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História
No ocidente, é do início da Idade Moderna até o século XIX que ocorre a
racionalização da atividade. Nos séculos XVI e XVII, devido às relações
entre os Estados Europeus, era necessário o conhecimento acerca de outras
potências por parte dos governantes, e espiões com cobertura diplomática
procuravam proteger segredos de Estado por meio de documentos secretos.
Foi a origem moderna da criptografia, que demandou métodos de escrita
secreta e, consequentemente, tentativas de decodificação nas chamadas
“câmaras negras” (Black Chambers e Cabinet Noir).[2]
O responsável pela rede de agentes era Sir Francis Walsingham, que
recrutou informadores dentro e fora da Grã-Bretanha,
incluindo estadistas, diplomatas (utilizados em larga escala devido a
facilidade de ir e vir), artistas (entre eles o dramaturgo Cristopher Marlowe,
amigo de Shakespeare). Esse serviço, entretanto, foi uma iniciativa pessoal
de Walsingham mais do que um órgão oficial. O primeiro serviço de
inteligência institucional foi criado durante o reinado de Luís XIV de
França.[2]
No século XIX, o aumento do volume das tropas e as novas tecnologias
marítimas levaram a necessidade do uso do telégrafo e do rádio para
comando. Ao mesmo tempo, se deu a formação das polícias como
entendemos hoje, incluindo o “advento da Polícia Criminal” que não se
restrinja a impedir os crimes, mas também a elucida-los, surgindo assim
unidades de polícia voltadas para o trabalho investigativo e processual. Os
órgãos policiais também desenvolveram segmentos voltados para a
investigação e repressão a criminosos políticos, ou seja, opositores do
Estado, dando origem às Polícias Secretas e ao uso da espionagem por
parte destas instituições.[2]
As duas guerras mundiais ampliaram as demandas tecnológicas acerca do
trabalho de coleta de dados, e envolveu trabalhos intensos de infiltração,
recrutamento de informantes e fomento de conflitos irregulares atrás das
linhas inimigas. A Guerra Fria, que se seguiu, levou esta esforço a novos
patamares humanos e tecnológicos, incluindo as chamadas “Operações
Encobertas”.[2]
A CIA, serviço de informação dos Estados Unidos, foi criada em 1947. Sua
antecessora foi criada em 1942, chamava-se OSS (Escritório de Assuntos
Estratégicos), uma adicional de espionagem do FBI.
A KGB (inteligência da extinta URSS) empregava largamente estratégias
de medidas ativas que, segundo seu ex-diretor Oleg Kalugin, compunham
"O coração e a alma da inteligência soviética".[3] A KGB foi extinta em
1991, os seus remanescentes na Rússia foram divididos em dois serviços de
inteligência: o Serviço Federal de Segurança da Federação Russa (FSB), na
segurança doméstica, e o Serviço de Inteligência Estrangeiro (SVR), no
plano externo.
O Mossad - Serviço de Inteligência Israelense - também é conhecido por
sua eficiência, principalmente em manter o anonimato. Os serviços do
órgão foram utilizados ostensivamente na repressão não só aos grupos
armados palestinos, mas também aos refugiados de Gaza e Cisjordânia em
geral, desde antes da Guerra do Yom Kippur. Um agente do Mossad
chamado Eli Cohen ficou famoso por passar vários anos infiltrado no
Estado Maior da Síria. Quando foi descoberto foi torturado e executado.
Inteligência no Brasil
Ver também: Agência Brasileira de Inteligência
Segundo Pacheco,[4] durante quase todo o período republicano do Brasil
vemos o trabalho de Inteligência atrelado à instituição policial, órgão que
realizava coleta e análise de dados pertinentes aos mais variados grupos.
Isto se manteve até o Golpe Civil-Militar de 1964, quando a importância da
polícia neste tipo de situação é redimensionada dentro dos organismos de
repressão construídos pelos militares, e somente com a abertura
democrática ocorrida nos anos 1980 a atividade de Inteligência se
desvencilhará dos aparelhos policiais, sendo delimitada, jurídica e
institucionalmente, a esfera de atuação de ambas as atividades.
Já na Primeira República (1889-1930), o aparato policial da Capital Federal
se adaptava a uma lógica da desconfiança acerca de inimigos internos. Por
meio do Corpo de Segurança Pública eram mantidos sob vigilância
anarquistas, estrangeiros e quaisquer elementos que pareciam representar
um perigo ao modelo de Estado liberal ali construído. Neste Corpo
atuavam os secretas, agentes recrutados que se infiltravam nos mais
variados meios, agindo como os olhos e ouvidos da polícia.[4]
Em 1920, o Corpo de Segurança Pública foi extinto sendo estruturada a
Inspetoria de Investigação e Segurança Pública, subordinada a Seção de
Ordem Social e Segurança Pública, tendo por atribuições vigiar o
movimento anarquista e agilizar a expulsão de estrangeiros. A
transformação administrativa ainda fazia do órgão um serviço secreto tendo
por alvo inimigos internos do Estado. Somente em 1927 ocorreu a tentativa
de estruturar um sistema que fosse capaz de municiar o governo com
informações precisas a respeito da Segurança Nacional e do andamento da
atividade considerada subversiva: a criação do Conselho de Defesa
Nacional. Ainda assim, os trabalhos de espionagem da polícia se faziam
necessários dentro de um processo de inteligência, na medida em que a
rotina de trabalho de tal órgão baseava-se em reuniões confidenciais entre
Ministros de Estado para troca de informações. Este modelo sofreu
mudanças após os movimentos de 1930 que levaram Vargas ao poder.
Ocorreu então uma reformulação da Polícia Civil do Distrito Federal a fim
de que se adaptasse a um novo modelo de repressão e vigilância.[4]
Era a Delegacia Especial de Segurança Polícia e Social (DESPS) que
oferecia à Capital Federal os mecanismos operacionais, bem como os
recursos humanos disponíveis - investigadores, policiais, informantes,
peritos, etc. - para a atividade de inteligência e repressão, sendo
responsável pela coleta e análise de dados referentes a ameaças ao Estado.
[4]