INFORMATIVO CNM: INFLAÇÃO

Edição nº 06 – Jun/2023.

Queda nos preços de alimentação e transportes levam à deflação em junho: -0,08%

Elaborado mensalmente pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), o

Informativo CNM de Inflação realiza o acompanhamento da evolução do Índice de Preços
ao Consumidor Amplo – IPCA. O IPCA é o indicador oficial de inflação do Governo Federal, o
qual o Conselho Monetário Nacional (CMN) determina uma meta para cumprimento. O IPCA
avalia mensalmente uma cesta de 377 itens para famílias com rendimentos entre 1 e 40
salários-mínimos. As edições anteriores do Informativo CNM de Inflação estão disponíveis
aqui.

A Edição 06/2023 do Informativo CNM de Inflação avalia o IPCA de junho. Os preços

foram coletados de 30 de maio a 28 de junho de 2023 (referência) contra os preços vigentes
entre 29 de abril a 29 de maio de 2023 (base). A inflação, mensurada pelo IPCA, teve
queda de 0,08% em junho de 2023, em linha com a expectativa de mercado de -
0,09%. O IPCA para o mesmo período do ano anterior foi de 0,67%.

Figura 1 – Comportamento da inflação medida pelo IPCA

Fonte: IBGE. Elaboração: Área de Estudos Técnicos/CNM

De acordo com o levantamento, o IPCA acumulado em 12 meses, chegou a 3,16%,

mantendo tendência de queda iniciada em julho e alcançando o menor nível desde

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setembro de 2020 (3,14%). O IPCA está, pelo quarto mês consecutivo, dentro dos limites
da meta definido pelo Conselho Monetário Nacional, de 1,75% a 4,75% e, pela primeira vez
desde out/20, se encontra abaixo do centro da meta, definido em 3,25%.

Figura 2 – Comportamento da inflação medida pelo IPCA acumulada em 12 meses

Fonte: IBGE. Elaboração: Área de Estudos Técnicos/CNM

A composição da taxa de inflação demonstra fatores que podem ajudar a entender a

inflação no mês. Dos 377 itens analisados no período, 187 (50%) registraram a
ocorrência de inflação, o menor índice desde fevereiro de 2020. No mesmo mês do ano
anterior o item alcançou 67%, indicando que a inflação não somente caiu, mas também está
concentrada em uma menor quantidade de itens. A Figura 3 apresenta a difusão da inflação
entre os itens coletados.
Figura 3 – Percentual de produtos na cesta do IPCA que apresentaram inflação no
mês

Fonte: IBGE. Elaboração: Área de Estudos Técnicos/CNM

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 A decomposição do IPCA aponta que cinco categorias das nove apresentaram alta em
junho. As maiores contribuições foram observadas em Habitação (0,93% ou 0,11 p.p.),
Despesas Pessoais (0,36% ou 0,04 p.p.), Vestuário (0,35% ou 0,02 p.p.), Saúde e Cuidados
Pessoais (0,11% ou 0,01 p.p.) e Educação (0,06% ou 0,0 p.p.). Por outro lado, tiveram
deflação Alimentação e Bebidas (-0,66% ou -0,14 p.p.), Transportes (-0,41% ou -0,08 p.p.),
Artigos de Residência (-0,42% ou -0,02 p.p.) e Comunicação (-0,14% ou -0,1 p.p.).

Tabela 1 – Contribuição dos grupos do IPCA para a inflação mensal

Grupos do IPCA IPCA Decomposição
IPCA (%) -0,08 -0,08
Alimentação e bebidas -0,66 -0,14
Habitação 0,69 0,11
Artigos de residência -0,42 -0,02
Vestuário 0,35 0,02
Transportes -0,41 -0,08
Saúde e cuidados pessoais 0,11 0,01
Despesas pessoais 0,36 0,04
Educação 0,06 0,00
Comunicação -0,14 -0,01
Fonte: IBGE. Elaboração: Área de Estudos Técnicos/CNM

A partir da avaliação da cesta de 377 produtos presentes no IPCA, é possível mensurar

os 10 itens que mais (e menos) contribuíram para a taxa de inflação observada no período. A
maior variação em Passagem Aérea – que oscila entre o item com maior e menor inflação
desde março (10,96% ou 0,06 p.p.), seguido dos reajustes da Energia Elétrica Residencial
(1,43% ou 0,06 p.p.) e do emplacamento e licença (1,61% ou 0,04 p.p.). No outro extremo,
a compra de automóvel novo (-2,76% ou -0,09 p.p.), seguido de Gasolina (-1,14% ou -0,06
p.p.) e Gás de botijão (-3,82% ou -0,05 p.p.) foram os itens que mais contribuíram para a
deflação observada em junho.

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 Tabela 2 – Contribuição dos produtos da cesta do IPCA com maior ou menor
participação mensal.
Itens com maior contribuição para o IPCA Itens com menor contribuição para o IPCA
IPCA Decomposição IPCA Decomposição
IPCA -0,08 -0,08 IPCA -0,08 -0,08
Passagem aérea 10,96 0,06 Automóvel novo -2,76 -0,09
Energia elétrica residencial 1,43 0,06 Gasolina -1,14 -0,06
Emplacamento e licença 1,61 0,04 Gás de botijão -3,82 -0,05
Condomínio 1,67 0,04 Etanol -5,11 -0,04
Taxa de água e esgoto 1,69 0,03 Óleo de soja -8,96 -0,02
Aluguel residencial 0,78 0,03 Leite longa vida -2,68 -0,02
Conserto de automóvel 1,18 0,02 Automóvel usado -0,93 -0,02
Plano de saúde 0,38 0,01 Óleo diesel -6,68 -0,02
Batata-inglesa 6,43 0,01 Contrafilé -2,51 -0,01
Refeição 0,35 0,01 Feijão - carioca (rajado) -6,44 -0,01
Fonte: IBGE. Elaboração: Área de Estudos Técnicos/CNM

No primeiro ano completo de vigência da LC 194/2022 (jul/22 – jun/23), o

IPCA acumulou uma inflação de 3,87%, convergindo para a menor inflação
acumulada em 12 meses desde setembro de 2020. Analisando os últimos 12 meses, o
principal elemento de arrefecimento da inflação em 2022 têm sido os transportes, que recuou
de 12,99% em julho de 2022 para uma deflação de 5,68% em junho de 2023. A inflação de
Alimentos e Bebidas, que compromete o custo de vida nos Municípios brasileiros, apresenta
considerável redução durante o exercício de 2023, passando de 14,72% em julho de 2022 para
4,01% no presente mês.

Na última edição do Relatório Focus, do Banco Central, de 7 de julho de 2023, o mercado

continua a reduzir a expectativa de inflação para o final de 2023 para 4,95%. Esse resultado
superaria, pelo quarto ano consecutivo, o centro da meta estipulada pelo Conselho Monetário
Nacional, se distanciando do limite superior da meta, de 4,75%.

Estudos Técnicos/CNM
11, Julho/2023.
estudostecnicos@cnm.org.br

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