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1.

Introdução

A teoria dos jogos tem a finalidade de prever os movimentos dos outros


jogadores, sejam eles concorrentes ou aliados, através dessa teoria os
jogadores se posicionam da melhor forma para obter o resultado desejado. O
objetivo da teoria dos jogos é entender a lógica na hora da decisão e ajudar a
responder se é possível haver colaboração entre os jogadores, em quais
circunstâncias o mais racional é não colaborar e quais estratégias devem ser
adotadas para garantir a colaboração entre os jogadores.
A teoria dos jogos, por meio da matemática, equaciona os conflitos,
onde o foco são as estratégias utilizadas pelos jogadores. O objetivo desse
trabalho é estudar a origem da Teoria dos Jogos e o teorema de equilíbrio de
Nash e apresentar brevemente seus fundamentos e aplicações.

2. Teoria dos Jogos e Equilíbrio de Nash

Devido à falta de interesse científico, até 1920, não haviam análises


técnicas adequadas para estudar estratégias de jogos. Os jogos de tabuleiros,
dados, cartas, ou em geral, os jogos de salão, divertem a humanidade desde a
formação das primeiras civilizações, por colocarem as pessoas em situações
nas quais vencerem ou perder dependem das escolhas feitas no início das
partidas, sendo assim, o jogo se tornou uma ferramenta para o
desenvolvimento das pessoas, mas só despertou interesse após muito tempo,
com o surgimento da teoria da probabilidade.
Os estudos sobre a teoria da probabilidade tiveram inicio com o filósofo,
matemático e físico francês Blase Pascal, juntamente com o matemático
francês Fermat, através desses estudos desenvolveram a teoria da
probabilidade em jogos de azar utilizando regras matemáticas.
Em seguida Antoine Augustin Cournot (1801-1877), matemático francês,
com estudo da análise do ponto de equilíbrio nas estratégias de jogos,
formalizou um conceito especifico de equilíbrio, ou seja, aplicados em casos
particulares, que mais tarde foi generalizado por John Forbes Nash Jr. Mas o
marco inicial da teoria dos jogos foi quando John Von Neumann (1903- 1957),
matemático húngaro-americano, provou o teorema minimax, segundo este
teorema há sempre uma solução racional para um conflito bem definido entre
dois indivíduos cujos interesses são completamente opostos, teorema deixado
aberto pelo matemático francês Émile Borel (1871-1956).
A solução foi publicada no artigo Zur Theorie der Gesellschaftsspiele
(Sobre a Teoria dos Jogos de Estratégia, 1928), nesse período Oskar
Morgenstern (1902-1977), economista alemão, estava por publicar o livro
Implicações Quantitativa do comportamento do Máximo, no qual discute qual
deveria ser a unidade de análise econômica: o individualismo ou a interação
social. Chegando à conclusão que os indivíduos interagem, então a sua
racionalidade é relativa, se a racionalidade do individuo não é plena então a
sua maximização também não será.
A obra de Morgenstern expõe que o máximo depende diretamente da
interação entre os indivíduos e indiretamente do meio no qual os indivíduos
interagem. Por isso Morgenstern e Von Neumann juntaram os seus trabalhos e
publicaram, em 1944, a obra: The Theory of Games and Economics Behavior
(Teoria dos Jogos e Comportamento Econômico, 1944), que além de
desenvolver uma teoria de jogos para mais participantes afirmam que o
comportamento da economia depende, fundamentalmente, da interação entre
os agentes, já que ele afeta diretamente a elaboração de estratégias e tomadas
de decisão dos produtores e dos consumidores.
Neste período começou a utilização das primeiras idéias sobre teoria
dos jogos, cientificamente, com a finalidade de descobrir a melhor forma de
jogar onde os participantes dependiam de habilidade e de sorte (jogos de azar),
sendo a teoria dos jogos passada a ser uma ferramenta da matemática
aplicada.
Em ataque a proposição de Von Neumann de procurar a melhor jogada,
Borel publica a obra: Aplicações para jogos da Sorte, onde discute a
determinação da estratégia mista, pois Borel desiste de procurar a fórmula
perfeita para jogos, segundo ele, as jogadas ótimas são difíceis de serem
descobertas em jogos reais e, mesmo se encontrada as pessoas deixariam de
jogar.
Em 1950, aos 21 anos John Forbes Nash Junior, matemático estadunidense
que conquistou o prêmio Nobel de economia em 1994, um dos principais
nomes da história da Teoria dos Jogos, formado pela Universidade de
Princeton, em 1950, com a tese Non-Cooperative Games (Jogos Não-
Cooperativos, publicada em 1951) que lhe valeu mais tarde a indicação para o
Nobel. Nesta tese, Nash provou a existência de ao menos um ponto de
equilíbrio em jogos de estratégias para múltiplos jogadores, mas para que
ocorra o equilíbrio é necessário que os jogadores se comportem racionalmente
e não se comuniquem antes do jogo para evitar acordos.
Em principio o equilíbrio de Nash era utilizado para jogos de informação
completa, mas, com trabalhos posteriores de Harsanyi e Selten, o mesmo
passou a ser aplicado, também, em jogos de informação incompleta, a principal
contribuição desses autores foi mostrar que a teoria dos jogos de informação
completa pode ser estendida para cobrir certas situações importantes nas
quais a informação é incompleta. A partir desses trabalhos começaram a surgir
novas técnicas de solução de jogos e a serem aplicadas em diferentes áreas
de estudo, como economia, biologia e ciências políticas.
Nash não fez a Teoria dos jogos, mas modificou-a, pois Neumann
utilizava suas teses para trabalho unitário, já Nash fez seu trabalho valer em
grupo, modificando a economia mundial, hoje muitas pessoas utilizam seus
estudos e nem sabem que ele ainda é vivo, ministra aulas e é ganhador do
Prêmio Nobel de Economia por não haver prêmio Nobel em Matemática.
Contudo, Nash tinha problemas de esquizofrenia que se agravou ao extremo,
afastou-se das pesquisas e submeteu-se a um tratamento rigoroso durante
alguns anos. Depois da estabilização do seu quadro mental volta a ministrar
aulas no departamento de matemática de Princeton. Em dezembro de 1994,
recebe a medalha com a efígie de Alfred Nobel, das mãos do rei da Suécia.
Sua vida conturbada foi tema de biografia escrita por Sylvia Nasar que originou
o filme Uma Mente Brilhante, que recebeu o Oscar de 2001.
Nash conheceu a teoria dos jogos através de John Von Neumann e
Oskar Morgenstern, que só haviam conseguido resolver os jogos não-
cooperativos no caso de rivalidades puras, lucro zero. Nash mudou esse
conceito transformando rivalidade em lucro mútuo.
Nash demonstrou um teorema que generalizou o teorema do minimax para o
caso de jogos sem soma zero envolvendo dois ou mais jogadores e para
jogadores em competição direta; desenvolveu os chamados jogos não
cooperativos. Um jogo cooperativo é um jogo em que os jogadores podem
fazer compromissos obrigatórios, ao contrário de um jogo não cooperativo.
O teorema de Nash é aplicado em qualquer jogo não cooperativo para
numero pessoas, de soma zero ou não, no qual cada jogador dispõe de um
número finito de estratégias puras e tem, pelo menos, um conjunto de
estratégias de equilíbrio.
Um conjunto de estratégias constitui um equilibro de Nash se a escolha
de cada jogador for ótima dada à escolha de todos os outros jogadores, o qual
implica em não arrependimento.
O teorema de Nash refere-se a jogos não cooperativos, mas pode haver
mais vantagem para os jogadores se concordarem em cooperar, pelo menos
parcialmente do que insistirem em enfrentarem-se uns aos outros, podendo
melhorar os respectivos ganhos e atribuir ganhos indiretos aos outros
jogadores a troco de poderem influenciar nas suas ações.
Nash formulou a noção do equilíbrio, que carrega seu nome e que
revolucionou a economia e outras ciências, suas contribuições à teoria dos
jogos levaram-no a receber o premio Nobel em 1994.
A teoria dos jogos é uma teoria matemática criada para se modelar
fenômenos que podem ser observados quando dois ou mais agentes de
decisão interagem entre si e estudar a escolha de decisões ótimas sob
condições de conflito. Ela fornece a linguagem para a descrição de processos
de decisão conscientes e objetivos envolvendo mais do que um indivíduo.
A teoria dos jogos é usada para se estudar assuntos tais como eleições,
leilões, balança de poder, evolução genética, etc. Ela é também uma teoria
matemática pura, que pode e tem sido estudada como tal, sem a necessidade
de relacioná-la com problemas comportamentais ou jogos. Neste mini-curso
trataremos da Teoria Econômica dos Jogos, que tem motivações
predominantemente econômicas e procura estabelecer métodos para se
maximizar o ganho.
Na teoria dos jogos, jogo é toda a situação em que existem duas ou
mais entidades em uma posição em que as ações de um interferem nos
resultados de outro e jogador é todo agente que participa e possui objetivos em
um jogo. Podem ser um país, um grupo ou uma pessoa, o que interessa é que,
dentro de um jogo, ele possua interesses específicos e se comporte como um
todo. A estratégia é algo que um jogador faz para alcançar seu objetivo.
Um jogador sempre procura uma estratégia que aumente seus ganhos
ou diminua as perdas. A grande questão ao se escolher uma estratégia, então,
é tentar prever os ganhos e as perdas potenciais que existem em cada
alternativa. Grande parte do problema reside no fato de prever-se o que os
outros participantes irão fazer ou estão fazendo (informações completas sobre
os concorrentes são um luxo de que nem sempre se dispõe em jogos de
estratégia). O jogador “A” não analisa somente a melhor linha de ação que ele
deve tomar, mas também as prováveis linhas de ação do jogador “B”, seu
competidor. Isso cria o dilema de que, se “B” sabe que “A” vai tentar prever
suas ações, “B” pode optar por uma linha de ação alternativa, buscando
surpreender seu opositor. Claro que “A” pode prever isso também, entrando
numa seqüência interminável de blefes e previsões sobre a estratégia inimiga.
Quando cada jogador escolhe sua estratégia, temos então uma situação
ou perfil no espaço de todas as situações (perfis) possíveis. Cada jogador tem
interesse ou preferências para cada situação no jogo. Em termos matemáticos,
cada jogador tem uma função utilidade que atribui um número real (o ganho ou
payoff do jogador) a cada situação do jogo.
Uma solução de um jogo é uma prescrição ou previsão sobre o resultado
do jogo. Um dos conceitos mais comuns é o equilíbrio de Nash, no qual
nenhum jogador se arrepende de sua estratégia, dadas as posições de todos
os outros. Ou seja, um jogador não está necessariamente feliz com as
estratégias dos outros jogadores, apenas está feliz com a estratégia que
escolheu em face das escolhas dos outros. O filme “Uma Mente Brilhante”
sobre a vida de John Forbes Nash Jr. popularizou o termo e levou ao
conhecimento público a Teoria dos Jogos. A genialidade do equilíbrio de Nash
vem da sua estabilidade sem os jogadores estarem cooperando.
Situações de conflito, tomada de decisão e desenvolvimento de
estratégias reúnem-se nesse fascinante campo de estudo que não para de
surpreender a cada nova aplicação.

3. Considerações Finais

Neste estudo abrigou que a aplicação da Teoria dos Jogos, pode ser de
grande validade para a organização, no que se diz respeito à questão da
elaboração das estratégias e na sua utilização propriamente dita, levando em
consideração o ser humano, como ele realmente é, ou seja, envolvendo as
suas emoções e sentimentos. Com interação entre o ambiente interno da
organização, com os agentes externos que influenciam positiva ou
negativamente. Para possíveis negociações e tomadas de decisão.
A Teoria dos Jogos auxilia organizações em aplicar à lógica, para julgar
afirmações sobre fatos e acontecimentos concretos, onde devido aos
complexos mecanismos, dominante sobre outras. Com base nisso, a Teoria
dos Jogos pode ser entendida como uma grande abordagem que não resolve
questões estratégicas, mas ajuda a coordenar o processo de pensamento
estratégico.
A vantagem de se ter uma visão guiada pela Teoria dos Jogos é que
para o comportamento humano no processo decisório considera a mente dos
concorrentes e todos os agentes que influenciam a organização, auxiliando a
definir os resultados esperados, através do seu jogo competitivo. Porém é
necessário levar em consideração as brechas que os concorrentes utilizam de
maneira contrária às previsões racionais.
Referências Bibliográficas
ABRANTES, Maria Luisa – A Teoria dos Jogos e os Oligopólias. 2004, 1º
edição, 120p.
Material Impreso
www.google.com

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