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1 – FAÇA UMA CRÔNICA EM 1ª PESSOA – COLE UMA IMAGEM E A PARTIR DELA FAÇA SEU

TEXTO.

Quando finalmente percebi que a insônia não me afetava.

Quantas vezes me vi enfrentando noites em claro, envolta pela insônia que


teima em me perturbar. Nessas longas vigílias noturnas, mergulhava em reflexões
profundas sobre a vida. Porém, em uma dessas madrugadas, algo diferente aconteceu: o
passado começou a emergir, trazendo lembranças de cada membro da minha família.
Dos meus pais aos avós, da minha irmã aos primos distantes, todos ganharam vida nas
minhas divagações.

Um impulso silencioso me levou a levantar e caminhar até o quarto da minha


irmãzinha. Ali, pude contemplar seu sono tranquilo e sua inocência radiante. A
fragilidade dela diante do mundo despertou um sentimento de proteção que eu nunca
havia experimentado antes.
A jornada noturna continuou ao quarto do meu pai. Seu sono profundo era a
recompensa merecida por um dia extenuante de trabalho. Minha mãe também
descansava ao seu lado, e seu rosto sereno revelava uma paz interior que mesmo as
responsabilidades do cotidiano não conseguiam abalar. Foi então, na cozinha, que um
copo de leite com achocolatado se tornou um símbolo de introspecção.

Enquanto saboreava cada gole, um filme de memórias projetou-se diante dos


meus olhos. Fragmentos da minha infância, momentos de risos compartilhados e
abraços apertados foram revisitados. Percebi, naquela quietude noturna, que estava
envolvida por pessoas que genuinamente me amavam e que me proporcionavam
alegrias cotidianas.

Inspirada pelo profundo sentimento de gratidão e carinho, decidi escrever


algumas palavras direcionadas aos meus pais. O papel recebeu traços de afeto enquanto
expressava o quanto os amava e o quanto eram essenciais para minha vida. Quis fazer o
mesmo por minha irmã, mas sua tenra idade a impedia de compreender palavras
escritas. Então, um desenho singelo de um coração nasceu das minhas mãos.

Cuidadosamente, dobrei as folhas, depositando-as ao pé das portas dos quartos


deles. No entanto, o som do despertador invadiu o ambiente, quebrando a calmaria do
momento. E ali estava eu, confrontada com a dura realidade de que tudo não passava de
um sonho. No entanto, mesmo diante dessa revelação, duas verdades emergiram de
forma cristalina.

Primeiro, percebi a imensa importância da minha família e a alegria que eles


traziam à minha vida. E, em um insight final, compreendi que meu sono havia sido tão
profundo que até mesmo os sonhos tinham encontrado espaço para se manifestar. Era
um lembrete suave de que, afinal, a insônia não tinha poder sobre mim quando o sono
finalmente me acolhia.

Assim, naquele instante, na interseção entre sonho e realidade, descobri que os


laços afetivos que tecemos ao longo da vida são tão fortes e preciosos que até mesmo o
subconsciente se encarrega de celebrá-los. E ao abraçar a promessa do sono, adormeci
com um coração cheio de gratidão e a certeza de que, no final das contas, nossas
conexões mais profundas sempre encontram uma maneira de nos envolver, até nos
nossos sonhos mais profundos.

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