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Terápicas IV (CP)

A psicologia como campo oferece sua diversidade de atuações, como também


formas de se trabalhar as visões de homem e mundo diante do indivíduo e
sociedade, desde modo, fala-se em psicologias, por sua amplicidade de
abordar o objeto de estudo, o sujeito e que fundamentalmente pela escuta
clinica, junto a essas variadas técnicas, pretende-se que esse sujeito tenha um
bem estar maior, esteja mais apropriado de si mesmo, dentre outras questões.
De fato isso é muito presente durante o curso, o contato com o aprendizado
das abordagens permite de inicio essa curiosidade sobre a especificidade de
cada técnica, também sobre a identificação, até mesmo um pouco precoce,
sobre conceitos estabelecidos. Percebi também que ao inicio do curso a
questão das abordagens acaba incitando um pouco de idéias equivocadas e
dentro dessa identificação precoce um certo “clubismo” das abordagens,
quando ainda não se foi visto boa parte, como por exemplo a questão da
psicanálise e behaviorismo. Mas ao passar do tempo isso vai se desfazendo,
até mesmo pelo contato com outras noções.

Em relação a psicanálise, durante as cadeiras voltadas ao viés psicanalítico fui


aos poucos me apropriando e entrando em concordância. Atualmente me
identifico bastante com sua visão de homem e de mundo, esse sujeito da
linguagem, que se insere o mundo pela palavra, pelos significados e
significantes que produz em contato e aprendizado com o outro, com a cultura,
este sujeito desejante está para o outro, dependendo dele como também o
enxergando como outro que deseja e também pode atender seu desejo. Que é
regido por forças pulsionais, as quais tenta investir de alguma maneira, ou
sublimar ou recalcar quando isso pode vir ameaçar sua estrutura psíquica,
composta pelo id,ego e superego, este ultimo, ao contato com o outro e com a
cultura, esse sujeito aprende o amor e o medo as leis, a noção de diferença do
outro, as questões dos ideais e as exigências que podem ser aterrorizantes.
Também o destaque as transferências, estabelecidas desde as primeiras
relações, acabamos estendendo certas situações passadas para outros
contextos, além disso é o vinculo primordial do estabelecimento da relação
terapêutica psicanalítica, a que rege um inconsciente que é explorado por meio
dessa relação, pela circulação da palavra. Não nego que senti falta de tanto
espaço para as outras cadeiras como acp, gestalt ou principalmente TCC,
como havia também para cadeiras voltadas para psicanálise. Por hora de fato
quando pude ter contato com outro olhar, no caso a fenomenologia e
existencialismo, também foi rico.

A gestalt também me instigou certa curiosidade, desde sua visão holística


sobre o sujeito, na qual interno e externo, homem e mundo não estão
pautados por uma cisão, são íntimos, um está no outro pois isso constitui o que
é ser homem e ai também o destaque ao corpo nesta abordagem, como ele se
expressa em consonância ao que é dito. O trabalhar do passado, mas numa
perspectiva do presente, de que se afeta no presente, no presente deve ser
trabalhado e fechado. Assim como, enfatiza as questões do “porquê” e do
“como” como uma autocompreensão, onde o porquê seria reducionista visto
que explicaria e fecharia uma questão, definindo algo dotado de causas, como
um “ponto final” e na questão do como se abrem as possibilidades, as
singularidades, “o que se pode fazer isso?”. Pois dentro disso estaria
enfatizado que cada sujeito é único por suas experiências e assim tem muito
material para entrarem contato, material muito singular. Assim como este
sujeito com o tempo viria a se responsabilizar por suas escolhas, percebendo
por si só que não está numa posição se vitima e que também é necessário
trabalhar a culpa, para um maior movimento de conscientização de si. Já na
ACP, Rogers e o sujeito em relação a suas experiências, dentro disso a
questão da congruência e incongruência dessas experiências em consonância
com o que o sujeito sente, se esta de acordo, o que ele sente com aquilo que
ele expressa, diante da experiência. Além disso, coloca a tendência atualizante
que todo sujeito teria.

E na tcc a qual por mais não senti nenhuma identificação, senti falta de mais
cadeiras pois uma foi pouco para dar conta de seu conteúdo. Nele há a
compreensão das crenças específicas e os padrões do comportamento do
cliente. Trabalhando então as crenças sobre si mesmo e sobre o mundo, por
meio de ferramentas que possam ir a profundidade de uma conscientização e
transformação dessas crenças e o impacto delas no comportamento. Na tcc, há
a compreensão das crenças específicas e padrões de comportamento de
cada paciente, buscando produzir uma mudança cognitiva do pensamento, das
reações, desse sistema de crenças e assim do comportamento. Há o destaque
também pra o estabelecimento de boa uma aliança terapêutica e a participação
ativa desse cliente na intenção de torná-lo seu próprio terapeuta com as
técnicas ensinadas, informações sobre eu problema, sobre o que aprendeu na
terapia, anotações das técnicas como aprendizado e prevenção a recaídas.
Levando em consideração um foco no presente,sem desmerecer o passado e
uma ênfase em objetivos levantados. Dentro desse ponto, as questões da TCC
pra mim, por mais que amplas, pareciam soar mecânico demais, técnico
demais.

Pórem, todas as abordagens tem algo de potencial e singular ao se


disponibilizar e receber o cliente, cada uma por um modo de ver adiciona
riqueza a psicologia.
REFERÊNCIAS

FADIMAN, James; FRAGER, Kobert. Teoria da Personalidade. Sao

Paulo: EPU, 1986.

BECK, JUDITH S. Terapia Cognitivo-Comportamental:Teoria e Prática. Porto


Alegra: Artmed, 2013.

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