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ÁREA TEMÁTICA: ENSINO E PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE
Nadia Mar Bogoni 2
Luciano Fernandes 3
Recebido em 05 de março de 2008 / Aprovado em 11 de julho de 2008
Editor Responsável: Roberto Coda, Dr. e Evandir Megliorini, Dr.
Processo de Avaliação: Double Blind Review
RESUMO trata das atividades e funções por meio das quais
da Controladoria nas dissertações dos Programas zações, constatou-se que a abordagem das disserta-
de Pós-Graduação em Ciências Contábeis, do Bra- ções é bastante diferenciada no escopo de atividades.
sil, tendo como referência os aspectos conceituais, Com relação à Perspectiva III (aspectos organiza-
Borinelli (2006). A pesquisa é de cunho descriti- senso sobre quais são as atividades típicas da área,
vo, com abordagem quantitativa. A amostra cons- mas percebe-se que os autores concordam com a
titui-se de 26 dissertações que contêm a palavra idéia de que a controladoria é um serviço ou uma
controladoria no título. Como resultado da aná- função de informação. Conclui-se, portanto, que
lise, observou-se, na Perspectiva I (aspectos concei- a abordagem da Controladoria, em seus aspectos
tuais), que não há consenso entre os autores das conceituais, procedimentais e organizacionais, nas
dissertações no que concerne a definição, objeto dissertações dos Programas de Pós-Graduação em
Na Perspectiva II (aspectos procedimentais), que elementos propostos por Borinelli (2006).
1. Doutora em Controladoria e Contabilidade pela Faculdade de Economia Administração e Contabilidade da Universidade de São
Paulo FEA/USP. Professora do Programa de Pós-graduação em Ciências Contábeis da Universidade Regional de Blumenau
FURB [ilse@furb.br]
2. Mestre em Ciências Contábeis pela Universidade Regional de Blumenau FURB [nadiab@al.furb.br]
3. Mestre em Ciências Contábeis pela Universidade Regional de Blumenau FURB [luciano.fernandes@cetil.com.br]
Endereço dos autores: Rua Antônio da Veiga, 140 sala D 202, Victor Konder Caixa Postal 1507, Blumenau SC Cep. 89012-900 Brasil
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( Au d i t o r í a ) e n e l t í t u l o. C o m o r e s u l t a d o
Programs in Accounting Sciences in relation to relación con otras ciencias, se observó una falta
procedural and organizational aspects, as proposed Desde la Perspectiva II (aspectos procedimentales),
by Borinelli (2006). The research is descriptive que se refiere a las actividades y funciones del
analysis, in Perspective I (conceptual aspects), in disertaciones es bastante diferenciado en el núcleo
and relationship with other sciences were III (aspectos organizacionales), también resultó
referenced, consensus among authors of the evidente que no hay consenso sobre cuáles son
(procedural aspects), which deals with activities que los autores concuerdan con la idea de que
they materialize as areas of knowledge within información. Por lo tanto, se concluye que el
organizations, it was observed that the approach enfoque de la Auditoría en sus aspectos conceptuales,
in the masters thesis is quite differentiated in procedimentales y organizacionales, en las
terms of the scope of activities. In relation to disertaciones de los Programas de Postgrado en
Perspective III (organizational aspects), there is Ciencias Contables de Brasil, es similar a los
also no consensus about what constitutes typical elementos propuestos por Borinelli (2006).
include in the definition of Controllership the idea Palabras clave:
that it is a service or function of information. It was Enfoques. Controllership. Disertaciones. PPGCC.
concluded that the approach to controllership, in
terms of its conceptual, procedural and organizational
Approaches. Controllership. Masters thesis. des do complexo meio empresarial onde está
PPGCC. inserida. Os diversos fatores ligados ao processo
de evolução da controladoria podem ser resumi-
RESUMEN complexidade das empresas, interesses de diferen-
en Brasil, utilizándose como referencia los aspectos As funções da controladoria vêm evoluin-
propuestos por Borinelli (2006). Es una demanda de seus diversos usuários, inclusive,
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importância, fornecendo informações que tornem senso existente. Logo, parece oportuno conhecer
ao alcance dos objetivos da organização que, con- de mestrado, que são o objeto deste estudo.
forme Borinelli (2006), precisa atender às deman- Para melhor compreensão deste artigo, o
das impostas pela sociedade para assegurar a pró- mesmo foi dividido em cinco partes, que abran-
A constatação teórica sobre a importância metodologia da pesquisa adotada para atender ao
colher evidências empíricas a respeito do que tem partir das dissertações consultadas e; por fim, as
acontecido nessa área de conhecimento nos últi- conclusões do estudo realizado.
mos anos, especialmente no Brasil, têm motiva-
do a realização de pesquisas na área. Em sua tese
(ECBC) com o propósito de que esta deixasse de Segundo Beuren (2002), embora haja res-
passasse a ser contemplada a partir de uma estru- ladoria está ligada à evolução da forma de produ-
tura teórica forte e consistente. A ECBC compõe- ção, que ocorreu nas organizações em decorrência
se de três perspectivas: Perspectiva I - Aspectos da Revolução Industrial. Para a autora, a partir
III - Aspectos Organizacionais (como se materia- organizações, com crescimento vertical e diversi-
liza nas organizações). ficado, as quais passaram a demandar um contro-
como a controladoria é abordada nos últimos anos, Beuren (2002) acrescenta que a formação
Programas de Pós-Graduação em Ciências Contábeis ampliação das funções da controladoria que, no
Borinelli (2006) foi utilizado como parâmetro controller, ao afirmar que a controladoria surgiu
para esta pesquisa pela forma inovadora e didá- com pessoas que exerciam cargos de responsabi-
perspectivas. mento financeiro, uma vez que estes profissionais
O objetivo deste estudo é analisar a abor- possuem uma visão ampla da empresa, capacida-
dagem da Controladoria nas dissertações dos Pro- de esta que os tornou capazes de detectar as difi-
gramas de Pós-Graduação em Ciências Contábeis, culdades e propor soluções.
do Brasil, tendo como referência os aspectos No artigo intitulado Retrospectiva his-
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cendo atividades voltadas a controlar e conferir. nistrativo com missão, funções e princípios
Com o passar do tempo, outras possibilidades se norteadores definidos no modelo de ges-
abriram à função. tão do sistema empresa; (b) como uma área
No início, eram direcionadas ao desenvolvimen- oriundos de outras ciências (MOSIMANN;
capazes de atender aos diversos tipos de usuários
da contabilidade. Com o passar do tempo, o per- A Controladoria não pode ser vista como
dinâmicas, voltadas ao processo decisório da em- mos cindi-la em dois vértices: o primeiro
presa como um todo, o que inclui os interesses de como ramo do conhecimento responsável
acionistas, credores ou gestores. pelo estabelecimento de toda base concei-
Almeida, Parisi e Pereira (2001) descrevem tual, e o segundo como órgão administra-
contabilidade tradicional, pois, ao passo que esta conhecimento, modelagem e implantação
der às necessidades fiscais, aquela contribui para PARISI; PEREIRA, 2001, p. 344).
uma gestão com foco na continuidade da organi-
zação, permitindo a simulação de eventos vindou- Mosimann e Fisch (1999, p. 99) conceituam
As Ciências Contábeis têm uma rica base de Administração, Economia, Psicologia, Estatís-
mento - evolui naturalmente para o que se deno- ocupa da gestão econômica das empresas com a
mina Controladoria, cujo campo de atuação são finalidade de orientá-las para a eficácia. Assim os
determinado ambiente, propiciando uma visão de suas leis, sem perder o conhecimento do seu
sistêmica de todas as demandas de informações, campo de experimentação.
PARISI; PEREIRA, 2001). cebe a controladoria como o departamento res-
Embora muitos autores abordem o surgi- ponsável pelo projeto, elaboração, implementação
Beuren (2002), a literatura não tem apresentado ções operacionais, financeiras e contábeis de uma
ção e sua atribuição nas empresas. Para elucidar informações relevantes, bem como de influenciar
a afirmação de Beuren (2002), serão apresenta- as decisões dos administradores da entidade.
dos alguns conceitos de autores brasileiros sobre Peleias (2002, p.13) define a controlado-
controladoria: ria como uma área da organização a qual é dele-
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gada autoridade para tomar decisões sobre even- segundo Borinelli (2006, p.18), decorre de duas
autor ainda cita algumas formas de decisão em (i) a plataforma teórica da controladoria
tificar, prever, registrar e explicar eventos, tran- te normativas, necessitando de mais evi-
doria busca assegurar a eficácia das diversas áreas (ii) há posições significativamente diferen-
organizacionais. ciadas entre os autores no que diz respeito
objeto de estudo da controladoria está na nature-
za das contribuições que oferece ao processo de Na ECBC, Borinelli (2006) definiu três
gestão. Em outras palavras, o foco encontra-se na abordagens para o estudo e organização da contro-
tores e no atendimento de suas demandas informa- Conceituais (o que é); Perspectiva II Aspectos
suporte à tomada de decisão. ECBC, uma vez que as mesmas nortearão o obje-
De modo mais específico, Heckert e Wil- to deste estudo.
son (1963) conferem duas funções básicas para Na Perspectiva I, Borinelli (2006, p. 105)
a controladoria: (a) supervisão da contabilidade define controladoria como um conjunto de
va-se que a primeira compreende a responsabili- Na Perspectiva II, Borinelli (2006) descreve
so que a segunda amplia a função para o suporte relativos ao funcionamento da controladoria, fun-
ao processo decisório fundamentado na contabi- ções típicas da área e artefatos (instrumentos) uti-
lidade. Roehl-Anderson e Bragg (1996) advertem lizados para sua operacionalização na entidade.
que diversos níveis de controladoria podem coe- Na Perspectiva III, o autor aborda aspectos
xistir dentro da empresa, com responsabilidades organizacionais que compreendem a controladoria
diversas. como órgão do sistema formal da empresa. Borinelli
controladoria motivaram Borinelli (2006) a cons- Controladoria é o órgão formal da orga-
truir, em sua Tese de Doutorado, uma platafor- nização responsável pelo controle do
o entendimento do estágio atual de desenvolvi- nial demandadas (i) para assessorar as
dade do arcabouço teórico sobre controladoria, todo o processo de gestão planejamen-
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grar os esforços dos gestores para que se natureza de relações estatisticamente verificadas
obtenha um resultado organizacional sinér- entre as variáveis e proporcionando uma nova vi-
agentes externos que se relacionam com a do a novas hipóteses.
teórico para a presente pesquisa. Portanto, o arca- Brasil, visando relacionar as dissertações defen-
bouço teórico organizado pelo autor irá orientar didas entre 2000 e 2006 cujo título contêm a
a investigação sobre as abordagens da controla- palavra controladoria. Utilizou-se esse critério
doria nas dissertações dos Programas de Pós-Gra- de busca porque muitas dissertações só estão rela-
seqüência, descreve-se a metodologia utilizada que palavras-chave.
delimitará o objeto da pesquisa. A escolha da amostra 2000-2006 deve-se
da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal
Este estudo evidencia características de no Brasil, havia somente dois Programas avalia-
determinada população ou fenômeno e estabele- pesquisa.
cer relações entre as variáveis. O autor acrescenta Do total de 41 dissertações que contêm a
que o emprego da abordagem quantitativa pode palavra controladoria no título, somente 26 fo-
Tabela 1 Relação das dissertações defendidas nos PPGCC do Brasil de 2000 a 2006.
,(6GRV33*&& $QRGH$XWRUL]DomR 7RWDOGH'LVVHUWDo}HV 'LVVHUWDo}HVTXH 'LVVHUWDo}HVGH
GH)XQFLRQDPHQWR 5HODFLRQDGDVQD 3RVVXHPD3DODYUD &RQWURODGRULD
SHOD&$3(6 &$3(6HRX6tWLRV ³&RQWURODGRULD´ 'LJLWDOL]DGDV
GRV33*&& QR7tWXOR 'LVSRQtYHLV
USP/SP 1970 248 7 0
PUC/SP 1978 183 3 1
UNIFECAP/SP 1999 157 12 11
UNB/DF 2000 102 0 0
UNISINOS/RS 2000 74 5 2
UFRJ/RJ 2000 58 0 0
FUCAPE/ES 2001 84 0 0
UFC/CE 2002 25 5 5
UFSC/SC 2004 6 0 0
FURB/SC 2005 76 9 7
USP- RP/SP 2005 5 0 0
UFPR/PR 2005 Não há dados 0 0
UFMG/MG 2006 Não há dados 0 0
UFBA/BA 2006 Não há dados 0 0
7RWDO 1018 41 26
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2005 FURB Informações da controladoria de suporte à decisão logística em Renato Luiz Artifon
cooperativa de transportes rodoviários de cargas de Santa Catarina
2005 FURB Controle interno na gestão pública municipal: uma contribuição à Valmir Alberto
análise da controladoria nos vinte maiores municípios do Paraná. Thomé
2006 FURB O suporte informacional da controladoria na gestão das empresas Aldecir José
centenárias do Rio Grande do Sul Theodoro
2005 UNISINOS A participação da controladoria no processo de gestão organizacional Juliano Giongo
2006 UNISINOS A tecnologia da informação como instrumento de apoio a Luciane Reginato
controladoria: um estudo de caso envolvendo a aplicação das
ferramentas de EXVLQHVVLQWHOOLJHQFH
2006 PUC-SP Uma contribuição da controladoria para a gestão de um centro de Silvio José Moura e
medicina diagnóstica Silva
Quadro 1 Dissertações digitalizadas com a palavra controladoria no título.
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ram digitalizadas. Isso está relacionado ao fato de ções e suas ligações com a controladoria, conside-
art. 1º estabelece: os programas de mestrado e Borinelli (2006) foi realizada por meio de um
doutorado deverão instalar e manter, até 31 de checklist baseado nas perspectivas descritas pelo
dezembro de 2006, arquivos digitais, acessíveis ao autor. Para Colauto e Beuren (2006), esta técnica
apresentado no Quadro 1. põem a amostra, a controladoria é concebida den-
uma da PUC-SP, a amostra se concentra basica- e organizacionais propostas por Borinelli (2006).
mente em dissertações de três programas: 11 da Conforme demonstra o Quadro 2, cada disserta-
UNIFECAP; 7 da FURB e 5 da UFC. Desse modo, ção da amostra foi confrontada com os itens do
Quadro 2 Checklist utilizado para análise das dissertações.
Fonte: adaptado de Borinelli (2006).
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'LVVHUWDo}HV$QDOLVDGDV$VSHFWRV&RQFHLWXDLV
'HILQLomR $ERUGDJHPGD*HVWmRFRPR 0RGHORGH,QIRUPDomR )RUPDomRGH5HVXOWDGRV
XP7RGR
'LVVHUWDo}HVTXH$ERUGDP 'LVVHUWDo}HVTXHQmR$ERUGDP
Figura 1 Perspectiva I: aspectos conceituais.
mental foi realizada durante os meses de março, Ao analisar os aspectos conceituais abor-
elaborado com base em elementos pesquisados na Borinelli (2006), tem-se a compreensão da defi-
literatura, averiguados empiricamente por Borinelli nição, enquadramento científico, relacionamen-
(2006) e fundamentados nas três perspectivas que to com outros ramos da ciência e subdivisões da
var a idéia do autor. de controladoria. Conforme resultados da pesqui-
Uma das limitações da pesquisa está rela- sa realizada por Borinelli (2006), talvez isso seja
uma vez que o depósito de teses e dissertações digi- os autores acerca do que vem a ser a controladoria.
já comentado anteriormente. Outra limitação de- (2002, p. 21) sobre a ausência de uma nítida de-
análise de dissertações com a palavra controla- têm seu foco mais voltado às capacidades
doria no título, não se estendendo ao resumo e requeridas para o exercício da função, bem como
as palavras-chave. de suas atribuições nas empresas, do que explicitar
o seu verdadeiro significado.
sertações analisadas, 19 abordam a controladoria
Nesta seção, considerando-se as três perspec- como um processo de gestão e 17 a responsabili-
abordados nas dissertações pesquisadas. (2006), no qual a controladoria é vista sob dois
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Tabela 2 Perspectiva I: ramos da ciência e sua relação com a controladoria.
5DPRVGD&LrQFLD 1~PHURGH2EVHUYDo}HV GH2EVHUYDo}HV
Contabilidade 11 42
Estatística 10 38
Administração 9 35
Economia 8 31
Psicologia 7 27
Direito 1 4
Matemática 1 4
Sociologia 0 0
ângulos: como função de apoio gerencial e como Esse aspecto evidencia a afinidade deste ramo do
como um todo e do modelo de informação. De acordo com Borinelli (2006), a Contro-
Caggiano (2004) e Mosimann e Fisch (1999). pretação de dados apresentados pela Estatística.
Segundo Borinelli (2006), estas obras focam a Outros autores como Kanitz (1976),
gestão organizacional. (2002) e Vatter (1950) já destacaram a interdisci-
entre a Controladoria e outros ramos da ciência. com a Contabilidade, Administração, Economia,
na Contabilidade (42%), Estatística (38%), Adminis- apontadas nas dissertações pesquisadas, não sur-
Tabela 3 Perspectiva I: subdivisões da controladoria.
6XEGLYLV}HVGD&RQWURODGRULD 1~PHURGH2EVHUYDo}HV GH2EVHUYDo}HV
4XDQWRj1DWXUH]DHPTXHVH$SOLFD
D&RQWURODGRULD
Controladoria empresarial 24 92
Controladoria pública 2 8
Controladoria de terceiro setor 0
7RWDO
4XDQWRjÈUHDGH(ILFiFLD'HQWUR
GD2UJDQL]DomR
Controladoria corporativa 12 46
(pensa o todo)
Controladoria de unidade 2 8
(descentralizada)
Não menciona 12 46
7RWDO
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à área de eficácia dentro da organização. Segundo dissertações. Segundo Borinelli (2006), tais aspec-
tal, uma vez que permite, dentro de uma visão por meio dos quais essa área de conhecimento se
controladoria a partir de suas subdivisões. A Tabela 4 apresenta as funções/atividades
Na Tabela 3, verifica-se que 24 dissertações atribuídas a controladoria. Para Nakagawa (1993,
rial, demonstrando a escassez de estudos empíricos o mais precisamente possível à questão: o que a ela
voltados à Controladoria Pública (2) e a entidades faz?. Neste caso, qual a função da controladoria
Nessa Tabela, também se demonstra que, Conforme os dados apresentados na Tabela
dentre as 26 dissertações analisadas, 12 apontam 4, as funções mais citadas pelos autores são: gestão
a Controladoria Corporativa como uma área den- de informações (73%), contábil (69%), gerencial
tro da organização. Para Borinelli (2006), isso está (65%), custos (50%), controles internos (31%),
relacionado à existência de uma área organiza- seguidas das funções de tributação, proteção e
cional que possa fazer a consolidação das partes. controle de ativos (19%).
tralizadas. estratégico, e esse os integre de forma a se ter um
sertações pesquisadas, investigam-se as formas de A Tabela 4 demonstra, ainda, que a fun-
mentos relativos ao funcionamento dessa área do deve ao fato de que esta é uma função recente da
conhecimento nas empresas (Perspectiva II). controladoria.
Tabela 4 Perspectiva II: funções da controladoria.
)XQo}HVH$WLYLGDGHV 1~PHURGH2EVHUYDo}HV GH2EVHUYDo}HV
Gestão de informações 19 73
Contábil 18 69
Gerencial 17 65
Custos 13 50
Controle interno 8 31
Proteção/Controle de ativos 5 19
Tributária 5 19
Controle de riscos 3 12
Outras funções 1 4
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Tabela 5 Perspectiva II: artefatos de controladoria.
$UWHIDWRVGH&RQWURODGRULD $SUHVHQWDP 1mR$SUHVHQWDP 7RWDO
Métodos, critérios e sistemas de custeio (ABC, 6 20 26
pleno, variável etc.).
Métodos de mensuração, avaliação e medidas de 8 18 26
desempenho.
Filosofias e modelos de gestão (planejamento, 8 18 26
kaizen, BSC, orçamento etc.).
Após a identificação das atividades e fun- análise da perspectiva III, isto é, de como as ativi-
mações sobre seus artefatos. De acordo com nadas nos órgãos/unidades da controladoria ou
Borinelli (2006), os artefatos compreendem um áreas que desempenham funções típicas.
conjunto de conceitos, modelos, métodos, siste-
mas e filosofias utilizados no desenvolvimento das
mental, uma vez que são os mecanismos que vão De acordo com Borinelli (2006), os aspec-
nas organizações. Em suma, as atividades e fun- definição, o objeto de estudo, as atividades e fun-
ções precisam de artefatos para se realizar. ções típicas da controladoria acontecem dentro das
A Tabela 5 apresenta os métodos, concei- organizações. A Tabela 6 apresenta as principais
dissertações pesquisadas. Conforme a Tabela 6, 10 dissertações (38%)
se que as técnicas, modelos, ferramentas e méto- ou unidade semelhante, com missão e que desem-
dos começam a se materializar como uma forma penha a função de controladoria. Somente 4 das
de aprimorar o desempenho das funções de contro- dissertações analisadas (15%) identificaram a exis-
ladoria, porém, em nenhum momento, foram tência de um órgão de controladoria instituído
autores das dissertações. se observa que em 12 dissertações (46%), a con-
conceituais e procedimentais da controladoria, é, a controladoria possui ação de comando nos
Tabela 6 Perspectiva III: controladoria como órgão formal.
8QLGDGH3RVLomR+LHUiUTXLFD 1~PHURGH2EVHUYDo}HV GH2EVHUYDo}HV
8QLGDGH2UJDQL]DFLRQDO
Missão 10 38
Objetivos 4 15
3RVLomR+LHUiUTXLFD
Órgão de linha 12 46
Órgão de staff 3 12
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Tabela 7 Perspectiva III organização interna da unidade organizacional de controladoria.
2UJDQL]DomR,QWHUQD 1~PHURGH2EVHUYDo}HV GH2EVHUYDo}HV
Sistema de informações 14 54
Planejamento, orçamento e controle. 10 38
Contabilidade geral/financeira 9 35
Contabilidade de custos 9 35
Contabilidade gerencial 7 27
Seguros e controle patrimonial 7 27
Contabilidade societária 6 23
Contabilidade fiscal /tributária 6 23
Controles internos 5 19
Riscos 3 12
da unidade organizacional de controladoria. dades relacionadas.
Na Tabela 7, evidencia-se que, de acordo
com as dissertações pesquisadas, há vários depar-
tamentos que compõem a organização interna da 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
controladoria. Borinelli (2006) argumenta que as
formas assumidas pela controladoria variam de Este estudo objetivou analisar a aborda-
acordo com as características de cada empresa, gem da Controladoria nas dissertações dos Pro-
incluindo, o porte, a estrutura operacional, o grau gramas de Pós-Graduação em Ciências Contábeis
sa forma, o autor estabelece que a controladoria conceituais, procedimentais e organizacionais pro-
de cada organização possui suas peculiaridades. postos por Borinelli (2006).
dissertações sob a denominação de Geral/Finan- controladoria no título.
ceira ou Societária. Como ambas têm o mesmo Com relação à Perspectiva I (aspectos
significado, se o número de indicações fosse so- conceituais), identificou-se semelhanças entre as
mado, o departamento de Contabilidade Finan- dissertações analisadas e a abordagem de Borinelli
Outro aspecto observado, na pesquisa, diz de estudo e relacionamento com outros ramos da
respeito à participação dos sistemas de informa- ciência, permite a compreensão da Controladoria
com 14 das citações (54%). De acordo com Borinelli conceitual e princípios (missão e objetivos). Con-
no que concerne a idéia de que a controladoria é (2006) de que não existe consenso entre os auto-
um serviço ou uma função de informação. res com relação à definição e ao objeto de estudo
Para o autor, dentro da Perspectiva III, ain- da Controladoria.
da que nem sempre as organizações tenham um A partir da Perspectiva II (aspectos proce-
o entendimento do que é, como funciona e que voltados ao funcionamento da controladoria, com
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destaque para as funções e atividades por meio das REFERÊNCIAS
quais essa área do conhecimento se materializa
nas organizações. O que se observou, nas disser- ALMEIDA, Lauro Brito; PARISI, Cláudio; PE-
tações analisadas, corrobora as inferências de REIRA Carlos Alber to. Controladoria. In:
forte integração das funções de controladoria com
as demais funções organizacionais. BEUREN, Ilse Maria. O papel da controladoria
Na perspectiva III (aspectos organiza- no processo de gestão. In: SCHMIDT, Paulo.
identificar as atividades e funções típicas a ela rela-
cionadas. Cabe ressaltar que, conforme Borinelli
BORINELLI, Márcio. Estrutura conceitual bá-
(2006), não há consenso na literatura sobre quais
sica de controladoria: sistematização à luz da te-
são as atividades típicas de controladoria. Nesta
oria e da práxis. 2006. 341 f. Tese (Doutorado em
Contabilidade) - Departamento de Contabilida-
pesquisa, constatou-se que, embora não haja una-
de e Atuária da Faculdade de Economia, Admi-
nimidade quanto à definição de controladoria,
nistração e Contabilidade, Universidade de São
os autores concordam que esta consiste em um
Paulo, São Paulo, 2006.
serviço ou função de informação. Outro fator re-
levante, diz respeito a controladoria como órgão
BRASIL. Ministério da Educação. Coordenação
de linha, isto é, a controladoria é vista como um
de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superi-
órgão de comando dentro das organizações em
que atua.
or. Portaria nº 013, de 15 de fevereiro de 2006.
Institui a divulgação digital das teses e disserta-
Com base nos dados da pesquisa, conclui-
ções produzidas pelos programas de doutorado e
se que a abordagem da Controladoria, analisada
mestrado reconhecidos. Disponível em: <http://
sob os aspectos conceituais, procedimentais e
www.capes.gov.br/servicos/legislacao/portarias.
organizacionais, nas dissertações dos Programas
html>. Acesso em: 29 jun. 2008.
de Pós-Graduação em Ciências Contábeis do
dissertações dos PPGCC abordam a controlado- COLAUTO, Romualdo Douglas; BEUREN, Ilse
ria, sob os aspectos conceituais, procedimentais e Maria Beuren. Coleta, análise e interpretação dos
organizacionais. Recomenda-se que estudos dessa dados. In: BEUREN, Ilse Maria (Org.). Como
natureza sejam ampliados para outros materiais elaborar trabalhos monográficos em contabili-
de pesquisa, como artigos de periódicos, traba- dade: teoria e prática. 3. ed. São Paulo: Atlas,
lhos em anais de congressos. 2006. p. 117-144.
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