Você está na página 1de 30

UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO

FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA


GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA

PROJETOS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS

Prof: Eng. Sérgio Bordignon

1
PROJETO DE INSTALAÇÃO ELÉTRICA PREDIAL

Projetar pressupõe capacidade de criação para


elaborar as soluções possíveis dentro de um determinado
contexto, e capacidade de discernimento, para compará-
las e selecioná-las.
Qualidade da solução apresentada:
• Projeto perfeitamente compreensível e esclarecedor
•Nível de detalhamento que garanta aos seus executores
e aos seus usuários que aquilo que está sendo executado
na realidade corresponde ao que foi idealizado no projeto.

2
PROJETO DE INSTALAÇÃO ELÉTRICA PREDIAL

Projetar uma instalação elétrica consiste basicamente:


 Quantificar, determinar os tipos e localizar os pontos
de utilização de energia elétrica;
 Dimensionar, definir o tipo e caminhamento dos
condutores e condutos;
 Dimensionar, definir o tipo e a localização dos
dispositivos de proteção, de comando, de medição
de energia elétrica e demais acessórios.

3
PARTES COMPONENTES DE UM
PROJETO ELÉTRICO
Basicamente, em um projeto de instalações elétricas
prediais temos como partes:
• ART;
• Memorial Descritivo;
• Memorial de Cálculo de Demanda, dimensionamento de condutores,
condutos e proteção;
• Plantas de situação e de todos os pavimentos;
• Esquemas verticais (prumadas) elétrica, antena coletiva, porteiros
eletrônico e outras instalações complementares;
• Quadros de distribuição de cargas;
• Detalhes de entrada de serviço, centros de medição, aterramentos e
outros.

4
NORMAS UTILIZADAS
Recomendação de Normas Técnicas:
 NBR 5444/86 – Símbolos gráficos para instalações
prediais
 NBR 5453/80 – Sinais e símbolos para eletricidade
 NBR 5410/2004 – Instalações Elétricas de Baixa
Tensão
 NR 10 – Segurança em Instalações e Serviços em
Eletricidade
 RIC – Regulamento de Instalações Consumidoras
da respectiva Concessionária de Energia.
5
CRITÉRIOS PARA ELABORAÇÃO DE
PROJETO DE INSTALAÇÃO ELÉTRICA
Na concepção do projeto de instalações elétricas prediais, o
projetista deve estar atendo a, pelo menos, três critérios:
Acessibilidade: Todos os pontos de utilização projetados, bem
como os dispositivos de manobra e proteção devem estar em
locais acessíveis, que permitam manobra adequada e eventuais
manutenções.
Flexibilidade e Reserva de Carga: A instalação deve ser
projetada de forma a permitir uma certa reserva para acréscimo de
cargas futuras e alguma flexibilidade para pequenas alterações.
Confiabilidade: As instalações devem ser projetadas em
atendimento às Normas técnicas, visando garantir o perfeito
funcionamento dos componentes e a segurança do usuário
6
ETAPAS DE ELABORAÇÃO DE UM
PROJETO DE INSTALAÇÃO PREDIAL
 Informações Preliminares
Obter das diversas fontes as informações necessárias para
a formação da concepção geral do projeto a ser desenvolvido.
 Planta de situação: localização de acessos, bem como da
rede de energia
 Projeto arquitetônico: Plantas, cortes, detalhes e fachadas
 Projetos complementares: Projeto estrutural, hidrossanitários,
combate a incêndio e outros. Verificar as possíveis restrições e
interferências
 Informações obtidas com proprietário, arquiteto ou
responsável : localização preferencial, cargas especiais, linhas
de materiais, futuros acréscimos, entres outros detalhes.
7
ETAPAS DE ELABORAÇÃO DE UM PROJETO DE
INSTALAÇÃO PREDIAL

Quantificação do Sistema
Etapa em que faz um levantamento da previsão de cargas
do projeto, tanto em termos de quantidade de pontos de
utilização, quanto da potência nominal dos mesmos.

 Previsão de tomadas;

 Previsão de iluminação;

 Previsão de cargas especiais: elevadores, bombas de recalque


d’água, bombas de drenagem, bombas de combate a incêndio,
etc
8
ETAPAS DE ELABORAÇÃO DE UM PROJETO DE
INSTALAÇÃO PREDIAL

Determinação do Padrão de Atendimento

Determinar a demanda de cada consumidor do


edifício e a sua respectiva categoria de atendimento
conforme os padrões da concessionária local.
Com isso será possível determinar a demanda
do edifício e o padrão de entrada de serviço

9
ETAPAS DE ELABORAÇÃO DE UM PROJETO DE
INSTALAÇÃO PREDIAL
 Desenho das Plantas
• Desenho dos pontos de utilização;
• Localização dos Quadros de Distribuição de Luz ;
• Divisão das cargas em circuitos terminais;
• Desenho das tubulações dos circuitos terminais;
• Traçado da fiação dos circuitos terminais;
• Localização das caixas de passagem dos pavimentos e
prumada;
• Localização do Quadro Geral de BT, Centros de Medidores,
Ramal alimentador e do ponto de entrega
• Desenho das tubulações dos circuitos alimentadores;
• Desenho do esquema vertical (Prumada);
• Traçado da fiação dos circuitos alimentadores.
10
ETAPAS DE ELABORAÇÃO DE UM PROJETO DE
INSTALAÇÃO PREDIAL

Dimensionamentos

Etapa na qual são realizados os


dimensionamentos de todos os componentes do
projeto. Dimensionamento de condutores, tubulações,
dispositivos de proteção e quadros

11
ETAPAS DE ELABORAÇÃO DE UM PROJETO DE
INSTALAÇÃO PREDIAL

Quadro de Distribuição e Diagramas


Nesta etapa são elaboradas os Quadros de
Distribuição de Carga, em forma de tabelas, que tem a
função de representar a distribuição e o dimensionamento
dos circuitos.

 Quadros de Distribuição de Carga;


 Diagrama Unifilares dos Quadros de Luz;
 Diagrama Unifilar Geral

12
ETAPAS DE ELABORAÇÃO DE UM PROJETO
DE INSTALAÇÃO PREDIAL

Elaboração dos Detalhes Construtivos

Com o objetivo de facilitar a interpretação do


projeto, permitindo, desta maneira, que o mesmo
seja fielmente executado.
Quanto melhor detalhado está um projeto,
melhor poderá ser a sua execução

13
ETAPAS DE ELABORAÇÃO DE UM PROJETO DE
INSTALAÇÃO PREDIAL

 Memorial Descritivo
Descrição sucinta do projeto, justificando, quando
necessário, as soluções adotadas.
Composto basicamente dos seguintes itens:
• Dados de identificação do projeto;
• Dados quantitativos do projeto;
• Descrição geral do projeto;
• Documentação do projeto.

14
ETAPAS DE ELABORAÇÃO DE UM PROJETO DE
INSTALAÇÃO PREDIAL
Memorial de Cálculo
Resumo dos principais cálculos e dimensionamentos,
como:
• Cálculo das previsões de carga;
• Determinação da provável demanda;
• Dimensionamento de condutores, eletrodutos e dispositivos de
proteção.

 Encaminhamento para Concessionária (quando


necessário)
Projetos de entrada de serviço e medição de Edifícios de
Uso Coletivo, necessitam a análise e aprovação da
15
Concessionária de Energia Elétrica.
SIMBOLOGIA UTILIZADA

16
CARGAS DOS PONTOS DE UTILIZAÇÃO

Cada aparelho de utilização consome uma


carga específica em Watts ou VA, que o
projetista precisa conhecer para poder
dimensionar corretamente o circuito no qual o
mesmo será ligado.
Existem tabelas que fornecem as potências
médias dos aparelhos eletrodomésticos.

17
PREVISÃO DA CARGA DE ILUMINAÇÃO E
PONTOS DE TOMADA

De acordo com a NBR 5410/2004, a carga a


considerar para um equipamento de utilização é a sua
potência absorvida, dada pelo fabricante ou calculada a
partir da tensão nominal, da corrente nominal e do fator
de potência.
Quando é dada a potência nominal fornecida pelo
equipamento (potência de saída), e não a potência
absorvida, devem ser considerados o rendimento e o
fator de potência.
18
PREVISÃO DA CARGA DE ILUMINAÇÃO E
PONTOS DE TOMADA
Carga de Iluminação
Em cada cômodo ou dependência deve ser previsto
pelo menos um ponto de luz fixo no teto, comandado
por interruptor. A potência mínima do ponto de
iluminação deve ser:
 Para recintos com área igual ou inferior a 6 m²,
atribuir um mínimo de 100 VA;
 Para recintos com área superior a 6 m², atribuir um
mínimo de 100 VA para os primeiros 6 m²,
acrescidos de 60 VA para cada aumento de 4 m²
inteiros. 19
PREVISÃO DA CARGA DE ILUMINAÇÃO E
PONTOS DE TOMADA

IMPORTANTE

Os valores apurados correspondem à potência


destinada à iluminação para efeito de
dimensionamento dos circuitos, e não
necessariamente à potência nominal das lâmpadas.

20
PREVISÃO DA CARGA DE ILUMINAÇÃO E
PONTOS DE TOMADA
Pontos de tomada de Uso Geral – destinadas a ligar aparelhos
eletrodomésticos de uso geral
Número de tomadas: O número de pontos de tomada
deve ser determinado em função da destinação do local e dos
equipamentos elétricos que podem ser ai utilizados, observando-
se no mínimo os seguintes critérios:
a) em banheiros, pelo menos um ponto de tomada junto
ao lavatório, com uma distância mínima de 60 cm do boxe,
independente da área;
b) em cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de serviço,
lavanderias e locais análogos, no mínimo um ponto de tomada
para cada 3,5 m, ou fração, de perímetro, sendo que, acima da
bancada da pia, deve ser previsto no mínimo duas tomadas de
corrente, no mesmo ponto ou distinto; 21
PREVISÃO DA CARGA DE ILUMINAÇÃO E
PONTOS DE TOMADA
Pontos de tomada de Uso Geral
c) em salas e dormitórios pelo menos um ponto de tomada a
cada 5 m, ou fração, de perímetro, espaçados tão
uniformemente quanto possível;
d) subsolos, varandas, garagens, halls de escadarias, salas
de manutenção, casa de máquinas, salas de bombas e locais
análogos, deve ser previsto no mínimo um ponto de tomada.
No caso das varandas, quando não for possível a instalação
do ponto de tomada no próprio local, este deverá ser
instalado próximo ao seu acesso;
e) nos demais cômodos ou dependências, se a área for igual
ou inferior a 2,25 m² pelo menos um ponto de tomada.
Admite-se que este ponto seja posicionado externamente ao
22
cômodo, a até 0,80 m de sua porta de acesso;
PREVISÃO DA CARGA DE ILUMINAÇÃO E
PONTOS DE TOMADA

Pontos de tomada de Uso Geral


f) nos demais cômodos ou dependências, se a área for
superior a 2,25 m² e igual ou inferior a 6 m², um ponto de
tomada;
g) se a área do cômodo ou dependência for superior a 6 m²,
um ponto de tomada a cada 5 m, ou fração, de perímetro,
devendo esses pontos ser espaçados tão uniformemente
quanto possível.

23
PREVISÃO DA CARGA DE ILUMINAÇÃO E
PONTOS DE TOMADA

Pontos de tomada de Uso Geral


Potência das tomadas: A potência a ser atribuída a cada ponto
de tomada é função dos equipamentos que ele poderá vir a
alimentar e não deve ser inferior aos seguintes valores:
a) em banheiros, cozinhas, copas, copas-cozinhas, áreas de
serviço, lavanderias e locais análogos, no mínimo 600 VA por
ponto de tomada, até três pontos, e 100 VA por ponto de
tomada para os excedentes, considerando cada um desses
ambientes separadamente;
b) nos demais cômodos ou dependências, no mínimo 100 VA
por tomada
24
PREVISÃO DA CARGA DE ILUMINAÇÃO E
PONTOS DE TOMADA
Pontos de tomada de Específico
São aquelas destinadas à ligação de equipamentos fixos ou
estacionários, como por exemplo chuveiros elétricos, torneiras
elétricas, aparelhos de ar condicionado, secadoras e lavadoras
de roupas, torneiras elétricas, fornos elétricos e de microondas,
etc.
A quantidade de tomadas de uso específico (TUE’s) é
estabelecida de acordo com o número de aparelhos de
utilização e a potência a ser atribuída deve ser igual à potência
nominal do equipamento a ser alimentado. Quando não for
conhecida a potência do equipamento a ser alimentado, deverá
ser atribuído ao ponto de tomada uma potência igual à potência
nominal do equipamento mais potente com possibilidade de ser
ligado.
Os pontos de TUE’s devem ser instalados no máximo a 1,5 m 25 do
QUADRO DE PREVISÃO DA CARGA

26
QUADRO DE PREVISÃO DA CARGA

27
PREVISÃO DE CARGAS ESPECIAIS

Em alguns casos, como em edifícios, é necessário


fazer a previsão de cargas especiais, que atendem aos
sistemas de utilidades dos edifícios (motores para
elevadores, as bombas para recalque d’água, bombas
para combate a incêndios, sistemas de aquecimento
central, etc.
Estas cargas são chamadas de cargas de
condomínio.
As potências destas cargas devem ser obtidas
junto aos fornecedores especializados dos diversos
sistemas. 28
PREVISÃO DE CARGAS EM ÁREAS
COMERCIAIS
Para instalações comerciais e industriais a NBR
5410/2004 não estabelece critérios para previsão de
cargas. Devemos levar em consideração a utilização do
ambiente e as necessidades do cliente.
A iluminação é calculada utilizando-se os diversos
métodos para determinar o tipo e a potência da
iluminação, atendendo os níveis de iluminamento de
acordo com a NBR 5413.
Para pequenas áreas podemos adotar uma
densidade de carga de iluminação de 30 W/m para
iluminação incandescente e 12 W/m para iluminação
fluorescente ou led. 29
PREVISÃO DE CARGAS EM ÁREAS
COMERCIAIS
Para a previsão de tomadas de uso geral em áreas
comerciais e escritórios, podemos adotar o seguinte critério:
• Escritórios comerciais ou análogos com área igual ou inferior a
40 m²: 1 tomada para cada 3 m, ou fração de perímetro; ou uma
tomada a cada 4 m², ou fração de área (adotar o que resultar em
maior número);
• Escritórios comerciais ou análogos com área superior a 40 m²:
10 tomadas para os primeiros 40 m² e 1 tomada para cada 10 m²,
ou fração, de área restante;
• Lojas: 1 tomada para cada 30 m², ou fração de área, não
computadas as tomadas destinadas a vitrines e à demonstração
de aparelhos
• A potência das tomadas de uso geral em escritórios e lojas será
de 200 VA. 30

Você também pode gostar