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Presbiterianos
Creem?
Gordon H. Clark
O QUE OS
PRESBITERIANOS
CRÊEM – GORDON
CLARK
Mas, Karl Barth insiste que Paulo está falando apenas de gentios a
quem ele deu conhecimento de Deus por sua pregação. Barth nega
que os chineses e os indígenas, antes de ouvir o Evangelho,
pudessem ter algum conhecimento de Deus, seja inato ou derivado
da natureza. Esta é uma interpretação muito incomum de Romanos,
e parece ser tão errônea quanto à ideia de que Paulo estava dando
aprovação antecipada a São Tomás.
1 Novo cântico, São Paulo: Cultura Cristã,1999, hino nº. 26, p. 21.
Até mesmo o conhecimento inato de moralidade não fornece
nenhuma informação de como ou até mesmo da possibilidade de
perdão do pecado. “Por isso foi o Senhor servido, em diversos
tempos e diferentes modos, revelar-se e declarar à sua Igreja aquela
sua vontade”.
II. Sob o nome de Escritura Sagrada, ou Palavra de Deus
escrita, incluem-se agora todos os livros do Velho e do Novo
Testamento, que são os seguintes:
Velho Testamento
Pentateuco
Gênesis
Êxodo
Levítico
Números
Deuteronômio
Livros Históricos
Josué
Juízes
Rute
1 Samuel
2 Samuel
1 Reis
2 Reis
1 Crônicas
2 Crônicas
Esdras
Neemias
Ester
Livros Poéticos
Jó
Salmos
Provérbios
Eclesiastes
Cânticos
Livros Proféticos
Isaías
Jeremias
Lamentações
Ezequiel
Daniel
Oséias
Joel
Amós
Obadias
Jonas
Miquéias
Naum
Habacuque
Sofonias
Ageu
Zacarias
Malaquias
Novo Testamento
Evangelhos
Mateus
Marcos
Lucas
João
Livro Histórico
Epístolas
Romanos
1 Coríntios
2 Coríntios
Gálatas
Efésios
Filipenses
Colossenses
1 Tessalonicenses
2 Tessalonicenses
1 Timóteo
2 Timóteo
Tito
Filemom
Hebreus
Tiago
1 Pedro
2 Pedro
1 João
2 João
3 João
Judas
Livro Profético
Apocalipse
A razão pela qual isso é tão sério é que, se a Bíblia não é verdadeira,
precisamos encontrar alguma outra informação sobre Deus.
Bultmann é muito pior do que Barth, e Paul Tillich fala como um
ateísta, mas até Barth, o mais conservador da chamada escola neo-
ortodoxa, diz: “Os profetas e apóstolos, mesmo em seus ofícios,
[eram] realmente culpados de erros em sua palavra falada e escrita ”
(Church Dogmatics, I 2, pp. 528-529).
Mas para sustentar que a Bíblia está cheia de erros, e não apenas
sobre algumas datas, números e nomes obscuros, mas também
sobre pontos de teologia, é necessário ter alguma outra fonte de
informação sobre Deus. Se não existe outra fonte, como alguém
poderia saber que a doutrina da expiação, por exemplo, está errada?
Se existe tal fonte, gostaríamos de saber qual é. Qual critério a Bíblia
pode ser julgada? Essa questão deve ser particularmente
embaraçosa para Barth, pois ele deseja sustentar que a teologia é
uma ciência independente, sem fundamento na filosofia, na
antropologia, na ciência natural ou em outro assunto.
Não está dizendo que a Palavra de Deus está contida nas Escrituras?
Não em outro lugar, mas em todo lugar entre Gênesis e Apocalipse,
a Palavra de Deus é encontrada. Esta é outra disputa. Mas se agora
desejamos saber se esta foi ou não a opinião dos reformadores, se
esta é ou não a posição dos padrões Presbiterianos, e se é ou não o
ensino das próprias Escrituras, estes que os padrões resumem,
precisamos apenas ler as outras partes da Confissão. Seguem-se
algumas referências, mas as citações não serão analisadas porque
os leitores devem examinar a Confissão por si mesmo:
Penso que eles podem acreditar que a Palavra de Deus deve ser
encontrada em algum lugar na Bíblia e talvez apenas na Bíblia, ainda
que seus votos podem ter significado para eles, se rejeitarem a base
sobre a qual repousa todo o resto da Confissão?
2Para uma análise mais detalhada da posição lógica da verdade da Bíblia, Posso confiar na
minha Bíblia, capítulo um, como posso saber que a Bíblia é inspirada, Moody Press, 1963
VI. Todo o conselho de Deus concernente a todas as coisas
necessárias para a Sua própria glória e para a salvação, fé e vida
do homem, ou é expressamente declarado na Escritura ou pode
ser, por boa e necessária consequência, deduzido dela, a qual
nada se acrescentará em tempo algum, nem por novas
revelações do Espírito, nem por tradições dos homens (2Tm
3:15-17; Gl 1:8,9; 2Ts 2:2); no entanto, reconhecemos ser
necessária a íntima iluminação do Espírito de Deus para a
salvadora compreensão das coisas reveladas na palavra (Jo
6:45; 1Co 2:9-12), e que há algumas circunstâncias, quanto ao
culto de Deus e ao governo da Igreja, comum às ações e
sociedades humanas, as quais têm de ser ordenadas pela luz da
natureza e pela prudência cristã, segundo as regras gerais da
Palavra, que sempre devem ser observadas (1Co 11:13,14; 1Co
14:26,40).
3 NT: Nesse ponto, devemos entender que Clark não crê que Deus, fala fora das Escrituras por
sonhos, visões ou profecias. Clark segue seu entendimento de que esses dons cessaram no
fechamento do Cânon das Escrituras. Ele defende a posição cessacionista.
Sem essas informações, as controvérsias religiosas só podem ser
resolvidas pelo voto da maioria, isto é, pelos caprichos ou ambições
de políticos eclesiásticos. Não é à toa que, esta era está sendo
chamada de era pós-protestante. Não é de admirar que se fale da
união da Igreja com Roma. Sem informações de Deus, os homens
são deixados por sua própria conta.
II. Deus tem toda a vida (Jo 5:26), glória (At 7:2), bondade (Sl
119:68) e bem-aventurança (1Tm 6:15; Rm 9:5) em Si mesmo; Ele
é todo suficiente para Si mesmo, pois não precisa das criaturas
que trouxe à existência (At 17:24;25), não deriva delas glória
alguma (Jó 22:2,3), mas somente manifesta a sua própria glória
nelas, por elas, para elas e sobre elas. Ele é a única fonte de todo
o ser, de quem e para quem, são todas as coisas (Rm 11:36); e
sobre elas tem soberano domínio para fazer com elas, para elas
e sobre elas tudo quanto quiser (Ap 4:11; 1Tm 6:15; Dn 4:25,35).
Todas as coisas estão abertas e manifestas diante dele (Hb
4:13); o Seu conhecimento é infinito, infalível e independente da
criatura (Rm 11:33,34; Sl 147:5), de sorte que para ele nada é
contingente ou incerto (At 15:18; Ez 11:5) . Ele é santíssimo em
todos os seus conselhos, em todas as suas obras e em todos os
seus preceitos (Sl 145:17; Rm 7:12). Para Ele, da parte dos anjos,
dos homens e de qualquer outra criatura, são devidos todo o
culto, todo o serviço e obediência, que Ele há por bem requerer
deles (Ap 5:12-14).
Mas alguém diz: Deus é amor e o amor é uma emoção, não é? Bem,
é isso? Ou, melhor, o que chamamos de amor em Deus é uma
emoção? Por falar nisso, nosso amor por Deus é uma emoção? Na
conversa comum, não achamos que faça muito sentido ordenar a
uma pessoa que ame outra. Temos a tendência de achar que não é
razoável exigir que um homem se emocione com algo que acontece
para nos agradar, mas não o agrada. O amor não pode ser
comandado. Mesmo assim, Deus comanda nosso amor. Ele dá uma
ordem: Amarás o Senhor teu Deus. Este é um comando para se
tornar emocional? Ter altos e baixos, ondas repentinas e vazantes?
Ah não! alguém responde. Nosso amor nunca deve diminuir. Mas se
nunca diminui, não pode aumentar. Sem um baixo, não pode haver
um alto. Concordamos, não é, que nosso amor a Deus deve ser
constante. E concordamos que o amor de Deus por nós é imutável.
Então, essa atividade ou atitude mental não é melhor designada
como volição do que como emoção?
Mas há uma ideia que não é subsidiária. A seção V diz que todos os
detalhes mencionados são organizados de forma a exibir a gloriosa
graça de Deus. O Breve Catecismo começa declarando que o
propósito principal do homem na vida é glorificar a Deus. A resposta
sete enfatiza que Deus preordena tudo para sua própria glória.
Agora, pode ser que o professor Hendry tenha razão aqui. Não
apenas não há sugestão de cautela em Paulo; mas também havia
mais entusiasmo na pregação dos Reformadores do que nos
pregadores contemporâneos que, como Hendry observa, tantas
vezes ignoram a doutrina em completo silêncio. Por exemplo, Jerome
Zanchius, em seu Absolute Predestination (republicado pelo
Sovereign Grace Book Club), pode ser dito que “se deixa levar” com
entusiasmo. Se os membros da igreja em grande número lessem
este clássico, seria como uma vida dentre os mortos. Foi Augustus
Toplady quem traduziu o livro de Zanchius. Toplady também estava
entusiasmado, e seus outros escritos também inspiraram
congregações moribundas.
Mas para nós, que estamos muito contentes e gratos que Deus
controla o mundo, essa doutrina oferece motivo de louvor, reverência
e admiração de Deus, e consolo abundante para todos os que
sinceramente obedecem ao Evangelho.
1
A expressão latina petitio principii ("petição de princípio") indica uma retórica falaciosa que consiste em
afirmar uma tese, que se pretende demonstrar verdadeira na conclusão do argumento, já partindo do
princípio de que essa mesma conclusão é verdadeira e empregando essa pressuposição em uma das
premissas.
Muitos poucos versículos nas Escrituras afirmam diretamente a
totalidade de uma doutrina principal. Portanto, devemos reconhecer
graus de franqueza, afirmações parciais e mesmo fragmentárias de
uma doutrina. E com esse reconhecimento, regularmente
reconhecido no desenvolvimento de qualquer doutrina, é evidente
que este versículo não permanece sozinho em isolamento suspeito.
Não é evidente que Hodge não sabe como lidar com a referência à
criação? Ele afirma que não é essencial, uma observação casual e
impensada que não afeta o sentido da passagem. Essa escrita
descuidada não me parece ser o estilo usual de Paulo.
Por exemplo, em Gálatas 1:1, Paulo diz: “Paulo, apóstolo, não dos
homens nem por homem, mas por Jesus Cristo e Deus Pai que o
ressuscitou dos mortos”. Por que agora Paulo menciona que Deus
ressuscitou Jesus Cristo? Se fosse uma observação casual sem
conexão lógica com o sentido da passagem, uma observação
destinada apenas a falar de algum aspecto da glória de Deus, Paulo
poderia muito bem ter dito, Deus que criou o universo.
Além disso, os cães, para não falar de árvores e pedras, não podem
ser justos ou santos. Para eles, os Dez Mandamentos e os requisitos
bíblicos para a adoração não se aplicam. Mas o homem foi criado
com a lei de Deus escrita em seu coração.
Os estudantes de filosofia estarão interessados em notar que a Bíblia
e a Confissão não apoiam o empirismo epistemológico de John
Locke e Aristóteles. Aqueles que não são estudantes de filosofia
podem procurar epistemologia e empirismo no dicionário, embora
isso não lhes faça muito bem. De qualquer forma, a Bíblia nega que
nascemos com uma mente vazia e um caráter moralmente neutro. A
imagem de Deus consiste em certas ideias inatas, pelo menos as
ideias da lógica formal e certos princípios de moralidade.
Por exemplo: “Ele faz de acordo com sua vontade, Ele opera com o
exército do céu e entre os habitantes da Terra; e ninguém pode deter
sua mão.” (Dan 4:35). “Tudo o que o Senhor quis, ele o fez.” (Salmos
135: 6). “Sendo predestinado segundo o propósito daquele que faz
todas as coisas segundo o conselho de sua própria vontade.” (Ef
1:11). E muitos outros versos.
Uma visão mais popular vem dos países muçulmanos. Certa vez,
meu tio contratou um motorista para levá-lo por uma parte
montanhosa da Turquia. Enquanto o chofer mantinha uma
velocidade rápida demais nas curvas acentuadas ao longo dos
precipícios, meu tio pediu mais cautela. Mas o turco respondeu que
a data de suas mortes estava predestinada; e se esse fosse o dia, a
cautela seria inútil; ao passo que, se esse não fosse o dia, o cuidado
seria desnecessário. O turco era inteligente, mas não calvinista.
Mas não é necessário ficar perplexo. Isso não quer dizer que um
homem pode se tornar onisciente e resolver todos os problemas com
os quais se depara. Significa, entretanto, que a própria Bíblia, toda
ela proveitosa para a doutrina, contém informações suficientes para
mostrar que a ação e vontade do homem não são inconsistentes com
a preordenação de Deus. Deus decretou o status peculiar dos judeus
e decretou que isso ocorreria por meio da viagem de Abraão à
Palestina. Deus decretou que José seria vendido como escravo no
Egito para proteger a família da fome.
Deus decretou a morte de Cristo desde antes da fundação do mundo
e, portanto, Cristo firmemente voltou seu rosto para Jerusalém. Foi
por meio, não apesar dessas volições e ações que Deus determinou
cumprir seu propósito.
Esse pode ser o caso aqui na seção III. A primeira ideia é que Deus
usa meios para cumprir seus propósitos. Isso foi dito antes e é
incontestavelmente verdadeiro. Mas Deus está livre para trabalhar
fora, acima ou contra eles?
Para essas pessoas, o evangelista fiel deve pregar a lei de Deus. Ele
deve dizer a eles o que é pecado.
Supor que a lei de Deus não se aplica mais nesta era é eviscerar o
evangelismo. Pecado é qualquer falta de conformidade com a lei de
Deus.
Esta primeira seção também declara que Deus, para sua própria
glória, conforme explicado extensamente anteriormente, ficou
satisfeito em permitir que nossos primeiros pais desobedecessem a
sua ordem.
Por razões como esta, João Calvino escreveu: “Aqui eles [aqueles
que se opõem aos decretos divinos] recorrem à distinção entre
vontade e permissão, e insistem que Deus permite a destruição dos
ímpios, mas não a deseja. Mas que razão devemos atribuir para ele
permitir, senão porque é a sua vontade?" (Institutas, III, XXIII (8; cf.
II, IV, 3). Esta é uma resposta claramente suficiente.
Esse fato lança mais luz sobre o ponto de imputação anterior. Uma
natureza corrupta é uma espécie de punição. Porque Adão pecou,
Deus o puniu com a corrupção de sua natureza. Agora, já nascemos
corruptos. Ou seja, nascemos em estado de punição. Mas de que é
este castigo um castigo? Não pode ser uma punição por nenhuma de
nossas transgressões voluntárias; ao nascer, não somos culpados
de nenhuma má ação nossa, pois ainda não fizemos nada, seja bom
ou mau. Portanto, o pecado pelo qual somos punidos deve ser o
pecado de Adão, cuja culpa foi imputada a nós. Teólogos, como o Dr.
Hendry, sem imputação, não podem explicar por que já nascemos
corruptos. É a imputação que explica por que nascemos em uma
condição pecaminosa.
1 Chesterr Wilkins, A Hnadbook for Personal Soul-Winning; Light and Hope Publications, 1950.
As pessoas da santidade não apenas substituem a lei de Deus por
costumes sociais ou eclesiásticos, mas também fazem uma distinção
antibíblica entre o pecado voluntário e algo que não é exatamente
pecado. O Sr. Wilkins fala sobre “a diferença entre pecados
deliberados e transgressões contra Deus e sua lei, e o erro provável
que alguém pode cometer, que é da cabeça e não do coração [...]
Deus sempre olha para o motivo do coração e nunca nos considera
culpados quando cometemos erros” (p. 214).
Mas quem foi no Novo Testamento que mais falou sobre o inferno?
Pedro? Paulo? João? Não, não foi nenhum desses. Verifique uma
concordância e veja. O pregador que mais enfatizou o inferno foi o
próprio Jesus Cristo. Foi o próprio Cristo quem mais enfatizou a
seriedade do pecado e quem proporcionou uma salvação
comensurável.
1NT: Os textos bíblicos descritos, não constam na versão original do livro. O tradutor optou para
uma melhor didática para os leitores em português.
serás uma bênção. E abençoarei os que te abençoarem, e
amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas
as famílias da terra.
Gênesis 12:1-3
Assim como Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado como
justiça. Sabei, pois, que os que são da fé são filhos de Abraão. Ora,
tendo a Escritura previsto que Deus havia de justificar pela fé os
gentios, anunciou primeiro o evangelho a Abraão, dizendo: Todas as
nações serão benditas em ti. De sorte que os que são da fé são
benditos com o crente Abraão. Para que a bênção de Abraão
chegasse aos gentios por Jesus Cristo, e para que pela fé nós
recebamos a promessa do Espírito.
Gálatas 3:6-9;14
Abraão, vosso pai, exultou por ver o meu dia, e viu-o, e alegrou-se.
João 8:56
Vós sois os filhos dos profetas e da aliança que Deus fez com nossos
pais, dizendo a Abraão: Na tua descendência serão benditas todas
as famílias da terra.
Atos 3:25
Essa ideia de acordo foi usada para reforçar a noção de que Deus é
um pouco menos que soberano. O argumento dessa linha, depende
da suposição de que, quando um acordo é feito, as duas partes
devem ser iguais. Existem, entretanto, muitos casos nos assuntos
humanos em que não é assim. Obviamente, um tratado de paz ou
armistício, embora seja um acordo, é frequentemente ditado pelo
vencedor. Ou, um pai pode estabelecer condições que seu filho
aceita. Mesmo em acordos comerciais, as partes nem sempre são
iguais. Consequentemente, o fato de que Deus faz um acordo com o
homem não significa que o homem possa negociar com Deus. É
Deus quem estabelece os termos.
Algum judeu devoto nos tempos do Antigo Testamento foi salvo por
guardar a lei de Moisés? Leia Romanos 3:9, 10, 20, 23; e Tiago 2:10.
Eis que a sua alma está orgulhosa, não é reta nele; mas o justo pela
sua fé viverá.
Habacuque 2:4
Em contraste com esse erro moderno, deve-se insistir na doutrina de
Westminster de que, desde a queda, houve apenas um método de
salvação. Adão, Noé, Abraão, Moisés, Pedro, Paulo e você e eu
somos salvos apenas pelos méritos de Cristo. Nem a consciência,
nem a Lei, nem qualquer outra coisa tem o poder de redimir um
pecador.
Gen. 3:15: Isa. 4:3-6; João 326, 6:27; Tito 2:5; 1 João 5:11-12;
João 3:36, 1:2; Prov. 1:23; Luc. 11:13; 1 Cor. 12:3, 9; Gal. 5:22-
23; Eze. 34:27; Tiago 2:18, 12; II Cor. 5:14-15; Ef. 2:10.
36. Quem é o Mediador do pacto da graça?
João 14:16; 1 Tim. 2:5; João 1:1 e 10:30; Fil. 2:6; Gal. 4:4; Luc.
1:35; Rom. 9:5; Col. 2:9; Heb. 13:8.
At. 2:24; Rom. 1:4; At. 20:28; Heb. 7:25; Rom. 3:24-26; Ef. 1:6;
Tito 2:14; João 15:26; Luc. 1:69, 71, 74; Heb. 5:9.
42. Por que foi o nosso Mediador chamado Cristo?
Mat. 3:16; João 3:24; Sal. 45:7, João 6:27; At. 3:22; Luc. 4:18, 21;
Heb. 5:5-6; Isa- 9:6-7.
João 1:18; 1 Pedro 1:10-12; Heb. 1:1-2; João 15:15; Ef. 4:11-13;
João 20:31.
Isa. 55:5; Gen. 49:10; 1 Cor. 12:28; João 15:14; Mat. 18:17-18; At.
5:31; Apoc. 22:12, e 3:19; Rom. 8:37-39; 1 Cor. 15:25; Rom. 14:11,
e 8:28; 11 Tess. 1:8; Sal. 2:9.
Mas o clímax da seção I vem nas frases finais. A ideia é que Cristo
redime aquelas pessoas que o Pai deu a ele desde toda a eternidade.
Esta é uma ideia muito importante.
Em adição às referências bíblicas mencionadas, lembramos o que o
anjo disse a José antes de Cristo nascer: “Tu chamarás o seu nome
Jesus, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados.” Esta
verdade divina, tão frequentemente mencionada no Evangelho de
João, parece ter sido menosprezada na pregação contemporânea.
Se é assim ou não, os ministros e o povo podem determinar tentando
lembrar o último sermão sobre o assunto. Um ministro deve ser
julgado, não apenas pelo que ele diz, mas também pelo que ele não
diz. Se um homem nega abertamente partes da Confissão, podemos
ver claramente que ele é infiel. Mas ele também não é infiel se recusa
a pregar algumas partes? É claro que nenhum ministro pode
mencionar tudo na Confissão todas as semanas. No entanto, se um
homem persistentemente, ano após ano, evita uma dessas doutrinas
principais, ele não é infiel? A Escritura é a Palavra de Deus, e isso é
tudo proveitosa para ensinar. Vejamos que nada disso seja evitado,
omitido ou esquecido.
II. O Filho de Deus, a segunda Pessoa da Trindade, sendo
verdadeiro e eterno Deus, da mesma substância do Pai e igual a
Ele, quando chegou o cumprimento do tempo, tomou sobre si a
natureza humana (Jo 1:1,14; 1Jo 5:20; Fp 2:6; Gl 4:4) com todas
as suas propriedades essenciais e enfermidades comuns,
contudo, sem pecado, sendo concebido pelo poder do Espírito
Santo (Hb 2:14,16,17; Hb 4:15), no ventre da virgem Maria e da
substância dela (Lc 1:27;31,35; Gl 4:4). Assim as duas naturezas
inteiras, perfeitas e distintas, a Divindade e a humanidade, foram
inseparavelmente unidas em uma só pessoa, sem conversão,
composição ou confusão (Lc 1:35; Cl 2:9; Rm 9:5; 1Pe 3:18; 1Tm
3:16). Essa pessoa é verdadeiro Deus e homem, porém, um só
Cristo, o único Mediador entre Deus e o homem (Rm 1:3,4; 1Tm
2:5).
Sobre este assunto, não se pode ignorar The Virgin Birth of Christ,
de J. Gresham Machen. Este incrível erudito tratou de quase tudo
relacionado ao assunto, desde as genealogias em Mateus e Lucas
até a afirmação de que Buda e os deuses gregos também nasceram
de uma virgem. Neste século vinte, a ordenação de ministros
descrentes e a declinação da fé nas denominações maiores foram
iniciadas principalmente por meio de um ataque ao nascimento
virginal.
Por que esse milagre deve ser mais difícil de aceitar do que qualquer
outro, como a cabeça do machado flutuante ou o andar de Cristo
sobre as águas, é um enigma difícil de resolver. Mas, por alguma
estranha razão, o nascimento virginal foi escolhido para um ataque
especial. Os candidatos ao ministério disseram a seus presbitérios
que não podiam afirmar o milagre biológico de um nascimento
virginal. Os modernistas defenderam esses candidatos com base no
fato de que a crença no nascimento virginal não é essencial. Tal
declaração é ambígua e obscurece a questão. Sem dúvida, é
possível para algum pagão aceitar o sacrifício de Cristo por seu
pecado e ser salvo sem saber do nascimento virginal. Nesse sentido,
a crença no nascimento virginal não é essencial. Mas é uma questão
diferente perguntar se a crença no nascimento virginal é ou não
essencial para uma ordenação presbiteriana.
Por tudo o que Karl Barth enfatiza um Deus vivo, falante e atuante,
muitos contemporâneos anulam esse essencial da teologia cristã,
reduzindo os eventos históricos do passado às experiências
existenciais do presente. A queda de Adão é interpretada não como
um evento que aconteceu apenas uma vez em uma determinada
data, mas como um mito ou fábula retratando as experiências
recorrentes de todos os homens. A ressurreição é divorciada do
“terceiro dia” e interpretada como uma experiência de elevação
espiritual que você ou eu podemos ter no século vinte (XXI).
2“Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça
pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus; Para demonstração da
sua justiça neste tempo presente, para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em
Jesus.”
Neste ponto, precisamos de algumas dessas informações. Pessoas
que enfatizam a bondade e o amor de Deus e falham em atender à
justiça e santidade de Deus não podem entender a morte de Cristo.
Essas pessoas entendem tão mal o amor e a bondade que pensam
que Deus não vai punir ninguém, ou pelo menos não vai puni-los
muito. Deus é bom demais para permitir que alguém morra, dizem
eles. Por que então Cristo, o Filho de Deus, teve que sofrer tanto?
3 Ele é tido como uma vítima da sociedade capitalista pelos lacradores comunistas.
O evangelho, ao contrário, as boas novas que pregamos, é que Jesus
Cristo, com sua morte, expia o pecado, propicia a seu Pai e satisfaz
a justiça divina.
Chegamos agora à seção VI, que não tem a mesma importância que
a anterior; mas elimina uma especulação interessante que às vezes
tem atormentado a Igreja. Porque Cristo morreu por volta de 30 d.C.,
algumas pessoas chegaram à conclusão de que ninguém poderia ser
salvo antes dessa data. Segundo essa teoria, os santos do Antigo
Testamento foram confinados em algum lugar menor que o céu e
tiveram que esperar sua libertação até que Cristo fosse colocado no
túmulo.
Como este é um capítulo extra longo, vamos passar pela seção VII
apenas com a advertência de verificar as referências bíblicas
indicadas e outras que podem ser facilmente encontradas. Esta
abreviatura é ainda mais desculpável, visto que a seção VIII não pode
ser ignorada em silêncio.
Certamente, expiar o pecado propiciando o Pai não teria sido útil para
nós, a menos que os benefícios desta Satisfação fossem aplicados a
nós. Agora, como foi dito, Jesus nunca falha. Portanto, é
absolutamente certo que aquelas pessoas que Deus deu a ele,
aquelas pessoas por quem ele morreu, serão salvas. Nenhum deles
será perdido.
Mas Cristo não falhou. Todo aquele por quem Cristo morreu é salvo.
O próprio Jesus disse: Todos aqueles que o Pai me dá virão a mim,
e deles eu não perderei nenhum (João 6: 37-39).
Além disso, o profeta Isaías disse: “Quando fizeres da sua alma uma
oferta pelo pecado, ele verá a sua semente ... Ele verá o trabalho da
sua alma e ficará satisfeito” (53: 10,11). Cristo ficaria satisfeito com o
fracasso?
Isso não é tudo. Cristo também vence os inimigos dos crentes por
seu poder onipotente e sabedoria de muitas maneiras maravilhosas.
Muitas dessas bênçãos adicionais são explicadas em capítulos
posteriores, mas o capítulo imediatamente seguinte tem mais a dizer
sobre a relação entre Deus e a mente e vontade do homem.
Em João 15:22 lê-se: “Se eu não viera, nem lhes houvera falado,
pecado não teriam; mas, agora, não têm desculpa do seu pecado”.
Agora, a razão pela qual essas duas tarefas, embora muitas vezes
desanimadoras não são impossíveis, é que o próprio Deus faz a obra.
Na eternidade, ele começou a obra predestinando esses dois
homens e, em certo dia, ele os chamou efetivamente. Ninguém pode
ser salvo sem o chamado eficaz de Deus. Todo aquele que é nascido
de novo “não nasceu da vontade da carne, nem da vontade do
homem, mas de Deus”. Aqueles teólogos que, no interesse de uma
doutrina errônea do livre-arbítrio, atribuem alguma habilidade à
vontade do homem, contradizem João 1:13 e diminuem a graça de
Deus.
Deus efetivamente chama todos aqueles a quem predestinou, mais
nenhum outro. Do começo ao fim, as mesmas pessoas estão à vista.
Como Romanos 8: 29-30 diz: “Aquele que de antemão conheceu,
também o predestinou. . . além disso aos que predestinou, a
esses também chamou; e a quem chamou, a esses também
justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou.”
Ninguém que entre no início é descartado ao longo do caminho, e
ninguém é adicionado que não tenha começado.
Mas como pode ser assim? Como pode um pecador ser justo? Deve
ser claramente entendido que mesmo a fé em si não é a base da
justificação. A base ou base da justificação é o objeto no qual a fé
repousa; isto é, Cristo e sua justiça. Deus absolve um pecador,
declara-o inocente, com base na justiça de Cristo que foi imputada a
ele. Às vezes, as expressões são abreviadas nas Escrituras, como
em Romanos 4: 5, de modo que a fé é mencionada enquanto o objeto
da fé é deixado compreendido; mas isso ocorre porque a verdadeira
base da justificação foi claramente expressa alguns versículos antes,
em Romanos 3: 21-26. Então, novamente, a grande passagem em
Romanos 5: 12-19 mostra que, como foi um ato de um homem que
trouxe a condenação, então foi pela justiça de um só homem que a
justificação é possível.
Os arminianos, embora tivessem nascido protestantes, romperam
com o ensino luterano e calvinista e deram um ou mais passos para
trás em direção a Roma. Eles sustentaram que as exigências da lei
foram reduzidas ao nível de “obediência evangélica” e com base
nessa obediência bastante humana, somos justificados. Mas, além
de ir contra as referências anteriores que excluem as obras, isso
colide com a santidade de Deus por retratá-lo como satisfeito com
menos do que a perfeição.
O pecado deixa o homem sem mérito. Ele não tem justiça; ele é
culpado de rebelião contra Deus; ele está sujeito à penalidade que
Deus impôs. Essa pena é a morte eterna no inferno.
Agora, Deus é justo. Ele não vai rebaixar a lei nem perdoar a punição
por infração. Se Deus fosse menos que perfeito, ele poderia
simplesmente esquecer o pecado, não dar atenção a ele, aceitar os
homens sem qualquer Expiação. Isso parece eminentemente
sensato para muitas mentes modernas, seja porque pensam que o
pecado é trivial, ou porque concebem Deus como um “amor sem
justiça”. Essas pessoas têm dificuldade em explicar por que Cristo foi
crucificado. Possivelmente eles consideram isso apenas como uma
tragédia infeliz. Mas eles não podem ver na morte de Cristo um
sacrifício pelo pecado, uma expiação, um ato deliberado de Deus.
Deus não rebaixou sua santa lei, não perdoou a pena, não
simplesmente se esqueceu de tudo. Pelo contrário, Jesus pagou a
pena sofrendo a morte que deveríamos ter sofrido.
Atos 20:28 diz: “alimenta a igreja de Deus, que ele comprou com o
seu próprio sangue”. Este versículo é frequentemente usado para
mostrar que Jesus, que derramou seu sangue, era ele mesmo Deus,
a segunda Pessoa da Trindade. Mas para o presente propósito,
observemos que seu sangue comprou a igreja. Os liberais
reclamarão da noção básica de uma transação comercial, mas Paulo,
cujas palavras são, nunca se preocupou com isso.
A igreja teve que ser comprada e Jesus a comprou: “Fostes
comprados por preço” (I Cor. 6:20 e 7:23); e II Pedro adverte contra
falsos profetas e falsos mestres que negam "o Senhor que os
comprou." Se, como afirma o Dr. Hendry, Cristo não teve que cumprir
nenhuma condição para nos salvar, por que teve que ser crucificado?
Por que realmente ele teve que vir à Terra?
Dr. Hendry propõe uma razão ou argumento para sua tese não
escriturística. Ele diz que se Cristo teve que fazer algo para obter o
nosso perdão, a graça não é soberana e a justificação não pode ser
considerada "apenas pela graça".
Mas havia uma condição, e isso leva ao segundo motivo para rotular
a tese do Dr. Hendry como um absurdo. Cristo teve que pagar a pena
pelo pecado e satisfazer a justiça divina. Mas é ridículo dizer que isso
é inconsistente com a graça.
Foi a graça soberana que trouxe nosso Senhor à terra; foi a graça
soberana que o induziu voluntariamente a pagar a penalidade por
nossos pecados; e é a graça soberana que efetivamente chama os
eleitos. Como no mundo pode alguém estar tão confuso a ponto de
pensar que a obediência ativa e passiva de Cristo é inconsistente
com a graça soberana? Ele é graça soberana. E aqueles a quem a
graça soberana é estendida, irão pregá-la como tal.
IV. Deus, desde toda a eternidade, decretou justificar todos os
eleitos (Gl 3:8; 1Pe 1:2,19,20; Rm 8:30), e Cristo, na plenitude dos
tempos, morreu pelos pecados deles e ressuscitou para a
justificação deles (Gl 4:4; 1Tm 2:6; Rm 4:25); contudo eles não
são justificados enquanto o Espírito Santo, no tempo próprio,
não lhes aplica de fato os méritos de Cristo (Cl 1:21,22; Gl 2:16;
Tm 3:3-7).
A adoção traz certos privilégios que são negados àqueles que não
foram adotados.
Primeiro, eles recebem o nome de Deus, e como membros da família
podem agora chamar Deus de “Abba, Pai”. Eles são tratados com
comiseração, protegidos e providos. Eles são algumas vezes
corrigidos por Deus como por um pai, “nunca, porém, abandonados,
mas selados para o dia de redenção, e herdam as promessas, como
herdeiros da eterna salvação”.
Uma razão pela qual outros que não são presbiterianos deveriam
estudar a Confissão de Westminster é que ela constitui um excelente
resumo dos principais ensinos da Bíblia. Para ter certeza, é apenas
um resumo. Não é um tratado teológico completo; não fornece um
relato exaustivo das doutrinas; ela não é equivalente a um curso de
seminário. Além disso, é um resumo apenas das principais doutrinas
da Bíblia. Há muitas outras coisas na Bíblia, todas úteis; mas as
doutrinas enumeradas na Confissão são as mais importantes.
1 Em 1901, a Igreja foi fundada por Alma Bridwell White dentro de Denver, Colorado. A Coluna
de Fogo foi originalmente incorporada como a União Pentecostal, mas mudou seu nome para se
distanciar de Pentecostalismo em 1915. Enquanto a Coluna de Fogo estava na doutrina
metodista, Alma White e seus seguidores acreditavam que a Igreja Metodista havia se
corrompido. Alma White e os membros da Coluna de Fogo se dedicaram ao movimento de
santidade na tradição Wesleyana. Os aderentes foram chamados de "Holy Rollers "e" saltadores
sagrados "por causa de seu frenesi religioso. White era conhecida por sua associação com o Ku
Klux Klan, do feminismo, anticatolicismo, antissemitismo, antipentecostalismo, racismo e
nativismo.
O capítulo sobre a justificação citou uma caricatura de uma música
gospel:
É claro que isso é uma caricatura. Não é o que a música gospel diz
e não é o que a doutrina da justificação ensina. Aqueles que fazem
essa objeção contra a doutrina devem lembrar que há outro hino:
Essas linhas afirmam que o propósito de Cristo era pelo menos duplo.
Ele morreu para que pudéssemos ser perdoados, para que
recebêssemos a remissão dos pecados; mas ele também morreu
para nos tornar bons. Ele morreu para diminuir e finalmente erradicar
nosso pecado.
Nesta terceira estrofe de “Há uma Colina Verde Longe”, as doutrinas
da justificação e da santificação são conjugadas. Naturalmente, as
limitações da hinologia não permitem uma explicação da conjunção:
parece que o perdão e o ser curado são dois resultados, de outra
forma não relacionados, da morte de Cristo. Mas a Confissão de Fé,
capítulo XIII, e ainda mais explicitamente Paulo, em Romanos 6 e em
outros lugares, fazem da santificação o propósito ou objetivo dos
estágios anteriores da salvação.
Disto se segue que, assim como Cristo ressuscitou dos mortos pela
glória do Pai, também nós, que morremos com ele, seremos
semelhantes à sua ressurreição e andaremos em novidade de vida.
Que diferença faz se alguém entrar por aquele portão e andar por ali,
ou se continuar a ser escravo do pecado. Certamente, a escravidão
ao pecado fornece alguma segurança, pois o pecado é um senhor
justo e pagará seu salário; não enganará uma pessoa quanto ao que
ela merece. Mas quem pode se contentar com o salário do pecado?
Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus
é a vida eterna por Jesus Cristo nosso Senhor.
2 Neste livro, Screwtape (traduzido como Fitafuso, Coisa-Ruim ou Morcegão no Brasil e como
Escritope na versão de Portugal), demônio veterano e experimentado, escreve cartas ao seu
jovem sobrinho Wordwood (Vermebile ou Cupim no Brasil; Absintox, em Portugal), um demónio
em início de carreira, explicando-lhe como conquistar a alma do paciente (João, no Brasil) que
lhe foi atribuído, um jovem recém-convertido ao Cristianismo. Wordwood falha, sujeitando-se às
aterradoras penas do Inferno.
DA FÉ SALVADORA
II. Por essa fé, o Cristão crê ser verdade tudo quanto nela é
revelado, segundo a autoridade do mesmo Deus que fala em Sua
Palavra (Jo 4:42; 1Ts 2:13; 1Jo 5:10; At 24:14), e age de
conformidade com aquilo que cada passagem contém em
particular, prestando obediência aos mandamentos (Rm 16:26),
tremendo às ameaças (Is 66:2) e abraçando as promessas de
Deus para esta vida e para a futura (Hb 11:13; 1Tm 4:8); porém,
os principais atos de fé salvadora são: aceitar, receber e
descansar somente em Cristo para a justificação, santificação e
vida eterna, pela virtude do pacto da graça (Jo 1:12; At 16:31; Gl
2:20; At 15:11).
Dizer que Deus preordenou tudo o que acontece e que ele nos deu
sua graça antes que o mundo começasse (II Tim. 1: 9) não exclui,
obviamente, o uso de meios comuns. Deus escolheu nos dar fé por
meio do ministério da Palavra: cf. Matt. 28: 19,20; ROM. 10: 12,17; I
Cor. 1:21; e enquanto ele determinou em que medida a fé de cada
um se desenvolverá e dará frutos, o crescimento na graça ocorre por
meio da administração dos sacramentos e da oração.
O apóstolo nos diz: “Se confessares com a tua boca que Jesus é o
Senhor e creres em teu coração que Deus o ressuscitou dentre os
mortos, serás salvo”. O grau de crença é imaterial para o
cumprimento desta promessa divina.
Então, suponha que algo aconteça para mudar sua mente. Ele se
convence de que seus antigos pontos de vista estavam errados. Ele
agora acredita que o Cristianismo é verdadeiro. Ele está tão
convencido de que prega a fé que uma vez perseguiu e ele próprio
sofre perseguição nas mãos de seus antigos superiores. Isso é
arrependimento, e o jovem era Paulo. O arrependimento, então, não
é uma emoção superficial de arrependimento ou remorso, sentido um
dia e esquecido no outro. É uma revolução intelectual permanente. É
uma vida baseada em novos princípios, uma vida vivida até a morte,
em obediência ao Senhor Jesus Cristo.
O que a seção VI não diz também deve ser esclarecido a todos. Nem
a Confissão nem a Escritura dizem nada sobre confessar nossos
pecados a um padre. Esta é uma invenção não cristã de Roma.
O que são boas obras? São essas as ações que um cavalheiro com
boas intenções pode desfrutar? Uma doação substancial para um
orfanato, hospital ou igreja é um bom trabalho? Por mais estranho
que possa parecer para os não cristãos, e mesmo para cristãos não
instruídos, a resposta é que essas ações não são necessariamente
boas. Elas podem ser boas; mas, novamente, podem não ser. O que
então torna uma obra ou uma ação boa?
O que talvez seja pior do que isso é uma oração pedindo orientação
quanto a se alguém deve ou não fazer algo pecaminoso. Havia um
homem prestes a entrar no ministério que disse que não tinha
orientação sobre como sair do negócio de bebidas alcoólicas, mas
oraria a respeito. Existem ministros que oram para cooperar ou não
2 Pelo texto bíblico, Deus nunca o autorizou a tratar os animais com crueldade. A Bíblia diz: O
justo importa-se com a alma do seu animal doméstico, mas as misericórdias dos iníquos são
cruéis (Provérbios 12:10). ... Embora muitas pessoas pensem em si, e desconsiderem os danos
causados aos animais, Deus se preocupa com eles.
com a apostasia. Devem continuar a contribuir com seu dinheiro e
seus nomes para apoiar publicações antibíblicas para uso na Escola
Dominical? Ou eles deveriam se separar desse tipo de mal? Essas
orações são pecaminosas. A Bíblia já disse que não devemos fazer
o mal para que o bem venha. Nossa orientação já está diante de nós.
Pedir mais é repúdio ao que Deus falou. Uma oração pedindo a força
do Espírito para fazer o que já se sabe ser certo seria uma oração
muito mais louvável.
Muito respeitosamente.
Jesus na cruz
Até a velhice, todo o meu povo provará, o Meu amor soberano, eterno
e imutável.
Ora, foi um pouco estranho que este senhor tenha pedido este hino
e o tenha cantado com tanto louvor e devoção. Pois ele não gostou
do Calvinismo; toda a sua vida ele tinha sido um arminiano; ele não
acreditava na “segurança eterna”, como a chamava; e ele vinha
dizendo isso a seus amigos há anos. Mesmo agora, ele teria
renegado o nome de calvinismo. Mas poderia ser que, sem perceber,
ele agora passasse a acreditar, o que suas visões arminianas
anteriores haviam mudado com a cor de seu cabelo?
Filipenses 1:6 diz: “aquele que em vós começou a boa obra, a fará
até o dia de Jesus Cristo”. A linguagem dificilmente poderia deixar
mais claro que se Deus iniciar a boa obra em um pecador, ele a
completará. A ARV diz: “irá aperfeiçoá-lo”. A RSV diz, "o levará à
conclusão". O verbo grego significa realizar, completar ou terminar.
Existe alguma maneira concebível pela qual este versículo poderia
ser harmonizado com o Arminianismo?
1 Vagar; caminhar sem destino certo: divagava pelas ruas vazias. [Figurado] Afastar-se do
assunto; usar de subterfúgios; realizar digressões: aquele professor divagava muito durante suas
aulas. [Por Extensão] Desvairar; falar coisas sem lógica: o paciente divagava.
tempos em que foram escritas. Eles refletem visões de vida, história
e cosmos que eram então atuais. . . A variedade de tais pontos de
vista são encontrados na Bíblia. (linhas 192-198). As Escrituras são
chamadas de palavras de homens; o novo credo não os chama de
Palavra de Deus, nem diz que as Escrituras são a revelação de Deus.
É claro que deve ser dito, e este capítulo da Confissão diz isso
primeiro, que muitas pessoas nutrem falsas esperanças no favor de
Deus. Um chinês convertido, expoente do Zen por anos, disse-me
que, durante esse tempo, estava muito seguro de seu estado
preferido. Deve haver muitos outros casos semelhantes nas várias
religiões pagãs. Todos nós sabemos que existem muitos casos
semelhantes entre as seitas e religiões deste país. No entanto, nem
todos podem estar certos porque são muito inconsistentes uns com
os outros.
Essa falsa segurança também é encontrada entre os cristãos
nominais. Jó 8: 13-14 diz: “A esperança do hipócrita perecerá, cuja
esperança será cortada, e cuja confiança será uma teia de aranha.”
I. Deus deu a Adão uma lei como um pacto de obras pelo qual
Deus o obrigou, bem como toda sua posteridade, a uma
obediência pessoal, inteira, exata e perpétua; prometeu-lhe a
vida sob a condição dele cumprir com a lei e o ameaçou com a
morte no caso dele violá-la; e dotou-o com o poder e capacidade
de guardá-la (Gn 1:26,27 com Gn 2:17; Rm 2:14,15; Rm 10:5; Rm
5:12,19; Gl 3:10,12; Ec 7:29; Jó 28:28).
Quão extenso foi no caso de Adão é difícil dizer; e visto que a queda
desfigurou a imagem de Deus no homem, esses princípios morais
inatos são lamentavelmente ineficazes. Mas em um capítulo anterior
foi dito que a responsabilidade é baseada no conhecimento. Os
pagãos, que nunca ouviram o Evangelho da salvação, são, no
entanto, responsáveis por seus pecados por causa desta dotação
original de conhecimento que é parte da imagem divina na qual o
homem foi criado.
Romanos 8:2 diz que uma lei nos libertou de outra lei. O único sentido
em que estamos livres da lei moral é que estamos livres de sua
penalidade. Nunca somos livres para desobedecer aos
mandamentos de Deus.
Pois Cristo cumpriu os antigos tipos e sua morte acabou com aqueles
sacrifícios preparatórios. Assim, a Igreja no Novo Testamento é
contínua com a Igreja no Antigo; e visto que somos de Cristo, somos
descendência de Abraão e herdeiros de acordo com a promessa (Gl
3:23; 4: 7).
Mas dizer que os cristãos não estão mais sujeitos à lei moral é dizer
que os cristãos são livres para adorar ídolos, usar palavrões, ignorar
o Dia do Senhor, cometer assassinato, adultério e roubo e viver uma
vida que o Novo Testamento claramente condena (Ref. Rom. 13: 8-
10; I Cor. 7:19; Ef. 6: 2; I João 2: 3,4,7,8). Cristo não dissolve nossa
obrigação; ele a fortalece (Ref. Mateus 5:19; Rom. 3:31).
Por exemplo, 2 Coríntios 12:14 nos ensina que os filhos não devem
criar filhos para os pais, mas os pais para os filhos. A princípio, isso
parece ter pouco a ver com a legislação nacional e estadual. Mas não
segue como consequência boa e necessária que uma nação não
deve acumular uma dívida astronômica e passá-la para a próxima
geração?
Mateus 15: 9 diz: “Em vão me adoram, ensinando doutrinas que são
mandamentos de homens”. Os fariseus acusaram os discípulos de
Jesus de terem transgredido a tradição dos anciãos. Indignado,
Jesus pergunta aos fariseus por que eles transgridem os
mandamentos de Deus por sua tradição. O ponto que Jesus usa
como exemplo é o método farisaico que evita a obediência ao quinto
mandamento. Eles permitiam que um homem dedicasse seus
recursos financeiros a Deus para que, embora continuasse a usufruir
plenamente de seu dinheiro, não tivesse que cuidar de seus pais
idosos.
A principal objeção a esses ritos é que eles não têm qualquer garantia
nas Escrituras. Eles surgiram como uma invenção humana do
período patrístico junto com a prática do exorcismo para afastar os
maus espíritos e de colocar uma mistura de leite e mel na boca do
bebê.
Mas que caos moral existe, quando a lei de Deus é abandonada pelo
mais recente estilo de descrença. Costumava ser os julgamentos de
valor de Ritschl; agora é um encontro com o paradoxo; o próximo
será - quem pode adivinhar?
Que fique bem claro, nem toda adoração agrada a Deus. Leia Isaías
1: 10-17. Deus repreende os israelitas por terem feito sacrifícios a
ele. Ele os repreende por comparecer aos serviços do templo. A
observância de dias sagrados o desagrada. Agora, os liberais
tentaram usar essa passagem para provar uma divisão profunda
entre a religião sacerdotal e profética. Na teoria dos críticos
destrutivos, os padres eram representantes de um tipo inferior de
religião, que dependia de rituais e sacrifícios.
Pela mesma razão, “o culto religioso deve ser dado a Deus... sozinho;
não para anjos, santos ou qualquer outra criatura.” É evidente,
portanto, o quanto o catolicismo romano, com suas imagens, suas
orações aos santos e sua mariolatria, se afastou da fé cristã. Os
católicos romanos tentam se defender da acusação de idolatria
dizendo que não confundem a imagem com a pessoa representada
e não adoram a imagem; eles simplesmente usam a imagem para
ajudá-los a se concentrarem em Maria, uma santa ou Cristo.
IV. A oração deve ser feita por coisas lícitas (1Jo 5:14) e por
todas as classes de homens que existem atualmente ou que
existirão no futuro (1Tm 2:1,2; Jo 17:20; 2Sm 7:29; Rt 4:12); mas
não pelos mortos (2Sm 12:21-23 com Lc 16:25,26; Ap 14:13),
nem por aqueles que se saiba terem cometido o pecado para a
morte (1Jo 5:16).
Quanto a como o primeiro dia deve ser santificado, tem sido um ponto
de desacordo entre os cristãos professos. A igreja romana com sua
moral mais frouxa proibiu o "trabalho servil" no Dia do Senhor, mas
geralmente incentivou todos os tipos de esportes. Contanto que uma
pessoa assista à missa de manhã cedo, ela pode tratar o resto do dia
da mesma forma que trata os outros dias da semana.
A seção III ensina que um homem não pode se vincular por juramento
a nada de mau ou injusto; e a seção IV repete a ideia dizendo que
um juramento não pode nos obrigar a pecar. Às vezes as pessoas,
por ignorância, talvez, jurem fazer algo pecaminoso. Fazer tal
juramento é pecaminoso; quebrá-lo, não.
Por exemplo, a igreja romana permite que seus membros se casem
com protestantes, se o protestante prometer criar os filhos como
católicos. Essa promessa deve ser quebrada, pois é pecado ensinar
as crianças a serem idólatras. Claro, a promessa não deveria ter sido
feita em primeiro lugar. É aí onde o pecado ocorreu.
VI. O voto não deve ser feito a criatura alguma, mas somente
a Deus (Sl 76:11; Jr 44:25,26); e para que seja aceitável, deve ser
feito voluntariamente, com fé e consciência do dever, em
reconhecimento de misericórdias recebidas ou para obter o que
desejamos, pelo qual obrigamo-nos mais restritamente aos
deveres necessários ou a outras coisas, até onde ou quando
elas conduzirem a esses deveres (Dt 23:21-23; Sl 50:14; Gn
28:20-22; 1Sm 1:11; Sl 66:13,14; Sl 132:2-5).
Mesmo os votos que não são promessas de pecado podem ser tolos.
Por exemplo, alguém pode fazer o voto de dar a volta no quarteirão
cinco vezes nos próximos cinco dias como uma expressão de
agradecimento a Deus pela dádiva da boa saúde. Tal voto, quando
feito, deve ser observado com cuidado escrupuloso; mas existem
maneiras melhores de agradecer a Deus pela saúde.
Se alguém tem o hábito de fazer votos tolos, é mais do que provável
que a decadência espiritual se instale. A multiplicação de deveres
autoimpostos é uma forma de adoração à vontade, como o cabelo
preso em um coque e não usar batom, que o apóstolo condena. O
melhor procedimento seria seguir o exemplo dos Covenanters, que
em tempos de grande momento se comprometeram por um voto
comum a cumprir os deveres que Deus já havia imposto a eles.
Pessoas sem Deus fora da Igreja de Cristo, se por acaso alguma vez
lessem os capítulos anteriores sobre o mediador, a vocação eficaz,
a perseverança dos santos e assim por diante, considerariam os
tópicos triviais, ou mesmo absurdos, e uma leitura tediosa. Essas
pessoas descartam todos os assuntos espirituais como
"irrelevantes".
Eles significam irrelevantes para seus baixos interesses
materialistas. A política, entretanto, não é irrelevante, mesmo para
essas pessoas, e especialmente para essas pessoas. A política
atinge muitos pontos de nossa vida diária: nossa carteira é afetada
por pesados impostos e restrições aos negócios; nossa segurança
também é afetada em questões de guerra e quando criminosos
perambulam pelas ruas da cidade.
John Locke tem uma teoria um pouco diferente, que pelo menos na
superfície parece ser menos brutal do que a de Rousseau. Uma
antiga teoria tentou explicar o estado como um desenvolvimento da
família. A Bíblia e a Confissão baseiam a autoridade do estado em
sua ordenação divina. Isso não deve ser confundido com o direito
divino dos reis, nem concede ao governo poderes ilimitados ou
totalitários. Mas estabelece o governo pela direita e não pela força
bruta.
Este conselho aos pais deve ser ensinado também aos jovens, pois
em breve serão pais; e como um dos propósitos do casamento é
prover a igreja com uma semente sagrada, aqueles que planejam ou
se casam devem receber a injunção bíblica de criar seus filhos na
doutrina e admoestação do Senhor. A delinquência juvenil começa
com pais descuidados.
Mas Jesus Cristo, tanto em Mateus 5:32 como em 19: 9, insiste que
“qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por fornicação, e
casar com outra, comete adultério; e quem casa com a
repudiada, comete adultério.”
Por que eles estão tão apegados ao versículo: “Eu oro...para que
todos sejam um”, quando se irritam com o versículo: “Eis que uma
virgem conceberá”? A propósito, por que eles não examinam mais
de perto o restante do versículo que citam: “para que sejam um
como tu Pai em mim e eu em ti, para que também eles sejam um
em nós”?
IV. Esta Igreja católica tem sido por vezes, ora mais, ora
menos visível (Rm 11:3,4; Ap 12:6, 14); e igrejas específicas, que
são membros dela, são mais ou menos puras, de acordo com a
doutrina do Evangelho que é ensinada e acolhida, a
administração das ordenanças e o culto público (Ap cap. 2 e 3;
1Co 5:6,7).
Além disso, há uma grande diferença entre uma igreja que, embora
aceite a Bíblia, confunde algumas de suas doutrinas, e uma igreja
que, rejeitando a Bíblia, promulga regulamentos que compelem um
homem a pecar se ele deseja permanecer em boa posição. Por
exemplo, se os oficiais insistem que os ministros devem persuadir
seu povo a apoiar as juntas e agências onde estas claramente se
opõem à Bíblia, então o ministro primeiro e o povo depois devem
pecar para permanecer em boa posição. Isso ocorre quando o
material da Escola Dominical lança dúvidas sobre a Bíblia e dá sua
aprovação às teorias e literatura de críticos destrutivos. Também
ocorre quando é exigido apoio a seminários cujos professores
atacam as doutrinas da Confissão.
Mas apenas até agora, e não mais. Assim era também no Velho
Testamento, como se vê na desobediência à ordem do Faraó de
afogar os meninos judeus. Mas a obediência a um governo romano,
egípcio ou comunista não significa que os cristãos devam ser
indiferentes à política. O cristianismo pode de fato sobreviver sob um
governo hostil; mas é outra questão dizer que o Cristianismo aprova
o governo hostil.
Se é ou não, quando peço a alguém vivo que ore por mim não é uma
questão muito importante. A questão tem a ver com o ensino das
Escrituras quanto à nossa relação com os que partiram.
O bispo observa ainda que, por causa deste debate, as orações pelos
mortos foram restauradas no Livro de Orações em 1928. Ele então
conclui: “As orações pelos que partiram não podem ser provadas ou
contestadas pelas Escrituras.”
Para deixar esse ponto claro por meio de contraste, notamos que o
casamento não é um sacramento. É verdade que o casamento foi
instituído por Deus; mas não foi instituído como um sinal de nada. É
claro que o Novo Testamento usa o casamento como ilustração da
união do crente com Cristo. Mas isso não o torna um sacramento,
pois a semeadura feita por um fazendeiro na primavera também é
usada como ilustração do reino de Deus, e semear a semente não é
um sacramento.
É claro que o padre dificilmente deve ser elogiado por tais más
intenções, como ele mesmo mais tarde veio a ver; mas considere a
posição da igreja romana que privou essas crianças da regeneração
ao fazer um batismo válido depender do sacerdote. Do ponto de vista
romanista, um sacerdote pode pronunciar externamente cada
palavra e realizar cada ação prescrita pelo ritual, e o destinatário
pode cumprir todas as condições exigidas dele; no entanto, se o
sacerdote tem a intenção errada, o adorador vai embora destituído
da graça que pensa ter recebido.
O sistema romano atribui o papel de receptor meramente passivo ao
adorador. Sua fé, sua dignidade de tomar o sacramento são
sacrificados à intenção do sacerdote. Portanto, não há necessidade
de explicar o sacramento ao adorador. É a própria execução do
sacramento que conta. Por esta razão, há relativamente pouca
pregação nas igrejas romanas. A Palavra é de pouca utilidade para
o povo; o principal é a missa.
A terceira questão, não a mais importante, mas sem dúvida uma que
excita o maior interesse público, tem a ver com o modo do batismo.
O batismo deve ser realizado por aspersão ou imersão? Os Batistas
insistem na imersão.
Em resposta à alegação Batista, o primeiro ponto é que os verbos
gregos, contrário à reivindicação Batista usual, não significam
imergir. Isso é simplesmente uma questão do uso grego, e pode ser
facilmente verificada. Por exemplo, na tradução grega do Antigo
Testamento, em Daniel 4:33 (LXX. Dan. 4:30) Nabucodonosor é dito
ter sido batizado com o orvalho do céu. Ele pode ter ficado bem
molhado; talvez uma pessoa não possa dizer cientificamente que ele
foi aspergido; mas certamente ele não foi imerso.
Visto que o ponto em questão é o uso do grego, pode ser feito apelo
a livros fora da Bíblia. Agora, nos Apócrifos, Eclesiástico 34:25 (LXX.
34:30) conecta o verbo batizar com purificação. Uma pessoa deve
lavar ou batizar a si mesma após tocar um corpo de um morto.
Números 19:13,20, mostra que a purificação, após o contato com
corpos mortos, era realizada por aspersão. Por conseguinte, o verbo
batizar nos Apócrifos designa aspersão.
Marcos 7:4 diz que os copos, jarros e camas eram batizados. Pode
ser que a palavra camas seja a inserção de um copista e não deva
ser considerada como uma parte da Escritura. Mas o ponto aqui é
meramente o uso do grego. O copista conhecia o grego e ele
escreveu que as camas eram batizadas. Agora, um copo seria
facilmente imerso; um vaso de metal seria mais difícil de ser imerso;
mas dificilmente pode-se acreditar que as camas, sobre as quais
várias pessoas se reclinavam nas refeições, tinham que ser imersas.
O batismo deles era simplesmente uma ablução.
Um devoto amigo meu foi a uma daquelas Escolas Bíblicas nas quais
o conhecimento da Bíblia não é muito profundo, nem muito extensivo.
Ali ele foi persuadido a ser imerso; e ele se tornou um ministro
Batista. Uma pequena igreja desejava que ele dedicasse parte do
seu tempo a ela; mas eles insistiram que ele permitisse que lhe
imergissem novamente, pois não havia como saber se a Escola
Bíblica tinha feito isso da forma correta ou não. Assim, meu amigo,
calmo e desejoso de ministrar a uma congregação negligenciada, foi
imerso por uma segunda vez. Alguns anos mais tarde, quando ele
não tinha mais condições para pregar, uma congregação Batista foi
formada numa vila muito perto da casa do meu amigo. Ele tinha
outras obras religiosas e não estava disponível pra atuar como
pastor; mas o povo e o pastor queriam que ele se unisse a eles como
um membro. Ele se alegrou em sê-lo, pois isso ajudaria outra
congregação Batista a se iniciar. Mas antes de o receberem como
um membro comungante, eles insistiram que ele deveria ser imerso,
visto que não havia como saber quão corretas tinham sido suas
imersões anteriores. Nesse ponto meu amigo decidiu que duas
imersões eram realmente suficientes. Ele ajudaria a congregação;
ele a visitaria; mas não se uniria a ela. A Confissão de Westminster
declara que o batismo deve ser administrado uma só vez a uma
mesma pessoa.
Mas se a igreja Romana é tão obviamente não cristã, o que deve ser
dito das igrejas modernistas? Quando os ministros rejeitam a
autoridade somente da Bíblia, onde eles podem encontrar as regras
e práticas da Ceia do Senhor – ou qualquer parte das administrações
eclesiásticas – senão em suas próprias imaginações arbitrárias? Se
não lhes parecer estético, eles empurrarão o púlpito e sua Bíblia para
o outro lado, abolirão a mesa da comunhão, e colocarão um altar em
frente à parede dos fundos. Agora, é fácil entender o porquê eles
desejam remover a Bíblia do seu lugar de importância central; mas o
que eles colocam em seu lugar? No que eles estão pedindo para a
congregação colocar a atenção? Aquele pedaço de mobiliário que
eles chamam de altar – o que eles sacrificam sobre ele? Certamente
eles não sustentam nenhuma transubstanciação.
Desafortunadamente, eles nem mesmo creem que o sacrifício de
Cristo no Calvário foi satisfatório à justiça do seu Pai. De fato,
poderíamos perguntar o porquê tais igrejas continuam celebrando a
Ceia do Senhor. O que eles querem dizer através disso? Tal
pergunta, eu temo, não pode ser respondida claramente, pois essas
igrejas não têm nenhuma regra infalível de fé para orientá-las sobre
como deveriam glorificar a Deus.
Aos oficiais que Cristo designou para sua Igreja, ele deu autoridade
para impor censuras. Censuras ou penalidades mais pesadas devem
ser impostas quando alguém, especialmente um ministro, é
considerado culpado de um pecado público. Pode ser uma infração
da lei moral ou pode ser a pregação de heresia. Em ambos os casos,
aqueles que sabem da prática de tal pecado, se estiverem
persuadidos de que mais protestos pessoais não corrigirão a
situação, devem entrar com uma ação judicial perante o Presbitério.
Por falar nisso, pode o humanismo dar uma razão para não cometer
suicídio? É claro que quando as coisas vão bem conosco e estamos
nos divertindo, podemos preferir viver um pouco mais. Mas esta é
apenas uma preferência pessoal; não é um dever moral que obrigue
todos os homens. O humanismo não pode motivar a moralidade nem
a própria vida.
Aqui está uma pedra de tropeço para os humanistas. Eles não podem
explicar a ressurreição de Cristo. Claro, eles tentam negar que
aconteceu. Mas qualquer teoria que eles possam usar para
estabelecer a existência de Alexandre, o Grande ou Júlio César,
estabelecerá igualmente bem a ressurreição de Cristo.
Quão triste deve ser uma mente humanista! Esses materialistas não
têm esperança. Para eles, nossa teologia do século dezesseis (que
é, obviamente, teologia do primeiro século) é "irrelevante". Talvez
seja irrelevante para a política do século XX, a diminuição da oferta
de ouro e o recuo de nossa nação diante do comunismo. Mas quando
o câncer surge, ou quando um homem cai morto, nada mais, exceto
nossa teologia, é relevante. O confronto com a morte precisa da
ressurreição.
Além disso, a filosofia secular não pode dar sentido à história. Sem
um julgamento divino, a história é sólida e fútil, e sem significado.
Vários estudiosos deste século tentaram entender a história. Um dos
mais populares é Arnold Toynbee.
O Juiz que vem com misericórdia, o Juiz que vem com poder,