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MINISTÉRIO APOSTÓLICO ABBA

Estudo Discipulado 2/2023


Direção: Apóstolo Roberto e Apóstola Thamires

TENTAÇÃO E BATALHA ESPIRITUAL

A pessoa que se entrega à Deus não deixa de viver num mundo pecaminoso,
pois bem sabemos que no mundo jaz o maligno (I Coríntios 10:12); mas pela palavra
temos certeza que nossa vitória contra o pecado está garantida. (I Coríntios 10:13)
Mesmo a palavra nos garantindo a vitória, muitas vezes caímos quando somos
enganados e atraídos por nossa própria cobiça, neste caso não devemos desistir da
caminhada com o Pai pois temos um advogado junto Dele (I João 2:1); aquele que
retrocede é como está escrito em II Pedro 2:20-22, mas o espírito que há em nós é de
fortaleza, amor e moderação (II Timóteo 1:7).

 Quais os elementos pelos quais sou tentada:

a) CARNE
Gálatas 5:16 Por isso digo: vivam pelo Espírito, e de modo nenhum
satisfarão os desejos da carne.
17 Pois a carne deseja o que é contrário ao Espírito; e o Espírito, o que
é contrário à carne. Eles estão em conflito um com o outro, de modo
que vocês não fazem o que desejam.

b) DIABO
I Pedro 5:8 Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário,
anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa
tragar;

c) MUNDO
I João 2:15 Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém
ama o mundo, o amor do Pai não está nele.
16 Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a
concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do
mundo.

CUIDADOS PARA QUE NÃO CAIA EM TENTAÇÃO:

a) Usar a palavra: Mateus 4: 4,7,10


b) Vigiar e orar: Mateus 26:41
c) Sujeitar a Deus e não dar lugar pro diabo: Efésios 4:27
d) Manter a humildade: Tiago 4:6-8
e) Procurar ajuda junto ao seu pastor e líder quando estiver detectando uma
tentação: Tiago 5:16
f) Usar a armadura de Deus: Efésios 6:13-18
A ARMADURA DE DEUS A NOSSA DISPOSIÇÃO:

 Cinturão da verdade: O cinto desempenhava um papel fundamental na


armadura do soldado romano, pois a armadura de combate estava direta ou
diretamente no cinturão.
Jesus é a verdade; Sem ele nada podemos fazer. (João 1:3; João 14:6; João 8:44).

 Couraça da justiça: a palavra couraça vem da palavra couro, isso porque as


primeiras couraças existentes eram de couro de animais. Era responsável pela
proteção dos órgãos vitais do corpo do soldado, cobrindo o peito e as costas dos
golpes do adversário
Jesus é a justiça; Ele nos justifica (Salmos 89:14; Isaías 23:6) e também é a vontade
de Deus exercida (Isaías 64:6; Provérbios 4:23; Jeremias 17:9).

 Sapatos do evangelho da paz: os soldados romanos utilizavam nas batalhas


uma sandália de couro resistente adaptada com pregos na sola para dar mais
agilidade e velocidade em todos os tipos de terrenos.
Jesus e o evangelho; onde estivermos estejamos calçados deste evangelho da paz.
(Isaías 52:7; Lucas 1:79; Hebreus 12:14).

 Escudo da fé: os guerreiros de Roma possuíam dois tipos de escudos, um


pequeno como formato ovalado e outro maior que cobria todo corpo do combate. Tina
função de defesa e ataque, defendia os solados contra as flechas que eram
incendiarias.
Jesus é o nosso escudo; através da fé. (Hebreus 11:6; Hebreus 12:2; I João 5:4;
Romanos 14:23).

Alguns dardos:
a) Mentira - João 8:44
b) Dúvida - Tiago 1:6
c) Acusações - I João 1:9
d) Enfermidades – Corpo, alma, espírito.
e) Medo – I Timóteo 1:7
f) Cegueira espiritual – II Coríntios 4:4
g) Amor ao dinheiro – I Timóteo 6:10; Eclesiastes 5:10

 Capacete da salvação: a função primordial do capacete e sem dúvida proteger


a cabeça do soldado de eventuais golpes de seus inimigos, protegê-los em eventuais
e indesejáveis quedas.
Jesus através e seu sacrifício e a esperança da salvação; quando perco a batalha na
mente, perdemos nossa identidade e perdendo nossa identidade perdemos todo o
resto. (Isaías 5:8; Romanos 13:11; I João 5:13)

 Espada do espírito: para o combatente romano a espada era a peça ofensiva


mais importante de seu equipamento bélico. Porem sua eficácia estava relacionada
diretamente com a agilidade e habilidade do guerreiro que a manuseava. (II Timóteo
2:15).
Jesus é a palavra; a bíblia o próprio cristo. (Jo. 1:1; Al. 33:6; Heb.4:12); precisamos
pratica-la para que se torne eficaz, não apenas a letra, mas a vida que emana dela.
(Tg 1:22).

EXERCÍCIO
1. A Bíblia nos adverte: Aquele, pois, que PENSAR estar em PÉ, veja que não
CAIA. (I Co. 10:12). A palavra nos ensina que devemos ter muito cuidado para não
cair, mas nunca devemos ter medo de cair (II Timóteo 1:7).
2. Um seguidor de Jesus nunca vai cair em tentação se ele sempre VIGIAR e
ORAR. (Mateus 26:41).
3. Como seguidores de Jesus, nossa luta agora é contra PRINCIPADOS e
POTESTADES, contra os DOMINADORES deste mundo, contra as FORÇAS
espirituais do MAL. (Ef. 6:12).
4. Não devemos ter medo de cair em pecado ou fracassar, porém devemos ser
humildes, ter muitos cuidados e vigiar-mos contra as ciladas do diabo. Por exemplo:
quando vamos atravessar uma avenida muito movimentada, tomamos muitos
cuidados. Olhamos para um lado e para outro, mas não devemos sentir medo de
atravessar, pelo contrário, atravessamos com muita segurança, mas sempre tomamos
cuidados. Assim como você não deve ter medo de atravessar uma rua movimentada,
mas atravessa-la com cuidado, do mesmo modo também siga Jesus sem medo de
cair, mas sendo cuidadoso.
5. A Bíblia diz: Nem deis LUGAR ao DIABO. (Efésios 4:27)
6. Use diariamente a armadura de Deus. Assim como você não sai de casa sem por
sua roupa, não esqueça também de diariamente tomar posse de toda a armadura de
Deus (Efésios 6:13-18).

7. Tome posse da promessa em I Coríntios 10:13: Não vos sobreveio TENTAÇÃO


que não fosse HUMANA; mas Deus é FIEL e não permitirá que sejais TENTADOS
além das vossas FORÇAS; pelo contrário JUNTAMENTE com a tentação vos
PROVERÁ LIVRAMENTO, de sorte que a possais SUPORTAR.

8. O seguidor de Jesus precisa andar humildemente, no temor de Deus, dirigido todo


momento pelo Espírito Santo à luz da palavra de Deus, e assim nunca cair (I Coríntios
10:12; Tiago 4:6-8).

9. Porém, se ele vier a cair, nunca precisa voltar atrás e deixar de seguir se Mestre
Mesmo que sua falha seja muito séria, deixar o Senhor nunca é a melhor solução,
como o diabo sugere.

10. Se isto acontecer, procure urgentemente se discipulador e se abra com ele (Tiago
5:16).

11. O Seguidor de Jesus que se desviar corre perigos horrorosos, pois a Bíblia diz:
Horrível COISA é cair nas MÃOS do Deus VIVO. (Hebreus 10:26-31). E mais.

12. ... que mau e quão AMARGO é DEIXARES o Senhor, teu DEUS, e não teres
temor de mim... (Jeremias 2:19).

13. O seguidor de Jesus que volta atrás é comparado com o CÃO que voltou ao seu
próprio VÔMITO e a PORCA lavada que voltou a REVOLVER-SE no LAMAÇAL. (II
Pe. 2:20-22).

O verdadeiro cristão que segue o Senhor Jesus humildemente com toda a


sinceridade, sempre vencerá pelo poder de Deus. E NUNCA PRECISA SE
DESVIAR!!!! Esta palavra não deve nem fazer parte do nosso vocabulário, porque
aquele que começou uma boa obra em nós, com toda certeza há de completá-la, até o
dia da volta do senhor Jesus (Fp. 1:6; I Co. 10:12-13; Judas 24; II Co. 2:14; Rm. 8:31).
INTRODUÇÃO À DEMONOLOGIA E ANGIOLOGIA

A Bíblia indica que os demônios são anjos caídos - anjos que juntamente com
Satanás se rebelaram contra Deus. Satanás e seus demônios agora desejam enganar
e destruir todos aqueles que seguem e adoram a Deus.
Satanás caiu do céu por causa do pecado do orgulho, o que causou a sua
rebelião contra Deus. Quando exatamente ele pecou não está registrado nas
Escrituras.
Os anjos que caíram e se tornaram demônios tinham uma escolha de vontade
própria para fazer - Deus não forçou ou encorajou qualquer um dos anjos a pecar.
Eles pecaram de livre e espontânea vontade e, portanto, são dignos da ira eterna de
Deus.
**Cristãos podem ser possuídos por demônios?...

1. Referência bíblica:
“Veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
Filho do homem, levanta uma lamentação sobre o rei de Tiro, e dize-lhe: Assim diz o
Senhor DEUS: Tu eras o selo da medida, cheio de sabedoria e perfeito em formosura.
Estiveste no Éden, jardim de Deus; de toda a pedra preciosa era a tua cobertura:
sardônia, topázio, diamante, turquesa, ônix, jaspe, safira, carbúnculo, esmeralda e
ouro; em ti se faziam os teus tambores e os teus pífaros; no dia em que foste criado
foram preparados.
Tu eras o querubim, ungido para cobrir, e te estabeleci; no monte santo de Deus
estavas, no meio das pedras afogueadas andavas.
Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou
iniquidade em ti.
Na multiplicação do teu comércio encheram o teu interior de violência, e pecaste; por
isso te lancei, profanado, do monte de Deus, e te fiz perecer, ó querubim cobridor, do
meio das pedras afogueadas.
Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por
causa do teu resplendor; por terra te lancei, diante dos reis te pus, para que olhem
para ti.
Pela multidão das tuas iniquidades, pela injustiça do teu comércio profanaste os teus
santuários; eu, pois, fiz sair do meio de ti um fogo, que te consumiu e te tornei em
cinza sobre a terra, aos olhos de todos os que te veem.
Todos os que te conhecem entre os povos estão espantados de ti; em grande espanto
te tornaste, e nunca mais subsistirá.” (Ezequiel 28:11-19)

À primeira vista, a profecia de Ezequiel 28:11-19 parece referir a um rei


humano. Tiro foi o destinatário de algumas das mais fortes condenações proféticas da
Bíblia (Isaías 23:1-18; Jeremias 25:22; 27:1-11, Ezequiel 26:1-28:19; Joel 3:4-8; Amós
1:9,10). Tiro foi conhecido por construir a sua riqueza através da exploração de seus
vizinhos. Os escritores antigos se referiam à cidade de Tiro como uma cidade cheia de
comerciantes sem escrúpulos.
Tiro era um centro de idolatria religiosa e imoralidade sexual. Os profetas
bíblicos repreenderam Tiro por seu orgulho provocado por sua grande riqueza e
localização estratégica. Ezequiel 28:11-19 parece ser uma acusação muito forte contra
o rei de Tiro durante a época do profeta Ezequiel, repreendendo-o por seu orgulho e
ganância insaciável.
No entanto, algumas das descrições de Ezequiel 28:11-19 vão além de
qualquer mero rei humano. Em nenhum sentido um rei terreno poderia afirmar ter
estado “no Éden” ou ser “o querubim ungido” ou estar “no monte santo de Deus”. Por
isso, a maioria dos intérpretes da Bíblia acreditam que Ezequiel 28:11-19 seja uma
profecia dupla, comparando o orgulho do rei de Tiro ao orgulho de Satanás. Alguns
propõem que o rei de Tiro estava realmente possuído por Satanás, tornando a ligação
entre os dois ainda mais poderosa e aplicável.

Antes de sua queda, Satanás era de fato uma bela criatura (Ezequiel 28:12-
13). Ele foi talvez o mais belo e poderoso de todos os anjos. A frase “querubim
guardião” possivelmente indique que Satanás era o anjo que “guardava” a presença
de Deus.
O orgulho causou a queda de Satanás. Em vez de dar glória a Deus por criá-lo
tão belo, Satanás teve orgulho de si mesmo, achando que ele mesmo era o
responsável por seu estado exaltado. A rebelião de Satanás resultou em Deus
expulsando Satanás de Sua presença e vai também eventualmente resultar em Deus
condenando Satanás ao lago de fogo por toda a eternidade (Apocalipse 20:10).
Como Satanás, o rei humano de Tiro era orgulhoso. Ao invés de reconhecer a
soberania de Deus, o rei de Tiro atribuía as suas riquezas à sua própria sabedoria e
força. Não satisfeito com a sua posição extravagante, o rei de Tiro queria mais e mais,
resultando em Tiro se aproveitando de outras nações, expandindo a sua própria
riqueza à custa dos outros.
Entretanto, assim como o orgulho de Satanás causou a sua queda e,
eventualmente, causará a sua destruição eterna, assim também a cidade de Tiro
perderá a sua riqueza, poder e posição. A profecia de Ezequiel sobre a destruição total
de Tiro foi cumprida parcialmente por Nabucodonosor (Ezequiel 29:17-21) e finalmente
por Alexandre, o Grande.

 Lúcifer: essa palavra vem de uma raiz hebraica que significa “brilhar”, sendo
usada unicamente como título para referir-se à estrela de maior brilho e cujo
resplendor mais resiste ao nascimento do Sol.

 Sua pessoa: Ele foi o ser mais exaltado de toda a criação (Ez 28.13,15), a mais
grandiosa das obras de Deus, um ser celestial radiante, que refletia da maneira
mais perfeita o esplendor de seu Criador. Assim, ele apropriadamente era
chamado de Lúcifer. O nome Lúcifer tornou-se amplamente usado como título
para Satanás antes de sua rebelião porque é o equivalente latino dessa
palavra. Na realidade, é difícil saber com certeza se o termo foi empregado
com o sentido de nome próprio ou de expressão descritiva.

 Seu lugar: Ezequiel afirmou que esse anjo exaltado estava “no Éden, jardim de
Deus” (Ez 28.13). Aqui, a referência não é ao Éden terreno que Satanás
invadiu para tentar a humanidade, mas à sala do trono em que Deus habita em
absoluta majestade e perfeita pureza (veja Is 6; Ez 1). Ezequiel 28 também
chama esse lugar de “monte santo de Deus”, onde Lúcifer andava “no brilho
das pedras” (v. 14). Essas descrições não são apropriadas ao Éden terreno,
mas adequadas à sala do trono de Deus, conforme representações em outros
lugares da Escritura.

 Sua posição: Satanás é denominado “querubim da guarda ungido” (Ez 28.14).


Querubins representam a mais alta graduação da autoridade angélica, sendo
seu papel guardar simbolicamente o trono de Deus (compare os querubins
esculpidos flanqueando a arca da aliança – o trono de Javé – no Tabernáculo
ou Templo, Êx 25.18-22; Hb 9.5; cf. Gn 3.24; Ez 10.1-22).

Lúcifer foi ungido (consagrado) por sentença deliberada de Deus (Ez 28.14: “te
estabeleci”) para a tarefa indizivelmente santa de guardar o trono do todo-glorioso
Criador. Ele é descrito como sendo dotado de beleza inigualável, vestido de luz
radiante, equipado com sabedoria e capacidade ilimitadas, mas também criado com o
poder de tomar decisões morais reais. Portanto, a obrigação moral mais básica de
Satanás era a de permanecer leal a Deus, de lembrar sempre que,
independentemente de quão elevada fosse a sua posição, seu estado era o de um ser
criado.

A queda de satanás:
Neste ponto, encontramo-nos diante de um dos mais profundos mistérios do
universo moral, conforme revelado nas Escrituras: “Como é que o pecado entrou no
universo? ” Está claro que a entrada do pecado tem conexão com a rebelião de
Satanás.
Mas, como foi que o impulso perverso surgiu no coração de alguém criado por
um Deus perfeitamente santo? Diante de tal enigma, temos de reconhecer que as
coisas encobertas de fato pertencem a Deus; as reveladas, no entanto, pertencem a
nós (Dt 29.29). E três dessas realidades claramente reveladas merecem ser
enfatizadas:

 Primeiro: a queda de Lúcifer foi resultado de sua insondável e pervertida


determinação de usurpar a glória que pertence unicamente a Deus. Esse fato é
explicitado em uma série de cinco afirmações que empregam verbos na
primeira pessoa do singular, conforme registradas em Isaías 14.13-14. Nisto
consiste a essência do pecado: o desejo e a determinação de viver como se a
criatura fosse mais importante que o Criador.

Lúcifer andava “no brilho das pedras” (Ez 28.14). Essa descrição refere-se à sala
do trono de Deus, conforme representações em outros lugares da Escritura.

 Segundo: Satanás é inteira e exclusivamente responsável por sua escolha


perversa. Nisso existe uma dimensão inescrutável. Alguns têm argumentado
que Deus deve ter Sua parcela de responsabilidade por este (e todo outro)
crime, porque, caso fosse de Seu desejo, poderia ter criado um mundo em que
tal rebelião fosse impossível.

Outros dizem que, se Deus tivesse criado um mundo em que apenas se pudesse
fazer o que o seu Criador quisesse, nele não poderiam ser incluídos agentes morais
feitos à imagem de Deus, dotados da capacidade de tomar decisões reais – e,
consequentemente, de escolher adorar e amar a Deus.
Há verdade nessa observação, mas também há mistério. O relato deixa claro que
o orgulho fez com que Lúcifer caísse numa terrível armadilha (Is 14.13-14; Ez 28.17;
cf. 1 Tm 3.6), mas nada explica como tal orgulho de perdição pode surgir no coração
de uma criatura de Deus não caída e perfeita.
No entanto, não há mistério quanto ao fato de que Satanás é, totalmente e com
justiça, responsável pelo seu crime. Ezequiel 28.15 afirma explicitamente que Lúcifer
era perfeito desde o dia em que foi criado, “até que se achou iniquidade em ti”. A
culpabilidade moral é dele, e apenas dele.
Na verdade, em toda sua extensão, a Bíblia afirma que Deus governa
soberanamente o universo moral e controla todas as coisas – inclusive a maldade de
homens e anjos – para que correspondam aos seus perfeitos propósitos. Mas ela
também ensina que Deus não deve e não será responsabilizado por essa maldade,
em qualquer sentido.

Finalmente, por causa de sua rebelião, Satanás tornou-se o arqui-inimigo de Deus


e de tudo o que é divino. Sua queda – bem como a dos espíritos que se uniram a ele –
é irreversível; não há esperança de redenção. Satanás foi privado da comunhão com o
Deus Santo de forma final e irrecuperável.
Satanás ainda tem acesso à sala judicial do trono do Universo por causa de seu
papel de acusador dos irmãos, papel este que lhe foi designado divinamente (Jó 1 e 2;
Zc 3; Lc 22.31; Ap 12.10). Tal acesso, no entanto, é destituído da comunhão com
Deus ou da Sua aceitação. Devido à sua traição, que foi a mais terrível na história do
cosmo, Satanás e seus anjos somente podem esperar a condenação e a punição
eternas (Mt 25.41).

Atuação de Satanás como Chefe dos Demônios:


“Satanás” é o nome do chefe dos demônios. Esse nome é mencionado em Jó 1:6,
onde lemos: “…os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o senhor, veio também
satanás entre eles” (ver também Jó 1:7- 2:7). Aqui ele aparece como inimigo do
senhor, que impõe severas tentações a Jó.
Do mesmo modo perto do fim da vida de Davi, “Satanás se levantou contra Israel e
incitou a Davi a levantar o censo de Israel” (1 Cr 21:1) Além disso Zacarias teve uma
visão e contemplou “o sumo sacerdote Josué, o qual estava diante do anjo do senhor,
e Satanás [que] estava a mão direita dele, para se lhe opor” (Zc 3:1).
O nome de satanás é uma palavra hebraica (sãtãn) que significa “adversário”. O
Novo Testamento também usa o nome de Satanás, simplesmente tomando
emprestado ao Antigo Testamento. Assim Jesus sendo tentado no deserto, fala à
Satanás diretamente, dizendo: “Retira-te, Satanás”(Mt 4:10) ou “Eu via satanás caindo
do céu como um relâmpago” (Lc 10:18).
A Bíblia usa também outros nomes para Satanás. Ele é chamado de: “Diabo”
(Caluniador), usado 35 vezes no Novo Testamento Mt 4:1; “Serpente” Gn 3:1;
“Belzebu” (príncipe dos Demônios) Mt 12:24; “Belial” (vileza, perversidade) 2 Co 6:15;
“Leviatã” (que habita no mar da humanidade) Is 27:1; “Dragão” Ap 12:7;
“Apoliom”(destruidor) Ap 9:11.
Quando Jesus fala a Pedro: “ Arreda, Satanás! Tu és para min pedra de tropeço,
porque não cogitas das coisas de Deus, e sim das dos homens” (Mt 16:23), ele
reconhece que a tentativa de Pedro de evitar que sofra e morra na cruz é na verdade
uma tentativa de afastá-lo da obediência aos desígnios do pai. Jesus percebe que a
oposição vem em última análise não de Pedro, mas do próprio Satanás.

Atividade de Satanás e dos Demônios:


Satanás pecou antes que qualquer ser humano o fizesse, como se depreende
do fato de ele (na forma de uma serpente) ter tentado Eva (Gn 3:1-6; 2Co 11:3). O
Novo Testamento também nos informa que Satanás “foi homicida desde o princípio” (I
Jo 3:8).
Nos dois textos, a expressão “desde o princípio” não implica que Satanás é
mau desde o princípio da criação do mundo (“ desde o princípio do mundo”) nem
desde o início da sua existência (“ desde o princípio da sua vida”), mas sim desde a
“fase inicial” da história do mundo (Gn 3 e mesmo antes). O Diabo se caracteriza por
ter dado origem ao pecado e por tentar os outros ao pecado.

Os Demônios se opõem a toda obra de Deus, tentando destruí-la


Assim como Satanás levou Eva a pecar contra Deus, também tentou fazer
Jesus pecar e assim falhar na sua missão de messias. As táticas de Satanás e dos
seus demônio são a mentira, o engano, o homicídio e todo e qualquer tipo de ação
destrutiva.
Os Demônios lançam mão de qualquer ação destrutiva no intuito de fazer as
pessoas se afastarem de Deus, rumo à destruição. Os Demônio lançam mão de
qualquer artificio para cegar as pessoas ao evangelho e mantê-las presas a coisas
que as impedem de aproximar-se de Deus. Também procuram usar a tentação, a
dúvida, a culpa, o medo, a confusão, a doença, a inveja, o orgulho, a calunia ou
qualquer outro meio para obstruir o testemunho e a utilidade do cristão.
Contudo, os demônios estão limitados pelo controle de Deus e têm poder
restrito
A história de Jó deixa claro que satanás podia fazer só o que Deus lhe permitia, e
nada mais (Jó1:12; 2:6). Os demônios são mantidos em “algemas eternas” (Jd 6), e os
cristãos podem muito bem resistir-lhes por intermédio da autoridade que Cristo nos
legou (Tg 4:7).
Além disso, o poder dos demônios é limitado. Depois de rebelar-se contra
Deus, eles já não têm o poder que tinham quando eram anjos, pois o pecado é uma
influência debilitante e destruidora. O poder dos demônios, embora significativo, é,
portanto, provavelmente menor que o dos anjos. Mesmo os anjos não sabem o tempo
da volta de jesus (Mt 13:32), e as Escrituras tampouco indicam que eles ou os
demônios saibam qualquer coisa sobre o futuro.

Com respeito aos nossos pensamentos, a Bíblia nos diz que Jesus conhecia os
pensamentos das pessoas (Mt 9:4; 12:25; Mc 2:8; Lc 6:8; 11:17) e que Deus conhece
os pensamentos das pessoas (Gn 6:5; Sl 139:2; 2, 4, 23; Is 66:18) mas não há
indicação de que anjos ou demônios possam conhece-los. De fato, Daniel disse ao rei
Nabucodonosor que ninguém que falasse segundo qualquer outro poder senão o do
Deus do céu poderia lhe dizer o que ele havia sonhado:
Respondeu Daniel na presença do rei e disse: O mistério que o rei exige, nem
encantadores nem magos nem astrólogos o pode revelar ao rei; mas há um Deus no
céu, o qual revela os mistérios, pois fez saber ao rei Nabucodonossor o que há de ser
nos últimos dias. O teu sonho e as visões da tua cabeça, quando estavas no teu leito,
são estas…” (Dn 2:27-28).
Mas se os demônios não podem ler os pensamentos das pessoas, como
explicar os relatos de curandeiros, adivinhadores ou outros; evidentemente sob
influência demoníaca, capazes de dar detalhes preciso da vida de uma pessoa,
detalhes que ela pensava que ninguém mais conhecia, como (por exemplo) o que
comeu no café da manhã, onde guarda dinheiro escondido em casa, etc.
É possível explicar a maioria desses fatos pela compreensão de que os
demônios podem observar o que acontece no mundo, e assim provavelmente tirar
algumas conclusões dessas observações. Um demônio pode saber o que comi no
café da manhã simplesmente porque me viu comer! Pode saber o que eu disse numa
conversa telefônica particular porque ouviu a conversa.
Os cristãos não se devem deixar desencaminhar caso deparem com membros
de seitas ocultistas ou de outras falsas religiões, que pareçam exibir estranhos
conhecimentos de quando em quando. Como não passam do resultado da
observação, esses conhecimentos não provam que os demônios podem ler os nossos
pensamentos, e nada na bíblia nos leva a pensar que eles têm esse poder.

Verificam-se diferentes estágios na história da redenção


 No Antigo Testamento

Como no Antigo Testamento a palavra Demônio não é usada com frequência, de


início podemos ter a impressão de que há pouca indicação de atividade demoníaca.
Todavia o povo de Israel frequentemente pecava servindo a falsos “deuses” eram na
verdade forças demoníacas, compreendemos que muitas passagens do Antigo
Testamento de fato se referem a Demônios. Essa identificação dos falsos deuses
como demônios fica explícita, por exemplo, quando Moisés diz:
Com deuses estranhos o provocaram [a Deus] a zelos, com abominações o
irritaram. Sacrifícios ofereceram aos demônios, não a Deus; a deuses que não
conheceram (Dt 32:16-17).
Além disso, refletindo sobre a horrível prática do sacrifício infantil, que os israelitas
tomaram emprestado às nações pagãs, diz o salmista:
Antes, se mesclaram com as nações e lhes aprenderam as obras; deram culto a
seus ídolos, os quais se lhe converteram em laço; pois imolaram suas filhas aos
demônios (Sl 106:35-37).
Essas referências demostram que o culto oferecido aos ídolos e as nações que
cercavam Israel era na verdade culto a Satanás e seus demônios. É por isso que
Paulo pode dizer das falsas religiões do mundo mediterrâneo do século I:

“As coisas que eles sacrificam, é a demônios que as sacrificam e não a Deus” (1Co
10:20).

É portanto, justo concluir que todas as nações vizinhas de Israel que


praticavam a idolatria estavam rendidas ao culto de demônios. As batalhas que os
israelitas pelejavam contra as nações pagãs eram batalhas contra nações controladas
por forças demoníacas, e por isso “rendidas ao poder do maligno” (cf. 1Jo 5:19). Eram
tanto batalhas espirituais como físicas: O povo de Israel precisava contar com o auxílio
de Deus tanto no reino espiritual quanto no físico.
Coerente com o propósito satânico de destruir todas as boas obras de Deus, o
culto pagão de ídolos demoníacos se caracterizava por práticas destrutivas, como os
sacrifícios de crianças (Sl 106:35-37), a autoflagelação (1Rs 18:28; cf. Dt 14:1) e a
prostituição cultural (Dt 23:17; 1 Rs 14:24; Os 4:14). O culto de demônios leva
comumente a práticas imorais ou autodestrutivas.

No ministério de Jesus
Após centenas de anos de incapacidade de alcançar um triunfo real sobre as
forças demoníacas, é compreensível que quando Jesus surgiu expulsando demônios
com absoluta autoridade, as pessoas tenham ficado assombrada:
“Todos se admiravam, a ponto de perguntarem entre si: Que vem a ser isso?
Uma nova doutrina! Com autoridade ele ordena aos espíritos imundos, e eles lhe
obedecem! ” (Mc 1:27).
Jamais se vira na história do mundo tamanho poder sobre as forças
demoníacas. Jesus explica que seu poder sobre os demônios é uma marca distintiva
do seu ministério. Inaugurando o domínio do reino de Deus na humanidade de uma
maneira nova e potente:
Se, porém, eu expulso demônios pelo Espirito de Deus, certamente é chegado
o reino de Deus sobre vós. Ou como pode alguém entrar na casa do valente e roubar-
lhe os bens sem primeiro amarrá-lo? E então, lhe saqueará a casa (Mt 12:28-29).
O valente é Satanás, e Jesus o amarrou, provavelmente quanto triunfou Ele na
tentação do deserto (Mt 4:1-11). Durante o seu ministério terreno, Jesus entrou na
“casa” do valente (o mundo dos descrentes subjugados por Satanás) e passou a
saqueá-la, ou seja, libertar as pessoas do jugo satânico e levá-las até a alegria do
reino de Deus. Era “pelo Espirito de Deus” que Jesus o fazia; o novo poder do Espírito
Santo triunfando dos demônios era prova de que pelo ministério de Jesus chegava “o
reino de Deus sobre vós”.

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