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CRÍTICA DA EPISTEMOLOGIA TEOLÓGICA

I. RELAÇÃO ENTRE TEOLOGIA E SINAL DOS TEMPOS


O primeiro a se destacar é, sem dúvida, o fato de Jesus se negar a dar um sinal vindo do céu aos que lhe
pediam. Ademais, repreender seus contemporâneos, chamandos de “geração má”, pois, não percebendo os
sinais dos tempos, procuram um sinal (Lc 11,16.29; cf. Mt 16,3).
É preciso ter muito presente a premente necessidade de o teólogo aguçar sua sensibilidade, para perceber
os sinais dos tempos, a fim de que seu trabalho ajude a Igreja a oferecer a Boa Nova do Reino de Deus aos
homens e mulheres de hoje, de modo a ser-lhes resposta consoante às perguntas que lhes inquietam.
Lc 12,54-59
É importante lembrar o cenário para entendermos melhor o texto em questão. O evangelista começa
dizendo que “a multidão afluíu aos milhares, a ponto de se esmagarem uns aos outros” (Lc 12,1). Para ensiná-
las, como de costume, Jesus fala a partir da experiência humana.
Lc 12 54-55: Jesus dizia ainda às multidões: “Quando vedes levantar-se uma nuvem no poente, logo
dizeis: ‘vem chuva’, e assim acontece. E quando sopra o vento do sul, dizeis: “Vai fazer calor’, e isso
sucede”.
Na Palestina, o vento que vem do mar (poente) traz chuva, e o vento que vem do deserto (sul) traz calor.
Nestes dois versículos, Jesus nos dá a entender que o povo da época observava o céu e a terra e conhecia os
sinais que eles emitem.
Hoje, mais do que nunca, o ser humano é capaz de interpretar os sinais metereológicos, e se preocupa
com as mudanças climáticas que eles indicam.
Lc 12,56-57: “Hipócritas! Sabeis discernir o aspecto da terra e do céu; e por que não discernis o tempo
presente? Por que não julgais por vós mesmos o que é justo?”
Jesus se admira pelo fato de as pessoas não compreenderem quem ele é, a partir da observação dos sinais
messiânicos que realiza. Falta-lhes a necessária sensibilidade para perceber nele os sinais de que “o Reino de
Deus já está no meio de vós”. Deus age na história humana, tornando-a História da Salvação. A interpretação
destes eventos salvíficos não é apenas possível, é também necessária.
Jesus está no meio deles, demonstra inúmeros sinais e mesmo assim o ignoram fecham os olhos e
ouvidos à verdade que lhes revela. “Ouvem mas não escutam, veem mas não enxergam”. Não conseguem
interpretar os sinais dos tempos.
Santo Agostinho dizia que a criação é o primeiro livro que Deus nos escreveu. Por meio dela, Deus nos
fala. O pecado, porém, embaralhou as letras do livro da criação e, por isso, já não conseguimos ler nitidamente
a mensagem de Deus inscrita nas coisas que criou. A Bíblia, continua Agostinho, é o segundo livro de Deus.
Ela foi escrita não para substituir o livro da criação, mas para nos ajudar a interpretar, seja a mensagem divina
inscrita na natureza, seja a mensagem que inscreve na história humana. Para que, enfim, compreendamos seus
apelos.
Portanto, é através da Sagrada Escritura que desenvolvemos a sensibilidade necessária à percepção e
interpretação dos sinais dos tempos.
Lc 12,58-59: Com efeito, enquando te diriges com teu adversário em busca do magistrado, esforça-te
para entrar em acordo com ele no caminho, para que ele não te arraste perante o juiz, o juíz te entregue ao
executor, e o executor te ponha na prisão. Eu te digo, não sairás de lá antes de pagares o último centavo.
Questões:
1. Em perspectiva teológica, o que são os sinais dos tempos?
Vivemos em uma sociedade carregada de problemas e desafios que geram conflitos entre nós
contemporâneos, tais como; fome, desemprego, corrupção, guerras etc. São estes os sinais de nosso
tempo os quais são urgentes e devem ser visíveis aos olhos das pessoas. Além disso, colocar em
consideração as diferentes reflexões de cada circunstância, por exemplo; Fome no brasil? Segundo a
ONU no Brasil se desperdiça cerca de 17 milhões de toneladas de alimento por ano. Desperdiço? Sim.
São estas as interpelações que devem ser colocadas nos ouvidos do povo de Deus.
2. Interprete Lc 12,58-59 à luz de Lc 12,54-57!
No capítulo 12 versículo 58-59, o texto nos incentiva em primeira instancia a buscar soluções antes certos
desafios ou problemas que se nos apresentam. Já no capítulo 12, versículo 54-57, nos faz refletir dos sinais do
tempo, a nossa realidade, o que devemos prestar atenção. O evangelista Lucas nos faz colocar os pês no chão,
no nosso tempo qual é o clamor da humanidade? Quais são os desafios que temos que enfrentar? São através
destas perguntas que devemos colocar respostas, soluções.
3. Pessoalmente, o que lhe interpela na Igreja e na Sociedade?
Na sociedade o homem procura satisfazer suas necessidades de forma individual, sendo indiferente com “os
outros” os marginalizados. Lamentavelmente o homem está sendo menos humano, menos sensível às
necessidades do próximo. É nesse lugar, nesse momento, em que a Igreja entra com a mensagem da Boa
Nova, não com discursos legalistas nem morais, mas sim se aproximando aos que sofrem, e através disso ser
testemunha de humanidade, para fazer compreender que somos irmãos e que precisamos uns dos outros. Neste
tempo olhando a nossa realidade faz falta mais que palavras, ações, como resposta a estes desafios.
Para obter presença, responda e envie para meu whatsApp pessoal até o meio-dia.

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