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Mundo Offshore - E-Book
Mundo Offshore - E-Book
O MUNDO OFFSHORE
Belém - 2023
Copyright © Aélcio de Jesus Monteiro dos Santos (Orgs), 2023
Bibliografia.
ISBN 978-65-00-75312-7
23-165187 CDD-387.5
Índices para catálogo sistemático:
10
PREFÁCIO
A Marinha Mercante está em constante transformação.
Como um organismo vivo que passa por inúmeras transições e está
a todo instante a procura da luz de novas descobertas e tecnologias
visando as operações e sua dinâmica evolutiva.
Desde quando os povos antigos se lançaram ao mar,
impulsionando uma navegação pioneira e com fins de exploração,
o homem trouxe à tona um marco em sua história contribuindo para
grandes feitos em sua trajetória e que até hoje justificam sua
importância.
Muitos foram os aparatos tecnológicos que surgiram, assim
como novas ferramentas de controle e assistência operacional
objetivando todo o escopo de trabalho dentro da cadeia de operação
e prospecção de petróleo. A necessidade de navios e plataformas
especializadas tendo por finalidade o desenvolvimento acurado e
lucrativo foram postos à prova e cada vez mais o homem rompeu
essas barreiras.
Como outrora foi dito pelo patrono da Marinha Mercante, o
Barão de Mauá, “as dificuldades foram feitas para serem vencidas”.
Assim, o homem tem enxergado o mar e seus desafios. Buscando
evoluir em prol daquilo que ele julga necessário.
Fato que a evolução dos navios não aconteceu apenas por
conta dos avanços tecnológicos, mas o aumento no volume de
transporte de mercadorias foi o impulso para fazer as embarcações
se tornarem mais potentes. Assim, frondosas estruturas flutuantes
surgiram em meio a uma tecnologia naval avançada buscando o
atendimento de propósitos de forma otimizada.
A tecnologia necessita de operadores competentes e que
saibam seus deveres dentro dessa dinâmica. Precisam conhecer o
novo e se aprofundar naquilo que estudam e que fazem de sua
rotina diária um trabalho. Entender o novo, ainda mais em
transformação continua, necessita de dedicação e um
direcionamento assertivo. Não podemos deixar que nossos futuros
oficiais entrem no mercado moderno, defasados em anos de
11
desconhecimento tecnológico numa área que requer preparo e onde
qualquer erro pode ser catastrófico.
Este livro, fruto de uma compilação de nove artigos
científicos de conclusão do Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais
de Náutica do ano de 2023 do CIABA, visa contribuir com a
formação dos futuros Oficiais da Marinha Mercante, buscando
apresentar conhecimentos da realidade experimentada a bordo dos
mais variados tipos de embarcações ligadas ao mundo Offshore.
Essa iniciativa, foi uma contribuição dos novos comandantes
da Marinha Mercante que neste Centro de Instrução se graduaram,
visando servir como ferramenta valiosa de pesquisa para aqueles
que buscam entender a dinâmica das mais variadas operações e
aprofundar seus interesses em determinadas áreas que julgar
relevantes. Aos mestres, professores e a todos os interessados, que
vislumbrem neste trabalho uma fonte para uma abordagem
dinâmica e atual sobre como os navios e embarcações dos campos
de exploração de petróleo no Brasil atuam e quais suas
especificidades que servirão de base orientadora a esses novos
Oficiais Mercantes que saem dos Centros de Instrução com tantas
dúvidas e questionamentos sobre assuntos que desconhecem quase
que na totalidade.
São muitos os praticantes que chegam aos navios todos os
anos desconhecendo por completo operações básicas em navios e
plataformas. Entendemos que isto precisa ser mais bem diluído
entre esses formandos antes de qualquer embarque tendo como
meta a própria segurança pessoal e material. A deficiência de
materiais de consulta é uma realidade e assim desejamos contribuir
com a mudança desse cenário dando um passo para uma longa
caminhada que ainda está por vir.
Esperamos assim instigar as novas gerações e desejamos à
todos que escolheram essa nobre carreira milenar, uma boa leitura
e que estejam sempre dispostos a aprender mais sobre aquilo que
nos torna melhores em todos os conceitos da palavra. Bons ventos
e mares tranquilos.
RESUMO
14
1.2 DMA E AHTS
15
DMA com segurança e eficiência. Alguns desses requisitos
incluem:
1) Potência e capacidade: as AHTS devem ter capacidade
de propulsão adequada para movimentar e controlar a plataforma
de petróleo. Bem como, devem possuir guinchos e equipamentos
de ancoragem robustos o suficiente para lidar com os cabos e
sistemas de ancoragem.
2) Manobrabilidade: devido à natureza das operações de
DMA, as AHTS precisam ter excelente manobrabilidade para
manter a estabilidade e o controle preciso durante a movimentação
e ancoragem.
3) Equipamentos de comunicação: uma comunicação
eficaz entre a embarcação e a plataforma é crucial para garantir a
segurança e o sucesso das operações. As AHTS devem estar
equipadas com sistemas de comunicação adequados e funcionais
com a plataforma e outras embarcações envolvidas.
4) Tripulação qualificada: as embarcações AHTS devem
ter uma tripulação qualificada e experiente, composta por oficiais
e marinheiros treinados nas operações de DMA. Essa tripulação é
responsável por garantir a segurança das operações, tomar decisões
estratégicas durante a movimentação e ancoragem, e, operar os
equipamentos com precisão.
Além do exposto, as condições ambientais desempenham um
papel significativo nas operações de DMA. As condições
marítimas, como ondas, correntes, ventos e visibilidade, podem
afetar a segurança e eficiência das operações. Portanto, é essencial
que a tripulação e os equipamentos estejam preparados para lidar
com essas condições adversas. Além disso, é importante considerar
fatores como a profundidade da água, características do leito
marinho e restrições geográficas do novo local ao planejar e
executar as operações de DMA.
Antes de iniciar um projeto é feito um mapeamento do solo
marinho por empresa especializada para garantir que o sistema de
âncora não seja lançado próximo aos dutos de petróleo ou outra
linha de ancoragem. Esse mapa é atualizado no sistema da
16
embarcação onde pode-se ver a posição do barco em relação ao
fundo do mar em tempo real.
O fator humano desempenha um papel crítico nas operações
de DMA, e o oficial de náutica desempenha uma função central
nesse contexto. O oficial de náutica é responsável pela navegação
da embarcação, pela segurança da tripulação e pelo sucesso geral
das operações.
Durante as operações de DMA, o oficial de náutica trabalha
em estreita colaboração com a tripulação para planejar e executar
as manobras necessárias para a movimentação e ancoragem da
plataforma. Sua experiência e habilidades são essenciais para lidar
com os desafios e imprevistos que possam surgir durante as
operações, garantindo a segurança de todos os envolvidos e o
sucesso da missão.
1.3 DESMOBILIZAÇÃO
17
Figura 1 – (a) Sistemas de coordenadas e (b) Arranjo dos sistemas
de ancoragem.
19
Figura 2 – Descrição do chaser trap.
20
Em um sistema de âncora, um chaser trap desempenha a
função de capturar e direcionar o cabo da âncora (Permanent Chain
Chaser Permanent Chain Chaser – PCC) de forma segura e
eficiente. Além de reduzir os custos operacionais, haja vista que o
seu uso torna desnecessário a utilização de embarcações com
ROVs.
22
Figura 5 − AHTS pagando cabo de trabalho conectado no PCC.
25
Na sequência, a AHTS mantém o pendente do PCC no
convés colocando o brinco de amarra no shark-jaw (veja na figura
11 abaixo) e conecta o cabo de trabalho na linha de ancoragem:
26
Figura 13 − AHTS devolvendo Rig Wire para plataforma.
1.3.3 RECOLHIMENTO
1.4 MOVIMENTAÇÃO
29
Figura 16 – Previsão do tempo.
31
foram corretamente realizadas e que tudo está preparado. Isso visa
garantir a segurança da operação e que a plataforma esteja segura e
estável para reboque.
Já na fase de reboque as embarcações iniciam aplicando uma
pequena força para iniciar o movimento e durante o reboque a
velocidade deve ser controlada levando-se em consideração as
condições do mar, da corrente, do vento e swell para assim garantir
uma viagem segura e estável. Verificações constantes da tensão
aplicada no cabo, da integridade do cabo e/ou a necessidade de
qualquer ajuste devem ser feitas por uma equipe especializada para
garantir a segurança tanto da embarcação quanto da plataforma. Na
figura 18 pode-se ver um exemplo de movimentação de reboque na
plataforma, a seguir:
1.5 ANCORAGEM
33
1.5.1 ORDEM DE CONEXÃO
Uma ordem deve ser sugerida para a conexão das linhas, esta
ordem pode ser modificada pelo fiscal, em acordo com o
responsável da unidade. Os fatores que justificam possíveis
mudanças são: condições ambientais na ocasião da operação,
limitação/avaria dos guinchos de ancoragem, velocidade das
embarcações na operação. As linhas de ancoragem principais
devem ser conectadas em pares opostos, de tal modo que nas
últimas conexões, tenha uma linha em cada “corner” da plataforma.
Porém, a prioridade é fazer com que a plataforma e suas linhas de
ancoragem se afastem dos obstáculos, tornando a sequência de
operação mais segura.
Antes de conectar as quatro últimas linhas (de popa e proa),
recomenda-se desconectar a cabresteira da AHTS. Esta situação
deve ser avaliada de acordo com as condições operacionais. É
obrigatório o uso de DGPS para saber, em tempo real, a posição da
plataforma sobre os obstáculos.
34
Figura 20 − AHTS pescando a boia.
35
Logo depois, a AHTS recolhe seu cabo de trabalho (WW)
enquanto a plataforma paga, simultaneamente, o cabo do guincho
(RW), indo para o ponto de hook up. Na figura 22 podemos
visualizar esse movimento:
36
A embarcação AHTS monta o arranjo no convés,
posicionando o cone de diâmetro grande do lado do cabo da amarra
de fundo (EW da âncora); o cone de comprimento grande do lado
do cabo do guincho (RW da plataforma) e a chaser ficam fora dos
cones (solto) e do lado da plataforma. Assim, vejamos a figura 24,
a seguir:
38
Figura 28 − AHTS aproximando da plataforma com chaser.
40
que todas as tarefas sejam executadas de forma coordenada e
segura.
É essencial o papel do oficial de náutica durante as operações
de DMA a bordo de um navio AHTS. Sua atenção cuidadosa aos
sistemas de posicionamento, procedimentos operacionais,
prevenção de colisões e coordenação com a equipe garante a
segurança, eficiência e sucesso das operações. A dedicação e
competência desses profissionais são fundamentais para o bom
funcionamento e desempenho do navio, destacando a grande
importância do oficial de náutica na indústria marítima.
41
REFERÊNCIAS
42
SOARES, Luana Marchiori. Tecnologias das embarcações de
manuseio de âncoras. 2013. 39 f. Monografia (Aperfeiçoamento
para Oficiais de Náutica) – Centro de Instrução Almirante Graça
Aranha, Rio de Janeiro. 2013.
43
GLOSSÁRIO
44
2 DRILLING – UM MUNDO À PARTE: O papel
do oficial de náutica em unidades de perfuração.
Daniel Ferreira de Mello Azeredo
Guilherme Dias Borges da Silva
Juliana da Silva Loureiro
Leandro Vilhena Verdi
Silvia de Almeida e Souza
Wesley da Costa Alves
José Alves
RESUMO
45
2.1 INTRODUÇÃO
2.2 HISTÓRICO
48
Entretanto, o primeiro esquema de certificação de DP
ocorreu somente em 1983 e foi bem aderido pela indústria de óleo
e gás. Posteriormente as embarcações de apoio ao mergulho e
construção também puderam receber a certificação pelo tempo de
mar devido aos longos períodos que passavam em atividade. Em
1994, dez anos após o início das primeiras certificações, o Instituto
Náutico adicionou um certificado “Limitado” para aqueles que
completaram seu tempo no mar em embarcações DP-1. Essa
mudança foi realizada após a pressão da indústria sobre o Instituto
Náutico para expandir sua visão do que constituía operações de DP
que requeriam certificação.
Em 1996, o Comitê de Segurança Marítima (MSC) da
Organização Marítima Internacional (IMO) emitiu uma circular
MSC/Circ.738, onde constava a observação que o IMCA preparou
uma publicação sobre "Treinamento e experiência dos principais
Pessoal do DP" e que convidava os governos membros a levar esta
publicação ao conhecimento dos órgãos envolvidos. Esta mesma
publicação por sua vez, foi referenciada no Código da Unidade
Móvel de Perfuração Offshore (MODU) anos depois. A partir deste
momento, fica explícito historicamente a necessidade de possuir
uma publicação onde fossem estabelecidas diretrizes para
treinamento e experiência do pessoal chave de DP devido à
expansão e diversificação das atividades utilizando o sistema de
posicionamento dinâmico.
Um fato interessante que não é encontrado explicitamente
nas grandes bibliografias, mas que fica implícito quando é
mencionado que era considerado apenas o tempo de mar para
obtenção da certificação de DP, que era comum encontrar a bordo
das unidades de perfuração DPO`s que não eram aquaviários, pois
naquela época não era exigido qualificação mínima para exercer a
função. Esta interpretação dos fatos históricos foi confirmada por
colegas que atuam na indústria de petróleo e gás a mais de duas
décadas que relatam ter trabalhado com Rádio Operadores que
exerciam a função de Operador de Posicionamento Dinâmico.
Somente em 2010 durante a Conferência de Manila nas
Filipinas, houve um progresso significativo em relação a
49
certificação do DPO. Foram discutidas diversas mudanças na
instrução do "elemento humano" empregado no transporte
marítimo e que necessitavam ser atualizados de acordo com os
novos padrões, a fim de resguardar a vida humana no mar,
segurança da navegação, bem como a prevenção da poluição
marinha. Pela primeira vez a IMO abordou sobre as competências
necessárias para atuar na função de DPO. E com isso, foi realizada
a revisão das Convenções Internacionais sobre Padrões de
Treinamento, Certificação e Serviço de Quarto para Marítimos
(STCW) onde foram adicionadas emendas que constavam
orientações sobre treinamento e experiência para pessoal operando
sistemas de posicionamento dinâmico e a partir deste momento
foram adotados novos critérios para entrada no programa de
treinamento de Operador de DP.
Em janeiro de 2012, foram estabelecidos requisitos de
qualificação mínima utilizando como base os Regulamentos
STCW II/1 ‐ II/2 ‐ II/3 para os Oficiais de Náutica e os
Regulamento III/1 – III /2 – III/3 – III/6 para Oficiais de Máquinas.
Entretanto, aqueles que iniciaram o processo de certificação de DP
antes da data de implementação e não eram Oficiais puderam obter
a certificação caso concluíssem todos os elementos em um período
de seis anos a partir do momento da inscrição.
Atualmente para obtenção da certificação de DP o candidato
precisa apresentar as documentações para o centro de instrução e
caso não atendam os requisitos mínimos serão instruídos a
contactar o Instituto Náutico para aprovação oficial para frequentar
o curso. Uma observação importante é que os praticantes também
podem realizar o curso de posicionamento dinâmico mesmo antes
da sua formação, basta apresentar a cópia da CIR ou declaração do
CIAGA/CIABA.
A primeira fase para obtenção da certificação é o Curso de
Indução e aprovação na prova do Instituto Náutico que é realizada
de forma online. A segunda fase é composta por um tempo mínimo
de 60 dias em embarcações com DP 1, 2 ou 3 e a carta de
confirmação da empresa atestando o período de embarque. Já a
terceira fase o Oficial de Náutica deverá realizar e ser aprovado no
50
curso Avançado de DP/Simulador e com isso realizar um embarque
de 120 dias a bordo de uma embarcação com DP, tendo no mínimo
60 dias de embarque em embarcações com DP classe 2 e 3. Caso
contrário, será emitido o certificado de DP com limitação. Uma
dica importante é que atualmente pode ser reduzido este tempo para
90 dias de embarque através da realização do curso de redução de
tempo de mar que irá reduzir em 30 dias o período necessário para
obtenção do certificado.
Após a conclusão de todas as etapas e assinatura do
Comandante da última embarcação de DP, o Oficial de Náutica
pode completar a aplicação de DP de modo online e enviar toda a
documentação necessária para obtenção da certificação de DP.
Após o recebimento da carteirinha de DP, o Oficial de náutica
estará habilitado a trabalhar em qualquer embarcação que possua o
Sistema de Posicionamento Dinâmico.
51
• Drillfloor (Área da unidade onde se conduzem todas
as operações de perfuração, descida de
equipamentos, ferramentas e acessórios em direção
ao poço).
53
Figura 5: Sala de bombas de lama.
54
cumprir todas as leis, regras, convenções internacionais e
procedimentos da Empresa e claro, delegar a vigilância de todas
essas atribuições ao Imediato e aos Oficiais de Náutica/DPOs a
bordo. Podem-se pontuar algumas obrigações dos Oficiais de
Náutica/DPOs a bordo que incluem, mas não se limitam a:
57
• Conhecimento os sistemas de comunicação de rádio
da unidade incluindo os de emergência (GMDSS);
61
É dever de todo Oficial de Náutica/DPO planejar a
navegação entre poços com antecedência pois muitas questões
estão envolvidas. A falta deste planejamento tem um alto potencial
de causar um downtime, ou seja, quando a empresa contratante
(cliente) desconta na diária da sonda o atraso das operações
causado por falhas da unidade em seguir o planejamento
estabelecido. Deve também executar a navegação de acordo com o
plano de navegação aprovado e assinado pelo Comandante e
assegurar a navegação segura da embarcação durante a navegação.
Checklists relativos à navegação e configuração/checagens do
sistema DP: Navegação entre poços, pré-saída, pré-chegada.
Os planos de navegação entre poços devem incluir, no
mínimo:
• Calado de navegação;
62
• Perigos potenciais e conhecidos ao longo da rota;
• Distância a navegar; e
63
Figura 11: Navegação entre poços com equipamento submarino
suspenso.
64
importante definirmos a diferença de manutenção preventiva e
corretiva.
Manutenção preventiva: É planejada, e seu objetivo é
prevenir o aparecimento de falhas que poderiam levar à parada do
equipamento evitando assim downtime para a unidade de
perfuração e garantido a segurança da embarcação e de seus
tripulantes.
Manutenção corretiva: Não é planejada e muitas vezes é
emergencial. Ela deve ser aplicada quando o equipamento
apresenta uma falha que precisa ser corrigida, este tipo de
manutenção envolve riscos mais elevados pois muitas vezes a
unidade estará em Downtime, e o tripulante mesmo com todas as
barreiras envolvidas, permissão de trabalho, ferramentas de
trabalho seguro, políticas de parar o serviço, se sente pressionado e
poderá realizar a manutenção com menos atenção.
A inspeção de equipamentos é uma prática indispensável no
passadiço e DP, onde o DPO de acordo com os procedimentos irá
fazer uma checagem quanto a sua operacionalidade, garantindo a
funcionalidade dos equipamentos durante as operações. Não
podemos deixar de considerar os diversos checklists diários como
uma inspeção.
Importante frisar que de acordo com IMCA 117 (Guidelines
for The Training and Experience of Key DP Personnel) uma das
atribuições do DPO é o conhecimento da manutenção deixando a
manutenção corretiva para o departamento técnico. Desta forma o
DPO terá o manual e o conhecimento técnico para informar o
problema correto ao departamento de manutenção que irá tomar
todas as medidas necessárias a fim de resolver o problema.
Deste modo, é necessário entender que o sistema de
manutenção planejada em plataformas, permite que os armadores e
operadores planejem, executem e documentem a manutenção da
embarcação em intervalos de acordo com os requisitos da classe e
do fabricante de modo a não causar impacto operacional. O
objetivo de um sistema robusto é garantir que os equipamentos
estejam sempre em perfeitas condições de uso e cumprindo todas
as normas aplicáveis, tudo vai depender da dimensão e
65
complexidade da empresa de perfuração e dos tipos de
embarcações em operação. Em todos os casos, uma abordagem
sistemática de manutenção é baseada na avaliação de riscos e
começa com o estabelecimento de um banco de dados completo de
máquinas, equipamentos e acessórios.
Um sistema de manutenção planejada em plataformas é
obrigatório de acordo com o International Safety Management
Code (ISM). Um sistema de manutenção planejada eficaz não só
ajuda a cumprir os objetivos de segurança e meio ambiente
estabelecidos no Código ISM, mas também é um investimento na
proteção dos ativos e na otimização de sua gestão.
Veja abaixo algumas imagens dos principais sistemas de
manutenção utilizados a bordo das unidades de perfuração.
66
Figura 13: Programa de manutenção STAR
• Sistemas integrados:
70
2.4.5 EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA - FFE (FIRE
FIGHTING EQUIPMENTS)
• Mangueiras de incêndio;
• Roupas de Bombeiro;
73
anexo ou até mesmo alguma análise que faltou ou foi esquecida
para a realização da atividade.
Através do plano da embarcação é possível verificar em qual
localização da unidade a tarefa será realizada, possuindo ampla
visão das atividades que estão sendo realizadas no momento a fim
de verificar a simultaneidade das operações e garantir a segurança
de todos os envolvidos na tarefa. Qualquer irregularidade
encontrada deve ser encaminhada ao Técnico de segurança ou
diretamente ao Líder da área para que o problema seja resolvido.
Uma vez que toda a documentação se encontra correta, o
operador de posicionamento dinâmico e responsável por manter a
lista de permissões atualizada para um melhor controle dos
trabalhos que estão ocorrendo.
Conectados ao sistema de permissão de trabalho, também são
de responsabilidade dos DPO`s o controle de isolamentos que são
realizados pela unidade, as chaves críticas ao meio ambiente e as
chaves críticas operacionais. Como também o controle de entrada
aos espaços confinados.
74
2.4.8 ATUAÇÃO NO SISTEMA DE GESTÃO
EMPRESARIAL - CÓDIGO ISM
76
Para um oficial de náutica dominar estas ferramentas
demanda-se tempo, porém é de suma importância que faça parte da
rotina. O uso correto destas ferramentas, bem como a atualização
dos dados e certificações facilitam no momento de uma auditoria.
85
REFERÊNCIAS
86
Minimum Requirements for starting the DP Scheme.
Disponível em:<https://nialexisplatform.kayako.com/pt-
br/article/47-minimum-requirements-for-starting-the-dp-scheme>.
Acesso em: 12 de Junho de 2023.
87
RIPEAM-72. Regulamento Internacional para Evitar
Abalroamento no Mar. IMO. 2018.
88
GLOSSÁRIO
89
PLATAFORMA SEMI-SUBMERSÍVEL - Plataforma formada
por um ou mais conveses, apoiado por colunas em flutuadores
submersos.
PSV – Embarcação de suporte de suprimento às plataformas.
ROV – Veículo operado remotamente.
RSV – Embarcação de suporte a ROV.
SIMOPS – Operações simultâneas.
SOLAS – Convenção Internacional para a Salvaguarda da Vida
Humana no Mar.
SOPEP – Plano de Emergência de Navio para Poluição por Óleo.
SSAS – Sistema de alerta de segurança do navio.
STCW – Convenção e Código de Instrução, Certificação e Serviço
de Quarto para Marítimos.
STW – Ship Speed Through Water - Velocidade do navio através
da água estimada a partir de medições.
THRUSTER – Propulsores azimutais.
VRU – Unidade de referência vertical.
WAYPOINTS – Pontos de passagem e mudança de rumo.
WSOG – Well Specific Operation Guide – Guia específico para
operação de poço.
WSV – Well Stimulation Vessel - Embarcações empregadas na
estimulação de poços de petróleo.
90
3 INSTRUÇÕES DE SEGURANÇA: Utilização do
EPI – equipamentos de proteção individual
Aélcio de Jesus Monteiro dos Santos
Alirio Delgado Gomes Tavares
Amanda Bravim Fernandes
Antonio Fernandes De Andrade
Pedro Paulo Abreu Filho
RESUMO
91
3.1 INTRODUÇÃO
3.3 REGULAMENTAÇÕES
E ao empregado cabe:
• Usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;
• Responsabilizar-se pela guarda e conservação;
• Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne
impróprio para uso;
• Cumprir as determinações do empregador sobre o uso
adequado.
3.4 OS EPIs
CAPACETE
PROTETOR AURICULAR
99
ÓCULOS DE PROTEÇÃO
100
Figura 4: Óculos de Proteção – Lente fumê
PROTETOR FACIAL
101
- Conservação: Os arranhados ou marcados devem ser
substituídos. Lave-os com sabão neutro e água corrente. Deixe-o
secar naturalmente ou use lenço de papel macio. Não use amônia,
soluções alcalinas, solventes, etc.
- Manutenção: Substituição.
RESPIRADOR FACIAL
BOTA DE SEGURANÇA
103
negativamente o couro, endurecendo-o e favorecendo sua quebra
devido à perda de flexibilidade e elasticidade. O certo é que o
calçado seja seco à temperatura ambiente e à sombra. Ao armazenar
o calçado, faça-o em lugar arejado, sem incidência de calor e livre
de umidade.
- Conservação: Para a limpeza utilize água e sabão e enxágue
em água limpa. Deixe-o secar naturalmente sem exposição ao sol.
- Manutenção: Substituição.
104
Imagem 2: Luva de proteção – Manutenção geral
LUVA ANTI-IMPACTO
LUVA DE VAQUETA
LUVA DE PVC
107
- Conservação: As luvas são descartáveis e não devem ser
limpas após saturação por materiais químicos. Após o uso, devem
ser descartadas em recipientes adequados. As luvas não
descartáveis devem ser lavadas com sabão neutro e água corrente
submetendo-as à secagem natural, sem a exposição à luz solar.
- Manutenção: Substituição
108
borracha. Nunca utilize adornos (anéis, pulseiras, cordões,
relógios) ao trabalhar com eletricidade, principalmente de metal.
- Conservação: As luvas devem ser inspecionadas
visualmente antes da utilização. A inspeção deve incluir o interior
e a superfície externa. As luvas devem ser armazenadas na
embalagem protetora quando não estiverem sendo utilizadas e
afastadas da irradiação de qualquer fonte de calor. Para aumentar a
vida útil do equipamento e evitar a deterioração precoce do
material, guardar em local protegido de substâncias agressivas e
intempéries. As luvas, após o uso, devem ser lavadas com solução
de sabão neutro, enxaguadas em abundância com água limpa e
secas ao ar livre. As luvas devem ser guardadas na caixa de
equipamentos de bloqueios de loto.
- Manutenção: A Substituição deverá ser realizada pelo
responsável de QSMS.
110
ajuste nas mãos e dedos para melhor conforto e precisão nas
atividades manuais evitando também a possibilidade de acidentes.
Nunca utilizar luvas rascadas, ainda que seja em apenas em um dos
dedos.
- Conservação: Lave-o com sabão neutro e água corrente.
Seque-a naturalmente sem a exposição à luz solar. Não deixe
jogadas em qualquer local em contato com impurezas.
- Manutenção: Substituição
111
- Conservação: Não deixe suas luvas jogadas em qualquer
lugar, impregnadas de sujeira substâncias agressivas e expostas a
intempéries. Ao final das atividades guarde-a em local adequado.
Não reutilize luvas que estejam rasgadas. Para a limpeza utilize
água e sabão e enxágue em água limpa. Deixe-o secar naturalmente
sem exposição ao sol.
- Manutenção: Substituição
112
- Conservação: Sofrer inspeção de antes do uso e serem
vistoriadas constantemente e, caso seja notado algum desgaste que
possa comprometer o uso a mesma deverá ser substituída. Após uso
a luva deve ser deixada a sombra para secagem. Para a limpeza
utilize água e sabão e enxágue em água limpa. Deixe-a secar
naturalmente sem exposição ao sol.
- Manutenção: Substituição
MACACÃO DE PROTEÇÃO
MACACÃO TYVEK
114
- Conservação: Não requer Higienização, após seu uso
descarte em recipiente adequado.
- Manutenção: Substituição.
AVENTAL DE PVC
AVENTAL TÉRMICO
118
3.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
120
4 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS NAS
ATIVIDADES DE EXPLORAÇÃO DE
PETRÓLEO NA COSTA BRASILEIRA
Douglas Cader Drumond Silveira
Eduardo Soares Dias
José Mário da Costa Silva
Renan Raul Pereira da Silva
Servio Tulio L. de Sousa
RESUMO
121
demais questões envolvidas no gerenciamento dos resíduos, como
a destinação final e a documentação associada para todo processo.
122
4.1 INTRODUÇÃO
4.2.1 INTERNACIONAL
4.2.2 Nacional
126
Essa Instrução Normativa regulamenta os procedimentos de
gerenciamento de resíduos oriundos das atividades de perfuração
não cobertos pela Nota Técnica CGPEG/DILIC/IBAMA Nº 01/11.
A Resolução CONAMA nº 275, de 25 de Abril de 2001
“Estabelece o código de cores para os diferentes tipos de resíduos,
a ser adotado na identificação de coletores e transportadores, bem
como nas campanhas informativas para a coleta seletiva.”
(CONAMA, 2001). Esta resolução lista, por exemplo, as cores de
identificação para cada resíduo.
A norma ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas)
NBR (Norma Brasileira) 10004 de 2004 “classifica os resíduos
sólidos quanto aos seus riscos potenciais ao meio ambiente e à
saúde pública, para que possam ser gerenciados adequadamente”
(ABNT, 2004). A classificação dos resíduos segue como abaixo:
• Classe I: perigosos;
• Classe II B: inertes.
127
4.3 TRATAMENTO DADO AOS RESÍDUOS GERADOS
A BORDO
• Azul: papel/papelão;
• Vermelho: plástico;
• Verde: vidro;
• Amarelo: metal;
• Preto: madeira;
130
Figura 2 – Coletores secundários.
Fonte: https://aguadoceambiental.com.br/loja/produtos/contentores-
de-residuos/.
Fontes: https://www.google.com/search?q=coletores+descarpack;
coletores+para+lampadas;coletores+para+pilhas+e+baterias;coletores+para
+toner+e+cartuchos&source.
131
Atenção especial deve ser dada ao resíduo do serviço de
saúde - RSS, nos aspectos do acondicionamento, segregação e
descarte. Os requisitos da RDC (Resolução da Diretoria Colegiada,
CONAMA) N° 222 de 2018 devem estar implementados no
Sistema de Gestão Integrado da companhia.
Os resíduos orgânicos são gerados basicamente na cozinha e
refeitório das embarcações, estes são, por exemplo: restos de
comida, borra de café, ossos, cascas de frutas etc. Devem ser
separados tanto na preparação quanto após a realização das
refeições.
O descarte de resíduos alimentares no mar é permitido desde
que sejam triturados e estejam com tamanho máximo de 25 mm, a
partir de uma distância de 3 milhas náuticas da costa.
No que se refere às atividades de exploração e produção de
petróleo, na costa brasileira, segundo a Nota Técnica
CGPEG/DILIC/IBAMA Nº 01/11, resíduos alimentares, desde que
sejam triturados e estejam com tamanho máximo de 25 mm, podem
ser descartados:
134
Figura 4 – Embarcação em manobra de recolhimento de óleo da
água.
Fonte: https://www.waves.com.br/arquivo/onde-esta-o-petroleo/.
4.4.1 DERRAMAMENTO
136
Embarcações OSRV, são utilizadas com o objetivo de dar
base às atividades de retirada do óleo derramado nos oceanos. Esse
tipo de estrutura flutuante deve ter uma alta capacidade de atingir
velocidades maiores e chegar no local de derramamento o mais
breve possível, evitando o espalhamento do petróleo e seus
derivados. Possuem equipamentos específicos e de alta tecnologia
que detectam por radar a posição da mancha gerada pelo óleo. Têm
equipamentos para aspirar o óleo derramado e armazenar em
tanques a bordo. A fim de possibilitar a capacidade de realizar as
ações supracitadas, essas embarcações devem apresentar
capacidade de manobra, e isso é normalmente garantido pelo uso
de propulsores azimutais, que possuem autonomia de rotação em
360º graus.
Fonte: https://www.norlense.no/oil-spill-recovery/high-speed-
sweep-system/.
137
Na prática, os processos de geração de resíduos oleosos nas
atividades de exploração, produção e disposição são:
139
Figura 6 – Ciclo de vida do OLUC.
Fonte: https://portallubes.com.br/2021/03/ambioluc-assina-
protocolo-de-intencoes-em-sao-paulo/.
141
Figura 7 – Retorno do cascalho em uma coluna de riser.
144
4. Concentração de Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos
(HPA-16 prioritários), EPA 8270, inferior a 10 ppm;
148
6. Geração de H2S: o cascalho, por poder conter compostos
orgânicos em sua composição, possui o risco da geração de H2S.
149
4.5.5 DESCARTE DO CASCALHO NO PORTO
152
REFERÊNCIAS
153
CONAMA. RESOLUÇÃO CONAMA nº 275, de 25 de abril de
2001.Disponível.em:.https://www.uff.br/sites/default/files/paginas
-internas-orgaos/conama_275_2001_0.pdf. Acesso em:
20/06/2023.
154
IMO. MARPOL 73/78 – ANEXO V REGRAS PARA A
PREVENÇÃO DA POLUIÇÃO POR LIXO DOS NAVIOS. p.
5.Londres.Disponível.em:https://www.ccaimo.mar.mil.br/ccaimo/
sites/default/files/marpol_anexo5-05ago_0.pdf. Acesso em
18/06/2023b.
155
TIGER OFFSHORE. All Cutting Boxes. Disponível em:
https://tigeroffshorerentals.com/product-category/cuttings-boxes-
cutting-box/. Acesso em: 25/06/2023.
156
5 COMBATE À POLUIÇÃO AMBIENTAL POR
ÓLEO DERRAMADO NO MAR: operação de
contenção, dispersão e recolhimento
Ednaldo Soares Gomes
Ernani Augusto da Silva Cortinhas
Francisco Mbizi Quipua Bunga
Kim Lima Teixeira
Robenson Kleber Pereira Santos
RESUMO
Em um crescente e intenso cenário de atividade petrolífera
marinha, derramamentos de óleo acidentais (ou até mesmo
criminosos) podem surgir. Sendo, portanto, de extrema importância
que se conheça os procedimentos envolvidos na mitigação desse
tipo de emergência. É neste cenário que surge este trabalho e que
tem como objetivo geral descrever a parte operacional de combate
à poluição por óleo derramado no mar; através da experiência
profissional dos seus autores e, dentre os objetivos específicos,
auxiliar marítimos e demais partes interessadas nas operações oil
recovery a bordo; Reforçar o conhecimento existente neste tipo de
operação; Servir como referência para elaboração de
procedimentos e documentos com propósito semelhante, pois é de
conhecimento geral a carência de publicações que abordam das
operações de combate à poluição pela ótica do oficial de náutica
feitas para o oficial de náutica. Todas as etapas do processo de
lançamento de barreira de contenção serão direcionadas a
embarcação equipada com barreira tipo ‘Current Buster’ e do tipo
rebocada por barco de apoio. Os demais equipamentos comuns a
uma embarcação OSRV serão mencionados de uma forma
simulatória desta operação.
157
Palavras-chave: Poluição; Derramamento; OSRV; Meio
ambiente.
5.1 INTRODUÇÃO
A poluição é um dos maiores problemas enfrentados pelo
meio ambiente na atualidade. Quando se trata da poluição do mar,
o assunto assume uma gravidade ainda maior, já que os oceanos
são responsáveis por grande parte da vida no planeta e pelas
atividades econômicas de muitas regiões. Um derramamento de
óleo nas suas mais variadas formas pode causar danos irreparáveis
à fauna e flora marinha, além de afetar a saúde humana,
comprometer a pesca e o setor de turismo, ocasionando perdas
financeiras para uma variedade de organizações e indivíduos.
Apesar dos melhores esforços dos envolvidos, a limpeza
resultante pode ser demorada e bastante onerosa. Por isso é
fundamental adotar medidas para combater a poluição no mar e
preservar um ecossistema que é vital para a sobrevivência de todos.
A prontidão da equipe de resposta é fundamental, pois isso
permitirá uma ação rápida e eficaz aos incidentes de poluição
marinha.
Desta forma foram criados os Planos de Emergências
Individuais (PEI) e os Planos de Emergências para Vazamento de
Óleo (PEVO), a fim de atender às emergências de acidentes por
óleo nas bacias petrolíferas.
Contudo as embarcações do tipo OSRV (Oil Spill Response
Vessel ou Oil Spill Recovery Vessel) são incluídas no plano PEVO
a fim de dar apoio às atividades de resposta a derramamentos de
óleo com equipamentos de monitoramento, detecção, contenção,
recuperação e armazenamento para o óleo recuperado.
As embarcações de resposta a vazamentos de óleo são
equipadas com tecnologia e equipamentos especializados que são
projetados para coletar e recuperar o óleo sem causar danos
adicionais ao meio ambiente. Essas embarcações estão equipadas
com sistemas de armazenamento de óleo, equipamentos de
separação, skimmers de óleo e barreiras de contenção, permitindo
que a equipe de resposta possa limpar o derramamento.
158
As atividades de petróleo e gás continuarão sendo essenciais,
pelos próximos anos, para viabilizar uma transição energética justa,
segura e sustentável, garantindo a demanda de energia do país.
Localizada próxima à Linha do Equador, a chamada Margem
Equatorial, potencial futura fronteira de óleo e gás do país, é a mais
nova fronteira exploratória brasileira em águas profundas e ultra
profundas. Situada no litoral entre os estados do Amapá e Rio
Grande do Norte. A Margem Equatorial detém importante
potencial para exploração de petróleo, justificado por descobertas
recentes em regiões próximas a essa fronteira, nas regiões da
Guiana, Guiana Francesa e Suriname.
O petróleo ainda continuará sendo uma matriz importante
durante as próximas décadas. Por tanto, incidentes de poluição por
óleo em águas sob jurisdição nacional podem ocorrer, deixando em
alerta equipes de resposta a emergências, agências governamentais,
como autoridades portuárias e órgãos reguladores ambientais, que
lançarão mão de dados, equipamentos e procedimentos
operacionais de resposta que auxiliarão nas tomadas de decisão
rápida e eficiente com o objetivo de mitigar os efeitos do
derramamento e detectar possíveis ameaças à saúde pública e à vida
marinha.
161
5.3 ORIGENS DO DERRAMAMENTO DE ÓLEO NO MAR
Os perfis de biomarcadores de petróleo podem ser utilizados
como ferramenta de investigação da origem de um derramamento
de óleo, sendo possível identificar óleos que possuem a mesma
origem e, consequentemente, identificar o causador do incidente de
poluição.
As principais fontes de derramamento de óleo no ambiente
marinho são de acordo com Arroio (2003):
162
90% para 6 na década de 2010 e permanece em um nível
semelhante na década atual.
Contenção e recolhimento
166
Figura 1 ‒ Contenção e recolhimento
Fonte: http://www.projetomemoria.org/2012/08/principais-
embarcacoes-de-apoio-maritimo-atuantes-no-brasil/ , acessado em:
20/06/2023 às 18:30
Fonte: https://www.sjcmrc.org/media/17468/sjc-oil-spill-
evaluation.pdf, acessado em 20/06/2023 às 18:45
Dispersão mecânica
168
Dispersão química
Queima in loco
O óleo é contido com barreiras especiais para aumento de espessura e
posterior queima. Aplicado em locais distantes da costa quando não há
tancagem disponível.
Fonte: https://www.elastec.com/pt/produtos/barreiras-
flutuantes/fireboom-americano - Acessado em 20/06/2023 às 19h19
Figura 7 ‒ Queima in loco
Fonte: https://www.elastec.com/pt/produtos/barreiras-
flutuantes/fireboom-americano - Acessado em 20/06/2023 às 19h21
170
5.6 ETAPAS BÁSICAS PARA UM ATENDIMENTO DE
EMERGÊNCIA
O atendimento à uma emergência, de qualquer natureza, tem
4 passos básicos. Os passos formam um ciclo, que se repete
constantemente até o fim da emergência.
171
periodicamente, a fim de testar todos os equipamentos oil recovery
a bordo e verificar se o time de bordo é capaz de operar todos os
equipamentos de forma satisfatória e dentro do tempo do simulado.
Por exemplo: o contratante Petrobrás solicita 60 minutos para
realização do treinamento nível tipo II que consiste simular uma
operação real de contenção e recolhimento de óleo, iniciando a
contagem de tempo do exercício ao tocar do bote de apoio na água
e finalizando com o bombeio do óleo recolhido para os tanques.
172
Figura 9 ‒ Secção longitudinal da barreira oceânica
Fonte: www.markleen.com
Fonte: www.markleen.com
Fonte: www.markleen.com
174
Atuação do oficial de náutica na operação da barreira do
tipo rebocada por bote de apoio
Fonte: www.markleen.com
176
Figura 13 ‒ Boom Vane
Fonte: www.markleen.com
177
Antes da operação de lançamento da barreira no mar, os
oficiais de náutica deverão tomar algumas medidas que reforcem a
segurança da tripulação envolvida no processo e o bem andamento
da operação (Análise de risco). É importante uma faina em
sincronia com o tempo de lançamento, sem atropelos ou afobação,
esses tipos de comportamentos prejudicam a operação e podem
gerar ocorrências indesejadas. Podemos dividir em etapas para
melhor entendimento do leitor.
Na primeira etapa, deve-se fazer uma avaliação das
condições climáticas para a viabilidade segura da operação (Checar
boletins meteorológicos). Vento acima de 20 nós e swell de 3m
impossibilitam a faina de lançamento pois podem causar acidentes
pessoais ou danificar o equipamento.
Na segunda etapa, é importante que se faça uma reunião de
segurança com todos os tripulantes envolvidos no processo. Nela
serão discutidas todas as atribuições dos colaboradores de acordo
com a tabela de faina de “Oil Rec”. Todos os envolvidos devem
estar usando EPI de forma correta e em bom estado de conservação.
Terceira etapa, fazer check-list pré-operacional de todos os
equipamentos em geral, como cabos de reboque da barreira,
mosquetões, skimmer; mochila insufladora, guinchos, âncora
flutuante, kit reparo da barreira e HPU.
Quarta etapa, o oficial de náutica coordena a colocação do
tapete antificção no convés onde a barreira será esticada. É
importante que depois de colocada faça uma verificação na peação
do tapete ou se há farpas, parafusos ou qualquer objeto que venha
causar danos a barreira. Depois das verificações, a área pump da
barreira é colocada da feição para dar início a insuflação.
O oficial de náutica/imediato coordena a faina da operação
sendo o único que se comunicará com o passadiço, burburinhos no
rádio prejudicam a operação, as falas na comunicação devem ser
claras e sucintas. Todas as etapas da operação deverão ser
informadas de formas antecipadas ao passadiço. O oficial de
náutica solicitará inclusive movimentos da embarcação como rumo
e velocidade de maneira a proporcionar o bem andamento do
178
lançamento da barreira (este sistema foi projetado para sempre a
embarcação navegando a vante).
Quinta etapa, inicia-se o insuflamento da área pump da
barreira, onde será montado e conectado ao skimmer ao umbilical.
Figura 14 ‒ Área pump e skimmer
Fonte: www.markleen.com
179
oficial de náutica /imediato estará sempre em comunicação com o
passadiço.
Sétima etapa; quando a barreira estiver próxima a metade a
âncora flutuante deverá ser recuperada; para esta etapa o oficial de
náutica/imediato, deve manter a velocidade mínima da embarcação
(1 a 1,5 nó); com a âncora recolhida no convés dá se continuidade
ao insuflamento/lançamento da barreira ao mar. Quando toda
barreira lançada no mar é feita a conexão dos cabos de reboque,
esta etapa é fundamental que conexão correta dos cabos seja feita e
assim proporcionar a abertura correta da barreira com auxílio do
boom vane.
Oitava etapa, conectados os cabos de reboque, o oficial de
náutica/imediato coordena o lançamento do boom vane. Nesta
etapa a embarcação deve estar navegando com velocidade mínima
(um nó). Com o boom vane no mar, o oficial de náutica/imediato
coordena a velocidade da embarcação com o passadiço de modo a
manter a boa navegabilidade do equipamento.
Com toda abertura da barreira dá-se início ao bombeio
simulado ou a própria navegação da embarcação para a posição de
recolhimento do óleo. No caso de bombeio simulado, o mangote de
recuperação de óleo não seria conectado ao manilfold dos tanques
“oro”, e sim no costado da embarcação de modo que quando
acionado o skimmer a água fosse expelida para fora da embarcação.
Em uma faina de recuperação real de óleo no mar o mangote de
recuperação de óleo deve estar conectado aos manilfods dos
tanques “ORO”. Após a faina de recuperação de óleo a embarcação
seguirá para porto para fazer o descarte e destino final do óleo
recuperado e descontaminação da barreira.
Skimmer
Figura 15 ‒ Skimmer
Fonte: www.aquadguard.com
181
Atuação do oficial de náutica na operação do skimmer
183
são robustos, de alta performance e de baixa manutenção (Fire
Fighting System,2007, p43)
São utilizados para pequenos vazamentos ou em condições
na qual se torna inviável a mobilização de barreiras para contenção
ou a mesma não está sendo possível utilizar. Eles atuam na
dispersão mecânica da mancha.
O sistema pode ser controlado de forma remota ou local.
Neste trabalho será utilizado como referência o sistema Fi-Fi da
fabricante FFS modelo 1200lb.
Fonte: www.fifisystems.com
Fonte: www.fifisystems.com
184
Figura 18 ‒ Operação remota – exemplo de monitor e seu controle
manual
Fonte: www.fifisystems.com
185
Equipamento de medição de corrente
Fonte: www.valeport.co.uk
186
Figura 20 ‒ CDU
Fonte: www.valeport.co.uk
187
O holofote fica disposto no tijupá. Ele pode movimentar-se
horizontalmente e verticalmente. O citado neste trabalho será o da
fabricante Colorlight modelo cl25-21.
Figura 21 ‒ refletor de busca
Fonte: www.glamox.com
188
Usando um radar marítimo de banda X de alta resolução, o
software SeaDarQ pode detectar e monitorar derramamentos de
óleo na superfície do oceano. Usando uma combinação de
atualização rápida de taxas, grande resolução horizontal e baixos
limites de detecção.
A capacidade do sistema SeaDarQ de medir derramamentos
de óleo quando há apenas uma pequena rugosidade superficial
representa uma das mais significativas e vantagens desse sistema.
O software SeaDarQ opera com base no princípio de que o óleo na
água reduz a rugosidade da superfície do mar e atenua as
imperfeições geradas pelo vento ondas. Isso reduz a intensidade de
retro espalhamento dos sinais de radar que, por sua vez, aparecem
como estruturas escuras nas imagens de radar (Nortek, 2020). O
software registra um número de imagens consecutivas e integra ao
longo do tempo para produzir imagens contínuas em tempo real de
derramamentos de óleo. Normalmente, 64 revoluções do radar são
necessárias para produzir uma estabilidade de imagem, o que
significa que leva cerca de 90 segundos para produzir a primeira
imagem. Depois disso, a imagem é atualizada continuamente.
Quando as ondas são presentes, o sistema de detecção de
derramamento de óleo SeaDarQ funciona de maneira otimizada e
pode identificar claramente as áreas de retro espalhamento
reduzido.
Uma mancha de óleo flutuará com o vento e as correntes.
Devido ao software também inserir as informações do GPS, o
histórico de tempo do tempo de posição da mancha pode ser
calculado e previsões de movimento futuro podem ser fornecidas
ao operador. O software SeaDarQ mede corrente de superfície com
número ilimitado de pontos, 360 graus ao redor da antena e ajusta
a grade de pontos de medição de 100 por 100 metros para 1000 por
1000 metros. Isso simplifica o planejamento e organização da
operação de limpeza e pode economizar tempo e recursos em fases
críticas da campanha de recuperação de petróleo.
Para maximizar a sensibilidade do sistema e aumentar o
espaço de resolução, um radar de pulso curto com giro rápido, uma
antena polarizada verticalmente deve ser usada. A detecção
189
precoce e a recuperação rápida são elementos fundamentais e testes
mostraram que o sistema é capaz de detectar quantidades tão
pequenas quanto 5 litros. Ao contrário dos radares de satélite e
aerotransportados, O SeaDarQ pode medir continuamente o
derramamento de óleo, sem a necessidade da fonte externa, como
a luz solar.
Para determinar a área do derramamento, um polígono, pode
ser desenhado ao redor da mancha e detalhar a superfície afetada
em quilômetros quadrados ou milhas náuticas. Ao usar a
ferramenta durante um incidente, o equipamento de limpeza
apropriado pode ser direcionado para a localização mais eficiente,
reduzindo as perturbações ambientais. Vértices geoestacionários
do polígono e possibilidade de projetar mapas e gráficos sob a tela
do radar permitem que os operadores direcionem as embarcações
OSRV. Os dados fornecidos pelo sistema podem ser integrados em
um VTMS, transmitido a uma aeronave ou projetado em um
servidor web. A posição do mouse na tela fornece dados em tempo
real como latitude, longitude, distância até a antena e direção. Esta
informação está disponível como saída e pode ser usada para
controlar outros sensores ou equipamentos.
Barco de apoio
191
içamento do bote. O contato visual constante do bote de serviço é
fundamental.
192
5.8 ATRIBUIÇÕES DE FUNÇÕES PARA A OPERAÇÃO DE
CONTENÇÃO E RECOLHIMENTO
As operações de contenção e recolhimento possuem pessoas
responsáveis por cada ação visando realizar a operação dos
equipamentos de forma coordenada e segura, mas todos os
envolvidos devem estar familiarizados com a operação dos
equipamentos, pois na ocasião de falta de um membro da equipe
outro assumirá a sua função.
A tabela mestra ORO é um item essencial pois é um
direcionador do papel de cada um na faina de combate a poluição.
Comandante
Imediato
Oficial De Quarto
Chefe De Máquinas
193
Checa os equipamentos antes da operação e verifica a sua
operacionalidade. Acompanha o funcionamento dos equipamentos
realizando intervenção se necessário e não se limitando a praça de
máquinas.
Subchefe De Máquinas
Guarnição De Convés
Guarnição De Máquinas
Inflagem da barreira
195
Lançamento do workboat
196
Conexão do cabo de reboque
A embarcação deverá se posicionar de tal forma que a
barreira seja lançada no mesmo sentido corrente.
O Bote de serviço se aproxima no bordo da barreira de
contenção, recebe o cabo de reboque da barreira e dá-se início ao
reboque no sentido perpendicular a embarcação, conforme a
imagem abaixo.
Figura 23 ‒ Vídeo instrução Norlense
197
Em seguida a embarcação OSRV guina a proa para ficar no
sentido contracorrente, ou seja, a embarcação OSRV e lllol0o Bote
de serviço se posicionam contra a corrente, naturalmente a mancha
de óleo segue na direção do seio da barreira.
O comandante avalia se a melhor formação para a contenção
e óleo será a U ou a J.
Figura 25 ‒ Sequência de exemplos de lançamento
Fonte: http://petrogasenaval.blogspot.com/2015/07/tipos-de-navios-
e-embarcacoes-parte-4.html , acessado em 21/06/2023 às 10h20
199
REFERÊNCIAS
ALLMARITIM, Manual do Usuário, rev a,2021
BRASIL. Decreto nº 99.165, de 12 de março de 1990.
Disponível.em.<http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1990/
decreto-99165-12-marco-1990-328535-publicacaooriginal-1-
e.html>
BRASIL. Resolução CONAMA n° 472, de 27 de novembro de
2015. Disponível.em <http://www.mma.gov.br
/port/conama/legiabr.cfm?codlegi=718>
FIRE FIGHTING SYSTEM. User’s manual. 1º ed. Noruega: FFS,
2012.
LYRA, Ana Paula Lopes Coelho de Castro. Avaliação do Sistema
de Separação e Armazenamento de Óleo em Operações de
Resposta a Derramamentos no Mar. 2013. Universidade Federal
do Rio de Janeiro.
MARITIME PARTNER. Sales specification for fast rescue
daughter craft type mp 1211twj frdc.1° ed. Noruega: Maritime
Partner, 2006
MARKLEEN CONTAINMENT BOOMS X SERIES UNIBOOM.
Operation and maitenance manual.1° ed. Noruega:
MARKLEEN, 2012.
NORBIT APTOMAR - Acquires The Seadarq Radar System
For Environmental Monitoring. Nortek, 2020. Disponível em:
https://www.nortekgroup.com/news/norbit-aptomar-acquires-the-
seadarq-radar-system-for-environmental-monitoring
SA, Petrobrás. Saiba mais sobre a Margem Equatorial,
importante fronteira offshore do Brasil. [S. l.], 30 mar. 2023.
Disponível em: https://petrobras.com.br/fatos-e-dados/saiba-mais-
200
sobre-a-margem-equatorial-importante-fronteira-offshore-do-
brasil.htm. Acesso em: 20 jun. 2023.
URO 300 ZONE 1 OFFSHORE OIL SKIMMING SYSTEM.
Operation and maintenance instruction. 1º ed. Canada:
AQUAGUARD, 2012.
VALEPORT LIMITED. Operating Manual For Use With Model
108 MkIII & Model 308 Current Meters. 1ºed. Reino Unido:
Valeport Limited, 1996
SEARCHLIGHT SYSTEM BY COLORLIGHT user's manual.
Colorlight, 2011. Disponível em:
https://www.alphatronmarine.com/files/products/622-searchlt-
colorlight-cl20-25-35-user-manual-1-2-2011_155652934623c.pdf
WHAT IS HYDRAULIC POWER UNIT? Devine hidraulics.
2023.Disponível.em:https://www.dhict.com/capabilities/products/
hydraulic-power-units/.
201
202
6 EMBARCAÇÃO PSV/FLUIDEIRO: atribuições
do oficial de náutica em operações de apoio
marítimo
Danilo Genu de Weck
Henrique Caldas Luna
Ivan Alves de Farias Júnior
Miguel Augusto da Luz Pimentel
Vitor Sousa da Silva
RESUMO
203
6.1 EMBARCAÇÕES PSV - FLUIDEIROS
204
Figura 1 – Navio FLUIDEIRO e plataforma de petróleo
207
Tanques e silos de carga
208
controle das quantidades, como o fluxômetro. Esse dispositivo
desempenha um papel fundamental ao proporcionar a precisão na
medição e monitoramento dos volumes de fluidos durante as
operações de carga e descarga, garantindo um manuseio eficiente e
seguro dos produtos a bordo da embarcação fluideira.
Figura 4 – Fluxômetro.
209
máximo 90% de sua capacidade total. Essa limitação é necessária
para evitar transbordamentos no convés caso seja necessário fazer
uma purga na linha de carga, evitando assim a ocorrência de
poluição ambiental. Essas medidas de segurança visam proteger o
meio ambiente e garantir a integridade das operações de transporte
e manipulação de granéis líquidos a bordo das embarcações
fluideiras.
Figura 5 – Bomba de Cadit.
210
Figura 6 – Bomba de LAMA (BR-MUL).
213
equipamentos de proteção individual (EPIs) e familiarizar a
tripulação com os planos de emergência. A segurança é uma
prioridade em todas as etapas das operações.
A comunicação eficiente é outra atribuição fundamental do
oficial de náutica. Ele deve estabelecer e manter comunicações via
rádio VHF com a tripulação, outros navios, plataformas, terminais
e autoridades marítimas. O registro e a transmissão de informações
relevantes são essenciais para a segurança e o bom andamento das
operações. Preservar a interação entre a Embarcação de Apoio
Marítimo (EAM) e a Unidade Marítima é essencial para garantir a
segurança das operações.
O oficial de náutica também é responsável por supervisionar
e executar manobras de atracação, desatracação e reboque da
embarcação. Ele utiliza suas habilidades de navegação,
conhecimento dos sistemas de propulsão e controle da embarcação
para realizar essas manobras com segurança e precisão. A
segurança é sempre priorizada durante essas operações críticas.
Outra atribuição importante do oficial de náutica é a inspeção
regular dos equipamentos de segurança. Ele verifica se os botes
salva-vidas, extintores de incêndio, equipamentos de combate a
incêndio, equipamentos de salvamento e outros estão em perfeitas
condições de funcionamento. Essa medida garante que a
embarcação esteja pronta para responder a qualquer emergência.
O registro preciso e a elaboração de relatórios são tarefas
essenciais para o oficial de náutica. Ele mantém registros de todas
as atividades, incluindo operações de carga, descarga,
abastecimento de combustível, movimentação de fluidos e
manobras. Esses registros são importantes para a conformidade
regulatória, a análise de desempenho e a criação de um histórico
operacional da embarcação.
Por fim, o oficial de náutica participa de treinamentos
periódicos de segurança marítima e atualiza constantemente seus
conhecimentos sobre regulamentos e procedimentos relevantes.
Ele se mantém informado sobre as melhores práticas da indústria e
garante que a tripulação esteja devidamente treinada e informada
sobre as questões de segurança. O oficial de náutica desempenha
214
um papel fundamental na segurança, eficiência e sucesso das
operações de embarcações de apoio marítimo do tipo Fluideiro.
216
Já se houver a necessidade de operação em bordo
desfavorável, o recomendável é que o Oficial de Náutica engajado
na operação deve considerar a possibilidade de atrasar ou
interromper a operação se a embarcação para operar
satisfatoriamente tiver que empregar em seus propulsores,
principais ou laterais, potência superior a 70%, de forma contínua.
Durante as operações entre embarcações de apoio marítimo
e unidades marítimas, é importante que a plataforma priorize a
utilização do bordo favorável para realizar as operações de carga e
descarga com a embarcação. O termo "bordo favorável" refere-se
àquele em que as forças ambientais, como vento, mar e corrente,
atuam de forma a afastar a embarcação da unidade marítima. Por
outro lado, o "bordo desfavorável" é aquele em que as forças
ambientais movem a embarcação em direção à unidade marítima.
Para realizar as operações de transferências de granéis
líquidos e secos, são adotados diversos procedimentos de
segurança. Após a realização do briefing, é necessário cumprir um
check-list para transferência de graneis líquidos e secos, em
conformidade com o procedimento interno da empresa. Além
disso, é importante manter os meios de comunicação rápidos e
eficientes entre todos os envolvidos na operação, realizando testes
prévios com os rádios na mesma frequência.
Durante a operação, os tripulantes devem evitar envolver-se
em atividades e operações simultâneas que possam desviar a
atenção e causar riscos para si próprios e para a operação de
transferência. Se houver um tripulante novato participando da
operação, é recomendável que ele seja acompanhado por outro
tripulante de mesmo grau ou função, que tenha experiência na faina
da embarcação.
Em operações com materiais poluentes, é imprescindível
posicionar adequadamente o material SOPEP próximo do manifold
e conexões, e fechar os embornais para evitar vazamentos e
contaminação. Essas medidas de segurança visam garantir a
integridade da operação e a proteção do meio ambiente.
217
Figura 10 – Material SOPEP
218
Tabela 01 – Código de cores dos mangotes de acordo recomendação
da North West European Area Guidelines
Potable Water BLUE
Oil Based Mud RED
Dry Cement YELLOW
Diesel Fuel BROWN
Dry Barite ORANGE
Drill Water GREEN
219
preciso preparar o "Plano de Fornecimento" ou "Plano de
Carregamento". Esse plano deve conter informações como: os
tanques/silos que serão succionados/aspirados e a sequência
planejada para isso, o volume parcial ou total aspirado de cada
tanque/silo, a ordem das paradas para o controle das válvulas
quando necessário, acordar as pressões e vazões máximas com a
unidade para o início e durante o bombeamento efetivo, e, quando
possível, o valor acumulado do fluxômetro.
É importante ressaltar que esse plano deve ser emitido para
o controle de bordo em uma única via, assinado pelo Chefe de
Máquinas, em acordo com o Comandante e o Imediato.
222
de soltura rápida” para evitar o pensamento e esmagamento de
dedos e mãos. Assim, a equipe de convés não precisa manusear
diretamente o mangote da unidade após a desconexão e durante
devolução dele para a Unidade Marítima.
Figura 13 – Nó de soltura rápida
223
graneis no silo para confirmar a quantidade recebida, e assim
aumentar a vazão da operação.
Durante todo o processo de fornecimento e recebimento de
granel, é importante manter sempre um marinheiro visualizando a
conexão dos mangotes e outro realizando rondas pelo convés,
ambos equipados com rádios para comunicação. Essas medidas
garantem a segurança e o controle adequado durante o
procedimento.
Antes de iniciar a transferência de graneis, é necessário
realizar a preparação do sistema de transferência no CCM,
seguindo a sequência definida no Plano de
Fornecimento/Recebimento. Além disso, é importante verificar no
convés principal se todas as válvulas e tomadas do sistema de
transferência que não serão utilizadas estão fechadas.
Um acordo prévio deve ser estabelecido com o recebedor em
relação à vazão e pressão iniciais e máximas para o bombeio. Essas
informações devem ser anotadas no plano correspondente.
Antes de iniciar o bombeio, é necessário obter a autorização
adequada. O comandante, imediato, chefe e sub-chefe de máquinas
devem se comunicar e confirmar que tudo está pronto para as
atividades. No caso do fornecedor, é preciso aguardar a autorização
do recebedor para iniciar o bombeio, registrando o horário de
início. No caso do recebedor, uma vez que tudo esteja pronto, cabe
ao chefe de máquinas decidir e autorizar o fornecedor a iniciar o
bombeio, comunicando essa informação ao passadiço. Após a
autorização do recebedor, o bombeio é efetivado pelo fornecedor,
buscando ajustar gradualmente as pressões e vazões acordadas
previamente. O início do bombeio e a pressurização da rede devem
ser comunicados pelo chefe de máquinas a todos os envolvidos na
operação. Em caso de anormalidades, o bombeio deve ser
interrompido para realizar as devidas correções.
Durante o processo, é essencial monitorar continuamente o
nível dos tanques ou silos. A sondagem do nível deve ser feita de
acordo com a sequência estabelecida no Plano de
Fornecimento/Recebimento. É importante verificar periodicamente
224
com o fornecedor/recebedor a quantidade bombeada e compará-la
com a quantidade recebida para garantir a precisão dos registros.
É crucial agir rapidamente ao acionar os alarmes caso haja
suspeita de vazamentos. Isso pode ser alcançado por meio das
seguintes medidas:
É necessário realizar uma vigilância constante das conexões
nas junções das tomadas e mangueiras, incluindo o trecho que fica
sobre a água. Essa observação cuidadosa ajudará a identificar
qualquer sinal de vazamento.
Além disso, é importante prestar máxima atenção aos
suspiros dos tanques ou silos de recebimento, especialmente
quando atuando como recebedor. Monitorar atentamente esses
suspiros permitirá detectar qualquer anormalidade ou possível
vazamento. Agir prontamente ao perceber qualquer indício de
vazamento é fundamental para evitar danos maiores e garantir a
segurança durante as operações de transferência de fluidos.
Para encerrar a transferência de graneis líquidos ou secos, é
importante seguir alguns procedimentos. É sempre recomendável,
se possível, a diminuição da vazão quando a operação estiver
próxima do final. Após alcançar o volume desejado do granel, caso
esteja atuando como fornecedor, é necessário interromper o
bombeio imediatamente. No caso de estar atuando como recebedor,
solicitar a parada do bombeio aos responsáveis. Em seguida, é
crucial realizar a limpeza completa de toda a linha. Utilizar ar
comprimido é recomendado para eliminar resíduos e garantir a
limpeza adequada, tanto para graneis secos quanto para líquidos.
Após a bomba/compressor ser parado e a linha estar
completamente despressurizada e limpa, é necessário informar a
todos os envolvidos na operação que podem se preparar para
desconectar o mangote. Durante todo o processo de desconexão, é
essencial que haja supervisão para garantir a segurança e evitar
danos ou vazamentos. Após a desconexão dos mangotes, feche a
válvula da tomada de recebimento/fornecimento. É importante
também colocar o tampão de segurança na tomada para garantir a
integridade do sistema. Desfazer manobras do sistema de
transferência, procedendo o fechamento das válvulas abertas na
225
operação. Efetuar a limpeza das mangueiras e material utilizado,
recolhendo-os ao lugar de guarda destinado.
Após o término do bombeio e a conclusão da transferência
de graneis, é necessário realizar a sondagem final nos tanques e
silos de bordo. Essa etapa consiste em verificar os níveis e
quantidades de granel armazenados, garantindo a precisão dos
dados. No caso de estar atuando como fornecedor, é importante
enviar a documentação para a unidade receptora. Essa
documentação deve conter os valores fornecidos, fornecendo um
registro oficial da quantidade transferida. Já no caso de estar
atuando como recebedor, é necessário aguardar a documentação da
unidade fornecedora. Essa documentação será utilizada para a
assinatura do recibo, confirmando o recebimento dos graneis
conforme os valores registrados.
Essas etapas de sondagem final e documentação são
essenciais para garantir a transparência e rastreabilidade da
operação de transferência de graneis, fornecendo registros precisos
e documentados para ambas as partes envolvidas.
229
Existem três tipos de medição de granel nas embarcações da
frota: régua, peso e radar. A régua é uma marcação interna nos
silos, visível através da porta de visita no teto do silo. O peso é
medido por um sistema automatizado e pode ser lido na sala de
controle e no passadiço. O radar mede o volume dos silos e também
é lido na sala de controle e no passadiço.
Figura 14 – Monitoramento da Carga de Granel Seco
231
Figura 15 – Carrinho de contenção com mangote conectado pronto
para iniciar transferência
234
REFERÊNCIAS
235
236
7 O USO DO VEÍCULO DE OPERAÇÃO
REMOTA “ROV” NAS OPERAÇÕES DE
INSPEÇÃO E INTERVENÇÃO SUBSEA NO
APOIO MARÍTIMO NAS BACIAS DE
EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO DO BRASIL
Gabriel Cardozo Marques
Hilda Suzan Bentes De Figueiredo
Leandro Custódio Cunha
Rommel Gomes e Gomes
Tatiana Brito Macedo
Wanderlei Martins Da Silva Filho
RESUMO
237
7.1 INRODUÇÃO
243
Figura 01 Classificação dos ROVs
Fonte: https://www.oceaneering.com/rovservices/rovsystems
/
244
Class 2: ROV de observação e transporte, utilizados para pequenas
inspeções, e transporte de pequenas cargas, possuindo manipulador para
melhor posicionamento e deslocamento de câmeras;
Fonte: https://www.akvagroup.com/rovsystems/subfighter30k
245
Figura 04: ROVs de intervenção
Fonte: https://www.oceaneering.com/rovservices/rovsystems/
Fonte: https://www.combodrone.it/dronisubacqueicosasono/
246
Figura 06: ROVs especiais ou protótipos
Fonte: https://www.oceaneering.com/rovservices/rovsystems/
247
Cappoci (2017) utiliza uma classificação interessante que
divide os veículos tanto pela capacidade como pelas dimensões. Os
tipos e classes considerados por ele podem ser facilmente
reconhecidos na árvore seguinte de classificação. Como se irá
perceber, os veículos submarinos são classificados inicialmente em
tripulados ou não. Dentre os tripulados, os AUV e ROV se
destacam. Os AUV são veículos operados automaticamente após a
inserção de parâmetros pelo operador e independem de umbilical,
o que lhes garantem mais autonomia. Serão, portanto, discutidos
mais à frente nesse estudo.
Na classificação mais específica dos ROV, são divididos
em classe se inspeção e intervenção. Por não necessitarem de
potência maior, os veículos de inspeção variam de tamanho
pequeno a médio, sendo que estes variam entre 30 e 120kg e
aqueles entre 3kg e 20kg.
248
Principais operações de uso de veículos de operação
remota
O uso de veículos de operação remota tem uma variedade
substancial. Sua versatilidade permite alcançar objetivos nos
campos científicos, militares, defesa civil, patrulhamento, dentre
outros. Descrever cada uma dessas operações exigiria um escopo
que excede ao deste artigo. Iremos, portanto, concentrar o uso de
ROV nas atividades de óleo e gás.
No contexto das operações dentro das bacias de exploração
de petróleo no Brasil, aquelas relacionadas à inspeção e à
intervenção são igualmente relevantes. Nesse aspecto, parece
importante descrever melhor os veículos dentro dessas atividades
para um melhor entendimento das características técnicas de cada
operação e como elas impactam na estrutura do veículo e no custo
envolvido.
Para os fins desse estudo, podemos dividir a indústria do
offshore em dois campos que se sobressaem dentre os demais, e
ambos exigem igualmente a presença de ROV:
Fonte:
https://pt.linkedin.com/pulse/prospecçãodeóleoegásoffshoreproduçãoadanal
ves
250
sendo a primeira apenas anomalias maiores e as demais sendo mais
rigorosas.
251
Figura 10 - Intervenção de ROV
Fonte:
https://www.bizjournals.com/houston/news/2013/10/11/rovmarketpoisedtoc
atchfire.html
252
manifold de risers, sistemas de cabeça de poço, sistemas de risers e
umbilicais).
Figura 11 - Instalação de manifold subsea por ROV
253
fortes estatais brasileiras são criadas para fortalecer esse mercado
interno. Essas novas empresas visavam dar um fortalecimento em
setores estratégicos, como siderurgia, mineração, geração de
energia elétrica e exploração de petróleo. A Petrobras é criada em
1953 para gerir a exploração de óleo e gás no país como monopólio
estatal. (PIRES, 2007).
Na década de 70, a Petrobras inicia as atividades de
perfuração e exploração na Bacia de Campos, ao descobrir a
primeira reserva de petróleo na região. A produção se intensifica a
partir de 1977, com a descoberta de mais reservas. (CRUZ, 2004).
No entanto, de 1977 a 1985, toda a produção na Bacia de Campos
se reserva à águas rasas, ou seja, aquelas onde a lâmina d’água não
ultrapassa 300 metros. É a partir de 1986 que a Petrobras inicia o
desenvolvimento de tecnologias para a exploração em águas
profundas através do PRO CAP (Programa de Capacitação
Tecnológica em Águas Profundas (MORAIS, 2013).
O PRO CAP foi instrumental para se determinar que as
tecnologias de veículos operados remotamente deveriam ser
utilizadas em detrimento do mergulho, cuja operação estava
limitada a 300 metros de profundidade. Até aquele momento, a
prática na Bacia de Campos era o uso de câmeras, levadas por
mergulhador ou descidas por equipamentos, para a visualização do
fundo do mar (MORAIS, 2013). Porém essa operação tinha
baixíssima eficiência, devido aos movimentos do corpo do
mergulhador ou as influências externas sobre a câmera. As imagens
eram frequentemente de baixa resolução. O PRO CAP estabelecia
que esses problemas eram inapropriados para o uso em águas
profundas e que o uso de ROV deveria ser estimulado como
ferramenta indispensável para a exploração dali em diante.
O programa encomendou da empresa de engenharia no Rio
de Janeiro CONSUB a produção de ROVs primariamente nacionais
para observação na faixa de 1000 metros de profundidade. No
entanto, ambos apresentaram deficiências técnicas: um deles foi
perdido no mar e outro não funcionou como planejado. Essas duas
experiências frustradas levaram a Petrobras ao status que ainda
utiliza nos dias de hoje. A empresa decidiu se concentrar no
254
desenvolvimento de tecnologias submarinas que possam ser
operadas por ROV. Quanto aos veículos, considerados como
ferramentas mais universais, seriam objeto de contrato com
empresas especializadas no ramo (MORAIS, 2013).
Figura 12: Esquemático da interface do controle de ROVs
255
O modelo foi mais que bem-sucedido. O uso de ROV,
juntamente com toda a tecnologia para exploração de petróleo em
águas profundas consolidados pela política do PROCAP foi
suficiente para colocar o Brasil dentre os maiores produtores do
mundo. A produção de óleo cru no Brasil, que não passou de 1
milhão de barris por dia durante toda a década de 70, dobrou na
década seguinte e se manteria na faixa dos 2 milhões de barris por
dia até que o primeiro poço de petróleo fosse perfurado na Bacia
de Santos em águas ultra profundas [ANP, 2023]. A evolução da
produção pode ser vista claramente no gráfico abaixo, usando
dados obtidos pela Agência Nacional do Petróleo:
Figura 13 – O aumento da produção de óleo cru no Brasil
257
Com o mercado de veículos remotamente operados não foi
diferente. Os ROVs empregados em águas mais profundas
possuem uma estrutura mais robusta, aumentando
substancialmente o seu peso. Assim, ROVs empregados em águas
com mais de 300 metros de profundidade exigem sistemas
especiais para seu lançamento e recolhimento no mar. Esses
sistemas, em geral conhecidos comumente como Launch and
Recovery System (LARS) são estruturas operadas de forma elétrica
hidráulica e irão variar conforme o porte do ROV e o tipo de
estrutura onde serão instalados. (CHRIST, 2014).
Nas bacias de petróleo do Brasil, essas estruturas mais
empregadas estão nos barcos do tipo Remotely Support Vessel
(RSV), embora outras embarcações possam ter o sistema LARS
instalado na sua estrutura para permitir o lançamento e
recolhimento de ROV, prática comum numa indústria que está em
constante ajuste logístico. Em seu trabalho, Filaretov (2017)
descreve pertinentemente a necessidade de uma perfeita
coordenação entre a posição relativa do barco de apoio e o ROV.
Quando trabalhando em águas profundas, o ROV exige ser
acoplado a um peso de lastro para facilitar sua descida na área do
trabalho que irá executar. Essa área será delimitada pela posição
desse lastro. O ROV, por outro lado, utiliza sinais Doppler para se
localizar em relação ao solo marinho.
Os sistemas mais recentes podem empregar alarmes de
advertência ao indicar ao operador de posicionamento dinâmico e
a equipe de operação do ROV quando situações críticas podem ser
atingidas, como o contanto do ROV com o solo ou estrutura
submarina, choque entre o ROV e o lastro ou o excessivo
esticamento do cabo de arriamento do lastro ou do cabo do ROV
[FILARETOV, 2017]. Por outro lado, pelo uso cada vez maior de
barcos que não são apropriados para servir como base de ROV,
esses sistemas são inexistentes, e irão necessitar da perfeita
coordenação entre as equipes lotadas nessas embarcações para
permitir uma operação segura.
O diagrama de blocos de tomada de decisão estabelecido
pelo autor pode auxiliar num protocolo básico para se determinar
258
os fatores mais determinantes da operação segura da interface dos
dois sistemas em consideração: a embarcação e o sistema de ROV
[FILARETOV, 2017].
261
Figura 15: ROV perde telemetria durante subida e vai de encontro aos
azimutais da embarcação por efeito da corrente nas proximidades da
superfície
E mais ainda,
266
AUV com volume médio de 1.2m3. O custo de uma bateria desse
tipo é médio e são recarregáveis. (STØRKERSEN, 2004).
Fonte: https://www.researchgate.net
267
últimos anos, muitos em virtude de acidentes anteriores que
acabaram criando a cultura de segurança para evitar reincidência,
onde as cobranças performáticas acabam sendo maiores em virtude
de muitas barreiras que precisam ser mitigadas e acabam
demandando um tempo maior paras as operações serem iniciadas
ou cumpridas.
Um exemplo bem elucidativo se relaciona ao próprio
escopo de trabalho quando acontece dentro da zona de segurança
de plataformas e unidades marítimas, no qual um checklist mais
específico deve ser realizado pelo navio de apoio as plataformas
operando com ROV e sua entrada nesta zona de 500 metros só
acontece mediante certificação de que tudo está conforme e
mediante autorização da unidade. Esse tempo demandado poderia
ser evitado e otimizado com o uso do AUV pelo simples fato de o
navio offshore não necessitar entrar nesta zona de segurança, pois
a programação do escopo de trabalho seria toda feita previamente
e com a ausência de restrições físicas por umbilicais (cabo armado
e tether), somando-se ainda em alguns casos o TMS como outro
acessório dispendioso as operações, o navio de apoio poderia se
manter numa posição segura e confortável para o próprio navio sem
ter que assumir aproamentos desfavoráveis para que o ROV possa
atingir o objetivo e sem pôr o mesmo e seus equipamentos em
riscos desnecessários.
Algumas empresas do ramo offshore, estão buscando
alternativas paliativas para a celeridade das operações na obtenção
de resultados mais rápidos. Um deles é o uso de ROVs com sistema
do tipo free swimming workclass, que utilizam apenas 1 bullet, pois
os mesmos não possuem tether e há somente a conexão do cabo
armado ao veículo diretamente. Isso acelera o tempo de lançamento
e recolhimento dos ROVs que operam dessa forma e tem-se uma
diminuição substancial no tempo para manutenções com a exclusão
do TMS e do tether, que contam com uma grande quantidade de
condutores elétricos e fibras ópticas que completam a alimentação
e sinal que seguem para o veículo ROV no modo convencional. O
tempo para manutenções fica, portanto, dedicado ao cabo armado
e ao veículo em si, dando mais horas de trabalho subsea aos ROVs.
268
O sistema operando dessa forma também traz a vantagem de que o
cabo armado, diferentemente do tether, fornece a sustentação
mecânica devido à armadura de aço, o que permite o içamento do
ROV ou do conjunto ROV+TMS quando aplicado. Ao contrário do
cabo armado, o tether não possui a propriedade de sustentação
mecânica a ponto de permitir o içamento de um ROV, somente
possuindo uma camada de kevlar para resistir aos trancos e aos
picos de tensão mecânica quando esticado pelo veículo, o que pode
perfeitamente acontecer na hora da navegação do ROV ou em
retornos aos TMSs. Essa resistência extra do cabo armado,
possibilita assim uma segurança maior contra danos por certos
incidentes durantes os trabalhos subaquáticos, evitando mais tempo
com manutenções e tempos de downtime já vistos como muito
indesejados.
Porém não devemos deixar de citar que a ausência do TMS
+ Tether nos sistemas do tipo free swimming criará um cenário de
maior exposição para o ROV durante as manobras de lançamento
e recolhimento do mesmo, visto que os operadores de lançamento
precisaram do auxílio dos oficiais no passadiço para que sejam
postos aproamentos, muito comumente desfavoráveis para o navio
em prol da segurança do equipamento ROV, visto que ele ficará
mais susceptível as condições ambientais de lançamento (corrente
e swell) e na falha de algum sinal, com perda de telemetria por
exemplo, o robô poderá, inadvertidamente e sem controle, derivar
para a área dos thruters e propulsores das embarcações podendo ser
destruído, ou o evento de perca do mesmo por um rompimento do
cabo armado e assim a perca do veículo, iniciando uma grande
mobilização da empresa armadora para recuperação do mesmo,
envolvendo uma gama alta de insumos e downtimes por parte do
cliente.
269
Figura 18: Robô submarino é arrastado pela força da ressaca até praia no
litoral do RJ
272
Figura 19: Embarcação de apoio offshore e seu AUV realizando trabalhos
de forma autônoma
273
Figura 20: Contêiner para acondicionamento, transporte e operação do
AUV
Fonte: Fugro
274
Uma das maiores vantagens da operação com AUV na área
de mapeamento submarino é que a maioria dos veículos opera
tipicamente na faixa de 8 a 50 horas sem interação humana, com
velocidades de 0,5 a 2,5 m/s, fazendo com que a embarcação de
apoio tenha a opção de realizar outra tarefa durante a aquisição e
reduzindo assim o custo de operação, fazendo com que seja uma
escolha melhor do que o método de mapeamento com ROVs
[Ewart, T.E.,1976].
Os oficiais mercantes precisam acompanhar a evolução
constante dos procedimentos operacionais pois as regras e
procedimentos estão a todo instante mudando e se readequando aos
novos focos e riscos descobertos. Apesar da eficiência de operação
com veículos autônomos, alguns fatores devem ser levados em
consideração no planejamento de uma operação de aquisição de
dados com AUV, tais como a velocidade do veículo, a influência
das marés e das correntes em sua trajetória e a distância necessária
do fundo e da embarcação de apoio. Fatores que chegam e ja estão
em fases de melhoria e aprimoramento pela necessidade do
mercado offshore. Dessa forma, treinar fundamentado nos
procedimentos organizacionais e regras nacionais deve ser o
caminho correto a ser seguido.
As possibilidades do AUV serão cada vez mais
aprimoradas trazendo outras possibilidades para o mercado
offshore e marítimo como um todo, como a possibilidade de
acoplar diferente tipos de sensores com as mais diversas funções
para levantamento de dados para o produto desejado, que vai
ampliar os horizontes de forma muito rápida em virtude dos atuais
já estarem se tornando muito desvantajosos se comparados. Não só
na inspeção e intervenção de equipamentos da indústria offshore,
mas aprimorar meios para avaliar e gerar dados para análises
geológicas do fundo do mar em qualquer profundidade e em menor
tempo gerar imagens sonográficas de alta resolução e batimetria
detalhada das mais diversas e inóspitas regiões do planeta e tudo
isso com qualidade de imagem com alta resolução pela estabilidade
navegacional alcançada pelos AUVs.
275
Desta forma o AUV entra em cena já possibilitando uma
grande variedade de propósitos entre eles a detecção e identificação
de objetos no fundo dos mares, levantamentos batimétricos e a
criação de cartas náuticas bem mais precisas que servirão para a
instalação de estruturas submarinas no ramo de petróleo e gás,
acompanhamento constante da integridade de dutos, cabos e
equipamentos instalados no fundo do mar e aos próprios marítimos
que por muitas vezes ainda desconhecem esses magníficos e
revolucionários equipamentos.
276
A tecnologia vai se impor cada vez mais nos próximos anos
pois possui vantagens claras. É importante conhecê-la e dominá-la,
assim como desenvolver procedimentos operacionais e um controle
de qualidade com equipes altamente qualificadas e
multidisciplinares. A gama de possibilidades que se abre com o
desenvolvimento e a evolução de novas tecnologias faz com que
esses veículos apresentem o melhor caminho a seguir.
281
282
8 EXPLORAÇÃO DOS RESERVATÓRIOS DE
PETROLEO EM ÁGUAS PROFUNDAS: A
aplicação da tecnologia no controle das pressões e o
gerenciamento de grandes emergências.
Aélcio de Jesus Monteiro dos Santos
Carlos Barroso
Eduardo Romero
Samira Silva de Oliveira
Vinicius Souza Costa
Wiliam Chiste
RESUMO
284
8.1 INTRODUÇÃO
285
que podem danificar componentes, prejudicando e encarecendo a
extração.
Outro fator complicador é a distância entre a costa e os poços
de perfuração da camada pré-sal (170 milhas), necessitando,
portanto, de alternativas que realizem o transporte rápido e
eficiente de pessoas, materiais e equipamentos.
Contudo, um dos maiores desafios é o ambiental. Os
depósitos do pré-sal contêm uma grande concentração de dióxido
de carbono, bem superior à de reservas em águas mais rasas.
Portanto, sua exploração, de forma inadequada, pode contribuir
para o aquecimento global, visto que o dióxido de carbono é um
dos grandes vilões desse processo.
Com a depletação das reservas atuais de petróleo, tem se
tornado necessário perfurar reservatórios cada vez mais profundos
e complexos. Cerca de 60% das reservas brasileiras de petróleo
estão localizadas em lâminas d’água ultra profundas (acima de
2000m) e, em operações desse tipo, é comum observar problemas
como o baixo gradiente de fratura dos reservatórios, zonas de alta
pressão e perdas de circulação. Outro aspecto que as empresas vêm
enfrentando são os altos custos diários de operação, algo em torno
de 1 (um) milhão de dólares por dia, e a perfuração convencional
nesses cenários adversos resultaria em gastos exorbitantes e com
grande incerteza de sucesso. Para lidar com esses desafios e com
os altos índices de NPT, diversas novas tecnologias têm sido
desenvolvidas. Uma destas técnicas é conhecida como Managed
Pressure Drilling (MPD).
Desta forma, o estudo e aplicação de MPD pode ser a solução
para diversos cenários críticos que podem ser encontrados nessas
circunstâncias: sua aplicação poderá reduzir, ou até eliminar NPTs
que geram altos custos e riscos para as operações. Um maior
enfoque é dado para a técnica de Pressurized Mud Cap Drilling
(PMCD) por ser a única técnica utilizada para perfuração em zonas
com perdas totais de circulação, tanto em zonas naturalmente
fraturadas quanto em regiões depletadas ao longo do poço acima
do reservatório, comum de serem encontradas no pré-sal brasileiro
286
Apesar de todos os desafios e riscos mencionados, a
Petrobras vem explorando a camada pré-sal já há algum tempo. As
estimativas de gastos aproximam-se de 600 bilhões de dólares em
investimentos, além do desenvolvimento de tecnologia para a
extração do produto de forma segura. E de acordo com Wood
Mackenzie, 2023, a estatal brasileira fechou 2022 com reservas
provadas de 10,5 bilhões de barris de óleo equivalente (boe).
Adicionou 2 bilhões de barris, no padrão SEC, e aumentou o
indicador reserva provada/produção (R/P) para 12,2 anos, ante 11
anos no ano anterior, sem dúvida, os poços offshore mais
produtivos do mundo.
A Petrobras em 2023, justificou seu desempenho com a
continuidade do desenvolvimento do campo de Búzios, no pré-sal,
e novos projetos para aumento da recuperação nas bacias de Santos
e Campos. Além de apropriações pelo bom desempenho das
jazidas. Em 2022, a estatal também anunciou descobertas em
blocos como Aram e Alto de Cabo Frio Central, no pré-sal.
287
Figura 1- Mapa Mundo.
Fonte: https://dinosaurpictures.org/ancient-earth#120
Fonte: https://www.naval.com.br/blog/2009/06/09/a-verdadeira-
historia-do-pre-sal/
O óleo dessas áreas é bem mais puro pois sofreu pouca ação
das bactérias, que dificilmente sobrevivem à temperatura local de
mais de 100 ºC. Estima-se que lá estejam guardados cerca de 176
bilhões de barris de petróleo e gás, o que deixa o Brasil na
privilegiada posição de sexto maior detentor de reservas no mundo,
atrás apenas de Arábia Saudita, Irã, Iraque, Kuwait e Emirados
Árabes.
A camada de sal é impermeável, mas tem falhas geológicas.
Através dessas fissuras, cujas porosidades são preenchidas por
289
água, parte do petróleo do pré-sal acaba subindo e fixando-se em
bolsões da camada de rocha. O nome “pré-sal” refere-se à
temporalidade geológica e não à profundidade, a rocha-reservatório
do pré-sal foi formada antes que a camada de sal a sobrepusesse
milhões de anos depois.
O anúncio da maior descoberta petrolífera brasileira foi feito
apenas em 2007 e muitos geólogos acreditam que o maior desafio
do momento não é mais vencer a espessa camada de sal e sim
conhecer melhor as rochas carbonáticas em que o petróleo está
depositado devido a sua grande heterogeneidade. Camadas
semelhantes de rocha “pré-sal” são encontradas em alguns outros
locais do mundo (litoral Atlântico da África, Golfo do México, Mar
do Norte e Mar Cáspio). Entretanto, ainda não se sabe ao certo se
estas outras áreas subsal possuem grandes reservas petrolíferas
como “o pré-sal” no litoral brasileiro. A figura 2 mostra as camadas
geológicas a serem perfuradas para se atingir o reservatório a cerca
de 6000m de profundidade.
Figura 4 – Camadas do Pré-Sal.
Fonte: http://blogdopetroleo.com.br
290
8.3 CLASSIFICAÇÃO DOS POÇOS
Quanto a finalidade
291
e) Poço para jazida mais rasa: quando queremos testar se
existem jazidas mais rasas do que as já descobertas numa
determinada área;
Fonte: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/14734/14734_3.PDF
293
8.4 SEQUÊNCIA TÍPICA DE PERFURAÇÃO DE POÇOS
NO PRÉ-SAL
Conceito do poço
Proposta do poço
Projeto do poço
Planejamento da perfuração
295
b) 2ª Fase: utiliza-se uma broca de 26” na perfuração, desce
o revestimento pelo anular de 20” e é instalado o “Blow out
Preventer” (BOP).;
296
8.5 SONDAS DE PERFURAÇÃO E FPSO
Fonte: (Rueda,2009).
Fonte: https://www.modec.com/business/floater/fpso/
Plataformas semi-submersíveis
Fonte: http://petrogasenaval.blogspot.com/2015/07/tipos-de-
plataformas-offshore-parte-2.html
Navios sonda
299
Figura 11 – Navios Sonda.
Fonte: @petrobras
Coluna de perfuração
Brocas
303
quanto para perfuração da camada de sal de 17 ½” que são fases
intermediárias de dureza e abrasão. As brocas PDC utilizam
diamante sintético nos seus cortadores montados nas aletas da
broca. A orientação, quantidade e distribuição dos cortadores
influenciam diretamente a taxa de penetração da broca PDC. O
mecanismo de corte das brocas PDC é por cisalhamento.
A fase de 26”, por ser mais curta, usa um “ataque” maior
da broca, enquanto a fase de 17 ½” tende a equilibrar o ataque com
a resistência da broca devido à longa extensão a ser perfurada.
306
Figura 13 – BOP stack” (BOP + LRMP) do Navio Sonda Ocean
Rig Mykonos.
Fonte: http://www.eaglespeak.us/offshore-drilling-new-tools-
for.html
308
inteligente e também será apresentada a sequência operacional
típica de completações em lâminas d’água profundas.
309
Figura 15 – Conjunto da ANM
“Tree Cap”
310
“Tubing Hanger”
Abandono de poços
311
em ocorrem apenas gastos e não se gera mais receitas. Os principais
objetivos de realizar o abandono de um poço são:
313
Figura 16 –Controe de variação de Pressão em MPD.
Pressão de Coluna
Incerteza de Custos
Margem de Riser
319
avaliação econômica e hidráulica do poço para verificar a sua
viabilidade.
Como já mencionado anteriormente, o MPD tem como
grande diferencial a grande capacidade de gerenciar
satisfatoriamente o seu “Equivalent Mud Weight” (EMW), fazendo
com que esteja dentro de um intervalo de interesse ou até constante,
tanto em condições dinâmicas quanto estáticas. A escolha de um
ou de outro dependerá do problema operacional encontrado e da
sua hidráulica.
O MPD é considerado proativo quando já se planeja a
utilização do mesmo em alguma fase do poço. O IADC define o
MPD proativo como: “Utilização de métodos e/ou equipamentos
de MPD para ativamente controlar o perfil de pressão através do
poço exposto”.
Já o MPD reativo é aquele no qual seu uso não estava
incluído no projeto inicial do poço. O IADC define como:
“Utilização de métodos e/ou equipamentos de MPD como
contingência para mitigar problemas de perfuração assim que eles
surgem”.
Outra classificação do MPD mais recorrente e que será
mencionada mais adiante trata do BHP variável com algumas
técnicas de UBD que é a perfuração com “mudcap” pressurizada
(“Pressurized MudCap Drilling” – PMCD). Já a BHP constante
pode ser subclassificado em: perfuração sem riser e perfuração com
duplo gradiente (DGD) – onde há diluição de lama (ex injeção de
nitrogênio), recuperação da lama sem riser, através de perfuração
com bomba submarina (SMD).
Variações do “MPD”
321
utilizado em situações em que perdas de circulação severas ou
totais são encontradas.
Bombeando um fluido de sacrifício (“sacrificial fluid” -
SAC), o qual deve estar presente em larga quantidade na
plataforma, a água do mar tende a ser frequentemente utilizada,
fluidos e cascalhos começam a ser carregados para dentro da
formação fraturada, fazendo com que uma coluna de fluido mais
pesado seja mantida acima desta região problemática, mantendo
assim, a pressão de fundo do poço sob controle. No entanto, é
natural que parte do fluido “Mudcap” seja partido para a formação,
fazendo com que uma fração da coluna hidrostática acima da região
fraturada seja perdida. Neste momento, entram em ação bombas e
válvulas automáticas, aplicando “backpressure”, fazendo com que
essa pressão no anular seja balanceada e o poço mantido dentro da
janela de operação. Mesmo assim, a pressão do anular é
frequentemente avaliada porque, tendo qualquer aumento e sendo
concluído que houve algum influxo proveniente da formação uma
quantidade maior de “backpressure” é aplicada no poço, “matando
o kick” com um pequeno volume. É importante mencionar que o
fator que possibilita a aplicação desta “backpressure” para
equilibrar a coluna hidrostática no anular do poço é a presença do
“Rotating Control Device” (RCD) e o fato dele manter o poço em
um sistema fechado de circulação de lama.
Se o fluido de sacrifício ocupou satisfatoriamente bem a
formação cavernosa e não foi percebida mais perda na circulação e
sendo ratificado o equilíbrio no poço, concluindo que a BP aplicada
é suficiente, a perfuração segue adiante, agora com o bombeamento
do fluido de perfuração mais pesado novamente. Neste ponto é
interessante mencionar que, devido ao menor diferencial de pressão
exercido sobre a formação a ser perfurada, causada pela menor
densidade do fluido de sacrifício, a taxa de penetração (“Rate of
Penetration” – ROP) nesta fase será maior.
Adentrando uma nova seção da formação, uma nova zona
altamente fraturada poderá ser encontrada fazendo com uma nova
perda de circulação ocorra, e, novamente, o fluido de sacrifício terá
que ser aplicado. No entanto, um eventual ciclo de perda de
322
circulação (“kick”) pode ser configurado. Mesmo que isso ocorra,
devido à menor pressão na primeira formação fraturada, o influxo
não cegará até a superfície, tendo em vista que, por diferencial de
pressão, irá migrar para a primeira zona, tornando a atividade mais
segura e menos complexa para a tripulação.
Por fim, PMCD é a principal variação do ponto de vista
para solucionar problemas com perda de circulação e ciclos de
perda de circulação (‘kick”), em regiões onde, convencionalmente
seria inviável ou até impossível de perfurar. Além disso, ajuda na
diminuição do custo, tendo em vista que utiliza fluidos de sacrifício
para solucionar esse problema, que são mais baratos que os “Lost
Circulation Materials” (LCM) e outra formas de resolvê-lo
convencionalmente, além de aumentar a ROP devido ao menor
diferencial de pressão gerado e diminui o NPT, devido à maior
facilidade de solucionar os problemas de ciclos de perda de fluido
“kick”, extremamente perigosos e trabalhos para que a tripulação
resolvesse de outra forma. Na figura 18 abaixo podemos observar
um acontecimento de uma perda total de circulação ao se encontrar
uma região cavernosa durante a perfuração. A partir desse
momento, o fluido de sacrifício é injetado pela coluna de
perfuração e LAM pelo anular e assim é possível prosseguir com a
perfuração. Ao se atingir a zona do reservatório de óleo
sobrepressurizado, o influxo de óleo segue pelo anular e é divergido
para a região superior com água e de menor pressão. O influxo não
segue pelo anular do poço até a superfície devido à coluna
hidrostática da “capa” de fluido no anular e da pressão aplicada
através do “choke manifold ligado ao RCD”.
323
Figura 18 - ciclos de perda de circulação (‘kick”).
Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=GiNDSFxUBqU
Em termos econômicos:
325
8.9 GERENCIAMENTO DE GRANDES EMERGÊNCIAS
EM UNIDADES DE PERFURAÇÃO.
327
Figura19 - Plataforma Deepwater Horizon explodiu e afundou.
Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-47121631
Pessoas
Instalação
Recursos
Suporte
332
REFERÊNCIAS
333
Noble Drilling, Internal manual - NOBLE VOYAGER - M-CPH-
1171-45783_EN -Contingency Manual - Station Bill and Muster
Cards, Houston – Texas - Version 1.0 / DEC 2018.
334
PORTAL DO PETROLEIRO. Desafios do Pré sal. 2019.
Disponível em: https://portaldopetroleiro.com/. Acesso em 02 de
junho de 2019.
335
GLOSSÁRIO
AFP: Annular Friction Pressure
ANM: Árvore de Natal Molhada
BHA: Bottom Hole Assembly
BHP: Bottom Hole Pressure
BOP: Blowout Preventer
BP: Backpressure
CBHP: Constant Bottom Hole Pressure
DP: Dynamic Position
FPSO: Floatation Production Storage and Offloading
IADC: International Association of Drilling Contractors
LDA: Lâmina D’água
LRMP: Lower Riser Marine Package
MCD: Mud Cap Drilling
MPD: Managed Pressure Drilling
NPT: Non production Time
PMCD: Pressurized Mud Cap Drilling
RCD: Rotating Control Device
ROP: Rate of Penetration
SAC: Sacrificial Fluid
UBD: Underbalanced Drilling
336
9 UTILIZAÇÃO DE EMBARCAÇÕES AHTS NO
LANÇAMENTO DE ESTACAS TORPEDO NA
ANCORAGEM DE FPSOS NO BRASIL
Antonio Alisson Soares Lima
Jaime Rodolfo Perez Ortega
Joao Paulo De Oliveira Mello
Leandro De Mendonça Lourenço
Marcellus Bruno Simões Barbosa
Rommel Gomes e Gomes
RESUMO
337
9.1 INTRODUÇÃO
340
9.2 PREPARAÇÃO DA EMBARCAÇÃO AHTS
✓ Sistema DP classe 2
Operação do Guincho
Capacidade do Guincho
Liberação de emergência
343
possível realizar a liberação de emergência, mesmo durante uma
perda de energia.
344
Pino de reboque/ Pinos-guia
Dispositivo de centralização
Guindastes
345
Figura 3 – Guindaste de trilho de carga
346
A-Frames
Figura 4 - A-Frame
Destorcedores (swivel)
349
Figura 7 - Destorcedor
Placa triangular
352
Figura 9 – Treinamento de Anchor Handling
353
que serão executadas no convés e durante as manobras com o
navio.
354
Figura 10: Embarque de torpedos
355
a barco a quantidade máxima de torpedo. Todavia os mesmos
procedimentos de segurança devem ser adotados.
Um ponto que comumente causa dificuldades durante o
embarque dos torpedos, diz respeito a equipe do passadiço não ter
avaliado adequadamente a condição de banda prevista da
embarcação ao embarcar cada torpedo, de modo a fazer,
previamente ao embarque do torpedo, o lastro necessário de modo
a evitar bandas excessivas. Mais uma vez reforçamos a importância
de um planejamento prévio bem realizado. Uma banda excessiva
pode comprometer a estabilidade da embarcação e em muitos casos
até partir cabos de atracação.
Não menos importante, o embarque dos torpedos deve ser
realizado, quando as condições operacionais forem aplicáveis,
sempre um a um em bordos opostos, visando um equilíbrio de
cargas e esforços na embarcação. Quando não for possível cumprir
este requisito, a equipe do passadiço, já com o estudo das condições
de estabilidade, trim e banda avaliados anteriormente, deverá se
antecipar com o lastro de modo a evitar bandas excessivas.
Após o embarque de cada torpedo, ao menos três
cantoneiras, uniformemente espaçadas, são soldadas entre a asa do
torpedo mais interna e o chapeamento do convés. De modo a
manter o torpedo estático possível na posição de estivagem.
Também são usados recursos de redundância nesta estivagem
através de correntes, macacos estivadores e cabos de aço de
burrinhos e cabrestantes, ou seja, guinchos auxiliares de convés.
356
Figura 11: Solda da Cantoneira no Torpedo
357
Baseado nas dimensões (diâmetro) das amarras e rabichos
a serem utilizados durante o decurso da operação, comumente,
antes da saída do porto, é realizada a adequação das placas ou
insertos do Shark Jaw, de modo a garantir a eficiência do sistema e
segurança de todos os envolvidos na operação. Principalmente a
equipe de convés que estará realizando as conexões e desconexões.
358
Preparação das estacas torpedo antes do lançamento
359
seja o suficiente para que a mão da eslinga ultrapasse o Towing pin
a ser utilizado.
Nesse caso será realizado pelo pessoal de convés a conexão
com manilha da mão da eslinga no olhal de ré da aleta da estaca, a
eslinga será esticada seguido para vante da aleta e passará pelo arpa
de outra manilha instalada no olhal de vante e seguirá em direção
ao towing pin onde será feita a conexão dessa eslinga com o cabo
de trabalho ou amarra que será usado para movimentar a estaca,
atentar que o cabo ou amarra deverá passar por fora do towing pin
externo ao bordo oposto que se encontra a estaca (fig.13). Se
recomenda a instalação de um swivel entre a eslinga e o cabo de
trabalho ou amarra durante a movimentação para reduzir o desgaste
da eslinga, já que geralmente para estaca sair da inércia chegasse a
atingir picos de tensão de 80 toneladas a cada puxada.
361
Figura 14 – Levantamento do A-LARS
Overboarding do torpedo
362
overboarding de uma estaca torpedo vai depender ou estar
condicionado aos equipamentos dotados na embarcação AHTS.
363
de overboarding é feita pelo cabo poliéster conectado a esse
rabicho.
Figura 16 – Brinco do sistema de overboarding
365
Método alternativo de overboarding
Figura 17 – Montagem
367
do gato disparador. Uma vez que esta amarra irá ser conectada ao
arranjo do gato disparador. Neste arranjo é feita uma alça de
disparo (eslinga mão x mão) que vai presa por algumas filaças a
esta amarra de 150m. Em momento oportuno haverá a atuação
nesta alça de disparo para o disparo do torpedo.
Estando os arranjos da placa triangular e gato disparador
prontos e a amarra do AHTS auxiliar conectada, é requerido que o
AHTS auxiliar mova-se lateralmente de maneira a trazer uma
defasagem entre as popas dos AHTSs, de modo a abrir o sistema à
medida que o AHTS principal comece a pagar o sistema para
equilibrar os pesos e iniciar o pagamento do torpedo em Y.
Este pagamento do torpedo em Y até a profundidade de
disparo é monitorado por um ROV que ajuda ambos os AHTSs a
avaliar a condição mais segura para este arranjo em Y.
Esta descida do torpedo utiliza amarras e poliésteres a bordo
dos dois AHTSs, estando estes vinculados em diâmetro e
comprimento ao projeto definido para aquele lançamento. Todavia,
independente do projeto, existem algumas premissas de segurança
importantes a serem adotadas. São elas:
368
para que o gancho venha se desprender do sistema próximo ao leito
marinho, durante a etapa de abandono do sistema.
Concluída a montagem do arranjo para abandono do sistema
no leito, em momento oportuno, este é pago para a água e a descida
do torpedo até a altura de disparo é realizada pelos 2 AHTSs com
o auxílio do ROV. Obedecendo alguns padrões definidos pelo
projeto de distanciamento e alinhamento entre os dois AHTSs.
Ao chegar na altura de disparo, o AHTS auxiliar deverá estar
portando todo o peso do torpedo e a equipe de ROV irá auxiliar no
ajuste fino desta altura, para que ela esteja atendendo integralmente
os requisitos do projeto. Enquanto isso, o AHTS principal continua
a pagar o seu sistema de maneira a atender ao requerimento da
altura da alça do torpedo. Ou seja, a altura de disparo do torpedo é
maior que a altura da alça (um seio de amarra abaixo do torpedo),
de maneira que ao ser disparado não haja o risco do sistema esticar
nem desprender do gancho de liberação para abandono. Os valores
exatos de altura do torpedo, da alça e distância da embarcação vão
variar em cada projeto.
Realizados os ajustes citados acima, o ROV auxiliará o
AHTS auxiliar, que neste momento está portando todo o peso do
torpedo, a posicionar o torpedo exatamente sobre a coordenada de
disparo. Neste processo, ambas as embarcações AHTSs movem-se
juntas até que a posição do torpedo esteja a um off-set aceitável.
Estando todos os ajustes realizados, o representante do
projeto autoriza o AHTS auxiliar a enviar, via cabo de aço, um
arranjo que fará o disparo do torpedo, atuando na alça do gato
disparador como já citado anteriormente. Ao chegar nas
proximidades da profundidade do gato disparador, este arranjo é
manipulado pelo ROV para conexão na alça do gato disparador.
Feita a conexão, o representante do projeto autoriza a equipe do
AHTS auxiliar a colher o cabo de aço, conectado ao arranjo
descrito, para realização do disparo do torpedo. O torpedo então é
disparado, ficando o gato disparador aberto e o AHTS auxiliar livre
do arranjo que anteriormente ligava-o à placa triangular.
Após o disparo, o AHTS principal recolhe o sistema e
aproxima a popa da embarcação até que o sistema esteja
369
verticalizado e a popa do AHTS principal esteja sobre o ponto onde
o torpedo foi disparado. Esta manobra serve para que seja
verificada a penetração do torpedo no leito marinho, o off-set em
relação ao projeto e realizar a retirada da garrafa instrumentada que
fornecerá à equipe do projeto dados complementares sobre a
trajetória, inclinação e outras informações pertinentes à equipe de
projeto.
Após a conclusão das etapas acima descritas, o AHTS
principal inicia a etapa de abandono do sistema do torpedo no leito
marinho. Este sistema ficará esticado na direção que será definida
pelo projeto. Sendo assim, o AHTS principal se move em direção
a posição de abandono pagando o sistema até que o gancho de
liberação do sistema esteja próximo do leito marinho e o empuxo
do flutuador o faça liberar o sistema.
Concluído o abandono do sistema, o ROV irá verificar o
posicionamento do flutuador para que durante o hook-up da
FPSO/FSO tenha-se a posição de pescaria do sistema. Assim
conclui-se o processo de lançamento da estaca torpedo de 120T.
O número de estacas torpedo instaladas numa FPSO/FSO,
para sua ancoragem, irá depender do seu projeto. Todavia, para dar
uma noção geral de quantidade, é comum termos por volta de 24
estacas em um único projeto de ancoragem de uma FPSO.
O tempo demandado para conclusão de uma operação deste,
dependerá muito do projeto e principalmente da profundidade da
locação onde o torpedo será lançado. Todavia, para dar uma noção
geral de tempo, em média esta operação tem duração de 30-48
horas entre o arrasto do torpedo e o abandono da linha.
Assim podemos ter uma noção do quão complexa, arriscada
e detalhada é a operação de lançamento de estacas torpedo de 120T.
A operação mais usual atualmente, além das duas
embarcações utilizadas para lançar o torpedo, utiliza-se também
uma terceira embarcação com ROV (Remotely operated Vehicle)
este é um veículo subaquático controlado remotamente, que
permite a observação do fundo do mar e estruturas submarinas. A
ligação entre o veículo e a superfície é assegurada por um cabo
umbilical que permite a comunicação bidirecional, assim como o
370
transporte de energia para o veículo. A utilização do ROV permite
a operação em águas profundas e a verificação de informações
essenciais para a evolução das operações. Este equipamento auxilia
na inspeção e localização do ponto exato onde o torpedo será
lançado, acompanha a descida do triplate analisando qual
embarcação está com o peso maior ou se o peso está sendo dividido
por igual, informa a distância entre o ponta do torpedo e o leito
marinho, indica a profundidade da alça de disparo e a penetração
do torpedo. Além deste equipamento utiliza-se também, a critério
do cliente, uma garrafa de aquisição de dados eletrônicos, este
equipamento é instalado na lateral do torpedo, em um estojo já
instalado na fabricação, que é possível obter dados de velocidade,
ângulo de penetração e força de impacto.
371
Figura 18: Ventos de 60 nós (Aprox. 120km/h) durante um mal
tempo
372
Tais condições durante a movimentação do torpedo para
centralização podem aumentar a velocidade de deslocamento do
equipamento, que, de modo descontrolado, pode vir a causar um
adernamento excessivo na embarcação.
Durante o overboard, a amarra pode correr para um dos
bordos, causando adernamento excessivo.
A movimentação é especialmente perigosa devido as grandes
forças e movimentos podendo as amarras partirem ou o torpedo se
mover de forma descontrolada
A janela operacional deve contemplar toda a operação, desde
as conexões no convés que antecede a movimentação até o disparo.
Na reunião pré-operacional é obrigatória a verificação dos boletins
meteorológicos METEOROMARINHA para as próximas 24hs.
A embarcação com o ROV deve ter preferência no
aproamento para poder fazer o lançamento e recolhimento do
veículo. Durante toda operação a utilização do ROV é fundamental
para o monitoramento das conexões durante a descida do torpedo.
374
9.9 CONSIDERAÇÕES FINAIS
376
REFERÊNCIAS
377
378