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VI Fórum de Química Ambiental

Determinação dos Fluxos de Deposição Total


Atmosférica de Nitrogênio e Enxofre em Lavras-MG.

* a b a
Jaqueline Natiele Pereira (IC), Larissa Lucas Barros , Adalgiza Fornaro , Marcelo Vieira Filho
a
UFLA , Departamento de Engenharia, Lavras - MG
b
USP, Departamento de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas - SP
*e-mail: jaaque.np@gmail.com

Introdução exceto para a região amazônica, caracterizada por


uma menor ocupação humana e vastas áreas de
Os poluentes quando lançados na atmosfera podem floresta preservada. Os valores máximos para
sofrer numerosos processos, dentre eles a remoção deposição de enxofre encontram-se em São Paulo,
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através da deposição atmosférica . Esse processo valor até seis vezes maior que o observado em
pode ocorrer através da deposição úmida (os Lavras. Entretanto, devido a característica rural nos
poluentes são incorporados nas gotas de nuvem e arredores da cidade, Lavras conta com inúmeras
são depositados na superfície sob a forma de fontes atmosféricas de fertirrigação e avicultura, por
precipitação) e da deposição seca (transporte de exemplo, o fluxo de N atinge valores próximos de
gases e material particulado da atmosfera até a capitais como o Rio de Janeiro e São Paulo, 50%
2
superfície) . Essas espécies, por sua vez, podem 39%, respectivamente. Estima-se a partir dos fluxos
causar efeitos negativos sobre ecossistemas para Lavras, que são depositadas anualmente 220,7
naturais, uma vez que, o excesso de enxofre no ton de N inorgânico e 58,1 ton de enxofre.
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solo pode ocasionar distúrbios às plantas e
- +
compostos contendo nitrogênio (NO3 , NH4 ) são Tabela 1. Fluxos de deposição total atmosférica de N e S
nutrientes que podem causar eutrofização em (kg/ha·ano) para diferentes regiões do Brasil.
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corpos d’água . Dessa forma, o monitoramento da Local N S Classificação Ref
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deposição permite uma avaliação da transferência Região Amazônica 2-4 0,4 Remota
* ** x 6
Rio de Janeiro(RJ) 7,8 4,9 INP
de compostos químicos entre reservatórios naturais * ** y 7
São Paulo (SP) 10,1 6,8 RMSP
e suas consequências ao ambiente. Região Sul 10-20 1-4 Urbano
5
** z 8
Lavras (MG) 3,91 1,03 UFLA
Objetivo *Deposição Atmosférica Úmida; **N inorgânico; 5- Vet,R. et al., 2014; 6- de Mello et al.,
2004; 7- Leal et al., 2004; 8 - Este estudo; x- Parque Nacional do Itatiaia; y- Região
Metropolitana de São Paulo; z- Universidade Federal de Lavras.
O objetivo do presente estudo foi o de monitorar a
deposição atmosférica total e determinar os fluxos
de deposição de enxofre (S) e nitrogênio (N) na Conclusões
região de Lavras-MG.
Percebe-se que os fluxos de deposição de N deste
Metodologia estudo se assemelham aos dados da região
amazônica e os fluxos de S estão mais aproximados
O monitoramento da deposição atmosférica se dos valores encontrados para o Sul do Brasil. No
iniciou em outubro de 2017 e foi efetuado em um entanto, é importante ressaltar que os dados
coletor de polietileno de alta densidade (NALGON), referentes a essas regiões são oriundos de
elevado a 1,5m da superfície e protegido com tela modelagem e que, os fluxos determinados nesta
de nylon. As amostragens com o coletor foram pesquisa (Lavras-MG) foram estimados para uma
realizadas a cada sete dias, o qual ficou exposto ao significativa parte do ano (7 meses).
ar livre nos arredores do núcleo de engenharia
ambiental da UFLA para coleta de deposição total. Agradecimentos
A cada período de amostragem, uma fração da FAPEMIG, UFLA, USP.
amostra foi filtrada com membrana Millex (0,22µm) ____________________
e destinada à análise de cromatografia iônica no 1
Chantara, S. & Chunsuk, N. Atmos. Environ. 2008, 42, 5511–5518.
2
laboratório de processos atmosféricos (LAPAt) da Seinfeld, J. H.; Pandis, S. N. Atmospheric chemistry and physics: from
air pollution to climate change. 1998, Cap. 19, p. 958- 977.
Universidade de São Paulo (USP). 3
Gomes, M. A. F., Souza, M. D., Boeira, R. C. & Toledo, L. G. Embrapa
Meio Ambient. 2008, Doc. 66 62.
Resultados e Discussão 4
Fornaro, A. Rev. USP . 2006, 70, 78–87.
5
Vet, R.; Artz, R. S.; Carou, S. et al. Atmos. Environ. 2014, 93, 3–100.
6
de Mello, W. Z.; Almeida, M. D. Environ. Pollution. 2004, 129, 63-68.
Os fluxos de deposição de N e S para Lavras-MG 7
Leal, T. F. M.; Fontenele, A.P.G.; Pedrotti, J.J. Quim. Nova. 2004, 27,
são inferiores às outras regiões do Brasil (Tabela 1), 855–861.

VI Fórum de Química Ambiental – DQI / UFLA – 04 a 06 de outubro de 2018

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