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HIDROCICLONE

Instrutor: Eduardo Rodrigues Silvestre


Engenheiro de Produção

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HIDROCICLONES
CONCEITOS

Para se adequar as normas do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA),


órgão responsável pela regulamentação das leis ambientais brasileiras, é comum a
utilização de métodos convencionais como a separação gravitacional, a flotação e os
hidrociclones. No entanto, estes métodos podem não demonstrar a devida eficiência para
gotículas de óleo emulsionado ou dissolvido e, por isso, outras tecnologias são
empregadas.

A água produzida possui alto potencial de poluição, tendo em vista a sua composição
rica, sobretudo, em produtos químicos e óleo dissolvido. Por isso, se faz necessário uma
série de tratamentos visando minimizar ou extinguir os efeitos nocivos desses
constituintes.

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HIDROCICLONES
CONCEITOS

A água produzida removida no Separador de água livre, Pré-Tratador Eletrostático e


no Tratador Eletrostático receberá tratamento para viabilizar o descarte em
conformidade com legislação vigente. O sistema de tratamento consiste em
resfriador da temperatura da água produzida, seguida de um conjunto de
hidrociclones para a redução do teor de óleo e graxas (TOG).

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CONCEITO TÉCNICO - HIDROCICLONE

As vazões do underflow e overflow

São obtidas pelo diâmetro dos mesmos e pela pressão em que o equipamento é
submetido para operar. Alguns hidrociclones operam em conjunto com uma bomba
centrífuga que é responsável por manter essa "pressão de trabalho" do mesmo.

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CONCEITO TÉCNICO - HIDROCICLONE

As vazões do underflow e overflow

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CONCEITO TÉCNICO - HIDROCICLONE

As vazões do underflow e overflow

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PRINCÍPIO DO FUNCIONAMENTO

• A água produzida entra no Hidrociclone tangencialmente girando com intensidade na


seção cônica. A velocidade através de pequenas área as seção transversal entrada
pode ser maior que 20m/s, produzindo redemoinho que com a combinação de
diferença de densidade entre as duas fases, causa separação da fase dispersa da fase
continua. A fase menos densa migra para o eixo do hidrociclone , onde o gradiente de
pressão reverso provoca a saída deste fluido através do overflow. A fase mais densa
migra em direção à parede do hidrociclone, onde eventualmente sai através do
undersflow.

OBS: Hidrociclones podem ser instalados em qualquer posição.

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PRINCÍPIO DO FUNCIONAMENTO

O desempenho do hidrociclone depende da taxa de fluxo através dos lines.


Válvula de controle tanto no rejeito ( fluxo de óleo) e saída (fluxo de agua ) são usados para
controlar a queda de pressão em cada um desses fluxos.
Um parâmetro chave nos hidrociclones é a taxa de queda de pressão PDR.

O PDR “Ratio” é uma relação de diferenças, entre pressão de entrada menos pressão de
rejeito dividido pela pressão de entrada menos a pressão de saída.
O Ratio e a fonte da contrapressão que espreme o óleo para fora do rejeito devendo ser
mantido com a pressão entre 1,2 a 2,2 bar para alcançar a eficiência ideal de remoção de
óleo

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HIDROCICLONE – TEORIA DE OPERAÇÃO

Vantagens:
• Pequeno tamanho e baixo peso se comparado a um separador de placas água-óleo,
dimensionado para a mesma capacidade. O tempo de residência no hidrociclone é de
poucos segundos;

• Ideal para FPSOs e sistemas semi-submersíveis por não sofrerem influência


provocada pelo balanço desses sistemas;

• Pode ser instalado na posição horizontal ou vertical .

• Não apresenta partes móveis;

• O número de liners pode ser ajustado em função da vazão de água que o Sistema de
Processamento de Óleo está descartando;

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HIDROCICLONE – TEORIA DE OPERAÇÃO

Vantagens:

• Normalmente, não exige o consumo de energia externa, a exceção é para sistemas


que trabalham com baixa pressão e, conseqüentemente, irão necessitar de uma
bomba a montante do hidrociclone;

• Necessita de pouca manutenção;

• Necessita de pouco acompanhamento operacional;

• Tolera flutuações na vazão.

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HIDROCICLONE – TEORIA DE OPERAÇÃO

Desvantagens:
• Só remove uma parte do óleo emulsionado fazendo com que no Sistema de
Tratamento de Água, onde foram instalados, não se consiga atingir os valor exigido pela
legislação (≤29 ppm), somente com a sua utilização;

• Facilita a deposição de sais incrustantes nas paredes dos liners. Nos sistemas com
potencial de geração de sais incrustantes (carbonato de cálcio e sulfato de bário,
principalmente), a injeção de produto anti-incrustante deve ser aumentada para
prevenir contra a incrustação.

• Os liners são fabricados para resistir a erosão, mas nos sistemas com grande potencial
de produção de areia, onde a mesma não é removida antes da Planta de Tratamento
de Água, os liners podem sofrer um sério desgaste, levando, inclusível, a perda dos
mesmos

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FATORES QUE INFLUENCIAM NO DESEMPENHO DO HIDROCICLONE:

• Tamanho da gota de óleo;


• Quanto maior o tamanho das gotas de óleo presentes na emulsão óleo-água maior é a
eficiência de separação. A redução ou a eliminação de restrições, quebras de pressão
ou qualquer outro fator que provoque o cizalhamento das gotas de óleo aumenta o
desempenho do hidrociclone. É muito importante, na etapa de projeto, se conhecer a
distribuição do tamanho de gota de óleo na emulsão, esta distribuição irá auxiliar na
escolha do melhor sistema de tratamento da água;

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FATORES QUE INFLUENCIAM NO DESEMPENHO DO HIDROCICLONE:

• Diferencial de densidade – quanto maior a diferença de densidade entre as fases


maior é o desempenho do hidrociclone;

• Viscosidade da fase contínua (água) – quanto menor a viscosidade da fase contínua


(água) maior é a eficiência de separação;

• Temperatura – quanto maior a temperatura de tratamento, menor é a viscosidade da


fase externa água, consequentemente, maior é a facilidade de movimentação das gotas de
óleo na fase água, levando a um maior desempenho do hidrociclone;

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FATORES QUE INFLUENCIAM NO DESEMPENHO DO HIDROCICLONE:

• Aceleração angular – é uma característica da geometria do liner. Na teoria quanto


maior a aceleração angular maior é a eficiência de separação;

• Concentração de entrada – normalmente, quanto maior a concentração de entrada


maior é a média do diâmetro da gota de óleo e conseqüentemente maior é a eficiência de
remoção de óleo;

• Injeção de produtos químicos – em alguns casos a injeção de produto polieletrólito a


montante do hidrociclone pode potencializar o desempenho do equipamento. Estes
produtos têm como função aumentar o tamanho da gota de óleo;

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FATORES QUE INFLUENCIAM NO DESEMPENHO DO HIDROCICLONE:


• Sólidos – pequenas partículas sólidas como areia, incrustação e sulfeto de ferro
podem estabilizar a emulsão e, conseqüentemente, reduzir o desempenho do
hidrociclone. Os sistemas com produção de grandes volumes de areia podem ter seus
liners desgastados por processo de abrasão. No caso da presença de sais de sulfato de
cálcio, bário e estrôncio e carbonato de cálcio pode ocorrer deposição destes sais nas
paredes dos liners sobre a forma de incrustação;

• Gás livre e dissolvido – a presença de gás dissolvido, em qualquer quantidade, não


interfere no desempenho do hidrociclone. Já o gás livre em concentrações superiores a
10% v/v pode interferir no bom funcionamento do equipamento;

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FATORES QUE INFLUENCIAM NO DESEMPENHO DO HIDROCICLONE:
• Tensão interfacial – uma baixa tensão interfacial reduz a resistência das gotas ao
cizalhamento, tornando-as mais fácies de quebrar, já uma tensão interfacial alta torna as
gotas de óleo mais resistentes ao coalescimento. Na prática, a tensão interfacial não é
medida, seu efeito é sentido através da influência de outros fatores como temperatura e
produtos químicos;

• Tratamento químico – sufactantes afetam as propriedades interfaciais e a


estabilidade da emulsão óleo-água, aumentando a repulsão entre as gotas de óleo. Sólidos
como sulfeto de ferro e produtos de incrustação podem estabilizar a emulsão.

Todos estes parâmetros devem ser considerados na etapa de projeto do Sistema de


Tratamento de Água Produzida.

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FATORES QUE INFLUENCIAM NO DESEMPENHO DO HIDROCICLONE:

Vazão

• A vazão de água, através do hidrociclone, deve ser mantida dentro da faixa de vazão
máxima e mínima, a fim de se obter o maior desempenho. O valor da vazão mínima é
definido pelo fabricante, já o valor máximo é definido em função das características do
sistema.

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FATORES QUE INFLUENCIAM NO DESEMPENHO DO HIDROCICLONE:

Controle de Vazão de Rejeito

• Normalmente, em sistemas que processam pequenos volumes de água, não compensa


utilizar um controle automático da vazão de rejeito, devido aos custos de instalação e
manutenção destes sistemas. Só se recomenda a instalação de uma malha de controle
no rejeito em sistemas que trabalham com altas pressões e/ou grandes volumes de
água processada. O decréscimo na vazão resulta em um aumento no diferencial de
pressão entre a entrada e o rejeito, conseqüentemente, levando a um aumento da
vazão de rejeito. Em sistemas com grande volumes de água produzida, se a vazão de
rejeito não for controlada, a flutuação na vazão de entrada pode causar grandes
variações nesta vazão.

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FATORES QUE INFLUENCIAM NO DESEMPENHO DO HIDROCICLONE:

Controle de Vazão de Rejeito

A filosofia de controle da vazão de rejeito, mais utilizada, é a que correlaciona o


diferencial de pressão entre a corrente entrada e a de rejeito, com o diferencial de
pressão entre a corrente de entrada e a de saída, sendo que esta relação deve ser mantida
constante, conforme equação abaixo:

PR - é a relação de pressão;
PENT - é a pressão da água na entrada do hidrociclone
PREJEITO -é a pressão do rejeito
PSAÍDA -é a pressão da água na saída do hidrociclone

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FATORES QUE INFLUENCIAM NO DESEMPENHO DO HIDROCICLONE:

Controle de Vazão de Rejeito

• Mantendo-se a relação acima constante a vazão de rejeito será sempre uma


percentagem constante da vazão que passa através do hidrociclone. Nos sistemas em
que o controle da vazão de rejeito é feita manualmente, a válvula instalada na linha de
rejeito deve ser mantida em uma posição de abertura que não comprometa a
qualidade da água tratada e aumente muito a vazão rejeito. O controle manual da
vazão de rejeito sempre leva a maiores vazões de rejeito.

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OBSERVAÇÕES FINAIS:

Em cada liner, que compõe o hidrociclone a água oleosa é introduzida sob pressão (5
a 10 kgf/cm2, dependendo da pressão do tratador a montante), tangencialmente no
cabeçote, maior diâmetro do liner, sendo então forçada a passar pelas involutas em forma
de espiral com seção reta reduzindo continuamente obrigando a água a ganhar velocidade
de rotação. Esta rotação gera uma força centrífuga que pode atingir mais de 1000 vezes a
força da gravidade.

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