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A importância de um estudo panorâmico da Bíblia

Infelizmente é muito comum que cristãos, mesmo líderes eclesiásticos, jamais tenham lido
toda a Bíblia. De acordo com uma pesquisa da ABS (American Bible Society) menos de 40% dos
cristãos, entre católicos e evangélicos, leram toda a Bíblia e apenas 18% afirmam ler as
Escrituras diariamente, a maioria dos leitores assíduos são mulheres – dado interessante e
preocupante, afinal, a maioria dos pastores são homens, tendo denominações que sequer
aceitam mulheres. Segundo uma pesquisa da Abba Press & Sociedade Bíblica Ibero-Americana,
50,68% dos pastores nunca leram toda a Bíblia.

São dados muito problemáticos, afinal, a maior parte do conhecimento “bíblico” que as
pessoas afirmam ter vêm, na maioria das vezes, de pastores que também não têm
conhecimento da Bíblia. Se levarmos em consideração aquela brincadeira infantil do telefone
sem fio, o que essas pessoas acreditam saber, na realidade é fruto daquilo que foi passando,
indiscriminadamente, de ouvido em ouvido, de boca em boca, e chegando a cada um da
maneira que qualquer um acredita que seja. Pessoas que afirmam conhecer a Deus e sua
Palavra, porém, tudo apenas de ouvir falar sem nunca experimentar a maravilhosa Bíblia por si
mesmos.

O pior de tudo é que grande parcela da comunidade é influenciada por pensamentos ditos
cristãos, mas que na realidade se trata de “um disse me disse”. A fé está muito mais no que os
líderes eclesiásticos afirmam do que realmente na Palavra de Deus, pois se não sei o que a
Bíblia diz, afinal não a leio pessoalmente, sou levado a crer no que qualquer pregador afirma
ou ensina, ainda que este possa também não ter qualquer conhecimento bíblico e creia que
tem, já que também ouviu de outro que ouviu de outro.

Essa falta de interesse pela compreensão pessoal das Escrituras não é atual, no Novo
Testamento podemos encontrar uma carta inteira, aos coríntios, de Paulo tratando sobre
entendimentos equivocados e práticas consequentemente pecaminosas ou duvidosas devido a
falta de estudos da Palavra de Deus; o mesmo acontecia com os tessalonicenses; contudo
encontramos um grupo realmente nobres por estudarem a Palavra de Deus continuamente, de
tal modo que Lucas em Atos 17,11 faz questão de afirmar, “os bereanos eram mais nobres do
que os tessalonicenses, porquanto, receberam a mensagem com vívido interesse, e
dedicaram-se ao estudo diário das Escrituras, com o propósito de avaliar se tudo
correspondia à verdade”.

Precisamos lembrar que as únicas Escrituras disponíveis nesse período do Novo Testamento
em que Lucas menciona os bereianos eram os textos do que nós conhecemos por Antigo
Testamento, não sabemos ao certo quanto desses textos eles tinham em Bereia, porém, com
aquilo que eles tinham em mãos eles se dedicavam diariamente em conferir se o que era
pregado pelo apóstolo Paulo e qualquer outro era realmente de acordo com o que já havia
sido afirmado.

Por isso quero reafirmar a importância de um estudo panorâmico da Bíblia em nossos dias. Por
panorâmico quero dizer uma leitura, ainda que superficial, de cada livro das Escrituras, tanto
do Antigo quanto Novo Testamentos. Superficial, no entanto, suficiente. Suficiente por que
entendo que um estudo breve de toda a Bíblia pode aperfeiçoar o leitor em, no mínimo, três
sentidos.
Primeiro, ter uma visão geral da Bíblia gera no leitor um interesse por uma leitura mais
aprofundada da mesma. Na maioria das pregações e estudos em nossos cultos lemos apenas
fragmentos de textos, porém, não temos uma perspectiva mais ampla do pensamento do
autor de onde aquele versículo ou capítulo foi retirado. Com um estudo panorâmico da Bíblia é
possível que surja no estudante o interesse por aumentar a sua leitura diária a fim de ter
pessoalmente tal compreensão. Na realidade essa técnica é utilizada há anos por editoras e
livrarias ao apresentarem um breve resumo do livro em sua contracapa ou na internet, de tal
maneira que incentive o leitor a querer ler todo o conteúdo.

Segundo

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