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Como a ler a bíblia pode transformar a nossa vida?

Todos devemos amar a Bíblia. Todos devemos lê-la. Todos. É a

Palavra de Deus. Ela tem a solução da vida. Ela nos fala do melhor

Amigo que a humanidade já teve, o mais nobre, o mais terno, o mais

verdadeiro Homem que já pisou na terra.

É a mais linda história que já se contou. É a melhor diretriz da

conduta humana que já se conheceu. Dá um sentido, um fulgor, uma

alegria, uma vitória, um destino e uma glória à vida, que em nenhuma

outra parte são revelados.

Nada há na História, ou na literatura, que de alguma forma se

compare com as singelas narrativas do Homem da Galileia, que levou

dias e noites a ministrar aos que sofriam, a ensinar aos homens como

ser benévolos, a morrer pelo pecado, a ressuscitar para a vida que

jamais acaba, e a prometer segurança eterna e eterna felicidade a todos

quantos se chegam a Ele.

A maioria do povo há de pensar, seriamente, como há de ser quando

o fim chegar. Não adianta sorrir, desdenhosamente, passar adiante


deste assunto, ESSE DIA HÁ DE VIR. E QUE ACONTECERÁ ENTÃO? A

Bíblia dá a resposta. É resposta inequívoca. Há um Deus. Há um céu. Há

um inferno. Há um Salvador. Haverá um dia de juízo. Feliz do homem

que, enquanto vivo, fizer suas pazes com o Cristo da Bíblia e se preparar

para esse epílogo.

Como pode uma pessoa sensata deixar de entusiasmar-se com

Cristo, e com a Bíblia, que de Cristo lhe fala? Todos devemos amar a

Bíblia. Todos. TODOS.

Todavia, a negligência generalizada da Bíblia, por parte de igrejas e

de pessoas que frequentam igrejas, é, simplesmente, de estarrecer.

Conversamos sobre a Bíblia, defendemos a Bíblia, louvamos a Bíblia,

exaltamos a Bíblia. Sim, pois não! Mas, muitos membros de igreja

raramente lançam um olhar à Bíblia — de fato, ficariam envergonhados

de ser vistos a lê-la. E os líderes da Igreja, em geral, não parecem fazer

um esforço sério para levar o povo a ler a Bíblia.

O protestantismo de hoje em dia parece cuidar muito pouco do Livro

em que, altissonantemente, professa crer. E o Catolicismo Romano

prefere, declaradamente, seus próprios decretos à Bíblia.


Procuramos saber tudo no mundo. Por que não, também, acerca de

nossa religião? Lemos jornais, revistas, novelas e toda sorte de livros, e

ouvimos o rádio nas horas certas. No entanto, a maioria de nós nem

sequer sabe os nomes dos livros da Bíblia. Que vergonha! Que vergonha!

O contato individual direto com a Palavra de Deus é o principal meio

de crescimento cristão. Todos os líderes de poder espiritual, da história

do cristianismo, têm sido leitores devotados da Bíblia.

A Bíblia é o livro de que vivemos. A leitura da Bíblia é o meio de

aprendermos e de conservarmos nítidas, em nossas mentes, as IDEIAS

que modelam nossa vida. Nossa vida é produto de nossos

pensamentos. Para vivermos certo, precisamos pensar certo.

Os pensamentos exercem poder em nossa vida pela FREQUÊNCIA

com que ocuparem nossas mentes. Lemos a Bíblia frequente e

regularmente, de sorte que os pensamentos de Deus podem ocupar

frequente e regularmente nossas mentes; podem vir a tornar-se

pensamentos nossos; podem nossas ideias vir a conformar-se com as


ideias de Deus; podemos ser transformados na imagem de Deus, e

tornados capazes de fazer eterna companhia com o nosso Criador.

Podemos, com efeito, absorver a verdade cristã, em certo grau,

assistindo aos cultos, ouvindo sermões, lições bíblicas, testemunhos, e

lendo literatura cristã.

Todavia, por mais que essas coisas sejam boas e úteis,

fornecem-nos a verdade divina em SEGUNDA MÃO, aguada, porque

através de canais humanos, e, até certo ponto, glosada com ideias e

tradições humanas.

Estas coisas não podem tomar o lugar da leitura individual da

PRÓPRIA BÍBLIA, da fundamentação, por nós mesmos, de nossa fé,

esperança e vida, diretamente na Palavra de Deus, antes que naquilo que

os homens dizem acerca dessa Palavra.

A Palavra de Deus é a arma do Espírito de Deus para a redenção e

perfeição da alma humana. Não é bastante ouvir outros falar, ensinar e

pregar a respeito da Bíblia. Precisamos conservar-nos, cada um de nós,


em contato direto com a Palavra de Deus. É ela o poder de Deus em

nossos corações.

A leitura da Bíblia é hábito cristão fundamental. Não queremos

dizer que devemos cultuar a Bíblia como se fosse um fetiche, mas

adoramos o Deus e o Salvador de quem a Bíblia nos fala. E, porque

amamos nosso Deus e Salvador, amamos, terna e devotadamente, o

Livro que dEle procedeu e dEle se ocupa.

Nem queremos dizer que o hábito de ler a Bíblia é em si uma virtude,

porque é possível lê-la sem aplicar seus ensinos à vida, havendo,

mesmo, os que a leem e ainda são mesquinhos, desonestos e nada

cristãos. São, contudo, exceções.

Em regra, a leitura bíblica, quando feita com as devidas disposições

de espírito, é hábito que dá lugar a todas as virtudes cristãs, sendo a

mais eficiente força formadora do caráter que se conhece.

Como ato de devoção religiosa. Nossa atitude para com a Bíblia é

um índice muito seguro de nossa atitude para com Cristo. Se amarmos

uma pessoa, gostamos de ler a seu respeito, não é fato?


Se apenas chegássemos a considerar nossa leitura bíblica como ato

de devoção a Cristo, seríamos inclinados a considerar o caso menos

irrefletidamente.

É glorioso ser cristão. O mais elevado privilégio que qualquer mortal

pode ter é andar pela vida afora de mãos dadas com Cristo, como

Salvador e Guia; ou, mais corretamente, é andar vacilante, como

criancinha, ao Seu lado e, embora sempre a tropeçar, nunca largando a

Sua mão.

Esta relação pessoal de cada um de nós com Cristo é uma das

coisas essenciais da vida, e não falamos muito sobre isto,

provavelmente, porque descobrimos que somos, lamentavelmente,

indignos de usar o Seu nome. Mas, no profundo de nossos corações,

refletindo seriamente, sabemos que, a despeito de nossa fraqueza,

mundanismo, frivolidade, egoísmo e pecado, amamo-Lo mais do que a

qualquer outra coisa no mundo; e, nos nossos momentos de maior

lucidez, sentimos que, voluntariamente, não O ofenderíamos por coisa

alguma. Somos, porém, irrefletidos.


Ora, a Bíblia é o livro que nos fala de Cristo. É possível, então, amar a

Cristo e ao mesmo tempo ter prazer em ser indiferente à Sua Palavra? É

POSSÍVEL?

A Bíblia é o melhor livro devocional. Opúsculos para devoções

diárias, que, modernamente, as casas publicadoras evangélicas

anunciam tanto, podem ter seu lugar. Contudo, não substituem a Bíblia.

A Bíblia é a própria Palavra de Deus. E nenhum outro livro pode tomar o

seu lugar. Todo crente, moço ou velho, deve ser um fiel leitor da Bíblia.

George Muller, que, em seu Orfanato em Bristol, Inglaterra, fez, pela

oração e fé, um dos mais notáveis trabalhos da história cristã, atribuía

seu êxito, pelo lado humano, ao seu amor à Bíblia. Disse ele: “Creio que a

principal razão de me haver conservado em atividade útil e feliz está no

amor que tenho à Sagrada Escritura. Tenho como hábito ler a Bíblia toda

quatro vezes por ano; em espírito de oração, aplicá-la a meu coração e

praticar o seu ensino. Durante sessenta e nove anos, tenho sido um

homem feliz, feliz, feliz”.

Subsídios para o estudo da Bíblia. A Bíblia é um livro grande, de fato,

é uma coleção de livros, de um passado distante. Precisamos de todos


os auxílios disponíveis para compreendê-la. Um bom dicionário bíblico é

o melhor dos subsídios. Um bom comentário é de muito valor. E todo o

mundo deve possuir uma concordância (Chave Bíblica).

Mas mesmo assim, surpreende como, em grande parte, a Bíblia se

interpreta a si mesma, quando conhecemos o seu conteúdo. Há muitas

dificuldades na Bíblia, mesmo além da compreensão dos mais eruditos.

Mas, apesar disso, os seus principais ensinos são inequívocos e tão

claros que “viandantes, ainda que insensatos, não têm que se enganar

com eles”.

Aceitai a Bíblia como, exatamente, ela é, pelo que ela se afirma ser.

Não vos inquieteis com as teorias dos críticos. A tentativa engenhosa e

impudente da crítica moderna, por solapar a veracidade histórica da

Bíblia, passará; ela, a Bíblia, permanecerá como luz que é da raça

humana, até aos fins do tempo. Firmai vossa fé na Bíblia. É a Palavra de

Deus. Ela nunca deixará que sossobreis. Para nós, homens, ela é a rocha

dos séculos. Confiai nos seus ensinos e sereis felizes para sempre.

Lede a Bíblia com a mente aberta. Não tenteis forçar todas as suas

passagens, amoldando-as a umas poucas doutrinas prediletas. Nem


vejais em suas passagens, ideias que lá não se encontram, nem mesmo

para servirem a um sermão. Mas tentai descobrir, cândida e

honestamente, os principais ensinos e lições de cada passagem. Assim,

chegaremos a crer no que devemos crer, porque a Bíblia é mui capaz de

cuidar de si mesma, se lhe dermos oportunidade.

Lede a Bíblia com reflexão. Lendo a Bíblia, precisamos vigiar-nos,

rigorosamente, para que nossos pensamentos não divaguem,

tornando-se a leitura perfunctória e sem sentido. Temos de resolver,

resolutamente, fixar a mente no que lemos, esforçando-nos, ao máximo,

por entender e ficando à espreita de lições que nos sirvam.

Armai-vos de um lápis. É bom, à medida que lermos, ir marcando

passagens de que gostarmos; e, de vez em quando, passando em

revista as páginas lidas, ler de novo as passagens marcadas. Com o

tempo, uma Bíblia, assim bem marcada, tornar-se-nos-á muito preciosa,

à proporção que se aproxima o dia de nos encontrarmos com o seu

Autor.

Uma leitura habitual, sistemática da Bíblia é a que serve. Leitura

ocasional ou espasmódica não significa muito. A menos que sigamos


determinado método e o observemos com resolução firme, o resultado

será não lermos muito da Bíblia. Nossa vida interior, como nosso físico,

precisa de alimento diário.

Um tempo certo cada dia, qualquer que seja o plano de leitura a

adotar, deve ser reservado para isso. De outro modo, seremos capazes

de negligenciá-lo.

É bom que seja a primeira coisa, de manhã, se nossa rotina de

trabalho o permite. Ou à noite, findo o trabalho do dia, é possível que nos

sintamos mais à vontade.

Ou, talvez, de manhã e de noite. A alguns, pode servir melhor um

período de tempo ao meio-dia.

Não importa muito qual seja o tempo escolhido. O importante é que

escolhamos o que melhor nos convenha e que não interfira nos nossos

trabalhos diários; que o observemos, rigorosamente, não desanimando,

se, uma ou outra vez, essa rotina for interrompida por alguma coisa

alheia à nossa vontade.


Aos domingos, podemos dedicar-nos mais à nossa leitura bíblica,

visto ser o dia do Senhor, reservado à Sua Palavra.

Decorai os nomes dos livros da Bíblia. Seja isto a primeira coisa. A

Bíblia compõe-se de sessenta e seis livros. Cada um deles versa sobre

um assunto. O ponto de partida para se entender a Bíblia é, antes de

tudo, saber que livros são esses, a ordem de sua colocação e, de um

modo geral, de que trata cada um.

Decorai versículos favoritos. Decorai-os, por inteiro, repetindo,

muitas vezes, esses versículos, que são a vossa vida: algumas vezes,

estando sozinho; ou, à noite, para que vos ajudem a adormecer nos

Braços Eternos.

O hábito de fazer os pensamentos de Deus atravessar, muitas vezes,

a nossa mente fará que esta se conforme com a mente divina; e, à

medida que se dá essa conformação, toda nossa vida será

transformada na imagem de Deus. É isto um dos melhores auxílios

espirituais de que podemos dispor.

Planos de leitura bíblica. Sugerem-se muitos planos. Um convém

mais a uma pessoa; outro convém mais a outra. Uma pessoa poderá
gostar de mudar o plano, com o correr do tempo. O plano em si não

importa muito. O essencial é ler a Bíblia com certa regularidade.

Nosso plano de leitura deve abranger a Bíblia toda, com razoável

frequência, porque toda ela é a Palavra de Deus, é uma história só, uma

estrutura literária de profunda e admirável unidade, centralizada em

Cristo. CRISTO é o âmago e o ponto culminante da Bíblia. Tudo quanto

vem escrito antes dEle, de um ou outro modo, é uma antecipação de Sua

Pessoa. Tudo quanto se Lhe segue, vem interpretá-Lo. A Bíblia toda

pode, com muita propriedade, ser chamada a história de Cristo. O Antigo

Testamento prepara o caminho para Sua chegada. Os Quatro

Evangelhos contém a história de Sua vida terrena. As Epístolas expõem

a Sua doutrina. O Apocalipse revela o Seu triunfo.

Entretanto, algumas partes da Bíblia são mais importantes do que

outras e devem ser lidas com maior frequência. O Novo Testamento,

naturalmente, é mais importante do que o Antigo. Em cada um dos

Testamentos, alguns livros, e, em cada livro, alguns capítulos, têm valor

especial. Os Quatro Evangelhos são os mais importantes de todos.


Um plano bem equilibrado de leitura bíblica, segundo pensamos,

pode ser algo do seguinte modo: cada vez que lermos a Bíblia toda,

leiamos o Novo Testamento, uma ou duas vezes mais, com frequente

leitura repetida de capítulos favoritos em ambos os Testamentos.

Quantas vezes? Uma vez por ano, pensamos, todo o Antigo

Testamento, e duas vezes o Novo, seria um bom plano MÍNIMO a ser

observado pela média do pessoal. E seria um meio de simplificar as

coisas, fazê-lo coincidir com o ano civil, começando-se em janeiro e

terminando em dezembro.

Tal plano significaria uma média de 4 ou 5 capítulos por dia, e

requereria, mais ou menos, uma média de 15 ou 20 minutos diários. Não

há tempo para isso? Bem, a questão do tempo é deveras importante. Um

ou três minutos por dia, para devoção religiosa, é brincadeira de

crianças. Se somos crentes, por que não tomamos a sério nossa

religião? Por que brincar com ela? Não nos enganemos. PODEMOS

achar tempo para aquilo que DESEJAMOS fazer.

Como proceder? Primeiro, escolhamos o plano e tracemos um

quadro para o ano, atribuindo certo número de capítulos a cada dia, ou


determinado livro, ou parte de um livro, ou grupo de livros, para cada

semana, ou para cada mês, como preferirmos.

Mais especificamente, o Antigo Testamento tem 39 livros, 929

capítulos. O Novo Testamento tem 27 livros, 260 capítulos. Total, 66

livros, 1189 capítulos. Tanto os livros como os capítulos variam muito de

extensão. Alguns são muito curtos, outros muito longos. Numa Bíblia de

tamanho médio e de tipo médio, um capítulo médio cobre mais ou

menos a extensão de uma página.

Alguns capítulos e alguns livros, devido à natureza do seu assunto,

podem ser lidos mais rapidamente do que outros. E alguns capítulos

merecem ser lidos, repetidamente, muitas e muitas vezes.

Leitura consecutiva. É a leitura seguida dos livros na ordem cm que

se acham, isto é, do Gênesis ao Apocalipse. Depois de feita a leitura,

repeti-la. Com este plano, a menos que se leia a Bíblia inteira, muitas

vezes, passa-se muito tempo sem ler em o Novo Testamento.

Leitura alternada dos dois Testamentos. Isto é, ler nos dois

Testamentos, simultaneamente; ler alguma coisa, cada dia, ou cada


semana, num e noutro Testamento; ou uma semana no Antigo, e na

semana seguinte em o Novo, ou um livro no Antigo e depois outro em o

Novo.

Um capítulo por dia. Muitos fazem assim. E é um hábito

maravilhoso. Mas muito melhor será se pudermos ler dois, ou três, ou

quatro capítulos por dia.

Ler a Bíblia pelos livros: isto é, um livro inteiro, ou grande parte dele,

de uma vez ou tão continuadamente quanto possível. Em regra, tratando

de leitura bíblica, é melhor fazê-la por livros inteiros do que por seleções

de trechos de capítulos.

Ler um livro, repetidamente: isto é, fazer um estudo especial de

algum livro isolado, lendo-o, muitas vezes, dia após dia. Isto é

sobremaneira útil. Mas não se deve passar tempo demasiado longo

nesse sistema, para que não se negligencie o resto da Bíblia.

Leitura em grupo. Que maravilha seria se uma classe bíblica, sob a

direção do seu professor, ou uma congregação, sob a liderança do seu

pastor, lesse a Bíblia EM CONJUNTO, o professor, ou o pastor, aos


domingos, ensinando ou pregando sobre as Escrituras lidas na semana

anterior. Por que não? POR QUE NÃO? Um pastor e seu rebanho não

poderiam melhor andar com Deus pela vida afora do que assim em

comunhão ao redor da Palavra Divina.

Fonte: Manual Bíblico de Halley

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