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O Cristão e a Bíblia

INTRODUÇÃO

Um certo dia alguém disse essas palavras “Embora a Bíblia seja um guia importante para a fé e
prática Cristã, ela não é o fundamento ou centro da nossa fé – Jesus é… Estudar as Escrituras é
valioso, mas nem de longe tão valioso quanto cultivar um relacionamento diário com o Deus
encarnado”.

 “Muitos cristãos estão colocando ênfase demais na Bíblia em vez de em Cristo e o


Espírito Santo.”
 “A Trindade não é Pai, Filho e Escritura Santa.”
 “Cuidado para não fazer da Bíblia um ídolo.”
Daí a questão: É possível ao cristão idolatra a Bíblia?

É o que vamos descobrir neste JA.

PART 1

A importância da pergunta
A Escritura diz que há um tipo de conhecimento que “infla” (1 Coríntios 8.1) mas outro tipo
que é intimamente entrelaçado com o amor (Filipenses 1.9). Então, precisamos testar a nós
mesmos: O meu estudo das Escrituras está gerando o Fruto do Espírito ou o fruto da
arrogância? A Bíblia tem sido amplamente mal-usada ao longo da história, então certamente
devemos tomar cuidado para não a usarmos mal, nós mesmos, tornando-a em um veículo para
o orgulho sobre quanto nós sabemos, em vez de sermos corretamente desafiados por ela a
uma vida amável e humilde de serviço a Deus e ao próximo.

Além disso, Cristo repreendeu os fariseus em João 5.39-40 por conhecer as escrituras e ainda
assim não recebê-lo e crer nele como o Cristo. Então, novamente, precisamos testar a nós
mesmos: O meu estudo das Escrituras é meramente acúmulo de conhecimento, como estudar
um livro qualquer, ou está me ajudando a seguir Cristo como meu Senhor e amá-lo como meu
Salvador? Em outras palavras, devemos compreender que é possível conhecer as Escrituras e
ainda assim ignorar Jesus. Temos ainda que admitir que muitos cristãos têm tido interações
com crentes e igrejas que tratam a Bíblia exatamente como os fariseus faziam.
Não devemos ficar surpresos com essa pergunta, mas devemos ser desafiados e ajudados por
ela.
Part 2

A imprecisão da pergunta
Ainda assim, tão importante e desafiador quanto a pergunta possa ser, ela está enraizada em
um entendimento impreciso das Escrituras. Considere as descrições primárias da Escritura a
partir da própria Bíblia:

 “Toda a escritura é inspirada por Deus…” (2 Timóteo 3:16)


 “por que nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto,
homens falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo.” (2 Pedro 1:21)

Acrescente a isso que um dos nomes favoritos de Jesus Cristo é “O Verbo”, e você tem um
testemunho trinitário de que a Bíblia não é divorciada da Trindade, mas é a obra tangível do
Trino Deus em perfeita harmonia falando conosco.

Colocando de maneira simples, a Bíblia é a voz de Deus. O Pai inspira (sopra) a Palavra. O Filho
é o Verbo encarnado. O Espírito Santo moveu os autores bíblicos para que eles falassem “da
parte de Deus”. A Bíblia é a voz de Deus – não apenas as letras vermelhas – toda a Bíblia.
Assim, a pergunta “É possível ao cristão idolatrar a Bíblia?” é imprecisa, porque ela nos leva a
uma falsa dicotomia entre Deus e sua voz. Priorizar a voz de Deus é priorizar Deus, portanto
priorizar sua voz não pode ser visto como idolatria.

Por favor, saiba, eu compreendo. As Escrituras e Jesus Cristo são entidades diferentes. A Bíblia
e o Espírito são distintos um do outro. Mas isso não significa que nós possamos tratá-los assim,
divorciando-os um do outro.
Part 3

A importância da pergunta, revisitada


Então voltamos à pergunta, “É possível idolatrar a Bíblia?” A resposta é um ressonante “Não”.
Priorizar a Bíblia em nossas vidas está longe da idolatria. Priorizar a Bíblia é priorizar a voz de
Deus para nós, e assim priorizar o próprio Deus.

Você pode usar mal a Bíblia, como descrevemos antes, mas se a Bíblia se descreve de maneira
precisa, ela é a voz de Deus falando conosco. Conhecer a Bíblia é conhecer Deus – sua voz, seu
caráter, seus atributos, seu reino, seu plano para nos salvar!

Como você e eu “cultivamos um relacionamento diário com o Deus encarnado” separados das
Escrituras? Como podemos separar Cristo e sua voz de tal forma que nós possamos colocar um
contra o outro ou clamar que ouvir sua voz pode tornar-se um ídolo? Se a Bíblia é como Jesus
fala conosco, como podemos crescer num relacionamento com Cristo sem enfatizar ouvi-lo
por meio de sua própria Palavra?
Conclusão

Então, amigo, vamos atender ao importante desafio que vem com essa pergunta, “É possível
idolatrar a Bíblia?”. Vamos ser cristãos que crescem em amor e fé por meio das Escrituras. Mas
não vamos nos confundir: Deus tem falado conosco por meio das Escrituras, então se nós
formos realmente conhecê-lo e amá-lo, devemos fazer com que ouvi-lo seja uma prioridade
apaixonada em nossas vidas.

“Pois vocês, pela viva e eterna palavra de Deus, nasceram de novo como filhos de um Pai que é
imortal e não de pais mortais” (1 Pedro 1:23).

A importância da Bíblia é que ela é um livro que dá vida. A Palavra de Deus é viva e poderosa,
“Pois a palavra de Deus é viva e poderosa, e corta mais do que qualquer espada afiada dos dois
lados. Ela vai até o lugar mais fundo da alma e do espírito, vai até o íntimo das pessoas e julga
os desejos e pensamentos do coração delas” (Hebreus 4:12). O Deus que deseja nos redimir
deu à Sua Palavra o poder de nos revelar JESUS, por meio de quem somos salvos (2 Timóteo
3:15).

A Bíblia não só pode nos salvar, mas também pode nos santificar: “Agora que vocês já se
purificaram pela obediência à verdade e agora que já têm um amor sincero pelos irmãos na fé,
amem uns aos outros com todas as forças e com um coração puro” (1 Pedro 1:22). A palavra de
Deus nos dá o poder de derrotar o pecado e levar nossos pensamentos à obediência espiritual
a Deus (2 Coríntios 10:4-5).
A Palavra de Deus é eterna: “A erva seca, a flor cai, mas a palavra do nosso Deus dura para
sempre” (Isaías 40:8). A verdade é eterna: “Todas as tuas palavras são verdadeiras; os teus
mandamentos são justos e duram para sempre” (Salmo 119:160). Então por fim afirmo, não há
como duvidar da importância da Bíblia e para fechar com chave de ouro: “O céu e a terra
desaparecerão, mas as minhas palavras ficarão para sempre”, (Mateus 24:35).

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