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8 – A FIGUEIRA ESTÉRIL

Certa vez, Cristo contou uma parábola muito conhecida, que é a


parábola da figueira estéril. Um homem havia plantado uma figueira na sua
vinha e, indo buscar fruto, não o achou. Disse ao viticultor: “Eis que três anos
há que venho procurando fruto nesta figueira e não o acho, corta-a, para que
ainda ocupa inutilmente o terreno”? Mas o viticultor respondeu: “Senhor,
deixa-a ainda este ano, eu lhe cavarei em redor e lhe deitarei adubo. Talvez
depois disso dê frutos. Caso contrário, mandarás cortá-la”.

A parábola da figueira estéril é uma imagem da nossa própria vida. Nós


também fomos plantados nesse mundo. O Senhor nos deu o dom da vida, o
dom da existência, e também nos chamou a dar frutos.

A nossa vida precisa ser entendida como uma grande missão, uma
missão que precisa frutificar. Deus não quer que nós tenhamos uma vida
estéril. Porque o que é uma vida estéril? É uma vida encerrada no egoísmo,
uma vida de uma pessoa que vive para si mesma, que quer simplesmente
satisfazer os próprios desejos – os meus sonhos, os meus planos, os meus
projetos, o meu tempo – a pessoa vive numa ditadura do eu, ela coloca-se no
centro e exclui Deus, exclui os outros. Esse é o coração estéril, é uma biografia
estéril. É um coração seco, é um coração sem vida.

Cristo é a vida verdadeira, ele fala “eu sou o Caminho, a Verdade e a


Vida”. Então para que o nosso coração também seja um coração vivo, um
coração de carne, um coração capaz de amar, nós precisamos voltar os nossos
olhos para o próprio Cristo que é a vida verdadeira. Esse mesmo Cristo que nos
amou numa cruz, que se derramou para nos salvar dos nossos pecados, que
nos amou até o fim.

E olhar para a cruz de Cristo deveria nos mover a também lutarmos


para ter uma vida frutífera, porque o madeiro da cruz não foi em vão, Cristo
não morreu em vão. A Paixão de Nosso Senhor trouxe como frutos a salvação.
Então aquela cruz, aquele madeiro da cruz, não foi estéril, ele trouxe salvação a
cada um de nós.

Do mesmo modo, Cristo quer que a nossa vida também dê frutos,


frutos de amor, frutos de misericórdia, frutos de paciência, frutos de sabedoria,
de uma vida entregue, de uma vida que se doa pelos outros, de uma vida que
realmente se coloca ao serviço dos demais, de uma vida que sabe se doar por
Deus e para os outros.
Então a nossa vida será frutífera se primeiro abraçarmos a cruz com
alegria. O caminho da cruz é o caminho da vida verdadeira quando nós
aprendemos que, poxa, a única vítima que existe é o próprio Deus. Nós não
somos vítimas.

Por piores os acontecimentos da nossa vida, Cristo é a verdadeira vítima


e, portanto, olhemos para as nossas circunstâncias, para as contrariedades,
para as dificuldades, não com desesperança, com revolta, mas que olhemos
para tudo isso com alegria, a alegria da cruz.

Então, quando nós abraçamos a cruz, acolhemos as contrariedades com


um sorriso sincero, um sorriso de quem quer amar, enxergando cada
dificuldade, cada contrariedade pequena ou grande, como uma oportunidade
de amar, um convite divino a amar, aí sim, a nossa vida vai começar a dar
frutos.

Porque de que vale uma vida se não sabe amar? De que vale uma
figueira que não dá frutos? De que vale a nossa existência se nós não sabemos
amar?

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