nas espécies eucarísticas oferecidas como Sacrifico de Cristo – sacrifico único, perfeito, eterno – o Senhor Jesus está realmente presente no seu Corpo e no seu Sangue, alma e divindade, tão perfeito e real como está no céu. Trata-se de um Mistério de fé que somente pode ser compreendido de joelhos! Trata-se de uma realidade concreta que somente pode ser apreendida se abrirmos o coração ao desígnio amoroso e salvífico de Deus! Não há como perceber, não há como provar, não há como demonstrar cientificamente! Não podemos apreendê-lo, capturá-lo com nossa razão e nossos sentidos: o paladar falha, pois saboreia pão e vinho; o tato falha, pois pega pão e vinho; a visão falha, pois enxerga pão e vinho; o olfato falha, pois cheira pão e vinho… somente pelo ouvido, que crê o que escuta, podemos perceber o Mistério; somente a audição não falha: “Isto é o meu corpo; isto é o meu sangue! Eu sou o pão vivo descido do céu. O pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo!” Eis, que mistério tão grande: o pão que Cristo dá é a carne dada, a carne sacrificada, entregue na cruz, para a vida do mundo! Que mistério! Que amor! Os judeus não entenderam, os judeus contestaram, os judeus se escandalizaram, os judeus o abandonaram! Infelizmente, há cristãos que não entendem, que contestam, que se escandalizam e não comem nem bebem a Vida que dura eternamente! Mas, Jesus insiste: “Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós! Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna e eu o ressuscitarei!” – São palavras impressionantes, quase que inacreditáveis: o corpo e sangue de Jesus devem ser comidos como fonte de vida! Não de qualquer vida, mas da vida eterna, vida de Deus! Esta vida é o próprio Espírito Santo, que ressuscitou Jesus e que impregna seu Corpo e Sangue nas espécies eucarísticas! Por isso, na comunhão, recebemos, comemos a Vida já agora e plantamos esta Vida para a ressurreição final! “Porque a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue, verdadeira bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele!” - Que dom, que graça: viver por Jesus, viver com a mesmíssima vida que Jesus ressuscitado recebeu do Pai: viver daquela vida escondida no pão e no vinho! Eis o dom que o Senhor faz de si mesmo! E Jesus conclui, no Evangelho de hoje: Este é o pão que desceu do céu, não é um simples pão deste mundo! Não é como aquele que os vossos pais comeram. Eles morreram! O maná não dava a vida divina, o maná não era transfigurado pelo Espírito Santo, Senhor que dá a vida! Mas aquele que come este pão viverá para sempre!” Nos nossos desertos, nesse deserto da longa história humana, que a Igreja vai atravessando, nutramo-nos desse pão e bebamos da bebida que sai do Cristo, nossa Rocha! Este alimento verdadeiro, de vida verdadeira, sobre altar. Ir à missa todos os Domingos e comungar em estado de graça, serve para encontrar o centro da nossa vida. Nós vivemos entre tantas coisas, nos achando necessitados de tantas coisas neste mundo. E as pessoas que não vão à igreja não sabem que lhes falta precisamente Jesus. Muitos, sentem que falta algo na sua vida. Mas, se Deus permanece ausente na minha vida, se Jesus não faz parte da minha vida, falta-me um guia, falta-me uma amizade essencial, falta-me também uma alegria que é importante para a vida. A vida moderna quer nos afastar da eucaristia, ainda pior que isso, nós mesmos podemos nos afastar da eucaristia pessoalmente, deixar-nos sucumbir diante das pressões modernas, e assim podemos estar vivendo num deserto grande e terrível, um deserto espiritual, onde não nos alimentamos do pão da vida que é Jesus. E morremos espiritualmente, sucumbimos diante das tentações, das nossas fraquezas, do inimigo e da mundanidade. Precisamos da Eucaristia, não podemos viver sem ela, todos nós temos necessidade desse pão para enfrentar os desafios e esforços da nossa viagem para o céu; nela Cristo esta realmente presente entre nós, sua presença não é estática, ela é uma presença dinâmica, é viva, não uma estátua, não é uma imagem, não é uma bandeira, é sua vida entre nós, Cristo entre nós. E para ir a esse encontro de Jesus nós precisamos nos preparar bem, pela confissão, em primeiro lugar, é claro. É necessário que estejamos arrependidos dos nossos pecados, é por isso que a missa começa com o ato penitencial, ele lava os pecados veniais e predispõe a nossa alma para comungar; mas se você está em estado de pecado mortal, não comungue, não comungue nunca em pecado mortal, as filas da comunhão estão consideravelmente maiores que as filas de confissão e deveria ser o contrário. Prepare-se para ir a um encontro pessoal de Jesus, você saiu de casa, saiba que está indo ao encontro de Jesus; está indo ao encontro dessa pessoa querida; como diz são João: ele levou seu amor por nós até o fim, até o extremo e isso ele faz em cada Santa Missa. Você vai se encontrar com Jesus no calvário, não está indo ao encontro do padre, das pessoas que vão a missa, isso é consequência, mas o que de fato você vai, é encontrar-se com jesus, para que ele te alimente com o seu corpo, e com o seu sangue, ele está lhe esperando cheio de amor para doar toda a sua vida para lhe salvar. E pra que isso seja eficaz devemos nos preparar bem, com uma limpeza de corpo e alma, é assim que devemos ir a santa missa! Talvez num encontro informal, não sei, com um amigo, tios, primos uma reunião familiar mais descontraída, você pode ir mais à vontade, de shorts de chinelo de bermuda, mas ninguém vai assim ao casamento de uma filha, de um amigo! Então, se nós vemos a missa e a comunhão como um encontro com Jesus que nos ama, e nós o amamos, então iremos bem vestidos; o sacerdote procura ir bem vestido à missa, de alva de casula, para mostrar a presença de Jesus Cristo nele, para ajudar os fiéis se vestirem bem, vocês, mulheres, cuidado com os decotes, para não chamar muito a atenção com a escassez de roupas. Guardem-se com preciosidade, vistam-se decentemente; como nos vestiríamos para encontrar o santo padre, o papa, Jesus é maior que ele!