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Acordao - 117242023 - 2023 06 20 13 36 02
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Inclusão em Pauta
Incluído em pauta em 12/06/2023 19:50:37 para sessão 0140/2023.
Relatório
Recurso Ordinário apresentado por MARINA FERNANDES BARBOSA, contra decisão proferida
pelo INSS que indeferiu requerimento do Benefício de Salário Maternidade Urbano, NB nº
80/207.486.355-6.
O INSS indeferiu o requerimento de benefício alegando que não houve afastamento das atividades.
Voto
EMENTA:
A segurada se insurge contra decisão proferida pelo INSS que indeferiu requerimento de benefício
de Salário Maternidade Urbano.
O benefício foi indeferido pelo INSS por alegação de não afastamento das atividades laborativas.
Art. 29-A. O INSS utilizará as informações constantes no Cadastro Nacional de Informações Sociais
– CNIS sobre os vínculos e as remunerações dos segurados, para fins de cálculo do salário de
benefício, comprovação de filiação ao Regime Geral de Previdência Social, tempo de contribuição e
relação de emprego.
Verifica-se pelos dispositivos acima relacionados que os dados presentes em CNIS valem como
prova de vínculo e tempo de contribuição.
No caso em tela não constam recolhimentos em CNIS que comprovem o exercício de atividade
laborativa da segurada após o nascimento do filho, pois o último registro refere-se ao período de
17/08/2020 a 24/08/2021.
Art. 71-C. A percepção do salário-maternidade, inclusive o previsto no art. 71-B, está condicionada
ao afastamento do segurado do trabalho ou da atividade desempenhada, sob pena de suspensão
do benefício.
Os dados presentes em CNIS são provas do efetivo labor, contudo, como já citado, a requerente
não possui recolhimentos ou vínculos concomitantes ao período de afastamento, deste modo
concluo que o indeferimento do benefício pelo INSS foi totalmente equivocado, não sendo devido a
aplicação do teor do art. 71-C da Lei 8213/91.
O fato da requerente ter marcado a opção de “não houve afastamento da atividade remunerada”,
não é suficiente para presumir o exercício de atividade laborativa e diante da inexistência de
vínculos ou remunerações concomitantes ao período de afastamento, não existe previsão legal que
impeça o pagamento do benefício de salário maternidade.
Destaco ainda que a requerente estava em período de graça na data do nascimento da criança,
pois possui mais de 120 contribuições sem ocorrência da perda da qualidade de segurada (art. 13,
inciso II e §1° do Decreto 3048/99).
Voto no sentido de conhecer do recurso ordinário, por tempestividade, para no mérito dar-lhe
provimento.
Declaração de Voto
Declaração de Voto