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DETALHAMENTO ELÉTRICO

APOSTILA – EDIÇÃO 01

Destinado aos profissionais de elétrica que


necessitam de conteúdo para o desenvolvimento
do detalhamento de
d projetos.

Luiz Carvalho e Wilson Stelitano


30/09/2017

Luiz Carvalho e Wilson Stelitano


PROJETO - Detalhamento Elétrico

PROJETO

DETALHAMENTO – ELÉTRICA

Este documento destina-se aos Projetistas de Elétrica que tem a função de detalhar e
implantar as instalações de equipamentos, máquinas, instrumentos e unidades de qualquer
natureza onde haja a necessidade de infra-estrutura para sistemas de força, iluminação,
sinal de comando, instrumentação, aterramento e SPDA.

Iremos explorar várias situações e maneiras de resolvermos as diversas dificuldades que


os projetos exigem do Projetista de Detalhamento.

Antes de iniciarmos, iremos recomendar que os projetistas estudem com afinco a


disciplina de Desenho Técnico e suas particularidades. Com esse conhecimento, o
entendimento de plantas, cortes, detalhes e vistas serão favorecidos para execução dos
trabalhos.
Disposição das vistas no Primeiro Diedro ou no Terceiro Diedro, apresentação dos cortes
e detalhes fazem toda diferença em seu projeto.

*** VERIFICAÇÃO INICIAL

• Memorial descritivo do projeto (MD).


• Existência da planta de classificação de áreas da unidade, pois esta planta é
que define todas as áreas de risco do empreendimento. Normalmente é feita pelo
setor de segurança.
• Existência da planta de arranjo geral do empreendimento, esta planta é
normalmente feita pelo setor de arranjo ou tubulação.
• Existência de projeto básico ou Feed do empreendimento. Caso exista, o mesmo
deverá ser consolidado.

Capítulo 1 – CRITÉRIOS UTILIZADOS

a) Todo empreendimento deverá ter um critério a ser seguido onde as premissas


básicas serão os elementos orientativos. Estes critérios irão determinar a
nomeação de níveis de leitos e distância entre eles, enumeração dos eletrodutos
(metálicos ou PEAD), cabos, terminais, materiais em ambientes abrigados e em
áreas externas, elevações dos envelopes, distanciamento entre as caixas de
passagem e suas coordenadas de instalação, caderno de detalhes típicos de força,
aterramento e iluminação.

b) As normas estabelecidas para instalações elétricas devem ser seguidas e para isso
citaremos as mais utilizadas, esta condição de consulta e orientação segundo as
normas sempre fará parte de todo e qualquer projeto. Nunca invente nada que
esteja fora das normas estabelecidas, sempre consulte a NBR do propósito e
verifique se está seguindo as regulamentações estabelecidas.

NBR 5101 – ILUMINAÇÃO PÚBLICA


NBR 5410 – INSTALAÇÕES ELÉTRICAS DE BAIXA TENSÃO
NBR 5471 – CONDUTORES ELÉTRICOS
NBR 5261 – SIMBOLOS GRÁFICOS DE ELETRICIDADE – PRINCÍPIOS GERAIS PARA DESENHOS DE SÍMBOLOS
GRÁFICOS
NBR 5444 – SÍMBOLOS GRÁFICOS PARA INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS
NBR IEC 50 (826) – VOCABULÁRIO ELÉTRICO INTERNACIONAL – CAPÍTULO 826: INSTALAÇÕES
ELÉTRICAS EM EDIFICAÇÕES
NBR 6146 – INVÓLOCROS DE EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS – PROTEÇÃO
NBR 9884 – MÁQUINAS ELÉTRICAS GIRANTES – GRAUS DE PROTEÇÃO PROPORCIONADOS PELOS INVÓLUCROS
NBR 5431 - CAIXAS DE DERIVAÇÃO PARA USO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS DOMÉSTICAS E ANÁLOGAS –
DIMENSÕES
NBR 14639 – POSTO DE SERVIÇO – INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
NBR 5031 - MAQUINAS ELÉTRICAS GIRANTES - CLASSIFICAÇÃO DAS FORMAS CONSTRUTIVAS E MONTAGENS
NBR 5110 - MAQUINAS ELÉTRICAS GIRANTES - CLASSIFICAÇÃO DOS MÉTODOS DE RESFRIAMENTO
NBR 5111 - FIOS DE COBRE NUS, DE SEÇÃO CIRCULAR, PARA FINS ELÉTRICOS – ESPECIFICAÇÃO
NBR 5456 - ELETRICIDADE GERAL
Luiz Carvalho e Wilson Stelitano
PROJETO - Detalhamento Elétrico
NBR 5461 – ILUMINAÇÃO
NBR 5460 - SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA
NRB 14965 - SISTEMA DE SUBDUTOSDE POLIETILENO PARA TELECOMUNICAÇÕES - VERIFICAÇÃO DA
RESISTÊNCIADA À CURVATURA
NBR 14039 - INSTALAÇÕES ELÉTRICAS DE MÉDIA TENSÃO DE 1,0 kV A 36,2 kV
*** NBR-5419/2015 – SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA DESCARGAS ATMOSFÉRICAS.
NBR-5418–INSTALAÇÕES ELÉTRICAS EM ATMOSFERAS EXPLOSIVAS.
NBR-10898-ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA.
NBR-5413 – ILUMINÂNCIA DE INTERIORES.

NORMAS PETROBRÁS

• N-0298a - Símbolos Empregados em Instalações Elétricas.


• N-2040c - Apresentação de Projetos de Eletricidade.
• N-2006- Projetos de sistema de iluminação (Procedimento).
• N-2167b - Classificação de áreas-Bases e Terminais.
• N-2429- Níveis Mínimos de Iluminamento(Especificação).
• N-1996b - Projeto de Rede Elétrica em Envelopes.
• N-300c - Detalhes de Aterramento(Poço de Terra).
• N-1711a - Detalhe de Caixa Tipo Manholes*.
• N-0305a - Acessórios para Caixa Tipo Manholes*.
• N-1190c - Cerca e Portões.

(*) Manholes: Termo usado para designar uma caixa de passagem com dimensões e
proporções que possibilitam uma pessoa entrar para puxar o cabeamento.

Capítulo 2 – LEVANTAMENTO DAS INFORMAÇÕES INICIAIS

a) Ao darmos início ao projeto de arranjo geral, teremos como primeira base de


consulta os desenhos de Arquitetura ou Layout, onde nos serão apresentados as
plantas das edificações e os cortes (grandes cortes) do empreendimento.

b) Se o projeto contar com o departamento de Layout, este desenho também será


utilizado como base para a implantação da infra-estrutura de elétrica, pois
estará com o posicionamento dos equipamentos, definição de salas, etc.

Ex: O projetista deve utilizar a planta de arranjo geral do empreendimento,


transformando-a na planta geral de instalações elétricas, para isto basta
limpar a planta de fundo e utilizá-la. Para os prédios das unidades
utilizaremos as plantas da arquitetura que também serão limpas de informações
desnecessárias ao projeto de elétrica.

c) No caso do departamento de Layout não existir, deverá ser definido pela


Engenharia a disposição de todos os componentes (máquinas, equipamentos, etc.)
que serão utilizados na unidade a ser detalhada.

d) A Engenharia será provedora do diagrama unififlar, documento este que


informará todos os TAGs utilizados, potências instaladas e cabos que foram
calculados e devem ser encaminhados (de/para).

e) A Engenharia deverá ser provedora da lista de cabos com a origem do circuito,


TAG do circuito e destino para que seja traçada e identificada à rota deste
cabeamento pelo Detalhamento.

Luiz Carvalho e Wilson Stelitano


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Capítulo 3 – IDENTIFICAÇÃO DO ARRANJO GERAL

PLANTA BAIXA (PLANTA DE ARRANJO GERAL)

Um dos primeiros documentos a ser elaborado deve ser a lista de documentos, nela consta
toda documentação a ser gerada pelo setor da elétrica (desenvolvida pela engenharia com
apoio do detalhamento).

O projeto subdivide-se em:

Instalações Prediais

• Prédios administrativos, vestiários, banheiros e guaritas.

Instalações Industriais

• Subestações e todas as áreas externas.

Capítulo 4 – DOCUMENTOS GERADOS PELO PROJETO ELÉTRICO

O desenvolvimento de um projeto de engenharia elétrica divide-se em duas categorias:

ENGENHARIA (documentação elaborada por Engenheiros).

• Lista de cargas elétricas.


• Lista de equipamentos elétricos.
• Diagramas unifilares.
• Lista de cabos.
• Memória de cálculo de cabos.
• Memória de cálculo de malha de terra.
• Requisições de materiais (painéis, transformadores,etc.).
• Folha de dados dos equipamentos (FD).
• Especificações técnicas (ET).
• Parecer técnico (PT).

DETALHAMENTO (documentação elaborada pelo Projetista e Desenhista).

• Detalhes típicos de instalações elétricas.


• Simbologia para instalações elétricas.
• Planta geral de distribuição de força e aterramento.
• Planta geral de cortes e detalhes.
• Lista de materiais de força e aterramento.
• Planta de iluminação interna.
• Planta de cortes e detalhes de iluminação interna.
• Memória de cálculo de iluminação interna.
• Quadro de cargas de iluminação interna.
• Lista de materiais de iluminação interna.
• Planta geral de iluminação viária.
• Planta de cortes e detalhes de iluminação viária.
• Memória de cálculo de iluminação viária.
• Lista de materiais de iluminação viária.

Luiz Carvalho e Wilson Stelitano


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Nota 1: O quadro de cargas de iluminação viária é exclusivo para este tipo de
instalação, deve ser montado dentro de local abrigado e tem que ser comandado por
fotocélula, relê programavel ou PLC.

Capítulo 5 – IDENTIFICAÇÃO DAS ÁREAS QUE UTILIZAREMOS COMO EXEMPLO PARA


ELABORAÇÃO DE PROJETO NA ÁREA INDUSTRIAL E DOCUMENTOS DESTAS UNIDADES.

FIGURA 1 - Planta Baixa (sem escala)

1 - SUBESTAÇÃO DE ENTRADA (ÁREA 01).

• Planta de distribuição de força e aterramento.


• Lista de materiais de força e aterramento.
• Planta de iluminação.
• Memória de cálculo de iluminação.
• Quadro de cargas de iluminação (é exclusivo para ilum. da subestação de entrada,
deve ser instalado dentro da subestação)
• Lista de materiais de iluminação.

Luiz Carvalho e Wilson Stelitano


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2 - SUBESTAÇÃO SECUNDÁRIA (ÁREA 02).

• Planta de distribuição de força e aterramento.


• Lista de materiais de força e aterramento.
• Planta de iluminação, subestação abrigada.
• Lista de materiais de iluminação.
• Memória de cálculo de iluminação.
• Planta de SPDA (Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas).
• Memória de cálculo de SPDA.
• Lista de materiais de SPDA.

3 – GUARITA (ÁREA 03).

• Planta de distribuição de força e aterramento.


• Lista de materiais de força e aterramento.
• Planta de iluminação.
• Lista de materiais de iluminação.
• Memória de cálculo de iluminação.
• Planta de SPDA (Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas).
• Memória de cálculo de SPDA.
• Lista de materiais de SPDA.

4 – BALANÇA (ÁREA 04).

• Planta de distribuição de força e aterramento.


• Lista de materiais de força e aterramento.
• Planta de iluminação.
• Lista de materiais de iluminação.
• Memória de cálculo de iluminação.
• Planta de SPDA (Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas).
• Lista de materiais de SPDA.
• Memória de cálculo de SPDA.

5 – ALMOXARIFADO (ÁREA 05).

• Planta de distribuição de força e aterramento.


• Lista de materiais de força e aterramento.
• Planta de iluminação.
• Lista de materiais de iluminação.
• Memória de cálculo de iluminação.
• Planta de SPDA (Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas).
• Lista de materiais de SPDA.
• Memória de cálculo de SPDA.

6 – ÁREA DE TANCAGEM (ÁREA 06).

• Planta de distribuição de força e aterramento.


• Lista de materiais de força e aterramento.
• Planta de iluminação.
• Lista de materiais de iluminação.
• Memória de cálculo de iluminação.

Luiz Carvalho e Wilson Stelitano


PROJETO - Detalhamento Elétrico

7 – PLATAFORMA DE CARREGAMENTO (Área 07).

• Planta de distribuição de força e aterramento.


• Lista de materiais de força e aterramento.
• Planta de iluminação.
• Lista de materiais de iluminação.
• Memória de cálculo de iluminação.

8 – PRÉDIO ADMINISTRATIVO (Área 08).

• Planta de distribuição de força e aterramento.


• Lista de materiais de força e aterramento.
• Planta de iluminação.
• Lista de materiais de iluminação.
• Memória de cálculo de iluminação.
• Planta de SPDA(Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas).
• Memória de cálculo de SPDA.
• Quadro de cargas (painel de luz).
• Lista de materiais de SPDA.

Agora que já conhecemos o layout da unidade (Fig. 1) e identificamos todas as áreas, já


podemos começar a desenvolver a Planta Geral de aterramento, força, iluminação e SPDA.
Esta planta será representada em duas outras figuras, para que possamos explicar
melhor. Porém no desenvolvimento do projeto será uma única planta.

Alguns pontos que deveremos abordar antes de iniciarmos o projeto serão tratados agora,
informações básicas que todo Projetista deve ter conhecimento. São aspectos técnicos
inerentes a qualquer trabalho que envolva elétrica e que nem sempre podem ser
encontrados nos livros a venda no mercado.

Não estamos fugindo do foco inicial, apenas preparando seu material de apoio para o
estudo da disciplina, pois segue aqui o que fazemos na prática e a nossa intenção é
passar todo conhecimento acumulado na elaboração de projetos ou parte importante deste
conhecimento para ajudá-los no desenvolvimento dos trabalhos.

NOTAS IMPORTANTES:

1) SEMPRE VERIFIQUE COM AS OUTRAS DISCIPLINAS AS INTERFERÊNCIAS,


PRINCIPALMENTE COM DRENAGEM E TUBULAÇÃO.
2) VERIFIQUE SOBREPONDO DESENHOS DESTES SOBRE O DESENHO DA ELÉTRICA (FAÇA UM
BLOCO COM O DESENHO DA DRENAGEM OU DA TUBULAÇÃO E SOBREPONHA AO SEU),
ISSO IRÁ MOSTRAR AS INTERFERÊNCIAS.
3) VERIFIQUE A DETERMINAÇÃO DAS ELEVAÇÕES PARA CASA DISCIPLINA.
4) VERIFIQUE AS REVISÕES QUE ESTAS DISCIPLINAS FAZEM E COLOQUE NO SEU
TRABALHO O DESENHO REFERÊNCIA E A REVISÃO UTILIZADA.

Luiz Carvalho e Wilson Stelitano


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Capítulo 6 – SIMBOLOGIAS E LEGENDAS (EXEMPLO DE ALGUNS ITENS)

Figura ilustrativa – sempre consultar a norma vigênte para simbologias.

Capítulo 7 – CALCULANDO E DIMENSIONANDO CAIXAS DE PASSAGEM E ELETRODUTOS

Sabendo-se que utilizaremos circuitos que serão distribuídos na planta, teremos


caixas de passagem para puxamento dos cabos e nestas caixas, dutos metálicos
(eletrodutos) ou PEAD (polietireno de alta densidade) conhecidos como Kanaflex ou
Kanalex que serão os elementos de acomodação dos cabos.
Trataremos de dois assuntos importantes neste item, dimensionamentos das caixas e
dos eletrodutos.
Caixas de Passagem: Estas são calculadas com suas dimensões internas obedecendo
um raio de curvatura(NBR9511 - Cabos Elétricos e Raios Mínimos de Curvatura) para
os cabos, e como fazemos isso?
Utilizaremos uma tabela do fabricante onde é informado o diâmetro externo do cabo
a ser utilizado. Este diâmetro externo é multiplicado por um determinado valor de
acordo com a norma e isso nos dá o raio de curvatura deste cabo.
Exemplo 1: Utilizaremos os eletrodutos de baixo e deixaremos os de cima como
reservas, para facilitar no futuro, o lançamento de outros cabos.
Temos um envelope com 04 eletrodutos chegando em uma determinada caixa de
passagem, esta é a primeira caixa onde teremos que realizar uma curva com os
cabos. Nestes dutos, temos dois reservas e dois que serão utilizados.

CABOS : 4X25mm no eletroduto 1 e 4x35mm no eletroduto 2


4x25mm com diâmetro externo de Ø 25,8mm (ref. Cabo Eprotenax Gsette)
4x35mm com diâmetro externo de Ø 28,9mm (ref. Cabo Eprotenax Gsette)
Cálculo do Raio: 25,8mm x 12 = 309,6 mm de raio
Cálculo do Raio: 28,9mm x 12 = 346,8 mm de raio

Luiz Carvalho e Wilson Stelitano


PROJETO - Detalhamento Elétrico
Com isso, adotaremos o maior Raio de Curvatura, que será 346,8mm. Mas o que é
isso? Vou apresentar este exemplo, será de fácil entendimento.

a)Mostramos os eletrodutos chegando na caixa (Fig.2), com os afastamentos da


parede na parte interna.

Figura 2 – Caixa de passagem (corte)

c) Raio de curvatura para passagem do cabo.

Dica Importante:

Eletroduto Deveremos considerar em


qualquer projeto realizado, a
padronização das caixas de
passagem. Desta maneira o
sistema de fabricação destas
reduzirá os custos de mão de
Raio de
obra e materiais, reduzindo
Curvatura com
também o tempo de
346,8mm produção. Adotar o maior
diâmetro do cabo utilizado no
projeto, facilita em muito
este cálculo do raio de
curvatura, isto vale para baixa
tensão, média tensão, alta
Caixa de Passagem tensão e controle.

Figura 3 – Raio de Curvatura (vista em planta)

Luiz Carvalho e Wilson Stelitano


PROJETO - Detalhamento Elétrico
Tabela – Determinação do eletroduto em função de cabos aplicados.
Nota de agradecimento: Recebi esta tabela do Engenheiro Ivan Xavier, que chamo
respeitosamente de Mestre Ivan (Eng. Eletricista).

Luiz Carvalho e Wilson Stelitano


PROJETO - Detalhamento Elétrico
Agora que determinamos como será a caixa, como foi que estabelecemos o eletroduto
que foi utilizado? Vamos olhar a tabela e verificar este procedimento.
Mais uma vez, utilizaremos o cabo com maior diâmetro para determinar o duto
correto.

Ex: 4x35mm com diâmetro externo de Ø 28,9mm (ref. Cabo Eprotenax Gsette)

Neste caso, temos somente este cabo para ser lançado, mas não poderemos esquecer
que 20% deste duto deverá estar desocupado.

Vamos lá então: Ø 28,9mm , na tabela utilizando a coluna 1 teremos 29,0 e


área 680mm , que nos leva a parte de baixo da tabela e determina a área
utilizável com 695mm e eletroduto de 1 ½”.

Esta solução ficará adequada ao cabo com diâmetro inferior e atenderá


perfeitamente ao propósito do projeto.

Capítulo 8 – Recordando alguns conceitos de eletricidade

Potência Ativa (P)


É a parcela efetivamente transformada em potências.
Mecânica (motor)
Térmica (resistência)
Luminosa (lâmpada)

Potência Reativa (Q)


É a potência relativa a parcela transformada em campo magnético, necessário ao
funcionamento de motores, transformadores e reatores.

Fator de Potência (FP)


Sendo a potência ativa uma parcela da potência aparente, pode-se dizer que ela
representa uma porcentagem da potência aparente que é transformada em potências
mecânica, térmica ou luminosa.
A esta porcentagem dá-se o nome de fator de potência, quando o fator de potência
(FP)é igual a 1, significa que toda ela é transformada em potência ativa, isto
acontece somente nos equipamentos que possuem resistência.

Lei de Ohms

V = RxI

R = V
I

I = V
R

V = Tensão de linha (volts)


R = Resistência (Ω)
I = Corrente de linha (Amperes)

Luiz Carvalho e Wilson Stelitano


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Algumas fórmulas para cálculos:

1) DETERMINAR AMPERES QUANDO KILOWATTS É CONHECIDO EM TENSÃO ALTERNADA TRIFÁSICA.

DESCRIÇÃO = KW x 1000
V x √ 3 x FP

EX: I = 30 x 1000 = 56,9 A


380 x 1.732 x 0,8

2) DETERMINAR AMPERES QUANDO QUILOVOLT AMPERES É CONHECIDO EM TENSÃO ALTERNADA


TRIFÁSICA.

DESCRIÇÃO = KVA x 1000


V x √3

EX: I = 300 x 1000 = 455 A


380 x 1.732

3) DETERMINAR QUILOVOLT AMPERES EM TENSÃO ALTERNADA TRIFÁSICA.

DESCRIÇÃO = I x V x √3
1000

EX: KVA = 456 x 380 x 1.732 = 299 KVA


1000

4) DETERMINAR QUILOWATTS EM TENSÃO ALTERNADA TRIFÁSICA.

DESCRIÇÃO = V x I x FP x √3= KW
1000

EX: POT = 380 x 57 x 0,8 x 1.732 = 30KW


1000

5) DETERMINAR QUEDA DE TENSÃO EM REFERÊNCIA A DISTÂNCIA.

QUEDA = I x L x 0,366 = V
mm ²

EX: QUEDA = 590 x 180 x 0,366 = 16V


240 mm ²

6) DETERMINAR QUILOVOLT AMPERES EM TENSÃO ALTERNADA MONOFÁSICA.

DESCRIÇÃO = I x V
1000

EX: KVA = 340x 220 = 74.8 KVA


1000

Luiz Carvalho e Wilson Stelitano


PROJETO - Detalhamento Elétrico

Capítulo 9 – Desenvolvendo o projeto de iluminação viária

9.1- Iluminação Viária

a) Verificar na norma( NBR 5101–ILUMINAÇÃO PÚBLICA ) o nível de iluminamento


mínimo exigido.
b) Vamos definir a instalação de luminárias para lâmpadas VS-250w, instalada em
poste curvo de aço com altura de 9 metros.
c) Determinaremos que seja 5 luminárias por circuito.
d) Utilizaremos a planta de arranjo como planta de fundo.

Figura 4 – Iluminação Viária

Para facilitar o entendimento, criamos seis circuitos com cinco luminárias e lâmpadas
de Vapor de Sódio (250w por luminária). Poderíamos ter um encaminhamento e levar até 2
circuitos, mas para melhor compreensão, foram separados da seguinte maneira: SE
Principal com quatro circuitos e SE Secundária com dois circuitos de saída, ambos em
220V(bifásico 2f+T).

Estes circuitos devem estar identificados e equilibrados conforme distribuição no QDL.

E = 220vca
P = 250 w x 5 = 1.250W
I = 5,68A (para cada circuito)
OBS: BEM SIMPLIFICADO

Luiz Carvalho e Wilson Stelitano


PROJETO - Detalhamento Elétrico

9.2 - Usando um programa para cálculo luminotécnico, poderemos comprovar a


eficiência das luminárias e distribuições propostas.
Obs.: Este mapa luminotécnico é somente ilustrativo, em outra apostila, vou
explicar como utilizar este programa (Chalmlite) de iluminação,como desenvolver o
desenho no CAD e deixar preparado em .dxf , que é a extensão que roda no
software.

Figura 5 – Curvas Fotométricas

Teremos dois quadros de distribuição( QDL), que alimentam estes circuitos.

Mas não é só isso, se a alimentação principal é 440 Vca , de onde vamos tirar
este 220 Vca? Qual a bitola do cabo? Como estas luminárias vão ligar e desligar?
Que tipo de eletroduto usaremos para o encaminhamento? Como é o detalhe de
ligação e instalação dos postes? Como é a representação de um trifilar do QDL?
Como represento os circuitos? E o aterramento dos postes caso haja uma descarga
atmosférica?

Trataremos destes assuntos a seguir , com explicações para todos estes


questionamentos.

Luiz Carvalho e Wilson Stelitano


PROJETO - Detalhamento Elétrico

9.3 – Desenho trifilar de um QDL (típico).

Figura 6 – Trifilar do QDL

9.4 – A alimentação em 220 Vca para o sistema de iluminação deverá ser fornecido
por um transformador específico para esta finalidade. Este será calculado de
acordo com a demanda solicitada e a instalação deverá ser em local abrigado para
os equipamentos.

9.5 – Sabemos que acorrente de cada circuito será de 5,68 A , (para este exemplo
iremos considerar somente este aspecto , pois o cálculo do cabo depende do tipo
de instalação e da queda de tensão e outros fatores) deverá ser usada a tabela do
fabricante onde mostra a corrente que cada cabo(mm2)suporta.

9.6 – Para um sistema de iluminação externo, deveremos usar fotocélulas para


ligar e desligar a iluminação, usando-se um contator que terá a bobina acionada
por esta fotocélula ou um CLP que aplicará estado on/off quando o comando for
pelo painel para acionamento geral ou implementar a fotocéluna no posteamento,
individualizando cada ponto de iluminação.

Figura 7 – Fotocélula

Luiz Carvalho e Wilson Stelitano


PROJETO - Detalhamento Elétrico
9.7 – Detalhe Típico para Iluminação Viária.

Neste desenho identificamos a base para o poste, eletroduto para alimentação da


luminária, sistema de proteção do circuito (diazed ou disjuntor) e o aterramento.
O sistema é representado de forma simplificada, pois em cada projeto as
características dos materiais especificados é que vão indicar como será o
detalhamento, apenas lembramos aqui os itens básicos para este tipo de
instalação.

Ponto de conexão do aterramento.

Figura 8 – Poste de Iluminação Viária

Capítulo 10 – Aterramento dos postes de iluminação

Já seguindo o que mostra o desenho acima, destacamos a importância do aterramento


do poste de iluminação, temos neste ponto a proteção de pessoas que podem estar
próximas caso ocorra uma descarga atmosférica, bem como a proteção da instalação.
Este cabo, que vai ser determinado e especificado deverá seguir por todo
encaminhamento de poste a poste.

Luiz Carvalho e Wilson Stelitano


PROJETO - Detalhamento Elétrico

Figura 9 – Poste de Iluminação Viária

Com isso terminamos a parte do projeto que trata da iluminação da área externa
(Iluminação Viária), detalhes não abordados serão verificados em cada projeto,
pois cada trabalho tem sua característica.
Não podemos esquecer cada projeto tem suas particularidades e as normas devem ser
verificadas a fim de atender um projeto específico.
Ex : A iluminação de um Cais a beira mar deve seguir as normas ambientais e a
iluminação nunca poderá ser voltada para o oceano, com risco de causar danos a
fauna marítima. Então os refletores do posteamento serão direcionados para a
terra.

Nota Importante: Cada caixa de passagem deverá ser numerada, o circuito


elétrico deverá ser nomeado, as luminárias deverão serem nomeadas, os dutos
enumerados com seus diâmetros e nomeados conforme numeração estabelecida no
projeto. Nada deve passar sem identificação, pois quando a rota for estabelecida
o instalador deverá saber que o circuito que sai do quadro X, do disjuntor
indicado em projeto, percorre a rota pelo duto Y , passa pelas caixas X , são
aterrados nos pontos XY , ligam a luminária AB no poste X.
*** Tudo deve ser verificado antes de enviar um documento para a obra e o
verificador é fundamental nesta etapa, nosso trabalho sempre deverá ser
verificado, pois acreditem, sempre podemos errar em alguma coisa ***

Cores de Verificação: Amarelo (está certo) – Vermelho (deve ser corrigido) – Azul
(deve ser retirado) – Verde (foi feito, não esqueceu de fazer o que foi
determinado) – Laranja (usar no desenho que vai emitir, confirma a verificação) –
Cinza de lápis (anotações, croquis e cálculos).

Luiz Carvalho e Wilson Stelitano


PROJETO - Detalhamento Elétrico
Voltando ao projeto, já que estabelecemos como será feita a iluminação viária,
trataremos agora da DISTRIBUIÇÃO DE FORÇA.

Figura 10 – Planta de Distribuição de Força

Indicação das setas:

1- Saindo da Subestação Principal (edif.1) para a edificação 3 , 8 e 7.


2- Saindo da Subestação Principal (edif.1) para a edificação 3.
3- Saindo da Subestação Secundária (edif.2) para as edificações 5 e 6.

Não entraremos em detalhes dos circuitos, distribuição, cálculo de cabos,


elevação do underground para os dutos, caixas de passagem, etc. Mostramos
somente a linha básica que deve ser atendida de que, sai da Subestação
Principal a distribuição dos circuitos de força, tanto para as edificações
quanto para as Subestações Secundárias. Estas alimentações serão em MT (média
tensão), BT (Baixa Tensão) ou até em AT (alta tensão) se for necessidade do
projeto. Em cada edificação teremos o seu Quadro de Distribuição de Força (QDF)
correspondente e dedicado, saindo deste a alimentação para toda a edificação(
tomadas, equipamentos e Quadro de Iluminação ou Transformador de Iluminação).

Luiz Carvalho e Wilson Stelitano


PROJETO - Detalhamento Elétrico

Exemplos de Caixas de Passagem com eletrodutos e canaletas nas chegadas das


edificações.

Figura 11 (CORTE) – Transição de Caixa de Passagem/Eletroduto para


Canaleta na entrada da Edificação.

Figura 12 (PLANTA) – Transição de Caixa de Passagem/Eletroduto para


Canaleta na entrada da Edificação.

Luiz Carvalho e Wilson Stelitano


PROJETO - Detalhamento Elétrico

Vamos Tratar agora de ATERRAMENTO MALHA GERAL, esta deve ser estabelecida
no início do projeto. Iniciamos mostrando o aterramento (exemplo básico e
ilustrativo) de uma malha geral no terreno do Parque Industrial. Com
hastes , caixas de inspeção, tipos de ligações e derivações para as
edificações. Lembrando sempre que estamos tratando deste assunto no nível
básico e orientando para itens do projeto elétrico de detalhamento. Itens
técnicos e cálculos não são avaliados nesta apostila.

Ø 95mm

Ø 95mm

Figura 13 (PLANTA) – Malha de Aterramento Geral , conexões com solda


exotérmica nos pontos de emenda dos cabos.

Normalmente usamos cabos Ø 95mm de na malha geral, em alguns casos são usados
cabos de Ø 70mm, pois mantemos a resistência baixa considerando as distâncias
envolvidas e atendemos as normas técnicas exigidas.
Todos estes parâmetros serão determinados pela Engenharia, que fará os cálculos
necessários para aplicação dos cabos.
As interligações da Malha Geral para as edificações acompanha o cabeamento
utilizado na malha principal.
Exemplo : malha Geral cabo de Ø 70mm , interligação para a edificação usamos o
cabo de Ø 70mm também, que será conectado a malha dedicada da edificação, como
mostraremos a seguir.

Luiz Carvalho e Wilson Stelitano


PROJETO - Detalhamento Elétrico

Na Malha
alha de Aterramento Geral deverão estar contidas as caixas de inspeção e
medição, para verificação
ão e aferição do circuito pela manutenção
manutenção quando
necessário.

Figura 14 (PLANTA) – Malha de Aterramento Geral, com caixas de inspeção.

Figura 15 – Caixa de Inspeção de Aterramento conexão por esmagamento.

Luiz Carvalho e Wilson Stelitano


PROJETO - Detalhamento Elétrico

Figura 16 – Conexão com Solda Exotérmica

Figura 17 – Conexão com Solda Exotérmica

Figura 18 – Equipamentos e utilização de Solda Exotérmica para conexão


dos cabos de aterramento com hastes e entre cabos (alicate , molde,
cartucho, acendedor).

Luiz Carvalho e Wilson Stelitano


PROJETO - Detalhamento Elétrico

Tendo a Malha Geral instalada, vamos verificar o aterramento das edificações.


Este aterramento é dedicado e específico para cada unidade , pois atenderá ao
sistema de SPDA que fará a proteção da construção e dos equipamentos internos
instalados, bem como de toda e qualquer pessoa que trabalhe na unidade.

Lembrado que este aterramento será interligado a Malha Geral existente em toda
planta.

Figura 19 – Interligação da Malha Geral com as Malhas de Aterramento das


edificações do projeto.

Observação: A malha de aterramento de qualquer Subestação deverá ter um estudo


bem detalhado, cálculos precisos e testes que comprovem os valores obtidos e
exigidos nos cálculos de Engenharia.

Luiz Carvalho e Wilson Stelitano


PROJETO - Detalhamento Elétrico

Não vamos detalhar o sistema de SPDA pois este tema é um capítulo a parte
desde a mudança da *** NBR-5419/2015 – SISTEMA DE PROTEÇÃO CONTRA DESCARGAS
ATMOSFÉRICAS.

Tratamos de lembrar que primeiramente deverá ser calculado no projeto, a


necessidade do sistema de SPDA para cada edificação.

Havendo a necessidade, comprovada em cálculo levando-se em consideração todos os


itens necessários solicitados pela Norma NBR-5419/2015, faremos o cálculo da
malha superior , números de descidas , anéis de contorno de descida e
distanciamento entre eles ,bitola de cabeamento, etc.

Figura 20 – Sistema de SPDA de duas Torres de Água, com seu Aterramento e


interligadas a Malha Geral onde indicado.

Luiz Carvalho e Wilson Stelitano


PROJETO - Detalhamento Elétrico

SEQUÊNCIA DE TRABALHO PARA DETALHAMENTO

1-PLANTA
2-CORTE
3-DETALHES TÍPICOS E ESPECÍFICOS

1 – PLANTA A1

NOMEAR EQUIPAMENTOS E QUADROS


INDICAR ELEVAÇÃO
REPRESENTAR LEITOS, ELETROCALHAS E DUTOS
INDICAR CÓDIGO DOS MATERIAIS
INDICAR DETALHES TÍPICOS DE MONTAGEM
INDICAR CORTES E DESENHOS CORRESPONDENTES

2 – CORTE (GRANDES CORTES NA PLANTA) A1

INDICAR NÍVEIS
NOMEAR EQUIPAMENTOS E QUADROS
INDICAR MATERIAIS
INDICAR DETALHES TÍPICOS DE MONTAGEM
INDICAR COTAS
INDICAR DETALHE ESPECÍFICO

3 – DETALHE

DETALHE TÍPICO – CADERNO A4: NORMALMENTE TEMOS UM CADERNO PARA CADA DISCIPLINA
(ILUMINAÇÃO, FORÇA E ATERRAMENTO)E NESTES ESTÃO CONTIDOS OS DETALHES TÍPICOS DO
PROJETO COM OS CÓDIGOS DOS MATERIAIS E A MANEIRA CORRETA DE INSTALAÇÃO.

DETALHE ESPECÍFICO – A1: DETALHE NECESSÁRIO E ESPECÍFICO DO PROJETO NÃO CONTIDO


NO CADERNO DE DETALHES E INSERIDO NORMALMENTE NO DESENHO DE CORTE (PEQUENOS
CORTES.

Aos amigos que utilizarem esta apostila, divulguem se acharem que


pessoas serão ajudadas com estas informações. Tudo contido aqui foi
feito para ajudar ao profissional de elétrica que se dedica na área de
projetos.

Boa sorte a todos e esperamos estar ajudando o maior número de pessoas


possível.

Atenciosamente;
Luiz Antonio Carvalho - Projetista Sênior – Elétrica Detalhamento
e Wilson Stelitano - Projetista Sênior – Elétrica Detalhamento

Rio de Janeiro - 30/09/2017

Luiz Carvalho e Wilson Stelitano

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