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Lição 1

A SUTILEZA DE SATANÁS NO FIM DOS TEMPOS


2 de abril de 2006

TEXTO ÁUREO

"Tende cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas,
segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo e não segundo Cristo"
(Cl 2.8)

TEXTO ÁUREO
Firmes na Palavra, poderemos desmascarar as sutilezas e os ataques de Satanás contra a
Igreja de Cristo.
HINOS SUGERIDOS
Harpa Cristã 11, 185 e 186..

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE


Colossenses 2.4-11

LEITURA DIÁRIA
Segun Mt 13.22 Sutileza envolve sedução e engano.
da
Terça Ef 6.11 Atentos contra as astutas ciladas do Diabo.
Quarta Mt 10.16 O cristão deve ser prudente como as serpentes e símplices como as
pombas.
Quinta At 19.13-17 O poder do Evangelho desmascara as sutilezas do Diabo.
Sexta 1 Co 14.20 Menino na malícia, mas adulto no entendimento.
Sábad Mt 7.15 O cuidado de não sermos enganados pela aparência.
o

OBJETIVOS
Após esta aula, seu aluno deverá estar apto a:
Definir o sentido da expressão "palavras persuasivas".
Descrever as principais sutilezas do erro.
Explicar o significado de "rudimentos do mundo".

PONTO DE CONTATO
Estimado professor, somos gratos a Deus por mais um trimestre de Lições Bíblicas. Iniciamos o
ano de 2006 estudando temas da Soteriologia ou Doutrina da Salvação. Neste trimestre,
examinaremos assuntos relacionados à disciplina teológica chamada Heresiologia.
Trata-se de treze lições, divididas em duas seções: heresias e modismos. A primeira, discute o
islamismo, o mormonismo, a reencarnação, as Testemunhas de Jeová, a mariolatria e as principais
seitas orientais. A segunda, reflete a respeito dos modismos e desvios doutrinários
contemporâneos: a regressão psicológica, o cristianismo judaizante, a teologia da prosperidade, o
triunfalismo e a superstição religiosa. Estas lições trarão esclarecimentos àqueles que confundem
a fé ortodoxa cristã com as seitas e modismos doutrinários. Portanto, lembre-se do ensino de
Paulo em 1 Timóteo 4.1 "Mas o Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos, apostatarão
alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios".
SÍNTESE TEXTUAL
O cerne da presente lição encontra-se no versículo 8. Neste, há um divisor entre a
compreensão positiva e negativa da doutrina de Cristo demonstrada por três expressões: "segundo
os homens" (kata anthropon); "segundo o mundo" (kata tou kosmou); e "segundo Cristo" (kata
Christon). As duas primeiras, não apenas opõe-se a última, mas a combatem. Fazem parte daquilo
que Paulo denominou de "filosofias" e "vãs sutilezas". Estas, procedem de fontes humanas e
malignas, enquanto a terceira, fundamenta-se na revelação divina em Cristo. "Segundo os
homens", refere-se à crença em um conjunto de tradições orais ou lendárias que, pela sua
antiguidade, parecia ser merecedora de crédito e aprovação. Contudo, não passava de sutileza ou
engodo (apate). "Segundo o mundo", difere da primeira, pois enquanto a expressão "segundo os
homens" baseia-se nas lendas artificiosas, esta, na adoração aos espíritos ou "aeons". Portanto, a
religião professada em Colossos era constituída de um fundamento teórico antigo que formava a
doutrina e fortalecia a crença na adoração a espíritos intermediários entre Deus e os homens.
Estas tradições e sutilezas opunham-se ao corpo de doutrina apostólico e a adoração ao Deus
único e verdadeiro.

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA
Como recurso didático para esta lição, usaremos um mapa estatístico. Este recurso possibilita
ao educando uma ampla visão cartográfica dos principais dados que se desejam apresentar. O
mapa abaixo, As Religiões que mais Crescem, apresenta estatísticas relacionadas à distribuição
das religiões nos principais continentes. Use este cartograma após o subtópico "Suas estratégias",
a fim de mostrar como as religiões e seitas crescem por todos os continentes.

fonte: Intercessão Mundial/ICP, 2000

COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO

Desde os tempos bíblicos, Satanás vem usando os seus agentes a fim de levar o povo de Deus
a desacreditar na Bíblia, na divindade e na obra redentora de Cristo. Temos de estar devidamente
preparados para detectar e desmascarar suas sutilezas. Sem dúvida, esse é um dos maiores
desafios da Igreja de Cristo nestes últimos dias.
I. OS ARDIS DE SATANÁS

1. Seus disfarces. Desde a fundação da Igreja, os falsos mestres vêm disfarçando-se entre os
filhos de Deus para disseminar suas heresias. Jesus disse que os mestres do erro apresentam-se
"vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores" (Mt 7.15). A Bíblia classifica os
tais como "falsos apóstolos" e "obreiros fraudulentos", identificando-os como agentes de Satanás
que se transfiguram "em ministros da justiça" (2 Co 11.13-15). Devemos, por isso, acautelar-nos
deles.
2. Suas estratégias. Os expositores sectários preocupam-se com a aparência, pois costumam
apresentar o seu movimento como um paraíso perfeito (2 Tm 3.5). Infelizmente, muitos são os que
caem nessas armadilhas. Uma vez fisgados por eles, dificilmente conseguem libertar-se, uns por
causa da lavagem cerebral que recebem, outros, em razão do terrorismo psicológico e da pressão
que sofrem de seus líderes. Seus argumentos são recursos retóricos bem elaborados e
persuasivos, para convencer o povo a crer num Jesus estranho ao Novo Testamento (2 Co 11.3).

II. A PERÍCIA DOS HERESIARCAS

1. "Palavras persuasivas" (v.4). Os falsos mestres, a quem o apóstolo se refere, estavam


envolvidos com o legalismo judaico: circuncisão (Cl 2.11), preceitos dietéticos e guarda de dias (Cl
2.16). Há também várias referências ao gnosticismo (Cl 2.18, 23). O verbo grego paralogizomai,
"enganar, seduzir com raciocínios capciosos", descreve com precisão a perícia dos falsos mestres
na exposição de suas heresias. O nosso cuidado deve ser contínuo para não nos tornarmos presas
desses doutores do engano.
2. O Jesus que recebemos (vv.6,7). O apóstolo insiste que devemos andar de acordo com o
evangelho, a fim de ficarmos arraigados, edificados e firmados na Palavra de Deus. Entretanto, a
mensagem dos agentes de Satanás é sempre contra tudo o que cremos, pregamos e praticamos.
Às vezes, há alguns pontos aparentemente comuns entre nós e eles, e nisso reside o perigo, visto
que é por onde tais ensinos se introduzem.
3. A simplicidade do evangelho. A mensagem do evangelho é simples e qualquer ser
humano, independentemente de seu preparo intelectual e origem, é capaz de entender; basta dar
lugar ao Espírito Santo, que convence o homem "do pecado, da justiça e do juízo" (Jo 16.8). A
conversão ao cristianismo não é resultado de estratégia de marketing, nem de técnicas
persuasivas (1 Co 2.4). Não é necessário, portanto, um "curso de lógica" para alguém ser salvo ou
entender os princípios da fé cristã.

III. AS SUTILEZAS DO ERRO

1. "Ninguém vos faça presa sua" (v. 8a). O significado de "presa" revela o que acontece,
ainda hoje, com os adeptos das seitas. O verbo grego sylagõgeõ, "levar como despojo, prisioneiro
de guerra, seqüestro, roubo", descreve o estado espiritual dos que seguem os falsos mestres. Um
dos objetivos dos promotores de heresias é escravizar as suas vítimas para terem domínio sobre
elas (2.18; Gl 4.17). Hoje, muitos estão nos grilhões das seitas como verdadeiros escravos.
2. "Por meio de filosofias" (v. 8b). Não há indícios de que o apóstolo esteja fazendo alusão
às escolas filosóficas da Grécia. O estoicismo e o epicurismo eram as filosofias predominantes do
mundo romano na era apostólica e são mencionadas em o Novo Testamento (At 17.18). As
"filosofias" de que Paulo trata são conceitos mundanos, contrários à doutrina e à ética cristã.
Qualquer sistema de pensamento, ou disciplina moral, era, naqueles dias, chamado de "filosofia".
3. "Vãs sutilezas" (v. 8c). Engano e sutileza, nesse contexto, significam a mesma coisa. A
palavra grega usada para sutileza é apate, isto é, "engano" (Ef 4.22), "sedução" (Mt 13.22). É
usada para referir-se a pessoas de conduta enganosa e embusteira que levam outras ao engano.
É mediante tais recursos que os mestres do erro conduzem suas vítimas ao desvio. Tais sutilezas
impedem as pessoas de verem a verdade e, como conseqüência, tornam-se cativas das astúcias
de Satanás.
4. "Segundo a tradição dos homens" (v. 8d). Não é a tradição apostólica Tradição Humana
nem judaica, mas um sincretismo de elementos cristãos, judaicos e pagãos: Crença em um corpo de
angelolatria e ascetismo, por exemplo. Eram práticas que se opunham ao tradições lemdárias que,
pela sua antigüidade,
evangelho. Trata-se de tradição humana, ao passo que o evangelho veio do era merecedora de
céu (Gl 1.11, 12). crédito e anuência.

IV. OS RUDIMENTOS DO MUNDO

1. O significado de "rudimentos" (v. 8). A expressão "rudimentos do mundo", literalmente é:


"elementos do universo", ou "rudimentos do mundo", em nossas versões. A palavra stoicheion,
"fundamento, elemento", aparece na filosofia grega para os quatro elementos da natureza: terra,
água, ar e fogo que, segundo ensinavam os físicos gregos, compõem a totalidade do mundo (2 Pe
3.10, 12). Para outra escola filosófica da Grécia, significava "elementos espirituais", ou "espírito
vivo", que se difundia por toda a natureza como força vivificante.
2. O apóstolo se refere a que "rudimentos"? Essa palavra é usada, também, com o sentido
de "princípio básico" (Hb 5.12) e de "elementos judaicos" ou "adoração cósmica" do sincretismo
helênico (Gl 4.3, 9). O termo deve ser analisado à luz do contexto e, aqui, mostra que são uma
referência aos poderes demoníacos que se opunham a Cristo. Veja que o apóstolo contrapõe
esses rudimentos a Cristo: "segundo os rudimentos do mundo e não segundo Cristo".
3. A deidade de Cristo em jogo. Cristo é superior a todos os poderes (Ef 1.21). Os crentes,
portanto, não precisam dos stoicheia, ou poderes demoníacos, apresentados pelos falsos mestres.
As vãs filosofias são oriundas dos homens e do reino das trevas e não de Cristo. Há uma diferença
abissal entre Cristo e os rudimentos do mundo. Não se trata, por conseguinte, de um demiurgo dos
gnósticos, nem dos poderes cósmicos dos adeptos da Nova Era (v. 9).
4. O significado de "toda a plenitude da divindade" (v.9). Temos, neste contexto, o Deus
verdadeiro com toda a sua plenitude. O sentido de "divindade", no texto original, é "deidade". Um
conceituado dicionário de grego afirma: "deidade, difere de divindade, como a essência difere da
qualidade ou atributo". Na Tradução do Novo Mundo, as Testemunhas de Jeová diluíram o v. 9,
traduzindo-o por "qualidade divina", para adaptar à Bíblia as suas crenças, atitude própria dos
falsos mestres.

CONCLUSÃO

O povo de Deus vive em constante batalha espiritual. O inimigo sempre trabalhou para desviar
os crentes da vontade divina, induzindo-os a crenças falsas e práticas que desonram ao Criador.
Por isso, devemos estar atentos quando um movimento religioso apresenta-se com persuasão e
argumentos aparentemente convincentes. Trata-se, geralmente, de alguém que pretende mostrar-
nos algo que não está de acordo com a Palavra de Deus

AUXÍLIOS SUPLEMENTARES

Subsídio Apologético

"O que Significa 'Seita'?


1. Etimologia. O historiador Flávio Josefo e muitos outros escritores antigos usaram a palavra
hairesis com o sentido de 'escola' de pensamento, 'doutrina' ou 'religião', sem conotação pejorativa.
O verbo grego haireo, de onde vem o substantivo em foco, significa 'escolher'. Na literatura
clássica tem o sentido de escolha filosófica ou política. Todavia, o Novo Testamento traz essa
palavra com o sentido de 'divisão, dissensão', pois lemos: 'E até importa que haja entre vós
heresias, para os que são sinceros se manifestem entre vós' (1 Co 11.19). A versão Almeida
Atualizada traduziu por 'partido'; a NVI, por 'divergências'; a Tradução Brasileira, por 'facção'. A
mesma palavra aparece em Gálatas 5.20 sendo traduzida por 'dissensão'. [...] Convém salientar
que a palavra grega para 'heresias' em o Novo Testamento, é a mesma para 'seita', hairesis. O
termo 'herege', que aparece em Tito 3.11, hairetikos, é adjetivo que vem do referido substantivo
grego. O sentido de erro doutrinário, como 'heresia', no campo teológico que nós conhecemos
hoje, aparece pela primeira vez em 2 Pedro 2.1. É nessa acepção que refutamos tais heresias.
2. Conceituação. Atualmente a palavra 'seita' é usada para designar as religiões heterodoxas ou
espúrias. É uma palavra já desgastada, trazendo em si, muitas vezes, um tom pejorativo. São
grupos que surgiram de uma religião principal e seguem as normas de seus líderes ou fundadores
e cujos ensinos divergem da Bíblia nos principais pontos da fé cristã. São uma ameaça ao
cristianismo histórico e um problema para as igrejas.
3. Problemas. [...] As heresias afetam os pontos principais da doutrina cristã, no que diz respeito
a Deus: Trindade, o Senhor Jesus Cristo e o Espírito Santo; ao homem: natureza, pecado,
salvação, origem e destino; aos anjos, à igreja e às Escrituras Sagradas. O mais grave erro é
quando diz respeito à Divindade. Errar em outros pontos da fé cristã pode até não afetar a
salvação, mas a doutrina de Deus é inviolável. Negar 'o Senhor' é trazer sobre si repentina
destruição.
Os novos movimento internos como a Confissão Positiva e o G-12 não devem ser classificados
como seitas, pois além de não afetarem os pontos salientes da fé cristã, seus ensinos e práticas
não são necessariamente heresias, mas aberrações doutrinárias. O efeito destrutivo pode ser pior
do que os movimentos externos, pois Satanás se utiliza, muitas vezes, da arrogância ou da
ignorância dos mentores dessas inovações para causar divisões nas igrejas." (SOARES, Esequias.
Manual de apologética cristã. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, p. 25-7.)

Leia mais
Revista Ensinador Cristão
CPAD, no 26, pág. 36.

GLOSSÁRIO

Abissal: Relativo ao abismo; distância entre uma coisa e outra.


Capcioso: Ardiloso; capaz de enganar ou iludir.
Gnóstico: adepto do gnosticismo - doutrina eclética que procurava explicar o sentido da religião
e da vida por meio do conhecimento.
Marketing: Conjunto de estudos e medidas estratégicas a fim de lançar e sustentar um produto
ou serviço no mercado consumidor.
Retórico: Eloqüente; aquele que fala muito, mas artificialmente.
Sectário: membro ou partidário de uma seita.
Sincretismo: Reunião de diversas crenças opostas.
Sutilezas: Qualidade de sutil; engenhoso; perspicaz.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA

LUTZER, Erwin E. Cristo entre outros deuses. RJ: CPAD, 2000.

SOARES, Esequias. Manual de apologética cristã. RJ: CPAD, 2002.

YOUSSEF, Michael. Conheça o seu real inimigo. RJ: CPAD, 2005.

QUESTIONÁRIO

1. Como a Bíblia classifica os promotores do erro?


R. A Bíblia classifica os promotores do erro como falsos apóstolos e obreiros
fraudulentos; identificando-os como agentes de Satanás que se transfiguram em
ministros da justiça (2 Co 11.13-15).

2. Qual deve ser a conduta do cristão diante do evangelho que recebeu?


R. O apóstolo insiste que devemos andar de acordo com o evangelho, a fim de
ficarmos arraigados, edificados e firmados na Palavra de Deus.

3. A que filosofia refere-se o apóstolo?


R. Paulo não está fazendo alusão às escolas filosóficas da Grécia, mas aos
conceitos mundanos, contrários a doutrina e à ética cristã.

4. O apóstolo se refere a que "rudimentos"?


R. Embora a palavra seja usada com outros sentidos, o termo, à luz do contexto,
refere-se aos poderes demoníacos que se opunham a Cristo.

5. Como a Tradução do Novo Mundo traduz o versículo 9?


R. A Tradução do Novo Mundo diluiu o versículo 9, por "qualidade divina", para
adaptar à Bíblia as suas crenças.

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