi quando Lorrayne
soltou uma pergunta para Mel.
– Então, quer dizer que agora você é a marida do tio Juan? – todos nós caímos na risada e até ela
sorriu sem saber. Mel com todo seu charme respondeu olhando dela para mim.
– Sim, agora eu sou a marida dele! – riu para a garotinha e depois me encarou. – Complemente
sua! – disse com todo amor.
Entramos para desfazer as malas e começar uma nova vida a dois em um lugar totalmente
desconhecido, mas que nos acolheu superbem!

Apesar de sair de São Paulo para fazer algo importante para minha carreira, senti que também
fugia de Vanessa. Aquela vadia louca voltou do nada e numa silenciosa ameaça fez meu mundo parar
de respirar. Naquele dia comuniquei a polícia sobre todo o ocorrido, avisei sobre o carro e tudo que
rolou. Pois bem, ela não foi tão longe assim... Na verdade, ela foi encontrada por alguém muito pior
do que só a polícia, ela foi encontrada pelo ex-marido policial. O Capitão.
Se isso foi algo ruim? Sim, muito ruim.
O João, meu amigo do qual havia informado sobre a volta da Vanessa, me ligou ontem para avisar
sobre o estado dela. Bem, eles a encontraram morta e pela aparência que estava, tinha sido muito
torturada.
O silêncio reinou sobre a corporação da qual ela fazia parte. Ela já tinha sido expulsa e tudo mais,
mas a dor que ficou do marido por saber de tudo que ela fez em suas costas foi bem pior. Todo
mundo sabe que foi ele, mas quem é louco de acusá-lo?
Eu ainda não avisei a Mel, e se um dia qualquer ela me perguntar, direi, caso contrário essa
história simplesmente será enterrada com a Vanessa.
Ela sofreu o que desejou aos outros. Ela morreu por sua própria loucura.


Sete meses, treze dias, quinze horas e alguns segundos
depois...
Havia acabado. Ufa.
Todo aquele sacrifício em benefício a minha profissão, havia acabado. Tinha terminado todo o
curso e agora era só voltar para os braços da minha ruiva e viajar de voltar para casa.
Depois de tantos planejamentos, compras, decisões difíceis, agora estávamos no fim. Sim, agora
era pra valer. Eu nem acreditava em tudo que passei e o quanto trabalhei para isso dar mais do que
certo. Era pra sair perfeito, e foi.
Mel superou tudo aqui comigo, me apoiou em cada segundo que precisava. Ela realmente é a
mulher da casa e da minha vida.
Minha dama de ouro.
Voltei correndo para casa e ir dar a notícia fresquinha para minha divina esposa. Ela estaria me
aguardando...
Tamborilei os dedos nervosos no volante e parece que até o fim da tarde estava mais radiante,
confortável e único. O Sol se punha no fundo de uma paisagem bela. O céu ainda estava claro e as
nuvens dançavam livremente como gigantes algodões doces! Isso era a minha felicidade cantando
sem parar. Estava realizado.
Assim que parei o carro na frente de casa, apertei o controle para abrir o portão, assim que abriu –
para minha surpresa –, Mel estava lavando o quintal e regando as plantas. Apenas com um top
vermelho e um short de malha leve. Estremeci dentro do carro. Em algumas partes de seu corpo
estavam respigados com a água. Entrei e estacionei ao lado. Mel veio ao meu encontro.
– Boa noite, meu amor! – apesar de passar das sete, o dia estava claro, acostumamos com isso. E
poderia jurar que já tínhamos até sotaque. Vê se pode?!
– Boa noite, minha ruiva! Tenho boas novas!
– Ai, que demais, e aí, conta! – sempre ansiosa e curiosa. Sempre minha Mel independente do
lugar, país, estado.
– Sua linda! Mas, vem cá, há uns oito meses atrás você me disse que não sabia cuidar de
plantas!... – falei observando uma nova plantinha amarela ao fundo do jardim colorido que ela
mesma conservou. A grama verdinha estava molhada. Assim como ela.
– Há dois anos sem querer eu me apaixonei perdidamente por um par de olhos azuis oceânicos e a
partir desse dia eu aprendi tudo...
Poderia haver declaração mais romântica do que essa? Agarrei seu corpo fortemente contra o meu
e a beijei demoradamente. Curtindo sua boca gelada e quente ao mesmo tempo. Sussurrei em seu
ouvido.
– Vamos voltar para casa! – a voz saiu mais rouca do que precisava.
– Sério?! – sua voz estava desestabilizada.
– Sim.
– É uma ótima notícia!
– É sim, e aí, pronta?! – eu ainda apertava seu corpo contra o meu.
– Estando com você, é claro que sim! Juan, sempre pronta... – sorriu com sua malícia costumeira.
Acatei sua malícia para mim e a deitei sobre a grama verde e com cheiro de viver. Permaneci com
meu imenso corpo sobre o frágil dela. Beijando-a, amando-a, experimentando mais ainda minha
ruiva.
Assim que larguei seus lábios, olhei em volta, e um déjá-vu voltou em minha mente. Um sonho.
Claro, um dia sonhei que estava deitado sobre a Mel, num gramado verde e cheio de flores. Seus
cabelos vermelhos esvoaçantes tomando conta da minha visão. Que, aliás, era uma visão digna. Era
exatamente isso que acontecia em minha frente. A perfeição do amor. Lembrei de cada detalhe, dos
beijos... ela embaixo de mim gemendo meu nome como oração... eu penetrando fundo... gemi em seus
lábios com a doce e real lembrança. Algo que realizaria agora.
– Meu amor, eu posso sentir sua maldade crescendo entre minhas pernas!... – ela gemeu sobre meu
lábio enquanto o mordia vagarosamente.
– Isso é ruim?... – sorri curtindo seu olhar sexy.
– Nossa, Juan, é terrível... – seu gemido me arrepiou.
– Vou te amar aqui se você não se importa!... – acho que saiu como uma ordem, e não um pedido
enquanto já tirava sua roupa.
– Já era para ter começado! – sempre mandona.
Fitei o silêncio de sua agonia por querer demais aquilo... E amei loucamente minha ruiva naquele
quintal florido e cheio de história de amor para contar!
E a única certeza de que terei por toda minha vida é que sou completamente dela!...

FIM.


Vanessa de Cássia
Ruiva. Tatuada. Escritora.

Outras obras:

*Entre Amores Cruzados: Triangulo amoroso.


Fan Page:
https://www.facebook.com/pages/Entre-Amores-Cruzados/163998043683547

*Doce Insensatez: Continuação de Entre Amores Cruzados.


*Batom Vermelho: Romance erótico.
Fan Page: https://www.facebook.com/pages/Batom-Vermelho/334765439952819
*Atração Perigosa: Romance erótico.
*Quotes do livro:
https://www.facebook.com/vanessa.d.cassia/media_set?set=a.634889113199368.1073741827.100000348568629&type=3

*Ousadia: Romance erótico.


*Menina dos Olhos: Romance.

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[1]
“Ela tinha os olhos sinceros não me contava nenhuma mentira”

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