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Introdução à modelagem

Professor: José Elievam Bessa Júnior


Introdução

▪ Conceito de simulação:

❑ Simular é imitar a operação de um processo ou sistema real


durante um certo tempo. Requer a geração de uma história
artificial do sistema

❑ A partir da observação dessa história artificial do sistema, pode-


se extrair inferências à respeito das características operacionais
do sistema real
Introdução

▪ Modelo:

❑ A história artificial do sistema é criada a partir de um modelo do


sistema, que é uma representação simbólica, lógica, matemática
e computacional do sistema real que, normalmente, tem a forma
de um conjunto de suposições relacionadas com a operação e o
funcionamento do sistema real

❑ Uma vez que o modelo (de simulação) esteja pronto e validado,


ele pode ser usado para investigar questões do tipo “o que
aconteceria se...”, referentes ao sistema real
Introdução
Introdução

▪ Modelos de simulação:

❑ Avaliar e prever o impacto de alterações operacionais no sistema


real, sem que seja necessário parar a operação do sistema real

❑ Estudar o desempenho de sistemas durante a fase de projeto,


antes da “construção” do sistema
Introdução

▪ Modelos de simulação:

❑ Em alguns casos, os modelos são tão simples que podem ser


resolvidos por métodos matemáticos, como a partir do uso de
medidas de desempenho (exemplo: prever a velocidade de
equilíbrio de um trem numa certa ferrovia)

❑ Entretanto, muitos sistemas são tão complexos que os modelos


que os representam são virtualmente impossíveis de serem
resolvidas por técnicas matemáticas
Introdução

▪ Modelos de simulação:

❑ Nesses casos, simulação baseada num computador pode ser


usada para imitar o comportamento do sistema ao longo do
tempo (exemplo: otimização semafórica)
Áreas de aplicação

▪ Aplicações de simulação em várias áreas do


conhecimento:

❑ Simulação de aeroportos (operação e instalações)

❑ Redes viárias, semaforizadas ou não

❑ Operações de manutenção (número de funcionários necessários)

❑ Produção de aço (operação e capacidade)

❑ Economia (alteração de políticas)

❑ Simulação de estoque e distribuição


Áreas de aplicação

▪ Aplicações de simulação em várias áreas do


conhecimento:

❑ Simulação de operação de empresas

❑ Sistemas telefônicos (número de componentes necessários)

❑ Bacia hidrográfica (barragens, hidrelétricas, canais de irrigação)

❑ Processo de fabricação (novos procedimentos, capacidade de


estocagem na linha de produção)
Quando a simulação é a ferramenta adequada?

▪ A simulação pode ser usada nos seguintes casos:

❑ Estudo e experimentação das interações internas de um sistema


complexo ou subsistema dentro de um sistema complexo

❑ Estudos dos efeitos, no comportamento de modelos, de


mudanças informacionais, organizacionais e ambientais em
sistemas complexos

❑ O aumento de conhecimento a respeito do sistema e do seu


funcionamento, causado pelas observações necessárias à
elaboração do modelo, pode ser de grande valor para sugestões
de melhorias nos processos sendo observados
Quando a simulação é a ferramenta adequada?

▪ A simulação pode ser usada nos seguintes casos:

❑ Analisar a sensibilidade dos valores de entrada das variáveis e


da observação das variações nos valores de saída
correspondentes

❑ Avaliação e experimentação de novos projetos e políticas


operacionais, antes da sua implementação

❑ Verificação de soluções analíticas


Vantagens e desvantagens da simulação

▪ Vantagens da simulação:

❑ Uma vez pronto, pode ser usado repetidamente para analisar


propostas de alterações na estrutura e no funcionamento do
sistema

❑ Pode ser usados para analisar propostas para o sistema mesmo


que os dados não sejam acurados, desde que o analista seja
experiente (exemplo: sistemas de otimização semafórica)
Vantagens e desvantagens da simulação

▪ Vantagens da simulação:

❑ Dados obtidos por simulação são muito baratos se comparados


com dados de campo
Vantagens e desvantagens da simulação

▪ Vantagens da simulação:

❑ Modelos de simulação não precisam de muitas hipóteses


simplificadas, ao contrário de modelos analíticos

❑ Com modelos de simulação, o número de medidas de


desempenho que podem ser calculadas é grande, diferente do
que ocorre com os modelos analíticos

❑ A simulação, muitas vezes, é a única maneira de se obter uma


solução para o problema
Vantagens e desvantagens da simulação

▪ Desvantagens da simulação:

❑ Modelos podem ser caros e consumir um longo tempo para


elaboração e validação

❑ Grande número de replicações para garantir a qualidade dos


dados de saída do modelo, o que pode aumentar os custos

❑ Pode ocasionar abandono de ferramental analítico por parte dos


usuários, em situações em que soluções desse tipo, adequadas,
existem
Componentes de um sistema

▪ Sistema:

❑ Conjunto de partes inter-relacionadas e interdependentes que


realizam atividades coordenadas, visando atingir uma meta
comum (ferrovia: máquinas, equipamentos, empregados)

❑ Pode ser afetado por mudanças que ocorrem fora do sistema


(trem suburbano: chegada dos passageiros à estação de
embarque podem ser considerados externos ao sistema, pois
dificilmente podem ser alterados por fatores externos)
Componentes de um sistema
Componentes de um sistema

▪ Sistema:

❑ Podem conter subsistemas e é formado por entidades, que são


componentes do sistema de interesse para o modelo de
simulação

❑ Um atributo é uma propriedade de uma entidade. Uma atividade


representa um período de tempo de duração especificada
(banco: correntistas são entidades; saldo de suas contas o
atributo; e fazer um depósito ou saque uma atividade)
Componentes de um sistema

▪ Sistema:

❑ O estado de um sistema é definido pelos valores que as


variáveis que o descrevem assumem num dado instante (banco:
número de caixas ocupados; número de pessoas sendo
atendidas; número de pessoas que esperam na fila; instante de
chegada do próximo freguês)

❑ Evento é algo que ocorre instantaneamente e que modifica o


estado do sistema (endógenos ou exógenos, que, no caso do
banco, é a chegada de um freguês e o atendimento do freguês,
respectivamente)
Componentes de um sistema

Elementos do sistema
de transportes Terra
Trabalho
Capital Inputs
Materiais
Informação

Subsistema físico

Subsistema de atividades

Subsistema humano

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Outputs
Componentes de um sistema

Elementos do sistema
de transportes
(outra abordagem)

Inputs Sistema de Output


(insumo) Transporte (produto)
Pessoas Vias, terminais, Pessoas e
Mercadorias veículos mercadorias
Veículos transportadas
Combustível Fluxo de: Ruídos
Solo Veículos Fumaças
Materiais Passageiros Gás carbônico
Mão de obra Cargas Monóxido de
Etc. Etc. carbono, etc.

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Componentes de um sistema

▪ Meio ambiente (de um sistema):


❑ Conjunto de todos os objetos que não fazem parte do sistema
em questão, mas que exercem alguma influência sobre a
operação do mesmo; envolve a fronteira do sistema
▪ Entrada:
❑ Conjunto de pessoas, materiais, informações, etc. fornecidos
ao sistema
▪ Saídas:
❑ As entradas são processadas pelo sistema para gerar produtos
ou resultados (no caso de um processo)

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Componentes de um sistema

▪ Sistema de transportes:
❑ Conjunto de partes (veículos, vias, terminais) que se interagem
de modo a promover deslocamento espacial de pessoas e
mercadorias, segundo vontade dos usuários, programação dos
operadores e regras estabelecidas
▪ Sistema de transporte urbano:
❑ Constituído de atividades desenvolvidas nas residências, no
comércio, nas indústrias, nas escolas, etc. As entradas são
insumos consumidos na produção de transporte e as cargas e
as pessoas a serem transportadas; as saídas são as coisas
transportadas e os subprodutos do processo de produção de
transportes, geralmente indesejáveis, como a poluição
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Componentes de um sistema

Ciclo dos Transportes

Uso do Solo Geração de


Viagens

Valor do solo Demanda por


transporte

Acessibilidade Componentes
de transporte

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Componentes dos sistemas

▪ Atributos básicos de um sistema de transportes:


❑ Ubiquidade:
• Nível de acessibilidade ao sistema, de maneira direta ou não entre
dois pontos (rodovias versus ferrovias)
❑ Mobilidade:
• Indica quanto da viagem pode ser manipulada (movimentação); a
capacidade do sistema em manipular velocidade e fluxo está
ligada com mobilidade (autoestradas versus via local)
❑ Eficiência:
• A relação entre o custo dos transportes e a produtividade do
sistema (custos diretos = capital inicial, operação, etc.; custos
indiretos = impactos ambientais, acidentes, etc.)
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Componentes dos sistemas

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Tipos de sistemas

▪ Contínuos:

❑ As variáveis são contínuas, ou seja, seu valor varia


continuamente ao longo do tempo (exemplo: altura do nível de
água numa barragem)
Tipos de sistemas

▪ Discretos:

❑ Variáveis de estado mudam apenas em um conjunto discreto de


pontos no tempo (exemplo: banco)
Modelo de um sistema

▪ Modelo é uma representação de um sistema

▪ Os modelos também são formados por componentes,


como: entidades, atributos, atividades

▪ Modelos contém apenas componentes que são


relevantes para os seus objetivos

▪ Modelos de simulação são casos particulares dos


modelos matemáticos
Modelo de um sistema

▪ Classificação:

❑ Estáticos (representa um sistema num dado instante) ou


dinâmicos (variam com o tempo)

❑ Determinísticos ou estocásticos (praça de pedágio)

❑ Discretos ou contínuos
Modelo de um sistema

▪ Passos numa simulação:

❑ Formulação do problema

❑ Denominação dos objetivos e da abordagem do problema

❑ Modelagem:

❑ Características essenciais do sistema

❑ Simplicidade versus complexidade


Modelo de um sistema

▪ Passos numa simulação:

❑ Coleta de dados

❑ Codificação (linguagens)

❑ Verificação (livre de bugs)

❑ Validação (e calibração)

❑ Projeto do experimento e análise dos resultados

❑ Documentação do programa e relatório

❑ Implementação (da melhor alternativa)


Modelo de um sistema
Modelo de um sistema
Modelo de um sistema
Números aleatórios

▪ Sequência:

❑ Uma sequência de números aleatórios (R1, R2, ...) é uma


sequência de números no intervalo de zero a um, tal que 0 ≤ Ri
≤1

▪ Propriedades:

❑ Uniformidade: probabilidade igual para todos os números


aleatórios

❑ Independência: sorteio de um número não é influenciado pelos


números já obtidos
Números aleatórios

▪ Problemas com os números pseudo-aleatórios:

❑ Podem não ser distribuídos uniformemente

❑ Podem ser discretos ao invés de contínuos

❑ A média dos números pode ser muito pequena ou muito grande

❑ A variância dos números gerados podem ser muito pequena ou


muito grande

❑ Pode haver variações cíclicas, como: números sucessivamente


maiores ou menores, vários números acima da média seguidos
por vários números abaixo da média, etc.
Números aleatórios

▪ Rotinas de geração de números pseudo-aleatórios:

❑ Deve ser rápida: quantidade grande usada numa simulação

❑ Deve ter um ciclo longo: sequência só deve ser repetida depois


muitos números terem sido gerados

❑ Não deve ser degenerativa: quando um mesmo número aparece


repetidamente na sequência
Distribuições de probabilidade na geração de
números aleatórios

▪ Discretas:

❑ Bernoulli

❑ Binomial

❑ Poisson

Formulações!
Distribuições de probabilidade na geração de
números aleatórios

▪ Contínuas:

❑ Exponencial negativa

❑ Erlang

❑ Normal

Formulações!
Referências

▪ Setti, J. R. A. (1994) Introdução à simulação discreta de


sistemas. Escola de Engenharia de São Carlos.
Universidade de São Paulo.
▪ Kawamoto, E. (2004) Apostila da disciplina Análise de
Sistemas de Transportes. Escola de Engenharia de São
Carlos. Universidade de São Paulo.
▪ Khisty, C. J.; Lall, B. K. (2003) Transportation
Engineering – An Introduction (3a ed.). Prentice Hall.
▪ Portugal, L. S. (2005) Simulação de tráfego – conceitos
e técnicas de modelagem.

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