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LACUNA
U M A R E V I S TA D E P S I C A N Á L I S E – I S S N 2 4 4 7 - 2 6 0 3

Revista Lacuna / 12 de dezembro de 2021 / -12, Carta, n -12

Carta aos/às jovens psicanalistas hoje


por Miriam Debieux Rosa

Esta carta é inspirada nas “Cartas a um jovem terapeuta: reflexões para psicoterapeutas,
aspirantes e curiosos”[1], de Contardo Calligaris[2] e foi escrita a partir da interpelação do
Círculo Psicanalítico de Pernambuco que me convidou para uma transmissão endereçada
aos e às jovens psicanalistas de hoje.

O formato de uma carta convoca para uma conversa pessoal que me fez trabalhar,
associar, formular e reformular as perguntas que já me fiz para pensar nos desafios dos
jovens psicanalistas nestes tempos sombrios em que a morte invade a vida e, em meio a
uma pandemia, se trava um embate, uma guerra, sobre os destinos do país que demanda
um posicionamento de cada um de nós.

Uma primeira pergunta me remete a escolha sobre o lugar e as ferramentas a que


recorro para agir no mundo: Por que ainda escolher a psicanálise?

Algumas imagens me chegam, ajudando a responder — nós estudantes, sentadas nas


escadas da PUC-SP, final dos anos 70, com a displicência e acidez dos 20 anos, brincando
de traçar um perfil das psicanalistas, a nosso ver. Havia uma mistura de hostilidade e
atração — hostilidade porque, por vezes, em sala de aula, perguntas ou questionamentos
de algum aspecto da teoria psicanalítica eram desencorajados a partir da ideia de uma
resistência à psicanálise.

A minha escolha pela psicanálise foi por duas vertentes. Como analisanda, tratando
minhas inibições, sintomas e angústias, tendo também sido acompanhada na construção
das escolhas que tive que fazer na vida. Sem as psicoterapias e análises — passei por
várias analistas — eu seria outra, talvez mais adaptada aos usos e costumes. Mas, tirando
as muitas atrapalhadas do caminho, fui no rumo das minhas inquietações e prefiro
assim.
Também foi fruto das minhas experiências de atendimento clínico. Tive uma pequena
Anna O. na minha história: em um atendimento, eu comentava sobre o que uma criança
brincava e ela, pacientemente, levantou-se e passou um zíper na minha boca.

De outra feita, em um estágio, dava os resultados dos testes psicológicos do filho de uma
senhora negra, analfabeta, e ela, sentada de lado, sem olhar para mim, só dizia “sim
senhora”. Parei de falar — reproduzia-se ali uma relação patroa-empregada ou talvez
mais antiga, dos tempos coloniais; alguns diriam que seria a relação médico-paciente, ou
mesmo efeito da transferência — mas eu tive uma certeza: não era essa a perspectiva de
relação que eu queria para o meu trabalho e nem para minha vida.

Passei por várias abordagens de trabalho e a escolha pela psicanálise foi feita somente
depois, quando, a posteriori, pude positivar e sustentar essa decisão. E cresceu junto com
outra escolha — estar na universidade onde, como professora, tive e tenho o privilégio de
acompanhar e aprender com jovens!

Creio que estas memórias, encobridoras certamente, ajudam a dizer várias coisas.

A princípio, que a escolha tem “razões que a própria razão desconhece”[3], pois remete a
um modo próprio de engajamento ético-político. Depois, que é sempre atualizada com as
questões que surgem na clínica e nas relações com os pares.

Diversas vezes pensei em abandonar o campo, mas uma fala da minha analista me
convocou a dar outra direção às minhas insatisfações, de modo mais implicado — por
que você não escreve a sua posição?

Ou seja, caros (as) jovens, a psicanálise não é um campo teórico-clinico fechado,


completo, em que algumas autoridades dirão o que ela é ou não, o que está certo ou
errado. Há uma perspectiva ético-política que lhe é fundante, mas, a partir daí, é um
campo em construção que precisa ser atualizado com base nas questões de cada tempo.

Outro ponto que me parece relevante: a psicanálise tem uma importante contribuição
como terapêutica. Mas, principalmente, propõe uma experiência que dá lugar e
reconhecimento às invenções de si mesmo. E, especialmente em tempos que valorizam as
imagens formatadas e despotencializam as relações, a experiência psicanalítica permite
esse tipo de laço social, de laço com o outro, em que se pode afirmar sua singularidade e
pertença, com um outro que testemunha seu processo.

Certamente não é o único lugar e modo de fazer e, mais do que isso, em muitos contextos
não é suficiente. Mas, como diz a psicanalista Caterina Koltai, talvez seja um dos poucos
lugares no atual contexto em que é possível a aventura pelo território do outro em nós,
do estrangeiro em nós.

Isso posto, destaco aos e às jovens psicanalistas, a dimensão de experiência e a potência


de transmissão desse tipo de laço social. Como experiência, supõe que essa aventura seja
partilhada. Não há caso clínico se a questão do analisando não produz um enigma para o
analista — por vezes perturbador, pois, como dizia Freud, em uma antiga tradução, não
há quem se aventure pelos demônios d’alma sem que também seja tocado por eles — 
aqui tematizamos a transferência, a contratransferência e as modalidades de dar
tratamento às questões do sujeito às voltas com a pulsão, seja analisando, seja analista.

Tais enigmas envolvem as tramas do desejo e do gozo presentes na cena analítica e


também o contexto familiar, social e político. Nestes últimos, o mesmo contexto do
psicanalista, ou seja, o contexto em que vocês, jovens, também vivem.

Desse modo, não se trata de assistir uma aventura íntima presente nas fantasias do assim
chamado paciente — na psicanálise trata-se das modalidades de des/construção de um
corpo e de um sujeito materializado e constituído em uma história, em histórias não
ditas, recusadas, recalcadas, foracluídas, desmentidas, não só pelo sujeito, mas pelo
campo social.   Tais tramas comparecem na história de cada um — toda a trama da
história social e suas versões que compõem a constituição de uma “vida como ela é”,
como dizia Nelson Rodrigues[4].

Portanto, a implicação presente na cena analítica é do analisando com o seu desejo


aprisionado, capturado nas malhas discursivas.  Mas não só. A implicação é do analista
no processo de desvelamento do sujeito nas condições sociais e políticas que engendram
as interdições e o sofrimento sócio-político.   Inclui o lugar do analista no pacto social,
especialmente quando este subjuga, domina, escraviza. Essa condição, de um pacto social
que beneficia o analista mas não inclui parte expressiva da população, incita o analista a
tomar uma posição — nesse ponto não há neutralidade possível, pois depende disso a
condução do trabalho analítico.

Freud não recuou de sua posição quando esta feria a sensibilidade, moralidade ou
interesses de sua época e pagou caro por escutar as mulheres, por reconhecer a
sexualidade infantil na criança e no adulto – disputou com os saberes constituídos,
questionou a moralidade época.

Cabe a vocês, estarem atentos(as) aos impasses subjetivos, sociais e políticos da sua
época! Assim, queridos e queridas jovens, a ética psicanalítica não permite um lugar
confortável, pois não é adaptativa a uma sociedade que se quer promotora da paz e do
bem-estar. A clínica é crítica, é política e tem em seu cerne a transformação. Ela diz de
um modo de operar no presente ressignificando o passado e mirando uma abertura para
o futuro de cada sujeito e de cada sociedade.

E mais, como essa direção não é dada a priori, o campo e as relações entre os
psicanalistas, e entre os psicanalistas de cada geração, é de tensões e de embates. Essa
questão, jovens colegas, não é um problema, pois todo campo científico, toda sociedade,
todo sujeito, avança no e pelo conflito — aquilo que o paralisa que é o problema.

Nessa medida, na psicanálise o sintoma tem um lugar muito sui generis — ele indica um
arranjo bem-sucedido do sujeito sustentado em uma teoria própria sobre as modalidades
possíveis de satisfação na relação com o outro, sociais e amorosas — arranjo que, no
entanto, se solidifica e caduca, incitando uma atualização. Mas olhem que curioso, a
atualização do inconsciente diz respeito exatamente ao que parece o seu oposto — o
retorno do recalcado na relação transferencial.
Isso se dá porque o sujeito se organiza em temporalidades próprias que se sucedem e
combinam: a compulsão à repetição, a antecipação estruturante que, como no estádio do
espelho, aliena o sujeito mas o situa um ponto no futuro, e a significação retroativa, o
après-coup, que permite ressignificar e compor a narrativa e a historicização do sujeito,
que o recoloca em posição de saber e, ai sim, atualiza o desejo.

Desse modo, a repetição é modalidade temporal que tem por função repetir um passado
que não se inscreveu, negado, desacontecido. A compulsão à repetição tenta ligar os
elementos de uma experiência não adquirida para que essa experiência possa se tornar
presente e, dessa forma, atualizar o inconsciente. Ou seja, o sujeito se constitui em
diferentes temporalidades: na alternância entre o movimento metonímico que atualiza o
desejo e a cristalização sintomática em identidades. Essa temporalidade indica que a
apreensão de si e do mundo é marcada pelo desconhecimento e reconhecimento e,
portanto, tornando sucessiva e concomitante a alienação e a verdade, a identidade e a
singularidade, presentes em sua condição de ser.

Pelos fragmentos de pensamento, afetos e imagens é que a experiência é temporalizada,


se torna marca, inscrição que permite inventar um novo destino. Entretanto, tais
movimentos do sujeito são freados pelas políticas do gozo, quando o excesso de
consistência do acontecimento, associado ao desacontecimento (nada de novo no front ou
na versão atual, “isso é mimimi”), lança o sujeito na condição de “não poder não
recordar”, modo como Agamben[5] descreve a condição de pessoas nos campos de
concentração.   Trata-se de um impedimento do esquecimento, do recalque necessário
para separar-se do acontecimento.

Isso dito, para tornar-se um psicanalista atual faz-se importante articular elementos
heterogêneos tais como sujeito e política, linguagem e discurso, história do sujeito e
história de seu lugar no laço social, atentar à distribuição de lugares na estrutura social e
de bens materiais e culturais. O seu trabalho será de barrar a repetição monótona e
automática e sem história.

Nesse aspecto, cara/o jovem, as notícias não são boas. Vivemos um tempo em que são
evidentes a ascensão das políticas nacionalistas e excludentes, assim como do racismo e
da xenofobia, com formas renovadas de segregação e políticas de morte — o tempo
parece retroagir ao pior da nossa história social e política, comparecendo, com novas
roupagens, o patriarcado, o colonialismo e o racismo.

Torna-se evidente, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos, o alto preço cobrado
pelas promessas do capitalismo avançado e do liberalismo de uma vida com conforto
material, que seria possível a todos que, com um esforço a mais, como diria o Marquês de
Sade, acessariam individualmente supostas liberdade e prosperidade em seus
empreendimentos. Esses enunciados portam um discurso sem palavras que determina
lugares e posições que possibilitam exercer, de modo obsceno, ideologias convertidas em
objetividades e neutralidades na linguagem cientificista, economicista, naturalista —
nada contra a ciência — tudo contra o cientificismo.
Os percalços desse atual ideário recaem sobre as formas de subjetivação, mas são
particularmente perversos sobre aqueles assinalados pelos marcadores sociais de
discriminação. Constata-se que vivemos um aprofundamento e uma extensão dos
racismos, em que muitos pagam além de uma libra de carne, em perda de gozo, como diz
Lacan, e são submetidos a uma mera sobrevivência, no aguardo ansioso e na luta por sua
libertação, ou, ao menos, por um lampejo de futuro para seus descendentes que dê
coragem para sustentar sua luta.

No Brasil o abalo à democracia é evidente, apoiado pelos historicamente poderosos do


país, que fomentam discursos de ódio ampliados em seu escopo aos homossexuais, às
mulheres e aos sempre odiados quando ousam sair do “seu lugar”, os pobres e os negros.
Retorna sem máscaras, das entranhas da história, o negativismo histórico condensado na
suposta democracia racial que perpetua a desigualdade obscena.

O fato é que o suposto pacto social brasileiro não inclui e nunca incluiu todos; a libra de
carne a pagar pela pertença e segurança não contempla os que ocupam as margens e
entram na pertença social na condição da invisibilidade e submissão.

Os desafios são enormes. Tratam de abordar os silenciamentos, os impasses à fala e à


escuta promovidos pelos marcadores sociais e de atentar para o modo de construção do
caso clínico e suas táticas de intervenção na direção de fazer dos marcadores sociais
marcas, marcas de dor, de luta mas, não mais, signos de um destino escrito pelos
mecanismos do poder, de submissão e morte.

Pois bem, aqui vêm as boas notícias — vocês, jovens, fazem parte delas!

Apesar desse cenário político, vemos eclodirem movimentos sociais e políticos que têm
recontado a história pela versão das mulheres sobre sexismo, dos negros e negras sobre
racismo, dos explorados sobre a escravização por outros meios. Alguns chamam tais
movimentos de identitários para caracterizá-los como dejetos, como uma massa informe,
de hordas de zumbis. Trata-se de uma tentativa de calar aqueles que rompem o
silenciamento imposto pelo desamparo discursivo, aqueles que buscam desnaturalizar os
sofrimentos sociopolíticos a que foram submetidos e que anunciam a verdade do seu
tempo.

Inútil! Vemos que, com propriedade, os movimentos sociais retomam as coordenadas


históricas da dominação e, coletivamente, com vida e entusiasmo, efetivam a proposta de
Lélia Gonzales[6]: o lixo vai falar, vai falar numa boa, como dizia. Falam e geram
perturbação do instituído, nos jogos de poder.

A minha geração, graças a esses movimentos, tem podido desnaturalizar certos discursos
e práticas sociais em uma transmissão às avessas, reescrevendo nossas histórias. Vocês
estão nos escrevendo cartas preciosas! E estamos lendo com entusiasmo e vendo como
comparecem na clínica, seja onde for exercida.

Também na psicanálise vemos entrar em cena novos protagonistas que, a meu ver,
abrem uma nova geração de psicanalistas. Inúmeros grupos, especialmente grupos
negros e periféricos, ganham autonomia e passam a formar e ocupar espaço de
formadores. Desafiam as relações de poder e autorização à psicanálise. Entram na cena,
não apenas para serem escutados, mas para serem protagonistas, produtores da
psicanálise.  Tais protagonistas nos levantam reflexões sobre como o(a) psicanalista
brasileiro(a) opera sua práxis em uma sociedade dividida e sob pura tensão em vários
planos: político, social, epistêmico e epidêmico.

Esse novo movimento parece-me absolutamente inédito no campo psicanalítico,


promovendo uma transformação da e na psicanálise, fazendo repensar os pilares das
instituições de formação do psicanalista, assim como da universidade e das relações de
poder ali presentes.

Ainda quero apontar-lhes brevemente dois desdobramentos dessa questão: sobre a


condução do tratamento e a formação do psicanalista. Quanto à implicação e ao
assentimento subjetivo às condições de pertença, tão caros à psicanálise, que se assinale,
não podem ser automáticos, não podem culpabilizar, ao modo das políticas liberais, o
sujeito pela pobreza, pelo desemprego, pelo desamparo social. É preciso clareza política
para não ser enredado nas pactuações de benefícios de determinados grupos sociais em
detrimento de outros, assim como pelos modos de manipulação dos afetos e desejos para
melhor subjugar as possibilidades por vezes muito pequenas de escolhas que se
apresentem. Nesses casos, como disse acima, a experiencia psicanalítica não é suficiente
— os movimentos sociais e políticos são fundamentais para compor uma força de
transformação social e subjetiva. Há muitos saberes culturais e modalidades de
enfrentamento que podem acionar a resistência aos mecanismos de opressão.

Saliento o segundo desdobramento: não basta para a formação do analista o estudo


teórico da psicanálise, a análise pessoal e a supervisão clínica. Se concordamos com
Lacan[7], que psicanalistas devem estar à altura do seu tempo, formar-se analista supõe
verificar se os fundamentos teóricos, epistemológicos e clínicos dão conta de responder
às interrogações de cada época. Além de se debruçar sobre as ferramentas psicanalíticas
é preciso desenvolver um pensamento crítico apoiado em outros campos, o que inclui
estudar as ciências políticas, estar atento(a) aos territórios, estar perto dos
acontecimentos do seu tempo. Como diz Boaventura[8], trata-se de descolonizar o olhar —
o que cabe também aos psicanalistas.

Assim, para ser atual e psicanalista, jovem ou não, cabe-nos “escovar a história a
contrapelo”[9], como diz Walter Benjamin, ou seja, cabe considerar o que não está
relatado nos registros e documentos oficiais, rompendo silêncios e trazendo elementos da
história dos oprimidos. Tal tarefa supõe visitar criticamente, atualizar os
posicionamentos epistemológicos sobre a sociedade, a história, a política e o sujeito, em
sua implicação com os impasses contemporâneos.

E, se a psicanálise é uma práxis, não há atualidade sem repensar a práxis, ou seja, a


psicanálise comparecendo em ato, marcando presença no campo social e político, pode
favorecer a inscrição, na história, dos marca – dores para romper as repetições, com
potência para nortear, renovar e vitalizar as possibilidades de uma transformação que
inclui sociedade e sujeito e invenção da vida.

Ser atual, ser contemporâneo, é ser um tanto estrangeiro, estranho, incômodo, em seu
próprio tempo, posição por excelência do psicanalista. Contemporâneo, como ajuda
Agamben, “é aquele que mantém fixo o olhar no seu tempo, para nele perceber, não as
luzes, mas o escuro”[10]. No escuro está o que não é evidente, estão os não ditos que
permitem romper naturalizações e reler fatos tidos como óbvios e corriqueiros.

Esse trabalho não se faz sozinho(a), jovens colegas — é preciso buscar os pares! E aqui
Galeano que nos ajuda em “O livro dos Abraços”: “Quem são os meus contemporâneos?
— pergunta-se Juan Gelman. Juan diz que, às vezes, encontra homens que têm cheiro de
medo, em Buenos Aires, em Paris ou em qualquer lugar, e sente que estes não são seus
contemporâneos. Mas existe um chinês que, há milhares de anos, escreveu um poema,
sobre um pastor de cabras que está longe, muito longe da mulher amada, e, mesmo
assim, pode escutar, no meio da noite, no meio da neve, o rumor do pente em seus
cabelos; e lendo esse poema remoto, Juan comprova que sim, que eles sim: que esse
poeta, esse pastor e essa mulher são seus contemporâneos.”[11].

Esse é um primeiro passo! Caso queiram, podemos caminhar juntos inicialmente, mas,
depois, são vocês que seguem e é bom procurar seus contemporâneos para atravessar o
deserto do real!

Boa sorte!

Miriam Debieux Rosa

São Paulo, 19 de novembro de 2021. ♦

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGAMBEN, Giorgio.  Homo sacer: o poder soberano e a vida nua.  Belo Horizonte: UFMG,
2002.

_______. “O que é o Contemporâneo?” In: O que é o Contemporâneo? e outros ensaios.


Chapecó, SC: Argos, 2009.

BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da
cultura. In: Obras escolhidas, vol.1. Trad. Sérgio Paulo Rouanet. São Paulo: Brasiliense,
1994.

BLAISE, Pascal. Pensées, fragments et lettres de Blaise Pascal: publiés pour la première
fois conformément aux manuscrits, originaux en grande partie inédits par Prosper
Faugère, vol. 2, Paris: Andrieux Éditeur, 1814.

CALLIGARIS, Contardo. Cartas a um jovem terapeuta: reflexões para psicoterapeutas,


aspirantes e curiosos, Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
GALEANO, Eduardo. O livro dos abraços. Porto Alegre: L&PM, 2002. Disponível:
<https://anarquista.net/wp-content/uploads/2013/03/O-Livro-dos-Abra%C3%A7os-
Eduardo-Galeano.pdf>.

GONZALEZ, Lélia. “Racismo e sexismo na cultura brasileira”. In: Ciências Sociais Hoje:
Movimentos sociais urbanos, minorias étnicas e outros estudos (ANPOCS), 1984, pp. 223–
244.

LACAN, Jacques. Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.

RODRIGUES, Nelson. A vida como ela é…. São Paulo: Saraiva, 2006. Disponível:
<www.cotaperiscopica.com.br/files/A-Vida-Como-Ela—–Nelson-Rodrigues.pdf>.

ROSA, Miriam Debieux; VICENTIN, Maria Cristina; CATROLI, Viviani S. C. “Viver em


tempos sombrios: a experiência e os laços com os contemporâneos”. In: Psicologia em
Revista, Belo Horizonte, v. 15, n. 1, p. 51-68, abr. 2009.

SANTOS, Boaventura de Sousa; MENESES, Maria Paula (Org.). Epistemologias do Sul. São
Paulo: Cortez, 2010.

* Miriam Debieux Rosa é  Psicanalista, graduou-se em Psicologia na PUC-SP, onde foi


professora a partir dos 24 anos e fez o Mestrado e o Doutorado. Foi Prof. Titular do
Programa de Pós-Graduação da Psicologia Social onde coordenou o Núcleo Psicanálise e
Política na PUC-SP, até 2017.  Fez pós- doutorado pela Université Paris Diderot, PARIS 7,
França.  Bolsista  CNPq, Brasil (setembro 2015 a julho 2016), na temática de violência e
imigração. Atualmente é Professora Titular do Departamento e do PPG de Psicologia
Clínica do Instituto de Psicologia da USP. Coordena o Laboratório Psicanálise, Sociedade e
Politica (PSOPOL) e o Grupo Veredas: psicanálise e imigração. É Presidente da Rede
Interamericana de Psicanálise e Política (REDIPPOL) e Pesquisadora da Rede
Internacional Coletivo Amarrações: políticas com adolescentes. Publicou artigos e livros
destacando-se Histórias que não se contam: psicanálise com crianças e adolescentes (2010,
Ed. Casa do Psicólogo) e  A clínica psicanalítica face ao sofrimento sócio-político  (Ed.
Escuta/Fapesp, 2016, prêmio Jaboti em 2017); é uma das organizadoras, entre outros, dos
livros: Debates sobre a Adolescência Contemporânea e o Laço Social (Ed. Juruá, RGS, 2012,
do livro Desejo e Política: desafios e perspectivas no campo da imigração e refúgio (Ed.
Max Limonad, 2013; As escritas do ódio: psicanálise e política. (2017, Escuta/Fapesp) e
Violência e psicanálise: atualizações e intersaberes (2021, on-line Ed. IPUSP. E-mail:
debieux@terra.com.br.

[1]
CALLIGARIS, Contardo. Cartas a um jovem terapeuta: reflexões para psicoterapeutas,
aspirantes e curiosos, Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
[2]
Trata-se de uma homenagem à Contardo Calligaris, presença intelectual e afetiva na
psicanálise – muitos analistas, eu entre esses, passaram pelo seu divã, em transferência
com suas posições criativas, críticas, sempre disponível ao diálogo, com seu sorriso
acolhedor.  Estou muito grata ao Círculo Psicanalítico de Pernambuco pela oportunidade
de participar dessa homenagem. Ele, os colegas da mesa e os colegas do Círculo
Psicanalítico de Pernambuco são meus contemporâneos no sentido dado por Agamben
(2009) e Galeano (2002).
[3]
BLAISE, Pascal. “Pensées, fragments et lettres de Blaise Pascal: publiés pour la
première fois conformément aux manuscrits”, In: Prosper Faugère, vol. 2, Paris:
Andrieux Éditeur, 1814, p. 172.
[4]
RODRIGUES, Nelson. A vida como ela é…. São Paulo: Saraiva, 2006.
[5]
  AGAMBEN, Giorgio.  Homo sacer: o poder soberano e a vida nua.  Belo Horizonte:
UFMG, 2002.
[6]
GONZALEZ, Lélia. “Racismo e sexismo na cultura brasileira”. In: Ciências Sociais Hoje:
Movimentos sociais urbanos, minorias étnicas e outros estudos (ANPOCS), 1984, pp. 223–
244.
[7]
LACAN, Jacques. Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.
[8]
SANTOS, Boaventura de Sousa; MENESES, Maria Paula (Org.). Epistemologias do Sul.
São Paulo: Cortez, 2010.
[9]
BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história
da cultura. In: Obras escolhidas, vol.1. Trad. Sérgio Paulo Rouanet. São Paulo: Brasiliense,
1994, p. 229.
[10] AGAMBEN, Giorgio. “O que é o Contemporâneo?” In: O que é o Contemporâneo? e
outros ensaios. Chapecó, SC: Argos, 2009, p. 62.
[11]
GALEANO, Eduardo. O livro dos abraços. Porto Alegre: L&PM, 2002, p. 242.

COMO CITAR ESTE ARTIGO | ROSA, Miriam Debieux (2021) Carta aos/às jovens
psicanalistas hoje. Lacuna: uma revista de psicanálise, São Paulo, n. -12, p. 6, 2021.
Disponível em: <https://revistalacuna.com/2021/12/14/n-12-06/>.

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