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PROJETO FUNDAMENTOS

ENCONTRO 36

Marcos Moraes
Vanjo Souza
Edmar Ferreira
Manoel Rocha
João Bium

IV – CICLO

TEMA: CONVICÇÃO DE PECADOS


Vanjo Souza

Transcrito por Eric Lins e Gilberto Bajo

Hoje estamos começando o quarto ciclo, que tem por título: Jesus é a Porta do Reino. E
esta é a primeira lição desse quarto ciclo, e vamos falar da importância da convicção de
pecados. Vamos tomar como referência o início da Igreja. A primeira vez em que o
evangelho foi anunciado depois da ressurreição de Jesus produziu um efeito dramático
na multidão que o ouvia. Está registrado que o coração deles foi compungido. Essa
palavra “compungidos” significa que eles estavam pesarosos, contritos, profundamente
entristecidos por se saberem culpados. A isto, irmãos, chamamos convicção de pecados.

É importante saber que aquela multidão de contritos e quebrantados que produziu


aquela igreja tão gloriosa, que nós vemos nos livros de Atos. Todo aquele quadro
formado, posterior a este evento de Pentecostes, foi produzido por gente que foi
profundamente impactada, debaixo de clara convicção de pecados.

Amados, nós devemos orar e desejar que a nossa pregação produza esse tipo de fruto.

Vamos então ao texto. Em Atos 2:37 diz: “Ouvindo eles estas coisas, compungiu-se lhes
o coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, irmãos?”

E nós temos que nos perguntar o que eles ouviram que produziram isto neles? O que foi
que lhes levou a estarem compungidos? Vamos pegar alguns trechos da pregação de
Pedro:

Em Atos 2: 22 a 24 e Atos 2: 34 a 36:

“22 Varões israelitas, atendei a estas palavras: Jesus, o Nazareno, varão aprovado por
Deus diante de vós com milagres, prodígios e sinais, os quais o próprio Deus realizou por
intermédio dele entre vós, como vós mesmos sabeis;
23 sendo este entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus, vós o
matastes, crucificando-O por mãos de iníquos;
24 ao qual, porém, Deus ressuscitou, rompendo os grilhões da morte; porquanto não
era possível fosse Ele retido por ela. E ao final, ele diz:

“34 Porque Davi não subiu aos céus, mas ele mesmo declara: Disse o Senhor ao meu
Senhor: Assenta-te à minha direita, 35 até que eu ponha os teus inimigos por estrado
dos teus pés.
36 Esteja absolutamente certa, pois, toda a casa de Israel de que a este Jesus, que vós
crucificastes, Deus O fez Senhor e Cristo.”

Irmãos, foi a proclamação da pessoa de Cristo, a Sua vida, a Sua obra, inclusive, a Sua
volta, porque no verso 35 do capítulo 2 está registrado o Senhor dizendo: “até que
ponha os Teus inimigos debaixo dos Teus pés. Isso é referência ao retorno glorioso do
Senhor, quando Ele submeterá a todos à Sua autoridade.

Então essa proclamação da vida e obra de Jesus, associada à poderosa ação do Espírito
Santo produziu isto que nós lemos, e foi testemunhado e registrado, e nós lemos do
livro de Atos.

Amados, é muito difícil convencer uma pessoa do seu pecado, é uma tarefa dificílima.
Tem que ser por uma ação do Espírito Santo.

O esforço humano, nenhuma forma humana de convencimento vai conseguir levar um


homem a reconhecer os seus próprios pecados. Jesus sabia disso, Deus sabia disso e por
isso Ele enviou o Espírito Santo, e uma das principais tarefas do Espírito Santo é
convencer o homem do pecado, da justiça e do juízo.

Em João 16:8 está escrito exatamente assim:

“Quando Ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo”.

O orgulho que satanás injetou em Adão passou a todos nós. É esse orgulho que resiste
a essa ação de Deus de demonstrar ao homem o seu próprio pecado. Isso é percebido,
irmãos, até nas crianças. De forma inconsciente, as crianças escondem os seus erros;
por muitas vezes, tentam transferir para outros. Na Igreja, é comum ver irmãos
resistindo quando são confrontados, quando são questionados; se levantam com muita
força, porque não querem se sentir culpados.

E como é triste, amados, e como é feio ver irmãos tomados de orgulho.


Quando qualquer um de nós permite que isso cresça em nosso coração, nós estamos
nos opondo a uma clara ação de Deus, porque a Bíblia diz que Deus resiste aos soberbos,
mas dá graça aos humildes.

Que Deus nos faça ver que o orgulho é uma das maiores e principais características de
satanás, e que toda expressão de orgulho em nossa vida reflete algo de satanás.
Quando enxergamos o nosso pecado, nós nos sentimos como Adão no Éden, nos
sentimos nus, nos sentimos descobertos, nossos segredos revelados, nossa maldade
aberta e escancarada. E nós não gostamos de nos sentir assim.

É desconfortável ser tão descoberto, não gostamos de nos ver como nós somos, não
gostamos de saber que somos maus. Por isso o nosso orgulho resiste, na verdade nós
gostamos de ser bem vistos. Jesus registra isso na parábola do publicano e do fariseu;
isto está em Lucas 18 do verso 9 ao verso 14:

“9 Propôs também esta parábola a alguns que confiavam em si mesmos, por se


considerarem justos, e desprezavam os outros;
10 Dois homens subiram ao tempo com o propósito de orar: um, fariseu, e o outro,
publicano.
11 O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te
dou, porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem
ainda como este publicano;
12 jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho.
13 O publicano, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu,
mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propicio a mim, pecador! 14 Digo-vos que este
desceu justificado para a sua casa, e não aquele: porque todo o que se exalta será
humilhado; mas o que se humilha será exaltado.”

Nosso orgulho resiste à ação do Espírito Santo e à ação da palavra de Deus que tenta
desnudar a nossa maldade e demonstrar a nossa culpa diante do Senhor, levando-nos a
buscar o Seus perdão e a Sua misericórdia. Aqueles, que se consideram justos e que tão
facilmente falam de suas virtudes, têm dificuldade em aceitar e receber e desfrutar da
graça e da misericórdia do Senhor. Por isso, é necessária esta ação poderosa do Espírito
Santo para produzir esse tipo de confissão.

A confissão, irmãos, é um dos maiores milagres que possa existir. Nós, às vezes, nos
impressionamos com milagres físicos, nos impressionamos com o cego que vê, o aleijado
que anda, mas Deus se impressiona quando vê um homem quebrantado e contrito. Em
Isaias 57 verso 15 o Senhor diz assim:

“Porque assim diz o Alto, o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem o nome de
Santo: Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de
espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e vivificar o coração dos contritos.”

E ainda em Isaías 66: 1 e 2 diz:

“1 Assim diz o SENHOR: O céu é o meu trono, e a terra, o estrado dos meus pés; que
casa me edificareis vós? E qual é o lugar do meu repouso? 2 Porque a minha mão fez
todas estas coisas e todas vieram a existir, diz o SENHOR, mas o homem para quem
olharei é este: o aflito e abatido de espírito e que teme da minha palavra.”

Irmãos, quando alguém enxerga o seu próprio pecado, a reação imediata é de


humilhação, e esta demonstração, esta atitude de humilhação, aproxima Deus de nós.
Por isso o Senhor diz que Ele habita com este, o Senhor não se impressiona com
milagres, o Senhor criou todas as coisas.

Para Deus curar um enfermo é algo muito fácil e simples. Quem criou o Universo, quem
estabeleceu as leis da natureza? Não tem dificuldade em curar um enfermo. Mas Deus
tem muita dificuldade em dobrar um coração orgulhoso, e este é o principal milagre que
Deus quer ver sobre a terra. Eu tenho contado muitas vezes, e alguns de vocês já devem
ter me ouvido falar sobre isso, da experiência que marcou a minha conversão. Eu vou
tentar ser bastante resumido aqui, para outra vez contar isso.

Aos 17 anos, eu tinha um irmão que àquela altura tinha 18 anos. Nós éramos
muitíssimos amigos e ele veio a adoecer; começou com uma paralisia no olho esquerdo,
e isso avançou. Ele tinha muitas dores de cabeça e depois paralisou o lado direito. E ele
foi definhando muito, com muitas dores se recusava a tomar morfina para não ficar
dependente, e aquilo me maltratava muito porque eu me sentia completamente
impotente e incapaz de socorrê-lo. Um dia estava com ele no quarto (ele estava deitado
na cama e eu sentado em uma cadeira em frente a ele), coloquei os cotovelos no joelho,
a mão no queixo e comecei a falar de mim para mim, falando com Deus. Deus, o que
posso fazer para ajudar meu irmão? Se for necessário, posso doar meu olho para ele.
Enquanto eu pensava essas coisas, ele se voltou para mim e disse assim “Negão, ore
comigo”. Ele nem disse ore por mim, disse ore comigo.

Irmãos eu tenho até hoje muita dificuldade de descrever o que se passou em minha
consciência naquele momento, mas eu descobri (em uma fração de segundos) que eu
não poderia, ali, repetir a oração decorada, aprendida com meus pais. Eu entendi que
eu precisava entrar na presença de Deus e orar, e orar pela pessoa que eu mais amava
na terra. Eu descobri que Deus não me recebia, eu não era aceito. A sensação que eu
experimentei, eu fico comparando com o que Adão sentiu ao ser expulso do Éden, era
como se Deus dissesse “não cabe nós dois aqui”. Eu não sei o que meu irmão orou, eu
enfiei a cabeça debaixo de uma cômoda e chorei como louco. Ele entrou em coma 2 dias
depois, passou 3 dias em coma e morreu.

Eu fiquei com a consciência deste tamanho por um ano. Todas as noites eu subia no meu
beliche e olhava para o teto, chorava e dizia:” Deus eu sei que vou para o inferno, tenha
misericórdia de mim. Eu não sei o que fazer para livrar-me dessa condenação”.

Naquele dia, irmãos, eu via os meus pecados. Eu poderia dizer assim… era bom menino.
Filho de pais crentes, pais sérios, não tinha muito espaço para pecar, para fazer coisas
feias, mas aos 17 anos eu descobri que Deus se fez meu inimigo. Eu era Seu inimigo, eu
O feria, O afrontava com os meus pecados por mais simples que parecesse aos meus
olhos até aquele dia. Desde palavras vãs até pequenas expressões de impurezas (se se
pode dizer assim), mas Deus vê com olhos perfeitos de santidade. E quando o Espírito
Santo produz em nosso coração essa obra de convencimento de pecado, nós
enxergamos como Deus nos enxerga (e essa é a nossa grande dificuldade).
Nosso espelho não reflete aquilo que está em nossa alma e em nosso coração. Deus nos
desnuda e nos faz ver quão mal nós somos. A sensação que eu tinha era assim: “eu sou
miserável, eu estou perdido, eu não passo de um lixo “.

Você tira qualquer reivindicação, qualquer exigência. Aquele que enxerga seus pecados
deixa de ser exigente, deixa de ser melindroso, porque ele enxerga a sua condenação. É
algo que Davi experimentou na sua confissão no Salmo 51 depois de toda aquela loucura
que ele cometeu. Nos versos de 1 a 4 diz assim:

“1Compadece-te de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; e, segundo a multidão


das tuas misericórdias, apaga as minhas transgressões.
2 Lava-me completamente da minha iniquidade e purifica-me do meu pecado.
3 Pois eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim.
4 Pequei contra ti, contra ti somente, e fiz o que é mau perante os teus olhos, de maneira
que serás tido por justo no teu falar e puro no teu julgar.”
Quem enxerga os seus pecados não se justifica, não se explica.

Ele corre para a misericórdia de Deus, ele sabe que não tem outro recurso, não tem
outra saída, ele se enxerga (eu quero repetir) da forma como Deus enxerga.

Quando enxergamos essa nossa maldade, amados, também enxergamos a santidade, a


justiça e a autoridade de Deus. Esses três atributos de Deus se tornam muito claros para
nós.

A Sua Santidade nos constrange, sua justiça nos tira qualquer tentativa de explicação, e
a Sua autoridade nos sinaliza para o juízo que Ele tem reservado para aqueles que O
ferem.

Essa percepção produz uma segunda reação em nós: o temor de Deus (medo de Deus).
Alguns têm tentado explicar a palavra temor de forma muito romântica. Eu diria assim:
era como se quisesse traduzir temor como reverência, ou, talvez, respeito, mas não foi
isso que Isaías sentiu quando ele contemplou a santidade e a glória do Senhor.

Em Isaías capítulo 6 verso 3 e 5 o profeta diz assim descrevendo a cena que ele viu
falando dos serafins ele diz:

“3 E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o SENHOR dos
Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória.
4 As bases do limiar se moveram à voz do que clamava, e a casa se encheu de fumaça.
5 Então, disse eu: ai de mim! Estou perdido! Porque sou homem de lábios impuros,
habito no meio de um povo de impuros lábios, e os meus olhos viram o Rei, o SENHOR
dos Exércitos!” Olhe a expressão de Isaías: “estou perdido”, isto é, mais do que
reverência, irmãos! isso é temor diante daquele que é Santo, daquele que é justo e que
tem toda a autoridade.
No Salmo 119: 120 Davi diz assim: "Arrepia-se em mim a carne com temor de ti e temo
os teus juízos.” Ninguém fica arrepiado por reverência ou respeito; é medo o que Davi
tinha de Deus.

Foi medo o que eu senti quando vi os meus pecados, medo de uma condenação eterna
e irreversível da qual eu não poderia escapar. Eu me via descendo para o inferno, irmãos,
e eu sabia que merecia aquilo. Eu descerei de cabeça baixa, sem ter uma vírgula de
reivindicação ou de explicação. Aqueles que enxergam isso temem a Deus. E porque
devemos ter medo de Deus, porque devemos temê-lo? Porque é o temor de Deus que
aparta o homem do mal. Jesus explica isso Mateus capítulo 10 verso 26 e 28.

“26 Portanto, não os temais; pois nada há encoberto, que não venha a ser revelado;
nem oculto, que não venha a ser conhecido.
28 Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes aquele
que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo.”

Esse temor aqui, irmãos, não é de reverência ou de respeito; é medo. Sim, medo do juízo
de Deus, medo de uma condenação eterna.

E quando enxergamos nossos pecados a nossa condenação se apresenta dura e cruel. E


é esse temor que nos leva a nos jogar aos pés do Senhor e clamar por sua misericórdia.

Esse temor que rouba de nós toda soberba, todo orgulho e toda afirmação pessoal. É
importante entender, irmãos, que são os nossos pecados que produzem a ira de Deus.

O arrependimento tem duas manifestações.

Aquela que nós estamos já tão ambientados com ela, aquele CONCEITO DE MUDANÇA
DE ATITUDE INTERIOR DE DEIXAR DE SER INDEPENDENTE PARA SER DEPENDENTE DE
DEUS, (uma Metanoia), mas há, também uma MUDANÇA DE MENTE COM RESPEITO ÀS
NOSSAS PRÁTICAS (a importância de enxergarmos cada pecado que cometemos e o que
ele significa para Deus).

Não é simplesmente que eu mude minha atitude, os meus pecados me traziam a minha
condenação. Quando eu tive essa experiência de convencimento de pecado eu não sabia
que eu era um rebelde.

Este conceito não estava em minha mente, mas o Espírito Santo mostrou de forma
gigantesca as minhas culpas, as minhas ações, os meus comportamentos, as coisas que
eu fazia, as práticas que eu tinha e que feriam a santidade de Deus. Eu fui convencido
dos pecados e do que aquilo representava. Foram os meus pecados que levaram o
Cordeiro à cruz, a oferta do
21:11
corpo de Jesus foi por minhas práticas e pecado. Jesus resolve meu problema de
independência com a Sua autoridade. Cristo ressurreto, o Senhor de todos, governa a
minha vida, mas a minha culpa, os meus pecados custaram a vida de meu Senhor. A ira
de Deus que é despertada pelos pecados humanos foi derramada sobre o Seu Filho,
sobre o Cordeiro na cruz.

Em Romanos 1:18, Paulo diz assim:

“18 ira de Deus se revela contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a
verdade pela injustiça.” Veja bem: a ira se revela pela impiedade e perversão.

Em Efésios 5 versos 3 a 6:

“3 Mas a impudicícia e toda sorte de impurezas ou cobiça nem sequer se nomeiem entre
vós, como convém a santos;
4 nem conversação torpe, nem palavras vãs ou chocarrices, coisas esses inconvenientes;
antes, pelo contrário, ações de graças.
5 Sabei, pois, isto: nenhum incontinente, ou impuro, ou avarento, que é idólatra, tem
herança no reino de Cristo e de Deus.
6 Ninguém vos engane com palavras vãs; porque, por essas coisas, vem a ira de Deus
sobre os filhos da desobediência.”

Paulo está aqui escrevendo à Igreja, irmãos. Eu quero repetir para vocês: não se nomeie
entre os santos nenhuma impureza, ou cobiça, nenhuma forma de impudicícia, nem
conversação torpe, nem palavras vãs , ou chocarrices, coisas essas inconvenientes, antes
pelo contrário, ações de graças. Irmãos, revisemos nossas vidas, tem sido assim nossas
conversações? Esses ingredientes estão presentes em nossas conversações? Fazem
parte do linguajar dos santos?

Porque Paulo afirma enfaticamente: “antes, pelo contrário, ações de graça, sabei pois
isto, nenhum incontinente, ou impuro, ou avarento que é idólatra, tem herança no reino
de Cristo e de Deus, ninguém vos engane com palavras vãs”.

Porque por essas coisas (essa lista que ele cita aqui no verso 3)

“[...] por essas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência”.

É o comportamento humano (é a minha e a tua conduta errada e pecaminosa) que


desperta a ira de Deus.

Ainda em Colossenses 3 versos 5 e 6:

“5 Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição, impureza, paixão lasciva,
desejo maligno e a avareza, que é idolatria;
6 por estas coisas é que vem q ira de Deus [sobre os filhos da desobediência].”

A ausência dessa marca, irmãos, faz com que muitos filhos de Deus se tornem
complacentes e compassivos consigo mesmo e com seus maus comportamentos. A
contrição (esse quebrantamento produzido pelo Espírito Santo por meio da aplicação
da palavra de Deus) produz o fruto que tende a ser permanente.
Aquele que experimentou isso, ele será inclinado, ele será induzido a levar a sua vida
em uma atitude de humilhação contínua. Ele não ousará se levantar para falar de suas
próprias virtudes e de sua própria justiça. Ele sabe quem ele é.

Jó que foi um homem de quem Deus deu testemunho, Deus deu testemunho de Jó ao
próprio satanás, ao próprio diabo. E disse:

“observaste meu servo Jó, homem fiel, temente a Deus, que se aparta do mal e não tem
ninguém na terra semelhante a ele. Esse Jó, quando contemplou o Senhor, ele disse
assim: “eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meu olhos te veem, por isso me
abomino e me arrependo no pó e na cinza.”

Que bom seria, irmãos, se todos os discípulos (aqueles que se dizem discípulos e todo
filho de Deus) pudessem separar tempo para meditar na beleza da santidade do Senhor.
Para contemplar o Senhor na beleza da Sua santidade. Separar tempo para estar com
Deus e deixar que Deus marque o seu coração com a Sua santidade. De quantas coisas
vãs não seremos livres, de quantos conflitos tolos nós seríamos livres, se pudéssemos
todos os dias estar diante do Senhor ouvindo-O, experimentando-o, provando da Sua
presença e crescendo na percepção da sua perfeição e santidade.

Paulo também experimentou isso, assim como Jó.

Na sua primeira carta a Timóteo capítulo 1 e versículo 15 ele diz: “Fiel é a palavra e digna
de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais
eu sou o principal.”

Irmãos, Paulo foi contemporâneo de Judas, Paulo foi contemporâneo de Herodes, de


Barrabás, de Pilatos, de Nero. Paulo não era o maior dos pecadores, mas a Paulo não
importava a maldade dos outros homens. Ele viu o seu pecado, ele viu a sua própria
miséria. E quando lemos os versículos que antecedem a este, Paulo fala que ele foi
blasfemo, insolente. Irmãos, quando enxergamos os nossos pecados, a nossa tendência
humana de acusar os outros diminui.

Nós não deixaremos de tratar os erros de ninguém, mas faremos com misericórdia, e
faremos sabendo que nós mesmos estamos cercados de fraquezas e de debilidades. Nós
falaremos como Paulo: “eu o maior dos pecadores”.

Há uma outra característica que marca aquele que conheceu os seus pecados, que
conheceu a sua culpa e o preço do seu resgate: é gratidão e entrega a Deus. Como me
entristece ver pessoas resistentes a se entregarem ao serviço ao Senhor, de dedicarem
suas vidas a Deus. Pessoas fazendo [...], calculando muito o preço. Estão já no caminho,
calculando o preço de renúncias que tem que fazer, coisas das quais tem que abrir mão
ou serviços que tem que prestar.
Há uma história nas Escrituras, e nós queremos finalizar com isso que ilustra bem a
atitude daquele que conheceu os seus pecados e experimentou da graça de Deus. Está
em Lucas capítulo 7 versos 36 ao 41. Eu quero ler toda essa história:

“36 Convidou-O um dos fariseus para que fosse jantar com Ele. Jesus, entrando na casa
do fariseu, tomou lugar à mesa.
37 E eis que uma mulher da cidade, pecadora, sabendo que Ele estava à mesa na casa
do fariseu, levou um vaso de alabastro com unguento;
38 e, estando por detrás, aos Seus pés, chorando, regava-Os com suas lágrimas e os
enxugava com os próprios cabelos; e beijava-Lhes os pés e os ungia com o unguento.
39 Ao ver isto, o fariseu que O convidara disse consigo mesmo: Se este fora profeta, bem
saberia quem e qual é a mulher que lhe tocou, porque é pecadora.
40 Dirigiu-se Jesus ao fariseu e lhe disse: Simão, uma coisa tenho a dizer-te. Ele
respondeu: Dize-a, Mestre.
41 Certo credor tinha dois devedores: um lhe devia quinhentos denários, e o outro
cinquenta.
42 Não tendo nenhum dos dois com que lhe pagar, perdoou-lhes
28:58
a ambos. Qual deles, portanto, o amará mais? 43 Respondeu-lhe Simão: Suponho que
aquele a quem mais perdoou. Replicou-lhe: Julgaste bem. 44 E, voltando-se para a
mulher, disse a Simão: Vês esta mulher? Entrei em tua casa, e não Me deste água para
os pés; esta, porém, regou os Meus pés com lágrimas e Os enxugou com os seus cabelos.
45 Não me deste ósculos; ela, entretanto, desde que entrei não cessa de me beijar os
pés.
46 Não Me ungiste a cabeça com óleo, mas esta, com bálsamo, ungiu os Meus pés,
47 Por isso, te digo: perdoados lhe são os seus muitos pecados, porque ela muito amou;
mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama.”

Amados, aquele que conheceu os seus pecados e experimentou o perdão de Deus O


amará, e não terá reservas na sua entrega e não terá limites na sua dedicação a Ele.

Eu rogo ao Senhor que nos conceda um povo que viva o temor de Deus porque conheceu
os seus próprios pecados. E um povo que não tenha limites em si mesmo, que no zelo
não seja remisso, mas sirva ao Senhor ardendo e seu coração no nome de Jesus.

Deus abençoe meus queridos!!

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