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O livro apresenta de forma séria, metódica e responsável um estudo sobre casos sugestivos de
reencarnação. Dentre os inúmeros casos pesquisados o autor seleciona um conjunto de 20
casos realmente representativos do total pesquisado. Cada caso apresenta particularidades
distintas e isto estimula a continuação da leitura. Ao longo dos capítulos o autor também vai se
referindo corretamente aos casos anteriores de tal forma que permite ao leitor construir uma
linha de raciocínio interessante.
Além do cerne principal do livro, que é a análise da hipótese reencarnacionista, o leitor ainda
pode refletir sobre vários aspectos específicos de cada caso apresentado. Por exemplo, pode
se perguntar sobre o momento da reencarnação. Pode pensar a respeito da questão da justiça
divina. Pode refletir sobre os conceitos de individualidade e personalidade. Enfim, este estudo
amplia a visão do leitor para esta possível realidade da reencarnação.
Discussão:
Seguem abaixo algumas passagens:
"Todos nós morremos de algum tipo de aflição. O que determina a natureza dessa aflição? Eu
acredito que a busca da resposta nos leva a pensar que a natureza de nossas doenças pode
ser proveniente, pelo menos em parte, de vidas passadas."
O autor instiga o leitor a refletir sobre certos pontos e estimula a leitura do estudo.
"Apenas aproveito para reiterar que considero estes casos sugestivos de reencarnação, e nada
mais que isso. Todos os casos têm falhas, assim como todos os relatórios."
A preocupação em ser bem compreendido é um dos pontos fortes do autor.
"Esse caso [do Jasbir] tem a característica incomum de que a personalidade anterior com a
qual o indivíduo se identificou só morreu cerca de três anos e meio depois do nascimento do
'corpo físico do indivíduo atual'."
Será que o processo de reencarnação se inicia mesmo na concepção?
"As lembranças aparentes de muitos casos do tipo reencarnação incluem detalhes dos últimos
dias ou meses da vida da personalidade anterior."
Informação interessante. Será que as memórias mais recentes do espírito são mais vivas?
"... acho que existem muitos outros casos na Índia (e em outros países) em que uma criança se
lembra de alguns (ou talvez muitos) detalhes de uma vida anterior, mas como o caso não tem
traços sensacionalistas, ou os pais não desejam investigar o assunto, ou se envolver em
qualquer publicidade, as afirmações são ignoradas e a criança, aos poucos, se esquece do que
se lembrou."
Talvez isto explique porque em algumas culturas a ocorrência dos casos é mais frequente.
"Alguns anos depois, Sri Jageshwar Prasad ficou sabendo que um menino nascido em outro
Distrito de Kanauj, em julho de 1951 (seis meses depois da morte de Munna), ..."
Mais um caso em que podemos nos perguntar se a reencarnação se inicia mesmo na
concepção.
"A mãe de Ravi Shankar relatou que o menino tinha uma marca linear que lembrava a cicatriz
de uma faca comprida em seu pescoço. (...) A marca parecia de nascença. Quando Ravi
Shankar falava sobre o assassinato de sua vida anterior, dizia que a marca no pescoço tinha
sido causada por ferimentos no assassinato."
Será que o espírito molda a marca de nascença de acordo com suas lembranças?
"... a vantagem de minhas pesquisas, se é que existe, será espalhada de modo mais geral com
as contribuições que elas possam dar à nossa compreensão da personalidade humana e da
evidência de que pelo menos uma parte de nós sobrevive à morte."
Boas contribuições!
"Em um total de 600 casos do tipo [reencarnação], as diferenças de sexo entre as duas
personalidades ocorreram em apenas 5%."
Dado muito interessante! Então nas minhas possíveis últimas vinte reencarnações em apenas
uma eu fui uma mulher.
"De modo geral, adotei a política de não incluir referência às vidas de animais não humanos
que às vezes aparecem em alguns dos casos do tipo reencarnação, o que costuma ser
chamado de metempsicose. (...) Seria muito difícil encontrar evidências sobre o renascimento
de criaturas subumanas, mas, mesmo assim, fico surpreso com a quantidade de material
apresentado a mim sobre esse assunto, em comparação com as evidências relacionadas às
afirmações de reencarnação em corpos humanos."
Curioso!
"... o caso [Ranjith] pode ser explicado pela 'identificação imposta'. De acordo com essa
hipótese, uma pessoa mais velha, geralmente um pai (neste caso, o Sr. de Silva),
inconscientemente impõe uma determinada personalidade em uma criança, que aos poucos
assume as características desejadas pelo pai."
Explicação interessante!
Página 274 do capítulo Dois Casos que sugerem reencarnação no Brasil:
Página 308 do capítulo Sete Casos que sugerem reencarnação entre os Tlingits do Sudeste do
Alasca:
Página 331 do capítulo Sete Casos que sugerem reencarnação entre os Tlingits do Sudeste do
Alasca:
"Muitos dos casos sugestivos de reencarnação apresentam uma forte preponderância entre os
eventos aparentemente recordados, e os ocorridos nos últimos anos de vida, ou perto da morte
da personalidade anterior."
Faz sentido.
"A veracidade das pessoas envolvidas e o fato de que as afirmações da criança foram
registradas antes de qualquer verificação, tornam o caso [de Imad Elawar] mais autêntico do
que muitos casos deste tipo."
Realmente, o acompanhamento do caso desde o início o torna mais confiável.
"Durante minhas primeiras investigações destes casos [de reencarnação], nunca recebi
informações que me fizessem crer que os indivíduos tivessem doença mental."
Informação importante.
"Um (Parmod) disse que o fato de se lembrar de uma vida anterior, lhe dava uma visão mais
ampla da vida e um maior desapego e sabedoria para lidar com suas vicissitudes da vida, do
que uma pessoa comum que tivesse apenas 'uma visão da vida';"
Faz todo o sentido.
"De qualquer modo, o paciente deve ter acesso mais fácil às lembranças de acontecimentos
acompanhados por fortes emoções, como mortes violentas."
Também faz sentido.
"A fraude parece ser a primeira teoria séria que deve ser excluída nestes casos."
O autor se mostra muito preocupado com esta possibilidade de fraude nos casos.
"Todo aluno de psicologia anormal ou de pesquisa psíquica sabe de muitos casos que
demonstram a ocorrência de criptomnesia. As pessoas têm reproduzido, geralmente, anos
mais tarde, trechos e livros ou outras informações que tinham aprendido muitos anos antes e
esquecido que haviam aprendido."
O autor tem plena consciência das hipóteses explicativas para os casos.
Página 446 do capítulo Discussão Geral:
"Mas se eles [casos de comunicações mediúnicas não esperadas] contribuem para a evidência
de sobrevivência, essas 'visitas' dificultam a avaliação de casos do tipo reencarnação, uma vez
que tornam possíveis para nós, supor que as crianças podem ter obtido a informação que
tinham sobre as personalidades anteriores por meio da percepção extrassensorial sem
qualquer elo de pessoas ou objetos."
Quem diria?! As comunicações mediúnicas espontâneas são um empecilho para se chegar a
conclusão pela hipótese reencarnacionista.
"Em primeiro lugar, a criança (ou adulto, com menos frequência) afirma (ou seu comportamento
sugere), uma continuidade de sua personalidade com aquela de outra pessoa que morreu:
como já foi mencionado, em poucos casos, a identificação com a personalidade anterior, se
torna tão forte que a criança rejeita o nome dado a ela pelos pais atuais e tenta forçá-los a
chamá-la pelo outro nome. Na maioria dos casos, o indivíduo examina o ser anterior como
contínuo com sua personalidade atual, e não em substituição."
Característica bem interessante.
"Resta uma possibilidade de que os indivíduos obtêm suas informações em uma condição
parecida com um transe de dissociação (ou mesmo em sonhos), mas apenas posteriormente
comunicam com outros quando eles retomam a personalidade normal."
Sempre existe outra explicação.
"Em resumo, se a personalidade anterior parece se associar com o organismo físico na época
da concepção ou durante o desenvolvimento embrionário, falamos de reencarnação; se a
associação entre a personalidade anterior e o organismo físico só vem depois, falamos de
possessão."
Conceituação arbitrária, mas interessante.
"De modo geral, não permiti nesta discussão de casos comunicações por meio de médiuns, de
comunicadores desencarnados em relação aos assuntos envolvidos na escolha das hipóteses
relevantes aos casos."
Acho que ele fez bem.
"Podemos encontrar casos que são mais bem explicados por fraude, criptomnesia ou
percepção extrassensorial com personificação, (talvez com telepatia ou retrocognição). Para os
outros casos, podemos dar explicações de sobrevivência, como possessão ou reencarnação."
Há várias explicações.
"É possível que uma solução para a questão da sobrevivência se encontra na observação de
padrões, dentro de uma personalidade ou organismo que não eram ou não podiam ter sido
herdadas ou adquiridas na vida atual da personalidade."
Vamos ficar atento aos padrões.