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Estatística

Variáveis Aleatórias
Sistemas de Informação
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Tópicos

1. Variáveis Aleatórias
2. Modelo
a. Uniforme discreto
b. Binomial
c. Geométrico
d. Poison
e. Hipergeométrico
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Variáveis Aleatórias

Uma variável aleatória é uma variável (normalmente


representada por x) que assume um único valor numérico,
determinado pelo acaso, para cada resultado de um
experimento.

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Variáveis Aleatórias

● Uma variável aleatória discreta possui uma coleção de valores que é finita
ou enumerável. (Se há infinitos valores, o número de valores é enumerável se é possível
contá-los individualmente, tal como o número de jogadas de uma moeda antes de se obter
coroa.)

● Uma variável aleatória contínua tem infinitos valores, e a coleção desses


valores não é enumerável. (Isto é, é impossível contar os itens individuais porque pelo
menos alguns deles estão em uma escala contínua.)

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Distribuição de Probabilidade: Requisitos
1. Há uma variável aleatória numérica “x” e seus valores estão associados às
correspondentes probabilidades.

2. ΣP (x) = 1 em que x assume todos os valores possíveis. (A soma de todas as


probabilidades deve ser 1, mas valores como 0,999 ou 1,001 são aceitáveis
quando resultam de erros de arredondamento.)

3. 0 ≤ P (x) ≤ 1 para todo valor individual de x. (Isto é, cada valor de


probabilidade deve estar entre 0 e 1, inclusive.)

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Exemplo
Vamos considerar um exemplo mais simples que envolve apenas dois
nascimentos, com a seguinte variável aleatória: x = número de meninas em dois
nascimentos.

A variável x é uma variável aleatória numérica e seus valores estão associados a


probabilidades, como na Tabela.

1. ΣP (x) = 0,25 + 0,50 + 0,25 = 1


2. Cada valor de P (x) está entre 0 e 1. (Especificamente, 0,25, 0,50 e 0,25
estão, todos, entre 0 e 1, inclusive.)
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Tabela Distribuição de Probabilidade para o
Número de Meninas em Dois Nascimentos

0,5 (M) * 0,5 (M)

(0,5 (M) * 0,5 (F)) + (0,5 (F) * 0,5 (M))

0,5 (F) * 0,5 (F)

O que criamos aqui foi nossa função discreta de probabilidade!

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Função discreta de probabilidade ou função de
probabilidade

Seja X uma variável aleatória discreta (x1, x2, ...), a função de probabilidade é a
função que atribui a cada valor da variável a sua probabilidade de ocorrência.

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Exemplo 1: Função de Probabilidade

Dados do último censo em uma determinada região:

● 20% das famílias não têm filhos


● 30% tem 1 filho
● 35% têm 2 filhos.
● e o restante se divide em 3, 4 ou 5 filhos igualmente.

Qual será a função de probabilidade para a variável “número de filhos”?

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Exemplo 1: Função de Probabilidade
Sendo N a variável aleatória “número de filhos que pode assumir os valores N =
0,1,2,3,4,5.

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Exemplo 2: Função de Probabilidade
As estacas para a fundação de um prédio devem atingir 15m de profundidade. A
cada 5m os operadores fazem a medição da resistência do solo para ver se há
alterações nessa resistência, o que acarretará na necessidade de se tornar
medidas que alteram o preço final da obra.

Sabendo que a probabilidade de alteração nessa resistência é de 0,1 e que cada


alteração o valor da obra será acrescido de 50 UPCs (unidade padrão de
construção), Como se comporta a variável “acréscimo do custo da obra”?

15m → 3 medições
A → alteração na resistência do solo
Ac → complementar de A (sem alteração)
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Árvore de Probabilidades

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Exemplo 2: Função de Probabilidade

● Associamos a cada evento do espaço amostral a um valor da variável aleatória CE


(custa da obra). Assim CE assumi os valore:

○ CE1 = 0; CE2 = 50; CE3 = 100; CE4 = 150

● Podemos ter um mesmo valor para a variável associado a mais de um evento, por
exemplo P(CE=50):

○ P(CE = 50) = P(AcAcA U AcAAc U AAcAc)

■ 0,081 + 0,081 + 0,081 = 0,243

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Função de Distribuição de Probabilidade ou Função
Acumulada de Probabilidades
Seja X uma variável aleatória discreta a função de distribuição de probabilidade é
definida pela seguinte expressão:

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Modelos Discretos: Tome Nota!

Dada uma distribuição de probabilidade é evidente que alguns valores


são mais prováveis do que outros. Em geral, do ponto de vista prático
não há necessidade de calcular as probabilidades individuais para se
encontrar a distribuição de probabilidades.

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Modelos Discretos: Tome Nota!

Existem vários modelos de distribuição que podem ser descritos por


“modelos de distribuição”. Um pequeno número de modelos
proporciona solução para um grande número de problemas

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Modelos de Distribuição

● Uniforme discreto
● Binomial
● Geométrico
● Poisson
● Hipergeométrico

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Modelo Uniforme Discreto
Seja X uma variável aleatória discreta sendo (x1, x2, x3, ...) seus possíveis valores.
Dizemos que X segue modelo uniforme discreto se atribui uma mesma
probabilidade a cada um de seus valores, ou seja:

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Exemplo de um modelo uniforme
Uma rifa tem 100 bilhetes numerados de 1 a 100. Quero comprar 5 bilhetes. Terei
mais chances de ganhar se comprar os bilhetes com numeração sequencial ou
com numeração escolhida ao acaso?

R: Comprando 5 bilhetes a probabilidade de ganhar é 5/100,


independentemente se os números dos bilhetes são sequenciais ou não.

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Modelo Binominal
Em muitas situações a variável de interesse só pode assumir 2 valores, ex:
positivo ou negativo, concorda ou não concorda, sim ou não. Casos:

● Quer se saber se jovens entre 18 e 25 anos concluíram o ensino médio. O evento de


interesse (sucesso) é: “o jovem concluiu o ensino médio”.

● Que se fazer um estudo para saber se os moradores de uma região foram atingidos
por uma moléstia contagiosa. O evento de interesse (sucesso) é “a pessoa examinada
foi contagiada”.

● Numa prova de múltipla escolha cada questão em 5 alternativas e só uma é


considerada correta. O evento de interesse (sucesso) é o número de questões
corretas.
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Modelo Binominal
Ensaio de Bernoulli: numa única tentativa de experimento, considera-se
somente a ocorrência ou não de um determinado evento (sucesso/fracasso) e
com probabilidade de ocorrência de sucesso igual a p.

Considera-se “1” a ocorrência de sucesso e “0” a sua não ocorrência, temos:

0 ou 1
Sua função discreta de probabilidade é dada por:

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Ensaio de Bernoulli

Exemplo: Ao jogar uma moeda não viciada qual a probabilidade de sair


cara. Tome com sucesso a face cara da moeda.

=$C$2^C5*(1-$C$2)^(1-C5)

Moeda (p) 0.5

F(x)
Fracasso 0 0.5
xi = cara
Sucesso 1 0.5

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Modelo Binominal
A probabilidade de ter k sucessos em um evento que segue a
distribuição binomial, é calculada através da equação a seguir:

Onde:
● p = probabilidade de sucesso
● q = probabilidade de fracasso
● n = número de total de ensaios
● k = número de sucessos
Binômio de Newton 25
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Modelo Binomial: Exemplo 1
1. Um dado é lançado 50 vezes e quer se saber qual a probabilidade de sair 8
vezes faces com o número 6.

● número de tentativas (n) = 50


● probabilidade de sucesso (p) = ⅙
● Número de sucessos (k) = 8

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Modelo Binomial: Exemplo 2

➢ No exemplo das estacas para a fundação de um prédio podemos


considerar que, em cada situação, aplicarmos o modelo de Bernoulli,
assumindo que o resultado de cada medição não é influenciado pela
medição anterior, ou seja, são independentes.

➢ Podemos definir como “sucesso” a “não” ocorrência de alteração na


resistência do solo, pois não implica em custo extra!

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Modelo Bidimensional: Exemplo 2
Podemos assumir que em 15 metros - 3 medições - podemos ter 0,1,2
ou 3 sucessos, com custo CE = 150, 100, 50 OU 0, com k variando de
0,1,2 e 3 respectivamente.

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Modelo Binomial: Exemplo 2

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Modelo Binomial: Exemplo 3

Uma prova tipo teste de 20 questões independentes, cada uma tem alternativa
falso e verdadeiro. Se um aluno resolve a prova respondendo a esmo as
questões, qual a probabilidade de tirar 5?

● Número de tentativas → n = 20
● Probabilidade de sucesso → p = 0,5
● Número de sucessos (acertos) → k = 10

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Modelo Binomial: Exemplo 3

● Número de tentativas → n = 20
● Probabilidade de sucesso → p = 0,5
● Número de sucessos (acertos para tirar 5) → k = 10

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Modelo Geométrico

Ideia: Realizamos os ensaios até que ocorra o primeiro


sucesso!

Conta o número de falhas até o sucesso!

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Modelo Geométrico

● Seja X a variável aleatória que fornece o número de falhas até o primeiro


sucesso.
● A variável X tem distribuição Geométrica com parâmetro p, 0 < p < 1, se
sua função de probabilidade é dada por
● O evento [X=j] ocorre se, e somente se, ocorrem somente falhas nos j
primeiros ensaios e sucesso no (j+1)-ésimo ensaio.

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Modelo Geométrico: Exemplo 1
Quando você percorre pela primeira vez um determinada avenida, a probabilidade
de se encontrar um sinal aberto é de 25% (p=0,25). Se você passar pela avenida
5 vezes qual a probabilidade de encontrar o sinal aberto somente na quinta vez?

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Modelo Geométrico: Exemplo 2

Faça um estudo da probabilidade do número de lançamento de um dado para


obter pela primeira vez a face do número 1?

0,1389 é a probabilidade de sair o 1 após uma falha!

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Modelo Geométrico: Exemplo 2

p 0.1666666667
1 0.1388888889
2 0.1157407407
3 0.09645061728
4 0.0803755144
5 0.06697959534
6 0.05581632945

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Modelo de Poisson

Qual a probabilidade de algo ocorrer se temos apenas uma taxa


de um período?

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Modelo de Poisson

Uma variável aleatória discreta X segue a distribuição de Poisson com parâmetro


λ, λ >0, se sua função de probabilidade for dada por

O parâmetro λ indica a taxa de ocorrência por unidade medida.

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Modelo de Poisson: Exemplo 1

Suponha que em um determinado posto de saúde cheguem 4 pessoas


por hora e que essa taxa é bem aproximada pela distribuição de Poisson.
Determinar a probabilidade de:
1. não chegar ninguém em meia hora.
2. chegarem 5 pessoas também em meia hora.

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Modelo de Poisson: Exemplo 1

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Modelo de Poisson: Exemplo 1

Suponha que a emissão de partículas radioativas alfa seja uma variável aleatória
seguindo o modelo de Poisson a taxa de ocorrência de 5 partículas por minuto.
Calcule a probabilidade de haver mais de 2 emissões por minuto.

Neste caso, ƛ = 5 e k > 2

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Modelo de Poisson: Exemplo 1

P(X>2) = 1 - [p(X=0) + P(X=1) + P(X=2)]

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Modelo de Hipergeométrico

Em teoria das probabilidades e estatística, a distribuição hipergeométrica é uma


distribuição de probabilidade discreta que descreve a probabilidade de k sucessos
em n retiradas, sem reposição, de uma população de tamanho N que contém
exatamente K sucessos, sendo cada retirada um sucesso ou um fracasso.

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Modelo de Hipergeométrico
Considere uma população com N objetos nos quais M são classificados como do tipo A e
N−M são classificados como do tipo B. Tomamos uma amostra ao acaso, sem reposição e
não ordenada de n objetos. Seja X a variável aleatória que conta o número de objetos
classificados como do tipo A na amostra. Então a distribuição de probabilidade de X é dada
por:

sendo k inteiro e max{0, n−(N−M)} ≤ k ≤ min{M,n} max{0, n−(N−M)} ≤ k ≤ min{M,n}.

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Modelo de Hipergeométrico: Exemplo
Numa caixa com 10 lâmpadas 2 são defeituosas. Extraída uma amostra
de 4 lâmpadas determine a probabilidade de:

1. não ter nenhuma defeituosa.


2. ter menos de 2 defeituosas.

● N = 10 (população)
n
● n = 4 (tamanho da amostra)
● M = 2 (sucesso na população) N

● k = sucesso na amostra
M M-N 45
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Modelo de Hipergeométrico: Exemplo

1)

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Modelo de Hipergeométrico: Exemplo

2)

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Recomendação de estudo: Distribuição de probabilidade com variáveis
contínuas!

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Referência

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https://christiancounselingco.com/dont-give-up-you-can-do-this/

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