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http://revista.unilus.edu.br/index.php/ruep/article/view/339
Em 1947, o Presidente Harry Truman assina o Ato de Segurança Nacional, que criou a
CIA. Apesar de a agência ter um histórico de envolvimento em falhas e escândalos
de espionagem, o governo ainda depende muito desta para fornecer inteligência e
segurança nacional.
A CIA responde tanto ao poder executivo como ao legislativo. Por muitos anos, a
principal missão da agência era proteger os Estados Unidos contra o comunismo e
a União Soviética durante a Guerra Fria. Atualmente, a agência tem um trabalho bem
mais complexo: proteger os Estados Unidos das ameaças terroristas de todo o globo
terrestre. A CIA está dividida em quatro equipes diferentes, cada uma com suas
responsabilidades:
3 - Diretório de Inteligência
A informação recolhida pelas duas outras equipes é entregue ao Diretório de
Inteligência, responsável por interpretar a informação e fazer relatórios sobre esta.
Seus membros devem ter excelentes habilidades analíticas e de escrita, segurança na
apresentação de informações para grupos e ter a capacidade de lidar com a pressão
de prazos.
4 - Diretório de Apoio
Equipe que fornece apoio para o resto da organização, além de lidar com contratações
e treinamento. É a área dos especialistas em um determinado campo, como um artista
ou funcionário de finanças, generalistas, com muitos talentos diferentes.
https://www.infoescola.com/estados-unidos/agencia-central-de-inteligencia-cia/
Com a absorção das funções de serviço secreto da OGPU para a NKVD, em 1934,
esta exerceu de forma monopolística as funções de inteligência e segurança até sua
dissolução, em 1946. O envolvimento mais relevante dessa agência se deu no famoso
Grande Expurgo, no qual Stalin perseguiu de forma implacável os opositores do
regime, antigos líderes bolcheviques e, até mesmo, diversos dos comandantes do
Exército Vermelho. Durante esse período, estima-se que o número de mortos beire os
10 milhões de pessoas.
Com a morte de Stalin, em 1953, o MGB foi unificado ao MVD, sob o comando de
Lavrenti Pavlovitch Beria, o qual foi traído por um de seus subordinados, Ivan Serov,
num processo que culminou na fundação da KGB, em 1954, sob a chefia do de Serov.
Essa tentativa de suavizar as ações do regime foram desfeitas por sua deposição em
1964, e pelos governos de Leonid Brezhnev e, posteriormente de Yuri Andropov. Nos
anos 1960, principalmente sob o comando destes nomes, a KGB teve seu auge de
atuação e repressão, perseguindo ferrenhamente opositores, jornalistas, romancistas,
ou qualquer outro que pudesse praticar a tão falada subversão ideológica, cujo
combate era a missão principal da agência.
Por fim, a KGB foi oficialmente dissolvida em 3 de dezembro de 1991, após uma
tentativa frustrada de golpe de Estado promovida pelo então chefe da agência Vladimir
Kryuchkov, com o objetivo de preservar a integridade da União Soviética, após a
implantação das políticas da Glasnost (transparência do governo)
e Perestroika (reestruturação), levadas a cabo pelo líder Mikhail Gorbachev.
Sucederam essa agência o FSB (Federal'naya sluzhba bezopasnosti Rossiyskoi
Federatsii; em português: Serviço de Segurança Federal da Federação Russa) e o
SVR (Sluzhba Vneshney Razvedki; em português: Serviço de Inteligência
Estrangeira).
Apesar de ter oficialmente sido extinta, muito ainda se questiona sobre a possibilidade
de a KGB estar, ainda nos dias de hoje, operante. Atualmente, sabe-se que a Belarus
(ou Bielorrússia) é o único país onde a queda da URSS não parece ter se dado de
maneira integral. Apesar de a dissolução da URSS ter dividido a KGB nas duas
organizações já mencionadas (FSB e SVR), nesse país, a estrutura organizacional da
KGB permaneceu intacta, mantendo não somente seu nome, como suas práticas e
seu prédio oficial.
4. PRINCIPAIS OPERAÇÕES
Operação TRUST (Operatsiya Trest). Conduzida pela GPU, ela foi uma operação de
contraespionagem realizada entre 1921 e 1926, e que, segundo muitos, é tida como a
mais famosa operação de desinformação já realizada na história.
nem mesmo sua carta de princípios juntamente com todo o seu programa escaparam:
foram reescritos e elaborados por funcionários da Lubianca (assim era popularmente
chamada a sede da Cheka em Moscou), documentos que eram, é claro, repletos de
anticomunismo radical.
Seu grande feito foi manipular o The New York Times para influenciar a opinião
pública, com a liberação de uma série de matérias sobre a ocorrência de violações
sistemáticas de Direitos Humanos no Chile.
Em detalhes, se precisou que uma rede de trinta agentes e cerca de cem potenciais
agentes atuou no Brasil por quase vinte anos, no período de 1952 a 1971, buscando,
segundo Kraenski, a aquisição de informações ou de materiais relacionados a tarefas
específicas. Relata o autor, ainda, que entre os principais alvos estavam o Itamaraty, o
Governo Federal, o Congresso Nacional, o Exército e outras instituições de relevo
nacional. Suas táticas de recrutamento incluíam a busca por brasileiros de perfil
nacionalista e antiamericano, usando, por vezes, de subornos e chantagens para
cooptar os potenciais recrutas.
A tomada do poder por parte dos militares em 1964, não prevista pela agência,
representou um grande baque para as operações soviéticas clandestinas no Brasil,
com a perda de diversos aliados em setores estratégicos para o fornecimento de
informações. As rígidas políticas de vigilância e controle implementadas pelo regime
militar praticamente inviabilizaram a atuação soviética no Brasil a partir daquele ponto.
Depois desse período, não se obteve informações relevantes sobre o assunto.
6. ÓVNIS?
Segundo documento disponibilizado para o público no site oficial da CIA, com base em
informações obtidas da KGB após o colapso da União Soviética em 1991, teria
acontecido um incidente que resultaria na transformação de vinte e três soldados em
estátuas.
O relatório, que também contém imagens dos supostos objetos, descreve uma
aeronave que, enquanto sobrevoava a Sibéria, teria sido abatida por soldados
soviéticos. Após a queda da nave, teriam saído cinco seres, de forma humanoide, que,
segundo relatos de testemunhas, se fundiram em um único ser de formato esférico.
Essa esfera teria, em sequência, emitido uma luz branca, que explodiu e transformou
vinte e três dos soldados presentes em pedra.
Ressalta-se, contudo, que esses relatos devem ser vistos com uma grande dose de
desconfiança, uma vez que a fonte usada pela CIA foi o site Weekly World News,
popularmente conhecido pelas hoaxes (boatos sensacionalistas).
7. VLADIMIR PUTIN E SUAS CONEXÕES COM A KGB
Num contexto mais atual, não se pode deixar de falar do presidente russo Vladimir
Putin. É conhecido o passado de Putin na KGB, tendo atingido o posto de tenente-
coronel nos quinze anos em que serviu ao serviço secreto. Em 1990, ele deixou a
KGB e tornou-se pró-reitor na Universidade de Leningrado. Ingressou na política em
1996, quando tornou-se vice-assessor do Presidente da Rússia. Em 1999, foi
escolhido para o cargo de Primeiro--Ministro no governo do então presidente Boris
Iéltsin.
No ano de 2000, Putin foi eleito Presidente da Rússia pela primeira vez, exercendo o
cargo até 2008, quando foi substituído por Dmitri Medvedev. Durante o governo de
Medvedev, voltou a exercer o cargo de Primeiro-Ministro. Com novas eleições em
2012, Putin foi novamente conduzido ao cargo de Presidente, o qual exerce até hoje.
Interessante destacar o fato de que a Constituição Russa prevê que o presidente não
pode exercer o cargo por mais de dois mandatos consecutivos. Em manobra recente,
Putin assinou lei que zera o contador de mandatos presidenciais, e que lhe permite
disputar mais duas eleições.
Essa não foi sua primeira tentativa de se perpetuar no poder. Em 2012, quando voltou
a disputar eleições presidenciais, a Constituição foi alterada para estender o mandato
de quatro para seis anos.
Não são poucas as suspeitas que recaem sobre Putin de ataques contra seus
desafetos políticos. Alexei Navalny, o principal político de oposição na Rússia, após ter
sido condenado por injúria e violado sua liberdade condicional, cumpre pena de dois
anos e meio. Anteriormente, a Justiça da Rússia já teria ordenado a suspensão das
atividades do grupo de Navalny. Mas isso não é tudo. No dia 20 de agosto de 2020,
durante um voo da Sibéria a Moscou, Navalny foi envenenado por um agente químico
chamado Novichok, colocado em seu chá. Após um pouso de emergência em Omsk, o
político foi levado para o hospital e ficou em estado de coma.
Histórias semelhantes ocorreram com Sergei Skripal, ex-espião russo morto por
atuação de um gás neurotóxico; Pyotr Verzilov, ativista político internado em 2018
após overdose de drogas anticolinérgicas, as quais ele alegou que não tomava;
Vladimir Kara-Murza, político da oposição, envenenado duas vezes, em 2015 e 2017,
e diagnosticado pelo hospital com influência tóxica de uma substância desconhecida;
Anna Politkovskaya, jornalista que investigava relatos de tortura e que foi assassinada
no elevador do prédio em que morava; Alexander Litvinenko, ex-oficial da KGB
envenenado com radionuclídeo polônio-210; e Yury Shchekochikhin, jornalista ativista
contra a corrupção, que escrevera livro sobre os informantes da KGB, e que morreu
envenenado por materiais radioativos similares aos encontrados no caso de
Litvinenko, dias antes de embarcar para os Estados Unidos para se encontrar com
agentes do FBI.
O Direito Internacional Público cumpre papel relevante como balizador da atuação das
agências de inteligência. A criação de uma comunidade internacional composta pela
conjunção de interesses supranacionais possibilita a garantia de um padrão de
razoabilidade no desempenho desses órgãos. Países que tem um histórico de
violação das premissas do Estado Democrático de Direito no exercício desses
serviços podem, por meio dessa comunidade, sofrer sanções políticas e econômicas.
Ela pode chegar, inclusive, a garantir a proteção de alguns direitos fundamentais que,
porventura, estejam sendo violados pela atuação indevida das agências de
inteligência.