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AO SR. PRESIDENTE DA JUNTA ADMINISTRATIVA DE RECURSO DE


INFRAÇÃO DO ________ .

________ , ________ , RG nº ________ , CNH nº ________ , residente e


domiciliado na Rua ________ , nº ________ , CEP: ________ , na cidade de
________ , telefone para contato ________ , tendo sido autuado através do auto
de infração em anexo, vem respeitosamente através do presente, em
conformidade com os arts. 280, 281 e 285 do CTB, Lei Federal 9.784/1999, e
CF/1988, para interpor o presente

RECURSO ADMINISTRATIVO

contra autuação, por legítimo direito de ampla defesa e do exercício pleno do


contraditório.

DA INFRAÇÃO

Infração: ________ Auto de Infração nº ________ Órgão Autuador: ________

DO VEÍCULO

MARCA: ________ , MODELO: ________ , PLACA: ________ , RENAVAM: ________


.

DOS FATOS

#4425896 Wed Jul 19 11:47:48 2023


O Auto de Infração indica que a ocorrência teria ocorrido às ________ , em
________ . Aplicando a penalidade de multa no valor de R$ ________ e perda de
________ pontos na CNH.

O condutor recebeu a Notificação de Infração em ________ , com data de


expedição em ________ . Ocorre que a multa merece ser revista, conforme passa a dispor.

DA SUSPENSÃO DO DIREITO DE DIRIGIR

O CTB ao dispor dos casos que culminam com a suspensão do direito de


dirigir prevê:

Art. 261. A penalidade de suspensão do direito de dirigir será


imposta nos seguintes casos:

I - sempre que, conforme a pontuação prevista no art. 259 deste


Código, o infrator atingir, no período de 12 (doze) meses, a seguinte
contagem de pontos:

a) 20 (vinte) pontos, caso constem 2 (duas) ou mais infrações


gravíssimas na pontuação;

b) 30 (trinta) pontos, caso conste 1 (uma) infração gravíssima na pontuação;

c) 40 (quarenta) pontos, caso não conste nenhuma infração gravíssima na pontuação;

II - por transgressão às normas estabelecidas neste Código, cujas


infrações preveem, de forma específica, a penalidade de suspensão
do direito de dirigir.

Com a notificação de suspensão de dirigir, ao verificar o relatório de


pontuação, o Recorrente constatou-se a seguinte pontuação:

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Infração nº ________ - ________ - ________

Infração nº ________ - ________ - ________

Infração nº ________ - ________ - ________

Ocorre que tal suspensão deve ser revista, pois não observou o devido
processo legal, conforme passa a demonstrar.

AUSÊNCIA DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA

Todo procedimento assim como qualquer ato administrativo deve ser


conduzido com estrita observância aos princípios constitucionais, sob pena de nulidade.

No entanto, a suspensão de dirigir foi aplicada sem que o processo


administrativo fosse instaurado.

Ao instaurar um processo administrativo de repercussão direta ao recorrente,


deveria de imediato ser garantido o direito ao contraditório e à ampla defesa, como dispõe
claramente a Resolução nº 723/2018 do CONTRAN, que dispõe sobre a uniformização do
procedimento administrativo para imposição das penalidades de suspensão do direito de
dirigir e de cassação do documento de habilitação:

Art. 5º As penalidades de que trata esta Resolução serão aplicadas


pela autoridade de trânsito do órgão de registro do documento de
habilitação, em processo administrativo, assegurados a ampla
defesa, o contraditório e o devido processo legal.

O artigo seguinte da referida Resolução é claro ao dispor que a suspensão do


direito de dirigir só pode ser aplicada após esgotadas todas as fases recursais:

Art. 6º Esgotados todos os meios de defesa da infração na esfera


administrativa, a pontuação prevista no art. 259 do CTB será

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considerada para fins de instauração de processo administrativo
para aplicação da penalidade de suspensão do direito de dirigir.

Dessa forma, a suspensão do direito de dirigir aplicada sem o direito ao


contraditório e à ampla defesa é nula, conforme esclarece a Lei 9.784 que dispõe sobre todo
e qualquer processo administrativo:

Art. 3º O administrado tem os seguintes direitos perante a


Administração, sem prejuízo de outros que lhe sejam assegurados:
(...)

II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que


tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de
documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas;

(...)

Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada


da decisão, juntar documentos e pareceres, requerer diligências e
perícias, bem como aduzir alegações referentes à matéria objeto do
processo.

§ 1º Os elementos probatórios deverão ser considerados na


motivação do relatório e da decisão.

§ 2º Somente poderão ser recusadas, mediante decisão


fundamentada, as provas propostas pelos interessados quando sejam
ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias.

(...)

Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por autoridade competente,


terão natureza pecuniária ou consistirão em obrigação de fazer ou

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de não fazer, assegurado sempre o direito de defesa.

A ausência de oportunidade prévia ao recorrente, trata-se de manifesta


quebra do direito constitucional à ampla defesa, especialmente por ser a principal afetada
na decisão em análise, conforme análise bem disciplinada pelo Ministro Celso de Mello:

"(..) mesmo em se tratando de procedimento administrativo, que


ninguém pode ser privado de sua liberdade, de seus bens ou de seus
direitos sem o devido processo legal, notadamente naqueles casos
em que se estabelece uma relação de polaridade conflitante entre o
Estado, de um lado, e o indivíduo, de outro. Cumpre ter presente,
bem por isso, na linha dessa orientação, que o Estado, em tema de
restrição à esfera jurídica de qualquer cidadão, não pode exercer a
sua autoridade de maneira abusiva ou arbitrária (...). Isso significa,
portanto, que assiste ao cidadão (e ao administrado), mesmo em
procedimentos de índole administrativa, a prerrogativa indisponível
do contraditório e da plenitude de defesa, com os meios e recursos a
ela inerentes, consoante prescreve a Constituição da República em
seu art. 5º, LV. O respeito efetivo à garantia constitucional do 'due
process of law', ainda que se trate de procedimento administrativo
(como o instaurado, no caso ora em exame, perante o E. Tribunal de
Contas da União), condiciona, de modo estrito, o exercício dos
poderes de que se acha investida a Pública Administração, sob pena
de descaracterizar-se, com grave ofensa aos postulados que
informam a própria concepção do Estado Democrático de Direito, a
legitimidade jurídica dos atos e resoluções emanados do Estado,
especialmente quando tais deliberações, como sucede na espécie,
importarem em invalidação, por anulação, de típicas situações
subjetivas de vantagem." (STF MS 27422 AgR)

Não se questiona a autoexecutoriedade das sanções. Contudo, a imposição


de penalidade sem a ampla defesa - que é o caso, transborda o devido processo legal,

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passível de nulidade, conforme assevera a doutrina:

"Caráter prévio da defesa - Consiste na anterioridade da defesa em


relação ao ato decisório. A garantia da ampla defesa supõe, em
princípio, o caráter prévio das atuações pertinentes. A anterioridade
da defesa recebe forte matiz nos processos administrativos
punitivos, pois os mesmos podem culminar em sanções impostas
aos implicados." (MEDAUAR, Odete. Direito Administrativo
Moderno. 20ª edt. Editora RT, 2016. pg. 205)

"(...) processo administrativo punitivo é todo aquele promovido pela


Administração para a imposição de penalidade por infração à lei
regulamento ou contrato. Esses processos devem ser [i]
necessariamente contraditórios, com oportunidade de defesa, [ii]
que deve ser prévia, e estrita observância do devido processo legal,
sob pena de nulidade da sanção imposta." (MEIRELLES, Hely
Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 34. ed. São Paulo:
Malheiros. 2008. P. 702.)

O direito ao questionamento da decisão, albergado na fase de defesa é


garantia obrigatória não apenas nos processos judiciais, como também nos processos
administrativos, conforme reitera a doutrina:

"É sabido que a ampla defesa e o contraditório não alcançam apenas


o processo penal, mas também o administrativo, nos termos do art.
5º, LV da CF/88. É que a Constituição estende essas garantias a
todos os processos, punitivos ou não, bastando haver litígios."
(Harrison Leite, Manual de Direito Financeiro, Editora jus
podivum, 3ª edição, 2014, p. 349)

Portanto, tem-se nitidamente a quebra do contraditório e da ampla defesa em


processo administrativo em trâmite sem qualquer notificação ao condutor. Razão pela qual,

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merece provimento o presente pedido.

DA AUSÊNCIA DE NOTIFICAÇÃO PRÉVIA

Conforme consta no processo administrativo que junta em anexo, o Auto de


Infração foi aplicado sem prévia notificação do condutor para promover sua defesa.

Ao conferir a fl. ________ , é possível certificar que a Notificação foi


enviada para o endereço ________ , sendo que o Impetrante comunicou a alteração de
endereço em ________ , conforme provas que junta em anexo .

Todo procedimento assim como qualquer ato administrativo deve ser


conduzido com estrita observância aos princípios constitucionais, sob pena de nulidade.

Ao instaurar um processo administrativo de penalidade, esta Autoridade


deveria de imediato garantir o direito ao contraditório e à ampla defesa, conforme expressa
previsão do CTB:

Art. 282. Caso a defesa prévia seja indeferida ou não seja


apresentada no prazo estabelecido, será aplicada a penalidade e
expedida notificação ao proprietário do veículo ou ao infrator, por
remessa postal ou por qualquer outro meio tecnológico hábil que
assegure a ciência da imposição da penalidade.

(...)

§ 3º Sempre que a penalidade de multa for imposta a condutor, à


exceção daquela de que trata o § 1º do art. 259, a notificação será
encaminhada ao proprietário do veículo, responsável pelo seu
pagamento.

§ 4º Da notificação deverá constar a data do término do prazo para apresentação de recurso


pelo responsável pela infração, que não será inferior a trinta dias contados da data da

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notificação da penalidade.

Trata-se de regra sumulada pelo STJ:

Súmula 312: No processo administrativo para imposição de multa


de trânsito, são necessárias as notificações da autuação e da
aplicação da pena decorrente da infração

A ausência de oportunidade prévia trata-se de manifesta quebra do direito


constitucional à ampla defesa, conforme análise dos tribunais:

TRÂNSITO. INFRAÇÃO. NOTIFICAÇÃO. FALTA DE PROVA


DE SUA EFETIVAÇÃO. TRANSFERÊNCIA DE PONTOS NO
CADASTRO DE TRÂNSITO. PROVA DE QUE TERCEIROS
FORAM, DE FATO, AUTORES DOS ILÍCITOS OBJETO. - "No
processo administrativo para imposição de multa de trânsito, são
necessárias as notificações da autuação e da aplicação da pena
decorrente da infração" (verbete 312-STJ). - Ao não observar a
exigência legal da dúplice notificação, deixou o órgão de trânsito de
oportunizar ao impetrante a indicação do terceiro responsável pela
infração, sendo indevido atribuir os pontos relativos a essa ao
proprietário do automóvel. - Diante de documentação expressiva da
anuência de terceiros quanto às infrações que foram atribuídas ao
ora apelante, cabe reconhecer a almejada transferência da pontuação
no cadastro de trânsito, visto que extirpada a dúvida sobre as
autorias infracionais em tela. É insubsistente, pois, no caso, o
processo administrativo para a suspensão do direito de dirigir do
impetrante. Provimento da apelação. (TJ-SP - AC:
10115941820188260566 SP 1011594-18.2018.8.26.0566, Relator:
Ricardo Dip, Data de Julgamento: 04/04/2019, 11ª Câmara de
Direito Público, Data de Publicação: 04/04/2019, #94425896)

#4425896 Wed Jul 19 11:47:48 2023


INFRAÇÕES DE TRÂNSITO. NOTIFICAÇÕES DO AIT.
SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA. Compulsando o extrato das
infrações, forçoso reconhecer que as notificações não foram
entregues por vício de numeração e/ou endereço inexistente. Assim,
restaram efetivadas pela via editalícia, produzindo efeitos na CNH
da parte autora. Quanto ao ponto, de modo a resguardar o direito à
ampla defesa e o contraditório, assegurados constitucionalmente,
bem como privilegiando a boa fé dos proprietários e condutores,
somente podem ser consideradas válidas as notificações que, de
fato, garantirem a ciência do ato pelo destinatário. Recurso provido
para reconhecer a nulidade das infrações. RECURSO PROVIDO.
(Recurso Cível Nº 71008209090, Segunda Turma Recursal da
Fazenda Pública, Turmas Recursais, Relator: Rosane Ramos de
Oliveira Michels, Julgado em 24/04/2019).

INFRAÇÕES DE TRÂNSITO. ALEGAÇÃO DE VÍCIO DE


NOTIFICAÇÃO. EDITAL. Compulsando o extrato das infrações,
forçoso reconhecer que as notificações (de instauração e aplicação
da penalidade) não foram procuradas, motivando o uso da via
editalícia. Revisando anterior entendimento, passei entender
possível o reconhecimento da nulidade. Ocorre que em muitos
casos os proprietários e condutores acabam não tomando
conhecimento das notificações e penalidades em virtude de não
serem localizados. Destarte, de modo a resguardar o direito à ampla
defesa e o contraditório, assegurado constitucionalmente, bem como
privilegiando a boa-fé dos proprietários e condutores, considero
válidas apenas as notificações que, de fato, garantirem a ciência do
ato pelo destinatário. Destarte, considerando que não há prova
concreta de que a parte autora possuía ciência das notificações, resta
provido o recurso, de modo a privilegiar a boa-fé do proprietário e
declarar a nulidade das infrações. RECURSO PROVIDO. (Recurso
Cível Nº 71007998800, Segunda Turma Recursal da Fazenda

#4425896 Wed Jul 19 11:47:48 2023


Pública, Turmas Recursais, Relator: Rosane Ramos de Oliveira
Michels, Julgado em 27/02/2019).

A doutrina, no mesmo sentido segue este entendimento.

"É sabido que a ampla defesa e o contraditório não alcançam apenas


o processo penal, mas também o administrativo, nos termos do art.
5º, LV da CF/88. É que a Constituição estende essas garantias a
todos os processos, punitivos ou não, bastando haver litígios".
(Harrison Leite, Manual de Direito Financeiro, Editora jus
podivum, 3ª edição, 2014, p. 349)

Portanto, a aplicação de multa sem a oportunização à prévia defesa,


configura nítida quebra do contraditório e da ampla defesa, razão pela qual, requer a
imediata suspensão da pena aplicada, por manifesta ilegalidade.

DA NÃO OBSERVÂNCIA DO PRAZO LEGAL DE NOTIFICAÇÃO

A Legislação aplicável à matéria, de forma muito objetiva, estabelece que o


lapso de tempo entre a lavratura do Auto de Infração e a expedição da notificação via postal
deve ser de trinta (30) dias, nos termos do Art. 281 do CTB:

Art. 281. A autoridade de trânsito, na esfera da competência


estabelecida neste Código e dentro de sua circunscrição, julgará a
consistência do auto de infração e aplicará a penalidade cabível.

§ 1º O auto de infração será arquivado e seu registro julgado


insubsistente:

I - se considerado inconsistente ou irregular;

II - se, no prazo máximo de trinta dias, não for expedida a


notificação da autuação.

#4425896 Wed Jul 19 11:47:48 2023


Ocorre que, contrariando tais dispositivos legais, a notificação foi expedida
somente em ________ , ou seja, com mais de 30 dias do cometimento da infração
( ________ ), conduzindo à sua nulidade, nos termos da Resolução nº918 do CONTRAN:

DA NOTIFICAÇÃO DA AUTUAÇÃO

Art. 4º Com exceção do disposto no § 5º do art. 3º, após a


verificação da regularidade e da consistência do AIT, o órgão
autuador expedirá, no prazo máximo de 30 (trinta) dias contados
da data do cometimento da infração, a NA dirigida ao
proprietário do veículo, na qual deverão constar os dados mínimos
definidos no art. 280 do CTB.

§ 1º A não expedição da NA no prazo previsto no caput ensejará o


arquivamento do

Desta forma, completamente nulo o auto de infração de trânsito, pela notória


inobservância do prazo legal estabelecido, conforme precedentes sobre o tema:

ADMINISTRATIVO. TRÂNSITO. AUTO DE INFRAÇÃO.


NOTIFICAÇÃO DA AUTUAÇÃO. DECADÊNCIA. ART. 281,
PARÁGRAFO ÚNICO, II, CTB. OCORRÊNCIA. HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS. 1. Consoante prevê o disposto no art. 281,
parágrafo único, II, CTB, a autoridade de trânsito julgará a
consistência do auto de infração e aplicará a penalidade cabível. O
auto de infração será arquivado e seu registro julgado insubsistente
se, no prazo de 30 dias, não for expedida a notificação da autuação
(redação dada pela Lei nº 9.602/98). 2. O regramento aplicável à
época do cometimento da infração - Resolução CONTRAN nº
404/2012 - prevê o prazo de 30 dias para que a autoridade de
trânsito expeça a notificação da autuação dirigirida ao proprietário
do veículo, contados da data do cometimento da infração. 3. No

#4425896 Wed Jul 19 11:47:48 2023


caso, a notificação da autuação não expedida após o decurso do
prazo previsto no art. 281, parágrafo único, II, CTB, razão pela qual
deve ser reconhecida a decadência do direito de punir do Estado. 4.
A Terceira Turma deste Regional possui entendimento no sentido
de que os honorários advocatícios devem ser fixados em 10% sobre
o valor da causa/condenação, desde que não configure valor
exorbitante ou irrisório. (TRF-4 - AC: 50000897220184047108 RS
5000089-72.2018.4.04.7108, Relator: VÂNIA HACK DE
ALMEIDA, Data de Julgamento: 04/04/2019, TERCEIRA
TURMA, #34425896)

AGRAVO. TRÂNSITO. NOTIFICAÇÃO PARA DEFESA


PRÉVIA. PRAZO DE TRINTA DIAS. "O art. 281, parágrafo
único, II, do CTB prevê que será arquivado o auto de infração e
julgado insubsistente o respectivo registro se não for expedida a
notificação da autuação dentro de 30 dias. Por isso, não havendo a
notificação do infrator para defesa no prazo de trinta dias, opera-se
a decadência do direito de punir do Estado, não havendo que se
falar em reinício do procedimento administrativo." (REsp 1.092.154
12-8-2009) Não provimento do agravo interno.(TJ-SP - AGR:
22484079220188260000 SP 2248407-92.2018.8.26.0000, Relator:
Ricardo Dip, Data de Julgamento: 13/03/2019, 11ª Câmara de
Direito Público, Data de Publicação: 13/03/2019, #64425896)

APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE ANULAÇÃO DE MULTA DE


TRÂNSITO - SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA DO PEDIDO -
APELO DO ESTADO - AUSÊNCIA DE NOTIFICAÇÃO
PRÉVIA DO AUTOR, PELO DETRAN, QUANTO À INFRAÇÃO
COMETIDA - IMPOSSIBILIDADE DE DEFESA DO
CONDUTOR - NOTIFICAÇÃO IMPRESCINDÍVEL PARA
VALIDAÇÃO DO AUTOR DE INFRAÇÃO - ART. 281, II, CTB -
SÚMULA 312, STJ - ÔNUS DO DETRAN - ART. 373, II, CPC -

#4425896 Wed Jul 19 11:47:48 2023


DETRAN NÃO COMPROVA A NOTIFICAÇÃO -
DECADÊNCIA DO DIREITO DE PUNIR - RECURSO
CONHECIDO E IMPROVIDO. DECISÃO UNÂNIME. 1 -
Observa-se que no presente caso cumpre-se ressaltar que a
notificação é imprescindível para validação do auto de infração.
Não há prova nos autos da existência das notificações de multas
pelo Detran, nos termos consignados no art. 281, parágrafo único,
inciso II, do Código de Trânsito Brasileiro, o qual prevê o prazo
decadencial de 30 (trinta) dias para a expedição da notificação da
autuação, sob pena de arquivamento do auto de infração e seu
registro, insubsistente. 2 - Destarte, o CONTRAN - Conselho
Nacional de Trânsito - dispõe no artigo 3º, da Resolução nº. 404,
que a notificação prevista no artigo acima apontado deve ser
dirigida ao proprietário do veículo, fato que não foi feito a contento
nos autos. 3 - A Súmula 312, do STJ, por sua vez, prevê: \"Nos
processos administrativos para imposição de multa de trânsito, são
necessárias as notificações da autuação e da aplicação da pena
decorrente da infração\". 4 - Deveria o Estado/Apelante comprovar
que, seguindo a legislação supramencionada, procedeu à notificação
do proprietário do veículo autuado, nos termos do disposto no art.
373, II, do CPC. Assim, resta caracterizada a nulidade do
procedimento administrativo, que deixou de ser notificado de forma
devida, ou seja, razão pela qual não lhe fora oportunizado o direito
de defesa quanto à cominação da penalidade de trânsito. 5 -
Conclui-se pela decadência do direito de punir do Estado, ante a
ausência de notificação quanto às infrações supostamente cometidas
pelo autor, ora Apelado, sendo de rigor a mantença do julgado. 6 -
Recurso conhecido e improvido. Decisão unânime. (TJ-TO - APL:
00076761120198270000, Relator: JACQUELINE ADORNO DE
LA CRUZ BARBOSA)

Trata-se da indispensável aplicação do princípio da Legalidade, o qual a

#4425896 Wed Jul 19 11:47:48 2023


Administração Pública é estritamente vinculada.

Por ser patente a irregularidade que norteia o AIT em tela, em grave afronta
ao Art. 281 do CTB, deve ser arquivado e consequentemente, seu registro julgado
insubsistente, por manifesta quebra do princípio da legalidade.

DOS PEDIDOS

Diante de todo o exposto REQUER:

1 - Seja recebido o presente Recurso, pois atende a todos os requisitos de sua


admissibilidade de acordo com as Resoluções do CONTRAN;

2 - Seja julgado PROCEDENTE o presente recurso, e por via de consequência


o cancelamento da penalidade imposta, conforme preceitua o art. 281, inciso I
do CTB, sendo anulada a pontuação;

3 - Seja a decisão devidamente motivada, nos termos do Art. 37 da Constituição


Federal e Lei 9.784/00;

4 - Caso o presente recurso não seja julgado em 30 dias, requer desde já, o
efeito suspensivo nos termos do Art. 285, §3º do CTB.

Nestes termos, pede e espera deferimento.

________ , ________ .

________

ANEXOS:

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1. Prova da comunicação de alteração do endereço

2. Cópia do comprovante de expedição da notificação

3. Cópia do documento de Infração

4. Cópia da CNH

5. Cópia do do documento do veículo - CRLV

6. Procuração ou prova da representação, quando for o caso

#4425896 Wed Jul 19 11:47:48 2023

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