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Estudo do Livro de Mateus

por Dennis Allan (2000)


Mateus é um dos quatro relatos no Novo Testamento da biografia de Jesus. Como os
outros, ele relata poucos episódios das muitas coisas que Jesus fez durante 33 anos na
terra. Mateus inclui muitas citações do Velho Testamento, mostrando que Jesus cumpriu
as grandes profecias da antigüidade.
Mateus 1
1:1-17
A genealogia de Jesus: de Abraão até Jesus.
**Obs.: Esta genealogia é diferente, mas não contradiz, a genealogia de Lucas 3. Mateus
destaca a posição de Jesus em relação aos hebreus, enquanto Lucas começa com Adão
e mostra o relacionamento de Jesus com todos os homens. Uma explicação comum e
provável é que Mateus traçou a linha através do pai (José) e que Lucas seguiu a linha de
descendência da mãe (Maria). Assim, Mateus apresentou o lado legal e Lucas o aspecto
biológico da linhagem de Jesus.
**Obs.: Esta lista inclui cinco mulheres:
Tamar (que fingiu ser prostituta e concebeu gêmeos do próprio sogro).
Raabe (a prostituta poupada na destruição de Jericó).
Rute (viúva moabita que casou com Boaz).
Bate-Seba (não chamada por nome, mas era a mulher de Urias que cometeu adultério
com Davi).
Maria (virgem que concebeu pelo Espírito Santo).
1:18-25
Maria, desposada com José, ficou grávida pelo Espírito Santo.
José, achando que ela tinha cometido imoralidade com outro homem, ia rejeitá-la.
Um anjo do Senhor explicou o que tinha acontecido, e falou para que ele não fizesse isso.
O filho teria o nome de Jesus (o Senhor salva).
Seria chamado, também, Emanuel (Deus conosco) para cumprir a profecia de Isaías 7:14.
José foi obediente e não rejeitou Maria. Não teve relações íntimas com ela antes do
nascimento de Jesus.
Mateus 2
2:1-12
Jesus nasceu em Belém, ao sul de Jerusalém, nos dias do rei Herodes.
**Obs.: Herodes, o Grande, reinou de 37 a.C. a 4 d.C. e foi conhecido por sua crueldade e
paranóia. A idéia de um futuro rei nascer no território dele o deixou apavorado, como
veremos neste capítulo.
Vieram "magos" do Oriente (provavelmente semelhantes aos magos e encantadores do
livro de Daniel).
Quando Herodes ouviu falar de outro rei, ele ficou perturbado e começou procurar uma
maneira de eliminar esta "ameaça" ao seu poder.
Os sacerdotes e escribas ajudaram os magos, citando a profecia de Miquéias 5:2 sobre o
nascimento do Cristo em Belém.
**Obs.: A profecia citada foi feita aproximadamente 700 anos antes do nascimento de
Jesus. De todos os lugares em Israel, a pequena aldeia de Belém foi escolhida como o
lugar onde Jesus nasceria.
Herodes perguntou sobre este rei dos judeus, fingindo que queria honrá-lo.
Os magos foram até Belém e entraram na casa onde Jesus estava.
**Obs.: A visita dos magos não aconteceu ao mesmo tempo da visita dos pastores (veja
Lucas 2). Os magos foram algum tempo depois, até talvez dois anos mais tarde. A família
de Jesus já estava numa casa, e Herodes achou necessário matar crianças até dois anos
depois de perguntar para os magos sobre a aparição da estrela (versículo 7).
Obedecendo a advertência divina, os magos não voltaram para Jerusalém e não falaram
mais para Herodes sobre Jesus.
2:13-18
Deus mandou que José levasse Jesus e Maria para o Egito.
Ficaram no Egito até a morte de Herodes (que aconteceu nos primeiros três anos da vida
de Jesus).
Herodes mandou matar todos os meninos de Belém de dois anos para baixo.
2:19-23
Depois da morte de Herodes, um anjo de Deus apareceu a José num sonho, e mandou
que ele voltasse para a terra de Israel.
José fez o que Deus mandou, e foi guiado até a Galiléia.
O novo rei foi Arquelau, filho de Herodes, o Grande. Arquelau reinou de 4 a.C. a 6 d.C.
José levou sua família para morar em Nazaré.
Mateus 3
3:1-10
João Batista começou seu ministério, pregando no deserto da Judéia.
A pregação dele incluiu dois temas principais (veja a mensagem de Jesus em 4:17):
(1) O arrependimento.
(2) A chegada iminente do reino dos céus.
João veio como precursor de Jesus, cumprindo a profecia de Isaías 40:3.
**Obs.: A citação de Isaías 40:3 aqui (3:3) é importante. João veio para preparar o
caminho do Senhor (Jesus). Na profecia original, a palavra "Senhor" é o tetragrama
(YWHW) que é usado como um dos nomes mais comuns de Deus (traduzido como
Senhor, Jeová, etc.). É uma de muitas provas bíblicas da divindade de Jesus. As pessoas
hoje que negam a divindade de Jesus não aceitam o que a Bíblia afirma: Jesus é Jeová!
O "jeito" de João Batista foi diferente, até estranho. Mas, não devemos nos preocupar
com a aparência ou o jeito do mensageiro. Devemos julgar pela fonte da mensagem.
Muitos judeus saíram para serem batizados por João no rio Jordão.
João questionou os motivos deles e ensinou que devessem produzir "frutos dignos de
arrependimento". Ele deixou claro que ninguém seria salvo por meramente ser judeu.
**Obs.: O arrependimento é uma decisão de mudança, que deve ser acompanhado pelos
frutos que mostram a sinceridade da decisão.
As árvores que não produzem bons frutos seriam cortadas e lançadas ao fogo.
3:11-12
João frisou um ponto muito importante: a superioridade de Cristo.
(1) João não era digno de levar as sandálias de Jesus (serviço de escravo)
(2) João não possuiu o poder que Jesus tem. João tinha poder para batizar nas águas,
mas Jesus batizaria com o Espírito Santo e com fogo.
**Obs.: Os comentários de João em 3:11 sobre os batismos têm sido usados para
defender várias idéias erradas sobre o batismo com o Espírito Santo. Preste atenção
neste trecho para observar:
(1) Que João não está dizendo que o batismo com o Espírito Santo é mais importante do
que batismo nas águas. A comparação não está entre batismos, e sim entre pessoas.
João tinha poder sobre um pouco de água. Jesus tem poder sobre o Espírito Santo e
sobre o fogo.
(2) O sentido de "fogo" neste contexto. Muitas pessoas associam o fogo daqui com as
"línguas, como de fogo" do dia de Pentecostes (Atos 2:3). Mas o contexto de Mateus 3
mostra que o batismo com fogo é o castigo eterno dos malfeitores (leia, de novo, 3:10 e
3:12).
3:13-17
Jesus foi da Galiléia ao rio Jordão para ser batizado por João.
A conversa entre João e Jesus destaca um fato importante: o propósito do batismo de
Jesus era diferente do que o dos outros que foram batizados. Jesus não tinha pecado,
mas se batizou para "cumprir toda a justiça", obedecendo a vontade do Pai para trazer a
salvação aos homens pecadores.
Logo após o batismo de Jesus, encontramos três pessoas divinas fazendo coisas
diferentes em lugares diferentes ao mesmo tempo:
- Jesus saiu da água.
- O Espírito desceu como pomba.
- Deus Pai falou do céu.
Jesus se mostrou obediente, e o Pai declarou sua satisfação com ele: "Este é o meu Filho
amado, em quem me comprazo."
Mateus 4
4:1-11
Depois de ser batizado, Jesus foi conduzido pelo Espírito ao deserto, onde ficou 40 dias
em jejum.
O diabo, aproveitando o estado enfraquecido de Jesus, apareceu para o tentar.
As tentações nesta ocasião foram três:
(1) Tornar pedras em pão
(2) Lançar-se do pináculo do templo
(3) Adorar ao diabo para receber todos os reinos
As respostas de Jesus foram sempre das Escrituras, que Jesus usou como a fonte da
qual aprendemos a vontade de Deus.
**Obs.: O diabo se mostrou esperto, e também começou a usar as Escrituras para tentar
Jesus. Hoje, muitas pessoas usam as Escrituras, tirando algum versículo do contexto e
interpretando-o de uma maneira errada, para apoiar doutrinas falsas. Tais professores
aprenderam bem do diabo!
A terceira tentação ofereceu para Jesus um atalho ao seu alvo. Jesus veio para ser rei,
para ter toda autoridade. Mas, o caminho escolhido por Deus envolveria muito sofrimento
e dor. O diabo ofereceu um atalho. O fim não justificou o meio errado. Jesus ficou firme na
sua determinação de fazer a vontade do Pai.
**Obs.: A resposta de Jesus no versículo 10 é importantíssima para entender questões
sobre louvor e divindade. Somente Deus merece adoração. Homens e anjos recusaram a
adoração em outras ocasiões. O fato que Jesus, com pleno entendimento deste fato,
aceitou a adoração diversas vezes mostra que ele se considerou divino. Jesus é Deus.
4:12-17
Quando João Batista foi preso, Jesus saiu da Judéia e voltou para a Galiléia. Ele mudou
para a cidade de Cafarnaum.
Ele começou a pregar naquela região, repetindo a mesma mensagem que João pregava
(veja 3:2).
4:18-22
Jesus chamou os primeiros quatro seguidores:
Simão Pedro
André
Tiago (filho de Zebedeu)
João (filho de Zebedeu)
Eles deixaram as redes (eram pescadores) e foram imediatamente com Jesus para se
tornarem pescadores de homens.
**Obs.: Quando estudamos os quatro relatos do evangelho, é interessante colocar
algumas coisas na seqüência da história. Dá para ver como João preparou o caminho de
Jesus, até o apresentando aos discípulos dele. Depois, quando Jesus chamou, eles
estavam prontos a seguir.
4:23-25
Jesus ficou bem conhecido nas regiões de Galiléia, Síria, etc. Ele estava pregando o
evangelho e curando os enfermos.
Mateus 5:1-16
5:1-12
Jesus começa o mais famoso sermão da história com as "bem-aventuranças", uma série
de afirmações sobre as qualidades do verdadeiro discípulo de Cristo.
Algumas observações ajudarão no estudo deste trecho:
(1) Ele quer que desenvolvamos todas estas características. Esta mensagem não é um
tipo de "restaurante por kilo" onde cada pessoa escolhe a qualidade que mais lhe agrada.
O servo do Senhor precisa manifestar todas estas qualidades.
(2) Jesus começa com o coração. Diferente de muitas pregações de hoje que começam
com regras de comportamento, Jesus começa com o coração. Atingindo o coração do
discípulo, ele causará mudanças radicais no comportamento. A mensagem de Cristo age
de dentro para fora.
(3) Jesus está falando de qualidades espirituais. As bem-aventuranças não tratam de
fome e sede físicas, mas de fome e sede de justiça.
5:13-16
Jesus utiliza aqui duas ilustrações para falar sobre o efeito do discípulo no mundo:
(1) Sal da terra. O sal conserva. O cristão traz uma qualidade diferente ao mundo, que
serve para conservar e salvar almas.
(2) Luz do mundo. A luz ilumina e expele a escuridão. A vida do cristão no mundo de
trevas é assim.
**Obs: Obras para ser vistas? Alguém poderia interpretar versículo 16 para dizer que
devemos chamar atenção às nossas boas obras. Mas, ele mostra no início do capítulo 6
que não é o sentido. Nunca devemos fazer as coisas com o intuito de sermos vistos por
homens mas, ao mesmo tempo, não é possível esconder as boas obras feitas por servos
fiéis.
Mateus 5:17-48
5:17-20
Obs.: Jesus já havia se tornado uma figura polêmica, e faz questão de esclarecer alguns
pontos importantes antes de entrar numa série de contrastes. Muitas pessoas da época
respeitavam os fariseus como fiéis defensores da lei do Velho Testamento (dada por
Deus através de Moisés). Jesus já tinha discutido diferenças com os fariseus em várias
ocasiões, principalmente sobre o sábado. Antes de desafiar diretamente os ensinamentos
deles, ele quer deixar bem claro que ele respeita totalmente a vontade do Pai, o qual
revelou a lei do Velho Testamento.
Ele veio para cumprir, não revogar. A lei de Moisés preparou o povo para a vinda de
Jesus. Estava cheia de sombras, tipos e profecias sobre o Messias. Jesus não ia negar
nem jogar fora aquelas palavras significantes. Ele veio para cumprir o propósito da lei, e
trazer a solução para o problema que a lei revelou nitidamente: o pecado.
Nada passaria até cumprir tudo.
Obs.: Muitas pessoas esquecem do significado da palavra "até". A mesma palavra grega
é usada em Mateus 1:25 (traduzida "enquanto" na RA2 e "até" na RC e na BLH). Mateus
1:25 não afirma que Maria permaneceu virgem para sempre, mas que ela não teve
relações com o marido até o nascimento de Jesus. De semelhante modo, Mateus 5:18
não está dizendo que a lei de Moisés continua em vigor para sempre, mas que nenhuma
palavra dela passaria até que tudo se cumprisse. Jesus veio para cumprir a lei, e não
removeria nenhuma palavra dela antes de cumprir esta missão.
Jesus não estava contradizendo a lei, nem incentivando outros a rejeitá-la. Ele mesmo
guardou os mandamentos.
Mas, ele chamou seus discípulos a praticar uma justiça maior que a dos fariseus e
escribas. A série de contrastes que segue mostra a diferença entre os ensinamentos de
Cristo (nos quais ele vai ao coração do servo) e os dos fariseus e escribas (os quais
inventaram muitas regras externas sem respeitar os princípios maiores da lei).
5:21-26
Tradição dos fariseus: Não pode matar, mas pode odiar.
Palavra de Jesus: Nem pode odiar; precisa resolver diferenças com outros.
5:27-32
Tradição dos fariseus: Não pode cometer o ato de adultério.
Palavra de Jesus: Além de não cometer o ato de adultério, precisa evitar outras formas do
mesmo pecado: (1) Pensamentos impuros; (2) Adultério "legalizado" pelos homens na
forma de casamentos ilícitos.
5:33-37
Tradição dos fariseus: Se usar o nome de Deus, tem que cumprir seu juramento.
Palavra de Jesus: Fale a verdade sempre, não procurando alguma saída através de
juramentos menos solenes.
5:38-42
Tradição dos fariseus: Pratique a vingança justa.
Palavra de Jesus: Não se vingue.
5:43-48
Tradição dos fariseus: Ame ao próximo e odeie seu inimigo.
Palavra de Jesus: Ame a todos, até aos inimigos.
Mateus 6:1-18
6:1-8
Jesus entra numa nova parte da mensagem, falando sobre o perigo de fazer as nossas
obras para sermos vistos por homens. Ele não está dizendo que o discípulo esconderá
todas as boas coisas que faz (compare 5:16), mas que nunca devemos fazer as coisas
apenas para sermos vistos por homens. Devemos servir a Deus, e nos comportar de uma
maneira agradável a ele.
Esmolas devem ser dadas para servir a Deus e para ajudar aos necessitados, não para
glorificar a pessoa que dá.
Orações devem ser dirigidas a Deus, não aos homens. Aqui, ele não está condenando
orações feitas em público e nem está sugerindo que a oração não terá algum benefício
para os ouvintes (compare João 11:41-42). Ele está criticando as orações feitas para
impressionar os homens, ao invés de comunicar com Deus.
Jesus inclui nesta advertência algumas práticas comuns na época: (1) a tendência de
alguns judeus de fazer orações na rua para serem vistos dos homens, e (2) a prática de
alguns gentios (pagãos) de usar muitas vãs repetições nas orações.
**Obs.: Algumas pessoas, determinadas a fazer regras onde Jesus faz apelos aos
corações, têm distorcido a mensagem do versículo 5. Inventam regras dizendo que é
pecado orar em pé, mas isso não é o ponto de Jesus. Em Lucas 18:13-14, o homem
justificado orou em pé.
6:9-13
Jesus ofereceu um exemplo de como orar. Ele não estava sugerindo que usássemos as
mesmas palavras ou que repetíssemos sempre a mesma oração (lembra-se do versículo
7). Mas, nesse exemplo, ele mostra o respeito que devemos mostrar e dá exemplos das
coisas que podemos incluir em nossas orações. Considere os elementos básicos dessa
oração:
Expressão de reverência e louvor para com Deus.
Ênfase na vontade de Deus acima da nossa.
Reconhecimento da nossa dependência de Deus pelas necessidades do dia-a-dia.
Pedidos de ajuda na vida espiritual (perdão dos pecados e proteção das tentações)
**Obs.: Aprendemos como orar. A oração é nossa comunicação com Deus (e o estudo da
Bíblia é a comunicação dele conosco). Para comunicar bem com Deus, devemos
aprender das orientações dadas por Jesus, aquele que havia comunicado com o Pai
desde eternidade.
6:14-15
A importância de perdão. O ensinamento de Jesus sobre perdão é absolutamente claro.
Se não perdoarmos às pessoas que nos ofendem, não seremos perdoados por Deus
(veja 18:21-35).
6:16-18
Jesus ensinou que jejuns não devem ser feitos para ser vistos por homens. Ao invés de
chamar atenção ao sofrimento durante o jejum, a pessoa deve agir de uma maneira que
ninguém perceba que está de jejum.
Mateus 6:19-34
6:19-23
Jesus introduz seu discurso sobre prioridades desafiando cada discípulo a examinar seu
coração e sua maneira de olhar para as coisas da vida. Temos que ser pessoas
espirituais, depositando nossos tesouros no céu.
6:24-34
Cada servo precisa escolher entre dois possíveis senhores.
Se optarmos servir às riquezas, não seremos servos de Deus.
O problema de servir às riquezas não é só dos ricos. Até os pobres, na ansiedade sobre
as necessidades da vida cotidiana, facilmente acabam servindo as riquezas.
O mesmo Deus que cuida das plantas e dos passarinhos cuidará de nós, se servirmos a
ele de coração.
Jesus proíbe a ansiedade (veja Filipenses 4:6-7).
Ele exige que busquemos em primeiro lugar o reino de Deus. Fazendo assim, teremos as
necessidades da vida.
**Obs.: Ele não sugere a busca do reino como meio de adquirir bens materiais. Muitas
pessoas hoje não estão buscando o reino de Deus e sua justiça, e sim, o reino do "eu" e
seu dinheiro. Entram numa igreja, não para servir a Cristo, mas para resolver problemas
financeiros, de saúde, etc. E, infelizmente, muitos pastores são lobos vorazes
aproveitando a fraqueza de tais pessoas. Jesus nos chama para outras prioridades.
Vamos segui-lo.
Mateus 7
7:1-5
Jesus condena o julgamento hipócrita. Não devemos condenar as falhas dos outros e
defender os nossos próprios erros. Para ilustrar o ponto, Jesus usa uma figura engraçada
de uma pessoa tentando tirar uma coisa insignificante do olho do outro quando ela
mesma tem um grande pedaço de madeira no próprio olho.
**Obs.: O versículo 1 é, frequentemente, usado para dizer que nunca devemos criticar ou
julgar nada, e que não devemos dizer que uma pessoa está errando. Não é o ponto, como
fica claro no próprio contexto e em outros trechos bíblicos. Mateus 7:6 exige julgamento
para identificar cães e porcos. 7:15-20 exige julgamento pelos frutos para identificar falsos
profetas. 1 Tessalonicenses 5:20-21 diz que devemos julgar todas as coisas. Jesus não
condenou o julgamento (discernimento) de coisas nem de pessoas. Ele proibiu o
julgamento hipócrita para destruir ou condenar.
7:6
Quando pessoas claramente mostram desdém pelo evangelho, não devemos continuar
insistindo e forçando-as a aceitar a palavra. Algumas pessoas, cauterizadas pelo pecado,
não conseguem apreciar o grande valor da palavra de Deus.
7:7-12
Deus nos assegura do poder do Deus que ouve as nossas orações. Ele ouve e responde.
**Obs.: Isso não quer dizer que ele sempre dará a resposta que queremos. O mesmo
Deus que deixou o Filho beber o cálice de sofrimento (Mateus 26:36-46) e que deixou
Paulo sofrer com seu espinho na carne (2 Coríntios 12:7-10), pode achar melhor não dar
o que pedimos. Ele faz melhor ainda: ele dá o que precisamos!
**Obs.: Estes versículos são usados, muitas vezes, para defender o "evangelho da
prosperidade", ou seja, a doutrina popular e errada que Deus quer a prosperidade
financeira e a boa saúde física de todos os fiéis. O próprio contexto é suficiente para
provar que não é o ponto. Jesus mesmo condenou a busca de riquezas e pregou o
contentamento (Mateus 6:19-21,25,31-34).
7:13-27
O discípulo de Cristo escolhe entre:
(1) Duas estradas (13-14).
(2) Dois tipos de profetas ou professores (15-23).
(3) Dois fundamentos (24-27).
**Obs.: Entre as muitas lições deste trecho, encontramos os seguintes pontos
importantes:
(a) Jesus ensinou sobre uma separação eterna que depende da escolha de cada pessoa.
(b) Existem falsos profetas, que se disfarçam em ovelhas, que podem ser julgados pelos
ensinamentos.
(c) Algumas pessoas chegarão ao julgamento final, confiantes da salvação, só para serem
rejeitadas por Jesus.
(d) A única maneira de ter segurança espiritual é edificar a vida sobre o alicerce da
palavra de Deus.
7:28-29
A mensagem conhecida como o sermão do monte é maravilhosa. A pessoa que a pregou
é maior ainda!
Mateus 8
8:1-4
Depois do sermão do monte, multidões seguiram a Jesus.
Um leproso veio a Jesus e foi curado.
**Obs.: O leproso adorou a Jesus. Jesus entendeu bem que a adoração pertence
somente a Deus (4:10). Bons homens e anjos recusaram tal adoração (Atos 10:25-26;
14:11-18; Apocalipse 22:8-9). Quando Herodes aceitou a glória que pertencia a Deus, ele
foi ferido por um anjo do Senhor (Atos 12:12-23). Jesus não recusou a adoração, e ainda
foi exaltado pelo Pai. Existe apenas uma possível explicação: Jesus é divino; ele é Deus.
**Obs.: Durante sua vida aqui, Jesus obedeceu a lei de Moisés e ensinou que outros
fizessem a mesma coisa. Aqui, ele enviou o homem curado a fazer a oferta que a lei
exigia.
8:5-13
Voltando para Cafarnaum, Jesus encontrou um centurião que veio pedindo que ele
curasse seu servo paralítico.
Jesus falou que iria até à casa dele, mas o centurião demonstrou entendimento e fé no
poder da palavra de Jesus. Jesus elogiou a fé dele, e curou o servo de longe.
**Obs.: O significado dos versículos 11 e 12, provavelmente, passou despercebido pelo
povo. Jesus predisse a inclusão dos gentios no reino dele, mas os judeus continuaram
pensando em termos nacionais.
8:14-17
Jesus curou a sogra de Pedro.
**Obs.: Pedro já era casado. Paulo disse em 1 Coríntios 9:5 que os outros, também, eram
homens casados. Uma das qualificações de presbíteros ou pastores (mas não de
apóstolos, 1 Coríntios 7:8) é que eles sejam casados (1 Timóteo 3:2; Tito 1:6). Pedro,
mais tarde, serviria como presbítero (1 Pedro 5:1).
Jesus realizou várias outras curas.
**Obs.: O comentário no versículo 17 tem sido usado para sugerir que Jesus veio para
curar enfermos. Mas, no contexto dos evangelhos e dos outros livros do Novo
Testamento, percebemos que o argumento de Mateus aqui é um pouco mais complexo.
Isaías 53:4 está falando sobre o sacrifício de Jesus para curar a doença espiritual do
homem. As curas físicas serviam para demonstrar o poder dele, assim confirmando a
palavra que ele pregou. Jesus mesmo nos dá esta explicação em 9:18, que fará parte do
nosso próximo estudo. O ponto é este: as curas e os outros milagres de Jesus tiveram um
papel secundário no trabalho dele, mostrando sua capacidade de cumprir seu principal
objetivo: vencer o diabo, o pecado e a morte que vem por causa do pecado.
8:18-22
Jesus mostrou que não é fácil ser discípulo dele. Muitas pessoas falam da boca para fora
sobre seu desejo de servir a ele. Jesus enfatizou as dificuldades do caminho para desafiar
cada pessoa a fazer os sacrifícios necessários para segue-lo.
8:23-27
Jesus dormia no barco durante um temporal que assustou os discípulos.
Quando eles o acordaram, Jesus os repreendeu e, depois, acalmou o mar.
Eles ficaram admirados, pois este milagre mostrou seu poder sobre uma coisa muito
maior (fisicamente) do que ele.
**Obs.: Este capítulo contém dois milagres extraordinários, mostrando que Jesus
dominava não apenas doenças de indivíduos, mas também tinha poder a longa distância
e sobre a própria natureza.
8:28-34
Jesus chegou ao outro lado do mar da Galileia, à região de Decápolis.
Dois endemoninhados saíram ao seu encontro, e gritaram para ele.
**Obs.: Os relatos de Marcos e Lucas falam de um endemoninhado, enquanto Mateus
afirma que houve dois. Algumas pessoas citam casos como este para sugerir que há
contradições entre os evangelhos. Mas o que encontramos aqui é uma diferença em
ênfase, e não uma contradição. Marcos e Lucas falam sobre um, mas não dizem que
houve apenas um. Talvez um dos dois era mais conhecido pelo povo, e eles não
comentam sobre o companheiro. Mateus, neste caso, fornece um detalhe a mais.
Os demônios pediram que ele não os lançasse fora (para o abismo, Lucas 8:31). Pediram
que ele os mandasse para uma manada de porcos.
Jesus fez isso, e os porcos se jogaram no mar e morreram.
As pessoas da cidade ficaram sabendo desse milagre e pediram que Jesus saísse da
terra deles.
**Obs.: Os gadarenos mandaram Jesus embora. Pode ser que temiam o poder do Santo
de Israel no meio deles, um povo pecaminoso. Pode ser que meramente não queriam
perder mais dinheiro por causa dele (imagine o valor da manada de porcos que já
perderam). Eles não aceitaram Jesus. Marcos (5:18-20) e Lucas (8:38-39) dizem que
Jesus deixou o homem curado para trás para testemunhar àquele povo.
Mateus 9
9:1-8
Jesus voltou para Cafarnaum.
Um paralítico foi levado a Jesus para ser curado.
Ao invés de falar sobre a enfermidade física do homem, Jesus disse: "Estão perdoados os
teus pecados".
Os escribas o acusaram de blasfêmia, pois somente Deus pode perdoar pecados (veja
Marcos 2:7).
**Obs.:Na sua discussão com os escribas, Jesus não negou a sua própria divindade. Ele
deixou bem claro que ele tem poder para perdoar pecados.
**Obs.: A cura física aqui serviu para demonstrar seu poder para curar doenças
espirituais. Jesus é capaz de perdoar pecados.
9:9-13
Jesus chamou Mateus, um cobrador de impostos, para ser discípulo dele.
Jesus comeu na casa de Mateus, e foi criticado pelos fariseus.
Ele disse que veio para procurar os pecadores, e não os justos.
9:14-17
Os discípulos de João perguntaram sobre o jejum, e Jesus disse que os discípulos dele
ainda não tinham motivo para jejuar, pois ele estava presente.
Com duas ilustrações (pano e odres), ele mostrou que os ensinamentos dele nunca
poderiam caber nos costumes antigos conhecidos pelo povo. Jesus trouxe coisas novas,
até radicais.
9:18-26
Um chefe da sinagoga, Jairo (veja Marcos 5:22-24), pediu que Jesus fosse para salvar a
sua filha.
Jesus foi, mas demorou porque uma mulher tocou na veste dele para ser curada de uma
enfermidade que havia a perturbada durante 12 anos. Jesus elogiou a fé dela.
Chegando na casa do chefe, Jesus disse que a menina não estava morta. As pessoas
riam-se dele.
Jesus ressuscitou a menina.
9:27-34
Jesus curou dois cegos, e mandou que eles não falassem com ninguém. Eles, porém,
saíram espalhando a notícia da cura.
Jesus expulsou um demônio de um mudo, e os fariseus alegaram que o próprio diabo
deu-lhe este poder.
**Obs.: Esta acusação surgirá outras vezes. Veremos a resposta de Jesus no capítulo 12.
9:35-38
Jesus viu as multidões e teve compaixão das pessoas perdidas, como ovelhas sem
pastor. Ele comentou sobre a grande seara e a necessidade de trabalhadores.
**Obs.: Hoje, devemos ter a mesma compaixão e orar diligentemente que Deus mande
trabalhadores para a seara.
Mateus 10
10:1-4
Jesus escolheu doze dos seus discípulos (seguidores) para serem apóstolos (enviados).
10:5-15
Ele os orientou, dando uma "comissão limitada" a eles.
Eles foram enviados aos judeus, para pregar o evangelho do reino e realizar milagres.
Ele proibiu que levassem seu sustento, dizendo que o trabalhador é digno do seu
alimento.
Ele mandou que sacudissem o pó dos pés se a palavra for rejeitada em algum lugar.
**Obs.: As instruções de Jesus aos apóstolos antes de sua ascensão são geralmente
conhecidas como a "grande comissão" (veja Mateus 28:18-20). Nela, os apóstolos foram
enviados ao mundo. Nesta comissão limitada, eles foram enviados somente aos judeus.
10:16-23
Jesus os avisou que o trabalho seria difícil e que enfrentariam perseguições e rejeição.
10:24-33
A perseguição era coisa normal, como a própria vida de Jesus demonstrou.
Mas, ele os consolou, dizendo que Deus nunca esqueceria deles.
10:34-39
Jesus mostrou um lado da pregação do evangelho que é importante e frequentemente
esquecido: a palavra de Deus causa separação e divisão, até entre famílias.
Temos que amar a Jesus acima de família, e tomar a cruz para o seguir.
10:40-42
Mas, por outro lado, as pessoas que recebem e apoiam os servos de Deus receberão a
recompensa de Deus.
Mateus 11
11:1-6
Jesus enviou os apóstolos para pregar e ele, também, saiu para pregar em várias
cidades.
João Batista ouviu sobre Jesus e seu trabalho, e enviou seus discípulos para perguntar se
ele era, de fato, o Messias.
Jesus respondeu com as provas do seu próprio trabalho: os milagres e o fato que o
evangelho foi pregado aos pobres.
**Obs.: João, sofrendo por causa do evangelho, enfrentou algumas dúvidas. Talvez achou
que Jesus estava demorando para cumprir sua missão. A resposta de Jesus relembrou
João das profecias importantes do Velho Testamento, mostrando que Jesus estava, de
fato, cumprindo seu propósito.
11:7-19
Jesus aproveitou a ocasião para falar sobre o trabalho de João.
Depois desses comentários, ele falou sobre a atitude do povo, que rejeitou João e
também rejeitou Jesus. Os dois vieram com estilos bem diferentes, e os judeus
recusavam ouvi-los.
11:20-24
Jesus deu advertência forte às cidades que não aceitaram o evangelho, dizendo que
seriam julgadas pela descrença.
11:25-30
Jesus agradeceu ao Pai por ter se revelado (através dele) aos pobres e humildes.
Jesus convidou os cansados e sobrecarregados ao descanso que ele oferece.
Mateus 12:1-21
12:1-8
Os fariseus criticaram os discípulos de Jesus por colher espigas para comer no sábado.
Jesus respondeu à crítica com vários argumentos:
(1) Davi e seus homens comeram os pães da proposição, mas isso não era lícito.
(2) Os sacerdotes, sob a lei de Moisés, trabalham ao sábado, assim "violando" a lei sem
culpa.
(3) Deus dá mais importância à misericórdia do que aos holocaustos.
(4) Jesus é senhor do sábado (e, também, maior que o templo).
**Obs.: O argumento de Jesus sobre Davi e os pães de proposição é difícil de entender.
Qual o sentido? Considere duas possibilidades para ver qual cabe melhor no contexto:
(1) Enquanto foi tecnicamente errado comer os pães do templo, Davi, seus homens e os
sacerdotes não pecaram porque agiram de um modo misericordioso, salvando as vidas
dos homens.
(2) Davi e seus homens pecaram enquanto os discípulos de Jesus não pecaram. Mas, os
mesmos fariseus que defenderiam Davi como grande servo de Deus condenaram os
discípulos de Jesus!
Eu acho a segunda explicação mais forte, por causa destes quatro motivos: (a) Jesus
mesmo disse que o ato de Davi não era lícito (versículo 4); (b) Ele afirmou que os
discípulos eram inocentes (versículo 7); (c) Jesus não considerou fome motivo para fazer
coisas erradas (Mateus 4:2-4); (d) Ele ensinou a obediência completa aos mandamentos
de Deus (Mateus 5:19).
**Obs.: Jesus é senhor do sábado. Alguns usam este versículo para defender a prática de
guardar o sábado hoje em dia. Mas, no contexto, o ponto é outro. É uma afirmação da
autoridade de Jesus. Ele é maior do que o templo e maior do que o sábado. Ele, sendo
Deus, era a fonte das leis de Deus. Qualquer dúvida sobre a lei deveria ser resolvida por
ele, e não pelos fariseus.
12:9-14
Uma vez que Jesus se declarou "senhor do sábado", os fariseus não demoraram em
prová-lo. Quando foi apresentado no sábado um homem com uma mão defeituosa, eles
perguntaram: "É lícito curar no sábado?"
Jesus respondeu com uma ilustração simples: Qualquer um tiraria uma ovelha de uma
cova no sábado, e o homem vale mais do que a ovelha.
Jesus curou o homem, aparentemente sem "fazer" nada. Ninguém considera pecado falar
no sábado, e os fariseus saíram frustrados. Eles não venceram pela palavra, então
procuraram oportunidade de vencer pela violência.
12:15-21
Jesus não enfrentou seus inimigos. Ele não temia a morte, mas sabia que ainda não havia
chegado a hora certa.
Deus escolheu Jesus, e ele se mostrou misericordioso, olhando para os frágeis e
rejeitados.
**Obs.: Reflita no ponto de vista do Pai quando ele considerou o trabalho do Filho. Jesus
era: (1) servo, (2) escolhido, (3) amado pelo Pai e (4) foi lhe agradável.
Mateus 12:22-50
12:22-32
Quando Jesus expulsou o demônio de um homem possesso, os fariseus alegaram que
ele havia feito esse milagre pelo poder do diabo.
Jesus respondeu com estes argumentos:
(1) Um reino dividido não sobrevive: Será que o diabo estava se destruindo?
(2) A crítica deles atingia não apenas Jesus, mas os filhos deles que expulsavam (ou
alegavam expulsar) demônios.
(3) Era necessário arramar o valente (Satanás) para roubar os bens dele (livrar as
pessoas do domínio do diabo).
Em contraste com as alegações falsas dos fariseus, Jesus ofereceu algumas conclusões
corretas:
(a) A expulsão dos demônios foi evidência nítida que o reino de Deus estava para chegar.
(b) Os homens ou apoiam ou se opõem a Jesus: não há meio termo.
(c) A blasfêmia contra o Espírito Santo é um pecado imperdoável.
**Obs.: O trabalho principal do Espírito Santo foi a revelação e a confirmação da palavra
de Deus. Ele revelou o evangelho e o confirmou com sinais e prodígios. Esta palavra é o
meio escolhido por Deus para perdoar e salvar (Romanos 1:16). Alguém poderia falar
contra Cristo e, depois, ser convencido pelos sinais e pela palavra dele e se arrepender.
Tal pessoa seria perdoada. Mas, a pessoa que se endurece contra Deus, absoluta e
finalmente rejeitando a palavra que o Espírito Santo, não teria possibilidade de ser salva.
A blasfêmia contra o Espírito Santo é uma atitude irreversível de rejeição da revelação de
Deus. Se recusar durante a vida toda a palavra que o Espírito revelou, não tem promessa
nem esperança de ainda outro Consolador.
12:33-37
A pessoa é julgada pelos frutos que ela produz.
Os fariseus eram maldizentes porque os corações estavam cheios de maldade.
As próprias palavras justificam ou condenam a pessoa.
12:38-42
Alguns escribas e fariseus, talvez querendo justificar sua lerdeza em acreditar, pediram
mais um sinal.
Jesus ofereceu um só: o sinal de Jonas. A ressurreição dele seria evidência suficiente
para levar qualquer pessoa honesta à verdade sobre o Cristo.
12:43-45
Jesus advertiu as pessoas sobre o perigo de perder a sua salvação, deixando o diabo
tomar posse delas de novo.
12:46-50
A família de Jesus chegou e Jesus foi avisado. Ao invés de parar o seu trabalho para
atender a sua família, Jesus enfatizou a importância de ser família espiritual, fazendo a
vontade do Pai.
**Obs.: A Bíblia fala aqui, e em outros lugares, sobre a mãe e os irmãos de Jesus. Destas
passagens aprendemos que Maria teve outros filhos depois do nascimento de Jesus,
provando que a doutrina católica que ela era virgem perpétua não tem apoio bíblico. Se
ele tivesse recusado manter relações conjugais com José, assim ficando virgem durante a
vida toda, teria pecado contra ele e contra Deus (compare o ensinamento sobre a
importância e a pureza das relações sexuais entre marido e esposa, 1 Coríntios 7:3-5;
Hebreus 13:4).
**Obs.: Podemos estranhar com o tratamento que Jesus deu a sua família aqui, mas
alguns comentários em outros relatos ajudam. Marcos 3:21 mostra o motivo que os
parentes foram até Jesus: queriam o prender, achando que ele havia enlouquecido. Os
próprios irmãos de Jesus, até então, não acreditavam nele (veja João 7:5). Lucas 8:19
acrescenta outro fato: eles não conseguiram chegar perto por causa da multidão, e Jesus
deu importância as pessoas que estavam buscando a palavra dele.
Mateus 13:1-23
**Obs.: O estudo de hoje é sobre uma das parábolas mais importantes que Jesus falou. A
parábola do semeador ensina muito sobre o poder do evangelho e sobre as atitudes
diferentes dos ouvintes.
13:1-9
O semeador saiu para semear. Na época, eles semearam lançando sementes e as
deixando cair. Assim, algumas caíram em lugares bons e férteis, e outras em lugares
duros ou secos.
A semente caiu em quatro tipos diferentes de solo:
(1) À beira do caminho: as aves comeram a semente.
(2) Rochoso: nasceu, mas foi queimada pelo sol.
(3) Espinhoso: nasceu, mas foi sufocada pelos espinhos.
(4) Bom: cresceu e deu fruto.
13:10-17
Jesus explicou seus motivos por usar parábolas no seu ensinamento.
Algumas pessoas não entendem as parábolas, pois seus corações são duros e os olhos
fechados.
Mas os discípulos de Jesus entendem suas mensagens.
13:18-23
Jesus explicou a parábola do semeador, ilustrando o ponto ensinado nos versículos 10-
17. A diferença não está na semente e sim nos solos.
O solo à beira do caminho representa as pessoas que não aceitam a palavra. O
evangelho não entra no coração.
O solo rochoso representa as pessoas que aceitam a palavra com alegria, mas que não
desenvolvem raízes. Quando vêm perseguições e problemas, a pessoas desiste.
O solo espinhoso representa pessoas que ouvem a palavra mas que deixam seu
interesse em coisas espirituais ser sufocado pelas preocupações desta vida.
O solo bom representa os corações bons que aceitam a palavra e produzem frutos na sua
própria vida.
Mateus 13:24-58
13:24-30
A parábola do joio.
Um homem plantou boa semente no seu campo, mas seu inimigo semeou joio no meio do
trigo. O trigo e o joio cresceram juntos.
Os servos pensaram em arrancar o joio, mas o dono do campo não permitiu. Ele falou
que deixassem o trigo e o joio juntos até à colheita, quando seriam separados.
**Obs.: Jesus mesmo dará o sentido desta parábola em 13:36-43. Vamos aguardar a
palavra dele para entender a mensagem.
13:31-32
A parábola do grão de mostarda.
O reino dos céus é comparado ao crescimento impressionante de mostarda. Um grão
pequeno, uma vez plantado, produz uma planta grande.
13:33
A parábola do fermento.
O reino se espalha como fermento em farinha.
**Obs.: Fermento, normalmente, representa pecado e impureza (Levítico 2:11; Mateus
16:12; 1 Coríntios 5:6-8; etc.). Mas nesta pequena parábola, ele não tem tal significado.
Jesus emprega a figura do fermento para ensinar uma coisa só: que o reino dele se
espalharia.
13:34-35
Jesus usou parábolas como um meio de comunicação para revelar coisas outrora ocultas.
13:36-43
Os discípulos pediram que Jesus explicasse a parábola do joio.
O homem que semeou o trigo é Jesus.
O campo é o mundo. A boa semente representa os servos de Deus e o joio os servos do
diabo.
**Obs.: O versículo 38 é importantíssimo para entender esta parábola. Muitas pessoas
usam esta parábola para defender a tolerância do pecado na igreja, hoje, dizendo que só
Jesus, no julgamento final, separará o trigo do joio. Mas, este versículo mostra que ele
está falando sobre o mundo, e não apenas a igreja. No mundo, convivemos com
pecadores (veja Mateus 9:10-13; João 17:14-19; 1 Coríntios 5:9-10). Mas, as pessoas que
insistem em viver no pecado sem se arrepender devem ser expulsas do meio dos cristãos
(1 Coríntios 5:1-13; 2 Tessalonicenses 3:6-15; Mateus 18:15-17). A parábola do joio não
ensina a tolerância do pecado na igreja.
Jesus explica que, no julgamento final, haverá separação eterna entre trigo e joio.
13:44-46
Nestas duas parábolas, Jesus fala sobre o grande valor do reino dele. Devemos sacrificar
tudo para receber o tesouro que Deus nos oferece.
13:47-50
A parábola da rede, semelhante à do joio, mostra que haverá um julgamento e separação
entre os servos de Deus e os pecadores.
13:51-58
O ensinamento de Jesus era diferente e, por esse motivo, chamou atenção em todos os
lugares que ele visitou.
Mas, na própria região onde ele foi criado, as pessoas tropeçaram e rejeitaram o Filho de
Deus que estava no meio delas.
Mateus 14
**Obs.: Nosso estudo seguirá o relato de Mateus. Porém, um estudo deste capítulo junto
com os paralelos nos outros evangelhos é extremamente rico. Ajuntando as informações,
percebemos que Jesus se encontrou numa situação cheia de pressão. Os apóstolos
voltaram de sua missão; as multidões os seguiram; muitas pessoas queriam conhecer
Jesus; chegou a notícia da morte de João Batista; a popularidade de Jesus estava
aumentando cada vez mais. A lição importante aqui está na maneira que Jesus lidou com
esta situação complicada. Ele conseguiu manter a calma, e procurou aproximar mais do
Pai.
14:1-12
Herodes ouviu sobre Jesus e achou que ele era João Batista ressuscitado.
Mateus insere aqui o relato da morte de João.
João foi morto por causa de Herodias. Ela tinha divorciado seu marido (Filipe) e casado
com o irmão dele (Herodes Antipas, o qual reinou até 39 d.C., o mesmo que estava em
Jerusalém quando Jesus foi condenado à morte).
João ensinou a verdade sobre esse casamento ilícito: "Não te é lícito possuí-la".
**Obs.: Marcos 6:17 claramente afirma que Herodes e Herodias eram casados. Este
exemplo esclarece alguns pontos importantes: (1) O fato que o governo ou a sociedade
aceitam um casamento não quer dizer que seja lícito perante o Senhor. A própria Bíblia
diz que eram casados, mas Deus não autorizou tal casamento. (2) Herodes estava
pecando enquanto ele continuava possuindo Herodias. Em casos de casamentos
adúlteros, a única maneira de mostrar frutos de arrependimento é separar-se do cônjuge
ilícito. A palavra de Deus não autoriza pessoas a continuarem em adultério. (3) A vontade
de Deus sobre o casamento aplica a todos os homens: judeus, gentios, cristãos e
descrentes. Herodes e Herodias não faziam parte do reino de Cristo, mas João condenou
o casamento deles.
Herodias aproveitou uma oportunidade para pedir a morte de João. A filha dela dançou na
festa do aniversário de Herodes de uma maneira que agradou a ele e aos convidados. Ele
ofereceu para ela qualquer coisa, até a metade do reino dele. Ela consultou a mãe e
pediu a cabeça de João Batista num prato.
**Obs.: O diabo teve uma festa naquele dia. Uma festa mundana (provavelmente com
uma abundância de bebidas alcoólicas), a sensualidade da dança, a falta de domínio
próprio do rei, a promessa precipitada dele, o ódio de Herodias. Todos os fatores
cooperaram para conduzir um homem inocente, fiel e corajoso à morte.
Os discípulos de João sepultaram o corpo e levaram a notícia a Jesus.
14:13-21
Jesus se retirou para um lugar deserto, mas a multidão foi atrás.
Ele teve compaixão e curou os enfermos.
Ficou tarde, e os apóstolos começaram a se preocupar com a fome dos ouvintes.
Jesus pediu que os apóstolos dessem comida para eles, mas eles falaram que não
tinham comida suficiente.
**Obs: Os apóstolos acabaram de chegar (Marcos 6:30) do trabalho de ensinar, curar,
ressuscitar mortos, expulsar demônios, etc. (Mateus 10:8). Mesmo tendo poder para
realizar milagres, eles não se acharam capazes de dar comida para a multidão.
Jesus multiplicou os pães e peixes para alimentar 5.000 homens, mais mulheres e
crianças.
14:22-33
Jesus subiu num monte sozinho para orar, e mandou os apóstolos na frente no barco.
Entre as 3:00 e as 6:00 horas da madrugada, Jesus desceu do monte e andou por sobre
o mar para chegar ao barco.
Os apóstolos levaram um susto. Depois, Pedro desceu do barco para andar até Jesus.
Ele ficou com medo e pediu que Jesus o salvasse. Jesus o repreendeu por sua falta de fé.
Os apóstolos, impressionados com o milagre de Jesus, o adoraram.
14:34-36
Depois de chegar em Genesaré, Jesus curou vários enfermos.
Mateus 15
**Obs.: O trabalho de Jesus chamou atenção de líderes do governo e de líderes
religiosos. No capítulo 14, Herodes ficou até assustado por causa das notícias que
recebia sobre Jesus, e se esforçava por vê-lo (Lucas 9:9). No capítulo 15, alguns fariseus
e escribas de Jerusalém foram até o norte do país para questionar Jesus.
15:1-20
Os fariseus e escribas de Jerusalém perguntaram sobre o comportamento dos discípulos
de Jesus, de comer sem cumprir as tradições religiosas de lavar as mãos.
Jesus, na sua resposta, foi diretamente ao ponto de conflito entre tradições humanas e a
lei divina. Ele usou como exemplo o mandamento sobre honrar aos pais, e mostrou que
as tradições deles tinham o efeito de invalidar o mandamento de Deus.
Ele acrescentou mais alguns pontos importantes:
(1) Aos fariseus: aplicou a crítica feita por Isaías (29:13) aos religiosos da época dele.
(2) Ao povo: não é o que entra pela boca, mas o que sai dela que contamina o homem.
(3) Aos discípulos: Deus arrancará as plantas que ele não plantou; por isso, não sigam
guias cegos.
**Obs.: Não o que entra, mas o que sai. Neste discurso, Jesus frisou duas coisas
importantes. (a) Devemos ter muito mais preocupação com as coisas que guardamos no
coração e que saem pela boca do que com as coisas que entram pela boca. (b) Jesus já
estava preparando os seus discípulos para entender que as leis sobre alimentos puros e
imundos não durariam para sempre (veja Marcos 7:19; Atos 10:9-16; Colossenses 2:16).
15:21-28
Uma mulher cananeia veio e insistiu que Jesus expulsasse um demônio de sua filha.
Observamos aqui alguns fatos interessantes:
(1) Jesus explicou sua missão durante seu ministério terrestre: ir aos perdidos de Israel
(compare Romanos 1:16).
(2) Jesus não recusou a adoração da mulher. Ele é Deus, tanto dos judeus como dos
gentios.
(3) Ele elogiou a grande fé da mulher.
15:29-39
Jesus curou muitas pessoas num monte na Galileia.
Depois de três dias, ele pediu que os apóstolos dessem comida para a multidão. Eles não
acharam possível fazer o que ele pediu.
**Obs.: Ainda não aprenderam, mesmo depois de ver Jesus alimentar os 5.000 (14:13-
21).
Jesus realizou mais um milagre, multiplicando pães e peixes para alimentar 4.000
homens, além das mulheres e crianças.
Mateus 16
A divergência nas opiniões sobre Jesus já vem crescendo por um bom tempo. Neste
capítulo, podemos ver que pessoas estão tomando decisões, algumas a favor de Jesus e
outras contra.
16:1-4
Os fariseus e saduceus pediram um sinal para provar a divindade de Jesus.
Ele disse que já havia mostrado sinais, mas que eles os recusavam.
Daria apenas mais um sinal para eles: o sinal de Jonas (ou seja, a ressurreição de Jesus,
veja 12:38-40).
16:5-12
Jesus avisou os discípulos sobre o perigo da doutrina dos fariseus e saduceus.
Os apóstolos, ainda um pouco lerdos, não entendiam a figura que Jesus usou.
O fermento representa aqui, como em várias outras passagens, alguma coisa impura ou
pecaminosa.
16:13-20
Jesus perguntou para os apóstolos sobre as diversas opiniões em relação à pessoa dele.
Neste contexto, Pedro fez uma grande confissão, e foi elogiado por Jesus.
Jesus prometeu edificar sua igreja sobre a pedra confessada: o fato que ele é o Filho de
Deus.
**Obs.: A pedra aqui não é Pedro, mas o fato importante que ele confessou. Jesus é o
único fundamento da igreja (1 Coríntios 3:11). É interessante notar que a palavra grega
traduzida aqui como "pedra" é usada no Novo Testamento para representar uma pessoa
em outras passagens, sempre falando sobre Cristo (Romanos 9:33–rocha de escândalo;
1 Coríntios 10:4–pedra espiritual; 1 Pedro 2:8–rocha de ofensa).
Jesus prometeu dar para Pedro as chaves do reino. Ele teria o privilégio de "abrir as
portas" pela pregação do evangelho.
16:21-23
Mas, nem Pedro estava preparado para as coisas mais pesadas que Jesus tinha para
falar. Quando Jesus falou sobre a morte, Pedro tropeçou. Repreendeu o próprio Senhor,
dizendo que isso nunca aconteceria com ele.
**Obs.: Há um contraste interessante entre 16:17 e 16:23 que define a luta na vida de
Pedro e nas nossas vidas. Quando seguimos a revelação de Deus, somos elogiados por
Jesus. Mas, quando cogitamos das coisas dos homens, somos repreendidos.
16:24-28
Para ser discípulo de Jesus, é necessário:
(1) Negar si mesmo.
(2) Tomar a própria cruz.
(3) Seguir a Jesus.
Mateus 17
Os apóstolos tinham chegado a um momento crítico. O povo estava confuso sobre Jesus.
Pedro confessou a sua fé, mas ainda não entendeu o plano de Deus em relação a Jesus.
Jesus não falou apenas de sua própria cruz, mas também das cruzes que os seguidores
dele teriam que tomar. Para suportar este ensinamento radical e exigente, os apóstolos
teriam que confiar plenamente em Jesus.
Montanhas eram, às vezes, lugares de encontro com Deus. Moisés teve vários encontros
com Deus em montanhas. Elias, também, chegou na presença de Deus numa montanha.
Jesus subia nos montes para orar. Agora, três dos apóstolos terão uma experiência
inesquecível numa montanha.
17:1-8
Jesus levou Pedro, Tiago e João a um monte, e a aparência dele brilhou como o sol.
**Obs.: Jesus veio para mostrar a glória do Pai (João 1:1-14). Ele resplandecia nos seus
atos e no seu ensinamento. Mas, nesta ocasião, é como ele tivesse tirado um véu para
mostrar visivelmente a sua glória. Foi um momento marcante na vida dos apóstolos que
presenciaram a transfiguração (veja João 1:14; 2 Pedro 1:16-18).
Moisés e Elias apareceram e falaram com Jesus.
Pedro sugeriu que fizessem três tabernáculos para honrar Jesus, Moisés e Elias.
Uma nuvem apareceu e uma voz disse: "Este é o meu filho amado, em quem me
comprazo; a ele ouvi."
Moisés e Elias sumiram. Ficou somente Jesus na frente dos discípulos.
**Obs.: Imagine estes três discípulos, judeus, na presença de Moisés (o libertador do
povo) e Elias (um dos maiores profetas do Velho Testamento). Seria natural querer honrá-
los. Mas, Deus queria ensinar uma lição importantíssima. Moisés era um grande servo.
Elias, também. Mas, é Jesus e sua palavra que devemos respeitar acima de tudo. Nós
não devemos fazer tabernáculos para honrar nenhum outro servo de Deus, não importa
quem seja. Toda a glória pertence a Cristo.
17:9-13
Jesus mandou que não contassem esta visão até depois da ressurreição dele.
Naturalmente, a aparição de Elias provocou a curiosidade deles, e perguntaram sobre as
profecias sobre a vinda de Elias para preparar o caminho do Cristo (veja Malaquias 4:5-6).
Jesus explicou que a profecia foi cumprida em João Batista.
**Obs.: Não há nenhuma sugestão de reencarnação aqui. João Batista cumpriu as
profecias sobre Elias no mesmo sentido que Jesus cumpriu profecias sobre Davi (veja
Ezequiel 34:23-24; 37:24). João teve um jeito semelhante ao de Elias, e lembrou o povo
do antigo profeta.
17:14-21
Jesus expulsou um demônio de um menino, depois de repreender os discípulos pela falta
de fé deles em não poder realizar o milagre.
**Obs.: A falta de fé era dos discípulos, não da pessoa que pediu a cura, nem da pessoa
aflita. Muitas pessoas hoje que alegam realizar milagres colocam a culpa na outra pessoa
quando não conseguem curá-la.
**Obs. O comentário entre colchetes no versículo 21 (sugerindo uma dúvida nos
manuscritos) se encontra em Marcos 9:29. Evidentemente, alguns demônios eram mais
difíceis do que outros, e Jesus falou da necessidade de buscar Deus por oração e jejum.
**Obs.: Somos melhores do que os apóstolos? Quantas vezes ficamos desesperados por
causa de problemas que não conseguimos resolver, mas ainda não buscamos Deus com
todo o coração?
17:22-23
Jesus está prestes para sair da Galileia, rumo a Jerusalém (veja 19:1). Ele continua
preparando os apóstolos, predizendo outra vez sua morte e ressurreição.
17:24-27
**Obs.: Este trecho é mais um argumento implícito para mostrar a divindade de Jesus.
Preste atenção!
Alguns homens estavam cobrando o imposto de duas dracmas.
**Obs.: Segundo citações em Êxodo 30:13; 28:26 e Neemias 10:32, já houve o costume
de cobrar impostos dos homens judeus para o templo. Segundo informações históricas,
este imposto foi pago na Páscoa em Jerusalém, ou um mês antes nas outras regiões da
Palestina. Esta conversa, provavelmente aconteceu um mês antes da Páscoa.
Pedro respondeu à pergunta dos cobradores, dizendo que Jesus pagava o imposto.
Quando Pedro chegou em casa, Jesus perguntou: "De quem cobram os reis da terra
impostos ou tributo: dos seus filhos ou dos estranhos?"
A resposta de Pedro (dos estranhos) e a conclusão de Jesus (os filhos são isentos, mas
pagarei o imposto para evitar escândalo), esclarecem dois pontos importantes para nós:
(1) O templo era a casa de Deus. Jesus, como Filho de Deus, tinha direito a isenção do
imposto.
(2) Jesus não usufruiu desse direito, achando melhor pagar o imposto do que causa
escândalo.
**Obs.: Muitas vezes, faríamos bem abrindo mão de algum "direito" para evitar ofensas.
Mateus 18
18:1-5
Os discípulos perguntaram para Jesus: "Quem é, porém, o maior no reino dos céus?"
Jesus usou uma criança como exemplo de humildade, e disse que os humildes são os
maiores no reino.
18:6-9
Ainda usando o exemplo de crianças, Jesus adverte sobre os tropeços.
Quem causar um pequenino tropeçar será julgado severamente.
É melhor fazer um sacrifício difícil e radical (cortar mão ou pé ou arrancar olho) do que
perder a vida eterna.
**Obs.: Mesmo os apóstolos, os quais frequentemente tiveram problemas em entender a
língua figurada de Jesus, não interpretaram esses versículos de uma maneira literal. Não
encontramos nenhum registro no Novo Testamento de alguém que cortou a mão ou
arrancou o olho. Mas, achamos muitos casos de pessoas que tomaram decisões radicais
e fizeram grandes sacrifícios para servir ao Senhor. É isso que Jesus está ensinando.
18:10-14
Aqui, Jesus faz um comentário curioso para mostrar como os pequeninos são importantes
para Deus. Anjos que têm acesso constante a Deus cuidam das crianças.
**Obs.: Nenhum homem jamais viu o rosto de Deus Pai (João 1:18). Mas, aqui, Jesus
afirma que anjos têm o visto. O ponto é que alguém muito maior do que os homens está
cuidando dos pequeninos.
**Obs.: A Bíblia não elabora nenhuma doutrina bem definida sobre anjos de guarda. Aqui,
e em alguns outros trechos, dá a impressão que os anjos têm um papel especial de cuidar
das pessoas. Não devemos especular sobre tais assuntos, mas podemos ser confortados
pelo conhecimento do cuidado que Deus tem para conosco.
Da mesma forma que um pastor procura a ovelha perdida, Deus se preocupa com o povo
dele.
18:15-20
Este trecho trata de problemas que surgem entre dois irmãos.
Se alguém pecar contra outro, o ofendido deve procurar o outro e repreendê-lo. Se ele
aceitar a correção, o assunto morre ali.
Se o pecador não aceitar a correção, o ofendido deve voltar com mais um ou dois irmãos.
Se o pecador se arrepender, o assunto já será resolvido.
Se ele ainda não atender às palavras do irmão, o assunto deve ser levado à igreja, e ela
tentará corrigi-lo. Se ele aceitar a admoestação da igreja, o problema será solucionado.
Se ele rejeitar a correção da igreja, será expulso.
Quando um assunto é resolvido entre duas ou três pessoas, Deus é testemunha.
18:21-35
Pedro, mostrando uma generosidade excepcional, perguntou sobre o perdão: Quantas
vezes devo perdoar meu irmão? Sete?
Jesus respondeu: Não sete, mas até setenta vezes sete!
Jesus usou uma parábola para ensinar sobre o perdão.
Um servo foi perdoado uma dívida enorme, que nunca teria pago.
O mesmo servo achou uma pessoa que devia uma quantia pequena para ele, e o lançou
no cárcere, exigindo o pagamento total da dívida.
Quando o senhor que havia perdoado a grande dívida ficou sabendo, ele prendeu o servo
e mandou que fosse castigado até que pagasse a dívida toda.
**Obs.: Esta parábola é importantíssima. Leia de novo e medite sobre a aplicação dela na
sua vida. Temos que aprender como perdoar outros do íntimo, ou seremos banidos da
face de Deus para sempre!
Mateus 19
19:1-2
Jesus deixou a Galileia pela última vez antes da crucificação. Ele foi para o lado oriente
do rio Jordão, indo para o sul. As multidões o seguiram, e ele continuou as curando.
19:3-12
Os fariseus perguntaram sobre o divórcio, e Jesus citou o mandamento original dado por
Deus: Um homem se une a uma mulher. Nada de divórcio no plano original.
Os fariseus perguntaram outra vez, citando a lei de Moisés, tentando justificar o divórcio
por qualquer motivo.
**Obs.: A passagem citada na pergunta deles é Deuteronômio 24:1-4. Uma análise
cuidadosa daquele texto mostra que os primeiros três versículos explicam (não autorizam)
a situação (a conjunção condicional "se" aparece 6 vezes nos primeiros 3 versículos). A
única ordem dada é a do versículo 4: que o primeiro marido que manda embora sua
esposa, não pode tomá-la de novo depois de ela se casar com outro homem. Este trecho
não autorizou o divórcio, nem o segundo casamento. Simplesmente proibiu, numa
circunstância bem definida, que o primeiro marido se casasse de novo com a mesma
mulher.
Jesus afirmou que qualquer tolerância de divórcio sob a lei de Moisés não representava a
intenção original de Deus: "não foi assim desde o princípio".
No versículo 9, Jesus dá a sua palavra sobre o assunto. Da mesma forma que ele
introduziu os grandes princípios do reino em Mateus 5, ele começa aqui: "Eu, porém, vos
digo".
A regra básica que ele colocou é a mesma que encontramos em Lucas 16:18 e Marcos
10:11-12: Quem repudiar sua mulher e se casar com outra comete adultério, e aquele que
se casar com a repudiada comete adultério.
Mas, Jesus acrescentou uma exceção importante que não está relatada nos outros
evangelhos: "não sendo por causa de relações sexuais ilícitas". Esta exceção aplica
somente à primeira parte do versículo. O sentido é este: Quem repudiar a sua mulher por
qualquer outro motivo e se casar com outra, comete adultério, mas quem repudiar sua
mulher por causa de relações sexuais ilícitas e se casar com outra, não comete adultério.
**Obs.: Em nenhuma passagem encontramos a exceção dada à pessoa repudiada. A
pessoa repudiada, independente de motivo, não tem autorização para casar de novo
enquanto vive o primeiro cônjuge (veja Romanos 7:2-3).
Os discípulos perceberam que o ensinamento de Jesus é rígido, e acharam melhor não
casar!
Jesus sugeriu que há três tipos de eunucos:
(1) de nascença (algum defeito congênito)
(2) feitos por homens (como o caso de servos de rainhas que foram castrados, veja Atos
8:27)
(3) feitos por si mesmos por causa do reino dos céus (homens que aceitam o celibato por
causa da vontade de Deus. Neste contexto, alguém que continua solteiro porque Deus
não permite outro casamento)
19:13-15
Mais uma vez, Jesus aceitou as crianças e as usou como exemplo para mostrar a atitude
que precisamos para entrar no reino dos céus.
19:16-22
Um jovem rico perguntou para Jesus, querendo saber como obter a vida eterna.
Ele afirmou que obedecia a todos os mandamentos citadas, mas Jesus ainda exigiu mais.
Jesus percebeu que as riquezas dele impediam a salvação (veja Colossenses 3:5–
avareza é idoltaria), e falou que ele teria que abrir mão das suas posses.
O jovem se retirou triste.
**Obs.: O que você não venderia para ser salvo? Às vezes, nosso problema é outro.
Talvez riquezas não são seu problema. Qualquer coisa que valorizamos mais do que a
salvação acaba sendo nosso ídolo. Abra mão de qualquer ídolo que está entre você e
Jesus!
19:23-30
Jesus, de novo, surpreendeu os apóstolos com seu ensinamento radical: os ricos
dificilmente entrarão no reino dos céus. Como assim? Se as pessoas mais privilegiadas
neste mundo não alcançarão o céu, qual chance têm os pobres? "Isto é impossível aos
homens, mas para Deus tudo é possível."
O sacrifício traz benefícios. Se deixar bens materiais e até família para servir a Jesus,
ganhará uma família espiritual muito maior e a vida eterna. Vale a pena!
Mateus 20
20:1-16
Esta parábola ensina sobre a grande diferença entre a graça e o mérito.
Jesus começa com a palavra "porque", mostrando uma ligação entre esta parábola e o
trecho anterior. O jovem rico tinha observado os mandamentos, mas ainda não estava
preparado para entrar no reino. Os comentários de Jesus depois do encontro com o rico
mostram que o reino dele não segue os padrões do mundo. Ele opera na base de graça,
não na de mérito.
O dono da vinha contratou trabalhadores desde cedo de manhã, chamando mais às 9:00,
às 12:00, às 15:00 e às 17:00 horas.
No fim do dia, ele pagou os trabalhadores, começando com os que trabalharam menos.
Ele deu o mesmo valor (um denário, o valor normal de um dia de serviço) para todos. Os
que trabalharam o dia todo reclamaram, porque não acharam justo o ato dele.
O dono defendeu sua generosidade com os últimos, dizendo que ele era "bom" e que os
que reclamaram tinham olhos maus.
**Obs.: Podemos aprender muitas coisas aqui, até coisas que ajudam quando nos
preocupamos demais com "justiça" e nossos supostos "direitos". Mas o ponto principal é
sobre o reino dos céus. O dono da vinha é Deus. Ele não paga seus servos na base de
mérito (nós todos merecemos a perdição). Ele nos recompensa pela bondade dele. Se
alguém que trabalhou menos do que outros recebe a mesma recompensa, Deus deve ser
louvado por sua bondade.
20:17-19
Esta é a terceira vez, no relato de Mateus, que Jesus predisse a sua morte (veja 16:21;
17:22-23). Esta vez ele acrescenta um detalhe até então desconhecido: ele seria
crucificado.
20:20-23
A mulher de Zebedeu chegou, junto com seus filhos, Tiago e João, para pedir que Jesus
desse para eles posições altas no reino dele.
Jesus perguntou se estavam preparados para beber o mesmo cálice que ele beberia.
Responderam que sim.
Jesus disse que, de fato, beberiam o cálice, mas que Deus já tinha definido que tipo de
pessoa teria as posições que eles pediram.
**Obs.: O cálice representa o sofrimento (26:39,42). Tiago seria o primeiro dos apóstolos
mortos por causa de Cristo (Atos 12:1-2). João, na sua velhice, ainda passou por
tribulações por causa do evangelho (Apocalipse 1:9).
20:24-28
Os outros apóstolos se indignaram contra Tiago e João. A resposta de Jesus mostra que
o motivo desta reação foi a inveja deles. Todos queriam a mesma coisa que Tiago e João
pediram.
De novo, Jesus explicou que o reino dele não seria igual aos reinos dos homens. Os
maiores no reino dos céus são aquele que serve mais.
20:29-34
Jesus, passando por Jericó, curou dois cegos.
Jesus deixou a Galileia pela última vez antes da crucificação. Ele foi para o lado oriente
do rio Jordão, indo para o sul. As multidões o seguiram, e ele continuou as curando.
Mateus 21
Chegamos à última semana do ministério de Jesus. Em menos de sete dias, ele será
crucificado. Esta semana é de sumo importância em todos os relatos do evangelho,
ocupando mais de 25% dos capítulos deles. Devemos prestar atenção às últimas palavras
e aos últimos atos do Salvador.
21:1-11
A entrada de Jesus em Jerusalém mostrou uma mistura de realeza e humildade,
enquanto ele cumpriu profecias do Velho Testamento.
Ele recebeu o louvor das multidões durante sua chegada à cidade.
21:12-17
Jesus expulsou os cambistas e vendedores do templo, porque usavam o templo de uma
maneira errada.
**Obs.: Esta é a segunda vez que Jesus purificou o templo. A primeira aconteceu três
anos antes (João 2:13-22).
**Obs.: Jesus entendeu que o templo foi dedicado ao serviço do Senhor, e reprovou os
homens que o usaram para outras finalidades. Hoje, quando dedicamos alguma coisa ao
serviço exclusivo do Senhor, não devemos a profanar (fazer comum). Pense nas
aplicações deste princípio em relação à oferta ou às coisas compradas com o dinheiro da
oferta. Se o dinheiro foi dedicado ao trabalho do Senhor, devemos usá-lo exclusivamente
no serviço do Senhor.
21:18-22
Voltando de Betânia para Jerusalém, Jesus amaldiçoou uma figueira que não tinha fruto.
**Obs.: Esta árvore já tinha folhas, e o fruto nasce na figueira antes ou junto às folhas.
Uma figueira com folhas e sem figos não produz figos naquele ano.
**Obs.: O que aprendemos deste milagre? (1) O poder da fé, a lição que Jesus ensinou
aos apóstolos. (2) Um exemplo do julgamento de Deus sobre o povo de Israel. Jerusalém
já tinha folhas, mas não estava produzindo fruto. Seria amaldiçoada por Jesus.
21:23-27
Quando Jesus chegou ao templo, os líderes o encontraram e perguntaram sobre a
autoridade que ele tinha para estar fazendo coisas no templo.
Jesus citou o batismo de João e perguntou se veio do céu ou dos homens.
Eles discutiram entre si e decidiram não responder. Jesus recusou responder à pergunta
que eles fizeram.
**Obs.: Que ironia! Estes homens se achavam capazes de administrar as coisas sagradas
de Deus, mas eram incapazes de identificar a origem de uma doutrina bem conhecida
entre o povo!
**Obs.: "Do céu ou dos homens?" Uma boa pergunta. Faríamos bem fazendo a mesma
pergunta sobre as nossas práticas hoje. Se uma coisa veio de Deus, devemos fazer como
ele ordenou. Mas, se é dos homens, não faz parte do nosso serviço ao Senhor.
Infelizmente, muitas pessoas hoje são mais preocupadas em agradar aos homens do que
em fazer a vontade do Pai.
21:28-32
Jesus falou que os pecadores do mundo que arrependem entrarão no reino dele antes
dos líderes religiosos. Na sua arrogância, rejeitaram o Salvador.
21:33-46
Numa de suas parábolas mais ofensivas, Jesus comparou os líderes dos judeus aos
lavradores maus que espancaram e mataram os servos do dono da vinha, e, afinal de
todos, mataram o próprio filho dele. O resultado seria a ira do dono da vinha, destruindo
os lavradores maus.
Ele explicou que eles, como construtores, haviam rejeitado a pedra principal escolhida por
Deus.
**Obs.: A pedra angular era usada como a pedra principal da construção. O construtor
escolheria cuidadosamente uma pedra perfeita, pois os ângulos do edifício seriam medido
dela. Se a corte da pedra não foi perfeita, o prédio não seria reta. Deus mandou uma
pedra perfeita para fazer o edifício dele, e os líderes religiosos a rejeitaram!
Mateus 22
22:1-14
A parábola das bodas mostrou a atitude dos religiosos da época de Jesus. Foram
convidados à festa, mas desprezaram o rei e não foram. Alguns até maltrataram os
servos do rei.
O rei mandou convidar pessoas mais humildes, representando os publicanos e pecadores
(veja 21:32). Estas pessoas aceitaram o convite.
Mesmo assim, o rei encontrou uma pessoa na festa usando trajes inadequadas. Quando
o homem não tinha como se defender, o rei mandou que ele fosse castigado.
**Obs.: Esta parábola oferece várias lições importantes. Duas merecem destaque
especial: (1) Aos religiosos, Jesus ensinou que aquele que despreza o convite do rei será
deixado fora do reino dele. (2) Aos mais humildes, Jesus mostrou a importância de entrar
e ficar no reino nos termos que agradam ao rei. Compare Romanos 11:11-24.
22:15-22
Os fariseus se ajuntaram aos herodianos para preparar uma armadilha para Jesus.
Inventaram uma pergunta na qual qualquer resposta ofenderia alguém.
A pergunta deles: É lícito pagar impostos ao governo romano?
A resposta de Jesus: A moeda tem a imagem de César, então pode dar para ele o que é
dele, e para Deus o que é de Deus.
**Obs.: Além de ensinar um princípio importante que ajuda os cristãos a se portarem bem
no mundo hoje, cumprindo as suas obrigações aos governos humanos, Jesus mostrou
grande sabedoria em relação aos interrogadores. Ao invés de ofender uma seita para
satisfazer a outra, ele respondeu a qualquer argumento que fariam antes de eles falarem.
25:23-33
Agora, é a vez dos saduceus, uma seita que negava a ressurreição de entre os mortos.
A pergunta deles: Eles inventaram um caso de uma viúva que casou, sucessivamente,
com sete irmãos e, depois, morreu sem ter filhos. Na ressurreição, ela será esposa de
qual deles?
A resposta de Jesus: Jesus respondeu a pergunta, e também respondeu à ideia errada
atrás da pergunta. (1) Ela não será esposa de ninguém, porque o casamento continua
somente nesta vida. (2) Quanto à ressurreição, eles erraram na ignorância, não
percebendo que Deus falava dos mortos como pessoas ainda vivas.
22:34-40
Um fariseu fez outra pergunta para Jesus: "Qual é o grande mandamento na lei?"
A resposta de Jesus: O primeiro mandamento é amar a Deus, e o segundo é amar ao
próximo.
**Obs.: Talvez eles procurassem envolver Jesus nas disputas deles sobre os
mandamentos mais importantes. Alguns deles enfatizavam muito o sábado. A resposta de
Jesus foi sábia, e frisou o princípio fundamental de qualquer lei de Deus, o amor.
22:41-46
Esta vez, Jesus perguntou para os fariseus: O Cristo é filho de quem?
Eles responderam: De Davi.
Daí, Jesus pediu que eles explicassem por que Davi chamou o Cristo de "Senhor", pois é
entendido que o pai é maior que o filho.
Ninguém lhe interrogou mais!
Mateus 23
Neste capítulo, Jesus deixa de ser atacado pelas seitas e ele mesmo critica os líderes
religiosos judeus, especificamente os escribas e fariseus. Ao invés de ver a última
semana como a semana que os judeus julgaram Jesus, devemos entender que foi a
semana que Jesus avisou os judeus sobre o julgamento que viria. O capítulo 23 explica
alguns dos motivos do juízo, e o capítulo 24 fala sobre o castigo em si.
23:1-12
Jesus falou aos seus discípulos e às multidões, usando linguagem clara, sobre os
problemas dos fariseus e escribas. Disse que eles ensinavam muitas coisas boas, mas
que não praticavam as mesmas.
Jesus acusou esses líderes religiosos de praticar a sua religião para serem vistos e
honrados por homens. Foi justamente contra tal atitude que Jesus tinha falado no sermão
do monte (veja Mateus 6:1-18).
Jesus condenou a prática de usar títulos de honra (como Mestre, Pai e Guia) para
engrandecer homens.
**Obs.: Esses mesmos termos são usados para descrever a função de algumas pessoas
no reino de Deus (Efésios 4:11; Tiago 3:1; Hebreus 13:7,17,24), ou seu relacionamento
espiritual com outros (1 Coríntios 4:14-15; 1 Timóteo 1:18). O problema não está nas
palavras "mestre", "pai" e "guia", mas na ideia de exaltar alguns homens acima de outros,
dando-lhes glória. O uso de qualquer descrição (mestre, pai, padre, pastor, bispo,
evangelista, irmão, etc.) como título de honra e exaltação fere o princípio que Jesus
ensinou.
Em contraste com a exaltação dos fariseus e escribas, Jesus ensinou o serviço humilde.
23:13-36
Numa série de advertências severas, Jesus criticou as atitudes dos líderes religiosos.
Observe alguns pontos importantes:
Eles nem entravam no reino de Deus, nem deixavam outros entrarem.
Eles inventavam regrinhas para evitar o sentido da lei de Deus.
Enfatizavam as coisas pequenas, embora importantes (como dízimos de hortelã), e
deixavam de praticar as coisas mais "pesadas" da vontade de Deus (justiça, misericórdia
e fé).
**Obs.: De novo, Jesus emprega uma imagem engraçada. Imagine alguém coando uma
bebida ou sopa para não deixar passar um mosquito (o menor dos animais imundos na lei
de Moisés), enquanto engole um camelo (o maior dos animais imundos)!
**Obs.: Algumas pessoas usam o versículo 23 para exigir o dízimo hoje em dia. Temos
que lembrar que Jesus viveu sob a lei de Moisés (Gálatas 4:4) e a respeitou. Ele, em
diversas ocasiões, incentivou os judeus a serem fiéis em relação à lei: dando o dízimo
(23:23), cumprindo as leis de purificação (8:4), pagando o imposto do templo (17:24-27), e
guardando os dias especiais (26:19; João 2:13; 7:2,10), etc. Mas, o ensinamento dele
preparou seus seguidores para entender que a lei de Moisés seria cumprida e removida
(veja 5:17-20; Marcos 7:19; Gálatas 3:23-29).
Jesus censurou os escribas e fariseus por sua hipocrisia, fingindo ser fiéis a Deus quando
eram, de fato, pessoas imundas.
Jesus deixou bem claro que o castigo deles viria naquela mesma geração.
23:37-39
Jesus condenou os líderes, mas se compadeceu dos seguidores, o povo de Jerusalém.
Ele queria salvar todos, mas sabia que o povo o rejeitaria. Este lamento introduz o tema
do capítulo 24, a profecia da destruição de Jerusalém.
Mateus 24
Este capítulo tem sido mal-entendido e usado de uma maneira incorreta para defender
uma grande variedade de doutrinas sobre a volta de Jesus. Antes de começar a examinar
detalhadamente o conteúdo, leia o capítulo inteiro. Daí, será mais fácil entender a
mensagem de Jesus.
24:1-2
Saindo do templo com seus apóstolos, Jesus disse que o templo seria destruído.
24:3
No monte das Oliveiras, os apóstolos pediram uma explicação da profecia.
24:4-35
Jesus explicou esta profecia sobre a destruição do templo.
Ele falou dos sinais que aconteceriam antes do cumprimento da profecia:
- A chegada de falsos profetas, alegando ser o Cristo.
- Diversas calamidades: guerras, terremotos, fomes.
- Perseguições.
- A pregação do evangelho a todas as nações.
Ele disse que eles reconheceriam a hora da destruição pela chegada do "abominável da
desolação".
A fuga seria rápida, sem tempo para voltar à casa e buscar as posses.
Seria um período de grande tribulação e sofrimento.
Através desta profecia, os seguidores de Jesus foram avisados.
Este julgamento seria uma vinda de Jesus para abalar os poderes (representados pelo
sol, a lua e as estrelas) e proteger seus escolhidos.
Jesus afirmou que estes sinais avisariam sobre a destruição iminente.
Ele acrescentou a afirmação que tudo isso aconteceria naquela mesma geração.
**Obs.: O versículo 34 é a chave para entender esta profecia. Jesus mesmo falou que a
profecia (tudo que ele tinha falado até este versículo) seria cumprido durante aquela
geração. Qualquer interpretação que sugere um cumprimento depois do primeiro século
contraria as palavras de Jesus! De fato, a profecia foi cumprida na destruição de
Jerusalém e do templo pelos romanos, no ano 70 d.C.
24:36-44
**Obs.: Na pergunta dos apóstolos (24:3), é bem provável que eles não entenderam a
diferença entre a destruição do templo e a consumção do século. Mas, na resposta de
Jesus, ele trata dos dois assuntos separadamente. Até versículo 35, está claramante
falando sobre a destruição de Jerusalém. Algumas pessoas acham que ele continua
nesse mesmo assunto até o fim do capítulo 24, e que começa a falar sobre o julgamento
final no capítulo 25. Parece para mim, porém, que ele já entra no assunto do julgamento
final a partir de 24:36.
Enquanto Jesus ofereceu vários sinais para identificar a hora da destruição do templo, ele
não deu sinal nenhum para saber "daquele dia e hora" da segunda vinda.
As ilustrações dos versículos 37-44 enfatizam duas coisas: (1) Que haverá uma
separação entre pessoas no julgamento. (2) Que é importante estar sempre preparado
para a vinda do Senhor.
24:45-51
Esta parábola enfatiza a importância de estar preparado. Aquele servo que relaxa,
achando que o Senhor demorará, será surpreendido pela volta de Jesus.
Mateus 25
A primeira parte deste capítulo contém mais duas parábolas sobre a importância de estar
preparados para o julgamento que Jesus trará. Na última parte, encontramos uma
descrição do julgamento, e da separação eterna que ele fará entre as ovelhas e os
cabritos.
25:1-13
A parábola das dez virgens.
As dez virgens saíram para encontrar o noivo e participar do casamento.
Cinco delas foram bem-preparadas, e levaram azeite para manter as lâmpadas acesas.
As outras cinco não levaram azeite, e as lâmpadas começaram a se apagar na hora que o
noivo estava chegando.
As preparadas entraram nas bodas, mas as outras foram rejeitadas.
Devemos vigiar, pois Jesus pode voltar a qualquer hora. Somente os preparados entrarão
no descanso eterno que ele oferece.
**Obs.: Nesta parábola, com em várias outras, há uma tendência da parte de muitos
comentaristas e teólogos a dar significados especiais a cada elemento da parábola, a
usando para ensinar muitas coisas que Jesus não falou. Ao invés de inventar uma
simbologia especial nas coisas mínimas da parábola, devemos aprender a lição que
Jesus ensinou através dela: "Vigiai, pois, porque não abeis o dia nem a hora."
25:14-30
A parábola dos talentos.
**Obs.: O talento equivale a 6.000 denários. O denário era o valor de um dia de serviço
(20:2). Um talento, então, seria o equivalente a aproximadamente 20 anos de salário de
um trabalhador. Nesta parábola, até o menor dos três servos recebeu um valor enorme.
O servo que recebeu 5 talentos investiu o dinheiro bem e ganhou mais 5.
Aquele que recebeu 2 talentos também fez bem, e ganhou mais 2.
O terceiro servo escondeu o único talento que recebeu, e não aplicou o dinheiro para
ganhar nada para o dono.
Depois de muito tempo, o dono do dinheiro e senhor dos servos voltou.
Ele elogiou os primeiros dois servos e lhes deram cargos maiores.
O terceiro tentou explicar o motivo por não ter investido o dinheiro, mas o senhor dele não
aceitou suas desculpas.
Ele tirou o talento deste servo e o deu àquele que já tinha 10.
O servo inútil foi lançado fora, para sofrer nas trevas.
**Obs.: A palavra "talento", depois da época de Jesus, passou a ter um sentido diferente.
Entre as definições no Aurélio, encontramos estas palavras: Aptidão natural, ou habilidade
adquirida; inteligência excepcional; engenho. Mas, talento nesta parábola é uma unidade
de peso que representa um valor monetário. Na parábola, os servos já tinham capacidade
(25:15), e receberam do senhor deles os talentos. Entendido assim, esse aspecto da
parábola representa nossas responsabilidades (dadas por Deus de acordo com nossa
capacidade). Devemos cuidar bem dos deveres e das oportunidades que Deus nos
concede.
25:31-46
Jesus encerra este ensinamento com uma descrição do julgamento. Devemos observar
vários pontos importantes:
Há um julgamento de todos, os bons e os maus (compare João 5:28-29, onde Jesus
afirma que todos serão ressuscitados na mesma hora).
Há uma separação baseada nas coisas feitas durante a vida aqui (veja 2 Coríntios 5:10).
Jesus enfatiza nessa parábola a importância de atos de bondade e caridade (veja Tiago
2:14-17, onde a fé é ligada à caridade).
Quando fazemos algo para um dos pequenos servos de Jesus, estamos fazendo para ele.
Jesus ensinou, no mesmo versículo, que existe vida eterna e castigo eterno. Mesmo
assim, existem falsos mestres hoje que ensinam a vida eterna e negam o castigo eterno.
O próprio Jesus afirmou que existe o céu, e que existe o inferno.
Mateus 26:1-25
26:1-5
Jesus mostrou claramente que ele e seu Pai estavam controlando a sequência dos
eventos nos últimos dias da vida dele. Jesus até falou o dia da crucificação antes dos
líderes judeus tomarem sua decisão sobre como prendê-lo.
Jesus disse que ele seria entregue no dia da Páscoa para ser crucificado.
Os líderes judeus se reuniram para decidir como matá-lo, mas acharam melhor esperar
até depois da festa.
**Obs. A festa da Páscoa foi seguida por sete dias de pães asmos, por um total de oito
dias de festa. Durante esses dias, Jerusalém se encheu de visitas de outros lugares.
26:6-13
Jesus estavam em Betânia (onde ele costumava ficar cada noite durante os últimos dias)
na casa de Simão, o leproso, quando uma mulher o ungiu com bálsamo.
Os discípulos criticaram o ato da mulher, dizendo que o dinheiro poderia ter sido usado
para ajudar os pobres. João 12:4-6 mostra que esta crítica veio de Judas, porque ele
furtava dinheiro da bolsa.
**Obs.: Segundo o relato de João 12:1-8, isso tinha acontecido alguns dias antes. Mateus
e Marcos incluem este relato no contexto das preparações para a crucificação, pois Jesus
falou que ela o ungiu para seu sepultamento.
**Obs.: João diz que foi Maria (irmã de Marta e Lázaro) que fez isso.
26:14-16
Judas Iscariotes fez um pacto com os líderes judeus para entregar Jesus.
26:17-19
Jesus mandou os discípulos a prepararem para celebrar a Páscoa.
26:20-25
Jesus reclinou à mesa com os doze apóstolos para comer a Páscoa.
Ele falou que um deles o trairia.
Eles ficaram tristes e começaram a perguntar: "Sou eu, Senhor"?
Ele identificou Judas como o traidor.
Mateus 26:26-46
26:26-30
Durante a Páscoa, Jesus instituiu a Ceia do Senhor, mostrando para os apóstolos como
será feito depois, no reino dele.
**Obs.: Quando estudamos sobre a Ceia, é importante ajuntar as informações contidas
em vários trechos do Novo Testamento. Por exemplo, temos quatro relatos desta Ceia,
nos ensinando como fazer (Mateus 26:26-29; Marcos 14:22-25; Lucas 19:19-20; 1
Coríntios 11:23-26). Textos como 1 Coríntios 11:17-34 nos ensinam sobre as atitudes
certas quando tomamos a Ceia. Atos 20:7 revela o dia que devemos tomá-la.
A Ceia é uma maneira simples de lembrar da morte de Jesus. Depois de uma oração
agradecendo pelo pão (que representa o corpo de Jesus), todos participam do pão.
Então, há mais uma oração agradecendo pelo cálice (fruto da videira representando o
sangue de Jesus) e todos bebem do cálice. Devemos observar a Ceia de acordo com
este exemplo de Jesus, pois nenhum homem tem autoridade para mudar o que Jesus fez.
Depois da Ceia, Jesus e os apóstolos cantaram um hino e foram até o monte das
Oliveiras.
26:31-35
Jesus falou que ele seria tomado na mesma noite, e marcou um encontro com eles depois
da ressurreição.
Pedro disse que ele nunca tropeçaria por causa de Jesus.
Jesus disse que, apesar das afirmações de Pedro, que este o negaria três vezes naquela
noite.
Pedro e os outros apóstolos não acreditaram que fosse possível um deles negar a Jesus.
26:36-46
No jardim de Getsêmani, Jesus pediu que os apóstolos aguardassem enquanto ele foi
orar. Ele levou Pedro, Tiago e João consigo.
As orações dessa noite mostram a angústia que Jesus sentiu enquanto tomava os últimos
passos na sua missão. Ele não queria morrer, mas reconheceu a importância de fazer a
vontade do Pai, e não a sua própria vontade.
Enquanto Jesus orava, os apóstolos dormiram.
**Obs.: Jesus sofreu sozinho. Ele tinha chegado à hora mais difícil da sua vida, e os
melhores amigos dele no mundo falharam. Não entenderam seu sofrimento. Não
dividiram sua tristeza. Não confortaram o Salvador sofredor. Não apoiaram a sua decisão
de se submeter a vontade do Pai. Jesus enfrentou esta batalha sozinho.
**Obs.: Quando continuamos a leitura, veremos a diferença que esta oração fez. Jesus
entrou no Getsêmani se sentindo fraco, precisando de conforto e ajuda. Ele enfrentou a
maior tentação de sua vida com muita oração. Os apóstolos entraram no jardim se
sentindo fortes. Nunca negariam a Jesus! Enquanto ele orava, eles dormiram. Como o
"fraco" se tornou forte e os "fortes" se tornaram fracos. Vamos ver no próximo trecho a
maneira que todos agiram quando os soldados e judeus chegaram com Judas Iscariotes!
Mateus 26:47-75
26:47-56
Como observamos no último estudo, houve uma diferença entre Jesus e os apóstolos no
Getsêmani. Estes dormiram enquanto aquele orou. Saindo do jardim, Jesus estava pronto
para enfrentar o inimigo e prosseguir com determinação até ao fim da sua missão. Mas os
discípulos, que não foram fortalecidos na oração, fracassaram na hora de tentação.
Quando Judas chegou para o trair, Jesus não resistiu e não perdeu controle da situação.
Jesus agiu de livre vontade, dentro do plano eterno de Deus (veja João 10:17-18).
Um dos apóstolos (Pedro, João 18:10) puxou a espada e cortou a orelha do servo do
sumo sacerdote. Jesus o repreendeu, mostrando que ele não se defenderia com
violência. Aqui podemos ver o grande poder de Jesus. Tendo condições de chamar
72.000 anjos, ele se submeteu com mansidão aos homens, para cumprir a vontade do Pai
e para salvar os pecadores.
Jesus mostrou a covardia dos judeus, pois optaram o prender com força à noite, ao invés
de o fazer abertamente quando ele estava no templo.
26:57-68
Os líderes judeus (o Sinédrio) se reuniram na casa de Caifás, o sumo sacerdote.
Pedro seguiu de longe, querendo acompanhar os procedimentos.
O propósito deste "julgamento" não era de determinar a verdade. Eles se reuniram com a
intenção de condenar Jesus à morte. Só que faltava motivo; para esse fim, procuraram
testemunhas falsas.
A melhor acusação que conseguiram arrumar foi que ele havia falado: "Posso destruir o
santuário de Deus e reedificá-lo em três dias". Jesus nem respondeu à acusação.
Então, o sumo sacerdote falou: "Eu te conjuro pelo Deus vivo que nos digas se tu és o
Cristo, o Filho de Deus".
Jesus falou "Tu o disseste", e acrescentou um comentário sobre a exaltação dele.
O sacerdote o acusou de blasfêmia, e ficou satisfeito que eles haviam encontrado motivo
suficiente para matá-lo.
26:69-75
Como Jesus tinha profetizado, Pedro o negou três vezes naquela noite. Depois, ele saiu e
chorou.
**Obs.: Qual a diferença entre Pedro e Judas. Este traiu e aquele negou. Os pecados são
igualmente terríveis. A diferença vem depois. Pedro saiu e chorou, arrependido. Judas,
como veremos no próximo estudo, saiu e fugiu da presença de Jesus.
Mateus 27:1-32
27:1-2
Os líderes judeus entregaram Jesus a Pilatos, o governador.
**Obs.: Os judeus não tinham autoridade, sob domínio romano, para praticar a pena de
morte. Eles entregaram Jesus ao governador, esperando convencê-lo da "culpa" dele.
27:3-10
Judas viu que Jesus foi condenado, sentiu remorso, e devolveu o dinheiro da traição aos
líderes judeus.
**Obs.: Remorso por causa da conseqüência. Judas, como muitas pessoas, não pensou
em todas as conseqüências quando ele pecou. Ele fez o que quis na hora, sem pensar
nos resultados que viriam depois. Ele sentiu remorso, mas o remorso dele não mudou o
resultado e nem o levou ao arrependimento verdadeiro.
Judas saiu e se suicidou.
Os principais sacerdotes, não querendo sujar o cofre do templo com o dinheiro de
sangue, usaram o dinheiro para comprar um cemitério.
27:11-26
Jesus foi julgado por Pilatos. O governador se admirou com a maneira calma de Jesus, e
com o fato que este não se defendeu contra as acusações feitas.
Era o costume do governador soltar um preso durante a festa dos judeus. Ele achou que
daria para soltar Jesus. Então, ele lhes deu uma escolha entre Jesus e Barrabas, um
criminoso bem conhecido.
O plano do governador não deu certo. O povo pediu a liberdade do criminoso e a morte
de Jesus.
Pilatos lavou as mãos para simbolicamente se livrar da culpa, e entregou Jesus para ser
crucificado.
O povo aceitou a culpa pelo sangue de Jesus.
**Obs: Culpa pelo sangue de Cristo. E claro que o povo judeu não entendeu o significado
destas palavras. Eles assumiram a responsabilidade por um crime contra o Criador do
Universo! Ainda bem que Jesus se mostrou disposto a perdoá-los (veja Lucas 23:34).
27:27-32
Pilatos entregou Jesus aos soldados que o maltrataram antes de levá-lo para ser
crucificado.
Simão, um cireneu, foi obrigado a carregar a cruz de Jesus.
Mateus 27:33-66
A crucificação de Jesus é um evento de tanta importância que um estudo rápido com este
não é o suficiente. Além de ler o texto e pensar sobre o significado das palavras, procure
meditar sobre o significado do evento em si. A morte de Jesus é a nossa única esperança.
Jesus Cristo e este crucificado é o único tema da pregação do evangelho. O nosso estudo
será rápido, mas a importância dos eventos daquele dia é eterna.
27:33-44
Jesus foi conduzido até Gólgota, o "Lugar da Caveira" onde foi crucificado. Os soldados
que o pregaram na cruz eram tão apáticos que repartiram as vestes de Jesus e sentaram
perto da cruz enquanto ele sofria.
A acusação "Este é Jesus, o Rei dos Judeus" foi colocada acima da cabeça de Jesus.
Dois ladrões foram crucificados com ele (um de cada lado).
As pessoas que passaram blasfemaram a Jesus, pedindo para ele se salvar.
**Obs.: Ele poderia ter descido da cruz. Ele poderia ter chamado 12 legiões de anjos.
Mas, o desejo de Jesus de obedecer o Pai e salvar os pecadores era mais forte do que
qualquer vontade de se proteger. Ele precisou de mais poder para ficar na cruz do que
para descer dela!
Até os ladrões blasfemaram a Jesus.
**Obs.: Mateus não comenta sobre o arrependimento de um dos ladrões. Parece que ele,
depois de começar a blasfemar a Jesus, percebeu seu erro e se arrependeu.
27:45-56
De 12:00 até às 15:00, houve trevas sobre a terra.
**Obs.: Pessoas que não acreditam nos milagres da Bíblia têm oferecido explicações
naturais desse milagre, sugerindo que foi um eclipse solar. A resposta, porém, está na
história. Jesus foi crucificado no dia depois da Páscoa, o no dia 15 do mês. Os meses
judaicos sempre começaram com a lua nova. Dia 15 seria um dia de lua cheia. Um
eclipse solar não pode acontecer com a lua cheia!
Às 15:00 horas, Jesus gritou: "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?", uma
citação de Salmo 22.
**Obs.: Deus Pai abandonou Jesus? Enquanto parece difícil acreditar, precisamos
lembrar que Jesus morreu por nossos pecados. O salário do pecado é a morte (Romanos
6:23), ou seja, a separação entre Deus e o pecador. Jesus morreu em nosso lugar. Tudo
indica que ele, por algum tempo, foi separado do Pai por causa dos nossos pecados.
Mesmo sentindo "abandonado", Jesus ainda chamou o Pai de "Deus meu".
Quando Jesus morreu, o véu do templo (a barreira simbólica entre os homens e Deus)
rasgou-se de cima para baixo. Jesus, por sua morte, abriu o acesso ao Pai.
Depois da ressurreição de Jesus, outras pessoas saíram dos sepulcros e entraram na
cidade.
**Obs.: Por que falar aqui? As ressurreições de outras pessoas aconteceram depois da
ressurreição de Jesus, mas são mencionadas aqui. Por quê? Parece que o Espírito Santo
quis mostrar os resultados das obras de redenção realizadas por Jesus. Ele morreu, e
abriu acesso a Deus. Ele ressuscitou, e mostrou o caminho para outros.
Os guardas observaram tudo e confessaram que Jesus era o Filho de Deus.
Várias mulheres acompanharam a crucificação.
27:57-66
José de Arimatéia, um homem rico, pediu o corpo de Jesus e o sepultou no seu túmulo
novo.
Os líderes judeus, preocupados com a possibilidade de alguém roubar o corpo, pediram
que Pilatos colocasse guardas para não deixar ninguém tirar o corpo do túmulo.
**Obs.: Como os inimigos ajudaram! Este pedido acaba fortalecendo a nossa fé! Os
inimigos de Jesus tomaram precauções para não deixar dúvidas. A única explicação do
túmulo vazio e a ressurreição! Mais sobre este assunto no último capítulo do livro.
Mateus 28
28:1-10
Maria Madalena e a outra Maria (evidentemente a mulher de Zebedeu–veja 27:56,61)
foram no domingo até o sepulcro.
Houve um terremoto quando um anjo removeu a pedra do túmulo.
Os guardas ficaram com medo.
O anjo consolou as mulheres, dizendo que Jesus não estava lá porque havia
ressuscitado. Ele mandou que levassem a notícia aos discípulos para marcar um encontro
com Jesus na Galiléia.
No caminho, Jesus encontrou as mulheres e elas abraçaram seus pés e louvaram a ele.
Ele, também, prometeu ir para a Galiléia, e pediu que elas avisassem os irmãos dele.
28:11-15
Os principais sacerdotes ouviram dos guardas sobre a ressurreição, e subornaram os
guardas para dizer que os discípulos haviam roubado o corpo.
28:16-20
Jesus encontrou os apóstolos num monte na Galiléia. Eles o adoraram, mas alguns
duvidaram (compare João 20:24-31).
Jesus falou com os apóstolos, lhes dando a "Grande Comissão":
A base dessa incumbência: Jesus havia recebido toda autoridade.
O mandamento aos apóstolos: "Ide" e "fazei discípulos".
Para fazer discípulos, teria que fazer duas coisas:
Batizar em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
Ensinar as pessoas a guardar todos os mandamentos.
**Obs.: A autoridade de Jesus é o fundamento da pregação do evangelho. Sem
reconhecer sua autoridade absoluta, não teríamos motivo para obedecê-lo.
**Obs.: Para ser discípulos, temos que ser batizados, e também temos que assumir o
compromisso de obediência total a Jesus.
**Obs.: Através do batismo, nós entramos em comunhão com o Pai, o Filho e o Espírito
Santo.

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