Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
:
PROCEDIMENTO OPERACIONAL PO.LAB.GDIA.103 1 / 21
1. OBJETIVO
A realização e a interpretação do teste de sensibilidade aos antimicrobianos (TSA) é uma das principais e
desafiadoras tarefas do laboratório de microbiologia, seja pelas limitações dos testes utilizados, como por exemplo
as encontradas no teste de Kirby e Bauer e automação, seja pela detecção cada vez mais crescente de novos
mecanismos de resistências.
2. ÂMBITO DE APLICAÇÃO
3. PREPARAÇÃO
3.2.2 RECIPIENTE/ADITIVO: Agar Mueller Hinton, Agar Mueller Hinton Sangue,Cartões e consumíveis Vitek 2.
3.2.3 PRESERVAÇÃO:
4. DESCRIÇÃO
São utilizados discos de papel filtro impregnados com uma concentração padronizada do antimicrobiano. O seu
princípio baseia-se na difusão do antimicrobiano na superfície do ágar. Os diâmetros dos halos de inibição de
crescimento ao redor de cada disco são mensurados e categorizados – resultado qualitativo.
Retirar as placas de Ágar Mueller Hinton e os discos de antibióticos a serem usados da geladeira para
alcançar a temperatura ambiente. A superfície do ágar deve está seca antes do uso.
Fracionar 2 mL de Cloreto de Sódio 0,9% em um tubo. Identificar o tubo com o número de registro do
paciente e suas iniciais;
Pescar duas a quatro colônias devidamente isolada em meio de cultura (colônias morfologicamente similares)
e transferi-la para a solução salina de acordo com turvação 0,5 da escala de Mac Farland – a semeadura deverá
ser realizada em até 15 minutos;
Introduzir o swab estéril dentro da suspensão bacteriana: para bastonetes gram negativos comprimir contra a
parede do tubo para retirada o excesso da suspensão; para cocos gram positivos NÃO pressionar o swab contra a
parede interna do tubo.
Semear de forma suave e uniforme a placa de Mueller Hinton em 3 direções da placa, procurando abranger
toda a superfície;
Aguardar cerca de 15 minutos, à temperatura ambiente, para que o inóculo seja absorvido totalmente pelo
Ágar antes de colocar os discos de antibióticos;
As colocações dos discos de antibióticos devem ser realizadas com a pinça estéril (é recomendado a
colocação de até 6 discos em placas de 90mm e até 12 discos em placas de 150mm, evitando assim a
superposição dos halos e a interferência dos antimicrobianos).
Pressionar levemente com auxílio da pinça sobre o disco de antibiótico. Uma vez colocado o disco no Ágar
este não deve ser removido, pois a difusão da droga é imediata;
Ao finalizar a colocação dos discos a placa deve ser incubada de forma invertida na estufa a temperatura de
35 ±1ºC, até 15 minutos após a colocação dos discos.
Observações
- As suspensões de Streptococcus pneumoniae devem ser preferencialmente preparadas a partir de cultura obtida
em de Ágar sangue de modo a obter densidade equivalente ao padrão 0,5 da escala de McFarland. Quando a
suspensão for preparada a partir de cultura em ágar chocolate, a turbidez do inóculo deve ser equivalente ao
padrão 1.0 da escala de McFarland.
- É recomendado colocar no máximo 12 discos de antibióticos na placa de Mueller Hinton (150mm), pois pode
ocorrer confluência dos halos, dificultando a sua leitura; porém, quando for realizar a confirmação de perfil em
testes já realizado por automação ou o Polisensidisc, estes conterão 15 discos de antibióticos. Caso, algum halo
apresente distorcido, comprometendo sua leitura, novo teste deverá ser realizado.
Segue abaixo a recomendação do Bracast para as condições de incubação Método Disco Difusão – Brcast, 2021:
Após 16 a 20 horas de incubação (ver tabela acima), proceder a leitura das placas. Com auxílio de uma régua
medir o diâmetro dos halos de cada disco consultando a padronização estabelecida pelo BRCAST do ano vigente
para determinar se a bactéria em análise é S - “Sensível, dose padrão”, I - “Sensível, aumentando exposição” ou R
– “Resistente” ao antibiótico testado:
o Ler as placas de Ágar Müeller-Hinton não suplementadas pelo seu fundo, com luz refletida (sobre a placa)
contra um fundo escuro.
o Ler as placas de ágar Müeller-Hinton suplementadas com a tampa removida, observando a superfície
contendo os discos, sob luz refletida.
o Em caso de halo duplo ou colônias isoladas dentro do halo de inibição verificar a pureza e repetir o teste, se
necessário. Se a cultura estiver pura, as colônias dentro do halo devem ser consideradas.
o Para Escherichia coli e Fosfomicina, não considere colônias isoladas dentro do halo de inibição e efetuar a
leitura na borda externa do halo.
o Quando a cefoxitina for utilizada para detecção da resistência à oxacilina (meticilina) em Staphylococcus
aureus, aferir o halo evidente e examinar os halos de inibição cuidadosamente contra a luz para detectar colônias
dentro do halo. Isto pode ser devido a presença de mais de um microrganismo ou expressão de resistência
heterogênea à oxacilina (meticilina).
o Ler os testes de sensibilidade de linezolida a partir do fundo da placa, com a placa contra a luz (luz
transmitida).
o Para Enterococcus spp., ao testar vancomicina, inspecionar as bordas do halo de inibição cuidadosamente
com a placa contra a luz (luz transmitida). Bordas irregulares e colônias dentro do halo de inibição indicam
resistência à vancomicina e devem ser melhor investigadas. Isolados não podem ser reportados sensíveis antes
de 24 horas de incubação.
o Para estreptococos hemolíticos, ler a inibição de crescimento e não da hemólise. A β-Hemólise é usualmente
livre de crescimento, enquanto α-hemólise e o crescimento geralmente coincidem. Inclinar a placa para frente e
para trás para melhor diferenciar hemólise de crescimento.
O resultado obtido na leitura do antibiograma deverá ser registrado diretamente no Sistema REAL, assim
como a liberação clínica parcial (Validar Preliminar) e Liberação clínica final (Validar Final).
A medida do diâmetro das zonas de inibição permite categorizar os antimicrobianos frente ao microrganismo
como, segundo a padronização do Manual do Brcast:
S - Sensível, dose padrão: Um microrganismo é categorizado como Sensível, dosagem padrão, quando há uma
alta probabilidade de sucesso terapêutico utilizando o regime de dosagem padrão do agente.
Utilizar a padronização da “Tabela de pontos de corte clínicos” – BRCAST, do ano vigente, para interpretação dos
resultados obtidos (disponível em: http://brcast.org.br/documentos/).
Os sistemas automatizados utilizam cartões ou painéis para determinar a Concentração Mínima Inibitória (CIM)
dos antimicrobianos.
O equipamento VITEK 2 Compact caracteriza-se como um sistema integrado, o qual combina as funções de
inoculação, incubação e leitura do cartão de teste. Os cartões AST possuem um número determinado de
antibióticos e com concentrações pré-estabelecidas pelo fabricante. O VITEK® 2 monitoriza continuamente todos
os poços, medindo sua turvação por leitura fotométrica. O MIC é determinado através da comparação do
crescimento do isolado do paciente ao crescimento dos isolados com CMIs conhecidas. É como ter uma curva
padrão armazenada no VITEK® 2, onde a curva padrão se relaciona com CMIs de referência para a atividade dos
microrganismos nos poços de antibióticos – Conforme descrito no P.O. Antibiograma Automatizado - Vitek 2.
Procedimento analítico
O instrumento registra leituras correspondentes à atividade microbiana a cada 15 minutos: 3 leituras x 16 posições
- leituras turbidimétricas.
Para cada valor de MIC Referência avaliado, são coletados dados correspondentes do cartão VITEK 2.
Durante o desenvolvimento dos cartões VITEK2, formou-se uma extensa “Base de Dados de Algoritmos”,
contendo referências de cada microrganismo atrelado a um antimicrobiano.
Além dos MICs obtidos, o sistema Vitek 2 utiliza as regras AES para a interpretação dos resultados obtidos.
Os resultados obtidos são classificados como “S”, “I” ou “R” de acordo com a padronização do Manual do Brcast
do ano vigente.
Para Gram Positivos, utilizar o Cartão Vitek AST – P637; Para Gram Negativos utilizar o Cartão Vitek AST – N409
(para secreções e hemoculturas) e Cartão Vitek AST – N408 (para Uroculturas).
- Amicacina
- Ampicilina
- Amoxacilina – Clavulanato
- Cefalexina (quando aplicável)
- Ceftazidima
- Cefuroxima (quando aplicável)
- Ciprofloxacino
- Gentamicina
- Fosfomicina (quando aplicável)
- Nitrofurantoína (quando aplicável)
- Norfloxacino
- Trimetoprim Sulfametoxazol
Obs: Utilizar Polisensidisc Série Urinária Brcast/ DME – Método de Disco Difusão. Em casos de isolados
multirressistentes (ESBL, KPC) ou a resistência a mais de 3 classe de antimicrobianos, realizar a confirmação da
identificação e a complementação dos antibióticos (liberar padronização para internados). Se necessário, utilizar
metodologia automatizada para realização do antibiograma (o exame disponível para solicitação nos Pronto-
Atendimentos e Laboratórios é Urocultura, Externo – Manual/ Disco Difusão).
- Amicacina
- Amoxacilina Clavulanato
- Ampicilina
- Cefepime
- Ceftazidima
- Ceftriaxona
- Cefuroxima (quando aplicável)
- Ciprofloxacino
- Gentamicina
- Fosfomicina (quando aplicável)
- Imipenem (quando aplicável)
- Levofloxacina
- Meropenem
- Nitrofurantoína (quando aplicável)
- Norfloxacino
- Piperacilina Tazobactan
- Trimetoprim Sulfametoxazol
*Testar e liberar a Polimixina B somente nos casos de resistência aos carbapenêmicos – Realizar microdiluição.
*Testar e liberar Ceftazidima avibactam quando o microrganismo apresentar sensibilidade somente à Polimixina B
e aos aminoglicosídeos; sensibilidade somente à Polimixina B; ou microrganismo multirresistente (todos os atbs
resistentes). Determinar o MIC (E-test) para Hemoculturas e Líquidos nobres; para os demais materiais: Disco
Difusão.
- Amicacina
- Amoxacilina Clavulanato
- Ampicilina
- Aztreonam
- Cefepime
- Ceftazidima
- Ceftriaxona
- Ciprofloxacino
- Ertapenem (triagem)
- Gentamicina
- Imipenem
- Meropenem
- Piperacilina Tazobactan
- Tigeciclina (quando aplicável)
- Trimetoprim Sulfametoxazol
*Testar e liberar a Polimixina B somente nos casos de resistência aos carbapenêmicos – Realizar microdiluição.
*Testar e liberar Ceftazidima avibactam quando o microrganismo apresentar sensibilidade somente à Polimixina B
e aos aminoglicosídeos; sensibilidade somente à Polimixina B; ou microrganismo multirresistente (todos os atbs
Código do anexo: AN.GSG.GEPP.010
Documento de referência: PO.GSG.GEPP.003
CÓDIGO: PÁG.:
PROCEDIMENTO OPERACIONAL PO.LAB.GDIA.103 7 / 21
resistentes). Determinar o MIC (E-test) para Hemoculturas e Líquidos nobres; para os demais materiais: Disco
Difusão.
Obs: Realizar a identificação e antibiograma automatizados pelo Vitek MS e Vitek 2, respectivamente. Em caso de
isolados multirresistentes, realizar a confirmação do antibiograma automatizado pelo método de disco difusão.
Observações:
- O ponto de corte para Fosfomicina, por disco difusão está disponível somente para E.coli; para outras
enterobactérias, determinar a CIM.
- Para E.coli, Klebsiella spp (exceto K.aerogenes) e Raoultella spp: Se resistentes a qualquer cefalosporina de 3ª
geração (cefotaxima, ceftriaxona, ceftazidima) ou 4ª geração (cefepima) e suscetível a Piperacilina-Tazobactam ou
Amoxicilina-Ác. Clavulânico, reportar o resultado obtido.
- Cefuroxima oral: Apenas para ITU’s não complicadas (E.coli, P.mirabilis, Raoultella spp, Klebsiella spp.- exceto
K. aerogenes).
ESBLs são enzimas capazes de hidrolisar a maioria das penicilinas e cefalosporinas 1ª a 4ª geração e
monobactâmicos, mas não cefamicinas (cefoxitina) ou carbapenêmicos. A maioria das ESBLs pertence à classe A
de Ambler e é inibida por inibidores de β-lactamase (ácido clavulânico, sulbactam e tazobactam) e por
diazabiciclooctanonas (avibactam).
Triagem:
Teste de sinergismo de disco duplo (TSDD) ou Disco Aproximação: Ao se realizar o antibiograma, colocar os
discos contendo as cefalosporinas (cefotaxima ou ceftriaxona, ceftazidima, cefepima, aztreonam) próximos a um
disco com o ácido clavulânico (amoxicilina-ácido clavulânico) – cerca de 25 mm de distância. Após a incubação -
16 a 20 horas de incubação a 35 +/- 1ºC - proceder a leitura: um resultado positivo é indicado quando as zonas de
inibição em torno de qualquer um discos de cefalosporinas são aumentadas na direção do disco que contém o
ácido clavulânico (zona fantasma).
Sistemas automatizados:
A automação possui sistemas automatizados para detecção de ESBL – é emitido uma mensagem no sistema.
*Liberação do resultado: Reportar o resultado encontrado (Sensível, dosagem padrão; Sensível, aumentando a
exposição ou Resistente); liberar a observação: “Teste de sinergismo de disco duplo (TSDD): Positivo - Cepa
produtora de beta lactamase de espectro ampliado”.
Código do anexo: AN.GSG.GEPP.010
Documento de referência: PO.GSG.GEPP.003
CÓDIGO: PÁG.:
PROCEDIMENTO OPERACIONAL PO.LAB.GDIA.103 9 / 21
- Para E.coli, Klebsiella spp (exceto K.aerogenes) e Raoultella spp: Se resistentes a qualquer cefalosporina de 3ª
geração (cefotaxima, ceftriaxona, ceftazidima) ou 4ª geração (cefepima) e suscetível a Piperacilina-Tazobactam ou
Amoxicilina-Ác. Clavulânico, reportar o resultado obtido.
Os microrganismos do grupo CESP (Citrobacter freundii; Enterobacter spp.; Serratia marcescens Providencia
spp.) e demais (Hafnia alvei, Aeromonas spp., M. morganii, P. aeruginosa, S. maltophilia) podem expressar o gene
cromossômico AMP C constitutivamente em baixos níveis, porém, quando induzidos por betalactâmicos,
desreprimem o gene, produzindo grande quantidade de beta lactamase do tipo AMP C.
As cepas de K. pneumoniae/ oxytoca, E.coli, P. mirabilis e Samonella spp. (grupo KEPS) podem apresentar a
produção de AMP C mediada por plasmídeos, além da produção de ESBL. Neste caso, as cepas apresentam-se
totalmente resistentes ou intermediárias a Cefoxitina, cefalosporinas de 1ª a 3ª geração e penicilinas com
inibidores de betalactamase. Geralmente não degradam cefalosporinas de 4ª geração (Cefepime). Quando
associada a outros mecanismos (bombas de efluxo e/ou deficiência de porinas), a sensibilidade intermediária ou
resistência a carbapenêmicos pode ser observada.
- Colocar um disco de Cefoxitina (indutor) próximo ao disco de Cefotaxima ou Ceftriaxona distante 20mm borda a
borda. Se houver a produção de AMP C induzível, observa-se o achatamento nos halos de Cefotaxima ou
Ceftriaxona.
- Colocar um disco de Impenem (indutor) próximo ao disco de Ceftazidima distante 20mm borda a borda. Se
houver a produção de AMP C induzível, observa-se o achatamento nos halos de Cefotaxima ou Ceftriaxona.
*Liberação do resultado: Reportar o resultado encontrado (Sensível, dosagem padrão; Sensível, aumentando a
exposição ou Resistente); liberar a observação quando ocorrer resistência às cefalosporinas: “Cepa produtora de
beta lactamase induzível (AMPC C), na qual a terapia com betalactâmicos, associados ou não aos inibidores de
betalactamase, está associada à falha terapêutica”.
Observação:
Caso o resultado do Teste de sinergismo de disco duplo (TSDD) para detecção de ESBL e Detecção de AMP C
cromossômicas induzíveis (CESP e demais) for negativo, e o isolado apresentar resistência às cefalosporinas de
3ª ou 4ª geração, liberar a observação: “O isolado é resistente a uma ou mais cefalosporinas de 3ª/ 4ª geração .
Isto pode sugerir a presença de ESBL, hiperprodução de Beta Lactamase do tipo AMP c e/ou outra Beta
Lactamase de Espectro Aumentado”.
3- Carbapenamase:
A resistência aos carbapenemicos pode ocorrer devido a hiperprodução de betalactamases do tipo AMP C ou
ESBL associadas à diminuição de permeabilidade da membrana externa (porinas e bombas de efluxo) ou
mediadas por beta lactamases (carbapenamases), capazes de hidrolisar o ertapenem, imipenem e meropenem.
Carbapenemases são β-lactamases que hidrolisam penicilinas, cefalosporinas na maioria dos casos, e em vários
graus carbapenêmicos e monobactâmicos (estes últimos não são hidrolisados por metalo-β-lactamases).
Os pontos de corte atuais (CLSI e BRCAST) permite detectar a presença de mecanismos de resistência; alguns
isolados produtores de carbapenamase podem ser categorizados como sensíveis e devem ser relatados de
acordo com resultado encontrado – a presença de carbapenamase não influencia na categorização da
sensibilidade. A sua detecção é recomendada para fins de saúde pública e controle de infecções.
Método m-CIM:
- Em um tubo contendo 2ml de caldo TSB preparar uma suspensão da bactéria a ser testada utilizando alça estéril
de 1µl para enterobactérias e 10 µl para Pseudomonas aeruginosa;
- Agitar em vórtex por 10-15 segundos;
- Adicionar 1 disco de Meropenem (10 µg);
- Incubar o tubo à 35 +/- 1ºC em ar ambiente, por 4 horas.
Preparo da placa:
- Decorrido o tempo de incubação, preparar uma suspensão de Escherichia coli ATCC 25922, 0,5 de McFarland;
- Mergulhar o swab na suspensão preparada, retirar o excesso do inoculo na parede do tubo e semear de maneira
homogênea sobre a superfície do Ágar Mueller Hinton;
- Deixar o inóculo secar durante 3 a 10 minutos;
- Aplicar o disco de Meropenem: Utilizando uma alça bacteriológica de 10 µl retirar o disco de Meropenem da
suspensão em TSB, retirando o excesso de líquido do disco na parede do tubo. Colocar o disco de Meropenem
sobre a superfície da placa de Mueller Hinton inoculada com E. coli ATCC 25922 (Meropenem sensível).
- Incubar a placa à 35 +/- 1ºC em ar ambiente, por 18 a 24 horas.
Leitura:
Se o isolado for produtor de carbapenamase, o Meropenem do disco será hidrolisado durante o período de
incubação em caldo com o microrganismo teste. A E. coli ATCC 25922 que é sensível ao Meropenem (halo 28-35
mm) apresentará diâmetro do halo de inibição entre 6 e 15 mm ou presença de pequenas colônias dentro de uma
zona de 16 e 18mm. Diâmetros >=19 mm são considerados negativos e diâmetros entre 16 e 18mm são
considerados indeterminados.
Método e-CIM:
Para enterobactérias, paralelamente ao teste de m-CIM, o teste de e-CIM pode ser realizado para determinar se a
carbapenamase é uma metalobetalactamase.
- Em um segundo tubo de TSB, adicionar 20 µl de EDTA 0,5M e seguir o preparo dos disco, conforme descrito no
m-CIM.
- Aplicar o disco incubado na mesma placa de Mueller Hinton preparada para o m-CIM.
- A presença de carbapenamase do tipo metalobetalactamase é confirmada por um aumento de 5mm de diâmetro
comparado ao disco sem EDTA.
- Somente no teste de e-CIM, colônias puntiformes dentro da zona de inibição devem ser ignoradas. Na presença
de metalobetactamase, o EDTA inibe a atividade da carbapenamase e o meropenem do disco não será
hodrolisado tão eficientemente quanto no tubo sem EDTA (m-CIM).
*Liberação de resultado
Observação: Proteus sp, Providencia sp e Morganella sp podem ter sensibilidade reduzida ao Imipenem por
outros mecanismos de resistência sem ser a produção de carbapenamases.
- Amicacina
- Ciprofloxacino
- Gentamicina
- Imipenem
- Levofloxacino
- Meropenem
- Trimetoprim Sulfametoxazol
Obs: Realizar a identificação e antibiograma automatizados pelo Vitek MS e Vitek 2, respectivamente. Em caso de
isolados multirresistentes, realizar a confirmação do antibiograma pelo método de disco difusão (o exame
disponível para ser solicitado é a Cultura Automatizada).
- Amicacina
- Aztreonam
- Cefepime
- Ceftazidima
- Ciprofloxacina
- Imipenem
- Levofloxacino
- Piperacilina Tazobactam
Obs: Devido à baixa reprodutibilidade do antibiograma pelo método automatizado (coloração da cepa), este
deverá ser realizado somente por disco difusão.
*Testar e liberar a Polimixina B somente nos casos de resistência aos carbapenêmicos – Realizar microdiluição.
*Testar e liberar Ceftazidima avibactam quando o microrganismo apresentar sensibilidade somente à Polimixina B
e aos aminoglicosídeos; sensibilidade somente à Polimixina B; ou microrganismo multirresistente (todos os atbs
resistentes). Determinar o MIC (E-test) para Hemoculturas e Líquidos nobres; para os demais materiais: Disco
Difusão.
Não há tabela específica para interpretação do antibiograma. Caso haja solicitação de liberação do antibiograma
pela CCIH, seguir a norma do CLSI e liberar a seguinte observação:
“Não há critérios definidos pelo Brcast para interpretação do antibiograma para as espécies do Complexo
Burkoldeira cepacia. Alternativamente, mas não consistindo em evidência definitiva de sucesso terapêutico, foram
utilizados os critérios interpretativos do CLSI”.
- Trimetoprim-Sulfametoxazol
- Gentamicina
- Nitrofurantoína
- Norfloxacino
- Oxacilina (testar cefoxitina – Disco Difusão)
- Trimetoprim-Sulfametoxazol
- Vancomicina (testado mas não liberado)
Observações:
- Isolados classificados como sensíveis ao norfloxacino podem ser reportados como sensíveis ao ciprofloxacino,
levofloxacino, moxifloxacino e ofloxacino. Isolados classificados como não sensíveis ao norfloxacino devem ser
testados individualmente para cada agente.
1- Mec A (MRSA):
Utilizar a Cefoxitina para determinar o perfil da Oxacilina (A cefoxitina funciona com um marcador com alta
sensibilidade e especificidade para detecção à oxacilina mediada pelo gene MecA).
Realizar o D-test: Colocar o disco de Eritromicina 15µg e Clindamicina 2µg cerca de 12 a 20 mm de distância,
conforme figura abaixo. Se ocorrer o achatamento do halo da Clindamicina, o teste será positivo e ambos os
antibióticos deverão ser liberados como resistentes.
*Liberação do resultado: Reportar Clindamicina e Eritromicina como resistentes. Liberar a Observação: Presença
de resistência indutível à Clindamicina.
3- Resistência a Vancomicina
Isolados não sensíveis são raros. A identificação e o teste de sensibilidade em isolados não sensíveis devem ser
confirmados em centro de referência.
Concomitantemente, realizar a confirmação da identificação e teste com Ágar BHI incorporado 6 mcg/mL de
Vancomicina: Realizar suspensão 0,5 Mac Farland; inocular 1-10 µL da suspensão no meio BHI com Vancomicina
e incubar 35°C+/-1°C - O crescimento de > 01 colônia presumi a resistência a vancomicina. Comunicar o achado
para CCIH e encaminhar a cepa para o Laboratório de Referência.
- Ampicilina
- Ciprofloxacino
- Nitrofurantoína
- Gentamicina Sin
- Estreptomicina Sin
- Norfloxacino
- Vancomicina
- Ampicilina
- Ciprofloxacino (somente uroculturas)
- Daptomicina
- Estreptomicina Sin
- Gentamicina Sin
- Linezolid
- Nitrofurantoína (somente uroculturas)
- Norfloxacino (somente uroculturas)
- Vancomicina
1- VRE:
Para confirmação de Enterococcus faecalis e E. faecium resistentes as Vancomicina, realizar a confirmação com
Ágar BHI incorporado 6 mcg/mL de Vancomicina ou Chromagar VRE (realizar suspensão 0,5 Mac Farland;
inocular 1-10 µL da suspensão no meio e incubar 35°C+/-1°C: o crescimento de > 01 colônia presumi a resistência
a vancomicina).
- Clindamicina
- Ceftriaxona (testar Oxacilina - Seguir fluxograma abaixo)
- Eritromicina
- Levofloxacin
- Penicilina (testar Oxacilina - Seguir fluxograma abaixo)
- Trimetoprim-Sulfametoxazol
- Vancomicina
Realizar o D-test: Colocar o disco de Eritromicina 15µg e Clindamicina 2µg cerca de 12 a 20 mm de distância. Se
ocorrer o achatamento do halo da Clindamicina, o teste será positivo e ambos os antibióticos deverão ser
liberados como resistentes.
- Cefepime
- Ceftriaxona
- Clindamicina (não liberar para uroculturas)
- Penicilina
- Vancomicina
Observações gerais:
Para os demais microrganismos (microrganismos isolados com menor frequência na rotina), consultar o manual do
BRCAST do ano vigente para avaliação da execução da técnica.
O Etest é uma fita plástica, disponível comercialmente, impregnada por concentrações crescentes de
antimicrobiano . Este teste baseia-se na difusão de um gradiente antimicrobiano no ágar, para a determinação da
suscetibilidade da amostra bacteriana ao antimicrobiano testado. Trata-se de uma técnica quantitativa para a
determinação de sensibilidade antimicrobiana. No Setor de Microbiologia Unimed BH temos disponível Etest de
Penicilina, Ceftriaxona e Ceftazidima Avibactam (vide as considerações descritas nas “Padronizações dos
Antibiogramas”, quando deverá ser utilizado os testes
Realização do Teste: A preparação do inóculo é feita da mesma maneira que no teste de disco-difusão. Com o
auxílio de um swab, o inóculo bacteriano (0,5 da escala McFarland) é semeado na superfície do Agar Mueller
Hinton. Após 15 minutos, em média, as fitas de Etest são dispensadas sobre o ágar, com o cuidado de acomodar
a fita com a face que contém o antimicrobiano voltado para a superfície do ágar. Pressione a fita no Agar para
evitar a formação de bolhas. Uma vez aplicada no Agar, a posição da fita não pode ser modificada.
Interpretação dos resultados: Após a incubação realizar a leitura da CIM no local onde a elipse de inibição
encontra-se com o início do crescimento bacteriano. Quando houver crescimento ao longo da fita, por exemplo,
nenhuma inibição elíptica é vista, a CIM reportada como > que o máximo valor da escala. Quando a inibição
elíptica está abaixo da fita, por exemplo, a zona de inibição não intersecciona com a fita, a CIM deve ser reportado
com o < valor que o mínimo valor da escala. Os critérios para interpretação da CIM são estabelecidos pelo Brcast.
- Retirar o kit da geladeira para atingir temperatura ambiente - cerca de 10 minutos antes do início do preparo.
- Remover a microplaca da embalagem plástica e reservá-la.
- Preparar a suspenção bacteriana em água estéril ou solução fisiológica à 0,5 do padrão de Mac Farland - Tubo
1.
- À partir do Tubo 1, fazer uma diluição de 1:100 (pipetar 50 mcL do Tubo 1 em 4950 mcL de àgua estéril ou
solução fisológica) - Tubo 2.
- À partir do Tubo 2, fazer uma diluição 1:10 (pipetar 500 mcL do Tubo 1 em 4500 mcL de àgua estéril ou solução
fisológica) - Tubo 3.
- Com auxílio de uma micropipeta, transferir 100 mcL da suspensão do Tubo para as cavidades da microplaca,
iniciando pelo controle.
- Após terminado preenchimento de todas as cavidades, recoloque a microplaca na embalagem plástica e incube
por 24h, À 35oC +/-1.
- Proceder a leitura observando a turvação do meio;a Concentração Mínima Inibitória será a primeira concentração
(cavidade) onde não houve a turvação do meio. O resultado deverá ser liberado em ug/mL.
Obs: Caso houver dificuldade para visualização da turvação, adicionar 1 gta da solução reveladora em cada
cavidade e incubar por 20 a 60 minutos. Após este período, a cavidade onde houver crescimento apresentará
coloração avermelhada.
Mensalmente, o setor de microbiologia encaminhará uma amostragem (10 isolados bacterianos - Enterobactérias,
se aplicável) para FUNED para verificação da compatibilidade dos resultados dos testes fenotípicos das cepas que
foram realizadas mCIm e eCIM e/ou encaminhará as cepas diretamente à FUNED quando não for possível a
realização do m-CIM e e-CIM.
Cepas de Pseudomonas aeruginosa que apresentarem resistência à ambos carbapenêmicos testados, deverão
ser submetidas ao teste de m-CIM e caso resultado for positivo, o isolado deverá ser encaminhado para FUNED.
Para o cadastro do sistema GAL/ FUNED, o setor de microbiologia solicita os dados do paciente para o NSP, onde
fica responsável por enviar as informações necessárias para o laboratório via e-mail, onde o laboratório é
responsável pelo preenchimento dos dados para encaminhamento do envio da cepa ao laboratório da FUNED, o
qual procederá com a análise.
A microbiologia preenche os dados solicitados no programa da FUNED (GAL) conforme descrito P.O.–
GERENCIAMENTO DE LABORATÓRIO DE APOIO. Após a conclusão do exame o setor de microbiologia
encaminha o resultado por e-mail para o NSP. O setor de microbiologia também fica com a cópia do resultado
arquivado.
OBS: As cepas que apresentarem resultados de m-CIM e e-CIM indeterminados e/ou duvidosos serão
encaminhadas para FUNED para realização da “Detecção de gentes de resistência” (Biologia Molecular).
*RESISTÊNCIAS INTRÍSECAS:
Antibiograma:
Colônias não puras (não isoladas).
Amostras com prazo máximo de estabilidade ultrapassada.
Para realizar os testes de sensibilidade aos antimicrobianos é necessário um isolado bacteriano viável de cultura
recente a ser testada e um grupo de antimicrobianos mais indicado de acordo com o tipo de bactéria e o material
clínico do seu isolamento.
O teste de Sensibilidade Microbiana é uma importante ferramenta para orientar na escolha da terapia
antimicrobiana mais adequada, obtendo através desta uma diretriz para o tratamento eficaz.
Algumas bactérias possuem mecanismos específicos de resistência que as caracteriza, o que auxilia, algumas
vezes, até na sua identificação. Existem situações em que devemos ter cuidado no momento de liberação do
resultado e são refletidas, na grande maioria das vezes, devido à ineficiência in vivo do agente antimicrobiano em
atuar sobre a bactéria, ou seja, clinicamente, esse agente não é eficaz contra aquela bactéria, mesmo ela
apresentando resultado de sensibilidade no teste in vitro.
O Setor de Microbiologia – Laboratório dos Serviços Próprios Unimed BH utiliza os procedimentos descritos na
norma do BRCAST do ano vigente para execução e interpretação do antibiograma.
5. REFERÊNCIAS
Lima, A.O. Métodos de laboratório aplicados à clínica. 7ª ed, Guanabara Koogan, 1992.
Caio Marcio F. Mendes - Carmem, Cassia Maria Zoccoli, Sumiko Ikuna Sinto. Microbiologia Dinâmica - 156
perguntas e respostas 2005.
Oplustil, Carmen Paz; Zoccoli, Cássia Maria; Tobouti, Nina Reiko; Sinto, Sumiko Ikura. Procedimentos Básicos em
Microbiologia Clínica. Sarvier 4ª ed., 2020.
Manual de Microbiologia Clinica para o controle de infecção relacionada à assistência à saúde. Módulo 6:
Detecção e identificação de bactérias de importância médica. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília.
Anvisa, 2013.
6. REGISTRO
7. ANEXOS
Não se aplica.
8. GESTAO DE RISCOS